Elementos Da Teoria de Campo

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Engenharia Hidrulica

Licenciatura em Engenharia Hidrulica

Anlise Matemtica II

Trabalho em Grupo

Tema: Elementos da Teoria de Campo

DISCENTES: DOCENTE:
NGALO Guifte Samuel Grupo da Disciplina
COUTO Abel Xavier
BAHULE Dlio Amos

Songo, Outubro de 2016


Licenciatura em Engenharia Hidrulica

Anlise Matemtica II

Trabalho em Grupo

Tema: Elementos da Teoria de Campo

DISCENTES: DOCENTE:
NGALO Guifte Samuel Grupo da Disciplina
COUTO Abel Xavier
BAHULE Dlio Amos

Songo, Outubro de 2016


Elementos da Teoria de Campo

Resumo
A teoria de campo ou calculo vetorial estuda campos vectoriais que sao funcoes
que associam vectores a pontos do espaco ou em planos. Em particular, define-se a
integral de linha que pode ser utilizada para determinar o trabalho efectuado por
um campo de forca agindo sobre um objecto que se move ao longo de uma curva
e tambem define-se a integral de superfcie que pode ser usada para determinar o
caudal de um fluido atraves de uma superfcie. As conexoes entre esses novos tipos
de integrais e as integrais unidimensionais, duplas e triplas em maior dimensao do
teorema fundamental do calculo, Teorema de Stokes e Teorema de Divergente.

Analise Matematica II 1
Elementos da Teoria de Campo

Sumario
1 Introducao 4
1.1 Objectivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 Metodologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2 Elementos da Teoria de Campo 5


2.1 Nocao de campo escalar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Nocao de campo vectorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.3 Nocao de Gradiente de uma funcao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 Divergencia de um campo vectorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 Fluxo de um campo vectorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.6 Rotacional de um campo vectorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
2.7 Circulacao de um campo vectorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.8 Teorema de divergencia (ou de Ostrogradski - Gauss) . . . . . . . . . . . . 13
2.9 Teorema de Stokes . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.10 Definicao do campo solenoidal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.11 Definicao do Campo Conservativo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.12 Definicao do Campo Laplaciano . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

3 Conclusao 17

4 Bibliografia 18

Analise Matematica II 2
Elementos da Teoria de Campo

Lista de Figuras
1 Campo vectorial no R2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2 Campo vectorial no R3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
3 Campo vectorial da funcao F (x, y) = y~i + x~j . . . . . . . . . . . . . . . . 6
4 Campo vectorial da funcao F (x, y, z = z~k. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
5 Campo de velocidade do escoamento de um fluido. . . . . . . . . . . . . . . 7
6 Rotacional de Campo vectorial F . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
7 A orientacao de S induz a orientacao positiva da curva fronteira C. . . . . 14
8 Regiao elptica S cuja fronteira e C. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
9 Regioes Conexas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16

Analise Matematica II 3
Elementos da Teoria de Campo

1 Introducao
O presente trabalho cujo tema Elementos da Teoria de Campo consisti na demonstracao
de definicoes e teoremas relativos aos seguintes pontos: Nocao dos campos escalar e
vectorial; nocao de gradiente de uma funcao; divergencia, fluxo, rotacional e circulacao
de um campo vectorial; teorema de divergencia; teorema de Stokes; e campos solenoidais,
conservativo e harmonicos. Apos se tratar sobre um determinado assunto, o compendio
dispoe de exemplos elucidativos a fim de difundir a aplicacao.

1.1 Objectivos
Achar o fluxo e circulacao de um campo vectorial, aplicando os teoremas de Ostro-
gradski Gauss e de Stokes, respectivamente; e

Conhecer as nocoes basicas da teoria de campo.

1.2 Metodologia
Para a elaboracao do presente trabalho baseou-se em pesquisas cientifico-didaticas, no
levantamento biografico, com base em artigos eletronicos, materiais digitais e de conheci-
mento adquiridos na cadeira de Analise Matematica II.
Recorreu-se ao uso de programas de digitacao de texto (TeXstudio) para elaboracao do
trabalho e alguns programas de calculo para resolucao de exerccios.
A elaboracao do compendio foi em duas etapas: a primeira consistiu em buscar mate-
rial teorico necessario para compressao dos conceitos envolvidos na Teoria de Campo, a
segunda consistiu em analisar exerccios praticos para a consolidacao da teoria.

Analise Matematica II 4
Elementos da Teoria de Campo

2 Elementos da Teoria de Campo


2.1 Nocao de campo escalar
Definicao 2.1.1 (Campo Escalar) O campo escalar e determinado pela funcao escalar
do ponto u = f (x0 , y0 , z0 ), onde P (x0 , y0 , z0 ) e um ponto do espaco.

As superfcies f (x, y, z) = C, onde C e uma constante, chama-se superfcies de nveis


do campo escalar.

2.2 Nocao de campo vectorial


Em geral, um campo vetorial e uma funcao cujo domnio e um conjunto de pontos do R2
(ou R3 ) e cuja imagem e um conjunto de valores de vectores em V2 (ou V3 ).

Definicao 2.2.1 Seja D um conjunto em R2 (uma regiao plana). Um campo vectorial


R2 e uma funcao F que associa a cada ponto (x,y) em D um vector bidimensional F (x, y).

A melhor maneira de enxergar um campo vectorial e desenhar setas representando os


vectores F (x, y), comecando no ponto (x, y). E claro que e impossvel fazer isso para os
pontos (x, y), mas podemos visualizar F fazendo isso para alguns pontos representativos
em D, como na Figura 1. Como F (x, y) e um vector bidimensional, podemos escreve-lo
em termos de suas funcoes componentes P e Q, da seguinte forma:

F (x, y) = P (x, y)~i + Q(x, y)~j


ou, de forma mais compacta
F = P~i + Q~j
Observe que P e Q sao funcoes de duas variaveis e sao chamadas, algumas vezes, campos
escalares, para distingui-los dos campos vectoriais.

Figura 1: Campo vectorial no R2


.

Definicao 2.2.2 (Campo Vectorial) Seja E um subconjunto em R3 . Um campo vec-


torial em R3 e uma funcao F que associa a cada ponto (x, y, z) em E um vector tridi-
mensional F(x,y,z).

Analise Matematica II 5
Elementos da Teoria de Campo

Um campo vectorial F em R3 esta ilustrado na Figura 2. Podemos escreve-lo em


termos das funcoes componentes P , Q e R como

F (x, y, z) = P (x, y, z)~i + Q(x, y, z)~j + R(x, y, z)~k

Podemos definir a continuidade dos campos vetoriais e mostrar que F sera continua
se e somente se suas funcoes componentes P , Q e R forem contnuas.

Figura 2: Campo vectorial no R3


.

Exemplo 2.2.1 Um campo vetorial em R2 e definido por F (x, y) = y~i + x~j. Descreva
F desenhando alguns de seus vectores F(x,y), como na Figura 2.

Figura 3: Campo vectorial da funcao F (x, y) = y~i + x~j

Resolucao: Como F (1, 0) = ~j, desenhamos o vector ~j = 0, 1 comecando no ponto


(1,0) na Figura 3. Como F (1, 0) = ~i, desenhamos o vector -1,0 iniciando no ponto (0,1)
continuamos desse modo desenhando um numero significativo de vectores de vectores para
representar o campo vectorial na figura 3.

(x, y) F (x, y) (x, y) F (x, y)


(1,0) h0, 1i (-1,0) h0, 1i
(2,2) h2, 2i (-2,-2) h2, 2i
(3,0) h0, 3i (-3,0) h0, 3i
(0,1) h1, 0i (0,-1) h1, 0i
(0,3) h3, 0i (0,-3) h3, 0i

Analise Matematica II 6
Elementos da Teoria de Campo

Na Figura 3, parece que cada seta e tangente a uma crculo com centro na origem.
Para confirmar isso, vamos tomar o produto escalar do vector posicao ~x = x~i + y~j com o
vector F~ (x) = F (x, y):

~x F~ (x) = (x~i + y~j (y~i + x~j) = xy + yx = 0

Isso mostra que F (x, y) e perpendicular aopvector posicao hx, yi e, portanto, tangente
ao crculo com centro na origem e raio |x| = x2 + y 2 . Observe tambem que
p p
|F (x, y)| = (y 2 ) + x2 = x2 + y 2 = |x|

De modo que o comprimento do vector F (x, y) e igual ao raio do crculo.

Exemplo 2.2.2 Esboce o campo vectorial em R3 dado por F (x, y, z = z~k.

Resolucao: O desenho e mostrado na Figura 4. Observe que todos os vectores sao


verticais, apontando pra cima, quando acima do plano xy, e para baixo, quando abaixo do
plano xy. O comprimento aumenta a medida que nos distanciamos do plano xy.

Figura 4: Campo vectorial da funcao F (x, y, z = z~k.

Exemplo 2.2.3 Imagine um liquido escoando uniformemente em um cano ou seja V(x,y,z)


o vector velocidade em um ponto (x,y,z). Entao V associa um vector a cada ponto (x,y,z)
de certo domnio E (interior do cano). Assim, V e um campo vectorial em R3 , cha-
mado campo de velocidade. Um campo de velocidade possvel e ilustrado na Figura 5. A
velocidade escalar em qualquer ponto e indicada pelo comprimento da recta.

Figura 5: Campo de velocidade do escoamento de um fluido.

Analise Matematica II 7
Elementos da Teoria de Campo

2.3 Nocao de Gradiente de uma funcao


Teorema 2.3.1 Se e uma funcao diferenciavel de x e y, entao f tem derivada direcional
na direcao de qualquer vector u=(a,b) e
Du f (x, y) = fx (x, y)a + fy (x, y)b (1)

Definicao 2.3.1 Se f e uma funcao de duas variaveis x e y, o gradiente de f e a funcao


vetorial f definida por
f f
f (x, y) = ~i + ~j
x y
Exemplo 2.3.1 Se f (x, y) = sin x + exy , entao
f ~ f ~
f (x, y) = i+ j = (cos x + yexy , xexy )
x y
Com a notacao de vector gradiente, podemos rescrever a expressao (1) para a derivada
direcional como
Du f (x, y) = f (x, y) u
que expressa a derivada direcional na direccao de u como projeccao de vector gradiente
sobre u.

Exemplo 2.3.2 Determine a derivada direcional da funcao f (x, y) = x2 y 3 4y no ponto


(2,-1) na direccao do vector ~v = 2~i + 5~j.

Resolucao: Primeiramente, vamos calcular o gradiente de f no ponto (2,-1):

f (x, y) = 2xy 3~i + (2xy 3 4)~j

f (2, 1) = 4~i + 8~j


Observe que ~v nao e um vector unitario, mas como |~v |, o vector unitario de ~v e

~v 2 5
u= = ~i + ~j
|~v | 29 29
Para as funcoes de tres variaveis podemos definir derivadas direcionais de modo seme-
lhante. Como para funcoes de duas variaveis Du f (x, y, z) pode ser interpretado como a
taxa da funcao na direcao de um vector unitario u.

Se f (x, y, z) for diferenciavel e u = (a, b, c), entao o mesmo metodo usado na demons-
tracao do teorema 2.3.1 pode ser usando para mostrar que
Du f (x, y, z) = fx (x, y, z)a + fy (x, y, z)b + fz (x, y, z)c
Para uma funcao f de tres variaveis, o vector gradiente, denotado por f ou grad f , e
de modo mais abreviado,
f f f ~
f = ~i + ~j + k
x y z
Entao, como para funcoes de duas variaveis, a derivada direcional pode ser escrita como
Du f (x, y, z) = f (x, y, z) u

Analise Matematica II 8
Elementos da Teoria de Campo

Exemplo 2.3.3 Se f (x, y, z) = x sin yx, ( a) determine o gradiente de f e ( b) determine


a derivada direcional de f no ponto (1,3,0) na direccao de ~v = ~i + 2~j ~k.

Resolucao:

( a) O gradiente de f e

f (x, y, z) = (sin yz)~i + (xz cos yz)~j + (xy cos yz)~k

( b) No ponto (1,3,0) temos f (1, 3, 0) = (0, 0, 3). O vector unitario na direccao de


~v = ~i + 2~j ~k e
1 2 1
u = ~i + ~j ~k
6 6 6

2.4 Divergencia de um campo vectorial


Definicao 2.4.1 Se F = P~i + Q~j + R~k e um campo vectorial em R3 e existem P/x,
Q/y e R/z, entao o divergente de F e a funcao de tres variaveis definida por

P Q R
divF = + + (2)
x y z

Observe que o rotF e um campo vectorial, mas divF e um campo escalar. Em termos do
operador gradiente = (/x)~i + (/y)~j + (/z)~k, o divergente de F pode ser escrito
simbolicamente como o produto escalar e F:

divF = F (3)

Exemplo 2.4.1 Seja F (x, y, z) = xz~i + xyz~j y 2~k, encontre divF .

Resolucao: O divergente de F sera dado por


divF = F = (xz) + (xyz) + (y 2 ) = z + xz
x y z

Se F e campo vectorial sobre R3 , entao rotF tambem e campo vectorial sobre R3 .

2.5 Fluxo de um campo vectorial


Suponha que S seja uma superfcie orientada com vector normal unitario ~n, imagine um
fluido com densidade (x, y, z) e campo de velocidade ~v (x, y, z) escoando atraves de S
(pense em S como uma superfcie imaginaria que nao impeca a passagem do liquido,
como uma rede de pesca em uma corrente de agua). Entao o caudal (massa por unidade
de tempo) por unidade de area e ~v .

Se escrevermos F = ~v , entao F tambem e um campo vectorial em R3 e podemos ter


o seguinte integral ZZ
F ~ndS
S

Analise Matematica II 9
Elementos da Teoria de Campo

Se S for uma superfcie orientada lisa dada na forma parametrica pela equacao vectorial
~r(u, v), entao ela esta automaticamente associada a orientacao do vector normal unitario.

r~u r~v
~n = (4)
|r~u r~v |
Uma integral de superfcie dessa forma aparece frequentemente em fsica, mesmo
quando F nao e ~v , e e denominada integral de superfcie (ou integral de fluxo ou sim-
plesmente fluxo ) de F em S.

Definicao 2.5.1 Se F for um campo vetorial continuo definido sobre uma superfcie ori-
entada S com vector normal unitario ~n, entao a integral de superfcie de F em S e
ZZ ZZ
F dS = F ~ndS
S S

Essa integral e tambem chamada fluxo de F atraves de S.

Em palavras, a Definicao 2.5.1 diz que a integral de superfcie de um campo vectorial


sobre S e igual a integral de superfcie de sua componente normal em S (como definido
anteriormente). Se ~r(x, y) e uma funcao vectorial dada, entao ~n e dado pela Expressao
(4) e da Definicao 2.5.1 temos

r~u r~v
ZZ ZZ
F dS = F dS
S S |r~u r~v |

Se D for o domnio dos parametros, entao teremos


ZZ ZZ
F dS = F (r~u r~v )dA (5)
S D

Exemplo 2.5.1 Determine o fluxo do campo vectorial F (x, y, z) = z~i + y~j + x~k atraves
da esfera unitaria x2 + y 2 = 1.

Resolucao: Usando a representacao parametrica

~r(, ) = sin cos ~i + sin sin ~j + cos ~k

temos
F (~r(, )) = cos ~i + sin sin ~j + sin cos ~k
Portanto,

F (~r(, )) (r~ r~ ) = cos sin 2 cos + sin 3 sin 2 + sin 2 cos cos

E pela Expressao (5), o fluxo e


ZZ ZZ Z 2 Z
4
F dS = F (r~ r~ )dA = F (r~ r~ )dd =
S D 0 0 3

Analise Matematica II 10
Elementos da Teoria de Campo

Embora tenhamos exemplificado a integral de superfcie de um campo de vectores com


seu uso em mecanica dos fluidos (de muito interesse para Engenharia Termotecnica), esse
conceito tambem aparece em outras situacoes fsicas. Por exemplo e um campo eletrico
(de bastante interesse para engenharia Electrica), entao a integral de superfcie
ZZ
E dS
S

~ atraves da superfcie S. Uma importante lei de ele-


e chamado fluxo eletrico de E
trostatica e a Lei de Gauss, que diz que a carga total englobada por uma superfcie S
e
ZZ
Q = 0 E dS
S

onde 0 e uma constante (denominada permissividade no vacuo) que depende das unida-
des (no sistema SI, 0 8, 8542 1012 C 2 /N m2 ).

Outra aplicacao de integrais de superfcie ocorre no estado de fluxo de calor. Suponha


que a temperatura em um ponto (x, y, z) em um corpo seja u(x, y, z). Entao, o fluxo de
calor e definido como o campo vectorial

F = Ku

Onde K e uma constante determinada experimentalmente, chamada condutividade


da substancia. A taxa de transmissao de calor atraves da superfcie S no corpo e entao
dada pela integral de superfcie
ZZ ZZ
F dS = K u dS
S S

2.6 Rotacional de um campo vectorial


Definiremos uma das operacoes que pode ser realizada com campos vectoriais e que sao
essenciais nas aplicacoes de calculo vectorial em mecanica dos fluidos e em eletricidade e
magnetismo. Essa operacao lembra o conceito de derivacao e produz um campo vectorial.

Definicao 2.6.1 Se F = P~i + Q~j + R~k e uma campo vectorial em R3 e as derivadas


parciais de P, Q e R existem, entao o rotacional de F e o campo vectorial em R3 definido
por
R Q ~ P R ~ Q P ~
rotF = ( )i + ( )j + ( )k (6)
y z z x x y
Para auxiliar na memorizacao, vamos reescrever a Expressao (6) usando notacao de
operadores. Introduziremos o operador diferencial vectorial como
~
= i + ~j + ~k
x y z
Quando ele opera sobre uma funcao escalar, produz o gradiente de f
f ~ f ~ f ~
f = i+ j+ k
x y z

Analise Matematica II 11
Elementos da Teoria de Campo


Se pensarmos em como um vector de componentes x , y e z , podemos tambem
considerar o produto vectorial formal de pelo campo vectorial F , como segue:

~i ~j ~k


F = x y
= rotF
z
P Q R

Assim, o modo mais facil de lembrar de a Definicao 2.6.1 e expressao simbolica

rotF = F (7)

Exemplo 2.6.1 Seja F (x, y, z) = xz~i + xyz~j y 2~k, determine o rotacional de F.

Resolucao: Usando a Expressao (7), temos

~i ~j ~k


rotF = F = F
x
F
y
F
z
xz xyz y 2
     

rotF = (y ) (xyz) ~i +
2
(xz) (y ) ~j +
2
(xyz) (xz) ~k
y z z x x y
rotF = y(2 + x)~i + x~j + yz~k

Lembre-se de que o gradiente de uma funcao f de tres variaveis e um campo vectorial


sobre R3 , de modo que podemos calcular seu rotacional. O proximo teorema diz que o
rotacional do gradiente de um campo vectorial e ~0.

Teorema 2.6.1 Se f e uma funcao de tres variaveis que tem derivadas parciais de segunda
ordem continuas, entao
rot(f ) = 0

Como um campo vectorial conservativo e da forma F = f , o Teorema 2.11.1 pode


ser reescrito como se segue:

Se F e conservativo, entao rotF =0

Teorema 2.6.2 Se F for um campo vectorial definido sobre todo R3 cujas funcoes com-
ponentes tenham derivadas parciais de segunda ordem continuas e rotF = 0, entao F
sera um campo vectorial conservativo.

A razao para o nome rotacional e que o vector rotacional esta associado com rotacoes.
Partculas de perto (x, y, z) o fluido tendem a rodar em torno do eixo que aponta na
direccao de rotF (x, y, z), e o comprimento do vector rotacional e medida de quao rapido
as se movem em torno desse eixo (veja Figura 6).
Se rotF = 0 no ponto P , entao o fluido nao gira em P e F e chamado irrotacional
em P . Em outras palavras, nao existe redemoinho em P .
Se rotF = 0, uma pequena roda com pas deslizaria com o fluido, mas nao rodaria em
torno de seu eixo. Se rotF 6= 0, a roda com pas giraria em torno de seu eixo. Veremos
mais detalhes sobre essa explanacao, como consequencia do Teorema de Stokes.

Analise Matematica II 12
Elementos da Teoria de Campo

Figura 6: Rotacional de Campo vectorial F


.

2.7 Circulacao de um campo vectorial


Definicao 2.7.1 A integral linear do vector contnuo ~a sobre a curva parcialmente regular
C e determinada pela formula:
Z Z Z
~adr = aS dS = ax dx + ay dy + az dz (8)
C C C

E representa o trabalho do campo ~a ao longo da curva C (as e a projeccao do vector ~a


sobre a tangente a C).

Se a curva C e fechada, a integral linear se chama circulacao do campo vectorial ~a ao


longo do contorno C.

2.8 Teorema de divergencia (ou de Ostrogradski - Gauss)


Teorema 2.8.1 Seja E uma regiao solida simples e seja S a superfcie fronteira de E, ori-
entada positivamente (para fora). Seja F um campo vectorial cujas funcoes componentes
tenham derivadas parciais contnuas em uma regiao aberta que contenha E. Entao
ZZ ZZZ
F dS = divF dV (9)
S E

Exemplo 2.8.1 Determine o fluxo do campo vectorial F (x, y, z) = z~i + y~j + x~k sobre a
esfera unitaria x2 + y 2 + z 2 = 1.

Resolucao: Primeiro calcularemos o divergente de F.


divF = (z) + (y) + (x) = 1
x y z

A esfera unitaria S e a fronteira da bola unitaria B dada por x2 + y 2 + z 3 1.Entao, o


teorema do Divergente da-nos o fluxo como
ZZ ZZZ ZZZ
4 4
F dS = divdV = 1dV = V (B) = (1)3 =
S S B 3 3

Analise Matematica II 13
Elementos da Teoria de Campo

2.9 Teorema de Stokes


O Teorema de Stokes relaciona um integral de superfcie sobre uma superfcie S com uma
integral em torno da curva S (que e uma curva no espaco). A Figura 7 mostra uma
superfcie orientada com seu vector normal unitario ~n.

Teorema 2.9.1 Seja S uma superfcie orientada, lisa por partes, cuja fronteira e for-
mada por curva C fechada, simples, lisa por partes, com orientacao positivo.

Seja F um campo vectorial cujas componentes tem derivadas parciais contnuas em


regiao aberta de R3 que contem S. Entao
Z ZZ
F dr = rotF dS (10)
C S

Figura 7: A orientacao de S induz a orientacao positiva da curva fronteira C.

Exemplo 2.9.1 Calcule C F dr, onde F (x, y, z) = y 2~i + x~j + z 2~k e C e a curva da
R

interseccao do plano y + z = 2 com o cilindro x2 + y 2 = 1 (oriente C no sentido anti-


horario quando visto de cima).

Figura 8: Regiao elptica S cuja fronteira e C.

Analise Matematica II 14
Elementos da Teoria de Campo

Resolucao: A curva C (uma elipse) esta mostrada na Figura 8. Apesar de poder


ser calculada diretamente, e mais simples usar o Teorema de Stokes. Vamos inicialmente
calcular
~i ~j ~k

= (1 + 2y)~k



rotF = x y z
y 2 x z 2

Apesar de existirem muitas superfcies com fronteira C, a escolha mais conveniente e


a regiao elptica S no plano y + z = 2 cuja fronteira e C. Se orientarmos S para cima,
entao a orientacao induzida em C sera positiva. A projeccao D de S sobre o plano xy e o
disso x2 + y 2 = 1, e assim teremos

Z ZZ ZZ Z 2 Z 1
F ds = rotF ds = (1 + 2y)dA = (1 + 2r sin )rdrd =
C S D 0 0

2.10 Definicao do campo solenoidal


Teorema 2.10.1 Um campo vectorial derivado F (x, y, z) = P (x, y, z)~i + Q(x, y, z)~j +
R(x, y, z)~k, chama-se solenoidal, se em cada ponto do campo divF = F = 0, neste caso
o fluxo do vector atraves de qualquer superfcie sera igual a zero. Caso particular, F(x,y,z)
e um campo vectorial em R3 mas nao existem as derivadas parciais P x
, Qy
e Rz
, ou
seja, = 0.

2.11 Definicao do Campo Conservativo


Teorema 2.11.1 Suponha que F seja um campo vectorial continuo sobre uma regiao
aberta conexa D. Se for independente do caminho D, entao F e um campo vectorial con-
servativo, ou seja, existe uma funcao f tal que f = F .

Teorema 2.11.2 Se F (x, y) = P (x, y)~i + Q(x, y)~j e um campo vectorial conserva-
tivo, onde P e Q tem derivadas parciais de primeira ordem continuas sobre um domnio
D, entao em todos os pontos de temos
P Q
=
y x

Uma regiao simplesmente conexa em um plano e uma regiao conexa D tal que toda
curva simples fechada em D contorna somente pontos que estao em D. Observe a partir
da Figura 9 que, intuitivamente falando, uma regiao simplesmente conexa nao contem
buracos nem e constituda por dois pedacos separados.

Analise Matematica II 15
Elementos da Teoria de Campo

Figura 9: Regioes Conexas.

Exemplo 2.11.1 Determine se o campo vectorial F (x, y) = (3 + 2xy)~i + (x2 3y 2 )~j e


ou nao conservativo.

Resolucao: Seja P (x, y) = 3 + 2xy e Q(x, y) = x2 3y 2 . Entao

P Q
= = 2x
y x

Alem disso, o domnio de F e o plano inteiro (D = R2 ) que e aberto e simplesmente


conexo. Portanto, podemos aplicar o Teorema 2.11.2 e concluir que F e um campo
conservativo.

2.12 Definicao do Campo Laplaciano


Teorema 2.12.1 Se o campo e ao mesmo tempo potencial e solenoidal, entao div(F ) =
0 e a funcao potencial F e o harmonica, isto e, satisfaz a equacao de Laplace

2F 2F 2F
+ + =0
x2 y 2 z 2
Ou seja, F = 0, onde
2 2 2
= 2 = + +
x2 y 2 z 2
E o operador de Laplace

Analise Matematica II 16
Elementos da Teoria de Campo

3 Conclusao
Pois, ter chegado ao fim do trabalho o grupo chegou a conclusao do quao e fundamental o
conhecimento sobre vectores, integrais seja ela simples, duplas ou triplas. Que os teoremas
e as definicoes relacionam-se duma forma intuitiva gerando uma cadeia de conhecimentos.
Para o caso de integrais de superfcie o grupo constatou de que e possvel e menos complexo
calcular o caudal de um fluido a partir da superfcie.

Analise Matematica II 17
Elementos da Teoria de Campo

4 Bibliografia
1. STEWART James, Calculo B, Vol. 2. 6o Edicao, Cengage learning;

2. B.P.Demidovitch, Problemas e Exerccios de Analise Matematica, editora Mir, Mos-


covo, 1984

Analise Matematica II 18

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