Livro Agentes - Economicos - Maraba-Los - Angeles-WEB PDF
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Denise Elias
CIDADES EM TRANSIO
(Orgs.)
AGENTES ECONMICOS
E REESTRUTURAO
URBANA E REGIONAL
AGENTES ECONMICOS
E REESTRUTURAO
URBANA E REGIONAL
MARAB E LOS NGELES
A21
Agentes econmicos e reestruturao urbana e regional [recurso eletrnico]: Ma-
rab e Los ngeles / Maria Encarnao Beltro Sposito, Denise Elias, Beatriz Ribeiro
Soares (Orgs.). 1.ed. So Paulo: Cultura Acadmica, 2016.
recurso digital.
Formato: ebook
Requisitos do sistema:
Modo de acesso: world wide web
ISBN 978-85-7983-745-6 (recurso eletrnico)
1. Poltica habitacional 2. Habitao. 3. Habitao popular. 4. Planejamento
urbano. 5. Comunidade urbana. 6. Livros eletrnicos. I. Sposito, Maria Encarna-
o Beltro. II. Elias, Denise. III. Soares, Beatriz Ribeiro.
16-31326 CDD: 363.5
CDU: 351.778.532
Editora afiliada:
A ReCiMe
5 Vrios dos atuais participantes da ReCiMe j vinham trocando ideias sobre pesquisas relati-
vas s chamadas cidades mdias, desde 1996, como destacado, e estavam se motivando para
organizar essa rede. Na apresentao do livro Cidades mdias: espaos em transio, h um
histrico breve do processo de organizao dessa rede, que poder ser lido, caso o leitor tenha
interesse em ampliar as informaes aqui oferecidas.
A pesquisa coletiva
6 Em primeiro lugar, pelo Edital MCT/CNPq 07/2006 (Casadinho). Sposito; Elias, Cida-
des mdias brasileiras. Projeto de pesquisa coordenado por Denise Elias (UECE) e Maria
Encarnao Sposito (Unesp/PP) at fevereiro de 2009. Um segundo apoio veio com o
Edital MCT/CNPq/CT-Infra/CT Petro/Ao Transversal IV n. 16/2008 (Casadinho),
coordenado por Doralice Styro Maia (UFPB) e Maria Encarnao Sposito at meados de
2011. Um terceiro apoio, ainda vigente, foi ganho com a proposta apresentada ao MCTI/
CNPq/MEC/Capes Ao Transversal n. 06/2011 (Casadinho/Procad), para o perodo
de dezembro de 2011 a dezembro de 2015, coordenado por Maria Jos Martinelli Silva
Calixto (UFGD), William Ribeiro da Silva (UFRJ) e Maria Encarnao Sposito (Unesp/
PP). Houve ainda financiamentos associados Capes (programa Procad e programa Pr-
-Integrao) e propiciados por inmeras agncias estaduais (FAPs) que tm contribudo
para a consolidao dessa rede de pesquisa.
7 Embora esta seja a quinta publicao com os resultados da pesquisa, ela tem continuidade,
em funo de sua amplitude e das questes levantadas na etapa j realizada, razo pela qual
adotamos, em vrias passagens dessa apresentao, os verbos no presente.
A fim de que o leitor tenha alguns elementos para avaliar o que se apre-
senta nesta publicao e nas que lhe sucedero, parece-nos importante
oferecer os elementos essenciais da estrutura do projeto. Como funda-
mentos de mtodo, imps-se a escolha de temas norteadores: 1) a difuso
do agronegcio; 2) a descentralizao espacial da produo industrial; 3) a
difuso do comrcio e dos servios especializados; 4) o aprofundamento das
desigualdades socioespaciais.
A eleio do primeiro tema, ligado difuso do agronegcio, como pode
depreender o leitor, indica a necessidade de se desenvolver um olhar acura-
do para as novas relaes entre o urbano e o rural, indicando que os estudos
dessa rede no se restringem s cidades, porque exigem que observemos
suas articulaes com o campo. No que tange ao segundo tema, a realizao
da pesquisa mostrou que as dinmicas de concentrao econmica e de
centralizao do comando e da deciso, observadas no setor industrial, no
oferecem elementos para se reconhecer efetiva descentralizao espacial.
Com a seleo do terceiro, procuramos analisar a tendncia de expanso
geogrfica dos grandes e mdios capitais do setor comercial e de servios.
8 Foram selecionadas cerca de 35 variveis para ser analisadas em cada cidade. Um maior deta-
lhamento sobre os temas, eixos e variveis da pesquisa poder ser visto em Sposito et al. (2007).
As cidades estudadas
As rotinas
9 No que tange aos estudos sobre os recortes temticos, essa parte ainda est em desenvol-
vimento e ser motivo de outras publicaes da presente srie denominada Cidades em
transio.
10 Considerando que o financiamento da pesquisa tem sido possvel, em especial, com edital
do CNPq que prev associao entre cursos de ps-graduao, a pesquisa tem coordenao
geral de Maria Encarnao Sposito, da Unesp/PP, tambm coordenadora da ReCiMe, e
de mais um pesquisador que encabea a proposta enviada a essa agncia. Dessa forma, de
novembro de 2006 a fevereiro de 2009, a pesquisa teve a coordenao compartilhada com
Denise Elias, da Universidade Estadual do Cear (UECE); de 2009 a 2010, com Doralice
Satyro Maia, da UFPB, e de final de 2011 ao presente momento, com Maria Jos Martinelli
da Silva Calixto, da UFGD, e William Ribeiro da Silva (UFRJ).
11 Esses dois primeiros workshops foram organizados por Maria Encarnao Sposito (Unesp/
PP).
12 Esse workshop foi organizado por Renato Pequeno (Universidade Federal do Cear), com
contribuio de Maria Encarnao Sposito (Universidade Estadual Paulista).
13 O X Workshop da ReCiMe foi realizado a partir da organizao de Maria Encarnao Beltro
Sposito e equipe da Universidade Estadual Paulista.
14 O workshop de Uberlndia foi organizado por Beatriz Ribeiro Soares, Vitor Ribeiro Filho e
Jlio Ramires e respectiva equipe da Universidade Federal de Uberlndia.
15 O workshop de Santiago foi organizado pelos professores Federico Arenas Vasquez e Cristian
Henriquez Ruiz e respectiva equipe da Pontifcia Universidade Catlica de Chile.
16 O workshop de Tandil foi organizado por Diana Lan e respectiva equipe da Universidad
Nacional del Centro de la Provincia de Buenos Aires.
17 Esse workshop foi organizado por William Ribeiro da Silva e equipe da Universidade Federal
do Rio de Janeiro.
18 Em Marab, os trabalhos foram preparados e coordenados por Saint-Clair Cordeiro da Trin-
dade Junior e equipe da Universidade Federal do Par.
19 O IX Workshop da ReCiMe foi realizado a partir da organizao de Doralice Styro Maia e
equipe da Universidade Federal da Paraba.
20 O X Workshop da ReCiMe foi realizado com organizao de Maria Encarnao Beltro Spo-
sito e equipe da Universidade Estadual Paulista. Nessa ocasio, foi inaugurado o prdio sede
da ReCiMe, construdo com recursos da Finep e da Unesp.
21 O XI Workshop da ReCiMe foi realizado com organizao de Maria Jos Martinelli da Silva
Calixo e equipe das Universidades Federal da Grande Dourados e Estadual do Mato Grosso
do Sul.
22 O XII Workshop da ReCiMe foi realizado com organizao de Maria Encarnao Beltro
Sposito e equipe da Universidade Estadual Paulista.
Este livro composto de duas partes. Cada uma delas se refere a uma ci-
dade estudada pela ReCiMe. A primeira dedicada a Marab, no estado do
Par, Brasil, de autoria de Saint-Clair Cordeiro da Trindade Jnior, Mrcio
Douglas Brito Amaral, Rovaine Ribeiro, Bruno Cezar Pereira Malheiro e
Jovenildo Cardoso Rodrigues, que compem a equipe da ReCiMe nuclea-
da na Universidade Federal do Par. A segunda Los ngeles, na Regin
del Biobo, no Chile, de autoria de Cristin Henrquez Ruiz e Federico
Arenas Vsquez, da equipe da ReCiMe nucleada na Pontificia Universidad
Catlica de Chile.
As relaes entre o urbano e o regional so a linha condutora da primei-
ra parte do livro, intitulada Uma cidade mdia na Amaznia Oriental: a
centralidade urbano-regional de Marab no Sudeste Paraense.
A noo de cidade dos notveis, cunhada por Milton Santos, adota-
da para tratar dos perodos econmicos e polticos que dirigiram a confor-
mao da centralidade da cidade, na escola interurbana, desde a produo
extrativa da borracha, passando pela da castanha e da colonizao oficial
Presidente Prudente
Fortaleza
Uberlndia
Outubro de 2015
Introduo 31
1 Identificamos aqui como Sudeste Paraense uma mesorregio do Estado do Par, na Ama-
znia Oriental, com uma rea, segundo o IBGE, de 297.344,257 quilmetros quadrados,
populao aproximada de 1,7 milho de habitantes, densidade demogrfica de 4,8 habitan-
tes por quilmetro quadrado, Produto Interno Bruto (PIB) de 32.100.390.641,00 reais, e
PIB per capita de 12.556,86 reais (IBGE, 2010). constituda pelas seguintes microrregies
e municpios: Microrregio de Conceio do Araguaia (Conceio do Araguaia, Floresta do
Araguaia, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia), Microrregio de Marab (Brejo
Grande do Araguaia, Marab, Palestina do Par, So Domingos do Araguaia, So Joo do
Araguaia), Microrregio de Paragominas (Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Dom
Eliseu, Goiansia do Par, Paragominas, Rondon do Par, Ulianpolis), Microrregio
de Parauapebas (gua Azul do Norte, Cana dos Carajs, Curionpolis, Eldorado dos Cara-
js, Parauapebas), Microrregio de Redeno (Pau-dArco, Piarra, Redeno, Rio Maria,
So Geraldo do Araguaia, Sapucaia, Xinguara), Microrregio de So Flix do Xingu (Ban-
nach, Cumaru do Norte, Ourilndia do Norte, So Flix do Xingu, Tucum), Microrregio
de Tucuru (Breu Branco, Itupiranga, Jacund, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Tucuru).
2 Essa noo acompanha premissas j levantadas por outros autores, a saber: Sposito (2001b),
Pontes (2001), Santos e Silveira (2001), Amorim Filho e Rigotti (2002).
Quadro 2: Sudeste do Par. Formao socioespacial inicial e sua relao com o contexto regional. 1616 a 1850.
Fases Elementos do processo de produo do Principais elementos da configurao urbana Formao socioespacial do Sudeste do
espao regional paraense Par e de Marab
1616 Incio da conquista do territrio amaz- Fundao da cidade de Belm (1616): localizao es- Territorialidade exclusiva das populaes
a nico. tratgica de carter poltico-militar. nativas com forte ligao ao ecossistema flo-
1655
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Interesse em assegurar a defesa do terri- Criao dos ncleos de Souza do Caet (Bragana)- restal amaznico.
trio. 1633, Vila Viosa de Sta. Cruz do Camet (Ca-
Perspectiva de controle econmico. met)-1635, Sto. Antnio de Gurup (Gurup)-1639 e
Vigia-1639, a partir de Belm.
1655 Economia baseada no trabalho indgena e Surgimento de ncleos populacionais ao longo do vale Realizao de expedies de bandeirantes e
a no sistema de aviamento. do Amazonas embrio da rede urbana amaznica. aventureiros, em busca de drogas do ser-
1750
Controle e gesto da vida econmica e Presena de fortins e aldeias missionrias ao longo dos to, assim como de jesutas, com a finalidade
social pelas ordens religiosas. vales dos rios. de catequizar e atrair tribos indgenas para as
misses prximas a Belm.
Economia voltada para a exportao das Surgimento de aldeias missionrias Ex.: Surubi
drogas do serto. (Alenquer), Jamunds (Faro), Gurupatiba (Monte
Alegre) prximas s aldeias indgenas, ou sob a pro-
teo de um fortim s margens do Amazonas, ou foz
de seus afluentes Ex.: Santarm (Tapajs), bidos
(Amazonas).
Reafirmao de Belm como centro regional.
Continua
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
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Quadro 2: Continuao
1750 Expanso das atividades produtivas. Ratificao e reforo da estrutura urbana e da primazia Intensifica-se o movimento exploratrio
a de Belm. em direo ao Tocantins devido ao interesse
1778 A Cia. Mercantil do Gro-Par e Mara-
nho assume o controle econmico e mer- Aldeias missionrias so transformadas em vilas, re- nesse rio como via de articulao e comuni-
cantil. cebendo outras denominaes, como Alenquer, Aveiro, cao.
Doao de terras para colonos e soldados. Faro, bidos, Santarm, Nova Cintra (Maracan), Vila Surgimento gradativo de alguns entrepos-
Del Rey (Curu) etc. tos ligados navegao do Rio Tocantins,
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Poltica pombalina de insero da econo-
com prtica de pequena agricultura de sub-
mia amaznica no mercado mundial ex- Belm passa a ser a capital do Gro-Par e Maranho
por razes locacionais. sistncia.
pulso dos jesutas.
Introduo da mo de obra escrava africa-
na e estmulo a uma agricultura comercial
(cacau, caf, fumo, anil, baunilha etc.) e
pecuria.
Ratificao do sistema de aviamento
importao de produtos manufaturados e
produo exportvel.
1778 Estagnao econmica regional. Estagnao na vida urbana. Expanso da atividade pastoril do Maranho
a Queda da demanda de produtos regionais Concentrao dos recursos e das riquezas em Belm. e norte de Gois para reas do sul e sudeste do
1850 no mercado europeu declnio econmico Par, em direo a Marab.
Existncia de vrios ncleos pequenos.
regional. Fundao, em 1781, do posto fiscal e militar
Ausncia de cidades de tamanho intermedirio. de Alcobaa (atual Tucuru) no Rio Tocantins.
Extino da Cia. do Gro-Par e Maranho.
Formao de uma rede urbana dendrtica.
Arrefecimento da expanso agrcola.
Organizado por Saint-Clair C. da Trindade Jr., Michel de Melo Lima e Jovenildo Cardoso Rodrigues, com base em Velho (1981), Yoschioka (1986), Corra (1987), Tourinho
(1991), Tavares (1992), Lima (1992), Mattos (1996), Becker (1997), Moraes (1998), Emmi (1999), Almeida (2002), Petit (2003), Silva (2004), Coelho (2005), Marab (2006),
Marab (2008), Miranda (2009).
AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL
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Quadro 3: Marab. Gnese e fragmentao poltico-territorial. 1833 a 1994.
42
ANOS 1833 1908 1913 1923 1947 1961 1988 1991 1993 1994
T Baio Baio Baio
E So So
R Joo do Joo do
Araguaia Araguaia
R
(extinto
I em 1923 e
T anexado a
Marab)
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R Marab Marab Marab Marab
I Curionpolis Curionpolis
O Eldorado do Carajs
S Parauapebas gua Azul do Norte
Parauapebas Parauapebas
M Cana dos
Carajs
U
So So Joo do So Joo do Araguaia
N
Joo do Araguaia So Domingos do Araguaia
I Araguaia
Brejo Grande Brejo Grande do Araguaia
C
do Araguaia Palestina do Par
I
P Jacund Jacund
A Nova Ipixuna
Itupiranga Itupiranga
I Itupiranga
S Conceio do Araguaia (extinto em 1930 e recriado em 1933)
Fonte: Tavares (2007). Elaborao: Saint-Clair C. da Trindade Jr.
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
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AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL 43
3 A hevea castilhoa constitui uma modalidade de planta que produz uma seiva de boa qua-
lidade, similar hevea brasiliensis, a qual pode ser transformada em ltex, matria-prima
essencial para a indstria de pneumticos que se expandiu nos Estados Unidos a partir do
final do sculo XIX. Contudo, sua extrao requer o sacrifcio da rvore, uma vez que apenas
a partir de seu corte integral pode-se extrair a seiva (Tourinho, 1991).
4 O termo notvel, inspirado em Santos (1993), define aqui um tipo particular de persona-
lidade local, que exerce a hegemonia no cenrio poltico e econmico na sub-regio Sudeste
do Estado do Par e, consequentemente, na cidade de Marab. Tal hegemonia baseava-se
no controle dos meios de produo, juntamente com o controle do aparelho poltico institu-
cional local; este ltimo, utilizado por vezes como mecanismo de coero para manuteno
de prticas espoliativas no mbito das relaes de trabalho. Emmi (1999) denominou esses
grupos locais como oligarquia do Tocantins.
Quadro 4: Sudeste do Par. Formao socioespacial no perodo da borracha e sua relao com o
contexto regional. 1850 a 1920.
Fases Elementos do Principais elementos Formao socioespacial do
processo de da configurao Sudeste do Par e de Marab
produo do espao urbana paraense
regional
1850 Perodo do boom Revigoramento econ- Formao do burgo agrcola do Ita-
a econmico da borracha mico e demogrfico das cainas em 1895, de onde se origi-
1920 e maior explorao da cidades j existentes. nou Marab, por remanescentes de
castanha-do-par. Intensificao das re- lutas polticas ocorridas no norte de
Superao do proble- laes entre os ncleos Gois (atual estado do Tocantins).
ma do sistema de trans- de povoamento. Decadncia do burgo agrcola
porte e da escassez da Surgimento e/ou cres- (final do sculo XIX), seguida de
mo de obra. cimento de centros ur- mudana de localizao para o atual
Oferta de capitais para banos em funo da im- stio onde hoje se encontra a cidade
o f inanciamento da plantao da Estrada de de Marab.
produo. Ferro Belm-Bragana, Constituio de Marab como
Reforo ao sistema de como Igarap-Au, Joo municpio (1913).
aviamento: viabili- Coelho (Sta. Izabel do Aumento da atividade extrativa do
zao da produo, cir- Par), Castanhal, Ana- caucho e da castanha, que era escoa-
culao, consumo e da nindeua, Anhang (S. da pelo Rio Tocantins, consolidan-
estrutura de poder. Fco. do Par), Inhan- do o ncleo urbano de Marab (hoje
gapi e Benevides, ou da Velha Marab) e a formao do que
intensificao do extra- viria a ser a futura oligarquia do
tivismo vegetal, como Tocantins.
Marab e Altamira.
Configurao do ncleo urbano de
Prosperidade de cida- Marab como cidade dos notveis
des como Belm, San- da borracha.
tarm e bidos, em de-
corrncia da economia Crise na regio decorrente da que-
da borracha. da do comrcio do caucho, notada-
mente a partir de 1919.
Transferncia da infraestrutura
voltada para a produo da borra-
cha e para a atividade de explorao
e comercializao da castanha.
Organizado por Saint-Clair C. da Trindade Jr., Michel de Melo Lima e Jovenildo Cardoso Rodrigues, com
base em Velho (1981), Yoschioka (1986), Corra (1987), Tourinho (1991), Tavares (1992), Lima (1992), Mat-
tos (1996), Becker (1997), Moraes (1998), Emmi (1999), Almeida (2002), Petit (2003), Silva (2004), Coelho
(2005), Marab (2006), Marab (2008), Miranda (2009).
5 Denominao dada aos trabalhadores que faziam a coleta do caucho na sub-regio sudeste
do Estado do Par.
6 Os comerciantes de Marab ganham importncia extralocal. Sentindo-se abandonados
pelo governo do Par, criam uma comisso, vo at Belm, manipulam, inclusive, as antigas
questes de limites entre os estados, e alegando estarem por origem mais ligada a Gois, bem
12 Fruto obtido a partir de coleta em rvore da famlia das lecythidaceae, gnero berthholletia
que, por sua vez, apresenta as espcies exccelsa e nobilis (Velho, 1981; Yoschioka, 1986).
Quadro 5: Sudeste do Par. Formao socioespacial no perodo da castanha e sua relao com o
contexto regional. 1920 a 1960.
Fases Elementos do Principais Formao socioespacial do Sudeste
processo de elementos da do Par e de Marab
produo do configurao
espao regional urbana paraense
1920 Nova estagnao Estagnao urbana. Nova fase das atividades econmicas,
a econmica, fruto da Prosperidade urba- com predomnio da castanha e manuten-
1960 queda da demanda na restrita s cidades o das relaes de trabalho baseadas na
da borracha. do Baixo Amazonas e prtica do aviamento.
Aumento da dvida do Tocantins-Itaca- Marab apresenta sua funcionalidade
pblica interna e ex- nas, em virtude da econmica pautada na produo e co-
terna. produo da juta e da mercializao da castanha.
Refluxo populacio- castanha, respectiva- Incremento na atividade de extrao e
nal e relativa autarci- mente. exportao da castanha, que era escoada
zao dos seringais. Belm como princi- pelo Rio Tocantins e, mais tarde, tam-
Diminuio absolu- pal foco de direo do bm, pela Estrada de Ferro do Tocan-
ta da populao das xodo rural. tins.
pequenas cidades. Consolidao do ncleo urbano ori-
Destaque econmi- ginal de Marab (Velha Marab), pela
co: produo da juta importncia dos fluxos relacionados
no Mdio Amazonas explorao e exportao da castanha-do-
e da castanha-do- -par.
-par no Tocantins/ As atividades econmicas contribu-
Itacainas. ram para a reconfigurao do poder lo-
cal, com reafirmao de uma oligarquia,
desta feita ligada castanha.
Surgimento do municpio de Itupiran-
ga, a partir de Marab (1947).
Estruturao de Marab como a cidade
dos notveis da castanha.
Organizado por Saint-Clair C. da Trindade Jr., Michel de Melo Lima e Jovenildo Cardoso Rodrigues, com
base em Velho (1981), Yoschioka (1986), Corra (1987), Tourinho (1991), Tavares (1992), Lima (1992), Mat-
tos (1996), Becker (1997), Moraes (1998), Emmi (1999), Almeida (2002), Petit (2003), Silva (2004), Coelho
(2005), Marab (2006), Marab (2008), Miranda (2009).
13 O jogo metafrico entre as cidades simblicas aqui apresentadas visa a identificar algumas
mudanas na estrutura poltica e econmica da cidade de Marab, atentando para o declnio e
para a ascenso de determinados grupos polticos do poder local. Tais mudanas, no entanto,
no devem ser compreendidas como uma ideia de ruptura total ou substituio de uma
estrutura poltica por outra, uma vez que coexistiam articulaes e alianas entre um grupo
poltico e outro. Devemos entender o jogo simblico como um elemento que permite revelar
a mudana do papel hegemnico que passou a ser exercido pela oligarquia dos Tocantins, e
para, alm disso, compreender as novas espacialidades provenientes da produo social da
cidade.
14 A esse respeito, Paternostro (1945), em viagem ao mdio Tocantins no ano de 1935, descreve
o espao da cidade de Marab da seguinte maneira: Marab constitui-se em um acam-
pamento de arrendatrios de castanhais, de comerciantes e de apanhadores de castanha.
um centro com todas as caractersticas sociogeogrficas da produo extrativa vegetal.
Os arrendatrios controlam o produto que desce pelos rios, os comerciantes fiscalizam
os indivduos aos quais fornecem mercadorias pelo trabalho na safra e os apanhadores de
castanha encontram em Marab aguardente, mulheres e jogo, que no existem nas matas
(Paternostro, 1945, p.109).
15 Atravs dessa prtica, escolhem-se a dedo aqueles que tm o direito de acesso terra, que no
destituda de valor pelo aparecimento de relaes entre capital e trabalho; pelo contrrio,
transformada em propriedade territorial capitalista, sendo a condio bsica para a emer-
gncia do poder oligrquico, principalmente em virtude de o processo de arrendamento ter
retirado a possibilidade de acesso terra de posseiros e pequenos produtores da regio que,
expropriados das condies materiais de existncia, sujeitavam-se a formas aviltantes de
trabalho nos castanhais.
16 No existe uma explicao nica para justificar o nome do bairro. Moradores mais antigos
afirmam que a denominao decorreu do fato de o espao ter sido inicialmente habitado
por lavadeiras que, em consequncia de ficarem muito tempo ao sol, apresentavam cabelos
ressecados. Segundo outros relatos, havia ali uma zona de meretrcio, cujas moradoras, em
sua maioria, prostitutas, apresentavam cabelos ressecados em decorrncia do sol (Nova
cartografia social da Amaznia, 2007). Acredita-se, ainda, que a denominao est associada
presena marcante da populao negra no bairro desde sua origem (Par, s/d).
Quadro 6: Sudeste do Par. Formao socioespacial no perodo da colonizao oficial e sua relao
com o contexto regional. 1960 a 1980.
Fases Elementos Principais elementos da Formao socioespacial do
do processo de configurao urbana Sudeste do Par e de Marab
produo do espao paraense
regional
1960 As rodovias como no- Reorganizao da rede Nova fragmentao poltico-territo-
a vos eixos de circulao. urbana e definio de um rial do municpio de Marab (1961),
1980 Presena marcante do sistema mais complexo de dando origem a outros municpios
Estado atravs de incenti- rede de cidades. (So Joo do Araguaia e Jacund).
vos, da criao de infraes- Maior incremento da ur- Decadncia do comrcio local por
trutura e de reparties banizao regional. conta da presena dos bancos, o que
pblicas. Surgimento e crescimen- ir conferir mais autonomia aos ar-
Criao de rgos de to de ncleos urbanos e rendatrios dos castanhais em relao
planejamento e financia- povoados ao longo das ro- aos comerciantes tradicionais locais.
mento. dovias e/ou ligados a pro- Diminuio relativa da importn-
Projetos de colonizao jetos de colonizao. cia da Marab ribeirinha, a partir
agropecurios. Revigoramento de cen- dos anos 1960, em decorrncia da
criao do eixo rodovirio Belm-
Estrutura fundiria tros sub-regionais articu- -Braslia, que ligou a regio amazni-
marcada pela grande pro- lados a uma nova dinmica
ca ao Centro-Sul do pas e provocou
priedade rural, com in- local. barateamento geral de mercadorias
centivos governamentais. Estagnao de cidades no espao local.
Predomnio de uma em reas de pouco impac- Instalao de agncias bancrias
mo de obra volante e to das frentes de expanso diretamente ligadas s polticas de
polivalente. econmica.
desenvolvimento regional (BASA
Maior articulao com o Urbanizao concentrada e Banco do Brasil) em Marab nos
Centro-Sul e o Nordeste. nas principais cidades. meados dos anos 1960.
Introduo de grandes Conformao metropoli- Construo da Rodovia Transama-
capitais na regio, ligados tana de Belm e incremento znica nos anos 1970-1971.
explorao de recursos das atividades industriais, Mudana na orientao do sistema
naturais regionais, nota- com o auxlio dos incenti- de transportes e comunicaes da na-
damente os minerais, ma- vos fiscais. vegao fluvial predominncia do
deireiros e energticos. transporte rodovirio.
Construo da PA-70 (atual BR-
222), o chamado ramal de Marab
para a Belm-Braslia, nos anos 1970,
e abertura da PA-150, em 1972, per-
mitindo maior fluidez para algumas
cidades do Sudeste Paraense.
Tendncia de expanso da grande
pecuria nos anos 1970 e empobreci-
mento dos vales midos, pela dimi-
nuio dos movimentos do comrcio
local.
Nos anos 1970, Marab torna-se
uma das cidades-base para a im-
plantao do projeto de urbanis-
mo rural conduzido pelo Instituto
Nacional de Colonizao e Reforma
Agrria (Incra) e pela Superintendn-
cia do Desenvolvimento da Amaz-
nia (Sudam).
Continua
Quadro 6: Continuao
Fases Elementos Principais elementos da Formao socioespacial do
do processo de configurao urbana Sudeste do Par e de Marab
produo do espao paraense
regional
Primeiros estudos acerca da viabi-
lidade da produo mineral em larga
escala no Sudeste Paraense.
Afloramento da provncia mineral
que ficou conhecida como a Serra das
Primeiras Descobertas Carajs, cujo
minrio passou a ser explorado pela
ento estatal Companhia Vale do Rio
Doce.
Incio dos anos 1970: Marab torna-
-se rea de segurana nacional e ter-
ritrio de atuao direta do governo
ditatorial.
Anos de 1970: criao e implantao
do ncleo urbano planejado da Nova
Marab, com um traado orgnico
em forma de folhas de castanheira,
com ingerncia direta do governo di-
tatorial e sob coordenao da Sudam.
Como consequncia da poltica dos
polos agropecurios implantados
pelo Incra no municpio de Marab,
expandiu-se espacialmente o ncleo
urbano da Cidade Nova, com aumen-
to da ocupao espontnea desse n-
cleo s margens da Transamaznica.
A gesto municipal de Marab foi
exercida por interventores nomeados
pelo governo federal.
Consolidao de Marab como ci-
dade da colonizao oficial, com a
definio de trs ncleos com perfis
urbanos bem distintos.
Elaborado por Saint-Clair C. da Trindade Jr., Michel de Melo Lima e Jovenildo Cardoso Rodrigues com base
em Velho (1981), Yoschioka (1986), Corra (1987), Tourinho (1991), Tavares (1992), Lima (1992), Mattos
(1996), Becker (1997), Moraes (1998), Emmi (1999), Almeida (2002), Petit (2003), Silva (2004), Coelho
(2005), Marab (2006), Marab (2008), Miranda (2009).
18 A esse respeito, Tavares (1999) destaca a expanso das dinmicas de distribuio das redes de
energia eltrica no Sudeste Paraense, ressaltando a importncia da cidade de Marab como
ponto estratgico dotado de diversificadas demandas de energia, com vistas a abastecer os
setores industrial, comercial e residencial.
19 A expanso horizontal contnua de Marab no foi possvel devido ao fato de que, ao norte, a
cidade era limitada pelo Rio Tocantins, ao sul, pelo Itacainas, a oeste, pela juno dos dois
rios, e a leste, apresentava terrenos de vrzea suscetveis a alagamentos constantes em pero-
dos das cheias dos dois rios. Diante disso, ocorreu uma expanso horizontal descontnua da
cidade (Idesp, 1977).
20 O ncleo da Nova Marab, localizado s margens da rodovia Transamaznica (Yoschioca,
1986), foi inicialmente pensado com base em um Plano Diretor Urbano que definiu os cami-
nhos a serem adotados para a construo da futura cidade, sob a incumbncia do Servio
Federal de Habitao e Urbanismo (Serfhau), que delegou a coordenao do processo de
implantao Sudam (Yoschioka, 1986). Em seu desenho urbano, em forma de castanheira,
destacam-se as folhas, espcies de unidades de vizinhana, que so numeradas para fins de
identificao e de melhor localizao no conjunto da cidade.
21 Vicentini (2004) ressalta que a Nova Marab foi implantada tendo como principal objetivo
servir como centro de apoio aos grandes projetos, de maneira a receber fluxos migratrios,
bem como de prestar servios microrregio da qual faz parte. O projeto de sua implanta-
o, conduzido pela Sudam, apresentou como principal inovao o traado dos arruamentos
na forma de folhas de castanheira. O desenho urbano considerado excntrico, nunca foi
totalmente assimilado pela populao, de maneira que a prefeitura constantemente inaugu-
rava pontes (interligaes) entre as folhas, como so denominadas suas reas internas
(Vicentini, 2004).
22 A partir da dcada de 1970, Marab tem sua importncia revigorada, uma vez que passou a
constituir ponto estratgico para a implantao do projeto de urbanismo rural conduzido
pelo Incra (Tourinho, 1991). Como consequncia da poltica de colonizao baseada nos
polos agropecurios implantados pelo Incra, nas proximidades de Marab, expandiu-se
espacialmente, com aumento da ocupao espontnea, o ncleo urbano Cidade Nova, loca-
lizado s margens da rodovia Transamaznica (Tourinho, 1991).
23 Com o tempo, a denominao Ncleo Integrado Cidade Nova caiu em desuso, sendo atual-
mente chamado simplesmente Cidade Nova.
24 Para efeitos da presente anlise, denominaremos aqui de cidade multinucleada essa estrutura
urbana presente em Marab, pouco comum no conjunto das cidades mdias brasileiras,
normalmente marcadas pela presena de um nico centro principal. A preferncia por
essa denominao, e no a de cidade polinucleada, tem por objetivo diferenciar esse tipo
de configurao urbana daquelas outras estruturas, visivelmente mais complexas, que tm
servido para identificar as metrpoles contemporneas, caracterizadas pela vasta extenso,
pela disperso e pela descontinuidade dos diversos tipos de assentamentos que configuram o
tecido urbano. Por no se tratar de uma estrutura urbana metropolitana, pensamos ser mais
Quadro 7: Sudeste do Par. Formao socioespacial recente e sua relao com o contexto regional.
1980 a 2012.
Fases Elementos do Principais elementos Formao socioespacial do
processo de da configurao Sudeste do Par e de Marab
produo do urbana paraense
espao regional
1980 Presena marcante Consolidao de novas A construo da Usina Hidreltrica
a de uma centralidade cidades como sedes de de Tucuru induziu intensos contin-
1990 capitalista perpe- novos municpios. gentes demogrficos para a regio,
tuada pelo Estado Disseminao de aglo- notadamente a partir do incio dos
Nacional atravs de merados rurais e urbanos anos 1980.
incentivos e da cria- com precria infraestru- Implantao do Projeto Carajs e
o da infraestrutura tura. construo do corredor de exportao
necessria para as at o porto de Itaqui, no Maranho.
empresas desenvol- Intensa fragmentao
verem suas ativida- poltico-territorial com a Em 1981, a cidade de Marab deixa
des, alm da insero criao de novos muni- de ser rea de segurana nacional e re-
das rodovias como cpios. toma a condio de territrio adminis-
novos eixos de circu- Disseminao do mo- trado pelo poder pblico municipal.
lao regional. delo cidade-empresa ou Forte atuao de atores sociais (ma-
Ao intensiva de company towns, como deireiros, fazendeiros, garimpeiros
empresas capitalis- base logstica de grandes etc.) que influem na construo de ter-
tas na explorao dos empreendimentos. ritorialidades conflituosas na regio.
recursos da regio. Incio das exportaes de minrio de
Nova estruturao ferro em larga escala a partir de 1982.
do espao pela pre- Surgimento de cidades vinculadas
sena de grandes explorao mineral, como Curio-
projetos, como aque- npolis, Parauapebas e Eldorado de
les ligados ao Progra- Carajs.
ma Grande Carajs. Alguns ncleos urbanos se firmam
Reafirmao dos como bases logsticas e espaos de
f luxos atravs da conteno de fluxos migratrios (Ma-
melhoria infraestru- rab, Parauapebas, Curionpolis, El-
tural aeroviria e a dorado dos Carajs).
presena da Estrada Marab constituiu-se base logstica
de Ferro de Carajs. da Vale e sede do mais importante dos
quatro polos industriais planejados
pela companhia.
Incremento do movimento de cria-
o do estado de Carajs, com sede em
Marab.
No ano de 1988, ocorre o desmem-
bramento de parte do territrio de
Marab, dando origem aos munic-
pios de Curionpolis e Parauapebas.
No ano de 1988, ocorre a instalao
do distrito industrial de Marab, com
o objetivo de formao do parque si-
derrgico, voltado para o beneficia-
mento do minrio de ferro explorado
pela Vale.
Continua
Quadro 7: Continuao
Fases Elementos do Principais elementos Formao socioespacial do
processo de da configurao Sudeste do Par e de Marab
produo do urbana paraense
espao regional
Forte presena de conflitos ligados
ao acesso terra agrria, com vrios
registros de violncia no campo.
Consolidao de Marab como uma
expresso de cidade corporativa, de
forte presena da Vale na definio da
estrutura urbana.
A Combinao de A rede urbana clssica Intensificao do processo de frag-
partir uma economia de substituda por um siste- mentao territorial com a formao
de fronteira com um ma de cidades que com- de municpios desmembrados de Ma-
1990 vetor tecnoecolgico bina diversos padres de rab e Parauapebas, como gua Azul
de desenvolvimento. urbanizao, localizao do Norte, Eldorado do Carajs e Ca-
Definio de uma e circulao. na do Carajs.
nova Poltica Nacio- Disseminao de aglo- Consolidao de uma rede urbana
nal Integrada para merados rurais, prec- complexa, com rebatimentos intensos
a Amaznia Legal rios e instveis. em municpios com maiores nveis de
com base no desen- Esgotamento do mode- centralidade, como Marab.
volvimento susten- lo cidade-empresa. Expanso de aglomeraes urbanas
tvel. precrias s margens de rodovias, a
Reforo s cidades de
Integrao amaz- porte intermedirio co- exemplo de Eldorado do Carajs e
nica como parte de nectadas por rios e rodo- Curionpolis.
um projeto nacional vias. Expanso do setor tercirio em cida-
de insero no atual des intermedirias, com redes de lojas
estgio da globaliza- Consolidao de novos
centros regionais. e supermercados que tendem a esta-
o. belecer filiais para outros municpios
Integrao das di- Crescimento econmi- do Sudeste do Par.
menses econmica, co e indcios de moderni-
zao em cidades situa- Significativo crescimento demo-
social e ambiental. grfico da populao do Sudeste Pa-
das em novas frentes de
Interesses e proje- expanso. raense e aumento das desigualdades
tos diferenciados: o socioespaciais intraurbanas.
discurso ecologista, Reforo metropoliza-
o de Manaus e Belm Crescimento da importncia e do
a geopoltica ecol- papel de cidades como Parauapebas
gica, os projetos al- (disperso em direo a
municpios vizinhos). e Tucuru.
ternativos de desen-
volvimento. Empobrecimento ge- Recrudescimento de conflitos agr-
neralizado de cidades de rios e urbanos, com papel decisivo de
Prioridades estra- resistncia empreendida por impor-
tgicas: rede hidro- grande, mdio e pequeno
porte, devido ao esgota- tantes movimentos sociais, a exemplo
grfica conectada s do MST.
demais vias de circu- mento de determinadas
lao, rede de energia frentes de expanso eco- Retomada do movimento e do dis-
e telecomunicaes e nmica no interior do curso emancipacionista que projetam
fluidez da rede ur- estado. Marab como capital do futuro estado
bana. de Carajs.
Crescimento acelerado de algumas
cidades do Sudeste do Par com re-
percusso na expanso da periferia de
cidades como Marab e Parauapebas.
Continua
Quadro 7: Continuao
Fases Elementos do Principais elementos Formao socioespacial do
processo de da configurao Sudeste do Par e de Marab
produo do urbana paraense
espao regional
A Marab reafirma-se como base lo-
partir gstica para a expanso de novos
de agentes capitalistas da regio e como
1990 centro importante para a projeo de
agentes polticos hegemnicos e con-
tra-hegemnicos.
Expanso da segunda etapa do Dis-
trito Industrial de Marab, a partir de
2005, com implantao de novas side-
rrgicas e rea disponibilizada para a
instalao de outras indstrias.
Presena de filiais de grandes cor-
poraes nacionais e internacionais
que passam a atuar na regio Sudeste
do Par a partir do ncleo urbano de
Marab.
Manuteno por parte de Marab da
condio de base logstica da Vale, par-
tilhando essa condio com a cidade
de Parauapebas.
Crescimento populacional e expan-
so do nmero de loteamentos e ocu-
paes urbanas, principalmente nas
reas perifricas.
Importncia de Marab como gran-
de emtroncamento rodovirio, ferro-
virio, aerovirio, hidrovirio, com
reforo de sua centralidade urbano-
-regional.
Fortalecimento do setor tercirio na
cidade de Marab, com a presena
de comrcios e servios que atendem
modernizao econmica urbana e
rural e que define igualmente um cir-
cuito econmico inferior e alternativo
que a caracterizam como cidade dos
agronegcios e das agrossubsistncias.
Conf igurao de Marab como
uma cidade mdia polinucleada, com
trs centros urbanos principais (Ve-
lha Marab, Nova Marab e Cidade
Nova) e dois secundrios (So Flix e
Morada Nova), com novas tendncias
de expanso urbana a partir da insta-
lao da Alpa,* mais recentemente, de
propriedade da Vale.
* Empresa da Vale que ser implantada na cidade de Marab, mais especificamente no ncleo Cidade Nova,
na rodovia Transamaznica, no sentido do municpio de Itupiranga.
Continua
Quadro 7: Continuao
Fases Elementos do Principais elementos Formao socioespacial do
processo de da configurao Sudeste do Par e de Marab
produo do urbana paraense
espao regional
A cidade econmica passa a subs-
tituir a cidade dos notveis do pas-
sado, definindo para Marab fortes
verticalidades, com o espao globali-
zado, e horizontalidades, com o espao
local e sub-regional.
Organizado por Saint-Clair C. da Trindade Jr., Michel de Melo Lima e Jovenildo Cardoso Rodrigues, com
base em Velho (1981), Yoschioka (1986), Corra (1987), Tourinho (1991), Tavares (1992), Lima (1992), Mat-
tos (1996), Becker (1997), Moraes (1998), Emmi (1999), Almeida (2002), Petit (2003), Silva (2004), Coelho
(2005), Marab (2006), Marab (2008), Miranda (2009).
O intenso papel estruturador exercido pela Vale a partir dos anos 1980
contribuiu decisivamente para que Marab se definisse como uma verda-
deira cidade econmica corporativa, ainda que fora dos moldes de cidade-
-empresa ou company town, a exemplo da cidadela de Carajs, na serra
de mesmo nome (municpio de Parauapebas). Essa condio possibilitou
maior fluidez das atividades econmicas modernas, de forma a atender s
novas demandas dos mercados local, regional e extrarregional.27
O ritmo das transformaes da cidade econmica corporativa revela-
-se claramente na paisagem urbana de Marab, entre outras expresses,
por meio de: expanso dos assentamentos urbanos nos novos ncleos; in-
tensificao dos fluxos de transportes intra e interurbanos, com destaque
para a Ferrovia de Carajs; implantao do parque siderrgico de Marab;
e ampliao e diversificao das atividades comerciais e de servios consi-
deradas modernas, que passam a surgir com vistas a atender precipuamente
s novas demandas corporativas.
Evidenciou-se, tambm, a presena de empresas que tendem a fixar-se
em diversos pontos da cidade, passando a atuar em atividades econmi-
cas complementares, a fim de atender s demandas da Vale, bem como
a fornecer produtos e servios como consultorias, assistncia tcnica para a
reproduo de bovinos, revendas de tratores, caminhes e automveis, em
geral para as elites polticas locais capitalizadas. Cabe ressaltar aqui a insta-
lao do Distrito Industrial de Marab (DIM), ocorrido na segunda metade
dos anos 1980, onde se passou a promover o beneficiamento de produtos
extrativo-minerais de interesse da empresa (Petit, 2003).
O processo de modernizao do territrio empreendido pelos grandes
projetos, particularmente o Projeto Ferro-Carajs (PFC), no municpio de
28 Para Santos (1996), essas noes expressam atributos do espao no perodo tcnico-cientfico
-informacional que vivemos, marcado pela menor rigidez do ponto de vista da continuidade
e da contiguidade absoluta, que demarcaram em outros tempos maiores horizontalidades e
solidariedades orgnicas do ponto de vista espacial. Diferentemente, hoje, convivendo com
aquelas, mas ganhando cada vez mais notoriedade, as solidariedades organizacionais tendem
a substituir as solidariedades orgnicas de outrora.
Tabela 5: Regio Norte do Brasil. Municpios com maiores taxas de crescimento populacional,
localizados ao longo das principais rodovias. 1970 a 1996.
Municpios-Estados Populao residente % %
(1991/1970) (1996/1970)
1970 1980 1991 1996
Altamira (PA) 15.345 46.496 72.408 78.782 372 413
Ananindeua (PA) 22.527 65.878 88.151 341.257 291 1.415
Araguana (TO) 37.780 72.063 103.315 105.019 173 178
Boa Vista (RR) 36.464 67.017 144.249 165.518 296 354
Itaituba (PA) 12.690 38.573 116.402 97.630 817 669
Itupiranga (PA) 5.346 15.651 37.011 37.771 592 607
Jacund (PA) 2.219 14.860 43.012 39.526 1.838 1.681
Marab (PA) 24.474 59.881 123.668 150.095 405 513
Paragominas (PA) 14.697 48.112 67.075 65.931 356 349
Paraso Tocantins (TO) 9.310 20.702 28.825 34.251 210 268
Porto Velho (RO) 84.048 133.882 287.534 294.227 242 250
So Flix do Xingu (PA) 2.332 4.954 24.891 40.983 967 1.657
Senador J. Porfrio (PA) 2.971 6.391 39.010 22.884 1.213 670
Variaes mdias (%) 598 694
Fonte: IBGE apud Bentes, Amin (2005).
Tabela 6: Polo Carajs. Produo de ferro-gusa e demanda anual de carvo vegetal. 2000 a 2004.
Ano Produo Gusa (t) Demanda carvo (m3)
2000 1.543.892 3.296.016
2001 1.870.602 4.007.049
2002 2.080.313 4.450.718
2003 2.296.581 4.875.855
2004 2.734.329 5.808.196
Fonte: Ibama apud Assis; Halmenschlager; Oliveira (2008).
[...] A gente enxerga nisso um problema muito srio, pois voc v que os pr-
prios bancos, hoje, que pra voc fazer um projeto de fruticultura, eles no te
financiam se no tiver gado de corte ou gado de leite. Ento ns sofremos muito
com essa questo. Falta ter essa viso produtiva e a voc tem dez alqueires de
terra, voc derruba a metade e comea a criar gado, daqui a uns quatro ou cinco
anos chega concluso que ele no tem condio e vende o lote pra outro, por-
que no tem um p de acerola, cupuau, laranja, s pasto, s tem bezerro e leite
pra vender pro atravessador. (Representante da Federao das Cooperativas da
Agricultura Familiar do Sul do Par, entrevista realizada em 29 jan. 2010)
Tabela 8: Sudeste do Par. Percentual da soma das reas de assentamento por municpios. 2007.
Municpio rea (km2) rea dos Percentual
assentamentos (km2) aproximado
Marab (PA) 1.512.700,00 387.943,81 26%
Itupiranga (PA) 789.900,00 371.174,10 47%
Eldorado dos Carajs (PA) 296.700,00 190.859,36 64%
Parauapebas (PA) 701.900,00 122.574,05 17%
So Domingos do Araguaia (PA) 139.600,00 44.711,03 32%
Nova Ipixuna (PA) 160.500,00 45.158,11 28%
So Joo do Araguaia (PA) 129.100,00 41.078,76 32%
Novo Repartimento (PA) 1.543.300,00 568.480,61 37%
Pacaj (PA) 1.185.200,00 339.963,72 29%
Total 6.458.900,00 2.111.943,55 33%
Fonte: Michelotti et al. (2007).
Quadro 13: Sudeste do Par. Prestadoras de servios de assistncia tcnica rural. 2008.
No Prestadora Ano de criao
1 Emater Sudeste-PA 1965
2 Emater Sul-PA 1966
3 Fetagri Sul 1996
4 Coopvag 1997
5 Coomasrp 1997
6 Coopservios 1998
7 Aexam 1998
8 Grapas 2001
9 Procampo 2001
10 Coomafasp 2003
11 Amazon Rural 2004
Fonte: Equipe de Articuladores de Ates apud Assis; Halmenschlager; Oliveira (2008).
Tabela 9: Sudeste do Par. Produo dos assentamentos de Marab, Parauapebas, Nova Ipixuna
e Eldorado dos Carajs. Jan./2010.
Projetos de Assentamento Total
Marab Parauapebas Nova Ipixuna Eldorado
Aves Cabea 48.245 41.306 20.316 32.368 142.235
Ovos/dzia 7.812 3.442 1.458 7.302 20.014
Sunos (Cabea) 2.857 2.587 1.149 3.298 9.891
Stio (ha) 849 845 442 896 3.032
Bovino Cabea 37.318 36.160 14.933 23.355 111.766
Adulto 7.870 8.105 3.821 7.238 27.034
Bezerro 964 977 417 962 3.320
Leite (1.000 l) 8.424 3.727 2.929 8.894 23.974
Queijo (kg) 7.097 6.374 2.834 6.352 22.657
Gros Feijo (Saco de 60 kg) 2.120 2.416 1.112 2.629 8.277
Arroz (Saco de 60 kg) 5.256 5.450 2.244 5.887 18.837
Milho (Saco de 60 kg) 4.901 4.877 2.018 5.225 17.021
Mandioca (Saco de 7.916 9.672 3.151 9.422 30.161
60 kg)
Mel (litro) 2.031 1.087 2.076 1.402 6.596
Peixe (mil) 322 226 140 359 1.047
Fonte: Incra (2010).
A nossa batalha que, antes, a gente estragava muito as coisas no nosso pro-
jeto de assentamento e hoje, com muita dificuldade ainda, porque mora longe,
tem que pedir ajuda aos prefeitos [...] ns consegue vender nossos produtos.
Antigamente a gente vivia mais humilhado e aqui no, ns faz do jeito que ns
quer e d pra tirar o nosso sustento. A gente no vende pro atravessador, s se
sobrar. Se a gente vende pro atravessador, a gente no tinha nada pra vender
aqui. O transporte pra chegar aqui Kombi, micro-nibus, vans e carros de
frete. E a, aqui voc v, o cara traz a verdura, a fruta, traz a galinha, traz o
porco, traz o bode, traz o leite no balde. (Representante da organizao da Feira
do Agricultor, entrevista realizada em 30 jan. 2010)
Ns criamos essa feira a que funciona sbado, porque muita das vezes os
trabalhadores diziam: a gente produz, mas no tem onde vender, onde escoar.
E a a gente criou a feira e se voc v a variedade de produtos aqui: aa, bacaba,
laranja, tangerina, milho, frango, babau, verdura, farinha, castanha-do-par.
Cada produtor traz um pouco e ali junta. (Representante do Sindicato dos Tra-
balhadores Rurais de Marab, entrevista realizada em 29 jan. 2010)
Olha, aqui j teve um debate amplo puxado pelas siderrgicas sobre reflo-
restamento, que no emplacou. Os movimentos sociais, Fetagri, MST, que
questionaram por que fazer reflorestamento com eucalipto e no fazer com casta-
nha-do-par, cupuau, acerola, porque a gente precisa ter uma outra alternativa
na regio. Pra ns no emplacou, mas eles vm trabalhando, os grandes, pra con-
vencer, mas a gente se coloca contra, pois isso vai acabar com a questo da agri-
cultura familiar. (Representante da Fecat, entrevista realizada em 29 jan. 2010)
[...] pode-se dizer que, mais do que estratgia de discurso, ocorre o advento
de categorias que se afirmam por meio da existncia coletiva, politizando no
apenas as nomeaes da vida cotidiana, mas tambm as prticas rotineiras
de uso da terra. A complexidade de elementos identitrios, prprios de auto-
determinao afirmativa de culturas e smbolos, que fazem da etnia um tipo
organizacional, ou traduzida para o campo das relaes polticas, verificando-
-se uma ruptura profunda com a atitude colonialista e homogeneizante, que
historicamente apagou diferenas tnicas e a diversidade cultural, diluindo-as
em classificaes que enfatizavam a subordinao dos nativos, selvagens e
grafos ao conhecimento erudito do colonizador. (Almeida, 2004, p.167)
Esses grupos parecem criar uma nova relao jurdica com o Estado,
pautada pelo reconhecimento da diversidade cultural e tnica e tendo como
base o pluralismo jurdico incorporado na Constituio de 1988. Isso,
ento, nos indica que a questo do reconhecimento identitrio e jurdico
surge como elemento de centralidade na agenda desses grupos, o qual se
expressa na carta do MIQCB ou mesmo no conjunto de reivindicaes de
comunidades indgenas da regio. Trata-se de uma forma de relao com
2 Essa nova unidade da federao seria formada por municpios localizados na poro sul e
sudeste do estado do Par. Esses mesmos municpios propuseram, sem resultado favorvel, a
partir da juno de seus territrios, a criao do estado de Carajs, desvinculando-se do estado
do Par. O territrio que pretendia ser emancipado tem em Marab sua principal cidade,
tanto do ponto de vista do quantitativo populacional quanto do dinamismo econmico e
da fora poltica. Inclui 39 municpios paraenses, com uma rea de 289.799 quilmetros
quadrados, uma populao aproximada de 1,4 milho de habitantes, um Produto Interno
Bruto de 19,6 bilhes de reais. O novo estado seria formado pelos seguintes municpios: Abel
Figueiredo, gua Azul do Norte, Anapu, Bannach, Bom Jesus do Tocantins, Brejo Grande
do Araguaia, Breu Branco, Cana dos Carajs, Conceio do Araguaia, Cumaru do Norte,
Curionpolis, Dom Elizeu, Eldorado do Carajs, Floresta do Araguaia, Goiansia do Par,
Itupiranga, Jacund, Marab, Nova Ipixuna, Novo Repartimento, Ourilndia do Norte,
Pacaj, Palestina do Par, Parauapebas, Pau DArco, Piarra, Redeno, Rio Maria, Rondon
do Par, Santa Maria das Barreiras, Santana do Araguaia, So Domingos do Araguaia, So
Flix do Xingu, So Geraldo do Araguaia, So Joo do Araguaia, Sapucaia, Tucum, Tucuru
e Xinguara.
maioria dos votos da regio do sudeste do Par tenha sido a favor da criao
do estado de Carajs. Cria-se uma identidade territorial de projeto que
homogeneza toda uma regio pela definio de signos culturais ligados
cultura do gado, da minerao e do progresso. As bases discursivas e
identitrias dessa territorialidade so expostas a seguir:
Tabela 10: Marab. Pessoas de 10 anos ou mais de idade, ocupadas, por seo de atividade do
trabalho principal, na semana de referncia. 2000.
Seo 2000
Pop. de 10 anos ou mais %
Agricultura, pecuria, silvicultura, explorao 11.771 20,10
florestal e pesca
Indstria extrativa, indstria de transformao e 6.642 11,34
distribuio de eletricidade, gs e gua
Construo 3.879 6,62
Comrcio, reparao de veculos automotores, 12.728 21,73
objetos pessoais e domsticos
Alojamento e alimentao 3.370 5,75
Transporte, armazenagem e comunicao 2.835 4,84
Intermediao financeira e atividade imobiliria, 2.168 3,70
aluguis e servios prestados a empresas
Administrao pblica, defesa e seguridade social 4.779 8,16
Educao 2.974 5,08
Sade e servios sociais 1.142 1,95
Outros servios coletivos, sociais e pessoais 1.846 3,15
Servios domsticos 4.020 6,86
Organismos internacionais e outras instituies
extraterritoriais
Atividades mal definidas 406 0,69
Total 58.560 100,00
Fonte: IBGE, Censo Demogrfico 1991/2000. Elaborado por Idesp/Sepof apud Par (2007a).
Ainda segundo esses autores, foi tambm a partir desse momento que
as vantagens competitivas da periferia comearam a surtir efeitos sobre
o Estado nacional, que repensou seus investimentos para a indstria e o
desenvolvimento do pas, atravs de polticas de desenvolvimento regional,
expressas, em grande medida, nos sucessivos Planos Nacionais de De-
senvolvimento (PND): I PND (1970-1974), direcionado modernizao
da agricultura, II PND, voltado redistribuio da indstria e III PND
(1980-1985), elaborado para a correo de rumos (Moreira, 2004). O resul-
tado desse processo foi a localizao do capital produtivo tambm na peri-
feria do territrio, estabelecendo, assim, uma acumulao em nvel nacional
que beneficiou os grupos econmicos j consolidados do Centro-Sul por
meio da venda de insumos e de bens de capital.
Para a Amaznia, o resultado dessas polticas foi sua transformao,
ainda nos anos 1970, em uma fronteira econmica. No caso especfico de
Marab e do Sudeste Paraense, essa mudana ocorreu do ponto de vista tanto
de sua estrutura produtiva quanto de seu papel na rede urbana regional.
Segundo Coelho (2005), a minerao tem um papel fundamental nas
novas dinmicas empreendidas na regio, haja vista sua contribuio para
a penetrao do povoamento, a expanso das tenses sociais no interior, a
interiorizao do processo de urbanizao e da hierarquizao das cidades
e, alm disso, para a formao de redes tcnicas que fomentaram o surgi-
mento de foras produtivas de efeitos seletivos e gradativos.
Esse processo estimulou tambm a criao do Programa Grande Carajs
(PGC), que fez que a indstria mineral passasse a ser a ponta de lana para
a promoo do desenvolvimento econmico regional. Inseridas no PGC,
entre outros projetos, podemos citar a explorao da bauxita, em Oriximi-
n, realizada pela Minerao Rio do Norte, com financiamento da Vale, e a
construo da Albras-Alunorte-Alumar, para beneficiar a bauxita, trans-
form-la em alumina para, ento, ser transformada em alumnio. A matriz
energtica desses projetos disponibilizada pelo governo federal, atravs
da construo da Hidreltrica de Tucuru e de suas linhas de transmisso.
Alm desses, outro projeto associado ao PGC, e que merece destaque, a
explorao do ferro na serra dos Carajs, para cujo escoamento foram cons-
trudos a estrada de ferro, ligando Carajs ao porto de Itaqui no Maranho,
o prprio porto de Itaqui e o ncleo urbano de Carajs. Associado a esse
projeto, vlido lembrar o desenvolvimento da siderometalurgia em Ma-
alguns grupos pioneiros (Viena Siderrgica, Cia. Vale do Pindar e Cia. Side-
rrgica do Par) e pela entrada de novos agentes econmicos, caso de grupos
siderrgicos de maior porte (Gerdau, Ao Cearense), de uma trading que passa
a produzir o ferro-gusa antes importado (Promotora Vascoasturiana) e de gru-
pos empresariais locais (Grupo Revemar, Grupo Leolar etc.).
1 Em princpio, o processo de produo do carvo vegetal era feito apenas pelas indstrias
madeireiras. Hoje, o que se constata um crescimento dessa produo nas propriedades rurais
dessas cidades, que buscam atender demanda das indstrias siderrgicas (Amaral, 2007).
Tabela 11: Marab. Produo das siderrgicas instaladas no Distrito Industrial. 2006.
Siderrgicas instaladas h No de Produo Produo Empregos
mais tempo fornos ms (t) anual (t) diretos
Cosipar 5 46.560 558.720 760
Simara 2 18.000 216.000 400
Usimar 2 19.000 228.000 480
Ibrica 2 27.000 324.000 200
Terranorte 2 11.000 132.000 170
Sidepar 1 18.000 216.000 150
Sidenor (incio op. ago. 2005) 1 13.000 156.000 200
Ferro-gusa Carajs (incio op. 2 30.000 360.000 200
jun. de 2005)
Subtotal (1) 17 182.560 2.190.720 2.460
Siderrgicas instaladas No de Produo Produo Empregos
recentemente fornos ms (t) anual (t) diretos
Da Terra (Grupo Revemar) 1 15.000 180.000 350
Maragusa (Grupo Leolar) 1 15.000 180.000 350
Fermar (ferro-liga) 2 1.333 16.000 135
Subtotal (2) 4 31.333 376.000 835
Total da produo (1+2) 21 213.893 2.566.720 3.295
Fonte: Marab (2006).
Tabela 13: Marab. Base econmica do municpio (Valores em R$ mil/%). 1997 a 2004.
Ano Agropecuria Indstria Comrcio e Total
servios
1997 33.128 (8,85) 136.004 (36,32) 205.267 (54,83) 374.399 (100)
1998 35.739 (8,49) 158.105 (37,56) 227.071 (53,95) 420.915 (100)
1999 40.159 (8,42) 192.369 (40,35) 244.272 (51,23) 476.800 (100)
2000 41.445 (7,46) 252.929 (45,55) 260.927 (46,99) 555.301 (100)
2001 50.663 (7,40) 274.301 (40,07) 359.586 (52,53) 684.550 (100)
2002 83.254 (11,44) 262.896 (36,12) 381.763 (52,44) 727.913 (100)
2003 94.790 (10,13) 378.921 (40,50) 461.813 (49,37) 935.524 (100)
2004 148.499 (10,32) 748.516 (52,01) 542.105 (37,67) 1.439.120 (100)
Fonte: IBGE, 2007. Organizado por Rovaine Ribeiro.
Tabela 14: Marab. Estoque de emprego segundo setor de atividade econmica. 1999 a 2008.
Setor de 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008
atividade
Extrativa 17 19 22 50 65 107 183 124 198 241
Mineral
Indstria de 1.156 1.968 2.019 2.622 3.332 4.663 5.500 5.973 6.684 6.624
Transformao
Servios 244 264 274 268 273 290 350 687 453 234
Industriais
de Utilidade
Pblica
Construo 198 251 462 230 417 812 982 897 2.403 2.003
Civil
Comrcio 2.298 3.344 3.769 4.602 5.309 6.485 7.313 7.923 9.052 9.629
Servios 1.966 2.161 2.366 2.721 3.253 3.923 4.569 4.843 5.340 6.038
Administrao 1.556 1.988 2.420 3.043 4.112 4.440 4.652 6.350 7.354 6.090
Pblica
Agropecuria 260 256 463 601 991 1.280 1.229 1.173 1.507 1.539
Outros / 3
Ignorados
TOTAL 7.695 10.254 11.795 14.137 17.752 22.000 24.778 27.970 32.991 32.398
Fonte: MTE/Rais. Elaborado por Idesp/Sepof apud Par (2014).
Tabela 15: Par. Saldo de postos de trabalho em municpios com mais de 30 mil habitantes. 2010
e 2011.
No de ordem Municpios Saldo de postos de trabalho
1o Belm 15.379
2o Ananindeua 5.300
3o Marab 3.334
4o Parauapebas 2.985
5o Castanhal 1.836
6o Paragominas 1.726
7o Santarm 1.685
8o Barcarena 1.632
9o Moju 1.467
10o Marituba 1.396
Fonte: Dieese apud jornal O Liberal, 1o maio 2011, Cad. Poder, p.6.
Tabela 16: Marab. Gerao de postos de trabalho por ramos de atividades. 2010 e 2011.
No de ordem Ramo de atividade Saldo de postos de trabalho
1o Servios 1.091
2o Comrcio 957
3o Construo Civil 965
4o Extrativa Mineral 237
5o Indstria de Transformao 84
SALDO DE POSTOS DE TRABALHO 3.334
Fonte: Dieese apud jornal O Liberal, 1o maio 2011, Cad. Poder, p.6.
3 Para Santos (1994, 1996), essas noes expressam atributos do espao no perodo tcnico-
-cientfico-informacional que vivemos, marcado pela menor rigidez do ponto de vista da
continuidade e da contiguidade absoluta, que demarcaram em outros tempos maiores hori-
zontalidades e solidariedades orgnicas do ponto de vista espacial. Diferentemente, hoje,
convivendo com aquelas, mas ganhando cada vez mais notoriedade, as solidariedades orga-
nizacionais tendem a substituir as solidariedades orgnicas de outrora.
Tabela 18: Par. Arrecadao de ICMS na construo civil por regies de integrao. 2006.
Regies de integrao ICMS 2006 Participao (%)
Araguaia 1.964.030,70 4,72
Baixo Amazonas 2.021.619,27 4,86
Carajs 2.505.101,86 6,02
Guam 1.925.434,72 4,63
Lago de Tucuru 923.676,33 2,22
Maraj 344.207,38 0,83
Metropolitana 27.500.462,84 66,08
Rio Caet 540.013,50 1,30
Rio Capim 1.379.510,03 3,31
Tapajs 778.255,62 1,87
Tocantins 1.005.370,44 2,42
Xingu 732.083,29 1,76
TOTAL 41.619.765,98 100
Fonte: Sefa, 2006. Elaborado por Par (2009).
1 Conforme j discutido, no Brasil, as cidades dos notveis de outrora tendem a ser substi-
tudas pelas cidades econmicas de hoje, que se caracterizam pela estreita relao com as ati-
vidades econmicas modernas, tpicas de um perodo marcado pela importncia da tcnica,
da cincia e da informao, como definidoras da produo, da circulao, do consumo e de
um modo de vida urbano moderno (Santos, 1993).
Quadro 15: Marab. Feiras e comrcio de rua por ncleos urbanos. 2010.
Identificao Localizao Ncleo Tipo Situao Organizaes
Feira da Velha Rua Getlio Velha Feira Regular Associao dos
Marab Vargas Marab livre + Ambulantes de
Camels Marab
Feira da 28 Folha 28 Nova Feira Regular Associao
Marab da Folha 28
Sindicato da
Folha 28
Comrcio de Rua 5 de Abril Velha Camels Irregular -
rua da Caixa Marab
Econmica
Comrcio de Praa So Cidade Camels Parcialmente -
rua da Praa So Francisco Nova Regular
Francisco
Feira coberta da Avenida Boa Cidade Feira Regular Associao
Laranjeira Esperana Nova da Feira da
Laranjeira
Comrcio de Folha 32, Nova Camels Parcialmente -
rua do Banco do Quadra 06 Marab Regular
Brasil
Orla Sebastio Av. Sebastio Marab Camels Irregular -
Miranda Miranda Pioneira
Feira do Rua 7 de Junho Velha Feira Regular -
Agricultor Marab
Feira Miguel PA-150 com Nova Feira Regular -
Pernambuco Transamaznica Marab
(Km 6)
Fonte: Prefeitura Municipal de Marab. Setor de Fiscalizao de Obras e Postura, 2010. Elaborado por Saint-
-Clair C. da Trindade Jnior.
Quadro 16: Marab. Empresas de transporte rodovirio com linhas regulares. 2011.
Empresas Destinos/via Nmero de
viagens dirias
Atual Belo Horizonte (Palmas e Braslia) 1
Transbrasil Teresina (Aailndia, Santa Inez e Bacabal) 2
Araguana 4
Goinia (Palmas e Braslia) 1
Montes Belos Goinia (Palmas, Barreira e Braslia) 1
Jam-Joy Imperatriz (Araguatins, Augustinpolis, Axixa, Sitio 1
Novo)
Guanabara Recife (Aailndia, Santa Inez, Bacabal, Teresina, 1
Picos e Caruaru)
Aailndia Imperatriz 2
Belm 4
Goiansia 1
Cana dos Carajs (Parauapebas) 2
Transbrasiliana Belm 6
Goinia 2
Teresina 1
Braslia 1
So Paulo 1
Imperatriz 4
Araguana 2
Parauapebas 4
Cana dos Carajs 2
So Flix do Xingu 2
Conceio do Araguaia 2
Santarm 1
Itaituba 1
Altamira 3
Tucuru 2
Fonte: Trabalho de campo, 2011. Elaborado por Bruno Cezar Pereira Malheiro.
Quadro 17: Marab. Cooperativas de transporte alternativo com linhas regulares. 2010.
Cooperativa Principais destinos Cidade Sede
COOPERTRANS So Geraldo, Xinguara, Redeno, Rio Maria, Marab
Rondon do Par, Goiansia, Tucuru, Jacund,
Breu Branco, Dom Eliseu
COOPASUL So Domingos do Araguaia, So Geraldo Marab
do Araguaia, Bom Jesus do Tocantins, Abel
Figueiredo, Breu Branco, Dom Eliseu, Rondon
do Par, Brejo Grande do Araguaia, Porto da
Balsa (divisa com Tocantins), Parauapebas
COOPERRVAMI Itupiranga Marab
COOCAVUMP Parauapebas, Curionpolis, Eldorado dos Parauapebas
Carajs, Cana dos Carajs, Marab
COODEVAN Dom Eliseu, Paragominas, Ulianpolis, Itinga Dom Eliseu
do Par, Ipixuna do Par, Abel Figueiredo,
Bom Jesus do Tocantins, Marab
COOPERALT Eldorado dos Carajs, Xinguara, Gog da Eldorado dos
Ona, Sapucaia, Curionpolis, Parauapebas, Carajs
Marab
TRANSUL So Domingos do Araguaia, Apinajs, So Joo So Domingos
do Araguaia, Marab do Araguaia
COOROVAN Rondon do Par, Dom Eliseu, Abel Figueiredo, Rondon do Par
Bom Jesus do Tocantins, Marab
TRANSJAC Jacund, Nova Ipixuna, Goiansia, Marab Jacund
COOMASPA Tucuru, Breu Branco, Goiansia, Nova Tucuru
Ipixuna, Novo Repartimento, Maracaj,
Pacaj, Marab
COOTRANSUPA Redeno, Xinguara, Pau DArco, Sapucaia, Redeno
Gog da Ona, Eldorado dos Carajs, Rio
Maria, Santana do Araguaia, Cumaru do
Norte, Banach, Marab
COOPERMAB Itupiranga, Vila Cajazeiras, Novo Itupiranga
Repartimento, Marab
COOMITRANSNOR Novo Repartimento, Altamira (todas as Novo
cidades entre Altamira e Novo Repartimento), Repartimento
Marab
COOPERTASP Xinguara, So Flix do Xingu, Tucum, gua Xinguara
Azul do Norte, Ourilndia do Norte, Rio
Maria, Marab
COOPTASUL Em processo de desativao (segundo Arcon) Rio Maria
COOTTCAP Pacaj, Maracaj, Altamira, Itaituba, Novo Pacaj
Repartimento, Marab
COONTACP Goiansia, Jacund, Tucuru, Tailndia, Breu Goiansia
Branco, Marab
COONAATRANSP Cana dos Carajs, Parauapebas, Curionpolis, Cana dos
Eldorado dos Carajs, Marab Carajs
Continua
7 importante destacar que Marab se localiza no entroncamento das rodovias BR-222, que
liga essa cidade BR-010 (Belm-Braslia), PA-150, que, partindo de Belm, chega at a
cidade de Conceio do Araguaia, nos limites com o estado de Tocantins, e Transamaznica,
que articula a cidade com o Nordeste, de um lado, e com o Oeste do estado do Par, de outro.
9 No se trata de afirmar que o comando do lugar seja exercido apenas pelos grupos locais, mas
sim de que, de um lado, via adensamento e diversificao das atividades em que atuam, eles
tm constitudo grupos econmicos importantes dentro da regio amaznica e mesmo fora
dela, se considerarmos o Oeste do Maranho e o estado de Tocantins; de outro lado, algumas
atividades econmicas de grande significncia, em processo de instalao na cidade de Marab,
tm contado com parcerias desses grupos considerados locais. o caso do shopping center
Ptio Marab, por exemplo. Deve-se ressaltar, porm, que a razo dessa nossa afirmao no
se encontra apenas na ao desses grupos econmicos, mas tambm na importncia assu-
mida pelos movimentos sociais que constroem redes de articulao e ao no plano regional,
para fazer frente a essas grandes dinmicas econmicas que vm se instalando na Amaznia.
Tabela 19: Marab. Principais lojas de eletrodomsticos, eletrnicos, magazines e lojas de depar-
tamentos. 2010.
Ncleos Lojas de Departamento
urbanos Leolar Liliani Armazm City Lar Esplanada Renovar Jovilar Lojas
Paraba Centro
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
Velha 02 13,3 01 33,3 02 33,3 01 33,3 01 100 01 100 01 100 01 33,3
Marab
Nova 05 33,3 01 16,7 01 33,3
Marab
Cidade 06 40,0 02 66,7 02 33,3 01 33,3 02 66,7
Nova
So Flix 01 6,7
Morada 01 6,7 01 16,7
Nova
TOTAL 15 100 03 100 06 100 03 100 01 100 01 100 01 100 03 100
Fonte: Trabalho de campo, jan. 2010. Elaborado por Mrcio Douglas Brito Amaral e Marcos Alexandre
Pimentel da Silva.
11 Essa informao foi obtida a partir de entrevistas gravadas com representantes de lojas
comerciais existentes em Marab.
12 De acordo com a prpria empresa Vale, os investimentos diretos previstos para a construo
da usina siderrgica de 3,3 bilhes de dlares, e o nmero de empregos gerados, inicial-
mente, ser de 15 mil diretos (quando estiver sendo construda), e 3 mil diretos (quando
estiver em funcionamento). Alm desses, ainda sero gerados 12 mil empregos indiretos
permanentemente (CVRD, 2009).
13 Nos dias 28, 29 e 30 de janeiro de 2010 foram entrevistados representantes de sete grupos
comerciais considerados importantes e com atuao na cidade de Marab.
14 De acordo com os entrevistados, as lojas dos grupos que mais do lucro, individualmente,
so aquelas que se localizam na Velha Marab.
15 Alm de a grande maioria das tradicionais linhas de nibus coletivo que circulam dentro da
cidade passar pela Velha Marab, esse ncleo tambm ponto de chegada e de partida para
a maior parte dos txis de lotao txis que transportam vrios passageiros com destinos
diferentes, ao mesmo tempo, e que cobram tarifas (2 reais) muito prximas s dos nibus
(1,75 real), oferecendo, porm, a possibilidade de o usurio parar em qualquer ponto e no
apenas naqueles predefinidos.
por satlite para proteger a loja contra furtos, principalmente depois que o
estabelecimento fechado; estabelecem parcerias com empresas de txis,
para que seus clientes tenham desconto no transporte das mercadorias ou,
dependendo do valor de suas compras, tenham esse transporte pago pelo
prprio supermercado; celebram convnios com rgos pblicos e empre-
sas privadas, para que seus funcionrios tenham facilidades e descontos na
realizao de compras; e, na maior parte dos casos, fazem o transporte das
mercadorias que comercializam, com exceo dos produtos perecveis, que
so realizados por empresas de fora do prprio Estado do Par.
Tabela 20: Marab. Principais supermercados segundo a localizao por ncleos. 2010.
Supermercados Ncleos urbanos
Marab Nova Cidade So Flix Morada Total
Pioneira Marab Nova Nova
Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. % Abs. %
Bom Preo 01 100 01 100
Comercial Apache 01 100 01 100
Supermercado 01 11,1 06 66,7 02 22,2 09 100
Alvorada
Supermercado 01 50,0 01 50,0 02 100
Valor
Supermercado 01 100 01 100
Andorinha
Supermercado e 01 100, 01 100
Panificadora Real
Ltda.
Supermercado 04 80,0 01 20 05 100
Guerra
Supermercado 01 100 01 100
Irmos Loiola
Supermercado 02 100 02 100
Laranjeiras
Supermercado 02 100 02 100
Mix Po Ltda.
Supermercado 02 100 02 100
Norte Sul
Supermercado 01 100 01 100
Santa Maria
Supermercado 01 100 01 100
Secos e Molhados
TOTAL 01 3,5 18 62,0 09 31,0 01 3,5 29 100
Fonte: Acim, Marab, 2008; trabalho de campo, jan. 2010. Organizado por Mrcio Douglas Brito Amaral e
Marcos Alexandre Pimentel da Silva.
16 De acordo com Peixoto Grupo Empresarial (2012), A Rede Valor de Supermercados tem
como objetivo promover o desenvolvimento, fortalecimento e profissionalizao do pequeno
e mdio varejo. Atravs do associativismo buscamos atender s necessidades e expectativas
de todos os pblicos envolvidos no negcio, atravs da gerao de benefcios ao longo da
cadeia Fabricante / Atacado / Varejo / Consumidor. O posicionamento mercadolgico
com lojas de vizinhana, valorizando a praticidade, convenincia, servios, atendimento,
promoes e preos competitivos. A Rede Valor mantm a identidade e o nome dos super-
mercados fidelizados, no interferindo na forma de gerir o negcio. Os proprietrios perma-
necem coordenando toda a operao das lojas. O que no a caracteriza como uma franquia, e
sim uma rede de lojas unidas pela bandeira Valor.
ria de Sade do Estado do Par, a sra. Slvia Maria Comaru Leal, a ado-
o de uma regionalizao especfica para a rea da sade acompanha de
perto a orientao do Ministrio da Sade, que estabelece a necessidade de
elaborao de um Plano Diretor de Regionalizao, em que so definidas
as regies de sade, levando em considerao o processo de polarizao
urbana por que passam as cidades mais importantes de cada regio. Segun-
do a Secretria, a proposta do rgo alocar investimentos nos municpios
polos, dotando-os de equipamentos complexos para que possam atender os
municpios prximos.
O Hospital Regional do Sudeste do Par (Marab) foi inaugurado em
outubro de 2006, faz parte da 11a Regional de Sade e Proteo Social, e
tem como objetivo atender a populao dos seguintes municpios: Rondon
do Par, Abel Figueiredo, Bom Jesus do Tocantins, Nova Ipixuna, Itupi-
ranga, So Joo do Araguaia, So Domingos do Araguaia, So Geraldo do
Araguaia, Curionpolis, Eldorado dos Carajs, Parauapebas, Cana dos
Carajs, Brejo Grande do Araguaia e Piarra. Possui 77 leitos-enfermaria
(entre os quais assistncia peditrica especializada, assistncia mdica espe-
cializada e assistncia cirrgica especializada), 38 em Unidades de Terapia
Intensiva (UTI), sendo vinte para adultos, nove para neonatais e nove para
a pediatria, assim como obstetrcia de alto risco, clnica mdica, clnica
cirrgica. Alm disso, o hospital disponibiliza diagnstico por imagem
(tomografia, ressonncia magntica, raios x, ultrassonografia), mtodos
grficos, patologia clnica, reabilitao e fisioterapia (Par, 2012).
No que se refere presena de cursos superiores, com destaque para
os de ps-graduao, pode-se dizer que Marab vem acompanhando de
perto a tendncia de expanso que ocorre em diferentes cidades brasileiras,
principalmente as de porte mdio. Das 17 instituies de ensino superior
existentes na cidade atualmente, 3 delas so pblicas e 14 particulares, das
quais apenas 2 possuem cursos de graduao regulares, enquanto as outras
12 oferecem cursos na modalidade distncia, tanto graduao quanto
ps-graduao latu senso (especializao). Os principais campos de forma-
o dos cursos desenvolvidos por essas instituies pblicas e privadas so
o educacional, o tecnolgico, o gerencial e o de agricultura. A maior parte
deles, com exceo dos voltados formao docente, tem como objetivo o
desenvolvimento de atividades empresariais, principalmente nos setores de
minerao e agropecuria (Quadro 18).
Quadro 18: Marab. Instituies de ensino superior com cursos regulares. 2012.
Cursos da Cursos da Faculdade Faculdade de
Universidade Universidade do Metropolitana de Cincias Sociais
Federal do Par Estado do Par Marab Aplicadas
(UFPA) (UEPA) de Marab
(FACIMAB)
Agronomia Biomedicina Cincias Contbeis Administrao
Cincias Sociais (Lic.) Engenharia Ambiental Educao Fsica Cincias Contbeis
Cincias Naturais Tec. Agroindustrial Engenharia Civil
(Lic.) Alimentos
Direito Tec. Agroindustrial Fisioterapia
Madeira
Educao do Campo Sistema de
(Lic.) Informao
Eng. Materiais Administrao
(Marketing, Finanas,
Recursos Humanos)
Eng. Minas e Meio
Ambiente
Fsica (Lic.)
Geografia (Lic./Bach.)
Geologia
Letras (Lng. Inglesa-
Lic.)
Letras (Lng.
Portuguesa-Lic.)
Matemtica (Lic.)
Pedagogia (Lic.)
Sistema de Informao
Fonte: Ministrio da Educao e Cultura, Universidade Federal do Par e Universidade do Estado do Par.
Organizado por Mrcio Douglas Brito Amaral.
Quadro 19: Sudeste Paraense. Cidades com agncias bancrias e PABs. 2009.
Municpio No de agncias No de PABs
Bom Jesus do Tocantins 1 1
Cana dos Carajs 1 2
Conceio do Araguaia 4 3
Curionpolis 1 1
Dom Eliseu 3 3
Eldorado dos Carajs 1 2
Itupiranga 2 1
Jacund 2 4
Marab 12 28
Novo Repartimento 2 2
Ourilndia do Norte 1 7
Paragominas 7 8
Parauapebas 9 17
Pau DArco 0 2
Piarra 0 0
Redeno 6 4
Rio Maria 2 2
Rondon do Par 4 3
Santana do Araguaia 2 5
So Domingos do Araguaia 1 1
So Flix do Xingu 3 5
So Geraldo do Araguaia 1 1
Tucum 3 5
Tucuru 6 13
Ulianpolis 1 1
Xinguara 3 3
Sudeste Paraense 78 146
Regio Metropolitana de Belm 126 406
Estado do Par 329 803
Fonte: Federao Brasileira de Bancos (Febraban), 2009. Elaborado por Rovaine Ribeiro.
Tabela 22: Marab. Distribuio espacial de agncias e PABs por ncleos. 2009.
Ncleos urbanos Agncias PABs
Abs. % Abs. %
Marab Pioneira 4 30,8 3 14,3
Cidade Nova 3 23,1 12 57,1
Nova Marab 6 46,1 6 28,6
So Flix
Morada Nova
Total 13 100 21 100
Fonte: Banco Central do Brasil Dicad-Desig Diviso de Gesto de Informaes Cadastrais. Elaborado pela
Federao Brasileira de Bancos (Febraban). Superintendncia de Comunicao Social Gerncia de Sistemas.
para explicar a centralidade regional da cidade, uma vez que algumas das
atividades so encontradas somente ou com maior intensidade em Marab,
tais como a venda de veculos, os servios de sade no Hospital Regional
do Sudeste Paraense e nas clnicas de sade especializadas e as lojas de de-
partamentos. Os dados apontam, igualmente, que preciso um olhar mais
cuidadoso para um possvel processo de acumulao interna ou regional,
que parece estar ocorrendo, com certo destaque, em paralelo ao movimento
de globalizao e lgica das verticalidades que, nos ltimos anos, foram a
base para explicar a dinmica urbano-regional.
Em termos gerais, a explicao da urbanizao na Amaznia, e espe-
cificamente em Marab, no pode prescindir de uma atenta anlise do
comrcio e dos servios, uma vez que eles definem processos em uma escala
da cidade e da regio, e revelam a fora de grupos locais e a forma como
se articulam em outras escalas e com outras atividades, sem perderem a
capacidade de acumulao. A importncia desse ramo de atividades para
a cidade e para a definio de processos de estruturao urbana parece ser
crescente, tanto que recentemente foram anunciados vrios empreendi-
mentos: o Shopping Ptio Marab,18 em estgio avanado de construo e
comercializao, pelos grupos Leolar, Dan-Hebert, AD Shopping, Solare e
Couceiro & Rubim e o Unique Shopping, com construo prevista por um
consrcio de empresas (Urbia, Premium Engenharia e Mutran & Mutran),
que contar com duzentas lojas, seis ncoras, dez megalojas, 27 lojas do tipo
fast-food, alm de seis salas de cinema (Marab 98 anos, 2011). Destacamos
ainda a recente instalao do Golden Ville Hotel, um empreendimento com
145 apartamentos, um restaurante e espaos para eventos e convenes
(Golden Ville Hotel, 2012).
Deve-se ressaltar que esses novos empreendimentos esto localizados
na Nova Marab, em particular no eixo da rodovia Transamaznica, que
18 Esse shopping center foi concebido como um espao multiuso, contando em seu complexo
com dois hotis Solare Hotis e Sutes e Expresso XXI, totalizando 274 unidades habitacio-
nais e uma torre comercial com 12 pavimentos e 168 salas comerciais. O empreendimento
possui ainda cinco salas de cinema, sendo uma delas em 3D (Moviecom Cinemas), um par-
que de diverses, dezessete lojas de fast-food, nove lojas ncora (Lojas Americanas, C&A,
Renner, Riachuelo, Viso, Marisa, Leolar etc.), sete lojas mega (Sol Informtica, Borges
Informtica, Big Ben, Super Sport etc.), oito escadas rolantes, oito elevadores, 1.235 vagas de
garagem. Deve-se ressaltar que a primeira etapa contemplar 32.538,65 metros quadrados,
e a segunda, 39.659.10 metros quadrados de rea construda (Ptio Marab, 2012).
Miolo_Agentes_economicos_e_reestruturacao_(GRAFICA).indd 170
onde os agentes principais so os colonos, os funcionrios de empresas, os culao rodoviria.
comerciantes e os investidores.
Urbanizao Trata-se do modelo de urbanismo rural do Incra, que articula um sistema de A definio de Marab como uma das rurpolis que compunham a
dirigida pela ncleos urbanos configurados em localidades centrais hierarquizadas, apro- estrutura do urbanismo rural definido pelo Incra ao longo da Trans-
colonizao veitando a estrutura urbana preexistente para a configurao de um sistema amaznica definiu um mosaico urbano formado por trs ncleos
oficial de cidades, que, por sua vez, est baseado em uma estrutura social complexa: principais, Cidade Nova, Nova Marab e Marab Pioneira.
colonos, funcionrios, comerciantes (bens, terras, fora de trabalho), extrati-
vistas, antigos moradores, burocracia, fazendeiros, migrantes etc.
Urbanizao Trata-se de um processo de urbanizao ligado a projetos de grande escala Mesmo no sendo caracterizada como uma cidade-empresa ou com-
dos grandes os grandes projetos econmicos e de infraestrutura , que dependem de pany town, o papel de cidade corporativa atribudo a Marab fa-
projetos cidades-empresa diretamente, mas tambm, indiretamente, de centros sub- cilmente reconhecido devido sua importncia para as atividades
-regionais, que cumprem o papel de bases logsticas e se mostram funcional- desenvolvidas por grandes empreendimentos econmicos no Sudeste
mente articulados a esses empreendimentos. Paraense, sendo o mais expressivo o Projeto Carajs, da mineradora
Vale. Grande parte dos fluxos que se expressam na estrutura intraur-
bana deve-se forte relao com esse tipo de empreendimento, em
razo dos quais a existncia de fixos, como o ptio da Estrada de Fer-
ro Carajs, demarcam uma estreita relao com a paisagem urbana.
Urbanizao Com pouca repercusso da expanso das frentes econmicas, trata-se de A presena de um padro de ordenamento urbano tradicional for-
tradicional cidades que apresentam uma configurao com pouca alterao do padro temente marcada em ncleos como So Flix e, igualmente, na Velha
tradicional beira do rio e com forte ligao a um centro regional que no Marab ou Marab Pioneira, em que populaes como a do bairro
prescinde do padro dendrtico fluvial. Cabelo Seco ainda mantm intensas relaes com o rio, sendo este
de forte presena na vida cotidiana.
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
Fonte: Becker (1990) e trabalho de campo, out. 2008 e jan. 2010. Elaborado por Saint-Clair C. da Trindade Jr.
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AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL 171
Tabela 23: Marab. Dficits absoluto e relativo de moradia e servios urbanos segundo a situao de domiclio. 2000 e 2007.
Servios e No absoluto No relativo (%) No absoluto No relativo (%)
infraestrutura 2000 2000 2007 2007
Total Urb. Rur. Total Urb. Rur. Total Urb. Rur. Total Urb. Rur.
Dficit Habitacional 9.691 5.573 4.118 26 18 57 6.249 3.594 2.656 6 4 13
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Domiclios sem 20.746 14.726 6.020 54,71 47,96 83,44 4.693 3.033 1.660 4,29 3,42 7,98
Banheiro Exclusivo
Domiclios sem 4.493 605 3.888 11,85 1,97 53,89 692 93 599 0,63 0,11 2,88
Energia Eltrica
Domiclios sem 27.911 21.286 6.625 73,61 69,33 91,82 33.828 27.326 6.502 30,93 30,85 31,24
Abastecimento de
gua
Domiclios com 25.097 18.707 6.390 66,19 60,93 88,57 25.543 19.906 5638 23,35 22,48 27,09
Carncia de
Esgotamento Sanitrio
Domiclios com 16.183 10.009 6.174 42,68 32,60 85,57 7.621 2.900 4.722 6,97 3,27 22,69
Carncia de Coleta de
Lixo
Fonte: Idesp/Sepof apud Par (2007a). Nota: A estimativa para 2007 foi realizada com base nos dados para o total do Estado (PNAD-2007), redistribudos proporcionalmente
aos dados de 2000.
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
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AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL 173
Miolo_Agentes_economicos_e_reestruturacao_(GRAFICA).indd 174
S. Flix III So Flix 1985 Ocupao consolidada Propriedade privada
S. Flix IV So Flix 1985 Ocupao consolidada Propriedade privada
Aeroporto Cidade Nova 1986 200 Ocupao consolidada em Terra da Unio (Aeronutica)
litgio
Vila Soc Velha Marab 1988 130 Ocupao consolidada rea impactada pela duplicao da Transamaznica
sujeita a remanejamento
Santa Rita Velha Marab 1990 200 Ocupao consolidada em Terras da Unio
litgio
Bom Planalto Cidade Nova 1995 5.000 Ocupao consolidada Propriedade privada comprada pela Prefeitura
Folha 35 Nova Marab 1997 500 Ocupao consolidada no Terra particular/decreto estadual invalidado/liminar
regularizada
Jardim Unio Cidade Nova 1998 4.000 Ocupao consolidada Propriedade privada
Ocupao da Estrada da Marab Pioneira 1998 500 Ocupao em litgio Terras da Unio
Mangueira
Invaso da Renomar Nova Marab 1999 148 Ocupao consolidada em rea pblica municipal em regularizao
(Folha 31) litgio
Folha 25 Nova Marab 2001 380 Ocupao consolidada em rea pblica municipal e particular/liminar/em
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
litgio regularizao
Continua
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Quadro 21: Continuao
Ocupao Localizao Ano No Situao Observao
aproximado
de Unidades
Habitacionais
Bairro Tancredo Neves Cidade Nova 2004 1.200 Ocupao consolidada sob Terra da Unio repassada para o municpio sob
(Jd. Jerusalm) regularizao do Programa responsabilidade da Associao dos Flagelados e
Minha Casa, Minha Vida Sem-Teto da Regio de Marab (AFTRM).
Jardim Bela Vista Cidade Nova 2004 4.000 Ocupao consolidada Propriedade da Unio
Jardim Filadlfia Cidade Nova 2005 288 Ocupao consolidada em Propriedade privada/Liminar de reintegrao
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litgio
Nossa Sra. Aparecida Nova Marab 2005 781 Ocupao consolidada em Propriedade privada desapropriada pelo governo do
(Invaso da Coca-Cola) litgio estado: antiga fazenda Bandeira
So Miguel da Conquista I Cidade Nova 2006 1.800 Ocupao consolidada em Propriedade particular/liminar de reintegrao
litgio
Bairro da Paz Cidade Nova 2007 2.800 Ocupao consolidada em Propriedade particular (Fazenda Sta. Izabel)/ Liminar
litgio
Folha 14 (Vila 4 de Nova Marab 2007 30 Ocupao consolidada em Terra pblica municipal/sem liminar
Novembro) litgio
Nova Aliana Km 12 Taurizinho 2007 450 Ocupao consolidada Ocupao urbano-rural
So Miguel da Conquista Cidade Nova 2007 180 Ocupao consolidada em Terra particular/liminar de reintegrao
II (Nova Vida) litgio
Bairro Araguaia (Invaso Nova Marab 2008 2.100 Ocupao consolidada em rea em litgio Incra e Particular (Mutran)/Liminar
da Fanta) litgio
Bairro Novo Paraso Nova Marab 2008 70 Ocupao consolidada em Terra pblica/liminar
(Km 6,5) litgio
AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL
Cidade de Deus (Soror) Cidade Nova 2008 800 Ocupao consolidada em rea da Cosipar/liminar de reintegrao
litgio
175
Fonte: Trabalho de campo, out. 2008 e jan. 2010 e informaes verbais do representante da FGTRM. Elaborao: Saint-Clair C. da Trindade Jr.
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176 MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
Tabela 24: Marab. Populao de 10 anos ou mais de idade, economicamente ativa e ocupada.
1991 e 2000.
Indicadores 1991 2000
Populao Residente de 10 anos ou mais 86.079 126.095
Populao Economicamente Ativa (PEA) 41.648 67.776
Populao Ocupada (POC) 38.722 58.560
Taxa de Atividade 48,38 53,75
Taxa de Desocupao 7,03 13,6
Fonte: IBGE, Censo Demogrfico 1991/2000. Elaborado por Idesp/Sepof apud Par (2007a).
1 Apenas duas linhas de transporte coletivo atendem cidade (Cardoso; Lima, 2009).
Tabela 25: Marab. Pobreza e renda comparada a municpios com sedes de porte mdio no Estado
de So Paulo. 2001.
Municpios Renda mdia resp. p/ Proporo de Renda per capita
domiclio (R$) pobres (%) (R$)
NO PAR
Marab (PA) 614,00 44,0 188,6
EM SO PAULO
Pres. Prudente (SP) 1.073,00 12,0 482,6
Sorocaba (SP) 1.089,00 10,6 448,2
Marlia (SP) 979,00 11,5 421,2
Franca (SP) 854,00 8,30 359,6
Fonte: Ipea, FJP e PNUD apud Trindade Jr., Pereira (2007).
Tabela 27: Regio Carajs. ndice de Desenvolvimento Humano por municpios. 2000.
Unidades poltico- IDH-M IDH-M IDH-M IDH-M
administrativas EDUCAO LONGEVIDADE RENDA
Estado do Par 0,720 0,815 0,718 0,629
Carajs 0,670 0,738 0,698 0,576
Bom Jesus do Tocantins 0,620 0,640 0,660 0,550
Brejo Grande do Araguaia 0,680 0,760 0,720 0,560
Cana dos Carajs 0,700 0,790 0,680 0,630
Curionpolis 0,680 0,770 0,720 0,550
Eldorado dos Carajs 0,660 0,720 0,710 0,550
Marab 0,714 0,826 0,668 0,647
Palestina do Par 0,650 0,690 0,720 0,550
Parauapebas 0,740 0,840 0,700 0,670
Piarra 0,660 0,690 0,720 0,570
So Domingos do Araguaia 0,670 0,720 0,730 0,560
So Geraldo do Araguaia 0,690 0,730 0,750 0,590
So Joo do Araguaia 0,580 0,670 0,600 0,480
Fonte: PNUD/FJP. Elaborado por Sepof/Diepi/Gede.
Tabela 28: Regio Carajs. Tamanho e valor dos lotes urbanos segundo municpios. 2009.
Municpio Dimenso Preo (R$ 1,00)
Centro Periferia
Brejo Grande do Araguaia 10x30 10.000 5.000 a 7.000
Eldorado dos Carajs 10x30 15.000 a 20.000 3.000 a 5.000
Marab 10x30 50.000 a 500.000 7.000 a 10.000
Palestina do Par 12x30 5.000 a 7.000 2.000
Parauapebas 10x25 100.000 a 500.000 30.000 a 40.000
Piarra 10x30 12.000 a 15.000 4.000 a 8.000
So Domingos do Araguaia 10x30 20.000 2.000 a 5.000
So Geraldo do Araguaia 15x30 / 12x30 150.000 a 200.000 7.000 a 15.000
So Joo do Araguaia 10x30 3.000 a 4.000 30.000
Fonte: Governo do Estado do Par. Informaes obtidas a partir da Oficina Regional Carajs (Par, 2009).
Figura 9: Marab. Distribuio de renda em Salrios Mnimos por Setor Censitrio do IBGE.
2010.
A segregao mais aparente nesse ncleo do que nos demais, uma vez que
o parmetro espacial adotado so folhas inteiras, e no pores perifricas do
espao urbano. H folhas melhores e folhas piores, em funo do sucesso
na implantao da infraestrutura viria e de saneamento. Haveria uma espcie
de compensao entre as dificuldades impostas pela ondulao do stio. As
dificuldades de acessibilidades so as mesmas das cidades modernas, com
limitao do nmero de conexes e de oportunidades para a socializao da
populao e consequente apropriao social dos espaos. Os elementos mor-
folgicos, lotes e ruas internas no so espacializados com a mesma qualidade
que a quadra, o que causa dificuldades no endereamento (as casas so identi-
ficadas pela associao do nmero da quadra, da rua interna e do lote). Alm
disso, os canteiros das rotatrias que articulam os grandes eixos so obstculos
para o pedestre.
[...] A proposta espacial da Nova Marab foi mais bem aceita pelos grupos
de migrantes (funcionrios pblicos, militares, etc.), que constituem a classe
mdia urbana, e tambm pelos grupos mais prsperos, que dispuseram de mais
rea para construir suas moradias de luxo. Entretanto, paradoxalmente, as
quadras mais bem cotadas em termos imobilirios so aquelas que apresentam
maior percentual de terrenos no utilizados, enquanto as demais apresentam
vegetao de quintais mais expressiva. (Cardoso; Lima, 2009, p.185-6)
Figura 10: Marab. Distribuio de moradores por Setor Censitrio do IBGE. 2010.
Estado
Coelho (Cabelo Seco)
Conjunto Habitacional So Flix 2009 1.366 Lanamento Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida
Marab 2
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Conjuntos residenciais do
(Novo So Flix)
Residencial Tocantins Cidade Nova 2009 Lanamento Em fase de regularizao/aprovao pela
Seplan
Conj. Res. Marab 1 (Vale 2009 Programa Habitacional Minha Casa Minha
do Sol) Vida
privados
Conjuntos
residenciais
Conj. Res.Marab 2 (Novo So Flix 2009 1.366 Em construo Programa Habitacional Minha Casa Minha
S. Flix) Vida
Greenville Cidade Nova 80
Soror Cidade Nova 2009 32 Lanamento Empresa: Invest Imobiliria
Total Ville Marab Nova Marab 2009 3.000 Lanamento Empresa: Direcional
Construtora: Construfox
horizontal
Condomnio Maria Izabel Nova Marab 2010 20 Lanamento Empresa: Tercasa Negcios Imobilirios
residencial
Condomnio
Condomnio Araagi Cidade Nova 2010 192 Lanamento Proprietrio/empresa: Vetor Incorporadora e
Construtora
Continua
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
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Quadro 23: Continuao
Categoria Nome do Localizao Ano Unidades/ Situao OBS.
empreendimento famlias
Carajs Nova Marab 1992 16 Construdo Empresa: El Dourado Construtora e Incorporadora
Xavantes Nova Marab 1992 16 Construdo Financiado pela Caixa Econmica
Tucum Nova Marab 1997 36 Construdo Empresa de Engenharia S/A (Engeia)
Solar da Castanheira Cidade Nova 2005 80 Construdo Empresa: Casas Gois
Vitria Rgia Cidade Nova 2008 32 Lanamento Empresa: Invest Imobiliria
Portal da Orla Nova Marab 2008 72 Lanamento Empresa: Terra Santa Imobiliria
Miolo_Agentes_economicos_e_reestruturacao_(GRAFICA).indd 189
Rodobens Cidade Nova 2009 987 Lanamento Empresa: Rodobens Consrcios e Imobiliria
Flamboyant Cidade Nova 2009 152 Lanamento Empresa: SPE Flamboyant Empreendimentos
vertical
Imobilirios
Edifcio PA 150 (Km 3,5) Nova Marab 2009 Lanamento Em fase de regularizao/aprovao pela Seplan
Edifcio Marab Cidade Nova 2009 28 Lanamento Empresa: Construtora Alterosa
Condomnio residencial
Total Ville Nova Marab 2009 3.000 Lanamento Empresa: Direcional
Construtora: Construfox
Belle Ville Park Marab Cidade Nova 2009 100 Lanamento Empresas: Engetower Engenharia & Ferreira e
Loureno Incorporadora
Guam Residence Nova Marab 2009 40 Lanamento
Loteamento Morada Nova Morada Nova Cohab
Independncia Cidade Nova Consolidado
So Flix III So Flix Consolidado
Liberdade Cidade Nova 1984 25.000 Consolidado Antiga Propriedade da famlia Mutran
pblicos
AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL
Loteamentos
Tiradentes Cidade Nova 2010 1.000 Lanamento Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida
Financiamento da Caixa Econmica
Continua
189
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Quadro 23: Continuao
190
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Jardim Imperial Cidade Nova 2007 Lanamento
Loteamento Castanheira Cidade Nova 2008 220 Em construo Empresa: Imobiliria Chaves
Jardim So Flix So Flix 2008 412 Consolidado Propriedade da senhora Lcia
Loteamento Morumbi Nova Marab 2008 935 Lanamento Empresa: Terra Santa Imobiliria
Loteamento Soror Cidade Nova 2008 54 Lanamento Empresa: Invest Imobiliria
Ipiranga Ecoville Premium Nova Marab 2009 797 Lanamento Empresa: Premium Engenharia
Residencial Paris Nova Marab 2009 1.700 Lanamento Empresa: Terra Santa Imobiliria
Loteamentos privados
Jardim do dem Morada Nova 2009 898 Lanamento Empresa gua Santa
Residencial Jos Tibiri BR-230 2009 Lanamento Em fase de regularizao/
Quindangues aprovao pela Seplan
Castanheira Residence Cidade Nova 2009 300 Lanamento Empresa: Deltaville
Vale do Tocantins So Flix 2009 1.150 Lanamento Antiga Fazenda So Miguel
Lotes comerciais e residenciais
Loteamento Leolar Nova Marab 2009 270 Lanamento Em fase de terraplenagem
Empresa: Leolar
Deltapark Nova Marab 2010 1.300 Lanamento Lotes residenciais e comerciais
Portal dos Ips So Flix 2010 388 Lanamento Empresa: Terra Santa Imobiliria
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
Fonte: Trabalho de campo, out. 2008 e jan. 2010. Elaborado por Saint-Clair C. da Trindade Jr.
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AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL 191
Foto 12: Marab. Obras do PAC no bairro Francisco Coelho (Cabelo Seco). 2010.
O encontro de tempos que permanecem e aqueles que chegam so definidos, em grande
parte, pelas obras de infraestrutura que tendem a provocar alteraes na cidade, valorizando
espaos, criando novas imagens e definindo novos usos e formas de apropriao do urbano.
Fonte: Michel Lima, jan. 2010.
2 Nesse bairro, as casas, em geral, so geminadas, ocupam a totalidade dos lotes, muitas no
possuem ou no contam com banheiros adequados e paredes divisrias. Os moradores das
que fazem fundo com o rio utilizam-no para usos diversos: como banheiro, para lavagem de
roupa e louas, na preparao de alimentos e, ainda, como lazer e circulao. Alm disso, os
problemas de desmoronamento da beira do rio so muito recorrentes, sendo solucionados
por meio de improvisaes, muitas vezes por iniciativa dos prprios moradores (Cardoso;
Lima, 2009).
Quadro 26: Marab. Situaes de conflito fundirio acompanhadas pela SDDH. 2009.
No Processos Natureza rea de ocupao
1 Habilitao em Ao de Reintegrao Judicial Km 6,5
de Posse Delegacia de Polcia
Ameaa de Morte Civil
2 Habilitao em Ao de Reintegrao de Judicial Bairro Araguaia
Posse e Contestao em Ao Possessria
3 Habilitao em Ao de Reintegrao Judicial Bairro da Paz
de Posse e Agravo de Instrumento / Delegacia de Polcia
Ameaa de Morte Civil
4 Habilitao em Ao de Interdito Judicial S. Miguel da
Proibitrio Convertido em Reintegrao Conquista II (Nova
de Posse Vida)
5 Habilitao em Ao de Interdito Judicial Folha 14
Proibitrio Convertido em Reintegrao
de Posse
6 Reintegrao de Posse Judicial Filadlfia
7 Interdito Proibitrio e Reintegrao de Judicial S. Miguel da
Posse Conquista 1
8 Reintegrao de Posse Judicial Fazenda Santa
Tereza
9 Reintegrao de Posse Rural Judicial Taurizinho (Km 12)
10 Reintegrao de Posse Judicial Folha 35
11 Acompanhamento e Assessoria Extrajudicial Soror
12 Acompanhamento e Assessoria Extrajudicial Aeroporto
13 Acompanhamento e Assessoria Extrajudicial Aeroporto
14 Acompanhamento e Assessoria Extrajudicial Nova Aliana
Fonte: Ribeiro (2009, p.36). Organizado por Saint-Clair C. da Trindade Jr..
Foto 13: Marab. Apartamentos para a classe mdia baixa em rea de expanso urbana. 2010
Um dos poucos empreendimentos dessa natureza voltados demanda de moradia dos estratos
sociais mdios, localizado em rea de expanso urbana no eixo da Transamaznica, na sada
do ncleo da Nova Marab.
Fonte: Saint-Clair C. da Trindade Jr., set. 2010.
Foto 16: Marab. Estande de venda de loteamento residencial no eixo So Flix. 2010.
Lotes residenciais, comerciais e de servios postos venda no eixo de expanso urbana da BR-
222, em So Flix, no sentido Morada Nova, cujo marketing oferece as amenidades naturais
e construdas em oposio ao tumulto da cidade.
Fonte: Saint-Clair C. da Trindade Jr., jan. 2010.
Quadro 28: Marab. Empresas do mercado imobilirio atuantes na sede municipal. 2010.
Empresa Atuao Procedncia Empreendimentos Mercados em Ano de
que atua ingresso
em
Marab
Construfox Construo e Marab (PA) Total Ville Marab Par 1988
Construo e incorporao
Incorporao
Ltda.
Direcional Incorporo e Belo Total Ville Marab Minas Gerais, 2009
Engenharia venda Horizonte So Paulo, Rio
(MG) de Janeiro,
Esprito
Santo, Distrito
Federal,
Amazonas,
Rondnia e
Par
Premium Construo Braslia (DF) Ipiranga Ecoville Amazonas, 2009
Engenharia Premium Rio Grande
Inteligente do Sul, Par,
Gois, Minas
Gerais, Cear
e Distrito
Federal.
Construtora Construo, Carangola Edifcio Marab Minas Gerais, 2009
Alterosa prestao de (MG) Rio de Janeiro,
servios e Esprito
projetos de Santo, Par,
engenharia, Maranho
comrcio de
imveis, servios
de terraplenagem
Engetower Incorporao e Belm (PA) Belle Ville Park Estado do Par 2009
Engenharia construo Marab
& Ferreira
e Loureno
Incorporadora
Fonte: Levantamento de campo, jan. 2010. Elaborado por Saint-Clair C. Trindade Jr.
Quadro 29: Marab. Principais empresas do setor de corretagem imobiliria atuantes na sede
municipal. 2010.
Empresa Localizao em Marab
Deltaville So Flix
Destac Nova Marab
Carajs Incorporadora Imobiliria Ltda. So Flix
Furtado & Macias Imveis Marab Pioneira
Imobiliria Chaves Marab Pioneira
Imobiliria Miranda Imveis Nova Marab
Imobiliria Santos Cidade Nova
Invest Nova Marab
Janaina Passos Oliveira Andrade Marab Pioneira
Tercasa Negcios Imobilirios Cidade Nova
Terra Santa Empreendimentos Imobilirios Marab Pioneira
Valria Pires Franco & Corretores Associados Nova Marab
Fonte: Acim/Marab, 2008 e levantamento de campo, 2010. Elaborado por Saint-Clair C. da Trindade Jr.
nesse sentido que procuramos mostrar como esse processo est pre-
sente em vrias dimenses da produo do espao no Sudeste do Par,
atribuindo a Marab papis relacionados centralidade urbano-regional
e definindo o perfil da prpria cidade no processo de reorganizao dessas
mesmas relaes.
Em um primeiro momento, foi necessrio demonstrar a dinmica de
expanso de diversas frentes, no Sudeste do Par, para que comessemos a
compreender como se estruturam as relaes cidade-regio nesse contexto
sub-regional. Com base nisso, apontam-se dois enfoques para a compreen-
so da cidade que nos parecem interessantes na perspectiva de analisar o
papel de Marab na sub-regio da qual faz parte: o da economia poltica da
urbanizao e o da economia poltica da cidade (Santos, 1994b).
Na primeira perspectiva, importante considerar relaes que se cons-
troem em torno de atividades como, por exemplo, a siderurgia e a produo
de carvo vegetal. A concentrao de siderrgicas na cidade de Marab pro-
move uma grande demanda de produo de carvo vegetal na regio de seu
entorno, criando assim uma cadeia produtiva desigual e relaes espaciais
igualmente desiguais. O mesmo pode-se dizer em referncia s atividades
ligadas ao gado de corte e ao leite, uma vez que a cidade, concentrando os
lugares de beneficiamento da produo, acaba especializando as regies de
seu entorno, sobretudo os assentamentos agrrios, que se inserem desigual
e combinadamente a uma cadeia produtiva que, ao mesmo tempo em que
reduz os custos de produo de frigorficos e laticnios, retira a autonomia
de produtores familiares e refora a pecuria extensiva, com o fato de as
fazendas se transformarem em grandes fornecedoras.
Para alm disso, entretanto, o rural e o urbano, a cidade e sua relao
com a regio mostram-se como dimenses importantes na formao de
acampamentos e assentamentos agrrios. Nesse caso, por abrigar as prin-
cipais instituies ligadas regularizao fundiria, concentrar os produtos
Introduccin 227
Tabla 1: Provincias de Biobo y Concepcin, comuna y ciudad de Los ngeles. Evolucin com-
parada de poblacin. 1940 a 2012.
Localidad 1940 1952 1960 1970 1982 1992 2002 2012
Comuna Los ngeles 52.259 60.607 76.307 90.239 115.568 140.535 166.556 187.494
Ciudad Los ngeles 20.979 24.971 35.511 49.175 70.529 94.716 121.565 136.921
Provincia Biobo 127.312 138.292 169.718 193.536 290.677 323.910 353.315 379.407
Provincia Concepcin 310.663 436.678 539.450 643.836 717.267 841.445 912.889 971.368
Fuente: INE 1940-2012. Datos procesados y organizados por Jenniffer Thiers y Cristin Henrquez.
Figura 5: Los ngeles. reas de influencia segn destino de transporte pblico interurbano.
1998.
1 Es importante mencionar que los datos obtenidos del Censo de Poblacin y Vivienda 2012
del Instituto Nacional de Estadstica (INE) han estado sujetos a una fuerte polmica por su
calidad. Estos han sido publicados, auditados y modificados, y el 27 de marzo de 2014, las
nuevas autoridades de Gobierno deshabilitaron definitivamente el acceso a la informacin
del Censo e informaron que se realizara un censo abreviado el 2017 (Henrquez, 2014).
proyectos en el futuro, tal como ocurre en los aos 1950, cuando la indus-
tria Iansa comienza a funcionar, lo que, sumado a la aplicacin de la ley del
5% destinado a la construccin de los trabajadores, permite el desarrollo
de vivienda al costado de la industria, provocando un gran impacto en la
configuracin urbana de Los ngeles.
En la dcada de 1960, el aumento de la poblacin oblig al Estado a
aumentar la oferta en materia de vivienda, surgiendo nuevas poblaciones
como Galvarino, Kennedy, Domingo Contreras Gmez y la Nueva Victo-
ria, destinadas a empleados y obreros. La ms importante fue la poblacin
Orompello (Corvi), construida el ao 1966, con 25 mil metros cuadrados
(Andaur; Prez, 2007). La Corvi, a travs de la Corporacin Zonal de Ser-
vicios Habitacionales, compr terrenos al sur de la poblacin El Retiro,
para realizar el programa operacin sitio, sistema que entregaba los ter-
renos semiurbanizados para que los propietarios construyeran su vivienda
definitiva, la cual, segn los autores mencionados, podan pagar a largo
plazo.
En 1960 se promulga un nuevo Plan Regulador, desarrollado por el
arquitecto Ignacio Santa Mara, el que en trminos generales hace un es-
fuerzo por reconocer los elementos naturales e incorporarlos dentro de la
trama urbana, intentando evitar, por ejemplo, que el estero Quilque se
desbordase como todos los aos, debido al desvo de su cauce, lo que provo-
caba estancamiento del agua e inundaciones en el invierno (Andaur; Prez,
2007). Muchas de esas dificultades tambin son propias de otras ciudades
chilenas, como es el caso de Chilln y sus cursos hdricos (Henrquez; Are-
nas; Henrquez, 2012).
En 1969, en funcin del acelerado crecimiento de la poblacin, se modi-
fica el plan, proponiendo suprimir el lmite urbano, quedando como lmite
el de extensin urbana. Otras modificaciones apuntaban a la disminucin
de la zona industrial y de las reas verdes, a fin de destinar esas superficies
al uso residencial de alta densidad (Andaur; Prez, 2007).
Luego, en la dcada de 1970, tal como se constata en el trabajo de los
autores recin mencionados, la ciudad sigue creciendo y se construye la
segunda parte de la poblacin Orompello y de la 2 de septiembre, a cargo
de Corhabit. En 1969 se crea la Sociedad Cormula Ltda., que tuvo a su
disposicin 3 millones de escudos destinados a obras de adelantos para la
ciudad. Esa sociedad impuls varios proyectos, tales como el concurso para
Desde fines de los aos 1970, Chile da un giro con relacin al modelo
econmico imperante, pasando de la idea de un desarrollo industrial como
motor de la economa a aquella del desarrollo exportador, basado principal-
mente en las ventajas comparativas entregadas ya sea por la existencia de
abundantes y variadas materias primas o por la existencia de ptimas con-
diciones naturales numerosos microclimas con una combinacin virtuosa
de suelo, luz, temperatura y humedad , lo que favorece la produccin
primaria como los sectores agrcolas y forestales.
Sobre la base de esas ventajas comparativas y de algunas ventajas com-
petitivas, tales como el subsidio a las plantaciones forestales, as como las
condiciones generales de funcionamiento de la economa chilena, se ha
desarrollado una importante actividad agroindustrial en el pas, con con-
secuencias econmicas, pero tambin con significativas modificaciones
sociales y espaciales.
Ese cambio de modelo econmico, desde la sustitucin de importaciones
hacia la total apertura de la economa chilena, provoc la desaparicin de
una parte importante del tejido industrial, en particular en las tres princi-
pales aglomeraciones urbanas chilenas: Santiago, Concepcin y Valparaso.
Sin embargo, aunque el sector industrial chileno se ha ido recuperado
en trminos de su contribucin al Producto Interno Bruto (PIB), la indus-
tria manufacturera apenas alcanza el 11,2% en cifras del ao 2012 (Sofofa,
2013), con una fuerte dependencia de la industria con relacin a la explo-
tacin de los recursos naturales, con todos los riesgos asociados, desde el
punto de vista del comportamiento de los mercados internacionales y de la
sustentabilidad del modelo de desarrollo chileno. A modo de ejemplo, la
industria del salmn, que mantuvo al pas como segundo productor des-
pus de Noruega, por varios aos enfrent una situacin de crisis extrema,
ligada aparentemente a una sobre explotacin de ciertos sitios y mal manejo
de algunas enfermedades, lo que termin desplazando la actividad desde la
Regin de Los Lagos hacia su vecina de ms al sur, la Regin de Aysn.1
La Regin del Biobo se ubica entre aquellas que mayor contribucin
hacen al PIB industrial chileno, aunque detrs de la Regin Metropolitana
de Santiago, tal vez explicado por el hecho de que una parte de las industrias
con mayor apertura estn fuertemente vinculadas a los recursos naturales y,
en el caso especfico de la comuna de Los ngeles, a la existencia abundante
de suelos de clase II y III, adems de la existencia de sistemas de riego.2
Otro rasgo geogrfico importante es una cierta especializacin territorial
de los cultivos, en funcin de las ventajas comparativas de cada territorio.
Si se analiza la estructura de exportaciones de la regin, ella se basa en la
actividad forestal3 y sobre todo en la industria forestal y secundariamente
en el sector agroexportador, con una oferta variada de productos agrcolas,
identificndose 42 productos de origen agropecuario (INE, 2008) y con los
berries, lcteos y cereales se incide de manera importante en los ingresos
regionales por concepto de agroexportacin.
La Regin del Biobo tiene casi el 38% de las plantaciones forestales
del pas, y el 24,48% de sus 3.706.002 hectreas de suelo son plantaciones
forestales. De esas plantaciones, 67,4% corresponde a pino radiata, 23% a
eucaliptus globulus y 8,5% a eucaliptus nitens (Corma, 2015). En el mbito
agrcola, la regin es la primera productora de lentejas y tiene la segunda
mayor superficie sembrada de cultivos industriales (Ilustre Municipalidad
de Los ngeles, 2005).
En la escala comunal, los principales cultivos son la remolacha, trigo y
praderas, en la que predomina el trbol rosado. La agricultura de secano
es reducida debido a factores limitantes de los suelos y especialmente al
prolongado perodo de meses secos. Esto se traduce en una agricultura ex-
1 Durante abril de 2013 la prensa ha informado sobre la reaparicin del virus ISA, poniendo de
nuevo en duda las formas de explotacin de ciertos sitios (Diario La Tercera, consulta en lnea
el 20 de abril de 2013: http://www.latercera.com/noticia/opinion/editorial/2013/04/894-
518478-9-rebrote-del-virus-isa.shtml).
2 La construccin del Canal Laja y la irrigacin de 40 mil hectreas en las comunas de Los
ngeles y Quilleco elev la calidad de la actividad agropecuaria en dichas comunas.
3 El 27% de la superficie de la comuna de Los ngeles es forestal.
Miolo_Agentes_economicos_e_reestruturacao_(GRAFICA).indd 251
Comercializadora de trigo S.A. Productos agropecuarios 5.748.016.602
Coop. Agrcola lechera Biobo Ltda. Maquinaria y servicio tcnico forestal y agrcola 5.451.194.096
Exportadores del agro S.A. Compra y venta de insumos y maquinarias agrcolas 5.285.160.907
Centro nacional de estudios param. y agropec. Propam Ltda. Corretaje agrcola y alimento para animal 1.928.372.313
Empresa de abast. zonas aisladas Productos agropecuarios 1.109.354.435
South American Lumber Company S.A. Corretaje agrcola y alimento para animal 692.476.615
Coop. agrcola productos Biobo Ltda. Productos agropecuarios 576.782.106
Importadora Transagro S.A. Compra y venta de insumos y maquinarias agrcolas 428.432.536
Mecanizacin forestal Ltda. Servicios forestales de asesoras y capacitacin 359.055.424
Productos forestales Kama Pu Ltda. Corretaje agrcola y alimento para animal 294.212.810
Agrcola Gildemeister S.A. Productos agropecuarios 241.355.427
Granos y productos Ltda. Compra y venta de productos forestales y agrcolas 194.367.669
Soc. Jorge Holmberg y Cia. Ltda. Servicios forestales de asesoras y capacitacin 180.747.835
Soc. agrcola y comercial Agrosur Ltda. Corretaje agrcola y alimento para animal 107.044.551
AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL
Fuente: Patentes Municipales, 2008. Elaborado por Marta Morales y Roco Valderrama.
04/04/2016 18:14:24
252 MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
agrcolas
Compra y venta de insumos y 5
maquinarias agrcolas
al agronegocio
capacitacin
Investigacin agropecuaria
Figura 8: Provincia del Biobo y comuna de Los ngeles. Produccin de remolacha, Chile,
Regin del Biobo. 1997 y 2007.
Fuente: INE (1998, 2007, 2008). Elaboracin propia.
5 La remolacha pertenece al gnero Beta y la especie es Vulgaris. Existen dos variedades bot-
nicas: sachariffera y altissima, que corresponden a la remolacha azucarera, a diferencia de la
betarraga y la remolacha forrajera. Se cree que el progenitor de la remolacha azucarera sea un
tipo silvestre denominado Beta martima (Cern; lvarez, 1982). Las variedades de remo-
lacha convencionales que usa y recomienda la empresa Iansagro corresponden a: Finessa
KWS, Alpina KWS, Labonita KWS, Dobrinka KWS, Lupita, Coyote, Columbus y Aljona
KWS (Iansagro S.A., 2011).
Cuadro 3: Comuna de Los ngeles. Situacin actual de ocupacin principal 1998-2006. Personas
de 12 aos o ms. 2006.
Situacin actual de ocupacin principal 1998 2006
Permanente 75,99 65,63
De temporada o estacional 18,24 13,18
Ocasional o eventual 3,62 15,62
A prueba 0,00 0,87
Por plazo o tiempo determinado 2,16 4,70
Sin dato 0,00 0,00
Total 100,00 100,00
Fuente: Mideplan, 2006. Datos procesados y organizados por Jenniffer Thiers.
1 La unidad de fomento (UF) es una unidad de cuenta usada en Chile, reajustable de acuerdo
con la inflacin. El valor de la UF al 24 de abril de 2015 era de 24.725,17 pesos. Esto equivale
a 40 dlares, aproximadamente.
Figura 11: Ciudad de Los ngeles. Poblacin econmicamente activa segn sector/rama de
actividad econmica. 1982, 1992 y 2002.
Fuente: Censos de 1982, 1992 y 2002 (INE). Organizado por Cristin Henrquez.
riodo de anlisis. La relacin sueldo por trabajador alcanza las 144,6 UF/
trabajador, lo cual la posiciona en un nivel mucho ms equitativo que el
sector anterior y el industrial. Sobre este ltimo, el nivel de remuneraciones
lo transforma en el tercero ms importante de la comuna (15%) y tambin
el tercero que ms ha crecido en el periodo. Sin embargo, posee una magra
distribucin de remuneraciones (99,8 UF/trabajador).
Sobre la base de ese ltimo criterio de distribucin de sueldos, se obser-
va que el rubro con una mejor distribucin corresponde a las actividades
ligadas a servicios sociales y de salud (268,3 UF/trabajador), mientras que
el rubro en situacin ms desfavorable corresponde a otras actividades de
servicios comunitarias, sociales y personales (53,3 UF/trabajador). El sec-
tor construccin tambin tiene deficientes condiciones de distribucin de
sueldos. En contraposicin, el sector enseanza y actividades de suministro
de gas, electricidad y agua figuran con mejores ndices.
En una visin global, se puede afirmar que la comuna ha avanzado
ostensiblemente en trminos econmicos en lo que respecta a: nmero de
empresas, nivel de ventas, nmero de trabajadores y cantidad de remunera-
ciones, en valores de 13%, 11%, 30% y 56%, respectivamente. No obstante,
es importante recordar que durante el periodo 2008-2009 se observaron
bajas importantes en estos indicadores, incluso con valores negativos, pro-
ducto de la influencia de la crisis econmica mundial.
Estos vaivenes de la economa internacional impactan directamente
sobre la economa local. La revisin de los permisos de edificacin que
otorga el municipio de Los ngeles para el periodo 2004-2008 en diferen-
tes rubros permite corroborar esa situacin; en concreto se observa una
fuerte declinacin de las tasas de construccin hacia finales del periodo,
especialmente en relacin al ao 2006. Si bien los montos totales de metros
cuadrados solicitados aumentaron 124% en esos cinco aos, en el periodo
2006-2008 disminuy un 61%, siendo los sectores servicios y comercio los
ms afectados. Estos sectores solo representan el 23% del mercado de la
construccin, mientras que el sector vivienda representa el 66,4% del total
al ao 2008. Las principales empresas inmobiliarias que representan esas
dinmicas en Los ngeles corresponden a: Inmobiliaria Socovesa Temuco
S.A., Inmobiliaria Santa Raquel, Inmobiliaria Mara Dolores Limitada, In-
mobiliaria San Patricio Limitada, entre otras. Respecto al sector industrial,
se observa una importante baja entre el ao 2007-2008.
2005 2011
%
%
%
%
%
%
%
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(UF)
(UF)
Ventas
Ventas
Trabajadores
Trabajadores
Rubro Econmico
de Trabajadores
de Trabajadores
Remuneraciones
Remuneraciones
Dependientes (UF)
Dependientes (UF)
Nmero de empresas
Nmero de empresas
Miolo_Agentes_economicos_e_reestruturacao_(GRAFICA).indd 268
Dependientes Informados
Dependientes Informados
A- 1.950 19,7 28.341.773 44,6 17.638 28,2 1.137.955 20,5 1.781 15,9 19.175.876 27,0 20.587 25,1 1.684.724 19,3
B- 4 0,0 * 32 0,1 * 1 0,0 * 27 0,0 *
C- 11 0,1 * 78 0,1 * 27 0,2 296.534 0,4 366 0,4 35.135 0,4
D- 367 3,7 10.388.918 16,3 7.282 11,6 866.627 15,6 545 4,9 15.315.101 21,6 13.066 15,9 1.303.969 15,0
E- 207 2,1 722.421 1,1 1.146 1,8 77.653 1,4 301 2,7 1.475.210 2,1 1.948 2,4 192.811 2,2
F- 19 0,2 294.804 0,5 496 0,8 30.809 0,6 35 0,3 455.688 0,6 115 0,1 21.400 0,2
G- 752 7,6 2.251.159 3,5 7.754 12,4 308.842 5,6 998 8,9 3.858.562 5,4 9.380 11,4 550.732 6,3
H- 3.289 33,2 11.733.899 18,5 6.512 10,4 601.740 10,8 3.643 32,5 13.861.095 19,5 9.085 11,1 750.504 8,6
I- 361 3,6 1.270.701 2,0 5.989 9,6 242.728 4,4 510 4,5 977.280 1,4 1.908 2,3 119.175 1,4
J- 1.228 12,4 4.718.601 7,4 3.084 4,9 289.725 5,2 1.471 13,1 8.562.297 12,1 5.033 6,1 708.153 8,1
K- 132 1,3 470.608 0,7 313 0,5 27.182 0,5 172 1,5 1.036.830 1,5 185 0,2 27.567 0,3
L- 798 8,1 1.540.645 2,4 4.613 7,4 674.815 12,1 1.024 9,1 3.343.419 4,7 9.659 11,8 1.397.161 16,0
M- 3 0,0 * 356 0,6 * 3 0,0 * 343 0,4 *
Contina
MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
04/04/2016 18:14:25
Tabla 2: Continuacin
2005 2011
%
%
%
%
%
%
%
%
(UF)
(UF)
Ventas
Ventas
Miolo_Agentes_economicos_e_reestruturacao_(GRAFICA).indd 269
Trabajadores
Trabajadores
Rubro Econmico
de Trabajadores
de Trabajadores
Remuneraciones
Remuneraciones
Dependientes (UF)
Dependientes (UF)
Nmero de empresas
Nmero de empresas
Dependientes Informados
Dependientes Informados
N- 74 0,7 703.331 1,1 3.713 5,9 750.196 13,5 109 1,0 1.100.173 1,5 5.044 6,2 1.052.216 12,1
O- 164 1,7 520.919 0,8 2.170 3,5 468.508 8,4 216 1,9 912.920 1,3 2.797 3,4 750.517 8,6
P- 528 5,3 587.887 0,9 1.467 2,3 80.693 1,5 369 3,3 639.480 0,9 2.390 2,9 127.507 1,5
Q- 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 1 0,0 * 3 0,0 *
R- 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0
S/I 12 0,1 228 0,0 5 0,0 217 0,0 19 0,2 * 3 0,0 *
TC 9.899 100 63.545.895 100 62.648 100 5.557.691 100 11.225 100 71.010.465 100 81.939 100 8.721.570 100
Fuente: Departamento de Estudios Econmicos y Tributarios de la Subdireccin de Estudios del Servicio de Impuestos Internos (SII) (2005-11). Organizado por
Cristin Henrquez.
Nota: Significado de columna Rubro Econmico. A Agricultura, Ganadera, Caza y Silvicultura, B Pesca, C Explotacin de Minas y Canteras, D Industrias
Manufactureras No Metlicas, E Industrias Manufactureras Metlicas, F Suministro de Electricidad, Gas y Agua, G Construccin, H Comercio al por
Mayor y Menor, I Hoteles y Restaurantes, J Transporte, Almacenamiento y Comunicaciones, K Intermediacin Financiera, L Actividades Inmobiliarias,
Empresariales y de Alquiler, M Administracin, Pblica y Defensa, Planes de Seguridad, Social, N Enseanza, O Servicios Sociales y de Salud, P Otras
AGENTES ECONMICOS E REESTRUTURAO URBANA E REGIONAL
Actividades de Servicios, Q Consejo de Administracin de Edificios y Condominios, R Organizaciones y rganos Extraterritoriales, S/I Sin informacin,
TC Total comunal. Aquellos recuadros donde aparece un * corresponden a valores que, debido a restricciones relativas a la reserva tributaria (segn el Artculo
35 del Cdigo Tributario), no son factibles de informar, pues corresponden a: un valor declarado por un nmero igual o inferior a diez informantes, o casos que
269
mediante un clculo aritmtico simple se despeje el valor de un registro con diez o menos declarantes.
04/04/2016 18:14:25
270 MARIA ENCARNAO BELTRO SPOSITO DENISE ELIAS BEATRIZ RIBEIRO SOARES (ORGS.)
Supermercados e hipermercados
2 Los hospitales se pueden diferenciar segn la capacidad. Hospitales Tipo 1 (alta compleji-
dad) cuentan con las cuatro especialidades bsicas de la medicina (medicina, ciruga, pedia-
tra y obstetricia), y adems cuentan con la totalidad de las sub especialidades. Hospitales
Tipo 2 (alta complejidad) son los hospitales que cuentan con las cuatro especialidades bsi-
cas de la medicina y slo con algunas de las subespecialidades. Hospitales Tipo 3 (mediana
complejidad) son los hospitales que cuentan slo con las cuatro especialidades bsicas. Y
los Hospitales Tipo 4 (baja complejidad) son los que tienen slo camas indiferenciadas para
adultos y nios (Ministerio de Salud, 2004).
Figura 13: Los ngeles. Empresa Comagri, venta de equipos agrcolas en Avenida Las
Industrias (ex ruta 5). 2008.
Fuente: Fotografa tomada por Cristin Henrquez.
54% de visitas, luego perfil ABC1-C2 (clase alta) con 38% y clase D (clase
baja) con un 8% (Mall Plaza, 2008). La Figura 14 muestra el mall ubicado
en el centro de la ciudad al frente se aprecia la construccin del casino.
Figura 15: Ciudad de Los ngeles. Centros comerciales y grandes tiendas. 2015.
Tabla 3: Chile, Regin del Biobo, Los ngeles. Porcentaje de poblacin segn condicin de
pobreza. 2003-2011.
Nivel Indigentes (%) Pobreza no indigente (%) Total pobreza (%)
territorial 2003 2006 2009 2011 2003 2006 2009 2011 2003 2006 2009 2011
Los ngeles 4,49 3,70 6,66 5,50 21,37 13,61 16,83 12,20 25,86 17,31 23,49 17,70
Regin del 8,40 5,20 5,16 4,50 19,60 15,50 15,81 16,90 28,00 20,70 20,97 21,40
Biobo
Pas 4,70 3,20 3,74 2,80 18,70 13,70 11,38 14,40 23,40 16,90 15,12 17,90
Fuente: Encuesta Casen 2003, 2006, 2009 y 2011. Organizado por Cristin Henrquez.
Tabla 4: Los ngeles. Promedio de ingreso total de hogares (pesos chilenos) segn condicin de
pobreza. 2003-2011.
Condicin pobreza Aos Ingreso total hogar ($)
Indigentes 2003 76.972,5
2011 76.733,1
Variacin (%) -0,3
Pobreza no indigente 2003 170.086,0
2011 230.632,4
Variacin (%) 35,6
No pobres 2003 520.351,7
2011 692.360,8
Variacin (%) 33,1
Total 2003 425.582,3
2011 611.860,9
Variacin (%) 43,8
Fuente: Encuesta Casen 2003, 2006, 2009 y 2011. Organizado por Cristin Henrquez.
Nota: Valores de ingreso sin ajustar.
Figura 16: Los ngeles. Viviendas con abastecimiento de agua potable. 2002.
Figura 17: Los ngeles. Viviendas con sistema sanitario inadecuado o carente. 2002.
1 Se ha realizado un anlisis buffer en el SIG ArcGIS, de cambio urbano para el periodo 1978-
2013, cada 500 metros, en funcin del centroide de cada ciudad y de las vas principales
(Henrquez, 2014).
Figura 22: Los ngeles. Plano de ubicacin de lotes de Villa Gnesis. 2008.
Fuente: Fotografa tomada por Renato Pequeno.
pero no est regularizado por problemas con los ttulos por lo que no pagan
impuestos. A partir de la distribucin del loteo se tiene claro de quien es
cada sitio, sin embargo, legalmente la villa corresponde a un solo predio,
situado en el campo, donde hay muchas casas particulares.
De acuerdo a lo planteado por el asesor urbano de la Municipalidad de
Los ngeles:
6 Un dlar americano (US) equivale a 612 pesos chilenos (valor referencial para el 20 de abril
de 2015).
Una caracterstica positiva sealada por los vecinos es que hay pocos
problemas de violencia y robo. Los vecinos se han preocupado por la de-
lincuencia. Si aparecen focos de droga los mismos jvenes informan a los
dirigentes para controlar la situacin. Estos hacen actividades para vender
y generan recursos, por ejemplo para financiar viajes comunitarios como
paseos a la nieve. En Villa Gnesis hay muchas iglesias evanglicas7 y en la
actualidad se est instalando una iglesia catlica.
que, por otro lado, en la periferia poniente de la ciudad, tambin han apare-
cido poblaciones desarrolladas de manera ms o menos espontnea, como
por ejemplo Villa Gnesis, que resulta de la ineficacia de las polticas habi-
tacionales y de la planificacin urbana para dar cuenta de las necesidades
habitacionales de grupos emergentes.
El Plan Regulador anterior no fue capaz de contener el vertiginoso cre-
cimiento espacial de la ciudad, toda vez que la verticalizacin de sus edi-
ficaciones no es, hasta ahora, una caracterstica relevante en la morfologa
urbana de Los ngeles.
La instalacin de nuevas industrias, as como del almacenamiento, su-
mado a las actividades comerciales y de servicio asociado al crecimiento
econmico, junto con el arribo de nuevos ejecutivos, profesionales y traba-
jadores, tendrn un fuerte impacto en el desarrollo urbano futuro, pero pro-
bablemente acompaado de un aumento en las diferencias socioespaciales
en la ciudad.
De acuerdo a lo planteado por el asesor urbano de la municipalidad
de Los ngeles (Carrasco, 2004), el principal factor de crecimiento de la
ciudad es el hecho de ser un centro intermedio, que otorga servicios a las
actividades provinciales: papelera Nacimiento y Laja, Central Ralco y
Pangue, y otras actividades econmicas, especialmente forestales, que si
bien no tributan en la ciudad, demandan una serie de servicios como educa-
cin, comercio, salud, finanzas, asesoras profesionales, etc. Es un polo de
atraccin para comunas aledaas, como Negrete, Mulchn, Nacimiento y
Yumbel, que buscan servicios educacionales enseanza media y universi-
taria y otros servicios que podran ser cubiertos en Concepcin.
La llegada de grandes cadenas de supermercados, el surgimiento del
mall, la instalacin del casino/hotel, entre otros servicios, no es sino el re-
flejo del desarrollo de las actividades econmicas de base y del surgimiento
de nuevos empleos, mejor remunerados y ms estables, y del consiguiente
aumento demogrfico. La presin que esto ejerce en trminos de expansin
urbana y en menor grado de densificacin urbana pondr a prueba los
instrumentos y mecanismos de planificacin urbana y territorial, los que de-
bern dar cuenta de las disparidades socioespaciales que se generan, as como
de la necesidad de darle mayor sustentabilidad al desarrollo de la ciudad.
Resolver las mencionadas diferencias, superar la segregacin espacial
que pudiera derivar de ellas y asegurar un desarrollo urbano sustentable ser
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