Ligantes em Servico e Pavimentacao
Ligantes em Servico e Pavimentacao
Ligantes em Servico e Pavimentacao
UTILIZAO DE
LIGANTES ASFLTICOS
1a Edio
Rio de Janeiro
2015
APOIO
REVISO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSO
GRUPO SMART PRINTER
Inclui Bibliografias.
Apoio ABEDA
UTILIZAO DE
LIGANTES ASFLTICOS
EM SERVIOS DE
PAVIMENTAO
Caro leitor,
O Guia Tcnico est dividido em trs grandes etapas: Tipos de Ligantes e Reves-
timentos Asflticos; Seleo de Camadas Asflticas para Obras de Pavimentao; e
Construo e Controle Tecnolgico. Ele foi preparado criteriosamente por uma equipe
de profissionais com larga experincia no ramo, liderada pelo professor doutor da Uni-
versidade Federal do Rio Grande do Sul Jorge Augusto Pereira Ceratti, pela profes-
sora doutora da Universidade de So Paulo Liedi Bariani Bernucci, e pelo professor
doutor da Universidade Federal do Cear Jorge Barbosa Soares. Entre tantas outras
publicaes, estes autores tambm so responsveis pelo livro Pavimentao Asfltica:
Formao Bsica para Engenheiros.
Alm deste Guia Tcnico, que contribuir fortemente para o acervo bibliogrfico da
rea, voc receber um anexo com encarte contendo as mais variadas especificaes
dos produtos, cujas tabelas sero atualizadas e disponibilizadas para o mercado, com o
apoio da Abeda, sempre que for necessrio.
Desejamos que voc se debruce sobre este trabalho e faa dele seu manual de
consultas tcnicas para elaborao de projetos, pesquisas, oramentos e nas escolhas
das mais diversas aplicaes prticas de ligantes e misturas asflticas, apropriados a
diferentes volumes de trfego. Certamente embasaro o trabalho dirio daqueles que
lidam com a malha rodoviria em seus diversos segmentos.
A ideia do presente livro, pensado como uma espcie de guia prtico para o uso
de ligantes asflticos convencionais e modificados em pavimentos, foi de com-
plementar o captulo de ligantes do livro Pavimentao Asfltica formao b-
sica para Engenheiros que tambm conta com a participao dos autores, alm
de outras publicaes existentes no pas. No prefcio daquele livro antecipva-
mos que o mesmo seria uma via que poderia estimular novas vias, da mesma
forma que uma estrada possibilita a construo de outras tantas. Entre as pos-
sibilidades de novos textos de referncia, entendemos que o dimensionamento
de pavimentos asflticos essencial. Este tema tem progredido sobremaneira
no Brasil em tempos recentes, valendo citar o desenvolvimento em curso do
novo mtodo de dimensionamento que ser lanado nos prximos anos, numa
parceria entre Petrobras, universidades e DNIT, e da qual os autores participam.
Apesar da necessidade da atualizao do mtodo nacional de dimensionamento
de modo a possibilitar a considerao de tecnologias modernas, o Brasil j usa
h anos asfaltos com aditivos e misturas asflticas especiais cujos benefcios
devem ser levados em considerao num projeto de pavimentos. Observa-se no
pas, contudo, uma carncia de material tcnico contendo a experincia local
e com instrues sobre a aplicao apropriada das diferentes alternativas de
ligantes e misturas asflticas para solues tecnolgicas especficas. Julgou-se
ento oportuno o desenvolvimento de um material bibliogrfico prtico sobre a
utilizao dos ligantes asflticos em servios de pavimentao, considerando
aspectos relativos ao trfego, clima e estrutura do pavimento, visando sempre
ao melhor desempenho do revestimento.
Embora este livro possa perfeitamente ser usado como suporte adicional a es-
tudantes e docentes de disciplinas de infraestrutura de transportes, os autores
buscaram atender a uma demanda de engenheiros e tcnicos da rea de pa-
vimentao no que diz respeito a sugerir a definio daquelas situaes mais
apropriadas para utilizar a gama de ligantes asflticos hoje disponveis e asso-
ciados a tecnologias de uso j consagrado.
Os autores
SUMRIO
Para obter melhores propriedades do CAP usualmente adiciona-se certos agentes mo-
dificadores que possam conferir melhor desempenho. Quando a um CAP adicionado um
aditivo diz-se que o mesmo um asfalto modificado. As principais modificaes so des-
critas a seguir.
A Tabela A2 (ver Anexo) apresenta as especificaes para CAPs modificados por pol-
meros do tipo elastmero, como o caso do SBS (segundo resoluo da ANP). Um elas-
tmero um material macromolecular que recupera rapidamente a sua forma e dimenses
iniciais, aps cessar a solicitao. Os CAPs modificados por polmeros elastomricos (E)
so classificados, segundo o ponto de amolecimento e a recuperao elstica a 25C.
Atualmente so especificadas trs classes de ligantes elastomricos: 55/75-E, 60/85-E e
65/90-E, cujo primeiro algarismo da classe corresponde ao ponto de amolecimento mnimo
(C) e o segundo recuperao elstica mnima (%). Para ilustrao, na classe 55/75-E
tem-se que o ponto de amolecimento de no mnimo 55C e a recuperao elstica de no
mnimo 75%. A referida resoluo de nmero 32 no especifica qual elastmero deve ser
usado para a sntese do CAP modificado nem a concentrao do mesmo em relao ao
CAP, embora para atingir cada classe seja necessrio teores diferentes de polmero.
Os emulsificantes so estruturas orgnicas que apresentam uma parte polar que apre-
senta afinidade com os hidrocarbonetos do CAP e uma parte apolar com afinidade com as
molculas de gua. O uso de emulsificante em suspenses asflticas tem a finalidade de
dar estabilidade EAP, de diminuir a tenso superficial e de revestir os glbulos de asfalto
com uma pelcula protetora, mantendo-os dispersos na EAP. A quantidade de emulsificante
usada na composio da EAP, em geral, no ultrapassa 2,5% em massa de emulso asfl-
tica. Os emulsificantes so classificados em inicos e no inicos, conforme a apresentao
ou no de carga quando solubilizados na fase aquosa, respectivamente. Os emulsificantes
inicos podem ser anfteros, catinicos ou aninicos, de acordo com o domnio de cargas
positivas ou negativas em sua constituio.
A emulso asfltica modificada por polmero uma evoluo, sendo os polmeros mais
usados nesse tipo de processo o SBR (borracha de butadieno estireno) e o SBS. SBR um
copolmero obtido principalmente pelo processo de polimerizao em emulso, em que as
partculas de polmero ficam suspensas no asfalto na forma de ltex. Por pertencer classe
dos elastmeros, o SBR resiste bem a temperaturas elevadas e apresenta propriedades
elsticas semelhantes s da borracha. Este material apresenta boa compatibilidade com o
asfalto. Suas propriedades mecnicas podem ser melhoradas atravs do processo de vul-
canizao, atravs da reao com enxofre ou com perxidos. Os polmeros SBR e SBS tm
efeito significativo sobre os resultados do teste de ductilidade. Os elastmeros podem estar
dispersos tanto na fase aquosa da emulso quanto dissolvidos no ligante asfltico emul-
sionado. Aps a ruptura da emulso, o elastmero completamente misturado ao ligante
asfltico. Os ligantes asflticos contendo elastmetros apresentam maior retorno elstico,
menor envelhecimento, melhor coeso e maior durabilidade.
RR Ruptura rpida.
RM Ruptura mdia.
RL Ruptura lenta.
EAI Emulso asfltica para imprimao.
LA e LAN Emulses asflticas de ruptura lenta catinica e de carga neu-
tra, respectivamente, para servio de lama asfltica. A lama
asfltica uma mistura de agregado mineral, material de en-
chimento (fler), emulso asfltica e gua, usada para reparos
superficiais nos pavimentos. Os agregados podem ser areia,
agregado mido, p de pedra ou mistura de ambos, desde que
suas partculas sejam resistentes e com moderada angularida-
de, livre de torres de argila e de substncias nocivas. O fler
(cimento Portland, cal extinta, ps calcrios etc.) deve estar
seco e sem grnulo.
LARC Emulso asfltica catinica de ruptura controlada para servio
de lama asfltica.
RR1C-E Emulso asfltica catinica de ruptura rpida modificada por
polmeros elastomricos, essa emulso especialmente indi-
cada para servios de pintura de ligao entre as camadas do
pavimento.
1.2
REVESTIMENTOS ASFLTICOS USINADOS A QUENTE,
MORNOS, A FRIO, RECICLADOS
Quanto graduao dos agregados, esta influencia o teor de ligante asfltico de projeto
e a macrotextura superficial da camada asfltica. O teor de ligante asfltico de projeto est
vinculado ao recobrimento que este dever realizar em todos os agregados (portanto sen-
do dependente da superfcie especfica dos mesmos), permitindo uma dada espessura de
filme de ligante que proteja os mesmos e permita coeso elevada nos contatos entre gros
As misturas asflticas bem graduadas, por serem compostas por agregados de vrias
dimenses, onde os menores preenchem os vazios deixados pelos de maior dimenso,
formam uma estrutura de elevada resistncia ao cisalhamento, pois h um embricamento
(atrito interno) dos agregados cujas superfcies se tocam em vrios pontos Figura 1.1.
Dada a distribuio granulomtrica, estas misturas tendem a oferecer vazios do agregado
mineral (VAM) relativamente baixos, ou seja, h uma baixa disponibilidade de vazios para
serem preenchidos com ligante asfltico e um teor relativamente baixo deste, entre 4 e 6%
(em massa de mistura asfltica) no geral, torna a mistura densa, impermevel, com cerca
de 3 a 5% de volume de vazios (Vv).
As misturas asflticas descontnuas, por sua vez, por terem uma porcentagem elevada
de agregados de dimenso similar, formam um esqueleto com estes agregados que se to-
cam entre si, deixando elevado Vv entre os mesmos (comparativamente mistura asfltica
densa) Figura 1.1. Para tornar essa mistura asfltica impermevel, com cerca de apenas
4% de vazios com ar, necessrio preencher esse elevado volume entre agregados grados
com um mstique, formado por uma frao pequena de agregados midos, fler e asfalto.
Uma vez que o VAM elevado, o teor de ligante requerido excede em geral 6%. Algumas
misturas asflticas descontnuas permitem um maior Vv e, desta maneira, o teor de ligante
requerido fica entre 5 e 6%.
Figura 1.1 Ilustrao esquemtica dos trs tipos de distribuio granulomtrica das misturas asflticas
Gap-graded
As misturas asflticas descontnuas, gap-graded, so assim denominadas pois apresen-
tam-se com graduao em intervalo. Nas misturas asflticas do tipo gap-graded, o ligante
asfltico utilizado modificado por borracha moda de pneu ou por polmeros elastomri-
cos, apresentados na seo anterior. A Tabela A12 (ver Anexo) apresenta faixas granulom-
tricas para esse tipo de misturas asfltica utilizada no pas, norma DNIT 112/2009-ES. A
Tabela A13 (ver Anexo) apresenta as caractersticas e as propriedades a serem atendidas
por estas citadas misturas (considerando os mtodos de ensaio propostos pela ABNT).
Nas misturas asflticas do tipo SMA utilizado o CAP modificado por polmeros elasto-
mricos e a adio de fibras para evitar o escorrimento de ligante asfltico. Uma vez que o
teor de ligante asfltico dessas misturas bastante elevado (em geral, acima de 6,0% para
agregados de densidade 2,75), em comparao com o teor utilizado em misturas asflticas
bem graduadas densas, realiza-se ainda um ensaio especial para verificao do escorri-
mento de ligante asfltico aquecido, para assegurar sua permanncia na mistura asfltica
Para utilizao em misturas asflticas do tipo SMA, o agregado deve apresentar perda
por abraso LA de no mximo 30%, embora tenham sido utilizados com sucesso agregados
com perdas um pouco acima desse limite. Devido ao maior contato dos agregados grados
entre si, h efetivamente maior chance de quebra ou desgaste dos gros angulares.
Tabela 1.1: Faixas granulomtricas e requisitos para misturas asflticas do tipo SMA
propostos pela especificao alem (ZTV Asphalt StB 94, 2001)
(1) A designao B corresponde a CAPs convencionais e o nmero significa a penetrao do ligante asfltico;
PmB so ligantes modificados por polmeros. Os CAPs modificados por polmeros (PmB45) so recomen-
dados para solicitaes especiais.
Para uma boa compatibilizao entre suas caractersticas mecnicas e funcionais, deve-
se adequar o Vv e a descontinuidade das curvas granulomtricas das misturas asflticas
projetadas. Essas formulaes levam a revestimentos com graduao descontnua e textura
superficial aberta que necessitam de uma camada e/ou uma pintura de ligao, para garan-
tir a impermeabilizao das camadas subjacentes. Na metodologia de dosagem de misturas
asflticas francesas, h nveis distintos cuja escolha depende do volume de trfego e da
importncia da obra, conforme referido no Captulo 3 deste guia tcnico.
Hanson (2001) recomenda que as trincas existentes no pavimento devem ser previa-
mente seladas para o bom desempenho do RAUD. Conclui que a tcnica resulta em boas
caractersticas de macrotextura, de atrito e de drenabilidade superficial, bem como excelen-
te reteno de agregados e adeso do revestimento camada subjacente.
Tabela 1.2: Propriedades dos agregados para uso em misturas asflticas do tipo RAUD.
Fonte: Caltrans (2003a)
Equivalente de areia
Limite de aceitao (% mnima) Califrnia Test 217 47
Faixa de trabalho (% mnima) Califrnia Test 217 50
(a) Na Seo D da metodologia Califrnia Test 205, a definio de uma partcula britada : Uma partcula
com duas ou mais faces fraturadas mecanicamente pode ser considerada uma partcula britada.
(b) Se o agregado mido 100% britado, o uso de material britado deve ser monitorado durante todo o pro-
cesso produtivo. Se a frao fina uma combinao de material britado e materiais naturais, a angulari-
dade do agregado mido deve ser monitorada durante o processo.
Tabela 1.4: Caractersticas dos agregados midos (< 4,75mm) para misturas asflticas
do tipo RAUD. Fonte: TDOT (2004)
19,0 100
25 1 100 100
19 3/4 90 100
12,5 1/2 70 90
9,5 3/8 60 80
4,75 no 4 44 62
2,36 no 8 30 44
0,85 no 20 16 30
0,425 no 40 10 21
0,18 no 80 7 14
0,075 no 200 6 10
As normas francesas tambm no fazem restries com relao ao ligante, que pode
ser puro, modificado (com polmeros ou com aditivos). A dosagem fixada por meio do
mdulo de riqueza (k) que uma espessura mnima de filme de asfalto sobre o agregado
(Brosseaud, 2002). A partir da escolha de uma curva granulomtrica, define-se o teor de
ligante em funo da superfcie especfica dos agregados e do tipo de mistura a partir do
mdulo de riqueza, conforme indicado pela equao (3.1).
A Tabela 1.7, adaptada de ECS (2006), e a Tabela 1.8, adaptada de Afnor (1999), Cor-
t e Serfass (2000) e Cort (2001), apresentam as especificaes de caractersticas para
CAPs de elevada rigidez e para as misturas asflticas de alto mdulo utilizadas na Europa.
Tabela 1.7: Caractersticas dos ligantes asflticos do tipo CAP 10-20 e CAP 15-25
adaptada de ECS (2006)
Ligante duro
Parmetro
CAP 10-20 CAP 15-25
Penetrao a 25C, 5s, 100g (10 -1mm) 10-20 15-25
Ensaio Duriez
0,70 0,70
(18C) NF P 98-251-1
% deformao permanente
7,5 7,5
(60C, 30.000 ciclos)
(vazios entre 7 e 10%) (vazios entre 3 e 6%)
NF P 98-253-1
Mdulo rigidez
14 000 14 000
(15C, 10 Hz)
(vazios entre 7 e 10%) (vazios entre 3 e 6%)
(MPa) NF P 98-280-2
Muitos dos trabalhos publicados sobre esse tipo de mistura asfltica no apresentam
os detalhes de como a mistura final foi proposta no que diz respeito dosagem das mes-
mas, nem aos parmetros utilizados. Blankenship et al. (2004) apresentam alguns limites
relacionados aos parmetros volumtricos, bem como para a resistncia ao trincamento por
fadiga, para seleo da mistura, conforme ilustrado na Tabela 1.9. Os autores mencionam
que essa camada intermediria deve ser rica em ligante asfltico altamente modificado
(HiMA), e agregado mido. O ligante asfltico utilizado no citado estudo foi um cross-linked
elastomeric styrene-butadiene block copolymer system, que, de acordo com os autores,
fornece caractersticas elsticas ao ligante asfltico, alm de torn-lo resistente a tenses
de trao, de cisalhamento e de flexo. Makowski et al. (2005) apresentam os mesmos cri-
trios (parmetros volumtricos e resistncia ao trincamento por fadiga), porm adicionam
exigncias quanto s caractersticas do ligante asfltico e sugerem uma faixa granulomtrica
para esse tipo de mistura, conforme apresentado na Tabela 1.10.
Tabela 1.9: Critrios de dosagem de misturas asflticas do tipo SAMI apresentados por
Blankenship et al. (2004)
Parmetros volumtricos
Nmax 50 giros
Teste de separao
6C de diferena (mx) aps 48h
(ASTM D5976 Sec 6.1)
Distribuio granulomtrica
3/8 (9,5mm) 100%
o
n 4 (4,7mm) 80-100%
no 8 (2,36mm) 60-85%
o
n 16 (1,18mm) 40-70%
no 30 (0,6mm) 25-55%
o
n 50 (0,3mm) 15-35%
O emprego das misturas asflticas mornas vem crescendo nos ltimos anos devido s
maiores exigncias em relao ao desenvolvimento sustentvel e na preservao das con-
dies de segurana, meio ambiente e sade (SMS).
A Tabela A20 (ver Anexo) define as faixas granulomtricas e os requisitos para esse
tipo de mistura asfltica, produzida em usina ou in situ, conforme especificaes DNIT
033/2005-ES e DNIT 034/2005-ES. Estas normas tambm apresentam limites de valores
de caractersticas e de propriedades a serem atendidos, conforme Tabela A11 (atualizada
para mtodos ABNT), e especificaes complementares.
Segundo sua aplicao os tratamentos de superfcies podem ser classificados em: (a)
usinados (lama asfltica e microrrevestimento asfltico a frio) e (b) sem mistura prvia (tra-
tamentos superficiais por penetrao), conforme descritos a seguir.
Os TS tambm podem ser realizados com CAP ou com asfaltos modificados, porm
necessrio equipamento que mantenha o ligante asfltico em tanque aquecido. Esta opo
A Figura 1.2 mostra, esquematicamente, esses trs tipos de TS. Nos tratamentos ml-
tiplos em geral a primeira camada de agregados de tamanhos maiores e estes vo dimi-
nuindo medida que constituem uma nova camada. As Tabelas A24 e A25 (ver Anexo)
mostram exemplos de faixas granulomtricas que podem sem empregadas no TSD.
TSS
TSD
TST
Tratamento anti-p
Tcnica utilizada para controle de poeira em estradas de terra ou de revestimen-
to primrio, por espalhamento de emulso asfltica de baixa viscosidade tipo
EAI, com ou sem cobertura de agregado mido. A emulso asfltica tipo EAI
deve penetrar na superfcie tratada (2mm a 7mm). uma alternativa de baixo
custo para locais de baixssimo volume de trfego e obtida por espalhamento
de ligante de baixa viscosidade, com cobertura de agregado mido (Derba
023/00). Considera-se que, se a base imprimada apresenta uma boa interao
com a emulso, proporcionando boa resistncia ao desgaste, o sucesso da tc-
nica estar garantido, visto que a impermeabilizao da base estar satisfeita.
O p utilizado no salgamento da tcnica de tratamento antip visa proteger a
camada imprimada que ser submetida ao do trfego. Portanto, necess-
ria a realizao do ensaio de desgaste, nesta camada, e o sucesso da mesma
depende da qualidade da emulso aplicada no segundo banho e do material
granular utilizado (p de pedra, areia etc.).
Cape seal
Revestimento asfltico delgado, onde so aplicadas duas tcnicas de pavimen-
tao em conjunto, TSS com agregados com dimetro mximo variando entre
6,3mm a 13mm, que confere as caractersticas de reabilitao e de flexibilida-
de aos pavimentos com trincas no ativas; seguido de uma selagem com MRAF,
que promove a impermeabilizao e a rugosidade ideal para o pavimento a fim
de garantir a segurana e o conforto ao rolamento aos usurios da rodovia.
Imprimao
Segundo o DNIT, o servio de imprimao consiste na aplicao de material asflti-
co sobre a superfcie da base granular concluda, antes da execuo de um revesti-
mento asfltico qualquer, objetivando conferir coeso superficial, impermeabilizar e
permitir condies de aderncia entre esta base e o revestimento a ser executado.
prtica usual na engenharia rodoviria a utilizao do asfalto diludo de petrleo
(ADP) tipo cura mdia CM 30 para servios de imprimao. Porm nos ltimos
anos, devido s maiores exigncias em relao ao desenvolvimento sustentvel e
a preservao das condies de segurana, meio ambiente e sade (SMS), passou
a se empregar emulses asflticas para este tipo de tratamento de superfcie.
Diante dessa conscientizao, o DNIT revisou sua especificao de servio (DNIT
144/2014-ES) de modo a contemplar o emprego de emulses asflticas tipo EAI,
cuja especificao apresentada na Tabela A8 (ver Anexo).
Pintura de Ligao
A pintura de ligao consiste na aplicao de emulso asfltica catinica,
conforme indicao do projeto, sobre base coesiva ou pavimento a ser res-
taurado, objetivando promover condies de aderncia entre as camadas.
A existncia de aderncia entre as diversas camadas fundamental para manter a
integridade estrutural do pavimento, uma vez que cada camada contribui com sua
parcela para a absoro dos esforos oriundos da ao das cargas em movimento,
sendo que na sua ausncia o pavimento seria incapaz de assimilar esforos trans-
versais ou longitudinais originados pela passagem dos veculos. A norma DNIT
145 2010 ES Pintura de ligao com ligante asfltico convencional estabelece a
especificao de servio para esse tipo de tratamento de superfcie.Recomenda-se
a pintura de ligao com o emprego de emulso modificada por polmero elasto-
mrico tipo RR1C-E devido a sua maior capacidade de adeso entre as camadas,
resultando em um melhor desempenho e vida til do pavimento asfltico..
A maior parte da estabilidade do TS por penetrao se deve adeso, conferida pelo ligante
asfltico entre o agregado e o substrato, sendo secundria a contribuio dada pelo entrosamen-
to das partculas dos agregados. J no macadame betuminoso, a estabilidade principalmente
obtida pelo intertravamento e pelo atrito entre as partculas de agregados, complementada pela
coeso conferida pelo ligante asfltico. Do TSS por penetrao at o tratamento mltiplo, h
uma transio no que diz respeito estabilidade. Entretanto, quanto mais aplicaes se adotam
no TS, mais duvidosas sero as vantagens econmicas do processo; neste caso um outro tipo
de revestimento, como o pr-misturado a frio, deve ser considerado.
2.1
CONDICIONANTES PARA UM PROJETO DE
PAVIMENTO
3 A porcentagem de veculos comerciais por faixa de trfego para vias com duas
ou mais faixas por sentido, sendo em geral considerada a faixa mais carregada
ou a mais solicitada pelos veculos comerciais para o projeto do pavimento; e
Uma crtica que se faz em relao ao uso do nmero N para representar a solicitao
do trfego, que se estimam os danos de forma particularizada, levando em considerao
um determinado problema ou ruptura provvel. Esses pressupostos e hipteses no so
Nmero N de
repeties equivalentes
Designao de carga
Rodovias e vias tpicas
segundo o nvel do eixo-padro de
nesta categoria(2)
de trfego 80kN ou 8,2tf
(USACE DNIT, 2006a)
(1)
(1) Nmero de repeties de carga do eixo padro AASHTO calculado empregando outros Fatores de
Equivalncia de Carga da AASHTO, que resultam em nmeros N diferentes do N USACE, para o mesmo
trfego. O N USACE tem sido empregado tradicionalmente para dimensionamento de pavimentos pelo
mtodo emprico de dimensionamento de estruturas de pavimento novos vigente no Brasil. O N AASHTO
tambm empregado no Brasil para algumas verificaes estruturais e projetos de restaurao.
(2) O nmero de repeties acumuladas de eixos deve ser calculado e no estimado pela categoria da rodo-
via ou via; a descrio na presente tabela empregada para exemplificar algumas ocorrncias frequentes,
no generalizadas. O volume de trfego dirio de veculos comerciais descritos meramente indicativo e
ilustrativo, devendo ser calculado com rigor, levando em considerao a magnitude das cargas, configu-
raes de eixos etc. Rodovias ou vias urbanas de mesmo VDM (volume de trfego dirio mdio) podem
resultar em diferentes N - nmero de solicitaes equivalentes de carga do eixo padro.
Locais onde h precipitaes intensas, mesmo que sejam de curta durao, ou com
somatrio elevado de precipitaes anuais, so propensos ocorrncia de acidentes por
derrapagens ou at hidroplanagem. Nas rodovias e vias urbanas onde se possa desenvolver
maiores velocidades, o risco aumenta, pois o coeficiente de atrito em pavimentos molhados
cai com o aumento da velocidade. Nessas regies, a existncia de curvas de pequeno raio
e rampas tambm so pontos de maior ateno. Em rodovias de trfego intenso e altas
velocidades, com curvas de grandes raios e diversas faixas de rolamento, tambm se faz
necessrio um bom projeto de drenagem superficial, pois a rea de contribuio expres-
Essas situaes citadas podem ser tratadas de forma diferenciada, utilizando revesti-
mentos asflticos que contribuam para o aumento no coeficiente de atrito entre o pneu e
pavimento (ver item 2.3 e Tabela 2.6). importante ressaltar que um bom projeto de drena-
gem e de dispositivos adequados para promover a retirada da gua da superfcie ou daquela
que infiltre na estrutura de pavimento so imperativos, tanto para melhoria das condies
de aderncia, quanto para o funcionamento estrutural dos pavimentos.
2.1.4 Materiais
Subleito
Um bom projeto de dimensionamento de pavimentos envolve um estudo apurado da ge-
ologia, da pedologia e da geotecnia locais. Nos cortes e aterros, o tratamento que ser dado
ao subleito essencial para um bom desempenho da estrutura do pavimento. Recomenda-
-se fortemente que haja um processo de densificao intenso do subleito, alcanando-se o
maior grau de compactao possvel do solo em questo, desde que o processo executivo
no leve o mesmo a apresentar anisotropia (lamelas construtivas). Recomenda-se ainda
que se empreguem tecnologias e metodologias nacionais de reconhecimento de solos e para
sua seleo, como a miniatura compactada tropical MCT (Nogami e Villibor, 1995).
Este Guia tcnico sugere que para trfego A e MP (Tabela 2.1) sejam empregadas
bases ou sub-bases de elevados mdulos de resilincia ou elstico. Nesse sentido indica
para alvio de tenses de trao no revestimento asfltico e aumento de sua vida de fadiga:
Fler e aditivos
Dependendo do tipo de mistura asfltica selecionada para a obra, deve-se tambm
prever a disponibilidade de fler ativo (como a cal), e aditivos (como fibras, melhoradores de
adesividade lquidos, entre outros produtos).
Ligantes asflticos
Este Guia tcnico sugere a seleo de ligantes asflticos em funo do trfego, do tipo
de obra (implantao ou reabilitao), das especificidades locais e do tipo de misturas
asflticas. Caso haja situaes ou condies adversas, tais como: rampas fortes, curvas
fechadas, presena de trfego canalizado de veculos pesados, temperaturas mdias do
ar muito elevadas, entre outras situaes que exijam misturas asflticas especiais para
garantir o desempenho adequado, sugere-se que seja elevado o nvel de desempenho em
Os clculos de espessura das camadas asflticas dependem dos tipos de ligantes as-
flticos e graduao utilizados, do trfego atuante, dos materiais e das espessuras das
camadas subjacentes s camadas asflticas, do subleito, e das condies climticas. No
adequado o clculo de espessuras que no levem em considerao as propriedades
mecnicas das camadas asflticas. A diferenciao dos tipos de ligantes e de solues de
revestimentos e bases asflticas somente bem avaliada pelas propriedades mecnicas
(ver Captulo 3 deste Guia tcnico).
TSS (simples)
TSD (duplo)
TST (triplo)
Camadas intermedirias (binder) e bases
Macadame betuminoso por penetrao a
quente (base)
Misturas asflticas usinadas a quente ou
mornas (binder e base)
Camadas de rolamento: misturas usinadas
TSD (duplo)
TST (triplo)
Camadas intermedirias (binder) e bases
Macadame betuminoso por
penetrao a quente (base)
Misturas asflticas usinadas a
quente ou mornas (binder e base)
EME - mistura de mdulo elevado
(base)
SAMI (sobre camada que
possui trincas de retrao)
Camadas de rolamento: misturas usinadas
Concreto asfltico - CA
Camadas de rolamento: misturas especiais usinadas
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pres-
supe realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro
das boas tcnicas executivas).
A no indicao de uso ou de restrio significa muitas vezes que se trata de uma soluo no usual ou eco-
nomicamente invivel, ou mesmo de pouca experincia prtica neste tipo de servio ou emprego especfico.
(*) Camadas que devem ser executadas sobre camadas asflticas densas (no drenantes).
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de propriedades mecnicas e
hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mnimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficincia de adoo de menores espessuras.
Concreto asfltico - CA
Camada porosa de atrito - CPA(*)
Mistura asfltica tipo Gap Graded - GG(*)
Mistura asfltica tipo BBTM / RAUD(*)
Mistura as fltica tipo SMA(*)
No adequado: produto cuja aplicao no indicada tecnicamente.
Adequado: produto cuja aplicao pode levar ao sucesso tcnico (pressupe realizao de ensaios de dosagem e
de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro das boas tcnicas executivas).
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pressupe
realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro das boas
tcnicas executivas).
A no indicao de uso ou de restrio significa muitas vezes que se trata de uma soluo no usual ou economica-
mente invivel, ou mesmo de pouca experincia prtica neste tipo de servio ou emprego especfico.
(*) Camadas que devem ser executadas sobre camadas asflticas densas (no drenantes).
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de propriedades mecnicas e
hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mnimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficincia de adoo de menores espessuras.
Mistura asfltica
tipo BBTM / RAUD(*)
Mistura asfltica
tipo SMA(*)
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pres-
supe realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro
das boas tcnicas executivas).
A no indicao de uso ou de restrio significa muitas vezes que se trata de uma soluo no usual ou eco-
nomicamente invivel, ou mesmo de pouca experincia prtica neste tipo de servio ou emprego especfico.
(*) Camadas que devem ser executadas sobre camadas asflticas densas (no drenantes).
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de propriedades mecnicas e
hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mnimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficincia de adoo de menores espessuras.
RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C LA-1C LAN EA I LA-RC RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
TSS
TSD
TST
Camadas intermedirias (binder) e bases
Macadame
betuminoso
Solo-emulso
Camadas de rolamento: misturas usinadas
PMF aberto
PMF semidenso
PMF denso
Areia asfalto -
AAUF
Camadas de rolamento: tratamentos de superfcie
Microrrevestimento
- MRAF
Lama asfltica - LA
Tratamento tipo
SAM
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pres-
supe realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro
das boas tcnicas executivas).
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de propriedades mecnicas e
hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mnimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficincia de adoo de menores espessuras.
Nvel de trfego: M
(moderado volume de trfego 106 <N 107)
Tipos de
servios Emulses asflticas
asflticos
Convencionais Elastomricas
a frio
Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura
Ruptura lenta
rpida mdia controlada rpida mdia controlada lenta
RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C LA-1C LAN EA I LA-RC RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
TSD
TST
Camadas intermedirias (binder) e bases
Macadame
betuminoso
Solo-emulso
PMF aberto
PMF
semidenso
PMF denso
Areia asfalto -
AAUF
Camadas de rolamento: tratamentos de superfcie sobre camada asfltica
Microrrevestimento
- MRAF
Lama Asfltica
- LA
Tratamento tipo
SAM
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pres-
supe realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro
das boas tcnicas executivas).
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de propriedades mecnicas e
hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mnimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficincia de adoo de menores espessuras.
Nvel de trfego: A e MP
(alto volume de trfego e trfego muito pesado N > 107)
Tipos de Emulses asflticas
servios
asflticos Convencionais Elastomricas
a frio Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura Ruptura
Ruptura lenta
rpida mdia controlada Ruptura rpida mdia controlada lenta
RR-1C RR-2C RM-1C RM-2C RL-1C LA-1C LAN EA I LA-RC RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
Microrrevestimento
- MRAF
Tratamento tipo
SAM
Trfego
Tipos de ligantes asflticos B M A MP
Baixo Moderado Alto Muito Pesado
Pinturas de ligao
(entre camadas asflticas de revestimento ou entre revestimento e base asfltica)
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pres-
supe realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro
das boas tcnicas executivas).
A no indicao de uso ou de restrio significa que se trata de uma soluo no indicada, embora no
se possa dizer que seja inadequada.
(*) Seleo recomendada se a emulso asfltica para imprimao no contiver solvente em sua formulao.
Caso tenha solvente, este pode reagir com o cimento causando o desprendimento da pelcula da camada
de base, interferindo negativamente na aderncia entre revestimento e base.
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais e dosagens das taxas adequadas de aplicao.
Tabela 2.11: Classes de microtextura (ABPv, 1999, adotada pelo DNIT, 2006b)
Classe Valor de resistncia derrapagem
Perigosa < 25
Muito lisa 5V 1
Lisa V
Insuficientemente rugosa 40 V 4
Medianamente rugosa 47 V 54
Rugosa 55 V 75
Muito rugosa VRD > 75
Atualmente no Brasil, est sendo disseminado o uso de equipamentos dinmicos, como o Grip-
-tester, instalados em reboques, operados em velocidades em geral de 65km/h a 95km/h, para a
medida de atrito em pista molhada de forma controlada e contnua, em rodovias e vias em geral
(ASTM E274/E274M-11). Essa prtica j est presente no Brasil h dcadas para a medida de
atrito em pistas de pouso e de decolagem de aeroportos para que se reportem os valores de atrito
mdio nos trs teros das pistas, para os pilotos e as companhias areas, por normalizao interna-
a a , a a a a , a -
te, tambm o skidometer. H normalizao para as correlaes entre os resultados fornecidos por
diferentes equipamentos (ASTM E2666-09, a ASTM E2793-10 e a ASTM E2883-13).
O atrito pode ser reportado por um indicador que independe do equipamento, pois emprega
as correlaes entre eles. Esse parmetro conhecido por International Friction Index (IFI), tra-
duzido no Brasil por APS (2006) como ndice de Atrito Internacional (ASTM E1960-07, 2011).
Embora a aderncia seja um parmetro fundamental para a segurana dos usurios das
vias e rodovias, h ainda muito que se fazer e a se implantar no Brasil nesse aspecto. H
diversas tcnicas de pavimentos asflticos para melhorar as condies de atrito, principal-
mente em superfcies molhadas, apontadas e recomendadas na Tabela 2.12.
Trfego
Camadas de rolamento B M A MP Muito
Baixo Moderado Alto Pesado
Camadas de rolamento
Concreto asfltico denso (somente
com altura mdia de mancha de
a a 0, )
SMA
Gap-graded(1)
CPA (1)
Camadas delgadas usinadas BBTM
e RAUD (2,0 a 3,0cm)(1)
Tratamentos superficiais de pene-
trao invertida(2)
Lama asfltica(2)
Microrrevestimento asfltico a frio(2)
Adequado: produto cuja aplicao pode levar ao sucesso tcnico (pressupe realizao de ensaios de
dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro das boas tcnicas executivas).
Recomendado: produto cuja aplicao recomendada do ponto de vista tcnico e de durabilidade (pres-
supe realizao de ensaios de dosagem e de propriedades, seguindo especificaes, e aplicao dentro
das boas tcnicas executivas).
A no indicao de uso ou de restrio significa que se trata de uma soluo no indicada, embora no
se possa dizer que seja inadequada, pois a macrotextura deve ser elevada para colaborar com o atrito, o
que de difcil obteno em concretos asflticos.
(1) Misturas asflticas porosas (drenantes) devem ser construdas obrigatoriamente sobre camadas asflticas
densas e impermeveis. Devem ser testadas desagregao em curvas fechadas ou rampas fortes.
(2) Tratamentos superficiais de penetrao invertida, executados com emulso modificada por polmero e
construdos sobre uma camada asfltica usinada.
Observao importante: trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam
feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de propriedades mecnicas e
hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural. As espessuras mnimas
estruturais de projeto devem ser seguidas, a menos que estudos complementares sejam realizados e que
comprovem a eficincia de adoo de menores espessuras.
O projeto da mistura asfltica pode ser realizado com foco em duas caractersticas b-
sicas que contribuem para a reduo do rudo pneu-pavimento, decorrente do rolamento:
a superfcie da camada de rolamento e os vazios interligados (com ar) dessa camada. Na
Tabela 2.13 apresentam-se as sugestes para a seleo de misturas asflticas que podem
contribuir para a reduo do rudo ao rolamento.
A graduao da mistura asfltica pode ser concebida de modo que se gere uma textura
superficial que propicie a perda de energia da onda sonora no contato do pneu com essa
superfcie. Nesse sentido, as misturas usinadas com maior macrotextura e com menor ta-
manho mximo nominal de agregados tendem a ser menos ruidosas se comparadas quelas
usinadas com texturas fechadas, e as usinadas tendem a ser mais silenciosas se compara-
das aos tratamentos superficiais por penetrao, aos microrrevestimentos asflticos a frio
e s lamas asflticas.
Misturas asflticas com maior volume de vazios com ar interligados so favorveis para
a reduo de rudo se comparadas s misturas asflticas do tipo densas (impermeveis,
com vazios com ar oclusos). Nas misturas asflticas no impermeveis, quanto menores
Trfego
Camadas de rolamento B M A MP
Baixo Moderado Alto Muito pesado
Concreto asfltico denso
SMA
Gap-graded
CPA (1)
Camadas delgadas usina-
das tipo BBTM ou RAUD
(2,0cm a 3,0cm) (1)
Tratamento superficial de
penetrao, lama asflti-
ca e microrrevestimento
asfltico a frio
Nas Tabelas 2.14, 2.15 e 2.16 so sugeridas algumas tcnicas para uso em obras de
restaurao e de reabilitao de rodovias e de vias urbanas com revestimentos asflticos,
dependendo do tipo de defeito existente. As sugestes so indicativas e no cobrem todas
as tcnicas e todos os recursos existentes. Trata-se de sugestes e no dispensam uma
anlise minuciosa da pertinncia ao projeto. Todas as solues indicadas remetem s Ta-
belas 2.2 a 2.8.
As tcnicas para restaurao funcional para atender aos critrios e aos indicadores de
aderncia ou de rudo devem ser remetidas s solues indicadas nas Tabelas 2.12 e 2.13,
respectivamente.
A reciclagem a frio pode ser feita in situ ou em usina estacionria ou mesmo em usina
mvel (ver Captulo 3). Para trfego A (alto) ou MP (muito pesado), recomenda-se forte-
mente que a reciclagem a frio seja feita em usina, de modo que se viabilize a visualizao
da superfcie da estrutura de pavimento remanescente e, se necessrio, que se tomem
medidas corretivas localizadas, o que no possvel por reciclagem in situ (in loco), com
equipamentos posicionados sobre o local de remoo e de recomposio.
A incorporao dos materiais de base ao revestimento asfltico fresado pode ser vivel.
Como todos os outros materiais, este tambm requer ensaios de laboratrio para a dosagem
e para a determinao de propriedades mecnicas.
A reciclagem de bases granulares por adio de cimento uma outra alternativa, geral-
mente feita in situ ou atravs do uso de usina mvel. Estas solues so concebidas para
favorecer o enrijecimento da camada (e portanto do pavimento como um todo) ou para
recuperar a rigidez original de bases cimentadas perdidas por fadiga ou por outros meca-
nismos de deteriorao.
68
rodovias e vias urbanas (ver tambm Tabelas 2.15 e 2.16)
Microrrevestimento Recapeamento com Reciclagem de
asfltico Recapeamento com
Recapeamento com mistura base e
ou mistura asfltica
Remendos/ mistura asfltica asfltica usinada revestimento(3)
Tipos de Selagem Fresagem/ lama asfltica usinada com
remendos usinada (recomposio +
problemas/defeitos de trincas profundos remoo ou da ou no) reciclado ou no tratamento camada de
tratamento superficial (recicla antirreflexo de
(recomposio) + rolamento
de penetrao trincas(2)
reforo estrutural) asfltica(4)
invertida(1)
Trincamento
isolado verificar
as recomendaes
adequadas
Trincamento moderado
em pequenas reas
Trincamento de
fadiga
FC2 e FC3 (5)
69
Tabela 2.15: Solues para restaurao estrutural e funcional ou reabilitao
70
em rodovias e vias urbanas (ver tambm Tabelas 2.14 e 2.16)
Microrrevestimento Recapeamento com
asfltico Reciclagem Reciclagem de base e
mistura asfltica
Remendos/ Microfresagem/ ou Recapeamento com revestimento (3) revestimento (4)
Tipos de usinada
remendos fresagem/ lama asfltica mistura asfltica + +
problemas/defeitos +
profundos remoo (1) ou usinada camada de camada de rolamento camada de rolamento
tratamento superficial asfltica(5) asfltica(5)
reperfilagem(2)
de penetrao invertida
Deformaes
localizadas
Deformao
permanente em
trilhas de roda por
consolidao (6)
(9)
Deformao
permanente em
trilhas de roda
por fluncia
principalmente (7)
Exsudao(8)
Observaes:
71
Tabela 2.16: Solues para restaurao estrutural e funcional ou reabilitao em
72
rodovias e vias urbanas (ver tambm Tabelas 2.14 e 2.15)
Microrrevestimento Reciclagem
mento com Reciclagem de
asfltico mento com Recapea de base e
Recapeamento Recapea mistura asfltica revestimento (1)
Tipos de Remendos/ Fresagem/ ou mistura asfltica revestimento (2)
com mistura usinada com +
problemas/ remendos lama asfltica usinada +
asfltica tratamento camada de
defeitos profundos remoo ou + camada de
usinada antirreflexo de rolamento
tratamento superficial de reforo estrutural rolamento
trincas) asfltica(3)
penetrao invertida asfltica(3)
Ondulao(4)
Panelas (5)
Desagregao com
perda de mstique
ou de agregados
Observaes:
As indicaes pressupem muitas vezes duas ou trs solues combinadas.
Todas solues pressupem um projeto especfico e requerem um estudo cauteloso das causas que levam ao defeito para poder corrigi-lo.
Trata-se de sugesto de seleo de uso e no assegura sucesso caso no sejam feitos os ensaios de caracterizao de materiais, dosagem e determinao de
propriedades mecnicas e hidrulicas indicados para cada caso, que acompanhem um projeto estrutural e/ou funcional.
73
O bom desempenho de revestimentos e de tratamentos de superfcies asflticas depen-
de da utilizao de procedimentos corretos em diversas etapas: projeto estrutural, escolha
adequada de materiais e formulaes de propores ou misturas que atendam os condicio-
nantes de uso do revestimento, e uso de tcnicas adequadas de produo, distribuio e
execuo das camadas asflticas e controle tecnolgico dos servios.
D mx = 19,0 mm
A Tabela 3.1 apresenta os pontos de controle em funo do tamanho das peneiras (mm)
em funo do tamanho nominal mximo.
25 90 90 100 100
19 90 90 100 100
9,5 90 90 100
4,75 90
2,36 15 41 19 45 23 49 28 58 32 67
0,075 0 6 1 7 2 8 2 10 2 10
Quando a dosagem realizada por meio do mtodo Marshall, a moldagem dos corpos
de prova deve ser realizada utilizando-se 75 golpes para misturas asflticas bem graduadas
densas ou 50 golpes por face, para misturas asflticas do tipo SMA, CPA, entre outras.
Se a dosagem for desenvolvida utilizando-se o CGS, normalmente os corpos de prova so
moldados com 100 giros se a perda por abraso Los Angeles do agregado for de no mximo
30%. Para perdas acima de 30% devem ser utilizados 75 giros.
O teor de fibras a serem utilizadas, para misturas asflticas do tipo SMA e algumas
CPA, definido por meio de ensaio de escorrimento.
A mistura asfltica do tipo CPA deve ser dosada pelo mtodo Marshall, prevalecendo o
V a a 100 a a a A
30%) para no serem quebrados durante a compactao, pois eles esto em contato uns
com os outros e a tenso nesse contato muito elevada durante o processo de densifica-
o. Para ter um contato efetivo dos agregados, estes devem ser cbicos com o ndice de
a 0,5 A a a aa a a a a
a a , a a a1
As misturas asflticas do tipo CPA mantm uma grande porcentagem de vazios com ar
no preenchidos graas s pequenas quantidades de fler, de agregado mido e de ligante
asfltico. Essas misturas asflticas a quente apresentam normalmente entre 18% e 25%
de vazios com ar. Um teste fundamental a ser realizado o desgaste por abraso Cntabro
para misturas asflticas do tipo CPA, recomendado originalmente pelos espanhis para
esse tipo de mistura aberta drenante. Para a realizao desse ensaio deve ser utilizada a
norma ABNT NBR 15140:2014.
Tabela 3.2: Nveis de dosagem e ensaios mecnicos para as misturas asflticas para
comporem camadas de revestimento ou de bases pela tecnologia francesa
(Fonte: Ferreira, 2006)
Para um volume de trfego superior a 1.000 veculos pesados por dia por sentido,
recomendada a utilizao de ligantes asflticos modificados por polmeros elastomricos,
geralmente do tipo SBS, ou ligante convencional com adio de fibras. O teor mnimo de
ligante estimado aplicando a Equao 3.1, com mdulo de riqueza (k) igual a 3,5 para a
graduao BBTM 0/6 e 3,4 para a graduao BBTM 0/10. O mdulo de riqueza propor-
cional espessura do filme de ligante que recobre os agregados, sendo estabelecido para
cada tipo de mistura asfltica visando assegurar a sua durabilidade, e independente da
massa especfica efetiva da mistura de agregados.
0, 5 , 1 1 5
Onde:
G: porcentagem da mistura de agregados com dimetro maior do que 6,3mm
S: porcentagem da mistura de agregados com dimetro entre 6,3 e 0,315mm
s: porcentagem da mistura de agregados com dimetro entre 0,315 e 0,075mm
f: porcentagem da mistura de agregados com dimetro menor do que 0,075mm
BBTM
Caracterstica
Classe 1 Classe 2
6/10 ou 4/6 (%) 70-80 79-85
Os mtodos Marshall e outros modificados para misturas a frio so utilizados para mol-
dar corpos de prova de mistura reciclada. O teor de projeto de ligante definido a partir da
estabilidade Marshall ou da resistncia trao por compresso diametral.
A terceira etapa da dosagem com espuma de asfalto a determinao do teor de projeto de li-
gante. Tanto para a emulso asfltica quanto para a espuma de asfalto, o teor de projeto de ligante
definido a partir da estabilidade Marshall ou da resistncia trao por compresso diametral.
Pode-se citar ainda a dosagem proposta por Castro Neto (2000), que tinha como objetivo
realizar a dosagem de MARQs sem a necessidade de recuperao do ligante asfltico enve-
lhecido. Este autor props um mtodo que considera o comportamento da mistura asfltica
reciclada com diferentes valores de teor de ligante asfltico novo por meio da avaliao dos
valores de MR (mdulo de resilincia) e de RT (resistncia trao por compresso diametral).
Faz-se ento uma dosagem Marshall completa usando esse percentual de ligante asfl-
tico para definir o teor de projeto da mistura. Aps a definio do teor de projeto de ligante
asfltico, moldam-se CPs com porcentagens de ligante asfltico novo variando de 0 a 30%
Inventrio da superfcie
Observar o grau de regularidade superficial, desgaste ou deteriorao, deforma-
es, permeabilidade, trincas, fissuras etc., a fim de definir a espessura e as
faixa(s) granulomtrica(s) do microrrevestimento asfltico a frio a ser projetado.
Condies climticas
Observar a poca do ano, a temperatura do pavimento, o risco de precipitao etc.
Trfego
Identificar o tipo e a natureza do trfego a que o microrrevestimento asfltico
a frio ser submetido.
O mtodo mais usado no pas o mtodo direto chamado ensaio de placa ou bandeja,
que consiste em espalhar o agregado (de cada uma das camadas) sobre uma placa plana de
rea conhecida (50cm x 50cm) de modo a cobrir a rea da placa, obtendo-se um mosaico
uniforme de agregado sem superposio e sem falhas. Pode ser utilizada nesse processo
uma caixa dosadora (80cm x 25cm x 4cm). Espalha-se o agregado sobre o fundo da caixa,
em posio horizontal, de modo a formar um mosaico igual ao que se deseja construir na
pista. Coloca-se ento a caixa na posio vertical e l-se a taxa de agregado, em l/m, na
graduao indicada na tampa transparente da caixa. A mesma caixa tambm pode ser usa-
da no controle do espalhamento do agregado na pista.
Para a obteno do teor de ligante asfltico residual o mtodo mais utilizado do Ins-
tituto do Asfalto. A determinao deste citado teor realizada atravs de equaes mate-
mticas em funo da mdia da menor dimenso dos agregados de cada camada (MDM),
seu teor de vazios (20%), teor de ligante asfltico nesses vazios (50% a 70%) e a sua taxa
de aplicao no substrato.
Caracterizao de ligantes
Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
(ver Anexo, Tabelas A2 e A3)
Caracterizao de agregados Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
Dosagem (determinao do teor de projeto de
Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
ligante asfltico Marshall ou Superpave)
Resistncia trao por compresso diametral(1) Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
Dano por umidade induzida Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
Ensaios laboratoriais para misturas asflticas usinadas e recicladas a quente ou mornas
Caracterizao de ligantes asflticos
Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
(ver Anexo, Tabelas A1 a A5)
Caracterizao de agregados Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
Dosagem (determinao do teor de projeto de
Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
ligante asfltico Marshall ou Superpave)
Resistncia trao por compresso diametral Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
Dano por umidade induzida Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio Obrigatrio
Deformao permanente: ensaios de compresso
axial com carga esttica (creep) ou repetida com
corpos de prova Marshall, ensaios de compresso
Altamente
axial com carga repetida (flow number) com Recomendado Recomendado recomendado
corpos de prova produzidos no equipamento PCG,
ou afundamentos com simuladores de trfego de
laboratrio(2)
Rigidez: mdulo de resilincia; mdulo Altamente
Recomendado Recomendado
dinmico ou mdulo complexo (3) recomendado
Fadiga: trao por compresso diametral, ou
Altamente
por flexo em viga de quatro pontos, ou flexo Recomendado Recomendado recomendado
alternada (trapezoidal), ou por trao direta(4)
Figura 3.2 (a) Vista de uma usina descontnua (gravimtrica) mvel. Fabricante
(Fonte: Bomag Marini LA)
Esse tipo de usina (gravimtrica) caracteriza-se por permitir que o tempo de mistura
seja definido conforme o projeto, ou seja, possibilitando tempo de mistura seca e tempo
de mistura mida. Normalmente o tempo de mistura no misturador do tipo batch de duplo
eixo de 25 a 35 segundos de processamento dos agregados, insumos e ligante asfltico,
porm de acordo com os projetos de misturas asflticas especiais pode-se chegar a 60
segundos ou mais. Neste caso, a produo efetiva do equipamento se reduz de forma pro-
porcional ao tempo de mistura. As usinas descontnuas (gravimtricas) so mais onerosas
tanto na sua aquisio inicial, como na sua manuteno, porm cabe analisar o custo ver-
sus benefcio quando da utilizao em projetos de massas asflticas especiais, tais como:
misturas asflticas descontnuas (gap-graded, BBTM-BBUM, SMA), CPA etc., utilizando
CAP modificado por polmeros ou por borracha moda de pneus.
O processo contnuo realizado em usinas (Figura 3.4) que processam seus materiais
em regime de fluxo uniforme e caracterizam-se por dosar os agregados virgens, na con-
dio: frio, com umidade e com sua classificao granulomtrica totalmente dependente
do sistema de britagem da pedreira. Dessa forma o controle do processo maior devido
gesto de mais variveis como a umidade dos agregados e sua composio. A umidade dos
agregados deve ser avaliada diariamente e as eventuais variaes granulomtricas dos agre-
gados devem ser informadas ao sistema de controle das usinas contnuas, para que sejam
realizadas as correes devidas durante a usinagem. A soma da quantidade de agregados
dosados atravs dos silos frios, descontada a umidade, servir para efetuar a dosagem do
ligante asfltico, tambm processada de forma contnua.
Esse tipo de usina aceito no mercado com sistemas de mistura externa. Cada fabri-
cante desenvolveu sua tecnologia de forma a garantir a qualidade e a eficincia da mistura
asfltica.
Em usinas por bateladas devem ser utilizados pelo menos variadores de frequncia in-
dividuais sincronizados para possibilitar a variao da produo em funo da temperatura.
A dosagem do CAP pode ocorrer por bomba, com ou sem medidor de vazo de ligante,
desde que esta esteja associada pesagem dos agregados (desconsiderando a umidade dos
agregados). A dosagem tambm pode ocorrer por pesagem esttica, em usinas gravimtricas.
4 Queimador
A seleo do queimador que ir operar na usina de asfalto, deve ser de acordo com o
tipo de combustvel disponvel no mercado local entre os adequados para uma boa usina-
gem, tais como GLP, GN, leo de xisto e BPF. O controle de temperatura nos queimadores
fundamental, sendo que no caso de emprego de leos pesados (leo de xisto, BPF, OAC
1A etc.), os quais apresentam alta viscosidade a temperatura ambiente, deve ser prevista
a utilizao de retificador de temperatura com o objetivo de aquecer o combustvel at
atingir viscosidade adequada ao processo de atomizao (aproximadamente 90SSU).
5 Misturador
Existem dois tipos de misturadores externos, denominados misturador em ambiente
rotativo-circulante, e pugmill de dois eixos. A seguir sero abordados esses dois tipos de
misturadores.
Nos testes efetuados pelo fabricante desse sistema foi reportado que a temperatura
na cmara de mistura na regio de injeo do ligante asfltico mais baixa do que a tem-
peratura dos agregados, no permitindo a ocorrncia de processos que oxidam o ligante
asfltico. No caso de usinagem de massa asfltica convencional a temperatura do ambiente
dentro do misturador permanece cerca de 10% abaixo da temperatura dos agregados. Da
mesma forma quando fabricadas misturas asflticas especiais com ligantes modificados em
Na Figura 3.6 pode ser observada a posio de um termopar para medio, durante a
produo, da temperatura do ambiente na regio do misturador antes da injeo do ligante
asfltico. A Figura 3.7 apresenta o processo de mistura tipo Double Coating.
Figura 3.6 Posio do termopar para medio da temperatura misturador-regio de injeo do CAP
(Fonte: Bomag Marini LA)
A Figura 3.8 (a), 3.8 (b) e 3.8 (c) apresentam o misturador de dois eixos paralelos, alm dos
locais onde so efetuadas a injeo do ligante asfltico e dos finos proveniente do filtro de mangas.
6 Filtro de mangas
O filtro de mangas foi desenvolvido para absorver os gases de exausto sem causar da-
nos ambientais e tambm possibilitar a recuperao dos finos em suspenso nos gases para
reincorporao mistura asfltica. Comumente os coletores tipo filtro de mangas so proje-
a aa a a a a a 150 C, a a
Esse tipo de manga constitui o modelo mais econmico e com maior resistncia ao ataque
de cidos. Para misturas asflticas especiais com ligantes modificados por polmeros ou
borracha e usinadas em temperaturas superiores a 150C, recomenda-se a utilizao de
mangas de Nomex.
As misturas dos agregados com emulses asflticas so realizadas em usinas que po-
dem ser estacionrias ou mveis, com capacidade de produo de 30t/h a 600t/h. Essas
usinas so mais simples por no terem necessidade de aquecimento nem do agregado,
nem do ligante asfltico. A Figura 3.9 apresenta um exemplo de uma usina estacionria.
1 Misturas asflticas densas com CAP modificado com polmero: nesse tipo
de mistura asfltica, a temperatura de usinagem aumentada para em torno
170 C a 1 0 C a a a a
de mangas deve utilizar mangas de Nomex a a 40 C,
devem possuir damper de ar frio. Caso o ligante asfltico utilizado seja modi-
ficado com polmero SBS em at 8%, a bomba de asfalto deve ser somente
recalibrada. Nesse caso, os tanques devem tambm possuir agitadores me-
cnicos, sendo que para tanques horizontais no mnimo dois agitadores so
necessrios e para tanques verticais apenas um agitador centralizado pode
ser utilizado.
No caso de utilizao da Cal CH-I (cal calctica) para a melhoria da adesividade ligan-
te agregado, pode ser utilizado um sistema dosador com silo externo onde a cal pode ser
adicionada diretamente aos agregados virgens. As Figuras 3.12 (a) e 3.12 (b) apresentam
o sistema dosador de Cal CH-I com silo externo.
Figura 3.12 (b) Sistema dosador de cal CH-I com silo externo
(Fonte: Ciber Equipamentos Rodovirios)
A unidade de nivelamento formada por uma mesa flutuante e vibratria ligada uni-
dade tratora por braos de nivelamento fixados atravs de articulaes prximas parte
central do equipamento. Suas funes so nivelar e pr-compactar a mistura asfltica sobre
a superfcie em que foi lanada, de acordo com especificaes de geometria previamente
definidas. As Figuras 3.14 e 3.15 apresentam tipos de vibroacabadoras e seus componen-
tes e a Figura 3.16 mostra um exemplo de vibroacabadora.
nunca operar a vibroacabadora com o silo com pouca carga (o nvel de mistura
asfltica no deve ser inferior ao das portas de sada);
estabelecer e manter uma velocidade de operao contnua da vibroacabadora;
controlar a parte superior da mistura asfltica na rea das roscas distribuidoras
sem-fim em 2,54cm;
no permitir que veculos de transporte de massa asfltica se choquem com a
vibroacabadora;
dar preferncia alimentao contnua de mistura asfltica atravs de equipa-
mentos de transferncia de mistura asfltica do tipo shuttle buggy;
no derramar mistura asfltica em excesso na superfcie em execuo (quando
o carregamento do silo realizado diretamente por veculos de transporte);
praticar tcnicas de parada e partida da vibroacabadora adequadas para o
servio;
cuidar para que os controladores de espessura no necessitem de correes
frequentes de maneira a manter as espessuras o mais constantes possvel;
assegurar-se de que a mesa vibratria esteja propriamente ajustada;
regular a velocidade da vibroacabadora e as portas alimentadoras de maneira a
manter as roscas distribuidoras sem-fim girando pelo menos 85% do tempo e
movimentando-se para a frente pelo menos 75% do tempo de operao;
adequada espessura de lanamento tambm contribui para o acabamento de
superfcie;
Compactao
A ltima etapa no processo de execuo a compactao da camada asfltica, que tem
como objetivo permitir o suporte das cargas do trfego de maneira eficiente e pelo maior
perodo possvel. Para isso a camada deve apresentar estabilidade, coeso e impermeabi-
lidade adequadas.
Para que a compactao possa ser executada de maneira eficiente, duas condies fun-
damentais devem estar presentes: existncia de confinamento ao compactar e temperatura
adequada da mistura asfltica lanada.
Misturas asflticas espalhadas com temperatura muito elevada tendem a fluir e defor-
mar-se devido maior lubrificao e menor ligao exercida pelo ligante asfltico exces-
sivamente aquecido. Contrariamente, se a temperatura for muito baixa o ligante asfltico
torna-se plstico e pegajoso, dificultando a compresso da mistura asfltica e a obteno
de um estado mais denso. Cada mistura asfltica tem uma faixa de temperatura de com-
A compactao obtida por meio dos rolos estticos devida ao seu peso prprio. Em
alguns rolos compactadores esse peso pode ser aumentado pela utilizao de lastros. Trs
so os tipos de rolos compactadores estticos: de pneus, em tandem liso e de trs rodas
liso. Com o rolo de pneus obtm-se um ajuste adicional pela possibilidade de variao da
presso dos pneus. Na Figura 3.17 so mostrados exemplos de rolo de pneus e rolo tandem
liso. H vrios fabricantes ou importadores no pas.
Figura 3.18 (a) Exemplo de rolo liso vibratrio com Figura 3.18 (b) Exemplo de rolo liso oscilatrio
pneus na traseira
Para se obter uma compactao eficiente necessrio que a largura da pista seja
coberta pelos rolos compactadores tantas vezes quantas forem necessrias para que o
grau de compactao desejado seja atingido, sem que a temperatura da mistura asfltica
alcance valores abaixo do mnimo correspondente faixa de trabalho. Para isso neces-
srio que os rolos compactadores trabalhem o mais prximo possvel da vibroacabadora.
So vrios os fatores que influem na temperatura da mistura asfltica e determinam o
tempo necessrio de rolagem, conforme apresentado na Tabela 3.5.
Temperatura da mistura
Alta Baixa
asfltica em compactao
Temperatura da superfcie
Alta Baixa
da camada subjacente
Em camadas finas e quentes sempre possvel rolar mais rpido, algumas vezes acima
de 10km/h. Entretanto, misturas instveis requerem baixas velocidades de rolagem.
As camadas asflticas com misturas usinadas a quente devero ficar fechadas ao tr-
fego, at o seu completo resfriamento. Costuma-se adotar um tempo mnimo de 6 horas
para assegurar essa condio.
Primeira alternativa:
1 completar a distribuio na faixa de trabalho, at se esgotar a massa contida
no receptculo da acabadora. Resultar uma poro final no uniforme, e de
espessura gradualmente decrescente;
2 comprimir normalmente a faixa distribuda, utilizando a poro final com ram-
pa de acesso para os rolos compactadores;
3 no reincio da jornada de trabalho, determinar criteriosamente a posio prxi-
ma do final da distribuio em que a camada apresenta a espessura desejada.
Neste local, cortar cuidadosamente a massa, segundo um plano vertical trans-
versal ao eixo, e com emprego de ferramentas manuais, formar a junta;
4 aplicar, com dispositivo manual, pintura de ligao na parede da junta for-
mada.
As fissuras e trincas de baixa severidade (no ativas) e superiores a 6mm devero ser
previamente demarcadas e seladas com emulso asfltica com polmeros antes da execu-
o do microrrevestimento, sendo recomendvel manter a selagem de trincas abaixo do
nvel da superfcie, no coroando a mesma. Complementarmente, qualquer selante antigo
deve ser raspado e substitudo antes da aplicao do MRAF.
O sistema misturador e de distribuio da usina mvel (Figura 3.23) dever ser capaz
de processar de forma contnua e homognea espalhando a massa asfltica sobre a super-
fcie a ser revestida. A largura da caixa distribuidora dever ser regulada de acordo com
a faixa de rolamento. A taxa de aplicao do MRAF varia de acordo com as condies da
superfcie e a granulometria, geralmente, entre 10kg/m a 30kg/m.
A caixa distribuidora dever ser hidrulica, com largura regulvel (de 2,2m a 4,2m),
contendo agitadores duplos do tipo sem-fim para promover a ida e o retorno da mistura
asfltica. Dever ter controle de velocidade e direo para trabalho em sees de superele-
vao e curvas para promover uma melhor mistura asfltica, distribuio, uniformidade da
textura e do acabamento do MRAF.
A junta transversal dever ser executada com auxlio de uma faixa de papel absorvente,
lona plstica ou feltro, apoiada sobre a seo previamente executada, removendo-se o ma-
terial acumulado ou em excesso para evitar possveis falhas de acabamento. Recomenda-se
que a elevao mxima da junta transversal seja fixada em 3mm.
A junta longitudinal dever ser executada sobre o eixo da pista, evitando as trilhas de
roda ou a superposio excessiva sobre o MRAF previamente curado, que poder acarretar
um cume entre as faixas de rolamento. Para tanto, recomenda-se a inverso do sentido da
aplicao de MRAF para um melhor controle visual do alinhamento do eixo pelo motorista
da usina. A largura e a elevao da junta longitudinal devem ser, no mximo, 75mm e 6mm,
respectivamente.
O rolo pneumtico exerce uma presso sobre pequenas depresses resultando em uma
melhor acomodao dos agregados, sem tritur-los. Este deve ser equipado com sistema
de asperso de gua e de limpeza dos pneus. Geralmente, duas a cinco coberturas so
suficientes.
O emprego de rolo tandem liso esttico no recomendado, pois este fica assentado
sobre as zonas mais altas em detrimento das mais baixas (efeito ponte). Alm disso, esse
equipamento deixa marcas sobre a superfcie e pode triturar o agregado grado do MRAF.
O rolo pneumtico tambm requerido na iminncia de chuvas, temperatura ambiente em
declnio e alta umidade relativa do ar visando acelerar o processo de cura do MRAF e limitar
o rejeito de agregados.
Caso haja rejeito excessivo de agregados, varrer a pista e colocar cones de sinalizao
para limitar a velocidade do trfego e a projeo de pedras. Em cruzamentos e intersec-
es, a operao de espalhamento de p de pedra ou areia sobre a pista, denominada de
salgamento, uma alternativa para reduzir o tempo de interdio da via.
Atualmente o equipamento mais indicado para esse tipo de servio o que est mos-
trado na Figura 3.25, que aplica o ligante asfltico e o agregado, em sequncia, de forma
homognea e controlada, obtendo-se uma adequada uniformidade da camada executada.
Para isso necessrio que o equipamento esteja devidamente ajustado para aplicar o
ligante asfltico e o agregado nas propores definidas previamente e tambm calibrado
adequadamente e com capacidade de operao uniforme de todos seus sistemas.
(b) Sistemas de aplicao de ligante asfltico e (c) Detalhe da barra espargidora de ligante
agregados em detalhe asfltico (direita) e barra distribuidora de agregados
(esquerda)
Para CAP:
20 a 60ssF (segundos Saybolt-Furol);
Em cada camada, o tamanho dos agregados dever ser o mais uniforme possvel (con-
dio homomtrica), isto , os agregados devem tender a um s tamanho. Os agregados
assim considerados so definidos pela relao:
d/D
onde:
d (tamanho mnimo efetivo) o tamanho em milmetros, obtido a partir da curva granu-
lomtrica e que corresponde a 15% em peso de material passante na peneira correspondente.
D (tamanho mximo efetivo) o tamanho em milmetros, obtido a partir da curva granu-
lomtrica e que corresponde a 90% em peso de material passante na peneira correspondente.
A relao d/D dever ser maior ou igual a 0,65.
Nos tratamentos mltiplos, o tamanho relativo do agregado, nas vrias camadas, deve
ser escolhido de forma tal que o tamanho mdio (D+d)/2, do agregado de cada camada,
seja aproximadamente a metade do correspondente tamanho mdio da camada imediata-
mente inferior. Estas duas condies tm o objetivo de promover um bom travamento entre
as camadas, proporcionando aos tratamentos superficiais maior durabilidade e menor con-
Pode-se aplicar uma capa selante sobre os TS, sendo o ligante desta capa quase sempre
uma emulso asfltica, frequentemente diluda com gua. Em seguida aplicao da emul-
so, esta coberta por agregado mido (areia ou p de pedra) e realizada a compresso. An-
tes de aplicar o ligante, aconselhvel a passagem de vassoura de arrasto (sem contrapeso)
sobre a ltima camada de agregado do tratamento, para melhorar a penetrao da emulso.
O servio s dever ser liberado aps a compactao final, finalizao de todo o processo
de varrio, esfriamento do ligante (CAP e/ou emulso asfltica) a temperatura ambiente e
quando o agregado oferecer resistncia ao arrancamento. Recomenda-se que trnsito de vecu-
los seja controlado nas 24 horas seguintes a construo, com velocidade mxima de 50 km/h.
Massa superaquecida:
possvel identificar um trao de massa superaquecida, observando-se no momen-
to de sua chegada, se a massa estiver liberando uma fumaa azul. Diante deste sinal
deve-se checar imediatamente a temperatura da massa. Se realmente estiver supe-
raquecida, rejeitar o trao comprometido e proceder ao ajuste operacional da usina;
Excesso de asfalto:
se a mistura fica achatada ao cair, e apresentar uma aparncia brilhante, ela
pode conter excesso de asfalto;
Deficincia de asfalto:
pode ser identificado por massa com aparncia magra e granular, envolvi-
mento inadequado dos agregados e falta do brilho negro caracterstico;
Excesso de umidade:
podem ser detectadas pela sada de vapor da massa, quando esta descarrega-
da no receptculo da vibro acabadora. A mistura pode inclusive borbulhar. Em
aparncia, pode assemelhar-se a uma mistura com excesso de asfalto;
Segregao:
caracterizada pela ocorrncia de ninhos de agregado fino ou grado na
massa, podendo ser necessrio refug-la, dependendo do porte do problema.
A DMT da mistura asfltica define a densidade da mistura como se esta fosse compac-
tada numa condio de vazios de ar nulo. Utilizando o mtodo ABNT NBR15619, a DMT
da mistura asfltica de campo determinada e utilizada como densidade de referncia. O
nvel de compactao de uma camada asfltica de pavimento determinado calculando-se
a razo entre a densidade de campo e a densidade de referncia, que neste caso a DMT
da mistura de campo. recomendvel que a volumetria seja calculada pela norma ABNT
NBR 16273.
Uma vez que a DMT representa uma mistura asfltica sem vazios com ar, um teor de
vazios de campo de 8% ser sempre 92% da DMT de referncia, independentemente do
valor de Vv de projeto da mistura. Para a obteno de resultados representativos, as amos-
tras da mistura asfltica de campo devem receber procedimentos de cura idnticos aos
utilizados durante o procedimento de dosagem da mistura asfltica em laboratrio. Se as
amostras de misturas asflticas soltas no so adequadamente curadas no campo, a DMT
a ser atingida ser artificialmente baixa devido menor absoro de ligante asfltico pelo
agregado (resultando em maior volume da mistura).
Calibrao do equipamento:
ajustes e dosagem dos materiais da usina mvel para a aplicao do MRAF.
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UTILIZAO DE
LIGANTES ASFLTICOS
UTILIZAO DE
LIGANTES ASFLTICOS
EM SERVIOS DE
PAVIMENTAO
REVISO DE TEXTO
Mariflor Rocha
IMPRESSO
GRUPO SMART PRINTER
ANEXO
UTILIZAO DE
LIGANTES ASFLTICOS
EM SERVIOS DE
PAVIMENTAO
Limites Mtodos
Caractersticas Unid. CAP CAP CAP CAP
ABNT ASTM
30/45 50/70 85/100 150/200
85 a 150 a NBR
Penetrao (100g, 5s, 25C) 0,1mm 30 a 45 50 a 70 D5
100 200 6576
NBR
Ponto de amolecimento, mn. C 52 46 43 37 D 36
6560
Viscosidade Saybolt Furol s NBR E 102
14950
a 135C, mn. 192 141 110 80
a 150C, mn. 90 50 43 36
a 177C 40 -150 30 -150 15-60 15-60
Ou
Viscosidade Brookfield cP NBR D
15184 4402
a 135C, SP 21, 20rpm, mn. 374 274 214 155
a 150C, SP 21, mn. 203 112 97 81
a 177C, SP 21 76-285 57-285 28-114 28-114
ndice de Suscetibilidade (-1,5) a (-1,5) a (-1,5) a (-1,5) a
Trmica (IST)(1) (+0,7) (+0,7) (+0,7) (+0,7)
NBR
Ponto de fulgor, mn. C 235 235 235 235 D 92
11341
Solubilidade em NBR D
% massa 99,5 99,5 99,5 99,5
tricloroetileno, mn. 14855 2042
NBR
Ductilidade a 25C, mn. cm 60 60 100 100 D 113
6293
Efeito do calor e do ar
D 2872
(RTFOT) a 163C, 5min
Variao em massa, mx.(2) % massa 0,5 0,5 0,5 0,5
NBR
Ductilidade a 25C, mn. cm 10 20 50 50 D 113
6293
Aumento do ponto de NBR
C 8 8 8 8 D 36
amolecimento, mx. 6560
NBR
Penetrao retida, mn.(3) % 60 55 55 50 D5
6576
(1) O ndice de suscetibilidade trmica obtido a partir da seguinte equao:
IST = [ (500) (log PEN) + (20) (TC) 1951 ] / [120 (50) (log PEN) + (TC) ]
onde: (TC) = Ponto de amolecimento
PEN = penetrao a 25C, 100g, 5s.
(2) A variao em massa, em porcentagem, definida como:
Especificao
Caractersticas Mtodo Unidade CAP-TLA 30/45
Mnimo Mximo
Penetrao (100g, 5s, 25C) NBR-6576 dmm 30 45
Ponto de amolecimento, mnimo NBR-6560 C 52
Viscosidade Brookfield, @ 135C 500
Viscosidade Brookfield, @ 150C NBR-14184 cP 200
Viscosidade Brookfield, @ 175C 80
Ponto de fulgor, mnimo NBR-11341 C 230
Variao em massa, RTFOT NBR-15235 % 1,0
Aumento do PA, RTFOT NBR-6560 C 8
Penetrao retida, RTFOT NBR-6576 % 50
Tabela A6: Especificaes para asfaltos diludos de petrleo (ADPs) com tempo
de cura rpida. Resoluo n 30 de 9 de outubro de 2007 da ANP
Regulamento Tcnico ANP n 02/2007
Mtodos Tipos de CR
Caractersticas
ABNT ASTM CR-70 CR-250
No ADP
gua, %volume, mx. NBR 14236 D 95 0,2 0,2
Viscosidade cinemtica, cSt, 60C NBR 14756 D 2170 70-140 250-500
Viscosidade Saybolt-Furol, s
50C 60-120
60C 125-250
Ponto de fulgor (V.A. Tag), mn. NBR 5765 D 3143 27
Destilao at 360C, % volume total
destilado, mn.
190C 10
225C NBR 14856 D 402 50 35
260C 70 60
316C 85 80
Resduo, 360C, % volume mn. 55 65
No resduo da destilao
Viscosidade, 60C (2) NBR 5847 D 2171 600-2400 600-2400
Betume, % massa, mn. (2) NBR 14855 D 2042 99,0 99,0
Ductilidade, 25C, cm, mn. (1) (2) NBR 6293 D 113 100 100
(1) Se a ductilidade obtida a 25C for menor do que 100cm, o ADP estar especificado se a
ductilidade a 15,5C for maior do que 100cm.
(2) Ensaios realizados no resduo da destilao.
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Para o ensaio da adesividade em agregado mido, a norma equivalente NBR 14757 a ISSA TB-114.
Tabela A9: Especificaes das emulses asflticas catinicas modificadas por
polmeros elastomricos. Resoluo n 36 de 13 de novembro de 2012 da ANP
Regulamento Tcnico ANP n 06/2012
Limite Mtodo(1)
Ruptura Ruptura Ruptura
Caracterstica Unid. Ruptura rpida
mdia controlada lenta ABNT ASTM
NBR
RR1C-E RR2C-E RM1C-E RC1C-E RL1C-E
Ensaio para a emulso
Viscosidade
s 70 mx. 100-400 20-200 70 mx. 70 mx. 14491 D244
Saybolt-Furol, a 50C
%
Sedimentao, mx. 5 6570 D6930
massa
Peneirao 0,84mm, %
0,1 14393 D6933
mx. massa
Resistncia gua, mn. de cobertura(2) 6300 D244
Agregado seco 80
%
Agregado mido 80 80 60 60 60
Carga da partcula positiva 6567 D244
pH, mx. 6,5 6,5 6299 D244
Destilao
%
solvente destilado 0-3 0-3 0 a 12 0 0 6568 D244
volume
a 360C
%
Resduo seco, mn. 62 67 62 62 60 14376 D6934
massa
Desemulsibilidade
% 50 50
Mn. 6569 D6936
massa
Mx. 50
Ensaio para o resduo da emulso obtido pela ABNT NBR 14896
Penetrao a 25C 0,1
45-150 45-150 6576 D5
(100g e 5s) mm
Ponto de
C 50 55 6560 D36
amolecimento, mn.
Viscosidade
Brookfield a 135C, cP 550 600 15184 D4402
SP21, 20 rpm, mn.
Recuperao
elstica a 25C, % 65 70 15086 D6084
20cm, mn.
(1) A equivalncia das normas NBR e ASTM parcial, sendo que, preferencialmente, os en-
saios devem ser realizados pelas normas NBR.
(2) Se no houver envio de amostra ou informao da natureza do agregado pelo consumidor
final, o distribuidor dever indicar a natureza do agregado usado no ensaio no certificado
da qualidade.
Peneira de Designao
Tolerncias
malha quadrada I II III IV
ASTM mm % em massa, passando
3/4 19,0 100
1/2 12,5 90-100 7%
3/8 9,5 100 100 7%
5/16 7,93 45-60 90-100 90-100 100 5%
no 4 4,75 30-40 30-45 30-52 90-100 5%
n 10 o 2,0 20-27 20-27 20-30 30-40 5%
no 200 0,075 9-13 9-13 7-12 7-12 2%
Espessura (cm) 3,5-5,0 3,0-4,0 2,5-3,5 1,5-2,5
Designao da faixa A B
Tamanho nominal 4,75mm 2,0mm Tolerncias da
Peneiras faixa de projeto
Porcentagem em massa, passando
Srie ASTM Abertura (mm)
3/8 9,5 100
no 4 4,75 80-100 100 5%
no 10 2,0 60-95 90-100 4%
no 40 0,42 16-52 40-90 4%
no 80 0,18 4-15 10-47 3%
no 200 0,075 2-10 0-7 2%
Emprego Revestimento Revestimento
Teor de CAP,
6,0 a 12,0 7,0 a 12,0 0,3
% sobre o total da mistura
Volume de vazios, % 3,0 a 8,0
Relao betume/vazios, % 65 a 82
Estabilidade, kN, mn. 30
Fluncia, mm 2,0 a 4,0
Valores especficos
Mtodos Ensaios Unidade
Mnimo Mximo
Coeso mida, 30
NBR 14798 kg.cm 12,0
min
Coeso mida, 30
NBR 14798 kg.cm 20,0
min
Excesso de asfalto
NBR 14841 g/cm2 538,0
pelo LWT
NBR 14757 Adesividade % 90,0
Perda por abraso
NBR 14746 g/m2 538,0
mida WTAT
Tempo de mistu-
NBR 14758 s 120,0
ra, 251o C
% passando em peso
Peneiras
Duplo A Duplo B
A B C D
Pol. mm
1 camada 2 camada 1 camada 2 camada
1 25,4 100
3/4 19,1 90-100 95-100
1/2 12,7 0-25 100 20-40 100
3/8 9,5 0-15 95-100 0-10 95-100
1/4 6,35 0-25
n 4
o 4,75 0-5 0-5 0-20
no 10 2,0 0-5
no 40 0,42
n 200
o 0,075 0-1 0-1 0-1 0-1