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Lei de Drogas
Fabio Roque
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LEGISLAO PENAL ESPECIAL
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Na Lei de Drogas, a norma penal em branco abolitio criminis retroage para beneficiar o ru).
heterognea (o complemento dado por ato A conduta voltou a ser crime em 15/12/2000.
infralegal Portaria da ANVISA).
Usurio art. 28 da Lei de Drogas
Diversos doutrinadores, por exemplo Zaffaroni,
argumentavam que a norma penal em branco Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em
heterognea violaria o Princpio da Legalidade depsito, transportar ou trouxer consigo, para
(art. 1 do Cdigo Penal), pois se o consumo pessoal, drogas sem autorizao ou
em desacordo com determinao legal ou
complemento dado por um ato infralegal,
regulamentar ser submetido s seguintes
estaramos diante de uma situao em que a penas:
Lei no estaria definindo o crime, mas, sim,
uma Portaria, o que violaria a legalidade estrita O crime no o consumo da droga
(lei em sentido material e formal). Esse propriamente dito, mas no h como consumir
argumento, todavia, minoritrio na nossa a droga sem praticar algum desses verbos.
doutrina: no o ato infralegal que define a necessrio, sempre, que seja para consumo
conduta, o ato apenas complementa a lei. Os pessoal.
verbos, a conduta, o fazer ou o no fazer, so
dados pela lei. AULA 1.2
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ser preso, pois se enquadra no art. 33, 3, conta o local, as condies em que se
da Lei de Drogas. desenvolveu a ao, as circunstncias sociais
e pessoais, bem como a conduta e
Art. 33. Importar, exportar, remeter, preparar, antecedentes do agente.
produzir, fabricar, adquirir, vender, expor
venda, oferecer, ter em depsito, transportar, Penas cominadas para o usurio de drogas
trazer consigo, guardar, prescrever, ministrar, (art. 28)
entregar a consumo ou fornecer drogas, ainda
que gratuitamente, sem autorizao ou em I - advertncia sobre os efeitos das drogas;
desacordo com determinao legal ou
regulamentar: II - prestao de servios comunidade;
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democracia pressupe que os cidados mais de duas condutas, ele responde por mais
possam questionar as leis, o que no os de um crime. Duas condutas realizadas
desobriga de obedecer as leis. A marcha da ensejam dois crimes.
maconha consiste no exerccio democrtico da J no tipo penal misto alternativo, a
liberdade de expresso. realizao de mais de uma conduta dentro do
mesmo contexto ftico faz com que o indivduo
AULA 1.4 responda por apenas um crime. o caso do
art. 33 da Lei 11.343/2006. Tambm o caso
No caput do art. 33 h efetivamente o crime de do art. 28 que trata do usurio.
trfico de drogas.
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com a causa de diminuio benfica para o desse pargrafo. O STF disse que proibir essa
ru, que ela retroaja por inteiro. No pode converso inconstitucional, pois o legislador
retroagir s uma parte da lei. Se, por exemplo, estaria usurpando a funo do julgador quem
esse traficante no fizer jus causa de aplica o direito ao caso concreto o julgador.
diminuio, digamos que ele no seja primrio, O STF declarou a inconstitucionalidade em
logo, ele no tem direito. O juiz, nesse caso, controle difuso, que tem efeito apenas entre as
deve aplicar a lei antiga. A lei nova no poder partes, mas o Senado aprovou a Resoluo n.
5 de 2012, retirando a eficcia da expresso
ser aplicada porque a lei antiga tem uma pena
vedada a converso em penas restritivas de
menor. Agora, se ele faz jus causa de
direitos.
diminuio, aplica-se a pena da lei nova com a
causa de diminuio, porque ser mais
favorvel para o ru aplicar a lei nova do que
AULA 2.1
aplicar a lei antiga sem a causa de diminuio.
A smula probe a combinao de lei. A lei no
retroage em parte. Argumento doutrinrio que
embasou essa smula: a combinao de leis Para o traficante possvel haver a pena
daria ensejo chamada lex tertia, que seria a privativa de liberdade substituda pela pena
terceira lei. Se voc permitir a combinao de restritiva de direitos porque a proibio
leis, voc no aplica nem a lei A nem a lei B, contemplada no art. 33, 4, no mais
voc aplica a juno das duas. O juiz no subsiste. O que necessrio para substituir a
estaria apenas aplicando a lei, ele estaria pena privativa de liberdade por uma pena
criando uma lei AB, que resulta da combinao restritiva de direito? preciso analisar o art. 44
das outras duas. O juiz estaria criando a lei, o do Cdigo Penal.
que uma tarefa do legislador, o juiz estaria
violando, assim, a separao de poderes. O art. 44 traz trs requisitos:
Ocorre que este argumento de criar leis j est 1 crime culposo (no se trata do art. 33, vez
superado, mas o que vale para o concurso. que este pressupe o dolo) ou crime doloso
Para o STJ no d para a lei retroagir em parte. sem violncia ou grave ameaa em que a pena
STJ, Smula 501: cabvel a aplicao seja at quatro anos os quatro anos dizem
retroativa da Lei 11.343/06, desde que o respeito pena efetivamente aplicada pelo juiz
resultado da incidncia das suas disposies, na sentena, por isso, a pena restritiva pode
na ntegra, seja mais favorvel ao ru do que ser aplicada para o trfico de drogas, pois,
o advindo da aplicao da Lei 6.368/76, sendo incidindo a causa de diminuio de pena, a
vedada a combinao de leis. pena pode ficar abaixo do mnimo legal, que no
caso do trfico de drogas de 5 anos. Ento,
3) A lei dizia que era vedada a converso da com a causa de diminuio de pena, o mnimo
pena privativa de liberdade em pena restritiva legal que era de 5 anos pode diminuir,
de direitos. Para caber a pena restritiva de chegando a quatro anos. Ressalte-se que o
direitos a condenao tem que ser at 04 anos. trfico de drogas, em si, no tem violncia ou
Em regra, o traficante vai ser condenado no grave ameaa.
mnimo a 05 anos. Com a causa de diminuio
de pena, a pena pode ficar abaixo de 04 anos. 2 no haver reincidncia no mesmo crime
O legislador ento disse na lei que mesmo o condenado pode ser reincidente em outro
ficando a pena abaixo de 04 anos, a pena no crime, mas no pode ser reincidente no
poderia ser convertida em restritiva de direitos. mesmo crime.
O STF declarou a inconstitucionalidade parcial
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na poca o STJ entendeu que no era trfico, O STF analisou um habeas corpus que foi
porque o cloreto de etila no era considerado impetrado por um sujeito que era capito da
droga na Argentina. Como a lei antiga tratava Fora Area Brasileira, e utilizava os avies da
de trfico internacional, no se podia dizer que FAB para praticar o trfico ele se vale da
houve trfico, mas sim contrabando, pois o funo pblica para praticar o crime de trfico.
cloreto de etila no era considerado droga no
pas de origem. Contrabando importar ou III - a infrao tiver sido cometida nas
exportar mercadoria proibida desde que no dependncias ou imediaes de
constitua crime mais especfico. estabelecimentos prisionais, de ensino ou
hospitalares, de sedes de entidades
Com o advento da Lei de Drogas atual no se estudantis, sociais, culturais, recreativas,
pode dizer qual ser o entendimento do STJ, esportivas, ou beneficentes, de locais de
pois agora fala-se de trfico transnacional. trabalho coletivo, de recintos onde se realizem
Ento, o s fato de a droga ter ingressado no espetculos ou diverses de qualquer
Brasil j consumaria o trfico transnacional. De natureza, de servios de tratamento de
igual sorte, se a droga sai do Brasil e dependentes de drogas ou de reinsero
apreendida em alto mar, j haveria a social, de unidades militares ou policiais ou em
consumao do trfico transnacional. transportes pblicos;
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Este inciso o mais controverso na doutrina, Pargrafo nico. Nos crimes previstos no
vez que parece ter havido um erro do caput deste artigo, dar-se- o livramento
legislativo. condicional aps o cumprimento de dois teros
da pena, vedada sua concesso ao reincidente
Perceba-se que o art. 36 j trata do crime de especfico.
financiamento de determinados crimes. No se
pode condenar o financiador pelo art. 36 e pela OBS.: Para o trfico no cabe a liberdade
causa de aumento de pena. provisria mediante a fiana e no cabe a
liberdade provisria sem a fiana. Ocorre,
No art. 36 tem-se o crime de financiamento do todavia, que esta ltima parte (obteno da
trfico de drogas, da conduta equiparada ao
liberdade provisria sem a fiana) j foi
trfico ou do maquinrio. A nica alternativa
para se entender o dispositivo VII pensar que declarada inconstitucional pelo STF. Tambm
se o sujeito financia ou custeia a prtica do foi declarada inconstitucional a vedao da
crime do art. 33, caput, 1 ou do art. 34, ele converso das penas em restritivas de direitos.
responde pelo art. 36. Mas se ele financiar ou
custear algum outro crime, incide a causa de
aumento de pena.
Art. 44. Os crimes previstos nos arts. 33, caput Nos crimes relacionados lei de drogas,
e 1o, e 34 a 37 desta Lei so inafianveis e imprescindvel o laudo de constatao da
insuscetveis de sursis, graa, indulto, anistia e
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Fase de processo
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