Relatrio de Laboratrio 1

Pndulo Composto

Felipe Vitoriano Lucas

09/0113209
1 Relatrio referente aos experimentos realizados no dia 30/03/2015, no local Bloco G.
2 Aluno de graduao da disciplina Vibraes 1/2015 Turma C Faculdade de Tecnologia,
Universidade de Braslia (UnB) Braslia, DF Brasil.
 1. Descrio do experimento
Um pndulo composto, ou pndulo fsico, um sistema em que um corpo rgido oscila
em torno de um eixo fixo, pela ao da fora gravitacional.

No experimento proposto, o pndulo composto representado por uma barra metlica

presa na bancada em uma das extremidades. Ser feita a anlise desse pndulo de trs formas:

i) Sem um par de discos preso na outra extremidade (extremidade livre);

ii) Com um par de discos fixados na outra extremidade da haste, de modo que o par
de discos esteja livre para girar em torno de seu ponto de fixao;
iii) Com um par de discos engastados na outra extremidade.

Feita a anlise desses trs tipos de pndulos compostos distintos, sero determinados
os perodos de oscilao, as frequncias naturais e os momentos de inrcia de cada um, e dessa
forma, ser possvel calcular o momento de inrcia de qualquer corpo preso a barra metlica,
seja ele engastado ou rotulado.

Os materiais utilizados no experimento foram:

Barra metlica;
Discos;
Parafusos;
Roscas;
Trena;
Cronmetro;
Balana digital;
Paqumetro.

2. Procedimento experimental
Primeiramente a barra metlica foi acoplada na bancada atravs de um parafuso
exclusivo. Os parafusos anterior e posterior foram apertados de modo a evitar movimentao
do ponto de fixao.

Dessa forma, foi analisado o pndulo composto sem o par o discos (PCSD), onde o
pndulo foi rotulado num ponto O, e no foi anexado nenhum disco a sua outra extremidade. O
pndulo foi posto para oscilar com ngulos pequenos, para se determinar o quanto foi puxado
do pndulo foram feitas medidas indiretas atravs da funo seno, uma vez que o ngulo pr-
determinado e o comprimento da barra conhecido, para que se diminuam as incertezas e para
fazer a aproximao sen , o perodo foi medido atravs de um cronometro para possibilitar
o clculo da frequncia natural e do momento de inrcia em relao ao ponto O.
 Figura 1 Pndulo Composto Sem o par de Discos.

Aps isso, foi realizado o experimento com o Pndulo Composto com par de Discos
Livres (PCDL), onde um par de discos foi fixado na extremidade da haste, de modo que o par de
discos ficou livre para girar em torno do seu ponto de fixao. Os procedimentos foram os
mesmos do primeiro caso.

Figura 2 Pndulo Composto com o par de Discos Livres.

Por fim, foi realizado o experimento do Pndulo Composto com o par de Discos
Engastados (PCDE), onde os discos foram presos a haste com parafusos. Os procedimentos
adotados foram os mesmos dos experimentos anteriores.
 Figura 3 Pndulo Composto com o par de Discos Engastados.

Os discos utilizados no experimento (geometria, formato e desenho) esto de acordo

com a figura 4:

Figura 4 Geometria do disco

Foram feitas todas as medidas necessrias para a realizao do experimento, de acordo

com a tabela 1. Cada medida foi calculada trs vezes e realizada uma mdia.

Componentes Caractersticas Montagem Funo

1. Haste metlica m = 840 2 g - Uma das pontas - Afixar/engastar
L = 602,0 0,5 mm fixada na o par de discos.
L1 = 548,9 0,03 mm bancada - Funcionar como
L2 = 53,1 0,03 mm multiensaios e a pndulo
L3 = 495,8 0,5 mm outra mantm-se composto em
Larg. = 51,1 0,03 mm livre ou onde se associao com o
Esp. = 4,7 0,03 mm afixa o par de par de discos ou
discos livremente.
 2. Par de discos M = 2,434 0,002 kg (sem - So presos no - Influir no
parafusos e porcas) rolamento da momento de
M = 2,452 0,002 kg (com extremidade inrcia quando
parafusos e porcas) oscilante da formando o
haste, podendo pndulo
Disco 1: ser engastados composto.
D1 = 150,1 0,03 mm com o auxlio dos
D2 = 28,1 0,03 mm parafusos e
D3 = 6,6 0,03 mm porcas.
e1 = 8,6 0,03 mm
e2 = 9,75 0,03 mm

Disco 2:
D1 = 149,8 0,03 mm
D2 = 28,05 0,03 mm
D3 = 6,4 0,03 mm
e1 = 8,7 0,03 mm
e2 = 10,05 0,03 mm

*D3 corresponde ao menor

dimetro do disco
Tabela 1 Medidas do experimento.

Foi analisada tambm a instrumentao do experimento, seu erro experimental e sua

funo no experimento, de acordo com a tabela 2.

Instrumento Erro instrumental Grandezas

Balana digital 2g - Massa da haste metlica.
- Massa do par de discos
com porcas e parafusos.
Cronmetro 0,01 s - Perodo de oscilao do
pndulo.
Trena 0,5 mm - Dimenses L e L3 do
pndulo.
Paqumetro 0,03 mm - Dimenses L1 e L2 do
pndulo.
- Espessuras dos discos.
- Dimetros dos discos.
Tabela 2 Instrumentao do experimento

3. Resultados obtidos
Foram utilizadas algumas hipteses acerca dos dados e das contas:

i) A gravidade do local dever ser considerada = 9,7808439 /;

ii) O amortecimento do ar desprezado;
iii) Pequenos ngulos de oscilao (< 15);
iv) No h atrito nem folga nos mancais e rolamentos;
v) A haste metlica e os discos so macios;
vi) O momento de inrcia do eixo que prende os discos igual a zero.
3.1. Pndulo Composto Sem o par de Discos (PCSD)

Ensaio Perodo
i = 1,2,3,...,10 Ti
n = 10 1 oscilao 10 oscilaes
(s) (s)
1 1,23 12,25
2 1,21 12,08
3 1,22 12,19
4 1,21 12,08
5 1,21 12,11
6 1,22 12,16
7 1,21 12,10
8 1,21 12,11
9 1,22 12,18
10 1,23 12,32
Mdia <T> 1,22 s
Desvio-padro
10
=1( <>)
0,01 s
s=
(1)
Tabela 3 Perodos de oscilao obtidos experimentalmente

3.1.1. Valores calculados analiticamente:

A frequncia natural ser:

3(21 )
= = 5,14 /
2(32 + 31 )

O momento de inrcia ser:

3
= ( + 32 ) = 0,08 . 2
3 1

3.1.2. Valores calculados experimentalmente:

Para = (1,22 0,01)

A frequncia natural ser:

2
= = 5,15 /

O momento de inrcia ser:

2
= 2
(1 ) = 0,08 . 2
4 2
3.2. Pndulo Composto com o par de Discos Livres (PCDL)

Ensaio Perodo
i = 1,2,3,...,10 Ti
n = 10 1 oscilao 10 oscilaes
(s) (s)
1 1,39 13,90
2 1,39 13,90
3 1,38 13,75
4 1,40 13,96
5 1,39 13,94
6 1,39 13,85
7 1,39 13,93
8 1,39 13,91
9 1,39 13,90
10 1,41 14,13
Mdia <T> 1,39 s
Desvio-padro
10
=1( <>)
0,01 s
s=
(1)
Tabela 4 Perodos de oscilao obtidos experimentalmente

3.2.1. Valores calculados analiticamente:

A frequncia natural ser:

63 + 3(21 )
= = 4,53 /
2(32 + 31 ) + 63

O momento de inrcia ser:

= 23 = 0,603 . 2

3.2.2. Valores calculados experimentalmente:

Para = (1,39 0,01)

A frequncia natural ser:

2
= = 4,52 /

O momento de inrcia ser:
[23 + (21 )] 2 3
= (2 + 31 ) = 0,605 . 2
8 2 3
3.3. Pndulo Composto com o par de Discos Engastados (PCDE)

Ensaio Perodo
i = 1,2,3,...,10 Ti
n = 10 1 oscilao 10 oscilaes
(s) (s)
1 1,41 14,05
2 1,39 13,91
3 1,39 13,91
4 1,37 13,71
5 1,40 13,95
6 1,39 13,90
7 1,40 14,00
8 1,39 13,90
9 1,39 13,85
10 1,40 14,00
Mdia <T> 1,39 s
Desvio-padro
10
=1( <>)
0,01 s
s=
(1)
Tabela 5 Perodos de oscilao obtidos experimentalmente

3.3.1. Valores calculados analiticamente:

A frequncia natural ser:

12[23 + (21 )]
= = 4,50 /
3 3) e1 D14 + e2 D42
8(2 + 1 + 243 + 3( )
e1 D12 + e2 D22

O momento de inrcia ser:

3 e1 D14 + e2 D42
0d + 0b = (2 + 31 ) + 23 + ( ) = 0,686 . 2
3 8 e1 D12 + e2 D22

3.3.2. Valores calculados experimentalmente:

Para = (1,39 0,01)

A frequncia natural ser:

2
= = 4,52 /

O momento de inrcia ser:

2 [3 + (1 2)]
0d + 0b = = 0,682 . 2
4 2
4. Anlise de resultados
Valor terico Valor experimental Erro relativo percentual

PCSD 5,14 rad/s 0,080 kg.m 5,15 rad/s 0,080 kg.m 0,20% 0%

PCDL 4,53 rad/s 0,603 kg.m 4,52 rad/s 0,605 kg.m 0,22% 0,33%

PCDE 4,50 rad/s 0,686 kg.m 4,52 rad/s 0,682 kg.m 0,44% 0,59%
Tabela 6 Resumo dos resultados tericos, experimentais e o erro relativo

5,14 5,15

4,52
4,53
4,5 4,52

Terico Experimental

PCSD PCDL PCDE

Grfico 1 Comparativo entre o valor terico e experimental da frequncia natural

0,686 0,682
0,603 0,605

0,08 0,08

Terico Experimental

PCSD PCDL PCDE

Grfico 2 Comparativo entre o valor terico e experimental do momento de inrcia

 Com a comparao entre os valores obtidos de forma analtica e de forma experimental,
percebe-se que a aproximao feita nos modelos tericos baseados na teoria de vibraes do
pndulo foi bem aceita no experimento.

Os erros relativos percentuais foram muito pequenos e alguns at nulos. Isso deve-se a
excelente preciso adotada nas medies do experimento. Alguns erros aconteceram devido ao
desbalanceamento dos discos, o que levou a rotao e tambm ocorreu a vibrao do eixo.

5. Concluso
O experimento do pndulo composto sem discos, com um par de discos livres e com um
par de discos engastados, serviu de base para aplicar a teoria estudada em sala de aula. Nele
foram aplicados os conceitos e hipteses da teoria de vibraes na prtica.

Foi observado que a frequncia natural foi diminuindo devido ao aumento do momento
de inrcia, o que era esperado. Infelizmente, devido m qualidade da aparelhagem, o
experimento teve seus dados alterados principalmente no caso do PCDL, onde os discos no
foram bem fixados e houve uma pequena rotao dos mesmos. Outra explicao plausvel para
essa alterao foi a existncia de atrito no eixo de rotao. As outras consideraes feitas no
experimento pouco interferem no resultado final. Dessa forma, os dados coletados do perodo
foram extremamente prximos ao do caso do PCDE. J o momento de inrcia dos pndulos foi
aumentando conforme a mudana entre os tipos de pndulo, o que j era esperado.

Mesmo assim as aproximaes e hipteses feitas foram bem aceitas e o erro relativo
entre os valores calculados analiticamente e experimentalmente foi bem pequeno, quase
desprezvel.

6. Referncias
- Roteiro do laboratrio da disciplina de Vibraes 1 1/2015 Universidade de Braslia.