Experimentos F 229

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Experimento 1

PÊNDULO SIMPLES

Parte A – Pêndulo Simples em Pequenas Oscilações


A.1. Introdução
Um pêndulo simples é um sistema físico idealizado, consistindo de um corpo
de massa pontual suspenso por um fio inextensível e desprovido de massa
conforme mostra a Fig. 1. (A função do foto-gate e do cronômetro inteligente no
experimento será explicada mais adiante). A extremidade oposta à do corpo é presa
num ponto fixo e  é o deslocamento angular, isto é, o ângulo formado pelo fio e a
direção vertical. Se o pêndulo for afastado de um ângulo  = 0 e a seguir
abandonado, ele irá oscilar, voltando periodicamente ao ângulo 0. O ângulo 0 é
denominado de ângulo de lançamento ou amplitude angular. O tempo gasto numa
oscilação completa, ou seja, o tempo gasto para o corpo ir de uma posição qualquer
e voltar à mesma posição é denominado de período.

Figura 1. Pêndulo simples.

O pêndulo de nosso experimento, evidentemente, não é ideal, pois o corpo não


será pontual, o fio não terá massa desprezível e não será rigorosamente
inextensível. Entretanto, se usarmos um corpo cujas dimensões lineares sejam
pequenas em comparação com o comprimento do fio, um fio de massa muito menor
que a do corpo, e cuja distensão durante o movimento seja desprezível, teremos
um sistema físico que pode ser considerado como um pêndulo simples.
Quando o pêndulo se movimenta em pequenas oscilações (ângulo 0 pequeno,
de uns 15, ou menos), adiantamos que a relação entre o período, T, e o
comprimento do fio, L, é dada, em muito boa aproximação, por
2

T = k La (a1)
onde k e a são constantes.
A.2. Objetivos
Nesta parte do experimento você deverá determinar k e a, ou seja, encontrar
a lei do pêndulo simples para pequenas oscilações.
Observação: Ao realizar este experimento é importante que o aluno adote uma
atitude de redescoberta, chegando às suas conclusões apenas através da
experimentação, sem usar nenhuma equação ou conceito da teoria do pêndulo
simples além das aqui expostas.
A.3. Material usado
Peso de chumbo, fio de Nylon, suporte do pêndulo, régua de 1 m e
cronômetro inteligente com foto-gate.
A.4. Procedimento
Com o material que lhe é fornecido, monte o pêndulo simples.
Trabalhe com o pêndulo no regime de pequenas oscilações e para diversos
valores de L meça os T correspondentes. Para isso instale o foto-gate de tal forma
que: (1) seu feixe infravermelho (IV) seja aproximadamente perpendicular ao plano
da trajetória do pêndulo e, (2) que o peso de chumbo possa, em certa posição de
sua trajetória, interromper o feixe IV. Com o cronômetro inteligente, faça várias
medidas de T para cada L, e tire a média. Coloque os seus resultados numa tabela.
Com os dados da tabela, construa um gráfico de log T x log L e a partir dele
determine os valores k e a e seus respectivos desvios padrão, a e k. Use para
isso o método dos quadrados mínimos. Escreva seus resultados na forma a  a e
k  k.

Parte B – Cálculo da Aceleração da Gravidade e Pêndulo Simples


em Oscilações de Amplitude Qualquer
B.1. Introdução
Agora que você já encontrou a dependência entre T e L, podemos lembrar
que a constante k depende da aceleração da gravidade, e que uma demonstração
rigorosa mostra que
T = [2(L/g)] [1 + (1/4) sen2 (0/2) + (9/64) sen4 (0/2) + …] (b1)
= [2(L/g)] [1 + ] (b2)
onde L e g são, respectivamente, o comprimento do fio e a aceleração da
gravidade. O parâmetro 0 é o ângulo de lançamento e  é a soma dos termos da
série infinita em sen2n (0/2). Observe que para pequenas oscilações, tais que sen 0
 0, o termo  é muito menor que a unidade, e o período pode ser escrito como
T = T0 = 2(L/g) (b3)

B.2. Objetivos
Com os resultados da Parte A do experimento, (i) determinar a aceleração da
gravidade e, (ii) investigar quantitativamente a dependência de T em 0.
3

B.3. Procedimento
Determinação de g
Na parte A deste experimento você encontrou um valor numérico para k
(além de outro valor para a). Usando o valor de k encontrado, determine g. Para
fazer isso, iguale as equações (a1) e (b3) de modo a explicitar g em função de k.
Uma vez que você também determinou o desvio padrão k, calcule também g e
escreva o resultado na forma g  g. Encontre o erro relativo percentual quando
você compara sua determinação de g com a aceleração da gravidade local (g =
9,81 cm s-2).
Dependência de T com 0
Determine experimentalmente o período de oscilação do pêndulo variando o
ângulo de lançamento 0 (utilize um comprimento do pêndulo fixo entre 30 cm a 40
cm e varie o ângulo aproximadamente entre 50 a cerca de 450). (a) Faça um gráfico
do período em função do ângulo de lançamento; (b) Utilizando a expressão (b2)
proponha um processo de linearização desta equação e faça o gráfico
correspondente. Obtenha novamente o valor de g com este procedimento.
Escreva a expressão teórica para o erro relativo percentual cometido quando
você usa a Eq. (b3) ao invés da Eq. (b1) para determinar g. Use a equação
Erro relativo % = {[g(b3) – g(b2)]/g(b2)} x 100
onde g(b2) e g(b3) são as expressões para g calculadas pelas Equações (b2) e
(b3), respectivamente.
A seguir, determine esses erros (em grandeza e sinal!) para os ângulos
medidos experimentalmente, utilizando dois procedimentos: (a) teoricamente -
utilizando o valor de  obtido pela expansão em série até o termo em sen4 (0/2) e
(b) experimentalmente - utilizando os valores do período calculado em função de 0
e adotando o valor de g obtido pela equação (b3). Como referência adote o valor de
g obtido para o menor ângulo.

BIBLIOGRAFIA
1. G.L. Squires, Practical Physics, 3rd Edition, Cambridge University Press, 1991, cap. 4.
2. D.W. Preston e E.R. Dietz, The Art of Experimental Physics, John Wiley, 1991, pp. 13-15,
18-22 e 24-25.
3. J. Goldenberg, Física Geral e Experimental, Vol. I, Edtora Universidade de São Paulo,
1982, p. 44-46.
4. M. Alonso e E.J. Finn, Física – Um Curso Universitário, Vol. 1, seção 12.5.
5. D. Halliday e R. Resnick, Fundamentos de Física, Vol. 2, cap. 14.6.
6. C. Kittel, Curso de Física de Berkeley – Mecânica, Vol. 1, cap.7.
Experimento 2
PÊNDULO COMPOSTO

1. Introdução
Um pêndulo composto,
composto, ou pêndulo físico, é um sistema em que um corpo rígido
oscila em torno de um eixo fixo, pela ação da força gravitacional. Na Fig. 1 é
representado o pêndulo composto que você usará neste experimento, juntamente com
o foto-gate
gate e cronômetro inteligente usados na determinação do período do
movimento. O pêndulo é constituído por uma barra rígida e homogênea de alumínio,
na extremidade
emidade da qual é presa uma placa retangular de ferro. O período de oscilação
do pêndulo, T, para pequenos ângulos de oscilação,
oscilação é dado por
T=2π (I0/MgD)1/2 (1)
onde I0 é o momento de inércia do pêndulo em relação ao ponto de suspensão, M é a
massa do pêndulo, g a aceleração da gravidade e D a distância entre o centro de
massa (CM) do sistema e o ponto de suspensão.

Figura 1. Pêndulo composto.

Utilizando o teorema dos eixos paralelos de modo a relacionar I0 com o


momento de inércia em relação ao centro de massa, ICM, e lembrando que ICM = Mk2,
sendo k o raio de giração, deduz
deduz-se que
T = 2π[(D + k2/D)/g]1/2 (2)
2

2. Objetivos
Investigar o movimento de um pêndulo composto e determinar o seu raio de
giração e momento de inércia em relação ao centro de massa.
3. Material
Pêndulo composto, eixo de suspensão, régua de 1 m, balança de precisão,
cronômetro inteligente com foto-gate.
4. Procedimento
Consiste em tomar medidas de T em função de D e a partir delas construir um
gráfico T2D x D2. A partir do gráfico, determinar k e seu desvio padrão ∆k. Determinar
também g ± ∆g e ICM ± ∆ICM.
Recomendações
(1). Para encontrar os vários valores de D, é preciso que você determine, com a
maior precisão possível, a posição do CM do pêndulo, xCM, em relação à uma origem
qualquer, usando a equação
xCM = (m1x1 + m2x2)/(m1 + m2)
onde x1 e x2 são as distâncias dos CM da barra de alumínio e da placa à origem, e m1
e m2 as respectivas massas.
(2). Procure realizar o experimento mantendo o ângulo de lançamento (valor
máximo do ângulo de oscilação, θ) sempre pequeno (não muito maior que uns 15°), de
modo que não sejam necessárias correções na Eqs. (1) e (2).
(3). Para medir T, o foto-gate deve ser ajustado de modo que (1) seu feixe
infravermelho seja perpendiculat ao plano da trajetória do pêndulo e, (2) que o pêndulo
possa interromper o feixe em um determinado ângulo de sua trajetória (θ = 0, por
exemplo).
(4). Faça medidas de T para todos os furos no intervalo entre o mais afastado e
o mais próximo do centro de massa. Para cada furo tome várias medidas de T e tire a
média. Coloque seus resultados numa tabela.
BIBLIOGRAFIA
1. M. Alonso e E.J. Finn, Física - Um Curso Universitário, Vol. 1, seções 12.5 e 12.6.
2. C. Kittel, Curso de Física de Berkeley – Mecânica, Vol. 1, cap. 8. (Biblioteca IFGW no. 531.K652.m).
3. D. Halliday, R. Resnick, Fundamentos de Física, Vol. 2, cap. 14.6.
4. P. Lucie, Física Básica, Vol. 2, pp. 166-167.
5. Leitura suplementar: K. Laws, The Physics of Dance, Physics Today, Vol. 38, p. 24 (1985).
Experimento 3
PÊNDULO DE TORÇÃO
1. Introdução
Um sistema composto por um corpo rígido suspenso por um fio e capaz de
oscilar em torno de um eixo comum com o fio é o que se denomina de pêndulo de
torção. A Figura 1 mostra esquematicamente o pêndulo de torção do curso F-229.
Quando
ando o pêndulo oscila em torno do eixo z, a haste (pequeno retângulo de
alumínio preso ao corpo do pêndulo) periodicamente interrompe o feixe fei
infravermelho do foto-gate
gate possibilitando a medida do período de oscilação pelo
cronômetro inteligente. A função das haste compensadora é evitar que simetria do
corpo suspenso seja alterada,
alterada, mantendo o centro de gravidade no eixo z.

Figura 1. Pêndulo de torção do curso F-229 com foto-gate


gate e cronômetro
inteligente para a medida do período.
período

Dando-se
se uma torção no corpo de um ângulo θ, o fio irá apresentar um
torque de oposição, τ, proporcional a θ, definido pela relação τ = -kθ,
- sendo k uma
constante própria do fio, denominada de coeficiente de restituição.. Como o torque é
sempre de oposição ao deslocamento angular, se ao corpo for dado um
deslocamento inicial, θ0, e depois abandonado, ele irá oscilar com um período T,
dado pela equação
T = 2π√(I0/k) (1)
onde I0 é o momento de inércia do corpo em relação ao eixo colinear com o fio.
fio
Um pêndulo de torção é útil para determinar momentos de inércia de objetos
de forma complexa – uma roda de engrenagem, ou uma hélice de avião – por
exemplo. O pêndulo é também é útil para se determinar o módulo de cisalhamento
do material do fio (ver abaixo),
abaix conhecendo-se
se o momento de inércia do corpo.
2

O coeficiente de restituição é uma grandeza extrínseca, ou seja, depende


das dimensões do fio (comprimento e diâmetro). Entretanto, o seu conhecimento
pode levar à uma grandeza intrínseca, própria do material do fio, denominada de
módulo de cisalhamento, G. Demonstra-se que a relação entre G e k é dada por
G = 2Lk/(πr4) (2)
sendo L e r o comprimento e o raio do fio, respectivamente.
A partir das Equações (1) e (2) é fácil mostrar (demonstre!) que
T = [8πI0L/(Gr4)]1/2 (3)
2. Objetivo
Determinar o módulo de cisalhamento do fio do pêndulo a partir da Eq. (3).
3. Material
Pêndulo de torção com fio metálico, régua de 1 m, paquímetro, micrômetro,
foto-gate da PASCO e cronômetro inteligente.
4. Procedimento
Monte o pêndulo e ajuste o foto-gate como indicado pela figura. Faça
medidas de T para vários comprimentos do fio, colocando seus resultados numa
tabela.
Uma etapa importante neste experimento é determinar o momento de inércia
do corpo. Determine I0 pela fórmula para o momento de inércia que melhor se
aplica ao corpo em questão, tomando suas medidas com o paquímetro. NÃO É
PRECISO PESAR O CORPO DO PÊNDULO – O VALOR DA MASSA SERÁ DADO
NA AULA. É importante lembrar que o momento de inércia do cilindro de latão (ver
figura) é muito maior que o das hastes. Assim, estas últimas não devem ser
levadas em consideração em seus cálculos, pois não interferem significativamente
com o movimento do pêndulo.
A próxima etapa é, usando a tabela, lançar seus resultados em gráfico.
Antes disso, entretanto, linearize a Eq. (3) para escolher os eixos do gráfico de tal
forma que os pontos possam ser ajustados por uma reta. Explique como irá extrair
G do gráfico e calcule o seu valor e o respectivo desvio padrão. O diâmetro do fio,
necessário para o cálculo, deverá ser medido com o micrômetro.
Observação importante: Diferentemente do pêndulo simples, o movimento do
pêndulo de torção é harmônico simples para qualquer ângulo de torção inicial,
exceto, é claro, de ângulos que possam produzir deformações permanentes no fio e
alterem suas propriedades elásticas.
BIBLIOGRAFIA
1. M. Alonso e E.J. Finn, Física – um Curso Universitário, Vol. 1, seção 12.6.
2. P. Lucie, Física Básica –Mecânica, Editora Campus, XXX, cap. 4.7.
3. Handbook of Physics (Statics of Elastic Bodies), pp.3-75 à 3-77.
4. C.J. Smithels, Metals Reference Book, Vol. 3, 4a. Ed., Butterworths, London, 1967, pp. 775-776
e 708-711.
Experimento 4
CORDAS VIBRANTES E ONDAS ESTACIONÁRIAS

1. Introdução:
A elongação de uma onda estacionária que se propaga em uma corda
esticada ao longo da direção x, obedece à seguinte equação:
Y(x,t) = Ym sen(kx) cos(ωt) (1)
onde Ym é a amplitude, k = 2 π/λ é o número de onda e ω é a freqüência angular,
relacionada com a freqüência, f, pela equação ω = 2πf. Verifica-se que:
(a) para qualquer instante a amplitude da onda depende da posição x ao
longo da corda de forma que em alguns pontos esta será sempre nula;
esses pontos são chamados de nodos;
(b) em qualquer posição x, com exceção dos nodos, a amplitude varia com
o tempo, alternando seu sinal.
A ressonância da corda (ou formação de uma onda estacionária na corda) é
estabelecida impondo-se que, para qualquer tempo, os extremos da corda formam
um nó.
Tomando um trecho da corda que propaga um pulso, conforme mostra a
Fig. 1, e observando o ponto de máxima amplitude (ponto A), pode-se calcular sua
velocidade usando a componente vertical da resultante da tensão, T, atuando neste
ponto. Imagine a corda fluindo pelo ponto A com uma velocidade v e considere o
elemento de corda ∆l e massa ∆m. Tem-se então ∆m = µ ∆l = µ 2θ r, onde µ é a
densidade linear de massa da corda, e 2θ é o ângulo que compreende o elemento
de corda de comprimento ∆l. Este último elemento sofre uma força centrípeta F,
dada por
F= ∆m v2/r = 2Tsenθ ≈ 2Tθ (2)
Então,
v = (T/µ)1/2 (3)
Assim, a velocidade de propagação depende da tensão aplicada e da densidade
linear de massa.

Figura 1. Representação de um pulso que se propaga ao longo de


uma corda.
2

Na ressonância, o comprimento da corda, L, entre os dois pontos fixos, é


dado por L = nλ/2, onde n é o número de ventres formados pela corda. A partir
desta equação e usando v = λ f e a eq. (3) chega-se à
L = (n/2f) ඥܶ/ߤ (4)
Este experimento tem por objetivo o estudo da propagação de ondas numa
corda e o estabelecimento de ondas estacionárias, condições de ressonância e
determinação da densidade linear de massa da corda.
Será empregado uma corda com uma das pontas presa a um dispositivo
que produz as oscilações na corda (cigarra). A outra ponta assume-se como fixa,
embora o arranjo experimental permita que o comprimento da corda seja variado
continuamente. Um fio de Nylon será usado como corda.
2. Material usado
Cigarra, fio de Nylon, roldana com suporte, conjunto de pesos, régua de 1
m e balança de precisão.
3. Procedimento e análise de dados
Monte o seu experimento conforme mostra a Fig. 2. Utiliza-se um fio de
nylon como corda, com uma ponta presa na lâmina da cigarra que oscila com
freqüência de 120 Hz. A cigarra pode ser movimentada livremente sobre a bancada.
A outra ponta do fio passa por um suporte com uma polia e é presa a um suporte no
qual são colocados pesos de chumbo de massa conhecida de forma que o copo
com os pesos fique na vertical. Estes pesos produzem a tensão no fio e a polia
permite que o fio se desloque mantendo a tensão constante. Assim, poderemos
fazer o experimento variando a tensão da corda (pela modificação dos pesos), o seu
comprimento, e o número de ventres.
Uma importante equação neste experimento é

௠௚
‫( = ܮ‬1/2݂)ට ఓ
݊ (5)

Figura 2. Arranjo experimental. C - cigarra; P - polia; M - pesos ajustáveis.


3

que é obtida a partir da eq. (4) fazendo-se T = mg, onde m é a massa dos pesos e g
é a aceleração da gravidade.
Sugere-se que essa equação seja usada para determinar µ, obtendo-se
várias condições de ressonância na corda, variando-se L, n e m. Usando esses
dados, plote um gráfico linear e a partir dele determine µ e seu desvio padrão.
Compare o valor de µ obtido com aquele que você encontra a partir de um
pedaço de fio de comprimento conhecido e de sua pesagem na balança.
Principais cuidados:
(i). Antes de iniciar o experimento, calcule quais os comprimentos e número de
ventres pode obter para um dado peso, de forma a planejar seu trabalho.
Considere que a mesa tem uma altura do solo da ordem de 80 cm e, portanto,
não será possível obter variações de L maiores que este valor.
(ii). Lembre-se que o estabelecimento da onda estacionária se verifica quando
a lâmina e os nós tem uma amplitude de oscilação muito pequena. Em algumas
ocasiões, os ventres apresentam uma amplitude muito grande mas os nós não
são claramente definidos, porque, de fato, há ondas se propagando com os
valores de λ próximos ao da situação de ressonância, de forma que há
interferência entre as ondas. Neste caso, não se pode considerar como uma
onda estacionária.
(iii). Como sugestão, ajuste o comprimento do fio a partir do máximo valor de L
e obtenha o maior número de ventres possível para um dado peso diminuindo o
comprimento da corda.
(iv). Estabeleça uma maneira de medir L de forma a minimizar os erros
aleatórios.

BIBLIOGRAFIA
1. R. Resnick e D. Halliday, Física, Vol. 2, caps. 17, 18 e tópico suplementar na p. 278.
2. Feynman, Leighton e Sands, The Feynman Lectures on Physics, Vol. 1, 6a. ed., cap. 49.
3. P. Lucie, Mecânica 2, cap. 5, Ed. Campus.
4. Wood, The Physics of Music (Biblioteca do Instituto de Artes, Unicamp, #781.1.w85p).
5. H.F. Olson, Music, Physics and Engineering (Biblioteca do Instituto de Artes, Unicamp #
781.10L8m).
Experimento 5
MÁQUINA DE ATWOOD
1. Introdução
O sistema físico mo
mostrado na Fig. 1 denomina-se Máquina de Atwood. Atwood
Consiste
onsiste de um cilindro de latão (polia) que pode girar em torno de um eixo fixo,
e dois corpos,, ou pesos, de massas m1 e m2 pendurados na polia por meio de
um fio leve e inextensível. A diferença entre os pesos dos dos dois corpos é
responsável por um torque não nulo sobre a polia,polia, que gira com aceleração
angular constante. A máquina de Atwood é um instrumento de grande utilidade
para determinarr o momento de inércia de objetos com simetria cilíndrica,
cilíndrica ou
mesmo a aceleração da gravidade, conforme se programa o experimento.

Figura 1. Máquina de Atwood.

Se
e o fio não escorrega no cilindro de latão,
latão e se m1 for maior que m2 (ver
desenho),
nho), quando o sistema for abandonado sem velocidade inicial, a relação
entre a diferença de massa dos corpos e a aceleração linear do movimento é
∆m = (2h/gR2)(I + MR2)(1/t2) + τa/(gR) (1)
onde ∆m = m1 - m2, M = m1 + m2, h é a altura inicial, t é o tempo em que os
corpos se deslocam de h, I e R sãoão o momento de inércia do cilindro de latão e
seu raio, τa é torque da força de atrito entre o eixo e o cilindro de latão,
latão e g (=
9,81 m s-2) é a aceleração da gravidade.
2. Objetivos
Estudar
studar o movimento da máquina de Atwood e determinar o momento de
inércia da polia e o torque da força de atrito.
2

3. Material
Polia de latão com eixo, barbante, 2 pesos de suspensão, conjunto de
discos metálicos (pequenos pesos que se acoplam aos pesos de suspensão),
régua de 1 m, paquímetro, balança de precisão e cronômetro.
4. Procedimento
Monte a Máquina conforme indica a Figura 1. A massa total dos corpos
(M = m1 + m2) durante o experimento deverá ser constante, porém sua diferença
(∆m = m1 – m2) variável. Isso poderá ser feito transferindo os discos de um corpo
para o outro.
Mantenha h fixo e varie ∆m e determinando t com o cronômetro. Para
cada ∆m, repita algumas vezes (três ou quatro) a medida de t. Coloque os
resultados numa tabela.
Lance seus dados em gráfico, escolhendo os eixos de tal forma que os
pontos possam ser ajustados por uma reta. [Examine a Eq. (1) para concluir
sobre a escolha dos eixos].
Determine, a partir do gráfico, os valores do momento de inércia do
cilindro de latão e do torque da força de atrito com seus respectivos desvios
padrão.
Como a massa do cilindro de latão é conhecida (consulte tabela fornecida
em sala) e você pode determinar as suas dimensões com um paquímetro,
calcule, a partir desses dados, o valor aproximado de seu momento de inércia.
Explicite a equação que usou. Compare o valor encontrado com aquele obtido
pelo gráfico.

BIBLIOGRAFIA
1. M. Alonso e E.J. Finn, Física – Um Curso Universitário, Vol. 1, seção 10.4.
2. D. Halliday e R. Resnick, Fundamentos de Física, Vol. 1, caps. 11 e 12.
3. F.W. Sears e M. Zemansky, Física, Vol 1, cap. 9.
4. P.A. Tipler, Física, Vol. 1, cap. 12.
1

Experimento 6
VISCOSIDADE: LEI DE STOKES

1. Introdução:
O movimento de um corpo em um meio viscoso é influenciado pela ação de
uma força viscosa, Fv, proporcional à velocidade, v, conhecida como lei de Stokes.
No caso de esferas em velocidades baixas, Fv = 6πηrv, onde r o raio da esfera e η o
coeficiente de viscosidade do meio. Se uma esfera de densidade maior que a de um
líquido for solta na superfície do mesmo, no instante inicial a velocidade é zero, mas
a força resultante acelera a esfera de forma que sua velocidade vai aumentando.
Pode-se verificar que a velocidade aumenta não-uniformemente com o tempo e
atinge um valor limite, que ocorre quando a força resultante for nula. As três forças
que atuam sobre a esfera estão representadas na Fig. 1 e são, além da força
viscosa, o peso da esfera, P, e o empuxo, E. Igualando a resultante dessas três
forças a zero, obtem-se a velocidade limite, vL:
vL = (2/9) [(ρ - ρ’)/η] g r2 (1)
onde ρ e ρ’ são as densidades da esfera e do meio, respectivamente, e g é a
aceleração da gravidade.

Figura 1. Forças que atuam numa esfera num meio viscoso.


2. Objetivos
O objetivo deste experimento é investigar o movimento de uma esfera em um
meio viscoso (glicerina com água), e determinar a viscosidade da mistura e o
percentual de água na glicerina.
Será empregado um tubo de vidro com uma escala graduada, na posição
vertical, contendo a mistura (Fig. 2). A velocidade limite, entretanto, não é
exatamente dada pela Eq. (1), pois as paredes do tubo afetam o movimento da
esfera. Para levar em conta este efeito, considera-se a correção de Ladenburg que
depende do raio da esfera, do raio do tubo e da sua altura. Assim a força viscosa no
tubo, em realidade, deve ser escrita por F'v = K(6πηrv), onde K é o fator de
Ladenburg: K = (1+2,4r/A)(1+3,3r/H), onde A e H são respectivamente o raio do tubo
e a altura total do fluído no tubo. Portanto, temos que multiplicar a velocidade da
esfera no tubo, v’L, por K, para se obter a velocidade conforme dada pela Eq. (1). Ou
seja,
2

vL = K v’L = (2/9) [(ρ - ρ’)/η] g r2 (2)


3. Material usado
Tubo de vidro com glicerina, suporte com marcas graduadas, conjunto de
esferas, paquímetro, micrômetro, cronômetro e termômetro de mercúrio.
4. Procedimento e tratamento de dados
O arranjo experimental deve ser montado conforme mostra a Fig. 2. A
velocidade limite, v’L, será determinada experimentalmente a partir da distância, L,
entre as marcas ajustáveis, medida com uma régua, e o tempo de percurso, t, entre
as marcas, medido com um cronômetro. Serão utilizadas esferas de aço com
diâmetro variando de 1 a 6mm. A densidade do aço é ρ = 7.82 g/cm3 e a da mistura
água-glicerina no tubo é ρ’ = 1.2 g/cm3

Figura 2. Arranjo experimental.


Antes de iniciar o experimento, faça um cálculo do fator de correção de
Ladenburg para cada esfera, colocando os resultados numa tabela que deverá
conter também colunas para o tempo de percurso, t, a velocidade medida, v’L, e a
velocidade corrigida, vL.
Preencha a tabela à medida que seu experimento vai sendo executado e a
seguir lance em gráfico v’L x r2. Neste mesmo gráfico lance também vL x r2. Obtenha
a partir do gráfico apropriado o coeficiente de viscosidade e seu erro.
Determinando a temperatura do líquido e consultando o gráfico em anexo
(Fig. 3), estime a concentração de água na glicerina.

Principais cuidados:
(i). É importante estimar o espaço necessário para atingir a velocidade limite, a
partir da superfície da glicerina antes de posicionar os marcadores.
(ii). Faça repetidas medidas de tempo de queda das esferas para diminuir o
erro, principalmente para as esferas maiores.
(iii). Retire cada esfera depois de cada medida.
3

(iv). Não jogue as esferas mas coloque-as na superfície do líquido usando uma
pinça para minimizar sua velocidade inicial.

Figura 3. Viscosidade da mistura glicerina-água. As concentrações


são dadas em percentual de massa de glicerina. (Gráfico reproduzido
da Ref. 5).

BIBLIOGRAFIA
1. M. Alonso e E.J. Finn, Física - Um Curso Universitário, Vol. 1, Mecânica, Editora
Edgar Blücher Ltda., 1972, cap. 7.10.
2. Methods of Experimental Physics, Vol. 1, Classical Methods, cap. 4.1 e 4.2.2.2 e
figura 7, p. 149. (Biblioteca IFGW #530.078.M566).
3. Thermophysical Properties of Matter, Vol. 11, Viscosity, p. 149 e cap. 4.2.
(Biblioteca IFGW #R536.021).
4. Handbook of Chemistry and Physics. (Biblioteca IFGW #R540.2.C841),
densidades (pp. 15-43 até 15-50), viscosidades (p. 6-158).
5. Ullmann's Encyclopedia of Industrial Chemistry, Vol. A12, p. 479. (Biblioteca do
IQ, Unicamp # R660 ULM5 IQ/10.183 V.A12).
Leitura complementar: C.W. Peterson, The Physics of Parachute Inflation, Physics
Today, agosto de 1993, pp. 32-39.
Experimento 7
MEDIDA DA RAZÃO Cp/CV

1. Introdução
Um importante parâmetro termodinâmico de uma substância é a razão entre
seus calores específicos à pressão e a volume constantes, Cp e Cv,
respectivamente, denominada de razão γ. Em um sistema físico contendo um gás
em que são estabelecidos três estados termodinâmicos distintos e em seqüência, a
razão γ para o gás pode ser determinada através de medidas simples, relacionadas
apenas com a pressão.
Esse método é empregado neste experimento para a determinação de γ para
o ar. A Fig. 1 mostra o sistema físico que será usado, cujos elementos principais são
um bulbo de vidro de aproximadamente dois litros, uma seringa e um tubo capilar de
vidro com água. O volume do sistema é variado pela compressão, ou expansão,
feita com o êmbolo da seringa, e a pressão é medida pela altura, h, da água no
capilar.

Figura 1. Dispositivo de Clément e Désormes para a medida de γ.

Para obter a relação entre γ e as pressões, considere inicialmente o esquema


da Fig. 2, que representa os três estados de equilíbrio do sistema e as
transformações entre eles. Nessa figura, os símbolos P, V e T se referem à pressão,
volume e temperatura, e os índices 1, 2 e 3 aos estados inicial intermediário e final.
A transformação 1→2 é adiabática, i. e., se processa sem troca de calor com o meio
ambiente. Como o isolamento térmico de nosso sistema é precário, consegue-se
realizar um processo que é aproximadamente adiabático fazendo-se uma
transformação rápida de volume, isto é, deslocando-se rapidamente o êmbolo da
seringa. Assim não há quase tempo para troca de calor na passagem de um estado
γ
para o outro. Na transformação adiabática, demonstra-se que PV = constante.
2

Figura 2. Representação esquemática das transformações entre


os estados 1, 2 e 3.

A transformação 2→3, é isométrica, ou à volume constante, e durante a


mesma a temperatura evolui de T2 para T3 = T1, isto é, volta à temperatura
ambiente. Finalmente, podemos considerar também a transformação 1→3, que é
isotérmica.
Considerando as transformações 1→2 e 1→3, poderemos estabelecer o
seguinte sistema de equações:
1→2 : P1 V1γ = P2 V2γ
1→3 : P1 V1 = P3 V2
a partir do qual se deduz a expressão
ln(P2/P1) = γ ln(P3/P1) (1)
Em qualquer estado, a pressão do bulbo pode ser definida por
Pi = P0 - ρ g hi (2)
onde i = 1, 2 ou 3, e P0, ρ, g e hi são, respectivamente, a pressão atmosférica, a
densidade da água, a aceleração da gravidade e a altura da água no capilar
conforme indicado na Fig. 1.
Substituindo-se a eq. (2) na eq. (1) e lembrando que ln (1 + x) ≈ x para x <<
1, obtem-se
h2 – h1 = γ (h3 – h1) (3)
Esta última equação é notável pela sua simplicidade. Apesar das variáveis V
e T estarem envolvidas no problema, elas não aparecem na expressão final. Outra
vantagem da eq. (3) é não depender explicitamente da pressão, uma vez que
medidas diretas da pressão são bem mais difíceis de fazer ou requerem
equipamentos bem mais complexos que os aqui usados.
2. Objetivo
O objetivo deste experimento é determinar γ para o ar usando a eq. (3).
3. Material
Dispositivo para medida de γ completo, com bulbo, tubo capilar graduado,
seringa e bequer com água.
3

4. Procedimento
Prepare o seu sistema de tal forma que o nível de água fique à meia altura no
capilar e que o êmbolo se situe aproximadamente no meio da seringa.
Faça alguns experimentos iniciais para estabelecer os tempos necessários
para estabilizar os níveis de água no capilar depois das variações de volume.
As variações de volume do gás devem ser rápidas mas suficientemente
lentas para que o nível de água não oscile excessivamente no capilar gerando
energia cinética cuja dissipação acarretará aumento de temperatura. Cuidado
também para não passar água para o balão.
Através de vários experimentos em que você realiza as seqüências 1→2→3,
registre para cada seqüência os valores h1, h2 e h3. Lance esses valores em um
gráfico tal que os pontos experimentais possam ser ajustados por uma reta cujo
coeficiente angular forneça o valor de γ.
5. Análise dos dados
Interprete o seus resultados analisando primeiramente a distribuição de
pontos no gráfico e comparando-a com aquela esperada pela teoria.
A partir do gráfico, deduza o valor de γ e determine seu desvio padrão.
Procure em algum texto de Física o valor de γ esperado para o ar. Seu
resultado está de acordo com esse valor? Se há discrepância, quais as possíveis
causas?
Se você tivesse feito a experiência com argônio, ao invés de ar, que
resultado esperaria para γ? E se fossem N2 ou O2? Comente suas respostas.
Explique exatamente porque, se no processo adiabático você puxar o
êmbolo, a temperatura cai.
Partindo da eq. (1) demonstre que
ln[(1 - x2)/(1 - x1)] = γ ln[(1 - x3)/(1 - x1)]
onde xi = ρ g hi/P0. Explique a seguir porque ρ g hi/P0 << 1 e use essa propriedade
para chegar à eq (3).

BIBLIOGRAFIA
1. D. Halliday e R, Resnick, Fundamentos de Física, Vol. 2, Livros Técnicos e Científicos Editora,
1993, seções 21.8 até 21.11, pp. 214-218.
2. F.W. Sears e M. Zemansky, Física, Vol. 2, seções 19.9 à 19.13.
3. I. Estermann (ed.), Methods of Experimental Physics, Vol. 1, Classical Methods, pp. 272-279.
Experimento 8
CALORIMETRIA

Este experimento deverá ser realizado em duas aulas, gerando dois relatórios. Na primeira
aula (parte A), conforme explicado no texto, deverá ser feita a calibração de um termopar e
determinada a constante de tempo e a capacidade térmica de um calorímetro. Na segunda
aula (parte B), serão medidos o calor específico de um metal e o calor latente de fusão do
gelo.

1. Introdução
O calorímetro que dispomos no laboratório está esquematizado na Fig. 1 e é constituído de
uma capa externa de alumínio e por um recipiente interno (copo) no interior do qual qual
irão se processar as trocas de calor. Entre o recipiente interno e o externo existe uma
camada de isopor cuja finalidade é minimizar as trocas de calor com o meio externo. Uma
tampa de madeira fecha o conjunto, permitindo a passagem de fios para o interior do
calorímetro. A medida de temperatura é feita por meio de um termopar, sendo que uma das
junções do mesmo é colocada em uma pequena garrafa térmica cheia de água com gelo,
para manter a temperatura de referência em 0 °C. A outra junção é colocada no interior do
calorímetro para medir a temperatura.

Figura 1. Esquema do calorímetro mostrando seus componentes. O termopar atravessa a tampa do


calorímetro através de furos de pequeno diâmetro. A garrafa térmica deve ficar cheia de água com
gelo para manter a referência em 0 °C. O milivoltímetro lê a tensão do termopar que corresponde à
uma dada temperatura.
Este experimento objetiva determinar:
1) a curva de calibração de um termopar;
2) a constante de tempo do calorímetro
3) a capacidade térmica do calorímetro;
4) o calor específico de um metal;
5) o calor latente de fusão do gelo.

2. Material usado
Calorímetro, termômetro de mercúrio, termopar, milivoltímetro, blocos de cobre, chumbo e
alumínio, garrafa térmica com gelo, cronômetro e balança de precisão.
2

3. Procedimento e tratamento de dados

Parte A – Calibração do termopar, constante de tempo e capacidade térmica do


calorímetro.

Gráfico de calibração do termopar


Antes de trabalhar no primeiro objetivo, leia o Uso do Termopar na Seção 4 – Adendos. Um
gráfico de calibração de um termopar é uma linha traçada em um sistema de eixos em que
a ordenada é a voltagem lida no termopar, V (dada em mV), para uma dada temperatura, T,
e a abcissa é T.
Para fazer a calibração, coloque água no calorímetro, mergulhe o termopar e o termômetro
de mercúrio na água, e faça leituras de V em função de T, para várias temperaturas da
água no intervalo entre a temperatura da água como sai da torneira e uma temperatura
próxima a de ebulição. A maneira mais fácil de fazer isso é começar com a água quente no
calorímetro e ir baixando sua temperatura adicionando água fria. Coloque os pares de
valores medidos (V,T) numa tabela. A seguir, levante a curva V x T.
Empregando os dados de uma tabela universal (fornecida na aula) para o tipo de termopar
que usou, lance no mesmo gráfico da curva anterior os pares de valores (V,T) no mesmo
intervalo de voltagem das suas medidas. Faça uma análise comparativa das duas curvas.
Constante de tempo do calorímetro
Para este objetivo, lembremos inicialmente que o calorímetro do laboratório, do ponto de
vista da isolação térmica, não é ideal e troca calor com o meio externo. Isto pode ser
medido pela queda de temperatura com o tempo de uma certa massa de alguma substância
previamente aquecida (água, por exemplo) colocada no seu interior. Sendo T a temperatura
da substância, mostra-se que a queda de temperatura no tempo, t, é dada por
-t/τ
T = T0 e + Ta (1)
onde Ta é a temperatura ambiente, T0 é uma constante, e τ é a constante de tempo, que é
um parâmetro próprio do calorímetro e que pode ser considerado como uma medida de sua
qualidade do ponto de vista da isolação térmica. Evidentemente, quanto maior for τ mais
lenta será a queda de temperatura.
Para obter τ, coloque uma quantidade de água quente, completando aproximadamente
metade do copo do calorímetro, feche o calorímetro e leia a temperatura em função do
tempo usando o termopar. Construa um gráfico semi-logarítmico com os dados obtidos e
obtenha a partir do gráfico o valor de τ.
Capacidade térmica do calorímetro
A determinação da capacidade térmica do calorímetro, C, é feita, basicamente, colocando-
se cerca de 1/3 de copo de água fria no calorímetro, fazendo-se a leitura da temperatura, e
depois adicionando-se uma quantidade aproximadamente igual de água quente, medindo
as temperaturas da água quente e a temperatura de equilíbrio da mistura. Com essas
informações, monte inicialmente a sua equação para determinar C (expressão literal!) em
função das massas de água fria e quente e das temperaturas da água fria, da água quente
e da temperatura de equilíbrio após a adição da água quente. A seguir faça as medidas e
determine C.
3

Parte B – Calor específico de um metal e calor latente de fusão do gelo.

Calor específico de um metal


Complete cerca de ½ copo de água fria no calorímetro, meça a temperatura, aqueça o
metal que escolheu para determinar o calor específico em um banho de água quente de
temperatura conhecida e a seguir coloque o metal aquecido no calorímetro fazendo a leitura
da temperatura de equilíbrio. Estabeleça, antes de iniciar o experimento, a expressão literal
que usará para determinar o calor específico, c, do metal. Fazem parte dessa equação as
massas de água e de metal, a capacidade térmica do calorímetro, e as temperaturas da
água fria, do metal e a temperatura de equilíbrio após a introdução do metal no calorímetro.
A seguir determine c.

Calor latente de fusão do gelo


Coloque água fria no calorímetro até cerca de 2/3 do copo e depois coloque duas ou três
pequenas pedras de gelo na água. Como nos casos anteriores, meça todas as
temperaturas de interesse. Deduza a equação que envolve o calor latente de fusão do gelo,
L, e as demais variáveis do problema. Usando essa equação, determine L.

4. Adendos
A. Uso do termopar
O termopar consiste de dois fios de metais distintos, A e B, unidos em suas
extremidades, conforme mostra a Fig. 2. O ponto em que os dois fios se unem chama-se de
junção. Quando as temperaturas das duas extremidades de um fio forem diferentes,
aparece uma diferença de potencial elétrico entre esses pontos – o efeito Seebeck. Cada
metal tem um coeficiente Seebeck que depende da temperatura. Assim, nosso termopar irá
fornecer uma tensão dada por:
∆V = [SA(T) – SB(T)] ∆T
onde SA e SB são os coeficientes de Seebeck para cada metal e ∆T é a diferença de
temperatura entre as extremidades de cada fio.

Figura 2. A junção formada por dois metais A e B está representada do lado esquerdo. A
junção é obtida pela fusão dos dois metais. No lado direito da figura, temos um termopar
formado por duas junções. Este esquema é o mais usado para medir diferenças de
temperatura (ver no texto).
Termopares são extensivamente empregados para medir temperatura e a configuração
mais usada é a da dupla junção (lado direito da Fig. 2). Para isso, conecta-se a um
milivoltímetro às duas extremidades livres o termopar e as leituras do milivoltímetro são
convertidas em temperatura. A voltagem lida pelo milivoltímetro é a diferença entre as
voltagens de cada junção. Isso significa que se ambas estiverem na mesma temperatura, a
voltagem lida é zero.
B. Cuidados importantes
4

a- Só ligue o aquecedor (ebulidor) quando imerso na água. Sempre desligue o


aquecedor antes de tirá-lo da água.
b- Verifique constantemente o banho de água com gelo na junção de referência e não
permita curto-circuito entre os fios do termopar.
c- Não deixe molhar as partes internas do calorímetro.
d-
BIBLIOGRAFIA
1. F. W. Sears e M. Zemansky, Física, Vol. 2, cap. 16, Ed. Universidade de Brasília.
2. R.M. Eisberg e L.S. Lerner, Física – Fundamentos e Aplicações, Vol. 2, cap. 17.
3. I. Estermann (ed.), Methods of Experimental Physics, Vol. 1, Classical Methods, Academic Press,
1959, pp. 263-265 e Fig. 3, p. 264. (Biblioteca IFGW #530078M566v.1).
4. Y.S. Toulokian e E.H. Buyco (eds.), Thermophysical Properties of Matter – Specific Heat, Vol. 4,
Ed. Plenum, 1970, (Biblioteca IFGW #R536021-T343).
5. D. R. Lide (ed.), Handbook of Chemistry and Physics, 1991, pp.5-65
6. D.M. Considine (ed.), Process, Instruments and Control Handbook, 3a. ed., McGraw-Hill, 1985, p.
2.17. (Biblioteca IFGW #R629.8P941).
7. American Society for Testing and Materials – ASTM (ed.), Manual on the Use of Thermocouples
in Temperature Measurements. (Biblioteca IFGW # R536.5a512m).

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