Cartilha MROSCnoSuas
Cartilha MROSCnoSuas
Cartilha MROSCnoSuas
2017
Vice-Governador
Antnio Andrade Eustquio Ferreira
Redao
Dayara Silva Carvalho
Dalma Veiga
Joana Costa Moraes Rebelo Horta
Reviso e formatao
Mara dos Santos Moreira
Dayse Vilas Boas Pinto
Mara da Cunha Pinto Colares
Elder Carlos Gabrich Junior
COLABORAO TCNICA
Alice Neto Ferreira de Almeida, Luiza Helena Galdino Repols, Clio Ferreira
Santos, Maria da Pscoa Andrade, Kelly Rossana Borges, Ivone Pereira Castro
Silva, Isabela de Vasconcelos Teixeira, Hermano Lus dos Santos, Shirley Jacimar
Pires, Patrcia Nunes Silva Elias, Hermellis Messias Tirado de Campos, Marta
Maria Castro V. da Silva, Julia Maria Muniz Restori, Regis Aparecida Andrade
Spindola, Wagner Antnio Alves Gomes, Jaime Rabelo Adriano, Marcelo Alves
Mouro, Luiz Alberto Ribeiro Vieira, Cibele Vieira Feital, Aline Sena Carmona,
Jaime Luiz Rodrigues Junior, Elenice Carmen da Silva, Jos Darci Santos, Ctia
Regina Sales Gomes, Ana Amlia de Melo Medeiros, Camila Portugal Assis, Tatiane
Aparecida Gomes, Viete Passos Freitas, Luisa de Albuquerque Viana Reis, Mayra
de Queiroz Camilo, Analice Ribeiro Pazzini, Zilda Helena dos Santos Vieira, Dilma
Luiza Jorge Schwenck, Darci Maria de Souza Vilaa, Gilvania Luiz Soares Neiva,
Erly Souza Rocha, Liziane Vasconcelos Teixeira Lima, Alessandra Martins, Bruno
Dias Magalhes, Josaf Leite de Oliveira, Lauren Fernandes de Siqueira, Ana
Cludia Castello Branco Rena, Aid Canado, Viviane Colen Furtado, Cristiano
de Andrade, Jos Orleans da Costa, Denise Vilela Silva, Luiza C. Porto e Silva,
Dione Felix de O. Ventura, Amanda Pereira dos Santos, Leticia Palma, Renata
Alves de Souza, Joo Paulo Freire Jardim, Rosalice Tassar, Ana Paula Vilela,
Cludia Maria Bortot Falabella, Maria Aparecida Pereira, Maria Geralda Arajo,
Ederlei de Jesus Costa, Paola D. Botelho R. Nazareth, Andria Ins Dutra Braz,
Alexandra da Silva Braz, Luis Gustavo Vieira Silva, Gabriel L. Medeiros, Fernanda
de Paula Carvalho, Juliana Alves Pereira, Alice Pereira Duarte Morato, Mariana
Bernardo de Brito, Jucineia Soares Gonalves, Isabel de Castro Ferreira, Juliana
de Oliveira Silva, Walney Souza Martins, Marilda Rodrigues de Oliveira, Pedro
Henrique Ferreira da Rocha, Luciane Ftima da Cruz Valente, Becchara Rodrigues
de Miranda, Ftima Cristina Pinto, Srgio Augusto Alves de Oliveira, Rosilene de
Ftima Teixeira de Oliveira.
SUMRIO
9 APRESENTAO
10 PANORAMA GERAL MROSC
11 QPARTIR
UAL O ARCABOUO NORMATIVO QUE ORIENTA DIRETAMENTE AS PARCERIAS DO SUAS A
DA ENTRADA EM VIGOR DA LEI 13.019/2014 (MROSC)?
11 QPARCERIAS
UAIS SO AS PRINCIPAIS ESPECIFICIDADES TRAZIDAS PELO MROSC PARA CELEBRAO DE
NO MBITO DO SUAS?
12 DORGANIZAO
E ACORDO COM A RESOLUO 21/2016, QUAIS REQUISITOS QUE A ENTIDADE OU
DE ASSISTNCIA SOCIAL DEVE CUMPRIR PARA FIRMAR PARCERIA?
17 ACHAMAMENTO
S ENTIDADES DE ASSISTNCIA SOCIAL QUE FOREM DISPENSADAS OU INEXIGVEIS DO
PBLICO DEVEM ATENDER AOS DEMAIS REQUISITOS DA LEI 13.019/2014?
A Lei n13.019, de 31 de julho de 2014, conhecida como Marco Regulatrio das Organizaes
da Sociedade Civil (MROSC), entrou em vigor no dia 01/01/17, e determina que os Municpios
adequem os novos instrumentos jurdicos de parceria at 01/01/18.
O MROSC um regime jurdico que estabelece princpios e diretrizes para as parcerias celebradas
entre as Organizaes da Sociedade Civil e a administrao pblica, por meio do Termo de
Colaborao, Termo de Fomento e Acordo de Cooperao. Esse regime tem como fundamentos:
a gesto pblica democrtica, a participao social, o fortalecimento da sociedade civil e a
transparncia na aplicao dos recursos pblicos, possibilitando mais segurana e eficincia a
todos os envolvidos no processo da parceria.
CURTO PRAZO
P D
iagnosticar as especificidades locais para elaborar projeto de regulamentao da Lei em
mbito local;
Enumerar os convnios em vigor;
P
Observar as regras de transio explcita na Lei;
P
Avaliar a necessidade de prorrogao da vigncia, resciso ou substituio;
P
Atentar ao arcabouo normativo do Sistema nico de Assistncia Social (SUAS);
P
Orientar as OSCs acerca dos documentos necessrios, que as habilitam para celebrar parcerias;
P
Capacitar multiplicadores quanto ao MROSC, incluindo agentes pblicos e integrantes de OSCs;
P
MDIO PRAZO
P R
egulamentar em mbito local a Lei n13.019/14;
P Criar ou adequar normativos e manuais existentes;
P Adequar e fomentar o instrumental Plano de Trabalho, de forma planejada, possibilitando o
acompanhamento da administrao pblica no alcance das metas e cumprimento do objeto;
P Elaborar modelos dos instrumentos jurdicos em conformidade com a nova legislao, sendo
eles: termos de colaborao ou fomento e acordo de cooperao;
P Adequar os convnios s parcerias, nos moldes da MROSC;
P Formular ou ajustar modelos de editais de chamamento pblico;
P Publicizar informativos e orientaes;
P I
nstituir e designar membros das comisses permanentes, previstas na Lei.
Lei Orgnica da Assistncia Social LOAS, Lei n 8.742 de 7 de dezembro de 1993, com as
alteraes promovidas pela Lei n 12.435, de 6 de julho de 2011;
Decreto n 6.308, de 14 de dezembro de 2007;
Norma Operacional Bsica de Recursos Humanos do SUAS, aprovada pela Resoluo n 01, de 25
de janeiro de 2007, do CNAS;
Lei n 12.101, de 27 de novembro de 2009;
Tipificao Nacional dos Servios Socioassistenciais, aprovada pela Resoluo n 109, 11 de
novembro de 2009, do CNAS;
Norma Operacional Bsica do SUAS NOBSUAS, de 2012;
Resoluo CNAS n 21, de 24 de novembro de 2016.
O MROSC estabelece em seu Artigo 2o que as parcerias respeitaro em todos os seus aspectos, as
normas especficas das polticas pblicas setoriais relativas ao objeto da parceria e as respectivas
instncias de pactuao e deliberao. Isso significa que as especificidades das ofertas do SUAS devem
ser respeitadas, considerando as suas caractersticas, inclusive em relao s ofertas continuadas.
Para as parcerias j existentes, a Lei 13.019/2014 ir estabelecer regras de transio para adequao
dos convnios que esto em vigor, alterando a lgica da parceria e outros aspectos, como o processo
de execuo e prestao de contas.
IMPORTANTE
No dever ser exigido como condio para formalizao das parcerias que a entidade ou
organizao de assistncia social possua a Certificao de Entidades Beneficentes de Assistncia
Social CEBAS. No entanto, o edital de chamamento pblico dever estabelecer forma de
priorizao das entidades e organizaes de assistncia social que possuem o CEBAS
(Art. 2 3 e Art. 3 1 da Resoluo n 21 do CNAS, de 24 de novembro de 2016).
As Organizaes da Sociedade Civil OSCs so entidades privadas sem fins lucrativos, tais
como: associaes, fundaes, organizaes religiosas, sociedades cooperativas que atuam com
vulnerabilidade social, cooperativas sociais de combate pobreza e gerao de trabalho e renda, que
desenvolvem aes de interesse pblico e no tm o lucro como objetivo.
Tais organizaes atuam na promoo e defesa de direitos e em atividades nas reas de direitos
humanos, sade, educao, cultura, cincia e tecnologia, desenvolvimento agrrio, assistncia social,
moradia, entre outras polticas pblicas essenciais populao.
ATENDIMENTO
ASSESSORAMENTO
Para essas entidades integrarem a rede socioassistencial devero ser vinculadas ao Sistema nico
de Assistncia Social SUAS, ou seja, obter o reconhecimento do Ministrio do Desenvolvimento
Social e Agrrio MDSA de que a entidade oferta servio de assistncia social. Para tanto, conforme
o Art. 6-B da Lei Orgnica de Assistncia Social LOAS, faz-se necessrio que essas entidades
estejam inscritas no Conselho Municipal de Assistncia Social CMAS, e integradas no Cadastro
Nacional de Entidades de Assistncia Social CNEAS2.
2 Para mais informaes, acesse o site do CNEAS e a Resoluo n 14, de 15 de maio de 2014.
Conforme descrito na Resoluo CNAS n 14, de 15 de maio de 2014, em seu Art. 5, compete ao
Conselho Municipal de Assistncia Social CMAS inscrever entidades ou organizaes de Assistncia
Social e/ou servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais.
Assim, para inscrio, faz-se necessrio, alm de considerar outras normativas vigentes da poltica
como Resoluo n 109/2009, NOBSUAS/2012 e NOBRH/2006, dentre outras, atender aos seguintes
critrios definidos no Art. 6 da Resoluo n 14, de 15 de maio de 2014:
Executar aes de carter continuado, permanente e planejado;
Assegurar que os servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais sejam ofertados na
perspectiva da autonomia e garantia de direitos dos usurios;
Garantir a gratuidade e a universalidade em todos os servios, programas, projetos e benefcios
socioassistenciais;
Garantir a existncia de processos participativos dos usurios na busca do cumprimento da
efetividade na execuo de seus servios, programas, projetos e benefcios socioassistenciais.
Os conselhos mantm o importante papel de acompanhar e fiscalizar a execuo das parcerias entre a
administrao pblica e as entidades locais de assistncia social.
O Marco Regulatrio reafirma o papel atuante dos conselhos no pargrafo nico do Art. 16 e inova com
a possibilidade dos conselhos de polticas pblicas apresentarem propostas administrao pblica para
celebrao de termos de colaborao com organizaes da sociedade civil.
Quando se tratar de repasse fundo a fundo, o Conselho Gestor do Fundo dever compor a Comisso
de Monitoramento e Avaliao e criar a Comisso de Seleo, nos termos do 2 do Art. 59 e 1 do
Art. 27, ambos da Lei 13.019/14.
IMPORTANTE
Em conformidade com a LOAS e a Resoluo n14 do CNAS, de 15 de maio de 2014, j atribuio
dessa instncia a fiscalizao da execuo da Poltica de Assistncia Social.
A Lei traz trs instrumentos jurdicos que devero ser aplicados conforme a natureza do objeto e
a caracterstica da parceria, sendo eles: Termo de Colaborao, Termo de Fomento e Acordo de
Cooperao.
Em regra geral, as parcerias existentes no momento da entrada em vigor do MROSC, conforme o Artigo
83 da Lei 13.019/2014, permanecero regidas pela legislao vigente ao tempo de sua celebrao,
sem prejuzo da aplicao subsidiria da Lei, naquilo em que for cabvel, desde que em benefcio do
alcance do objeto da parceria.
Isso significa que os convnios em vigor podero ser mantidos ou prorrogados de ofcio, ou seja,
prorrogado por igual perodo ou perodo inferior do atraso no repasse de recursos pela administrao
pblica, a critrio do gestor, observada a legislao especfica vigente.
Para os convnios com prazo de vigncia indeterminado ou prorrogveis por perodo superior ao
inicialmente estabelecido, o Municpio dever, at 1 de janeiro de 2018, substitu-los por Termos
de Fomento, Termos de Colaborao ou Acordo de Cooperao, caso seja assim, decidida pela
continuidade da parceria, sendo necessrio que a OSC apresente comprovante de cumprimento dos
Arts. 33, 34 e 39 da Lei; ou rescindir unilateralmente, devendo tomar as providncias cabveis para que
no haja interrupo da oferta do servio de carter continuado.
Para a seleo das entidades ou organizao de assistncia social na celebrao de parceria, o rgo
gestor da assistncia social dever observar o chamamento pblico como regra, exceto nas hipteses
de inexigibilidade e dispensa (art. 3 da Resoluo n 21 do CNAS, de 24 de novembro de 2016).
A dispensa de chamamento pblico dever ser justificada pelo gestor da assistncia social (art. 4 da
Resoluo n 21 do CNAS, de 24 de novembro de 2016).
Sob pena de nulidade do ato de formalizao de parcerias, o extrato da justificativa dever ser
publicado, na mesma data em que for efetivado, no stio oficial da administrao pblica e, a critrio
do administrador pblico, tambm no meio oficial de publicidade da administrao (art. 32 1 da
Lei 13.019).
admitida a impugnao justificativa quando apresentada no prazo de cinco dias a contar de sua
publicao, devendo ser analisada pelo administrador at cinco dias da data do protocolo (art. 32
2 da Lei 13.019).
IMPORTANTE
Conforme previsto na Resoluo n 21, de 24 de novembro de 2016, nos casos de ampliao
da capacidade de oferta, a realizao do chamamento pblico regra, mesmo para aquelas
entidades ou organizaes de assistncia social que possuam parcerias em vigor.
A Resoluo CNAS n 21/2016 tratou por regulamentar os requisitos para a dispensa do chamamento
pblico, do art. 30, inciso VI da Lei 13.019/2014. Os requisitos estabelecidos pela Resoluo devem ser
cumpridos de forma cumulativa, sendo eles:
IMPORTANTE
A administrao pblica deve motivar todo ato por ela emanado e, portanto, a dispensa
de chamamento pblico dever ser justificada pelo gestor da assistncia social, esta motivada
nos princpios e diretrizes do SUAS, conforme exposto no Art. 4 da LOAS, pois a dispensa
passvel de impugnao e, como qualquer deciso administrativa, est sujeita reviso judicial
e poder responder aes nos rgos de controle. Contudo, ao fundamentar uma dispensa
o gestor deve subsidiar nas normativas vigentes atinentes ao SUAS.
Para os municpios: no mnimo um ano de existncia Cpia da ata de eleio do quadro dirigente atual;
com Cadastrto Nacional da Pessoa Jurdica CNPJ, ativo;
Relao nominal atualizada dos dirigentes da
Para os Estados: no mnimo dois anos de existncia com entidade, com endereo, nmero e rgo expedidor
Cadastro Nacional da Pessoa Jurdica CNPJ, ativo; da carteira de identidade e nmero de registro no
Cadastro de Pessoas Fsicas CPF da Secretaria da
Instalaes, condies materiais e capacidade tcnica e Receita Federal do Brasil RFB de cada um deles;
operacional;
Comprovao de que a organizao da sociedade
civil funciona no endereo por ela declarado.
Experincia prvia na realizao, com efetividade, do
objeto da parceria ou de natureza semelhante;
IMPORTANTE
Deve-se observar que as atividades anteriormente executadas pelas OSCs devem guardar
compatibilidade com o objeto da parceria ou ter natureza semelhante, evitando a realizao de
projetos ou atividades fora do escopo de atuao da OSC ou de sua possibilidade de implementao.
A Lei Federal n 13.019/2014 veda, em seu Art. 39, a celebrao de parcerias com OSCs que tiveram
contas rejeitadas ou punidas com suspenso ou idoneidade para licitar, contratar ou celebrar parcerias
com a administrao pblica.
Inspirada na Lei de Ficha Limpa, o MROSC probe a execuo de parcerias com OSCs cujos dirigentes
tenham contas julgadas como irregulares, tenham sido acusados de atos de improbidade ou tenham
executado faltas graves e inabilitadas para o cargo ocupado.
A Lei tambm veda a celebrao de parcerias com OSCs que tenham como dirigente membro
de Poder ou do Ministrio Pblico, dirigente de rgo ou entidade da administrao pblica da
mesma esfera governamental na qual ser celebrado o termo de colaborao ou de fomento,
estendendo-se a vedao aos respectivos cnjuges ou companheiros, bem como parentes em
linha reta, colateral ou por afinidade, at o segundo grau.
Somente permitida a celebrao para OSCs que, pela sua prpria natureza, sejam constitudas
pelas autoridades supracitadas (por exemplo, associao de municpios ou associao de secretrios
municipais) sendo, todavia, vedado que a mesma pessoa figure no termo de colaborao, no termo de
fomento ou no acordo de cooperao simultaneamente como dirigente e administrador pblico.
A Lei 13.019/14 exige das entidades uma capacidade de organizao e entrega do produto final da
parceria. No preza apenas a prestao de contas financeira, mas traz em sua diretriz a preocupao
com a concepo dos resultados, boa utilizao do recurso e mais ainda no cumprimento das metas.
Assim, a grande inovao trazida pelo MROSC consiste no foco ao resultado, o que requer uma
elaborao sistemtica e bem definida do plano de trabalho, a fim de possibilitar a avaliao e o
monitoramento do objeto da parceria.
Para tanto, ser elaborado pela organizao da sociedade civil o Relatrio de Execuo do Objeto,
contendo as atividades ou projetos desenvolvidos e o comparativo de metas propostas com os
resultados alcanados.
Para alm, a administrao pblica dever emitir o relatrio tcnico de monitoramento e avaliao
da parceria que ser submetido comisso de monitoramento e avaliao designada, que o
homologar, independentemente da obrigatoriedade de apresentao da prestao de contas
devida pela organizao da sociedade civil, devendo ser o mesmo analisado para fins de prestao
de contas.
IMPORTANTE
A Lei alerta em seu art. 68, pargrafo nico, que as OSCs devem manter em seu arquivo
os documentos originais durante o prazo de 10 (dez) anos, contado do dia til subsequente
ao da prestao de contas includos na plataforma eletrnica prevista no art.65.
Cada ente federado poder publicar decreto regulamentando a Lei 13.019/2014, tendo em vista as
especificidades dos municpios, e no ter subordinao entre os entes. Na falta de regulamentao
municipal, poder ser utilizado o Decreto Federal 8.726, de 27 de abril de 2016.
A relao de parceria entre um rgo da administrao pblica e uma organizao da sociedade civil
envolve cinco etapas principais. muito importante que toda a parceria seja pensada, executada e avaliada
a partir desta lgica processual, onde cada etapa est conectada s demais.
1. PLANEJAMENTO
Desde a etapa de planejamento, poder ser desenhado o Plano de Trabalho, documento essencial que
servir de guia para a realizao da parceria e que dever conter as seguintes informaes:
a) Descrio da realidade que ser objeto da parceria, devendo ser demonstrado o nexo entre essa
realidade e as atividades ou projetos e metas a serem atingidas;
b) D
escrio de metas a serem atingidas e das atividades a serem desenvolvidas;
c) Previso de receitas e de despesas a serem realizadas na execuo das atividades ou dos projetos;
d) Forma de execuo das atividades ou dos projetos e de cumprimento das metas a eles atreladas;
e) D
efinio dos parmetros a serem utilizados para a aferio do cumprimento das metas;
f) A
es que demandaro pagamento em espcie, quando for o caso.
A Lei 13.019/2014 bastante clara ao determinar que o administrador considere obrigatoriamente a
capacidade operacional do rgo para:
instituir processos seletivos;
avaliar as propostas de parceria com o rigor tcnico necessrio;
fiscalizar a execuo em tempo hbil e de modo eficaz;
apreciar as prestaes de contas na forma e nos prazos determinados.
IMPORTANTE
O resultado deste processo o Plano de Trabalho: documento que deve ser bem construdo
e detalhado, pois servir de guia durante toda a parceria.
2. SELEO E CELEBRAO
A regra para a seleo das OSCs o chamamento pblico. Todavia, a lei previu hipteses em que
o chamamento pblico poder serdispensado, ou inexigvel, conforme se depreende do Art. 30,
inciso VI e Art. 31 da Lei 13.019/14, que estabelece a possibilidade de dispensa do chamamento
quando se tratar de atividades prestadas no mbito da assistncia social, sade e educao, e
quando houver inviabilidade de competio entre as OSCs respectivamente.
Neste ponto, no que tange dispensa de chamamento para OSCs que possuem atividades voltadas
ou vinculadas aos servios de assistncia social, a Resoluo n 21 do CNAS, de 24 de novembro
de 2016, regulamentou em seu Art. 3 os requisitos necessrios para regular a dispensa.
O edital dever ser amplamente divulgado no site do rgo pblico, com antecedncia mnima de
30 (trinta) dias.
A contrapartida financeira no poder ser exigida como requisito obrigatrio para a celebrao da
parceria. Todavia, poder ser exigida, caso o rgo deseje, uma contrapartida em bens e servios,
a qual dever ser identificada em expresso monetria.
Quem analisa as propostas enviadas por uma OSC a Comisso de Seleo. Essa comisso uma
instncia colegiada destinada a processar e julgar chamamentos pblicos constitudos por ato
publicado em meio oficial de comunicao.
3. EXECUO
Podero ser pagas com recursos vinculados parceria todas as despesas previstas no plano de
trabalho, tendo a lei tratado de alguns pontos que antes no estavam to claros no ordenamento
jurdico, abrangendo equipe de trabalho, dirias e custos indiretos.
. IMPORTANTE
O pagamento da equipe contratada pela OSC de responsabilidade da organizao e no gera
nenhum vnculo trabalhista com o poder pblico. Da mesma forma, caso a OSC no cumpra suas
obrigaes trabalhistas, fiscais e comerciais, a administrao pblica no se torna responsvel por
seu pagamento.
Taxa de administrao, de gerncia ou similar (essa taxa no se confunde com os custos indiretos
nem com a remunerao de pessoal);
Gastos de finalidade diversa do objeto da parceria;
Servidor ou empregado pblico, salvo nas hipteses previstas em lei.
As parcelas de recursos sero liberadas pela administrao pblica de acordo com o cronograma
de desembolso aprovado. A lei recomenda que o repasse das parcelas seja acompanhado pela OSC,
atravs de plataforma eletrnica na internet, que dever ser disponibilizada pela administrao pblica.
Alm disso, destaca-se que a Lei 13.019/2014 no traz nenhum impedimento em relao
utilizao, pelas entidades, de recursos transferidos por meio da celebrao de termo de
colaborao ou fomento para despesas de custeio ou de investimento. Assim, ressalta-se que o
uso dos recursos do Piso Mineiro Fixo e ou Varivel repassados pelos municpios para entidades
podem, da mesma forma, incluir despesas de custeio e ou de investimento na lgica das provises
definidas na TNSS, exigindo-se apenas que seja feita essa previso no Plano de Trabalho da
parceria a ser firmada.
4. MONITORAMENTO E AVALIAO
AES E PROCEDIMENTOS
Deve ser comunicada com trs dias teis de antecedncia e no se confunde com as aes de
fiscalizao e auditoria.
PESQUISA DE SATISFAO
Sempre que possvel, em parcerias com mais de um ano, a administrao pblica poder realizar
pesquisa de satisfao buscando captar elementos dos usurios para o monitoramento e avaliao
na perspectiva do controle de resultados. Tal pesquisa de satisfao poder ser realizada em
parceria. As OSCs podero opinar sobre o contedo do questionrio. O resultado ser sempre
sistematizado e enviado OSC para conhecimento, esclarecimentos e eventuais providncias.
IMPORTANTE
A fase de monitoramento e avaliao de uma parceria constante e deve focar nos resultados
alcanados pela OSC. Leia mais na Lei 13.019/2014: Arts. 58 a 62.
PRESTAO DE CONTAS
A Lei traz um novo olhar sobre a prestao de contas, compartilhando a responsabilidade desta
etapa entre as OSCs e a administrao pblica, com foco nos resultados. A OSC dever apresentar
elementos que permitam administrao pblica avaliar se houve o cumprimento das metas
e objetivos e o alcance da finalidade por meio da prestao de contas. Nas parcerias em que
no for comprovado o cumprimento de metas e do objeto pactuado, as OSCs sero solicitadas a
apresentar documentos complementares de comprovao de despesas.
A prestao de contas:
Prioriza o controle de resultados e incentiva o uso de recursos de tecnologia de informao e
conciliao bancria para o controle de meios;
Anlise dos documentos previstos no plano de trabalho (Art. 66 da Lei 13.019/2014);
Se a durao da parceria exceder um ano, a organizao da sociedade civil dever apresentar
prestao de contas ao fim de cada exerccio, para fins de monitoramento do cumprimento das
metas do objeto (Art. 67 2 da Lei 13.019/2014);
Prestao de contas e atos que dela decorram deve ser realizada em plataforma eletrnica,
permitindo a visualizao por qualquer interessado (Art. 65 da Lei 13.019/2014).
O Art. 49 da Lei prev que, para as parcerias cuja durao superior a um ano, obrigatria a
prestao de contas anual.
Alm disso, conforme Art. 69, a OSC ter que fazer a prestao de contas final no prazo mximo
de 90 dias contados a partir da data de trmino da parceria, podendo ser prorrogado por at 30
dias com justificativa.
A administrao pblica ter um prazo de at 150 dias, prorrogados justificadamente por mais
150 dias, para apreciar a prestao de contas.
A administrao pblica poder aplicar sanes OSC quando verificar que a execuo da parceria
ocorreu de forma diferente da prevista no plano de trabalho.
Somente Ministros e Secretrios Estaduais ou Municipais podem aplicar as sanes previstas na Lei.
! Advertncia
O Declarao de inidoneidade (o que impede a OSC de celebrar parceria ou contrato com a Unio, os
Estados, o Distrito Federal e os Municpios at o ressarcimento do prejuzo e por no mnimo 2 anos)
OBSERVAO
H um prazo de prescrio das sanes administrativas de cinco anos, contados a partir da
apresentao da prestao de contas.
LEMBRE-SE
A prestao de contas deve demonstrar o alcance das metas e resultados previstos na
parceria. A priorizao do controle de resultados est presente em toda a lgica da nova
lei, que busca a satisfao do objeto. Leia mais na Lei 13.019/2014: Arts. 63 a 72.
BRASIL. Resoluo CNAS n 21, de 24 de novembro de 2016. Estabelece requisitos para celebrao de parcerias,
conforme a Lei n 13.019, de 31 de julho de 2014, entre o rgo gestor da assistncia social e as entidades ou
organizaes de assistncia social no mbito do Sistema nico de Assistncia Social SUAS. Braslia: Ministrio
do Desenvolvimento Social e Agrrio MDSA, 2016.
BRASIL. Decreto Federal 8.726, de 27 de abril de 2016. Regulamenta a Lei no 13.019, de 31 de julho de 2014,
para dispor sobre regras e procedimentos do regime jurdico das parcerias celebradas entre a administrao
pblica federal e as organizaes da sociedade civil. Braslia: Casa Civil, 2016.
BRASIL. Resoluo CNAS n 14, de 15 de maio de 2014. Define os parmetros nacionais para a inscrio das
entidades ou organizaes de Assistncia Social, bem como dos servios, programas, projetos e benefcios
socioassistenciais nos Conselhos de Assistncia Social. Braslia: Ministrio do Desenvolvimento Social e
Combate Fome MDS, 2014.
BRASIL. Resoluo CNAS n 33, de 12 de Dezembro de 2012. Aprova a Norma Operacional Bsica do SUAS
NOBSUAS, de 2012. Braslia: Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS, 2012.
BRASIL. Tipificao Nacional dos Servios Socioassistenciais, aprovada pela Resoluo n 109, 11 de novembro
de 2009, do CNAS. Aprova a Tipificao Nacional de Servios Socioassistenciais. Braslia: Ministrio do
Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS, 2009.
BRASIL. Lei n 12.101, de 27 de novembro de 2009. Dispe sobre a certificao das entidades beneficentes
de assistncia social; regula os procedimentos de iseno de contribuies para a seguridade social; altera a
Lei no8.742, de 7 de dezembro de 1993; revoga dispositivos das Leis no 8.212, de 24 de julho de 1991, 9.429,
de 26 de dezembro de 1996, 9.732, de 11 de dezembro de 1998, 10.684, de 30 de maio de 2003, e da Medida
Provisria no2.187-13, de 24 de agosto de 2001; e d outras providncias. Braslia: Casa Civil, 2009.
BRASIL. Decreto n 6.308, de 14 de Dezembro de 2007. Dispe sobre as entidades e organizaes de assistncia
social de que trata o art. 3oda Lei no8.742, de 7 de dezembro de 1993, e d outras providncias. Braslia: Casa
Civil, 2007.
BRASIL. Norma Operacional Bsica de Recursos Humanos do SUAS, aprovada pela Resoluo n 01, de 25 de
janeiro de 2007, do CNAS. Disponvel em: < file:///C:/Users/m13671524/Downloads/NOB-RH_08.08.2011.
pdf>. Acesso em: 06 fev. 2015.
BRASIL. Lei Orgnica da Assistncia Social LOAS, Lei n 8.742 de 7 de dezembro de 1993 com as alteraes
promovidas pela Lei n 12.435, de 6 de julho de 2011. Dispe sobre a organizao da Assistncia Social e d
outras providncias. Braslia: Congresso Nacional, 2011.
BRASIL. Norma Operacional Bsica: NOB/SUAS construindo as bases para a implantao do Sistema nico
da Assistncia Social. Braslia: Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome MDS/SUAS, 2005.
Disponvel em <http://www.assistenciasocial.al.gov.br/sala-de-imprensa/arquivos/NOB-SUAS.pdf>. Acesso
em: 06 fev. 2015.
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