Edição 868 01 28

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Quinta-feira 11 de agosto de 2016
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868
11 agosto 2016
Ano 15
quinta-feira
0.70 iva includo
Diretor: Lus Baptista-Martins
Vale do Ca
atraiu um
milho de
visitantes
regio
Bombeiros sem trguas
na regio
Depois de Manteigas na semana passada, os incndios regressaram em fora
nos ltimos dias aos concelhos de Gouveia, Trancoso e Mda, estimando-se
que tenham ardido mais de dois mil hectares de mato e floresta Pg.5
TRILHOS 4POR4 - Comrcio de Automveis
O Parque Arqueolgico do Vale do Ca foi criado h 20 anos e o

seu atual diretor considera que h pessoas que no chegavam a
esta regio se no fosse o aparecimento das gravuras, do PAVC
e do Museu do Ca Pg.5
COVILH
Vila do Carvalho
voltou a picar
os pcaros
Com mais de um sculo, esta

tradio foi recuperada por
uma associao local e acontece
todos anos no primeiro domingo
de agosto _______________ 13
SOCIEDADE
14 mil agregados
beneficiam de
tarifas sociais
de eletricidade
no distrito da
Guarda _______________ 5
ABERTO TODOS OS DIAS
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Junto Rotunda
da Brigada de Trnsito
Guarda
Contactos: 271 221 338
969 858 052
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no
fio
da
navalha
ENTRE
VISTA
Vale do Ca
hoje inquestionvel que a arte rupestre
do Vale do Ca o principal ex-libris da
regio, atraindo turistas e promovendo o
concelho de Vila Nova de Foz Ca e os municpios vizinhos pelo mundo fora. No por
isso de estranhar que, passados vinte anos
da criao do Parque Arqueolgico, o seu
diretor arrisque a estimativa de um milho
de visitantes desde ento. Antnio Martinho
Batista no andar muito longe da realidade,
mas esse fluxo no ainda to tangvel.
PS
O principal partido da oposio na
Guarda continua mudo e calado uma
semana aps lvaro Amaro inaugurar a
requalificao de duas rotundas na cidade
que custou quase 500 mil euros. A opo j
tinha sido criticada pelo vereador Joaquim
Carreira, mas esta posio continua rf e
no foi respaldada pela concelhia ou pela
Federao socialistas. O que estranho
para uma fora poltica que almeja reconquistar a Cmara da sede do distrito.
Ser que quem cala consente? O silncio
ensurdecedor para o lados dos socialistas.
Cmara da Guarda
A Cmara da Guarda continua a suscitar polmica, desta vez com o corte de
rvores no parque municipal. Se ainda
h uns meses os guardenses impunham
cartazes contra o abate de rvores na Avenida Cidade Salamanca, hoje surgiram de
novo, pelo mesmo motivo, com a palavra
de ordem socorro - o pedido tambm
tem sido feito nas redes sociais e h j
uma petio a decorrer -, contra o plano
de requalificao que a autarquia dever
iniciar em setembro. O objetivo, segundo
a mesma, que haja mais luz solar no
parque.
Incndios
O agelo dos fogos orestais parece
no ter fim. O nmero de reas afetadas
elevado e torna-se cada vez maior. Os
operacionais, auxiliados por meios terrestres e areos fazem tudo o que podem.
Mas afinal o que poder estar errado, uma
vez que a proteo civil se encontra bem
preparada, mas no consegue evitar estas
catstrofes, nomeadamente em terrenos j
atingidos em anos anteriores?!
CARA A CARA
O apoio
que recebi
na chegada
Guarda
fez-me
sentir um
vencedor
David Rodrigues
Ciclista da RP/Boavista
Idade: 25 anos
Profisso: Fisioterapeuta
Naturalidade: Guarda-Alfarazes
Currculo: Vencedor da taa do mundo
de XCO em 2009, vencedor da Volta a
Portugal do Futuro sub-23 em 2013,
campeo nacional Sub-23 de XCO em
2013, vencedor da Camisola da Juventude na 76 Volta a Portugal em 2014
Livro preferido: O Segredo
Filme preferido: Avatar
Hobbies: Estar com os amigos
P- Que balano faz desta Volta

a Portugal?
R- Tendo em conta os imprevistos
(a queda que sofri), acaba por ter um
balano positivo.
P- A classificao final foi de

acordo com as suas expetativas?
R- No. Fui com uma boa preparao fsica e estava a contar fazer uma
melhor classificao terminei no 34
lugar da geral. Contudo, tendo em conta a queda que sofri na segunda etapa
e as mazelas que acabou por deixar,
foi uma boa classificao.
P- Qual era o seu papel nesta

edio. Ganhar etapas ou ajudar o
lder da equipa?
R- Um pouco das duas coisas.
Tinha autorizao para atacar etapas
caso assim o entendesse, sem esquecer, contudo, a minha obrigao para
com o lder da equipa.
P- Qual a sensao de chegar
Guarda, bem posicionado, na etapa
mais difcil da Volta?
R- Foi uma sensao de vitria.
Todo o apoio que recebi chegada fezme sentir um verdadeiro vencedor.
P- Qual a melhor e a pior recordao desta edio da Volta a

Portugal?
R- A melhor recordao mesmo
a do momento da chegada na etapa da
Guarda. A pior foi a da queda que sofri
na segunda etapa que ligou Viana do
Castelo e Fafe.
P- Quais so os seus objetivos
para a prxima poca? Vai ficar
na mesma equipa? O que nos pode
adiantar?
R- Os objetivos passam por crescer mais como atleta para poder no
ano que vem lutar por uma vitria na
etapa rainha da Volta, dando assim
uma alegria extra a quem me apoia.
Quanto ao meu futuro na equipa, ainda nada est definido uma vez que a
poca tambm ainda est a decorrer.
repetio
editorial
Lus Baptista-Martins
[email protected]
Por entre o fumo e o

cheiro a queimado
As condies climatricas de calor verdadeiramente

abrasador levam a que vivamos dias trridos e em que o
fogo seja, uma vez mais, um flagelo que no conseguimos
dominar. Anos e anos de debate sobre o que podemos fazer
para reduzir a tragdia que todos os veres se abate sobre o
pas; anos e anos de investimento em meios, equipamentos e
formao para combater o fogo e as chamas a esto com toda a
sua fora a dizer-nos que nada foi feito para parar a devastao.
Tantos diagnsticos, tantos estudos, tantas superestruturas,
tanto dinheiro lanado sobre as labaredas e, afinal, Portugal
no consegue proteger as pessoas e os bens, e no consegue
salvar a natureza.
As imagens de horror que por estes dias vimos nas televises (que s deveriam passar imagens da destruio a posteriori
e no do espetculo do fogo que anima os pirmanos) e o
fumo que nos entra em casa e nos sufoca deviam obrigar-nos a
ser mais exigentes com as autoridades, com o governo, com os
polticos, com as autarquias. urgente exigir um investimento
na floresta, na preveno, na limpeza, na vigilncia e na planificao florestal. No basta defender a fileira enquanto negcio,
necessrio defend-la enquanto meio-ambiente.
2
opinio
Andr Barata
O caso no encerrado
O assunto dos trs secretrios de Estado convidados pela Galp para assistir a jogos da seleo nacional
no passado Euro 2016 no est encerrado. Devolues
indisfaravelmente arrependidas, a necessidade de
cdigos de conduta que no deveriam ser preciso
suscitada sob o pretexto errado, e avocaes de dossiers pelo ministro Augusto Santos Silva e que muito
objetivamente diminuem a capacidade governativa,
demonstram bem como o caso no est encerrado e
como na verdade est a ser mal gerido pelo ministro
dos Negcios Estrangeiros. Todas as emendas saram
piores do que o soneto, ampliando a dissonncia. Os
trs visados, se no queriam juntar a uma infantilidade
outra, deviam ter posto os seus lugares disposio,
com desapego e, sobretudo, preocupao em evitar
danos maiores que irradiassem para a posio do
Governo, desde logo junto opinio pblica. Deveria
t-lo feito especialmente o responsvel pela pasta dos
Assuntos Fiscais, que aceitou um apoio, por pouco
significativo que seja, da petrolfera quando esta
mantm um contencioso de natureza fiscal de mais
de uma centena de milhes de euros com o Estado.
No est em causa supor que os secretrios de Estado,
e particularmente o dos assuntos fiscais, deixassem
de se sentir capazes de cumprir as suas funes com
independncia e grande competncia tcnica. A questo outra e revela alguma inexperincia poltica.
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que o facto no cair no esquecimento e assombrar

a interpretao e apreciao poltica que se fizer na
opinio pblica, na oposio, mesmo nos partidos que
apoiam parlamentarmente o Governo, qualquer ao
do governo visando a Galp. E para este Governo ainda
h muita estrada para andar.
Entretanto, a oposio faz o que lhe compete no
deixando morrer o assunto, levando o impacto do caso
to longe quanto possvel. Seguramente, no descansaro os partidos da oposio enquanto Antnio Costa
no for obrigado a demitir ou a suportar na sua conta
de credibilidade a no demisso dos secretrios de
Estado, pronunciando-se publicamente sobre o caso.
Arrastar, remediar, agravar a situao, nada disto faz
bem ao Governo, mas o que tem sucedido, facto que
parece estar a escapar aos secretrios de Estado, em
especial a Rocha Andrade.
claro que alguma dose de frustrao acompanha
as consequncias desta inexperincia poltica quando
comparada com os suculentos frutos colhidos da muito
experiente carreira poltica do atual conselheiro da
Mota-Engil, cujos servios passaram, desde a semana
passada, a estender-se, na forma de consultadoria,
maior empresa mexicana. Outra petrolfera. J para
no falar da recente mas tambm muito badalada
contratao da Goldman Sachs. Como dizia o apresentador, a vida.
A tendncia de crescimento da natalidade em Portugal, pelo

segundo ano consecutivo, depois de em 2012 ter atingido
os valores mais baixos de sempre e de termos passado a
ser o pas, no mundo, com menos nascimentos por habitante,
uma boa notcia. No primeiro semestre de 2016 tero nascido
mais 2.639 bebs do que em igual perodo de 2015, num total
de 42.758 nascimentos. Este aumento, de cerca de 7%, ainda
insuficiente para a reposio populacional, mas finalmente
contraria a tendncia de grande envelhecimento da populao
portuguesa (alm do envelhecimento populacional, os jovens
emigraram).
Contrariando a tendncia de renovao populacional do pas,
os distritos da Guarda e Portalegre foram os nicos onde a taxa
de fecundidade continuou a baixar. Este facto deveria merecer
a maior ateno e preocupao dos responsveis regionais, em
especial dos autarcas. Enquanto no resto do pas a tendncia
de crescimento, pois, supostamente, h algum otimismo em
relao ao futuro, nos distritos da Guarda e de Portalegre no
se vislumbra segurana e no h apoios que permitam facilitar a vida a quem quer ter filhos. No basta propor um cheque
para pagar fraldas ou oferecer umas prendas ou pagar os livros
escolares (apoios que so importantes), mas depois no haver
expetativas de futuro, no haver empregos E haver custos de
interioridade elevados, haver uma taxa de IMI elevada (no caso do
concelho da Guarda) ou o custo da gua estar entre os mais altos
do pas (como acontece na Guarda e Covilh). Se queremos ter
futuro e ter crianas salvar o presente e assegurar o futuro das
nossas vilas e cidades, inclusive do pas enquanto nao ento
preciso promover a natalidade de forma ambiciosa, investindo
nas famlias e promovendo o desenvolvimento econmico, social
e cultural. No fcil, mas se houver vontade poltica e um plano
estruturado possvel aqui ao lado, o distrito de Viseu teve
um crescimento da taxa de natalidade de 20%, se calhar porque
em Viseu se aposta de forma estruturada no desenvolvimento.
Sociedade
BELMONTE
Retirada queixa
contra Dias Rocha
e Joo Morgado
O vereador da oposio
na Cmara de Belmonte, David Canelo, retirou a queixa
contra o presidente da autarquia, Antnio Dias Rocha, e
contra o seu chefe de gabinete, Joo Morgado, que acusava
de difamao.
Dois anos depois do debate instrutrio, o vereador
desistiu da queixa, o que leva
Joo Morgado a considerar
que David Canelo anda a
brincar com a justia. Se retirou o processo, o tribunal
devia pedir-lhe uma explicao sria. A queixa resultou
de uma notcia publicada no
semanrio Notcias da Covilh, que, segundo o chefe de
gabinete, tornou pblico um
email particular.
II Sabores La Vie
decorreu no
fim-de-semana
O segundo Sabores La
Vie, edio de Vero, decorreu no passado fim-desemana com o objetivo de
promover e valorizar os produtos da regio.
Diversas ofertas inovadoras e tradicionais fizeram
parte da iniciativa, com destaque para as conservas, licores, vinhos, doces, compotas
e produtos de panificao.
Nesta edio estiveram presentes a Liocampo, Quinta da Noguinha, Guarda21,
Quinta Vale DAldeia, Sweet
Castanea, Sabores da Zeza
e do Z, Anjos da Guarda e
Paladares. O certame, que
pretende divulgar o que se faz
na regio guardense, permite
que os produtores regionais
exponham os seus produtos
e contribui para o lanamento e apresentao de novos
artigos.
Secretrio de Estado
da Administrao
Interna alerta para
comportamentos de risco
Presente nas comemoraes dos 140 anos dos bombeiros da Guarda, Jorge Gomes
lembrou que 33 por cento dos incndios so noturnos
DR
Ana Eugnia Incio
A comemorar 140 anos, os

Bombeiros Voluntrios da Guarda estiveram em festa no passado fim-de-semana. Mas estas
comemoraes deveriam ser
repensadas, pois num perodo em que temos bombeiros a
combater incndios no uma
boa altura para se estar em festa,
afirmou o secretrio de Estado da
Administrao Interna na sesso
solene do passado domingo.
Devemos estar ao lado dos que
esto em dia de luta, acrescentou
o governante.
Num dia marcado por muitos
e grandes incndios, Jorge Gomes
disse confiar no nosso dispositivo, nos homens e mulheres,
para dar resposta a esta saga,
mas sublinhou que, por vezes,
os comportamentos das populaes no so os melhores.
No seu discurso, o secretrio
de Estado lembrou o nmero
elevado de incndios noturnos,
que correspondem a 33 por
cento das ocorrncias, e que
se devem a comportamentos
desadequados e no s temperaturas elevadas. Ainda durante
a cerimnia, o comandante dos
bombeiros guardenses lembrou
que se trata apenas de um grupo
de voluntrios, mas altamente
profissionais, no amadorismo.
A corporao conta com 120
elementos, entre os quais est
um nmero de jovens bastante
significativo, mas Paulo Sequeira
lembrou a necessidade de tomar
medidas que fixem elementos no
interior, tal como um conjunto
Corporao da Guarda tem 120 elementos no ativo
SABUGAL
de incentivos para os bombeiros

e para os voluntrios de forma a
que o corpo ativo seja assegurado
face desertificao que est a
assolar a regio.
O comandante aproveitou
ainda para pedir s autoridades
para olharem pela viabilidade
financeira da instituio, pois,
embora reconhea o esforo
para apoiar a associao nos
ltimos dois anos, h ainda um
longo caminho a percorrer para
apoios justos. Tambm o presidente da direo da Associao
Humanitria no esqueceu a
questo financeira e lamentou
que, por vezes, seja necessrio
recorrer a verbas prprias para
aquisio de equipamentos.
Por isso, Lus Borges apelou a
um entendimento entre as
autoridades competentes, para
Tem lugar amanh (16h30)

a sesso de lanamento do livro
Visages de L migration Portugaise, de Joaquim Tenreira
Martins, com prefcio de Maria
Manuela Aguiar.
A iniciativa decorre nos
Paos do Concelho do Sabugal
e a obra ser apresentada pelo
professor Albino Lopes, numa
cerimnia a realizar aps um
Encontro de Empresrios,
agendado para as 15 horas.
Natural de Vale de Espinho, o

autor de Visages de L migration Portugaise titular do
diploma de Assistente Social e
dos Mestrados em Direito e em
Cincias Polticas, e foi professor
de Portugus na Universidade
do Litoral ISCID, em Dunquerque. Trabalhou ainda durante
largos anos no Servio Social
e Jurdico da Seco Consular
da Embaixada de Portugal em
Bruxelas.
Livro sobre emigrao apresentado amanh
que os bombeiros deixem de ser o

parente pobre da proteo civil.
Presente nas comemoraes
esteve tambm o presidente da
Liga de Bombeiros Portugueses,
que considerou que preciso que
as Cmaras e as Juntas e Freguesia
tenham responsabilidades,
tendo ateno ao planeamento e
ordenamento das florestas. Jaime
Marta Soares falou ainda da necessidade de reviso e reformas
das leis orgnicas, pelas quais
prometeu lutar e no abdicar
tendo deixado um aviso tutela
ao dizer que as verbas destinadas aos voluntrios no prximo
ano tm de ser atempadamente
apresentadas e negociadas, em
vez de dois dia antes de serem
aprovadas, porque isso acabou.
J o vice-presidente da Cmara da Guarda tambm quis apro-
CELORICO DA BEIRA
veitar a presena de um membro

do Governo para mandar o recado
de que no interior no queremos mais palavras. J sabemos
quais so os problemas, agora
queremos solues, queremos
aes. Carlos Chaves Monteiro
mostrou ainda a disponibilidade
da autarquia para que, sempre
que solicitarem a vontade de
usar um equipamento nosso, ns
iremos ajudar. Para facilitar os
procedimentos est a ser pensado um regulamento de apoio ao
voluntariado. Na sesso solene
dos 140 anos dos soldados da
paz da Guarda foram ainda entregues medalhas de assiduidade,
feitas promoes no corpo ativo
e homenageados os elementos
com mais de 40 anos no ativo. J
Manuel Pereira foi empossado
como subcomandante.
Realiza-se no domingo a
XVII Descida em Carrinhos de
Rolamentos do Cadafaz.
H cinco categorias em competio (jnior, feminina, monolugar, multilugar e extra) e
duas formas de participao
(contrarrelgio e grande prmio).
O percurso tem uma extenso
de 2,500 metros de elevada inclinao e vrias curvas que vo
exigir destreza e proporcionaro
aos espetadores um espetculo
singular e inesquecvel. Segundo

a organizao, todos os concorrentes tero um prmio de
participao e competiro por
taas e trofus nas respetivas
categorias. Os inscritos ficaro
ainda habilitados a receber uma
bicicleta BTT e equipamento de
montanhismo e caravanismo caso
venam o carrinho mais original
e o melhor construdo, respetivamente. A competio tem incio
pelas 15 horas.
Carrinhos de rolamentos no Cadafaz
Fogos fustigam
concelhos da regio
AR
Autarquia estima que tenham ardido cerca de 2500 hectares ardidos na segunda e tera-feira
Um incndio de grandes
propores tomou conta do
concelho de Gouveia na passada
segunda-feira. O alerta foi dado
s 15h08, em Ribamondego,
mas com as temperaturas elevadas e devido ao vento que
se fez sentir, rapidamente as
chamas alastraram a outras
freguesias e obrigaram ao corte
da EN17 ao trnsito.
A noite foi de azfama e
na tera-feira tarde, embora
o fogo j estivesse dominado,
verificaram-se alguns reacendimentos. Mais de 150 operacionais, apoiados por cerca de 60
veculos e alguns meios areos,
estiveram mobilizados no incndio de Gouveia, que chegou a
ter uma frente de grandes dimenses. Tambm na segunda-feira,
durante a noite, um incndio deflagrou na freguesia de Rio Tinto e
na madrugada de domingo, pelas
GUARDA
5h51, um outro na localidade

de Melo, situaes que levam o
presidente da autarquia a afirmar
que estas ocorrncias resultam
de mo criminosa. Para Lus
Tadeu, no foi o sol da meianoite que os ateou.
No rescaldo destes dois dias
devastadores, o autarca gouveense acredita que tero ardido
cerca de 2.500 hectares. O fogo
chegou a ameaar algumas casas, mas felizmente no passou
disso, adianta, sublinhando,
no entanto, que vrios terrenos
agrcolas, de vinha e pomares,
e reas de pasto acabaram por
ser devastados pelas chamas.
Sem ainda conseguir calcular
prejuzos, Lus Tadeu refere que
ir acompanhar e apoiar as
populaes afetadas. No ano
passado arderam na parte alta
do concelho de Gouveia mais de
mil hectares de floresta e mato
do Parque Natural da Serra da

Estrela (PNSE).
Ainda na segunda-feira
um outro incndio, em Aldeia
Nova (Trancoso), mobilizou 128
operacionais, estando entre as
ocorrncias mais significativas
daquele dia. Tambm na freguesia de Rabaal (Mda) o fogo
comeou por volta das 9h30 de
sbado e esteve quase a ser dado
como controlado, mas as chamas
alastraram ao concelho vizinho,
Trancoso, devido s mudanas
de vento que se fizeram sentir
durante a tarde. As povoaes
de Casas e Zabro foram as mais
afetadas e os difceis acessos dificultaram os trabalhos dos bombeiros, tendo as chamas chegado
a ameaar algumas habitaes.
No combate chegaram a estar
envolvidos mais de duas centenas
de homens, dezenas de veculos e
dois meios areos.
Cerca de 14 mil beneficirios da tarifa social de eletricidade

Os consumidores mais vulnerveis em termos monetrios
passaram a ter acesso automtico
s tarifas sociais de eletricidade e
gs natural.
Estes descontos traduzemse em cerca de 31,2 por cento no
gs natural e cerca de 33,8 por
cento na eletricidade, e resultam
de despachos do secretrio de
Estado da Energia, Jorge Seguro
Sanches. Segundo informao
da tutela, no distrito da Guarda
existem 13.951 beneficirios
desta tarifa social. O concelho com
mais casos a Guarda (com 2.741
beneficirios), sendo Manteigas o
municpio com menor nmero de
consumidores nestas condies
(264 beneficirios). O impacto
do automatismo da tarifa social
de energia eltrica, que entrou
em vigor a 1 de julho, teve maior
visibilidade para os beneficirios
apenas a partir deste ms com a
chegada das primeiras faturas.
Concelho
Manteigas
Fornos de Algodres
Mda
Figueira de Castelo Rodrigo
Almeida
Aguiar da Beira
Celorico da Beira
Pinhel
Trancoso
Vila Nova de Foz Ca
Gouveia
Sabugal
Seia
Guarda
Total
Este benefcio representa um
instrumento de justia social, com
o objetivo de proteger os interesses dos clientes economicamente
vulnerveis, refere o Governo.
Esto abrangidos os clientes individuais que integrem um agregado familiar cujo rendimento total
Beneficirios da tarifa social

264
460
501
528
541
635
724
776
808
817
1.472
1.767
1.917
2.741
13.951
anual igual ou inferior a 5.808
euros, acrescido de 50 por cento
por cada elemento adicional, at
um mximo de dez pessoas ou beneficirios de prestaes sociais.
A nvel nacional, est previsto um
total de 630.698 beneficirios
abrangidos por esta tarifa.
VALE DO CA
Arte rupestre atraiu um milho

de visitantes regio
O Parque Arqueolgico do
Vale do Ca (PAVC) e o Museu
do Ca (MC) receberam 600
mil visitantes em duas dcadas, mas aos dados oficiais o
diretor dos dois equipamentos
acrescenta nmeros reais que
rondam o milho de pessoas.
Vinte anos aps a criao
do PAVC, o Vale do Ca trouxe
cerca de um milho de pessoas ao territrio. As gravuras
tiveram grande repercusso
meditica a nvel mundial,
sublinha Antnio Martinho
Batista, para quem a afluncia
de pblico no se pode medir
apenas com os registos oficiais, uma vez que a rea dos
territrios do Ca abrange dez
concelhos. Por isso, o tambm
arquelogo contabiliza que s
o museu, que abriu em agosto
de 2010, recebe anualmente,
em mdia, 41 mil visitantes.
Tanto o PAVC como o Museu
tm contribudo para dinamizar o territrio do Vale do Ca
e do Douro Superior, que tm
vindo a perder populao ao
longo dos anos, acrescentou o
responsvel, considerando que
h pessoas que no chegavam
a esta regio se no fosse o
aparecimento das gravuras, o
parque arqueolgico e o Museu
do Ca.
Contudo, Martinho Batista recorda que sobre os dois
equipamentos permanece
uma certa indefinio rela-
GUARDA
AR
tivamente ao seu modelo de

gesto. importante resolver
este problema. Trata-se de um
problema e no vale a pena
escond-lo, sublinha, revelando que o PAVC e o Museu
s tm conseguido resistir
e sobreviver fruto da qualidade daquilo que mostrado
aos visitantes. Por sua vez,
o presidente da Cmara de
Vila Nova de Foz Ca, Gustavo
Duarte, diz que muito mais poderia ter mudado no concelho
com a descoberta das gravuras
rupestres e muito mais pode
ser feito. Como se disse na
altura, queremos que o Museu
do Ca e o Parque Arqueolgico contribuam para o desenvolvimento do Vale do Ca,
insiste o autarca, apontando
mudanas no afluxo turstico
a Foz Ca, mas referindo que
h potencial para mais.
Festival de folclore no sbado

Cinco grupos participam
no sbado no 36 Festival de
Folclore da Guarda, numa organizao do Centro Cultural
da cidade mais alta.
As atuaes acontecem
na Alameda de Santo Andr,
a partir das 21h30, mas antes
os ranchos vo desfilar at ao
local do espetculo. Durante a
tarde os grupos participantes
FORNOS DE ALGODRES
sero recebidos no Centro Cultural e na Cmara. Vo atuar

a ACR Conde (Guimares), o
Rancho Folclrico As Lavadeiras de Bolhos (Peniche), Rancho Folclrico e Etnogrfico de
Odixere (Lagos) e o Grupo
Folclrico da Casa do Povo de
Santa Cruz (Madeira), alm do
Rancho Folclrico do Centro
Cultural da Guarda.
Festival celebra cerveja artesanal

de urtiga em Vila Soeiro do Cho
A aldeia de Vila Soeiro do
Cho acolhe no domingo, a
partir das 15 horas, o Festival
Urere [origem latina do termo
urtiga], um evento dedicado
msica folk, aos caracis e
cerveja artesanal de urtiga.
A segunda edio uma
parceria entre a Unio das
Freguesias de Juncais, Vila
Ruiva e Vila Soeiro do Cho e a
Confraria da Urtiga de Fornos
de Algodres com o objetivo
de apostar na qualidade de
um produto inovador, a cerveja de urtiga. Segundo os

promotores, a produo desta
bebida, que tem surpreendido os mais cticos, est a
cargo de um dos melhores
mestres cervejeiros nacionais.
Trata-se de Pedro Sousa, da
Post Scriptum, que desde o
primeiro momento abraou
este projeto e conseguiu uma
cerveja que, pelo arredondado
do seu sabor, se distingue de
todas outras.
Especial Ensino
Instituto Politcnico da Guarda
Escola Superior de Turismo e Hotelaria

promove Simpsio Internacional
Na Escola Superior de Turismo e
Hotelaria do Instituto Politcnico da
Guarda (IPG) vai decorrer nos dias
6 e 7 de Dezembro a quarta edio
do ISITH - International Symposium
on Innovation in Tourism and Hospitality.
Esta iniciativa procura continuar a debater e refletir as dinmicas
associadas ao Turismo, Hotelaria
e Restaurao, em particular as
orientaes, estratgias, tecnologias
e produtos/servios que, pelo seu carcter inovador, vantagens competitivas alcanadas, melhorias formativas
ou novas lgicas, se constituem como
processos valorativos destas reas e
como fatores que fomentam iniciativas para um profundo conhecimento
das tendncias atuais.
Para Gonalo Fernandes, VicePresidente do IPG e membro da
comisso organizadora, as novas
dinmicas que influenciam o desenvolvimento do sector turstico,
resultantes dos diferentes comportamentos da procura e da oferta,
bem como de novas racionalidades
da conjuntura econmica, ambiental
e sociocultural, implicam novos modelos de planeamento e desenvolvimento do turismo, a produo de
informao e a conceo de lgicas e

de instrumentos de gesto adequados
para a transferncia de conhecimento
e a consolidao das vantagens competitivas e sustentabilidade.
Como nos adiantou, esta nova
edio do ISITH ir refletir sobre os
atuais desafios do setor, as tipologias
de produtos tursticos, a importncia
da tecnologia e inovao e as especificidades dos destinos, congregando
para o efeito a participao de especialistas nacionais e internacionais e
reforando a ligao s empresas e ao
territrio, promovendo redes e colaboraes pro ativas de qualificao
do turismo.
A Inovao em Turismo, Hotela-
Segunda fase de candidaturas
ria e Restaurao ser o tema central

deste simpsio, a realizar na cidade
de Seia, no decorrer do qual vo ser
analisados e debatidos e temas como
Sade, Bem-estar e Acessibilidade,
Cultura, Gastronomia e Vinho, Ensino e Tecnologia e Experincias em
Territrios de Montanha.
At 31 de Agosto de 2016 podero ser apresentados resumos e
artigos Comisso Cientfica do ISITH para posterior publicao numa
edio especial da Revista Egitanea
Sciencia do Instituto Politcnico da
Guarda.
Os interessados podem obter
mais informao em www.esth.ipg.
pt/isith.
Cursos Tcnicos Superiores Profissionais

A segunda fase de candidaturas
aos cursos tcnicos superiores profissionais vai decorrer, no Instituto Politcnico da Guarda, decorrer de 16
de Agosto a 16 de Setembro de 2016.
Tm acesso a estes cursos, ministrados pelo IPG, os titulares de
um curso de ensino secundrio ou
de habilitao legalmente equivalente; quem tenha tido aprovao nas
provas especialmente adequadas
destinadas a avaliar a capacidade para
a frequncia do ensino superior dos
maiores de 23 anos, realizadas, para
o curso em causa; os estudantes que,
tendo obtido aprovao em todas as
disciplinas do 10 e 11 anos de um
curso de ensino secundrio, ou de
habilitao legalmente equivalente, e
no tendo concludo o curso de ensino
secundrio, sejam considerados aptos
atravs de prova de avaliao de capacidade a realizar pelo IPG, nos termos
do Regulamento dos Cursos Tcnicos
Superiores Profissionais do Instituto
Politcnico da Guarda; os titulares
de um diploma de especializao
tecnolgica, de um diploma de tcnico
superior profissional ou de um grau

de ensino superior, que pretendam a
sua requalificao profissional.
A candidatura deve ser formalizada em requerimento prprio de
acordo com as informaes e prazos
constantes do edital de abertura de
concurso, que pode ser consultado
na pgina, na Internet, do Instituto
Politcnico da Guarda.
Os candidatos podem apresentar candidatura (presencialmente nos
Servios Acadmicos ou online, no
endereo http://www.ipg.pt/TESP/
candidatura.aspx) a um ou mais
TeSP, ministrados pelo IPG, devendo, no entanto, ser identificadas no
boletim de candidatura as respetivas

prioridades.
Para o prximo ano letivo esto
previstos os cursos de Acompanhamento de Crianas e Jovens, Animao
Turstica e do Patrimnio Cultural
e Natural, Bioanlises e Controlo, Cibersegurana, Comunicao
Digital, Comunicao, Protocolo
e Organizao de Eventos, Contabilidade e Fiscalidade, Cozinha e
Produo Alimentar, Desenvolvimento
de Aplicaes Informticas, Design e
Fabrico Digital, Desportos de Montanha, Energias Renovveis e Eficincia
Energtica, Gerontologia, Gesto Clnica
Administrativa, Gesto e Comrcio
Internacional, Higiene e Preveno
de Riscos Profissionais no Trabalho,
Manuteno Industrial Eletromecatrnica, Reabilitao Energtica e
Conservao de Edifcios, Testes de
Software, Transportes e Logstica.
Os candidatos podero obter
mais informaes e esclarecimentos
nos Servios Acadmicos do IPG ou
na pgina da Internet, em www.ipg.
pt/Tesp/.
Incrementar o estudo/divulgao atravs de diversificadas e distintas perspetivas que, globalmente,

propiciem a Guarda da memria e
um melhor conhecimento da toponmia, o objetivo do V Frum do
Toponmia, a realizar no dia 28 de

Outubro, na Guarda.
Trata-se de uma iniciativa do
Instituto Politcnico da Guarda que
decorrer.
A submisso de comunicaes
pode ser feita at ao prximo dia

20 de Agosto, no stio do Frum na
internet, em http://www.ipg.pt/
toponimia/, onde os interessados
em participar devem fazer a sua
inscrio (gratuita mas obrigatria).
No Instituto Politcnico da
Guarda (IPG) est em funcionamento um Gabinete de Acesso
ao Ensino Superior, para apoio
aos candidatos do distrito. Este
gabinete, instalado no edifcio dos
Servios Centrais do IPG, tem por
objetivo proporcionar apoio informativo aos estudantes candidatos
ao ensino superior, integrando

servio de atendimento presencial. O contato pode tambm ser
estabelecido atravs de correio
eletrnico ([email protected]) ou
via telefone (271 220 100 | 271
220 162).
Recorde-se que a segunda
fase de candidaturas est agenda-
da para o perodo de 12 a 23 de
Setembro. O Gabinete de Acesso
ao Ensino Superior funciona, no
Politcnico da Guarda (edifcio dos
Servios Centrais), todos os dias
teis das 9.30h s 16h30, dispondo
de uma equipa para acolhimento,
esclarecimento e ajuda no processo de acesso ao ensino superior.
TRABALHOS SOBRE TOPONMIA
Gabinete de Acesso ao Ensino Superior
Concurso PIN Polieempreende

No Instituto Politcnico da
Guarda decorreu, recentemente,
a fase regional do Concurso PIN
Poliempreende. Esta atividade,
integrada no projeto PIN-Poli Entrepreneurship Innovation (projeto
n 16177, cofinanciado pelo COMPETE) contou com a participao
de 4 projetos de equipas empreendedoras.
As equipas foram compostas
por estudantes e docentes das diferentes Escolas Superiores do IPG,
orientados pelos tutores do Poliempreende nomeados pela Unidade
de Desenvolvimento e Investigao
(UDI)/IPG. O Jri foi composto por
representantes de diferentes entidades externas (IAPMEI, ACG, NERGA)
e um empresrio que efetuaram
um conjunto de sugestes importantes aos projetos a concurso de
modo a poderem ser aperfeioados
e implementados no futuro, como
nos referiu Teresa Paiva, diretora
da UDI/IPG.
Em primeiro lugar ficou o projeto Royal Roe que incidiu na rea

da comercializao e distribuio
alimentar; Do Ginsio para a Cozinha foi o projeto classificado em
segundo lugar, relacionado com a
rea do desporto, sade e gastronomia; o terceiro lugar foi atribudo ao
projeto Casa da Cultura, idealizado
no contexto da rea social e cultural.
Salienta-se ainda a participao do projeto da rea da sade
e farmcia, enaltecendo-se o empenho e persistncia de todas as
equipas de empreendedores que
chegaram a esta fase do projeto, demonstrando, assim, a aprendizagem
das competncias empreendedoras
adquiridas, acrescentou Teresa Paiva a propsito da realizao desta
fase regional do referido concurso.
O primeiro classificado ir
representar o Politcnico da Guarda
na fase nacional do concurso PINPoliempreende, que ter lugar no
prximo ms de Setembro.
A segunda fase do concurso de

acesso aos Mestrados do Instituto
Politcnico da Guarda decorrer
de 16 de Agosto a 16 de Setembro
de 2016.
Podem candidatar-se ao acesso aos ciclos de estudos conducentes ao grau de mestre, os titulares do
grau de licenciado ou equivalente legal; titulares de um grau acadmico
superior estrangeiro, conferido na
sequncia de um primeiro ciclo de
estudos organizado, de acordo com
os princpios do Processo de Bolonha, por um Estado aderente a este
Processo; titulares de um grau acadmico superior estrangeiro, que
seja reconhecido, como satisfazendo
os objetivos do grau de licenciado,
pelo rgo tcnico-cientfico estatutariamente competente; detentores
de um currculo escolar, cientfico ou
profissional que seja reconhecido,
como atestando a capacidade para

realizao deste ciclo de estudos,
pelo rgo tcnico-cientfico estatutariamente competente.
O acesso aos cursos de mestrado de Educao, obrigatrios
para ingresso na profisso (Mestrado em Ensino do 1. Ciclo do
Ensino Bsico e de Portugus e
Histria e Geografia de Portugal
no 2. Ciclo do Ensino Bsico;
Mestrado em Ensino do 1. Ciclo
do Ensino Bsico e de Matemtica
e Cincias Naturais no 2. Ciclo do
Ensino Bsico, Mestrado em Educao Pr-escolar e Ensino do 1
ciclo do Ensino Bsico, Mestrado
em Ensino do Ingls no 1. Ciclo
do Ensino Bsico), est sujeito a
algumas condicionantes.
Os interessados podem obter
mais informaes em http://www.
ipg.pt/mestrados/candidatura.
Candidaturas a Mestrados
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046160030
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Petio contra corte de rvores

no parque municipal da Guarda
A palavra Socorro pode ler-se num
cartaz atado a uma rvore do parque
municipal da Guarda.
O pedido de ajuda ter sido colocado por algum descontente com o
plano de requalificao do espao verde
da cidade que inclui o corte de algumas
rvores mais prximas do lago para criar
uma clareira que permita que haja mais
luz solar no parque.
Depois da polmica rearborizao
da Avenida Cidade de Salamanca, a
autarquia prepara-se para dar incio,
em setembro, ao abate de mais de uma
dzia de rvores neste espao que j
teve melhores dias e foi mais frudo pelos guardenses. Contudo, a interveno
j motivou uma petio na Internet.
Intitulado Salve as rvores do Parque
FUNDO
AA
Municipal, o abaixo-assinado disponvel em http://peticaopublica.com/pview.

aspx?pi=PT82451 a classifica a medida
da autarquia de desarrazoada. At ao
fecho desta edio a petio j tinha sido
subscrita por mais de 243 pessoas.
Lanada primeira pedra do Hotel Convento do Seixo

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129.000
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3
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46,85
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A primeira pedra do Hotel Convento do

Seixo lanada hoje (11 horas), no Fundo.
O Convento do Seixo (ou de Santo
Antnio) um edifcio que permanece na
memria coletiva dos fundanenses como
um dos seus testemunhos patrimoniais
mais importantes, possuindo elementos
decorativos renascentistas. A construo
do imvel arrancou em 1526 e a sua abertura em 1577, tendo sido ampliado em
1667. J em 1714 foi construdo o novo
dormitrio, a enfermaria e a biblioteca.

Em 1738 a capela-mor foi restaurada e foi
efetuado o retbulo. Com a construo do
Hotel Convento do Seixo ir proteger-se
este edifcio histrico e salvaguardar-se a
sua integridade, refere a autarquia em comunicado. A cerimnia contar com a presena da secretria de Estado do Turismo,
Ana Mendes Godinho, que posteriormente
vai inaugurar as Villas da Cerca Design
House, na localidade de Chos.
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MDA
Santa Casa da Misericrdia
Agosto de 2016
Santa Casa da Misericrdia de Mda
apoia medenses h 90 anos

O desempenho e dedicao dos nossos funcionrios so muito importantes
Entrevista a Anselmo Sousa,
para a Misericrdia continuar a fazer um bom trabalho
provedor da Santa Casa da
Misericrdia da Mda
Proporcionar qualidade de vida aos habitantes da Mda a preocupao

da Santa Casa da Misericrdia, que assinala este ms o seu 90 aniversrio.
Para os idosos, a entidade possui lares, um centro de dia, uma Casa de
Bem Estar e disponibiliza servios de apoio domicilirio. Desde 1926, a instituio tem investido em projetos de qualidade para dar resposta no s aos
mais velhos, como tambm aos mais carenciados. Destinadas a estes utentes
h cantinas sociais, bem como alguns apartamentos de habitao. Tambm o
bem-estar das crianas passa pelos objetivos desta Misericrdia, tendo disponveis Atividades de Tempos Livres. No sentido de chegar tambm populao
em geral, a Misericrdia tem ainda um espao de fisioterapia.

E como uma instituio desta dimenso no funciona sem colaboradores,
neste momento o corpo tcnico da Santa Casa medense constitudo por 85
funcionrios. Trata-se sobretudo de pessoas da terra, que trabalham diariamente para elevar cada vez mais a qualidade prestacional da maior instituio
do concelho. Maria Fernanda encarregada desde 1980 e com paixo que
cuida todos os dias dos idosos, que para si so tudo. A responsvel lamenta
que haja instituies e utentes que no tm tido a sorte que os nossos tm
aqui. Com orgulho e emoo, Maria Fernanda afirma que esta a sua casa.
Agosto de 2016
O desempenho e dedicao dos nosso

para a Misericrdia continuar a fazer um
P Qual o papel da Santa Casa da
Misericrdia para o concelho da Mda?
R Sabemos o papel que as Misericrdias
tm em todo o pas. So bastante importantes
a nvel social, como tambm a nvel da educao, da sade e at da prpria economia. Em
tempos da crise que estamos a atravessar, as
Misericrdias tm um papel preponderante para
apoiar essencialmente os mais frgeis, como os
idosos, e tambm aquelas pessoas que, de um
momento para o outro, ficam desempregadas.
A Misericrdia da Mda no foge regra e a
maior instituio do concelho.
pessoas. E, assim, hoje h um corpo tcnico

de 85 pessoas, nomeadamente especialistas.
preciso haver uma gesto bastante rigorosa
nestas casas. E digo isto com muito orgulho:
fizemos cerca de 5 milhes de investimentos
nestes ltimos anos e a Misericrdia no deve
nada a ningum e mantm-se muito slida em
termos financeiros. E isso fundamental para
que estas instituies possam funcionar. Temos
um corpo tcnico de jovens especializados, como
trs enfermeiros a tempo inteiro, uma diretora
tcnica, assistentes sociais, fisioterapeutas, todos jovens aqui da terra.
P O lar da terceira idade tem capacidade para quantas pessoas?

R Temos neste momento trs valncias de
lar, com cerca de 140 utentes internos. Tambm
prestamos servio domicilirio e apoiamos volta
de 40 pessoas. Temos um centro de dia com
apenas 12 utentes porque, enquanto puderem
estar em casa, no h o hbito de frequentar
este espao.
P A Santa Casa o maior empregador

do concelho neste momento? A dinmica
econmica no dada apenas pelos servios,
mas tambm pelo emprego que se criou na
Mda?
R Sim, alm da Cmara Municipal, o
maior empregador do concelho. Nos ltimos anos
crimos 50 postos de trabalho, com tendncia
ainda a crescer, pois somos ambiciosos, temos
projetos e temos noo da importncia que esta
instituio tem no concelho. Queremos que,
de forma sustentada, ela cresa e estamos
convencidos que no futuro ela ainda ser maior
do que hoje.
P Entre o apoio domicilirio e as pessoas que esto em regime de internato nos

lares da Santa Casa, qual o total de utentes?
R Cerca de 200 a 250. Alm disso, o
Governo criou uma nova valncia para dar
apoio quelas pessoas que, de um momento
para o outro, ficaram desempregadas. Trata-se
das cantinas sociais, onde estamos a servir
volta de 25 utentes. Este servio foi muito
importante nestes ltimos quatro anos de crise.
A Santa Casa tem tambm um conjunto de
apartamentos para as pessoas necessitadas
e que vivam com muitas dificuldades, sem
uma casa condigna. Por volta de 1998/1999,
em parceria com o Instituto Nacional de Habitao (INH), construmos 18 apartamentos de
habitao social destinados a essas pessoas
que, de outra forma, no teriam possibilidades
para terem uma casa digna.
Fizemos cerca de 5 milhes de

investimentos nestes ltimos anos e a
Misericrdia no deve nada a ningum
e mantm-se muito slida em termos
financeiros. E isso fundamental para
que estas instituies possam funcionar.
P A Santa Casa assume, na Mda, um

contributo no apenas da dinmica social
mas tambm de combate pobreza, ajudando
as pessoas mais carentes. Radicou, de certa
forma, a pobreza na Mda?
R Exatamente. E tambm tem um papel
relevante a nvel da economia local. Temos noo
que estamos num concelho onde no existem
empresas e onde o emprego precrio. Quando

entrei na Misericrdia, que neste mandato j
faz 18 anos, a instituio tinha cerca de 30
funcionrios e neste momento tem 85. Ou seja,
para conseguirmos dar todo o apoio que temos
dado foi necessria uma capacidade de gesto
e organizao que permitisse o crescimento
da instituio para poder responder a todas as
P Acabam de lanar um novo projeto

de requalificao do antigo lar. Como se encontra neste momento?
R A nossa preocupao criar boas
condies aos nossos idosos. O lar designado
Dr. Joaquim Manuel Saraiva foi construdo em
duas fases, em que tivemos de desativar o antigo
lar, o Nossa Senhora de Ftima, por j no ter
condies. Hoje, como a procura cada vez
maior, vamos requalific-lo e fazer uma estrutura
praticamente nova. J lanmos o concurso, a
adjudicao est para breve e esperamos lanar
a obra no incio de setembro. Trata-se de um
projeto que ronda os 900 mil euros. Com todo o
Santa Casa dispe de um mdico trs dias por semana e trs enfermeiros
a tempo inteiro
Lar Dr. Joaquim Manuel Saraiva foi construdo para proporcionar maior
qualidade e conforto aos utentes
Instituio tem investido em projetos de qualidade para apoiar idosos
Santa Casa medense tambm proporciona atividades de lazer aos utentes
Lares possuem 140 utentes internos
Centro de dia surge para combater solido dos idosos
Agosto de 2016
os funcionrios so muito importantes

m bom trabalho
Entrevista a Anselmo Sousa, provedor da Santa Casa
da Misericrdia da Mda
equipamento deve rondar o milho de euros. Os

investimentos realizados nos lares nos ltimos
anos, que rondaram os quatro milhes de euros,
foram feitos com o oramento da Santa Casa,
no tivemos um nico apoio do Estado.
P atravs da equipa organizada e

uma gesto qualificada que a Misericrdia
pode cumprir os seus objetivos de dinamizar
e apoiar a atividade social. H mais alguma
instituio que preste apoio social no concelho?
R Sim, existe o Patronato, ligado Igreja
e mais destinado s crianas dos trs meses
aos 6 anos de idade. No entanto, a Misericrdia
tambm assume uma componente de educao,
nomeadamente atravs do ATL. Como essas
valncias j existiam, no se justificava termos
tambm as mesmas porque, infelizmente, as
crianas do nosso concelho no so assim tantas.
No ATL apoiamos as crianas no perodo de frias
e tambm quando saem da escola at s 19 horas.
Desta forma, os pais sabem que tm um espao
onde podem deixar os filhos acompanhados por
tcnicos e onde fazem diversas atividades, escolares ou outras. No encerramos no perodo de
frias de Vero, Pscoa ou Natal, estamos sempre
abertos para que os pais tenham um lugar onde
possam deixar as suas crianas.
P A Casa de Bem Estar vai ser desativada?
R As novas instalaes que vamos construir serviro tambm para substituir esse lar,
designado de Casa de Bem Estar, que tambm
no rene as condies necessrias. A Segurana Social exige que os lares tenham qualidade
e concordamos com isso. Uma das nossas
preocupaes passa por dar qualidade ao utente.
P Para alm do investimento que j
mencionou, h algum elemento que faa
parte de um projeto futuro de desenvolvi-
sua vida normal e que tm um poder econmico

mais elevado. Penso que um projeto vivel. Ns
daramos o apoio a nvel da sade e enfermagem e, desta forma, as pessoas poderiam estar
l, de uma maneira mais independente, e no
estariam sujeitas quelas leis rgidas de um lar.
Seria quase como estar em casa, embora com
a diferena de terem todo aquele apoio mdico,
entre outras valncias.
mento da Misericrdia?
R Ns temos ambies mas, como j
disse, os apoios do Estado tm sido poucos e vamos realizar esta obra, que vamos candidatar ao
programa Portugal 2020 a ver se conseguimos
algum apoio. Mas independentemente disso, a
obra vai avanar. No entanto, h um projeto que
gostaria de concretizar h alguns anos e para o
qual j existe um pr-projeto no local onde est
a fase um e dois do lar. Trata-se de residncias
assistidas, ou, como agora lhe chamam, um lar
residencial assistido. O projeto seria destinado
quelas pessoas idosas com mais mobilidade,
que so ainda independentes e podem fazer a
P Em que fase est essa ideia?

R um projeto que tem pernas para
andar, j falmos com um arquiteto e temos um
pr-projeto feito. Gostaramos de arrancar com
30 residncias assistidas, mas se no for possvel comeamos apenas com dez, por exemplo.
Isto seria tambm uma aposta para os nossos
emigrantes, fazendo-os regressar terra. Por
outro lado, quem casou fora e fez vida l ficaria
descansado por saber que os pais voltariam
sua terra e poderiam viver com qualidade e segurana. No sei se vamos ter tempo de concretizar
este projeto, pois este ano vai haver eleies e
ainda no pensei se me vou recandidatar. Se o
fizer, esta iniciativa ser uma prioridade.
P A boa gesto da Santa Casa tem
conseguido gerar receitas positivas no
apenas para assumir os custos mas tambm
para apostar em novos investimentos. A nvel
financeiro, como se encontra a Misericrdia?
H um projeto que gostaria de

concretizar. Trata-se de um lar
residencial assistido destinado
quelas pessoas idosas com
mais mobilidade, que so ainda
independentes e podem fazer a
sua vida normal e que tm um
poder econmico mais elevado.
R A situao financeira da Misericrdia

da Mda encontra-se bem mas, para isso, necessrio haver uma gesto rigorosa e responsvel. Infelizmente, existem muitas instituies que
esto a passar por situaes muito complicadas
porque talvez haja uma certa irresponsabilidade
na gesto. Felizmente, temos tido uma tima
gesto e um dos nossos princpios , como se
costuma dizer, no dar um passo maior do que
a perna. Queremos que a instituio cresa, mas
de uma forma sustentada e que todas as pessoas
que apoiamos sintam alguma tranquilidade com o
que temos. A Mesa da Misericrdia constituda
por cinco elementos e o empenho e dedicao
de todos os tcnicos que trabalham aqui so
muito importantes para que a Misericrdia possa
continuar a fazer um bom trabalho.
P A nvel da Sade tm um gabinete
mdico. Como funciona?
R Temos um mdico que vem trs dias
por semana, que o ideal, e trs enfermeiros
a tempo inteiro. A nossa preocupao passa
tambm pela sade.
P A Santa Casa da Misericrdia tambm
tem, devidamente equipada, uma zona de
Fisioterapia. Este servio destinado no
apenas aos utentes do lar mas tambm
populao do concelho?
R Temos um espao nas instalaes do
lar Dr. Joaquim Manuel Saraiva que possui excelentes condies e fizemos um protocolo com
um fisioterapeuta que presta servios no s
aos utentes, mas prpria populao. A grande
dificuldade neste momento que ainda no
conseguimos os acordos com o Estado. Estamos
a tratar disso da melhor maneira para que as
pessoas interessadas possam ter descontos para
usufruir do servio. Qualquer pessoa do concelho
que tenha um problema fsico pode contar com
a Misericrdia para fazer a reabilitao com
excelentes tcnicos fisioterapeutas.
Maria Fernanda, encarregada da instituio desde 1980
Misericrdia dispe de um espao de fisioterapia destinado a toda a populao Investimentos realizados nos lares foram feitos com oramento da instituio
Apoio domicilirio abrange vrias freguesias do concelho
Antigo lar Nossa Senhora de Ftima vai ser requalificado praticamente de raiz
Crianas podem praticar atividades escolares ou ldico-recreativas no ATL
Agosto de 2016
Lar Nossa Senhora de Ftima
Santa Casa possui espao dedicado Fisioterapia
Construdo em 1996, o antigo lar Nossa

Senhora de Ftima teve de ser desativado
devido falta de condies.
No entanto, como a procura tem sido
cada vez mais acentuada, a Santa Casa da
Misericrdia resolveu levar a cabo uma requalificao do edifcio, numa obra que ser feita
Para chegar populao em geral, a Misericrdia dispe de um espao de fisioterapia nas

instalaes do lar Dr. Joaquim Manuel Saraiva.
O servio, que possui todo o material
necessrio a este tipo de tratamentos, surge
de um protocolo entre a Santa Casa e uma
empresa do ramo. A iniciativa, que conta com
um fisioterapeuta, destinada no s aos
praticamente de raiz. Trata-se de um projeto

que ronda os 900 mil euros e que servir para
dar todo o conforto e qualidade aos idosos
medenses. Com equipamento includo, a empreitada dever rondar o milho de euros. De
acordo com o provedor, Anselmo Sousa, as
obras tero incio j em setembro.
Bairro Social da Santa Casa alberga 18 famlias
Com a inteno de apoiar tambm os

mais carenciados, a Misericrdia, em parceria com o Instituto Nacional de Habitao,
construiu um conjunto de apartamentos de
habitao social. O Bairro Social da Santa
Casa da Misericrdia, inaugurado em 2000,
acolhe atualmente 18 famlias que, de outra

forma, no teriam possibilidade de viver
numa habitao com todas as condies
necessrias. Para usufruir destas casas, os
residentes tm apenas de pagar uma renda
simblica.
utentes, mas a toda a populao. Qualquer

pessoa do concelho que tenha um problema
fsico pode contar com a Misericrdia para
fazer a reabilitao devidamente enquadrada
por tcnicos fisioterapeutas. A instituio est a
tentar fazer um acordo com o Estado para que
as pessoas interessadas possam ter descontos
para usufruir do servio.
Santa Casa apoia 40 utentes ao domiclio
A funcionar desde 2001, o servio de apoio

domicilirio da Misericrdia abrange vrias freguesias do concelho da Mda. Neste momento, a
instituio apoia 40 utentes, atravs da prestao

de servios de alimentao, higiene pessoal e
habitacional, e tratamento de roupas.
Cantinas sociais proporcionam refeies

a 25 medenses
Misericrdia promove componente educativa

para crianas
Entre os vrios projetos implementados

para dar resposta aos mais carenciados,
a Santa Casa tem tambm disponvel um
servio de cantinas sociais, no mbito do
Programa de Emergncia Alimentar, inserido
na Rede Solidria de Cantinas Sociais. Trata-
A Misericrdia tambm assume uma componente de educao atravs de Atividades de

Tempos Livres (ATL), que funciona nas antigas
instalaes da instituio. Este servio, inaugurado em 1984, destinado a todas as crianas e
funciona durante o perodo de frias bem como
quando estas saem da escola, at s 19 horas.
se de um modelo de inovao social, criado

pelo Governo, para dar auxlio e respostas a
situaes de grave carncia social. A Santa
Casa medense aderiu a este programa e,
atualmente, 25 utentes tm acesso a refeies dirias gratuitas.
Desta forma, os pais tm um espao disponvel

para deixar os seus filhos, acompanhados
por tcnicos, onde podem praticar diversas
atividades, nomeadamente escolares ou ldicorecreativas. A pensar no bem-estar das crianas
medenses, a Santa Casa no encerra este
servio em qualquer perodo de frias.
Belmonte medieval
at segunda-feira
13 edio da feira
medieval vai recriar
a poca da infncia
e juventude de Pedro
lvares Cabral, o
descobridor do Brasil
Belmonte viaja no tempo entre
amanh e segunda-feira com a recriao da feira medieval. A 13 edio
dedicada ao imaginrio de Pedro lvares Cabral, reproduzindo a infncia
e juventude do descobridor do Brasil.
A atividade organizada pela autarquia e empresa municipal e contar
com a participao de cerca de 135
expositores, que se vo dividir entre
a rea do castelo, a Rua Pedro lvares
Cabral, o Pelourinho e o Largo Zeca
Afonso. Durante os trs dias haver
animao, workshops e oficinas em
que se pode participar mediante inscrio, tendo estas um limite mximo
de participantes. O programa inclui
ainda espetculos para crianas, artes circenses, desfiles, espetculos de
fogo e, semelhana do ano passado,
a organizao quer implementar a
circulao de uma moeda obrigatria,
o centil. A troca dever ser feita
entrada da feira, podendo depois ser
feito novo cmbio sada. Os visitantes
tm ainda a possibilidade de alugar
fatos medievais, disponibilizados pela
organizao. Ferno Cabral e a esposa,
Isabel de Gouveia, abrem amanh (18
horas) os festejos numa Desfilada
Medieval, com sada dos Paos do
Concelho.
Nos restantes dias a feira abre ao
meio-dia e encerra s 2 horas, exceo
do ltimo dia, em que o final est marcado para a meia-noite com a cerimnia
de casamento judaico. Trata-se de uma
novidade desta edio que se realiza a
partir das 22 horas. Durante o evento a
Cmara vai promover o concurso Belmonte Medieval com o objetivo de fomentar um maior ambiente medieval.
O desafio tem por base duas categorias:
a melhor decorao de expositor e a
melhor decorao de casa, aplicvel
a casas privadas e estabelecimentos
comerciais. Os interessados devem ter
os seus espaos decorados com uma
temtica medieval ao longo do certame.
Aos vencedores de cada categoria sero
atribudos 150 euros. Os proprietrios
das casas interessados em participar
devem inscrever-se at dia 10 atravs do
email [email protected].
Para facilitar os acessos vila de
Pedro lvares Cabral por estes dias, o
municpio vai disponibilizar parques
de estacionamento e transporte at
zona da feira. Pelo terceiro ano consecutivo a organizao apostou em
rostos do concelho para o cartaz. Os
escolhidos foram Toms, de 7 anos,
Marli, de 26 anos, e Joana, de 13. A
escolha foi feita atravs de um casting,
onde participaram cerca de 40 pessoas. A feira Belmonte Medieval tem um
oramento entre os 60 e 80 mil euros,
segundo o municpio.
13
Vila do Carvalho voltou a picar
os pcaros
Tradio desta freguesia da Covilh

tem mais de cem anos e foi recuperada
por uma associao local
DR
Ana Eugnia Incio
Cinquenta pcaros de barro e trs

burros quanto baste para a Festa dos Pcaros, que todos os anos regressa Vila do
Carvalho (Covilh) no primeiro domingo de
agosto. J se perdeu a conta aos anos desta
tradio, mas julga-se que seja mais que
centenria. H 22 anos os Amigos Vila de
Mouros, coletividade local, decidiram no
deixar morrer uma festa que faz parte de
identidade de um povo, explicou o presidente da associao.
Dizem os mais antigos que a Festa dos
Pcaros comeou por ser religiosa, integrando as festas da padroeira da freguesia.
Nessa altura a populao colocava os pcaros ao longo das ruas para serem depois picados pelos habitantes que tinham cavalos
e burros. Mais tarde, optou-se por separar
as duas festas para que o picar dos pcaros
coincidisse com a presena dos emigrantes
na terra. Atualmente existe uma estrutura
fixa onde os pcaros so pendurados e o
objetivo recriar a mesma sensao,
refere Ivo Garra. Os tempos tambm mudaram e hoje a organizao que arranja os
burros para que todos possam participar.
O objetivo picar o pcaro para o partir,
explica o dirigente. Jorge Mendes faz parte
da direo da coletividade e foi um dos impulsionadores do regresso desta festa: A
tradio estava parada e ns continumos,
no quero que se perca, sublinha.
O carvalhense recorda-se quando a
festa era organizada no centro da vila e
garante que manter a tradio d muito
trabalho, mas gosto muito disto e continuo
a lutar. Espero que os jovens lhe deem
continuidade. Ver a terra cheia de gente
Imigrantes no perdem a romaria e regressam terra nesta altura
d-lhe muita alegria, diz Jorge Mendes,

constatando que a atividade coincide agora
com o regresso de muitos emigrantes, que
tambm j no querem perder a tradio.
o caso de Elda Menino. H duas dcadas
a viver em Frana, no passa um ano sem
regressar Vila do Carvalho e desta vez
veio de propsito da praia, no sbado, para
poder assistir festa. J passou o gosto
pela tradio s filhas, que fazem questo
de ser as primeiras a chegar festa. Na
sua opinio, este uma oportunidade para
reviver tradies da terra e um ponto de
encontro com aqueles que no vemos o
ano inteiro.
A Festa dos Pcaros tambm j no
deixa indiferente os mais jovens. Henrique
Candeias tem 14 anos e desde sempre que
se recorda de ir a esta romaria. Agora ele
um dos que tentam picar os pcaros e
descreve o acontecimento como uma tradio divertida da nossa terra. Tambm
Rben Leito no perde um ano sem tentar

a sua sorte. Com 15 anos, conta que os pais
sempre o habituaram a vir e agora mesmo que eles no viessem eu no deixava
de estar c. Depois de partido o pcaro
nunca se sabe o que pode estar l dentro,
desde farinha, enlatados ou rebuados.
Mas nem sempre foi assim. Antigamente
tudo o que estava dentro do pcaro ficava
para quem o picava, hoje em dia os bens
alimentares ficam connosco ou so distribudos por outras associaes bem-feitoras
da freguesia, afirma Ivo Garra. O recheio
dos pcaros da responsabilidade dos
populares e noutros tempos houve quem
colocasse dinheiro. Atualmente verifica-se
outro fenmeno, pois os pcaros deste ano
foram decorados pelos residentes, o que
leva a associao Amigos Vila de Mouros
a pensar na possibilidade de no prximo
ano atribuir um prmio ao pcaro mais
vistoso, revelou o dirigente.
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Opinio
VILAR MAIOR
OVO DE COLOMBO
The Shadow Side

Andy Black
DR
Susana Nevado
The Shadow Side o
lbum da crnica deste ms.
um trabalho de Andy Black com
um som diferente daquilo que
tenho falado em edies anteriores, pois baseado num rock
alternativo misturado com pop
e punk, o que o torna verstil e
interessante.
Andy Black, mais conhecido por Andy Biersack ou Andy
Six, o vocalista de uma banda
pesada chamada Black Veil Brides. Enquanto o grupo faz uma
pausa na carreira, o vocalista
decidiu lanar o seu primeiro
lbum a solo. Editado a 6 de
maio deste ano, The Shadow
Side revela um som diferente
daquele que ouvimos normalmente ao cantor. Ao contrrio
do som pesado, este lbum a
solo de Andy revela um artista
que consegue separar-se de
trabalhos anteriores e, atravs
da sua criatividade, d origem
a algo completamente diferente.
O primeiro tema, Homecoming
King, o mais extenso e conta
com a participao de vocais
de fundo da mulher do cantor.
uma msica mais calma, que
funciona como introduo, e
que nos leva a compreender
melhor a transio feita pelo
msico de um gnero pesado
para um gnero mais leve.
A segunda msica do l-
bum foi tambm o primeiro

single a ser lanado. We
Dont Have To Dance um
tema animado, virado para
o pop mas que, confesso,
bastante viciante. Outros dois
temas que podemos encontrar
neste trabalho e que acho
tambm importante referir so
Ribcage, que chama a ateno logo que o ouvimos pela
primeira vez, e Stay Alive,
que conta com a participao
especial de Matt Skiba. Put The
Gun Down e Break Your Halo
so outras canes, mas que
necessitam de uma repetio
para interiorizar a mistura da
crescente melodia com a energia poderosa transmitida pela
voz de Andy Black. No entanto,
depois de repetir algumas vezes
tornaram-se nuns dos meus
temas favoritos deste projeto.
Broken Pieces e The
Void so as duas ltimas msicas e diferem das anteriores
por serem mais profundas e
calmas, onde podemos ouvir
por completo a poderosa voz
de Black. Este trabalho permitenos apreciar a criatividade do
artista num som que difere
do habitual. um lbum bem
composto com timas msicas
e que nos transmite sentimentos de energia e diverso, bem
como de relaxamento. Trata-se
de um lbum perfeito para vrias ocasies.
EXPOSIO
Arte contempornea em Casal

de Cinza
H uma exposio de pintura nica e irrepetvel para ver
em Casal de Cinza (Guarda) no
domingo.
Durante o dia, das 10 s 17
horas, vrias gravuras de alguns
dos melhores pintores portugueses da atualidade vo estar
patentes na Casa dos Mordomos
15
da Senhora da Pvoa. H serigrafias, litografias e xilografias de

Artur Bual, Cipriano Dourado,
Joo Hogan, Jos Guimares, Jlio Resende, Jlio Pomar, Maluda
e Manuel Cargaleiro. A mostra
decorre a par do mercado de
Casal de Cinza e tem entrada
gratuita.
Exposio permanente
inaugurado no museu
AR
Foi ontem inaugurada em

Vilar Maior (Sabugal) a exposio permanente do museu local.
O projeto museolgico d a
conhecer a histria do edifcio
e o esplio recolhido ao longo
dos anos pela professora Maria Delfina Magalhes da Cruz
Marques (na foto). O primeiro
ncleo revela algumas peas
pertencentes ao conjunto do
espao inaugurado em agosto de
1998 sob a tutela da Associao
Cultural, Desportiva e Social de

Vilar Maior. Os restantes divulgam
o esplio etnogrfico, documental
e religioso do museu, mostrando a
casa rural, o trabalho do campo, o
ciclo do linho, os ofcios (barbeiro,
alfaiate/costureira, carpinteiro), o
rito litrgico e a Misericrdia de
Vilar Maior. Estas temticas so
enquadradas pela documentao
grfica e fotogrfica (tambm pertencentes ao acervo) que revelam
os traos da histria da localidade.
Hoje, das 10 s 17 horas, o museu

vai estar aberto ao pblico, sendo
que, futuramente, as visitas no
marcadas esto sujeitas disponibilidade da Junta de Freguesia
(atravs dos contactos 271 647
531 ou 926 889 140). J as visitas
guiadas para grupos esto sujeitas a marcao prvia, com uma
semana de antecedncia, atravs
do site www.cm-sabugal.pt, email
[email protected] ou telefone
271 751 040.
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MSICA
DR
PINTURA
Blues solta no jardim Fifi Monteiro expe

na Bendada
Vtor Bacalhau (na foto) encerrou no domingo o Festival de
Blues da Guarda, que decorreu
no Jardim Jos de Lemos durante
quatro noites.
Quatro bandas nacionais e
espanholas proporcionaram boas
atuaes e no deixaram os seus
crditos neste gnero musical por
mos alheias. Participaram o trio
Guadalupe Plata (Espanha), os
Black Dog Blues Band, Mingo & The
Blues Intruders (Espanha) e Vtor Bacalhau. O festival foi promovido pela
autarquia no mbito do programa de
animao da cidade Vero em Alta.
PINTURA
Leonor Proena Bravo no

Centro Cultural de Trancoso
O Centro Cultural de Trancoso acolhe desde
domingo uma exposio de pintura de Leonor
Proena Bravo.
A artista nasceu na cidade de Bandarra a 5
de outubro de 1927, mas s a partir dos 70 anos
comeou a frequentar, primeiro, cursos de artes
decorativas e, mais tarde, aulas de pintura. Foi nesta rea que revelou todo o seu potencial criativo,
na composio de motivos florais, na combinao
cromtica, na pintura infantil e posteriormente
na arte abstrata. Os temas preferidos de Leonor
Proena Bravo so os motivos florais, a paisagem
martima, trechos da sua terra natal e o corpo
visto de uma perspetiva abstrata, o que uma
caracterstica fora de comum na idade da pintora,
atualmente com 80 anos. A exposio est patente
at 28 de agosto e tem entrada livre.
Rua do Campo, 5 1 Dto - 6300-672 Guarda

Telefone: 271211730 - 967543140
Fifi Monteiro mostra a sua

arte na Bendada (Sabugal) durante o ms de agosto.
Intitulada Retrospetiva,
a exposio foi inaugurada anteontem e pode ser vista at 9
de setembro no trio da Casa
do Povo. Com 14 anos, a jovem
colaborou pela primeira vez no
Simpsio Internacional de Arte
Contempornea da Guarda, realizado em junho passado, e para
esta mostra selecionou 15 telas
onde utilizou diversas tcnicas,
muitas cores e abstracionismo.
CELORICO DA BEIRA
Centro cultural recebe

exposio de Verglio Ferreira
Desde ontem, e at ao final do ms, o Centro
Cultural de Celorico da Beira recorda a vida e
obra de Verglio Ferreira com a exposio Os
Caminhos da escrita ou o fascnio da arte.
Trata-se de uma mostra produzida no mbito
das comemoraes do centenrio do nascimento
do escritor gouveense e organizada pela Cmara
Municipal de Gouveia, em conjunto com o Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa da
Faculdade de Letras da Universidade do Porto.
Arquitetada em seis ncleos temticos, correspondentes a partes de um romance imaginrio
que se pretende dar a conhecer aos visitantes, a
exposio inspira-se no tempo circular de alguns
dos mais relevantes romances do autor de Manh
Submersa ou Estrela Polar.
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MANTEIGAS
UHF no Festival da Juventude
O Parque da Vrzea acolhe

amanh e no sbado a primeira
edio do Festival da Juventude,
organizado pela autarquia de
Manteigas.
O programa inclui, no primeiro dia, torneios, animao,
msica com o grupo Paracetamole e uma glow party. No
FUNDO
DR
sbado h uma color party (15

horas) e, noite, os concertos da
banda local Funk Pop Music e
dos mticos UHF. A noite termina
com o set do DJ Z Mix. Segundo
a organizao, as entradas so
gratuitas, com exceo da color party que tem um custo de
quatro euros por pessoa.
Barata Moura em exposio no Museu

Arqueolgico
At 15 de setembro est patente no Museu Arqueolgico do
Fundo uma exposio de pintura
de Barata Moura.
Intitulada Castelos e Pelourinhos da Beira Baixa. Um Patrimnio Regional Comum, a mostra uma homenagem ao artista
natural de Castelo Novo, naquele

concelho, que considerado o
pintor da nossa identidade e do
nosso territrio. A exposio
poder ser visitada entre as 9
horas e as 12h30 e das 14 horas
s 17h30. De 12 a 21 de agosto, o
horrio alargado at s 23 horas.
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Autogolo estraga arranque

do Sp. Covilh na II Liga
17
Comandados de Filipe Gouveia mostraram mais argumentos que o Penafiel mas no foram capazes de marcar
Um autogolo ditou a derrota
do Sp. Covilh em Penafiel no
sbado, na primeira jornada da
II Liga.
Num jogo muito influenciado pelo calor intenso que se fez
sentir, os visitantes, com melhores individualidades, tiveram
mais posse de bola e chegaram
a remeter os locais para o seu
meio campo, sobretudo no arranque da segunda parte, mas
os penafidelenses responderam
com acerto defensivo e uma
grande consistncia a meio campo. O Penafiel disps de trs lances de golo no primeiro tempo,
mas o guarda-redes Hugo Marques, recrutado ao Kabuscorp,
de Angola, evitou males maiores
para os serranos com grandes
intervenes a cabeceamentos
de Fbio Fortes e Wellington,
nos dois casos aos 25, e a um
remate de Gonalo Abreu, j
nos descontos. Apesar destes
avisos, foi o Covilh que mostrou
mais argumentos para resolver
o jogo a seu favor na primeira
parte. Contudo, os comandados
de Filipe Gouveia acabaram por
CICLISMO
DR
E. 25 de Abril,
Penafiel
Penafiel........................ 1
Ivo Gonalves, Kalindi, Joo Paulo,
Pedro Ribeiro, Daniel Martins, Romeu
Ribeiro, Andr Fontes, Wellington (Mbala, 74), Hlio (Fernando, 57), Gonalo
Abreu (Djibril, 87) e Fbio Fortes
Treinador: Paulo Alves
Sp. Covilh................. 0
Hugo Marques, Mike, Zarabi, Z
Pedro, Joel (Fabinho, 72), Diarra,
Gilberto, Davidson, Pintassilgo (Filipe
Chaby, 60), Lus Pinto (Adriano, 67)
e der Dez
Treinador: Filipe Gouveia
Golos: Zarabi (77, na prpria baliza)
Ao disciplinar: Carto amarelo para
Diarra (70) e Fabinho (89).
Hugo Marques defendeu trs lances de golo do Penafiel
no traduzir em lances de golo

o futebol produzido.
Pior, a leso de Joel obrigou
Mike a jogar na direita e os
locais, muito experientes, acabaram por capitalizar a alterao.
Paulo Alves colocou Fernando

nesse corredor e, numa das
insistncias, o brasileiro ganhou
posio ao improvisado defesa
esquerdo do Covilh, centrou
para a rea e Zarabi, na tentativa
David Rodrigues 34 na Volta
de cortar o lance, acabou por

marcar na prpria baliza aos
77. Os serranos nunca desistiram de chegar ao empate, mas
os penafidelenses juntaram as
linhas e contrariaram os lances
FUTEBOL
LM
O Mileu Guarda Sport Clube

no vai disputar o Distrital da II
Diviso na prxima poca.
A suspenso do futebol
snior foi revelada na ltima
Assembleia-Geral da coletividade do Bairro da Pvoa do Mileu,
na Guarda. O histrico clube
da cidade mais alta terminou o
ltimo campeonato na terceira
posio. Fonte da direo cessante do Mileu confirmou a O
INTERIOR que esta deciso
temporria e resultou da indefinio que se viveu no clube
nos ltimos meses, pelo que
nos era impossvel conseguir
Bilel no Sporting
ovacionado chegada Guarda
no final da etapa mais dura da
prova, que terminou na 19 posio aps ter sido protagonista
nas primeiras subidas da Serra
da Estrela. A sexta tirada entre
Belmonte e Guarda, com 173,7
quilmetros, incluiu duas subidas
Torre e foi ganha pelo espanhol
Gustavo Veloso (W52/FC Porto),
com o guardense a cortar a meta
instalada junto ao Jardim Jos de
Lemos, no final de nova subida, a
7m16s do vencedor.
dos visitantes at ao final do

encontro. No domingo (11h15),
os serranos recebem o Sporting
B para a segunda jornada numa
partida transmitida pela Sport
TV.
Mileu Guarda suspende futebol snior
TRANSFERNCIA
O guardense David Rodrigues foi 34 da geral da 78 Volta
a Portugal que terminou no
domingo, em Lisboa, e foi ganha
por Rui Vinhas (W52/FC Porto).
O ciclista da RP/Boavista
concluiu a dcima e ltima
etapa da prova no 75 lugar, a
6m38s do vencedor, o espanhol
Gustavo Veloso (W52/FC Porto).
Tratou-se de um contrarrelgio
de 32 quilmetros entre Vila
Franca de Xira e Lisboa. Quatro
dias antes, David Rodrigues foi
Ficha de Jogo
rbitro: Lus Ferreira (Braga)
rbitros assistentes: Lus Cabral e
Jorge Fernandes
Ao que tudo indica, a Guarda voltar a estar em destaque

na prxima edio da Volta a
Portugal em bicicleta. No domingo, o diretor da prova, Joaquim
Gomes, anunciou estar garantido que o formato de etapa da
Torre ser para manter com
chegada Guarda. A emoo e
sobretudo as dificuldades daquele dia garantem-nos que foi a
mais exigente etapa que alguma
vez se realizou em Portugal no
mbito da Volta
O francs Bilel, que renovou

com o Sp. Covilh, vai ser emprestado ao Sporting por duas pocas,
anunciou o clube leonino.
De acordo com um comunicado da SAD, os lees tm
opo de compra do jovem
avanado, que est no Covilh
h duas pocas. Com 22 anos,
Bilel foi utilizado em 46 jogos
na temporada de 2014/2015,
tendo apontado 12 golos, enquanto na ltima poca jogou
em 20 jogos, marcando um golo.
preparar a nova poca. Nesse

sentido ficou decidido que o
Mileu apenas competir no
Distrital de futsal. Entretanto, a
nova direo do emblema guardense dever ser eleita antes do
arranque da competio e, entre
outros problemas, ter que
encontrar um novo campo de
futebol para competir. Recordese que o Antnio dos Santos foi
comprado em hasta pblica por
um empresrio de Pombal, devido a dvidas ao fisco do clube,
e s poder ser utilizado pelo
Mileu mediante o pagamento de
uma renda.
DR
18
Jorge Noutel *
crnicaPOLTICA
Corrupes,
corruptos,
corruptores e outros
que tais!
Continua a polmica sobre as viagens dos secretrios
de Estado a Frana, aquando do euro 2016.
Importa conhecer, ao pormenor, o inqurito que
foi prometido e que at agora ainda no deu estampa.
Saber que tipo de mordomias foram pagas pela Galp aos
senhores secretrios de Estado. S viagens? Estadias?
Que outras despesas foram pagas?
Toda a especulao poderia terminar, de uma nica vez,
se a Galp divulgasse a lista com o nome das pessoas que,
a seu convite, assistiram aos jogos da seleo portuguesa
durante o Europeu de futebol que decorreu em Frana.
Quem no deve no teme. To simples e to fcil!
Acabaria a especulao, mas no acabaria, nem acabar
a condenao de um ato que per si motivo de demisso
dos secretrios em causa.
Para situarmos o problema convm recordar que a
Galp uma empresa privada. Depois, dizer que a empresa
tem um conflito judicial com o Estado portugus em que
esto em causa impostos no valor de 100 milhes de
euros. No entanto, a mesma Galp que, em comunicado,
vem dizer que comum e tico tais pagamentos
Com que autoridade algum que recebeu e aceitou
tais convites pode negociar tal dossier?
Ora, pensando em tudo quanto um povo sofreu e
sofre com uma crise que lhe foi imposta, devia haver da
parte dos polticos mais respeito. Mas no h!
E no se julgue que o caso das viagens a Frana caso
nico. Nada disso! Houve deputados que faltaram a trabalhos
na Assembleia da Repblica. Mas quanto a faltas e respetivas
justificaes desde h muito tempo que repetidamente se
verificam e nada acontece, o que no prestigia um poder
legislativo. Quem critica, e com toda a razo, a promiscuidade
entre o executivo (governo) e as grandes empresas no pode
atirar pedras dado que tem telhados de vidro. Pois, sabe-se
que as viagens realizadas por alguns deputados da oposio
podem ter sido pagas por uma empresa de transmisses
desportivas. J quanto a um cdigo de conduta, a aprovar
em setembro, uma verdadeira hipocrisia. J existe legislao suficiente para tais casos. Existe a lei 34/87, de 16 de
julho, que foi atualizada ao longo dos anos, sendo a mais
recente de 2015, o cdigo de procedimento administrativo
que limita a ao de quem aceitou tais convites, o Cdigo
Penal que prev crimes contra o Estado, vrios cdigos de
conduta, o bom senso e prudncia inerente ao exerccio de
cargos pblicos, vrias leis que do poderes PJ e outras
autoridades para investigar, como, por exemplo, a lei 36/94,
de 29 de setembro.
Basta recordar que juristas eminentes como Jorge
Miranda e Diogo Freitas do Amaral afirmaram perentoriamente que o caso merecedor de demisso dos
secretrios de Estado ou por iniciativa prpria ou por
parte do primeiro-ministro. Esteja ele de frias ou em
descanso pago pelos contribuintes portugueses. J
a desculpa esfarrapada de um ministro dos Negcios
Estrangeiros, ao dar o caso como encerrado, apenas e
to s pelo facto dos secretrios terem pago a viagem
de todo pattica. Recordando que o mesmo ministro
viajou em classe executiva, entre 13 e 15 de dezembro,
a Bruxelas, desrespeitando uma norma que o probe de
tal. Por ltimo, ficou-se a saber que Paulo Portas foi
contratado pela petrolfera mexicana Pemex, que junta
assim participao na Mota-Engil. Assim se faz poltica
por politiqueiros de trazer pelos passos perdidos!
opinio
Fernando Pereira
H quase cinquenta anos que assisto a cerimnias de

aberturas dos Jogos Olmpicos e em cada quadrinio tento
comparar umas e outras com a mais recente.
No fim-de-semana assisti cerimnia de abertura
dos Jogos Olmpicos do Rio de Janeiro, corolrio de uma
vitria da persistncia do Presidente Lula da Silva h sete
anos, que no merecia tamanha vilania ao ver um fantoche
golpista abrir os jogos, debaixo de uma monumental vaia,
algo jamais visto desde 1896.
Temer merece isso e muito mais, porque as
golpaas em democracia tm que ter consequncias
agravadas para os que querem subverter a legitimidade
constitucional, albardados em expedientes miserveis e
soezes. A assobiadela que aplaudiu a sua interveno
deixou-me muito contente, e como diria Joo Ubaldo
Ribeiro ao titular a sua obra-prima de contos: Viva o
Povo Brasileiro!
Gostei da sobriedade da abertura dos Jogos Olmpicos
do Brasil, do seu extraordinrio compromisso com o passado da sua histria, da passagem da sua afirmao de ritmos
musicais, a referncia descomplexada da miscigenao
de culturas de povos de origens to dspares e sobretudo
adorei as mensagens que foram sendo transmitidas com
a simplicidade e a alegria que os brasileiros so capazes
de dar. Gostei de ver um dos meus heris da adolescncia,
o queniano Kipchoge Kip Keino, que recebeu, e muito
justificadamente o primeiro laurel olmpico, galardo criado
pelo COI para homenagear algum que encarne os valores
do ideal olmpico.
Acho que vo ser uns bons Jogos Olmpicos e o
Brasil merece que o sejam. A imprensa portuguesa
andou sempre em busca de problemas no se preocupando em perceber o que ter uns Jogos em que
opinio
Jos Carlos Lopes
A histria repete-se anualmente: Os incndios e

os incendirios. Este flagelo estival que fustiga o sul da
Europa um cartaz turstico muito pouco recomendvel.
Em Portugal montado anualmente um circo meditico
volta desta desgraa que s tem paralelismo com a ao de
abutres sobre a carne putrefacta. O problema foi que este
ano estava a ser uma deceo. Ento, h cerca de quinze
dias, os media aparentemente tristes com a falta de ao,
fizeram questo de espevitar a coisa. Para tal, geraram
notcias de que este ano estava a ser excecionalmente
calmo em termos de incndios. Estas foram confirmadas
por entrevistas a entidades com responsabilidades na rea.
Deram assim o tom e, com enorme irritao e sem surpresa
minha, comeou o espetculo.
No necessrio ser nenhum Freud para perceber a
mente de um incendirio. A grande maioria adora a parafernlia, a pantomina, a loucura das sirenes, das mangueiras,
dos helicpteros, das cmaras de televiso e dos carros de
exteriores e, acima de tudo, das, para si, belas e enormes
labaredas que consomem tudo. As dramticas aberturas
dos telejornais so o corolrio de um trabalho, por si, muito
bem feito e quanto mais prolongado no tempo, maior o
grau de satisfao do criminoso.
Apesar do nexo de causalidade ser algo difcil de estabelecer, , no mnimo, estranho que tenhamos passado de
um ano excecionalmente calmo, com uma rea ardida que
era, at h quinze dias, de 10% da mdia habitual, para uma
situao que mobiliza, data a que escrevo, 2.500 operacionais em seis incndios graves ativos. No a primeira
vez que anos execionalmente calmos se transformam,
por magia dos noticirios, em annus horribilis.
As razes para a gravidade dos incndios podem ser
decalcadas de anos anteriores: falta de limpeza das matas,
Viva o bom povo

brasileiro
a lngua o portugus. Notcias do tipo: Jogadores
do basquetebol dos EUA vo para navio de luxo no
mnimo vergonhoso ser enfatizado porque desde 1992,
em Barcelona, que a seleo de basquetebol americana
constituda por jogadores da multimilionria NBA ficam
sempre alojados em instalaes de luxo, longe at dos
seus compatriotas presentes nos jogos; Faz parte do
compromisso com a Liga Profissional Americana de
Basquetebol. Mais um mau trabalho de uma imprensa
que pode aproveitar estes eventos para ser pedaggica.
A RTP conseguiu, na cerimnia de abertura, ter um
dos piores desempenhos que me lembro de ter assistido
na cobertura de um evento desportivo internacional. Foi
vergonhoso o que assisti at entrada das delegaes,
tendo tido o bom senso de mudar para a SportTV onde a
sobriedade e o rigor informativo dos presentes contrastava
de forma evidente com os enviados especiais do canal
pblico de televiso portuguesa.
Os dois comentadores da RTP pareciam que estavam
a cobrir um daqueles programas da tarde em que as TVs
generalistas so prdigas, onde desfila toda uma panplia
de lugares comuns do mais disparatado e que as autarquias pagam vultuosas importncias. Foi francamente mau
com dichotes inapropriados, autoelogios desmedidos,
desconhecimento de coisas bsicas da vida quotidiana do
Brasil e nenhuma informao de caracter desportivo, o que
convenhamos era mau demais.
Os cidados merecem outras oportunidades de poderem ser informados, e a presena da RTP devia ter dado a
dignidade que os Jogos exigiam. No aconteceu e o que
preocupante isto estar a acontecer repetidamente. Julgo
que temos direito a mais!
Vivam os Jogos Olmpicos do Rio de Janeiro 2016!
Cedo piaste!
dificuldade nos acessos ao combate, elevadas temperaturas
com baixos graus de humidade relativa, falta de meios,
descoordenao no terreno, etc. Mas ser que o circo dos
media no ser mais um fator potenciador?
H, por isso, uma medida que me parece que deveria
ser testada e que poderia, eventualmente, vir a reduzir
este flagelo: A proibio de transmisso de notcias de
incndios florestais, e das desgraas associadas aos
mesmos, em todos os meios de comunicao social! Sei
que parece radical, que poder vir a entrar nos bolsos
dos balsemes, mas incndios que no sejam notcia
podero vir a ser um fator dissuasor da continuao da
ao dos incendirios. Sabemos que basta um louco
para colocar uma determinada regio a ferro e fogo,
que este tipo de incendirio em srie aquele que mais
gosta de ver o seu trabalho reconhecido, por isso
responsabilidade dos decisores reduzir ao mximo
todos os fatores que potencialmente so responsveis
pela sua ao.
Haja coragem para legislar e proibir durante, por
exemplo, cinco anos este tipo de notcias em TODOS os
meios de comunicao social e depois faamos as contas
da rea ardida anual, entrando em linha de conta com
todos os outros fatores e comparando com os registos de
dcadas de incndios, e vejamos se, sim ou no, a atuao
de televises, rdios e jornais, com a sobrevalorizao e
priorizao das notcias-fogo sero, elas prprias potencialmente incendirias.
Ficaramos, com toda a certeza, sem as horas de diretos com chamas, pnico e choro e com uma silly season
ainda mais silly, mas isso seria um mal desejvel, onde
apenas imagens de bikinis, tangas e polticos esturrados
a banhos teriam lugar.
ESPAO
PBLICO
DO LEITOR
Toponmia versus troponmias

Seria efetivamente motivo de jbilo
a gravao e consequente fixao de
nomes de stios em muitas das localidades da nossa regio, atravs de placas
pretensamente toponmicas, verificada
nos ltimos tempos, se tivesse havido
as adequadas sabedoria, prudncia e
reflexo que deveriam ter precedido a
escolha dos suportes (materiais e cores),
a seleo dos tipos de letra, a pesquisa
da origem das palavras, o seu significado
histrico e a sua correta escrita.
Era o mnimo que se poderia esperar depois de tantos anos de adiadas
expectativas!... O resultado global que
se verifica causa quase completa frustrao!... Salvo muito escassas excees.
No ser por certo este breve e modesto
apontamento o lugar prprio para uma
reflexo aprofundada e sistemtica de
to importante e nobre tema. Ficar para
outra sede e noutra oportunidade. Aqui
fao-o apenas por imperativo moral de
uma cidadania elementarmente responsvel.
Ficamo-nos assim por uma curta e
modesta abordagem, necessariamente
tpica, que apenas se pretende venha a
alertar quem se deveria j ter sentido,
por dever de ofcio ou por sensibilidade
intelectual, na obrigao de intervir.
Eu prprio fico perplexo com a falta
de reao pblica verificada, sobretudo
por parte de quem deveria estar mais
habilitado a faz-lo e com uma autoridade intelectual muito superior minha
modstia, perante mltiplos e alguns dos
mais rudimentares atropelos que quanto
a este assunto se constatam.
Em primeiro lugar, atropelos arquitetura tradicional praticada pelo uso
e abuso, em qualidade e em nmero, de
materiais metlicos de cores bizarras
e agressivas (vermelho, azul, e outras
mais) e pelo uso de mrmores brancos
ou pretos (como se de monumentos
funerrios se tratasse), entre os casarios mais antigos nos diversos tons em
castanho pardo dos nossos granitos
predominantes, que os nossos especialistas em urbanismo tanto querem impor
aos privados, em clamorosa contradio
com o que eles prprios praticam nestas
matrias, como em tantas outras.
Em segundo lugar, atropelos na
seleo de nomes novos de significao
absolutamente banal para lugares com
designaes antigas, algumas delas antiqussimas, que com muita frequncia
eram as que mais legitimamente consagravam histrias e tradies dos nossos
povos, apagando-se deste modo, em
muitos casos definitivamente, as fontes
que, adequadamente interpretadas, nos
poderiam levar ao conhecimento de
muitos elementos da nossa essncia
enquanto povos diferenciados ou mesmo
idnticos
Em terceiro lugar atropelos lingusticos: - Neste tema haver que ter
em conta que na linguagem popular o
uso da fontica sobreleva e domina a
morfologia, pervertendo bastas vezes e
inadvertidamente o sentido inicial dos
nomes pelo afastamento do radical e
consequentemente da semntica originria Por outro lado, nem sempre
o portugus correto, da atualidade,
conseguir ser o veculo apropriado
para exprimir de forma sinttica aquelas
significaes iniciais que influenciaram
os nossos antecessores nas escolhas
do onyma para cada um dos topos,
pois podem subsistir topnimos, ainda
hoje, com origem nas lnguas clticolusitanas, no fencio, no latim clssico
ou brbaro, nas lnguas godas, no rabe,
no galaico leons ou no castelhano, no
portugus mais arcaico ou com variveis
regionais, impondo assim que tudo deveria ser investigado para este fim.
Por outro lado ainda h que ter em
conta que a sonoridade mais agradvel
que hoje vulgarmente usamos, nesta
matria da seleo e fixao da toponmia, bastssimas vezes obstrui e oculta,
perverte mesmo, a gnese do nome
original e com a postergao do radical
vem inevitavelmente a denegao da
verdade do passado histrico que deu
origem ao nome em consequncia da
relevncia que o lugar teve para aqueles
que, no passado mais prximo ou mais
longnquo, lho atriburam e consolidaram. Desconheo qua haja cincia feita
nesta rea mas um pouco de trabalho
de investigao, de reflexo e de bom
senso histrico-lingustico deveria ter
sido feito e dever continuar a fazer-se
sob pena de, com mais frequncia do que
poderamos suspeitar, sermos induzidos
em erro e denagarmos aleatoriamente
preciosssimos legados dos nossos
antepassados.
Em quarto lugar atropelos por
omisso: Nestas ltimas dcadas todos
fomos assistindo, ou atuando mesmo,
no alargamento dos espaos urbanos.
Aqueles espaos que ainda no h poucas dcadas eram espaos rurais so
hoje ruas, praas e avenidas integradas
nas mesmas povoaes que ento se
adstringiam a escassas dezenas de
casas. Na periferia destes pequenos
ncleos existiram palheiros, eiras, lagares, fontes, vinhedos. Muitos de ns
ainda tommos conhecimento do enorme
relevo que tantos destes lugares, onde
se mourejava de sol a sol, tiveram na
sobrevivncia de sucessivas geraes,
com hbitos e formas de vida quase
imutveis durante muitos sculos.
Eurico M. Palos, Miuzela do Ca (Almeida)
19
Continuamos a andar roda

Sobre o argumento de reabilitao
urbana, a colocao de estaturia em
rotundas rodovirias uma das estratgias prediletas do presidente da Cmara
da Guarda. Havendo um certo horror ao
vazio, a rotunda presta-se de imediato a
que seja colocado qualquer coisa no seu
centro. Um fetiche j antigo que comum
maioria dos municpios portugueses.
Esta prtica uma estratgia poltica
que carece de desenvolvimento cultural
e urbano. Priva a participao ativa, o
dilogo e a perceo sensorial do espectador com a obra, que acaba por dilui-la
na banalidade do trajeto quotidiano. Uma
obra de arte colocada numa rotunda tem
que competir em presena fsica com uma
enorme quantidade de objetos urbanos, o
que faz com que peas de arte, mesmo
quando bem executadas e com indiscutvel
valor esttico, paream inoportunas ou
inapropriadas para o local.
Se queremos continuar a denominar
estas obras de: arte e pblica, entendase que estas deveriam implicar uma relao diferente com o espao. A arte pblica
deve privilegiar o lugar do espectador,
tornando a sua perceo sensorial e participao numa parte fundamental da obra
assim como o prprio espao envolvente.
Continuamos a andar roda at enjoar.
A arte pblica um elemento crucial
de uma cultura e de uma educao artstica e social que promove a aceitao da
pluralidade de formas de pensar proporcionando um sentimento de estima, valorizao e apropriao entre os habitantes.
um direito social e uma consequncia do
direito cidade. Por c, parece limitar-se
a uma prtica antidemocrtica e geradora
de discrdia no corpo social.
Numa altura em que a despesa pblica
bastante discutida, os motivos de descontentamento por parte dos guardenses
so tambm econmicos. uma estratgia
suprflua que no corresponde s necessidades dos cidados. O encargo de obras
de arte pblica encontram-se por vezes to
burocratizado ou viciado pelo clientelismo
eleitoral que os critrios para a seleo
de artistas, para os procedimentos de
adjudicao da obra, o seguimento de
projetos, o controlo da execuo e at
mesmo o ato inaugural, conduzem a uma
infinidade de procedimentos aleatrios ou
de irregularidades.
O que se diz uma estratgia de desenvolvimento urbano por vezes tambm

uma estratgia de campanha poltica. A
reconstruo de rotundas influencia a dinmica da cidade, uma mudana palpvel
e visvel que, mesmo quando no sendo a
mais eficaz, contudo uma mudana um
aspeto crucial nas cidades mais pequenas.
Os autarcas procuram o efeito imediato
sobre os cidados e a cidade criando assim
uma ideia ilusria de progresso.
Todo o poder poltico tende a monumentalizar a sua ideologia e a Rotunda do
Cristal isso mesmo.
Mudar a imagem grfica a maneira
mais simples e barata de mostrar trabalho.
No preciso fazer muito para tudo ficar
diferente, desde que o que se faa seja
sempre assinado. Basta circular um pouco
pela cidade para perceber que a estratgia
de comunicao do nosso municpio bastante invasiva e assemelha-se das marcas comerciais. Atinge o seu auge quando
se materializa numa pea escultrica que
se impe no espao pblico. Algum est
a querer dizer que chegou para ficar.
No chega defender-se estas obras
dizendo que se trata de uma questo de
gosto. A arte sempre foi encarada com
subjetividade no seu julgar esttico, mas
vista luz da cidade e do ambiente urbano
levantam-se outras questes que ultrapassam o campo da subjetividade e que
so de ordem poltica. Quando se trata
de planificar/construir a cidade e algum
promete Fazer obra, custe o que custar,
gostem ou no recorda-me um tipo de
discurso autoritrio caracterstico das
sociedades tradicionais.
A arte-como-coisa-pblica deve
ser um incentivo participao dos
cidados, aceitao da pluralidade
de formas de pensar, aceitao das
diferenas e ao exerccio de cidadania.
Deve implicar um conjunto complexo de
sujeitos intervenientes desde o momento
da sua produo. Sem esquecer os cidados locais. Promover a participao
do pblico e apresentar-lhes resultados
de trabalho potncia a pertinncia da
obra, auferindo-lhe significado para a
comunidade e identificando-a com os
valores locais que reforcem e promovam
a identidade da cidade.
Joo Ribeiro, carta recebida por email
Participe no espao do leitor. Diga de sua justia.

Apartado 98 6301 Guarda [email protected]
Diretor: Lus Baptista-Martins

Redao: Luis Martins (Chefe de Redaco) e Ana Eugnia Incio.
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GOUVEIA
Marcelo inaugurou roteiro vergiliano em Melo

O Presidente da Repblica
inaugurou ontem, em Melo
(Gouveia), um roteiro literrio
alusivo a Verglio Ferreira.
O autor de Manh Submersa
nasceu nesta aldeia a 28 de janeiro
de 1916, estando a autarquia de
Gouveia a comemorar o centenrio
desde o incio deste ano. Do
programa desta visita de Marcelo
Rebelo de Sousa constava um
pequeno percurso pela parte urbana
do Roteiro Literrio Virgiliano, que
tem tambm uma parte rural, ao
longo dos quais so assinalados
diversos locais referidos na obra
do escritor. O percurso tem uma
durao superior a uma hora e os
seus utilizadores podem descarregar
uma aplicao nos seus dispositivos
mveis que lhes permitir receberem
um sinal quando se aproximam
PUB
de cada ponto do roteiro e uma

descrio do mesmo.
O roteiro comea na praa
central de Melo, que depois de
obras de requalificao dedicada
ao escritor, com referncias sua
vida e obra. O pelourinho, o antigo
pao e a casa onde Verglio Ferreira
ficava quando estava na aldeia so
outros pontos a visitar. Falecido em
maro de 1996, o romancista est
sepultado no cemitrio local. Antes
de se deslocar para Melo, Marcelo
Rebelo de Sousa visitou a Biblioteca
Municipal Verglio Ferreira, que
acolhe o esplio cedido pela famlia
do escritor ao municpio, e presidiu
entregue do Prmio Literrio
Verglio Ferreira 2016, institudo
pela autarquia, a Iolanda Martins
Antunes pelo romance Dor de Ser
Quase, Dor Sem Fim.
bilhete postal
Vampiros e mortos vivos

A importncia do inexplicvel em ns tambm
uma fora criativa, um poder imaginativo que consegue
produzir fobias e negaes. Podemos rejeitar uma
comida que nunca provmos apenas com receio de ser
algo repelente. Rejeitamos comer cobras e ratos numa
cultura que nossa, mas incompreensvel noutras
latitudes. Comer porco impensvel para milhes de
muulmanos e para ns um petisco, um manjar caro
e gourmet nalgumas ocasies. Recordo a curiosidade
incomunicvel linguisticamente de uma criana que, a
quatro patas no cho, imitava um grunhido de porco e
me questionava com gestos se eu comia o grrr grrr.
Era a primeira pergunta de trs midos que indagavam
se aquela pessoa comia porco. s estrangeiro? Comearam. Americani?, logo seguido de um Comes
porco? dito em rabe mas com a mmica perfeita.
Sequncia descabida mas real e possvel em frente ao
meu apartamento em Jubail, na Arbia Saudita. Somos
estranhos, porque convivemos de perto com animais,
temos ces em casa, temos leis que permitem casar
homens com homens, deixamos as nossas mulheres
despidas na praia, decotadas pelos passeios e no
[email protected]
Diogo Cabrita
trabalho, comemos carne de porco, muitos no acreditam em Deus. Esta relao de uma diferena abissal
explicada s crianas desde cedo. No so radicais,
no so bandidos, so crentes numa postura escrita no
Coro e orientadora de fronteiras de comportamento.
No querem deixar de cobrir as cabeas, no querem
ver-se desnudos e expostos em circunstncia alguma.
Trilham a vida com um pudor que foi morrendo por
aqui. A diferena coloca-se com a quase totalidade
dos muulmanos que coabitam connosco e discordam
dos nossos hbitos e os referenciam por errados e
inapropriados. Assim se forma a mais complexa das
diferenas que pode explicar a mais simples das rejeies. Como seria a reao a uma famlia gay numa
cidade Mormon? Como correria o desembarque de
um restaurante da Mealhada no Dubai? Como seria
recebida uma famlia cigana num condomnio fechado
em Lisboa? No se trata de racismo, no se trata de
xenofobia, conflito de culturas e coloca o estranho
no lugar dos imaginrios atrozes. S a exposio e a
proximidade poderia fazer mudanas mas se a intolerncia for bilateral no h cura.
S. Bartolomeu
Especial Trancoso
Trancoso
Este Suplemento parte integrante do jornal O Interior n868 de 11/08/16 e no pode ser vendido separadamente
A Feira de So Bartolomeu
o maior certame da regio
Afirma o presidente da Cmara de Trancoso, Amlcar Salvador, em entrevista Pgs. 2/ 3
Dez dias de festa
Uma feira com 743 anos
Certame conta com a participao de 172 expositores e os concertos de David Carreira (amanh),
Emanuel (sbado), Cuca Roseta (domingo), David Piarra (dia 19) e Jos Cid (dia 20), entre
outros espetculos Pg.4
Feira de So Bartolomeu uma das feiras francas mais antigas do pas, tendo sido instituda a
8 de agosto de 1273 pelo rei D. Afonso III Pg.6
Santiago & Ca, Lda

Muito mais do que ferro e cimento...
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Especial Trancoso
Investir na Feira de So Bartolom

porque o maior certame da regi
P - Quais so as novidades da
edio deste ano da Feira de So
Bartolomeu?
R Esta edio, que comea amanh e termina dia 21, vai ser superior e
vai atrair mais gente que as anteriores,
essa a nossa expetativa. Vivemos
tempos difceis mas fao esta leitura
porque nestes primeiros seis meses
do ano o nmero de visitantes tem
tido um acrscimo muito significativo.
E naturalmente que a Feira de So
Bartolomeu, pelas suas condies,
pelo evento que , pelo aumento da
procura por parte dos expositores e
tambm por algumas novidades, ter
igualmente mais gente. a primeira
vez que o municpio vai apostar numa
tenda gigante para maior comodidade
do pblico nos espetculos da noite
porque em anos anteriores notmos
uma quebra significativa de espetadores nos concertos sempre que a
noite estava menos quente. A tenda
tem 1.500 metros quadrados e vai
albergar muita gente. Aps os espetculos esse ser tambm o local de
atuao de DJs at s 3h30 da manh
e haver quatro bares concessionados
a estabelecimentos da cidade. uma
programao que vai atrair muita
juventude, para alm da animao,
tasquinhas, diverses e expositores
que j temos. No Pavilho Multiusos
registou-se uma procura maior para
a mostra de atividades econmicas e
teremos, pela primeira vez, os stands
A nvel do
comrcio e do
turismo, h de
facto indicadores
positivos e que
incutem confiana
nos muncipes
e nos nossos
empresrios. A
mensagem que
temos tentado
transmitir
que vale a pena
apostar em
Trancoso.
institucionais da Cmara, da Comunidade Intermunicipal e do Turismo

do Centro.
P A instalao da tenda ,
portanto, uma aposta estratgica?
R Sim, alm disso tambm permite gerar receitas pois haver espao
para os nossos principais patrocinadores e um videohall ao lado do palco
vai passar spots publicitrios de vrias
empresas. A feira organizada pelo
municpio de Trancoso, em colaborao com a AENEBEIRA Associao
Empresarial do Nordeste da Beira, e

tem havido bastantes patrocinadores
a aderir a este tipo de publicidade, em
que cada spot e a promoo sonora no
recinto custam 120 euros.
P Vai-se manter a rea reservada agropecuria e aos produtos
agrcolas estreada no ano passado?
R Sim, a 21 de agosto no mercado do gado. O ltimo dia do certame
ser dedicado agropecuria do concelho com uma grande mostra e exposio de gado e, pela primeira vez, um
concurso de raas de ovelhas churra

mondegueiras, de cabras serranas e
de vacas jarmelistas. Vo estar 60 a 70
parques para ovinos e alguns bovinos
no pavilho, a par da realizao de
jornadas tcnicas. Haver outro concurso para os nossos criadores locais.
O objetivo valorizar este setor que
muito importante para a economia
local e acreditamos que nesse dia
teremos milhares de visitantes.
P - Foi difcil organizar esta
edio?
Vamos mudar a Cmara para o Palcio Ducal e transformar

os atuais Paos do Concelho em Paos da Cultura
P - Estamos a caminhar para o final do mandato, o
que pretende concretizar at 2017?
R Vamos requalificar o mercado municipal, uma obra
prioritria que j foi adjudicada. Conseguimos fundos prprios para fazer esta empreitada, que vai arrancar aps a
Feira de So Bartolomeu e dever estar concluda no final
deste ano. uma interveno que, em nmeros redondos,
fica nos 450 mil euros, o que para um municpio com as
dificuldades financeiras que tnhamos muito dinheiro.
Mesmo assim, vamos iniciar os trabalhos exclusivamente
com recursos prprios, independentemente do projeto vir
a ser, ou no, comparticipado por fundos comunitrios.
Vamos mudar os servios da Cmara para o Palcio Ducal
e transformar os atuais Paos do Concelho em Paos da
Cultura. O Palcio Ducal j foi minimamente intervencionado
no interior e paredes, o que permitiu a reabertura de duas
ruas no centro da cidade. Estamos na fase final do projeto
dos novos Paos do Concelho e logo que o tenhamos, sensivelmente daqui a um ms, iremos procurar arrancar com
essa obra quer no mbito da regenerao urbana, quer na
contratualizao. uma mais-valia enorme para a Cmara.
Depois pensaremos no edifcio onde funciona a autarquia
para acolher uma mini biblioteca, espaos interpretativos
das bodas reais e da Batalha de So Marcos, mas tambm
uma rea expositiva para o esplio da pintora Eduarda Lapa.
No incio do prximo ano queremos tambm avanar com
a requalificao da estrada entre o n do IP2 e a cidade. So
cerca de quatro quilmetros que preciso melhorar, at porque o novo quartel dos bombeiros que o municpio tambm
apoiou est concludo e bem localizado junto daquela via. O
nosso azar que uma estrada nacional, mas o troo entre a
zona da Lactovil e o Chafariz do Vento do municpio desde
a requalificao da estrada nacional 226 at Vila Franca das
Naves. uma obra extremamente necessria para Trancoso.
J temos uma estimativa de custos, que podero ser da ordem
dos valores do mercado municipal (cerca de 450 mil euros).
Vamos ainda ampliar a zona industrial, onde conseguimos legalizar uma rea confinante de mais de quatro hectares e submetemos a candidatura s reas de Acolhimento
Empresarial em maio passado e estamos esperanados
que venha a ser aprovada. O objetivo disponibilizar mais
15 lotes com alguma dimenso sentimos muita procura
por parte dos privados que sero complementados com
um ninho de empresas para negcios mais ligados ao setor
da castanha que denominamos Inovcast. No mbito desta
iniciativa vamos recuperar o antigo quartel da GNR no centro
da cidade para acolher um Atelier Criativo da Castanha e
instalar pequenas empresas que possam gerar mais valias
baseadas na castanha. Os nossos parceiros so a UTAD,
a Raia Histrica, a AENEBEIRA e a Escola Profissional de
Trancoso. No prximo ano vamos continuar a apostar muito
no emprego e no empreendedorismo junto do comrcio e
PMEs trancosenses, que temos que apoiar, acarinhar e
incentivar porque so quem dinamiza a nossa economia.
R Nunca fcil, mas h uma

grande experincia do executivo, que a
realiza pelo terceiro ano consecutivo, e
da AENEBEIRA. No entanto, Trancoso
tem eventos deste gnero quase mensais. Recordo que em maio, no feriado
municipal, a recriao da Batalha de
So Marcos foi um evento extraordinrio com milhares de pessoas. Em junho
tivemos as bodas reais, outra iniciativa
de dois dias extremamente importante, e no ms passado um festival de
msica no castelo. Temos agora este
certame, que continua a ser a maior
Especial Trancoso
meu uma obrigao

o
Amlcar Salvador, presidente da

Cmara Municipal de Trancoso
P Quantos expositores vo
estar na Feira? A que se deve este
aumento?
R Temos 95 stands no campo
da feira, onde ficam o artesanato, os
automveis, a maquinaria agrcola, um
bazar, as tasquinhas e as diverses. E
72 expositores no Pavilho Multiusos.
So nmeros que nos deixam muito
satisfeitos e devem-se sobretudo a
uma autoestima maior dos trancosenses, acho que conseguimos potenciar
mais Trancoso nos ltimos anos e as
pessoas acreditam mais na sua terra.
A nvel do comrcio e do turismo, h
de facto indicadores positivos e que
incutem confiana nos muncipes e
nos nossos empresrios. A mensagem
que temos tentado transmitir que vale
a pena apostar em Trancoso, que tem
muitas potencialidades, e as pessoas,
a pouco e pouco, vo acreditando.
P Este ano, a Cmara volta
assumir a responsabilidade da organizao do certame. Qual o custo?
R A responsabilidade praticamente toda da autarquia a nvel do
cartaz de espetculos, da animao,
da vigilncia e das infraestruturas. O
oramento para a contratao dos
artistas ronda os 74 mil euros, mais
IVA. Temos um excelente cartaz com
concertos todas as noites e vrias atividades de animao durante os dez
dias da feira. Ao final da tarde, por
volta das 18 horas, esto previstos
espetculos entrada do Pavilho
Multiusos com os ranchos folclricos
do concelho, grupos de concertinas
locais e a Banda de Freches. O custo
da feira perfaz um total da ordem dos
115 mil euros. um investimento que
faz sentido porque a maior feira
da regio e no podemos descurar
o mnimo pormenor para que assim

continue. Diria mesmo que uma
obrigao.
P - A feira vai prolongar-se durante dez dias. a durao ideal?
R H muitos anos que este
figurino se mantm e extremamente
importante. A feira no poderia comear mais cedo porque o concelho j
tem muita gente nesta altura, nomeadamente emigrantes, e nesta altura h
muita animao com festas populares
nas vrias freguesias. Por isso, creio
que o calendrio ideal porque so
dez dias que geram grande animao,
movimento, e so muito importantes
para o comrcio e servios locais.
Centro Escolar da Ribeirinha vai custar

cerca de 400 mil euros e esperamos
lana-lo ainda este ano
P A Cmara vai tambm lanar a obra de um centro escolar nem
Palhais. De que se trata?
R Trata-se de suprir uma lacuna no ensino primrio na zona de Reboleiro
e Palhais. J temos uma verba no pacto da CIM Beiras e Serra da Estrela,
bem como financiamento e um terreno em Palhais. Estamos na fase final de
elaborao dos projetos de especialidade, uma vez que o projeto de arquitetura
foi feito pelos servios da Cmara. O Centro Escolar da Ribeirinha vai custar
cerca de 400 mil euros e esperamos lana-lo ainda este ano. Atualmente h
uma turma do primeiro ciclo no Reboleiro e outra em Palhais, mas temos
sobretudo trs jardins-de-infncia que esto a funcionar sem o mnimo de
condies. A opo pela construo do centro escolar surge para manter
as crianas perto das suas famlias e um sinal que o municpio no quer
abandonar o seu territrio. Ser um edifcio de raiz com salas para jardimde-infncia e para o primeiro ciclo, com capacidade para receber 50 alunos.
Na rea do ambiente vamos construir duas ETAR na cidade, a das
Courelas e a da Quinta do Seixo, cujas candidaturas foram aprovadas e tm
comparticipao. Ambas j foram, ou esto a ir, para visto do Tribunal de
Contas e depois iniciaremos os trabalhos muito brevemente para concretizar
ainda neste mandato. As empreitadas esto oradas em 520/550 mil euros
cada uma, ainda um investimento significativo mas que necessrio porque
os equipamentos atuais j esto desadequados. Na rea do patrimnio temos
mapeado no pacto da CIM a recuperao da Igreja de Santa Marinha, em
Moreira de Rei. patrimnio classificado, na tutela da Direo Regional de
Cultura do Centro, mas a Cmara est disponvel para celebrar um protocolo
para a sua reabilitao e, se necessrio, pagar a componente nacional de um
projeto orado em 120 mil euros. H muitos anos que a populao anseia por
esta recuperao e creio que iremos concretiz-la em breve.
O Palcio Ducal
tem o dobro da
rea, permite concentrar todos os
servios autrquicos
num nico imvel
e ser depois intervencionado numa
segunda fase para
criar um auditrio
municipal maior.
P - A Feira de So Bartolomeu
continua a ser a grande montra de
Trancoso. Com que resultados?
R Pelos dados registados no
posto de turismo estamos a crescer mais
de 5.000 visitantes por ano desde 2014.
Estamos confiantes que em 2016 vamos
ultrapassar esse nmero e entendo esta
situao como sendo fruto da imagem
que todos os trancosenses e o municpio
tm apostado em divulgar do concelho
atravs do seu patrimnio e dos factos
histricos que aqui aconteceram, caso
das bodas reais entre D. Dinis e a futura
Rainha Santa Isabel, em 1282, ou da
Batalha de So Marcos. So dois acontecimentos que pretendemos valorizar
com a recriao da clebre batalha que
feira do gnero na regio e traz muita

gente cidade. Pela sua localizao
geogrfica, pelas excelentes acessibilidades e pelo seu patrimnio, Trancoso
visitado por cada vez mais gente.
O ltimo dia do certame ser

dedicado agropecuria do concelho
com uma grande mostra e exposio
de gado e, pela primeira vez, um
concurso de raas de ovelhas churra
mondegueiras, de cabras serranas e de
vacas jarmelistas.
deixou os castelhanos a po e laranjas

a 28 e 29 de maio por forma a que mais
pessoas possam conhecer o local, que
Monumento Nacional, ao longo do ano.
Apostamos tambm na divulgao do
castelo, como aconteceu com o festival
de msica no final de julho, e das bodas
reais, que so tema de uma das feiras
medievais mais antigas da regio. H
depois este centro histrico, as muralhas medievais, a judiaria, as igrejas,
os pelourinhos, o parque municipal,
ou o Centro Isaac Cardoso Ou seja,
Trancoso um centro de descoberta da
Histria do nosso pas e est a cativar
cada vez mais visitantes.
P O que revelou para o Palcio
Ducal o contrrio do que tinha
anunciado no ano passado. A que
se deve essa alterao?
R Deve-se ao facto do edifcio
dos atuais Paos do Concelho ser
demasiado pequeno para albergar
todos os servios da Cmara. Aqui
no h capacidade para mais de 35/40
pessoas no mximo, ora atualmente a
autarquia emprega cerca de 70 pessoas nas diferentes reas. Chegmos
concluso que no era a melhor opo
pois teramos que sair temporariamente daqui durante as obras para depois
voltar sem nunca ter uma soluo ideal
para os Paos do Concelho, que esto
muito degradados. O Palcio Ducal
tem o dobro da rea, permite concentrar todos os servios autrquicos num
nico imvel e ser depois intervencionado numa segunda fase para criar um
auditrio municipal maior. Aqui passar
a chamar-se os Paos da Cultura e

permitir trazer mais gente ao centro
histrico juntando vrios servios que
esto dispersos pela cidade, como o
arquivo e a biblioteca municipal. Creio
que a estratgia correta para a cidade e no tenho dvida que, num curto
espao de tempo, vamos concretizar
estes projetos. A nossa estimativa de
custos no Palcio Ducal rondar os
800/900 mil euros, enquanto a interveno prevista para os atuais Paos
do Concelho custar menos porque
ser menor.
P J conseguiu equilibrar
as contas do municpio ou, pelo
menos, resolver parte desse problema?
R pblico que estamos a conseguir abater cerca de 2,5 milhes de
euros na dvida em cada ano. Portanto,
ao fim de quatro anos estamos a falar
em quase dez milhes de euros. Se a
nossa dvida rondava os 23 milhes de
euros quando chegmos Cmara,
em 2013, e reduzirmos dez milhes
at ao final do mandato isso muito
significativo. Queremos recuperar o
municpio em termos financeiros, mas
continuar com este dinamismo. Temos
mais gente que nos visita do que em
2013, a Escola Profissional tem hoje
outra visibilidade e com mais alunos,
as coletividades e associaes do
concelho tm mais dinamismo graas
ao nosso apoio. O municpio no pode
querer ser dono da atividade do concelho, tem que ser agente facilitador
das atividades.
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Comea amanh, em Trancoso,

a maior feira da regio. A secular
feira de So Bartolomeu, criada em
1273, hoje uma montra privilegiada
das atividades econmicas e dos
servios da regio, mas tambm um
ponto de encontro incontornvel no
estio de agosto com concertos, gastronomia, exposies e artesanato.
O certame conta este ano com
a participao de 172 expositores
do concelho, da regio e de outros
pontos do pas no campo da feira e
no pavilho multiusos, bem como
diversos restaurantes, tasquinhas,
bares e diverses. Tal como no ano
passado, a organizao, a cargo do
municpio, em colaborao com a
AENEBEIRA Associao Empresarial do Nordeste da Beira, volta
a apostar na promoo do setor

da agropecuria com uma mostra
reservada aos criadores locais a
realizar no ltimo dia da feira, a 21
de agosto, no mercado do gado. E
pela primeira vez haver um concurso de raas de ovelhas churra
mondegueiras, de cabras serranas
e de vacas jarmelistas.
Em termos de cartaz de animao, o cantor David Carreira o
primeiro a subir ao palco, amanh
noite. Seguem-se Emanuel (sbado) e Cuca Roseta (domingo).
Na segunda-feira h um festival de
bandas e no dia seguinte atua o
grupo RHP. Os Hi-Fi chegam dia 17
e a 18 de agosto vez de um tributo
aos Queen animar a noite. Para 19
de agosto est agendado o concerto
de David Piarra, enquanto Jos Cid

atuar no dia 20. Os espetculos
terminam com o tradicional festival
de folclore da Associao Cultural e
Recreativa de Trancoso, a partir das
16 horas. Este ano a organizao
decidiu instalar uma tenda gigante
para maior comodidade do pblico
nas noites mais frescas. A estrutura
tem 1.500 metros quadrados e, aps
os espetculos, ser tambm o local
de atuao de DJs at s 3h30 da
manh.
Segundo Amlcar Salvador,
presidente da Cmara de Trancoso,
esta edio da Feira de So Bartolomeu tem um custo total da ordem
dos 115 mil euros, dos quais 74 mil
euros, mais IVA, dizem respeito ao
cartaz de espetculos.
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Obras no mercado municipal arrancam em setembro

A Cmara de Trancoso vai iniciar,
em setembro, as obras de recuperao e requalificao do mercado
municipal da cidade.
De acordo com o municpio presidido por Amlcar Salvador, a empreitada, orada em 418.335 euros (mais
IVA a 6 por cento), foram adjudicadas,
aps concurso pblico, a empresa
Edibeiras. O objetivo dos trabalhos
dotar o espao, onde se realiza
grande parte do mercado semanal
local, de condies adequadas e de
conforto tanto para os comerciantes
que a exercem habitualmente a
sua atividade, como para o pblico
consumidor. H alguns anos que o

mercado municipal de Trancoso, para
alm de no proporcionar quaisquer
condies de conforto a comerciantes
e consumidores, representava mesmo
um grave perigo para a segurana dos
utentes, pois apresentava alguns locais
com possibilidade de derrocada iminen-
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DR
te, refere a autarquia em comunicado.

Para a autarquia, este um dos investimentos prioritrios do atual mandato,
a par da recuperao dos Paos do
Concelho e do edifcio conhecido como
Palcio Ducal, na urgente regenerao
do centro histrico da cidade, dado o
seu evidente estado de degradao.
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Trancoso, espelho da Histria de Portugal

e Aldeia Histrica desde 2003
Capela de S. Bartolomeu
Castelo de Trancoso
Foi cenrio de casamentos reais,

bero de poetas e trovadores, mas
tambm campo de batalhas decisivas
para Portugal. Por Trancoso passaram, ao longo dos sculos, alguns
dos episdios mais marcantes da
nossa Histria, concedendo-lhe um
papel determinante nos decisivos
momentos da portugalidade.
O destino de uma nao jogou-se
aqui por diversas vezes nesta terra de
mitos e heris, que hoje o espelho
da nossa histria. As primeiras referncias documentadas sobre Trancoso
aparecem no sc. X, a propsito do
testamento de D. Flmula (ou D.
Chama), filha do Conde D. Rodrigo,
com a doao do castelo e dos bens
que aqui detinha. Mas o seu passado
um verdadeiro repositrio de acon-
tecimentos.
Terra de fronteira, Trancoso iniciou o seu captulo na histria com
os rabes que, em 811, conquistam
toda a regio para a perderem no ano
seguinte na batalha de Vale de Mouro
para os cristos. Estrava traado o
fado da pequena urbe nos anos seguintes, sendo conquistada, perdida e
reconquistada aos mouros. Fernando
Magno, rei de Leo e Castela, tomou
Trancoso em 1033, que passou anos
mais tarde, e sem explicaes, para o
feudo de Afonso VI de Leo. Fernando
Magno no s o primeiro povoador,
mas tambm o reconstrutor da fortaleza, que em 1065 passou a integrar
o reino da Galiza, ento governada por
D. Garcia. Mais de 30 anos depois,
Trancoso volta a passar de mos
Castelo de Trancoso
ao ser entregue a D. Henrique como

dote de D. Teresa. morte deste, a
sua esposa entregou a vila a Ferno
Mendes, de Bragana e cunhado
de D. Afonso Henriques. Os mouros
regressaram em 1139, primeiro com
Abul Hassan, rei de Badajoz, e depois
com o exrcito de Omar, que cercou
a fortaleza e a conquistou arrasando
as suas muralhas. E foi este cenrio
de destruio completa que recebeu
D. Afonso Henriques, que resgatou
Trancoso aos rabes. o primeiro encontro com a histria portuguesa, uma
vez que s depois desta vitria que
o grande guerreiro usou, pela primeira
vez, o ttulo de Rei de Portugal. Nada
que intimidasse os rabes, que regressam vinte anos mais tarde e tomam a
vila. Mas D. Afonso Henriques volta a
derrot-los em 1160, data que marca

a doao de Trancoso Ordem dos
Templrios.
A importncia de D. Dinis
O rei d-lhe finalmente foral e determina o seu repovoamento, o objetivo mais tarde confirmado, em 1217,
por D. Afonso II, que concede muitos e
novos privilgios para os moradores,
o mesmo fazendo D. Joo I, por carta
dada em vora no ano de 1391. Mas
a tranquilidade do burgo voltou a ser
interrompida no reinado de D. Sancho
I, quando um poderoso exrcito leons
entrou pela Beira arrasando tudo sua
passagem entre Almeida e Pinhel. O
avano s foi travado pela resistncia
das praas de Trancoso, Celorico da
Portas dEl Rey

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culminando na batalha de Ervas
Tenras. D. Dinis quem tem lugar de
destaque na histria de Trancoso, pois
a este monarca que fica a dever-se a
construo das muralhas, a fundao
da feira franca de So Bartolomeu, a
concesso de privilgios especiais
povoao, que foi integrada no dote
da rainha D. Isabel de Arago, com
quem casou nesta vila a 24 de junho
de 1282. o mesmo monarca que,
em 1306, institui uma feira mensal
em Trancoso que, com o decorrer do
tempo, ter evoludo para o mercado
semanal. Mais tarde a vila tomou o
partido do Mestre de Avis na crise de
1383-85, acabando por ter de defrontar os castelhanos, derrotados, apesar
da superioridade em armas e homens,
na clebre batalha de S. Marcos, a 29
de maio de 1385. Foi uma das mais
importantes da Guerra da Sucesso e
levou debandada dos castelhanos,
deixados a po e laranjas. Um feito
memorvel e precursor da grande
vitria de Aljubarrota.
Em Trancoso nasceu o profetasapateiro, Gonalo Anes Bandarra,
presumindo-se nos incios do sc. XVI
ou mesmo em 1500. Dez anos mais
tarde o burgo e as suas gentes so
alvo de novo foral, onde D. Manuel
I concedeu maior autonomia potenciando a sua expanso econmica
e a prosperidade dos habitantes. No
sculo XVI, a praa de Trancoso era
uma das mais importantes do pas,
sendo a sua feira a mais concorrida e movimentada das Beiras. Um
desenvolvimento que fica a dever-se
importante e influente comunidade
judaica, que persistiu at ao sculo
XVII, perodo de marasmo.
Durante as invases francesas,
entre 1807 e 1813, a vila foi poupada e imediatamente ocupada pelos
aliados perante o receio de uma
segunda invaso. Em maro de 1808
pelo menos 19 casas albergaram as
tropas e no ano seguinte o general
Beresford estabeleceu em Trancoso
o seu quartel-general no corao
da vila, num edifcio que ainda se
conserva e faz esquina com a atual
Rua Xavier da Cunha e o Largo Dr.
Eduardo Cabral. O exrcito do general
Ney entrou na vila a 16 de setembro,
encontrando-a quase deserta e sem
vveres. Em contrapartida, o general
Wellesley chegou a Trancoso no dia
19 de janeiro de 1810, sendo recebido
entusiasticamente.
Uma feira com

743 anos
Especial Trancoso
AENEBEIRA espera cerca

de 100 mil visitantes
AR
As expetativas da AENEBEIRA Associao Empresarial do Nordeste da Beira em

relao edio da Feira de S. Bartolomeu que
comea j amanh, so boas.
Segundo o presidente da associao,

este ano houve uma maior procura para
stands e expositores, dado que no ano passado estiveram 150 e este ano vamos ter
180. Sobre a data do evento, que decorre
anualmente no ms de agosto, semelhana
do que foi dito por Antnio Oliveira em entrevista a O INTERIOR no ano passado, a
posio da associao mantm-se. Achamos
que devia ter incio a 5 de agosto, para aproveitar a visita dos emigrantes, que comeam
a partir j na prxima semana. No entanto, o
dirigente da AENEBEIRA aponta um nmero
de visitantes idntico ao do ano passado
(cerca de 100 mil) para esta edio da Feria
de So Bartolomeu.
Projetado Centro de Estudos

do Bandarra
DR
Refletindo o desenvolvimento e diversificao das atividades econmicas, em

particular o comrcio, a criao da feira de
So Bartolomeu em Trancoso, em 1273,
acontece numa altura em que o nmero de
feiras outorgadas e protegidas pelos reis D.
Afonso III e D. Dinis se elevou a algumas
dezenas no territrio portugus.
Foi D. Afonso III que, a 8 de agosto de
1273, outorgou a carta de feira a esta, ento,
vila, com carcter anual e a durao de 15
dias, a comear uma semana antes da festa
de S. Bartolomeu. Com o desenvolvimento
do comrcio local e regional resultante desta
feira franca, registou-se um crescimento e
evoluo urbana na vila, de modo a que D.
Dinis, em 1306, concedeu feira de Trancoso o privilgio de se realizar mensalmente
e com a durao de trs dias, em vez da
periodicidade anual concedida por D. Afonso
III. A feira com carcter mensal era entendida
como uma feira-mercado (gnese, talvez, do
mercado semanal que ainda hoje se realiza na,
agora, cidade), no inviabilizando, no entanto,
a feira anual que se realizava independentemente desta, ainda no reinado de D. Dinis, com
durao de duas semanas em agosto.
A feira de Trancoso era de tal modo importante para a vila e regio que os monarcas
procuraram proteg-la, proibindo mesmo a
realizao de outras feiras nas proximidades
da vila. Sem concorrncia, salvaguardava-se

o elevado volume de negcios e transaes
realizadas nesse perodo. Mas, em meados
do sculo XV, a tradio historiogrfica
aponta para um revs nesta importante feira,
causado por uma sistemtica presso que
os contadores e juzes da sisa faziam sobre
os que a frequentavam, chegando mesmo a
fechar as portas da vila, e por uma desmotivao resultante das consecutivas alteraes
referentes localizao da feira. H, no
entanto, um documento de D. Afonso V, de
1466, que leva a inferir que a feira tinha ainda
recuperado a sua importncia e dinmica de
outros tempos.
Posteriormente, em 1732, a Feira de
So Bartolomeu, apesar de manter a sua
importncia, no conseguiu manter a sua
durabilidade inicial de duas semanas. A
feira passou, por isso, a realizar-se apenas
nos dias 24, 25 e 26 de agosto, mas j sem
imposto de sisa. Entretanto, em 1992, a
agora AENEBEIRA - Associao Empresarial
do Nordeste da Beira, em parceria com a
Cmara Municipal de Trancoso, iniciou um
processo de reorganizao, modernizao
e requalificao da secular Feira de So
Bartolomeu e o sucesso est vista, j que
a mais antiga feira franca do pas continua
a acolher anualmente mais de uma centena
de milhares de pessoas.
O municpio de Trancoso est a ultimar

a criao de um Centro de Estudos do
Bandarra. O pequeno edifcio situa-se na
antiga judiaria da cidade e ser literalmente a casa do profeta-sapateiro, refere o
presidente da autarquia.
De acordo com Amlcar Salvador, o
espao est pronto e faltam apenas os
contedos multimdia, num investimento da
ordem dos 100 mil euros. um projeto que
resulta de uma candidatura apresentada
no mbito da Rede de Judiarias e vai dar

origem a um equipamento extremamente
importante para Trancoso porque Bandarra uma figura incontornvel da cidade,
acrescenta o edil, revelando que esta figura
histrica estava a ser esquecida na sua
terra natal. Com este centro, ns queremos valorizar e divulgar o poeta, profeta
e sapateiro em todas as suas dimenses
porque h muita gente que vem a Trancoso
e quer saber mais sobre Bandarra e as
suas trovas, sublinha Amlcar Salvador.
O futuro centro fica em frente ao Centro
de Interpretao Judaica Isaac Cardoso.
Sapateiro de profisso, Gonalo Anes
Bandarra (1550-1556) tornou-se poeta
e profeta graas s suas trovas de cariz
messinico, nas quais falava sobre a vinda
do Encoberto e o futuro de Portugal como
reino universal. Por causa disso, foi acusado e processado pela Inquisio de Lisboa,
desconfiada que as suas Trovas contivessem marcas de judasmo. Foi condenado a
participar numa procisso do auto-de-f de
1541 e a nunca mais interpretar a Bblia ou
escrever sobre assuntos da teologia. Voltou
para Trancoso, onde a morrer, provavelmente, em 1556. As Trovas do Bandarra
influenciaram o pensamento sebastianista e
messinico de D. Joo de Castro, do Padre
Antnio Vieira e de Fernando Pessoa, entre
outros vultos da cultura portuguesa.
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