Análise Do Episódio de Inês de Castro
Análise Do Episódio de Inês de Castro
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Estrofe 124:
Quando os horrveis e cruis carrascos (executores da pena de morte) trouxeram
Ins perante o rei, este j estava compadecido (com d) e arrependido. No entanto,
o povo persuadia, incitava o rei a mat-la. Ins, ento, com palavras ou com a voz
triste, sentia mais pela dor e saudade do prncipe e dos filhos do que pela prpria
morte
Estrofe 125:
Levantando os olhos cheios de lgrimas ao cu (somente os olhos, porque um
carrasco prendia-lhe as mos) e, depois, olhando para as crianas - que amava
tanto e temia que ficassem rfs -, disse para o av cruel (o rei):
Estrofe 126: Discurso de Ins: Compaixo das brutas feras e das aves agrestes
pelas crianas em contraste com a crueldade dos homens
(O que Ins diz)
Se j vimos que at os animais selvagens, cujos instintos so cruis, e as aves de
rapina (aves que atacam rapidamente) tm piedade com as crianas, como
demostraram as histrias da me de Nino e a dos fundadores de Roma (Rmulo e
Remo), pois Nino foi alimentado por aves de rapina e Rmulo e Remo, fundadores
de Roma, foram abandonados quando infantes e amamentados por uma loba.
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murchas, sem rubor (sem a cor vermelha). O padro de beleza feminino era uma
combinao de branco na testa (branca) e vermelho (viva cor) nas rosas do
rosto. Ins tinha perdido a vida e j no tinha esse padro de beleza feminino.
Apontamentos
julgars que narro com parcialidade. Alm disso, os feitos dos portugueses so
muitos e todo o tempo pouco para cont-los. Mas, porque me mandas e mereces
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ser obedecido, tentarei ser breve. Somente a verdade sair da minha boca e, por
mais que diga, ainda ficar muito por dizer. Para seguir uma ordem na minha
que travmos.
INS DE CASTRO
Estncia 132:
Estncia 133:
Bem puderas, Sol, no ter brilhado naquele dia, como aconteceu com o sinistro
banquete em que Atreu deu a comer a Tiestes os filhos deste. E vs, cncavos
vales, que ouvistes o nome de Pedro, na sua voz agoniante, por muito tempo
fizestes eco do seu nome.
Estncia 134:
Assim como a bonina que cortada antes do tempo por uma menina descuidada
fazendo com que murche rapidamente, tambm Ins perdeu a cor e a vivacidade
da pele com a morte.
Estncia 135:
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A natureza chorou durante muito tempo a sua morte e quis eterniz-la na fonte
das lgrimas que ainda hoje existe.
Estncia 136:
No levou muito tempo que D. Pedro no tirasse vingana deste crime. Pois, mal
subiu ao trono, mandou procurar os homicidas e, em combinao com o rei de
Castela, tambm chamado Pedro, mas de corao mais duro ainda, conseguiu
captur-los no reino vizinho e, trazendo-os a Portugal, deu-lhes uma morte cruel.
Estncia 137:
Durante o seu reinado, foi feita justia rigorosa aos ladres e assassinos, j que o
maior empenho de D. Pedro foi castigar os maus, fossem eles quem fossem,
estivessem onde estivessem.
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ALGUNS ASPETOS IMPORTANTES:
maiores tragdias e tem em Ins uma herona trgica, vtima desse amor cruel e
fero...spero e tirano.
poetizao. O poeta insiste na inocncia de Ins como vtima do amor, mais do que
simpatia que ele nutre pela personagem, como podemos constatar atravs da
adjetivao usada:
Agentes da condenao
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brutos matadores
cavaleiros?.
Comeou por ser um dilogo entre um solista (ou hipcrita, palavra que
depois significa ator), que coloca questes, e um coro que lhe responde.
ato. Alm dos atores, intervinha o coro, que manifestava a voz do bom
tragdia (como a lei das trs unidades) foi perdendo algum peso,
desgraa
- a simplicidade frgil e -a brutalidade
desprotegida de Ins dos horrficos
inocente algozes
- a splica - o castigo
- a humanizao das feras e -a
da natureza desumanidade
dos homens
- a dor de Ins que implora - a indiferena
perdo, rodeada dos filhos
Interveno do Destino
Presena do Coro consideraes emotivas
do narrador
Catstrofe
Um discurso argumentativo/persuasivo