Apostila Qualidade Da Agua - Pivelli PDF
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AULA 1
REVISO DE QUMICA: TOMOS E MOLCULAS, CTIONS E
NIONS, FORMULAO QUMICA, REAES QUMICAS,
ESTUDO DAS SOLUES
1. Introduo
2. tomos e molculas
CTIONS
FERRO: Fe+2 (on ferroso), Fe+3 (on frrico)
MANGANS: Mn+2 (on Manganoso), Mn+4 (on mangnico)
METAIS ALCALINOS: Na+ (sdio), K+ (potssio)
METAIS ALCALINO-TERROSOS: Ca+2 (clcio), Mg+2 (magnsio)
METAIS PESADOS: Cr+6 (cromo hexavalente), Cr+3 (cromo trivalente), Zn+2 (zinco), Pb+2
(chumbo), Cd+2 (cdmio), Hg+2 (on mercrico), Ba+2 (brio), Cu+2 (cobre), Ni+2 (nquel), Sn+2
(estanho), Al+3 (alumnio).
NIONS
3. Funes qumicas
Os cidos sofrem dissociao na gua ou ionizao, o que pode ser representado pela
seguinte equao qumica, a ttulo de exemplo:
HCl + H2O H3O+ + Cl-
Quando o grau de ionizao, isto , a relao entre o nmero de molculas ionizadas
e o nmero total de molculas dissolvidas, elevado, o cido chamado de cido forte. So os
casos dos cidos clordrico, sulfrico e ntrico. Os cidos orgnicos, como por exemplo o cido
actico, H3C-COOH, ionizam-se pouco, sendo portanto fracos.
Bases, por sua vez, so compostos que possuem como nions apenas os ons
hidroxila (OH-).
5
3. Oxidao e Reduo
Nox: 0 6 2 6 4
Elemento oxidado: Cu
Elemento reduzido: S
Agente oxidante: H2SO4
Agente redutor: Cu
6
Nox: 1 -2 0 0 -1
Elemento oxidado: S
Elemento reduzido: I
Agente oxidante: I2
Agente redutor: H2S
Elemento oxidado: S
Elemento reduzido: Fe
Agente oxidante: Fe+3
Agente redutor: H2SO3
Elemento oxidado: Fe
Elemento reduzido: Mn
Agente oxidante: MnO4-
Agente redutor: Fe+2
B. Nmero de moles de um composto. a relao entre a massa do composto e seu peso molecular.
ex: Calcular o nmero de moles de CaCO3 presentes em 1,0g do composto.
massa 10
.
n! de moles = = = 0,01 moles
peso molecular 100
massa 10
n! de equivalentes grama = = = 0,204 eq.
Eq. grama 98
2
8
Soluo:
Peso Molecular (M) da gua: (2x1) + (16x1) = 18 g
2. Um composto apresentou em sua anlise 75% de carbono e 25% de hidrognio. Qual a sua
frmula emprica?
Soluo:
xC + yH = CxHy
12x y = 12x + y (pois C = 12 g e H = 1 g ) (massas atmicas)
y - 12x + y
25 - 100
Soluo:
Soluo:
a. Ca(NO3)2
a.1. Peso molecular (M) = (40x1) + (14x2 ) + (16x6) = 164 g
a.2. % N = (14x2).100 / 164 = 17,07 %
b. Ca(CN)2
b.1. Peso molecular (M) = (40x1) + (12x2) + (14x2) = 92 g
b.2. % N = (14x2).100 / 92 = 30,4 %
c. (NH4)2SO4
c.1. Peso molecular (M) = (2x14) + (8x1) + (1x32) + (4x16) = 132 g
c.2. % N = (2x14).100 / 132 = 21,2 %
9
Soluo:
Soluo:
Vazo: 20 m3/d
Cobre: 5 mg/L
Nquel: 10 mg/L
Zinco: 12mg/L
Soluo:
ECu+2 = 58 / 2 = 29 g
ENi+2 = 56 / 2 = 28 g
EZn+2 = 60 / 2 = 30 g
N=C/E
1. Qual o smbolo e a carga eltrica do: on de sdio, on de cobre I, on de ferro III, on de nquel
e on de chumbo II?
Elemento Ca O H U Cl
Nmero atmico 1 92 17
Massa atmica 16 238 35
Nmero de prtons 20 0
Nmero de nutrons 20
Nmero de eltrons 8
Composto Frmula
Cloreto de Sdio
Sulfato de Alumnio
Hidrxido de Clcio
cido Clordrico
xido de Ferro III
Frmula Nome Ction nion Peso (g) molecular Equivalente grama (g)
NaOH Hidrxido de Sdio Na+ (OH)- 40 40
NH4OH
Na2CO3
NaHCO3
CaCO3
Ca(HCO3)2
MgCO3
Mg(HCO3)2
Al (OH)3
Fe(OH)3
Pb(OH)2
Cd(OH)2
FeCl3
FeSO4
FeS
Na2S
Na2SO4
NaCl
12
BaCl2
BaSO4
CaSO4
NaClO
Ca(ClO)2
AgCl
K2Cr2O7
K2CrO4
Na2S2O3
Na2S2O5
KMnO4
KCl
H2O2
C ( mg / L )
= M ( moles / litro ) x ( P.M .)
soluto ( mg )
14
e que:
C ( mg / L )
= N ( equiv ./ litro )
x Eg soluto ( mg )
. d
C=
100
Esta relao til, por exemplo, para o preparo de solues cidas. Nos rtulos dos
cidos p.a., aparecem as seguintes inscries:
cido Sulfrico : H2SO4 p.a. densidade: 1,84g/mL
ttulo: 96,5 - 98%
cido Clordrico: HCl p.a. densidade: 1,19 g/mL
ttulo: 36 - 38%
cido Ntrico : HNO3 p.a. densidade: 1,40 g/mL
ttulo: 65%
Soluo:
a. Concentrao em mg/L:
C = m1 / V3 , onde:
C = Concentrao da soluo, em mg/L
m1 = massa do soluto. m1 = 3 g = 3.000 mg
V3 = Volume da soluo, em L. V3 = 2,0 L
C = 3.000 / 2,0 = 1.500 mg/L
b. Concentrao molar:
b.1. Peso molecular do cido actico (M1):
M1 = (4x1) + (12x2) + (16x2) = 60 g
c. Concentrao normal:
c.1. Equivalente grama do cido actico (E1):
E1 = M1 / v
V = 1 (nmero de hidrognios ionizveis)
E1 = 60 / 1 = 60 g
Nota: quando v = 1, o peso molecular do soluto igual ao seu equivalente grama e o valor da
concentrao molar coincide com o da concentrao normal.
b) Qual a massa de carbonato de sdio, Na2CO3, necessria para o preparo de 500 ml de soluo
0,02 N?
Soluo:
c. Concentrao da soluo (C ):
C = N x E1. Portanto, C = 0,02 x 53 = 1,06 g /L ou 1060 mg / L
16
Soluo:
a. Concentrao (C) , em g / L:
C = ( x d) / 100
C = ( 96 x 1,84 ) / 100 = 1,766 g / mL = 1766 g / L
b. Concentrao molar ( M ):
b.1. Peso molecular do cido (M1):
M1 = ( 2x1 ) + ( 32x1) + ( 16x4 ) = 98 g
3. Calcular a concentrao em g / L, molar e normal de uma soluo de cido ntrico, cujo ttulo T
= 65% e cuja densidade d = 1,40 g / mL.
17
CV + CB V B
C = A A
, onde:
M
V A
+V B
i
i =1
i
i =1
1. Em uma casa de qumica de uma estao de tratamento de gua, deseja-se dosar cal hidratada,
Ca(OH)2, de forma a resultar em uma concentrao de 20 mg/L na gua. A estao trata 200 L/s
de gua.
Qual o volume necessrio de tanques de preparo e qual a capacidade do sistema de dosagem?
Soluo:
A. Concentrao da suspenso da Ca(OH)2 no tanque de preparo:
Ser considerado o preparo da suspenso com = 20%.
A densidade da suspenso d = 1,2 g/mL. A concentrao resultante ser de:
xd
C= = 0,20 x 1,2 = 2 ,4 g / mL = 240000mg / L
100
2. Um crrego poludo de vazo igual a 5 L/s, DBO igual a 50 mg/L, concentrao de oxignio
dissolvido igual a 2 mg/L e temperatura de 26C, descarrega suas guas em rio de vazo igual a
45 L/s, DBO igual a 5 mg/L, oxignio dissolvido igual a 6,5 mg/L e temperatura de 20C.
Supondo-se que a 50m a jusante a mistura j tenha sido completada, quais as caractersticas das
guas do rio nesse ponto?
Soluo:
Q x DBO RIO
+ QCR . x DBO CR .
= RIO
MISTURA
Q RIO
+ QCR .
45 x 5 + 5 x 50
DBO MISTURA = 9 ,5 mg / L
45 + 5
Considerando-se o conceito de pH, a ser definido posteriormente: pH = - log [H+], pode ser
calculada a concentrao hidrogeninica [H+] = 10-pH da mistura, atravs de:
Q x [H ]
+
+Q x [H ] + Q +
x [H ]
+
[H ]+
MIST
=
ETA ETA po o
Q +Q +Q
po o fonte fonte
ETA po o fonte
[H ] +
MIST
=
20 x 108 + 5 x 109 + 5 x 106
20 + 5 + 5
= 1,735 x 106
Estes efluentes sero descarregados em um rio classe II, que apresenta as seguintes caractersticas:
Vazo mnima: 100 m3/s
Demanda Bioqumica de Oxignio DBO5,20C: 4mg/L
Cor: 15mg/L Pt
Temperatura: 22C
Oxignio Dissolvido: 5,5 mg/L
pH: 7,0
A.2. Temperatura
Para que a elevao de temperatura das guas do rio (T ) no seja superior 3C, a temperatura
mxima dos efluentes industriais poder ser calculada atravs de:
TRIO x QRIO + TEFL x QEFL
=
QRIO + QEFL
T = Elevao mxima, 3C
TRIO: Temperatura das guas do rio montante do lanamento
QRIO: Vazo mnima do rio
TEFL: Temperatura dos efluentes industriais
22
TEFL = 625C
Assim, a temperatura mxima dos efluentes industriais no poder ser superior
40C, para atendimento ao padro de emisso. No entanto, o prprio tratamento biolgico exige
temperaturas inferiores a 40C para facilitar a dissoluo do oxignio na gua.
A.3. pH
O pH dos efluentes no atende aos padres de emisso, mas o tratamento biolgico por si s exige
pH prximo a 7,0.
B) Verificao dos requisitos da Classe II:
B.1. DBO5,20C
Para que a DBO das guas do rio no ultrapasse 5mg/L, a DBO mxima dos efluentes industriais
pode ser calculada atravs de:
QRIO x DBORIO + QEFL x QEFL= (QRIO + QEFL) x DBOCLASSE 2, onde:
QRIO = vazo mnima do rio = 100m3/s
DBORIO=DBO5,20 das guas do rio montante do lanamento=4mg/L
QEFL = vazo mdia dos efluentes industriais = 0,5m3/s
DBOEFL = DBO5,20C mxima dos efluentes industriais
DBOCLASSEII = DBO5,20C mxima permitida para rio classe (5mg/L)
Assim:
100 x 4 + 0,5 x DBOEFL = (100 + 0,5) x 5
DBOEFL = 205 mg/L
B.2. Cor
Para que a cor das guas do rio no ultrapasse a 75mg/L, a cor mxima dos efluentes industriais
pode ser calculada atravs de:
QRIO x CORRIO + QEFL x COR EFL= (QRIO + QEFL) x CORCLASSEII
onde:
QRIO = vazo mnima do rio: 100m3/s
CORRIO = cor das guas do rio, a montante do ponto de lanamento: 15 mg/L Pt
QEFL = vazo mdia dos efluentes industriais 0,5m3/s
COREFL = cor mxima a ser apresentada pelos efluentes industriais
CORCLASSEII = cor mxima permitida para as guas de Classe II (75 mg/L)
23
Assim:
100 x 15 + 0,5 x COREFL = (100 + 0,5) x 75
COREFL = 12075 mg/L
Lanando-se os efluentes com cor = 2000 mg Pt/L, a cor da mistura ser:
100 x 0,5 x 2000
CORMIST = = 25mg / L 100x15 + 0,5x200
100,5
100 x 5,5 + 0
Lanando-se os efluentes com OD = 0, o OD da mistura ser ODMIST = = 5,47 mg / L .
100,5
No entanto os efluentes dos sistemas de tratamento aerbios apresentam O.D. na faixa de 1 a
2mg/L, pelo menos.
Para que o pH das guas do rio no caia abaixo de 6, o pH mnimo dos efluentes industriais (pHEFL)
pode ser calculado atravs de:
QRIO[H+]RIO + QEFL[H+]EFL = (QRIO + QEFL) x [H+]CLASSE II
Assim:
100 x 10-7 + 0,5 x [H+]EFL = (100 + 0,5) x 10-6
[H+]EFL = 18 x 10-4 pHEFL = 3,74
Lanando-se os efluentes com pH = 4,5, aps a mistura teremos:
100 x 107 + 0,5 x 104 ,5
( H + ) MIST = = 2 ,57 x 107 pH MIST = 6,59
1100.5
No entanto, para o prprio processo biolgico de tratamento necessria a neutralizao da acidez
dos despejos.
24
Vazo: 10 m3/s
DBO: 3,5 mg/L
Temperatura: 21oC
pH: 6,5
Cor: 30 U.C.
Oxignio Dissolvido: 5,5 mg/L
Pergunta-se: Qual (is) parmetro (s) dever (o) ser modificado(s) e com que reduo (es)
percentual (is)?
calculada atravs de N A =
N B x V B . A soluo de NaOH padronizada dever ser
N A
transferida para o frasco de reagente etiquetado. (CORRIGIR A FRMULA)
0,02 x V GASTO
acidez (mg / L CaCO3 ) = x 50.000 = 10 x V GASTO
NaOH
DE NaOH
100
Ou seja, para o clculo da acidez em mg/L de CaCO3, basta multiplicar o valor lido
na bureta por dez.
2. Em um acidente, 200 litros de cido sulfrico concentrado, H2SO4 18M, foram descarregados
em um lago de 1.7x107 litros de volume, cujas guas apresentavam pH = 7,0. Sabendo-se que os
peixes do lago sobrevivem apenas em guas com pH > 5, verificar se ocorrer mortandade de
peixes. Em caso afirmativo, determinar a massa de cal virgem necessria para que as guas do
lago retornem s condies anteriores.
+
2 SO4 2 H + SO4
2
Obs: H
18 M 36 M
V . [H ]
+
+ V H SO [H ]H SO
+
[H ]
LAGO
+ LAGO
=
2 4
2 4
MIST
V LAGO + V H SO2 4
[H ] +
MIST
=
1,7 x 107 x 107 + 200 x 36
1,7 x 107 + 200
[H ] +
mist
= 4,0 x 104 pH MIST
= 4,0
A) Clculo da distncia (L) em que toda a soda estar neutralizada pelo CO2 das guas do rio:
28
( D" )CO 2 :
x d 36,2 x 1,15
C= = = 0,416g / cm3 = 416g / L
100 100
Q =
D HCl
=
36,5g / s
= 0,08774 L / s ou 787 ,72 L / hora
HCl C 416g / L
36,5g 35,5g
36,5g / s DCl
DCL = 35,5g / s
e a concentrao de cloretos (CCl-) ser:
=
D Cl
=
35,5
= 0,228g / L ou 228mg / L
C Cl
Q (155 + 1 + 0,0877)
RIO
4. Uma indstria lana uma vazo de 0,2L/s de uma soluo contendo cido actico em um rio. A
soluo apresenta uma concentrao de 0,2g/L. Qual o consumo anual de oxignio das guas do rio,
sabendo-se que a equao da reao de decomposio :
H3C - COOH + 2O2 2CO2 + 2H2O
60g 64g
Soluo:
60 g 64 g
0,04 g / s DAAC
30
0,04 X 64
DAAC = = 0,0427 g / s
60
1. Em qual das seguintes alternativas so listados apenas ons que se apresentam na forma
monovalente:
a) Sdio, clcio, cloreto
b) Sdio, potssio, nitrato
c) Clcio, bicarbonato, nitrito
d) Magnsio, carbonato, permanganato
e) Potssio, magnsio, cloreto
2. Em qual das seguintes alternativas so listados ons que se apresentam na forma bivalente:
a) Clcio, sulfato, hipoclorito
b) Alumnio, magnsio, sulfeto
c) Clcio, ferro, bicarbonato
d) Potssio, clcio, fosfato
e) Sdio, magnsio, sulfato
4. Quantas gramas de enxofre esto presentes em 0,01 mols de metabissulfito de sdio, Na2S2O5:
(dadas as massas atmicas: Na: 23g; S: 32g; O: 16g)
a) 0,03
b) 121,60
c) 1,90
d) 0,64
e) 0,32
5. Onde se tem maior massa de nitrognio: (Dadas as massas atmicas: N: 14g; C: 12g; H: 1g; O:
16g; P: 31g; Na: 23g)
a) 500 g de uria, CO(NH2)2
b) 1500 g de fosfato monoamnio, NH4(H2PO4)
c) 1000g de glicina, CH2(NH2)COOH
d) 2000 g de nitrato de sdio, NaNO3
e) 400 g de hidrxido de amnio, NH4OH
9. A massa de cal virgem, CaO, 90% de pureza no produto comercial, necessria para o preparo
de 500 L de soluo de cal hidratada, Ca(OH)2, 50 mg/L, ser:(Dadas as massas atmicas: Ca:40g;
O:16g; H:1g) RESPOSTA CERTA 21g
a) 36,7g
b) 42,8g
c) 56,5g
d) 67,9g
e) 71,2g
10. A massa de hidrxido de sdio, NaOH, necessria para o preparo de 200 mL de soluo 0,025
mols/L : (Dadas as massas atmicas: Na:23g; O:16g; H:1g)
a) 50mg
b) 100mg
c) 150mg
d) 200mg
e) 250mg
11. A concentrao em g/L e mols/L de uma soluo de cido clordrico, HCl, ttulo = 37% e
densidade d= 1.19g/mL : (Dadas as massas atmicas: H:1g; Cl:35,5g)
a) 0,440g/L ou 0,012 mols/L
b) 4,403g/L ou 0,121 mols/L
c) 44,03g/L ou 1,206 mols/L
d) 440,3g/L ou 12,063 mols/L
e) 440300g/L ou 12063 mols/L
12. Em uma estao de tratamento de gua deseja-se dosar cloreto frrico, FeCl3, de forma a
resultar em uma concentrao de 30 mg/L na gua. A vazo de gua de 100 L/s. A vazo de
soluo a 2% a ser adicionada gua ser de: CERTO:540,8
a) 15 L/h
b) 28 L/h
c) 162 L/h
d) 204 L/h
e) 383 L/h
34
Amostra 1 2 3 4 5
pH 5,5 5,9 8,0 6,3 7,3
a) 6,6
b) 6,0
c) 6,8
d) 6,4
e) 7,2
16. Quantos mols de hidrxido de sdio, NaOH, so necessrios para neutralizar 10 mols de cido
fosfrico, H3PO4? (Dadas as massas atmicas: Na:23g; O:16g; H:1g; P:31g)
a) 10
b) 120
c) 1200
d) 1
e) 30
17. Qual a concentrao molar de uma soluo contendo 2,3g de cido clordrico, HCl, em 1L de
gua? (Dadas as massas atmicas: H:1g; Cl:35,5g)
a) 0,23
b) 0,12
c) 0,04
d) 0,063
e) 0,01
a) 35,2 mg/L
b) 12,2 mg/L
c) 18,7 mg/L
d) 9,5 mg/L
e) 4,1 mg/L
19. Quantos mols de hidrxido de magnsio, Mg(OH)2 existem em 500 mL de uma soluo a 15
mg/L? (Dadas as massas atmicas: Mg:24g; O:16g; H:1g)
a) 0,129
b) 0,259 x 10-2
c) 0,259
d) 0,259 x 10-4
e) 1,29 x 10-4
a) 60,8 g/L
b) 30,4 g/L
c) 15,2 g/L
d) 7,6 g/L
e) 3,8 g/L
21. Se 25 mL de um cido 0,02 N foram consumidos para neutralizar uma base, quantas
miligramas da base existiam se ela fosse hidrxido de sdio, NaOH, e hidrxido de clcio,
Ca(OH)2, respectivamente?
a) 10,0 e 10,0
b) 10,0 e 18,5
c) 20,0 e 37,0
d) 20,0 e 18,5
e) 18,5 e 18,5
23. Quantas gramas de cido oxlico, H2C2O4, so necessrios para neutralizar 2 mols de hidrxido
de sdio, NaOH? (Dadas as massas atmicas: Na:23g; O:16g; H:1g; C:12g)
a) 90
b) 45
c) 180
d) 80
f) 40
QUADRO DE RESPOSTAS AULA 1
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
B
C
D
E
Valor 0.4 0.3 0.3 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45
N 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
A
B
C
D
E
Valor 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45 0.45
37
AULA 2
REVISO DE QUMICA: CINTICA E EQUILBRIO QUMICO
APLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DE QUALIDADE
DAS GUAS
1. Cintica Qumica
1.1. Consideraes iniciais
A cintica qumica o estudo da velocidade das reaes. A identificao das leis que
regem as variaes das concentraes das vrias espcies qumicas em funo do tempo
particularmente importante nos sistemas onde ocorrem reaes lentas. No campo do saneamento
bsico e ambiental, so vrias as aplicaes nos estudos sobre o tratamento de guas para
abastecimento: cintica da floculao, cintica da reduo do ndice de coliformes atravs da
clorao; nos estudos sobre o tratamento de esgotos: cintica da biodegradao de esgotos sanitrios
e de efluentes industriais, cintica da remoo de outros poluentes; nos estudos de controle da
poluio das guas naturais: cintica de remoo de DBO e de outros constituintes.
1.2. Conceito
As concentraes das diversas espcies qumicas que tomam parte de uma reao,
variam com o tempo. A temperatura, a presso, a presena de catalisadores, so fatores que alteram
a velocidade da reao.
Em geral, podemos escrever para a reao AB +C:
[ A] + [ B] + [ C]
= = =
t t t
Em um caso mais geral, a velocidade relativa de variao da concentrao de cada
espcie influenciada pelo coeficiente estequiomtrico da equao qumica. Por exemplo, na
equao: NH 4+ + 3 O2 NO3 + 4 H + , o on hidrognio est sendo formado quatro vezes mais
2
depressa do que a amnia est desaparecendo. Assim, o valor numrico da velocidade depende de
ser expressa em termos de amnia, oxignio, nitrato ou hidrognio. Por isso, as pesquisas
demonstram que a velocidade global da reao qumica pode ser definida atravs das relaes entre
as variaes das concentraes em funo do tempo e os coeficientes estequiomtricos. Assim, para
o sistema:
aA + bB cC + dD, podemos escrever:
1 [ A] 1 [ B] +1 [ C] +1 [ D]
= = = =
a t b t c t d t
Esta equao representa a metabolizao de um substrato (S) atravs das enzimas (E)
produzidas pelos microrganismos, formando um complexo intermedirio e, posteriormente, os
produtos (P), ocorrendo tambm a regenerao da enzima.
G = H TS , onde:
H 2 + C l2 2 HCl
+
E2 E3
E1
Nota-se a formao do complexo ativado com o nvel energtico E2, que maior do
que E1.
Para que a reao ocorra necessrio introduzir-se uma quantidade de energia maior
do que E A = E2 E1 . O fluxo energtico que ocorre nas reaes pode ser representado pelos
grficos:
41
= coeficiente de atividade
Para guas com teores de slidos dissolvidos CS < 500mg/L, a fora inica pode
tambm ser calculada atravs de: I = 2,5 x 10-5 CS
A constante A, pode ser determinada atravs de:
A = 1,82 x 106 (DT)-3/2, onde:
T = temperatura da soluo (K)
D = constante dieltrica da gua = 78,3
Para 25C A = 0,51
Para solues de eletrlitos com I < 0,005M, o coeficiente pode ser calculado
atravs de:
log =
2
AZ I
Exemplo: Calcular as atividades dos ons em uma soluo 0,01M de CaSO4 e 0,015M de MgCl2.
42
Exerccio Proposto:
1. Calcular as atividades dos ons em soluo quando so misturadas 212,5 mg de NaNO3 com 131
mg de ZnCl2.
Resposta:
Na NO3 Zn Cl
Conc. Ativa (moles/L) 0,0045 0,0045 0,0013 0,0036
[ A] = k t
[ A] 0 0
[ A] [ A] 0 = k . t [ A] = [ A]0 kt , onde
43
Por outro lado, para que uma reao seja de primeira ordem necessrio que ao se
lanar em grfico os dados de logaritmo natural de concentrao em funo do tempo, obtenha-se
uma reta. A inclinao desta reta representa a constante da velocidade da reao que tem, neste
caso, a dimenso 1/tempo ou tempo-1.
[ A]
= k [ A]
t
[ A]
= k .t
[ A]
Demonstrao:
[ A]
[ A] t
A = k t
[ A ]0 0
[ A]
ln = k . t [ A] = [ A]0 . e k .t ,
[ A]0
que a equao de uma reao de primeira ordem. Da equao anterior podemos ainda escrever
que:
ln[A] - ln[A]0 = - kt ou
ln[A] = ln[A]0 - k.t, o que demonstra que ao se lanar em grfico os valores de ln[A] contra os
valores de tempo obtm-se uma reta, cuja declividade igual a -k. Graficamente, tem-se:
44
Por sua vez, para que uma reao seja de segunda ordem, necessrio que se obtenha
uma reta quando se lana em grfico os valores do inverso das concentraes com o tempo, pois:
[ A]
= k [ A]
2
[ A]
= k .t
[ A] 2
[ A]
[ A] t
= k t
[ A] 0 [ A]
2
0
[ A]
1 1 1
[ A] = k .t =
[ A] [ A] 0
+ k . t . , que a equao de uma reao de segunda ordem, que
[ A] 0
E lanando-se em grfico [A] x t, ln [A] x t e 1/[A] x t, obtem-se que a curva ln[A]xt aproxima-se
de uma reta, o que indica que a reao em questo de 1 ordem.
Pesquisar-se uma a uma as diversas ordens de reao pode ser um procedimento
muito exaustivo. Pode-se determinar aproximadamente a ordem de uma reao, tendo como ponto
de partida a reao de ordem n, genrica, atravs do seguinte desenvolvimento:
[ A]
= k [ A]
n
[ A]
= k .[ A]
n
t
aproximando-se os diferenciais em intervalos, temos:
[ A]
n
= k A , onde A representa a concentrao mdia do reagente no intervalo considerado.
t
[ A] n
log = log k A
t
[ A]
log = log k + n log A , de onde se observa que lanando-se em grfico os valores de
t
[ A]
log contra log A a curva resultante dever ser aproximadamente uma reta, cuja inclinao
t
a ordem da reao. Graficamente temos:
46
log
t [A] [A] t [ A] [ A]
log log A
t t
0 180
-25 5 -5,00 0,70 2,22
5 155
-60 7 -8,57 0,93 2,10
12 95
-27 10 -2,70 0,43 1,91
22 68
-26 9 -2,89 0,46 1,74
31 42
-16 9 -1,78 0,25 1,53
40 26
[ A]
E lanando-se em grfico os valores de contra os valores de log A ,
t
observa-se que a reta resultante apresenta inclinao aproximada de 45, o que demonstra que a
reao de primeira ordem, em que pese o baixo coeficiente de correlao da reta ajustada a partir
dos resultados experimentais.
1.6.2. Temperatura
De uma maneira geral, aumentando-se a temperatura do sistema, aumenta-se a
energia das molculas que participam de uma determinada reao que tem a sua velocidade
aumentada. O efeito da temperatura sobre a velocidade das reaes pode ser preliminarmente
avaliado atravs da regra experimental de Vant Hoff: As velocidades das reaes dobram ou
triplicam para um aumento de 10C no valor da temperatura. Embora no se deva esperar que esta
regra se aplique a todos os casos e para todas as faixas de temperatura, um exemplo tpico em que
este comportamento se verifica so os digestores anaerbios de lodos, onde o rendimento
praticamente duplica quando se eleva a temperatura do lodo de 25C para 35C.
Para se estimar de forma mais precisa o efeito da temperatura, pode-se utilizar a lei
de Vant Hoff-Arrhenius. Influir na velocidade da reao significa alterar o valor da constante da
velocidade k. A citada lei prev a seguinte expresso para a variao de k:
47
ln k E
= , onde:
T R. T 2
ln
k
k
2
1
[ (T
= E 2
T )] / R. T . T
1 1 2
E
e fazendo-se = C , temos:
R T 1 .T 2
" (T T 1)
k 2
=
C 2
k 1
C
= , temos:
( )
= k 1 . T 2 T 1 , onde:
e fazendo-se " k 2
1. Um resduo apresenta uma taxa de decomposio k = 0,1 d-1 a 20C. Quanto tempo levaria para
decompor 90% deste resduo de concentrao total igual a 1200 mg/L. A temperatura ambiente de
30C.
Soluo:
48
Como a dimenso da taxa k apresentada d-1, subentende-se que a reao em questo de primeira
ordem. Portanto:
[A] = [A]0 . e-k.t
[A]0 = 1200 mg/L
k = 0,17d-1
[A] = 0,1 x 1200 = 120mg/L (90% de decomposio)
120 = 1.200 . e-0,17 x t t = 13,5 dias
(ln k ) E 1
Soluo: partindo-se da equao diferencial do efeito da temperatura sobre k, = ,
T R T2
integrando-se temos:
E 1
lnk = + ln B
R T %$#
constante
1
Portanto, lanando-se em grfico os valores de lnk contra (lembrar que T a temperatura
T
absoluta, em K), os pontos alinhar-se-o aproximadamente e a inclinao da reta numericamente
igual ao valor de -E/R (o sinal negativo indica que a reta descendente).
Lanando-se em grfico estes dados, encontrou-se E/R = 8593 portanto, para T1 = 15C = 288K e
T2 = 40C = 313K
= e8593/(288)(313) = 1,100
1. Um rio recebe descarga contnua de um poluente em determinado ponto, a partir do qual sua
concentrao foi monitorada no trecho de jusante, tendo-se obtido os seguintes resultados:
Sabendo-se que a velocidade das guas do rio 0,1 m/s qual (a) a ordem e (b) a taxa da reao que
leva reduo progressiva na concentrao deste poluente ao longo do rio? (c) Qual o tempo
necessrio para a reduo em 90 % da concentrao deste poluente e a que distncia do ponto de
lanamento ocorrer?
Resposta: (a) 1a ordem ; (b) 0,1 h-1 e (c) 23 horas
Tempo (minuto) 00 03 06 09 12 15 18 21 24 27
Conc. Remanes. 13494 4537 1808 713 276 109 43 16 06 03
Escherichia Coli
(org./100mL)
2. Equilbrio Qumico
2.1. Conceito
Para se introduzir os princpios do equilbrio qumico, uma reao qumica ser
analisada quantitativamente, de modo a se mostrar que o estado de equilbrio realmente ocorre.
Consideremos a seguinte reao qumica que se supe ocorrer em uma soluo aquosa:
1
A+ B C + D
2
O sentido duplo da seta indica que tanto a reao da esquerda para a direita como a
inversa podem ocorrer. Suponhamos que as espcies A e B sejam misturadas em uma soluo
aquosa e que se monitora as concentraes de C em funo do tempo, conforme mostrado na figura
a:
50
1
A + B C + D
2
C + D A+ B
51
Se o mecanismo da reao tal que a coliso entre uma nica partcula de A e uma
nica partcula de B necessria para que a reao ocorra no sentido 1 e que a coliso entre uma
nica partcula de C e uma nica partcula de D necessria para que a reao ocorra no sentido 2,
ento, no incio, a velocidade da reao no sentido 1 ser maior do que no sentido 2 porque as
concentraes iniciais de A e B so maiores do que as de C e D e portanto a freqncia de colises
maior. Assim, se a concentrao de A ou B for dobrada, o nmero de colises entre A e B por
unidade de tempo dever dobrar e portanto a velocidade de reao no sentido 1 tambm dever
dobrar. Por outro lado, se as concentraes de A e B forem dobradas, o nmero de colises entre A
e B ser quadruplicado, o que tambm ocorrer com a reao no sentido 1. Esta linha de raciocnio
1
sugere que para uma reao do tipo A + B C + D , as velocidades das reaes nos sentidos 1 e 2
2
podem ser expressas matematicamente atravs de:
1 = k1 [A] . [B]
2 = k2 [C] . [D] onde:
1: velocidade da reao no sentido 1
2: velocidade da reao no sentido 2
k1 k2: constantes de velocidade, que consideram todos os fatores que afetam a velocidade, exceto as
concentraes dos reagentes.
[A], [B], [C], [D]: concentraes dos reagentes, em moles/litro
As variaes das velocidades nos sentidos 1 e 2 so ilustradas na figura d.
k1 [ C ].[ D] [ C ][ D]
= ( K ) eq = , onde
k 2 [ A].[ B ] [ A][ B ]
Neste caso, foi considerado que o mecanismo da reao tal que necessria a
coliso de uma nica partcula de A com uma nica de B para que a reao ocorra (sentido 1) e
idem para C e D (sentido 2). Considerando-se agora um mecanismo em que necessria a coliso
simultnea de duas partculas de A com uma de B (sentido 1) e de duas de C com uma de D
(sentido 2), ou seja:
1
2 A + B 2C + D
2
1 = k1[A]2[B]
2 = k2 [C]2[D]
[ C ]2 . [ D]
no equilbrio 1 = 2 e ( K ) eq =
[ A]2 . [ B ]
Esta a representao matemtica da lei do equilbrio qumico cuja forma geral pode
ser aplicada em muitos tipos de reaes de interesse no campo do saneamento, tais como as de
dissociao, ionizao, precipitao (solubilidade) e formao de complexos. Notar que o
mecanismo real da reao pode diferir consideravelmente da estequiometria geral. Contudo, as
propriedades do equilbrio de um sistema no dependem da intensidade (nvel) em que alcanado
e que a equao acima s pode ser aplicada para o estado de equilbrio. Deve ser notado tambm
que o uso de concentraes ativas mais correto do que o uso da concentrao analtica real
(concentrao molar). H trs pontos na equao acima que devem ser compreendidos:
[ HI ]2 ( 0,0102 )
2
K= = = 45,9
[ H2 ].[ I 2 ] 0,000862 x 0,00263
3. Calcular a constante de equilbrio para a reao abaixo, a 700oC, sabendo-se que nesta
temperatura existem em equilbrio 1,02 moles/L de N2; 1,60 moles/L de H2 e 0,10 moles/L de NH3.
Soluo:
5. Calcular a constante de equilbrio para a reao abaixo, a 700oC, sabendo-se que nesta
temperatura existem em equilbrio 1,02 moles/L de N2; 1,60 moles/L de H2 e 0,10 moles/L de NH3.
[H ] . [ClO]
+
Ka =
[HClO]
Ka
+ =
[ClO]
H [ ][HClO]
55
E lembrando-se que [H+] = 10-pH pode-se construir a seguinte tabela, arbitrando-se valores de pH e
calculando-se as porcentagens de HClO:
pH [H+] % HClO
3,0 10-3,0 99,99
4,0 10-4,0 99,98
5,0 10-5,0 99,75
5,5 10-5,5 99,22
6,0 10-6,0 97,56
6,5 10-6,5 92,67
7,0 10-7,0 80,00
7,5 10-7,5 55,85
8,0 10-8,0 28,57
8,5 10-8,5 11,29
9,0 10-9,0 3,85
9,5 10-9,5 1,25
10,0 10-10,0 0,40
De onde se observa que quanto menor for o pH, maior ser a porcentagem de cido
hipocloroso no dissociado, o que interessante sob o ponto de vista da desinfeco. No entanto,
observa-se que para valores de pH ligeiramente inferiores a 7,0, as porcentagens de HClO so
bastante elevadas, representando uma situao satisfatria.
1
aA + bB cC + dD,
2
1 = k1.[A]a.[B]b
2 = k2 [C]c.[D]d
ln( K ) eq = const .
O
RT
onde R a constante dos gases e H a variao de entalpia da reao.
Se a reao no sentido 1 for endotrmica, ento a reao no sentido 2 exotrmica.
O princpio de Le Chatelier estabelece que a posio do equilbrio varia no sentido de aliviar a
carga imposta. Isto significa que se adicionado calor em um sistema qumico em equilbrio, a
posio deste ir variar de modo que uma parte da energia trmica adicionada ao sistema possa ser
utilizada. Assim, se adicionado calor ao sistema mencionado, a posio do equilbrio deslocada
para a direita (favorecendo a reao endotrmica), o que significa que o valor da constante aumenta.
O efeito da temperatura sobre a constante de equilbrio ilustrado na figura a seguir.
57
k 2 HREAO T2 T1
0
ln =
k1 R T1 . T2
Se k1 conhecido, possvel a determinao de k2.
1. Clculo do H da reao:
Espcie qumica Hformao (Kcal/mol)
CaCO3 -288,45
+2
Ca -129,77
2
CO 3 -161,63
Hreao = [(-129,77) + (-161,63) - (-288,45)] = -2,95 Kcal
2. Determinao de k a 10C
H reao (T2 T1 )
log k10C = + log k 25C
2,303 R T1 T2
2950(283 298)
log k10C = + log10 8,34
(2,303)(1,98)(283)(298)
k10C =10 8, 22
58
SO2 + H2O2 SO3. Se entrar H2S o processo pra por envenenamento do V2O5. Em
V O
2 5
2.4.4. Presso
Aumentando-se a presso, diminuem-se as distncias, possibilitando a ocorrncia de
maior nmero de colises.
Segundo Arrhenius, todos cidos, sais e bases se dissociam formando ons quando
em soluo aquosa. Ele observou tambm que solues equivalentes de compostos diferentes
variam grandemente na condutividade, isto , no seu grau de ionizao.
+
H Ac H + Ac
+
=
H . Ac = 1,75 x 5(25! C ) pK = 4,7
K A [HAc ] 10 A
+ O
+
+
=
[ NH ][OH ] = 1,75 x 10
+
4
5
(25! ) pKb = 4,7
NH H NH OH K
3 2 4 b
[ NH ] 3
a.3. Outros
- gs sulfdrico
K=H
+ 13
H S H + HS !
2 1 1
H S
2
HOCl
+
+
=
[H ] . [OCl ] = 2,7 x 10
+
8
pK A = 7,5
H OCl K A
[HOCl ]
O cido hipocloroso (HOCl) o agente desinfetante que resulta da aplicao do
cloro puro na gua. Este equilbrio importante, porque o poder de desinfeco do on hipoclorito
(OCl-) menor que o do cido hipocloroso no dissociado.
- Carbonatos e bicarbonatos
[CO ]
4
CO 3
+ H 2 O HCO 3 + OH K = 1
3
2
!
1
3
H 2 CO 3 OH
[ ]
( )
HCO + H 3 2
O H 2 CO + OH
3 K 2= [HCO ]
= 2,3 x108 25! C pK 2 = 7,6
3
Quando uma base forte titulada com um cido forte, o pH inicial da base muito
alto, geralmente na faixa entre 12 e 13. A medida que o cido vai sendo adicionado, o pH varia
muito pouco no comeo, caindo lentamente at 10. A partir da, o pH cai muito rapidamente at um
valor em torno de 4,0; a partir da a variao torna-se novamente lenta e gradual. O comportamento
inverso pode ser percebido na titulao de cidos fortes (ver figura a seguir).
d) ons complexos
Importncia: Este efeito utilizado na anlise da DQO em que se adiciona sulfato de mercrio para
eliminar interferncia de ons cloreto.
A constante de equilbrio neste caso chamada constante de estabilidade e o on Cl-,
ligante. Exemplos de ligantes: H+, OH-, CO32 , NH3, F-, CN-, S2 O3
e) Produto de solubilidade
Todos os slidos so solveis em algum grau. Por exemplo, cloreto de prata, AgCl, e
sulfato de brio, BaSO4, so considerados pouco solveis. Contudo, em contato com a gua eles se
dissolvem, numa certa extenso, de acordo com os equilbrios:
K=
[ ] . [Cl ]
Ag
+
K=
[ Ba ] . [SO ]
+2 2
4
[AgCl] [BaSO ] 4
[Na+] = 0,008M
[Cl-] = 0,008M
[Ag+] = 0,01M
[ NO3 ] = 0,01M
Ag+ + Cl- AgCl [Ag+].[Cl-]=0,01x0,008=8x10-5>Kps=3,0x10-10precipitar AgCl.
f) Efeito do on comum
Consideremos uma soluo saturada de BaSO4
[ Ba +2 ] = [ SO42 ] = 105 M ( 20! C )
Adicionando-se cloreto de brio, a concentrao de Ba+2 aumentar e a concentrao
de sulfato dever diminuir para que o Kps permanea constante, e a quantidade de BaSO4
precipitado aumentar.
4. Determinar as porcentagens de H2S liberadas a 25oC para pH variando de 10 a 14. Dado: H2S =
H+ + HS- (K = 1,3x10-13) (25oC)
Resposta:
pH 10 11 12 13 14
% H2S 99,9 98,7 88,5 43,5 7,1
65
3. Referncias Bibliogrficas
1. As concentraes ativas dos ons K, NO3, Na e CO3, presentes em uma soluo 0,005M de
KNO3 e 0,015M de Na2CO3 so, respectivamente:
2. Para que uma reao seja de 2 ordem, preciso que se obtenha uma reta ao lanar-se em
grfico os resultados de:
a) Concentrao X tempo
b) Logaritmo da concentrao X tempo
c) Inverso da concentrao X tempo
d) Concentrao ao quadrado X tempo
e) n.d.a.
3. Se a constante da velocidade de uma reao tem por dimenso tempo-1, significa que a reao
de:
a) ordem zero
b) primeira ordem
c) segunda ordem
d) ordem fracionria
e) n.d.a.
4. Um resduo apresenta uma taxa de decomposio igual a 0,08 d-1 (base e), a 20oC. Quanto
tempo levaria para ocorrer a decomposio de 80% deste resduo, a 20oC?
a) 2,6
b) 4,9
c) 7,7
d) 12,6
e) 20,1
Tempo (dias) 1 2 3 4 5
Conc. (mg/L) 90,5 81,9 74,1 67,0 60,7
a) 99,92
b) 99,89
c) 99,84
d) 99,80
e) 99,76
10. O equilbrio da amnia na gua pode ser representado pela seguinte equao qumica:
NH3 + H2O NH4+ + OH- K=1,75.10-5 (25oC)
As porcentagens de NH3 quando o pH for 6,5 e 12,5, a 25oC sero, respectivamente:
a) 0,18 e 99,94
b) 10,16 e 89,76
c) 21,27 e 79,33
d) 36,88 e 64,77
e) 44,14 e 60,08
68
a) 2,99
b) 3,72
c) 4,21
d) 5,36
e) 7,42
Elevando-se o pH da gua de 10,0 para 12,5 a reduo na liberao de H2S ser de:
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
A
B
C
D
E
Valor 0.8 0.8 0.8 0.8 0.8 1.0 0.8 0.8 1.0 0.8 0.8 0.8
69
AULA 3
REVISO DE QUMICA: FUNDAMENTOS DE QUMICA
COLOIDAL E DE ELETROQUMICA APLICADOS AOS ESTUDOS
DE CONTROLE DA QUALIDADE DAS GUAS
1. Consideraes iniciais
Quanto mais se reduz o tamanho de uma partcula, mais se aumenta a relao rea
superficial/volume. Um cubo de 6 cm de aresta possui rea superficial de 6 cm2 e volume de 1 cm3.
Se fracionarmo-lo em pequenos cubculos de 1m de aresta, a rea superficial total aumentada
para 600 m2, enquanto que o volume total se mantm em 1 cm3. As partculas em estado coloidal
so suficientemente pequenas de forma a possuir relao rea superficial/volume bastante elevada,
isto , estas partculas manifestam grandes reas expostas ao meio onde se inserem, podendo
intercambiar com ele, gerando o que se conhece pelos chamados fenmenos de superfcie.
2.2.5. Dilise
Existem dois principais fatores que dificultam a aglutinao das partculas coloidais:
a camada de solvatao e a carga eltrica. A camada de solvatao uma fina pelcula de gua
fortemente aderida partcula coloidal. A afinidade dessas partculas pela gua resulta da presena
de certos grupos polares como OH, COOH e NH2 em sua superfcie. Os colides que possuem
camada de solvatao so chamados hidrfilos ou hidroflicos e so mais difceis de flocular. Os
colides que no possuem camada de solvatao so chamados hidrfobos e so mais fceis de
flocular, por no possurem esta barreira contrria ao dos agentes empregados para a sua
desestabilizao.
A carga eltrica que se manifesta na superfcie das partculas coloidais chamada
carga eltrica primria. Ela pode ser originada da dissociao de grupos reativos presentes nas
extremidades das molculas contidas na estrutura da micela do colide, ou simplesmente pela
adsoro seletiva de ons dispersos na gua. A carga eltrica primria de colides hidroflicos
resulta principalmente da dissociao de grupos como COOH e NH2, por exemplo, da seguinte
forma:
PROTENA-COOH + H2O = [ PROTENA-COOH ] - + H3O+ (soluo verdadeira)
PROTENA-NH2 + H2O = [ PROTENA-NH3 ]+ + OH- (soluo verdadeira)
Observa-se, atravs dessas reaes de dissociao, que ocorrem efeitos sobre o pH
da gua. A seguinte experincia poderia ser feita em laboratrio: dissolver uma certa quantidade de
protena em um copo contendo gua com pH inicial igual a 7,0. Se o pH aps a dissociao se
reduzir, foi porque havia um saldo de grupamentos carboxlicos em relao ao grupo amina.
Continuando a experincia, adicionando-se agora sucessivamente gotas de uma soluo diluda de
cido clordrico, o valor do pH da gua continuar diminuindo. Com base na lei de Chatelier, ou o
princpio do deslocamento do equilbrio, pode-se imaginar que chegar-se- a um valor de pH em
que a dissociao de grupos amina igualar-se- dos grupos carboxilcos, pois a introduo de
cido no meio inibir esta ltima. Este pH conhecido por ponto isoeltrico da partcula. O inverso
tambm poder ocorrer: adicionar a protena gua e o pH subir. Neste caso ocorreu saldo de
grupos amina e a elevao adicional de pH com hidrxido de sdio levar ao ponto isoeltrico dessa
partcula. O conceito de ponto isoeltrico importante nos estudos de coagulao e floculao,
demonstrando claramente a importncia do pH da gua nestes fenmenos sequenciais. O ponto
isoeltrico da partcula um valor de pH bastante favorvel para a aplicao de agentes
coagulantes, por reduzir as barreiras eletrostticas. Alguns efluentes industriais floculam em alguns
casos mediante apenas a variao de pH, notadamente efluentes contendo metais e que so
alcalinizados durante o tratamento.
medida que a partcula coloidal manifesta sua carga primria, passa em seguida a
atrair contra-ons, formando um campo eletrosttico ao redor do ncleo da partcula e de sinal
contrrio ao da carga primria. Quanto mais prximo o contra-on estiver da superfcie da partcula,
maior a fora de atrao. Assim, forma-se uma primeira camada de contra-ons que, na teoria da
dupla camada de Stern, chama-se camada compacta. Os ons mais afastados so atrados mais
fracamente, e a camada que se inicia aps o final da camada compacta e se estende at o meio
neutro, onde a fora de atrao pela partcula praticamente zero, chama-se camada difusa. esta
configurao que faz com que, quando se colocam duas partculas coloidais de mesmo sinal
prximas entre si, ocorra a interao entre os campos eletrostticos que se formam ao redor de cada
uma, resultando em foras de repulso que impedem a coagulao.
Quando a partcula coloidal submetida a uma diferena de potencial, ela migra para
o polo de sinal contrrio sua carga primria. Os contra-ons que se encontram na camada
compacta esto fortemente atrados partcula e so capazes de migrarem junto com ela. Mas os
que esto na camada difusa, nem todos possuem esta capacidade. Pode-se imaginar um plano no
interior da camada difusa que corresponde ao limite desta capacidade de acompanhamento da
partcula, isto , as cargas que esto at este plano so capazes de acompanhar a partcula e as que
esto fora no. Este plano chamado de plano de cisalhamento. O potencial mximo de repulso
eletrosttica ocorre exatamente na superfcie da partcula; ele que tem que ser neutralizado para a
desestabilizao da partcula, mas muito difcil de ser medido. O que pode ser medido o
potencial manifestado no plano de cisalhamento, que o chamado potencial zeta, isto porque o
potencial zeta corresponde ao potencial das cargas que esto dentro do plano de cisalhamento e
pode ser medido por eletroforese, uma vez que estas cargas migraro com a partcula para o polo de
sinal contrrio. Certamente este potencial zeta menor que o total, mas por poder ser medido mais
facilmente, serve de referncia para as intervenes nas estaes de tratamento de gua, como o
estabelecimento das dosagens de coagulantes. O potencial zeta dado por:
Z = 4dq / D , onde:
q= carga da partcula
d = espessura da zona de influncia da carga da partcula
D = constante dieltrica do lquido
concentrada. Dois efeitos que resultam em coagulao podem ocorrer: medida que a suspenso
coloidal torna-se mais concentrada, aumenta-se a oportunidade para um contato mais efetivo entre
as partculas. Ao mesmo tempo, a concentrao de eletrlitos aumenta, resultando em um
decrscimo na espessura da camada difusa; mas tambm invivel economicamente para as
aplicaes em saneamento.
A precipitao mtua tambm um mecanismo de coagulao no utilizado em
saneamento devido aos grandes volumes de gua a serem tratados. Ocorre quando colides de
cargas opostas so misturados. Se forem adicionados em quantidades equivalentes em termos de
cargas eletrostticas, a coagulao ocorre quase que completamente. Os colides carregados
positivamente que resultam das adies de sais de alumnio ou ferro trivalentes podem, de certa
forma, agir desta maneira e remover os colides carregados negativamente.
formao de flocos grandes e densos contendo ramificaes que promovem entrelaamentos entre
os flocos formando estruturas maiores e mais pesadas. Nas estaes de tratamento de gua a etapa
de floculao chamada de mistura lenta. Os floculadores hidrulicos so tanques com chicanas
onde o grau de mistura controlado pelo espaamento entre elas produzindo perda de carga
adequada. Nos floculadores mecnicos, os tanques so munidos de turbina sendo o grau de mistura
comandado pela potncia do motor.
O principal parmetro de controle da energia para mistura o chamado gradiente de
velocidade, que est associado variao da velocidade do escoamento, ponto a ponto, segundo
uma direo perpendicular a ele. Expressando-se matematicamente, G = dv/dy , sendo v a
velocidade e y o eixo perpendicular ao escoamento. A dimenso do gradiente de velocidade 1 /
tempo e normalmente expresso em s-1.
Nos estudos de floculao, alm do gradiente de velocidade, o tempo de mistura tem
influncia decisiva nos resultados. Por isso criou-se o nmero de Camp, o adimensional igual a Gxt
cujos valores so utilizados na interpretao da adequao do grau de mistura a ser imposto no
tanque de floculao.
Alm da energia para a mistura, a floculao influenciada pelas caractersticas
fsicas e qumicas da gua como o pH, a alcalinidade, a temperatura e a distribuio de partculas.
Neste ltimo caso, importante a presena de partculas maiores, slidos em suspenso, que atuem
como ncleos para a formao de flocos grandes e densos.
Cada mg/L de sulfato de alumnio requer 0,33 g de Ca(OH)2 (ou 0,25 mg/L CaO),
eleva a dureza permanente em 0,45 mg/L.
2.9 Questionrio
3. Fundamentos de Eletroqumica
Equao de Nernst:
Quando dois eletrodos diferentes se combinam, forma-se uma pilha eletroltica cuja
fora eletromotriz dada por:
Exemplo 1: Quando combinamos um eletrodo padro de cobre com outro de ferro, ocorre a seguinte
reao:
Cu+2 + Fe = Cu + Fe+2
Qual o sentido da reao espontnea?
Exemplo 2: Qual o potencial de oxidao para a meia pilha Pb = Pb++ + 2e, quando a concentrao
de Pb++ for igual a 0,001 M? Dado Eo = + 0,126 V.
Exemplo 3: Qual o potencial desenvolvido por uma pilha eletroltica formada com Zn / Zn++ (0,01
M) e Cu / Cu++ (0,1 M)? Qual ser a reao produzida? Dados: Eo (Zn) = + 0,763 V e Eo (Cu ) = -
0,337 V
Eletrodo de Zinco:
E = 0,763 - ( 0,0591 / 2 ) . Log 10-2 = 0,822 V
Eletrodo de Cobre:
E = - 0,337 - ( 0,0591 / 2 ) . Log 10-1 = - 0,307 V
Para que a FEM da pilha seja positiva, o zinco dever sofrer oxidao e o cobre
reduo.
Caso se deseje que a reao ocorra no sentido contrrio, deve-se aplicar uma
diferena de potencial externa superior a 1,129 V, de maneira a neutralizar o potencial da pilha e
inverter o sentido de funcionamento, constituindo uma clula eletroltica.
Reaes:
Fe = Fe+2 + 2e- (anodo)
H2O + O2 + 2e- = 2OH-
Ferrugem:
Fe+2 + 2 OH- = Fe(OH)2
2Fe(OH)2 + O2 + H2O = 2Fe(OH)3 = Fe2O3
2 H+ + 2e- = H2
O potencial de eletrodo dado por:
E = Eo - ( 0,059 / 2 ) . Log [ H+] / pH2
83
Exemplo: Um reservatrio de cobre contendo uma soluo 0,2 M de CuSO4 a pH 6,7, em equilbrio
com o ar atmosfrico poder ser corrodo? Dado pO2 = 0,2 atm.
3.4 Questionrio
1. Explicar o que se entende por potencial de eletrodo.
2. Conceituar corroso.
3. Explicar o mecanismo da formao da ferrugem.
4. Que substncias podem ser encontradas na gua, no ar e no solo e que tornam esses meios
corrosivos?
5. Que principais grupos de medidas podem ser tomadas para a atenuao de processo corrosivo
de determinado material?
6. Que tipo de proteo contra a corroso pode ser dada a uma tubulao de ferro ao atravessar sob
uma via ferroviria? Explicar.
7. Calcular a fora eletro-motriz que se desenvolve ao se construir uma pilha com Sn / Sn++ (0,05
M) e Cu / Cu++ (0,2 M)?
8. A que valor de pH deve ser mantido um reservatrio de cobre contendo soluo 0,3 M de
CuSO4 em equilbrio com o ar atmosfrico para que no seja corrodo?
4. Referncias Bibliogrficas
4. Coagulao e floculao:
a) So sinnimos
b) So fenmenos de significados contrrios
c) So fenmenos independentes entre si
d) So fenmenos seqenciais
e) n.d.a.
6. Quando se imerge um metal em uma soluo aquosa contendo ons desse metal, ocorre:
a) A manifestao de uma diferena de potencial
b) Corroso do metal
c) A alterao do estado de oxidao do metal em soluo
d) A precipitao dos ons metlicos da soluo sobre o metal introduzido.
e) n.d.a.
7. Quando combinamos um eletrodo padro de chumbo e outro de zinco, ocorre a seguinte reao:
Pb+2 + Zno Pbo + Zn+2
Zno = Zn+2 + 2e- ( + 0,736 V)
Pbo = Pb+2 + 2e- ( + 0,126 V)
87
N 1 2 3 4 5 6 7
A
B
C
D
E
Valor 1.5 1.5 1.5 1.5 1.5 1.5 1.0
88
AULA 4
REVISO DE QUMICA: CONCEITOS DE QUMICA ORGNICA
APLICADOS AOS ESTUDOS DE CONTROLE DA QUALIDADE
DAS GUAS
1. Caractersticas fundamentais
A qumica orgnica a parte da qumica dedicada ao estudo dos compostos de
carbono. Originou-se em 1685 quando se compreendia que os compostos orgnicos eram derivados
apenas de seres vivos, plantas e animais. Este pensamento se verificou at 1828 quando ocorreu
acidentalmente a primeira sntese de composto orgnico. Aps o advento da qumica orgnica
moderna, muitos compostos puderam ser produzidos atravs de reaes qumicas, sendo que hoje
so conhecidos mais de um milho de compostos orgnicos diferentes.
Os compostos orgnicos contm carbono ligado a outros elementos. Os
hidrocarbonetos contm apenas carbono e hidrognio, e muitos outros compostos possuem apenas
carbono, hidrognio e oxignio. Em compostos orgnicos naturais, o carbono associa-se a
nitrognio, fsforo e enxofre. Os compostos orgnicos sintticos contm carbono associado a
halognios (cloro, flor, bromo e iodo) ou a certos metais e diversos outros elementos.
Os compostos orgnicos so diferentes dos inorgnicos sob diversos aspectos, que
podem ser sintetizados pelas seguintes principais propriedades:
peso molecular: os compostos orgnicos possuem pesos moleculares elevados
combusto: muitos compostos orgnicos so combustveis
pontos de fuso e ebulio: os compostos orgnicos possuem baixos pontos de fuso e de ebulio
solubilidade: os compostos orgnicos so pouco solveis em gua
Isomeria: diversos compostos orgnicos diferentes podem apresentar a mesma frmula qumica
reaes: os compostos orgnicos apresentam reaes moleculares geralmente de baixa
velocidade
energia: os compostos orgnicos apresentam em geral elevado nvel energtico, servindo como
nutrientes para bactrias e outros organismos.
Os compostos orgnicos podem ser naturais, como por exemplo leos minerais e
vegetais, acares, celulose, etc, podem ser obtidos em processos fermentativos como os lcoois ou
por sntese, de onde se origina uma variedade muito grande de compostos.
O carbono tetravalente apresenta a singular propriedade de formar cadeias atravs de
ligaes covalentes. Estas cadeias podem ser abertas com ou sem ramificaes, ou fechadas. Estas
cadeias, compostas fundamentalmente por tomos de carbono, podem conter outros elementos,
como o caso freqente do nitrognio.
Exemplos:
90
Exemplos:
H H
H3C C C CH3
H H
isobutano:
H
H3C C CH3
CH3
92
n-pentano:
H H H
H3C C C C CH3
H H H
isopentano:
H H
H3C C C CH3
H CH3
H
|
HC ou CH3 = metil
|
H
H H
| |
HC C ou H3C CH2 = etil
| |
H H
93
Reaes Qumicas
O nome de todos os compostos desta srie termina com o sufixo eno. So, por isso,
tambm chamados de alcenos ou oleofinas. O etileno, o propileno e o butileno so formados em
grande parte durante o fracionamento do petrleo. Os compostos alifticos que possuem duas
ligaes duplas so chamados de dioleofinas e os que contm mais de duas so chamados de
polienos.
A srie dos alcinos, por sua vez, caracterizada pela presena de uma tripla ligao
em sua cadeia carbnica. Aparecem em efluentes industriais, como os da indstria de borracha
sinttica. Exemplo: HCCH
2.1.2. lcoois
Formam-se a partir da oxidao de hidrocarbonetos.
Exemplos:
- lcool metlico ou metanol: CH4 + O2 H3C-OH
- lcool proplico ou propanol: H3C-CH2-CH3+ O2 H3C-CH2-CH2OH
A qumica dos lcoois decorrente da presena do grupamento OH, podendo ser
genericamente designados por R-OH, seno que R representa um radical orgnico, metil, etil, propil,
etc.
Os lcoois so classificados em primrios, quando o grupo OH est ligado a um
carbono de extremidade da molcula; secundrios, quando o grupo OH est ligado a outros dois e,
tercirios, quando o grupo OH est ligado a um carbono ligado a outros trs.
95
Exemplos:
- lcool primrio:
H
H3C CH2 C OH
H
- lcool secundrio:
H
H3C CH2 C CH3
OH
- lcool tercirio:
CH3
H3C C CH3
OH
enzima
Amido + H2O maltose
de malte
enzima
C12H22O11 + H2O 2 glucose
(maltose) de centeio
fermentao
C6H12O6 2 CO2 + 2 C2H5OH
Nomenclatura
Os lcoois so designados pelo sufixo ol:
96
CH3
\
b.) Oxidao
Na presena de oxidantes fortes ou de microrganismos sob condies aerbias, os lcoois so
rapidamente oxidados:
b.1.) lcoois primrios em aldedos:
OH O
| "
H3C C CH3 + O2 = H2O + H3C C CH3
2 propanol acetona
Propriedades fsicas
2.1.4. steres
So compostos formados a partir de reaes entre cidos e lcoois. Corresponde aos
sais da qumica inorgnica. So geralmente representados por:
2.1.5. teres
3. Exerccios Propostos
1. Diferenciar qumica orgnica e qumica inorgnica. Qual delas possui maior nmero de
compostos conhecidos? Por qu?
2. Classifique os compostos abaixo em orgnicos ou minerais:
H C C C C C CH3
H H H2
OH
b.) H2C = C C CH3
CH3 H
O
"
c.) H3C C O CH3
5. Relacionar:
c.) H C C H
OH
a.) H3C C C CH3
CH3 H2
CH3
b.) H3C C C C = O
CH3 H2 H
O H CH3
"
c.) H3C C C C CH3
CH3 H H2
H
d.) H3C- C C C C = O
H2 H2 CH2 OH
CH3
103
O
"
e.) H3C C C O C CH3
H2
9. Reconhecer as funes:
a.) R OH
O
"
b.) R C OH
O
"
c.) R C O R1
O
"
d.) R C R1
O
"
e.) R C H
f.) R O R1
O
"
g.) R C OH
10 Completar:
b.) Hidrocarbonetos com cadeia aliftica insaturada com dupla ligao pertencem classe dos
________________________________________.
c.) Hidrocarbonetos com cadeia aliftica insaturada com tripla ligao pertencem classe dos
________________________________________.
e.) Hidrocarbonetos com cadeia alicclica com uma dupla ligao pertencem classe dos
__________________________________________________.
4. Referncias Bibliogrficas
1. GENDA, A., Qumica Orgnica Conceitos Bsicos. Apostila do Curso de Sade Pblica
para Engenheiros. Faculdade de Sade Pblica, 1972.
H C - C OH
HNH
4) (OSEC-SP) Qual das reaes abaixo pode ser classificada como de esterificao?
5) (FUVEST-SP) Um composto orgnico com a frmula molecular C3H2OH deve ser classificado
como:
a) cido
b) lcool
c) Aldedo
d) Base
e) Fenol
6) (FUVEST-SP) Um composto orgnico com a frmula molecular C3H7OH deve ser classificado
como:
a) cido
b) lcool
c) Aldedo
d) Base
e) Fenol
106
CH3
a) cido carboxlico
b) Aldedo
c) ter
d) Fenol
e) Cetona
O CH3
Indica:
a) metilacetato de propilo
b) propanoato de isopropilo
c) etilisopropilcetona
d) oxopropano oxiiso propano
e) n.d.a.
a) C3 H6O
b) C4H8O
c) C4 H8O2
d) C5H10O
e) C5H10O2
H2 H2 H2
107
10) (PUC-SP) O cido monocarboxlico, de massa molecular igual a 88 e que apresenta cadeia
acclica ramificada o :
a) Butanico
b) Metilpropanico
c) Benzico
d) Pentanico
e) 2metilbutanico
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A
B
C
D
E
Valor 0.9 0.9 0.9 0.9 0.9 0.9 1.0 0.9 0.9 0.9 0.9
108
AULA 5
CARACTERSTICAS FSICAS DAS GUAS: COR, TURBIDEZ,
SLIDOS, TEMPERATURA, SABOR E ODOR
1. Introduo
Os principais parmetros utilizados para caracterizar fisicamente as guas naturais
so a cor, a turbidez, os nveis de slidos em suas diversas fraes, a temperatura, o sabor e o odor.
Embora sejam parmetros fsicos, fornecem indicaes preliminares importantes para a
caracterizao da qualidade qumica da gua como, por exemplo, os nveis de slidos em suspenso
(associados turbidez) e as concentraes de slidos dissolvidos (associados cor), os slidos
orgnicos (volteis) e os slidos minerais (fixos), os compostos que produzem odor, etc..
As suas aplicaes nos estudos e fenmenos que ocorrem nos ecossistemas aquticos
e de caracterizao e controle de qualidade de guas para abastecimento pblico e residurias,
tornam as caractersticas fsicas indispensveis maioria dos trabalhos envolvendo qualidade de
guas.
organismos aquticos. Embora existam tcnicas mais especficas para a identificao de substncias
txicas na gua, a presena de cor verdadeira na gua pode ser indicadora dessa possibilidade. No
entanto, a no incluso como padro de emisso (artigo n 21 da resoluo n 20 do CONAMA)
permite que determinadas indstrias contem com as diluies sofridas no corpo receptor e no
necessitem de tratamento adicional especfico para a remoo da cor residual de efluentes tratados
por processos biolgicos, por exemplo. Por outro lado, este tratamento fsico-qumico em nvel
tercirio, base do emprego de coagulantes, apresenta custo elevado devido ao grande consumo do
produto e grande produo de lodo a ser desidratado e disposto em aterro.
No controle da qualidade das guas nas estaes de tratamento, a cor um parmetro
fundamental, no s por tratar-se de padro de potabilidade como tambm por ser parmetro
operacional de controle da qualidade da gua bruta, da gua decantada e da gua filtrada, servindo
como base para a determinao das dosagens de produtos qumicos a serem adicionados, dos graus
de mistura, dos tempos de contato e de sedimentao das partculas floculadas. Por serem
parmetros de rpida determinao, a cor e a turbidez so muito teis nos ensaios de floculao das
guas (Jar test) e nos ensaios de sedimentao em colunas e de filtrao em leitos granulares.
Para os problemas de lanamento de efluentes industriais, dever ser levada em
considerao a necessidade de atendimento aos padres de cor do corpo receptor.
A cor das guas tem sido historicamente medida atravs de comparao visual,
empregando-se solues padro de cor e fonte de luz.
Para estudos envolvendo necessidades de medidas com maior grau de preciso, o
mtodo de determinao da cor por espectrofotometria recomendado. Para os controles rotineiros
de estaes de tratamento de gua e em estudos limnolgicos, o uso do comparador visual
bastante razovel.
Neste, a amostra disposta em um tubo de Nessler enquanto que em um outro
adiciona-se gua destilada. Ligando-se a lmpada do aparelho, vai-se observar uma mancha escura
no campo referente amostra, devida absoro de parte da radiao luminosa, enquanto que no
campo da gua destilada a imagem bastante clara. Em seguida, dever ser pesquisada no disco de
cor qual a posio que leva coincidncia entre as manchas. O disco de cor contm uma soluo
slida de cloroplatinato de potssio (K2PtCl6) em cloreto de cobalto (CoCl2), da o nome de mtodo
platina-cobalto. Esta soluo tem uma tonalidade esverdeada, tal como as guas do rio europeu que
era estudado quando o parmetro foi introduzido. Assim, uma gua com cor 5, apresentar
sombreamento semelhante ao produzido pela gua destilada quando se posiciona sobre ela o disco
na posio 5, que contm a soluo com 5 mg/L de platina.
Quando os valores da cor so muito elevados, como o caso de efluentes industriais,
devem ser preparadas diluies prvias da amostra at reduzir a cor abaixo do alcance do disco;
mas, para este caso, o mtodo espectrofotomtrico mais recomendado.
Deve ser observado que este mtodo de comparao visual de certa forma
subjetivo, dependendo da sensibilidade do operador. Alm disso, as diversas guas apresentam
coloraes muito diferentes da soluo de cloroplatinato, dificultando a comparao.
Quanto ao resultado da cor, cinco unidades de cor ou 5 UC representa o mesmo que
5 mg/L Pt, ou 5 uHazen.
importante fornecer o pH da amostra quando se utiliza este mtodo para a
avaliao da cor de guas naturais, no sendo apropriado para guas contaminadas por resduos
industriais.
111
A cor pode ser determinada por espectrofotometria visvel, quando esta propriedade
expressa pelo comprimento de onda () dominante na transmisso da luz em um equipamento
apropriado a tais medidas (espectrofotmetro). Dessa forma, cobre-se todo o espectro luminoso e
no apenas tons amarelos e marrons.
guas naturais possuem intensidade de cor que varia entre 0 e 200 unidades pois,
acima disso, j seriam guas de brejo e pntano com elevada concentrao de matria orgnica
dissolvida. Colorao abaixo de 10 unidades quase no perceptvel. No Brasil, aceita-se para gua
bruta, isto , antes do seu tratamento e distribuio em sistemas urbanos, valores de at 75 unidades
de cor (Resoluo CONAMA n 20, de 18/06/86).
estaes de tratamento de guas. A eroso pode decorrer do mau uso do solo, em que se impede a
fixao da vegetao. Este exemplo mostra tambm o carter sistmico da poluio, ocorrendo
interrelaes ou transferncia de problemas de um ambiente (gua, ar ou solo) para outro.
Os esgotos sanitrios e diversos efluentes industriais tambm provocam elevaes na
turbidez das guas. Um exemplo tpico deste fato ocorre em conseqncia das atividades de
minerao, onde os aumentos excessivos de turbidez tm provocado formao de grandes bancos de
lodo em rios e alteraes no ecossistema aqutico.
4. Slidos em guas
4.1. Consideraes iniciais
Em saneamento, slidos nas guas correspondem a toda matria que permanece
como resduo, aps evaporao, secagem ou calcinao da amostra a uma temperatura pr-
estabelecida durante um tempo fixado. Em linhas gerais, as operaes de secagem, calcinao e
filtrao so as que definem as diversas fraes de slidos presentes na gua (slidos totais, em
suspenso, dissolvidos, fixos e volteis). Os mtodos empregados para a determinao de slidos
so gravimtricos (utilizando-se balana analtica ou de preciso), com exceo dos slidos
sedimentveis, cujo mtodo mais comum o volumtrico (uso do cone Imhoff).
a) Slidos totais (ST): Resduo que resta na cpsula aps a evaporao em banho-maria de uma
poro de amostra e sua posterior secagem em estufa a 103-105C at peso constante. Tambm
denominado resduo total.
114
b) Slidos em suspenso (ou slidos suspensos) (SS): a poro dos slidos totais que fica retida
em um filtro que propicia a reteno de partculas de dimetro maior ou igual a 1,2 m.
Tambm denominado resduo no filtrvel (RNF).
c) Slidos Volteis (SV): a poro dos slidos (slidos totais, suspensos ou dissolvidos) que
se perde aps a ignio ou calcinao da amostra a 550-600C, durante uma hora para slidos
totais ou dissolvidos volteis ou 15 minutos para slidos em suspenso volteis, em forno
mufla. Tambm denominado resduo voltil.
d) Slidos Fixos (SF): a poro dos slidos (totais, suspensos ou dissolvidos) que resta aps a
ignio ou calcinao a 550-600C aps uma hora (para slidos totais ou dissolvidos fixos) ou
15 minutos (para slidos em suspenso fixos) em forno-mufla. Tambm denominado resduo
fixo.
e) Slidos Sedimentveis (SSed): a poro dos slidos em suspenso que se sedimenta sob a
ao da gravidade durante um perodo de uma hora, a partir de um litro de amostra mantida em
repouso em um cone Imhoff.
4.3. Classificao
J
J
115
Nos estudos de controle de poluio das guas naturais e principalmente nos estudos
de caracterizao de esgotos sanitrios e de efluentes industriais, as determinaes dos nveis de
concentrao das diversas fraes de slidos resultam em um quadro geral da distribuio das
partculas com relao ao tamanho (slidos em suspenso e dissolvidos) e com relao natureza
(fixos ou minerais e volteis ou orgnicos). Este quadro no definitivo para se entender o
comportamento da gua em questo, mas constitui-se em uma informao preliminar importante.
Deve ser destacado que, embora a concentrao de slidos volteis seja associada presena de
compostos orgnicos na gua, no propicia qualquer informao sobre a natureza especfica das
diferentes molculas orgnicas eventualmente presentes que, inclusive, iniciam o processo de
volatilizao em temperaturas diferentes, sendo a faixa compreendida entre 550-600C uma faixa
de referncia. Alguns compostos orgnicos volatilizam-se a partir de 250C, enquanto que outros
exigem, por exemplo, temperaturas superiores a 1000C.
No controle operacional de sistemas de tratamento de esgotos, algumas fraes de
slidos assumem grande importncia. Em processos biolgicos aerbios, como os sistemas de lodos
ativados e de lagoas aeradas mecanicamente, bem como em processos anaerbios, as concentraes
de slidos em suspenso volteis nos lodos dos reatores tm sido utilizadas para se estimar a
concentrao de microrganismos decompositores da matria orgnica, isto porque as clulas vivas
so, em ltima anlise, compostos orgnicos e esto presentes formando flocos em grandes
quantidades relativamente matria orgnica morta nos tanques de tratamento biolgico de
esgotos. Embora no representem exatamente a frao ativa da biomassa presente, os slidos
volteis tm sido utilizados de forma a atender as necessidades prticas do controle de rotina.
Imagine-se as dificuldades que se teria, se fosse utilizada, por exemplo, a concentrao de DNA
para a identificao da biomassa ativa nos reatores biolgicos!
Algumas fraes de slidos podem ser inter-relacionadas, produzindo informaes
importantes. o caso da relao SSV/SST que representa o grau de mineralizao de lodos. Por
exemplo, determinado lodo biolgico pode ter relao SSV/SST = 0,8 e, depois de sofrer processo
de digesto bioqumica, ter esse valor reduzido abaixo de 0,4.
Os nveis de concentrao de slidos sedimentveis e de slidos em suspenso so
relacionadas entre si, constituindo-se em outro parmetro prtico de grande importncia no controle
operacional dos sistemas de tratamento biolgico de esgotos, conhecido por ndice volumtrico de
lodo (IVL). O IVL representa o volume ocupado por unidade de massa de lodo.
a) Slidos sedimentveis
O cone Imhoff numerado dever ter as suas paredes internas lavadas com gua de
torneira e em seguida dever receber 1,0 litro da amostra homogeneizada que dever permanecer
em repouso. Aps 45 minutos, o cone dever sofrer suave rotao de 360 utilizando-se as duas
mos. Esta operao tem por objetivo promover o desprendimento dos slidos aderidos parede do
cone e no pode ser vigorosa para que no ocorra a re-suspenso de slidos sedimentados. Aps um
tempo de 60 minutos, a leitura final poder ser realizada (posio da interface lodo/lquido
sobrenadante), anotando-se o resultado em mL/L. No fluxograma a seguir so resumidas as
principais operaes:
Nestes casos, apenas processos especiais de tratamento apresentam boa capacidade de remoo.
Dentre estes processos, destacam-se aqueles que tm como princpio os fenmenos de adsoro,
troca-inica, precipitao qumica e osmose reversa.
Nas estaes de tratamento de esgotos sanitrios e de efluentes industriais
predominantemente orgnicos, ocorrem redues nas concentraes de slidos volteis dos
despejos que so tratados por processos biolgicos.
5. Temperatura
A temperatura uma condio ambiental muito importante em diversos estudos
relacionados ao monitoramento da qualidade de guas. Sob o aspecto referente biota aqutica, a
maior parte dos organismos possui faixas de temperatura "timas" para a sua reproduo. Por um
lado, o aumento da temperatura provoca o aumento da velocidade das reaes, em particular as de
natureza bioqumica de decomposio de compostos orgnicos. Por outro lado, diminui a
solubilidade de gases dissolvidos na gua, em particular o oxignio, base para a decomposio
aerbia. Estes dois fatores se superpem, fazendo com que nos meses quentes de vero os nveis de
oxignio dissolvido nas guas poludas sejam mnimos, freqentemente provocando mortandade de
peixes e, em casos extremos, exalao de maus odores devido ao esgotamento total do oxignio e
conseqente decomposio anaerbia dos compostos orgnicos sulfatados, produzindo o gs
sulfdrico, H2S. Desta forma, a definio da temperatura de trabalho nos estudos de autodepurao
natural faz-se necessria para a correo das taxas de desoxigenao e de reaerao, normalmente
obtidas para a temperatura de referncia de 20C.
No campo do tratamento biolgico de esgotos, as temperaturas mais elevadas
registradas nos pases do hemisfrio sul levam a comportamentos diferentes dos registrados em
sistemas existentes no hemisfrio norte. Os modernos reatores utilizados no tratamento anaerbio
de efluentes industriais podem, no Brasil, operar temperatura ambiente, enquanto que na Europa
necessitam de controle a 35C. Os sistemas de lagoas de estabilizao so tambm bastante
favorecidos por este aspecto. At mesmo entre as diferentes regies do territrio brasileiro, as
cargas orgnicas admissveis nos sistemas de lagoas variam de acordo com as temperaturas mdias
registradas. No nordeste e centroeste, por exemplo, as cargas aplicveis so maiores do que na
regio sudeste.
Os processos fsico-qumicos em que ocorre equilbrio, como por exemplo a
dissociao do cloro e os processos de precipitao qumica, so tambm dependentes da
temperatura, mas o efeito no to significativo como nos processos biolgicos.
A temperatura da gua normalmente superior temperatura do ar, uma vez que o
calor especfico da gua bem maior do que o do ar.
Devido s importantes influncias da temperatura sobre a configurao dos
ambientes aquticos, normalmente este parmetro includo nas legislaes referentes ao controle
da poluio das guas. No Estado de So Paulo, imposto como padro de emisso de efluentes a
temperatura mxima de 40oC, lanados tanto na rede pblica coletora de esgotos como diretamente
nas guas naturais. Alm disso, nestas ltimas no poder ocorrer variao superior a 3oC com
relao temperatura de equilbrio. Isto importante para efluentes industriais produzidos a quente,
como os de tinturarias, galvanoplastias, indstrias de celulose, etc.
A temperatura das guas medida de maneira bastante simples atravs de
termmetros de mercrio. A temperatura do ar, varivel controlada em diversos estudos ambientais,
pode tambm ser medida atravs dos termmetros de mximas e mnimas, que registram as
temperaturas limites durante determinado perodo, por exemplo, 24 horas.
120
6. Sabor e odor
A gua pura no produz sensao de odor ou sabor nos sentidos humanos. Uma das
principais fontes de odor nas guas naturais a decomposio biolgica da matria orgnica. No
meio anaerbio, isto , no lodo de fundo de rios e de represas e, em situaes crticas, em toda a
massa lquida, ocorre a formao do gs sulfdrico, H2S, que apresenta odor tpico de ovo podre, de
mercaptanas e amnia, esta ltima ocorrendo tambm em meio aerbio. guas eutrofizadas, isto ,
guas em que ocorre a florao excessiva de algas devido presena de grandes concentraes de
nutrientes liberados de compostos orgnicos biodegradados, podem tambm manifestar sabor e
odor. Sabe-se que certos gneros de algas cianofceas (algas azuis, resistentes s condies de
severa poluio) produzem compostos odorficos, em alguns casos at mesmo txicos. , por
exemplo, o problema cclico que ocorre em So Paulo na Represa do Guarapiranga, manancial que
recebe esgotos e abastece parte da regio metropolitana. Vrios episdios tm ocorrido, sendo que
h alguns anos uma florao de Anabaena provocou odor semelhante ao do BHC, sendo que a
Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo-SABESP, encontrou grandes
dificuldades para contornar o problema na fase de captao, onde foram testados diversos algicidas,
e na fase do tratamento (emprego de adsoro em carvo ativado).
Outra fonte que causa problemas de sabor e odor nas guas para abastecimento
pblico refere-se presena de fenis. Esses compostos, mesmo quando presentes em quantidades
diminutas (o padro de potabilidade no Brasil de 0,1g/L, a ttulo de recomendao), reagem com
o cloro residual livre formando clorofenis que apresentam odor caracterstico e intenso.
Alm destas fontes principais, existe ainda o gosto na gua proveniente de metais,
acidez ou alcalinidade pronunciadas, cloreto (sabor salgado), etc..
Na legislao brasileira aparece apenas a designao no objetvel para sabor e
odor, o que representa certa subjetividade. A legislao paulista talvez rigorosa demais,
condenando a presena de qualquer tipo de odor seno o de cloro. Nos Estados Unidos utilizada a
tcnica do odor limite para quantificar o problema, que consiste em proceder-se a diluies da
amostra at que o odor no seja mais detectado. Se, por exemplo, apenas com diluies superiores a
1:5 os odores no podem mais ser percebidos, diz-se que aquela amostra de gua apresenta odor
limite 5. bvio que uma tcnica que tambm envolve subjetividade e imprecises, mas uma
maneira de se aproximar melhor questo, que pode ser interessante em diversos estudos. Para uma
identificao precisa das concentraes dos compostos aromticos presentes na gua, tcnicas
analticas sofisticadas como a cromatografia gasosa ou cromatografia/ espectrometria de massa
podem ser necessrias.
A adsoro em carvo ativado granular ou em p a tcnica mais empregada e
eficiente no controle de odor. Em casos particulares, como no importante problema da liberao de
H2S de processos anaerbios, perceptvel pelo olfato humano em concentraes da ordem de apenas
1 ppb, tcnicas oxidativas empregando-se cloro, perxido de hidrognio e ozonizao, entre outras,
ou tcnicas de precipitao qumica com sais de ferro, podem ser testadas. Essa medida, no entanto,
dever ser bem planejada, devendo ser primeiramente testada em menor escala para a verificao da
eficincia real e para a identificao de problemas operacionais como a descarga de oxidante
residual que possa resultar em efeito txico ao meio.
121
7. Questionrio
Cor: 5 U.C.
Turbidez: 2 UNT
Slidos totais: 350 mg/L
Slidos fixos: 150 mg/L
Slidos volteis: 250 mg/L
Slidos em suspenso totais: 280 mg/L
Slidos em suspenso fixos: 60 mg/L
Slidos em suspenso volteis: 200 mg/L
Slidos dissolvidos totais: 100 mg/L
Slidos dissolvidos fixos: 20 mg/L
Slidos dissolvidos volteis: 80 mg/L
Slidos sedimentveis: 40 mL/L
Comentar sobre a coerncia dos resultados.
16. Qual a diferena entre nefelometria e turbidimetria?
17. Que aspectos podem influenciar na preciso dos resultados da determinao da cor de
amostras de gua atravs do mtodo da comparao visual?
8. Referncias Bibliogrficas
8)Em uma anlise de amostra de lodo de um tanque de aerao de sistema de lodos ativados foram
obtidos os seguintes resultados:
Massa do filtro-membrana aps filtrao de 25 mL do lodo e secagem a 104oC:0,2312 g
Massa do filtro-membrana aps calcinao a 600oC:0,1427 g
10) Das seguintes fraes de slidos, qual constitui padro de emisso de emisso de efluentes nas
guas naturais:
a) Slidos sedimentveis
b) Slidos em suspenso
c) Slidos volteis
d) Slidos totais
e) Slidos dissolvidos
11) Os parmetros cor e turbidez possuem maior utilidade nos controles de:
a) Estaes de tratamento de gua para abastecimento e estaes de tratamento de esgotos
b) Poluio de guas naturais e estaes de tratamento de gua para abastecimento
c) Poluio de guas naturais e estaes de tratamento de esgotos
d) Estaes de tratamento de esgotos e estaes de tratamento de efluentes industriais
e) Poluio de guas subterrneas e estaes de tratamento de efluentes industriais
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
A
B
C
D
E
Valor 0.9 0.9 0.9 0.9 0.9 0.9 0.9 1.0 0.9 0.9 0.9
126
AULA 6
CARACTERSTICAS QUMICAS DAS GUAS:
pH, ACIDEZ, ALCALINIDADE E DUREZA
1. pH
1.1. Conceito
Keq =
[ H ] . [ OH ]
+
[H O]
2
nos corpos receptores (artigo 18 do decreto 8468) e entre 6 e 10 para o lanamento na rede pblica
seguida de estao de tratamento de esgotos (artigo 19-A).
1.3. Determinao de pH
Para a determinao de pH so disponveis os mtodos eletromtrico (eletrodo de pH
ou pH-metro), o mtodo comparativo utilizando-se o papel indicador universal de pH e kits
utilizados em piscinas (indicadores colorimtricos em soluo lquida).
O mtodo eletromtrico mais preciso e portanto mais recomendvel para as
aplicaes em laboratrio e para o controle dos sistemas de uma maneira geral. Para algumas
condies de campo em que no exigida grande preciso, o papel indicador de pH pode ser
utilizado para estimativas preliminares.
O pH-metro consiste em um potencimetro, um eletrodo de vidro, um eletrodo de
referncia e um dispositivo de compensao de temperatura. Quando os eletrodos so imersos na
soluo, um circuito formado atravs do potencimetro. O eletrodo de referncia consiste em uma
semi-clula que gera um potencial de eletrodo constante. Geralmente so utilizados eletrodos de
prata/cloreto de prata e, em menor escala, cloreto de mercrio (chamado Calomelano). O eletrodo
indicador constitudo por um bulbo de vidro especial (borossilicato de sdio) contendo uma
concentrao fixa de HCl ou uma soluo tampo com pH conhecido em contato com um eletrodo
de referncia interno. Quando se imerge o eletrodo na soluo, a superfcie externa do bulbo se
hidrata, promovendo-se assim a troca de ons sdio com ons H+ da soluo, de modo a formar uma
camada superficial de ons hidrognio. Este fato se associa repulso de nions, como stios de
silicatos negativamente carregados, por exemplo, produzindo um potencial na interface da soluo
(vidro), que funo da atividade dos ons H+ na soluo.
Os pH-metros devem ser calibrados com solues tampo, antes da sua utilizao,
apresentando uma inclinao de 55 a 59 mV/pH em ambas as faixas de calibrao. O bulbo do
eletrodo deve ser sempre bem conservado, mantido imerso em soluo de cloreto de potssio. A
imerso em gua destilada provoca diluio da soluo interna, no sendo procedimento
recomendado Existem pH-metros portteis, que podem ser utilizados em campo, alimentados por
baterias. Alm dos pH-metros de laboratrio, existem os industriais, cujas sondas podem ser
imersas diretamente nos tanques de tratamento, emitindo informaes contnuas em tempo real.
Os indicadores de pH so substncias qumicas que apresentam mudanas bruscas de
colorao em funo da variao do pH do meio. Existem compostos qumicos capazes de cobrir
toda faixa de variao de pH, conforme indicado na Tabela 1:
1.4. Correo de pH
Acidez de uma gua pode ser definida como sua capacidade de reagir
quantitativamente com uma base forte at um valor definido de pH, devido presena de cidos
fortes (cidos minerais: clordrico, sulfrico, ntrico, etc.), cidos fracos (orgnicos: cido actico,
por exemplo, e inorgnicos: cido carbnico, por exemplo) e sais que apresentam carter cido
(sulfato de alumnio, cloreto frrico, cloreto de amnio, por exemplo).
2.2. Fontes de acidez nas guas
O gs carbnico um componente habitual da acidez das guas naturais. Vale
lembrar que o gs carbnico dissolvido na gua representa o cido carbnico, atravs do seguinte
equilbrio qumico:
CO2 + H2O H2CO3
Portanto, embora o gs carbnico no chegue a provocar profundas condies de
acidez nas guas, um componente importante por estar sempre presente, mediante sua dissoluo
na gua proveniente da atmosfera, por diferena de presso parcial (Lei de Henry) ou por resultar,
em caso de guas poludas, da decomposio aerbia ou anaerbia da matria orgnica. Isto ocorre
tambm no hipolmnio de lagos estratificados e em guas subterrneas, especialmente aquelas com
nveis reduzidos de carbonatos, pois estes reagem com o gs carbnico formando bicarbonatos. O
131
A alcalinidade das guas associa-se dureza, como ser visto adiante, sendo
responsvel pela precipitao de carbonatos principalmente em sistemas de guas quentes,
provocando a formao de incrustaes.
EXEMPLO: Foram tituladas 04 (quatro) amostras de gua com H2SO4 0,02N. Foram utilizados 100
mL de amostra em cada titulao, tendo-se obtido os seguintes resultados:
136
Soluo:
Clculo das alcalinidades:
MH SO
2 4
alcalinidade(mg / L CaCO3 ) = x 100.000,
VAMOSTRA
onde o nmero 100.000 representa o peso molecular do CaCO3 expresso em mg.
Para MH SO
2 4
= 0,01e V AMOSTRA = 100 mL, pode-se concluir que para a clculo da alcalinidade,
para estas condies, basta multiplicar o resultado da titulao por 10. Assim, tem-se:
4.7. Pseudo-dureza
A pseudo-dureza provocada pela presena de ons sdio, atravs do efeito de on
comum, em guas do mar e em guas salobras.
A titulao feita com EDTA 0,01M sendo que a amostra tem seu pH elevado para
10 atravs da adio de soluo tampo. O indicador metalocrmico o negro de Eriocromo T
(NET), que apresenta viragem de vermelho (vinho) para azul (escuro), quando a reao de
complexao se completa.
O resultado da dureza expresso em mg/L CaCO3, atravs da relao:
5. Questionrio
1) Cite exemplos de aplicao do parmetro pH em:
a) ETAs , b) ETEs e c) Controle da poluio de um lago eutrofizado.
2) Misturando-se quantidades iguais de duas guas, uma com pH = 6,0 e outra com pH = 8,0 , qual
ser o pH resultante?
141
6) Pode uma gua natural conter acidez e alcalinidade ao mesmo tempo? Justifique.
8) O que dureza de uma gua? Qual a principal forma em que a dureza pode ser introduzida em
uma gua natural?
9) Explicar a influncia da dureza no uso de uma gua para abastecimento pblico e industrial.
10) Na determinao dos componentes da alcalinidade de uma amostra de gua, atravs da titulao
de 100 mL de amostra com H2SO4 0,01 mol/L, foram obtidos os seguintes resultados:
pH inicial da amostra: 9,5
volume gasto de cido at pH = 8,3: 6,3 mL
volume gasto de cido at pH = 4,5: 8,4 mL
Calcular as alcalinidades de carbonatos, bicarbonatos e hidrxidos da amostra.
6. Referncias bibliogrficas
1. APHA, AWWA, WEF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 18th
ed. Washington. 1992.
2. CETESB, Legislao Estadual, Controle da Poluio Ambiental. Srie Legislao. So Paulo,
1991.
3. CETESB, Legislao Federal, Controle da Poluio Ambiental. Srie Legislao. So Paulo,
1991.
4. KATO, M. T. Acidez. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do Solo.
Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
5. KATO, M. T. Alcalinidade. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do
Solo. Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
6. KATO, M. T. Dureza. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do Solo.
Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
142
2) Com relao influncia do pH da gua na solubilidade de metais pesados, pode ser dito que:
a) Quanto mais elevado for o pH, os metais pesados so menos solveis e para ocorrer uma
precipitao mais eficiente, deve-se elevar o pH dos efluentes para um valor entre 13 e 14.
b) Os metais pesados so menos solveis em meio alcalino apresentando, cada um,
determinado valor de pH em que se precipitam em maior extenso.
c) Os metais pesados so menos solveis em meio cido, sendo a faixa de pH entre 3 e 5 a
mais recomendada para a precipitao destes.
d) Os metais pesados so menos solveis em valores de pH em torno de 7, devendo-se
neutralizar
e) A solubilidade de metais pesados na gua independente da condio de pH.
3) Com relao influncia do pH sobre a presena da amnia na gua pode ser dito que:
a) Aumentando-se o pH aumenta-se a concentrao de amnia gasosa, que a forma mais
txica para os peixes
b) O aumento do pH leva a umaumento na concentrao do on amnio, que a forma mais
txica para a fauna ictiolgica
c) Diminuindo-se o pH aumenta-se a concentrao de amnia gasosa que a forma mais
txica para a fauna ictiolgica
d) Diminuindo-se o pH aumenta-se a concentrao do on amnio que a forma mais txica
para a afauna ictiolgica.
e) A variao de pH no tem qualquer efeito sobre a ao txica da amnia na gua.
7) Na anlise de uma gua para abastecimento pblico foram obtidos os seguintes resultados:
pH: 6,0
Alcalinidade de bicarbonato:10 mg/L (CaCO3)
Alcalinidade de carbonato: 5 mg/L (CaCO3)
Alcalinidade de hidrxido: 5 mg/L (CaCO3)
Acidez total: 20 mg/L (CaCO3)
Dureza total: 15 mg/L (CaCO3)
Dureza permanente: 15 mg/L (CaCO3)
Clcio: 10 mg/L (Ca)
Magnsio: 5 mg/L (Mg)
a) zero, 85 e 120
b) zero, 50 e 70
c) 50, 70 e zero
d) 85, 120 e zero
e) 70, 85 e zero
10) vantagem do emprego da cal hidratada em relao soda custica no tratamento de efluentes
industriais:
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A
B
C
D
E
Valor 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0
145
AULA 7
NIONS DE INTERESSE EM ESTUDOS DE CONTROLE DE
QUALIDADE DAS GUAS: SULFATO, SULFETO, CLORETO,
CIANETO
1. Sulfato em guas
1.1. Fontes de sulfato nas guas
2
O Sulfato o nion SO4 , um dos mais abundantes ons na natureza. Surge nas
guas subterrneas atravs da dissoluo de solos e rochas, como o gesso (CaSO4) e o sulfato de
magnsio (MgSO4) e pela oxidao de sulfatos (exemplo: pirita, sulfeto de ferro). O enxofre pode
ser encontrado na natureza em quatro estados de oxidao que se transformam entre si:
2 2 2
SO SO4 .
0
S S 3
Nas guas superficiais, ocorre atravs das descargas de esgotos domsticos (por
exemplo, atravs da degradao de protenas) e efluentes industriais (exemplos: efluentes de
indstrias de celulose e papel, qumica, farmacutica,etc.).
Em guas tratadas o sulfato proveniente do emprego de coagulantes como o sulfato
de alumnio, sulfato ferroso, sulfato frrico e caparrosa clorada.
Nas guas para abastecimento pblico, o sulfato deve ser controlado porque provoca
efeitos laxativos, sendo o padro de potabilidade fixado em 400 mg/L pela Portaria 36 do Ministrio
da Sade.
As concentraes de sulfato em guas naturais variam em geral na faixa de 2 a 80
mg/L, embora possam exceder a 1000 mg/L em reas prximas a descargas industriais ou em
regies ridas onde sulfatos minerais, tal como o gesso, esto presentes.
Nas guas para o abastecimento industrial, o sulfato provoca incrustaes em
caldeiras e trocadores de calor.
bastante conhecido o problema da ocorrncia da corroso em coletores de esgoto
de concreto, motivada pela presena de sulfato, conforme a figura:
148
A concentrao de sulfato nas guas pode ser determinada por meio de precipitao
com cloreto de brio, conforme:
BaCl 2 Ba +2 + 2Cl
(meio cido HCl )
Ba + 2 + SO4 2 BaSO4
2. Sulfeto
2.1. Fontes nas guas naturais
A forma inica S-2 est presente em quantidade pouco significativa, menor que 0,5%
do sulfeto dissolvido em pH igual a 12,0 e menor do que 0,05% em pH menor do que 11,0. Sob o
ponto de vista analtico, os sulfetos so divididos em trs categorias:
a) Sulfeto total, incluindo as formas dissolvidas e particuladas;
b) Sulfeto dissolvido, definido como a forma de sulfeto que permanece na gua aps a remoo
atravs de coagulao e floculao com cloreto de alumnio e sedimentao; e
c) Sulfeto de hidrognio no ionizvel: Calculado a partir da concentrao de sulfeto dissolvido,
do pH da amostra e da constante de dissociao do H2S.
Basicamente, existem dois mtodos para a quantificao de sulfeto em guas:
a) Mtodo colorimtrico do azul de metileno, mais utilizado para guas no poludas e com
concentraes de sulfeto inferior a 20 mg/L. Este mtodo baseado na reao do sulfeto com o
cloreto frrico e a dimetil-p-fenilenodiamina, produzindo o azul de metileno. O fosfato de
amnio adicionado para o desenvolvimento da cor e para a remoo da colorao do cloreto
frrico. Para que este mtodo possa ser aplicado, a soluo de sulfeto deve ser padronizada por
titulometria com iodo.
b) Mtodo titulomtrico com iodo, que exato para concentraes de iodo acima de l mg/L, na
ausncia de interferentes e se a perda de H2S for evitada. Este mtodo pode ser evitado, desde
que as interferncias sejam removidas. Baseia-se no fato de que o iodo reage com o sulfeto em
soluo cida, oxidando-o a enxofre.
Inicialmente, antes da realizao da determinao propriamente dita, devem ser
removidas as substncias interferentes como tiossulfato, sulfito e matria orgnica, e o sulfeto deve
ser concentrado. Para isto, faz-se a precipitao do mesmo com acetato de zinco e remove-se o
sobrenadante, que substitudo por gua destilada.
o oxignio na tubulao ou em um tanque, de tal forma que o tempo de contato seja suficiente para
sua dissoluo. Aps este tempo de contato, o esgoto com o oxignio dissolvido conduzido ao
fluxo de esgotos por meio de difusores.
A adio de produtos qumicos outra medida corretiva que pode ser considerada.
Pode-se recorrer tanto oxidao do sulfeto com cloro ou perxido de hidrognio, ou convert-lo
em uma forma no voltil atravs de precipitao qumica com sais metlicos ou atravs da
elevao de pH.
O cloro oxida o sulfeto atravs da reao:
Outro processo de remoo de sulfeto o arraste com ar ou vapor, que pode ser
realizado em colunas de bandejas ou recheadas. A gua residuria entra no sistema pela parte
superior e o vapor ou ar introduzido na parte de baixo, circulando em contra-corrente.
Anteriormente, procede-se acidificao dos despejos para provocar o deslocamento do equilbrio
no sentido de maximizar a quantidade de gs sulfdrico. No tratamento de guas residurias
provenientes de refinarias de petrleo obtm-se cerca de 96 a 100% de eficincia na remoo de
sulfeto atravs deste processo, sendo sua concentrao no despejo tratado inferior a 5 mg/L.
Nos processos de tratamento biolgico aerbio, o sulfeto removido por oxidao
ou por volatilizao.
3. Cloreto em guas
3.1. Fontes nas guas naturais
O cloreto o nion Cl- que se apresenta nas guas subterrneas atravs de solos e
rochas. Nas guas superficiais so fontes importantes as descargas de esgotos sanitrios, sendo que
cada pessoa expele atravs da urina cerca de 6 g de cloreto por dia, o que faz com que os esgotos
apresentem concentraes de cloreto que ultrapassam a 15 mg/L. Diversos so os efluentes
industriais que apresentam concentraes de cloretos elevadas, como os da indstria do petrleo,
algumas indstrias farmacuticas, curtumes, etc. Nas regies costeiras, atravs da chamada intruso
da lngua salina, so encontradas guas com nveis altos de cloreto. Nas guas tratadas, a adio de
154
cloro puro ou em soluo leva a uma elevao do nvel de cloreto, resultante das reaes de
dissociao do cloro na gua.
4. Cianeto
4. 1. Fontes nas guas naturais
O cianeto o nion (CN)- que aparece nas guas naturais devido a descargas de
efluentes industriais, principalmente os provenientes de sees de galvanoplastias. Tambm as
fecularias de mandioca apresentam efluentes contaminados com cianeto. As galvanoplastias so
atividades industriais em que se faz o recobrimento de uma pea metlica por outro metal, para
conferir-lhe proteo contra a corroso ou embelezamento, ou ento para aumentar a resistncia
mecnica. O recobrimento feito geralmente por eletrodeposio, por incurso de corrente eltrica
em um banho. O cianeto um dos eletrlitos comumente presentes nos banhos alcalinos. Embora
muitos esforos tenham sido feitos no campo da Engenharia Qumica para a substituio deste
componente txico, esta ainda a situao encontrada no Brasil.
5. Questionrio
1) Que problemas podem ser advindos das descargas de efluentes industriais com elevadas
concentraes de sulfato no sistema pblico de coleta e tratamento de esgotos?
2) Que tipos de efluentes industriais podem conter cianeto? Que princpios de tratamento podem
ser considerados para a remoo destes constituintes das guas?
3) Que dificuldades podem ser previstas no abastecimento de gua de uma comunidade a partir de
uma fonte em que a gua natural apresenta elevados nveis de cloreto (gua salobra)?
157
4) Comentar sobre a confiabilidade dos resultados das determinaes de DQO usadas no controle
da poluio por matria orgnica em guas marinhas e em efluentes industriais com elevados
nveis de cloreto.
5) Discorrer sobre as tcnicas para o controle de odor devido a sulfeto em sistemas de esgotos
sanitrios.
6. Referncias bibliogrficas
11. APHA, AWWA, WEF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 18th
ed. Washington. 1992.
12. CETESB, Legislao Estadual, Controle da Poluio Ambiental. Srie Legislao. So Paulo,
1991.
13. CETESB, Legislao Federal, Controle da Poluio Ambiental. Srie Legislao. So Paulo,
1991.
14. KATO, M.T. Cloretos. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do Solo.
Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
15. KATO, M.T. Sulfatos. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do Solo.
Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
16. METCALF & EDDY, Wastewater Engineering: Treatment, Disposal, Reuse. 3rd ed. New
York. Mc Graw-Hill Book Company, 1991.
17. MINISTRIO DA SADE, Portaria 36: Padres de Potabilidade. 1990.
18. MORITA, D.M., Sulfetos, em: Caracterizao de guas Residurias. Curso elaborado para a
Companhia de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SABESP. So Paulo. Janeiro,
1996.
19. MORITA, D.M. e PIVELI, R. P., nions de Interesse nos Estudos de Controle da Qualidade
das guas. Em: Caracterizao de guas Residurias. Curso elaborado para a Companhia
de Saneamento Bsico do Estado de So Paulo SABESP. So Paulo. Janeiro, 1996.
20. POVINELLI, J., Notas de aula da disciplina Tcnicas Experimentais em Saneamento
Ambiental, do Curso de Ps-Graduao em Engenharia Hidrulica e Saneamento. Escola
de Engenharia de So Carlos USP, 1979.
21. SAWYER, C.N. & McCARTY, P.L., Chemistry for Environmental Engineers. 4th ed. New
York. Mc Graw-Hill Book Company, 1994.
22. TAKAHASHI, A., Sulfetos em Interceptores de Esgotos: Ocorrncia, Medidas Preventivas e
Corretivas. So Paulo, 1983, 108p. Dissertao (Mestrado) Escola Politcnica USP.
6) Qual dos seguintes processos de tratamento adequado para a remoo de cloreto de guas:
a) Oxidao
b) Coagulao e floculao
c) Precipitao qumica
d) Osmose reversa
e) Centrifugao
8) A concentrao de sulfato em guas para abastecimento pode ser determinada atravs de:
a) Cromatografia gasosa ou turbidimetria
b) Titulometria ou espectrofotometria UV-Visvel
c) Turbidimetria ou espectrofotometria UV-Visvel
d) Titulometria ou espectrofotometria de absoro atmica
e) Turbidimetria ou espectrofotometria de absoro atmica
159
10) A presena excessiva de cloreto em uma amostra de gua traz importante interferncia na
determinao de:
a) Demanda bioqumica de oxignio
b) Demanda qumica de oxignio
c) Carbono orgnico total
d) leos e graxas
e) Fsforo total
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A
B
C
D
E
Valor 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0
160
AULA 8
FERRO, MANGANS E METAIS PESADOS EM GUAS
1. Ferro em guas
1.1. Fontes de ferro nas guas
Basicamente, o ferro pode se apresentar nas guas nos estados de oxidao Fe+2 e
Fe . O on ferroso (Fe+2) mais solvel do que o frrico (Fe+3). Portanto, os inconvenientes que o
+3
ferro traz s guas devem ser atribudos principalmente ao ferro ferroso, que, por ser mais
solvel, mais freqente. Quando se pretende determinar apenas a frao solvel, as amostras de
gua so filtradas antes de serem submetidas determinao da concentrao de ferro. Este
parmetro denominado ferro solvel. tambm comum o uso da expresso ferro coloidal,
pois as partculas de ferro podem apresentar tal comportamento na gua.
funcionamento aceitvel. No entanto, conceito clssico que, por outro lado, a pr-clorao de
guas deve ser evitada, pois, em caso da existncia de certos compostos orgnicos chamados
precursores, o cloro reage com eles formando trihalometanos, associados ao desenvolvimento do
cncer.
atravs de aerao, empregando-se aeradores de cascata, de tabuleiro ou bocais que lanam jatos de
gua para a atmosfera. Em geral a aerao no suficiente para produzir bons resultados,
necessitando-se empregar um oxidante qumico forte, normalmente o hipoclorito de sdio ou outro
composto clorado. O uso de polieletrlitos pode causar uma melhoria na eficincia do processo.
Os metais pesados surgem nas guas naturais devido aos lanamentos de efluentes
industriais tais como os gerados em indstrias extrativistas de metais, indstrias de tintas e
pigmentos e, especialmente, as galvanoplastias, que se espalham em grande nmero nas periferias
das grandes cidades. Alm destas, os metais pesados podem ainda estar presentes em efluentes de
indstrias qumicas, como as de formulao de compostos orgnicos e de elementos e compostos
inorgnicos, indstrias de couros, peles e produtos similares, indstrias do ferro e do ao,
lavanderias e indstria de petrleo.
a) Chumbo
O chumbo est presente no ar, no tabaco, nas bebidas e nos alimentos, nestes
ltimos, naturalmente, por contaminao e na embalagem. Est presente na gua devido s
descargas de efluentes industriais como, por exemplo, os efluentes das indstrias de acumuladores
(baterias), bem como devido ao uso indevido de tintas e tubulaes e acessrios base de chumbo.
Constitui veneno cumulativo, provocando um envenenamento crnico denominado saturnismo, que
consiste em efeito sobre o sistema nervoso central com conseqncias bastante srias.
O chumbo padro de potabilidade, sendo fixado o valor mximo permissvel de
0,05 mg/L pela Portaria 36 do Ministrio da Sade, mesmo valor adotado nos Estados Unidos. No
entanto, naquele pas, estudos esto sendo conduzidos no sentido de reduzir o padro para 0,01
mg/L. tambm padro de emisso de esgotos e de classificao das guas naturais. Nestes, para as
classes mais exigentes os valores estabelecidos so to restritivos quanto os prprios padres de
potabilidade, prevendo-se que o tratamento convencional de gua no remove metais pesados
consideravelmente. Aos peixes, as doses fatais, no geral, variam de 0,1 a 0,4 mg/L, embora, em
condies experimentais, alguns resistam at 10 mg/L. Outros organismos (moluscos, crustceos,
mosquitos quironomdeos e simuldeos, vermes oligoquetos, sanguessugas e insetos tricpteros)
desaparecem aps a morte dos peixes, em concentraes superiores a 0,3 mg/L. A ao sobre os
peixes semelhante do nquel e do zinco.
b) Brio
O brio pode ocorrer naturalmente na gua, na forma de carbonatos em algumas
fontes minerais. Decorre principalmente das atividades industriais e da extrao da bauxita. No
possui efeito cumulativo, sendo que a dose fatal para o homem considerada de 550 a 600 mg.
Provoca efeitos no corao, constrio dos vasos sanguneos elevando a presso arterial e efeitos
sobre o sistema nervoso. O padro de potabilidade 1,0 mg/L (Portaria 36).
Os sais de brio so utilizados industrialmente na elaborao de cores, fogos de
artifcio, fabricao de vidro, inseticidas, etc..
c) Cdmio
O cdmio se apresenta nas guas naturais devido s descargas de efluentes
industriais, principalmente as galvanoplastias. tambm usado como inseticida. Apresenta efeito
agudo, sendo que uma nica dose de 9,0 gramas pode levar morte e efeito crnico, pois concentra-
se nos rins, no fgado, no pncreas e na tireide. O cdmio no apresenta nenhuma qualidade, pelo
menos conhecida at o presente, que o torne benfico ou essencial para os seres vivos. Estudos
feitos com animais demonstram a possibilidade de causar anemia, retardamento de crescimento e
morte. O padro de potabilidade fixado pela Portaria 36 em 0,005 mg/L.O cdmio ocorre na
forma inorgnica, pois seus compostos orgnicos so instveis; alm dos malefcios j
mencionados, um irritante gastrointestinal, causando intoxicao aguda ou crnica sob a forma de
sais solveis. A literatura, no entanto, registra o caso de quatro pessoas que, por longo tempo,
ingeriram gua com teor de 0,047 mg/L de cdmio, nada apresentando de sintomas adversos. No
Japo, um aumento de concentrao de cdmio de 0,005 mg/L a 0,18 mg/L, provocado por uma
mina de zinco, causou a doena conhecida como Doena de Itai Itai. A ao do cdmio sobre a
fisiologia dos peixes semelhante s do nquel, zinco e chumbo.
165
d) Arsnio
Traos deste metalide so encontrados em guas naturais e em fontes termais.
usado como inseticida, herbicida, fungicida, na indstria da preservao da madeira e em atividades
relacionadas com a minerao e com o uso industrial de certos tipos de vidros, tintas e corantes.
encontrado em verduras e frutas. Em moluscos, at 100 mg/Kg, sendo que a ingesto de 130 mg
fatal. Apresenta efeito cumulativo, sendo carcinognico. O padro de potabilidade 0,05 mg/L,
estabelecido pela Portaria 36 do Ministrio da Sade.
e) Selnio
Este no-metal se apresenta nas guas devido s descargas de efluentes industriais.
txico tanto para o homem quanto para os animais. Provoca a chamada doena alcalina no gado,
cujos efeitos so permanentes. Aumenta e incidncia de cries dentrias e suspeita-se que seja
potencialmente carcinognico, de acordo com os resultados de ensaios feitos com cobaias. O padro
de potabilidade 0,01 mg/L (Portaria 36).
f) Cromo hexavalente
O cromo largamente empregado nas indstrias, especialmente em galvanoplastias,
onde a cromeao um dos revestimentos de peas mais comuns. Pode ocorrer como contaminante
de guas sujeitas a lanamentos de efluentes de curtumes e de circulao de guas de refrigerao,
onde utilizado para o controle da corroso. A forma hexavalente mais txica do que a trivalente.
Produz efeitos corrosivos no aparelho digestivo e nefrite. O padro de potabilidade fixado pela
Portaria 36 0,05 mg/L.
g) Mercrio
O mercrio largamente utilizado no Brasil nos garimpos, no processo de extrao
do ouro (amlgama). O problema em primeira instncia ocupacional, pois o prprio garimpeiro
inala o vapor de mercrio, mas, posteriormente, torna-se um problema ambiental, pois normalmente
nenhuma precauo tomada e o material acaba por ser descarregado nas guas. Casos de
contaminao j foram identificados na regio do Pantanal, no norte brasileiro e em outras. O
mercrio tambm usado em clulas eletrolticas para a produo de cloro e soda e em certos
praguicidas ditos mercuriais. Pode ainda ser usado em indstrias de produtos medicinais,
desinfetantes e pigmentos.
altamente txico ao homem, sendo que doses de 3 a 30 gramas so fatais.
Apresenta efeito cumulativo e provoca leses cerebrais. bastante conhecido o episdio de
Minamata no Japo, onde grande quantidade de mercrio orgnico, o metil mercrio, que mais
txico que o mercrio metlico, foi lanada por uma indstria, contaminando peixes e habitantes da
regio, provocando graves leses neurolgicas e mortes. O padro de potabilidade fixado pela
Portaria 36 do Ministrio da Sade de 0,001 mg/L. Os efeitos sobre os ecossistemas aquticos so
igualmente srios, de forma que os padres de classificao das guas naturais so tambm bastante
restritivos com relao a este parmetro.
h) Nquel
O nquel tambm utilizado em galvanoplastias. Estudos recentes demonstram que
carcinognico. No existem muitas referncias bibliogrficas quanto toxicidade do nquel;
todavia, assim como para outros ons metlicos, possvel mencionar que, em solues diludas,
estes elementos podem precipitar a secreo da mucosa produzida pelas brnquias dos peixes.
Assim, o espao inter-lamelar obstrudo e o movimento normal dos filamentos branquias
bloqueado. O peixe, impedido de realizar as trocas gasosas entre a gua e os tecidos branquias,
166
morre por asfixia. Por outro lado, o nquel complexado (niquelcianeto) txico quando em baixos
valores de pH. Concentraes de 1,0 mg/L desse complexo so txicas aos organismos de gua
doce.
i) Zinco
O zinco tambm bastante utilizado em galvanoplastias na forma metlica e de sais
tais como cloreto, sulfato, cianeto, etc.. A presena de zinco comum nas guas naturais,
excedendo em um levantamento efetuado nos EUA a 20 mg/L em 95 dos 135 mananciais
pesquisados. O zinco um elemento essencial para o crescimento, porm, em concentraes acima
de 5,0 mg/L, confere sabor gua e uma certa opalescncia guas alcalinas. Os efeitos txicos do
zinco sobre os peixes so muito conhecidos, assim como sobre as algas. A ao desse on metlico
sobre o sistema respiratrio dos peixes semelhante do nquel, anteriormente citada. As
experincias com outros organismos aquticos so escassas. Entretanto, preciso ressaltar que o
zinco em quantidades adequadas um elemento essencial e benfico para o metabolismo humano,
sendo que a atividade da insulina e diversos compostos enzimticos dependem da sua presena. A
deficincia do zinco nos animais pode conduzir ao atraso no crescimento. Nos EUA, populaes
consumindo guas com 11 a 27 mg/L no tiveram constatada qualquer anormalidade prejudicial
sade. Os padres para guas reservadas ao abastecimento pblico indicam 5,0 mg/L como o valor
mximo permissvel.
j) Alumnio
O alumnio abundante nas rochas e minerais, sendo considerado elemento de
constituio. Nas guas naturais doces e marinhas, entretanto, no se encontra concentraes
elevadas de alumnio, sendo esse fato decorrente da sua baixa solubilidade, precipitando-se ou
sendo absorvido como hidrxido ou carbonato. Nas guas de abastecimento e residurias, aparece
como resultado do processo de coagulao em que se emprega sulfato de alumnio. Aparece nas
frutas e em outros vegetais em concentraes superiores a 3,7 mg/kg e em alguns cereais em
quantidades maiores que 15 mg/kg. O total de alumnio na dieta normal estimado de 10 a 100
mg/dia. Pequenas quantidades de alumnio do total ingerido so absorvidas pelo aparelho digestivo
e quase todo o excesso evacuado nas fezes. O total de alumnio presente no organismo adulto da
ordem de 50 a 150 mg. No considerado txico ou prejudicial sade, tanto que no est includo
em nenhum padro de qualidade de guas para abastecimento pblico. Apesar disso, existem
estudos que o associam ocorrncia do mal de Alzheimer.
l) Estanho
O estanho (Sn) um dos metais usuais, de cor branca, relativamente leve e muito
malevel. O estanho inaltervel ao ar e encontrado na natureza, sobretudo sob a forma de xidos.
Este metal apresenta baixa solubilidade em guas, mesmo com aquecimento. Em solues
concentradas de hidrxidos alcalinos, reage desprendendo hidrognio. Praticamente no existe
bibliografia sobre a sua toxicidade aos organismos aquticos, bem como quanto aos seus possveis
efeitos sade humana.
m) Prata
A prata ocorre em guas naturais em concentraes baixas, da ordem de 0 a 2,0
g/L, pois muitos de seus sais so pouco solveis; a no ser no caso de seu emprego como
substncia bactericida ou bacteriosttica, ou ainda em processos industriais, esse elemento no
muito abundante nas guas. A prata tem ao oligodinmica, assim como o cobre. Esse elemento
cumulativo, no sendo praticamente eliminado do organismo. A dose letal para o homem de 10 g
como nitrato de prata. A ao da prata sobre a fauna ictiolgica semelhante s do zinco, nquel,
chumbo e cdmio.
167
n) Cobre
O cobre ocorre geralmente nas guas, naturalmente, em concentraes inferiores a
20 g/L. Quando em concentraes elevadas, prejudicial sade e confere sabor s guas.
Segundo pesquisas efetuadas, necessria uma concentrao de 20 mg/L de cobre ou um teor total
de 100 mg/L por dia na gua para produzirem intoxicaes humanas com leses no fgado. No
entanto, concentraes de 5 mg/L tornam a gua absolutamente impalatvel, devido ao gosto
produzido. Interessante notar, todavia, que o trigo contm concentraes variveis de 190 a 800
mg/kg de cobre, a aveia 40 a 200 mg/kg, a lentilha 110 a 150 mg/kg e a ervilha de 13 a 110 mg/kg.
As ostras podem conter at 2000 mg/kg de cobre. O cobre em pequenas quantidades at benfico
ao organismo humano, catalisando a assimilao do ferro e seu aproveitamento na sntese da
hemoglobina do sangue, facilitando a cura de anemias. Para os peixes, muito mais que para o
homem, as doses elevadas de cobre so extremamente nocivas. Assim, trutas, carpas, bagres, peixes
vermelhos de aqurios ornamentais e outros, morrem em dosagens de 0,5 mg/L. Os peixes morrem
pela coagulao do muco das brnquias e consequente asfixia (ao oligodinmica). Os
microrganismos perecem em concentraes superiores a 1,0 mg/L. O cobre aplicado em sua forma
de sulfato de cobre, CuSO4.5H2O, em dosagens de 0,5 mg/L um poderoso algicida. O Water
Quality Criteria indica a concentrao de 1,0 mg/L de cobre como mxima permissvel para guas
reservadas para o abastecimento pblico.
de pH. Nos processos contnuos, ter-se-ia que utilizar uma srie de sistemas de mistura e
decantao.
Os desvios dos valores esperados teoricamente so grandes, de forma que sempre
devem ser feitos ensaios de tratabilidade antes do uso em escala industrial. A presena de agentes
complexantes o principal fator de baixa eficincia do processo. Pr-tratamento base de
floculao qumica pode ser necessrio. O uso de polieletrlitos ou a filtrao final dos efluentes
tratados podem resolver problemas decorrentes da m sedimentabilidade das partculas formadas.
O cromo hexavalente constitui uma particularidade em termos de tratamento. Devido
ao fato de no precipitar bem, todos os efluentes contaminados com cromo hexavalente devem ser
segregados dos demais para serem encaminhados ao pr-tratamento, que consiste em reduo do
cromo forma trivalente. So empregados como agentes redutores sulfato ferroso ou metabissulfito
de sdio. O pH da reao mantido em torno de 2,5-3,0 pela adio de cido sulfrico. Completada
a reduo, os efluentes podero sofrer em seguida o processo de precipitao atravs de elevao de
pH ao valor recomendado.
Recentemente, foi desenvolvido nos Estados Unidos o processo de precipitao dos
metais pesados na forma de sulfetos. Alm de serem mais insolveis do que os hidrxidos, so
menos sujeitos ao de agentes complexantes e podem ser precipitados em um nico valor de pH.
Foi desenvolvido o processo com sulfeto solvel, empregando-se o sulfeto de sdio, e o processo
com sulfeto insolvel, utilizando-se um reagente base de sulfeto ferroso. Embora os resultados
sejam melhores do que os obtidos no processo hidrxido, h o risco no manuseio de sulfetos,
podendo-se produzir compostos txicos. O processo ainda no recomendvel para ser adotado em
indstrias brasileiras que tm grandes dificuldades operacionais, normalmente no designando
tcnicos qumicos especializados para executar as operaes de tratamento e controle. Uma
alternativa a ser investigada seria o emprego do processo sulfeto como polimento do processo
hidrxido, trabalhando-se desta forma com dosagens menores de sulfetos; mas a necessidade de um
bom controle das reaes, persiste.
Um outro problema importante dos processos base de precipitao qumica que
deve ser levado em considerao a produo de quantidades relativamente grandes de lodos
contaminados com metais. Estes devem ser encaminhados a sistemas adequados de tratamento ou
disposio final, que nem sempre encontram-se disponveis.
Os recentes avanos tecnolgicos na rea do tratamento de guas apontam a
possibilidade do emprego de processos de membrana como a osmose reversa para a remoo de
metais pesados das guas, o que pode ser usado como tratamento final, ou polimento sequencial a
outros processos mais simples, de forma a preservar as membranas do ataque de outros constituintes
presentes nos efluentes, reduzindo-se assim os custos operacionais do sistema.
4. Questionrio
6) Como a presena de metais pesados em uma gua natural pode influir em seu uso para
abastecimento pblico?
7) Qual a influncia da presena de metais pesados em sistemas de esgotos sanitrios, em relao
ao comportamento do tratamento biolgico?
8) Quais os princpios de tratamento que podem ser aplicados para a remoo de metais pesados de
efluentes lquidos industriais? Comentar sobre as vantagens e desvantagens de cada um.
9) Na anlise de uma gua natural a ser utilizada para abastecimento pblico foram obtidos os
seguintes resultados:
pH: 10
Cor: 5 mg Pt / L
Slidos dissolvidos: 600 mg/L
Ferro solvel: 2,3 mg/L
Chumbo: 9,7 mg/L (Pb)
Cdmio: 1,2 mg/L (Cd)
Pergunta-se:
a) Existem incoerncias neste laudo? Se sim, quais?
b) O que pode ser dito sobre a tratabilidade desta gua para abastecimento pblico, de forma a
atender aos padres de potabilidade estabelecidos pela Portaria 36 do Ministrio da Sade?
5. Referncias bibliogrficas
1) APHA; AWWA; WEF. Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.
American Public Health Association, 18th ed., Washington, 1992.
2) BRAILE, P.M.; CAVALCANTI, J.E.W.A..Manual de Tratamento de guas Residurias
Industriais. So Paulo, CETESB,1993.
3) BRANCO, S.M. Hidrobiologia Aplicada Engenharia Sanitria. CETESB, So Paulo, 2 ed.,
1987.
4) CETESB. Legislao Estadual, Controle da Poluio Ambiental, Estado de So Paulo. Srie
Legislao, So Paulo, 1991.
5) CETESB. Legislao Federal, Controle da Poluio Ambiental, Estado de So Paulo. Srie
Legislao, So Paulo, 1991.
6) ENVIRONMENTAL PROTECTION AGENCY. Technology for Treatment of Effluents of
Metal Finishing Industries: Sulfide Precipitation. Technology Transfer Series,
Washington, E.P.A., 1978.
7) Federal Water Pollution Control Administration, Report of the National Advisory Committee
to the Secretary of the Interior. Washington, Water Quality Criteria, 1968.
8) GUIMARES, F.P. Veiculao Hdrica das Doenas.Em: Curso de Epidemiologia e
Profilaxia das Doenas de Veiculao Hdrica. IES SURSAN, Rio de Janeiro, 1967.
9) MINISTRIO DA SADE. Portaria 36: Padres de Potabilidade. 1990.
10) MORITA, D.M.; GARCIA Jr., A.D. Metodologia Analtica Bsica para guas. Em: Apostila
do curso Gerenciamento de Recursos Hdricos, Fundao Centro Tecnolgico de
Hidrulica, 1993.
11) ROCHA, A.A., Efeitos dos Poluentes Encontrados nos Efluentes de uma Galvanoplastia.
REVISTA DAE n 130 (42): 89-93, 1982.
172
12) ROCHA, A.A., Poluio, Proteo e Usos Mltiplos de Represas. So Paulo, CETESB, 1977.
13) SALGADO, M.J.M. Influncia dos Metais Pesados nas guas Interiores. Trabalho da
Disciplina Hidrobiologia II, Faculdade de Sade Pblica da USP, 1980.
14) SAWYER, C.N. & McCARTY, P.L., Chemistry for Environmental Engineers. 3rd ed. New
York. Mc Graw-Hill Book Company, 1978.
4) O mtodo mais usual para a determinao da concentrao de ferro total em guas envolve:
a) Oxidao e titulao de formao de complexos
b) Precipitao e gravimetria
c) Reduo e espectrofotometria UV-visvel
d) Oxidao e espectrofotometria de absoro atmica
e) Precipitao e digesto qumica
5) Os diversos metais pesados podem ser determinados em guas, mesmo em baixas concentraes
e com bons nveis de preciso atravs de:
a) Cromatografia lquida
b) Espectrofotometria de absoro atmica com forno de grafite
c) Espectrmetro de massa
d) Cromatografia gasosa
e) Titulometria de ionizao
6) Os metais pesados podem ser removidos de efluentes industriais, como as guas de lavagem de
galvanoplastias, com maior eficincia atravs de:
a) Agentes oxidantes
b) Precipitao qumica
c) Troca-inica
173
d) Floculao qumica
e) Processo biolgico aerbio
8) Com relao descarga de efluentes industriais contendo metais pesados nos sistemas de
esgotos sanitrios:
a) Pode trazer prejuzo apenas para a rede coletora, dificultando a sua operao
b) Pode trazer prejuzo apenas para a rede coletora e para o sistema de tratamento por processo
biolgico
c) Pode trazer prejuzo apenas para o tratamento biolgico, podendo inibir completamente o
processo
d) Pode trazer prejuzo apenas para a disposio final do lodo seco, proveniente do tratamento
biolgico, por encontrar-se contaminado
e) Pode trazer prejuzo para a operao da rede coletora, para o tratamento biolgico e para a
disposio final do lodo seco
10) Constitui-se em importante fonte de contaminao de guas naturais por mercrio, em diversas
regies do Brasil:
a) O uso na extrao de ouro por amalgamao
b) O uso em indstrias de tintas e pigmentos
c) O uso em indstrias txteis
d) O uso em curtumes
e) O uso em indstrias de materiais plsticos
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A
B
C
D
E
Valor 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0
174
AULA 9
A QUMICA DO CLORO E DO FLOR NAS GUAS DE
ABASTECIMENTO PBLICO
Nesta figura, o ramo ascendente da curva de clorao indica que as cloraminas esto sendo
formadas e o trecho descendente mostra suas destruio, ou seja, a transformao em compostos
inertes sob o ponto de vista da desinfeco.
H situaes em que se pode desejar clorar uma gua com cloro residual combinado. So os
casos onde a rede de distribuio longa, e o cloro livre, por ser mais instvel, consumido antes
de chegar aos pontos de consumo mais desfavorveis, ou o caso de guas contendo fenis, cresis
ou tanino pois, aps a clorao, os clorofenis formados desenvolvem sabor e odor na gua tratada.
Nestes casos, deve-se dosar cloro at o ponto de formao mxima das cloraminas.
Por outro lado, nos casos em que, embora a gua contenha amnia se deseja clorar com cloro
residual livre, deve-se dosar cloro at o ponto de inflexo correspondente destruio total das
cloraminas. Esta tcnica denominada clorao ao break-point.
Reaes do cloro com outros compostos
O cloro reage com outros compostos orgnicos e inorgnicos, em decorrncia de sua ao
oxidante, oxidando ferro, mangans, nitrito e sulfeto, estes ltimos conforme a reao:
H2S + 4Cl2 + 4H2O H2SO4 + 8HCl
Oxida tambm compostos orgnicos, conforme o exemplo:
178
179
Cl Cl
| |
- C = C - + Cl2 - C - C -
| | | |
H H H H
O cloro residual pode ser removido por processo de adsoro, empregando-se carvo
ativado, ou por processos de oxi-reduo empregando-se por exemplo o tiossulfato de sdio que
reage com o cloro, segundo:
2Na2S2O3 + Cl2 Na2S4O6 + 2NaCl + 10H2O
2. Fluoreto em guas
2.1. Fontes de fluoreto nas guas
O fluossilicato de sdio era o composto mais utilizado, tendo sido substitudo pelo
cido fluossilcico em diversas estaes de tratamento de gua. Apesar da corrosividade do cido,
pelo fato de se apresentar na forma lquida facilita sua aplicao e o controle seguro das dosagens
condio fundamental para a fluoretao. O fluoreto de sdio muito caro e o fluoreto de clcio,
pouco solvel.
Alguns efluentes industriais tambm descarregam fluoreto nas guas naturais. So os
casos das indstrias de vidro e de fios condutores de eletricidade.
No ar, a presena de fluoreto deve-se principalmente a emisses industriais e sua
concentrao varia com o tipo de atividade. Estima-se um valor de exposio abaixo de 1g/L,
pouco significativo em relao quantidade ingerida atravs da gua e de alimentos. Todos os
alimentos possuem ao menos traos de fluoreto. Os vegetais possuem concentraes maiores
principalmente devido absoro da gua e do solo. Alguns alimentos tais como peixes, certos
vegetais e ch, possuem altas concentraes de fluoreto. O uso da gua fluoretada na preparao de
alimentos pode dobrar a quantidade de fluoreto presente. Estima-se uma quantidade diria ingerida
de 0,2 a 3,1 mg para adultos e 0,5 mg para crianas de 1 a 3 anos.
Outras fontes de fluoreto so as pastas de dente, gomas de mascar, vitaminas e
remdios. O uso tpico de fluoreto contribui para uma absoro maior. O fluoreto ingerido atravs
da gua quase completamente absorvido pelo corpo humano, enquanto que o flor presente nos
alimentos no totalmente absorvido; em alguns casos, como atravs de peixes e outras carnes,
chega apenas a 25%. Uma vez absorvido, o fluoreto distribudo rapidamente pelo corpo humano,
grande parte retida nos ossos, enquanto que uma pequena parte retida nos dentes. O fluoreto
pode ser excretado pela urina e sua excreo influenciada por uma srie de fatores tais como o
estado de sade da pessoa e seu grau de exposio a esta substncia.
Podem ocorrer guas naturais com nveis de fluoreto acima dos valores desejados
para abastecimento pblico, bem como os efluentes industriais que os contm devem ser tratados
antes do lanamento nas guas naturais. So disponveis, para a remoo de fluoreto, processos
base de adsoro, empregando-se alumina ativada. Existe tambm o mtodo da adsoro em farinha
de osso, que pode produzir bons resultados com vantagens econmicas. A precipitao com clcio
184
pode resolver apenas parcialmente o problema, sendo usado geralmente associada a outros
processos. Recentemente, tem-se recomendado o emprego da osmose reversa que, alm de
eficiente, permite a recuperao do fluoreto para uso em outros sistemas de abastecimento de gua.
3. Questionrio
1) Definir: a) demanda de cloro; b) cloro residual; c) cloro residual livre e d) cloro residual
combinado.
2) Com base no equilbrio do cido hipocloroso na gua, o que pode ser dito sobre a influncia do
pH no processo de desinfeco com cloro residual livre?
3) Explicar a evoluo do processo de clorao de uma gua contendo nitrognio amoniacal.
4) D exemplo de aplicaes em saneamento que podem decorrer da ao oxidante do cloro.
5) Em que casos tpicos a pr-clorao de guas para abastecimento pblico necessria e por que
ela deve ser evitada?
6) Que dificuldades podem ser esperadas na aplicao de cloro na desinfeco de esgotos
sanitrios?
7) Por que a fluoretao de guas para abastecimento pblico deve ser um processo bem
controlado?
4. Referncias bibliogrficas
1. APHA, AWWA, WEF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater. 18th
ed. Washington. 1992.
2. BERENHAUSER, A.H., Remoo de fluoreto de guas para abastecimento pblico atravs do
processo de osmose reversa. Projeto de Qualificao para o Mestrado. Faculdade de
Sade Pblica da USP, 2000.
3. CETESB, Tcnicas de Abastecimento e Tratamento de guas Volume II.
CETESB/ASCETESB. 2 ed. 1988.
4. KATO, M.T., Cloro Residual. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do
Solo. Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
5. KATO, M.T., Fluoretos. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do Solo.
Escola de Engenharia Mau. So Caetano do Sul/SP, 1983.
6. MINISTRIO DA SADE, Portaria 36: Padres de Potabilidade. 1990.
7. POVINELLI, J., Notas de aula da disciplina Tcnicas Experimentais em Saneamento
Ambiental, do Curso de Ps-Graduao em Engenharia Hidrulica e Saneamento. Escola
de Engenharia de So Carlos USP, 1979.
8. ROCHA, A.A., Efeitos dos poluentes encontrados nos efluentes de uma galvanoplastia.
REVISTA DAE n 130 (42): 89-93, 1982.
9. SAWYER, C.N. & McCARTY, P.L., Chemistry for Environmental Engineers. 4th ed. New
York. Mc Graw-Hill Book Company, 1994.
185
3) Com relao dosagem de cloro a ser aplicada em uma gua para abastecimento pblico:
a) Deve ser constante, da ordem de 0,5 mg/L
b) Depende da espcie de organismo a ser destrudo
c) Depende da presena de matria redutora que exerce demanda de cloro
d) estabelecida em funo da turbidez da gua
e) Depende do consumo "per capita" da regio
6) O controle do residual de fluoreto em guas para abastecimento pblico deve ser rigoroso por
que:
a) Dosagens inferiores aos valores recomendados levam perdas de eficincia no combate crie
dentria e dosagens excessivas podem levar fluorose dentria e fluorose ssea
b) Dosagens inferiores aos valores recomendados causam a fluorose dentria e dosagens
superiores levam fluorose ssea
c) Dosagens inferiores aos valores recomendados levam fluorose ssea e dosagens superiores
podem levar fluorose dentria
186
d) Tanto as dosagens inferiores aos valores recomendados quanto as superiores podem levar a
uma perda da eficincia no combate crie dentria
e) Tanto as dosagens inferiores aos valores recomendados quanto as superiores podem levar
fluorose dentria ou ssea
8) Para a remoo de excesso de fluoreto em guas para abastecimento pblico pode-se recorrer :
a) Troca-inica com alumina ativada e oxidao com cloro
b) Aerao e adsoro em farinha de osso
c) Adsoro em farinha de osso e coagulao/floculao
d) Osmose reversa e decantao
e) Osmose reversa e coluna com alumina ativada
N 1 2 3 4 5 6 7 8
A
B
C
D
E
Valor 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25
187
AULA 10
OXIGNIO DISSOLVIDO E MATRIA ORGNICA EM GUAS
Figura 1: Simbiose entre bactrias e algas em lagoas de estabilizao. FONTE: JORDO &
PESSOA (10).
Existem outros processos de tratamento de esgotos em que a aerao do meio feita
artificialmente, empregando-se aeradores superficiais eletro-mecnicos ou mquinas sopradoras de
ar em tubulaes contendo difusores para a reduo do tamanho das bolhas. Novos sistemas de
aerao vm sendo continuamente desenvolvidos. So utilizados tambm processos em que, ao
invs de aerao, introduz-se oxignio puro diretamente no reator biolgico.
Anodo M M 2 + + 2e
Catodo 1
2 O2 + H 2 O + 2e 2 HO
1
2 O2 + M + H 2 O M (OH ) 2
mg / L O2 =
N Na 2S2 O3 x VNa 2S2 O3 x 8000
V AMOSTRA
100
A principal fonte de matria orgnica nas guas naturais , sem dvida, a descarga de
esgotos sanitrios. No Brasil, a grande maioria dos municpios no possui sistema de tratamento de
esgotos.
Em um esgoto predominantemente domstico, 75% dos slidos em suspenso e 40%
dos slidos dissolvidos so de natureza orgnica. Estes compostos so constitudos principalmente
de carbono, hidrognio e oxignio, alm de outros elementos como nitrognio, fsforo, enxofre,
ferro, etc. Os principais grupos de substncias orgnicas encontradas nos esgotos so carboidratos
(25 a 50%), protenas (40 a 60%) e leos e graxas (10%). Outros compostos orgnicos sintticos so
encontrados em menor quantidade como detergentes, pesticidas, fenis, etc. (Metcalf & Eddy,
1991).
As protenas so os principais constituintes do organismo animal, ocorrendo em
menor extenso nas plantas. Todos os gneros alimentcios naturais (animais ou vegetais) contm
protenas. Elas so estruturalmente complexas e instveis, estando sujeitas a diversas formas de
decomposio. Existem protenas solveis e insolveis na gua. So formadas quimicamente pela
ligao de um grande nmero de aminocidos, resultando em pesos moleculares que variam de 20
mil a 20 milhes de gramas. Todas as protenas contm carbono, hidrognio e oxignio, mas
distinguem-se por apresentarem cerca de 16% de nitrognio e constituem, conjuntamente com a
uria, as principais fontes de nitrognio nos esgotos. Na maioria dos casos, o fsforo, o enxofre e o
ferro tambm esto presentes.
Os carboidratos encontram-se amplamente distribudos na natureza, incluindo os
acares, amidos, celulose e fibras de madeira. Contm carbono, hidrognio e oxignio. Alguns so
solveis em gua, como os acares, outros, como os amidos, so insolveis. Os acares tendem a
se decompor produzindo lcool e gs carbnico, fermentados por enzimas produzidas por leveduras
e bactrias. Os amidos so mais estveis, mas so convertidos em acar pela atividade microbiana;
a celulose o carboidrato mais resistente decomposio.
Os leos e graxas so steres de lcool ou glicerina com cidos graxos. Os
glicerdeos de cidos graxos que so lquidos temperatura ambiente so chamados leos e os que
so slidos, graxas. Quimicamente so muito parecidos, constitudos de carbono, hidrognio e
oxignio em propores variveis. Esto presentes nos alimentos, no sendo facilmente
decompostos biologicamente. So atacados pelos cidos minerais, resultando na formao de
glicerina e cidos graxos. Na presena de lcalis (NaOH, por exemplo), a glicerina liberada e so
formados sais alcalinos de cidos graxos, denominados sabes, que so estveis. Os sabes comuns
so formados pela saponificao de gorduras com o NaOH. So solveis em gua mas, como visto
anteriormente, na presena dos constituintes da dureza, os sais de sdio so trocados por sais de
clcio e magnsio, tambm chamados de sabes minerais, que so insolveis e se precipitam.
Os detergentes ou agentes tensoativos so grandes molculas ligeiramente solveis
em gua que causam o fenmeno da formao de espumas nas guas naturais. O tipo de surfactante
utilizado nos detergentes sintticos comerciais foi substitudo no Brasil na dcada de 80, sendo que
anteriormente era empregado o sulfonato de alquil benzeno, ABS, e hoje em dia se utiliza o
sulfonato de alquil benzeno linear, LAS, bem menos resistente biodegradao que o ABS,
reduzindo os problemas de formao de espuma.
193
A DBO o parmetro fundamental para o controle da poluio das guas por matria
orgnica. Nas guas naturais a DBO representa a demanda potencial de oxignio dissolvido que
poder ocorrer devido estabilizao dos compostos orgnicos biodegradveis, o que poder trazer
os nveis de oxignio nas guas abaixo dos exigidos pelos peixes, levando-os morte. , portanto,
importante padro de classificao das guas naturais. Nas classes que correspondem s guas
menos poludas, exigem-se baixos valores mximos de DBO e elevados limites mnimos de
oxignio dissolvido. Na legislao federal, a Resoluo n 20 DO CONAMA, so impostos os
limites mximos de DBO de 3, 5, 10, 5, 10 e 5 mg/L para as guas de classe 1, 2, 3, 5, 6 e 7 e os
limites mnimos de oxignio dissolvido de 6, 5, 4, 2, 6, 4, 5 e 3 mg/L, para as guas classe 1, 2, 3, 4,
5, 6, 7 e 8 respectivamente. A DBO tambm uma ferramenta imprescindvel nos estudos de auto-
depurao dos cursos dgua. Alm disso, a DBO constitui-se em importante parmetro na
composio dos ndices de qualidade das guas.
No campo do tratamento de esgotos, a DBO um parmetro importante no controle
da eficincia das estaes, tanto de tratamentos biolgicos aerbios e anaerbios, bem como fsico-
qumicos (embora de fato ocorra demanda de oxignio apenas nos processos aerbios, a demanda
195
potencial pode ser medida entrada e sada de qualquer tipo de tratamento). Na legislao do
Estado de So Paulo, o Decreto Estadual n 8468, a DBO5 de cinco dias padro de emisso de
esgotos diretamente nos corpos dgua, sendo exigidos ou uma DBO5 mxima de 60 mg/L ou uma
eficincia global mnima do processo de tratamento na remoo de DBO5 igual a 80%. Este ltimo
critrio favorece aos efluentes industriais concentrados, que podem ser lanados com valores de
DBO ainda altos, mesmo removida acima de 80%.
A carga de DBO, expressa em Kg/dia um parmetro fundamental no projeto das
estaes de tratamento biolgico. Dela resultam as principais caractersticas do sistema de
tratamento como reas e volumes de tanques, potncias de aeradores, etc.. A carga de DBO pode ser
obtida do produto da vazo pela concentrao de DBO. Por exemplo, em uma indstria j existente
em que se pretenda instalar um sistema de tratamento, pode-se estabelecer um programa de
medies de vazo e de anlises de DBO, obtendo-se a carga atravs do produto dos valores
mdios. O mesmo pode ser feito em um sistema de esgotos sanitrios j implantado. Na
impossibilidade, costuma-se recorrer a valores unitrios estimativos. No caso de esgotos sanitrios,
tradicional no Brasil a adoo de uma contribuio "per capita"de DBO5 de 54 g/hab.dia. Porm,
h a necessidade de melhor definio deste parmetro atravs de determinaes de cargas de DBO
em bacias de esgotamento com populao conhecida. No caso dos efluentes industriais, tambm
costuma-se estabelecer contribuies unitrias de DBO em funo de unidades de massa ou de
volume de produto processado. Na tabela 2 so apresentados valores tpicos de concentrao e
contribuio unitria de DBO5:
no deve provocar demanda de oxignio superior a 0,6 mg/L. O consumo de oxignio devido
matria orgnica presente na prpria semeadura chamado fator da semente. Este fator dever ser
levado em considerao no clculo final da DBO da amostra, isto , para cada diluio, a variao
de oxignio ocorrida dever ser descontada do fator da semente. Este ser determinado atravs da
realizao paralela da DBO da semente, em que se empregam, por exemplo, cinco diluies para o
clculo do consumo mdio de oxignio por mililitro de semente. Note-se que neste caso a
impreciso nos resultados maior pela introduo de mais uma varivel, a condio da semente,
tornando a situao crtica em alguns casos de efluentes industriais tratados que apresentem valores
de DBO5 prximos ao limite mximo imposto na legislao.
histrica a tentativa de se instrumentalizar a anlise de DBO, utilizando-se
respirmetros como o de Warburg, em que a DBO medida manometricamente. Estes
respirmetros so constitudos de manmetros acoplados aos frascos em que ocorrem as reaes de
DBO. Devido ao consumo de oxignio, dever ocorrer uma deflexo no fludo manomtrico que
dever ser associada ao valor da DBO. Para que o efeito contrrio da presso do gs carbnico
produzido na decomposio da matria orgnica no altere o resultado, so colocadas nos frascos
solues que absorvem CO2, como por exemplo o hidrxido de potssio. Tem-se encontrado muita
dificuldade na calibrao deste mtodo, alm de no se conseguir com isso eliminar a necessidade
da incubadora ou reduzir o tempo gasto na anlise.
Lt = Lo . e k t
|
onde L0 a DBO total de primeiro estgio, tambm chamada de DBO ltima ou DBO carboncea
total. Trabalhando-se na base decimal, temos:
Lt = L0.10-k.t
onde k a constante da velocidade da reao, referida base 10. Para se estabelecer a relao entre
k| e k pode ser utilizado:
K|
k=
2.303
removida, porque o que se mede consumo de oxignio, que se relaciona com a matria orgnica j
oxidada ou removida. A DBO remascente, Lt, e a DBO removida, y, so complementares, conforme
ilustrado:
Figura 3: Efeito da constante de reao k na DBO (para um dado valor de L0). FONTE: METCALF
& EDDY (1991).
O efeito da temperatura se exerce sobre o valor das constantes k(ou k) e L0. O efeito
da temperatura sobre a taxa da reao k pode ser expressa pela seguinte equao, derivada da Lei de
Vant Hoff-Arrhenius.
kTC = k20C.(T-20)
onde kTC o valor de k na temperatura TC e o coeficiente de temperatura; so propostos os
seguintes valores mdios para :
= 1,056, para temperaturas entre 20 e 30C
= 1,135, para temperaturas entre 4 e 20C.
Para situaes melhor definidas, so atribudos outros valores para . Na equao de
Streeter-Phelps utilizada em estudos de autodepurao natural de cursos dgua, o efeito da
temperatura sobre k calculado utilizando-se = 1,047. Em estudos de tratamento de esgotos em
lodos ativados e filtros biolgicos, utiliza-se = 1,08.
A temperatura provoca tambm efeito sobre o valor de L0, pois apesar de
corresponder quantidade total de matria carboncea biodegradvel, em temperaturas superiores a
20C, por exemplo, podem se desenvolver melhor outros grupos de microrganismos no atuantes a
20C e o valor de L0 aumenta. A expresso proposta para a correo de L0 para a temperatura a
seguinte:
L0
T!C
= L0
20 ! C
[1 + 0,02 ( T 20)]
y
Nesta equao, k e L0 so desconhecidos. Se for assumido que representa o
t
valor da declividade da curva a ser plotada atravs de uma srie de dados, para um dado valor de k
e L0, ento, devido a erros experimentais, os dois lados da equao acima diferiro de uma
quantidade R. Reescrevendo a equao em termos do resduo R, tem-se:
y
R = k ' ( L0 Y )
t
y
Utilizando-se a notao y para , tem-se:
t
R = k '.L0 k ' y y '
Sejam a = k '. L0 e b = k ' :
R = a + by y '
Se a soma dos quadrados dos resduos deve ser mnima, as seguintes equaes
devem ser satisfeitas:
202
R
R = 0 2R
2
=0
a a
R
R = 0 2R
2
=0
b b
Aplicando-se as operaes acima ao residual R, escrito anteriormente, tem-se:
Na + b y y' = 0
a y + b y 2 y y' = 0
onde: n = nmero de dados
k = -b (base e)
L0 = -a/b
Exemplo (Metcalf & Eddy, 1991): calcular as constantes da DBO, utilizando o mtodo dos mnimos
quadrados, para a seguinte srie de dados:
t (dias) 2 4 6 8 10
y (mg/L) 11 18 22 24 26
Fazendo-se Z = t y , a = (2,3. k. L0 ) 3 e b =
3 1 k 3
1
3,43. L0 3
tem-se a equao da reta: Z = a + b . t
t(dias) 2 4 6 8 10
y(mg/L) 11 18 22 24 26
(t/y)1/3 0,57 0,61 0,65 0,69 0,73
0,04
a = 0,53 e b = = 0,02
2
0,02
k = 2,6 x k = 0,099 d-1 (k1 = 0,228 d-1)
0,53
1
L0 = = 29,4 mg / L
2,3.0,099.0,533
O mtodo de Fujimoto consiste em lanar-se em grfico os valores de DBO t+1
versus DBOt, sendo que o ponto de interseco desta reta com a reta de tangente igual a 1
representa o valor de LO. A partir deste e com um dos valores de DBO removida pode-se determinar
a taxa k| atravs da equao da DBO removida.
50
30
10
20
40 10 20 30 40
204
DBOt (mg/L)
Do grfico: LO = 27,8mg / L
Y6 = 22mg / L
Y = LO (1 e k . t )
|
22 = 27,8 (1 e k . 6 ) k | = 0,293 d 1
|
apresente relao DQO/DBO igual a 3/1, poder, por exemplo, apresentar relao da ordem de 10/1
aps tratamento biolgico, que atua em maior extenso sobre a DBO.
2 a b
C= n+
3 6 3
206
O dicromato de potssio dosado em excesso nos bales para que o saldo seja
determinado por titulao na fase seguinte e com isto se possa determinar seu consumo.
c) interferncia de cloreto
Algumas substncias inorgnicas oxidveis presentes na amostra podem interferir
nos resultados, aumentando-os.
6Cl- + Cr2O7-2 + 14H+ 3Cl2 + 2Cr+3 + 7H2O
2) Demanda Nitrogenada
a) NH3 + 3/2 O2 NITROSSOMO
HNO2 + H2O
NAS
b) HNO2 + O2 HNO3
NITROBACTE R
3) A demanda terica de oxignio igual a [3/2 + (3/2 + )] mol O2/mol glicina, ou 3,5 mol O2/mol
glicina ou ainda 112g O2/mol.
2.8. Exerccios
3. A DBO5 a 20C igual a 250 mg/L para 3 despejos diferentes, mas os valores de k a 20C so
iguais a 0,12 d-1, 0,16d-1 e 0,20d-1. Determinar a DBO ltima de cada amostra.
4. O valor da DBO de um esgoto foi medido a 2 e a 4 dias, sendo encontrados 125 e 225 mg/L,
respectivamente. Determinar a DBO5, utilizando um modelo cintico de 1 ordem.
a) Os seguintes resultados de DBO foram obtidos para uma amostra de esgoto bruto a 20C:
t(dias) 0 1 2 3 4 5
y (mg/L) 0 65 109 138 158 172
Calcular a constante da velocidade da reao e a DBO final de 1 estgio, utilizando o mtodo dos
mnimos quadrados e o mtodo de Thomas.
6. Idem para:
t(dias) 1 2 4 5 8
y(mg/L) 32 57 84 106 111
7. Dados os seguintes resultados determinados para uma amostra de esgoto 20C, determinar a
DBO carboncea final, a DBO nitrogenada final, a constante de velocidade da reao carboncea k
e a constante de velocidade para a demanda nitrogenada kn. Determinar k ( = 1,05) e kn ( = 1,08)
25C.
209
t, dias 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
DBO, mg/l 0 10 18 23 26 29 31 32 33 46 56
t, dias 11 12 13 14 16 18 20 25 30 40
DBO, mg/l 63 69 74 77 82 85 87 89 90 90
Estimar a quantidade total de oxignio em mg/l que deve ser fornecida para estabilizar
completamente este despejo. Qual seria o valor da DQO e da demanda terica de oxignio para este
despejo?
11. Sabe-se que um despejo industrial contm apenas cido esterico, C100H36O2, glicina,
C2H5O2N e glicose C6H12O6. Os resultados das anlises de laboratrio so os seguintes: nitrognio
orgnico: 10 mg/l, carbono orgnico: 125 mg/l e DQO = 400 mg/l
Determinar a concentrao de cada constituinte, em mg/l.
a) Referncias Bibliogrficas
1. APHA, AWWA, WEF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater,
18th ed. Washington, 1992.
2. AGUDO, E.G. "Demanda Bioqumica de Oxignio". Apostila da disciplina Fundamentos
Qumicos do Saneamento. Universidade Mackenzie, 1992.
3. AGUDO, E.G. "Demanda Qumica de Oxignio". Apostila da disciplina Fundamentos
Qumicos do Saneamento. Universidade Mackenzie, 1992.
4. BRAILE, P.M. & CAVALCANTI, J.E., "Manual de Tratamento de guas Residurias
Industriais". So Paulo, CETESB, 1993.
5. CETESB, "Nota tcnica sobre tratamento de efluentes de abatedouros e frigorficos". 1989.
6. CETESB, "Nota tcnica sobre tratamento de efluentes de laticnios". 1989.
7. CETESB, "Nota tcnica sobre tratamento de efluentes de indstrias de celulose e papel".
8. CETESB, "Nota tcnica sobre tratamento de efluentes de curtumes". 1989.
9. CETESB, "Nota tcnica sobre tratamento de efluentes de indstrias de refrigerantes e
cervejarias". 1989.
10. CETESB, "Nota tcnica sobre tratamento de efluentes de indstrias de suco ctrico
concentrado". 1990.
210
11. JORDO, E.P.; PESSOA, C.A., "Tratamento de Esgotos Domsticos" - Vol. I - Concepes
Clssicas de Tratamento - Associao Brasileira de Engenharia Sanitria e Ambiental
(ABES) - 2a. Edio - Rio de Janeiro, 1982. 536p.
12. METCALF & EDDY, "Wastewater Engineering: Treatment, Disposal, Reuse". 3rd ed, . Mc
Graw - Hill Book Company .New York, 1994.
A quantidade total de oxignio (em mg/L) necessria para oxidar completamente esse despejo ser:
a) 1250
b) 2456
c) 2594
d) 1200
e) 3000
t(dias) 2 4 6 8 10
DBO (mg/L) 984 1580 1942 2162 2295
3) A DBO5,20oC igual a 500 mg/L e a constante de desoxigenao 20oC k= 0,15d-1 (base 10).
A DBO de 5 dias a 25oC para esse efluente (em mg/L):
a) 500
b) 602
c) 608
d) 625
e) 669
d) O valor da DQO geralmente inferior ao da DBO5,20oC e quanto mais prximo forem esses
valores menor ser a frao biodegradvel
e) O valor da DQO geralmente superior ao da DBO5,20oC e quanto mais prximos forem esses
valores maior ser a frao biodegradvel
5) Com relao afirmao: "Quanto mais poluda por matria orgnica biodegradvel estiver
uma gua, maior ser a demanda bioqumica de oxignio a ser exercida e menor ser a
concentrao de oxignio dissolvido", pode ser dito que:
a) Est correta, quaisquer que sejam as demais condies ambientais
b) Depende da temperatura e da taxa de degradao do resduo
c) Depende da taxa de degradao do resduo e da velocidade das guas
d) Depende da velocidade da gua e da presena de outros nutrientes alm do carbono
e) Depende da temperatura e da presena de outros nutrientes alm do carbono
8) Dois resduos essencialmente carbonceos apresentam k1 = 0,10 d-1 e k2 = 0,20 d-1 (base 10),
sendo que ambos possuem DBO20,20oC = 3.000 mg/L. As relaes DBO5/DBO20 de ambos os
resduos so, respectivamente:
a) 0,51 e 0,73
b) 0,63 e 0,79
c) 0,66 e 0,85
d) 0,69 e 0,90
e) 0,75 e 0,95
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A
B
C
D
E
Valor 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0 1.0
213
AULA 11
NUTRIENTES: COMPOSTOS DE NITROGNIO E FSFORO EM
GUAS
Para que melhor se compreenda as transformaes que o nitrognio sofre nas guas
necessrio conhecer o seu ciclo na natureza, ilustrado na figura 1:
O nitrognio orgnico que toma parte no tecido de uma planta pode ser incorporado
em tecidos animais pelo processo nutricional destes. A morte, seguida de decomposio, de animais
e vegetais e, principalmente, as transformaes sofridas pelos compostos orgnicos presentes nos
esgotos, levam formao de nitrognio amoniacal nas guas, nas formas de amnia gasosa (NH3)
ou do on amnio ( NH +4 ). Nas guas, o processo de oxidao biolgica sofrida pela amnia, que
convertida a nitrito ( NO2 ) por um grupo de bactrias nitrificadoras chamadas Nitrossomonas e,
posteriormente, a nitrato ( NO3 ) por outro grupo conhecido por Nitrobacter, chama-se nitrificao.
A nitrificao um processo que ocorre apenas em meio aerbio, pois no existem bactrias
anaerbias nitrificadoras. Corresponde, como visto, demanda bioqumica de oxignio de segundo
estgio, devendo ocorrer nas estaes de tratamento de esgotos. O processo inverso, ou seja, a
reduo biolgica possvel, mas o caminho preferencial a reduo de nitrato a nitrito e
posteriormente a nitrognio gasoso (N2).
Este processo se denomina desnitrificao e ocorre em meio anxico, isto , na
ausncia de oxignio livre, em lodos de fundo de rios e lagos e de unidades de separao de slidos
(decantadores) de estaes de tratamento de esgotos. Reatores anaerbios so projetados com esta
funo especfica, pois a nitrificao (aerbia) e a desnitrificao (anxica) levam ao controle
efetivo dos problemas que os compostos nitrogenados podem trazer s guas naturais.
Ocorrem ainda, no ciclo do nitrognio na natureza, as fixaes qumica e biolgica e
o seu uso como nutriente, sendo que as plantas so capazes de metabolizar nitratos e os animais
nutrem-se de nitrognio na forma orgnica, principalmente.
Como visto, o nitrognio pode ser encontrado nas guas nas formas de nitrognio
orgnico, amoniacal, nitrito e nitrato. As duas primeiras chamam-se formas reduzidas e as duas
ltimas, formas oxidadas. Pode-se associar a idade da poluio com a relao entre as formas de
nitrognio, ou seja, se for coletada uma amostra de gua de um rio poludo e as anlises
demonstrarem predominncia das formas reduzidas significa que o foco de poluio se encontra
prximo; se prevalecer nitrito e nitrato, ao contrrio, significa que as descargas de esgotos se
encontram distantes. Nas zonas de autodepurao natural em rios, distinguem-se as presenas de
nitrognio orgnico na zona de degradao, amoniacal na zona de decomposio ativa, nitrito na
zona de recuperao e nitrato na zona de guas limpas.
Este processo tem seu uso restrito devido necessidade de grandes unidades devido
s baixas taxas de aplicao, o que resulta em custo elevado. Outro processo fsico-qumico que
pode ser empregado a clorao ao break-point. As reaes que ocorrem entre o cloro e a amnia
nas guas foram mostradas em captulo anterior. Ocorre inicialmente a formao das cloraminas
(cloro combinado) que so destrudas em seguida medida que se aumentam as quantidades de
cloro adicionadas. Aps a destruio total das cloraminas, o cloro adicionado a seguir se mantm
como residual livre na gua. A clorao ao break-point tambm tem o seu uso limitado
economicamente devido principalmente necessidade de se utilizar elevadas dosagens de cloro.
Alm disso, outras reaes paralelas podem ocorrer, dependendo da composio da gua,
decorrentes principalmente da ao oxidante do cloro.
Os processos biolgicos normalmente empregados para o tratamento de esgotos no
so muito eficientes na remoo de nitrognio amoniacal. Os processos de lodos ativados devem ser
modificados para melhorar neste aspecto, aumentando-se a aerao e o tempo de residncia celular.
Em sistemas com aerao prolongada, possvel a nitrificao praticamente completa dos esgotos
quando a taxa de introduo de oxignio situa-se na faixa de 3,0 Kg O2 por Kg de DBO aplicada.
219
Alguns autores propem o uso de dois sistemas de lodos ativados em srie, para a remoo de boa
parte da DBO carboncea no primeiro, melhorando as condies dos efluentes para a nitrificao no
segundo sistema. Os filtros biolgicos aerbios tambm no produzem bons nveis de nitrificao.
As melhores condies para a nitrificao esto nas partes inferiores do filtro, uma vez que as
janelas laterais de ventilao so posicionadas ao redor dos fundos do filtro, e tambm porque na
parte inferior boa parte da DBO carboncea, que inibe o crescimento das nitro-bactrias, j foi
removida, uma vez que os filtros so de escoamento descendente. As lagoas aeradas mecanicamente
so pobres em nitrificao. As lagoas de estabilizao fotossintticas tambm no produzem
elevados graus de nitrificao, apesar dos elevados tempos de deteno adotados. Bons resultados
podem ser obtidos somente aps o tratamento em lagoas tercirias ou de maturao. Ocorre tambm
desnitrificao no lodo de fundo destas lagoas facultativas, em condies anxicas.
A nitrificao muito importante mas a desnitrificao tambm bastante desejvel,
no sentido de se reduzir a concentrao de nitrato, que pode interferir na potabilidade da gua.
A principal tendncia atual da evoluo do tratamento de esgotos sanitrios est na
otimizao dos processos biolgicos para melhorar as remoes de nitrognio e fsforo,
entendendo-se que os prejuzos provocados pela eutrofizao so tambm preocupantes. Os estudos
conduzem para o uso de sistemas hbridos anaerbios-anxicos-aerbios de nitrificao-
desnitrificao e remoo de fsforo. Pesquisas so realizadas em sistemas de lodos ativados
existentes, modificando-se o sistema de aerao no sentido de se produzir zonas anaerbias e
anxicas. Os arranjos denominados BARDENPHO e UCT so os mais difundidos. A bioqumica
desses processos bastante complexa mas razoavelmente conhecida, necessitando-se
prioritariamente de maior nmero de resultados prticos da operao destes sistemas. Infelizmente,
o conceito atual o de que, apesar destas modificaes, o nvel de remoo insuficiente para
diversas situaes.
2. Fsforo em guas
2.1. Fontes de fsforo nas guas
O fsforo pode se apresentar nas guas sob trs formas diferentes. Os fosfatos
orgnicos so a forma em que o fsforo compe molculas orgnicas. Os ortofosfatos, por outro
lado, so representados pelos radicais PO43 , HPO42 e H 2 PO4 , que se combinam com ctions
formando sais inorgnicos nas guas. Os polifosfatos ou fosfatos condensados so polmeros de
ortofosfatos. No entanto, esta terceira forma no muito importante nos estudos de controle de
qualidade das guas, porque os polifosfatos sofrem hidrlise, convertendo-se rapidamente em
ortofosfatos nas guas naturais.
31
converter os resultados de PO43- para P, deve-se multiplic-lo por , ou seja 0,326.
31 + 16 x 4
1
Para se fazer o inverso, deve-se multiplicar o resultado por , ou seja, 3,065.
0,326
3) Questionrio
4) Referncias Bibliogrficas
1. APHA; AWWA; WEF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.
American Public Health Association, 18th ed., Washington, 1992.
223
2) Lanando-se um efluente contendo nitrognio orgnico em um rio, sem que haja esgotamento
completo do oxignio dissolvido de suas guas, a sequncia de transformaes a ser sofrida pelo
nitrognio ser:
a) Nitrognio amoniacal, nitrognio orgnico, nitrato e nitrito
b) Nitrognio orgnico, nitrognio amoniacal, nitrato e nitrito
c) Nitrito, nitrato, nitrognio amoniacal e nitrognio orgnico
d) Nitrato, nitrito, nitrognio orgnico e nitrognio amoniacal
e) Nitrognio orgnico, nitrognio amoniacal, nitrito e nitrato
c) Fenmeno que ocorre em ambiente aerbio em que o nitrato oxidado a nitrito e este
reduzido em nitrognio gasoso.
d) Fenmeno que ocorre em ambiente aerbio ou anxico em que o nitrognio orgnico oxida-
se sucessivamente em nitrito e nitrato
e) Fenmeno que ocorre em ambiente exclusivamente aerbio em que o nitrognio amoniacal
oxidado sucessivamente a nitrito e nitrato
5) Com relao presena de formas reduzidas de nitrognio nos reatores biolgicos para o
tratamento de efluentes orgnicos pode ser dito que:
a) Deve ser evitada, pois mesmo em pequenas quantidades exerce efeito inibidor sobre o
tratamento biolgico
b) indispensvel, devido ao efeito tampo produzido por estas substncias que conferem ao
sistema resistncia com relao queda de pH
c) Deve ser evitada pois somente as formas oxidadas so desejveis para garantir o
crescimento biolgico nos reatores
d) indispensvel, por tratar-se de macro-nutrientes que se ausentes ou presentes em
quantidades insuficientes em relao ao carbono orgnico, ocorre limitao do crescimento
biolgico nos reatores
e) No h influncia dessas substncias no tratamento biolgico de efluentes orgnicos
7) Nos laudos de anlises de guas, a expresso NTK - Nitrognio Total Kjeldhal, representa a
soma de:
a) Nitrito e nitrato
b) Amnia e nitrato
c) Nitrognio orgnico e amoniacal
d) Nitrognio orgnico e nitrato
e) Amnia e nitrito
10) So princpios de tratamento fsico-qumico para a remoo de nitrognio amoniacal das guas:
a) Reduo qumica e precipitao
b) Adsoro e troca-inica
c) Coagulao/floculao e flotao com ar dissolvido
d) Precipitao qumica e flotao com ar dissolvido
e) Clorao ao "break-point" e alcalinizao seguida de arraste com ar
13) Tcnica de tratamento que apresenta maior capacidade de reduo da concentrao de fsforo
dos esgotos sanitrios:
a) Lodos ativados com aerao prolongada
b) Sistema biolgico misto anaerbio/aerbio
c) Precipitao qumica com sais de alumnio ou ferro
d) Oxidao com cloro
e) Adsoro em carvo ativado
A quantidade em kg/dia de fosfato de sdio, Na3(PO4), necessria para perfazer uma relao DQO/P
igual a 350:1 ser: (Dadas as massas atmicas: Na = 23g; P = 31g; O = 16g)
226
a) 0,6
b) 2,9
c) 8,4
d) 15,5
e) 26,8
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
A
B
C
D
E
Valor 0.7 0.7 0.7 0.7 0.7 0.7 0.7 0.7 0.7 0.7
N 11 12 13 14 15
A
B
C
D
E
Valor 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6
227
AULA 12
PROBLEMAS ESPECIAIS DE QUALIDADE DAS GUAS: LEOS E
GRAXAS, DETERGENTES E FENIS
4,0 unidades, a emulso oleosa quebrada, ocorrendo floculao. A seguir, os flocos formados
podero flotar ou sedimentar, dependendo de suas densidades. Aps a separao do material flotado
ou sedimentado, procede-se neutralizao do pH dos efluentes tratados antes da descarga final.
Finalmente, existe ainda a possibilidade do emprego de bactrias biofixadas para
melhorar a operao de caixas de gordura ou para aliviar tratamentos biolgicos sobre-carregados,
mas esta tecnologia encontra-se pouco desenvolvida no Brasil at o presente.
2. Detergentes em guas
2.1. Definio
Os fenis e seus derivados aparecem nas guas naturais atravs das descargas de
efluentes industriais. Indstrias de processamento da borracha, de colas e adesivos, de resinas
impregnantes, de componentes eltricos (plsticos) e as siderrgicas, entre outras, so responsveis
pela presena de fenis nas guas naturais.
mg/L de fenis tambm provocam inibio. Estudos recentes tm demonstrado que, sob processo de
aclimatao, concentraes de fenol superiores a 1000 mg/L podem ser admitidas em sistemas de
lodos ativados. Em pesquisas em que o reator biolgico foi alimentado com cargas decrescentes de
esgoto sanitrio e com carga constante de efluente sinttico em que o nico tipo de substrato
orgnico era o fenol puro, conseguiu-se ao final a estabilidade do reator alimentado somente com o
efluente sinttico contendo 1000 mg/L de fenol.
No Estado de So Paulo, existem muitas indstrias contendo efluentes fenlicos
ligados rede pblica de coleta de esgotos. Para isso, devem sofrer tratamento na prpria unidade
industrial, de modo a reduzir o ndice de fenis para abaixo de 5,0 mg/L (Artigo 19-A do Decreto
Estadual no 8468). O ndice de fenis constitui tambm padro de emisso de esgotos diretamente
no corpo receptor, sendo estipulado o limite de 0,5 mg/L tanto pela legislao do Estado de So
Paulo (Artigo 18 do Decreto Estadual no 8468) como pela legislao federal (Artigo 21 da
Resoluo no 20 do CONAMA).
Nas guas naturais, os padres para os compostos fenlicos so bastante restritivos,
tanto na Legislao Federal quanto na do Estado de So Paulo.
Nas guas tratadas, os fenis reagem com o cloro livre formando os clorofenis, que
produzem sabor e odor na gua. Por este motivo, os fenis constituem-se em padro de
potabilidade, sendo imposto o limite mximo bastante restritivo de 0,001 mg/L pela Portaria 36 do
Ministrio da Sade.
3.4. Tratamento
4. Questionrio
5. Referncias Bibliogrficas
1. APHA, AWWA, WEF, Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater.
American Public Health Association, 18th ed., Washington, 1992.
2. KATO, M.T., Detergentes. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do Solo.
Escola de Engenharia Mau, 1983.
3. KATO, M.T., leos e Graxas. Roteiro de aula da disciplina Qualidade da gua, do Ar e do
Solo. Escola de Engenharia Mau, 1983.
4. METCALF & EDDY, Wastewater Engineering: Treatment, Disposal, Reuse. Mc Graw-Hill
International Editions, 3rd ed. 1991.
234
5. SAWYER, C.N. & McCARTY, P.L., Chemistry for Environmental Engineers. 3rd ed. New
York. Mc Graw-Hill Book Company, 1978
6. VILLAS BAS, D.M.F., Estudo Microbiolgico de Sistemas de Lodos Ativados com nfase
nas Bactrias Degradadoras de Fenol. Tese de Doutorado. Escola Politcnica da USP,
1999.
5) Para a determinao das fraes de leos e graxas em funo das origens, recomenda-se o
emprego de:
a) Espectrofotometria na faixa de infravermelho
b) Espectrofotometria na faixa ultravioleta-visvel
c) Espectrofotometria de absoro atmica
d) Cromatografia gasosa
e) Cromatografia lquida
235
13) Assinale a alternativa em que so apresentados apenas tipos de indstrias cujos efluentes
possuem compostos fenlicos:
a) Siderurgia, celulose e papel, borracha e txtil
b) Plstico, petroqumica, galvanoplastia e eletrnica
c) Resinas impregnantes, plstico, celulose e papel e mecnica
d) Colas e adesivos, txtil, galvanoplastia e siderurgia
e) Siderurgia, plstico, borracha e resinas impregnantes
15) Tcnica analtica com a qual se pode medir um por um dos compostos fenlicos nas guas, com
bom grau de preciso:
a) Mtodo colorimtrico da aminoantipirina
b) cromatografia gasosa
c) Espectrofotometria de absoro atmica
d) Titulometria de formao de complexos
e) Eletrodo de on seletivo
16) O fator mais restritivo relacionado com o prejuzo do uso para abastecimento pblico de guas
contendo fenis refere-se :
a) O desenvolvimento de sabor e odor devido aos clorofenis formados quando se aplica a
desinfeco com cloro residual livre
b) Sua toxicidade aguda, sendo que estes compostos no so removidos satisfatoriamente em
ETAs convencionais
c) Sua reao com fluoreto, diminuindo a eficincia deste no combate crie dentria
d) Dificuldades na etapa de floculao qumica da gua, levando formao de flocos leves e de
baixa velocidade de sedimentao, sobrecarregando os filtros
e) Necessidade de pr-clorao para a sua oxidao
237
17) Com relao presena do fenol em efluentes tratados pelo processo de lodos ativados:
a) inadmissvel, em qualquer faixa de concentrao.
b) txico para os microrganismos que atuam no processo, no sendo admitidas concentraes na
faixa de 50 mg/L, seja atravs de adio pontual ou administradas continuamente
c) Concentraes bastantes elevadas, da ordem de 1000mg/l, podem ser admitidas, quando
administradas continuamente, sem configurar uma situao de choque
d) Mesmo em situaes de choque, no ocorre qualquer prejuzo para a nitrificao do processo
que opera na faixa com aerao prolongada
e) Apenas a digesto anaerbia do excesso de lodos ativados pode ser comprometida pela presena
de grandes quantidades de fenis nos efluentes
N 1 2 3 4 5 6 7 8 9
A
B
C
D
E
Valor 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6 0.6
238
AULA 13
PESTICIDAS EM GUAS
1. Introduo
Ainda que seja admitida a necessidade do controle qumico de pragas, uma vez que
so inmeros os exemplos de safras integralmente perdidas devido ao predatria de pragas (ver
tabela 1), caso as aplicaes de tais produtos sejam feitas de forma racionalizada, os problemas
ambientais poderiam ser significativamente reduzidos. O que se observa em muitos casos so
asperses sem controle de dosagens, manuseios indevidos dos recipientes, sendo freqentes as
descargas de restos de produtos e lavagens de gales utilizados nas guas naturais. E,
principalmente, em alguns casos no so observados os afastamentos necessrios das plantaes das
margens dos rios e no so construdos sistemas de drenagem que impeam o acesso de guas de
enxurradas aos mesmos. Assim, o problema que inicialmente de contaminao do solo, passa
tambm a se refletir nos ambientes aquticos. E esta uma situao que demonstra claramente que
os problemas de contaminao das guas devem ser resolvidos na fonte geradora, uma vez que,
atingidas as guas naturais, pouco se pode fazer no sentido de reverter os prejuzos da qualidade
que, neste caso, so muito srios.
Deve ser lembrado que existe o controle biolgico de pragas (a joaninha predadora
de cochonilhas, ou bactrias combatem a praga do algodo, por exemplo) e ainda tcnicas agrcolas,
como o conceito clssico de que a rotatividade das culturas diminui a incidncia de pragas.
Os praguicidas so classificados em inseticidas, fungicidas e herbicidas mas, de uma
maneira geral, no h ao especfica sobre a praga, sendo venenos indiscriminados que atingem a
todo o ecossistema por onde se dispersam. Em alguns casos a ao especfica, como so os casos
dos herbicidas sistmicos, que atuam atravs da seiva das plantas.
a. Inseticidas
b. Fungicidas
c. Herbicidas
5. Controle de pesticidas
6. Questionrio
7. Referncias Bibliogrficas
4) O controle preventivo das descargas de pesticidas nas guas prefervel ao corretivo, pois:
a) Trata-se de carga difusa e a sua remoo da gua s possvel mediante processos especiais de
tratamento para uso no abastecimento pblico
b) Trata-se de carga concentrada, prejudicando os ecossistemas aquticos anteriormente aos
problemas trazidos para a sade pblica
c) Trata-se de carga difusa e recomendvel tratar estes efluentes antes da descarga nas guas
naturais
d) Trata-se de carga concentrada e uma nica dose pode trazer problemas irreversveis para o
ecossistema aqutico e para a sade pblica
f) Trata-se de carga difusa e ocorrem efeitos sinrgicos medida que os pesticidas reagem na gua
com outros compostos orgnicos naturais formando substncias ainda mais txicas.
N 1 2 3 4
A
B
C
D
E
Valor 2.5 2.5 2.5 2.5
245
AULA 14
SOLVENTES ORGNICOS EM GUAS: BENZENO, TOLUENO E
XILENO
1) Benzeno em guas
a. Identificao e propriedades
e. Remoo de benzeno
O benzeno pode ser removido das guas atravs de processos fsico-qumicos como
o arraste com ar ou a adsoro em carvo ativado. Pode tambm ser degradado biologicamente em
248
reatores aerbios quando as condies ambientais nestes forem favorveis, especialmente quando
sua concentrao for baixa relativamente ao contedo global de matria orgnica biodegradvel.
2) Tolueno em guas
a. Identificao e propriedades
txicos sobre embrio e feto foram observados em ratos, por inalao, alm da ocorrncia de aborto
em coelhas expostas durante todo o perodo de gestao. Por outro lado, a administrao via oral de
tolueno provocou teratogenicidade em camundongos.
A capacidade do tolueno de interferir na biotransformao e alterar o efeito txico de
diversos solventes, tem sido documentada por diversos pesquisadores. Por exemplo, o tolueno
diminui a metabolizao e a neuro-toxicidade do n-hexano e tambm a metabolizao e os efeitos
do benzeno de reduo dos glbulos vermelhos do sangue. Por outro lado, aumenta a ao txica do
tetracloreto de carbono sobre o fgado.
Com relao aos efeitos observados diretamente sobre os seres humanos, a ao
primria do tolueno sobre o sistema nervoso central. Pode causar excitao ou depresso, com
euforia na fase de induo, seguida de desorientao, tremores, desnimo, alucinaes, convulses e
coma. Pode tambm causar anomalias transitrias nas atividades enzimticas no fgado e problemas
renais.
Os estudos existentes indicam que a produo e o uso do tolueno no trazem efeitos
adversos significativos sobre os ecossistemas aquticos e terrestres. Os nveis de toxicidade aguda
para peixes e invertebrados aquticos (CL50) variam de 3,7 a 1180 mg/L, sendo que a maioria dos
organismos apresentam CL50 na faixa de 15 a 30 mg/L. A fotossntese e a respirao dos
organismos das comunidades fitoplantnicas marinhas so inibidas na faixa de 34 mg/L. Nenhum
efeito adverso foi observado em estudos de exposio a longo prazo com trs espcies de peixes de
gua doce e salgada, em concentraes na faixa de 1,4 a 7,7 mg/L. Os peixes em desova podem
detectar e evitar guas contendo tolueno na faixa de 2 mg/L. Os efeitos da exposio ao tolueno so
reversveis e seus resduos no se acumulam em peixes ou atravs da cadeia alimentar aqutica.
As concentraes de tolueno em efluentes industriais variam de 0,01 a 20 mg/L. A
degradao do tolueno por microrganismos ocorre na faixa de 63 a 86 %, aps perodo superior a 20
dias. Por outro lado, o impacto negativo dos derramamentos de tolueno limitado rea imediata
ao seu redor, devido sua rpida degradao em condies aerbias.
e. Remoo de tolueno
volteis das guas. Tambm a degradao biolgica destes compostos possvel em determinadas
condies especficas.
3) Xilenos em guas
a. Identificao e propriedades
xileno, de 7,9 mg/L para o m-xileno e 1,7 mg/L para o p-xileno, resultados estes obtidos em ensaios
com truta e pescada. Quase no se dispe de informaes sobre a exposio crnica de organismos
aquticos.
Com relao degradao biolgica, pode ser dito inicialmente que bactrias
aerbias do gnero Pseudomonas tm se demonstrado capazes de se reproduzirem usando tanto
meta como para-xileno como fonte nica de carbono. Aparentemente, o mesmo no ocorre com o
ismero orto.
Em guas subterrneas, ocorre a degradao biolgica de xilenos pela microfauna
autctone devido contaminao por gasolina. Depois de um perodo de aclimatao de 3 a 4 dias,
as concentraes de cada hidrocarboneto comeam a ser reduzidas sob taxas mensurveis. A
remoo de m e p-xileno completa-se no perodo de 7 dias, enquanto que a degradao do o-xileno
mais lenta, levando 11 a 12 dias.
Tanto o m quanto o p-xileno demonstraram-se facilmente biodegradveis usando
como inculo lodo ativado de uma ETE municipal, sendo convertidos dentro do perodo de 13 dias.
Neste estudo, a concentrao inicial de xileno foi de 100 mg/L, aplicado a 30 mg/L de biomassa. A
degradao do xileno foi monitorada pela taxa de consumo de oxignio, comparada a um sistema de
controle.
A degradao de misturas de benzeno, tolueno e p-xileno foi estudada em culturas
puras de Pseudomonas e culturas mistas. Em culturas mistas, a presena do p-xileno no provocou
aumento da durao da fase de adaptao, mas provocou reduo na taxa de degradao do tolueno,
quando comparada com a taxa sem a adio de p-xileno. A degradao do p-xileno ocorreu apenas
aps longo perodo de aclimatao. Na presena de tolueno, ocorreu reduo deste perodo de
aclimatao e aumento na taxa de degradao do p-xileno. Em culturas puras de Pseudomonas, a
degradao do p-xileno foi mais lenta; quando adicionado isoladamente, nenhuma degradao
ocorreu nas trs primeiras semanas. Tambm neste caso, observou-se que a taxa de degradao do
p-xileno aumentou com a adio de tolueno. Observou-se tambm que a taxa de degradao dos
xilenos depende da concentrao de oxignio dissolvido.
Sob condies anaerbias, o o-xileno, juntamente com outros compostos de alquil-
benzeno, tem-se demonstrado degradvel. Nenhuma degradao significativa do o-xileno ocorreu
nas 20 semanas iniciais, mas aps 40 semanas a concentrao se reduziu a 22 % da inicial. Aps
120 semanas, a frao remanescente foi inferior a 1 %. Em suspenses anxicas contendo
Pseudomonas, ocorreu o crescimento destas na presena de tolueno, m-xileno e p-xileno, que foram
degradados parcialmente.
d. Determinao de xilenos
e. Remoo de xilenos
4) Questionrio
1. Qual a classificao qumica dos compostos benzeno, tolueno e ismeros de xileno? Apresentar
suas frmulas estruturais.
2. Quais as principais fontes nas guas naturais, superficiais e subterrneas, de: a) benzeno, b)
tolueno e c) xilenos
3. Quais os efeitos provocados sobre os organismos que compem os ecossistemas aquticos e
sobre a sade pblica devido ao lanamento nas guas naturais de: a) benzeno, b) tolueno e c)
xilenos?
4. Qual o principal mtodo analtico recomendado para a determinao das concentraes de
benzeno, tolueno e xileno em guas?
5) Referncias bibliogrficas
N 1 2 3
A
B
C
D
E
Valor 3.0 3.0 4.0
254
AULA 15
INTERPRETAO DE LAUDOS DE QUALIDADE DAS GUAS
1. Consideraes iniciais
Foi visto em fascculos anteriores que o principal fator que regula a estabilidade de
partculas na gua o tamanho. As partculas maiores so mais facilmente removidas. Assim, boa
parte dos slidos em suspenso podem ser removidos por processos de sedimentao simples ou por
flotao com ar dissolvido. Complementarmente, a filtrao pode ser usada para a remoo de
slidos em suspenso mais finos, de baixa velocidade de sedimentao ou de baixa capacidade de
aderncia ou aprisionamento de bolhas de ar na flotao com ar dissolvido.
J as partculas em estado coloidal necessitam sofrer processos de coagulao e
floculao para serem transformadas em slidos em suspenso antes de serem removidas atravs
das operaes anteriormente descritas.
Na remoo de partculas por coagulao e floculao, destaca-se o caso de guas
com turbidez baixa e cor elevada, que resultam na predominncia de flocos pequenos e de baixa
velocidade de sedimentao. So os casos de guas de mananciais protegidos da ao antrpica,
mas encerrados em reas de densa cobertura vegetal. Assim, a cor elevada devida decomposio
da vegetao que atinge as guas, levando formao de matria orgnica em estado coloidal,
como os cidos hmico e flvico, sem que haja turbidez em igual proporo. Aps a floculao,
nesses casos, os flocos resultantes podem ser muito pequenos, devido ausncia de partculas
maiores que atuem como ncleo para a formao de flocos grandes. tambm o caso de guas
subterrneas com concentraes elevadas de ferro ou, mais raramente, de mangans. Embora seja
ainda possvel a remoo destas partculas por meio de coagulao e floculao, estes processos
unitrios tm que ser otimizados e, normalmente, bons resultados so obtidos apenas quando se
associa uma ao oxidante, alm do uso de polmeros para aumentar o tamanho dos flocos. Deve-se
256
estar atento, nesses casos, para as possibilidades de formao de trihalometanos (THMs), cujos
residuais na gua devem ser rigorosamente monitorados quando se emprega cloro como oxidante.
As partculas em soluo verdadeira na gua, ons ou pequenas molculas, so de
grande estabilidade, o que significa difcil remoo, por manifestarem cargas eltricas e por serem,
praticamente, desprovidas de massa. Exigem processos especiais de tratamento como a adsoro,
troca-inica, osmose reversa ou a precipitao qumica, dentre outros. A precipitao qumica um
processo de equilbrio e apresenta rendimento apenas parcial; por vezes, incapaz de promover o
atendimento aos padres de potabilidade ou para determinados usos industriais. Recaem nesta faixa
de tamanho das diminutas partculas dissolvidas na gua, importantes contaminantes qumicos ou
substncias que, de outras formas, prejudicam seu uso.
Dentre as espcies inicas, destacam-se ctions como os diversos metais pesados
como o chumbo, brio, cdmio, arsnio, selnio, cromo, mercrio, estanho, cobre, zinco, nquel e
alumnio, alm dos metais alcalinoterrosos produtores de dureza, como o clcio e o magnsio.
Todos esses ons so removidos eficientemente atravs de troca-inica ou por meio de processos de
filtrao atravs de membranas especiais, como a osmose reversa. A precipitao qumica, como o
processo da cal e soda usado no abrandamento da gua, pode ter resultado insatisfatrio.
Dentre os nions, destacam-se os ons cloreto, fluoreto, sulfato, sulfeto, nitrato e
cianeto, dentre outros. De uma maneira geral, colunas preenchidas com resinas aninicas ou
processos de filtrao em membranas tambm resolvem esses problemas de qualidade das guas de
forma eficiente. Podem ser mencionados os usos da osmose reversa para a dessalinizao (remoo
de cloreto) e desfluoretao das guas. A remoo de fluoreto tem sido tambm feita atravs de
colunas com alumina ativada. Na remoo de cloro residual, pode-se recorrer adsoro em carvo
ativado. Cianeto pode ser removido por oxidao com cloro, perxido de hidrognio ou atravs de
ozonizao.
total do consumo de cido fluossilcico, que caro. Neste caso, haveria a necessidade de mistura
com vazo igual de outra gua de outra fonte isenta de fluoreto. O emprego de tcnicas de
desfluoretao deveria ser estudado se no existirem fontes alternativas para o abastecimento em
questo.
Os nveis excessivos de ferro, associados cor elevada da gua, na ausncia de
turbidez significativa, podero levar a dificuldades na etapa de coagulao e floculao. Mtodos
oxidativos, como a aerao ou, mais provavelmente, a clorao, sero necessrios, alm do uso de
polieletrlito para promover uma melhoria global no processo de floculao.
Caso haja necessidade do emprego de coagulante como o sulfato de alumnio, sendo
que esta possibilidade seria indicada atravs de ensaios de tratabilidade, provavelmente a
alcalinidade natural da gua, 30 mg/L em CaCO3, ser suficiente para promover o efeito de
floculao por varredura, sem que haja a necessidade de adio artificial de alcalinizante como a cal
hidratada. A relao estequiomtrica entre dosagem de coagulante e presena de alcalinidade ,
neste caso, da ordem de 2:1 e, para os valores apresentados de cor e turbidez da gua, dificilmente
seria necessria dosagem de coagulante superior a 60 mg/L.
Finalmente, o nvel de sulfato da gua baixo e, mesmo aumentado durante o
tratamento no exceder ao padro de potabilidade. A presena de 5 mg/L de nitrato, embora
preocupante, merecendo monitoramento rigoroso, no excede ao padro de potabilidade, que de
10 mg/L.
O que se pode dizer sobre a degradabilidade desse efluente em reatores aerbios e anaerbios?
Dadas as massas atmicas: P: 31g ; O: 16g ; N: 14 g.
Soluo:
a) Relao SV/ST:
b) Relao DBO5/DQO:
d) Substncias txicas
d.1.) leos e graxas: Haver a necessidade de tratamento fsico-qumico para a remoo de leos e
graxas, tanto para tratamento posterior de natureza aerbia quanto anaerbia.
d.2.) Fenis: possvel que ocorra algum efeito inibidor, tanto em reatores aerbios quanto em
anaerbios, devendo-se conduzir estudos em escala piloto.
d.3.) Sulfato: provvel que ocorra inibio em reatores anaerbios pela reduo a sulfetos,
devendo-se conduzir estudos em escala piloto.
e) pH: necessria a elevao do pH dos despejos para um valor em torno de 7,0; tanto para o
tratamento aerbio quanto para o anaerbio.
5. Exerccios propostos
1. Verificar a consistncia do seguinte laudo de anlises de uma gua para abastecimento pblico e
tecer comentrios sobre sua tratabilidade atravs de uma ETA do tipo convencional ou clssica:
pH: 6,5
Turbidez: 8,3 UNT
Cor: 6 mg/L (Pt)
Alcalinidade de bicarbonatos: 180 mg/L (CaCO3)
Alcalinidade de carbonatos: 20 mg/L (CaCO3)
Dureza total: 15 mg/L (CaCO3)
Clcio: 10 mg/L (Ca)
Magnsio: 5 mg/L (Mg)
Nitrato: 12 mg/L
Nitrognio amoniacal: 1,3 mg/L (N)
Cloreto: 50 mg/L
Sulfato: 20 mg/L
Fluoreto: 0,2 mg/l
Ferro: 1,2 mg/L (solvel)
Slidos dissolvidos 450 mg/L
Slidos em suspenso 200 mg/L
pH: 8,9
Oxignio dissolvido: 12 mg/L
DBO5: 180 mg/L
DQO: 320 mg/L
Nitrognio total (NTK): 35 mg/L (N)
Nitrognio orgnico: 20 mg/L (N)
Nitrognio amoniacal: 15 mg/L (N)
Nitrito: 1,0 mg/L (NO2)
Nitrato: 5 mg/L (NO3)
Fsforo total: 8,2 mg/L (P)
Ortofosfato: 4 mg/L (PO4)
Fosfato orgnico: 20 mg/L (PO4)
Slidos totais: 540 mg/L
Slidos fixos: 200 mg/L
Slidos volteis: 360 mg/L
262
1) Na anlise de uma gua para abastecimento pblico foram obtidos os seguintes resultados:
a) A cor relativamente alta da gua pode ser devido presena das 1,2 mg/L de ferro.
b) Devido relao entre os resultados de cor e turbidez possvel que sejam formados flocos
pequenos e de baixa velocidade de sedimentao.
c) A presena de ferro em concentrao acima do padro praticamente inviabiliza o uso desta gua
para abastecimento pblico, por exigir processos sofisticados de remoo.
d) A presena de fluoreto em excesso recomenda que se investigue a possibilidade de mistura
desta gua com a de outra fonte
e) A presena de nitrato em concentrao acima do padro indica srie dificuldade de tratamento,
devido exigncia de processos especiais
2) Ainda com relao ao laudo de anlises apresentado na questo anterior, pode-se afirmar que:
a) Este manancial est sujeito descarga de efluentes industriais
b) A remoo do excesso de nitrato dever ser promovida anteriormente ao tratamento
convencional
c) Com base nos resultados obtidos, possvel o atendimento aos padres de potabilidade atravs
do tratamento em uma ETA convencional ou clssica
d) A osmose reversa seria um tratamento indicado para a remoo do excesso de fluoreto dessa
gua
e) A presena de 20 mg/L de sulfato na gua dever trazer problema ao sistema de distribuio de
gua tratada
263
5) Na anlise de uma gua a ser tratada para abastecimento pblico foram obtidos os seguintes
resultados:
pH: 6,5
Turbidez: 8,3 UNT
Cor: 6 mg/L (Pt)
Alcalinidade de bicarbonato: 160 mg/L (CaCO3)
Alcalinidade de carbonato: 20 mg/L (CaCO3)
Dureza total: 150 mg/L (CaCO3)
Clcio: 40 mg/L (Ca)
Magnsio: 10 mg/L (Mg)
Nitrato: 12 mg/L
Nitrognio amoniacal: 1,3 mg/L (N)
Cloreto: 50 mg/L
264
Sulfato: 20 mg/L
Fluoreto: 0,2 mg/l
Ferro: 1,0 mg/L (solvel)
Slidos dissolvidos: 450 mg/L
Slidos em suspenso: 200 mg/L
6) Ainda com relao ao laudo apresentado na questo anterior, assinale a alternativa incorreta:
a) A presena de 1,0 mg/L de ferro deveria contribuir pra uma ocorrncia de intensidade de cor
superior a 6 mgPt/L
b) A presena de 50 mg/L de cloreto incompatvel com uma concentrao de 450 mg/L de
slidos dissolvidos
c) A presena de 200 mg/L de slidos em suspenso contribui para a manifestao de uma
turbidez superior a 8,3 UNT
d) possvel ter-se cor igual a 6 UC e turbidez igual a 8,3 UNT em uma mesma amostra
e) possvel encontra-se 20 mg/L de sulfato e 0,2 mg/L de fluoreto em uma mesma amostra de
gua
8) Ainda com relao aos resultados apresentados no laudo da questo anterior, assinale a
alternativa incorreta:
a) As concentraes de fsforo total, fosfatos orgnicos e ortofosfatos so coerentes entre si
b) A diferena de 20 mg/L entre a concentrao de slidos totais e a soma das concentraes de
slidos fixos e volteis pode ser justificada pelo grau de preciso envolvido nestas
determinaes
c) No h incoerncia entre os resultados de leos e graxas e ndice de fenis
d) possvel ter-se concentraes de sulfato superior de fosfato
e) possvel a presena de 12 mg/L de chumbo em pH 8,9
N 1 2 3 4 5 6 7 8
A
B
C
D
E
Valor 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25 1.25