Tim Ingold e A Ecologia Sensivel
Tim Ingold e A Ecologia Sensivel
Tim Ingold e A Ecologia Sensivel
Resumo: O artigo apresenta a concepo de ecologia sensvel desenvolvida por Tim Ingold, mostrando o
carcter dinmico e emergencial da relao do organismo com o meio. Esta perspectiva contribui para
uma nova compreenso da antropologia ecolgica.
Palavras-chave: conhecimento encorporado, intencionalidade, ecologia, antropologia.
Summary: The paper presents the idea of sentient ecology developed by Tim Ingold, pointing out the
dynamic and emergent relationships of organisms with their environments. This perspective contributes
for a renewal of ecological anthropology.
Key-words: embodied knowledge, intentionality, ecology, anthropology.
1. Introduo
O tema central da antropologia ecolgica tem sido a compreenso das relaes
entre as actividades humanas e o seu meio ambiente i.e., os modos como as diferentes culturas
interagem com a natureza. Esta questo ganhou uma nova actualidade com a conscincia dos
diversos problemas ambientais que afectam a biosfera. A concepo dualista que separa
claramente os mbitos da natureza e da cultura tem sofrido fortes abalos tanto no seio da
antropologia1, como da sociologia ou da psicologia. Hoje em dia, em parte devido aos avanos
das cincias gentica e etolgica e das cincias neurobiolgica e cognitiva, parece que
assistimos a um retorno ao natural e ao biolgico, depois de umas dezenas de anos em que o
acento posto sobre o social e a cultura, e sobre a influncia estruturante que apresentam para
os comportamentos e a vida mental, ter demonstrado grande parte da sua pertinncia.
Mas o interesse pelo bios sobretudo reforado pela percepo de ameaa que pesa
sobre os sistemas naturais sustentando as culturas. Dispomos hoje em dia de elementos
suficientes para perceber que a distino entre natural e cultural corresponde, em muitos casos
de fronteira, a um efeito nominalista introduzido pela competncia conceptual da linguagem.
Encontramo-nos face a uma substancializao de fenmenos que, em si mesmos, so
indecidveis. A socialidade humana, na encruzilhada dos sistemas biocognitivos e sociais e da
emergncia histrica e simblica, mostra essa real indeciso. De que modo que o normativo
cultural regula o social e de que modo convive com o ethos renovado de cada gerao? Qual o
papel da linguagem neste processo? Qual a importncia da imaginao e da sensibilidade? No
incomum lermos que um dos aspectos trgicos da condio humana reside na distncia entre
as regras institucionalizadas e o movimento criativo que brota do fundo de cada um.
neste contexto que a obra de do antroplogo britnico Tim Ingold ganha uma
relevncia particular. Este autor acrescenta sua formao na antropologia anglo-saxnica um
conjunto de referncias retiradas, entre outros, da fenomenologia alem e francesa que lhe
permitem repensar as categorias tradicionais da antropologia para fora do seu quadro terico
original e re-inseri-las na experincia intencional do humano definido como um organismo vivo
que empresta valor e significado sensveis ao ambiente que habita. De facto, T.Ingold um
autor eclctico, que se refere a um conjunto variado de trabalhos oriundos de diferentes
campos disciplinares, e a sua obra corresponde a um esforo de integrao de saberes em que
o ser humano aparece no como uma entidade compsita constituda de partes separadas e
complementares, como o corpo, a mente e a cultura, mas como um locus singular em
crescimento contnuo no seio de um campo de relaes em permanente movimento (2000:4).
Habitao (dwelling) e construo (building) so dois termos que o autor ope com
frequncia nos seus trabalhos, mostrando que viver num determinado meio ambiente no
corresponde em primeiro lugar a uma reconstruo cognitiva da percepo atravs da sua
metaforizao, mas viver corresponde sobretudo a um conjunto de relaes significantes em
que o organismo emerge enquanto tal, ao longo de um processo de crescimento e de
maturao no qual a linguagem simblica gerada. A perspectiva sobre a ecologia humana
enquanto sistema de relaes funcionais seleccionadas ao longo do tempo evolutivo integrada
a uma concepo sobre a temporalidade prpria aos organismos em que o habitat se
transforma em paisagem. Segundo Ingold, esta perspectiva revoluciona a biologia neodarwinista ao ultrapassar o esquema mecanicista simples da variao-seleco inerente ideia
de determinao gentica e de adaptao, e ao considerar o desenvolvimento e a dinmica de
gerao como a condio de expresso do organismo vivo, num meio.
Tim Ingold retoma temas fundamentais da biologia fenomenolgica presentes j na
obra precursora de Von Uexkull sobre o mundo prprio (Umwelt) (1956) para tentar perceber
como a objectividade das avaliaes culturais sobre a natureza (incluindo as avaliaes da
cincia ocidental) pode emergir da subjectivizao intencionalizada de um mundo habitado ao
longo do tempo. A novidade de Ingold est em ter permeabilizado, de um modo bastante
2. Ecologia e Antropologia
A ideia de incluir o ser humano na natureza tem a sua raiz histrica principal nos
trabalhos de Charles Darwin (1856, 1872) que inseriu pela primeira vez o ser humano no seio
do mundo vivo, fornecendo deste ltimo uma imagem histrico-geneolgica que dava conta da
sua unidade e diversidade ao longo do grande tempo da evoluo geo-biolgica e, ultimamente,
tambm cultural. A ecologia inscreve-se no contexto darwiniano da evoluo e foi
conceptualmente formulada pela primeira vez, no sculo passado, por E. Haeckel (1868),
discpulo de Darwin e representante da escola vitalista na biologia.
Haeckel construiu o termo de ecologia a partir das duas etimologias gregas oikos = casa e
logos = estudo: a Oecologie constitua a cincia da economia, dos hbitos, do modo de vida,
das relaes vitais externas dos organismos. A ecologia aproximava-se ento da etologia, que
tinha sido definida um pouco mais cedo por G. Saint Hilaire (1851), e que significava o estudo
das relaes de todos os organismos vivos com o seu habitat natural.
cincia ecolgica, permitindo conceber plantas, animais e factores do meio como um conjunto
de relaes funcionais (aces e retroaces) entre fauna e flora ( biocenoses) e as condies do
meio fsico (bitopos).
Em 1942 R.Lindeman d uma interpretao trfica do ecossistema, procurando medir
os fluxos de materiais e de energia que circulam entre os seus diversos elementos e nveis. A
noo fundamental a ideia de ciclo trfico que liga os produtores (vegetais) aos
consumidores de 1 ordem (herbvoros) e consumidores de 2 ordem (carnvoros) e aos
decompositores (bactrias do solo), permitindo calcular, para cada um deles, uma taxa de
rendimento energtico. Os irmos Odum (1953, 1959, 1971) reinterpretaram o conjunto da
ecologia, pensando o ecossistema como uma rede de relaes trficas que asseguram a
transferncia de matria e de energia; preconizam a utilizao de modelos cibernticos para
analisar o seu funcionamento, o que empresta aos ecossistemas um carcter auto-limitado no
tempo que funo dos seus componentes, e do estado energtico destes ltimos.
Recentemente, o modelo ecossistmico odumiano foi posto em causa a partir do
trabalho dos eclogos de terreno, que comearam a perceber que os ecossistemas que
estudavam no eram homogneos, isto , no apresentavam as caractersticas previstas pelo
modelo, mas eram muito mais dinmicos, complexos e variados. Apresentam caractersticas
emergentes, no redutveis aos nveis descritivos conhecidos. A crtica da sntese odumiana
orientou a ecologia mais para o estudo dos processos do que para o estudo dos estados, e
acentuou tanto a importncia dos desiquilbrios na emergncia dos sistemas vivos, como a
encontravam nessa nova terra. Uma boa parte das leis naturais, tal como as concebiam os
colonos, no tinham ps nem cabea. O Natal calhava no Vero; no cu, as estrelas formavam
constelaes desconhecidas; as rvores perdiam a casca, mas de modo nenhum as folhas. Os
animais cangurus, emas ou ornitorrincos pareciam esquisitos e grotescos, e as plantas
eram de uma monotonia deprimente. Nada, nos antpodas, correspondia aos ideais de beleza
natural dos colonos (1997:109).
O encontro destes britnicos com o rido e austero continente australiano constituiu um
enorme choque que gerou sentimentos de desprezo e de hostilidade face ao meio ambiente.
A natureza na Austrlia devia assim ser subjugada aos desejos e normas dos
colonizadores europeus, ela era um inimigo que devia ser dominado e at destrudo. As
metforas sobre a natureza eram agressivas (cancro, runa, mutilaram), reflectindo
atravs da literatura da poca o duro combate que opunha o ser humano a ela. Na verdade,
tanto quanto econmico, o problema era esttico e mesmo espiritual (1997:111).
Aos olhos dos europeus habituados a uma natureza domesticada desde h sculos pela
presena humana, a natureza australiana passava por perigosa, violenta e agressiva. A
importncia das distncias, a
s criaturas mticas do
tempo do Sonho [possuem] uma importncia muito particular. O apego espiritual dos
aborgenes terra permite compreender a incurvel ferida que os Brancos lhes infligiram,
apropriando-se da Austrlia e expulsando-os das terras que se pensava serem pouco
importantes para eles, uma vez que no as cultivavam (1997:120).
Os conflitos que desde o incio opuseram o colono europeu e, mais tarde, os australianos
brancos, terra e seus habitantes aborgenes, deve-se antes de mais ao choque entre diferentes
modos de ser materiais e simblicos, eles prprias oriundas de diferentes percursos ecolgicos
e histricos em que as intencionalidades biosociais e imaginrias se organizaram tambm
diferentemente. Esta diversidade gerou uma incompreenso mtua, quando se tratou de
habitar o mesmo territrio. Na verdade, opem-se duas lgicas de instrumentalizao da terra
que so opostas: enquanto que ao australiano branco interessa sobretudo aproveitar aquilo que
para ele surge como um recurso gerador de riqueza e bem-estar, para o aborgene explorar a
terra significa incomodar os antepassados que vivem no subsolo, e acordar uma clera que
seria catastrfica para toda a humanidade. Estes conflitos levantam questes ambientais e
polticas essenciais, como o direito dos aborgenes s suas terras, e tm provocado reaces
ecologistas inflamadas. A defesa que os movimentos ecologistas fazem dos direitos aborgenes
no impede que surjam discrdias entre estes: a hostilidade ecologista contra a explorao do
subsolo na regio de Coronation Hill, no comeo dos anos 90, foi contra a vontade de uma
parte dos aborgenes, que desejava a abertura da mina para criar emprego e libertar uma parte
das verbas a favor da tribo. Esta opinio no coincidia com as ideias admitidas pelos
ecologistas e gerou incompreenses prticas e tambm ticas.
Na verdade, as paisagens australianas que apareciam aos olhos dos primeiros colonos
como essencialmente virgens da aco humana, eram o efeito de muitos milnios de coadaptao cultural e ambiental. A cultura aborgene no tinha como finalidade proteger o
ambiente a qualquer preo. Ela pde contribuir para a desertificao do interior do pas, e com
certeza presidiu ao desaparecimento de um certo nmero de espcies animais, como o
diprotodonte, um marsupial herbvoro do tamanho de um hipoptamo, e o tigre da Tasmnia,
que provavelmente foi eliminado pela concorrncia que lhe fazia o co selvagem ou dingo,
introduzido no continente pelos aborgenes nos decurso das suas migraes. Como todas as
culturas humanas, tinha por objectivo principal a sua prpria sobrevivncia e preservao ou,
ao contrrio, a modificao do ambiente era apenas um meio para atingir esse fim (1997:119).
A chegada da civilizao europeia constituiu uma modificao de fundo nas paisagens de
vida dos aborgenes; a sua reorganizao enquanto cultura passa pela gesto interna e externa
desses novos elementos, tendo em vista, desejavelmente, o que melhor corresponde a uma
relao feliz e duradoura com as coisas e os outros.
Atravs destes exemplos torna-se claro que a antropologia ecolgica no pode ser nem
inteiramente redutvel aos modelos neo-darwinianos nem exclusivamente uma descrio
psicosociolgica ou antropolgica, e justamente esta a questo que ocupa Ingold: concebendo
o ser humano como um organismo vivo num meio, este autor evita o dualismo que, segundo
ele, persiste nas recentes tentativas de corporificar a cultura, propondo que se pense uma
nova biologia e tambm uma nova antropologia.
Que biologia esta?
meio ambiente. Por outras palavras, qualquer aco resulta do modo como os elementos do
meio so activamente constitudos pelo organismo, animal ou humano, e esta perspectiva
reforada pelos trabalhos em psicologia ecolgica de Gibson, que descreve os objectos do meio
ambiente no como entidades fsicas, mas como constituindo disponibilidades (affordances)
para uma inteno de agir.
A fenomenologia biolgica considera o corpo vivo como local de subjectivizao do
mundo, de aco intencional e de comunicao expressiva desse estado, nomeadamente atravs
da linguagem falada. Esta ltima no consiste numa codificao convencionada de sinais, mas
num sistema relacional e expressivo do corpo, em evoluo. A corporeidade designa assim o
facto do corpo vivo ser, ao mesmo tempo, corpo sensvel, intencional e expressivo, e ser
tambm consequncia e causa de uma histria evolutiva que comeou antes e continua depois
dele.
Como mostrmos noutro lugar (Lencastre: 2002), em meados do sculo XX, F.
Buytendijk (1952) e, mais tarde, G.Thins (1966, 1978, 1991) reflectiram longamente sobre a
condio animal (exemplo do corpo vivo que no acede linguagem falada) tanto no seio da
psicologia comparada, como no contexto de uma teoria geral da subjectividade susceptvel de
informar as cincias experimentais marcadas, data, pelo formalismo procedural do
behaviorismo onde o animal aparece como o operador de sequncias comportamentais prdefinidas pelo investigador. Buytendijk foi herdeiro das concepes de J.von Uexkull sobre o
mundo prprio e sobre o ciclo-de-funo, onde foram estabelecidas as relaes fundamentais
entre a estrutura sensorial e a estrutura motora do animal durante o desenvolvimento
ontogentico e filogentico das respostas especficas face ao meio. Ao carcter interno e
aparncia sinttica da experincia, a etologia fenomenolgica e naturalista reconheceu tipos
particulares de experincia subjectiva.
O conceito de ciclo-de-funo permitiu compreender a ligao que une a estrutura
sensorial estrutura motora, e mostrou como desta relao que emerge o mundo dos sinais
e dos objectos percebidos pelos organismos, que compem os horizontes fenomenolgicos em
que se movem as espcies animais. J Sir Charles Sherrington tinha mostrado, na sua obra de
1906 The integrative action of the nervous system, como emergem as funes sensoriais a
partir da fisiologia dos receptores, isto , de que modo a estrutura do corpo do animal,
particularmente a estrutura do seu equipamento sensorial associada aos padres motores,
determina o tipo de mundo biocognitivo susceptvel de ser constitudo por ele. Segundo este
autor, o sistema nervoso
entradas sensoriais para um mesmo objecto) e coordena a aco em funo dos padres
perceptivos que delas emergem. O crebro recria internamente objectos cujas caractersticas
dependem, em parte, da estrutura sensorial e motora especfica. Deste modo, os agentes de
estimulao tais como so definidos pela fsica no seio da geografia externa, transformam-se
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apreender a partir de pistas (clues) que contam a sua histria (2000:22). A competncia
narrativa do crebro humano acrescenta assim experincia intencional do espao uma
inscrio simblica que permite recomp-lo a diferentes nveis, libertando as respostas e
criando as ocasies para a gerao imaginativa de mundos (2000:173).
As formaes lingusticas inspiram-se portanto na ordem do real e na ordem do
imaginrio, variando depois em torno de temas imaginativos centrais a cada histria, como na
linguagem potica e de fico. Os seres humanos no constroem o mundo de uma
determinada maneira em virtude do que so, mas por causa das suas concepes sobre as
possibilidades de ser. E essas possibilidades so unicamente limitadas pelo poder da
imaginao escreve Ingold (2000:177).
Para esta questo consultar a obra da autora Lencastre, M.P.A (1999) Epistemologia evolutiva e teoria da
emergncia. Contribuio para uma perspectiva fundamental em biologia do comportamento , Lisboa: Fund.
Calouste Gulbenkian.
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enquanto natura naturata; isto significa que a antropologia, tendo nascido no mesmo contexto
metodolgico das cincias naturais relativas a objectos constitudos, comunga da mesma
externalidade na hora de avaliar os saberes culturais. Estes aparecem como essencialmente
acabados e irredutveis entre si, porque relativos aos percursos scioculturais prprios, e
pressupondo um duplo corte entre o sujeito (humanidade) e o objecto (natureza), e entre os
sujeitos entre si. Assim, apesar de falar de significados culturais, a antropologia parece no ter
conseguido criar as condies para a sua real apreenso, no decurso das histrias dos grupos
humanos. Tomando-se a si prpria como independente de uma particular ligao da
sensibilidade ao mundo percebido, a antropologia no reconhece o lugar que ocupa na
constelao dos saberes humanos. Atribui-se caractersticas universais quando ela , tambm,
um modo particular de acesso verdade.
A ideia do universalismo cientfico, que se apoia na assuno da independncia
antropolgica dos mtodos das cincias, no os inscreve num contexto e num projecto
histricos de conhecimento onde as suas extenses conceptuais e instrumentais foram
possveis. Como todas as culturas humanas, tambm a cultura ocidental se atribui
caractersticas universais. Mas importa notar que esta afirmao no relativiza o conhecimento
cientfico, colocando-o na companhia de outras afirmaes de conhecimento humano, no
contexto implcito de uma definio absoluta de objecto (face ao qual todas as afirmaes
seriam relativas), ou de um condicionamento social inescapvel. O que esta afirmao mostra
que o conhecimento humano se constitui em muitos lugares, mesmo na ausncia de uma
definio absoluta de objecto, mesmo no seio de condies scio-culturais concretas. Ele vai
constituindo os critrios da sua prpria medida de valor: critrios que so relativos
consistncia interna e externa das afirmaes sobre os objectos (critrios instrumentais,
estticos, sociais, formais ) e que mostram bem a ntima correlao entre o esprito humano
e o mundo material que habita3.
Uma viso sinrgica geral entre o organismo e o meio ambiente mostra como
emergem distintos regimes de conhecimento a partir de diferentes contextos eco-sociais e
simblicos.
Estes conhecimentos falam do mundo ou falam dos humanos? A esta questo Ingold
responde recorrendo ideia de Umwelt de Uexkull e insistindo que qualquer aspecto do
mundo relativo ao organismo que o habita: no h meio sem organismo, no h organismo
sem meio. Portanto, falar de meio humano perceber o modo como os diferentes grupos o
habitam e, deste modo, compreender as culturas, incluindo a nossa, como modos de relao
sensvel de onde, a ocidente, derivam a lgica e a razo.
Para um desenvolvimento epistemolgico da questo consultar Lencastre, M.P.A. (2002) Natureza e cultura.
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The
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