O Paralelismo Do Corpo e Da Alma em Espinosa
O Paralelismo Do Corpo e Da Alma em Espinosa
O Paralelismo Do Corpo e Da Alma em Espinosa
V.
28
N.
DE
FILOSOFIA
91 (2001): 221-228
O PARALELISMO DO CORPO E DA
ALMA
EM
ESPINOSA
Acylene Maria Cabral Ferreira
USBA
Introduo
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Concluso
Atravs do livro II da tica, Espinosa demonstrou que o homem uma
unidade de alma e corpo, e no uma composio ou mistura da alma
com o corpo. Por qu? Porque o homem idia do corpo e idia da
afeco do corpo e, como tal, conhecedor de um ser singular existente
em ato, que o prprio corpo e os corpos exteriores. Pois, como afirma
Espinosa, a primeira coisa que constitui o ser atual da alma humana
no seno a idia de uma coisa singular existente em ato (E II, prop.
XI). A unio do corpo e da alma a prpria essncia do homem, e a
causa da unio da idia e de seu objeto (corpo) Deus Natureza
Naturante e substncia nica. Corpo e alma so modos, desdobramentos da substncia divina, desdobramentos de acontecimentos corporais
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e de idias, que formam duas sries distintas que se unem numa nica
srie: Deus.
Espinosa, ao expor a constituio da essncia do corpo humano e da
idia deste corpo (alma), estabeleceu sua teoria antropolgica. Como
para ele a alma ou idia do corpo existe enquanto este corpo ou indivduo existir, pode-se dizer que sua viso antropolgica desemboca
numa tica da existncia e da finitude, medida que o homem,
enquanto modo finito da substncia, quem constri sua alegria e sua
felicidade, acedendo assim ao transcendental e eternidade. Atravs
da alma como conscincia, como idia do corpo e das afeces do
corpo, o autor expressa uma doutrina da unidade do corpo e da alma,
que no nada mais que uma teoria da interdependncia e/ou do
paralelismo do corpo e da alma. Como no pensamento espinosiano
a idia das afeces do corpo que permite atingir o conhecimento verdadeiro do corpo, pode-se afirmar tambm que ela a mediadora necessria entre a alma e o corpo. Isto , refletir sobre a idia das afeces
do corpo conhecer, verdadeiramente, o homem e o mundo.
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