A Descida
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A Descida - Edomberto Freitas Alves Rodrigues
A descida
A jornada da luz que se fez corpo
Edomberto Freitas Alves Rodrigues
Independente (Clube de Autores)
O autor
Edomberto Freitas Alves Rodrigues. Formado em História pela UFMG e Filosofia pela PUC-MG. Professor de história em BH e Betim. Pesquisador de espiritualidade e filosofia. Escreveu a coleção Religare e outros livros espiritualistas. Nesta nova obra, ele explora a teoria da unidade em conjunção com outras vertentes do conhecimento. Tudo emana da mesma fonte e o universo foi criado para a unidade experimentar a dualidade e a alteridade.
Capa: Edomberto Freitas
Imagem de fundo: Imagem de https://br.freepik.com/vetores-gratis/fundo-do-ceu-escuro-em-aquarela_7594515.htm#page=12&query=gal%C3%A1xia&position=6&from_view=search&track=sph>Freepik
Sumário
Introdução
No princípio era o UNO
O mérito
O que seria do Universo sem você?
Hierarquia e preconceito
O fim da adoração
Memória e experiência
As interações
Eneagrama e interação
Relação com outras filosofias
O corpo
Razão e emoção
Homem: criador e criatura da cultura
A linguagem
O trabalho
A alma tripartida
A ética da descida
Os fractais forma
O telos da descida
Hermetismo e a descida
A EQM e a descida
Bibliografia
Introdução
Bem-vindo a uma jornada de exploração das profundezas da existência, da consciência e do universo. Este livro é um convite para adentrar um reino de ideias e conceitos que transcende os limites da nossa compreensão cotidiana, uma jornada em direção ao coração pulsante da Teoria da Descida.
A Teoria da Descida é um sistema de pensamento que tem intrigado e inspirado pensadores, místicos e cientistas ao longo de gerações. Ela nos convida a explorar os segredos que envolvem a natureza da realidade, a interconexão entre o mundo espiritual e o mundo material, e a intrincada relação entre a mente e a matéria.
Nas páginas que se desdobram diante de você, mergulharemos profundamente nesse reino de descobertas e indagações. Exploraremos princípios fundamentais que lançam as bases dessa teoria, como o Princípio do Mentalismo, que proclama que O Todo é mente; o universo é mental,
e o Princípio da Correspondência, que nos revela que O que está em cima é como o que está embaixo; o que está embaixo é como o que está em cima.
Através desses princípios, aprenderemos a reconhecer as ligações entre os diferentes estratos da existência, dos planos espirituais aos planos materiais.
No decorrer deste livro, abordaremos a expansão da consciência e o papel crucial do Akasha como uma memória cósmica e uma conexão universal que atravessa todos os seres e todas as coisas. Exploraremos também o intrigante conceito de fractais, que se manifestam tanto como fractais consciência, expressando a consciência em ato, quanto como fractais matéria, que moldam a materialização do universo.
Não limitaremos nossa exploração a conceitos abstratos; adentraremos nos reinos práticos da espiritualidade e da geometria sagrada, através dos eneagramas de Gurdjieff e Marko Rodin. Descobriremos como essas representações geométricas podem lançar luz sobre nossa evolução espiritual e nossa compreensão da criação.
No entanto, este livro é mais do que uma mera exploração intelectual. Ele é um convite à contemplação profunda e à reflexão pessoal. À medida que investigamos cada conceito e princípio, você será encorajado a considerar sua própria jornada espiritual, sua conexão com o cosmos e como essas ideias podem se entrelaçar com sua própria experiência.
Junte-se a nós nesta extraordinária jornada pelo tecido do universo, onde a mente encontra a matéria, onde o espiritual encontra o material e onde a Teoria da Descida nos orienta em nossa busca constante pelo entendimento do eterno mistério da existência. À medida que folhearmos estas páginas, permita-se mergulhar fundo no coração da Teoria da Descida e desvendar os segredos que ela guarda. Estamos prestes a embarcar em uma jornada que irá desafiar nossas concepções de realidade e nos guiará em direção às profundezas da compreensão cósmica.
Capítulo 1
No princípio era o UNO
No começo havia o Uno. Embora a palavra começo seja equivocada, pois remete a ideia de tempo, mas não havia tempo. Ser uno implica em ausência de diversidade, portanto, de movimento, daí, não tínhamos o tempo. Mas podemos imaginar, no terreno da lógica, que o que precedia tudo era o Uno, ou o que convencionamos chamar de Deus.
O Uno era uma potência infinita, ou seja, todas as possibilidades imagináveis estavam nele, mas na forma de potência. Até os aspectos fundamentais do Uno eram potência: a sabedoria, a ação e a vontade. Se no Uno não tínhamos movimento, então não poderia haver ação, vontade e sabedoria, pois todos esses aspectos incluem a ideia de movimento. Por isso, podemos dizer que o Ser e o Nada estavam em ato ao mesmo tempo. Afinal, havia uma consciência, uma vida, portanto, Ser, mas, como tudo estava em potência sem ato, então tínhamos o Nada. Ser tudo em potência equivale a ser Nada em ato. Só quando a potência se atualiza, temos o Ser de fato, ou efetivado. A noção de Deus como uma potência infinita implica que Ele possui todo o potencial para criar e manifestar todas as coisas. Essa potência é ilimitada e não está restrita por qualquer condição ou limitação. Antes da criação do universo, não existia nenhum ato específico ou manifestação realizada por Deus. Isso significa que, enquanto Deus possui uma potência infinita, essa potência estava em um estado latente, não expressa em nenhum objeto, fenômeno ou evento específico.
Deus é frequentemente concebido como atemporal e transcendental nesse contexto. Ele existe fora do tempo e do espaço, além das categorias humanas de causalidade e mudança. Portanto, Ele não está sujeito a um antes ou depois, como concebemos no mundo material. Muitas tradições religiosas e filosóficas consideram Deus como a causa primordial de toda a existência. Nesse sentido, Ele é a fonte de todas as coisas, mas antes da criação, não havia nada além Dele.
A partir desse estado de potência infinita sem ato, algumas interpretações sugerem que Deus, por Sua própria vontade ou necessidade criativa, deu origem ao universo através de um ato criativo.
Foi então que essa potência infinita de consciência e vida fez o primeiro movimento para fora de si. Ele fez a única coisa que poderia fazer: fractalizar a si mesmo. Afinal, é impossível gerar algo do Nada. Do nada, nada vem. O Uno fractalizado é uma ideia abstrata e simbólica, podemos tentar imaginar esse processo de fractalização de forma conceitual. Aqui estão algumas maneiras de pensar sobre isso:
Imagine Deus como uma luz intensamente brilhante e pura. Essa luz representa Sua unidade absoluta. Quando Deus decide se fractalizar, podemos imaginar essa luz se dividindo em múltiplos raios ou facetas. Cada raio contém uma parte da luz divina, mas é uma expressão individualizada dela.
Ou então, visualize Deus como uma árvore majestosa com muitos ramos. Cada ramo representa uma forma de vida ou uma parte do universo. Esses ramos se estendem a partir do tronco principal, que simboliza a unidade de Deus. Assim, cada ramo é uma manifestação única do divino.
Podemos também pensar em Deus como um grande espelho cósmico. Inicialmente, o espelho reflete apenas Sua imagem. No entanto, quando Deus se fractaliza, o espelho se quebra em inúmeras peças menores, cada uma refletindo uma faceta diferente do divino.
Outra forma é Imaginar Deus como um vasto oceano. No início, o oceano é calmo e unificado. Mas então, Deus decide criar ondas e formas dentro desse oceano. Cada onda representa uma expressão única da natureza divina, mas todas ainda fazem parte do mesmo oceano.
Por fim, podemos também visualizar Deus como um quebra-cabeça perfeito e completo. Quando Ele se fractaliza, o quebra-cabeça se desmonta em muitas peças individuais, cada uma representando uma parte da criação. Todas as peças se encaixam de alguma forma para formar o quadro completo.
De acordo com muitas interpretações religiosas e filosóficas que utilizam a metáfora da fractalização de Deus, a ideia central é que, no final, há uma unidade subjacente que se manifesta nas diferentes individualidades e formas do universo. Em outras palavras, todas as coisas e seres, apesar de sua aparente diversidade, têm sua origem em uma fonte comum ou centro.
Essa visão sugere que a diversidade e a multiplicidade que observamos no mundo são manifestações ou reflexos dessa unidade subjacente. Cada indivíduo, objeto ou fenômeno é uma expressão única dessa realidade mais profunda. Portanto, mesmo que as aparências externas possam variar amplamente, todos compartilham uma conexão fundamental com essa fonte única.
Essa ideia está presente em várias tradições religiosas e filosóficas ao redor do mundo. Por exemplo: No hinduísmo, a noção de Brahman é a representação dessa unidade subjacente que se manifesta em todas as coisas (Atman) no universo; Na filosofia budista, a ideia de que todas as coisas são interdependentes e surgem da mesma fonte (a vacuidade) reflete essa visão; No cristianismo, a concepção de Deus como a causa primeira e última do universo implica uma unidade fundamental subjacente à diversidade da criação; Na filosofia ocidental, pensadores como Plotino e suas ideias sobre o Uno como a fonte de todas as coisas também exploram essa noção.
Então, a ideia de que, no final, há um centro ou unidade subjacente que se manifesta nas diferentes individualidades é uma concepção fundamental em muitas tradições espirituais e filosóficas, e essa metáfora da fractalização ajuda a ilustrar essa visão da realidade.
A ideia da fractalização de Deus, como uma metáfora para a criação e a manifestação do universo, muitas vezes é usada para explicar como a diversidade e a alteridade surgem a partir de uma unidade fundamental. Portanto, podemos dizer que, de acordo com essa perspectiva, a fractalização cumpre o objetivo de criar a alteridade e tudo o que existe.
Nesse contexto, a alteridade se refere à existência de múltiplas individualidades, diferenças e diversidade no universo. A ideia é que, ao se fractalizar, Deus permite que Sua natureza divina se manifeste de várias maneiras, criando assim a diversidade e a alteridade no mundo. Cada manifestação individualizada é única, mas todas compartilham uma conexão comum com a fonte divina.
Essa visão sugere que a diversidade e a alteridade não são apenas permitidas, mas também intrinsecamente incorporadas à criação como parte do plano divino. Portanto, a fractalização é vista como um ato criativo supremo que dá origem a todas as coisas e seres no universo, permitindo a existência da alteridade e da diversidade.
A concepção de Deus como uma potência infinita sem ato antes da criação levanta questões profundas sobre a natureza de Deus e as virtudes. Nesse contexto, as virtudes, como o amor e a fraternidade, não estavam em ato, pois não havia criação nem alteridade antes da manifestação do universo.
Vamos explorar isso com mais detalhes. Antes da criação, não havia nada além de Deus, e não havia alteridade, ou seja, não havia outros seres ou entidades com os quais Deus pudesse se relacionar. Portanto, conceber as virtudes, como o amor e a fraternidade, exigiria a presença de seres distintos para que essas virtudes fossem manifestadas.
De acordo com essa perspectiva, a criação do universo é vista como o ato criativo de Deus que trouxe à existência a alteridade, a diversidade e a possibilidade de manifestar virtudes como o amor, a fraternidade e outras. Com a criação, surgiram seres conscientes capazes de experimentar e expressar essas virtudes em suas interações uns com os outros e com Deus. A criação, do ponto de vista dessa concepção, é um ato de amor divino, pois permitiu que as virtudes fossem manifestadas e experienciadas pelos seres criados. A relação entre Deus e Suas criaturas, bem como as relações entre as criaturas, tornam possível a expressão das virtudes.
Algumas interpretações também afirmam que, embora as virtudes como o amor e a fraternidade sejam manifestadas nas relações entre as criaturas, elas têm sua fonte última em Deus, que é a essência do amor e da bondade. Assim, Deus é visto como a fonte e a perfeição de todas as virtudes.
Na teologia, Deus é frequentemente descrito como possuindo atributos divinos, incluindo o amor. No entanto, a questão é como esses atributos existem em Deus antes da criação, quando não há criaturas para amar. Na filosofia aristotélica e tomista, há uma distinção entre potência e ato. A potência se refere ao potencial ou capacidade de algo, enquanto o ato se refere à manifestação efetiva desse potencial. Portanto, a ideia de que as virtudes estão em potência em Deus antes da criação sugere que elas existem como uma capacidade intrínseca em Sua natureza, mas ainda não foram manifestadas ou realizadas em atos específicos.
A partir dessa perspectiva, a criação é vista como a atividade de Deus pela qual Suas virtudes, incluindo o amor, são manifestadas e exercidas. Assim, a criação é vista como a maneira pela qual as virtudes de Deus são efetivadas e experimentadas em relação às Suas criaturas.
Então, essa é a resposta do porque Deus saiu de si mesmo para criar. Só assim ele poderia efetivar todo o seu infinito potencial. Até seus aspectos fundamentais, como sabedoria, vontade e ação, tomaram vida na Criação. Para efetivar suas infinitas potencialidades uma coisa era imprescindível: a criação da alteridade com a individualização. A criação da alteridade, que envolve a existência de seres distintos e individualizados, é vista como um meio pelo qual a diversidade e a multiplicidade são introduzidas no universo. Cada ser individualizado traz consigo características únicas, perspectivas e potenciais, contribuindo para a riqueza e a complexidade do cosmos. Através da individualização e da criação da alteridade, as virtudes, como o amor, a compaixão e a fraternidade, podem ser manifestadas nas relações entre os seres. A alteridade cria oportunidades para que essas virtudes sejam praticadas e expressas à medida que os seres interagem uns com os outros.
A individualização também está relacionada ao conceito de livre arbítrio. Seres individualizados têm a capacidade de fazer escolhas morais e éticas, o que é fundamental para o desenvolvimento das virtudes. A existência da alteridade permite que essas escolhas tenham significado, pois envolvem interações com outros seres que também têm suas próprias escolhas. Então, a criação da alteridade e da individualização é vista como parte do plano divino para a manifestação das potencialidades de Deus. Os seres individualizados têm a capacidade de crescer, aprender, evoluir e desenvolver-se espiritualmente, o que é considerado um processo de realização das potencialidades divinas em cada ser.
Em resumo, a ideia de que a criação da alteridade e a individualização são cruciais para que Deus efetive Suas infinitas potencialidades sugere que a diversidade e a interação entre seres individualizados desempenham um papel fundamental na manifestação das virtudes divinas e na realização do plano divino no universo. É uma perspectiva que destaca a importância das relações e do crescimento espiritual no contexto da teologia e da filosofia.
Mas, como criar a individualização dos fractais divinos? Uma concepção comum é que a individualização ocorre de acordo com a vontade divina. Deus, como o criador, escolhe manifestar Sua natureza divina em seres individuais, concedendo-lhes identidades, consciência e livre arbítrio. É a vontade de Deus que permite a existência desses seres individualizados. Em algumas tradições filosóficas e religiosas, a criação e a emanção são conceitos importantes. Emanação refere-se ao processo pelo qual Deus irradia
ou emana
aspectos de Sua natureza para criar seres individuais. Esses seres são, de certa forma, extensões ou manifestações de Deus.
Em algumas crenças, como no pensamento judaico e cabalístico, é ensinado que cada ser humano possui uma centelha divina
dentro de si, que é uma parte de Deus. Essa centelha é a fonte de nossa individualidade espiritual e nossa conexão com o divino. Algumas interpretações sugerem que Deus, sendo onisciente e onipotente, escolhe se autolimitar
para permitir a existência de seres individuais com livre arbítrio. Essa autolimitação divina é vista como um ato de amor, permitindo que outros entes tenham espaço para existir independentemente.
Em algumas filosofias espirituais, a individualização é vista como parte de um processo de evolução espiritual. Os seres individuais têm a oportunidade de crescer, aprender e evoluir espiritualmente, buscando uma maior compreensão de sua conexão com o divino ao longo do tempo.
Como Deus poderia criar a fronteira, ou corpo, que delimita a individualização?
Segundo muitas tradições religiosas, Deus cria a individualização por meio de Sua vontade divina. Ele escolhe criar seres individuais e, através de um ato de Sua vontade, concede a cada ser uma identidade única e um corpo que delimita essa individualização. A criação ex nihilo, ou seja, a criação a partir do nada, é frequentemente concebida como o ato criativo inicial que estabelece a existência individual.
Em algumas tradições, como a cabala judaica ou a filosofia neoplatônica, a individualização é vista como uma emanação de Deus. Nesse contexto, Deus emana aspectos de Sua própria natureza para criar seres individuais. Essa emanação pode ser vista como uma extensão de Deus que se torna um ser individualizado com sua própria identidade e limites.
Em algumas interpretações teológicas, Deus é concebido como se autolimitando
para permitir a existência de seres individuais. Deus, sendo onipotente, escolhe se restringir de alguma forma para que os seres criados tenham espaço para existir independentemente. Isso pode envolver a criação de barreiras ou limites que definem a individualização.
Em certas tradições religiosas, a alma é vista como o aspecto mais essencial e individual de um ser. Deus cria cada alma com sua própria natureza única, que é a base da individualização. Essa alma é colocada em um corpo físico que serve como uma fronteira
temporária durante a vida terrena.
Alguns argumentam que a própria condição humana, incluindo limitações físicas e emocionais, é uma parte intrínseca da individualização. Portanto, Deus cria seres humanos com todas as características que constituem sua identidade individual, incluindo as limitações de um corpo físico.
Na Coleção Religare, sugeri a seguinte possibilidade: Deus se fractalizaria de duas formas. Com o fractal individualização ele criaria consciências individualizadas, com os fractais matéria, ele criaria os tijolos que constituiriam os corpos e os objetos na natureza.
Nessa abordagem, a fractalização de Deus se manifesta na criação de consciências individuais. Cada ser consciente é uma manifestação única da natureza divina, uma faísca
da consciência divina. Isso implica que todas as formas de vida consciente têm uma conexão intrínseca com Deus, pois sua própria essência de consciência é uma parte da natureza divina.
A outra forma de fractalização se concentra na criação da matéria e dos elementos que constituem os corpos físicos e objetos na natureza. Nesse cenário, Deus é concebido como o Criador de todas as substâncias e elementos que formam o mundo material. Isso incluiria átomos, moléculas e todas as outras partículas que compõem o universo físico.
Essa abordagem sugere uma relação intrínseca entre consciência e matéria. As consciências individuais interagem com o mundo material por meio dos corpos que habitam. Essa interação é vista como parte do plano divino, onde a experiência da vida e a evolução espiritual ocorrem por meio das experiências na matéria.
A criação com base nesse modelo pode ser vista como tendo um propósito maior, com as consciências individuais e a matéria desempenhando papéis específicos na busca do conhecimento, da evolução espiritual e do crescimento. Cada ser consciente teria a oportunidade de aprender, crescer e contribuir para a evolução do universo.
Essa concepção destaca a complexidade do universo e a unidade subjacente que o permeia. Ao mesmo tempo em que as consciências individuais experimentam a individualização, elas também compartilham uma conexão intrínseca com a fonte divina.
A partir dessa abordagem, podemos afirmar, então, que tudo no universo é consciente, como parte do fractal divino. Essa é uma ideia que reflete uma abordagem espiritual e filosófica conhecida como panteísmo ou panpsiquismo, em que a consciência é vista como uma característica fundamental de toda a existência. No entanto, faço uma distinção que entre a consciência em potencial e a consciência em ato que inaugura uma consideração importante nessa abordagem. Vamos analisar essa sugestão mais detalhadamente:
O panpsiquismo é a ideia de que a consciência está presente em todas as coisas, desde partículas subatômicas até seres humanos e além. O panteísmo, por outro lado, sugere que Deus está intrinsecamente presente em tudo no universo. A sugestão de que tudo é um fractal divino
implica uma conexão direta entre a divindade e todas as coisas.
A ideia de que a consciência na matéria fica em potencial sugere que a consciência está presente de alguma forma, mas não está plenamente ativa ou desenvolvida. Isso pode ser visto como uma espécie de consciência latente ou rudimentar que não possui a capacidade de agir ou ter livre arbítrio, como ocorre em seres conscientes mais desenvolvidos.
A sugestão de que a consciência varia em graus, desde a consciência em potencial na matéria até a consciência plenamente desenvolvida em seres conscientes, é uma perspectiva que pode ser encontrada em algumas tradições filosóficas e espirituais. Isso sugere uma hierarquia ou uma escala de consciência no universo.
A distinção entre consciência em potencial e consciência em ato também está relacionada ao conceito de livre arbítrio. A sugestão de que a consciência na matéria não tem capacidade de agir ou ter livre arbítrio pode ser vista como uma maneira de reconciliar a ideia de uma consciência universal com a aparente falta de escolha e ação em objetos inanimados.
Sugeri na referida Coleção Religare que os fractais só ganham a individualidade em ato, quando chegam na dimensão física, na qual os fractais divinos vibram em uma escala mais densa. Essa escala consiste em sete níveis de vibração. De acordo com essa perspectiva, a dimensão física é vista como o domínio em que os fractais divinos, ou as consciências individuais, adquirem uma forma concreta e uma identidade específica. É na dimensão física que os seres individuais experimentam a vida encarnada e interagem com o mundo material.
A ideia de que os fractais divinos vibram em diferentes níveis de densidade ou frequência está relacionada à crença de que a realidade espiritual ou metafísica é estruturada em camadas ou dimensões vibracionais. Cada nível de vibração pode representar um estado de consciência ou uma etapa de desenvolvimento espiritual.
A referência aos sete níveis de vibração pode estar associada a sistemas de crenças que reconhecem a importância dos números na espiritualidade. O número sete é frequentemente considerado especial em muitas tradições religiosas e esotéricas. Cada nível de vibração pode representar um estágio de evolução ou uma experiência espiritual distinta.
A sugestão de que a individualização só ocorre em ato na dimensão física implica que, enquanto as consciências individuais podem existir em potencial em dimensões espirituais ou metafísicas, elas adquirem sua identidade plena e única quando encarnam na realidade física. Isso está relacionado à ideia de que a experiência da vida encarnada é fundamental para o crescimento e a evolução das consciências.
A crença em diferentes níveis de densidade ou vibração muitas vezes está associada à ideia de que os seres individuais têm a oportunidade de evoluir espiritualmente ao longo de suas várias encarnações. À medida que uma consciência progride espiritualmente, ela pode ascender ou elevar sua vibração para níveis mais sutis e elevados.
O fractal como manifestação de Deus
A ideia de que tudo é um fractal divino
remete à concepção da unidade fundamental subjacente à realidade. Essa perspectiva, muitas vezes associada a crenças espirituais e filosofias metafísicas, sugere que tudo o que existe compartilha uma conexão intrínseca com uma realidade divina subjacente. Vamos analisar essa ideia em mais detalhes:
A visão de que tudo é um fractal divino enfatiza a unidade e interconexão de todas as coisas. Isso significa que não há separação fundamental entre seres, objetos, criaturas ou o mundo natural. Tudo está intrinsecamente ligado à mesma fonte divina.
Dentro dessa perspectiva, a ideia de que tudo é Deus
sugere que a divindade permeia todos os aspectos da realidade. Não é apenas uma crença em Deus como uma entidade separada, mas sim uma compreensão de que a divindade está imanente em todas as coisas.
A ideia de que tudo é consciente
é uma extensão dessa visão. Ela sugere que a consciência não é uma característica exclusiva de seres humanos ou de seres conscientes em geral, mas é uma qualidade intrínseca a todas as coisas. Essa consciência pode variar em graus, desde a consciência em potencial na matéria até a consciência plenamente desenvolvida em seres conscientes.
Essa perspectiva também pode ter implicações éticas. Se tudo é considerado divino e consciente, isso pode promover um profundo senso de respeito pela natureza e por todas as formas de vida, bem como uma maior responsabilidade em relação ao nosso impacto no mundo.
É importante ressaltar que essa visão pode ser interpretada de maneiras diferentes por várias tradições religiosas e sistemas de crenças. Algumas culturas e filosofias enfatizam mais a transcendência de Deus, enquanto outras enfatizam a imanência divina em todas as coisas.
A ideia de que tudo é um fractal divino pode ser vista como uma tentativa de compreender o mistério fundamental da existência. Ela levanta questões profundas sobre a natureza da realidade, a natureza de Deus e o propósito da vida.
Enfim, a noção de que tudo é um fractal divino é uma perspectiva que enfatiza a unidade, a interconexão e a divindade subjacente a todas as coisas. Essa visão pode ser uma fonte de inspiração espiritual e uma maneira de entender a relação entre o divino e o mundo material.
A afirmação de que tudo é fractal divino
remete à ideia de que tudo é a consciência divina em processo de experimentação. Essa visão sugere que a consciência divina está presente em todas as coisas e que cada aspecto da realidade, desde seres humanos até objetos inanimados, é uma manifestação dessa consciência divina. Isso implica que tudo possui um grau de autoconsciência
ou uma conexão intrínseca com a fonte divina. A ideia de que tudo é a consciência divina em processo de experimentação implica que a vida e a existência são uma forma de experimentação ou exploração da divindade. Cada experiência, cada interação e cada momento na vida é uma oportunidade para a consciência divina se conhecer, crescer e evoluir.
Essa perspectiva muitas vezes está alinhada com a ideia de evolução espiritual. Cada ser, incluindo seres humanos, animais, plantas e até mesmo objetos, pode ser visto como em um caminho de crescimento espiritual e autoconhecimento, contribuindo para o desenvolvimento da consciência divina.
A compreensão de que tudo é a consciência divina em processo de experimentação pode ter implicações éticas significativas. Isso pode promover um profundo senso de responsabilidade em relação a todas as formas de vida e ao meio ambiente, uma vez que cada interação pode ser vista como uma parte da jornada espiritual da consciência divina.
Essa perspectiva também pode ajudar a fornecer uma maneira de entender o sofrimento e os desafios na vida. Eles podem ser vistos como oportunidades para crescimento espiritual e aprendizado, parte do processo de experimentação da consciência divina.
A ideia da unidade de Deus presente em tudo leva à conclusão de que todos os seres conscientes fizeram uma escolha consciente de vir para a vida física para experimentar, aprender e criar. A noção de que a unidade de Deus está presente em todas as coisas sugere que não há separação fundamental entre Deus e a criação. Isso implica que a divindade permeia todos os seres e objetos, e que todos estão intrinsecamente ligados à mesma fonte divina.
A sugestão de que todos os seres conscientes fizeram uma escolha consciente de encarnar na vida física implica que a existência na dimensão material é vista como uma escolha espiritual. Cada ser consciente teria decidido, de alguma forma, participar da experiência terrena com um propósito específico.
A vida na dimensão física é vista como uma oportunidade para experimentar, aprender e crescer espiritualmente. Cada experiência, desafio e interação na vida terrena é considerada uma parte importante do processo de aprendizado e evolução espiritual.
A ideia de que todos vieram para a vida física para criar sugere que a expressão criativa é uma parte essencial da experiência terrena. Isso pode envolver a criação de relacionamentos, arte, conhecimento ou qualquer outra forma de expressão pessoal. Essa perspectiva muitas vezes está relacionada ao desenvolvimento espiritual e à jornada de autoconhecimento. Cada ser consciente estaria em uma busca contínua para compreender sua própria natureza e sua conexão com a divindade.
A ideia de que todos fizeram uma escolha consciente para vir à vida física também levanta questões sobre o livre arbítrio e a responsabilidade. Cada ser teria a liberdade de escolher sua jornada, e essa escolha traria responsabilidades inerentes em relação às suas ações e experiências.
A ideia da unidade com Deus nos diz que não podemos dizer que não pedimos para sermos criados, portanto, a criação não foi arbitrária, mas um processo de desdobramento dos aspectos ação, sabedoria e vontade da divindade e de nós mesmos, por consequência. A noção de unidade com Deus enfatiza a conexão intrínseca entre todos os seres e a fonte divina. Segundo essa visão, não estamos separados de Deus; somos expressões individuais da mesma consciência divina. Isso sugere que nossa existência está intrinsecamente ligada à divindade.
A ideia de que a criação não foi arbitrária, mas sim um processo de desdobramento dos aspectos da ação, sabedoria e vontade da divindade implica que a existência é parte de um plano divino. Cada ser consciente e o próprio universo são resultados desse desdobramento ordenado.
A referência aos aspectos de ação, sabedoria e vontade da divindade sugere que há uma intenção e um propósito por trás da criação. Cada ser consciente, ao se manifestar na existência, desempenha um papel nesse plano divino, contribuindo para a realização da vontade e sabedoria divinas.
A noção de que não podemos dizer que não pedimos para sermos criados destaca nossa participação ativa no processo da criação. Isso implica que, em algum nível, escolhemos ou consentimos em fazer parte desse processo de desdobramento divino. Essa perspectiva pode ser vista como uma expressão de livre arbítrio em um nível mais profundo.
A compreensão de que somos participantes ativos no desdobramento da criação também traz uma responsabilidade espiritual. Ela sugere que temos a responsabilidade de compreender