Fichamento Nietzsche
Fichamento Nietzsche
Fichamento Nietzsche
17- Maior conflito de ideais: moral judaico-crist X moral mundo antigo clssico.
Segunda dissertao CULPA, M CONSCINCIA E COISAS AFINS
1-Tarefa paradoxal que a natureza se imps com relao ao homem: criar um animal que
pode fazer promessas.
- Esquecer: fora inibidora ativa.
- Memria: esquecimento suspenso em determinados casos (casos em que se deve
prometer).
- memria da promessa: tornar o homem confivel, constante, necessrio para si,
responder por si como porvir.
2- Longa histria da origem da responsabilidade (da tarefa de criar um animal capaz de
fazer promessas): pela moralidade do costume, autntico trabalho do homem sobre si
prprio, no perodo mais longo da existncia humana.
- Atravs da moralidade do costume, camisa de fora social, a sociedade age sobre
indivduo constituindo-o como sujeito moral (que pode prometer).
3- Conscincia: memria, no esquecimento, possibilidade de prometer do homem
livre.
- Problema antiqussimo: Como fazer no bicho-homem uma memria? (p. 46). Terrvel e
inquietante mnemotcnica: fica na memria o que no cessa de causar dor (sangue,
martrio, sacrifcio para construo da memria no homem).
- Quanto pior de memria (fixar algumas exigncias elementares do convvio social)
uma sociedade, mais terrvel seus costumes, mais dura sua lei penal.
- Adquirir memria: meios mais terrveis para sujeitar instintos plebeus e grosseiros.
- Fixao da memria de elementos necessrios para a vida em sociedade: pela dor e
terror (apedrejamento, empalamento, torturas,...).
- Com essa memria, razo: seriedade, domnio sobre os afetos, reflexo; custaram um
alto preo de horror e sangue.
4- Nietzsche: como surgiu a conscincia da culpa, a m conscincia? Crticas aos
genealogistas da moral de seu tempo: no se interessam pelo passado, a-histricos.
- Durante maior parte da histria da humanidade: castigo no como responsabilizao do
delinquente pelo seu ato, mas raiva do dano sofrido.
- Origens do castigo (na raiva do dano sofrido) atravs de relaes credor-devedor tornase responsabilizao pelo ato (delinquente). Nessas relaes credor-devedor, complexos
de poder que reconfiguram fins e sentidos.
- Na construo da moral: equivalncia entre dano e dor (a partir da relao contratual
entre credor e devedor).
5- Nietzsche: nas relaes contratuais entre credor e devedor, nelas se fazem promessas;
nelas preciso construir uma memria naquele que promete.
- Genealogia da justia para Nietzsche: credor pode infligir ao corpo do devedor toda
sorte de humilhaes e torturas. Justia: credor, sensao experimentada de desprezar
e maltratar algum como inferior.
- Genealogia da justia: em sua origem, direito crueldade, direito de desprezar e
maltratar.
6- Relao contratual credor-devedor: origem (largamente banhada de sangue) dos
conceitos morais culpa, conscincia, dever, sacralidade do dever. Como o
sofrimento ser compensao para a dvida? Fazer sofrer como aumento da gratificao
(prejudicado trocava o dano e o desprazer pelo dano, por um extraordinrio contraprazer
causar o sofrer).
7- Nietzsche: poca da humanidade anterior moralidade do costume, construo da
memria, do homem de promessas, de conscincia e dever: Humanidade no se
envergonhava de sua crueldade, vida na terra era mais contente.
- Nietzsche: moralizao e amolecimento doentio do homem; homem aprende a se
envergonhar de seus instintos, a inocncia e a alegria do animal tornam-se repulsivas,
sem sabor a prpria vida.
- Nietzsche: para o sofrimento oculto ser negado, homem obrigado a inventar deuses
(espectadores ocultos da dor). Com tais invenes: homem justificar a dor/sofrimento sem
sentido.
- Nietsche, bestialidade da ideia (construo de uma ideia de Deus onde homem v sua
total indignidade) irrompe quando homem impedido de ser besta na ao.
23- Origem do santo Deus cristo como violao e auto-crucificao do homem.
- Deuses gregos: reflexos de homens nobres e senhores de si, onde o homem se sentia
divinizado, deuses usados para manter afastada a m conscincia homens:
continuarem gozando a liberdade da alma (uso contrrio ao que o cristianismo fez do seu
Deus).
24- Nietzsche: custos nesse mundo na construo de cada ideal realidade denegrida e
negada, mentira santificada, conscincia transtornada.
- Nietzsche: por demasiado tempo, homem considerou suas propenses naturais como
ruins, nelas se irmanaram a m conscincia.
- Nietzsche: possibilidade de uma tentativa inversa atribuio de ruim s propenses
naturais do ser humano.
- ideais agora vigentes, propenses inaturais dos homens devem ser irmanados m
conscincia. Para esse fim, outra espcie de espritos (fortalecidos por guerras e vitrias,
conquistas, perigo e dor).
- Nietzsche: esperana no homem do futuro (p. 78), (...) esse anticristo e antiniilista,
esse vencedor de Deus e do nada (...), Zaratustra como utopia de homem?
Terceira dissertao: O QUE SIGNIFICAM IDEAIS ASCTICOS?
1- Nietzsche, significados dos ideais ascticos? 1) para artistas, 2) filsofos, 3)
fisiologicamente deformados e desgraados, 4) sacerdotes ascticos, 5) cincia.
- Fato do ideal asctico ter significado tanto para o homem, expressa dado fundamental
da vontade humana, seu horror ao vcuo, homem precisa de um objeto: prefere querer o
nada a nada querer.
2- Para Nietzsche, entre alemes, muito detratores da sensualidade; ascetismo como
argumentos contra a existncia.
3- Para Nietzsche, Wagner (que perseguia a mais alta espiritualizao e sensualizao da
arte), na pera Parsifal, vontade de desensinar tudo isso.
4- Crtica de Nietzsche ltima obra de Wagner (Parsifal), um personagem e obra
niilista e asctico.
5- O que significam os ideais ascticos para um artista? Nada, absolutamente. Artistas
esto longe de independncia no mundo e contra o mundo. Artistas, criador de quarto
de uma religio, filosofia, moral. Artistas, dceis cortesos dos seus patronos, bajuladores
dos poderes (antigos, novos e ascendentes).
H uma contradio em Nietzsche: aqui crtica aos artistas, nos ltimos pargrafos,
possibilidades da arte como arma contra os ideais ascticos?
- Questo da esttica (belo) em Kant, Stendhal e Schopenhauer: esttica e o belo
aproximaes e interpretaes ascticas ou no; valorao do belo semelhante
valorao da vida (valorao no asctica).
6- Para Nietzsche, Schopenhauer errou ao se considerar kantiano (Kant: Belo o que
agrada sem interesse): tambm lhe agrada o belo por interesse (o torturado que se
interessa livrar de sua tortura).
- Nietzsche, o que significa um filsofo (Schopenhauer) prestar homenagem aos ideais
ascticos? Primeira indicao: livrar-se de uma tortura.
7- Nietzsche: existe parcialidade e afeio dos filsofos pelo ideal asctico (contra a
sensualidade e casamento!); no Idea asctico, filsofo pode encontrar um caminho para o
seu timo (caminho para o poder, para o ato, para mais poderosa atividade).
- Nietzsche: significado do ideal asctico para os filsofos via para o optimum, para
condies de mais alta espiritualidade no ideal asctico. Filsofo no nega a existncia,
antes: afirma a sua existncia, apenas a sua existncia, um desejo perverso: perea o
mundo, faa-se a filosofia, faa-se o filosofo, faa-se eu!.
8- Nietzsche: Filsofos no so juzes e testemunhas imparciais do valor do ideal asctico
pensam em si, no que lhes mais indispensvel: livre de coero, barulho, negcios,
deveres, preocupaes.
- Filsofos, frios num orgulho indomvel, numa sensualidade caprichosa, num pendor ao
luxo e ao rebuscamento: Ascetismo no como virtudes, mas como condies para
existncia melhor, produtiva".
- Para Nietzsche, filsofos tm algo a fazer pela verdade (p. 93), nada de castidade por
um escrpulo asctico aos sentidos.
9- Para Nietzsche, impulsos e virtudes dos filsofos: duvidar, negar, aguardar, pesquisar,
buscar, ousar, comparar, compensar neutralidade e objetividade, tudo sem sem raiva e
sem parcialidade, de forma asctica.
- Nietzsche, nos parmetros dos grupos antigos: nosso ser moderno, nosso poder e
conscincia de poder como violao soberba e impiedosa s leis naturais e divinas pois o
que hoje no veneramos, tiveram do seu lado, por muito tempo, a conscincia e os
deuses. Sentimentos brandos, benevolentes, indulgentes, compassivos, por tempo,
tiveram contra si o autodesprezo, a vergonha da suavidade.
- Nietzsche: cada pequenino passo no sentido da civilizao (semelhante a Norbert
Elias?): ao preo de suplcios espirituais e corporais, para Nietzsche, Nada foi comprado
to caro: um pouco de razo humana e sentimentos de liberdade que so hoje nosso
orgulho.
- Perodos de moralidade do costume: verdadeira e decisiva histria que determinou o
carter da humanidade.
10- Nietzsche, primeiros homens contemplativos: inativos, no guerreiros, gerou
desconfianas sua volta, necessidade de inspirar temor a si, necessidade de alcanar
temor e reverncia diante de si mesmos; sendo homens de tempos terrveis, por meios
terrveis: crueldade consigo , auto mortificao.
- Nietzsche, no incio, esprito filosfico teve que imitar os tipos j estabelecidos de
ascticos (contemplativos, sacerdotes, feiticeiros, adivinhos, homem religioso) para poder
existir, como condio de existncia.
- Nietzsche: atitude parte dos filsofos, negadora do mundo, hostil vida, descrentes
dos sentidos, dessensualizada (mantida at recentemente, quase como atitude filosfica
em si); resultado da precariedade das condies em que a filosofia surgiu e subsistiu, sob
o invlucro e disfarce asctico, absolutamente necessrio por muito tempo.
11- Nietzsche, o que significa o ideal asctico para o sacerdote asctico? O sacerdote
asctico tem nesse ideal sua f, seu poder, vontade e interesse, seu direito existncia.
Sacerdote asctico no juiz imparcial dessa questo.
- Vida para sacerdotes ascticos, que se volte contra si mesma, que negue a si mesma;
um caminho errado que se deve refutar.
- Valorao asctica da vida: monstruoso modo de valorar, um dos fatos mais difundidos e
duradouros que existem em quase todos os tempos: regularidade e universalidade do
sacerdote asctico.
- Vida asctica: domina em ressentimento mpar, insaciado instinto e vontade de poder
que deseja se assenhorear da vida,
suas condies maiores, mais profundas e
fundamentais tentativa de estancar a fonte de fora, contra sua expresso, beleza e
alegria; experimentando a satisfao no malogro (insucesso), na desventura, no feio, na
perda voluntria, na negao de si, na autoflagelao e auto sacrifcio.
- Ascetismo: mais triunfante e confiante medida que diminui seu pressuposto, a
vitalidade fisiolgica.
12- Nietzsche: influncias nocivas do ascetismo na filosofia busca o erro onde o
autntico instinto de vida situa incondicionalmente a verdade: rebaixando a dor e a
corporalidade a uma iluso, negando seu Eu, negando a si mesmo sua realidade. Uma
violentao contra a razo: razo excluda da verdade. Influncia de Nietzsche em
Foucault: valorizao da corporalidade, como substrato a partir do qual poder, histria e
verdade se constri.
- Nietzsche, tentativas de ver diferente: futura objetividade (no como observao
desinteressada absurdo sem sentido), em prol do conhecimento a diversidade de
perspectivas e interpretaes aflitivas, no a fbula conceitual (puro sujeito do
conhecimento, isento de vontade, alheio dor e ao tempo Kant).
- Nietzsche, conhecer: foras ativas e interpretativas, as que fazem ver; ver algo mais
afetos nos permitimos ao falar sobre uma coisa, quanto mais olhos diferentes soubermos
utilizar para ver essa coisa: mais completa ser o nosso conceito dela, nossa
objetividade.
- Nietzsche: eliminar a vontade inteiramente, suspender todos os afetos, no seria castrar
o intelecto?
- Nietzsche: em termos gerais, ideal asctico e seu culto moral sublime (perigosa
sistematizao dos meios que conduzem ao excesso de sentimentos), sob a capa de
santas intenes, inscreveu-se de maneira terrvel e inesquecvel na histria do homem,
destruindo a sade, a raa e alma do homem europeu.
22- No marquei nada.
23- Nietzsche: expor luz o que significa o ideal asctico, o que se esconde nele, sob ele,
por trs dele, seus efeitos, seus efeitos funestos. Ideal asctico: uma meta que pretendese universal. Ideal asctico acredita na sua primazia perante qualquer poder.
- Nietzsche: ideal asctico expressa uma vontade; onde esta a vontade contraria em que
se expressaria um ideal contrrio? Uma contrapartida?
- Nietzsche: dizem que a cincia (Iluminista? Positivista?) seria essa contrapartida, que
travou um combate contra esse ideal, que o teria dominado, sem Deus, sem alm, sem
virtudes negadoras.
- Para Nietzsche, cincia hoje: nenhuma f em si, nem ideal acima de si, onde a cincia
ainda paixo, amor, ardor, sofrer, no o oposto do ideal asctico, mas sua forma mais
recente e mais nobre.
- Nietzsche: cincia, um esconderijo para toda espcie de desnimo, descrena, remorso,
desprezo de si, m conscincia.
-Nietzsche: cincia como meio de auto-estima: doutores, sofredores que no querem
confirmar a si mesmos o que so.
24Crticas de Nietzsche modernidade e democracia: apontar quais so? Nietzsche:
conservador reacionrio, romntico ou alm de qualquer rotulao?
6- Meios e recursos utilizados pelo autor, MTODO:
A) Comentrio sobre os mtodos e procedimentos cientficos utilizados pelo autor.
B) De onde ele tirou as informaes, materiais, opinies nas quais baseou seu texto? De
livros, artigos, autores clssicos, dados de pesquisa?
C) Como o autor usou as opinies e informaes que baseiam seu texto?
Itens 3, 4, 5 e 6: tudo para informar neutramente sobre a obra.
7- Apreciao sobre mritos e problemas do texto
Apreciao baseada em argumentos construdos exclusivamente a partir da leitura do
resenhista.
No utilizar opinies de outros comentaristas.
Analisar plano estrutural e desenvolvimento lgico da temtica.
Anlise: Crtica interna:
A- coerncia interna diante dos objetivos;
B- originalidade,
C- contribuio cientfica,
D- clareza na exposio da ideia central e nos argumentos,
E- xito no objetivo proposto,
F- da disposio de sua estrutura (captulos),
G- do mtodo,
H- da linguagem,
I- do estilo utilizado,
J- se no apresenta falhas lgicas ou de contedo;
K-Crtica externa: contextualiza o autor e a obra, inserindo-os em um quadro referencial
mais amplo, seja histrico ou intelectual, mostrando sua contribuio diante de outros
autores e sua originalidade
Mrito da obra:
L- Qual a contribuio dada?
M- Idias verdadeiras, originais, criativas?
N- Conhecimentos novos, amplos, abordagem diferente?
CONCLUSES
8- Destacar pontos + (contribuies) e (crticas)