Manual de Pedreiro - InEFP

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PEDREIRO DE ALVENARIA

INEFP – Nampula 1
SUMÁRIO

1 A história da alvenaria 9
2 O pedreiro 9
3 Funções dos operários envolvidos na construção civil 10
4 Metrologia 11
4.1 Mudanças de unidades 11
4.2 O metro quadrado 12
4.3 Fórmulas para o cálculo de área 13
5 Cálculo da quantidade de tijolos por metro quadrado 14
5.1 Tabela de quantidade de tijolos por metro quadrado 15
6 Análise de projetos 15
7 Cotagem de desenhos 19
8 Cota 20
8.1 Linhas de cota 21
8.2 Flecha 21
9 Regras de cotagem 22
10 Incorporação de símbolos as cotas 24
11 Escalas 24
12 Pavimentos intertravados – Planejamento da obra 26
13 Medir, marcar, esquadrejar e nivelar alicerces 28
14 Demarcação da escavação para alicerces 29
15 Argamassas 30
15.1 Tipos de argamassas 30
16 Traço 30
17 Argamassa para assentamento 32
18 Argamassa de assentamento e graute 34
19 Argamassa para revestimentos 35
20 Ferramentas, ferramentas de medição e serras 36
21 Matéria prima para alvenaria 44
21.1 Água 44
21.2 Areia 44
21.3 A cal 45
21.4 Cimento 46
21.5 Tijolo 47
22 Tipos de tijolos 49
23 Utilização dos blocos de concreto vazado 51
23.1 Vantagens 51
23.2 Verificação das superfícies dos blocos 51
24 Assentamento 33
25 Colocação das armaduras e grautes 54
26 Amarração das paredes 54
27 Vegas e contra-vegas 55

2 INEFP – Nampula
28 Cintos de amarração 56
29 Tubulações embutidas 56
30 Fixação de parafusos 56
31 Revestimentos 57
32 Modulação 57
33 Muros 58
34 Concreto para fundação de muros 60
35 Tipos de blocos de concreto 61
36 Como preparar uma boa argamassa 62
37 Como preparar um bom concreto 63
38 Corte do tijolo 64
39 Técnicas do corte do tijolo 65
40 O uso do prumo, nível e esquadro 66
40.1 O uso do prumo 66
41 Aprumar tijolos 67
42 O uso do nível 68
43 O esquadro, construção e uso 69
44 Fase de assentamento de tijolos 70
45 Assentamento de laje pré-fabricada 70
46 Parede de meia 72
47 Parede de um tijolo 74
48 Parede de meio tijolo com pilares de reforço de um tijolo 75
49 Canto em ângulo reto de meio tijolo 75
50 Canto em ângulo reto de um tijolo 76
51 Ligação de parede de tijolo de meia vez em ângulo reto com 77
paredes de tijolo de meia vez
52 Ligação de paredes de tijolo de meia vez em cruz 78
53 Construção de parede de meia vez em curva 79
54 Pilar quadrado de meio tijolo 80
55 Cerâmica 80
56 História da cerâmica 81
57 Tipos de cerâmicas 83
58 Aplicação e uso 84
59 Reaproveitamento da quebra 85
60 Reciclagem 85
61 Descarte 85
62 Granito e pedras 86
63 Tipos de massa para assentamento de granito 87
64 Tipos de pisos 87
65 Falta de cuidados com as estruturas 89
Referências

INEFP – Nampula 3
APRESENTAÇÃO

Caro aluno,

Este módulo contém informações necessárias sobre o curso de PEDREIRO


DE ALVENARIA, e tem o objetivo de fazer você conhecer os princípios e normas
técnicas que comandam o pedreiro em alvenaria, como também, conhecer os
componentes, os instrumentos, as ferramentas e as máquinas utilizadas no dia-a-dia
do profissional desta área.

O presente módulo é composto de tarefas, onde são apresentados


conteúdos técnicos necessários para a compreensão de conceitos básicos de
alvenaria, a fim de operacionalizar a realização da parte prática.

Trata-se de um material de referência, preparado com todo o cuidado para


ajudá-lo em sua caminhada profissional. Por isso, desejamos que ele seja, não
apenas a porta de entrada no mundo do trabalho, mas, que também indique os
vários caminhos que este mundo pode oferecer quando se tem curiosidade,
criatividade e vontade de aprender.

4 INEFP – Nampula
1 - HISTÓRIA DA ALVENARIA ESTRUTURAL

A Alvenaria Estrutural tem suas origens


na pré-história. É assim um dos mais antigos
sistemas de construção da humanidade.

Com o aprimoramento do cimento e o


domínio do aço, as estruturas em concreto
armado são marcantes no início do nosso
século e se tornam junto com as edificações
metálicas, os sistemas predominantes até a
metade do século, não só pela menor área útil
ocupada, mas igualmente pelo custo mais baixo em relação às pesadas obras em
alvenaria estrutural.

Hoje nos EUA, Inglaterra, Alemanha e muitos outros países, a alvenaria


estrutural atinge níveis de cálculo, execução e controle, similares as aplicadas na
estrutura de aço e concreto, constituindo num econômico e competitivo sistema
racionalizado, versátil e de fácil industrialização.

Economia, segurança, qualidade e


rapidez de execução, permitem à alvenaria
estrutural adequar-se tanto a obras populares
como de padrões mais elevados. Por outro lado,
inúmeros edifícios, de padrões médio e alto,
podem ser vistos em grandes cidades.

2 - O PEDREIRO
O pedreiro é quem constrói
paredes, muros, telhados, casas e
prédios, colocando tijolos ou pedras
unidas com cimento ou argamassa, para
que a construção fique direita e sem
cair. É um trabalho que se faz ao ar livre
e muitas vezes em cima de andaimes.

O pedreiro usa normalmente


algumas ferramentas da sua profissão,
como a colher de pedreiro, o fio de
prumo, o nível de bolha de ar, réguas de madeira e esquadros de metal.

INEFP – Nampula 5
Tem de saber ler planos, para poder construir no sítio certo e como se
pretende. Também tem de ser cuidadoso, para que a sua construção fique firme,
bem feita e bem acabada. Não queremos que caia, pois não?

Para ser pedreiro é preciso ter alguma força física, para levantar os tijolos, as
pedras e outros materiais. Hoje em dia, com as gruas e os guindastes, ele faz
menos esforço, mas mesmo assim é uma profissão dura. Normalmente, o pedreiro
trabalha com um ajudante. O ajudante do pedreiro chama-se trolha.

3 - FUNÇÕES DOS OPERÁRIOS ENVOLVIDOS NA CONSTRUÇÃO


CIVIL

Encarregado geral de obras: Planeja, organiza e monitora as atividades de


construção civil, faz montagens e instalações eletromecânicas, e lançamentos de
cabos em Linhas de Transmissão.

Mestre-de-obras: Coordena as atividades do carpinteiro, pedreiro, servente e


armador, controla planilhas de material, faz a interpretação da produção, analisa
relatórios, identifica falhas no serviço.

Pedreiro: Irá fazer preparação de massas, organização do local da obra, aplicação


de revestimentos, disponibilizar materiais para a obra.

Servente: Auxiliar o carpinteiro e o pedreiro, faz a remoção de materiais, desmonta


alvenaria, corta materiais, defini etapas de serviços e faz a preparação de massas.

Carpinteiro: Faz a montagem de fôrmas de madeira, conferi esquadros, planos de


corte de peças de madeiras e faz a distribuição de cavaletes.

Auxiliar de pedreiro: Auxilia o pedreiro na preparação de massas, organização e


limpeza do local da obra e disponibilizar materiais para a obra.

Armador de ferros: Faz a armação e corte de ferragens, analisa medidas, monta


gabaritos para corte, fixa estribos e monta barras em geral.

Eletricista: É o profissional responsável pelas instalações elétricas.

Encanador: É o profissional responsável pelas instalações de água potável e água


de esgoto.

Anotações:
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6 INEFP – Nampula
4 - METRO
O metro como medida de comprimento

Na medição compara-se uma dimensão desconhecida com uma conhecida. A


dimensão conhecida chama-se medida.

Para medir comprimentos usavam-se nos tempos de outrora, entre outros, o


palmo e o pé. Atualmente, emprega-se o metro, internacionalmente divulgado e
conhecido. O metro é a unidade para medidas lineares e é divido em decímetros,
centímetro e milímetros. Escreve-se e fala-se:

Ou

1m = 10dm = 100cm = 1000mm


1dm = 10 cm = 100mm
1cm = 10mm

Representação com vírgula

O metro e suas subdivisões podem ser representados com vírgula, ou seja,


com inteiros e uma fração decimal. Assim sendo, temos:

1 metro = 1,00 m
1 decímetro = 1,00 dm ou 0,1m ou 0,10m
1 centímetro = 1,0 cm ou 0,1 dm ou 0,01m
1 milímetro = 1mm ou 0,1cm ou 0,01 dm ou 0,001m

4.1 MUDANÇA DE UNIDADE

Na expressão 1,00m temos de


considerar dois fatores: 1,00 é o valor, e
“m” é a unidade. Graficamente
representado:

Anotações:

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4.2 O METRO QUADRADO

Toda área tem duas dimensões: o comprimento e a largura. A fim de medi-la,


deve ser comparada a uma unidade conhecida. A unidade para medir áreas chama-
se “metro quadrado”.

O metro quadrado é um quadrado cujos lados têm 1,00m de comprimento


cada um (ver figura).

As unidades são:

Achamos à área de um quadrado multiplicando lado vezes lado, ou melhor,


comprimento vezes largura:

Deduzimos que:

8 INEFP – Nampula
Usando o metro quadrado como unidade e o exposto a respeito do cálculo da
área, podemos calcular também as áreas de um compartimento ou de uma parede.

Multiplicando o comprimento vezes a largura, recebemos a área em m2, dm2,


cm ou mm2. O único cuidado deverá ser o seguinte:
2

Multiplicando m com m recebemos m2


Multiplicando dm com dm recebemos dm2
Multiplicando cm com cm recebemos cm2
Multiplicando mm com mm recebemos mm2

Portanto, a unidade no cálculo de áreas sempre deve ser igual.

4.3 FÓRMULAS PARA CÁLCULO DE ÁREAS:

Área do quadrado: L x L, onde L = lado.

Área do triângulo: B x H / 2, B = base e H = altura.

Área do trapézio: (B + b) x H / 2, onde B = base maior, b = base menor, H = altura.

Área do retângulo: A x B, A e B lados do retângulo.

INEFP – Nampula 9
Área do círculo: πr2 , π = 3,1415 - r = raio da circunferência.

5 - CÁLCULO DA QUANTIDADE DE TIJOLOS POR METRO


QUADRADO

Para se determinar a quantidade de tijolos que uma obra necessitará, faz-se


necessário primeiramente, conhecer que tamanho de tijolo será utilizado:

Tijolos de 4 furos, tijolos de 6 furos pequeno ou grande, tijolos maciços ou


tijolos de 8 furos.

De posse da dimensão do tijolo que será utilizado, podemos calcular a


quantidade da seguinte maneira:

O primeiro passo é somar as dimensões do tijolo com a espessura da junta


que será utilizada, usaremos juntas de 2cm de espessura.

Altura: 20cm + 2cm da junta horizontal = 22cm = 0,22m


Comprimento: 20cm + 2cm da junta vertical = 22cm = 0,22m

Anotações:
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5.1 TABELA DE QUANTIDADE DE TIJOLOS POR METRO QUADRADO

6 - ANÁLISE DE PROJETOS

A seqüência de imagens a seguir refere-se à primeira versão de um projeto


de casa que designaremos por Projeto 1 - versão 1. As imagens são relativas ao
mesmo projeto e representam diferentes vistas de uma casa:

INEFP – Nampula 11
Projeto 1 - versão 1

Se a intenção inicial é desenhar a planta baixa de uma construção


relativamente simples, os primeiros resultados são bastante imediatos. No caso da
construção acima, a composição de linhas paralelas e perpendiculares representam
uma destas construções "simples". Não está evidente nesta primeira versão, quê
distribuição, ou melhor, que destino será dado para cada uma das peças. O uso do
espaço, por exemplo, o corredor no projeto 1, também não está recebendo uma
maior atenção de parte do aluno. Observando especificamente as dimensões
(visuais) do corredor e, o que se supõe sejam os cômodos, nota-se uma área maior
para o corredor do que para os cômodos.

Abaixo temos a segunda versão do projeto 1 na qual já se observa que


ocorreu um redimensionamento das peças e do corredor. Também já estão
presentes os primeiros objetos (mobília) no interior das peças que compõe a casa.

Projeto 1 - versão 2

12 INEFP – Nampula
É interessante observar que a colocação dos objetos dentro das peças enseja
uma reflexão sobre a ocupação dos espaços e também sobre a orientação destes
objetos em relação ao espaço. No detalhe da figura 4.91 podemos observar a
orientação original dada para um armário com espelhos e que será corrigida na
terceira versão do projeto.

Na terceira versão do projeto 1 a casa está concluída. Os objetos interiores já


estão dispostos havendo uma distribuição equilibrada entre os tamanhos dos objetos
e os espaços ocupados. Nota-se que a orientação do armário foi corrigida.

Anotações:
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Projeto 1 – versão 3

14 INEFP – Nampula
7 - COTAGEM DE DESENHOS

Para a fabricação de peças e obras, não basta apenas seu simples desenho.
Há necessidade de mostrar também as dimensões e informações complementares
que possibilitem a sua execução.

À colocação das dimensões de um objeto no desenho chamamos de


cotagem. É uma forma padronizada de indicar as medidas do objeto, levando-se em
conta sua construção (a pessoa que cota um desenho deve se imaginar construindo
e inspecionando-o)

Cotar um objeto é representar suas dimensões no desenho através de uma


grandeza numérica, símbolos e notas.

Cotagem num corte

Cotagem numa planta baixa

INEFP – Nampula 15
8 - COTA

É o valor numérico que representa a dimensão REAL do que é desenhado,


escrito acima e no centro da linha de cota. A unidade da medida, quando idêntica a
todas as demais medidas da peça não deve ser escrita ao lado da cota.

As cotas são expressas em milímetros, caso contrário, a unidade da cota


deve ser escrita a seu lado.

Cotagem
Anotações:
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8.1 LINHA DE COTA

Linha fina, escura, traçada paralelamente a direção do comprimento a ser


cotado, limitada por flechas (no caso de desenho mecânico) ou por traços (no caso
de desenho de arquitetura), indicando os limites da cota. A linha de cota deve ser
traçada a uma distância de aproximadamente 7 mm de outras linhas de cota ou do
contorno do desenho.

Tipos de linhas de cotas

16 INEFP – Nampula
Figuras - exemplos de estilos de cotagem

8.2 FLECHAS

São setas colocadas nas extremidades da linha de cota que indicam seus
limites

Flechas de cotagem

Anotações:
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Linhas de extensão ou auxiliares - Linhas finas, perpendiculares à linha de cota,
que representam um prolongamento do contorno da peça onde a dimensão tem
seus limites.

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9 - REGRAS DE COTAGEM

Em principio, ao se cotar um desenho, deve-se imaginar sua construção, de


modo a conduzir a cotagem numa seqüência lógica.

Os desenhos são cotados segundo os pontos de vista; função da cota,


fabricação do objeto e inspeção deste produto acabado.

Função da cota – Toda cota deve ter sua função especifica, seja ela de
fabricação, de montagem, de inspeção ou ainda de funcionamento.
Fabricação - A cotagem na seqüência de confecção do objeto, não só
facilitam as operações como também orienta o operador de modo a evitar erros e
perda de materiais.

18 INEFP – Nampula
Cotagem numa planta baixa

Cotas necessárias

O desenho deve conter apenas as cotas necessárias, espalhadas nas vistas e


projeções da peça de modo a não se concentrarem em uma única vista, sem
repetições e na posição que melhor caracterize a dimensão.

As cotas devem ser indicadas com a máxima clareza de modo a admitir uma
única interpretação, sem que seja necessário recorrer-se a cálculos.

INEFP – Nampula 19
10 - INCORPORAÇÃO DE SÍMBOLOS AS COTAS

Podem ser incorporadas às cotas informações sob a forma de símbolos


necessários ao completo entendimento de detalhes da peça tais como o diâmetro,
raio, etc.

11 - ESCALAS
Os desenhos, especialmente os detalhes, devem sempre que possível ser
feitos em tamanho natural, isto é, ter suas medidas iguais as das peças que
representam, pois desta maneira dão a melhor idéia sobre elas.

Entretanto, quando devem ser representadas peças de dimensões muito


grandes, ou muito pequenas, em relação ao tamanho padronizado do papel, os
desenhos são feitos em escalas de redução ou ampliação respectivamente.

20 INEFP – Nampula
É a escala que permite que se represente, desde mapas e aeronaves até
pequenas peças como as de um relógio, de modo a representar o objeto, seja ele
qual for, de forma compreensível e precisa.

Existem três tipos de escalas; NATURAL, DE REDUÇÃO E AMPLIAÇÃO.

Escala Natural

As medidas são transportadas para o desenho sem alterações.

Escala normal 1:1. Lê-se um para um (ou um por um)

Escala de Redução

Consiste em representar as dimensões da peça no desenho em valores


menores, que suas medidas, de tal modo que o desenho se torne menor que o
objeto representado, cabendo totalmente dentro dos padrões do papel. As escalas
de redução mais comumente usadas são: 1:50 , 1:75 , 1:100 e 1:200.

Lê-se, um para cinqüenta ou (um por cinqüenta), etc.

Escala de Ampliação

Consiste em representar as dimensões da peça no desenho em valores


maiores, que suas medidas, de tal modo que o desenho se torne maior que o objeto,
a peça, e apresente detalhes mais compreensíveis.As escalas de ampliação mais
comumente usadas são; 2:1, 5:1, 10:1, 20:1 e 100:1

Lê-se, dois para um (ou dois por um), etc.

Observações:

1 - Qualquer que seja a escala usada, ela deve ser anotada de modo evidente no
desenho.

2 - Quando o desenho for feito com mais de uma escala, todas devem constar de
modo a não deixar dúvidas.

3 - Nas escalas escritas sob a forma x:y, o primeiro número x se refere as


dimensões do desenho e o segundo , y as dimensões do objeto representado.

4 - Os valores indicados nas cotas, qualquer que seja a escala, devem ser aqueles
que representem a medida real do objeto. O que deve mudar são as dimensões do
desenho e não as do objeto.

5 - Não mudam para desenho em escala os valores de ângulos.

6 - Os valores das escalas devem ser preferencialmente os indicados na página


anterior , quando das definições de escala de redução e ampliação ,outros valores
devem ser evitados.

INEFP – Nampula 21
12 - PAVIMENTOS INTERTRAVADOS - PLANEJAMENTO DA OBRA

Primeiramente, procede-se à análise do projeto, verificando detalhes. São eles:

- Drenagem profunda e superficial;

- Áreas com diferentes estruturas;

- Materiais especificados das diversas


camadas da fundação;

- Tipo, resistência mecânica e disposição das


peças;

- Desenhos da superfície;

- Dispositivos de iluminação.

22 INEFP – Nampula
O prazo para execução, normalmente definido pelo proprietário da obra, será
o parâmetro básico para o dimensionamento da equipe e do equipamento.

O conhecimento do local da obra possibilitará a programação dos trabalhos


preliminares de limpeza e movimentações de terra.

Antes da escavação, deve-se conferir com as concessionárias públicas locais


as várias interferências na área, para se assegurar de que a abertura de caixa ou
qualquer outra operação de escavação não danifique tubos, rede elétrica e dutos
subterrâneos.

O equipamento disponível deve ser cuidadosamente analisado para que se


possa utilizá-lo em desobstruções próximas de ligações subterrâneas,
principalmente rede elétrica.

O acesso ao local da obra, por veículos e equipamento, deve ser estudado de


forma que o trabalho de execução do pavimento possa ser conduzido sem atrasos e
interrupções.

A compilação dos dados do projeto e da inspeção no local da obra


possibilitará a definição de:

Equipe de mão-de-obra – Formação de equipes especializadas, com cada


indivíduo capaz de realizar todas as tarefas para execução em trechos curtos.

Equipamento – Além do equipamento tradicional para construção das camadas da


fundação, as máquinas e ferramentas para cada etapa da execução da camada de
rolamento (colchão de areia e peças pré-moldadas de concreto) são simples:
carrinho-de-mão, serra de disco, placa vibrocompactadora, réguas, tábuas, linha,
nível, estacas, pás, colher de pedreiro, marreta de borracha, escova, fita métrica etc.

Anotações:
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INEFP – Nampula 23
13 - MEDIR, MARCAR, ESQUADREJAR E NIVELAR ALICERCES.

Demarcação da escavação para alicerces

24 INEFP – Nampula
14 - DEMARCAÇÃO DA ESCAVAÇÃO PARA ALICERCES

Material: Tábuas de pinho bruto de 12” x 1”, pontaletes de pinho 7 x 7, pregos 18 x


27 e 17 x 21; arame recozido nº18.

Ferramentas: Nível de bolhas, nível de borracha, metro, trena, esquadro, prumo de


centro, linha e martelo.

ORDEM DE EXECUÇÃO

1. Arme o cavalete de demarcação, conforme os desenhos, nivelando-o a 1,00 m


acima do piso acabado da casa a ser construída.

2. Demarque no cavalete todas as paredes perpendiculares ao alinhamento,


colocando um prego 18 x 27 no ponto do eixo e dois 17 x 21 nas faces da futura
parede. Acerte o esquadro das paredes externas com o alinhamento.

3. Demarque em seguida as paredes paralelas ao alinhamento prosseguindo


conforme fase 2.

4. Estique os arames na direção da parede, cujo alicerce queira marcar.

5. Marque as arestas da parede na terra com auxílio duma barra de ferro ou de um


sarrafo, guiando-as ao lado dos arames esticados.

INEFP – Nampula 25
Nota:

Não esqueça: o alicerce é mais largo do que a parede. A escavação será, portanto,
mais larga do que a parede ou o alicerce.

15 - ARGAMASSAS

Denomina-se argamassa a mistura de areia e água com um ou mais


aglomerantes, que são a cal, o cimento. O aglomerante é a substância responsável
pelo endurecimento da argamassa. A areia é o agregado.

A argamassa é empregada no assentamento de tijolos e para revestimento de


paredes, pisos e forros.

15.1TIPOS DE ARGAMASSA

Os principais tipos de argamassa são:



- Argamassa de cal;

- Argamassa de cimento;

- Argamassa de cal e cimento, também chamada argamassa mista;

- Argamassas especiais

16 - TRAÇO
Com o nome “traço de argamassa” denomina-se a relação em volume ou em
peso entre o aglomerante e a areia. Interpretação do traço.

Exemplo 1: Argamassa de cal. 1:4

a) A argamassa tem como aglomerante a cal (apagada ou hidratada);

b) O primeiro algarismo, que é 1, representa as partes da cal;

c) O segundo algarismo, que é 4, representa as partes de areia.

Conclusão: Na argamassa de cal 1:4 deve-se misturar 1 parte de cal com 4 partes
de areia. (ver esquema A, abaixo).

Exemplo 2: Argamassa de cimento 1:5.

26 INEFP – Nampula
a) A argamassa tem como aglomerante o cimento;

b) O primeiro algarismo, que é 1, representa as partes de cimento;

c) O segundo algarismo, que é 5, representa as partes de área.

Exemplo 2: Argamassa de cimento 1:5.

a) A argamassa tem como aglomerante o cimento;

b) O primeiro algarismo, que é 1, representa as partes de cimento;

c) O segundo algarismo, que é 5, representa as partes de área.

Conclusão: Na argamassa de cimento 1:5 deve-se misturar 1 parte de cimento


com 5 de areia. (ver esquema B).

Exemplo 3: Argamassa mista 1:4:8.

INEFP – Nampula 27
a) A argamassa tem como aglomerantes a cal e o cimento;

b) 1 refere-se a quantidade de cimento;

c) 4 refere-se a quantidade partes de cal a ser adicionada ao cimento;

d) 8 indica a quantidade de partes de areia a ser adicionada a cal e ao cimento.

Conclusão: Na argamassa mista 1:4:8, deve-se adicionar 1 parte de cimento a


4 partes de cal e 8 partes de areia (ver o esquema abaixo).

Exemplo 4: Argamassa especial.

Existem no mercado vários tipos de argamassa já misturadas e prontas para


serem usadas. Estas são preparadas nas fábricas.

O traço para estas não interessa ao pedreiro, pois a esta argamassa adiciona-
se somente água, conforme indicado pelo fabricante, e está pronta, para ser
empregada.

17 - ARGAMASSA PARA ASSENTAMENTO

Argamassas para assentamento de blocos de vidro, concreto e cerâmica.


Superfícies de aplicação:

• Blocos de concreto;
• Blocos de concreto regular;
• Blocos cerâmicos;
• Blocos sílico-calcários;
• Blocos de vidro;
• Tijolos.

28 INEFP – Nampula
Modo de preparar

1. Utilize um recipiente limpo, protegido do sol, da


chuva e do vento;
2. Misture 3 partes em volume do produto para 1
parte em volume de água potável, até obter uma
argamassa cremosa, homogênea, sem grumos e
consistente;
3. Relação massa produto/volume água potável:
• Para 1 saco de 20 kg, misture 4,200 litros de
água potável.
• Para 1 saco de 1 kg misture 210 ml de água potável.
4. Deixe o material em repouso durante 10 minutos e remisture antes do uso;
5. O material preparado deve ser utilizado no prazo máximo de 150 minutos.

Modo de aplicar
1. Aplique sobre os blocos utilizando uma colher de pedreiro.
2. Posicione os blocos sobre a argamassa fresca.

3. Retire o excesso e retorne ao caixote;


4. Verifique o alinhamento e prumo da parede.

Armazenagem
Conserve em local seco e arejado, sobre estrados, em pilhas com no máximo
15 sacos de altura, na embalagem original fechada.

INEFP – Nampula 29
18 - ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO E GRAUTE
A argamassa de assentamento desempenha diversas funções na alvenaria
estrutural, dentre as quais se destacam:

a) Solidarização dos blocos;

b) Absorção dos esforços originados pela movimentação da estrutura;

c) Distribuição uniforme dos esforços nas paredes, impedindo a transmissão de


cargas concentradas originadas pelas variações dimensionais dos blocos;

d) Acomodação das armaduras horizontais.

Veja no quadro ao lado os traços usuais de argamassas. Observe que os


valores fornecidos são indicativos e não substituem os ensaios e recomendações do
projeto.

1) Paredes de vedação;
2) Casas térreas de vãos moderados (3m a 4m);
3) Sobrados de vãos moderados;
4) Prédios de 4 pavimentos de vãos moderados.

Anotações:
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30 INEFP – Nampula
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19 - ARGAMASSA PARA REVESTIMENTO

Supermassa

A única que substitui de uma vez o chapisco, massa grossa e massa fina e
ainda serve para assentar blocos e tijolos.

Superfície de aplicação

• Alvenaria de tijolos;
• Blocos cerâmicos;
• Blocos de concreto;
• Blocos de concreto celular;
• Blocos silico-calcários;
• Chapisco curado;
• Massa grossa;
• Emboço grosso, sarrafeado e curado;
• Paredes e tetos de concreto rústico.

Modo de preparar

1. Utilize um recipiente limpo, protegido do sol,


da chuva e do vento;

2. Misture 4 partes em volume para 1 parte em


volume de água potável, até obter uma
argamassa homogênea e cremosa;

3. Relação massa produto/volume de água


potável:

• Para 1 saco de 20 kg, misture 4,5 litros de


água potável.

4. O produto preparado deverá ser utilizado em 150 minutos.

Importante:

• Não adicione cal, cimento ou qualquer outro material ao produto. Modo de aplicar

• Certifique-se que a superfície onde será aplicado o produto esteja limpa e


completamente seca.

1. Utilize uma colher de pedreiro para “chapar” a Supermassa sobre a superfície.

2. Aguarde aproximadamente 10 minutos e sarrafeie a Supermassa, utilizando uma


régua de alumínio.

INEFP – Nampula 31
3. Na seqüência, utilize uma desempenadeira de
madeira para dar o acabamento camurçado.

4. Para obter uma textura lisa, deslize uma


desempenadeira de aço sobre a superfície.

Importante:

• Cada camada de aplicação deve ter espessura máxima de 15 mm. Caso sejam
necessárias espessuras superiores a 15 mm, repita o modo de aplicação quantas
vezes forem necessárias, sempre com intervalos de 12 horas entre uma aplicação e
a seguinte;
• A Supermassa poderá receber pintura ou textura 72 horas após a aplicação;
• A Supermassa é ideal para requadrações e chumbamentos;
• A Supermassa é uma ótima base para receber laminado (Fórmica, Formiplac, etc.).

20 – FERRAMENTAS, FERRAMENTAS DE MEDIÇÃO E SERRAS.

Fazer reparos na sua casa significa ter as ferramentas e materiais certos à


mão para fazer o serviço rápido. Saber os princípios básicos vai lhe ajudar a longo
prazo.

E de quais ferramentas você precisa? Neste artigo, você vai aprender sobre
ferramentas que medem, cortam, furam, pregam, apertam e afrouxam, seguram,
pinçam, testam, pintam e muito mais. E mais importante ainda, vai ver quais são as
que realmente precisa e como usá-las com segurança.

Mas primeiro, vamos falar sobre qualidade. A melhor regra na hora de


comprar ferramentas é comprar as de melhor qualidade. Ferramentas de alta
qualidade não são apenas mais seguras de se usar como também a maioria chega a
durar uma vida inteira, se cuidada adequadamente. Geralmente dá para identificar
uma ferramenta de qualidade pela montagem dela: as partes de metal são bem lisas
e brilhantes, e a ferramenta é bem balanceada, além disso, ela cabe perfeitamente
na sua mão. As de má qualidade, ao contrário, têm defeitos ou metais mal acabados

32 INEFP – Nampula
(geralmente escondidos pela pintura) e a montagem deixa a desejar. O mais
importante, no entanto, é que boas ferramentas são mais seguras de se usar.
Ferramentas baratas podem quebrar e causar acidentes.
Se paga uma média de 25% a mais por equipamentos de alta qualidade, mas
ferramentas baratas acabam não sendo baratas no final das contas, pois podem ter
que ser substituídas algumas vezes. Além do mais, o dinheiro que você economiza
no primeiro reparo que fizer sozinho já vai compensar pelas ferramentas que
precisou. E elas ainda são suas quando o trabalho terminar.
Ferramentas úteis são as de medição, serras, furadeiras, ferramentas de
fixação e as que são usadas para reparos elétricos e de encanamento. Vamos dar
uma olhada em todas elas.
Ferramentas de medição
Praticamente todo projeto de reforma pede medidas precisas. Você não
apenas deve saber exatamente quantos metros e centímetros estão envolvidos, mas
também precisa garantir que tudo fique pronto da melhor maneira possível. Aqui
estão os dispositivos básicos para medir e marcar:

Prumos

Prumo de face

O prumo de pedreiro é um instrumento de


primeira necessidade. É usado para verificar se as
paredes estão em plano vertical. Devido ao seu peso,
mantêm-se sempre vertical, quando pendurado no fio.
Compõe-se de três peças, a saber: o taco, que é de
madeira, o fio do prumo, que é de cordão e o corpo do prumo, que é um cilindro de
latão, cheio de chumbo. Existem prumos de 1 e de 2 kg de peso. Quanto mais
pesado, tanto menos erros podem proporcionar. (Um vento forte poderá deslocar um
prumo).

Prumo de Centro

O prumo de centro é usado para marcar centros,


alinhamentos e alicerces. É composto do fio e do prumo. Este tem
a forma de cone.

INEFP – Nampula 33
Esquadros

O esquadro é um instrumento importante do pedreiro. É usado para verificar


se o encontro de duas paredes, o canto, está no esquadro, ou seja, no ângulo de
90º. Os dois lados do esquadro formam este ângulo entre si. Existem esquadros de
madeira e de aço. O mais usado pelo pedreiro é o de madeira, porque não oxida e a
sua limpeza torna-se fácil. O de aço possui, no entanto, uma vantagem: não se
deforma, e mantém assim o ângulo desejado por mais tempo.

O tamanho padrão de um esquadro usado por marceneiros é de 45 a 60


centímetros (corpo) por 30 a 45 centímetros (lingüeta). O tamanho é importante para
cortar pontas retas de madeiras compensadas e painéis de madeira fina.
Para os trabalhos menores, um esquadro de combinação é mais fácil de usar, já
que é menor (normalmente com 30 centímetros de comprimento). O corpo do
esquadro desliza pela lâmina e pode ser ajustado para qualquer ponto com um
parafuso de orelha. O corpo do esquadro pode ter um pequeno nível de bolha ou um
cinzel que pode ser usado para nivelar e marcar o seu trabalho. Esse tipo de
esquadro também pode ser usado como um medidor de profundidade, esquadria e,
se retirar à lâmina, uma régua de pedreiro.

Também há um tipo de esquadro menor com um cabo de plástico ou de


madeira. As medidas são feitas na lâmina, e não no cabo. Esse tipo de esquadro é
utilizado para testar a quadratura de pontas na hora de aplanar e serrar. E também
pode ser usado para verificar os ângulos retos. Sua lingüeta possui uma extensão
máxima de 30 centímetros. Ela é larga, mas pode ser usada como uma régua de
pedreiro e medidor de profundidade.

Colher

A colher é a ferramenta principal do pedreiro.


Praticamente todos os trabalhos são executados com a
colher. É usada para assentar tijolos, para misturar,
chapear e alisar argamassas. Existem colheres de
vários tamanhos e formas. As mais usadas são as de
forma triangular e com os tamanhos de 10, 15 e 20cm.
, ou de 4”, 6” e 8” polegadas, como eram designadas
antigamente. Estas medidas se referem ao
comprimento da paleta, excluindo-se o cabo. A paleta é
de aço, e deve ser completamente lisa, para facilitar a saída da argamassa. A colher

34 INEFP – Nampula
deve ser limpa, não podendo ter argamassa endurecido nas suas faces, ou ser
enferrujada.
Linha

A linha serve para alinhar as fiadas de tijolos, azulejos e


cerâmicas. Também tem a sua utilidade na determinação de
alinhamentos. É um auxílio imprescindível do pedreiro. O tipo
mais indicado é o fio de algodão “Cordoné 00”. Também é
usado o fio de nylon.

Martelo

É uma ferramenta auxiliar para cortar tijolos, pregar


e outros serviços semelhantes. O martelo tem duas partes:
O martelo, fabricado de aço, e o cabo, de madeira. Existem
martelos de diversos pesos. O mais indicado é o de 1,5kg.

Enxada

A enxada é uma ferramenta auxiliar na preparação


das argamassas. Também serve na escavação para
alicerces. O tamanho preferido é de 12” ou 30cm de
largura.

A pá serve para misturar as argamassas


e para a movimentação de terra. Existem de
forma retangular e de bico, em vários tamanhos.

Masseira

Na masseira é colocada a argamassa pronta para ser


usada. Este equipamento fica no lugar onde o pedreiro
trabalha. É constituído com tábuas brutas ou de plástico.
Uma masseira muito usada é a de 100 litros de volume.
Balde

O balde é um equipamento necessário para


transportar e guardar água e argamassa. O seu volume em
geral é de 15 a 18 litros.

INEFP – Nampula 35
Nível de bolhas

O nível de bolhas é um instrumento de


verificação que serve para determinar e verificar
a horizontalidade de um elemento de construção.
Existem níveis com diversos comprimentos, que
variam entre 30 cm e 1,00m. São construídos de
madeira e também de metal, como por exemplo,
o alumínio ou o ferro fundido.

No corpo do nível são embutidos pequenos tubos de vidro, ligeiramente


curvados, que contém um líquido, em geral água ou álcool com corante, e uma
bolha de ar. Nos centros dos tubos estão marcados dois traços. Colocando-se o
nível acima da superfície a ser verificada, esta está no nível quando a bolha de ar se
encontra exatamente entre os dois riscos do tubo. É necessário verificar
permanentemente a exatidão do nível. Para isto é colocado numa parede revestida e
faz-se um risco ao longo dele. Virando-o agora no sentido oposto (sempre deixando
os vidros em cima), pode-se considerar o nível exato, quando a bolha permanece
entre os traços, como anteriormente.

Nível de mangueira

Entre os níveis mais usados para nivelar à distância e marcar diversos


pontos, emprega-se o chamado “nível de borracha”. Este é uma mangueira de
plástico transparente com o comprimento praticamente ilimitado.

Cheia de água, podemos marcar os diversos pontos de nível em paredes,


pilares, etc. Devemos Ter o cuidado de não deixar nenhuma bolha de ar dentro da
mangueira. É um instrumento muito usado em demarcações de obras.

Nível alemão

36 INEFP – Nampula
O instrumento utilizado na construção civil para nivelar longos espaços. Existe
o nível alemão em duas medidas: 1,55 m e 1,88 m de comprimento.

Metro articulado

O instrumento de medição mais usado


pelo pedreiro é o metro, ou como também é
chamado “escala ou metro articulado”.
Articulado porque pode ser fechado a um
comprimento de 30 cm aproximadamente, e
desta forma, facilmente transportável no bolso. A sua utilidade é medir
comprimentos, larguras e demais dimensões na obra. É fabricado de madeira ou de
alumínio. O metro possui divisões em cm e mm. O seu comprimento é de 1,00 m ou
de 2,00m. O mais usado é o de madeira.

Trena

Um instrumento útil de medição é a trena.


Esta serve para medir distâncias. A trena é uma
fita de pano, reforçada com arame ou então uma
fita de aço, alojada numa caixa circular de couro
ou de metal. O seu comprimento varia entre 2,0,
3,0, 5,00 e 30,00m, e as divisões também são
em cm e mm. Devido a implantação de sistema
da qualidade nas construtoras, a trena metálica
tem sido a mais indicada, uma vez que,
apresenta uma maior precisão que o tradicional
metro articulado. Por exigência da ISO 9000, a trena metálica deve ser calibrada em
um laboratório de calibração. Esta trena calibrada servirá como padrão para a
verificação das outras trenas utilizadas pelos profissionais na obra.

Escantilhão

O escantilhão é um instrumento feito para determinar as


distâncias entre as diversas fiadas de tijolos de uma parede. Em
geral é feito pelo próprio pedreiro. Este marca, numa régua de
madeira, a altura das diversas fiadas, considerando sempre o
centro da argamassa entre os tijolos. Assim poderá facilmente
assentar os tijolos dos cantos. A régua deve ser de madeira dura,
seca e desempenada.
Serras manuais

INEFP – Nampula 37
As medidas foram feitas e já está pronto para começar a fazer os cortes. Uma
grande variedade de serras manuais está disponível para corresponder às
necessidades de diversas formas de corte.

Traçador

O traçador corta através da superfície da madeira. O traçador possui de cinco


a dez ou mais dentes a cada polegada, para produzir um corte liso e regular na
madeira. É utilizado para cortar madeira compensada, painéis de madeira fina e
meia-esquadria (ângulos).

Serra circular

A serra circular corta a superfície da madeira longitudinalmente, o que se


chama "rasgar". Possui de três a quatro dentes a cada dois centímetros e meio.
Como os dentes da serra circular estão dispostos de maneira mais extensa do que
no traçador, pode retalhar a madeira como uma talhadeira. O último corte da circular
é duro, e geralmente a madeira necessita ser lixada para a obtenção da medida
final.

Serrote de dorso

O serrote de dorso
reforçado possui essa
característica para reforçar a
lâmina. Seus dentes estão
estreitamente posicionados,
como os do traçador, assim, o
corte é liso e regular. A serra
de dorso reforçado é utilizada
para fazer cortes de ângulo e
para aparar moldes. É
projetada para o uso em uma
caixa de meia-esquadria. O
dorso reforçado serve como
guia.

Serra fina

A serra fina de ponta possui de 10 a 12 polegadas de lâmina em formato


cônico. A serra é utilizada no corte de tubos, caixas elétricas e para quase todos os
cortes internos, retos ou curvos, que são grandes demais para a ponta do trado, a
furadeira ou a serra de formato circular. Uma serra fina de ponta de qualidade possui
lâminas removíveis com diversos tipos de espaçamento dos dentes para cortar
materiais como madeira, plástico e madeiras finas.

Serra pequena de metais

38 INEFP – Nampula
A serra pequena de metais é uma versão menor da serra de metais, que
possui uma lâmina fina presa por dois pinos na extremidade da serra. Uma
variedade de lâminas está disponível, com espaçamento de dentes tanto como os
da serra circular quanto como os da traçador.

Serra de metais

A serra de metais é utilizada no corte de metal, plástico e tubo.

Serras elétricas

Há momentos em que uma serra manual não é o bastante, e é aí que entra a


serra elétrica. Serras elétricas podem intimidar um pouco no começo, mas é assim
que elas são. Utilizadas de maneira imprópria, podem causar estragos de imediato.
Deve-se sempre dar atenção às precauções de segurança. Depois de ter feito
alguns cortes práticos, no entanto, logo irá se sentir confortável com ela. Essas são
algumas de suas opções:

Serra circular portátil

Uma ferramenta elétrica portátil, a serra circular é a versão elétrica do


traçador ou do serrote. A guia da serra pode ser ajustada para cortar meia-esquadria
e cavidades em diversos materiais de construção. Diversas lâminas estão
disponíveis: para corte oblíquo, rasgo, alvenaria, metal e plástico. A mesa é um dos
acessórios disponíveis para a serra circular, que pode ser montada para servir como
serra de mesa.

Serra portátil de lâmina substituível

A serra portátil de lâmina substituível, também chamada serra de corda,


consiste em uma lâmina de quatro polegadas conduzida por um movimento de
descida e subida ou recíproco. Essa ferramenta elétrica portátil utiliza vários
modelos de lâmina para diversos materiais, entre eles madeira, metal, plástico,
alvenaria, cerâmica e laminados de alta pressão.

Assim como as ferramentas de medição e as serras, as furadeiras e fixadores


são partes integrais dos projetos de reparos domésticos. Vamos examinar essas
ferramentas na próxima seção.

Outras ferramentas utilizadas pelo pedreiro

Betumadeira laminada Talhadeira chata Ponteiro redondo

INEFP – Nampula 39
Torques para Torques para Torques para Tesoura para
armador carpinteiro azulejo funileiro

Marreta Formão chanfrado

21 - MATÉRIA PRIMA PARA ALVENARIA


21.1 A ÁGUA

A água deve ser limpa, não contendo impurezas ou substâncias químicas.


Água que pode ser usada:

-Água do encanamento da cidade;

-Água do poço;

-Água de chuva.

Água que não pode ser utilizada na preparação de argamassas ou concreto:

-Água do mar;

-Água de sabão;

-Água do brejo.

40 INEFP – Nampula
21.2 AREIA

Areia é um material de origem mineral finamente dividido em grânulos,


composta basicamente de dióxido de silício, com 0,063 a 2 mm.

Forma-se à superfície da Terra pela fragmentação das rochas por erosão, por
ação do vento ou da água. Através de processos de sedimentação pode ser
transformada em arenito.

É utilizada nas obras de engenharia civil em aterros, execução de


argamassas e concretos e também no fabrico de vidro. O tamanho de seus grãos
tem importância nas características dos materiais que a utilizam como componente.
Constituída por fragmentos de mineral ou de rocha, cujo o tamanho varia, conforme
a escala de Wentworth de > 64 µm (1/16 mm) e <2 mm. A areia a ser utilizada deve
estar insenta de impurezas, matéria orgânica.

Normalmente é extraída do fundos dos rios com dragas, o que ocasiona


graves danos ambientais, em seguida é lavada e posta para secar e utilizada
conforme sua granulação.

Nem sempre a sua extração resulta em graves danos ambientais, uma vez
que em algumas situações o preocesso de extração contribui de maneira essencial
para o desassoreamento dos leitos dos rios onde é realizada.

21.3 A CAL

O Óxido de Cálcio (conhecido como "cal") é uma das substâncias mais


importantes para a indústria, sendo obtida por decomposição térmica de calcário
(900 °C). Também chamado de cal viva ou virgem, é um composto sólido branco.

Normalmente utilizada na indústria da construção civil para elaboração das


argamassas com que se erguem as paredes e muros e também na pintura, a cal
também tem emprego na indústria cerâmica, siderúrgicas (obtenção do ferro) e
farmacêutica como agente branqueador ou desodorizador. O óxido de cálcio é
usado para produzir hidróxido de cálcio, na agricultura para o controle de acidez dos
solos, e na metalurgia extrativa para produzir escória contendo as impurezas
(especialmente areia) presentes nos minérios de metais.

Tipos

- Cal virgem ou cal aérea;

- Cal hidratada;

- Cal hidráulica.

Cal virgem

INEFP – Nampula 41
Inicia-se o processo de fabricação, extraindo-se a pedra calcária em grandes
blocos das jazidas. Os blocos são triturados e transportados em vagões ou
caminhões para as fábricas. Nestas as pedras são trituradas e colocadas em fornos,
chamados Caieiras. Efetua-se o cozimento das pedras numa temperatura que varia
entre 760ºC e 1100ºC. O produto deste cozimento são pedras pequenas chamadas
de cal virgem ou cal aérea. Tal cal combina-se com a água facilmente, formando
assim a cal extinta ou apagada.

Cal hidratada

A cal hidrata é preparada na fábrica, pulverizando-se a cal virgem, a este se


adiciona água, numa quantidade suficiente para apagá-la. Após o processo de
extinção da cal, peneira-se a mesma a fim de tirar as partes mal queimadas e as
eventuais impurezas. O produto comercializado em sacos de papel, com o nome de
“cal hidratada”.

Cal hidráulica

É a cal que tem a propriedade de endurecer dentro da água, propriedade que


não existe na cal virgem ou na hidratada. A cal hidratada possui uma quantidade de
cal virgem, suficiente para esta poder apagar-se, e uma certa quantidade de argila.
Ao se adicionar a água forma estas duas substâncias uma composição química, que
endurece mesmo dentro da água.

21.4 CIMENTO

O cimento é depois da cal o aglomerante mais usado nos serviços de


pedreiro. Com ele executam-se serviços como concreto simples e armado,
alvenarias e revestimentos. O mais usado é o chamado cimento “Portland”. É um
cimento artificial, inventado no ano de 1824 pelo oleiro inglês Jose Aspdin. O nome
“Portland” é devido â cor que tem em comum com uma rocha existente perto da
cidade de Portland, na Inglaterra.

Fabricação

Os componentes principais deste cimento são: a pedra calcária e argila. A


pedra calcária, depois de seca e pulverizada, é misturada com a argila úmida, até
formar uma massa pastosa. Desta massa molda-se uma espécie de tijolos, que são
postos a secar. Em seguida são cozidos num forno rotativo numa temperatura de
cerca 1.500ºC. Este forno tem a forma de cilindro deitado e comprido, e gira
lentamente. Por certa inclinação do forno, caminham os tijolos de uma extremidade
a outra. Nesta sai o produto em forma de pedras chamadas “clinquer”. Moendo o
“clinquer” o pó é adicionado uma determinada quantidade de gesso, recebe-se o
cimento. As quantidades de calcária, argila e gesso são cuidadosamente dosados.
Cada fábrica de cimento tem a sua fórmula especial.

42 INEFP – Nampula
Propriedades físicas e mecânicas do cimento

Pega

É o fenômeno do endurecimento do cimento. A pêga de um bom cimento não


deve começar antes de uma hora e terminar antes de dez horas. Este tempo
começa a contar a partir do amassamento com água. O tempo de pêga é
importante. Cimento que endurece rapidamente, não serve para serviços normais, a
não ser em trabalhos especiais. Cimento que endurece muito devagar prejudica o
andamento dos serviços.

Estabilidade

É a propriedade que o cimento deve possuir de resistir às forças que tentam


destruí-lo, como por exemplo, os agentes atmosféricos. Um cimento pode Ter
inicialmente uma resistência satisfatória, porém, pelos ataques dos gases existentes
na atmosfera, começa a desagregar-se mais tarde. Neste caso seria inútil e até
perigoso o seu emprego.

Resistência

O cimento deve possuir resistência suficiente contra os esforços de tração e


compressão, existentes na obra.

Finura

O pó do cimento deve ser fino, porque a finura influi na pêga, estabilidade e


resistência.

Cor

Pela cor do cimento não se verificam as suas qualidade ou propriedades. A


cor do cimento “Portland” é cinzento esverdeado e às vezes azul escuro.

Cimentos “Portland” Especiais

Além do cimento “Portland” comum existem outros especiais. Entre estes são
os mais conhecidos: o cimento de pêga rápida, que endurece rapidamente e é
usado em construções de baixo da água; o cimento de alta resistência inicial, que
adquire já no início da pêga uma alta resistência, o cimento branco pequenas com o
diâmetro de 2 cm aproximadamente. Estas pedras são denominadas assim pela cor
que tem, e que é empregado no rejuntamento de azulejos, ladrilhos e pastilhas.

Armazenamento

O cimento deve ser armazenado num lugar fresco e seco, de preferência num
barracão construído com tijolos. O estoque do cimento deve ser pequeno.
Diversas remessas devem ser armazenadas em separado, usando-se primeiro o
cimento da remessa mais antiga. O cimento é vendido em sacos de papel de 50 kg
ou 25 kg.

INEFP – Nampula 43
21.5 TIJOLOS

O tijolo (do espanhol tejuelo, diminutivo de tejo - caco de telha) é um produto


cerâmico, avermelhado, geralmente em forma de paralelipípedo e amplamente
usado na construção civil, seja em empreendimentos populares ou de alto padrão
(especialmente no Brasil, onde a racionalização da construção não se encontra em
estado avançado). É considerado um dos principais materiais construtivos, assim
como a alvenaria de tijolos é uma das técnicas mais difundidas na construção
popular. O tijolo é originalmente fabricado com argila, de cor avermelhada, podendo
ser maciço ou furado.

Através da sonoridade pode-se distinguir o grau de cozimento. O tijolo bem


cozido produz um som peculiar ou metálico, quando batido com a colher. Quebrando
o tijolo, pode-se verificar o seu interior. Quando o meio ainda se apresenta barrento,
é sinal que o tijolo é mal cozido. O bom tijolo tem uma superfície porosa e áspera e
suas arestas são vivas e duras, e quando quebrado, apresenta saliências e
reentrâncias. A absorção da água pelo tijolo deve estar entre 8% absorção 25%
segundo a NBR 7171/92. O seu peso varia entre 2 e 3 kg.

Dimensões

O tijolo tem a forma de um paralelepípedo retangular com pequenas


variações nas medidas. O comprimento varia entre 20 e 30 cm, a largura entre 10 e
15 e a altura entre 5 e 20 cm. As dimensões dos blocos cerâmicos devem seguir as
determinações da NBR 7171- Especificações, conforme tabela a seguir:

Tabela 1 –
Dimensões
nominais de blocos
de vedação, comuns
e especiais.

44 INEFP – Nampula
22 - TIPOS DE TIJOLOS

As alvenarias estão entre os elementos mais


versáteis da construção, servindo não só para vedação,
mas também como elemento estrutural, de apoio, fundação
ou simplesmente decorativo. Justamente por isto há
diversos tipos de material que podem ser usados, cada um
deles com suas características e finalidades próprias. Veja
os mais comuns.

Um elemento tão versátil como a alvenaria precisa atender a cada situação,


sempre com atenção aos itens básicos que são a resistência mecânica, peso,
absorção de umidade, características de isolamento e condução térmica, tipo de
superfície e sua compatibilidade com o acabamento previsto, seja este pintura,
revestimento com argamassa ou placas de algum material. Vamos ver, então,
alguns tipos de tijolos e seus usos mais comuns:

• Pedra – Muito utilizada na antiguidade, mas ainda hoje se


usa em muros de arrimo, fundações e muros aparentes, neste
caso com finalidade também estética. Além de ser usada na
alvenaria propriamente dita, pode ser usada apenas como
revestimento.

• Bloco de concreto – Podem ser utilizados como vedação


mas também existem os feitos especialmente para Alvenaria
Estrutural. Há uma grande variedade de tipos, dimensões,
formatos e materiais. Além dos tipos comuns, feitos com
cimento e pedrisco, existem os do tipo Estrutural, com maior
resistência e feitos, especialmente para suportar carga.

• Concreto Celular – Devido ao baixo peso e à facilidade de manuseio, é usado não


só para fechamento de vãos, mas também como enchimento de lajes. É feito com
uma mistura de cimento com materiais silicosos, em especial o Silicato de Cálcio.
Também conhecido como “Pumex”.

• Tijolo de vidro – Devido ao preço, são usados em locais


específicos, para iluminar e também para conseguir
determinados efeitos estéticos, especialmente quando se usa
iluminação projetada para tirar proveito da luminosidade e
características de reflexão do material.

• Tijolos de solo-cimento – Uma boa alternativa aos blocos de concreto, ótima


solução para habilitações populares. Construções feitas com solo-cimento resulta
em ambientes com ótimo conforto térmico, devido à grande massa da parede que
lhe confere inércia térmica, ou seja, demora a esquentar durante o dia, com o sol, e
demora a esfriar durante a noite, deixando mais estável a temperatura interna.

INEFP – Nampula 45
• Tijolo de barro cru – Também conhecido como “Adobe”, já foi muito utilizado na
antiguidade mas hoje praticamente caiu em desuso, pois precisa de cuidados
especiais para resistir às intempéries.

• Tijolo de barro cozido – Também chamados de “Tijolinho” ou


“Tijolo comum”. É uma evolução do tijolo de barro cru, é o que
veremos neste artigo.

• Tijolo refratário – Um tipo especial de tijolo cozido, feito com


argila enriquecida de materiais que diminuem a retração mecânica quando exposto
ao forte calor. Funcionam também como isolantes térmicos.

• Tijolo laminado – Este, por sua vez, é uma evolução do tijolo de barro cozido,
tendo maior resistência mecânica e menos porosidade, com menor absorção de
água. O modelo mais comum tem 21 furos cilíndricos e mede aproximadamente 24 x
11,5 x 5 cm, sendo indicados para alvenaria aparente.

• Tijolo furado – Também chamados de “Tijolo baiano”, têm


na parte externa uma série de rachaduras para facilitar a
aderência da argamassa de revestimento e seu interior tem
pequenos canais prismáticos ou, como se diz popularmente,
“furos”. Em geral se encontra os de 6 furos e de 8 furos,
mas há uma grande variedade de tijolos furados. Suas
vantagens são: a rapidez na execução, baixo peso e preço
acessível. Não é à toa que a paisagem típica dos bairros de
periferia são as casas inacabadas, mas com suas paredes
de tijolo furado à mostra...

O tijolo furado e empregado na construção das


paredes em prédios altos, principalmente para se reduzir o
peso das alvenarias. É um produto de cerâmica, fabricado
com argila. A argila é misturada com água até formar uma
massa com consistência normal, para ser moldada. Esta
massa é colocada numa máquina chamada “Extrusora”,
onde se formam os tijolos, prontos para serem cozidos.

Os produtos são os tijolos furados, que se caracterizam pelos seus furos no


interior e com ranhuras no seu exterior. As ranhuras são obtidas no “extrusora”, e
por isso os tijolos se chamam também “tijolos extrusados”. Pesam menos do que os
comuns, e permitem assim diminuir o peso das paredes. São considerados bons
isolantes térmicos e acústicos, devido ao ar contido nos furos.

As dimensões dos tijolos furados são muito variáveis, dependendo


primeiramente da origem, ou seja, da fabricação. Os tijolos permitem pelos seus
tamanhos a construção de paredes de espelho, de ½, 1 e 1 ½ tijolos.

46 INEFP – Nampula
23 - UTILIZAÇÃO DOS BLOCOS DE CONCRETO VAZADO

Ao fazer o comparativo de custo entre uma


parede de tijolos cerâmicos e uma de blocos de
concreto, lembre-se: os blocos de concreto dispensam
chapisco e emboço.

23.1 VANTAGENS

Levantamento de paredes com maior velocidade, devido ao tamanho maior


das peças quando comparadas aos tijolos convencionais, o que também permite
que as paredes sejam erguidas com alinhamento mais definido;

As paredes permitem a passagem de tubulações destinadas às instalações


elétricas, telefônicas e sanitárias, eliminado o trabalho posterior de cortar as paredes
para o embutimento das canalizações;

-Blocos de Vedação: destinam-se ao fechamento de vãos de prédios;

-Blocos Aparentes ou Arquitetônicos: função decorativa;

-Blocos Estruturais: permitem que as instalações elétricas e hidráulicas fiquem


embutidas já na fase de levantamento da obra.

Os Blocos de Vedação e os Blocos Estruturais feitos de concreto são,


aparentemente, fisicamente idênticos. Entretanto, os Blocos Estruturais possuem
paredes mais espessas, o que lhe confere maior resistência aos esforços de
compressão e, portanto, podem ser usados para dar sustentação às construções.

23.2 VERIFICAÇÃO DAS SUPERFÍCIES DOS BLOCOS

É importante verificar, através de inspeção visual, se os blocos de concreto


atendem às seguintes características físicas:

-Deve ser homogêneo e compacto;


-Devem ter arestas vivas;
-Não devem apresentar trincas, fraturas, imperfeições ou outros defeitos; devem ter
superfície suficientemente áspera para garantir uma boa aderência, não sendo
permitida qualquer pintura que oculte defeitos eventualmente existentes no bloco.

Observação: O não atendimento aos requisitos normativos indica que os blocos


possam ter o seu assentamento prejudicado, ou afetar a resistência ou a
durabilidade da construção.

INEFP – Nampula 47
Dimensões nominais (largura,
altura,comprimento e espessura das
paredes)

As não conformidades detectadas nesse ensaio indicam que pode ter ocorrido
falha no controle de fabricação do produto e no controle de aprovação de lote que
libera o material para saída da fábrica.

Dessa forma, o consumidor encontrará no mercado produtos


despadronizados e, ao comprá-los, terá problemas ao longo da construção em
função das diferenças de tamanhos apresentadas, obrigando o construtor a fazer
improvisos e aumentando o desperdício de material e financeiro durante a obra.

No que se refere à verificação da espessuras das paredes dos blocos de


concreto vazados, ou seja, "furados", as não conformidades encontradas no produto
têm influência direta sobre a resistência mecânica à compressão.

Quanto menor a espessura, menor será a resistência e, consequentemente,


haverá o comprometimento estrutural da construção.

Concreto graute

O graute é um microconcreto que serve para preencher as cavidades dos


blocos, onde são acomodadas as armaduras verticais e as amarrações das paredes
através de grampos. Serve também para suprir as deficiências locais da argamassa
de assentamento ou dos blocos. Também neste caso os valores constantes da
tabela abaixo são indicativos e não substituem os ensaios e recomendações de
projeto.

48 INEFP – Nampula
24 - ASSENTAMENTO

A colocação da argamassa nos blocos pode ser feita de duas maneiras,


segundo observação do projetista:

Ferramentas utilizadas: bisnaga, colher meia cana ou tradicional colher de


pedreiro.

Nos extremos das paredes, podem ser assentadas várias fiadas para facilitar
a colocação das linhas. Os blocos dos cantos deverão ser assentados com o auxílio
do escantilhão e régua técnica de prumo e nível.

Tratando-se de alvenaria aparente, recomenda-se que o frisamento seja


executado antes do endurecimento total da argamassa de assentamento.

INEFP – Nampula 49
A limpeza pode ser efetuada após o frisamento utilizando-se pano grosso ou
esponja seca, evitando-se com isso produzir manchas (esbranquiçamentos) sobre
os blocos. Permanecendo restos de argamassa endurecida que venham a formar
crostas sobre a alvenaria, recomenda-se a utilização de escova de aço com cerdas
finas.

25 - COLOCAÇÃO DAS ARMADURAS E GRAUTE

Quando o projeto estrutural prevê a utilização de enrijecedores verticais


(pontos e graute), a colocação das armaduras deve ser precedida da limpeza das
rebarbas de argamassa dos furos e aberturas das espias na base das paredes, para
controle da chegada do graute até o fundo do furo.

O lançamento do graute, efetuado após a limpeza do furo, deve ser feito no


mínimo após 24 horas do assentamento dos blocos. A altura máxima de lançamento
é de 3m. Recomenda-se, no entanto, lançamento de alturas não superiores a 1,40m
com graute auto-adensável.

26 - AMARRAÇÃO DAS PAREDES

Pode ser de três tipos: direta, com ferros em formato “L” e com ferros em
gancho.

Amarração direta

Executada através do entrelaçamento dos blocos, este tipo de amarração só


é possível em blocos cuja espessura tenha o valor da metade do comprimento
utilizado na modulação. Exemplos: blocos da linha 15x20x30, linha 20x20x40.

50 INEFP – Nampula
Obs.: Nas alvenarias com ferragem vertical, este tipo de amarração proporciona
economia de graute, ferragem vertical e grampos.

Amarração com ferros em “L“ ou com ganchos

É usada quando o bloco a ser utilizado não permite amarração direta. Os


ferros utilizados são do tipo CA-50 e bitola de 5 mm; essas amarrações deverão ser
feitas alternadamente a cada duas fiadas, entre as juntas.

27 - VERGAS E CONTRAVERGAS

Nas aberturas de portas são


colocadas vergas, e nas janelas,
vergas e contravergas (recomenda-se
apoio lateral maior ou igual a 40 cm).

INEFP – Nampula 51
28 - CINTAS DE AMARRAÇÃO (APOIO DE LAJES)
São utilizadas em toda extensão
das paredes estruturais. Nos casos de
lajes pré – fabricadas ou lajes painel,
recomenda-se enrijecer as canaletas
com concreto até a altura das mesmas,
garantindo a solidarização com a parte
superior através de estribos ou
arranques.

29 - TUBULAÇÕES EMBUTIDAS

Recomenda-se não realizar cortes


horizontais e transversais. Para as
instalações elétricas deve-se utilizar o
próprio furo dos blocos.

30 - FIXAÇÃO DE PARAFUSOS

A sustentação de diferentes esforços pontuais de tração aplicados à alvenaria


pode ser resolvida pela fixação de buchas de nylon e químicas.
Juntas de dilatação.

Devem ser constituídas e verticais para possibilitar movimentos relativos,


proporcionando completa separação entre dois blocos. Devem ser previstas onde se
conhece a máxima variação de temperatura ou a máxima expansão devido à
umidade.

52 INEFP – Nampula
Nota:

1) As juntas de dilatação são utilizadas a cada 20m da estrutura do edifício em


planta.

2) Nas estruturas permanentemente enterradas dispensa-se o uso de juntas de


dilatação

31 - REVESTIMENTOS

A absorção superficial dos blocos cerâmicos resulta em ótima aderência aos


mais diversos tipos de revestimentos existentes no mercado, alem da possibilidade
de deixar a alvenaria aparente, com simples tratamento superficial. Dentre algumas
opções de revestimentos, destacam-se:

32 - MODULAÇÃO

Por meio da técnica de coordenação modular, conseguimos evitar vários


trabalhos de ajustes no canteiro, que representam perda de tempo, material e mão-
de-obra. O arquiteto, desde o início do projeto, deve trabalhar sobre uma malha
modular de 15x15cm para plantas e 20x15cm para elevações de paredes. Essa
malha modular é também fundamental para a definição de vãos e aplicação de
esquadrias.

INEFP – Nampula 53
33 - MUROS
Os muros podem ser feitos com blocos de concreto de 10 cm x 20 cm x 40
cm.
O sistema de placas de concreto pré-moldadas também pode ser usado. Sua
execução é bastante rápida.
Os muros de blocos de concreto devem ser subdivididos em trechos de
comprimento máximo de 2,80m (7 blocos de 40 cm). Entre cada trecho deve ficar
um espaço de 20 cm, onde será feito um pilarete de concreto armado, para
travamento do muro.
A construção do muro começa pela abertura da vala da fundação. Sua
profundidade vai depender da altura do muro e do tipo de solo do terreno. Em alguns
casos é necessário usar brocas (veja em fundação)

Vala para fundação do muro

Altura do muro Profundidade da


vala
Até 1,00 m 20 cm

Até 1,50 m 30 cm

Até 2,00 m 40 cm

Até 2,50 m 50 cm

O fundo da vala deve ser compactado.

54 INEFP – Nampula
Depois coloque uma base de concreto magro de 5 cm no fundo da vala e
encha o restante com concreto normal (baldrame).

Se o muro for de blocos de concreto, não se esqueça de deixar no concreto


da fundação as pontas de ferro (esperas) para os pilaretes de travamento do muro.

Cada pilarete leva 4


barras de ferro de 8 mm de
bitola, amarradas com estribos
de 6 mm de bitola.

Anotações:
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INEFP – Nampula 55
34- CONCRETO PARA FUNDAÇÃO DO MURO

Levante os blocos de cada trecho do muro, da mesma forma que as paredes


da casa (veja em paredes).

Em seguida, feche os trechos do


muro com duas tábuas, que vão
funcionar como forma para a
concretagem dos pilaretes.

Em muros com mais de 2 m de


altura, é preciso fazer uma cinta de
concreto armado, a meia altura do
muro, em toda a sua extensão, armada
com duas barras de ferro de 8mm de
bitola. Essa cinta pode ser feita com
blocos-canaleta.

Aplicação Traço Rendimento Dicas


por saco de
cimento
Pilaretes e 1 sc cimento 8 latas ou Lance o concreto dos pilaretes
cintas de 4 latas de areia 0,15m² ou em camadas de 50 cm.
muros de 6 latas de água 12m. de muro Compacte com uma barra de
blocos de 1 ½ lata de de 1,50m de ferro. A amarração dos ferros
concreto água altura não deve encostar nas
laterais. Só retire as tábuas 24
hs. após a concretagem.

Anotações:

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56 INEFP – Nampula
35 - TIPOS DE BLOCOS DE CONCRETO

INEFP – Nampula 57
36 - COMO PREPARAR UMA BOA ARGAMASSA

Misture apenas a quantidade suficiente para 1 hora de aplicação. Esse


cuidado evita que a argamassa endureça ou fique difícil de ser trabalhada.

Ferramentas e Equipamentos-Pá

-Enxada
-Betoneira
-Carrinho de mão
-Lata de 18 litros
-Desempenadeira
-Colher de pedreiro

A mistura da argamassa

*Coloque primeiro a areia, formando uma camada a


cerca de 15 cm de altura.

*Sobre essa camada coloque o cimento (e a cal ou


outros materiais locais, se for o caso).

*Mexa até formar uma mistura uniforme. Depois, faça


um monte com um buraco no meio (coroa).

*Adicione e misture a água aos poucos, evitando que


escorra para fora da coroa.

58 INEFP – Nampula
37 - COMO PREPARAR UM BOM CONCRETO
A mistura do concreto

*Espalhe a areia, formando uma camada de uns 15 cm.

*Sobre a areia, coloque o cimento.

∗Com uma pá ou enxada, mexa a areia e o


cimento até formar uma mistura bem uniforme.
Espalhe a mistura, formando uma camada de 15
cm a 20 cm.

*Coloque as pedras sobre esta camada, misturando


tudo muito bem.

*Faça um monte com um buraco (coroa) no meio.

*Adicione e misture a água aos poucos, evitando que


ela escorra.

INEFP – Nampula 59
Ferramentas e Equipamentos

-Enxada;
-Pá;
-Carrinho de mão;
-Lata de 18 litros;
-Colher de pedreiro.

Use pedra e areia limpas (sem argila ou barro), sem materiais orgânicos
(como raízes, folhas, gravetos, etc.) e sem grãos que esfarelam quando apertados
entre os dedos. A água também deve ser limpa. É muito importante que a
quantidade de água da mistura esteja correta. Tanto o excesso como a falta é
prejudicial ao concreto. Excesso de água diminui a resistência do concreto.

38 - CORTE DO TIJOLO

O tijolo comum é cortado conforme o tamanho necessário para a armação. Os


cortes mais usados são feitos perpendicularmente ao comprimento e chamam-se:

-Meio tijolo ou ½;
-Um quarto ou ¼;
-Três quarto ou ¾.

OBS: Como forma de se evitar o desperdício dos materiais, as cerâmicas passaram


a fabricar ½ blocos cerâmicos (tijolos) e blocos cerâmicos com rascos para a
colocação das caixas dos pontos elétricos, como tomadas e interruptores e pontos
de luz.

60 INEFP – Nampula
1

seu comprimento deve ser igual a duas vezes a largura mais uma junta,
conforme mostra a figura.

39 - TÉCNICAS DE CORTE DE TIJOLO

Anotações:
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INEFP – Nampula 61
Como cortar tijolos

1. Segure o tijolo numa das mãos e o


martelo na outra;

2. Bata com a pena do martelo na face


1, no lugar do corte desejado;

3. Vire o tijolo e repita a batida.

OBS: Conforme foi salientado


anteriormente, as cerâmicas já
fabricam meio bloco cerâmico, não
havendo a necessidade de cortá-los,
evita-se assim, o desperdício.

40 - O USO DO PRUMO, NÍVEL


E ESQUADRO

40.1 O USO DO PRUMO

1. Coloque os tijolos como aparecem na


figura1.

2. Encoste o taco do prumo no tijolo A e faça o peso


chegar até a altura do tijolo B. o prumo indica que o
tijolo A se encontra mais para fora que os demais.

3. Modifique a posição do tijolo A, como aparece na


figura 2. Coloque o prumo. O peso já encostou-se ao
tijolo B, mas o taco ainda está longe do tijolo A, isso
mostra que o tijolo A está mais para dentro que os
demais.

62 INEFP – Nampula
4. Movimente o tijolo A (Figura3), até que ele
encoste-se ao taco. Estando o taco e o peso
encostados nos tijolos A e B, teremos uma posição
correta do prumo. Dizemos que os tijolos estão
prumados.

41 - APRUMAR TIJOLO

1. Coloque-o taco do prumo no tijolo a ser


aprumado, conforme figura 1, e segure-o.

2. Desça o prumo, soltando a corda devagar,


até este alcançar a fiada mais baixa
possível, conforme figura 2, sem tocar no
piso.

3. Faça chegar ao prumo, recuando ou


avançando o tijolo que está sendo aprumado
(figura 2).

Anotações:
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INEFP – Nampula 63
42 - O USO DO NÍVEL

1. Coloque o nível como mostra a figura 1 (letra A). Veja a posição da bolha.

2. Mude a posição do tijolo como aparece na letra B da figura 1 e volte a olhar a


bolha.

3. Ponha o nível apoiado sobre dois tijolos (veja a letra C da figura 1).

Verifique, agora, a posição da bolha. Ela deverá estar dentro ou bem próxima
da marca.

4. Coloque o nível apoiado sobre um sarrafo e uma cunha de madeira, como


aparece na figura 2. Empurre a cunha para a direita ou para a esquerda até a bolha
se enquadrar na marca. Quando isso acontecer, observe a posição do corpo do
nível. Essa é a posição horizontal ou posição de nível.

5. Com quatro cunhas, dois pedaços de tábua e uma régua, monte o exercício da
figura 3. Movimente as cunhas até a bolha indicar que a régua está no nível. Procure
nivelar o conjunto várias vezes até que sua vista reconheça quando a régua está na
posição correta de nível.

Anotações:
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64 INEFP – Nampula
43 - O ESQUADRO: CONSTRUÇÃO E USO

1. Coloque, com cuidado, uma régua em posição de nível e outra a prumo, como
aparecem na figura 1; elas formam um esquadro.

2. Corte 3 sarrafos aparelhados de 5cm, nas medidas seguintes:


*A = 65 cm B = 55 cm C = 60cm

3. Na face interna dos sarrafos, depois de descontar a largura dos mesmos, marque
as medidas seguintes: em A 40cm, em B 30cm e em C 50cm (deixando 5 cm em
cada extremidade).

4. Ajuste os sarrafos como aparecem na figura 2; serre e pregue como aparecem no


desenho. Confira com um esquadro de metal de precisão.

INEFP – Nampula 65
5. Verifique o esquadro de sua desempenadeira, colocando-a sobre o esquadro de
madeira, como aparece na figura 3.
6. Faça o exercício da figura 4, esticando linhas e colocando-as em esquadro. Ao
esquadrejar as linhas não force com o esquadro. Deixe que elas encostem
levemente no esquadro.

44 - FASE DE ASSENTAMENTO DE TIJOLOS

1ª Fase – assentar massa na


marcação.

2ª fase – assentar o 1ª tijolo na massa e bater


com a colher.

3ª fase – retirar as rebarbas de massa.

45 - ASSENTAMENTO DE LAJE PRÉ-FABRICADA


Laje

A laje aumenta o valor, o conforto e a segurança da sua casa. A mais simples


de fazer é a pré-fabricada de concreto. Ela é composta de vigotas e lajotas (tavelas).
As vigotas são encontradas com comprimentos de até 5m.

Anotações:
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66 INEFP – Nampula
As lajotas também
servem de guia para medir a
distância entre as vigotas.

As vigotas devem se
apoiar pelo menos 5cm de cada
lado da parede um lado das
lajotas da primeira e da última
carreira pode ser apoiado na
própria cinta de amarração.

Se o vão a ser vencido for menor do que 3,40m escorem as vigotas com uma
linha de pontaletes. Se o vão for maior (3,40m a 5,00m), será preciso escorar as
vigotas com duas linhas de pontaletes. Essas linhas de escoramento devem ser um
pouco mais altas que a altura das paredes, formando as contra-flechas
recomendadas pelo fabricante.

Anotações:

INEFP – Nampula 67
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O próximo passo é colocar as caixas de luz e os conduítes (eletrodutos) para


a fiação elétrica.

Agora coloque uma tábua de testeira que vai servir de forma para a capa da
laje.

A espessura do concreto da capa da laje também deve obedecer às


instruções do fabricante da laje, Antes de concretar a laje, molhe todas as vigotas e
lajotas (tavelas) já montadas.

68 INEFP – Nampula
Anotações:
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46 - PAREDE DE ½

Material: tijolos comuns, argamassa sem aglomerante.

Ferramentas: colher de pedreiro, linha, martelo de pedreiro e pregos, metro


articulado, broxa, balde, escantilhão.

Ordem de execução

1. Fixe a linha na altura da aresta superior da 1ª fiada a ser assentada.

2. Molhe a fiada de base, espalhe a argamassa na espessura de cerca 2cm, na


largura de meio tijolo, e no comprimento de 1 tijolo cada vez.

3. Assente os tijolos, previamente molhados, em fila, um por um, com intervalos de


1cm. Acerte a face rente à linha, comprima os tijolos e bata com a colher até a
aresta ficar na altura da linha.

4. Termine a fiada e tire as sobras da argamassa, raspando-as com a colher.

5. Mude a linha para a 2ª fiada.

6. Espalhe argamassa sobre a 1a fiada, enchendo ao mesmo tempo os intervalos


entre os tijolos.

7. Assente os tijolos como na 1ª fiada, obedecendo à amarração e termine.

8. Prossiga o assentamento nas fiadas seguintes conforme as instruções até atingir


o respaldo.

9. Recolha a argamassa do chão e faça a limpeza.

INEFP – Nampula 69
Anotações:

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47 - PAREDE DE 1 TIJOLO

Material: tijolos comuns, argamassa sem aglomerante.

Ferramentas: colher, linha, martelo, pregos, broxa, escantilhas, metro articulado,


balde.

Ordem de execução

1. Fixe a linha na altura da aresta superior da 1ª fiada a ser assentada.

2. Molhe a fiada de base, espalhe a argamassa na espessura de cerca 2cm, na


largura de 1 tijolo e no comprimento de ½ tijolo cada vez.

3. Assente os tijolos, previamente molhados, atravessados (a tição), um por um, com


intervalos de 1 cm. Acerte a face rente a linha, comprima os tijolos e bata com a
colher, até a aresta ficar na altura da linha.

4. Termine a fiada e tire as sobras da argamassa, raspando-as com a colher.

5. Mude a linha para a 2ª fiada.

6. Espalhe argamassa sobre a 1ª fiada, enchendo ao mesmo tempo os intervalos


entre os tijolos.
7. Assente a 2ª fiada, colocando os tijolos ao comprido, dois a dois, acertando os da
face pela linha e os da contra-face a olho, obedecendo a amarração.

8. Prossiga o assentamento nas fiadas seguintes até atingir o respaldo.

70 INEFP – Nampula
9. Rejunte as juntas na face.

10. Recolha a argamassa do chão e faça a limpeza.

48 - PAREDE DE ½ TIJOLO COM PILARES DE REFORÇO DE 1


TIJOLO

Material: tijolos comuns, argamassa de cal.

Ferramentas: colher, linha, pregos, martelo, prumo, escantilhão, metro articular,


balde, broxa.

Ordem de execução

1. De acordo com a demarcação assente os tijolos, que servirão para esticar a linha.

2. Assente a 1ª fiada, obedecendo à amarração, tanto nos lugares para os pilares


como na parede.
3. Assente a 2ª fiada, conforme a amarração.

4. Continue as demais fiadas até o respaldo.

5. Rejunte na
face e faça a limpeza.

49 - CANTO EM
ÂNGULO
RETO DE ½
TIJOLO

INEFP – Nampula 71
Material: tijolos comuns, argamassa sem aglomerante.

Ferramentas: colher, linha, pregos, martelo, prumo, escantilhão, balde, broxa,


esquadro, metro articulado.

Ordem de execução

1. Obedecendo à demarcação assente o tijolo “a” no canto.

2. Assente um tijolo na extremidade de cada lance de parede e estique a linha em


ambos os lances.

3. Assente a 1ª fiada nos dois lances.

4. Aprume o tijolo “b” da 2ª fiada, usando o escantilhão para determinar a fiada.

5. Assente a 2ª fiada, obedecendo à amarração.

6. Aprume o tijolo do canto da 3ª fiada, usando o escantilhão e assente a fiada.

7. Continue as demais fiadas até a altura indicada, aprumando sempre os tijolos de


canto.

8. Rejunte nas duas faces das paredes.

9. Recolha a argamassa do chão e faça a limpeza.

CANTO EM
ÂNGULO
RETO DE 1
TIJOLO

72 INEFP – Nampula
Material: tijolos comuns, argamassa sem aglomerante.

Ferramentas: colher, linha, pregos, martelo, prumo, escantilhão, broxa, balde,


esquadro e metro articulado.

Ordem de execução

1. Obedecendo à demarcação assente o tijolo “a” no canto e ao lado comprido


deste, dois tijolos de ¼.

2. Assente um tijolo na extremidade de cada lance de parede e estique a linha em


ambos os lances.

3. Assente a 1ª fiada nos dois lances, sendo que no lance 1 será com tijolos ao
comprido e no lance 2 à tição. Observe a amarração formada pelos tijolos de ¼.

4. Aprume o tijolo “b” da 2ª fiada, usando o escantilhão para determinar a fiada, e


assente os dois tijolos de ¼ ao lado dele.

5. Assente a 2ª fiada nos dois lances, sendo que no lance 1 será com tijolos à tição e
no lance 2 ao comprido. Obedeça à amarração.

6. Continue as demais fiadas até a altura indicada, aprumando sempre os tijolos do


canto.

7. Rejunte nas duas faces.

8. Recolha a argamassa do chão e faça a limpeza.

51 - LIGAÇÃO DE PAREDE DE TIJOLO DE ½ VEZ EM ÂNGULO


RETO COM PAREDES DE TIJOLO DE ½ VEZ.

INEFP – Nampula 73
Material: tijolos, argamassa sem aglomerantes.

Ferramentas: colher, linha, martelo, prego, prumo, esquadro, escantilhas, balde,


broxa e metro articulado.

Ordem de execução

1. Marque onde será construída a parede em seguida molhe.

2. Coloque a argamassa e assente os tijolos das extremidades.

3. Fixe a linha na altura da aresta superior dos tijolos da 1ª fiada.

4. Espalhe a argamassa e termine a fiada retirando as sobras de argamassa.

5. Faça a mesma coisa com a fiada que vem de encontro formando a parede em T.

6. Espalhe a argamassa sobre a primeira fiada iniciando a execução da Segunda


fiada.

52 - LIGAÇÃO DE PAREDES DE TIJOLOS DE ½ VEZ EM CRUZ

74 INEFP – Nampula
Materiais: tijolos, argamassa sem aglomerante.

Ferramentas: colher, linha, martelo, prego, esquadro, prumo, balde, broxa,


escantilhão, metro articulado.

Ordem de execução

1. Marque onde será construída a parede em seguida molhe.

2. Coloque a argamassa e assente os tijolos.

3. Fixe a linha na altura das arestas superior dos tijolos.

4. Espalhe a argamassa e termine a fiada retirando o excesso.

53 - CONSTRUÇÃO DE PAREDE DE ½ VEZ EM CURVA

Material: tijolos comuns, argamassa de cal.

Ferramentas: colher de pedreiro, pregos, broxa, martelo de pedreiro, linha de


pedreiro, prumo de face, balde de 9 litros e metro articulado.

Ordem de execução

INEFP – Nampula 75
1. Fazer a marcação do raio, esse raio será de 1 metro a título de ilustração. O raio
deverá ser riscado conforme desenho abaixo, utilizando-se a linha de pedreiro e
prego.
2. Efetuada a marcação, assentar a primeira fiada, o aluno deverá colocar o prumo
de face em todos os tijolos, uma vez que não será possível a utilização da linha de
pedreiro nesta tarefa.
3. Assentar a segunda fiada, conforme a amarração observe atentamente a
ilustração.

4. Não se esqueça de manter o local de trabalho sempre limpo.

54 - PILAR QUADRADO DE 1 ½ TIJOLO

Material: tijolos comuns, argamassa de cal.

Ferramentas: colher, prumo, martelo, esquadro, broxa, balde e metro articulado.

Ordem de execução

1. Espalhe a argamassa para um quadrado de 1 ½ tijolo.

2. Assente as fiadas conforme desenho.

3. Raspe, rejunte e faça a limpeza.

55 - CERÂMICA

A cerâmica (do grego κέραµος — "argila") é a atividade de produção de


artefatos a partir de argilas, que torna-se muito plástica e fácil de moldar quando
humedecida. Após submetida a uma secagem lenta à sombra para retirar a maior

76 INEFP – Nampula
parte da água, a peça moldada é submetida a altas temperaturas que lhe atribuem
rigidez e resistência mediante a fusão de certos componentes da massa, fixando os
esmaltes das superfícies. A cerâmica pode ser uma actividade artística, em que são
produzidos artefactos com valor estético, ou uma actividade industrial, através da
qual são produzidos artefactos com valor utilitário. De acordo com o material e
técnicas utilizadas, classifica-se a cerâmica em :

*Terracota - argila cozida no forno, sem ser vidrada, embora, às vezes, pintada;

*Cerâmica vidrada - o exemplo mais conhecido é o azulejo;

*Grês - cerâmica vidrada, às vezes pintada, feita de pasta de quartzo, feldspato,


argila e areia;

*Faiança - louça fina obtida de pasta porosa cozida a altas temperaturas,


envernizada ou revestida de esmalte sobre o qual pintam-se motivos decorativo.

Características: Tem formatos para todos os gostos e bolsos. Tanto as


pastilhas de 2 x 2 cm quanto as peças gigantes de 60 x 120 cm são de argila. É
moldada em placas, que são revestidas de esmalte e depois queimadas a altíssimas
temperaturas, cerca de 1110°C. Pode ser usada em toda a casa, especialmente na
cozinha e no banheiro.

Instalação: O primeiro passo é fazer o contrapiso, que precisa de duas


semanas para curar completamente. Depois disso, a cerâmica pode ser assentada,
levando em conta os espaçamentos entre as peças. Depois de 72 horas, faz-se o
rejuntamento, obrigatoriamente feito com material impermeável. Dica: elabore antes
a paginação do piso, mesmo que as peças sejam lisas e da mesma cor. Nesse caso,
o truque é iniciar a instalação pela parede oposta à porta, da esquerda para a direita
- é o primeiro lugar para onde olhamos quando entramos num ambiente.

Manutenção: Água e sabão neutro para o dia a dia. O acabamento não requer
verniz nem precisa de cera para ficar brilhante. Vale a recomendação de colocar um
capacho na porta para evitar que os grãos de areia trazidos da rua arranhem o
esmalte - o que diminui o brilho e a impermeabilidade da cerâmica.
Vantagens: Ela existe para todos os gostos e em vários preços. Quando o material é
de qualidade, a durabilidade é grande.

Desvantagens: Como é um piso frio, traz uma sensação térmica


desconfortável, se usado dentro de casa.

56 - HISTÓRIA DA CERÂMICA

As peças de cerâmica mais antigas conhecidas por arqueólogos foram


encontradas na Tchescolováquia, datando de 24,500 a.C. Outras importante peças
cerâmicas foram encontradas no Japão, na área ocupada pela cultura Jomon há
cerca de oito mil anos, talvez mais. Peças assim também foram encontradas no
Brasil na região da Floresta Amazônica com a mesma idade.

INEFP – Nampula 77
São objetos simples. A capacidade da argila de ser moldada quando
misturada em proporção correta de água, e de endurecer após a queima, permitiu
que ela fosse destinada ao armazenamento de grãos ou líquidos, que evoluíram
posteriormente para artigos mais elaborados, com bocais e alças, imagens em
relevo, ou com pinturas vivas que possivelmente passaram a ser considerados
objetos de decoração. Imagens em cerâmica de figuras humanas ou humanóides,
representando possivelmente deuses daquele período também são freqüentes.
Parte dos artesãos também chegou a usar a argila na construção de casas rudes.
Em outros lugares como na China e no Egito, a cerâmica tem cerca de 5000 anos.
Tendo destaque especial o túmulo do imperador Qin Shihuang e seus soldados de
terracota.

No Egito, a arte de vidrar é datada em cerca de 3000 anos a.C.. Colares de


faianças vidradas aparecem entre as relíquias do 3o. milênio, juntamente com
estatuetas e amuletos. O mais velho fragmento de cerâmica vidrada foi feito em
policromia, trazendo o nome do rei Mens do Egito. Outras manifestações
importantes na história da cerâmica foram os Babilônicos e os assírios que
utilizavam cerâmica com ladrilhos esmaltados em azul, cinza azulado e creme e
ainda relevos decorados (século VI a.C.), bem como os persas com sua fabricação
de objetos em argila cozida em alto brilho, e das cores obtidas misturando óxidos
metálicos, método usado ainda nos nossos dias. Com o tempo, a cerâmica foi
evoluindo e ganhando os nossos dias, mas não sem contar com os esforços dos
gregos, romanos, chineses, ingleses, italianos, franceses, alemães e norte-
americanos. A esmaltação industrial teve início por volta de 1830, na Europa
Central. Por muitos anos, as placas cerâmicas foram conhecidas como sinônimo de
requinte e luxo. Após a segunda Guerra Mundial, houve um grande aumento da
produção de revestimento cerâmico, por conseqüência do desenvolvimento de
novas técnicas de produção. Isso fez com que os preços começassem a baixar,
possibilitando a uma faixa maior de classes sociais a condição de adquirir o produto
cerâmico. Nesta época, as placas cerâmicas eram utilizadas primordialmente em
banheiros e cozinhas.

Com o passar dos anos, a indústria cerâmica se desenvolveu com grande


rapidez. Novas tecnologias, matérias-primas, formatos e design foram
desenvolvidos, o que proporcionou a migração da cerâmica do banheiro e cozinha
para outras partes da casa, aliás, acabou migrando também para fora dos portões
das residências, indo para shoppings, aeroportos, hospitais, hotéis, entre outros
locais. No tocante da tecnologia atual, o uso da cerâmica nao se restringe apenas
aos tijolos refratários, mas também em aplicações aeroespaciais e de tecnologia de
ponta, como na blindagem térmica de ônibus espaciais, na produção de nanofilmes,
sensores para detectar gases tóxicos, varistores de redes elétricas entre outros.

Matérias-primas

As principais matérias-primas cerâmicas são o Feldspato (particularmente os


potássicos), a sílica e a argila. Além destes três principais componentes, as
cerâmicas podem apresentar aditivos para o incremento de seu processamento ou
de suas propriedades finais.

78 INEFP – Nampula
As principais matérias-primas plásticas são:

-Argilas plásticas (queima branca ou clara);


-Argilas fundentes (queima vermelha);
-Caulim.

Dentre as matérias não-plásticas, destacam-se:

-Filitos;
-Fundentes feldspáticos;
-Talco;
-Carbonatos.

Cada matéria-prima exerce uma função específica durante o processo


produtivo, porém as plásticas são essenciais na fase de conformação, pois fornecem
à massa a plasticidade necessária, para se obter um revestimento de alta qualidade
mecânica. Já os materiais não-plásticos, atuam principalmente na fase do
processamento térmico e nas misturas com argilas, para a produção da massa.

57 - TIPOS DE CERÂMICA
Cerâmica artística

Com possível exceção do fabrico de tijolos e telhas, geralmente utilizados na


construção desde a antiguidade na Mesopotâmia, desde muito cedo a produção
cerâmica deu importância fundamental à estética, já que seu produto, mor das
vezes, destinava-se ao comércio. Talvez por esta razão a maioria das culturas,
desde seus albores, acabou por desenvolver estilos próprios que com o passar do
tempo consolidavam tendências e evoluíam no aprimoramento artístico, a ponto de
se poder situar o estado cultural de uma civilização através do estudo dos artefatos
cerâmicos que produzia. Afora a cerâmica para a construção, a cerâmica
meramente industrial só ocorreu na Antiguidade em grandes centros comerciais,
iniciando vigorosa etapa com a Revolução industrial. Com a utilização da porcelana,
a cerâmica alcançou níveis elevados de sofisticação.

Cerâmica industrial

A indústria cerâmica é responsável pela fabricação de pisos, azulejos e


revestimento de larga aplicação na construção civil, bem como pela fabricação de
tijolos, lajes, telhas, entre outros. Ainda, o setor denominado cerâmica tecnológica, é
responsável pela fabricação de componentes de alta resistência ao calor e de
grande resistência à compressão. Atualmente a cerâmica é objeto de intensa
pesquisa tendo em vista o aproveitamento de várias das propriedades físicas e
químicas de um grande número de materiais, principalmente a semicondutividade,
supercondutividade e comportamento adiabático.

INEFP – Nampula 79
Cerâmica eletrônica

Não havendo tanto em relação a cerâmica eletrônica como de outro tipo de


ceramica, no mundo è-nos possivel ver nos países da América do Norte
relativamente a quadros em ceramica electronica, constituido por duplas camadas
de moleculas de v2 no seu todo.

Cerâmica de revestimento

A cerâmica de revestimento é uma mistura de argila e outras matérias-primas


inorgânicas, queimadas em altas temperaturas, utilizada em larga escala pela
Arquitetura. Sua aplicação com esses fins teve início com as civilizações do Oriente
Próximo e na Ásia e cujo os chineses dominam essa tecnologia há milênios.

Na arquitetura européia, a cerâmica de revestimento se fez presente desde


que os primeiros edifícios de tijolo ou pedra foram erguidos. O seu uso na
arquitetura foi dirigido tanto a um apelo decorativo, quanto prático. Em razão de suas
características o azulejo torna as residências mais frescas e reduz os custos de
conservação e manutenção, já que é refratário à ação do sol e impede a corrosão
das paredes pela umidade.

As limitações iniciais da técnica vêm sendo superadas pela descoberta e


implantação de novos usos e processos, determinados, basicamente, pela pesquisa
e adoção de mudanças tecnológicas, por exemplo, na bitola e no formato das peças,
nos métodos de queima, no tamanho e tipo de fornos, nas técnicas de esmaltação,
entre outros.

58 - APLICAÇÃO E USO

A placa cerâmica pode ser utilizada para os revestimentos de pisos, paredes,


na forma de azulejos, ladrilhos e pastilhas, tanto em ambientes residenciais, públicos
e comerciais como em industriais. O desempenho técnico do material explica suas
vantagens de uso:

-Proteção contra infiltrações externas;


-Maior conforto térmico no interior das edificações;
-Boa resistência às intempéries e à maresia;
-Proteção mecânica de grande durabilidade;
-Longa vida útil;
-Fácil limpeza e manutenção.

O assentamento se encontra hoje fora do controle da indústria, estando mais


ligado aos prestadores de serviços independentes. No entanto, quaisquer falhas no
assentamento, refletem-se negativamente na indústria e na imagem geral do produto
cerâmico.

80 INEFP – Nampula
Alguns dos principais defeitos relacionados ao assentamento malfeito e a
outros fatores do processo são:

-Eflorescência;
-Destacamento. Ocorre pela dilatação/retração do contrapiso e pela falta de junta ou
outros fatores distintos;
-Gretamento. Acontece quando o esmalte se rompe devido à incompatibilidade de
dilatação entre a base e o esmalte, agravada pela variação de umidade e
temperatura.

59 - REAPROVEITAMENTO DA QUEBRA

Ao longo dos últimos anos, vários estudos e testes foram promovidos, visando
a reutilização dos cacos gerados no processo. A presença do esmalte cerâmico
queimado e tonalidades da massa impediram o seu uso. A massa cerâmica evoluiu
na sua formulação e novos testes foram feitos permitindo a adição do caco (quebra)
moído em percentuais reduzidos, que juntado a um trabalho constante de redução
das quebras nos fornos, a curto prazo permitirá incorporar toda a quebra novamente
no processo. O Sistema de moagem e Reaproveitamento da quebra é isto: uma
central para onde é deslocada toda a quebra gerada nos processos de produção das
Cerâmicas. São utilizados equipamentos para a britagem destas quebras (conjunto
de britadores primário e secundário), reduzindo a pó a quebra gerada nos mais
diversos formatos e dimensões. Este pó é reutilizado na formulação da massa em
percentuais que não interferem na qualidade do produto final.

60 - RECICLAGEM

A reciclagem da cerâmica de revestimento é possível através da reutilização


dos resíduos sólidos da fabricação. Os resíduos originários do processamento do
azulejo, através da biqueima, constituem peças finas, porosas e frágeis. São
reciclados para a moagem a úmido, onde são misturados a outras matérias primas
para a obtenção da massa cerâmica.

O chamote de pavimentos gresificados é o resíduo sólido do processo de


fabricação do revestimento cerâmico, descartado por quebras ou defeitos visuais e
dimensionais, que inviabilizam sua utilização. A cerâmica já queimada não é
biodegradável por reagir ao calor ou à chuva, tendo como única saída
ecologicamente correta a reciclagem. Os resíduos de pavimentos gressificados
passam por um processo mais complicado de reciclagem, por terem características
mais resistentes e maior densidade devido ao processo de monoqueima onde as
peças são queimadas até 1220ºC. Métodos invoadores de reciclagem de
pavimentos gressificados utilizam o chamote moído a seco, transformado em pó, e
depois misturado à massa cerâmica, num índice de reutilização de 3% dos resíduos.

A reciclagem diminui o impacto ambiental e os custos de produção das


empresas caem, pois os próprios resíduos são reutilizados como matéria-prima,
retornando ao início do ciclo de produção da cerâmica de revestimento

INEFP – Nampula 81
61 - DESCARTE

Em quase todo o processo de fabricação da cerâmica de revestimento, há


algum tipo de descarte de resíduo, sendo este não mais reutilizado. Na indústria
brasileira de revestimentos cerâmicos o volume de material descartado por quebra
representa em média 3% de toda produção nacional.

O que não pode ser nem reutilizado e nem reciclado, é despejado em lixos
urbanos, mais ou menos autorizados, ou mesmo dispersos no ambiente. No caso
dos despejos em centros legais de processamento de lixo, os produtos eliminados
devem ser devidamente recolhidos e transportados, bem como devem ser tratados
aqueles que apresentarem substâncias tóxicas ou nocivas. Alguns esmaltes
utilizados no processo de fabricação da cerâmica contêm metais pesados como
chumbo e cádmio, e se a frita utilizada for à base de sódio, solubiliza-se em
presença de água e pode contaminar o solo.

62 - GRANITO E PEDRAS

Cuidados de Uso

-Evitar a queda de materiais pesados, que possam danificar as peças.

-Evitar o uso de vassouras de piaçava ou similares, que possam estragar o


rejuntamento e riscar as superfícies polidas.

-Evitar, pelo mesmo motivo, lavagens freqüentes.

-Não se apoiar ou subir nas bancas de granito. As características físicas destas


peças não suportam peso dessa grandeza.

Manutenção

-Encerar os tampos com cera incolor líquida.

-Limpar as superfícies com pano umedecido com sabão neutro.

-Não usar detergentes corrosivos, sapólios ou similares, que atacam a superfície e


deterioram o seu brilho.

-Remover imediatamente as manchas nos granitos, a fim de impedir sua penetração,


o que torna a limpeza da mancha impossível.

Tipos de granito e pedras

82 INEFP – Nampula
Granito rústico: Assentado sobre a areia, é permeável e não mancha, mas
pode ficar um pouco irregular. Manutenção: se a junta for de areia, ela tende a
sair e precisa ser reposta.

Miracema: É antiderrapante, não precisa de mão de obra especializada e é possível


variar corte e paginação. Manutenção; constante, para que não absorva sujeira e
não encarda.

Mosaico português: Tem quatro cores (mostarda, branco, preto e vermelho) e


permite desenhos variados, mas o assentamento é demorado e feito com mão de
obra especializada. Manutenção: fácil, mas precisa de limpeza constante; algumas
pedras podem descolar com o tempo.

Pedras-goiás: É antiderrapante, não absorve calor e permite desenhos e cortes


variados. Manutenção: é preciso limpeza constante, pois o material mancha com
facilidade.

Seixo rolado: Não dá estabilidade para a circulação; pode ficar escorregadio, caso
não sejam previstas juntas maiores entre as pedras. Manutenção: a limpeza é fácil,
mas as pedras se soltam.

63 - TIPOS DE MASSA PARA ASSENTAMENTO DE GRANITO

Massa para conformação por extrusão

Consiste em uma pasta homogênea com um conteúdo predefinido de água


(em torno de 15%), a qual irá imediatamente alimentar a extrusora. A massa é
introduzida na extrusora e através da aplicação de uma pressão é empurrada por
uma abertura devidamente modelada de maneira, a reproduzir a seção transversal
do revestimento. A extrusora é dotada de uma câmara a vácuo para facilitar a
desareação da massa, na qual sai em uma fita contínua e é cortada conforme o
tamanho especificado do revestimento.

Massa para conformação por prensagem

Consiste em um pó com predefinida distribuição granulométrica e com um


conteúdo predefinido de água (entorno de 4 a 6%). A prensagem consiste na
compactação do pó sobre um molde, através da pressão de um punção, que
pressiona para reassentar e colocar os grãos da massa em íntimo contato,
resultando assim, em um produto compactado e cru.

64 - TIPOS DE PISO

Pisos laminados

INEFP – Nampula 83
Dentre às diversas marcas e linhas de pisos laminados encontramos os
de baixa resistência, média resistência e alta resistência ao desgaste e aos riscos,
para uso residencial e comercial, porém nenhum piso é totalmente à prova de riscos
e desgaste, sendo necessário tomar alguns cuidados tais como: colocar um capacho
junto à porta de entrada para reter partículas de pedra e sujeira, colar protetores de
feltro nas bases de móveis e pés de cadeiras e, caso seja necessário movimentar
móveis pesados, forre antes os mesmos com panos, pedaços de forrações ou
carpetes para evitar o atrito.

Nos pisos de madeira maciça e laminados de madeira evite os sapatos de


salto fino com fixador de metal.

Não permita que o piso fique exposto à chuva através de janelas, portas ou
goteiras, caso isso ocorra, providencie imediatamente a secagem do piso.

Piso de cimento

O piso mais simples que se pode fazer, é o piso de cimento sem


revestimento. É usado assim por ser o mais barato, mas tem dois graves defeitos ,
mancha muito e produz constantemente uma poeira muito fina .

Existem duas maneiras de contornar estes dois problemas:

1 - Pintar o chão com tinta para pisos de cimento: pronta para usar, boa resistência
ao atrito, simples de lavar.

2 - Aplicar sobre o cimento um produto impermeabilizante, que fecha os poros,


endurece o piso e dificulta manchar o chão.

Lajotas

Para deixar a lajota sempre bonita, primeiro limpe bem o piso com água
e sabão retirando qualquer mancha ou poeira.

Deixar secar. Para dar brilho, aplique semanalmente uma camada de cera
líquida incolor ou no tom da lajota. Depois de duas horas, lustrar a superfície com
uma enceradeira. Quando a lajota estiver muito opaca, é possível ainda usar óleo
automotivo queimado. Espalhar com uma estopa, inclusive nas juntas, retirando a
porosidade do piso. Deixar secar por um dia e refazer o tratamento.

Não esqueça que este óleo tem "cheiro" e é "tóxico". Mantenha crianças e
animais longe do local de trabalho.

Ardosia

Não é indicada para o passeio, pois, além de lisa, esquenta bastante; pode
ser usada para fazer detalhes, desde que seja colocada com grande espaço de
rejunte.

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Manutenção: limpeza constante, mancha com facilidade; para selar os poros,
o ideal é colocar uma camada de resina, mas isso deixa a pedra ainda mais lisa.

Para recuperar ou proteger dando um brilho discreto ao chão de ardósia com


óleo queimado (óleo de automóvel, usado).

1 - Aplique uma solução de ácido muriático e água, na proporção de 1 para 10 (se


for para remover a sujeira logo após a colocação ou ara fazer uma limpeza
profunda). Se necessário use uma espátula.

2 - Aplique uma de mão de óleo queimado, espalhando de maneira igual, com um


pano, escova, etc. (pode ser repetido sempre que você achar necessário).
A pedra irá absorver o óleo que necessita, o excedente pode ser retirado com um
pano (se for pouca quantidade) ou serragem jogada no chão e varrida .

3 - Por ultimo aplique cera incolor e seu chão de ardósia estará protegido contra
manchas, com brilho e uma excelente aparência.

Não vamos esquecer que também existe uma resina apropriada para ardósia
(qualquer loja de material de construção) que protege e dá um brilho mais forte.

65 - FALTA DE CUIDADOS COM AS ESTRUTURAS

A foto ao lado mostra claramente os efeitos da


acentuada corrosão em armaduras (ferragens), inclusive
com fácil desagregação do concreto. As fissuras que
aparecem no pilar nada mais são do que o resultado da
expansão interna do volume (diâmetro) dos ferros
utilizados no Pilar. Ao oxidar-se com o decorrer do tempo
o ferro (Aço de construção) expande seu volume,
provocando assim as fissuras externas no Pilar.

Como o Pilar trabalha a compressão para suportar


o peso da estrutura situada acima dele, um fissuramento
provocaria uma diminuição da seção transversal do
mesmo e, consequentemente no local haverá um ponto
vulnerável, propiciando, se não houver um tratamento, o esmagamento do Pilar e
comprometimento da estrutura. Tudo este processo é lento, mas ininterrupto.

Muitos por desconhecimento, acham que o simples preenchimento das


fissuras com argamassa de cimento e areia e algum aditivo, soluciona o problema.
Tal procedimento não resolve o problema e a oxidação continua por que não foi
tratada.

A solução implica em linhas gerais:

- Remoção do concreto afetado;

INEFP – Nampula 85
-Reconstituição da seção original da armadura;

-Em casos de início de corrosão sem comprometimento do concreto e das barras de


aço, recuperar o componente estrutural mantendo as dimensões originais através de
argamasa apropriada e com traço específico;

-Em casos avançados de corrosão, reformar o componente estrutural aumentando


as suas dimensões originais através de reforço;

-Eventualmente, demolir e reconstruir o elemento afetado.

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