Fodor Problema Mente e Corpo
Fodor Problema Mente e Corpo
Fodor Problema Mente e Corpo
Original: FODOR, F.A. (1981), The mind-body problem, Scientific American 244(1): 124-32, 148
(janeiro).
Disponvel online em:
http://philosophyfaculty.ucsd.edu/faculty/rarneson/Courses/fodorphil1.pdf
O presente texto uma reimpresso, com pequenas modificaes, da traduo feita por Saulo de
Freitas Araujo (Universidade Federal de Juiz de Fora), disponvel no stio Filosofia da Mente no
Brasil: http://www.filosofiadamente.org/images/stories/textos/fodor.doc .
As pginas indicadas no centro do rodap e as figuras correspondem ao original em ingls (cada
pgina do original cobre duas ou trs pginas da traduo, que so distinguidas por a, b e c).
Uma numerao corrida da presente verso apresentada direita no rodap, entre colchetes: [1]...
O Problema Mente-Corpo
Seria possvel as mquinas de calcular sentirem dor, os marcianos terem expectativas e os
espritos desencarnados pensarem? A moderna abordagem funcionalista na psicologia
levanta a possibilidade lgica de isso acontecer.
por Jerry A. Fodor
p. 124 (a)
[1]
p. 125 (a)
O DUALISMO a filosofia da mente que considera a mente como uma substncia no-fsica. Ele
divide tudo o que h no mundo em duas categorias distintas: o mental e o fsico. A principal
dificuldade do dualismo o seu fracasso em dar conta adequadamente da interao causal entre o
mental e o fsico. No evidente como uma mente no-fsica poderia gerar qualquer efeito fsico sem
violar as leis de conservao de massa, energia e momentum.
p. 125 (a)
[3]
p. 125 (b)
[4]
O BEHAVIORISMO LGICO uma tese semntica sobre o que termos mentais significam. O
behaviorista lgico defende que termos mentais exprimem disposies comportamentais. Considere o
estado mental de estar com sede (thirst). O behaviorista lgico defende que a sentena Smith est com
sede pode ser tomado como sendo equivalente em significado a um enunciado disposicional Se
houvesse gua disponvel, ento Smith a beberia. A fora do behaviorismo lgico que ele fornece um
relato da causao mental: a realizao de uma disposio comportamental. Por exemplo, o enunciado
causal Smith bebeu um pouco de gua porque estava com sede pode ser tomado como significando
Se houvesse gua disponvel, ento Smith a beberia, e havia gua disponvel.
p. 126 (a)
[5]
p. 126 (b)
[6]
p. 127 (a)
[7]
p. 127 (b)
[8]
p. 128 (a)
[9]
p. 128 (b)
[10]
caractersticos do funcionalismo. S1 o
estado em que a mquina est se, e somente
se, (1) dada uma moeda de 5 cents, ela no
liberar nada e passar para S2, e (2) dada uma
moeda de 10 cents, ela liberar uma coca-cola
e ficar em S1. S2 o estado em que a mquina
est se, e somente se, (1) dada uma moeda de
5 cents, ela liberar uma coca-cola e passar
para S1, e (2) dada uma moeda de 10 cents,
ela liberar uma coca-cola e uma moeda de 5
cents e passar para S1. S1 e S2 equivalem
conjuntamente s seguintes operaes: se a
mquina recebe uma moeda de 10 cents,
libera uma coca-cola; se ela receber uma
moeda de 10 e uma de 5 cents, ela libera uma
coca-cola e uma moeda de 5 cents; se ela
recebe apenas uma moeda de 5 cents, ela
aguarda uma segunda moeda de 5 cents.
Mquina behaviorista
Entrada de
10 cents
Mquina funcionalista
Estado S0
Libera uma
coca-cola
Estado S1
Entrada de No sai nada e
5 cents
vai para S2
Entrada de
10 cents
p. 129 (a)
Libera uma
coca-cola e
fica em S1
Estado S2
Libera uma
coca-cola e
vai para S1
Libera uma coca e
mais 5 cents e vai
para S1
[11]
Alguns filsofos suspeitam do funcionalismo porque ele parece muito simples. J que
o funcionalismo permite a individuao dos
estados atravs de seu papel causal, ele parece
permitir uma explicao trivial de qualquer
evento observado E, ou seja, ele parece
postular um causador de E [E-causer]. Por
exemplo, o que faz as vlvulas de uma
mquina abrirem? Ora, a operao de um
abridor de vlvulas. E o que um abridor de
vlvulas? Ora, qualquer coisa que tenha a
propriedade, funcionalmente definida, de
causar a abertura de vlvulas.
Na psicologia, esse tipo de problema
aparece frequentemente nas teorias que
efetivamente postulam homnculos, com as
mesmas capacidades intelectuais que o terico
queria explicar. Isso acontece, por exemplo,
quando, para explicar a percepo visual,
simplesmente postulam-se mecanismos psicolgicos que processam a informao visual. O
behaviorista tem frequentemente acusado o
mentalista, algumas vezes com razo, de
cultivar esse tipo de pseudo-explicao que
faz uma petio de princpio. Se os estados
mentais funcionalmente definidos forem
desempenhar um papel importante nas teorias
psicolgicas, essa acusao ter que ser
respondida.
A acusao no de falsidade, mas sim
de trivialidade. No pode haver dvidas de
que um abridor de vlvulas que abre
vlvulas, e provvel que a percepo visual
seja mediada pelo processamento de
informao visual. A acusao de que tais
possveis explicaes funcionais so meras
obviedades. O funcionalista pode responder a
essa objeo permitindo a introduo de
construtos tericos funcionalmente definidos
apenas quando existirem mecanismos capazes
de desempenhar a funo e quando ele tiver
alguma noo de como seriam tais
mecanismos. Uma maneira de impor essa
exigncia identificar os processos mentais
que a psicologia postula com as operaes da
restrita classe de possveis computadores,
chamados de mquinas de Turing.
p. 129 (b)
[12]
mquina
Uma
informalmente
p. 130 (b)
[14]
p. 130 (c)
[15]
p. 131 (a)
[16]
p. 131 (b)
[17]
p. 132 (a)
[18]
[19]