O Sagrado e o Profano No Mundo Moderno - Mircea Eliade

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O SAGRADO E O PROFANO NO MUNDO

MODERNO
Mircea Eliade
Conhecer as situaes assumidas pelo homem religioso,
compreender seu universo espiritual , em suma, fazer
avanar o conhecimento geral do homem. verdade que a
maior parte das situaes assumidas pelo homem religioso
das sociedades primitivas e das civilizaes arcaicas h
muito tempo foram ultrapassadas pela Histria. Mas no
desapareceram sem deixar vestgios: contriburam para que
nos tornssemos aquilo que somos hoje; fazem parte,
portanto, da nossa prpria histria.
Como repetimos em vrias ocasies, o homem religioso
assume um modo de existncia especfica no mundo, e,
apesar do grande nmero de formas histrico-religiosas,
este modo especfico sempre reconhecvel. Seja qual for o
contexto histrico em que se encontra, o homo
religiosus acredita sempre que existe uma realidade
absoluta, o sagrado, que transcende este mundo, que aqui
se manifesta, santificando-o e tornando-o real. Cr, alm
disso, que a vida tem uma origem sagrada e que a
existncia humana atualiza todas as suas potencialidades
na medida em que religiosa, ou seja, participa da
realidade. Os deuses criaram o homem e o Mundo, os
Heris civilizadores acabaram a Criao, e a histria de
todas as obras divinas e semi-divinas est conservada nos
mitos.
Reatualizando
a
histria
sagrada,
imitando
o
comportamento divino, o homem instala-se e mantm-se
junto dos deuses, quer dizer, no real e no significativo.
fcil ver tudo o que separa este modo de ser no mundo
da existncia de um homem areligioso. H antes de tudo o
fato de que o homem areligioso nega a transcendncia,
aceita a relatividade da realidade, e chega at a duvidar
do sentido da existncia. As outras grandes culturas do
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passado tambm conheceram homens areligiosos, e no


impossvel que esses homens tenham existido at mesmo
em nveis arcaicos de cultura, embora os documentos no
os registrem ainda. Mas foi s nas sociedades europias
modernas que o homem areligioso se desenvolveu
plenamente. O homem moderno areligioso assume
uma nova situao existencial: reconhece-se como o
nico sujeito e agente da Histria e rejeita todo
apelo transcendncia. Em outras palavras, no
aceita nenhum modelo de humanidade fora da
condio humana, tal como ela se revela nas
diversas situaes histricas. O homem faz-se a si
prprio, e s consegue fazer-se completamente na
medida em que se dessacraliza e dessacraliza o
mundo. O sagrado o obstculo por excelncia sua
liberdade. O homem s se tornar ele prprio quando
estiver
radicalmente
desmistificado.
S
ser
verdadeiramente livre quando tiver matado o ltimo
Deus.
No nos cabe discutir, aqui, esta tomada de posio
filosfica. Constatemos somente que, em ltima instncia, o
homem moderno areligioso assume uma existncia trgica
e que sua escolha existencial no desprovida de
grandeza. Mas o homem areligioso descende do homo
religiosus e, queira ou no, tambm obra deste,
constituiu-se a partir das situaes assumidas por seus
antepassados. Em suma, ele o resultado de um processo
de dessacralizao. Assim como a Natureza o produto
de uma secularizao progressiva do Cosmos obra de Deus,
tambm o homem profano o resultado de uma
dessacralizao da existncia humana. Isto significa que o
homem areligioso se constitui por oposio a seu
predecessor, esforando-se por se esvaziar de toda
religiosidade e de todo significado trans-humano. Ele
reconhece a si prprio na medida em que se liberta e se
purifica das supersties de seus antepassados. Em
outras palavras, o homem profano, queira ou no, conserva
ainda os vestgios do comportamento do homem religioso,
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mas esvaziado dos significados religiosos. Faa o que fizer,


um herdeiro. No pode abolir definitivamente seu
passado, porque ele prprio produto desse passado:
constitudo por uma srie de negaes e recusas, mas
continua ainda a ser assediado pelas realidades que
recusou e negou. Para obter um mundo prprio,
dessacralizou o mundo em que viviam seus antepassados;
mas, para chegar a, foi obrigado a adotar um
comportamento oposto quele que o precedia e ele sente
que este comportamento est sempre prestes a reatualizarse, de uma forma ou outra, no mais profundo de seu ser.
Como j dissemos, o homem areligioso no estado puro um
fenmeno muito raro, mesmo na mais dessacralizada das
sociedades modernas. A maioria dos sem religio
ainda se comporta religiosamente, embora no
esteja consciente do fato. No se trata somente da
massa das supersties ou dos tabus do homem
moderno, que tm todos uma estrutura e uma origem
mgico-religiosas. O homem moderno que se sente e se
pretende areligioso carrega ainda toda uma mitologia
camuflada e numerosos ritualismos degradados. Conforme
mencionamos, os festejos que acompanham o Ano Novo ou
a instalao numa casa nova apresentam, ainda que
laicizada, a estrutura de um ritual de renovao. Constatase o mesmo fenmeno por ocasio das festas e dos jbilos
que acompanham um casamento ou o nascimento de uma
criana, a obteno de um novo emprego ou uma ascenso
social etc.
Poder-se-ia escrever uma obra inteira sobre os mitos
do homem moderno, sobre as mitologias camufladas nos
espetculos que ele prefere, nos livros que l. O cinema,
esta fbrica de sonhos, retoma e utiliza inmeros
motivos mticos: a luta entre o Heri e o Monstro, os
combates e as provas iniciticas, as figuras e imagens
exemplares (a Donzela, o Heri, a paisagem
paradisaca, etc.). At a leitura comporta uma funo
mitolgica no somente porque substitui a narrao dos
mitos nas sociedades arcaicas e a literatura oral, viva ainda
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nas comunidades rurais da Europa, mas sobretudo porque,


graas leitura, o homem moderno consegue obter uma
sada do Tempo comparvel efetuada pelos
mitos.
Quer se mate o tempo com um romance policial, ou se
penetre num universo temporal alheio representado por
qualquer romance, a leitura projeta o homem moderno para
fora de seu tempo pessoal e o integra a outros ritmos,
fazendo-o viver numa outra histria. A grande maioria
dos sem religio no est, propriamente falando, livre dos
comportamentos religiosos, das teologias e mitologias.
Esto s vezes entulhados por todo um amontoado mgicoreligioso, mas degradado at a caricatura e, por esta razo,
dificilmente reconhecvel.
O processo de dessacralizao da existncia humana
atingiu muitas vezes formas hbridas de baixa magia e de
religiosidade simiesca. No nos referimos s inmeras
pequenas religies que pululam em todas as cidades
modernas, s igrejas, seitas e escolas pseudo-ocultas, neoespiritualistas ou intituladas hermticas pois todos esses
fenmenos ainda pertencem esfera da religiosidade,
ainda que se trate quase sempre de aspectos aberrantes de
pseudo-morfose. Tambm no fazemos aluso aos diversos
movimentos polticos e profetismos sociais, cuja
estrutura mitolgica e fanatismo religioso so
facilmente discernveis. Bastar, para dar um s
exemplo, relembrarmos a estrutura mitolgica do
comunismo e seu sentido escatolgico. Marx retoma
e prolonga um dos grandes mitos escatolgicos do
mundo asitico mediterrnico, a saber, o papel redentor
do justo (o eleito, o ungido, o inocente, o
mensageiro; nos nossos dias, o proletariado), cujos
sofrimentos so chamados a mudar o estatuto ontolgico
do mundo. Com efeito, a sociedade sem classes de Marx e a
consequente desapario das tenses histricas encontram
seu precedente mais exato no mito da Idade do Ouro, que,
segundo mltiplas tradies, caracteriza o comeo e o fim
da Histria.
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Marx enriqueceu este mito venervel de toda uma


ideologia messinica judaico-crist: por um lado, o
papel proftico e a funo soteriolgica que ele atribuiu ao
proletariado; por outro, a luta final entre o Bem e o Mal, que
pode aproximar-se facilmente do conflito apocalptico entre
o Cristo e o Anticristo, seguido da vitria decisiva do
primeiro. at significativo que Marx resgate, por sua
conta, a esperana escatolgica judaico-crist de um fim
absoluto da Histria; distingue-se nisso dos outros filsofos
historicistas (por exemplo Croce e Ortega y Gasset), para
quem as tenses da histria so consubstanciais condio
humana e, portanto, jamais podero ser completamente
abolidas.
Mas no apenas nas pequenas religies ou nos
misticismos
polticos
que
se
reencontram
comportamentos religiosos camuflados ou degenerados:
pode-se reconhec-los tambm em movimentos que se
proclamam francamente laicos, at mesmo antireligiosos. Citamos, por exemplo, o nudismo ou os
movimentos a favor da liberdade sexual absoluta,
ideologias nas quais possvel decifrar os vestgios da
nostalgia do Paraso, o desejo de restabelecer o estado
ednico anterior queda, quando o pecado no existia e
no havia rotura entre as beatitudes da carne e a
conscincia.
Alm disso, interessante constatar quantas encenaes
iniciticas persistem ainda em numerosas aes e gestos
do homem areligioso de nossos dias. Deixamos de lado,
evidentemente, as situaes onde sobrevive, degradado,
um certo tipo de iniciao; por exemplo, a guerra e
principalmente os combatentes individuais (sobretudo entre
aviadores), efeitos que implicam provas equiparveis s
das iniciaes militares tradicionais, embora, em nossos
dias, os combatentes j no percebam o significado
profundo de suas provas e, portanto, tirem pouco proveito
de seu alcance inicitico. Mas mesmo tcnicas
especificamente modernas, como a psicanlise, mantm
ainda o padro inicitico. O paciente convidado a
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descer muito profundamente em si mesmo, a fazer


reviver seu passado, enfrentar de novo seus
traumatismos e, do ponto de vista formal, essa operao
perigosa assemelha se s descidas iniciticas aos
Infernos, entre os espectros, e aos combates com os
monstros. Assim como o iniciado devia sair
vitoriosamente das provas, em suma,morrer e
ressuscitar
para
alcanar
uma
existncia
plenamente responsvel e aberta aos valores
espirituais, o analisado de nossos dias deve afrontar
seu prprio inconsciente, assediado de espectros e
monstros, para encontrar nisso a sade e a
integridade psquicas, o mundo dos valores culturais.
Mas a iniciao est to estreitamente ligada ao
modo de ser da existncia humana, que um nmero
considervel de gestos e aes do homem moderno
ainda repete quadros iniciticos. Inmeras vezes, a
luta pela vida, as provas e as dificuldades que
tornam rduas uma vocao ou carreira repetem de
algum
modo
as
prticas
iniciticas:

em
consequncia
dos
golpes
que
recebe,
do
sofrimento e das torturas morais, ou mesmo
fsicas, que sofre, que um jovem experimenta a si
prprio,
conhece
suas
possibilidades,
toma
conscincia de suas foras e acaba por tornar-se, ele
prprio, espiritualmente adulto e criador (trata-se,
claro, da espiritualidade tal como concebida no
mundo moderno). Pois toda a existncia humana se
constitui por uma srie de provas, pela experincia
reiterada da morte e da ressurreio. por isso que,
num horizonte religioso, a existncia fundada pela
iniciao; quase se poderia dizer que, na medida em que se
realiza, a prpria existncia humana uma iniciao. Em
suma, a maioria dos homens sem religio partilha ainda
das pseudo-religies e mitologias degradadas. Isso, porm,
no nos surpreende, pois, como vimos, o homem profano
descende do homo religiosus e no pode anular sua prpria
histria, quer dizer, os comportamentos de seus
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antepassados religiosos, que o constituram tal como ele


hoje. Alm do mais, grande parte de sua existncia
alimentada por pulses que lhe chegam do mais profundo
de seu ser, da zona que se chamou de inconsciente. Um
homem exclusivamente racional uma abstrao;
jamais o encontramos na realidade. Todo ser humano
constitudo, ao mesmo tempo, por uma atividade
consciente e por experincias irracionais. Ora, os
contedos e as estruturas do inconsciente apresentam
semelhanas surpreendentes com as imagens e figuras
mitolgicas. No queremos dizer que as mitologias sejam
produto do inconsciente, pois o modo de ser do mito
justamente que ele se revela como mito, ou seja, proclama
que algo se manifestou de maneira exemplar. Um mito
produzido pelo inconsciente da mesma maneira que se
pode dizer que Madame Bovary produto de um
adultrio.
Todavia, os contedos e estruturas do inconsciente so o
resultado das situaes existenciais imemoriais, sobretudo
das situaes crticas, e por essa razo que o inconsciente
apresenta uma aura religiosa. Toda crise existencial pe de
novo em questo, ao mesmo tempo, a realidade do Mundo
e a presena do homem no Mundo: em suma, a crise
existencial religiosa, visto que, aos nveis arcaicos de
cultura, o ser confunde-se com o sagrado. Conforme vimos,
a experincia do sagrado que funda o mundo, e mesmo a
religio mais elementar , antes de tudo, uma ontologia.
Em outras palavras, na medida em que o inconsciente o
resultado de inmeras experincias existenciais, no pode
deixar de assemelhar-se aos diversos universos religiosos.
Pois a religio a soluo exemplar de toda crise
existencial, no apenas porque indefinidamente repetvel,
mas tambm
porque
considerada
de origem
transcendental e, portanto, valorizada como revelao
recebida de um outro mundo, transumano. A soluo
religiosa no somente resolve a crise, mas, ao
mesmo tempo, torna a existncia aberta a valores
que j no so contingentes nem particulares,
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permitindo assim ao homem ultrapassar as situaes


pessoais e, no fim das contas, alcanar o mundo do
esprito.
No nos cabe desenvolver aqui todas as conseqncias da
relao entre o contedo e as estruturas do inconsciente,
por um lado, e os valores da religio, por outro. O objetivo
dessa aluso foi mostrar em que sentido mesmo o homem
mais francamente areligioso partilha ainda, no mais
profundo de seu ser, de um comportamento religiosamente
orientado. Mas as mitologias privadas do homem
moderno seus sonhos, devaneios, fantasias etc. no
conseguem alar-se ao regime ontolgico dos mitos,
justamente porque no so vividas pelo homem total e no
transformam uma situao particular em situao exemplar.
Do mesmo modo que as angstias do homem moderno,
suas experincias onricas ou imaginrias, ainda que
religiosas (do ponto de vista formal), no se integram,
como entre os homo religiosus, numa concepo do mundo
e no fundam um comportamento. Um exemplo nos
permitir perceber melhor as diferenas entre as duas
categorias de experincia. A atividade inconsciente do
homem moderno no cessa de lhe apresentar inmeros
smbolos, e cada um tem uma certa mensagem a
transmitir, uma certa misso a desempenhar, tendo em
vista assegurar o equilbrio da psique ou restabelec-lo.
Conforme vimos, o smbolo no somente torna o Mundo
aberto, mas tambm ajuda o homem religioso a alcanar
o universal. Pois graas aos smbolos que o homem sai de
sua situao particular e se abre para o geral e o
universal. Os smbolos despertam a experincia individual e
transmutam-na em ato espiritual, em compreenso
metafsica do Mundo. Diante de uma rvore qualquer,
smbolo da rvore do Mundo e imagem da Vida csmica,
um homem das sociedades pr-modernas capaz de
alcanar a mais alta espiritualidade: ao compreender o
smbolo, ele consegue viver o universal. a viso religiosa
do Mundo e a ideologia que o exprime que lhe permitem
fazer frutificar essa experincia individual, abri-la para o
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universal. A imagem da rvore ainda muito frequente nos


universos imaginrios do homem moderno areligioso:
constitui um marco de sua vida profunda, do drama que se
desenrola no inconsciente e que diz respeito integridade
de sua vida psquico-mental e, portanto, sua prpria
existncia. Mas enquanto o smbolo da rvore no desperta
a conscincia total do homem, tornando-a aberta ao
universal, no se pode dizer que o smbolo desempenhou
completamente sua funo. Ele s em parte salvou o
homem de sua situao individual ao permitir-lhe, por
exemplo, integrar unia crise de profundidade e ao devolverlhe o equilbrio psquico provisoriamente ameaado , mas
no o elevou ainda espiritualidade, ou seja, no
conseguiu revelar-lhe uma das estruturas do real.
Este exemplo basta, parece-nos, para mostrar em que
sentido o homem areligioso das sociedades modernas
ainda alimentado e ajudado pela atividade de seu
inconsciente, sem que por isso alcance uma experincia e
uma viso do mundo propriamente religiosa. O inconsciente
oferece-lhe solues para as dificuldades de sua prpria
existncia e, neste sentido, desempenha o papel da
religio, pois, antes de tornar uma existncia criadora
de valores, a religio assegura-lhe a integridade.
De certo ponto de vista, quase se poderia dizer que, entre
os modernos que se proclamam areligiosos, a religio e a
mitologia esto ocultas nas trevas de seu inconsciente o
que significa tambm que as possibilidades de reintegrar
uma experincia religiosa da vida jazem, nesses seres,
muito profundamente neles prprios. De uma perspectiva
crist, poder-se-ia dizer igualmente que a no religio
equivale a uma nova queda do homem: o homem
areligioso teria perdido a capacidade de viver
conscientemente
a
religio
e,
portanto,
de
compreend-la e assumi-la; mas, no mais profundo
de seu ser, ele guarda ainda a recordao dela, da
mesma maneira que, depois da primeira queda, e embora
espiritualmente cego, seu antepassado, o Homem
primordial, conservou inteligncia suficiente para lhe
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permitir reencontrar os traos de Deus visveis no Mundo.


Depois da primeira queda, a religiosidade caiu ao nvel da
conscincia dilacerada; depois da segunda, caiu ainda mais
profundamente, no mais fundo do inconsciente: foi
esquecida. Param aqui as consideraes do historiador
das religies. aqui tambm que principia a problemtica
prpria ao filsofo, ao psiclogo e at mesmo ao telogo.

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