Direito Administrativo - Supraprincípios e Princípios
Direito Administrativo - Supraprincípios e Princípios
Direito Administrativo - Supraprincípios e Princípios
Princpios do
Direito Administrativo
INTRODUO
De sada, cumpre conceituar os princpios, por meio de uma noo trazida pelo
professor Miguel Reale quando refere o princpio como sendo uma verdade
fundamental, ou seja, uma verdade fundante, de um sistema de conhecimento,
como tais admitidas, por serem evidentes ou por terem sido comprovadas, mas
tambm por motivos de ordem prtica de carter operacional, isto , como
pressupostos exigidos pelas necessidades de pesquisa e da prxis.
Por sua vez, Jos Afonso da Silva assevera que os princpios so, em sentido amplo,
a origem das normas, empalhando as ordenaes que sistemas de normas.
De outra banda, seguindo-se o conceito dado por Celso Antnio Bandeira de Mello,
princpio seria o alicerce do Direito.
No mbito da cincia jurdica os princpios so os pontos bsicos, que servem de
ponto de partida ou de elementos vitais do prprio Direito. Hans Kelsen rememora
que as proposies fundamentais do Direito e os princpios, dentro dele,
observados, so admitidos como partes integrantes do ordenamento jurdico. Essa
distino ocasionada pelo problema da produo do Direito.
Ento a produo de normas jurdicas gerais e individuais influenciada por
princpios da moral, poltica e costume, que so dirigidos s autoridades que
produzem o Direito e exigem um contedo determinado para as normas jurdicas a
serem produzidas.
Na esfera do Direito Pblico os princpios so os padres que se prestam a orientar
a prtica dos atos administrativos. Referindo-se ao tema, Hely Lopes Meirelles, com
reconhecida autoridade assevera:
legislador
infraconstitucional
tambm
pode
estabelecer
outros
conjunto
dos
interesses
que
os
indivduos
pessoalmente
tm
quando
em
seu
artigo
37,
como
princpios
bsicos,
legalidade,
para
definir
acorreta
atuaodo
Estadoenquanto
administrador,
refletem
na
consagrao
constitucional
do
princpio
da
moralidade
A Administrao deve atuar com moralidade, de acordo com a lei, pois tal princpio
integra o conceito de legalidade. Disto, conclui-se que ato imoral ato ilegal,
inconstitucional, e, portanto, sujeito a anlise do Poder Judicirio.
H de se respeitar a moral, consonante ao senso comum, no ao ideal individual
de moralidade, uma vez que no basta idoneidade da Administrao Pblica a
viso do agir de modo impessoal e legal. Deve-se respeitar a probidade, o decoro e
principalmente a boa-f, a lealdade e a justia.
d) PUBLICIDADE
A Administrao Pblica deve primar pela transparncia em seus comportamentos.
Como garantia ao administrado, os atos da administrao devem ser claros e
pblicos, esta publicidade efetivada atravs do Dirio Oficial. Art. 5, XXXIII (direito
informao), XXXIV, b (expedio de certido), LXXII (habeas data), da CF.
O princpio da publicidade abrange todos os mbitos da atividade administrativa.
O artigo 5, XXXIII, da Constituio Federal indica a exceo ao princpio da
publicidade, nos casos em que o sigilo seja imprescindvel segurana da
Sociedade e do Estado.
e) EFICINCIA
Acrescido ao caput do artigo 37 da Constituio Federal, por meio da Emenda
Constitucional n 19, de 04 de junho de 1998, (referido tambm no art. 2, caput,
da Lei 9.784/99) o princpio da eficincia, tambm conhecido pelos italianos como
dever da boa administrao, impe Administrao Pblica a execuo de suas
atividades com rapidez, perfeio e rendimento, a fim de satisfazer os interesses
dos administrados particulares e coletivos.
Nas palavras de Di Pietro:
O princpio da eficincia apresenta, na realidade, dois aspectos: pode ser
considerado em relao ao modo de atuao do agente pblico, do qual se
espera o melhor desempenho possvel de suas atribuies, para lograr os melhores
resultados; e em relao ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a
Administrao Pblica, tambm com o mesmo objetivo de alcanar os melhores
resultados na prestao do servio pblico. [grifo do autor]
de
indenizar
quaisquer
prejuzos
ocasionados
pelo
atraso
aos
Devido Processo legal Formal diz respeito aos ritos, p. ex. para contratar algum,
preciso fazer concurso;
Devido Processo legal Material aqui no se enfatiza o rito, mas a legalidade do
direito.
b) AMPLA DEFESA E CONTRADITRIO
Na Constituio federal em seu artigo 5 LV aos litigantes, em processo judicial
ou administrativo, e aos acusados em geral so assegurados o contraditrio e a
ampla defesa, com os meios e os recursos a ela inerentes, estando consagrando
que qualquer ato da administrao pblica ter de propiciar a parte envolvida meios
para sua defesa.
Est consagrado a exigncia que antes da Administrao pblica, tomar decises
gravosas a uma determinada pessoa, seja lhe oportunizado a ampla defesa e o
contraditrio, no que se inclui o direito de recorrer das decises tomadas, ou seja, a
administrao pblica no poder proceder contra algum passando diretamente
deciso que repute cabvel, pois ter, desde logo, o dever jurdico de atender ao
contido nos mencionados versculos constitucionais.
Destacamos alguns princpios gerais do Direito Administrativo que guardam
conexo entre si, apesar de no estarem positivados explicitamente pelo legislador.
O princpio da legalidade no se esgota em si mesmo, desdobrando-se em:
a) ESPECIALIDADE
Dentre
os
princpios
da
Administrao
Pblica
observamos
princpio
da
da
indisponibilidade
do
interesse
pblico,
cuja
idia
de
de
moralidade,
quanto
os
pode
revogar, avaliando-lhes
oportunidade e a convenincia.
A prerrogativa da Administrao Pblica, decorrente deste importante princpio,
denomina-se autotutela. Tal princpio vem sendo consagrado, pois objeto de
slida orientao do STF, por meio das Smulas 346 e 473[5].
Exprime o dever da Administrao Pblica em fiscalizar seus prprios atos,
independente de recurso ao Poder Judicirio, pois no necessria a provocao
para a reviso dos atos, que pode ser feita de ofcio.
O princpio da autotutela envolve a adequao dos processos desenvolvidos e,
sobretudo, dos resultados alcanados ao interesse pblico, o que corresponde aos
controles que lhe incumbem, quais sejam:
(1) de legalidade, de legitimidade e de licitude vinculados;
(2) de mrito discricionrio.
Transcrevo parte da definio do princpio da autotutela dada por Jos dos Santos
Carvalho Filho:
aes
diretas
constitucionalidade
de
inconstitucionalidade
produziro
eficcia
contra
nas
todos
aes
e
declaratrias
efeito
de
vinculante,
de
publicidade
ou,
ainda,
no
possuem
acesso
informaes