Auditoria PDF
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ndice
Resumo ............................................................................................................................. 1
1 - Auditoria Financeira, Auditoria Fiscal e Auditoria Tributria.................................... 1
1.1 - Conceito de Auditoria .......................................................................................... 1
1.2 - Auditoria Financeira............................................................................................. 1
1.3 - Auditoria Fiscal .................................................................................................... 2
1.4 - Auditoria (Inspeco) Tributria.......................................................................... 2
1.4.1 - mbito e objectivos da Auditoria Tributria ................................................ 3
1.4.1.1 - Objectivos .............................................................................................. 3
1.4.1.2 - Auditoria Fiscal e a Auditoria Tributria ............................................... 3
1.4.1.3 - mbito dos procedimentos .................................................................... 4
1.4.1.4 - Auditoria Financeira e a Auditoria Tributria........................................ 4
1.4.1.5 - Caractersticas peculiares da Auditoria Tributria ................................. 5
2 - A influncia da fiscalidade na contabilidade............................................................... 6
2.1 - Grau de dependncia ............................................................................................ 6
2.2 - Posio da OROC ................................................................................................ 6
2.3 - Consequncias de um sistema contabilista fiscalista ........................................... 6
3 - A DGCI e a Inspeco Tributria................................................................................ 7
3.1 - A revelao da AT ............................................................................................... 7
3.2 - Competncias da Inspeco Tributria ................................................................ 7
3.3 - O Regime Complementar do Procedimento de Inspeco Tributria.................. 8
4 - Risco de Auditoria....................................................................................................... 8
4.1 - Introduo ............................................................................................................ 8
4.2 - Componentes do risco em Auditoria Tributria................................................... 9
4.2.1 - Risco Inerente................................................................................................ 9
4.2.2 - Risco de Controlo........................................................................................ 10
4.2.3 - Risco de Deteco ....................................................................................... 10
4.3 Sntese do Risco em AT .................................................................................... 10
5 Critrio de seleco dos contribuintes a inspeccionar .............................................. 11
5.1 - Princpios e Critrios.......................................................................................... 11
5.2 - Prticas de seleco............................................................................................ 12
Concluso ....................................................................................................................... 13
Bibliografia..................................................................................................................... 14
Apndices ....................................................................................................................... 16
ndice de Abreviaturas
AF
AFI
AT
CIVA
CIRC
CRP
DGCI
IT
LGT
OROC
PNAIT
RCDRF
RCPIT
Auditoria Financeira
Auditoria Fiscal
Auditoria Tributria
Cdigo do Imposto sobre o Valor Acrescentado
Cdigo do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Colectivas
Constituio da Repblica Portuguesa
Direco Geral dos Impostos
Inspeco Tributria
Lei Geral Tributria
Ordem dos Revisores Oficiais de Contas
Plano Nacional de Actividades da Inspeco Tributria
Relatrio da Comisso para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal
Regime Complementar do Procedimento da Inspeco Tributria
Resumo
A Auditoria (Inspeco)1 Tributria tem sido encarada como um corpo estranho
Auditoria Financeira, apesar das caractersticas peculiares que lhe so reconhecidas no
constiturem justificao para o afastamento conceptual face aos restantes tipos de auditoria.
O desenvolvimento de um quadro conceptual para a Auditoria Tributria, aproximando-a,
definitivamente, da Auditoria Financeira, criando assim sinergias ao nvel dos procedimentos,
constitui um passo fundamental para a misso que lhe subjaz, sendo que o mote foi dado pela
prpria Comisso para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal ao referir que () os mtodos
de inspeco devem seguir os procedimentos normalmente usados em auditoria. (CDFR,
1996: 2.5.2).
A identificao das suas caractersticas peculiares por contraste com os restantes ramos da
auditoria, contextualizada por um sistema contabilstico claramente fiscalista, dever
constituir o ponto de partida para a anlise de alguns conceitos nucleares, como a
caracterizao, neste mbito, da matriz risco ou dos critrios de seleco.
1 - Auditoria Financeira, Auditoria Fiscal e Auditoria Tributria
Pretende-se, neste captulo, enquadrar o posicionamento da AT no contexto mais
abrangente da AF, promovendo as suas caractersticas intrnsecas e evidenciando os aspectos
que constituem uma veia comum aos diferentes tipos de auditoria.
1.1 - Conceito de Auditoria
Arens, Elder e Besley (2002) definem auditoria como um processo de acumulao e
avaliao de evidncias sobre informao, de forma a se determinar e reportar o grau de
correspondncia entre a informao e os critrios estabelecidos na sua elaborao.
O processo de auditoria baseia-se em evidncias apuradas pelo auditor com o objectivo de
apurar a correlao existente entre a informao auditada e os critrios utilizados a que ela se
reporta.2
O auditor ir definir, de forma independente, um montante acumulado de evidncias
suficientes que o habilitem a relatar a concluso apropriada. Este relato constitui a ltima
etapa em qualquer processo de auditoria que, no caso da AT, se materializa no Relatrio de
Inspeco.
1.2 - Auditoria Financeira
A gnese da auditoria financeira reside na necessidade de conferir credibilidade prpria
informao financeira (Costa, 1995: 25), corporizada nas demonstraes financeiras.
A AF consiste num processo sistemtico de obter e avaliar, objectivamente, a evidncia
no que toca a asseres3 sobre aces e acontecimentos econmicos, de forma a comprovar o
grau de correspondncia entre estas asseres e os critrios estabelecidos e comunicar os
resultados aos utilizadores (AAA, 1973).
Neste sentido, a auditoria da rea fiscal persegue um objectivo duplo, em primeiro lugar
o de comprovar que a entidade cumpriu, adequadamente, as obrigaes tributrias, se
provisionou correctamente os riscos derivados de possveis contingncias fiscais e, em
segundo lugar, se procedeu ao pagamento efectivo do tributo de acordo com os prazos e
formalismos legais (Valderrama, 1996: 337).
1.4 - Auditoria (Inspeco) Tributria
Existem certas abordagens conceptuais que consideram a AF e a AT como sendo
totalmente independentes, constituindo dois conjuntos distintos. Outros ainda consideram que
a AF e AT possuem campos que se intersectam, sem que uma esteja necessariamente
integrada na outra.
Em termos figurativos, e de acordo com a abordagem conceptual que julgamos ser mais
adequada, sem prejuzo de outras concepes existentes, podemos enquadrar os tipos de
auditoria em anlise da seguinte forma:
Fig. 1 - Posicionamento conceptual da AT
A u d ito ria
F inance ir a
A ud itor ia F isc al
Integrada na auditoria s
conta s
A u ditoria E xterna
A uditoria
P riva da
O rientada
p or
entidad e
ex terna r ecru tada para esse
fim em pa rticular.
Objectivos
AFI
AT
Factos patrimoniais
Classificao e
registo contabilstico
Demonstraes
financeiras
Declaraes de
Rendimentos
Informao
Informao
Auditada
Auditada
Auditoria Financeira
Auditoria Fiscal/Tributria
13
14
Na medida em que a Administrao Fiscal continua a ser, de forma global, no nosso entender, o utilizador
final privilegiado na concepo e elaborao das prprias demonstraes financeiras.
19
20
21
Por evidncias entenda-se () toda a informao usada pelo auditor para chegar concluso em que a
opinio se baseia incluindo os registos contabilsticos que fundamentam a informao financeira ou outra
informao. No de esperar que o auditor aceda a toda a informao existente. As evidncias em auditoria so,
por natureza, cumulativas, incluindo as evidncias obtidas por intermdio dos procedimentos de auditoria
desenvolvidos durante o curso da auditoria, e podero incluir evidncias obtidas de outras fontes tais como
auditorias anteriores e os procedimentos de controlo de qualidade na aceitao e fidelizao de clientes (IFAC,
2002b: 2).
22
O controlo fiscal pode-se definir como o conjunto de procedimentos implementados pelas administraes
fiscais no exerccio dos seus poderes de autoridade, tendo em vista conhecer e acompanhar as actividades dos
agentes econmicos e dos outros cidados em geral geradores de rendimento, prevenindo eventuais
comportamentos ilcitos e reprimindo outros atravs de medidas correctivas e disciplinadoras (Canedo, 2003:
5).
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Risco
Inerente
Risco
de Deteco
Risco
de Auditoria
Tributria
Susceptibilidades
de
asseres
individuais
levarem a erros
materiais
Estrutura do
sistema de
Controlo
Interno
(SCI)
do
contribuinte
Erros
prevenidos/
detectados
pelo SCI do
Contribuinte
Erros materiais
no prevenidos
ou
detectados
pelo
SCI
do
Contribuinte
Procedimento
do
Tcnico
para
Verificao
das Asseres
Persistncia de
erros materiais
no detectados
nas
asseres
individuais
Erros
Materiais
nas Declaraes
Fiscais. Omissos
no relatrio de
inspeco
Erros
detectados
pelo
Procedimento
de Verificao
do Tcnico
23
11
O referido relatrio chega mesmo a indicar a teoria do risco, que consideramos ser o risco
inerente ou risco de evaso fiscal, tal como definido anteriormente.
Por outro lado, com o segundo objectivo, pretende-se uma cobertura sistemtica dos
contribuintes com uma periodicidade mnima de 5 anos.24
Aquele relatrio aponta ainda para a necessidade de existirem critrios objectivos e
transparentes de seleco de contribuintes a fiscalizar25, alm de tecnicamente poder propiciar
uma maior eficincia dos servios de inspeco.
Ao nvel dos impostos sobre o rendimento define trs grandes grupos de contribuintes a
inspeccionar:
Perodo coincidente com o prazo geral de caducidade vigente altura do referido relatrio, reduzida para 4
anos com a entrada em vigor da LGT (n.1 do art. 45.).
25
Este conceito reforado pela al. a) do n. 1 do art. 27. do RCPIT: () critrios objectivos ().
26
O que seria o mesmo que dizer, pelo seu risco inerente.
27
Face possibilidade de ocorrncia da fraude em carrossel pelo uso, indevido, do Regime Especial de
Tributao dos Bens em 2 Mo.
12
um ndice de risco. A soma dos ndices concorrentes em cada contribuinte serve para valorizar
o risco abstracto que ocorre para cada um deles. Trata-se assim de uma aproximao
estatstica e objectiva das probabilidades reais de incumprimento.
Em Portugal, a anlise de risco, tem por suporte a classificao e segmentao dos
contribuintes em funo:
do sector de actividade econmica;
da importncia econmica e fiscal;
da organizao e comportamento fiscal.
De acordo com Canedo (2003:10):
() o risco assim determinado como funo destes grupos de indicadores, os quais
concentram em si o conjunto da informao mais relevante que se pode obter relativamente a cada
contribuinte, daqui resultando uma classificao alfanumrica para cada um, conforme o sector de
actividade econmica em que se insere, o rating que decorre da avaliao da importncia econmica e
fiscal e o scoring que classifica a organizao e o comportamento fiscal28.
A nosso ver torna-se imperioso e urgente, tambm a este nvel, a publicao dos
indicadores de base tcnico-cientfico previstos no n. 2 do art. 89. da LGT. 29
Concluso
A AT dever ser enquadrada, definitivamente, como um ramo integrante da Auditoria
Financeira. As caractersticas peculiares do auditor e utilizadores da informao reportada,
no podero condicionar um distanciamento conceptual que se assiste no actual momento.
Os desenvolvimentos recentes, efectuados no contexto definido pelo RCDRF e a sntese de
normas, at ento dispersas, num nico diploma que visa regulamentar e disciplinar a
actividade da Auditoria Tributria (RCPIT), devero ser seguidos por uma redefinio de
mtodos e estratgias que visem pragmatizar o preceituado no art. 57. daquele diploma.
O procedimento tributrio de inspeco dever ser encarado, desde a sua gnese, como um
procedimento de auditoria, na sua concepo mais abrangente. No entanto, as caractersticas
peculiares da Inspeco Tributria (no nos poderemos esquecer que estamos perante um
procedimento tributrio, com as condicionantes legais inerentes) devem, necessariamente, ser
tidas em conta nesta abordagem.
Aps este enquadramento conceptual, devemos problematizar conceitos como o de risco, a
materialidade, o processo de seleco e a comunicao dos resultados, tendo em vista o
alcance de economias de escala nos procedimentos inspectivos.
Este estudo visa essencialmente alertar as conscincias para este campo de estudo no
mbito da investigao cientfica, cujos resultados, a serem absorvidos no mbito dos
procedimentos inspectivos, podero ajudar num objectivo que dever ser comum, o do
combata fuga e evaso fiscal.
28
Podemos visualizar uma exemplificao deste processo no trabalho do autor referenciado na bibliografia.
A urgncia destes indicadores justifica-se no s por este facto como tambm para uma correcta aplicao dos
mtodos indirectos de determinao do lucro tributvel ou para a efectiva implementao do regime simplificado
de tributao introduzido no nosso ordenamento fiscal.
29
13
Bibliografia
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14
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Apndices
A
Appnnddiiccee 11 Auditoria Financeira Vs Auditoria Tributria
Objectivo
Regulamentos
da profisso
Auditoria Financeira
Auditoria Tributria
Existe um acesso amplo informao econmicoNvel de acesso financeira, na medida em que prevalece uma
a informao cooperao profissional, baseada na contratao de
interna
servios e materializados na carta de compromisso,
assim como o acesso aos mecanismos de controlo
interno implementados pela empresa.
A sua actuao no se restringe a prazos ou perodos,
Oportunidade podendo realizar-se medida que forem ocorrendo os
factos patrimoniais.
Fontes
de
informao
Relatrios
(Guimares, 1998)
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A
Appnnddiiccee 33 Procedimentos Legais da Auditoria Tributria30
Prazos
Procedimentos
Pr-aviso do incio
5
dias
A
C
T
O
S
DE
I
N
S
P
E
C
O
10
dias
8a
15
dias
Incio de Inspeco
Suspenso da Aco (c/
despacho fundamentado
ou processo especial de
derrogao do segredo
bancrio)
Prorrogao da Aco
(+ 2 perodos de 3
meses)
Concluso da
Aco
Elaborao do
Projecto de Relatrio
Direito de Audio
Ordem de Servio
ou
Despacho
Notificao
aquando do
reincio
Art. 59. n. 3
al. l) e art. 89.
LGT
Art.os 49. e
50. RCPIT
Art. 46. e
51. RCPIT
Notificao com
data previsvel de
concluso
Art. 36.
RCPIT
Nota de
diligncias
Art. 61.
RCPIT
Notificao do
Projecto de
Relatrio
Declarao do SP
(escrita ou oral)
10
dias
Art. 60. art.
62. RCPIT
Elaborao do
Relatrio Final
10
dias
Parecer/Sancionamento
dos Relatrios
30
dias
Pedido de Reviso do M.I.
Notificao do
Relatrio ao SP
Notificao do
Relatrio ao SP
30
(*) Fonte: Alves (2002), adaptado em funo da Lei n. 32-B/2002, de 30 de Dezembro Oramento de
Estado para 2003
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