Evolucionismo e Diferença
Evolucionismo e Diferença
Evolucionismo e Diferença
O que costumamos chamar de famlia nada mais que um nome para um sistema de
parentesco.
Em determinadas sociedades, me significa no s a progenitora de algum, mas
tambm uma pessoa a quem se deve respeito e de quem se espera determinado
comportamento.
Em uma sociedade com Estado, diversas questes so resolvidas por um sistema
jurdico criado para regular a vida social. O Estado determina leis, as executa e julga os que
tentam burl-las.
Para os intelectuais do sculo XIX, as sociedades organizadas pelo parentesco
representavam um estgio anterior de desenvolvimento.
Nas sociedades organizadas pelo parentesco, no h a propriedade privada da terra. As
terras so de uso coletivo, tambm regulado pelas regras de parentesco.
Assim, as teorias antropolgicas delimitaram a linha de evoluo e a noo de progresso
a partir da existncia da propriedade privada da terra e da presena do Estado.
O neocolonialismo estabelecido ao longo do sculo XIX e incio do sculo XX foi
influenciado e legitimado pelas teorias evolutivas.
O neocolonialismo estabelecido ao longo do sculo XIX e incio do sculo XX foi
influenciado e legitimado pelas teorias evolutivas.
Parte dessas teorias adquiriu teor explicitamente racial, atribuindo capacidades
cognitivas distintas ao que consideravam raas humanas diferentes.
3. SOCIEDADES INDGENAS E O MUNDO CONTEMPORNEO
Desde o fim do sculo XIX, a prpria Antropologia se dedicou a questionar os modelos
evolucionistas.
A partir do sculo XX, as teorias evolucionistas passaram a ser vistas pelos antroplogos
como etnocntricas, isto , construdas com base em critrios vlidos para quem as formulou.
Do final do sculo XIX at meados do sculo XX, antroplogos se dedicaram a
documentar a vida indgena em vrios lugares do mundo com uma preocupao generalizada: a
de que os povos indgenas estavam acabando.
Apesar dos nmeros e relatos que demonstram a dizimao de grupos indgenas
durante os sculos ps-conquista colonial, as naes indgenas praticaram aes e estratgias
de resistncia fsica e cultural.
Uma questo crucial para as populaes indgenas da atualidade sua relao com a
sociedade capitalista. Essas populaes no recusam o que chamamos de tecnologia, e em
muitos casos se valem dela para expressar seus pontos de vista.
O uso de tecnologias no impede que os indgenas reproduzam seus modos de viver
4. MITOS, NARRATIVAS E ESTRUTURALISMO
Diante da riqueza de uma narrativa mitolgica indgena seria preciso construir algoritmos
para entend-los, chegamos a uma nica concluso: qualquer tentativa de estabelecer uma linha
de evoluo entre sociedades equivocada.
Os mitos demonstram um pensamento sofisticado e complexo. Tratam de oposies
recorrentes entre o nu e o vestido, entre o cru e o cozido, entre discrio e excesso, entre
respeito e desrespeito, etc.
5. POPULAES INDGENAS NO BRASIL
Antes da chegada dos portugueses, o que viria a ser o Brasil era uma rea densamente
povoada por uma enorme diversidade de populaes indgenas.
A histria das populaes indgenas no Brasil desmente a imagem fantasiosa de povos
cujo modo de vida permaneceu o mesmo desde a chegada dos europeus ao continente
americano.
Havia aqui algo entre 1 e 8,5 milhes de indgenas (as estimativas so muito
imprecisas). Em 150 anos, acredita-se que at 95% dessa populao tenha sido dizimada.
No incio da colonizao, os portugueses mantiveram contatos relativamente amigveis
com os indgenas, mas logo passaram a escraviz-los, obrigando-os a trabalhar.
No sculo XIX, com o avano da escravido africana, o foco mudou: nesse momento
interessavam mais as terras do que o trabalho dos indgenas.
Na dcada de 1980 consolidou-se um discurso militarista contra os indgenas, vistos
como ameaa segurana nacional por estarem em zonas fronteirias.
Constituio de 1988 marcou uma virada na percepo dos indgenas: foram deixadas
de lado as iniciativas de civiliz-los e formulados artigos que reconhecem o direito de suas
populaes posse da terra e conservao de seus costumes e tradies.
Evolucionismo e Diferena
Riacho de Santana RN
Julho de 2016