31 Metabolismo Ósseo
31 Metabolismo Ósseo
31 Metabolismo Ósseo
remodelagem 464
Doenas sseas
CONSIDERAES GERAIS
D esqueleto humano sofre um processo contnuo de
emodelagem durante toda a vida certas partes
sseas sendo reabsorvidas e osso novo sendo formado.
Com o avano da idade, h uma possibilidade crescente
ze deteriorao estrutural e diminuio da massa ssea
osteoporose). Isto constitui um dos principais problemas
ze sade do mundo, e, alm desta, h vrias outras
31
ssea.
As principais clulas na homeostasia ssea so os osteoblastos, os osteoclastos e os ostecitos.
461
SEO 3
REMODELAGEM SSEA
te se
DE CLULAS E CITOCINAS
ACO
*
O ciclo de remodelagem inicia-se com o recrutamento de clulas
que do origem a precursores dos osteoclastos e sua diferencia
o para osteoclastos multinucleados maduros pelas citocinas
(Fig. 3 1.1). Os osteoclastos aderem a uma zona de osso trabecu
lar deixando no stio de contato uma borda irregularmente esca
vada. Eles se movem pelo osso escavando depresses pela secre
o de ons hidrognio e enzimas proteolticas. Este processo
gradualmente libera citocinas, como o fator de crescimento
semelhante insulina (IGF)-l e o fator transformador do cresci-
Clula precursora do OC
------
Clula precursora de OB
Calcitriol
Recrutamento de
precursores de OC
Citocinas
(p. ex., ILs)
Aao do OB
Diferenciao
Teriparatida
Estrogeno,
raloxifeno
em OCs
Diferenciao
para OBs
Citocinas
e hormnios
Bifosfonatos
Glicocorticoides
J Osteide
0}
CE)
Osso quiescente
Reabsoro ssea
recemformado
Ostecito -
Formao ssea
Fig. 31.1 O ciclo de remodelagem ssea e a ao dos hormnios, citocinas e frmacos. Osso trabecular quiescente. As citocinas.
como fator de crescimento semelhante insulina (IGF) e fator de crescimento transformador (TGF)-(3, mostrados como pontos esto incrustadas na matriz
ssea. Reabsoro ssea. Clulas precursoras de osteoclastos (OC), recrutadas por citocinas e hormnios, so ativadas pelos osteoblastos (OBs) para for
mar OCs multinucleados mveis (Fig. 31.2) que se deslocam na superfcie ssea, reabsorvendo osso e liberando as citocinas fixadas. Formao ssea.
A liberao de citocinas recruta OBs, que formam o osteide e fixam citocinas IGF e TGF-p. Alguns OBs tambm se tornam incrustados, formando ostecitos
terminais. O osteide ento se torna mineralizado, e as clulas e o revestimento celular cobrem a rea (no mostrada). Os estrgenos causam apoptose
(morte celular programada) dos OCs. Observe que as concentraes farmacolgicas de glicocorticides apresentam os efeitos especificados acima, mas
concentraes fisiolgicas so necessrias para a diferenciao dos OBs. BPs, bifosfonatos incrustados estes so ingeridos pelos OCs quando osso
reabsorvido (no mostrado); IL, interleucina; PTH, paratormnio.
462
METABOLISMO SSEO
r~
Osteoblasto
Calcitriol
PTH, ILs
Progenitor do
osteoclasto
31
Osteoclastos multinucleados
Reabsoro ssea
M-CSF
Molculas
RANK
RANKL
Area de reabsorao
ssea
r-OPG
Anticorpo anti-RANKL
Bifosfonatos
Fig. 31.2 Diagrama esquemtico do papel dos osteoblastos e citocinas na diferenciao e ativao do osteoclasto e a
ao de frmacos anti-reabsortivos. 0 osteoblasto estimulado pelo calcitriol, paratormnio (PTH) e interleucinas (ILs) para expressar um ligante
de superfcie, o ligante do RANK (RANKL). Aexpresso do RANKL aumentada por vrias interleucinas, paratormnio, fator de necrose tumoral (TNF)-a,
prostaglandina E2 e glicocorticides. 0 RANKL interage com um receptor no osteoclasto um receptor diferenciador e ativador de osteoclasto chamado
RANK (receptor ativador do fetor kappa B nuclear). Este, com o fator estimulador de colnias de macrfagos (M-CSF), liberado pelo osteoblasto, causa
diferenciao e ativao nos progenitores de osteoclastos para formar osteoclastos maduros (no mostrados). Por fuso dos osteoclastos formam-se clulas
gigantes multinucleadas de reabsoro ssea, que se tornam polarizadas com uma borda escavada sobre o lado que reabsorve o osso (observe o desenho).
Os bifosfonatos inibem a reabsoro ssea pelos osteoclastos. Os anticorpos anti-RANKL (p. ex., denosumabe) ligam o RANKL e evitam a interao RANKRANKL. Os osteoblastos tambm liberam molculas-isca de osteoprotegerinas (OPG), que podem se ligar ao RANKL e evitar a ativao do receptor RANK.
A OPG recombinante (r-OPG) que tem este efeito est em ensaio clnico. As clulas do estroma podem tambm funcionar da maneira mostrada
anteriormente para os osteoblastos.
METABOLISMO DO CLCIO
A reciclagem diria dos minerais sseos durante a remodelagem
envolve cerca de 700 mg de clcio. O clcio tem vrias funes
no funcionamento fisiolgico. O Ca2+ intracelular constitui
somente uma proporo pequena do clcio do corpo, mas ele tem
um papel essencial na funo celular (Cap. 3). Um influxo de
Ca2+ com aumento de Ca2+ no citosol faz parte do mecanismo de
transduo de sinais de muitas clulas, assim a concentrao de
Ca2+ no fluido extracelular e no plasma necessita ser controlada
com grande preciso. A concentrao de Ca2+ no citoplasma das
clulas cerca de 100 nmol/L, enquanto no plasma ela de cerca
de 2,5 mmol/L. A concentrao plasmtica de Ca2+ regulada por
interaes complexas entre o PTH e vrias formas de vitamina D
(Figs. 3 1.3 e 3 1.4); a calcitonina tambm desempenha um papel.
A absoro do clcio no intestino envolve uma protena ligan
te do Ca2+ cuja sntese regulada pelo calcitriol (veja Fig. 3 1.3 e
adiante). E provvel que o contedo total de clcio do corpo seja
regulado amplamente por este mecanismo de absoro, porque a
eliminao urinria do Ca2+ normalmente permanece mais ou
menos constante. No entanto, com concentraes elevadas de
463
31
SEO 3
METABOLISMO DO FOSFATO
Os fosfatos so importantes constituintes sseos e so tambm
HORMONIOS ENVOLVIDOS NO
METABOLISMO EM SUA
REMODELAGEM SSEA
Os principais hormnios envolvidos no metabolismo e remode
lao sseos so o PTH, os membros da famlia da vitamina D, os
estrgenos e a calcitonina. Os glicocorticides e o hormnio da
tireide2 tambm afetam o osso.
PARATORMONIO
O paratormnio, que consiste em um polipeptdio de cadeia nica
com 84 aminocidos, um regulador fisiolgico importante do
metabolismo do Ca2+. Ele mantm a concentrao plasmtica de
Ca2+ pela mobilizao do Ca2+ a partir do osso, pela promoo da
sua reabsoro pelos rins e, em particular, pela estimulao da
CinacalcetJ
Ativa o receptor
sensvel ao clcio
A diminuio da
concentrao de clcio
no plasma causa:
e diminui:
Elevao da concentrao
de clcio no plasma ativa o
receptor sensvel ao clcio
nas clulas paratireoidianas
que diminuem:
A secreo do paratormnio a
causa:
V
Ca citomna
Eliminao diminuda de
clcio pelos rins
que causa:
Converso do calcifediol
para calcitriol que
causa:
Calcitonina
Aumento na absoro de
clcio no intestino
que causa:
Mobilizao do
clcio do
osso que causa:
Fig. 31.3 Principais fatores envolvidos na manuteno da concentrao de Ca2+ no plasma e a ao de frmacos. O
receptor de clcio nas clulas da paratireide um receptor acoplado protena G. 0 calcifediol e o calcitriol so metablitos da vitamina D3 e constituem os
"hormnios" 25-hidroxivitamina D3 e 1,25-diidroxivitamina D3, respectivamente. A calcitonina endgena, secretada pela tireide, inibe a
mobilizao do Ca2+ a partir do osso e diminui a sua reabsoro nos rins, reduzindo ento o Ca2t sanguneo. A calcitonina tambm administrada
terapeuticamente na osteoporose.
464
METABOLISMO SSEO
de calcitriol, que por sua vez aumenta a absoro de Ca2+
intestino e age em sinergia com o PTH na mobilizao do Ca2+
->eo (Figs. 31.3 e 3 1.4). O PTH promove a eliminao de fosfae. assim, seu efeito final aumentar a concentrao de Ca2+ no
:.-smae reduzir a de fosfato.
A mobilizao do Ca2+ a partir do osso pelo PTH mediada,
-elo menos em parte, pela estimulao do recrutamento e ativa;2o dos osteoclastos. A secreo patolgica excessiva do PTH
- iperparatireoidismo) inibe a atividade osteoblstica (no mosrido na Fig. 31.1). Masadministrado terapeuticamente em baixa
_ : sagem intermitente, o PTH e fragmentos de PTH, paradoxalente, estimulam a atividade dos osteoblastos e aceleram a for- ao ssea (veja adiante).
O paratormnio sintetizado nas clulas das glndulas para
noides e armazenado em vesculas. O principal fator controla_ : r de sua secreo a concentrao de clcio ionizado no plascom Ca2+ plasmtico baixo estimulando a secreo e eleva:: Ca2+ plasmtico diminuindo a secreo pela ligao e ativao
: receptor de superfcie acoplado protena G sensvel ao Ca2+
-ig. 31.3) (Stewart, 2004).
;atese
TAMINAD
\ . itamina D um pr-hormnio que convertido no corpo em
imeros metablitos biologicamente ativos que funcionam
. mo hormnios verdadeiros, circulando no sangue e regulando
Pele
Fgado
Vit D
7-desidrocolesterol
UV-0-
V*'2' *,
25(OH)D3 (calcifediol)
Ergocalciferol
exgeno
Vit D3 (colecalciferol)
_
Alfacalcidol>$
Calcifediol
exogeno
31
(Vit D2)
Rins
25(OH)D3
P04~ sanguneo
diminudo
Paratormnio
I
1,25(OH2)D3
(calcitriol)
Clcio sanguneo
diminudo
Paratormnio
Calcitriol
no sangue
Clcio sanguneo
aumentado
Calcitriol
exgeno
Aes biolgicas:
Aes intracelulares:
diferenciao celular,
ativao dos OBs
Homeostasia do
clcio e
fosfato
465
SEO 3
ESTROGENOS
Nas mulheres, durante a vida reprodutiva, os estrgenos tm
papel importante na manuteno da integridade ssea. Eles ini
bem as citocinas que recrutam osteoclastos e opem-se reabsor
o ssea, ao de mobilizao de Ca2+ do PTH. A falta do estrgeno, como ocorre na menopausa, pode levar osteoporose.
CALCITONINA
A calcitonina um hormnio secretado pelas clulas "C" espe
cializadas (tambm chamadas clulas medulares) encontradas
entre as clulas foliculares.
A principal ao da calcitonina sobre o osso; ela inibe a
reabsoro ssea ligando-se a um receptor especfico nos osteo
clastos, inibindo sua ao. Nos rins, ela reduz a reabsoro do
Ca2+e do fosfato nos tbulos proximais. Tem como efeito geral a
diminuio da concentrao de Ca2+ plasmtico. Veja as Figuras
31.3 e 31.4.
A secreo determinada principalmente pela concentrao
de Ca2+no plasma.
GLICOCORTICIDES
Concentraes fisiolgicas de glicocorticides so necessrias
para a diferenciao dos osteoblastos. Concentraes farmacol
gicas excessivas inibem a formao ssea, por inibir a diferencia
o e a atividade dos osteoblastos, e podem estimular a ao dos
osteoclastos levando osteoporose. Este ltimo efeito tam
bm evidente quando concentraes patolgicas de glicocorti
cides endgenos esto presentes, como na sndrome de Cushing
(Fig. 28.7).
DOENAS SSEAS
DOENAS DA ESTRUTURA SSEA
466
DOENAS DO METABOLISMO
MINERAL SSEO
A hipocalcemia ocorre no hiperparatireoidismo, na deficincia
de vitamina D, no raquitismo congnito e em alguns casos dr
doenas renais; a hipercalcemia ocorre no hiperparatireoidisme
em algumas neoplasias alm da sarcoidose.
Remodelagem ssea
O osso continuamente remodelado atravs da
vida. Os eventos do ciclo de remodelagem so os seguintes:
osteoclastos so ativados pelos osteoblastos,
reabsorvem osso pela escavao de lacunas nas
trabculas sseas. Nestas lacunas os osteoblastos
formadores de osso secretam osteide (matriz ssea),
que consiste principalmente em colgeno, mas tambm
contm osteocalcina, osteonectina, fosfoprotenas e
citocinas como o fator de crescimento semelhante
insulina (IGF) e o fator transformador do crescimento
(TGF)-p
METABOLISMO SSEO
A deficincia de fosfato e a hipofosfatemia podem ocorrer em
rstados de deficincia nutricional (p. ex., nos indivduos alcola:ras e pacientes que recebem nutrio parenteral).
A hiperfosfatemia alterao comum em pacientes com insu
ficincia renal e tratada com compostos que se ligam ao fosfa:d. tais como o nion de troca de resina sevelmer (Cap. 25).
DOENAS SSEAS
BIFOSFONATOS
Os bifosfonatos so anlogos do pirofosfato enzima-resistentes
_ue inibem a reabsoro por agir principalmente nos osteoclas
es. Aps sua administrao, eles se ligam a minerais sseos na
matriz e so liberados lentamente enquanto o osso reabsorvido
?elos osteoclastos, que so ento expostos a elevadas concentra
res dos frmacos.
Os principais bifosfonatos disponveis para uso clnico so o
-ilendronato e o risedronato. Outros so o pamidronato dissdico e o clorodronato de sdio. Um composto recente, o cido zoleirnico, que administrado somente uma vez, em infuso intraenosa, atualmente usado para neoplasias e ainda est em expe
rimentao clnica para a doena de Paget e para a osteoporose.
Mecanismos de ao
Em termos de mecanismos moleculares de ao, os bisfosfona:ds podem ser agrupados em duas classes:
31
ESTROGENOS E COMPOSTOS
RELACIONADOS
O declnio nos nveis de estrgenos fator importante na osteo
porose ps-menopausa, e h evidncias de que a realizao de
tratamento de reposio hormonal (TRH, Cap. 30) pode melho
rar esta condio. Como o TRH possui aes em muitos sistemas,
tm sido desenvolvidos agentes no-hormonais que mostram
aes agonistas em alguns tecidos e aes antagonistas em
outros. Estes so denominados moduladores seletivos de recep
tores de estrgenos (SERMS). O raloxifeno um SERM que pos
sui atividade agonista no osso e no sistema cardiovascular, alm
de atividade antagonista no tecido mamrio e no tero.
RALOXIFENO
Aes e mecanismo de ao
O raloxifeno produz aumento dose-dependente na atividade do
osteoblasto e reduo na ao do osteoclasto.
Ele bem absorvido no trato gastrintestinal e sofre metabolis
mo importante na primeira passagem pelo fgado, originando os
glucurondeos. (Acolestiramina, administradajuntamentecomo
raloxifeno reduz o ciclo ntero-heptico deste em at 60%.)
Ento, a biodisponibilidade somente de 2%. Ele ampla
mente distribudo nos tecidos e convertido em um metablito
ativo no fgado, pulmes, ossos, bao, tero e rins. Sua meia-vida
em mdia de 32 horas. Ele eliminado principalmente nas
fezes.
Aspectos farmacocinticos
I)s bifosfonatos so geralmente ingeridos oralmente e so pouco
absorvidos. Eles podem ser administrados intravenosamente nas
-eoplasias. Cerca de 50% de uma dose acumula-se em locais de
mineralizao ssea, onde permanece possivelmente por meses
u anos, at que o osso seja reabsorvido. O frmaco livre elimi
nado em forma inalterada pelos rins.
A absoro prejudicada por alimentos, particularmente o
.rite; portanto, os frmacos devem ser ingeridos com o estmago
vazio.
Os efeitos adversos incluem distrbios gastrintestinais, que
r xlem ser graves, e, ocasionalmente, dor ssea. Podem ocorrer
-iceras ppticas. O alendronate pode causar esofagite.
O etidronate dissdico pode aumentar o risco de fraturas
vido calcificao ssea reduzida; isto menos provvel se ele
. .sado ciclicamente.
Efeitos adversos
As ondas de calor e as cimbras nas pernas so comuns. Em um
experimento clnico recente, descobriu-se que o Raloxifenoesta
va associado a tromboembolismo venoso; no entanto, outras
autoridades afirmam que h menos risco deste efeito adverso em
pacientes mais jovens.
PARATORMONIO
At recentemente, havia pouco ou nenhum uso clnico para o
PTH como tal, mas ento constatou-se que o PTH e fragmentos
de PTH paradoxalmente estimulam a atividade dos osteoblastos
e aceleram a formao ssea, e eles so considerados atualmente
compostos importantes no tratamento da osteoporose (veja
467
31
SEO 3
Aes e mecanismo de ao
A teriparatida possui efeitos anablicos no osso. Ela aumenta a
massa ssea, a integridade estrutural e a fora ssea por aumentar
o nmero de osteoblastos e pela ativao daqueles osteoblastos j
existentes no osso. Ela tambm reduz a apoptose dos osteoblastos.
Ela age no receptor- 1 da protena G dependente do PTH na
membrana das clulas-alvo, e seus efeitos so mediados pelas
adenilato ciclase, fosfolipase A, C e D e pelo aumento no Ca2+ e
no AMPc.
(Brixen et al., 2004; Capuzzo & Delafuente, 2004; Dobnig,
2004; Quattrocchi & Kourlas, 2004.)
Aspectos farmacocinticos
Administrada subcutaneamente uma vez ao dia, o pico de con
centrao ocorre aps 30 minutos. A meia-vida de distribuio
srica de 10 minutos aps a injeo intravenosa e 1 hora aps
injeo subcutnea.
Efeitos adversos
A teriparatida bem tolerada e seus efeitos adversos graves so
poucos. Nuseas, vertigens, cefalia e artralgias podem ocorrer.
Hipercalcemia leve, hipotenso ortosttica transitria, nusea,
vertigens, cefalia e cimbras nas pernas tm sido relatadas.
Uso clnico
O uso clnico da teriparatida apresentado na pgina 466.
Observe que h controvrsia em relao a qual frmaco deve ser
administrado sequencialmente, ou em combinao com um dos
bifosfonatos (Heaney & Recker, 2005); no entanto, um bifosfonato deveria ser administrado ao final de uma sequncia de teri
paratida para prevenir a perda ssea decorrente da retirada da
teriparatida.
RANELATO DE ESTRNCIO
Esta substncia, recentemente introduzida para o tratamento da
osteoporose, composta de dois tomos de estrncio combinados
ao cido ranlico orgnico; este ltimo um transportador para o
componente estrncio ativo. Ele inibe a reabsoro ssea e tam
bm estimula a formao ssea. Em experimentos recentes, mostrou-se que ele efetivo na preveno de fraturas vertebrais e novertebrais em mulheres mais idosas (Fogelman & Blake, 2005).
O mecanismo preciso de ao no est claro. O estrncio
semelhante ao clcio em relao sua absoro no trato gastrin
testinal, sua incorporao ao osso e sua eliminao renal. Os to
mos de estrncio so adsorvidos pelos cristais de hidroxiapatita,
mas eventualmente so trocados por clcio nos minerais sseos
e permanecem no osso por muitos anos.
Esse frmaco bem tolerado; relata-se baixa incidncia de
nuseas e de diarria.
PREPARAES DE VITAMINA D
468
Aspectos farmacocinticos
Administrada oralmente, a vitamina D liga-se a uma a-globulin_
especfica no sangue. A meia-vida plasmtica de aproximada
mente 22 horas, mas a vitamina D pode ser encontrada na gordu
ra por muitos meses. Sua principal via de eliminao pela
fezes.
A utilizao clnica dos preparados de vitamina D apresen
tada no quadro abaixo.
Efeitos adversos
A ingesto excessiva de vitamina D causa hipercalcemia, cu;_
manifestaes incluem constipao, depresso, fraqueza e fadi
ga. H reduo na capacidade para concentrar a urina, resultan;
em poliria e polidipsia. Se a hipercalcemia persiste, os sais e
clcio so depositados nos rins, causando insuficincia renal e
calculose renal.
Alguns frmacos anticonvulsivantes (p. ex., a fenitona; Ca:
40) aumentam a necessidade de vitamina D.
CALCITONINA
Aprincipal preparao disponvel para uso clnico (veja o quadr
clnico na p. 469) a salcatonina (calcitonina sinttica do sal
mo). A calcitonina humana sinttica tambm est disponr. e
atualmente. A calcitonina administrada por injeo subcutre .
ou intramuscular, e pode ocorrer efeito inflamatrio restrito a
lugar da injeo. Ela pode tambm ser administrada por via intra
nasal. Sua meia-vida plasmtica de 4- 12 minutos, mas sua a
continua por vrias horas.
Os efeitos adversos incluem nusea e vmito. Rubor fac:_
pode ocorrer, assim como sensao de formigamento nas mos e
gosto desagradvel na boca.
O uso clnico da calcitonina apresentado na pgina 466.
METABOLISMO SSEO
SAIS DE CLCIO
Os sais de clcio usados terapeuticamente incluem gluconate de
clcio e lactato de clcio, administrados oralmente. O gluconato
de clcio tambm usado para injeo intravenosa no tratamen
to de emergncia da hipercalemia (Cap. 24); injeo intramuscu
lar no usada, porque causa necrose local.
O carbonato de clcio, um anticido, pouco absorvido no
intestino, mas h interesse em relao a sua absoro sistmica e
o potencial para causar calcificao arterial. H disponvel um
preparado oral de hidroxiapatita.
Efeitos adversos: os sais de clcio dados por via oral podem
causar distrbios gastrintestinais. A administrao intravenosa
necessita cuidados, especialmente nos pacientes que fazem uso
de glicosdeos cardacos (Cap. 18).
O uso clnico dos sais de clcio apresentado a seguir.
COMPOSTOS CALCIMIMTICOS
Os calcimimticos potencializam a sensibilidade para o receptor
>ensvel ao Ca2+ da paratireide para a concentrao do Ca2+. O
efeito diminuir a secreo do PTH e reduzir a concentrao do
Ca2+ srico. H dois tipos de calcimimticos.
O tipo I agonista e inclui polictions inorgnicos e orgnicos.
O tipo II ativador alostrico que ativa o receptor pela altera
o da sua conformao. Um dos compostos o cinacalcet,
que est em experimentao clnica para o tratamento do
hiperparatireoidismo (Nemeth et ai, 2004; Peacock et al.,
2005).
31
calcitonina).
Arritmias cardacas causadas por hipercalemia grave
(intravenosa,-Cap. 18).
Paratireide, vitamina D e
homeostasia dos minerais sseos
469
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