Familia - Alimentos - Resumo CAHALI

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PROFA J U L I A N A G O N T I J O

ALIMENTOS ARTS. 1.694 A 1.710


1) CONCEITO
 H diversidade de conceitos sobre a expresso alimentos, que em lato sensu corresponde ao
direito de grande abrangncia indo mesmo alm da acepo fisiolgica, incluindo tudo que
necessrio a manuteno individual: sustento, habitao, educao, vesturio, tratamento etc.
Deriva de alimentum (verbo alere), significando, nutrir. Alimentos compreendem todas as
necessidades do ser humano, e no apenas a subsistncia propriamente dita: alimentao
(alimenta naturalia) e os alimentos civis (alimenta civilia: habitao, vesturio, medicamentos,
transporte e lazer). Prevalece desde das Ordenaes (Livro, I, Tt. 88 15) e at no direito
estrangeiro.
 Tal ampla concepo prevalece desde das Ordenaes (Livro, I, Tt. 88 15) e at no direito
estrangeiro. No sentido lato sensu significa tudo que necessrio a manuteno individual:
sustento, habitao, educao, vesturio, tratamento etc. No sentido comum, designa apenas o
necessrio para o sustento.
 Para ORLANDO GOMES, SILVIO RODRIGUES, CARLOS ROBERTO GONALVES, LUIZ EDSON FACHIN,
INCIO DE CARVALHO NETO, RICA HARUMI FUGIE, MARIA HELENA DINIZ, ESPNOLA, EDUARDO
DE OLIVEIRA LEITE: Alimentos so prestaes/auxlios para satisfao das necessidades vitais de
quem no pode prov-las por si, com a finalidade de fornecer a um parente, cnjuge ou
companheiro o necessrio sua subsistncia. Abrangem o indispensvel ao sustento, vesturio,
habitao, assistncia mdica e instruo.
 Compete ao Poder Pblico desenvolver a assistncia social, estimular o seguro, tomar medidas
defensivas adequadas para prover a subsistncia dos impossibilitados por isso institucionalizou
o dever de solidariedade no direito de famlia. O Direito impe aos parentes do necessitado ou
pessoa a ele ligada por um ele civil, o dever de proporcionar-lhe as condies mnimas de
sobrevivncia no carter de obrigao judicial exigvel.

2) PRESSUPOSTOS
 Os alimentos tm por base e fundamento o princpio da solidariedade familiar.
 Existncia de companheirismo, vnculo de parentesco ou conjugal entre alimentando e
alimentante.
 Necessidade do alimentando.
 Possibilidade econmica do alimentante.
 Proporcionalidade, na sua fixao, entre as necessidades do alimentrio e os recursos econmicofinanceiros do alimentante.

3) MODIFICAES TRAZIDAS PELO CC/02


 Tratou alimentos decorrentes do parentesco, casamento e unio estvel da mesma forma com
conseqncia na renncia e transmisso da obrigao. Promiscuidade estrutural com reflexos
srios;
 generalizou alimentos civis, tornando os naturais apenas uma exceo, como se a regra fosse
viver de alimentos prestados por terceiros ao invs de buscar o auto-sustento;
 art. 1.694 - OBRIGADOS: a) parentes quais? art. 1.591 e art. 1.592 at 4 grau (NELSON NERY
JNIOR). Correto, segundo art. 1.697 apenas at 2 grau; b) adoo art. 1.593 no h diferena
entre parentesco natural ou civil assume a relao de filho e o parentesco da decorrente art.
1.626; c) afinidade art. 1.595 - 1 parentesco por afinidade mais art. 1.593 ou outra
origem. No deve gerar obrigao alimentar mas j opinio em contrrio;
 art. 1.694 - CONDIO SOCIAL E EDUCAO: a) IBDFAM sugeriu alterao: viver de modo digno
nem sempre possvel preservar condio social. Nos casamentos e unies estveis no se
deve falar em educao e j est no art. 1.701; b) generaliza para todo obrigado alimentos civis
quando estes deveriam ser restritos aos devidos ente pais e filhos; c) SRGIO COUTO o parente
tornou-se um rgo previdencirio de seus consangneos ou afins; d) alimentos civis para
outros parentes e entre cnjuges condicionado ao tempo e circunstncias; e) reduo da
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maioridade e extino da obrigao. FRANCISCO CAHALI JNIOR prolongar at os 24 anos para
o maior estudante; ROGRIO Ribas vocacionado para o trabalho tem que entrar na faculdade no
tempo certo e revelar interesse pelo estudo;
 art. 1.694, 2o - ALIMENTOS NATURAIS QUANDO DECORREM DE CULPA: a) alcana os parentes
tambm; b) IBDFAM sugeriu supresso se no deve haver discusso de culpa em separao ,
com mais razo entre parentes. So devidos apenas indispensveis subsistncia, quando a
situao de necessidade resultar de culpa de quem os pleiteia. c) Descuido, irresponsabilidade,
dilapida patrimnio, no encontra trabalho por ter temperamento inacessvel; d) No se
profissionalizou por desinteresse;
 art. 1.695 QUEM PODE PEDIR ALIMENTOS: quem no tem bens suficientes, nem pode prover, pelo
seu trabalho prpria mantena;
 art. 1.696 estabelece a reciprocidade dos alimentos entre pais e filhos, extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigao nos mais prximos em graus, uns em falta de outros - 1
obrigado na falta o mais prximo em grau art. 1.697 1 dos ascendentes; 2 dos descendentes e
3 dos colaterais em 2 grau; criado litisconsrcio especial, sui generis.

4) NATUREZA JURDICA
 Direito com contedo patrimonial e finalidade pessoal naturais ou civis.
 YUSSEF SAID CAHALI1 - CARLOS ROBERTO GONALVES2 - ALIMENTOS NATURAIS (ou necessrios)
restringem-se ao indispensvel satisfao das necessidades primrias da vida; os civis (ou
cngruos: expresso usada pelo autor venezuelano LOPES HERRERA e mencionada no Cdigo
Chileno, art. 323) destinam-se a manter a condio social, o status da famlia. o-somente a
alimentao, a cura, o vesturio, a habitao, nos limites assim do necessarium vitae; se
abrangentes de outras necessidades, intelectuais e morais, inclusive recreao do beneficirio,
compreendendo assim o necessarium personae e fixados segundo a qualidade do alimentando e os
deveres da pessoa obrigada, diz-se que so alimentos civis.
 - Quanto natureza, podem ser naturais ou civis. Os naturais
 NELCY PEREIRA LESSA3 assinala que o "novo texto legal trouxe marcante distino entre alimentos
quanto sua natureza: alimentos naturais ou necessrios (necessarium vitae) que so os
indispensveis vida e os alimentos civis ou cngruos (necessrium personae), que se destinam
manuteno da qualidade de vida do credor."
 JOS COSTA LOURES e TAS GUIMARES Naturais: restringem-se s necessidades de manuteno
da vida de uma pessoa, como o alimento propriamente dito, em sentido fisiolgico, o vestir, o
calar, o morar, o prevenir ou o curar as molstias; ou se denominam civis, quando concernentes
aos haveres e qualidade das pessoas, como os que tm como finalidade instruo ou
educao dos filhos, enquanto menores ou hipossuficientes.

5) PRINCPIOS
 DA RECIPROCIDADE o direito a alimentos recproco entre pais e filhos (art. 1.696).
 DA PREFERNCIA primeiro so chamados os parentes na linha reta, depois, na colateral (art.
1.697).
 DA COMPLEMENTARIEDADE um parente no podendo pagar, so chamados os demais, em
carter complementar (art. 1.698).
 DA MUTABILIDADEPERSONALSSIMO a deciso sobre alimentos pode ser sempre alterada (art.
1.699).
 DA TRANSMISSIBILIDADE a obrigao de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do
devedor (art. 1.790).
 DA ALTERNATIVIDADE os alimentos podem ser pagos em espcie ou em dinheiro (art. 1.701).

CAHALI, Yussef Said. Dos alimentos. 4. ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, p. 18-19.
GONALVES, Carlos Roberto. Sinopses Jurdicas. v. 2, p. 132.
3 LESSA, Nelcy Pereira. O novo Cdigo Civil do direito de famlia. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 2002, p. 388.
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 DA IRRENUNCIABILIDADE o credor pode no exercer, porm lhe vedado renunciar o direito a
alimentos (art. 1.707).

6) FORMA
 Contratuais ou voluntrios contrato ou doao (ato inter vivos); testamentrios (ato causa mortis
art. 1.920 o legado de alimentos abrange o sustento, a cura, o vesturio e a casa, enquanto o
legatrio viver, alm da educao, se ele for menor.)
 Indenizatrios ou ressarcitrios decorrem da prtica do ato ilcito e constitui forma de
reparao de dano.
 Legais.

7) CARACTERSTICAS DO DIREITO PRESTAO ALIMENTCIA


 PERSONALSSIMO - pessoal esplio? Trata-se de um direito estabelecido em funo da pessoa,
destinando-se subsistncia apenas do alimentado, intransfervel. No pode e no deve nem
indiretamente beneficiar outra pessoa seno o alimentado.
 INCESSVEL - Impe o art. 1.707 que o crdito aos alimentos vincendos insuscetvel de cesso,
o que decorre do seu carter personalssimo, sendo inseparvel da pessoa do credor. As
prestaes vencidas, como dvida comum, podem ser cedidas por no haver obstculo no art.
286.
 INCOMPENSVEL - Se o devedor da penso alimentcia se torna credor da pessoa alimentada, no
pode opor-lhe o seu crdito quando for exigida a obrigao, conforme arts. 373, II e 1.707. A
compensao meio de extino de obrigaes. Como os alimentos destinam-se subsistncia
do alimentado, a cesso total ou parcial deste direito poderia constituir prejuzo irreparvel para
ele.
 IMPENHORVEL - Inadmissvel que qualquer credor venha privar o alimentado do que
estritamente necessrio sua subsistncia, como expressamente previsto no art. 649, VII do CPC
e art. 1.707 do CC. No h como se admitir a penhora de um direito essencial mantena da
vida. Da, por sua natureza, um crdito impenhorvel.
 IMPRESCRITVEL - mas prescritveis as prestaes. CARLOS ROBERTO GONALVES - O que no
prescreve o direito de postular em juzo o pagamento de penses alimentcias, ainda que o
alimentando venha passando necessidade h muitos anos. No entanto, prescreve em dois anos o
direito de cobrar as penses j fixadas em sentena ou estabelecidas em acordo e no pagas, a
partir da data em que se vencerem (CC, art. 206, 2). A prescrio da pretenso a essas parcelas
ocorre mensalmente.
 INTRANSACIONVEL - Na redao original do art. 1.707 estava previsto que o crdito alimentar
seria insuscetvel de transao, expresso oportunamente excluda na redao final porque o
que no transacionvel o direito aos alimentos, podendo, no entanto, ser objeto de transao
o seu valor.
 IRREPETVEL OU IRRESTITUVEL - irrepetibilidade destinam-se a ser consumidos; se paga
dvida. CARLOS ROBERTO GONALVES - Os alimentos, uma vez pagos, so irrestituveis, sejam
provisrios, definitivos ou ad litem. que o dever alimentar constitui matria de ordem pblica,
e s nos casos legais pode ser afastado, devendo subsistir at deciso final em contrrio. Mesmo
que a ao venha a ser julgada improcedente, no cabe a restituio dos alimentos provisrios
ou provisionais.
 ATUAL - exigvel no presente e no no passado ou no futuro. No se pode pedir alimentos
pretritos em relao ao ajuizamento do pedido de alimentos j que corresponde a utilizao da
liberdade de no exigir o direito aos alimentos. Dispe o art. 13 2 da Lei 5.478/68 que a
prestao alimentcia devida s a partir da citao do alimentante. uma obrigao atual no
sentido de ser examinada a necessidade dos alimentos no momento em que eles so pedidos e
no para o futuro.
 DVIDA DE VALOR E NO DVIDA PECUNIRIA conseqncia: no h julgamento ultra petita

8) FINALIDADE: DEFINITIVOS OU PROVISRIOS E PROVISIONAIS


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 YUSSEF SAID CAHALI - Provisionais, provisrios ou in litem os alimentos que, precedendo os
concomitantemente ao de separao judicial, de divrcio, de nulidade ou anulao do
casamento, ou ainda prpria ao de alimentos, so concedidos para a manuteno do
suplicante, ou deste e de sua prole, na pendncia do processo, compreendendo tambm o
necessrio para cobrir as despesas da lide. Dizem-se regulares, ou definitivos, aqueles
estabelecidos pelo juiz ou mediante acordo das prprias partes, com prestaes peridicas, de
carter permanente, ainda que sujeitos a eventual reviso."
 MARIA ALICE ZARATIN LOTUFO - Os alimentos podem ser fixados provisoriamente, da o nome
alimentos provisrios, ou definitivamente, e ento denominados alimentos definitivos. Os alimentos
provisrios, que podem ser fixados liminarmente, so aqueles destinados ao sustento do
alimentando no decorrer do processo at a sentena final, quando modificados ou no, se
transformam em definitivos.
 CARLOS ROBERTO GONALVES - Quanto finalidade, classificam-se os alimentos em definitivos
(ou regulares), provisrios e provisionais. Definitivos so os de carter permanente,
estabelecidos pelo juiz na sentena ou em acordo das partes devidamente homologado,
malgrado possam ser revistos (CC, art. 1.699).
 ALIMENTOS PROVISIONAIS so os concedidos em medida cautelar, preparatria ou incidental, na
forma dos arts. 852 e segs. do CPC. So chamados ad litem por inclurem alm do necessrio para
cobrir as necessidades, as despesas com a ao. Podem ser revistos a qualquer tempo, nos
prprios autos art. 807 do CPC. So devidos desde a sua concesso. Para serem concedidos
exige-se a prova do fumus boni juris e do periculum in mora. Os provisionais conservam a sua
eficcia at o julgamento da ao principal, mas podem, a qualquer tempo, ser revogados ou
modificados (CPC, art. 807). A expresso "alimentos provisionais", na prtica, empregada,
entretanto, indistintamente, para indicar tambm os fixados liminarmente na ao de alimentos
de rito especial. (CARLOS ROBERTO GONALVES)
 SILVIO SALVO VENOSA - Alimentos provisionais ou provisrios so aqueles que precedem ou so
concomitantes a uma demanda de separao judicial, divrcio, nulidade ou anulao de
casamento, ou mesmo ao de alimentos (art. 1.706). Finalidade: propiciar meios para que a ao
seja proposta e prover a mantena do alimentando e seus dependentes durante o curso do
processo. So regulares ou definitivos os alimentos estabelecidos como penso peridica, ainda
que sempre sujeitos reviso judicial. Os alimentos provisionais so estabelecidos quando se
cuida da separao de corpos, prvia ao de nulidade ou anulao de casamento, de
separao ou divrcio. Nesse caso, os provisionais devem perdurar at a partilha dos bens do
casal. Mas os alimentos provisrios podem ser requeridos sempre que movida a ao de
alimentos, com fixao initio litis (art. 4 da Lei n 5.478/68), desde que j haja prova prconstituda do dever de prest-los. Provisrios ou provisionais, pouco importando sua
denominao, sua compreenso e finalidades so idnticas.
 Os ALIMENTOS PROVISRIOS so os concedidos em pedido fundamentado na Lei Especial n
5.478/68, Lei de Alimentos. Podem alcanar, alm das necessidades para subsistncia, parte da
renda de bens comuns (art. 4, pargrafo nico LA). Podem ser revistos em autos apartados
desde que haja modificao na situao das partes (art. 13, 1 LA). Devidos desde a citao do
alimentante (art. 13, 2 da LA). Para serem concedidos, exige-se a prova prvia da obrigao:
parentesco, casamento ou unio estvel. So devidos inclusive no curso de recurso especial que
a teria ento efeito suspensivo, excepcionalmente (art. 13, 3 LA). Os provisrios exigem prova
pr-constituda do parentesco, casamento, companheirismo ou convivncia (Leis n 5.478/68 e
8.971/94). Apresentada essa prova, o juiz fixar os alimentos provisrios, se requeridos. Os
termos imperativos empregados pelo art. 4 da Lei de Alimentos demonstram que a fixao no
depende da discrio do juiz, sendo obrigatria, se requerida e se provados os aludidos
vnculos. J a determinao dos provisionais depende da comprovao dos requisitos inerentes a
toda medida cautelar: o fumus boni juris e o periculum in mora. Esto sujeitos, pois, a discrio do
juiz. Podem ser fixados, por exemplo, em ao de alimentos cumulada com investigao de
paternidade.

9) MOMENTO EM QUE SO RECLAMADOS: FUTURO E PRETRITO


 YUSSEF SAID CAHALI - "Alimenta futura so os alimentos que se prestam em virtude de deciso
judicial ou de acordo, e a partir dela: alimenta praeterita so as anteriores a qualquer desses
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momentos. A distino tem relevncia na determinao do termo a quo a partir do qual os
alimentos se tornam exigveis."
 SILVIO SALVO VENOSA que "quanto ao tempo em que so concedidos, os alimentos podem ser
futuros ou pretritos. Futuros so aqueles a serem pagos aps a propositura da ao; pretritos,
os que antecedem a ao. Em nosso sistema, no so possveis alimentos anteriores citao, por
fora da Lei n 5.478/68 (art. 13, 2). Se o necessitado bem ou mal sobreviveu at o ajuizamento
da ao, o direito no lhe acoberta o passado. Alimentos decorrentes da lei so devidos,
portanto, ad futurum, e no ad praeteritum. O contrato, a doao e o testamento podem fix-los
para o passado, contudo, porque nessas hipteses no h restries de ordem pblica.

10) MODALIDADES DA PRESTAO: PRPRIA E IMPRPRIA


 BASLIO DE OLIVEIRA - Prpria a obrigao de alimentos que tem como contedo a prestao
daquilo que diretamente necessrio manuteno do beneficirio. J a imprpria tem como
contedo a prestao dos meios idneos aquisio de bens necessrios subsistncia do
alimentando.
 SCHANZE, YUSSEF SAID CAHALI - A distino entre obrigao de alimentos que tem como
contedo a prestao daquilo que diretamente necessrio manuteno da pessoa (obrigao
alimentar prpria); e obrigao de alimentos que tem com contedo o fornecimento dos meios
idneos aquisio de bens necessrios subsistncia (obrigao alimentar imprpria). Esta
classificao faz da dvida alimentar uma obrigao fungvel, interessando particularmente a
anlise do art. 1.701 do CC.

11) CAUSA JURDICA


 VOLUNTRIOS (INTER VIVOS ou CAUSA MORTIS): CARLOS ROBERTO GONALVES - Voluntrios, so
aqueles que emanam de uma declarao de vontade inter vivos (obrigao assumida
contratualmente por quem no tinha a obrigao legal de pagar alimentos - pertencem ao direito
das obrigaes e so chamados tambm de obrigacionais) ou causa mortis (manifestada em
testamento, em geral sob a forma de legado de alimentos, e prevista no art. 1.920 - pertencem ao
direito das sucesses e so tambm chamados de testamentrios).
 INDENIZATRIOS OU RESSARCITRIOS: YUSSEF SAID CAHALI - Embora haja consenso na doutrina
e jurisprudncia no sentido de que 'a penso de alimentos', mencionada no art. 948, II do CC/02,
serve apenas como referencial ou parmetro na fixao do dano indenizatrio decorrente do ato
ilcito, no se confundindo com os alimentos do Direito de Famlia, certo que alguns pontos de
semelhana ou de divergncia tm sido anotados pelos tribunais. Tambm na indenizao do
ato ilcito, vem sendo admitida a ao revisional de alimentos, objetivando o reajuste de penses
a que foi condenado o causador do dano, e considerada perfeitamente possvel, nos termos do
art. 602, 3, do CPC. A priso civil por dvida como meio coercitivo para o cumprimento da
obrigao alimentar, cabvel somente no caso dos alimentos previstos no Direito de Famlia."
 LEGAIS OU LEGTIMOS: MARIA ALICE ZARATIN LOTUFO - a lei impe aos parentes e aos ligados
pelo matrimnio, ou pela unio estvel, reconhecida como entidade familiar, a obrigao de
sustento do necessitado, nas condies das suas possibilidades. Mas que "no se trata de favor,
mas de um dever consubstanciado numa obrigao exigvel judicialmente e de forma bastante
coercitiva, ou seja, acarretando para o devedor, que pode e no quer pagar, a execuo dos seus
bens e at a priso civil."

12) DOS OBRIGADOS A PRESTAR ALIMENTOS


 BASLIO DE OLIVEIRA pais e filhos; ascendentes na ordem de proximidade; descendentes
excludo direito de representao; irmos uni e bilaterais, consangneos ou adotivos. Assim,
ocupam o primeiro plano na segunda categoria os avs; o segundo, os bisavs, e, assim,
sucessivamente. Na falta de ascendente, cabe a obrigao aos descendentes, guardada a ordem
da sucesso. Em 1 lugar, os filhos, em 2, os netos, e assim sucessivamente. Faltando os
descendentes, a obrigao incumbe aos irmos, quer germanos, quer unilaterais. No se deve
confundir a obrigao alimentar com certos deveres familiares, de sustento, assistncia e socorro,
como os que existem entre os cnjuges e entre estes e os filhos menores, que devem ser
cumpridos incondicionalmente.
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 Podem os parentes, os cnjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que
necessitem para viver de modo compatvel com a sua condio social, inclusive para atender s
necessidades de sua educao. So devidos os alimentos quando quem os pretende no tem
bens suficientes, nem pode prover, pelo seu trabalho, prpria mantena, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornec-los, sem desfalque do necessrio ao seu sustento. (arts. 1.694, 1.695)
 O direito prestao de alimentos recproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigao nos mais prximos em grau, uns em falta de outros. Na falta
dos ascendentes cabe a obrigao aos descendentes, guardada a ordem de sucesso e, faltando
estes, aos irmos, assim germanos como unilaterais. (art. 1.696, 1.697)
 A relao taxativa e no alcana os afins. O parente que necessitar de alimentos dever observar
a ordem de preferncia estabelecida em lei. Assim, se um filho tem condies de prestar
alimentos ao pai, no pode o ltimo pleite-los do irmo.
 Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, no estiver em condies de suportar
totalmente o encargo, sero chamados a concorrer os de grau imediato; sendo vrias as pessoas
obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporo dos respectivos recursos, e,
intentada ao contra uma delas, podero as demais ser chamadas a integrar a lide. (art. 1.698)
 Se, fixados os alimentos, sobrevier mudana na situao financeira de quem os supre, ou na de
quem os recebe, poder o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstncias, exonerao,
reduo ou majorao do encargo (art. 1.699).

13) GENERALIDADES
 A obrigao de prestar alimentos transmite-se aos herdeiros do devedor. (art. 1.700)
 Na separao judicial litigiosa, sendo um dos cnjuges inocente e desprovido de recursos,
prestar-lhe- o outro a penso alimentcia que o juiz fixar. (art. 1.702)
 Se um dos cnjuges, separados judicialmente, vier a necessitar de alimentos, ser o outro
obrigado a prest-los mediante penso a ser fixada pelo juiz, caso no tenha sido declarado
culpado na ao de separao judicial. Se declarado culpado vier a necessitar de alimentos, e no
tiver parentes em condies de prest-los, nem aptido para o trabalho, o outro cnjuge ser
obrigado a assegur-los, fixando o juiz o valor indispensvel sobrevivncia. (art. 1.704)
 Para a manuteno dos filhos, os cnjuges separados judicialmente contribuiro na proporo de
seus recursos. (art. 1.703)
 Para obter alimentos, o filho havido fora do casamento pode acionar o genitor, sendo facultado
ao juiz determinar, a pedido de qualquer das partes, que a ao se processe em segredo de
justia. (art. 1.705)
 Pode o credor no exercer, porm lhe vedado renunciar o direito a alimentos, sendo o
respectivo crdito insuscetvel de cesso, compensao ou penhora. (art. 1.707)
 Com o casamento, a unio estvel ou o concubinato do credor, cessa o dever de prestar
alimentos. Com relao ao credor cessa, tambm, o direito a alimentos, se tiver procedimento
indigno em relao ao devedor. O novo casamento do cnjuge devedor no extingue a obrigao
constante da sentena de divrcio. (arts. 1.708, 1.709)
 As prestaes alimentcias, de qualquer natureza, sero atualizadas segundo ndice oficial
regularmente estabelecido. (art. 1.710)

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