Plano de Manejo para Polinização Da Cultura Do Cajueiro
Plano de Manejo para Polinização Da Cultura Do Cajueiro
Plano de Manejo para Polinização Da Cultura Do Cajueiro
EQUIPE TCNICA
Autores:
Coordenador:
Breno Magalhes Freitas - Universidade Federal do Cear
Pesquisadores:
Breno Magalhes Freitas - Universidade Federal do Cear
Claudia Ins da Silva - Universidade Federal do Cear
Ahmad Saeed Khan - Universidade Federal do Cear
Patrcia Vernica Pinheiro Sales Lima - Universidade Federal do
Cear
Afonso Odrio Nogueira Lima Instituto Centec
Joo Paulo de Holanda Neto Instituto Federal do Rio Grande do
Norte
Raimundo Maciel Sousa Instituto Federal do Cear
Bolsistas:
Ana Cristina Nogueira Maia (FUNBIO)
Ana Vldia da Costa Brito (FUNBIO)
Antnio Diego de Melo Bezerra (CNPq)
Antnio Ermeson Chaves de Azevedo (CNPq)
Camila Queiroz Lemos (FUNBIO)
David Silva Nogueira (CNPq)
Elison Lucas Brana (CNPq)
Epifnia Emanuela de Macdo Rocha (CNPq)
Francisco Arivaldo Moreira Junior (CNPq)
Jamille Albuquerque de Oliveira (FUNBIO)
Keniesd Sampaio Mendona (CNPq)
Natlia de Oliveira Pereira (FUNBIO)
Neuto Chaves e Silva (CNPq)
Odaci de Sousa Aguiar (CNPq)
Ramayanno Lopes de Alencar (CNPq)
Roberto Felipe Rocha (CNPq)
Apoio:
Altamira Apcola, Comrcio, Representao, Importao e
Exportao Ltda - Cear
Coopernctar Cooperativa dos Apicultores da Regio do Semirido Ltda. - Cear
Associao dos Apicultores do Serto de Beberibe - Cear
Associao dos Apicultores de Cristino de Castro - Piau
Associao dos Apicultores da Serra do Mel Rio Grande do
Norte
Reviso:
Ceres Belchior; Comit Editorial do Ministrio do Meio Ambiente;
Pollyane Barbosa Rezende Martins
Projeto Grfico e Diagramao:
I Graficci Comunicao e Design
Tiragem:
1.000
Editor:
Fundo Brasileiro para Biodiversidade - FUNBIO
Catalogao na Fonte
Fundo Brasileiro para a Biodiversidade - Funbio
P774
Este material foi produzido pela Rede de Pesquisa dos Polinizadores do Cajueiro como parte do Projeto Conservao e Manejo
de Polinizadores para uma Agricultura Sustentvel, atravs de uma
Abordagem Ecossistmica. Este Projeto apoiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), sendo implementado em sete pases, Brasil, frica do Sul, ndia, Paquisto, Nepal, Gana e Qunia. O
Projeto coordenado em nvel global pela Organizao das Naes
Unidas para Alimentao e Agricultura (FAO), com apoio do Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). No Brasil,
coordenado pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA), com apoio
do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO).
SUMRIO
Lista de figuras 4
1. Introduo 5
2. A Cajucultura no Brasil 9
2.1 Importncia econmica e social
10
2.2 Status atual da cajucultura brasileira
12
2.3 Tipos de cajueiro cultivados no Brasil e implicaes na produtividade
13
3. A polinizao do cajueiro 15
3.1 Biologia floral do cajueiro
16
3.2 Requerimentos de polinizao do cajueiro
17
4. Visitantes florais e potenciais polinizadores do cajueiro
20
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7. Referncias bibliogrficas 45
Lista de figuras
Figura 1 |
O caju formado pelo fruto do cajueiro (castanha) e o pednculo floral desenvolvido (a),
enquanto que a amndoa extrada da castanha (b)
11
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Figura 3 |
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Figura 4 |
17
Figura 5 |
17
Figura 6 |
19
Figura 7 |
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Figura 8 |
27
Figura 9 |
33
Figura 2 |
Figura 10 | Duas ou mais variedades clonais de cajueiro ano devem ser cultivadas no mesmo pomar
para fornecerem plen compatvel uma para outra
34
34
35
36
Figura 14 | As abelhas do gnero Centris necessitam de flores fornecedoras de leo para estabelecer
populaes grandes o suficiente para aumentar a produtividade do cajueiro
37
Figura 15 | A conservao das matas nativas no entorno dos cajueirais uma prtica importante para
assegurar polinizadores durante o florescimento da cultura
38
Figura 16 | Flora ruderal importante para manter os polinizadores nos plantios quando os cajueiros
no esto florescendo
39
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42
43
44
01
Introduo
O cajueiro (Anacardium occidentale L.) uma rvore da famlia Anacardiaceae, nativa do Brasil, mas que
foi levada pelos colonizadores portugueses para vrias
de suas colnias na frica e sia. A partir dessas localidades, a espcie espalhou-se por vrios pases tropicais
ao redor do mundo, e hoje economicamente importante tanto para os agricultores que o cultivam, quanto
para a economia de seus pases (Fontenele 1982).
O cultivo do cajueiro visa a obteno do seu fruto, a castanha, tanto por sua
amndoa quanto pelo leo extrado da casca, comumente chamado de LCC (Lquido da Casca da Castanha). Ambos os produtos so altamente valorizados e so
usados de formas diversas, que vo desde a alimentao humana e animal com
a amndoa at uma variedade de aplicaes industriais do LCC (Agostini-Costa et
al. 2005; Blomhoff et al. 2006; Tullo 2008).
A produo mundial de castanha de caju oscila bastante de um ano para o
outro. Os dados mais recentes disponveis mostram que entre 2009 e 2010 ela
subiu de 3.8 a 7.0 milhes de toneladas, mas caiu em 2011 para 4.2 milhes de
toneladas em uma rea plantada de 4.7 milhes de hectares (FAO 2013). O Brasil
j foi o maior produtor mundial de castanha de caju, mas atualmente responde
por apenas 5,4% do montante, ocupando a quinta colocao entre os maiores
produtores, atrs do Vietnam (28,5%), Nigria (19,3%), ndia (16,0%) e Costa do
Marfim (10,7%). Juntos com o Brasil, esses pases so responsveis por mais de
80% da produo mundial de castanha de caju (FAO 2013).
A principal razo da perda de espao do Brasil no mercado mundial de
castanha de caju a baixa produtividade da cultura no pas. Enquanto a mdia
mundial de 893,5 kg de castanha/ha, no Brasil ela mal chega a um tero deste
valor, sendo de 301,9 kg de castanha/ha (FAO 2013). Vrios fatores vm sendo
apontados ao longo dos anos como os responsveis pela baixa produtividade
brasileira, tais como a falta de correo dos solos, irrigao, controle de pragas
e doenas e a predominncia de cajueirais velhos e improdutivos (Aquino et al.
2004; Oliveira 2007; Rossetti e Montenegro 2012). No entanto, apesar dos vrios
estudos e esforos empregados nessas reas, no se tem observado melhorias na
produtividade brasileira.
O cajueiro
Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro 7
Na verdade, a polinizao parece ser o fator mais importante na produtividade do cajueiro. A elevada queda de frutos ainda muito jovens (maturis) poucos dias aps a polinizao levantou a suspeita de nveis de polinizao abaixo
do ideal ou uma polinizao inadequada como sendo a principal causa da baixa
produtividade nessa cultura (Reddi 1987; Freitas et al. 2002). De fato, estudos
conduzidos nos ltimos vinte anos encontraram dficits de polinizao significantes nos plantios e comprovaram que os insetos, particularmente as abelhas, so
os principais polinizadores do cajueiro (Reddi 1991; Holanda-Neto et al. 2002;
Freitas et al. 2014).
O papel da polinizao na produo agrcola e produtividade de muitas culturas j bem documentado (Garibaldi et al. 2013; Milfont et al. 2013). Estima-se
que um tero de toda a alimentao humana tem como origem espcies vegetais que dependem da polinizao por insetos para produzirem frutos e sementes. Em termos globais, esses servios tm sido avaliados em 153 bilhes (R$
476 bilhes), representando cerca de 9.5% de toda a produo agrcola mundial
(Vergara et al. 2014). Por essa razo, sistemas agrcolas de alta produtividade e
rentabilidade, como os do melo (Cucumis melo L.), ma (Malus domestica Borkh), kiwi (Actinidia deliciosa A.Chev.), amndoas americanas (Prunus dulcis (Mill.)
D.A.Webb), dentre outros, usam a polinizao como um insumo em suas cadeias
produtivas, assegurando que todos os investimentos e esforos colocados no sistema de produo (preparo do solo, mudas selecionadas, irrigao, adubao,
combate a pragas e doenas e demais tratos culturais) possam expressar o seu
potencial no incremento da produtividade por meio de uma polinizao eficiente
e adequada das flores da cultura (Free 1993; Freitas e Imperatriz-Fonseca 2004).
Sendo assim, o presente plano de manejo para a polinizao do cajueiro
tem por objetivo alertar os produtores e demais agentes envolvidos na cadeia da
cajucultura sobre a importncia da polinizao no incremento da produtividade
desta cultura no Brasil. Visa tambm sugerir prticas de cultivo e manejo dos pomares e polinizadores que favoream uma polinizao adequada, tanto em nveis
de polinizao quanto na qualidade desta polinizao, que possam, associados s
demais prticas agrcolas da cultura, maximizar o potencial produtivo dos cultivos
de cajueiro no pas.
Estudos
conduzidos nos
ltimos vinte
anos encontraram
dficits de
polinizao
significantes
nos plantios e
comprovaram
que os insetos,
particularmente
as abelhas, so
os principais
polinizadores do
cajueiro
02
A cajucultura no Brasil
Cajus
10 Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro
Figura 1 O caju formado pelo fruto do cajueiro (castanha) e o pednculo floral desenvolvido (a),
enquanto que a amndoa extrada da castanha (b). Fonte: Breno M. Freitas.
Fortaleza
Pacajus
Beberibe
Santana do
Acara
Barreira
Teresina
RIO GRANDE
DO NORTE
Serra do Mel
CEAR
Natal
Macaba
Pio IX
Cerro Cor
PIAU
Monsenhor Hiplito
So Raimundo
Nonato
1.043 - 1.500
1.501 - 2.000
Capitais
Malha municipal
2.001 - 5.000
Fonte: IBGE/2004
5.001 - 11.917
Figura 2 Municpios mais expressivos na produo de castanha de caju nos estados de maior produo no Brasil. Fonte: CONAB, 2013.
O baixo rendimento dos cajueirais tem sido apontado como um dos principais obstculos para o desenvolvimento da cajucultura no Brasil. Isso se deve tanto
pelo fato de que maioria da rea plantada est em produo h mais de 30 anos,
portanto j em fase de declnio da produo, como tambm ao baixo nvel tecno-
poucas prticas agronmicas, para uma atividade intensiva, usando-se as variedades ans precoces e um sistema de produo pautado na agricultura moderna.
No entanto, levando-se em conta que a rea plantada com cajueiros tem
sido renovada e expandida, novas tecnologias vm sendo desenvolvidas e implementadas e, mesmo assim, a produtividade brasileira continua muito abaixo de
outros pases produtores com condies agrcolas e tecnolgicas at inferiores s
do Brasil, torna-se necessrio considerar o papel desempenhado por outros fatores, como o dficit de polinizao, conforme definido por Vaissire et al. (2011),
na baixa produtividade nacional.
Figura 3 Tipos de cajueiros cultivados nos plantios brasileiros: a cajueiro comum ou gigante; b
cajueiro ano precoce. Fonte: Breno M. Freitas.
03
A polinizao do cajueiro
O cajueiro uma planta andromonica, ou seja, possui flores estaminadas (masculinas) e perfeitas (hermafroditas) na mesma inflorescncia. As inflorescncias,
por sua vez, so panculas terminais que podem produzir
durante sua vida entre 200 e 1600 flores. No perodo de
florada, cada rvore chega a produzir em mdia cem inflorescncias de vrias idades diferentes (Freitas 1994; Cavalcanti e Barros 2009). A relao entre flores masculinas
e hermafroditas varia bastante em funo do estgio de
florescimento da planta e do material gentico estudado,
podendo oscilar de 0,5 a 25 flores masculinas para cada
flor hermafrodita (Damodaran et al. 1979; Free 1993).
Flores do cajueiro
16 Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro
Figura 4 Desenho esquemtico das flores do cajueiro: a flor estaminada (masculina); b flor perfeita (hermafrodita). Fonte: adaptado de Freitas e Paxton, 1998.
Figura 5 Flores jovens do cajueiro: flor estaminada (masculina) em primeiro plano; flor perfeita (hermafrodita) em segundo plano. Fonte: Epifnia E.M. Rocha.
acasalamento tambm levou a crer que o cajueiro no apresentaria nenhum sistema de autoincompatibilidade (Faluyi
1983). Contudo, pesquisas recentes sugerem que o cajueiro
apresenta uma autoincompatibilidade parcial ou alguma
forma de autoinfertilidade (depresso endogmica), que
pode variar de leve a severa, dependendo da proximidade
gentica das plantas (Holanda Neto et al. 2002; Wunnachit
et al. 1992; Holanda Neto 2008).
A autoincompatibilidade parcial do cajueiro seria de
ao tardia, como observada em outras espcies de Anacardiaceae (Holanda Neto et al. 2002). Nessa situao, os
tubos polnicos dos gros de plen compatveis e incompatveis germinam no estigma das flores hermafroditas, crescem pelo estilete e chegam rapidamente ao ovrio (Wunnachit et al. 1992; Holanda Neto 2008). No entanto, a fuso
dos gametas pode ser retardada por vrios dias e nesse
intervalo de tempo, fitormnios produzidos pelo tubo polnico estimulam o crescimento do ovrio fazendo com que
cerca de sete dias aps ele parea um pequeno fruto. No
caso do caju no est claro se o vulo no fertilizado ou o
zigoto formado logo abortado quando o material gentico
daquele gro de plen for incompatvel, impedindo o desenvolvimento do embrio dentro do ovrio. De qualquer
forma, o fato que quando os fitormnios produzidos pelo
tubo polnico se esgotam, cerca de nove a 15 dias aps a po-
b
d
04
Vrias espcies de insetos tm sido relatadas visitando as inflorescncias do cajueiro em cultivos agrcolas, principalmente formigas, abelhas, borboletas,
mariposas e vespas (Free e Williams 1976; Freitas et
al. 2002; Bhattacharya 2004). Embora diversos estudos
tenham sugerido um ou grupo desses insetos como
polinizadores efetivos do cajueiro, nem todo visitante
floral , de fato, um polinizador. As formigas, incluindo
Camponotus, so comuns nas inflorescncias dos cajueiros, mas normalmente se restringem a coletar nctar de nectrios extraflorais e no tocam nos rgos
reprodutivos das flores.
De forma semelhante, a maioria das vespas buscam presas nas flores e tambm no entram em contato com as anteras e estigmas. Outros insetos como
borboletas e mariposas, alm de pouco frequentes nas flores dos cultivos de cajueiro no discriminam entre as flores novas com plen fresco e estigma receptivo e aquelas velhas que no conseguem mais vingar frutos, visitam as flores
fora do horrio de liberao de plen altamente vivel e/ou maior receptividade
do estigma, ou tarde do dia ou noite, quando no h mais plen disponvel
nas flores e a maioria dos estigmas no est mais receptivo. Alm disso, alguns
visitantes florais no apresentam constncia s flores do cajueiro alternando frequentemente entre as flores do cultivo e as de espcies silvestres que ocorrem na
rea (Freitas e Paxton 1996; Freitas et al. 2002).
Moscas e mariposas tm sido apontadas como polinizadores importantes
do cajueiro devido a observaes pontuais de muitos indivduos visitando flores
de cajueiro em certas localidades. No entanto, no existem estudos que demonstrem a eficincia desses insetos como polinizadores do cajueiro. Na verdade,
considerando o curto intervalo de tempo que as flores permanecem receptivas
e o comportamento das moscas em flores, parece pouco provvel que elas possam transferir grandes quantidades de plen compatvel e vivel enquanto os
estigmas ainda esto receptivos. No caso de mariposas, geralmente quase no
h plen disponvel e estigmas receptivos quando elas visitam as flores no final
da tarde ou incio da noite, embora ainda possam polinizar uma ou outra flor. De
qualquer maneira, fica claro que as moscas e mariposas podem ocasionalmente
polinizar algumas flores e at contribuir para o incremento da produtividade do
cajueiro, mas no constituem os principais polinizadores do cajueiro.
A maioria dos estudos conduzidos sobre a polinizao do cajueiro tem
apontado as abelhas como principais polinizadores (Reddi 1991; Free 1993;
Freitas e Paxton 1996; 1998). Alm de serem os visitantes florais mais abundantes, as abelhas tambm apresentam comportamento de forrageio adequado
para a polinizao das flores do cajueiro (Figs. 7a-f). Elas apresentam constncia floral visitando somente flores de cajueiro e no alternando com flores de
outras espcies vegetais, possuem horrio de visita s flores coincidindo com os
momentos de maior viabilidade de plen e receptividade dos estigmas, entram
em contato com as anteras com a mesma rea do corpo que faz contato com o
estigma propiciando a transferncia de plen entre eles, reconhecem e visitam
apenas as flores jovens (brancas) que ainda possuem plen fresco e estigmas
receptivos e carregam grande quantidade de plen nos pelos do corpo (Freitas
e Paxton 1996; Freitas 1997a). As abelhas sociais ainda apresentam a vantagem
22 Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro
Alm de serem os
visitantes florais
mais abundantes,
as abelhas tambm
apresentam
comportamento
de forrageio
adequado para a
polinizao das
flores do cajueiro
Justificativa
Apis mellifera
Espcie mais comum nos cajueirais e mais utilizada para a polinizao. Comprovadamente
eficiente (Freitas e Paxton 1998).
Melipona subnitida
Abelha sem ferro nativa do Nordeste brasileiro, visitante do cajueiro e com alguns criatrios
j estabelecidos na regio (Nogueira-Neto 1997).
Trigona spinipes
Abelha sem ferro nativa de todo o Brasil. Visita e poliniza as flores do cajueiro, mas pode danificar flores e frutos na ausncia de recursos naturais necessrios (Freitas et al. 2014).
Centris spp.
Xylocopa spp.
Gnero de abelhas solitrias de grande porte bastante comum em todo o pas, mas X. griscescens e X. frontalis so as mais comuns nos cajueirais. So polinizadoras comprovadamente eficientes de vrias culturas e h experincias bem sucedidas de criatrio em ninhos-armadilha
e ninhos-racionais (Freitas e Oliveira Filho 2001).
Bombus brevivillus
nica espcie de Bombus comprovadamente nativa na regio (Silveira et al. 2002). Visita flores de cajueiro e um polinizador potencial dessa cultura.
Fonte: Freitas (2009), Rede de pesquisa dos polinizadores da cultura do cajueiro (Anacardium occidentale L.) no Brasil. Fortaleza, 2009.
05
Dficit de polinizao da
cajucultura brasileira
Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro 25
para fertilizar o nico vulo e vingar o fruto, as chances de cada flor hermafrodita
ser polinizada adequadamente passam a depender mais da abundncia de polinizadores e suas eficincias de polinizao do que da compatibilidade gentica
entre as plantas que compe o plantio.
Figura 8 Cajueiros com alta e baixa produo de frutos: a planta com grande carga de frutos em
vrios estgios de desenvolvimento e ainda florescendo; b planta com baixo vingamento de frutos e
ainda florescendo. Fonte: Breno M. Freitas.
Iniciativas de
desenvolver
variedades
selecionadas e
potencialmente
mais produtivas
s se tornaro
efetivas em
aumentar a
produtividade se
forem levados em
considerao os
requerimentos de
polinizao do
cajueiro
06
Pomar em produo
Fonte: Breno M. Freitas
Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro 31
No caso do tipo comum, apesar das rvores apresentarem constituio gentica distinta e, portanto, no favorecer
a ocorrncia de autoincompatibilidade entre as plantas, o
grande porte dos cajueiros e o hbito de forrageio dos polinizadores favorece a geitonogamia (polinizao entre flores
da mesma planta), o que leva ao surgimento da autoincompatilidade parcial. Segundo Holanda Neto (2008), essa a
forma de polinizao predominante nos cajueiros comuns
silvestres, sendo esse um dos fatores que explicam a alta taxa
de queda de maturis e a baixa produtividade dessas plantas.
Portanto, os cajucultores devem evitar o cultivo do tipo comum sempre que possvel e, quando no for o caso, usar a
poda para reduzir a copa das plantas estimulando uma troca
de rvores mais frequentes por parte dos polinizadores.
Para as variedades ans precoces a questo inversa.
As copas so pequenas e os casos de geitonogamia, embora
ainda ocorram, so bem mais reduzidos do que com o tipo
comum. No entanto, a autoincompatibilidade parcial pode
se expressar mais severamente porque os pomares so
plantados com apenas uma variedade an e as plantas so
clones. Sendo assim, mesmo havendo a polinizao cruzada
entre plantas diferentes, do ponto de vista gentico essa
uma autopolinizao pois ocorre entre plantas com material idntico. A situao se agrava mais pelo fato de que as
variedades ans apresentam baixa viabilidade do plen. No
entanto, essa uma situao fcil de contornar, bastando
que se passe a cultivar o cajueiro como feito com outras
culturas que tambm apresentam incompatibilidade dentro ou entre variedades.
Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro 33
Nessas espcies, como o caso da macieira (Malus domestica), por exemplo, duas variedades distante geneticamente e, portanto, compatveis so cultivadas juntos no mesmo
pomar, de forma que uma funciona como doadora de plen
compatvel para a outra e apenas a variedade receptora produz frutos comerciais, j que os frutos da outra variedade no
tm valor de mercado. No caso do cajueiro seria ainda mais
simples, haja vista que os frutos de todas as variedades ans
desenvolvidas pela Embrapa tm valor comercial (Figura 10).
Segundo Cavalcanti e Barros (2009), depois dos primeiros clones de cajueiro ano precoce CCP 06, CCP 76,
CCP 09 e CCP 1001 lanados pela Embrapa a partir da dcada de 1990, novos clones comerciais foram disponibilizados posteriormente, sendo seis de cajueiro ano precoce
(Embrapa 50, Embrapa 51, BRS 189, BRS 226, BRS 253 e BRS
265), o primeiro clone de cajueiro comum (BRS 274) e o primeiro clone de hbrido ano x comum (BRS 275), proporcionando aos produtores alternativas para a explorao desta
cultura. Nesse caso, bastaria somente identificar os clones
mais compatveis entre si e o produtor escolher a combinao mais adequada aos seus interesses, podendo inclu-
Considerando que o raio de voo da maioria dos polinizadores curto, poucas vezes ultrapassando os 1.000 m,
para favorecer os servios de polinizao o ideal que os
pomares sejam planejados de forma que todas as plantas
estejam dentro dessa distncia at a borda de vegetao
nativa mais prxima. Para tanto, o uso de reas de cultivo
menores ao invs de uma nica grande extenso, reas de
formato retangular com o mximo de 1.000 m de largura
ou mais alongadas e estreitas, a manuteno ou cultivo de
bordas de mata nativa e/ou a implantao ou manuteno
de faixas de vegetao nativa entre as reas de cultivo beneficiaria no s os servios de polinizao, como tambm
minimizaria a disperso de pragas e doenas. Plantios de
centenas de hectares contnuos, paisagem homognea e
longe de matas fornecedoras de polinizadores devem ser
evitados sempre que possvel (Figura. 11).
Figura 11 Cultivos de cajueiros de centenas de hectares contnuos, paisagem homognea e longe de matas fornecedoras de polinizadores devem ser
evitados. Foto: Epifnia E.M. Rocha
uma variedade estivesse cercada por outras quatro da outra variedade, aumentando muito as taxas de polinizao cruzada no cultivo. Mesmo na situao na
qual plantas da mesma variedade esto prximas e favorecendo a polinizao
cruzada entre elas, cada uma tambm se encontra cercada por outras quatro
plantas da variedade diferente (Figura 12). Caso haja preferncia do produtor por
frutos de alguma variedade em particular, outros arranjos de plantio que levem
a uma quantidade maior de plantas daquela variedade em particular podem ser
adotados (Figura 12). Nestes casos, no entanto, deve-se tomar cuidado para usar
arranjos que no comprometam significativamente os servios de polinizao
cruzada dos polinizadores, levando a dficits de polinizao que comprometam
a produtividade desejada (Figura 12). Os arranjos de plantio entre as variedades
de cajueiro devem sempre favorecer a polinizao cruzada entre os clones para
aumentar a produtividade da cultura.
A B A B A B A
B A A A B A A
3
A A A A A A
B A B A B A B
A B A A A B A
A B A A B A
A B A B A B A
A A B A A A B
A A A A A A
B A B A B A B
A A A B A A A
A B A A B A
A B A B A B A
B A A A B A A
A A A A A A
B A B A B A B
A B A A A B A
A B A A B A
A B A B A B A
A A B A A A B
A A A A A A
B A B A B A B
A A A B A A A
A B A A B A
A B A B A B A
B A A A B A A
A A A A A A
Figura 12 Tipos de arranjos de plantios de variedades clonais de cajueiro ano precoce: 1 propores iguais entre duas variedades (A e B). Cada planta est cercada por quatro da outra variedade; 2
variedade B como doadora de plen dentro da linha no sistema de substituio de cova; 3 variedade
A com linhas dedicadas alternando linhas de propores iguais entre A e B. Nos casos 2 e 3 h predominncia de plantas da variedade A, mas o cruzamento com a variedade B prejudicado para algumas
plantas. Setas amarelas indicam favorecimento a cruzamentos entre plantas da mesma variedade
(indesejado) e setas cinza entre plantas de variedades diferentes (desejado). Fonte: Breno M. Freitas
Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro 35
Portanto, uma boa estratgia para atrair e manter essas abelhas nos plantios comerciais, assegurando maiores
produtividades, seria o consrcio do cajueiro com uma outra
cultura de valor econmico cujas flores produzam os leos
vegetais necessrios para o estabelecimento das populaes
de abelhas Centris. Nesse caso, o consrcio do cajueiro com
a aceroleira (Malpighia emarginata), uma cultura com flores
muito procurada pelas abelhas Centris para a coleta de leos
Figura 15 A conservao das matas nativas no entorno dos cajueirais uma prtica importante para
assegurar polinizadores durante o florescimento da cultura.
Figura 16 Flora ruderal importante para manter os polinizadores nos plantios quando os cajueiros
no esto florescendo: a Scaptotrigona sp. coletando plen e nctar; b Trigondeo em busca de
plen; c Abelha solitria saindo de flor de Convolvulaceae; d Duas operrias de Trigona spinipes
interagindo em flor de Turnera sp.; e Apis mellifera coletando nctar em Spermacoce verticillata;
f Xylocopa sp. em flor de Fabaceae. Fonte: Epifnia E.M. Rocha
adequada dos plantios. Dentre essas prticas, podemos citar a remoo de troncos e galhos de madeira morta das reas de plantio, tanto aqueles oriundos de
broca quanto da poda dos cajueiros quanto o revolvimento do solo por meio de
arados, grades e cultivadores.
As reas de nidificao em massa so de fcil localizao porque geralmente situam-se em locais descobertos de vegetao rasteira e vrias fmeas constroem seus ninhos prximos uns dos outros, havendo muitos buraquinhos no
solo fazendo a entrada de cada ninho e intenso movimento de entra e sai de
abelhas. No entanto, muitos polinizadores solitrios fazem ninhos longes de aglomeraes e espalhados por todo o plantio, sendo impossvel evitar a destruio
de muitos ninhos quando do uso de implementos que revolvam o solo.
A cultura do cajueiro tradicionalmente recorre pouco ao uso de agrotxicos. No entanto, com a utilizao mais recente das variedades selecionadas de
cajueiro ano precoce, cujo porte permite uma aplicao eficiente dos produtos,
e a disseminao e aumento dos danos causados por pragas e doenas outrora
pouco impactantes ou inexistentes nessa cultura, uma proporo cada vez maior
de cajucultores vem fazendo uso de produtos qumicos no controle dos agentes
causadores de danos em seus plantios.
6.3.2 Disponibilizao de
substrato de madeira para
nidificao
Muitos polinizadores tambm
escavam ou usam cavidades pr-existentes em substratos de madeira,
como troncos, galhos e ramos de rvores para construrem seus ninhos.
Esses polinizadores somente estaro
presentes visitando as flores do cultivo se as plantas a serem polinizadas
estiverem dentro do raio de voo de
cada espcie a partir do local do seu
ninho. Desta forma, a existncia de
substratos de madeira dentro ou nos
arredores dos plantios importante
tanto para assegurar que muitos desses polinizadores estejam presentes
nas reas cultivadas, como tambm
para assegurar que um grande nmero de plantas esteja dentro do seu raio
de voo e possam ser visitadas por esses polinizadores.
O cajucultor pode incentivar a
presena desses polinizadores em
seus cajueirais espalhando troncos
e galhos secos, colmos de bambu e/
ou tbuas de madeira perfuradas em
seus cultivos, de preferncia em locais
protegidos do sol direto e da chuva, e
prximos a fontes de gua (Figura 18).
Desde que haja uma populao desses polinizadores na rea e as condies de sobrevivncia abordadas anteriormente sejam satisfatrias, eles
encontraro os locais de nidificao
disponibilizados e estabelecero no-
Figura 18 Substratos vegetais disponibilizados para nidificao de polinizadores: a Ninhos de abelhas Xylocopa griscescens em gomos de bambu; b Entradas de ninhos de Xylocopa em tronco de
madeira. Fonte: Breno M. Freitas
A simples atrao ou introduo de populaes de polinizadores nas reas de cajueiro no suficiente para assegurar a visita s
flores por todos eles ou, pelo menos, pela maioria. necessrio que
o produtor maneje esses visitantes florais para direcion-los sua
cultura, uma vez que os mesmos no tm conscincia dos servios
que prestam e no iro visitar as flores do cajueiro e poliniz-las simplesmente para satisfazer a vontade do cajucultor.
Um fator importante procurar distribuir os ninhos-armadilha
ou colmeias pela plantao da forma mais uniforme possvel, fazendo com que as abelhas tambm se distribuam de forma homognea
evitando que flores no sejam visitadas ou pouco visitadas, enquanto outras seriam visitadas mais do que o necessrio. Isso pode ocorrer porque na presena de recursos florais as abelhas tendem a se
concentrar prximas do ninho.
Outro aspecto relevante que o cajueiro no constitui uma boa
fonte de plen para as abelhas. Sendo assim, ao contrrio da maioria
das outras culturas agrcolas nas quais estimulamos as abelhas a coletarem o plen para aumentar sua eficincia como polinizadores, no
cultivo do cajueiro deve-se estimular a coleta de nctar, pois do contrrio as abelhas buscaro outras plantas ao invs do cajueiro. O est-
Figura 19 Introduo de polinizadores suplementares: a Ninhos armadilha povoados com abelhas solitrias coletoras de leo Centris analis; b Colnias de abelhas
sociais Apis mellifera em plantio de cajueiro comum. Fonte: Breno M. Freitas.
Plano de Manejo para Polinizao da Cultura do Cajueiro 43
mulo coleta de nctar feito especificamente para as abelhas sociais ao se manter colnias fortes, com rainhas jovens
e de boa capacidade de postura, boas reservas de plen no
ninho e amplo espao para deposio de mel nas melgueiras.
Finalmente, tanto os ninhos-armadilha quanto as
colnias de abelhas sociais devem ser inspecionadas regularmente paro controle e combate de inimigos, parasitas e doenas to logo se manifestem a fim de prevenir
danos graves populao de polinizadores e a tomada de
medidas tardias que pouco efeito surtem no prejuzo aos
servios de polinizao e produtividade da cultura. Esse
aspecto tambm importante pelo fato de que essas abelhas, se no bem inspecionadas e tratadas, podem atuar
como focos de pragas e doenas e ponto de disseminao
das mesmas sempre que forem deslocadas de um cultivo
a outro, dentro ou fora daquela regio.
b
Figura 20 Competio vegetal por polinizadores: a Spermacoce verticillata florescendo ao mesmo tempo que o cajueiro e desviando seus polinizadores; b - Cajueiral roado sem plantas competidoras em florescimento.
Fonte: Epifnia E. M. Rocha.
07
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