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Sendo desta forma a religio no poderia escapar deste novo desafio que se
imps com os novos tempos, e como religio dominante no mundo ocidental esta
imposio se centra especial mente ao cristianismo que trabalhou durante muito
tempo (e ainda trabalha em alguns de seus meios) como religio absoluta fora da
qual no poderia haver salvao, ou de forma inclusivista girando entorno de um
cristo-centrismo1.
Segundo Dr. Faustino Teixeira em seu livro Teologa de las religiones : A
posio pluralista surge na busca de um novo ngulo de compreenso do
cristianismo propondo uma troca de paradigmas renunciando uma posio cristocentrica para se adaptar a uma nova viso segundo a qual todas as religies,
inclusive o cristianismo, giram entorno de um mesmo centro que Deus2.
Em artigo de Rodrigo Portela3 encontramos o seguinte relato sobre a vida de
John Hick:
Decepcionado com o formalismo institucionalizado do anglicanismo britnico
e, buscando uma relao mais profunda com Deus, ingressou no
presbiterianismo. Como jovem pastor
presbiteriano, Hick, se tornou
fundamentalista. Com o aprofundamento teolgico, no entanto, e com sua
experincia docente Birmingham alm do contato com comunidade no
crists, Hick muda seus paradigmas teolgicos, naquilo que descreveu como
revoluo copernicana do entendimento do cristianismo. [PORTELA,
2005;77]
Cf. TEIXEIRA, Faustino. Teologa de las Religiones. Quito: Abya Yalla, 2004.
Como veremos mais adiante, O telogo John Hick sugere a substituio da Deus para a de
Real, posto que h religies sem Deus como o budismo ou h aquelas em que existem
vrios deuses, por isso sugerimos como subttulo do trabalho Pluralismo Radical.
3
PORTELA, Rodrigo.Horizonte, Belo Horizonte, v.3, n.6, p.77-95, 1 semestre de 2005.
2
J logo de incio, no prefacio de seu livro, John Hick deixa clara a principal
problemtica de seu pensamento na citada obra: se Jesus foi realmente a
encarnao de Deus ento o cristianismo seria a nica religio fundada
pessoalmente por este e, como tal incomparavelmente superior a todas a demais
religies. Colocando tambm j de comeo suas principais criticas, a saber:
Hick j demonstra que sua idia principal no diminuir o cristianismo, mas elevar
as religies mundiais a caminhos salvficos em p de igualdade com o esse e
defender que Jesus paradigma de salvao apenas para aqueles que se colocam
no mundo como cristos. O que deseja o autor um cristianismo no-tradicional
possibilitador de dilogo e que oferea uma resposta igualitria para a pergunta
sobre o que em obras mais recentes ele chamar de Real transcendente pois para
o pluralismo(radical) de Hick a prpria palavra Deus reduz a possibilidade dialogal.
O autor reconhece que a posio tomada controversa, mas diz que seu
objetivo no polarizar posies, mas provocar uma discusso pblica e faze-la
prosperar.
Hick diz que a metfora pode ser desenvolvida at tornar-se um mito e que:
Podemos perceber, j aqui, o desejo do filsofo de demonstrar sua idia de que tornaram a poesia
da vida Jesus em dura prosa.
Diz ainda que h um alto gral de veracidade por trs dos mitos, mas que
estes possuem uma realidade histrica muito mais densa que no podemos
conhecer, que a pessoa objeto da mitificao reverenciadas, j em seu contextos,
como portadora de poderes salvficos. O mito da encarnao divina para Hick um
modelo criado para exemplificar uma vida vivida em resposta fiel a Deus, portanto o
que vemos em Jesus um homem que viveu com grau surpreendente de
conscincia de Deus e de resposta sua presena .[HICK, 200; 144].
Com esta posio o autor abre um campo para o dilogo entre o cristianismo e a
demais religies mundiais, pelo menos, da parte do cristianismo, pois com esta viso
da encarnao divina como metfora vai-se embora a pretenso de ser, o
cristianismo, a nica religio verdadeira e com ela seus perigos.
Mas o prprio autor levanta uma importante questo, como chegar a uma
aceitao das mais diversas religies entre si se cada uma delas se apresenta de
algum modo como de importncia absoluta e insupervel?
neste momento que Hick se utiliza de sua capacidade filosfica, em seu
mximo e sutil gral, para criar a categoria do Real5, tentado construir uma ponte de
unio entre as vrias verdades fenomnicas que se apresentam nas mais diversas
culturas e povos em forma de religio. Com esta categoria todas religies adquirem
o status de caminho salvfico. Antes, todavia, de adentrar ao que Hick chama de
Real, gostaria de colocar que o autor sugere que todas as tradies religiosas por
ele estudadas6 tem como fim o melhoramento radical do homem,entendida como
passagem do autocentramento, ao centramento na realidade. Que no podemos
conhecer o Real, mas que podemos analisar seus efeitos pela afetao moral de
quem vive esse relacionamento.
5
6
Mas como avaliar esta afetao e este comportamento que orientam para a
realidade divina, com os moldes morais do cristianismo, interroga o autor. E no
mesmo pargrafo responde, no. Hick sugere que todas grandes religies, em suas
intuies morais mais bsicas, compartilham de um mesmo fundamento, ou critrio:
uma vez que concordam em atribuir um papel central e normativo ao respeito
altustra por outras pessoas, papel que denominamos amor ou compaixo.[HICK,
2000;184]
Estabelecido o ponto em comum das grandes tradies religiosas, em sua
parte prtica, ou do que deveria ser a norma constituinte de vivncia dos adeptos
dessas tradies, como explicar a veracidade de cada religio? Aqui Hick, para
fundamentar sua filosofia do pluralismo religioso, demonstra sua face neo-kantiana.
O ao autor explica da seguinte maneira sua teoria:
A intuio basicamente kantiana de que a mente ativa no ato de
percepo e que estamos sempre cientes de nosso ambiente, assim como
este aparece para uma conscincia que opera com nossos recursos
procedimentos foi amplamente confirmada por estudos na rea da psicologia
cognitiva e da sociologia do conhecimento. [HICK, 2000; 189]
A relativizao aqui exposta no tem carter pejorativo (relativismo), nem niilista pois se baseia em
uma realidade ultima e inefvel.
Concluso
Como
podemos
perceber,
John
Hick,
desconstri
historicamente
Bibliografia
HICK, John. A Metfora do Deus Encarnado. Traduo, Luiz Henrique Dreher.
Petrpolis: Vozes, 2000.
_________. Teologia Crist e o Pluralismo Religioso. Traduo, Luiz Henrique
Dreher. So Paulo: Atar, 2005.
PORTELA, Rodrigo. A contribuio de John Hick para o dilogo interreligioso: A
leitura do evento crstico como metfora. Horizonte, Belo Horizonte, v. 3, n. 6,
p. 77-95, 1 sem. 2005
TEIXERA, Faustino. Teologia de las Religiones. Quito: Abya-Yala. 2005.