Princípios de Interpretação Da Bíblia e Ellen White

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Princpios norteadores

de interpretao da Bblia e

Robert W. Olson

Provavelmente, ningum sabe co m preciso qual o nm ero de denom inaes e


pequenas seitas religiosas existentes no mundo, m as no resta dvida de que so m ilha
res. Em bora todos esses grupos utilizem o m esm o livro divinamente inspirado com o a
base de suas crenas, nem todos interpretam esses escritos da m esm a form a. Divergn
cias doutrinrias devem -se, em grande medida, a m todos deficientes de interpretao.
Quando princpios herm enuticos errados so postos em uso, as concluses resultantes
provavelmente sero tam bm erradas. A interpretao que fizermos da Bblia assim
como dos escritos do Esprito de Profecia ser co m muito m aior probabilidade co r
reta se utilizarmos os princpios herm enuticos adequados.
A histria adventista inclui exemplos de doutrinas estranhas que, de quando em
quando, surgiram na igreja. Q uando o irm o S. N. Haskell retornou Am rica do N or
te em 1899, aps um a ausncia de quatro anos na qualidade de missionrio em outros
continentes, escreveu irm Ellen G. W hite, que ainda se achava na Austrlia:
Falei duas vezes aos professores do Colgio [de Battle Creek]. Na primeira vez, o as
sunto relacionou-se com a correta interpretao das Escrituras. O objetivo foi prote
g-los contra alguns pontos de vista extremos que eles defenderam no passado. Na
segunda vez, o assunto foi a morte de insetos. Foi-me perguntado se no era a vida de
Deus que se achava nos insetos. [...] Sempre que algum, nos dias atuais decide de
fender alguma ideia excntrica, procura encontrar alguns dos escritos da irm como
prova de apoio. E em quase todos os casos eu me recordo do que foi escrito, da opor
tunidade e das circunstncias correlatas, de m odo que posso estabelecer a conexo.
Existe, contudo, uma doutrina que est sendo pregada por alguns; cham am -na jus
tificao fsica. Trata-se do seguinte: se vivermos de m odo correto, isto nos habili
tar a vivermos e a sermos tornados imortais quando o Senhor vier (S. N. Haskell,
carta a Ellen G. White, nov. 2 3 ,1 8 9 9 ).

Haskell indicou que os advogados da doutrina da justificao fsica ou carne


santa baseavam seus ensinamentos num a declarao feita por Ellen G. W hite. Ela a
havia escrito em 1877:

Esprito de Profecia

Aqueles que empreenderem esforos determinados, em nome do Vencedor, para so*


brepujar todos os ardentes apelos no naturais do apetite, no morrero no conflitO]
Em seus esforos quanto ao controle do apetite, esto eles colocando-se em relao
correta com a vida, de modo que possam desfrutar da sade e do favor de Deus, (
possam ter o justo direito vida imortal (W H IT E, E., 1877, p. 81).

D urante a Assem bleia da A ssociao G eral de 1901, Ellen G. W h ite rejeitou


ab ertam en te a d ou trina da carne santa. Os defensores dessa ideia haviam interpre
tado erroneam ente os seus escritos.
Para que pudssemos evitar concluses insensatas e incorretas, Ellen G. White
deixou-nos vrias regras de interpretao baseadas no bom senso. Os autores bblicos
tam bm nos outorgaram orientao hermenutica. A notarem os, a seguir, aquelas quo
nos parecem as mais importantes dentre referidos princpios.

1. Deveram os convidar o Esprito Santo com o


o orientador de nosso estudo
Em 2 Pedro 1:20 e 21, lemos: A cima de tudo, porm , lembrem -se disto: Ningum
pode explicar, por si m esm o, uma profecia das Sagradas Escrituras. Pois nenhum a m en
sagem proftica veio da vontade hum ana, mas os hom ens eram guiados pelo Esprito!
Santo quando anunciavam a mensagem que vinha de Deus. Ellen G. W hite comenta
que um verdadeiro conhecim ento da Bblia s se pode obter pelo auxlio daquele Es
prito pelo qual a Palavra foi dada (W H IT E , E., 1997, p. 188) e sem a iluminao do!
Esprito, os hom ens no estaro aptos para distinguir a verdade do erro, e sero presa
das tentaes sutis de Satans (W H IT E , E., 1998, p. 4 0 8 -4 1 1 ). Ela diz ainda:
O esprito com que vindes investigao das Escrituras determinar o carter do1
assistente ao vosso lado. Anjos do mundo da luz estaro com aqueles que com hu
mildade de corao buscam a direo divina. Mas se a Bblia for aberta com irre*
verncia, com sentimentos de presuno, se o corao est cheio de preconceitos,
Satans se acha ao vosso lado, e apresentar as declaraes simples da Palavra de
Deus numa luz pervertida (W H IT E, E., 1993a, p. 108).

2. D evem os estar dispostos a obedecer verdade


Joo 7:17, na verso O Novo Testamento Vivo, diz: Se qualquer um de

vo c n

realm ente decidir fazer a vontade de Deus, ento saber com certeza se o m eu ensino|
vem de Deus ou m eram ente m eu prprio. Com plem entando o texto bblico, n d
Esprito de Profecia encontram os: Sempre que os hom ens no p ro cu rarem , por pala
vras e aes, estar em harm on ia com Deus, ento no im p orta quo sbios possam
ser estaro sujeitos a erros em sua com preenso das E scrituras, e no ser seguro;
confiar em suas explanaes (W H IT E , E., 20 0 6 , v. 5, p. 7 0 5 ). P ara ela, o compreen*
der a verdade bblica no depende tanto do vigor do intelecto posto pesquisa, como
da singeleza de propsito, do fervoroso anelo pela justia (W H IT E , E ., 2 0 0 5 , p. 605).

Princpios norteadores de interpretao

3. Devem os m anter a receptividade, dispondo-nos a abrir m o


de posies m antidas anteriorm ente, sem pre que n ecessrio 1
A profetisa aconselha: Se examinais as Escrituras para vindicar vossas prprias
opinies, nunca alcanareis a verdade. Investigai para aprender o que o Senhor diz
(W H ITE, E., 1998, p. 112). Porm, ao alcanar essa verdade, no podem os m anter a
opinio de que um a posio um a vez assumida, um a vez advogada a ideia, no deve, sob
qualquer circunstncia ser abandonada. H apenas um que infalvel: Aquele que o
Caminho, a Verdade e a Vida (W H IT E , E., 1993a, p. 105). Quanto a ns, estudantes da
palavra de Deus, o estudante da Bblia deve esvaziar-se de todo preconceito, depositar
suas prprias ideias porta da investigao e com o corao humilde e subjugado e o eu
escondido em Cristo, atravs de orao sincera, deve buscar sabedoria de Deus (Ellen
G. W hite, Carta 463). Ela diz ainda,
No existe escusa para que qualquer pessoa assuma a posio de que no h
mais verdades a serem reveladas, e de que todas as nossas exposies das Es
crituras en con tram -se isentas de erros. O fato de que certas doutrinas tm sido
consideradas com o verdade durante anos por nosso povo, no constitui prova
de que nossas ideias so infalveis. O tem po no converter o erro em verdade,
e a verdade sup ortar a sua p rp iia com provao. N enhum a doutrina verd a
deira perder qualquer substncia quando submetida a profunda investigao
(W H IT E , E., 1 8 92a).
Os instrutores em nossas escolas jamais deveriam ser colocados sob o jugo que os
obrigasse a ensinar apenas aquilo que at agora foi ensinado. Afastem-se tais restri
es. Existe um Deus que conceder a Seu povo a mensagem que este deve procla
mar. Que nenhum ministro se sinta sob tais cadeias, ou seja medido de acordo com
padres humanos (LA.SD, 1966, p. 273 e 274).

O voto Oficial da Assembleia da Associao Geral de 1871 no tocante ao assunto


doutrinrio (posio que no mais m antem os hoje) diz:
Resolvido que reconhecemos na presente condio do Papa de Roma e do Sulto
da Turquia inconfundvel evidncia de que atingimos o estgio final das grandes
linhas profticas, e que nossa confiana no rpido advento de nosso Senhor acha-se
inabalvel (IASD, 1871, p. 68).

Outras interpretaes bblicas que se modificaram foram as seguintes: a hora em


que deve ser iniciado o sbado; o Arm agedom ; o contnuo de Daniel 8; a Trindade; a
lei em Glatas e os dez reinos de Daniel 2.

Veja a srie de artigos de Ellen G. White (1 890a; 1892b) publicados na Review and Herald.

Esprito de Profecia

4. D everam os alim entar a expectativa de descobrir novas verdades


Tem-me sido dirigida a pergunta: Pensa voc que o Senhor ainda dispe de luz
adicional para revelar-nos com o povo? Respondo que Ele tem nova luz para ns,
e ainda assim esta a velha e preciosa luz que brilha da Palavra da verdade. Possu
mos apenas os lampejos dos raios de luz que at agora chegaram a ns [...] Embora
grandes e talentosos autores tenham tornado conhecidas maravilhosas verdades, e
tenham apresentado crescente luz diante do povo, em nossos dias ainda encontrare
m os espao para novas ideias (W H ITE, E., 1890b).

E m cada poca h novo descobrimento da verdade, uma mensagem de Deus para


essa gerao. As velhas verdades so todas essenciais; a nova verdade no indepen
dente da antiga, mas desdobramento dela. S compreendendo as velhas verdades
que podemos entender as novas (W H ITE, E., 1998, p. 127).

5. Qualquer interpretao que contradiga pontos


especiais de nossa f representa um erro
Ellen G. W hite recom enda:
Deus [...] no concede a um homem nova luz que seja contrria f estabelecida
do conjunto [...] Levantar-se-o homens e mulheres que pretendero possuir al
guma nova revelao, cuja tendncia ser desmerecer a f nos m arcos antigos. Suas
doutrinas no suportaro o teste da Palavra de Deus, mas ainda assim almas sero
enganadas (W H ITE, E., 2006, v. 5, p. 291 e 295).

Sobre os m arcos definidos em 1888, ela declara que


eles perverteram as ideias quanto ao que constitui os antigos m arcos. A passagem
do tempo em 1844 representou um perodo de grandes eventos, pois nossos olhos
atnitos foram abertos para a purificao do santurio que se efetuava no Cu,
e que possua decisiva relao com o povo de Deus sobre a Terra, e [tambm]
com as trs mensagens anglicas que desfraldavam a bandeira sobre a qual estava
escrito: Os mandamentos de Deus e a f de Jesus. Um dos m arcos desta m en
sagem foi o templo de Deus, visto no Cu por Seu povo am ante da verdade, e a
arca que continha os Dez Mandamentos. A luz do sbado do quarto mandamento
brilhava em fortes raios ao longo do cam inho dos transgressores da lei de Deus.
A no-im ortalidade dos mpios um dos m arcos antigos. N o consigo trazer
mem ria qualquer outro aspecto que pudesse ser classificado sob o rtulo de m ar
cos antigos. Todo este clam or a respeito da alterao de m arcos antigos apenas
imaginrio (W H IT E, 1946, p. 30 e 31).

Princpios norteadores de interprrtnAc

Ela afirma que essas contradies continuaro a aparecer:


Aparecer um, e ainda outro, com nova iluminao, que contradiz aquela que !>i dtul>
por Deus sob a demonstrao de Seu Santo Esprito [...] No devemos recebei ,i>. |>>i
lavras dos que vm com uma mensagem em contradio com os pontos e.spei InU tle
nossa f. Eles renem uma poro de passagens, e amontoam-na como prova em torne
das teorias que afirmam. Isto tem sido repetidamente feito durante os cinqenta anu
passados. E se bem que as Escrituras sejam a Palavra de Deus, e devam ser respeitada*,
sua aplicao, uma vez que mova uma coluna do fundamento sustentado poi I >en-.
nestes cinqenta anos, constitui grande erro (W HITE, E., 1987, v. 1, p. 161).

6. Escritos inspirados deveriam ser interpretados


de acordo co m seu significado bvio
Ellen G. W hite categrica ao afirmar que no deve haver interpretaes exces
sivas de textos claros: A linguagem da Bblia deve ser explicada de acordo com o seu
sentido bvio, a menos que seja empregado um smbolo ou figura (W H IT E , E., 2005, p.
604). Este princpio requer que o texto de Gnesis 1 a 11 receba interpretao histrica.
Agir de outro modo seria negar a credibilidade de Pedro, Paulo e do prprio ( Uristo,
pois eles entenderam estes captulos com o sendo literais. Eles no consideraram o relato
bblico pr-abram ico com o apenas um relato simblico, figurativo ou m tico (Ver Ml
19:4 -6, 2 4 :3 7 -3 9 ; Rm 5:1 2 ; IC o 15:45; 2C o 11:3; 2Pe 3:5-7).

7. Escritos inspirados so m ais confiveis que conjectu ras hum anas


A m aior confiabilidade da Bblia com parada a concluses humanas reforada
em diversos textos:
E unicamente a Palavra de Deus que nos d autntico relato da criao do mundo,
[...] A Bblia uma histria que nos conta a criao do mundo e nos revela oh
sculos passados. No fora ela, e seriamos deixados a conjecturar e formar fbula
quanto aos acontecimentos do remoto passado (W H ITE, E., 1994, p. 13 e 379).
Fora da histria bblica, a geologia nada pode provar queles que to confiantemente
raciocinam acerca de suas descobertas, no tm uma concepo adequada do tamanho
dos homens, animais e rvores anteriores ao dilvio, ou das grandes mudanas que eu
to tiveram lugar. Restos encontrados na terra do provas de condies que em muitos
respeitos diferiam do presente; mas o tempo em que estas condies existiram apenas
pode ser descoberto pelo Registro inspirado. Na histria do dilvio a inspirao expll
cou aquilo que a geologia por si s nunca poderia sondar (WHITE, E., 2009, p. 38).
Aquele que possui conhecimento de Deus e de Sua Palavra atravs de experincia pes
soai, tem sua f estabelecida na divindade das Sagradas Escrituras. Ele provou que .t
Palavra de Deus a verdade, e sabe que a verdade jamais poder contradizer a si mesma

Esprito de Profecia

Ele no prova a Bblia a partir das ideias humanas quanto ao que a cincia; estas ideias
que so conferidas de acordo com o padro infalvel. Ele sabe que na verdadeira cincia
nada pode existir que contrarie os ensinos da Palavra; uma vez que ambos se originam
do mesmo Autor, a correta compreenso de ambos mostrar que eles se harmonizam.
Tudo aquilo que, na assim-chamada teoria cientfica, contrarie o testemunho da Palavra
de Deus, representa mera conjectura humana (W HITE, E., 2004, p. 462).

8. A Bblia e o Esprito de Profecia expem a si prprios


A profetisa tam bm discorre sobre a autoexplicabilidade da Bblia e do Esprito de
Profecia, dizendo que os prprios testemunhos sero a chave que explicar as m ensa
gens dadas, com o texto escriturstico explicado p or texto escriturstico (W H IT E , E.,
1987, v. 1, p. 42; ver 2008b. v. 2, p. 157). Ela afirma ainda:
A Bblia seu prprio expositor. Uma passagem ser a chave que descerrar outras pas
sagens, e deste modo haver luz sobre o significado oculto da Palavra. Comparando di
versos textos que tratam do mesmo assunto e examinando sua relao em todo o sentido,
tornar-se- evidente o verdadeiro significado das Escrituras (W HITE, E., 1975, p. 187).

Os textos de Apocalipse 12:6, 14 e 13:5, contribuem para explanar Daniel 7:25.


Este texto, p or sua vez, ajuda a explicar Daniel 7:17. J o texto de Daniel 8 :14 pode ser
visto com o aplicando-se ao juzo investigativo quando as profecias paralelas de Daniel 7
e 8 so com paradas entre si. Os relatos da Criao e do Dilvio devem ser aceitos com o
histricos e literalmente verdadeiros

luz dos textos m encionados acim a, no item 6. Por


luz de Mateus 19:3-9.

ltimo, D euteronm io 2 4:1-3 deveria ser compreendido

9. R eco n h ea o problem a da sem ntica; com p reend a


que podem existir expresses incorretas
A Bblia precisa ser dada na linguagem dos homens. Tudo quanto humano im
perfeito. Significaes diversas so expressas pela mesma palavra; no h uma pa
lavra para cada ideia distinta. A Bblia foi dada para fins prticos. Diferentes so
os cunhos mentais. As expresses e declaraes no so compreendidas da mesma
maneira por todos (W H ITE, E., 1987, v. 1, p. 20).
Se bem que eu dependa tanto do Esprito do Senhor para escrever minhas vises
com o para receb-las, todavia as palavras que emprego ao descrever o que vi so
minhas, a menos que sejam as que me foram ditas por um anjo, as quais eu sempre
ponho entre aspas (W H ITE, E., 1987, v. 1, p. 37).
De que m odo escrever numa forma que seja compreensvel queles aos quais dirijo
importantes assuntos, um problema que eu mesma no posso resolver. Quando
percebo que sou mal compreendida pelos meus irmos que mais m e conhecem ,

Princpios norteadores de interpretao

tenho certeza de que necessito reservar mais tem po para escolher cuidadosamente
os term os que traduziro meus pensamentos no papel, pois o Senhor me concede
luz que de outro m odo eu no me atreveria a com unicar; grande fardo colocado
sobre mim (W H IT E, E., 1899).

Em alguns trechos, Ellen G. W hite emprega o term o nicest (mais bela) referinilo-se obra de Cristo.
A m ais bela obra j em preendida por hom ens e m ulheres, lidar com espritos
jovens (W H IT E , E., 2 0 0 8 c, p. 65 ).
Alcana-se o verdadeiro objetivo da reprovao apenas quando o prprio malfeitor
levado a ver a sua falta, e consegue sua vontade no empenho de corrigir-se. Quan
do isto se cumpre, apontai-lhe a fonte de perdo e poder. Procurai preservar o seu
respeito prprio, e inspirar-lhe nimo e esperana [...] Esta a obra mais delicada
[nicest] e mais difcil que se tem confiado a seres humanos. Exige o mais delicado
tato, a maior susceptibilidade, conhecimento da natureza humana, e uma f e paci
ncia oriundas do Cu, dispostas a trabalhar, vigiar e esperar. uma obra que nada
sobrelevar em importncia (W H IT E, E., 1997, p. 292).

10. R econ hea que por vezes as tradues so im perfeitas ou


inadequadas e, se possvel, consulte os idiom as originais
Em Lucas 23:43, por exemplo, os m anuscritos gregos mais antigos no contm
qualquer pontuao. Semelhantemente, no ano de 1902, Ellen G. W hite escreveu: Mui
tos que agora so apenas meio convertidos quanto questo da alimentao crnea, separar-se-o do povo de Deus, para no mais andar com ele (W H IT E , E., 1993, p. 575).
Na traduo em portugus aparece: aqueles que agora so apenas meio convertidos.

11. Tom e em consid erao as figuras de


linguagem , tais com o hiprboles
Na Bblia, identifica-se o uso de hiprboles com frequncia, com o em Gnesis
22:17: Certam ente multiplicarei a tua descendncia com o as estrelas do Cu, e tam
bm em Joo 21:25: H, porm , muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem
relatadas uma por uma, creio eu que nem no m undo inteiro caberiam os livros que
seriam escritos. Vemos esta m esm a prtica nos escritos de Ellen G. White:
uma solene declarao que fao igreja, de que nem um entre vinte dos nomes
que se acham registrados nos livros da igreja est preparado para finalizar sua hist
ria terrestre, e achar-se-ia to verdadeiramente sem Deus e sem esperana no mun
do, como o pecador com um (W H ITE, E., 1984, p. 40 e 41).

Ellen G. W hite utiliza pelo m enos cinco vezes a proporo 1 para 20 e, pelo
m enos, 21 vezes a expresso 1 para (ou em ) 100. Ela jam ais m enciona 1 em 19, 1 em

sprito de Profecia

FADBA. BIBLIOTECA
T m b o L _ C i6 3 _ _
Ano 10 1r i

2 1 , 1 em 9 9 ou 1 e m 1 01. Veja o Index dos e scrito s dela (1 9 6 3 , v. 3, p. 1 9 1 7 e 1 9 1 8 ), o


que d e m o n stra que se tra ta v a de um a exp resso som en te, e n o de u m n m e ro exato.

12. Lem bre-se de que um livro infalvel pode conter


discrepncias de m enor im portncia
A Bblia [ ...] um guia infalvel sob quaisquer circunstncias (W H IT E , E., 2006,
v. 5, p. 2 6 4 ). A Palavra de Deus infalvel (W H IT E , E ., 1987, v. 1, p. 4 1 6 ). Ela infalvel,
pois Deus no pode errar (Ellen G. W hite, M anuscrito 2 7 ,1 9 0 6 ). Ela acrescenta ainda:
Vi que Deus havia de uma maneira especial guardado a Bblia, ainda quando da
mesma existiam poucos exemplares; e homens doutos nalguns casos mudaram as
palavras, achando que a estavam tornando mais compreensvel, quando na reali
dade estava mistificando aquilo que era claro, fazendo-a apoiar suas estabelecidas
opinies, que eram determinadas pela tradio. Vi, porm, que a Palavra de Deus,
como um todo, uma cadeia perfeita, prendendo-se uma parte outra, e explican
do-se mutuamente. Os verdadeiros inquiridores da verdade no devem errar; pois
no somente a Palavra de Deus clara e simples ao explanar o caminho da vida, mas
o Esprito Santo dado como guia na compreenso do caminho da vida ali revelado
(W HITE, E., 1999, p. 220 e 222).
Alguns nos olham seriamente e dizem: No acha que deve ter havido algum erro da
parte dos copistas ou dos tradutores? Tudo isso provvel. [... ] Mesmo todos os erros
no causaro dificuldade a uma alma, nem faro tropear os ps de algum que no
fabrique dificuldades da mais simples verdade revelada (WHITE, E., 1987, v. 1, p. 16).

13. No deveramos utilizar Ogrande conflito


com o livro-texto de histria
W illiam C. W h ite declarou: Q uanto aos escritos de m in h a m e e seu uso co m o
autoridad e sobre pontos de histria e cronologia, m am e nunca desejou que nossos
irm os os consid erassem co m o autoridade no to can te a p o rm en o res da histria ou de
datas histricas [ . .. ] Q u and o foi escrito O g ra n d e conflito, m am e n o im agin ava que os
leitores o con sid erariam u m a autoridade em datas histricas ou o usariam p ara resolver
controvrsias a cerca de p o rm en o res da histria, e ela no acha ago ra que ele deve ser
usado dessa m aneira (W H IT E , E., 1 9 87, v. 3, p. 4 4 7 ).
N a e d io de 18 8 8 de O g ra n d e conflito, Ellen G. W h ite (2 0 0 5 , p. 6 5 ) declarou :
Os valdenses foram os p rim eiros dentre to d os os povos da E u ro p a a o b ter a tra d u o
das Sagradas Escrituras. E sta d eclarao foi co rrig id a em 1 9 1 1 , p assan d o a rezar: Os
valdenses ach avam -se en tre os prim eiros dos povos d a E u ro p a a o b ter a tra d u o das
Sagradas E scrituras. O u tro s m elh o ram en to s de n atu reza sim ilar fo ram igualm ente
efetuados n a ed io de 1 9 1 12.

'Em portugus, pelo menos at a 25a edio de O grande conflito, ainda permanecia a expresso.

Princpios norteadores de interpretai,,'i< >

14.
Conserve em m ente que os profetas escreveram algumas <c>ir..i:.
que no eram inspiradas; eles tam bm escreveram cartas com uns
Ellen G. W hite no considerava que toda linha escrita por ela fosse inspirada
Nenhum profeta foi inspirado durante as 24 horas de todos os dias de sua vidit. Nrto
resta dvida de que Daniel escreveu cartas familiares e comerciais, como qualquer oul i ,i
pessoa. No caso dos escritores bblicos, somente as suas produes inspiradas foram
preservadas. No caso de Ellen G. White, tanto seus escritos sagrados quanto os comuns
cncontram-se arquivados. Em certa carta arquivada, ela escreveu:
Diz o irmo A que em uma carta escrita a um dos irmos no sul da Califrnia, lora
feita por mim a declarao de que o sanatrio tinha 40 quartos, quando em vmliulr
havia apenas 38. Isto o irmo A me apresenta como razo por que ele perdeu a con
fiana nos testemunhos [...] A informao quanto ao nmero de quartos no Sanatrio
Vale do Paraso foi dada, no como uma revelao vinda do Senhor, mas simplesmen
te como uma opinio humana. Nunca me foi revelado o nmero exato de quartos do
qualquer de nossos sanatrios; e o conhecimento que tenho obtido dessas coisas, tive
indagando dos que se esperava que soubessem (WHITE, E., 1987, v. 1, p. 38).

Para apresentar a diferena entre o sagrado e o comum, ela aconselha:


Em minhas palavras, quando falando acerca desses assuntos comuns, no h nada que levo
os espritos a crer que recebo meu conhecimento em viso do Senhor e o estou dedarandt >
como tal [...]. Quando o Esprito Santo revela alguma coisa relativamente s instituies
relacionadas com a obra do Senhor, ou referente obra de Deus no corao e esprito hu
mano, como Ele tem revelado essas coisas por meu intermdio no passado, a mensagem
dada deve ser considerada como esclarecimento vindo de Deus para aqueles que o neees
sitam. Misturar, porm, o sagrado com o comum, um grande erro [...]. H vezes, porm,
em que devem ser declaradas coisas comuns, pensamentos comuns precisam ocupar a
mente, cartas comuns precisam ser escritas [...] Tais palavras, tais informaes, no suo
dadas sob a inspirao especial do Esprito de Deus (WHITE, E., 1987, v. 1, p. 38 e 39).

Quanto s cartas comuns, temos vrios exemplos:


Marion, Iowa, 18 de maro de 1861. Queridos filhos Henry, Edson e William: Estamos
agora na casa dos irmos Snook. Trata-se de um bom lar. Quando vejo o seu pequeno
beb e o tomo nos braos, sinto saudades de meu querido beb que deixamos no
cemitrio de Oak Hill; no permitirei, porm, que um nico pensamento de murmurao se manifeste. Aprecio a companhia desta famlia. A irm Snook uma criatura
excelente. Amanh visitaremos o irmo e a irm Weaver, que so os encarregados tio
hotel em Fairview. Que mudana podemos observar neles desde a nossa ltima visita
a esse Estado! Naquela oportunidade hospedamo-nos em seu hotel e fomos tratados
com amabilidade, mas eles ainda no haviam sido convertidos verdade. Agora o

Espirito de Profecia

nosso corao acha-se unido, e desfrutaremos muito esta visita. Encontro-me sofren
do de forte resfriado que se instalou em meus pulmes. Minha mente volve-se par.i
o lar, pensando em meus filhos. Crianas, sejam fiis. Faam o que

correto e vocn

sero respeitadas. Pensamos muito em vocs e desejamos que vocs formem um ca


rter cristo, que lhes trar alegria, bem como a ns. Obedeam a Jenny assim como
o fariam em relao a mim. Procurem agrad-la e no demonstrem relutncia em
ajud-la, antes faam o que ela deseja, de modo carinhoso e alegre. Faam confor
me William os instruir. Colocamos vocs sob os cuidados dele enquanto estiverem
a. Procedam de modo a granjear o amor e o respeito de todos. Pequeno William,
voc deve ser um menino de temperamento suave e bom. Que o Senhor vos abenoe,
queridas crianas. Esta a nossa orao sincera. No se esqueam de escrever-nos. A
mame que muito os ama (SMITH; PATTEN; W HITE, E., 1864, p. 52 e 53).
Durante as ltimas semanas, os dias tm sido excessivamente quentes. O jornal diz
que isto se deve a um vento quente proveniente do norte. Ao comear esta carta, tive
de abrir minhas janelas a fim de obter algum ar fresco. Transpiro abundantemente
e, ento, sofro uma crise de espirros. Almejo que voc no esteja sofrendo demasia
damente com esse tempo quente (Ellen G. White, Carta 2 0 1,1903).

15. A cautele-se contra interpretaes extremas


Ellen G. W hite apontou um problema de M. L. Andreasen: Quase todos os
mem bros da famlia hum ana com em mais do que o organism o requer (W H IT E , E.,
2 0 0 2 , p. 132). Ela os adverte:
Se os que advogam a reform a higinica levam a questo a extrem os, no ser
de adm irar que o povo se aborrea [...] Esses extrem istas causam , em poucos
meses, mais dano do que podem desfazer em toda uma vida. Em penham -se
em uma obra que Satans se apraz em ver prosseguir [...] impossvel estabe
lecer uma regra diettica invarivel pela qual regulam entar os hbitos dietticos de cada um (WHTTF,, F,., 1993b, p. 1 5 3 -155).
Em reformas, prefervel andar um passo aqum do limite, do que ir um passo alm dele.
E se houver algum erro, deve este estar do lado das pessoas (WHITE, E., 1993b, p. 438).
Meu irmo, no deveis fazer da questo do regime uma prova para o povo de Deus; pois
perdero a confiana em ensinos que so estirados ao ponto mximo de extenso. Deseja
o Senhor que Seu povo seja ntegro em todos os pontos da reforma pr-sade, mas no
devemos ir a extremos (WHITE, E., 2002, p. 205 [escrevendo ao Dr. e Sra. D. H. Kress]).
mais seguro e melhor para a causa da reforma que erremos, se tivermos de errar,
do lado do costume que do lado das mudanas extremas (W H ITE, E., 1868 [aqui ela
focalizava o nmero de refeies dirias no caso das crianas pequenas]).

Princpios norteadores de interpretao

E la co n c lu i, e n t o , que d e v e m o s, p o r m , c o n s id e ra r a situ a o d o p o v o , [ . .. ]
send o ca u te lo s o s em n o in sistir in d e v id a m e n te , m e sm o q u a n to a id eias c o r re ta s
(W H IT E , E ., 2 0 0 2 , p. 3 9 8 ) .

16. No construa o edifcio sobre uma nica palavra ou


mesmo uma nica referncia, leia tudo que for possvel
sobre o assunto antes de esboar as concluses
Ellen G. W h ite m en cio n o u apenas u m a vez os livros apcrifos, p o rm jam ais
utilizou-os co m o fonte de citao.
E m relao ao adu ltrio, ela afirm ou que o ad ltero d ev eria ser desligado da
igreja: Aqueles que tra n sg rid e m o stim o m a n d a m e n to devem ser suspen sos d a ig re
ja e no devem m a n te r os privilgios da relao de m em b ros da casa de D eus (Ellen
G. W h ite, M an u scrito 3, 1 8 5 4 ). E m ou tro tre ch o , p o r m , ela diz que n em sem p re
requerid o o desligam ento: Q u an d o o seu ca so foi ab erto diante de m im e os seus p e
cad os m e foram apresentad os, co n se rv e i-o s com igo, alm ejan do que chegasse o tem po
em que o seu esprito fosse en tern ecid o. A go ra eu lhe im ploro que v o c busque a
salvao de sua alm a, antes que seja d em asiado tard e (E llen G. W h ite, C arta 23a ,
1 8 9 0 ). E m o u tro tre ch o , ela d em o n stra a triste z a que sentiria se tivesse que revelar o
p ecad o: Possa o S en h o r tra z e r a m ais p rofun da co n v ic o sua alm a, pois eu ap recia
ria jam ais tra z e r a p blico as coisas que m e foram m o stra d a s, e te n h o a esp eran a de
que voc to m a r u m c u rso de a o que to rn a r d esn ecessrio que eu assim p ro ced a
(E llen G. W h ite , C a rta 2 4 a , 1 8 9 0 ). E la aconselha:
Limpai o campo dessa corrupo moral, atinja ela os mais altos homens nas
posies mais elevadas. Deus no ser escarnecido. H prostituio em nossas
fileiras, bem o sei [...] Muito h que nunca saberemos, mas o que revelado
torna a igreja responsvel e culpada, a menos que revele determ inado esforo
para erradicar o mal. Limpai o acampamento, pois nele h antema (W H IT E,
E., 1993a, p. 42 7 e 4 2 8 ).
O utro assunto sobre o qual ela apresenta diferentes posies quanto ao uso de
aparelhos de raio s-x. Ela diz:
Fui instruda de que os raios-x no constituem a grande bno que alguns supem
ser. Se utilizados indevidamente, podero provocar grande dano. O resultado de al
guns tratamentos eltricos similar aos resultados do uso de estimulantes. Segue-se
um enfraquecimento (COMPREHENSIVE, 1963, v. 3, p. 303).
Em ou tro m om en to, p o r m , ela afirm a: Por vrias sem anas m e subm eti a tra ta
m entos de raio s-x, p ara a m an ch a e scu ra que eu tinha n a fronte. Tom ei ao to d o vinte e
trs aplicaes, e elas con segu iram rem over inteiram ente a m ancha. Por isso sou m uito
grata (W H IT E , E., 2 0 0 8 a , v. 2, p. 3 0 3 ).

Esprito de Profecia

Na alimentao, ela advertiu quanto ao uso de ovos, dizendo que ovos no deve
riam ser colocados sobre a vossa mesa (W HITE, E., 2008b, v. 2, p. 400) numa carta a uma
famlia cujas crianas possuam fortes propenses animalescas; a publicao ocorreu num
artigo intitulado Sensualidade nos Jovens. Contudo, ela chegou a afirmar em outra obra
que em alguns casos, o uso de ovos benfico (W H ITE, E., 2006, v. 7, p. 135). Ponderan
do sobre as duas posies, temos o seguinte trecho escrito tambm por ela:
Em bora advertncias tenham sido dadas em relao ao perigo de doenas pelo
uso de manteiga e do mal ocasionado pelo livre uso de ovos por parte de crian
as pequenas, no deveramos considerar violao do princpio o uso de ovos
provenientes de galinhas bem cuidadas e adequadamente alimentadas. Os ovos
contm propriedades que constituem agentes m edicinais na neutralizao de
certos venenos (W H IT E, E., 2 0 06, v. 9, p. 162).

Referindo-se nossa vida espiritual, h vrias referncias da profetisa. Na B


blia, tem os o texto de Judas 24, que deveria ser com plem entado p or 1 Joo 2:1. Ellen
G. W hite escreve: Se voc perm anecer sob a ensangentada bandeira do Prncipe
Emanuel, executando fielmente o seu servio, jamais necessitar render-se tenta
o; pois a seu lado estar algum capaz de p reserv-lo de cair (W H IT E , E ., 1961,
p. 19). Porm , ela afirma que, de fato, cairam os em tentao: Muitas vezes, terem os
de p rostrar-n os e ch orar aos ps de Jesus p or causa de nossas faltas e erros; m as no
devem os desanimar. M esm o quando som os vencidos pelo inimigo, no som os repe
lidos, nem abandonados ou rejeitados p or Deus (W H IT E , E., 1989, p. 64). Alis, ela
diferencia o pecado deliberado do pecado no intencional:
Ser conduzido inesperadamente ao pecado no havendo a inteno de pecar,
mas cedendo ao pecado em virtude de falta de vigilncia e orao, no discernindo
a tentao de Satans e assim caindo em sua armadilha algo muito diferente do
que a situao de quem planeja e deliberadamente cai em tentao, desenvolvendo
um curso de ao pecaminoso (W H ITE, E., 1961, p. 177).

17. Considere o contexto


A prpria mensageira do Senhor adverte sobre a contextualizao das palavras
de lesus: Com preendendo o que as palavras de Jesus significavam para aqueles que
as ouviam, discernirem os nelas nova vivacidade e beleza, e serem os capazes de captar
para ns prprios as suas mais profundas lies (W H IT E , E., 1990, p. 1). Deus quer
que todos ns tenhamos bom senso, e deseja que raciocinem os m ovidos pelo senso
com um . As circunstncias alteram as condies. As circunstncias modificam a rela
o das coisas (W H IT E , E., 1987, v. 3, p. 217).
E m cartas sobre o irm o A. G. Daniells, ela diz: Aquilo que pode ser dito
dos hom ens sob certas circu nstn cias, no pode ser dito deles sob outras c ircu n s
tncias (W H IT E , E ., 2 0 0 6 , v. 5, p. 6 7 0 ).

Princpios norteadores de interpretao

Nem o irmo Daniells, nem o irmo Prescott acham-se preparados para dirigir n obru n tt
Associao Geral, pois em algumas coisas tm eles desonrado o Senhor Deus do InmcI
(EUen G. White, The Later Elmshaven Years,p. 225).
A posio que voc assumiu acha-se em harm onia com a vontade do Senhor,
e agora eu gostaria de estimul-lo com as palavras: Avance de maneira como
iniciou, usando a sua posio de influncia com o presidente da Associao ( o
ral para o avano da obra que fomos chamados a realizar. ... Os anjos de Deus
estaro com o irm o e cabe-lhe usar toda a influncia que o cargo de presidente
da Associao Geral lhe atribuiu, a fim de estimular outros a desempenhai a
mesma obra (Ellen G. W hite, Carta 68, 1910).

Apesar de todas estas diferentes citaes e seus contedos aparentemente diver


gentes, em seu testamento, que datava de 9 de fevereiro de 1912, Ellen G. W hite nom ea
va A. G. Daniells com o um dos depositrios que deveriam administrar os seus escritos.
Ela discursou tambm sobre os meios de transporte de sua poca. Quanto moda
das bicicletas, ela disse que o dinheiro gasto em bicicletas e vestidos e outras coisas des
necessrias, algo de que teremos de prestar contas (Ellen G. White, Carta 398, 1896).
Parecia haver uma moda de bicicletas. O dinheiro era gasto na gratificao de um entu
siasmo orientado nesta direo, o qual teria sido melhor muito melhor aplicado
se investido na construo de casas de adorao onde estas se faziam grandemente
necessrias. Foram apresentadas diante de mim algumas coisas muito estranhas em
Battle Creek. Uma enfeitiante influncia parecia estar passando como onda sobre o
nosso povo deste lugar. Alguns lutavam pela supremacia, cada um tentando exceder os
demais na corrida de bicicletas. Havia um esprito de disputa e contenda entre eles, no
tocante a qual deles seria o maior (WHITE, E., 2006, v. 8, p. 51 e 52).

Uma possvel razo para isso que as bicicletas eram extremamente caras quando
foram inventadas.
Prximo ao final do sculo passado (X IX ) o povo americano mergulhou numa
paixo de consumo que lhes deixou pouco tempo ou dinheiro para qualquer outra
coisa. Qual foi a nova e poderosa distrao? Para obter a resposta, os comerciantes
necessitavam apenas olhar pelas janelas e ver seus antigos clientes passar zum
bindo. A Amrica descobrira a bicicleta, e todas as pessoas procuravam utilizar
ao mximo a nova liberdade que ela trouxera consigo. [...] A bicicleta comeou
como brinquedo dos ricos. Pessoas da sociedade e celebridades andavam de bici
cleta. A melhor das bicicletas primitivas custava $150, um investimento compar
vel ao de um automvel na atualidade [...] Cada membro da famlia desejava uma
roda, e por vezes as economias de toda a famlia eram utilizadas para atender a
demanda (Readers Digest, dezembro de 1954).

Esprito de Profecia

Sobre o uso de drogas, o prim eiro artigo de Ellen G. W hite sobre a sade foi es
crito em 1864:
Foi-me mostrado que maior nmero de mortes tem sido causado pelo uso de drogas,
do que por todas as demais causas somadas [...] Diante de m im foi apresentado um
ramo que sustentava sementes largas e achatadas. Sobre ele estava escrito: Nux vomica, estriquinina. Abaixo estava escrito: No h antdoto. Muitos utilizam esse veneno
mortal em pequenas quantidades. Mas se eles soubessem qual a influncia a que se
submetem, nenhum gro desta substncia seria introduzido em seu organismo [...]
Foi-me mostrado que a inocente papoula branca, de aparncia modesta, comporta
uma droga perigosa. O pio representa um veneno de ao lenta, quando utilizado
em pequenas quantidades. Em doses maiores produz letargia e morte. Mercrio, calomel e quinino tm contribudo com a sua quota de desgraa, o que somente o dia
de Deus revelar plenamente (W H ITE, 1945, v. 4, p. 1 3 3 ,1 3 8 e 139).

J o primeiro livro sobre sade, da autoria de Ellen G. White, How to Live, do ano
1865, diz que a intrmina variedade de medicamentos que existe no mercado, os numero
sos anncios de novas drogas e misturas, todas, com o dizem, produzindo curas milagrosas,
matam centenas enquanto trazem benefcios a um s (W H ITE, E., 2008a, v. 2, p. 454).
Q uanto a intervenes cirrgicas que exigem o uso de drogas, ela afirma serem
estas aprovadas pelo Senhor:

108

Quem esteve ao vosso lado, ao efetuardes essas operaes melindrosas? Quem vos man
teve calmo e dominado na crise, dando-vos discernimento rpido e perspicaz, vista cla
ra, nervos estveis e habilidosa preciso? O Senhor Jesus enviou Seu anjo para o vosso
lado, para vos dizer que fazer. Colocou-se uma mo sobre a vossa mo. Jesus, e no vs,
guiou os movimentos de vosso instrumento (W HITE, E., 2008a, v. 2, p. 285).

18. Procure os princpios bsicos envolvidos, pois estes


no m udam , m as a aplicao deles pode variar em
oportunidades, lugares e culturas diferentes
Ao afirmar que as mulheres modestas devem cobrir-se co m o vu (IC o 11:5),
Paulo estava discutindo um costum e (verso 16) do prim eiro sculo d.C. N o presente
sculo no necessrio que um a mulher do m undo ocidental se cubra com um vu a
fim de ser considerada modesta.

19. Um a interpretao provavelm ente errada se ela se fizer


acom p anh ar de u m esprito dessem elhante ao de Cristo
U riah Smith pensou que Ellen G. W hite tivesse endossado sua p osio quanto
lei em Glatas na dcada de 1850, to somente para abandon-la na dcada de 1880. Ele
imaginou que ela havia modificado sua posio no tocante ao assunto, o que fez com
que ele, durante vrios anos, questionasse o dom proftico nela m anifestado. E m 17 de

Princpios norteadores de interprcM.h ,,i .

fevereiro de 1890, cerca de dezesseis meses depois da amarga discusso quanto .'i U i n u
Glatas, que ocorreu em Minneapolis, ele escreveu profetisa:
Segundo minha opinio, depois da morte do irmo White, a maior calamidade que
jamais se abateu sobre nossa causa ocorreu quando o Dr. [E. J.] Waggoncr publlt nu
seus artigos quanto lei em Glatas no Signs [1884 a 1886]. Suponho que a questa< <Li
lei em Glatas voltou tona em 1856, quando o irmo Pierce veio de Vermonl a lliu
de investigar a posio que o irmo J. H. Waggoner [pai do Dr. Waggoner] asMititlu
em seu primeiro livro sobre a lei, a saber, que a lei mencionada em Glatas enun o*
Dez Mandamentos. De qualquer modo, desde aquele tempo at o aparecimento dou
artigos no Signs havia entre ns salvo algumas excees individuais unidade iu
tocante a esta questo. Mas tal unidade foi ento quebrada. Muitos foram lanado,*,
em confuso, e as cartas acumularam-se nos escritrios da Review, querendo saber o
que significam estas coisas. Surpreendi-me com os artigos, pois me pareceu ento

ainda me parece hoje que eles contradiziam diretamente aquilo que a irm escreveu
a J. H. Waggoner na ocasio a que aludi acima. A irm percebeu que a posio dele
estava errada. E havia ento apenas um assunto sob exame, ou seja, se a lei em ( lalas
eram os Dez Mandamentos conforme afirmava o irmo Waggoner ou era o sis
tema de leis mosaicas, segundo a posio do irmo Pierce. Minhas reminiscncias so
bre o assunto so bastante distintas, e se eu me encontrasse sob juramento numa corte
de justia, seria obrigado a testificar que, tanto quanto eu soubesse e cresse, aquele n a
o nico ponto em questo; e no tocante a ele, a irm declarou que o irmo Waggoner
estava equivocado (Uriah Smith a Ellen G. White, 17 de fevereiro de 1890, Arquivo de
Correspondncias Recebidas do Patrimnio White).

20. Vrias m entes so m elhores que um a


Sobre a individualidade na obra e o trabalho solitrio, ela escreveu:
Vi ento que todos os pastores deveriam ser perfeitamente unidos e que a igreja
sentiria esta unio e os pastores seriam fortes; cada um saberia ento exatamente a
obra que os outros estivessem realizando, e desse modo poderiam eles sustentar se
mutuamente as mos, e a igreja seria beneficiada; assim haveria apenas pequeno pe
rigo de os pastores receberem erros perigosos que causariam a diviso do precioso
rebanho (Ellen G. White, Manuscrito 1 4 ,1 8 5 0 ).
Que ningum confie em si mesmo, como se Deus lhe houvesse concedido luz espe
ciai, acima de seus irmos [...] A nica segurana para qualquer um de ns, est em
no recebermos nenhuma nova doutrina, nenhuma nova interpretao das Eserilu
ras, sem primeiro submet-la aos irmos de mais experincia. Coloquemo-la diante
deles num esprito humilde e disposto a aprender, mediante orao sincera; se eles nflo
puderem ver luz nesta exposio, devemos submeter-nos ao seu julgamento; pois "na
multido de conselheiros h segurana (W HITE, E., 2006, v. 5, p. 291 e 293).

I .sptrito de Profecia

A maravilhosa verdade de Deus deve ser pesquisada por cada m ente, e o resulta
do de muitas mentes deve ser reunido a partir de vrias fontes com o o depsito
hereditrio de Deus, e o divino poder operar de tal m odo que existir verdadeini
harm onia (W H IT E, E., 1894).
Todo obreiro deve guardar-se contra o pensamento de que completo por si mesmo.
Meu irmo, voc deveria aprender que, qualquer que seja a sua posio no servio de
Deus, outras mentes, alm da sua, deveriam ser postas em conexo com a obra. Voc po
der desejar empreender coisas que, segundo o seu juzo deveriam ser feitas. Mas nem
sempre dever ser seguida a sua vontade. Em alguns setores outras mentes podem ser
mais capazes de oferecer conselho sbio do que a sua; portanto, voc deve aconselhar-se
com seus irmos. Em vossas reunies administrativas, permita que os outros membros
expressem livremente suas opinies. No considere seu prprio julgamento como sendo
plenamente suficiente para decidir os assuntos, sem que seja ouvida qualquer outra voz
(Ellen G. White, Carta 179,1902).

21. No podem os esperar obter respostas definitivas


sobre todos os assuntos bblicos
A Bblia apenas superficialmente compreendida. O estudo de toda um a vida
acerca dessas revelaes sagradas, m esm o que acom panhado de muita orao, deixar
ainda muitos assuntos sem explicao. Tanto na revelao divina quanto na natureza,
Deus outorgou certos mistrios aos hom ens a fim de dirigir a sua f. Assim deve ser.
Devemos estar sempre pesquisando, sempre inquirindo, sempre aprendendo, e ainda
assim haver um infinito diante de ns (W H IT E , E., 2006, v. 8, p. 261).
Podemos com preender tanto de seus propsitos quanto seja para o nosso bem;
alm desse ponto, devemos confiar no poder da onipotncia, e no am or e sabedoria do
Pai e Soberano sobre todos (W H IT E , E., 2006, v. 5, p. 699, 675 e 701).

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