Enfermagem Materno Infantil
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anlise de indicadores que permitam aos gestores monitorar o andamento das aes, o
impacto sobre os problemas tratados e a redefinio de estratgias ou aes que se
fizerem necessrias.
prximo a esta, pois necessrio que um espermatozide encontre com um vulo e que
ambos estejam em boas condies para poder unir-se.
Isto s pode acontecer se o coito antecede a ovulao por no mais que cinco dias,
ou coincida com a ovulao. Ainda assim, na metade dos casos em que esta condio
ocorre, no se produz a fecundao, seja porque os gametas no se encontram, seja
porque so defeituosos, ou porque o meio ambiente que os rodeia no propcio.
Aproximadamente 90% dos ciclos menstruais so ovulatrios e neles a ovulao
pode ocorrer em qualquer dia entre o dcimo e o vigsimo segundo dia. A ovulao o
processo pelo qual o vulo completa sua maturao e sai do ovrio.
Uma vez que ocorra a ovulao, o vulo tem que ser fecundado dentro das 24 horas
seguintes. Se isso no ocorre, o vulo se deteriora e perde a capacidade de formar um
novo indivduo.
Muitas pessoas acreditam que a fecundao se produz imediatamente depois de
uma relao sexual, porm no assim. Depois de um coito, os espermatozides podem
permanecer no interior da mulher num estado capaz de fecundar at aproximadamente
seis dias.
Se o coito ocorre cinco dias antes do dia que ocorre a ovulao, a fecundao
ocorrer no sexto dia aps o coito. Se o coito ocorre no mesmo dia da ovulao, a
fecundao pode ocorrer na mulher em qualquer dos dias comprometidos entre o primeiro
e o sexto dia depois do coito. Portanto, nem todos os indivduos iniciam sua existncia no
dia seguinte de um coito.
A fecundao ocorre habitualmente nas Trompas de Falpio, que um tubo que
conecta o ovrio com o tero. O zigoto resultante desta fecundao uma clula que tem
potencialidade de desenvolver-se e chegar a ser um indivduo constitudo por milhares de
milhes de clulas, do mesmo modo que uma semente pode chegar a ser uma rvore,
por meio do processo de crescimento e desenvolvimento.
Se a semente pode chegar a ser uma rvore, ainda no uma; se um ovo pode
chegar a ser uma galinha, ainda no uma. Desta mesma forma, o zigoto humano pode
chegar a ser um embrio, um feto, um recm nascido, ou uma pessoa adulta, porm
ainda no . Ele necessita desenvolver-se.
Aproximadamente trs a quatro dias depois da fecundao, se o zigoto se
desenvolveu normalmente, est constitudo por 8 a 10 clulas e passa para o tero, onde
continua desenvolvendo-se, imerso no escasso fludo que h na cavidade uterina. Neste
momento alcana o estado de desenvolvimento chamado mrula e, posteriormente, o
estado de blastocisto.
Antes de implantar-se, o blastocisto conta de umas 200 clulas. A maioria delas,
esto destinadas a formar a placenta e outros rgos que mais tarde se definem. De 7 a
10% das clulas do blastocisto esto destinadas a formar um embrio. At aqui, a mulher
no tem nenhuma forma de reconhecer que tem um novo indivduo em seu tero.
No stimo dia do desenvolvimento, o blastocisto humano faz a nidao, ou seja,
implanta-se na camada interna do tero, chamado endomtrio. Para que isto ocorra,
preciso que o endomtrio se encontre receptivo pela ao que os hormnios do ovrio
exercem sobre ele, que so o estradiol e a progesterona.
A partir da implantao, o corpo materno reconhece, de um modo evidente, que h
um novo indivduo em desenvolvimento e comea a reagir a sua presena. Por esta
razo, a Organizao Mundial de Sade considera que a gravidez, que uma condio
da me e no do novo indivduo em desenvolvimento, comea com a implantao.
A referida reao do corpo materno se deve, em parte, ao fato de que quando ocorre
a implantao, as clulas que vo dar origem placenta comeam a secretar um
hormnio conhecido como gonodotrofina corinica humana (HCG). Este hormnio passa
para o sangue materno e atua sobre o ovrio para impedir que se produza a
menstruao.
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2. GESTAO
O desenvolvimento do ser humano desde a fecundao do vulo at o nascimento,
dura em mdia, 266 dias. No entanto, devido s grandes variaes individuais, h uma
certa flexibilidade nesse clculo. Assim, partos ocorridos at duas semanas antes ou
depois do dia calculado pelo mdico podem ser considerados normais.
Quando se fala em durao da gestao, parece lgico comear pelo momento da
concepo. Como esse momento, porm, no pode ser determinado com preciso,
fazem-se os clculos com base na data da ltima menstruao. A concepo costuma
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ocorrer duas semanas aps o ltimo perodo menstrual. Por isso comum considerar a
gravidez como durando 280 dias, o equivalente a quarenta semanas ou pouco mais de
nove meses.
Pode-se dividir a gestao em trs fases: pr-embrionria, embrionria e fetal.
A fase pr-embrionria inicia-se no momento da fertilizao e se estende por mais ou
menos catorze dias. Nesse perodo, o ovo ou zigoto constitui-se de uma massa de clulas
em diviso, j tendo iniciado o processo de diferenciao celular. Tambm ocorre nesse
estgio a fixao do zigoto no tero. Os principais rgos formam-se na fase embrionria,
entre o dcimo quarto dia e o terceiro ms de gestao. Ao fim desse perodo, o embrio
j possui forma humana e recebe o nome de feto. Durante a fase fetal, que vai do terceiro
ms at o nascimento, o corpo cresce e se desenvolve em sua plenitude.
Primeiras divises Ao longo do caminho, o ovo divide-se em duas, quatro, oito
novas clulas, e assim sucessivamente. Antes de cada diviso celular, todos os
cromossomos so duplicados, de modo que cada nova clula possua um conjunto
completo deles.
Nesse estgio, a pequena e slida massa de clulas do zigoto tem forma muito
semelhante de uma amora, sendo por isso denominada mrula. medida que o
desenvolvimento prossegue, h um aumento da quantidade de fludo entre as clulas da
mrula, que se transforma aos poucos numa estrutura cstica que recebe o nome de
blstula ou blastocisto. Nessa fase, o pequenino ser conseguiu finalmente chegar ao
tero, por volta de cinco a sete dias aps a concepo.
Dentro do tero Uma vez dentro do tero, o blastocisto movimenta-se livremente
durante mais ou menos dois dias, enquanto suas clulas dividem-se rapidamente e
iniciam sua diferenciao. No mais confinado trompa de Falpio, o conjunto pode
agora aumentar de tamanho.
A blstula consiste numa camada celular externa denominada trofoblasto e num
aglomerado de clulas, a massa celular interna, de onde origina-se o embrio. Por volta
do stimo dia de gestao, o blastocisto precisa arranjar novas fontes de nutrio, os
fludos tubrios e uterinos j no so mais suficientes. necessrio que ele se fixe na
parede uterina. Esse processo de fixao, a implantao, completa o primeiro estgio do
desenvolvimento pr-embrionrio.
Segunda semana de vida Na segunda semana de vida, os processos do estgio
pr-embrionrio continuam. Por volta do dcimo quarto dia, esse estgio se completa e j
est criado no tero um ambiente capaz de fornecer nutrientes e proteo adequados
para o desenvolvimento do futuro embrio.
Implantao Nessa fase, o troboflasto, a camada mais externa do blastocisto,
passa a digerir as clulas superficiais da parede uterina, formando uma pequena
depresso na qual a blstula prende-se, em geral na parte superior do tero. Ao mesmo
tempo em que escava o endomtrio, o trofoblasto origina pequenas vilosidades. Por meio
delas o trofoblasto gradualmente prende-se o revestimento uterino, obtendo dele seus
nutrientes.
A parte do blastocisto mais profundamente incrustada na parede do tero costuma
conter a massa celular interna do embrio. Ao final da segunda semana, as vilosidades
desenvolvem-se na placenta e no saco amnitico, que cerca o trofoblasto como uma bola
de alguns milmetros de espessura; com isso, a implantao est completa.
Durante esse processo, o trofoblasto comea a produzir o hormnio da gravidez ou
gonadotrofina corinica. Esse hormnio, detectvel na urina da mulher grvida desde
quando o zigoto tem duas semanas de vida, vital para a continuao da gestao,
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absolutamente necessrio.
Terceira semana No incio da terceira semana de gestao, os folhetos
embrionrios, formados no estgio anterior e a partir dos quais o embrio, propriamente
dito, agora se desenvolve, passam por uma rpida mudana. De cada um deles comeam
a desenvolver-se as vrias partes do corpo. Mais ou menos no dcimo oitavo dia, aparece
um sulco em toda a extenso do embrio. Trata-se do canal neural, originado de uma
invaginao das clulas do ectoderma. Esse fato marca o incio do desenvolvimento do
crebro, da medula espinhal e dos nervos.
Ao mesmo tempo o embrio muda de forma. No comeo, o crescimento em
comprimento mostra-se maior que o desenvolvimento em largura, fazendo com que as
extremidades embrionrias se arqueiem dentro do saco amnitico, que por sua vez,
aumenta e dobra-se para envolver todo o embrio com sua membrana protetora.
Concomitantemente, as superfcies laterais do disco que o corpo do embrio, dobramse para dentro: ele agora tem o formato de uma pra, devido a uma proliferao desigual
das clulas da regio que mais tarde ir formar o crnio. J possvel, pela primeira vez,
distinguir as extremidades do pequeno ser. A extremidade ceflica revela-se mais larga,
enquanto a caudal, mais estreita.
Quarta semana Na quarta semana de vida o embrio j perdeu seu formato de
pra. As dobras ceflica, caudal e lateral crescem, aproximando-se na parte inferior e
fazendo com que o embrio assuma uma forma cilndrica envolvendo a parte de onde
surgiro os intestinos. O rpido crescimento do tubo neural origina um longo cilindro
abaulado, fazendo da nuca a parte mais saliente dessa curva. Tal flexo d ao embrio a
aparncia de um gro de feijo, pois a cabea e corpo tem mais ou menos o mesmo
tamanho.
Enquanto o desenvolvimento embrionrio extremamente veloz, pois da concepo
at o final do primeiro ms o peso do embrio aumenta dez mil vezes, o crescimento em
volume no muito grande. Ao final do primeiro ms, o embrio mede aproximadamente
5mm de comprimento.
Nesse perodo, assemelha-se muito a embries de outros vertebrados e ainda no
parece humano. Possui uma espcie de cauda e sulcos ceflicos laterais que se parecem
s guelras de um peixe. Mais tarde, a cauda embrionria desaparece e as guelras
transformam-se em msculos mastigatrios, mas do rosto e ouvidos. Os cientistas
acham que as vrias fases de desenvolvimento embrionrio repetem os passos da
evoluo de nossa espcie.
Segundo ms de vida Ao final do segundo ms de gestao, todos os rgos
necessrios para manter a vida j se formaram. Desse momento at a idade adulta eles
apenas aumentam gradualmente de tamanho e aperfeioam seu funcionamento. por
isso que o embrio (do grego mbryon, inchar) passa a se chamar feto (do latim fetu,
criana pequena). O feto j reconhecido como um ser humano, embora no exceda os
trs centmetros de comprimento.
Os genes, elementos genticos presentes no cromossomo, determinam quais as
clulas devem crescer nos diferentes estgios do desenvolvimento fetal. Por volta da
sexta semana, por exemplo, os ouvidos comeam a desenvolver-se. O ritmo de
crescimento celular tambm responsvel pelo movimento das estruturas embrionrias.
Os olhos formam-se nas laterais da cabea, mas, no instante do nascimento, sua posio
frontal.
Obviamente, os olhos no possuem movimento prprio. Seu aparente deslocamento
tem origem num crescimento relativamente mais lento da rea entre os olhos, comparado
ao rpido desenvolvimento do restante da cabea. A taxa de expanso das diferentes
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partes do corpo nem sempre se revela a mesma. O crescimento do crebro, por exemplo,
acelera-se por volta do trigsimo dia. Como resultado, em dois dias o feto sofre um
aumento de tamanho de mais de 25%.
Terceiro ms de vida No terceiro ms de vida, ocorre o crescimento e o
aperfeioamento dos principais rgos e sistemas do corpo, formados durante os dois
meses anteriores. Na oitava semana, o feto mede apenas 3cm, mas na dcima segunda
ele j tem trs vezes esse tamanho.
Um crescimento to rpido exige um bom suprimento de nutrientes. Por isso, a
placenta, essencial para que o feto obtenha todos os elementos necessrios a seu
desenvolvimento, completa sua evoluo nesse perodo. As vrias substncias nutritivas,
aminocidos, gordura, vitaminas e acares simples, como a glicose, chegam placenta
pelo sangue da me. No organismo do feto, passam por certas converses bioqumicas,
ou seja, so metabolizadas para poder supri-lo de protenas e energia.
No fim do terceiro ms pode-se distinguir o sexo do feto pela aparncia externa; no
segundo ms, ambos os sexos tem a mesma genitlia externa: uma espcie de falo e
dobras ou protuberncias. Os testculos do feto masculino no terceiro ms, j secretam
hormnios sexuais prprios, que fazem o pequeno falo desenvolver-se em pnis e as
dobras formar o escroto. No feto feminino, os ovrios produzem hormnios sexuais
femininos, que levam as dobras a se transformarem nos pequenos e grandes lbios
vulvares e o falo a se desenvolver em clitris.
A forma humana do feto torna-se bem definida nesse perodo. H uma acentuada
mudana nas propores, especialmente em relao aos tamanhos da cabea e do
corpo. O corpo cresce mais rapidamente que a cabea; inicia-se ainda a formao das
unhas dos ps e das mos, por espessamento dos tecidos das pontas dos dedos. Os
membros tambm se expandem, havendo uma maior definio das articulaes, o que
aumenta a flexibilidade do feto.
O esqueleto, originado de tecido mole, comea agora a se ossificar. Por meio de
contnuos depsitos de clcio, o tecido primeiro se transforma em cartilagem e depois em
osso. Os centros de ossificao se encontram nas pontas e no centro da forma ssea,
nos quais a cartilagem transforma-se pouco a pouco em osso verdadeiro. Mais tarde, o
canal central do osso enche-se de vasos sanguneos, dando origem medula ssea.
O clcio necessrio para a formao do esqueleto vem do organismo materno, razo
pela qual uma dieta rica em clcio incluindo leite, queijo, ovos e peixe essencial na
gravidez. O crebro e a espinha dorsal do feto tornam-se mais complexos com o passar
das semanas. O desenvolvimento de nervos e msculos permite os primeiros movimentos
fetais.
Final do ciclo fetal No perodo entre o quarto e o nono ms de gravidez, o feto
cresce e ganha peso, enquanto os vrios sistemas e rgos de seu corpo completam seu
desenvolvimento. Com nove meses, embora esteja preparado para deixar o tero e levar
uma existncia independente da me, o feto ainda no tem seus rgos totalmente
amadurecidos, como os rins e o crebro, que continuam a se aperfeioar depois do
nascimento.
A partir do quarto ms de gestao, os movimentos do feto tornam-se mais
vigorosos e j podem ser percebidos pela me, o que representa para ela motivo de
grande alegria. Nessa fase, o beb capaz de se movimentar livremente dentro do
lquido amnitico; medida que cresce, porm, sua rea de ao diminui.
Devido a essa falta de espao, ele adota uma posio flexionada, com os joelhos
dobrados e as pernas acompanhando a curvatura do corpo: a conhecida posio fetal. Os
braos em geral ficam cruzados sobre o peito. Cerca de dois meses antes do nascimento,
o feto tende a se manter de ponta-cabea, com o crnio voltado para a bacia da me.
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SULFONAMIDAS: Hiperbilirrubinemia.
4. PARTO
Um parto deve ser sempre o mais seguro possvel, tanto para a me como para o
beb. O casal e o mdico devem discutir este assunto e chegar a um acordo do que seria
mais seguro para o caso deles, com a histria deste casal, com sua filosofia de vida, etc.
muitas gestantes, apesar de apresentarem alguns sinais, retornem para seus lares
quando verificado que o parto no iminente e pode acontecer apenas dali a alguns dias.
Devido a isto, ao surgirem qualquer um destes sintomas importante que o mdico faa
uma avaliao clnica.
Sofrimento fetal.
o parto. Nas gravuras antigas o mais comum ver mulheres ajoelhadas, de ccoras, ou
em banquinhos baixos de parto. De um jeito ou de outro o que se observa que as costas
esto em posio vertical. A posio das pernas varivel.
Tambm muito comum ver nessas figuras algum dando suporte por trs,
segurando a parturiente por baixo dos braos.
s vezes um homem, em outras uma mulher. At hoje, nas comunidades nativas
(ndios brasileiros, por exemplo) o parto ainda acontece dessa forma.
claro que estamos falando aqui do parto em si, e no do trabalho de parto, que
pode durar horas e at dias. A posio de ccoras vantajosa durante o perodo
expulsivo, que dura de alguns minutos a uma hora, na maioria dos casos. Durante todo o
trabalho de parto a mulher deve ficar em poses variadas, sentada, ajoelhada, andando,
etc.
Na civilizao ocidental, com a entrada da figura do obstetra no parto, as mulheres
foram colocadas deitadas de costas em mesas cada vez mais especficas, com as pernas
abertas, para que a regio genital pudesse ser bem observada. E assim que funciona
at hoje, para a maioria dos mdicos e hospitais.
Por outro lado, vrios artigos j foram publicados enumerando as vantagens do parto
verticalizado em relao posio de litotomia (deitada de costas).
Entre as vantagens podemos citar algumas:
- O parto mais rpido, pois auxiliado pela gravidade;
- A oxigenao do beb melhor, pois no ocorre a compresso da veia cava pelo
peso do tero;
- A necessidade de episiotomia menor;
- A mulher sente-se mais no controle da situao;
- O companheiro tem uma participao mais ativa ao prover o suporte da posio.
A desvantagem que os mdicos no conseguem controlar o parto da forma como
foram ensinados.
No h necessidade de cadeiras especiais para se fazer um parto de ccoras. Basta
que a mulher suba na cama comum, ajoelhada entre as contraes e acocorada na hora
das contraes, apoiando-se de um lado no companheiro, do outro em uma enfermeira ou
auxiliar. Tambm possvel para o companheiro ficar sentado sobre a banqueta que fica
ao lado da cama, enquanto a parturiente se acocora e se apie nas pernas abertas do
companheiro, de costas para ele.
Enfim, um pouco de boa vontade, criatividade e confiana no instinto da mulher so
suficientes para se fazer um parto de ccoras em qualquer ambiente, hospitalar ou no.
Com relao preparao, no h necessidade de ser uma atleta ou uma ndia para
parir de ccoras. O hbito de se agachar durante a gestao, ou mesmo ficar alguns
minutos de ccoras diariamente, por exemplo, na hora da TV, j o suficiente. Mas
mesmo uma mulher sem essa preparao, que no costuma ficar acocorda, pode
perfeitamente ficar alguns minutos nessa posio durante as contraes do perodo
expulsivo.
Parto de Leboyer Mais uma variao do parto normal que surgiu na Frana. Este
parto realizado na penumbra, com som ambiente, geralmente msica clssica para no
agredir o recm-nascido. Assim que nasce, a me coloca o beb na barriga, faz
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massagem e o leva at a mama para amamentar; logo aps, o pai d banho no filho ao
lado da me, tambm o massageando. A gua deve ter a temperatura da bolsa das
guas intra-uterina, ou seja, prximo dos 36 graus.
Parto na posio de Sims uma tcnica aplicada ao parto normal na qual a me
fica deitada de lado. Defende-se que na posio lateral, as contraes se coordenam
melhor, facilitando o parto, o tero descomprime os grandes vasos mantendo a circulao
e o bem-estar fetal.
Parto na gua Trata-se de uma tcnica que surgiu na Rssia, tambm aplicada ao
parto normal que se d numa banheira com gua morna.
O parto na gua uma modalidade de nascimento onde a mulher fica dentro da
gua durante o perodo expulsivo de modo que o beb chega ao mundo no meio
aqutico, exatamente como estava no tero. A gua aquecida a 36C, o ambiente
geralmente fica meia luz e o pai ou acompanhante pode entrar na banheira com a futura
me.
Esses nascimentos costumam ser muito suaves e calmos e muitos bebs sequer
choram quando so trazidos tona para o colo de suas mes.
Alguns mdicos alegam que nesse parto no seguro, porque o beb pode aspirar
gua. Na verdade os registros de incidentes nos partos aquticos so muito raros e
comparado com partos na mesa ginecolgica o parto na gua no perde em segurana,
mas ganha em qualidade do nascimento.
Outros profissionais alegam que na gua no d para fazer a episiotomia. Este
argumento falho j que a questo que no Brasil faz-se mais episiotomia que o
recomendado pela Organizao Mundial de Sade e outros rgos de sade. Na gua
morna o perneo fica bastante relaxado em relao ao parto tradicional, e as rupturas so
raras e geralmente muito superficiais. A episiotomia nesse tipo de parto embora seja
possvel, desnecessria em quase todos os casos.
O uso da banheira tambm pode ser iniciado antes do perodo expulsivo, para
relaxamento e para a suavizao das sensaes do trabalho de parto. As contraes
ficam menos fortes e o beb pesa menos sobre o colo do tero. Muitas mulheres saem
instintivamente da gua na hora do beb nascer, preferindo ficar sobre um colcho, de
ccoras, deitada em posio semi-reclinada, ou at de lado (posio de Sims).
Apesar das inmeras variaes de posio, podemos dizer que a melhor posio
aquela que a mulher escolhe por se sentir melhor e mais no controle de seu processo de
parto. Esse deveria ser o objetivo da obstetrcia e da boa assistncia ao parto: oferecer
um ambiente de parto onde a mulher possa se concentrar naquilo que seu corpo pede.
Parto em Casa Este tipo de parto bastante comum nas zonas rurais e de regies
mais pobres do pas. Porm nas zonas urbanas, algumas mulheres optam por um parto
residencial por se sentirem mais seguras num ambiente conhecido. importante saber
que o seu mdico s concordar com esta opo caso sua gestao tenha transcorrido
sem problemas e se a possibilidade de parto normal for dominante. Tambm necessrio
que o mdico avalie se as condies do local permitem um parto seguro.
Parto Natural O termo parto natural pode designar um grande nmero de tipos de
partos. Mas em termos gerais podemos entender como um parto com um mnimo de
intervenes. Isto s possvel se o atendente do parto (obstetra, obstetriz, enfermeira
obsttrica, parteira) for algum que tenha o conceito da no interveno bem formatado.
Neste parto a grvida se prepara para lidar com um dos maiores desafios ao parto
natural: a dor. E acaba tendo que encontrar muitas ferramentas para lidar com a dor do
parto sem o auxlio de anestesia, tais como: respirao, posies que diminuem a dor,
massagens, caminhar durante as contraes. necessrio que a grvida prepare-se no
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Anestesia ou analgesia (retirada da dor) que pode ser peridural, raqui ou geral.
Existem tambm medicamentos que aliviam a dor durante o parto, analgsicos,
principalmente medicamentos opiceos, de ao no sistema nervoso central,
sendo o principal a DOLANTINA.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 25
Lavagem intestinal: Diz-se que faz acelerar o trabalho de parto e que as fezes
poderiam contaminar o beb, estudos comprovam que seu uso no traz as vantagens
alegadas, alm de ser muito incmodo para a maioria das mulheres.
Raspagem dos plos pubianos: feita porque se acredita que o parto fica mais
higinico. Porm seu uso comprovadamente desnecessrio alm do fato que pode
haver inflamao no local e o crescimento dos plos incmodo.
Uso de violncia verbal e psicolgica com frases do tipo no grita, ou eu no vou
te ajudar, na hora de fazer voc no gritou, etc. Acredita-se que palavras de ordem e
broncas possam acalmar mulheres assustadas e nervosas e assim organizar o servio
mdico. No entanto evidente que palavras de carinho, um afago e um pouco de ateno
so muito mais eficientes para acalmar e dar mais confiana parturiente.
Jejum durante o trabalho de parto: Diz-se que no caso de uma cesariana, pode haver
problemas de aspirao do alimento. Porm, o jejum provoca fraqueza, o que pode
causar srios problemas no parto, e o evento de aspirao to raro, que no pode ser
usado como justificativa.
Separao do beb logo aps o parto sem que ele e a me possam se tocar. Este
procedimento feito para que o beb seja examinado e lavado. Mas estudos demonstram
que o ps-parto o momento mais importante para a me e o beb estabelecerem o
vnculo afetivo e, tambm, a amamentao precoce faz a sada da placenta ser mais
rpida e com menos sangramento.
Parto X Diabetes
Em casos de gestantes diabticas, o parto, a menos que se suspeite que o feto
esteja em perigo, no deve ser induzido antes do termo. A cesariana, deve ser praticada
quando for verificado pelo mdico a ausncia de condies para induo, capacidade
plvica questionvel (bacia estreita), macrossomia fetal (4kg), histrico de perdas fetais
pela via vaginal, cesarianas anteriores e provas funcionais, indicando baixas reservas
uerolacentrias de oxignio e sofrimento fetal.
Caso contrrio, ser permitida a via vaginal (parto normal). dada preferncia
anestesia peridural. Alm disso, o parto deve ser acompanhado por um neonatologista e,
se possvel, em ambiente que disponha de recursos para cuidados intensivos ao recmnascido.
Os padres alimentares dos bebs so diferentes dos adultos. Para o seu tamanho,
eles requerem mais calorias e precisam de alimentos de tipos, texturas e pores
diferentes para a manuteno da boa sade, crescimento e desenvolvimento adequados.
Durante o primeiro ano, a taxa de crescimento mais rpida do que qualquer outra
etapa da vida. Entretanto, os sistemas orgnicos no esto totalmente desenvolvidos e,
como resultado, a capacidade para digesto, aproveitamento e excreo de nutrientes,
tambm no plena. A nutrio nesse estgio precisa ir de encontro s necessidades de
protena, energia, minerais, vitaminas e outros nutrientes especficos, de acordo com a
maturidade fisiolgica dos rgos. A dieta do beb no pode exceder seus requerimentos,
nem sobrecarregar sua capacidade digestiva ou de excreo.
A melhor forma de alimentao o aleitamento materno exclusivo para os primeiros
quatro a seis meses de vida, seguido da introduo de alimentos slidos e lquidos
apropriados para a idade, com a continuao do aleitamento.
Muitos dos benefcios j conhecidos da amamentao materna so
substancialmente maiores quando essa forma de alimentao exclusiva pelo menos at
o quarto ms.
A amamentao fornece alimentos adequados para a manuteno da sade,
crescimento e desenvolvimento dos bebs, ao mesmo tempo que beneficia a me
lactante. O leite humano considerado o alimento ideal para o primeiro ano de vida,
incluindo casos de bebs prematuros ou doentes, exceto em poucos casos de
contaminaes especficas e doenas maternas.
As vantagens do aleitamento materno so realmente indiscutveis e incluem
benefcios nutricionais, imunolgicos e fisiolgicos tanto para o beb quanto para a me,
assim como tambm benefcios econmicos.
Benefcios psicolgicos Estabelecendo uma ligao mais ntima entre a me e o
beb, a amamentao satisfaz de modo mais amplo s necessidades emocionais de
ambos e oferece ao beb a maior garantia de um equilbrio interno em uma poca de
importncia decisiva para a formao da personalidade, como o primeiro ano de vida.
O aleitamento confere segurana emocional e estreita o vnculo e a afetividade entre
me e filho. A composio nica do leite materno, principalmente no que diz respeito s
gorduras, desempenha importante funo no desenvolvimento neuro-psicolgico. Alm
disso, alguns estudos mostraram melhores resultados em testes de inteligncia em
crianas amamentadas ao seio. E o aumento no desenvolvimento cognitivo foi
proporcional durao do aleitamento durante a infncia.
Benefcios nutricionais O leite humano proporciona nutrio tima aos bebs por
sua composio adequada e o balano apropriado de nutrientes de fcil digesto e
aproveitamento. O contedo relativamente baixo de protenas adequado e tem fcil
digesto, o que no sobrecarrega o sistema renal, ainda imaturo.
As gorduras so de absoro fcil, graas sua composio. O leite humano uma
tima fonte de colesterol; isto parece ser benfico para o prematuro que precisa de fonte
externa de colesterol, bem como para todos os demais lactentes para o desenvolvimento
normal dos mecanismos de controle do colesterol, que sero necessrios na idade adulta.
O elevado contedo de cidos graxos polinsaturados assegura o bom
desenvolvimento do sistema nervoso central. Dos carboidratos do leite materno, a lactose
representa aproximadamente 90%. O restante formado por glicoprotenas, que
desempenham importante papel na produo de cidos que inibem o crescimento de
bactrias intestinais nocivas.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 28
bucal. Ao nascer, o beb tem o maxilar inferior muito pequeno, que ir alcanar equilbrio
no tamanho em relao ao maxilar superior, tendo seu crescimento estimulado pela
suco do peito.
Toda a musculatura bucal desenvolvida, msculos externos e internos, que,
solicitamos, desenvolvem os ossos. Mamar no peito no fcil, da o beb ficar bastante
cansado. Esse exerccio o responsvel inicial no crescimento harmonioso da face e
dentio. Usando mamadeira, esse exerccio quase inexistente, e a preferncia do nen
pela mamadeira vem da facilidade com a qual ele ganha o leite, principalmente quando
este flui por um furo generoso no bico. Para exercitar-se com maior eficincia, a posio
durante a mamada importante: a criana dever ficar o mais verticalizada possvel, o
que tambm facilita a deglutio do leite.
Maxilares melhor desenvolvidos propiciaro um melhor alinhamento da dentio,
diminuindo a necessidade futura do uso de aparelhos ortodnticos. Msculos firmes
ajudaro na fala. Durante a amamentao, aprende-se respirar corretamente pelo nariz,
evitando amidalites, pneumonias, entre outras doenas. Quando a criana respira pela
boca, os dentes ressecados ficam mais expostos crie e as gengivas ficam inflamadas,
os maxilares tendem a sofrer deformaes e os dentes, a ficar sobrepostos, aumentando
tambm o processo de crie.
A mamadeira costuma tornar-se uma companheira para a criana ao longo de anos,
habituando-a a uma dieta mole e adocicada, que aumenta o risco de cries conhecido
como crie de mamadeira; a criana tende a recusar alimentos que requeiram
mastigao. Depois da amamentao, a mastigao correta continuar a tarefa de
exercitar ossos e msculos.
A amamentao prepara a criana para a mastigao. Muitas mes reclamam que
seus filhos, j crescidos, no mastigam corretamente e recusam verduras e frutas,
apreciando apenas doces e iogurtes. Esquecem-se essas mes de que este hbito foi
criado devido ao uso prolongado da mamadeira. Mastigao incorreta pode levar tambm
a problemas de obesidade e de estmago.
Resumindo, sabemos que os bebs devem ser alimentados exclusivamente ao seio
nos seis primeiros meses de vida; no necessrio nem gua ou chazinhos. Mas a
amamentao traz tambm grandes benefcios para os bebs aps os seis meses.
Segundo a Organizao Mundial de Sade os bebs deveriam ser amamentados, como
complemento, no mnimo at o segundo ano de vida. Os benefcios da amamentao
continuam mesmo para crianas maiores.
Aborto ou abortamento significa a expulso do feto do tero antes que ele atinja o
desenvolvimento necessrio para sua sobrevivncia independente da me; a
interrupo da gravidez pela morte do feto ou embrio, junto com os anexos. Pode ser
espontneo ou provocado. O feto expulso com menos de 0,5kg ou 20 semanas de
gestao considerado aborto.
Do ponto de vista de sua causa, classifica-se o abortamento em dois tipos principais:
espontneo e provocado. Entende-se por espontneo o abortamento ocorrido em
conseqncia de causas naturais. Quando resulta de ato deliberado da prpria gestante
ou de outra pessoa, diz-se provocado.
No Brasil, o aborto involuntrio ou provocado ser permitido quando necessrio, para
salvar a vida da gestante ou quando a gravidez for resultante de estupro. O aborto, fora
esses casos, est sujeito pena de deteno ou recluso.
1. ABORTO ESPONTNEO
Depois de um atraso menstrual, algumas mulheres perdem sangue e acham que
menstruaram. Estavam enganadas. Na verdade, tinham engravidado e estavam
eliminando o embrio recm-formado. Depois, engravidam novamente, levam a gestao
a termo, muitas vezes sem saber que tiveram um abortamento silencioso, que no deixou
seqelas.
O aborto espontneo tambm pode ser chamado de aborto involuntrio ou falso
parto. Calcula-se que 25% das gestaes terminam em aborto espontneo, sendo que
ocorrem nos trs primeiros meses de gravidez.
O sofrimento trazido por um aborto espontneo de gravidez desejada muito
grande. A mulher que j passou por essa experincia carrega a tristeza de ter visto morrer
suas esperanas para o futuro. Muitas delas sentem-se responsveis pelo aborto e
imaginam que h algo errado com seu corpo. Algumas acham que nunca mais
engravidaro.
O aborto espontneo costuma ocorrer em vrios estgios. O primeiro deles inclui
discreta hemorragia vaginal e clicas uterinas, quando a gravidez tem vinte semanas ou
menos. Os sintomas progridem de forma gradual, com sangramento abundante,
contraes fortes e abertura do canal cervical, seguidos pela expulso do feto. Os abortos
espontneos ocorridos aps a vigsima semana de gravidez costumam deixar restos no
tero, que devem ser removidos cirurgicamente.
O aborto espontneo constitui uma ocorrncia relativamente comum, afetando uma
em cada dez mulheres grvidas. Pelo menos metade de todos os abortos espontneos
precoces devem-se ao mau desenvolvimentos de estruturas embrionrias, incluindo o
prprio feto, a placenta, os involtrios fetais e o lquido amnitico. Alguns embries
abortados mostram srias anomalias causadas por distrbios genticos ligados ao vulo
ou ao espermatozide, ou pelo desenvolvimento anormal do ovo.
De certo modo, parece haver uma espcie de seleo natural associada ao
abortamento espontneo, especialmente se ocorreu at a oitava semana da gravidez.
Quando o embrio apresenta alguma anormalidade grave, dificilmente a gravidez
progride, parece que o prprio organismo materno percebe a existncia de algo muito
errado com o desenvolvimento do beb e opta por rejeit-lo. Em torno de 60% dos casos,
os embries apresentavam alguma malformao ou alterao gentica e foram
eliminados naturalmente.
H mulheres, no entanto, que apresentam abortamentos sucessivos, o que pode
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 32
2. ABORTO INDUZIDO
Aborto provocado a interrupo deliberada da gravidez pela extrao do feto da
cavidade uterina.
possivelmente o mais antigo e historicamente mais praticado mtodo de controle
da natalidade. No entanto, no h novidade nessa prtica: desde os tempos mais remotos
as mulheres recorrem a ela quando no dispem de outros meios para evitar uma
gestao indesejada.
Em algumas sociedades, substncias abortivas so adquiridas facilmente. Em geral,
tais drogas so associadas de ervas ou substncias declaradamente abortivas, em cuja
embalagem comum o aviso No deve ser usado por mulheres grvidas. Esses
compostos acabam quase sempre por prejudicar a sade da me.
Durante a 1 Guerra Mundial, abortivos base de chumbo tornaram-se to populares
no interior da Inglaterra que os mdicos adotaram como prtica rotineira a investigao da
presena de envenenamento por chumbo (saturnismo) em mulheres grvidas; muitas
vezes, o saturnismo causava a cegueira e at a morte da gestante.
Outro mtodo de aborto muito comum consiste na introduo de um corpo estranho
no tero, a fim de perfurar ou danificar a placenta de alguma forma, forando a sada do
feto. Agulhas de tric e croch, lascas de madeira, velas, penas de cauda de ganso,
espetos de carne e alfinetes longos constituem instrumentos muito empregados para esse
fim.
Lavagens intra-uterinas com soluo de iodo, sabo, vinagre, desinfetantes e
terebentina completam o arsenal, que administrado pela prpria mulher, uma amiga ou
uma abortadeira. Em todos esses casos, conseguindo ou no se livrar da gravidez, a
mulher corre enorme riscos de ficar gravemente enferma ou mesmo de morrer.
O uso de duchas intra-uterinas ou a introduo de instrumentos perfurantes na
cavidade do tero provoca, no mnimo, infeces gravssimas; no mximo, determina
perfurao uterina seguida de hemorragia, geralmente fatal. Quando a mulher sobrevive a
esses mtodos abortivos rudimentares, pode carregar seqelas pelo resto da vida, como,
por exemplo, a impossibilidade de ter outros filhos.
Estima-se que sejam realizados anualmente no mundo mais de 40 milhes de
abortos, a maioria em condies precrias, com srios riscos para a sade da mulher.
O aborto pode causar dor em fetos ainda pouco desenvolvidos, acreditam
pesquisadores do Hospital Chelsea, em Londres. Segundo a pesquisa, fetos podem ser
capazes de sentir dor j a partir da dcima-stima semana de gestao. Por isso,
mdicos britnicos esto estudando a possibilidade de anestesiar o feto durante
intervenes para interrupo da gravidez.
O estudo contraria a verso da entidade que rene obstetras e ginecologistas do
Reino Unido, o Royal College of Obstretics and Gynacologists. Para a organizao, s h
dor depois de 26 semanas.
As pesquisas sugerem que o desenvolvimento do sistema nervoso ocorre mais cedo
do que se imaginava. Existem evidncias de que o sistema nervoso se desenvolve a partir
de 20 semanas de gestao ou talvez depois de 17 semanas.
A teoria ganhou apoio de entidades contrrias realizao de abortos, que afirmam
ser esta mais uma prova de que a vida humana comea no momento da concepo.
A forma de encarar o aborto provocado variou muito ao longo do tempo e de cultura
para cultura e essas diferentes atitudes se reflitiram em tratamentos jurdicos igualmente
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 34
variados.
O cristianismo, que equiparou o feto ao ser humano, inspirou legislaes
radicalmente contrrias ao aborto. Algumas chegaram a equipar-lo ao homicdio.
A proibio do aborto teve suas excees. Uma delas foi o chamado abortamento
teraputico, que aquele recomendado por mdicos como recurso extremo para salvar a
vida da me. Na prtica, tornou-se caso raro.
A vasta transformao das idias e dos costumes que se operou na segunda metade
do sculo XX em grande parte do mundo, principalmente o industrializado, levou a novas
posturas, baseadas no entendimento de que a mulher tem o direito de controlar o prprio
corpo e, portanto, deveria ser livre para decidir a interrupo da gravidez. O que veio a
prevalecer em algumas legislaes.
Outros argumentos em favor da legislao do aborto eram os riscos a que se
expunham as mulheres, merc de profissionais mal preparados e clnicas clandestinas,
que operavam margem dos controles das autoridades sanitrias. Esse problema era
particularmente grave, e continua sendo grave em muitos pases, entre as populaes de
menores recursos, com ndices alarmantes de mortes em conseqncia de abortamento.
Como toda interveno cirrgica, o aborto, praticado em condies deficientes, s
vezes acarreta vrios problemas. O mais grave a perfurao uterina, que pode causar
peritonite e morte. Outro risco grave a hemorragia profusa e finalmente, h uma srie de
infeces que, a depender das circunstncias, podem ser revelar graves e at mortais.
posio do tero. Lava-se a vagina com uma soluo anti-sptica e com uma agulha fina,
anestesia-se o tero em trs pontos, prende-se o rgo com um tipo de frceps chamado
tenculo e uma sonda de plstico fino e flexvel introduzida no tero. A esta sonda ligase um aparelho de suco e remove-se o endomtrio e os produtos de concepo. A
mulher que faz o mini-aborto, depois da operao pode ter clicas uterinas, nuseas, suor
e reaes de fraqueza. A mesma no pode ter relaes sexuais e nem usar tampo nas
trs ou quatro semanas seguintes para evitar complicaes ou infeces.
Envenenamento por sal feito da 16 a 24 semana de gestao. Aplica-se
anestesia local num ponto situado entre o umbigo e a vulva, no qual ir ultrapassar a
parede do abdmen, do tero e do mnio (bolsa dgua). Com esta seringa aspira-se o
fludo amnitico, no qual ser substitudo por uma soluo salina ou uma soluo de
prostraglandina. Aps um prazo de 24 a 48 horas, por efeito de contraes, o feto
expulso pela vagina, como num parto normal. O risco apresentado por este tipo de abordo
a aplicao errada da anestesia, e a soluo ter sido injetada fora do mnio, causando a
morte instantnea.
Sufocamento Este mtodo de aborto chamado de parto parcial. Nesse caso,
puxa-se o beb para fora deixando apenas a cabea dentro, j que ela grande demais.
Da introduz-se um tubo em sua nuca, que sugar a sua massa cerebral, levando-o
morte. S ento o beb consegue ser totalmente retirado.
POSSVEIS CONSEQUNCIAS DO ABORTO
perfurao do tero;
hemorragia;
gravidez ectpica nas trompas: a gravidez ectpica nas trompas, oito vezes
mais freqente depois de aborto provocado, podendo ser fatal para a me; para o
feto sempre;
CONSEQUNCIAS PSICOLGICAS
Doenas psicossomticas;
Depresses;
Partos complicados;
3. IMPORTNCIA DO PR-NATAL
O conhecimento sobre a gestao e o desenvolvimento do beb data de uma poca
recente. Por isso, antigamente apenas se solicitava a presena do mdico na poca do
parto. De algum tempo para c, o maior conhecimento e o tratamento de distrbios
diagnosticados durante a gestao tm podido impedir a ocorrncia de diversos
problemas, tanto para a gestante como para o feto. Por essa razo, os exames e
cuidados pr-natais revelam-se fundamentais para o nascimento de crianas saudveis.
Pelo mesmo motivo importante mulher saber logo se est ou no grvida, pois
assim comear a tomar certos cuidados extras consigo mesma e com a criana,
garantindo uma gestao e parto seguros.
Para que isso ocorra necessrio o acompanhamento de um profissional de sade,
para fazer regularmente o pr-natal.
Pr significa, antes e natal, nascimento, ou seja, a preparao para o
nascimento do beb.
O ideal seria que todo o pr-natal fosse iniciado to logo o desejo pela maternidade
se manifestasse. Sendo assim, o casal j se planejaria para dar incio a uma gestao,
gozando de plena sade. Porm, como na grande maioria das vezes, isso no possvel,
deve-se dar incio ao pr-natal to logo a gravidez seja suspeitada ou confirmada.
O pr-natal a assistncia que se d a mulher a partir do momento em que ela
engravida, no qual o mdico procura diagnosticar e tratar doenas preexistentes, atravs
da realizao do diagnstico precoce de qualquer alterao tanto da me quanto do feto,
para que dentro das possibilidades existentes hoje, elas possam ser corrigidas.
A gestao um perodo de intensas transformaes fsicas e emocionais que cada
mulher vivencia de forma distinta, diferindo tambm entre as vrias gestaes de uma
mesma mulher. Essas mudanas podem gerar medos, dvidas, angstias, fantasias, ou
simplesmente curiosidade em saber o que se passa no interior de seu corpo. O pr-natal
muito importante para que se tenha uma assistncia tambm psicolgica e emocional
para a mulher, pois este um perodo onde a mulher vive uma fase mais sensvel e
emotiva.
fundamental que se possa tambm orient-la e ajud-la a permanecer numa
maneira equilibrada e tranqila, simplesmente voltada s sensaes boas e novas que ela
comea a apresentar. Por meio de um acompanhamento possvel assegurar maior
equilbrio gestante. nessa hora, que se faz importante um acompanhamento
multidisciplinar da gravidez, pois respostas diretas e seguras, so significativas para o
bem estar do casal e do beb.
Na primeira consulta com o obstetra, o exame completo, inclusive com avaliao
ginecolgica. Todas as informaes sobre o histrico de doenas da famlia devem ser
fornecidas, e a mulher pode aproveitar o momento para expor todas as suas dvidas
sobre as futuras transformaes do seu corpo.
Sero pedidos exames laboratoriais, com o objetivo de se detectar algum problema
materno que possa afetar a sade do beb e o bom andamento da gestao:
hemograma, sorologia para sfilis, rubola, toxoplasmose e HIV, glicemia, grupo
sanguneo e Rh, urina, fezes, papanicolau e outros que o obstetra julgar necessrio.
Esses exames sero repetidos durante o decorrer da gestao para a confirmao do
estado de sade da gestante e do beb, ou quando o obstetra julgar necessrio.
O exame de HIV uma proteo para a mulher e para a criana. Uma mulher
portadora do HIV pode comear o tratamento durante a gravidez, evitando que o vrus
passe para o beb durante a gestao e o parto.
A ultra-sonografia importante para se avaliar a idade gestacional e alguns
problemas com o beb ou com a me, tais como mal-formaes, descolamento
placentrio, gravidez nas trompas, entre outros. Modernamente, h exames de lquido
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 38
amnitico que podem ser feitos entre a 14 e 18 semanas de gestao para verificar
riscos de anomalias do beb como Sndrome de Down e mal-formaes do tubo neural.
Os seios devem ser examinados, para avaliar as mudanas gravdicas ocorridas e
para verificar as mudanas gravdicas ocorridas e para verificar as condies dos mamilos
para a amamentao. Os mamilos achatados ou invertidos em geral podem ser corrigidos
por exerccios feitos durante a gestao.
O exame das pernas procura evidenciar a presena de varizes ou de edema
(inchao), enquanto a medio da presso sangunea serve para detectar hipertenso
arterial.
Exames de laboratrio mostram se h protenas ou acar, caso a mulher esteja
sofrendo de diabete sem o saber, na urina. Ao mesmo tempo, o laboratrio verificar a
presena de infeces urinrias, comuns na gestante, mas que nem sempre apresentam
sintomas.
Os exames de sangue atestam se a mulher anmica, determinam seu tipo
sanguneo e seu fator Rh, averiguando ainda se ela sofreu doenas infecciosas, como
sfilis, hepatite, mononucleose ou rubola.
No pr-natal importante haver uma seleo das chamadas gestaes de alto risco,
de forma que estas pacientes tenham uma assistncia maior. Dessa forma, a grvida se
submete a exames mais especficos fazendo com que as condies de alto risco sejam
minimizadas, com a inteno de que a me e o feto cheguem a um final de gravidez
normal e satisfatrio.
Os especialistas reforam a importncia do pr-natal lembrando que a mulher de
hoje, considerando sua ascenso scio-poltico e econmica, tornou-se mais exigente em
termos de acompanhamento, cobrando um maior suporte e ateno a nvel mdico.
Toda gestante deve fazer os exames clnicas e ter a prescrio do seu histrico.
nesse momento, que o profissional de sade fica responsvel por encaminhar a paciente
para os primeiros exames como tambm, o fornecimento do carto da gestante, o
calendrio de vacina e orientar a futura mame sobre a importncia das atividades
educativas e as vantagens e riscos que a mesma pode estar acometida se no for feito o
pr-natal.
Segundo a Organizao Mundial da Sade (OMS), durante os nove meses
imprescindvel que a gestante tenha feito no mnimo, seis consultas, num intervalo de
quatro semanas para cada. Aps a 36 semana, a gestante deve ter acompanhamento a
cada 15 dias, para a avaliao da presso arterial, de presena de edemas, da altura
uterina e dos movimentos do feto e batimentos cardiofetais.
Com relao aos riscos que uma gravidez pode trazer para a mulher, estes se
apresentam em maior escala entre mulheres menores de 17 anos e maiores de 35; peso
corporal menor que 45kg ou maior que 75kg; uso de drogas; abortamento habitual;
hipertenso; diabetes; intervalo interpartal menor que dois anos ou maior que cinco anos;
sndrome hemorrgica ou hipertensiva; pr-eclmpsia; hemorragia da gestao, entre
outros.
Durante o pr-natal, o mdico mede a presso, verifica o peso, mede a barriga e
escuta o corao do beb. Esse procedimento repetido em todas as consultas.
O pr-natal tambm inclui uma srie de orientaes nutricionais e psicolgicas que
ajudam a mulher a enfrentar a gestao com tranqilidade. Visitando o obstetra
periodicamente, pode-se corrigir deficincias nutricionais e aprender-se a manter o peso
sob controle. Durante o pr-natal, deve-se aproveitar para tirar todas aquelas dvidas que
se possa ter como: quais os sinais e sintomas do parto, como estimular a produo de
leite, que tipo de esporte praticar e que cuidados ter assim que o beb-nascer.
2. DEFINIO
1. ALOJAMENTO CONJUNTO um sistema hospitalar em que o recm-nascido
sadio, logo aps o nascimento, permanece ao lado da me, 24 horas por dia, num
mesmo ambiente, at a alta hospitalar. Tal sistema possibilita a prestao de todos
os cuidados assistenciais, bem como a orientao me sobre a sade do binmio
me e filho.
2. A colocao do recm-nascido junto me de forma descontnua no oferece as
vantagens citadas e no , por definio, considerada como "Alojamento
Conjunto".
3. VANTAGENS
A permanncia do recm-nascido sadio com sua me, com a prtica de aes que
configuram o sistema conhecido como "Alojamento Conjunto", tem por vantagens:
a) estimular e motivar o aleitamento materno, de acordo com as necessidades da
criana, tornando a amamentao mais fisiolgica e natural. A amamentao
precoce provoca a contrao do tero e de seus vasos, atuando como profilaxia
das hemorragias ps-parto;
b) favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do aleitamento materno, e sua
manuteno por tempo mais prolongado;
c) fortalecer os laos afetivos entre me e filho, atravs do relacionamento precoce;
d) permitir a observao constante do recm-nato pela me, o que a faz conhecer
melhor seu filho e possibilitar a comunicao imediata de qualquer anormalidade;
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 40
Qualquer dos mtodos usados para obter a idade gestacional permite classificar os
RN em:
Prematuros: idade gestacional inferior a 37 semanas
A termo: idade gestacional entre 37 e 41 semanas e 6 dias
Ps-termo: idade gestacional igual ou maior que 42 semanas
Quando associamos o peso idade gestacional, o RN classificado segundo o seu
crescimento em peso intra-uterino:
RN grande para a idade gestacional:
Peso acima do percentil 90 - GIG.
RN adequado para a idade gestacional: peso entre o percentil 10 e 90 - AIG.
RN pequeno para a idade gestacional: peso abaixo do percentil 10 - PIG.
MORBIDADE
RECM-NASCIDO PREMATURO
Devido a imaturidade de seus rgos e sistemas, pode apresentar os seguintes
problemas.
Regulao da temperatura
Hipotermia;
Hipertermia;
Apnia
Problemas hematolgicos
Anemia;
Sangramento;
Problemas neurolgicos
Hemorragia intracraniana;
Problemas respiratrios
Membrana hialina;
Insuficincia respiratria transitria;
Displasia broncopulmonar;
Problemas cardiovasculares
Hipotenso;
Hipovolemia;
Problemas metablicos
Hipoglicemia;
Hipocalcemia;
Hiperbilirrubinemia;
Acidose metablica.
Dificuldade de suco e/ou deglutio (menor de 34 semanas)
Maior risco de infeco (imaturidade do sistema imunolgico)
B- Problemas respiratrios
Posicionar a cabea colocando coxim, sob as escpulas para manter vias areas
prvias. Manter a cabea em leve extenso. A hiperexteno pode diminuir a luz
da traquia.
C- Boletim de Apgar
1. Realizar o boletim de Apgar: e observado no primeiro e no quinto minuto para avaliar
a adaptao do RN vida extra-uterina.
Nota de zero a 3: dificuldade grave. Realizar ressuscitao e intubao
Nota de 4 a 6: dificuldade moderada. Realizar aspirao e aplicar 02 mido
Nota de 7 a 10: ausncia de dificuldade. Apenas aspirar.
F- CLICA DO RECM-NASCIDO
Orientao de enfermagem quando a criana est em aleitamento materno
Orientar:
Colocar a criana em decbito dorsal apoiada nos braos
Massagear o abdmen em movimentos circulares
Compressas mornas no abdmen
Dieta da nutriz (evitar caf, chocolate, pimenta, doces)
Utilizar funchicria
No utilizar nenhum medicamento tipo anti-espasmdico ou chs
G- Banho do Beb
1) Deve ser um prazer para a me e para a criana;
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 45
CONTAGEM DE APGAR
Valor dos
pontos
SINAL
ZERO
AUSENTE
UM
DOIS
Alguma flexo
extremidades
das Extremidades
fletidas
bem
Reflexos (resposta
ao
estmulo
da Movimentao nula
planta do p e pelo
cateter nasal)
Colorao
Azul plido
Corpo rseo
Extremidades
cianticas
Completamente rosado
NOTA
ZERO
CINCO
DEZ
O atendimento ao RN (RN) pode ser feito na prpria sala de parto, em uma sala
determinada na presena de calor irradiante ou de bero aquecido. O atendimento deve
ser realizado por pessoal treinado, e ser o mais rpido possvel. A anamnese obsttrica
colhida antes do parto e o seu acompanhamento pelo Pediatra so procedimentos de
capital importncia, pois o orientam nas decises a serem tomadas e seguidas. Cerca de
5 a 10% dos RN apresentam dificuldade na passagem da vida fetal/neonatal. A
manuteno da temperatura corprea e o auxlio para estabelecimento de boa ventilao
pulmonar so fundamentais e norteiam o atendimento proposto.
Procedimentos
Cuidados gerais:
O Pediatra dever estar usando avental ou capote, mscara, gorro, sapatilhas e
luvas cirrgicos e estreis, fazendo previamente a assepsia das mos e braos.
Manuteno da temperatura:
O RN deve ser recebido em campo estril, levado mesa ou sala de atendimento,
mantido sob fonte de calor irradiante e feita a secagem do liquido amnitico da cabea e
face (correspondem a 20% da rea corprea).
que em alguns casos pode estar impermevel constituindo uma m formao congnita
imperfurao ou atresia das coanas, que necessita diagnstico precoce, pois leva a
dificuldade e insuficincia respiratria.
Em todo parto abdominal (cesariana) obrigatrio fazer a aspirao gstrica, para
retirar o lquido amnitico deglutido, caso contrrio favorecer o vmito, que poder ser
aspirado pelo RN; desta forma estaremos pesquisando, tambm, outra m formao
congnita com necessidade de diagnstico precoce a atresia de esfago, que
freqentemente esta associada a fstula traqueal.
Incio da respirao
O RN no respirando procede-se estimulao ttil (regio plantar ou para-vertebral)
leve e delicada, que capaz de dar incio a respirao; pode ser necessrio
suplementao de oxignio com mscara manual ou mesmo ventilao com amb.
Respirao
Freqncia Cardaca
Cor
Escala ou Boletim de Apgar
Escore
Sinal
ausente
< 100
> 100
ausente
choro fraco
choro forte
Tnus Muscular
flcido
pouca flexo,
hipotnico
bem fletido
Irritabilidade
Reflexa
ausente
algum movimento
espirro, choro
Cor
cianose ou palidez
cianose de
extremidades
rseo, corado
Freqncia
cardaca
Esforo
Respiratrio
1 min
Tempo
de vida
5 min
10 min
15 min
total
VPP
no indicada
Distncia do Fluxo
de O2
5 litros / min
Concentrao
de O2
5 cm
40 %
2,5 cm
60 %
1,2 cm
80 %
Indicao da VPP
Cuidados na VPP
1
2
3
Posio do RN
Mscara adequada
Viso do trax
Volume pulmonar
5
6
Ausculta pulmonar
Sondagem gstrica
RN
com
diafragmtica
RN em acidose
Controle da FC
hrnia
apnia gasping
avaliar FC
espontnea
> 100
avaliar cor
< 60
60 a 100
PC baixa
VPP
aumentada
VPP
iniciar
medicao
se: FC < 80
MCE
MCE se
PC < 80 aps 30 s de VPP
com O2 = 100% + MCE
PC
VPP
> 100
observar
respirao
descontinuar
VPP
azul ou plido
fornecer O2
rseo
ou
cianose perifrica
observar e
monitorizar
(adaptado)
(in O RN. Segre, C.A.M)
***
Toda mulher tem direito a uma gravidez saudvel e a um parto seguro. Muitos dos
direitos da mulher na hora do parto e ps-parto so desrespeitados muitas vezes por falta
de conhecimento da prpria me. Aqui vamos relatar os direitos da mulher na hora do
parto e no ps-parto.
Nenhum hospital, maternidade ou casa de parto pode recusar um atendimento de
parto j que considerado uma situao de urgncia. A parturiente s pode ser
transferida para outro local se os profissionais da sade a examinarem e houver tempo
suficiente para que chegue no local onde a vaga e garantia de atendimento estiverem
confirmadas.
Quando j estiver internada e no trabalho de parto, a mame deve ter todas as suas
queixas e reclamaes ouvidas e dvidas esclarecidas. Ningum, isso inclui a equipe do
hospital e acompanhante, tem o direito de intimid-la ou recrimin-la quando gritar, chorar
de dor, seja tambm por qualquer outro motivo. uma reao normal que toda mulher
tem o direito de ter.
As roupas usadas pela mame devem ser confortveis e que no tragam nenhum
constrangimento. A mulher espera de dar luz tambm tem o direito de ter um
acompanhante na hora do parto de sua prpria escolha. O melhor conversar sobre isto
antes do parto.
Converse com a equipe sobre a necessidade de lavagem intestinal e raspagem dos
plos pubianos, isso nem sempre necessrio, assim como o soro com medicamentos
para induo do parto. Esse soro s necessrio em ocasies especiais. O melhor
pedir explicaes sobre todos os procedimentos feitos pela equipe do hospital e estes
devem fornecer, pois tambm um direito.
Parto - O melhor e mais seguro parto para a mulher o parto normal e toda mulher
tem direito. O parto cesrea uma cirurgia que tem chances maiores de complicaes e
s deve ser feito em casos extremos. A equipe deve estar preparada para fazer uma
assistncia humanizada e de qualidade tanto para a mame como para seus
acompanhantes.
Se a mame quiser, poder ingerir lquidos durante o trabalho de parto. A equipe
hospitalar indicar a hora de fazer jejum.
Na hora do parto, a dor aparece e cada mulher sente essa dor de maneiras
diferentes. Umas acham suportvel e agentam um parto sem anestesia, outras no
toleram e podem pedir a aplicao de anestesia.
Nem sempre necessria a episiotomia (corte feito no perneo para aumentar a
passagem do beb e evitar o rompimento da pele da vagina). Pergunte ao mdico se no
seu caso a episiotomia realmente imprescindvel.
Caso precise de um parto cesrea, importante que a mulher saiba os motivos da
necessidade desta cirurgia. Esse parto s deve ser realizado quando for para o bem da
sua sade ou do beb.
Depois do parto, a mame tem o direito de ter o beb ao seu lado no Alojamento
Conjunto e de amamentar em livre demanda. A separao s precisa ser feia se um dos
dois necessitar de cuidados especiais.
Tem direito tambm de receber informaes sobre a amamentao e suas
vantagens tanto para voc quanto para o beb. No momento da alta, voc deve sair com
orientaes sobre quando e onde dever fazer a consulta de ps-parto e do controle do
beb.
Em todo procedimento realizado ou solicitado, a mame tem o direito de ser
informada com palavras simples sobre os motivos da conduta. E ela tem o direito de
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 52
escolha quando qualquer procedimento tenha mais de uma opo para ser realizado.
Caso no seja bem atendida em qualquer momento do seu parto, a recomendao
procurar a gerncia do servio de sade e relatar sua queixa.
Fechar o ciclo - Se a mame quiser fazer a ligadura de trompas deve ter certeza do
que quer, pois para sempre. Voc tem o direito de ser informada sobre todos os outros
mtodos para evitar uma gravidez.
Lembre-se que fazer uma cesariana para realizar ligadura de trompas contra a lei e
um risco desnecessrio sua sade.
A nova lei sobre planejamento familiar permite a realizao da ligadura em mulheres
com mais de 25 anos ou com mais de dois filhos. Mas a ligadura no poder ser feita logo
depois do parto ou da cesrea, a no ser que voc tenha algum problema grave de sade
ou tenha feito vrias cesarianas.
Se voc decidir ligar as trompas, saiba que a ligadura pode ser feita gratuitamente
nos hospitais pblicos e conveniados ao SUS.
No s a mame, mas o papai tambm tem direitos nos servios de sade. Tem o
direito de ser reconhecido como pai e no como visita na poca do parto, tendo acesso
facilitado para acompanhar a mame e o beb a qualquer hora do dia.
Tambm tem direito de ir consulta ps-parto da mulher para receber informaes e
orientaes sobre contracepo e preveno de doenas transmitidas em relao sexual.
A participao do pai durante a gravidez, parto e ps-parto um dever que deve ser
exercido.
Recm-nascidos (RN)
O recm nascido classificado, segundo a sua idade gestacional, da seguinte forma:
RN Pr-Termo
a criana nascida em um perodo inferior a 37 semanas de gestao, que
apresenta as seguintes caractersticas:
- Estatura geralmente inferior a 47 cm.
- Peso geralmente inferior a 2.500 kg(o RN a termo que apresenta este mesmo peso
chamado de PIG- pequeno para a idade gestacional).
- Edema ocular intenso.
- Membros compridos em relao ao corpo.
- Excesso de lanugem.
- Ausncia de vrnix caseoso.
- Testculos geralmente ausentes da bolsa escrotal.
- Intenso edema dos grandes lbios.
- Predisposio infeces.
- Reflexos deficientes.
- Insuficincia respiratria grave, por formao da membrana hialina e ausncia de
substncia surfactante dentro dos alvolos.
- Predisposio hemorragias.
RN a Termo
a criana nascida entre 38 a 40 semanas da gestao, que apresenta as seguintes
caractersticas
- Vrnix caseoso (substncia gordurosa e esbranquiada que recobre o corpo para
proteo da pele.
- Milia sebcea(pequenos pontos de acmulo de gordura na pele sempre
localizados na face.
- Manchas Monglicas(manchas azuladas que aparecem geralmente na regio
gltea, podendo diminuir ou perdurar por toda a vida.
- Lanugem (pelos finos e felpudos que recobre, todo o corpo e desaparecem aps o
primeiro ms de vida.
- Fontanelas (partes moles existentes entre os ossos do crnio e que se fecham
com o decorrer do crescimento) as fontanelas devero apresentar-se planas.
- A cabea grande em relao ao corpo (sendo o permetro ceflico de 33 35 cm
normal), pode ocorrer uma sobreposio dos ossos do crnio, devido a uma adaptao ao
canal de parto, voltando a posio normal logo nas primeiras horas de vida.
- Bossas (salincias no couro cabeludo, que ocorrem devido a presses sofridas
pelos tecidos durante o trabalho de parto), podem ser edemas ou hematomas que
desaparecem na primeira semana.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 54
RN Ps Termo
a criana nascida aps 41 semanas de gestao, que apresenta as seguintes
caractersticas:
- Deslocamento quase total do vrnix caseoso.
- Pele enrugada.
- Pouca lanugem.
- Variao da FC por estar entrando em sofrimento fetal.
Atendimento ao RN em sala de parto
- Ligar previamente o bero aquecido, que dever estar limpo e forrado com lenol.
- Pr aquecer o campo esterilizado no qual ser envolto o RN.
- Estar paramentado conforme a rotina, sendo indispensvel o uso de luvas estreis
para a manipulao do RN.
- Anotar o horrio correto do nascimento.
- Aspirar as vias areas superiores (VAS0 com sonda prpria para RN,introduzida
delicadamente atravs da boca e narinas.Manter a aspirao inativa, durante introduo e
a retirada da sonda, para no lesar as mucosas.
- Fornecer oxignio mido, atravs de mscara prpria, para o rosto do RN.Lembrar
que toda mscara deve abranger nariz e boca, no ultrapassando os limites do contorno
da face.
- Realizar CREDE (uso de Nitrato de Prata a 1% (argirol) sendo 01 gota em cada
olho, para a preveno de infeces oculares e principalmente infeco gonoccica).
- Prevenir hemorragia administrando 0,1 mg de Kanakion (IM) na regio da coxa
(face lateral externa). Jamais puncionar regio gltea de um RN porque no se sabe qual
a localizao correta do nervo citico.
- Colocar Cord Clamp (clamp de cordo) no coto umbilical deixando-o com apenas 2
cm de comprimento.Verificar que no haja nenhum sangramento pelo coto umbilical.
- Verificar o sexo da criana, informando a me de forma clara e precisa.
- Identificao do RN atravs da impresso da planta do p (impresso plantar) e
das digitais da me. Colocam-se pulseiras de identificao no RN e na me, sendo que
estas devem conter o nome da me, sem abreviaturas, e devem ser preenchidas de
forma absolutamente iguais.
- Manter o RN sempre aquecido.
- Colher amostra de sangue da me e do RN( pelo cordo umbilical).
- Observar presena de ms formaes aparentes.
- Encaminhar o RN ao berrio com os papis de rotina devidamente preenchidos.
- Observar o APGAR do RN.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 55
APGAR:
a avaliao do estado geral do RN, realizada no 1 e 5 minuto de vida, sendo
repetida no 10 minuto, somente se o estado do RN no for considerado bom.
Esta avaliao feita atravs de notas dadas nos seguintes itens, sendo estas de 0 a 2,
conforme o estado da criana:
Choro:
Ausente - zero (o)
Fraco - um (1)
Normal - dois (2)
Colorao:
Cianose generalizada - zero (0)
Cianose nas extremidades - um (1)
Corado (normal) - dois (2)
Tnus:
Atonia - zero (0)
Hipotonia - um (1)
Hipertonia (normal) - dois (2)
Freqncia cardaca:
Ausente - zero (0)
Bradicardia irregular - um (1)
Normal - dois (2)
Freqncia respiratria:
Ausente - zero (0)
Bradipnia irregular - um (1)
Normal - dois (2)
Pesar o RN diariamente, lembrando que nos primeiros dias de vida, ocorre uma
perda de peso de at 10% ( perda ponderal), sempre seguindo as tcnicas de
pesagem.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 56
Fazer a higiene sempre que necessria do RN, lembrando que o aspecto normal
das fezes pastoso, de colorao verde escura.
Cuidados de Enfermagem:
No permitir que o fio fique tracionado para no danificar nem desligar a isolete
involuntariamente.
No riscar, no colocar objetos nem cobrir a tampa acrlica, pois ela foi feita com
este material para permitir que se visualize o RN.
Lembrar que o RN no ser ouvido quando estiver dentro da isolete, o que exigir
ateno constante da equipe de enfermagem para observar suas condies.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 57
Ictercia Neonatal:
uma distrbio fisiolgico que d pele e mucosas uma colorao amarelada em
decorrncia de pigmentos biliares na corrente sangunea.
a funo do fgado eliminar a bilirrubina da corrente sangunea, sendo que esta o
resultado das destruio das hemcias, portanto, temos duas causas de ictercias.
Ictercia Fisiolgica:
Causada pelo excesso de hemcias destrudas, sobrecarregando o fgado. Surge
aps as primeiras 24 horas de vida e desaparece em uma semana em mdia.
Ictercia Patolgica:
Causada pela imaturidade do fgado do RN, que no capaz de eliminar uma
quantidade normal de hemcias destrudas.Surge nas primeiras 24 horas de vida e pode
levar at mais de 10 dias para desaparecer.
O tratamento da ictercia, tanto a fisiolgica quanto a patolgica feito atravs da
hidratao, fototerapia e exo-transfuso sangunea em casos graves.
Cuidados de Enfermagem:
Impetigo:
uma doena infecciosa da pele, generalizada, caracterizada por vesculas,pstulas
e crostas.Causadas atravs da contaminao em berrio, onde a regra bsica de higiene
no cumprida, ou seja, lavar as mos antes e depois da manipulao de cada recmnascido.
Cuidados de enfermagem:
Isolamento do RN infectado.
Antibitico por via EV, prescrito em casos mais graves, quando ocorrer infeces
secundarias.
Monilase:
uma infeco grave causada pelo fungo cndida albicans.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 59
Cuidados de enfermagem:
- Higiene oral freqente com gua bicarbonatada.
- Instilao oral de 1 ml de soluo de nistatina conforme prescrio mdica.
- Aplicao tpica de violeta genciana em soluo aquosa de 1%.
Hospitalizao da Criana:
A necessidade de hospitalizao da criana implica em uma situao especial, em
que ela poder sentir-se desprotegida, por ter sido colocada abruptamente em um
ambiente to diferente.
A adaptao da criana depender de vrios fatores tais como:
- Idade
- Diagnstico
- Experincia de internaes anteriores
- Situao domstica
- Maturidade
- Tratamento e ateno recebidos neste contato
- Reao familiar internao
A hospitalizao afetar alguns aspectos da vida da criana e seus familiares, a
saber:
Aspecto emocional da criana (medo de injeo, de ficar sem a me, do mdico)
idade.
A equipe de enfermagem dever estar atenta a todos estes aspectos, para que
possa, dentro dos limites estabelecidos, ter compreenso, cooperando com a criana e
seus acompanhantes durante todo o perodo de internao.
Dar banho
O banho poder ser dado vrias vezes ao dia, sempre que necessrio, observando
sempre os seguintes cuidados.
Manter a criana com segurana na gua (lembrar que ela facilmente poder
escorregar).
Secar corretamente.
Nunca alimentar uma criana deitada, pois o risco de ocorrer uma bronco
aspirao muito grande. Deve-se sentar a criana ou pegar o beb no colo, ou
ainda elevar a cabeceira da cama ou fazer uso do "beb-conforto". Mesmo mes
acostumadas a alimentar de maneira errada, devero durante a permanncia no
hospital,seguir os procedimentos corretos.
Promover a eructao.
Manter a criana em decbito lateral com apoio, sempre lembrando dos perigos
de uma bronco aspirao.
Via Endovenosa:
Via Intramuscular:
A quantidade mxima de lquido injetado no deve ser maior que 3 ml, somente
em crianas acima de 10 anos com boa massa muscular, pode-se chegar ao
limite de 5 ml.
A regio do deltide (MMSS) no usada para medicao, tendo seu uso restrito
algumas vacinas.
A limpeza sempre o processo que antecede a desinfeco ou esterilizao. Devese observar sempre que todo o material sujo de sangue ou de secreo considerado
contaminado e, portanto, a limpeza e a secagem tornam-se mais rigorosas.
A impregnao da matria orgnica nos artigos, a toxicidade e ainda o despejo de
grandes quantidades de desinfectantes causam prejuzos ao homem e ao no meio
ambiente.
A limpeza ter que ser rigorosa, pois a falha na mesma impede a esterilizao
devido gordura e sujeira que servem como proteo aos micro-organismos e atuam
como barreira para o contato com agentes que fazem de fato a esterilizao.
A limpeza dos artigos hospitalares tem trs grandes objetivos:
remoo da sujidade;
remoo ou reduo de micro-organismos;
remoo ou reduo de substncias pirognicas.
A limpeza pode ser manual, com mquina de lavar ou com mquina de ultrassom.
No importa o mtodo, o indispensvel que seja retirado inteiramente todo o resduo da
matria orgnica e/ou sujeira. O ideal que a limpeza seja feita, preferencialmente, com
equipamentos que se utilizam de processos fsicos e fazem a limpeza simultaneamente
com a descontaminao, como o caso de lavadoras termo-desinfectadoras que, ao
mesmo tempo, lavam e reduzem a manipulao dos artigos.
No se impressione com o equipamento caro, pois no encontrado facilmente. Um
processo de limpeza feito manualmente, com uma boa frico, auxiliado por escovas ou
esponjas, desde que bem feito, resolve. conveniente que este processo seja precedido
de uma imerso dos materiais em desencrostantes, preferencialmente enzimticos.
A secagem uma etapa que muito interfere nos vrios processos de esterilizao. O
que se recomenda o seguinte:
ar comprimido medicinal - principalmente para os materiais que possuam lmen;
estufas prprias;
secadoras de ar quente ou frio;
pano que seja limpo, absorvente e seco.
Lembramos que uma observao rigorosa dever ser efetuada aps a secagem para
verificar a presena de qualquer processo de oxidao, secreo ou umidade. Voc ter
que ser bastante rigoroso neste momento. No caso de qualquer dvida, utilize o lcool a
70%, com frico.
DESINFECO
A desinfeco o processo de eliminao de formas vegetativas, existentes em
superfcies inanimadas, mediante a aplicao de agentes qumicos e/ou fsicos.
normalmente obtida pela aplicao de agentes fsicos e qumicos. Por agentes
fsicos, efetuada em lavadoras termo-desinfectadoras, em equipamentos denominados
pasteurizadores ou mesmo em gua fervente por 30 minutos. Nesse processo,
necessrio verificar a resistncia do artigo temperatura elevada e umidade. Apesar do
processo de imerso ser letal maioria das bactrias na forma vegetativa e a alguns
esporos e vrus, esse um processo considerado obsoleto e operacionalmente
complicado.
Nesse sentido, quando se pretende a desinfeco, os agentes qumicos so os
mais lembrados, apesar de sua toxicidade ao trabalhador, ao meio ambiente e tambm
aos pacientes quando resduos do produto so absorvidos pela matria-prima dos artigos.
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 66
CLASSIFICAO
DOS ARTIGOS
DEFINIO
TIPOS DE
MATERIAIS
PROCESSO A SER
REALIZADO
Crticos
Artigos que
entram
em
contato com
reas
estreis
ou
vasculares.
Instrumentos de fibra
tica (broncoscpios,
colonoscpios),
tubos endotraqueais,
circuito de anestesia,
circuito de terapia
respiratria
ou
quaisquer
objetos
que
rompam
as
barreiras naturais da
pele e das mucosas.
Esterilizao
Semicrticos
Artigos que
entram
em
contato com
mucosas
e
pele
no
intacta.
Equipamentos
respiratrios
(mscaras, conexes
etc.), endoscpios,
equipamentos
de
anestesia,
termmetros.
Desinfeco de alto
ou
mdio
nvel
(avaliar cada artigo
individualmente).
No-crticos
Artigos que
entram
em
contato com
a
pele
ntegra.
Estetoscpios,
otoscpios,
utenslios
de
refeio,
roupas,
eletroencefalgrafos,
muletas etc.
Desinfeco
de
baixo
nvel
ou
limpeza (avaliar cada
artigo
individualmente).
Esterilizao
Segundo o dicionrio de termos tcnicos de Medicina de Garmier Delamare,
esterilizao a destruio dos germes que existem na superfcie ou na espessura de
um objeto qualquer (instrumento, material de curativo, vestes etc.) por meios fsicos (calor
seco ou mido) ou qumicos (antisspticos). Ou ainda, a operao que tem por
finalidade privar um ser vivo da possibilidade de se reproduzir.
Esperamos que voc tenha acompanhado bem o processo de limpeza e saiba que a
esterilizao depende de uma limpeza eficaz.
Mtodos de Esterilizao
H uma classificao para os mtodos de esterilizao:
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 68
Mtodos fsicos - so aqueles que utilizam calor nas mais variadas formas e
radiaes, dependendo da unidade hospitalar. O mtodo mais utilizado o de vapor
saturado sob presso (autoclave).
Os materiais que podem ser autoclavados so: metais, tecidos, ltex, borrachas,
artigos termo-resistentes e lquidos.
A embalagem dos materiais tem como objetivo permitir a entrada e a sada do
agente esterilizante, a fim de proteger os artigos contra substncias contaminantes e as
prprias agresses do meio externo.
Os materiais destinados a embalagens dos artigos so filmes transparentes - no
tecido, papel crepado, papel grau cirrgico, caixas metlicas perfuradas e tecido de
algodo cru (atualmente no muito usado pela dificuldade que se tem de monitorizao
do desgaste do tecido e a limitao da quantidade mxima de reprocessamento, o que
proporciona um curto perodo de validade de esterilizao).
Mtodos Qumicos so mtodos com certa dificuldade de manuseio e
consequentemente deve-se evitar sua utilizao. O mtodo consiste em imerso dos
artigos em lquidos esterilizantes, requerendo cuidados especiais.
Mtodo Fsico-qumicos neste mtodo, utiliza-se o xido de etileno (ETO) - gs
altamente txico, facilmente inflamvel e explosivo. A Portaria Interministerial n 482, de
16 de abril de 1999, traz as recomendaes para o uso desse mtodo. O equipamento
empregado na utilizao dessa substncia automatizado e computadorizado.
Etapas de Esterilizao
Agora que voc j tem conhecimento dos mtodos de esterilizao e, com certeza,
identificou sua importncia em sua prtica diria, podemos, ento, relacionar as etapas da
esterilizao:
conferncia do material;
classificao;
limpeza fsica e descontaminao;
enxgue;
secagem;
embalagem;
identificao;
estocagem e armazenagem;
registro;
validao do processo de esterilizao; e
distribuio.
A esterilizao um processo que promove a destruio, a inativao definitiva e/ou
remoo de todos os tipos de micro-organismos, de todas as formas de vida de um
material ou objeto. Esse processo inclui a inativao de esporos - formas mais resistentes
de vida - mais resistentes que a maioria dos agentes e ao calor do que os microorganismos no esporulados. Isto exposto por Oliveira (2004):
Esterilizao o processo de destruio de todas as formas de vida microbiana, ou
seja, bactrias nas formas vegetativas e esporuladas, fungos e vrus, mediante a
aplicao de agentes fsico e qumicos.
Diferentemente da desinfeco, a esterilizao um processo absoluto, no
havendo graus que expressem o nvel que o artigo foi esterilizado. Assim, a eficcia do
processo se d quando a porcentagem da sobrevivncia de micro-organismos menor do
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 69
que 1/ 10 (-6), ou seja, um artigo pode ser considerado esterilizado quando a probabilidade
de sobrevivncia de micro-organismos que o contaminam for menor que 1:1000000.
A esterilizao ocorre mediante a aplicao de agente fsico ou qumico, os quais
determinam os mtodos de esterilizao:
FSICOS
QUMICOS
xido de etileno
Plasma de perxido de hidrognio.
Vapor de formaldedo a baixa
temperatura
Utilizao
As embalagens de pano devem ser lavadas antes do primeiro uso e aps cada
utilizao;
Identificao
Colocar nome ou cdigo do material acondicionado;
Procedimentos
Exigncias
No sobrecarregar o aparelho;
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 71
Tempo de exposio
leos (considerar a altura de 0,5 cm) 160 C por 120 minutos;
Exigncias:
No sobrecarregar o aparelho;
Se o perodo foi no incio, meio ou fim do ms, considerar como data da ltima
menstruao os dias 5, 15 e 25, respectivamente. Proceder, ento, utilizao
de um dos mtodos acima descritos.
PROCEDIMENTOS TCNICOS
III. Quando a data e o perodo da ltima menstruao so desconhecidos:
Quando a data e o perodo do ms no forem conhecidos, a idade gestacional e
a data provvel do parto sero, inicialmente, determinadas por aproximao,
basicamente pela medida da altura do fundo do tero e pelo toque vaginal, alm
da informao sobre a data de incio dos movimentos fetais, habitualmente
ocorrendo entre 16 e 20 semanas. Podem-se utilizar a altura uterina mais o toque
vaginal, considerando os seguintes parmetros:
at a sexta semana, no ocorre alterao do tamanho uterino;
na oitava semana, o tero corresponde ao dobro do tamanho normal;
na dcima semana, o tero corresponde a trs vezes o tamanho habitual;
na 12 semana, enche a pelve de modo que palpvel na snfise pbica;
na 16 semana, o fundo uterino encontra-se entre a snfise pbica e a cicatriz
umbilical;
na 20 semana, o fundo do tero encontra-se na altura da cicatriz umbilical;
a partir da 20 semana, existe relao direta entre as semanas da gestao e a
medida da altura uterina. Porm, esse parmetro torna-se menos fiel a partir da
30 semana de idade gestacional.
Quando no for possvel determinar a idade gestacional clinicamente, solicitar o
mais precocemente o exame de ultra-sonografia obsttrica.
Uma outra forma de clculo somar sete dias ao primeiro dia da ltima
menstruao e subtrair trs meses ao ms em que ocorreu a ltima menstruao
(ou adicionar nove meses, se corresponder aos meses de janeiro a maro)
Regra de Negele. Nos casos em que o nmero de dias encontrado for maior do
que o nmero de dias do ms, passar os dias excedentes para o ms seguinte,
adicionando 1 ao final do clculo do ms.
A puericultura tem origem na Frana, em fins do sculo XVIII e foi definida como um
conjunto de regras e noes sobre a arte de criar fisiolgica e higienicamente as crianas
(ROCHA, 1987). Hoje seu conceito foi aperfeioado: Puericultura tambm pode ser
chamada de Pediatria Preventiva e tem como objeto a criana sadia e seu alvo um
"adulto perfeito": fisicamente sadio, psiquicamente equilibrado e socialmente til
(ROCHA,1990).
A essncia continua a mesma e com base nisto foi estabelecido um programa de
assistncia criana. Este consiste no acompanhamento do crescimento e
desenvolvimento da criana em seus primeiros anos de vida, embasando-se em um corpo
conceitual traduzido por normas e regras a serem preceituadas s mes. Trata-se de uma
assistncia individulizada, cuja prioridade o bem-estar da criana em funo das
condies de vida de sua famlia e sociedade onde est inserida.
Infelizmente, a base deste programa est sendo interpretada de maneira equivocada
ou simplesmente desconhecida. A criana no est sendo vista como um ser integrado
a uma famlia e comunidade. avaliada isoladamente ao seu ambiente, priorizando-se
patologias e disfunes.
A assistncia, no programa de puericultura da rede bsica de sade, prestada
mensalmente, sendo intercaladas consultas com pediatra e enfermagem (em alguns
servios pblicos pela auxiliar), que restringem-se a medir, pesar, fornecimento de noes
sobre higiene corporal e vesturios, alm de um exame fsico incompleto. Enfim, um
servio mdico precrio, com caractersticas de assistencialismo e paternalismo. Em
contrapartida, para segmentos privilegiados da populao, temos uma assistncia mdica
sofisticada, onde a criana acompanhada durante seu desenvolvimento e no apenas
durante molstias episdicas (ROCHA,1990).
O Programa de Assistncia Integral Sade da Criana (PAISC) tem como
princpios que a assistncia criana precisa ser uma ao multiprofissional e que o
Centro de Sade seja a unidade bsica e de referncia para a assistncia criana. O
PAISC estabeleceu como diretrizes e objetivos:
desenvolver aes que favoream o crescimento, o desenvolvimento e a
qualidade de vida da criana;.
orientar a alimentao;
promover a vigilncia de situaes de riscos especficos: desnutrio, recmnascidos de risco, problemas visuais e outras que venham a ser propostas;
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 75
Fisiologia
Involuo
Uterina
Lquios
O fluxo genital decorrente da drenagem uterina puerperal denomina-se lquios.
De incio o fluxo sangneo (lochia rubra) de volume varivel, normalmente no
ultrapassando o de um fluxo menstrual, j a partir do 5 dia de puerprio tornam-se
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 76
Colo
Imediatamente aps o parto o colo apresenta-se com bordos edemaciados, limites
imprecisos e com pequenas laceraes que tero resoluo espontnea.
A regresso do dimetro cervical progressiva, e por volta do 10 dia j se apresenta
imprvio, com orifcio em fenda na maioria das mulheres que tiveram parto vaginal.
Vagina
No ps-parto imediato a vagina encontra-se edemaciada, congesta, e com grande
relaxamento das paredes vaginais, alteraes que regridem aps os dois primeiros dias.
Ocorre nas primparas, laceraes do hmen, que aps cicatrizado, constituiro as
carnculas mirtiformes.
A alterao mais importante a atrofia da mucosa vaginal resultante do
hipoestrogenismo, a crise vaginal, que inicia sua recuperao por volta do 25 dia, fato
comum s que tiveram parto vaginal ou cesreo. O retorno do esfregao vaginal
normalidade individual e habitualmente retardado nas nutrizes.
Embora a rugosidade da mucosa retorne gradativamente, a reduo da mesma
evidente a cada parto.
Vulva e Perneo
Apresentam-se edemaciadas e congestas, retornando normalidade rapidamente,
aceraes pequenas so freqentes e cicatrizam espontaneamente.
A ocorrncia de botes hemorroidrios freqente, pela congesto venosa e pela
compresso do plexo hemorroidrio provocado pela passagem do feto no canal de parto.
regresso costuma ser espontnea.
Assoalho Plvico
A musculatura pode sofrer distenses e laceraes que, num futuro prximo daro
origem a distopias genitais, ocorrncia evitada com exerccios pr e ps-natal desses
grupos de msculos, e com adequada assistncia obsttrica ao parto.
Modificaes Gerais
Aparelho Cardiocirculatrio
Nas primeiras horas e dias do puerprio, ocorre um aumento do dbito cardaco,
provocado peia incorporao de 1.000 a 1.200 ml de sangue represado ao nvel da pelve
ENFERMAGEM MATERNO INFANTIL 77
e membros inferiores.
O diafragma desce permitindo o desaparecimento da alcalose respiratria. e retorno
do corao sua posio original, e conseqente normalizao do seu eixo eltrico.
Diminui a presso venosa dos membros inferiores, com conseqente melhora das varizes
e edemas.
A ausculta cardaca tende a normalizar-se aps o l0 dia, desaparecendo o sopro
sistlico de hiperfluxo em foco mitral.
Aparelho Digestivo
Com o retorno progressivo das vsceras abdominais ao seu stio anatmico de
origem, e a diminuio da ao progesternica na musculatura lisa do tubo digestivo,
diminuindo-Ihe o peristaltismo, tende a regredir o quadro de obstipao freqente durante
a gestao. O tempo de esvaziamento gstrico que se encontrava aumentado, tambm
tende a normalizar-se.
O relaxamento da musculatura abdominal e perineal, a episiotomia e hemorridas,
podem retardar a primeira evacuao ps-parto. Nas pacientes submetidas a operao
cesariana, a ocorrncia temporria de leo paraltico pode causar distenso,
abdominal e obstipao por 48 ou 72 horas.
Aparelho Urinrio
Nos primeiros dias de puerprio a bexiga puerperal fica com a capacidade
aumentada e pode reter grandes volumes de urina, por conta do edema e leses
traumticas do trgono vesical e da uretra. Incontinncia urinria devido a leses
traumticas ou atonia esfincteriana pode ocorrer nos primeiros dias e raramente
perpetuar-se.
A maior capacidade vesical. a reteno urinria, e a cateterizao vesical
predispem ocorrncia de infeco nesse perodo.
A dilatao ureteral e sua posio anatmica tendem normalidade num perodo de
quatro a seis semanas.
Alteraes Sangneas
Na primeira semana do puerprio ocorre uma leucocitose que pode chegar a mais de
20.000 leuccitos, sem, contudo haver desvio esquerda.
Os nveis de fibrinognio e a quantidade de plaquetas elevam-se nas primeiras
semanas, que associados a elevao do fator VIII ocorrido na gestao, e que persiste
nesse perodo aumentam o risco de complicaes tromboemblicas, embora haja um
aumento da atividade fibrinoltica no perodo.
A velocidade de hemossedimentao aumenta, alm do nveis gravdicos, durante a
primeira semana.
No plasma. a relao Albumina/Globulina tende a normalizar-se num perodo de seis
a 12 semanas.
Metabolismo
Os distrbios no metabolismo de hidrato de carbono, de lipdios e protico, voltam
normalidade j a partir da 1a semana, bem como o metabolismo basal.
A purpera experimenta uma grande perda de peso, 5 a 6 kg aps o parto, e, com a
normalizao metablica. Poder perder mais 2 a 3 kg nos primeiros dez dias.