Dimensionamento Microestacas
Dimensionamento Microestacas
Dimensionamento Microestacas
JULHO 2014
Editado por
FACULDADE DE ENGENHARIA DA UNIVERSIDADE DO PORTO
Rua Dr. Roberto Frias
4200-465 PORTO
Portugal
Tel. +351-22-508 1400
Fax +351-22-508 1440
http://www.fe.up.pt
Este documento foi produzido a partir de verso eletrnica fornecida pelo respetivo Autor.
AGRADECIMENTOS
Antes de mais, quero agradecer aos meus pais pois sem eles no estaria aqui a realizar este meu grande
objetivo. Ao meu cunhado, que engenheiro civil e foi o grande responsvel pela minha paixo por
este curso e pelos conselhos e dicas que me deu ao longo deste percurso. minha irm e as minhas
sobrinhas que juntamente com os meus pais e o meu cunhado me deram muita fora, fizeram tudo por
mim e nunca duvidaram das minhas capacidades. Aos meus amigos de sempre e aos da faculdade que
nos momentos mais stressantes e nas pocas mais difceis me aturaram, nunca me deixaram ir abaixo e
souberam sempre o que dizer. Ao meu namorado por ter sido o grande pilar nestes anos. Por nunca ter
duvidado que conseguia alcanar os meus objetivos, pela pacincia, pelos risos que me conseguiu
roubar, por ter sempre mostrado o lado bom das coisas e pela enorme ajuda que me deu na dissertao.
Por fim, quero agradecer ao meu orientador e coorientador pelo apoio, ajuda e compreenso que me
deram durante estes meses.
ii
RESUMO
Com este trabalho pretende-se dar a conhecer um pouco melhor o conceito de microestaca, as suas
diversas funes, caractersticas e aspetos relevantes. O principal objetivo desta dissertao criar
uma ferramenta de clculo que ajude e simplifique o trabalho dos projetistas no dimensionamento
geotcnico e estrutural de microestacas. Esta ferramenta foi fabricada a partir construo de uma
interface grfica atravs da linguagem Visual Basic Advanced Language.
Neste trabalho mostra-se a viso de vrios autores ao longo dos anos no que respeito ao
dimensionamento de microestacas. Os clculos presentes na construo da ferramenta tm por base o
Eurocdigo 3 que tem por regra a construo metlica de Portugal e o Eurocdigo 7 que regula o
projeto geotcnico. Tendo em conta que a seco metlica tubular a mais utilizada em Portugal, os
clculos estruturais so referentes a esta.
iii
iv
ABSTRACT
The main objective of this thesis is to create a calculation tool that helps and simplifies the work of the
designers in the geotechnical and structural sizing of micropiles. This tool was constructed by building
a graphical user interface in excel with the Visual Basic Advanced language.
In this work the vision of several authors throughout the years in respect to the sizing of micropiles is
shown. The calculations used in the construction of the tool were based on Eurocdigo 3 which
dictates the rules for metallic structures in Portugal and Eurocdigo 7 that regulates the geotechnical
design. Having in account that the tubular metallic section is the most used in Portugal, the structural
calculations are done in respect to this.
KEYWORDS: micropiles, Visual Basic Advanced Language, tool of calculation, structural and
geotechnical sizing, graphical user interface
vi
NDICE GERAL
AGRADECIMENTOS ............................................................................................................................... I
RESUMO ................................................................................................................................................ III
ABSTRACT ............................................................................................................................................. V
1. INTRODUO ................................................................................................................... 1
1.1. CONSIDERAES GERAIS ........................................................................................................... 1
1.2. MOTIVAO.................................................................................................................................... 1
1.3. OBJETIVOS ..................................................................................................................................... 1
1.4. ESTRUTURA DA DISSERTAO .................................................................................................. 2
vii
viii
NDICE DE FIGURAS
Fig. 1 - exemplo de recalamento das fundaes em: a) edifcios b) alvenaria[1] ................................. 3
Fig. 2 - soluo de reforo com microestacas[4] ................................................................................... 4
Fig. 3 - exemplos de funes: a) estabilizao de taludes; b) muros de suporte[1] .............................. 5
Fig. 4 - estabilizao de tuneis[4] ........................................................................................................... 5
Fig. 5 - exemplo de fundao de cabos de alta tenso[5] ...................................................................... 5
Fig. 6 - parte do fuste de uma microestaca[4] ......................................................................................... 6
Fig. 7 - mtodo de execuo[1] ............................................................................................................... 6
Fig. 8 - a) caso1; b) caso 2 [7]................................................................................................................. 7
Fig. 9 - tipos de microestacas[1] ............................................................................................................. 8
Fig. 10 - diferentes obturadores: a) injeo igu; b) injeo irs[8] ............................................................ 9
Fig. 11 - processo de execuo da irs: a)- perfurao de pequeno dimetro; b)- instalao do tubo tm
no interior do furo; c)- injeo de preenchimentos do espao anelar; d) - injeo irs[8] ........................ 9
Fig. 12 - maquinas de perfurao[8] ..................................................................................................... 11
Fig.13 - equipamento de furao de roto-percusso[10] ...................................................................... 11
Fig. 14 - trado de perfurao[8] ............................................................................................................. 11
Fig. 15 - processo construtivo em solos coerentes[11] ......................................................................... 12
Fig. 16 - processo construtivo em solos incoerentes[12] ...................................................................... 13
Fig. 17 - seco de uma microestaca com armadura tubular de classe n80[13] ................................. 14
Fig. 18 - a) vares de ao laminados a quente; b) vares de ao laminados a frio[8]. ........................ 15
Fig. 19 - a) perfis laminados a quente; b) perfis laminados a frio[14] ................................................... 15
Fig. 20 - armadura gewi[14] .................................................................................................................. 16
Fig. 21 - seco de uma microestaca com armadura heb[13] .............................................................. 16
Fig. 22 - seco de uma microestaca com cintagem de vares[13] ..................................................... 17
Fig. 23 - ligaes das microestacas fundaes: a) ligao selada; b) ligao com alargamento; c)
ligao com braadeiras; d) ligaes com vigas de reao[15] ........................................................... 19
Fig. 24 - ligaes de microestacas a estruturas novas em zonas de alargamento: a) ligao com
amarrao direta; b) ligao com placa de ancoragem[15] .................................................................. 20
Fig. 25 - ligaes de vares individuais fundao: a) microestaca comprimida; b) microestaca
tracionada; c) microestaca comprimida e tracionada; d) microestaca comprimida/tracionada para
fundaes cuja altura reduzida[15] .................................................................................................... 21
Fig. 26 - ligao de dois vares fundao: a) ligao com chapa de ancoragem e porcas; b) ligao
com chapa de ligao soldada[15] ........................................................................................................ 22
Fig. 27 - ligao de microestacas com armaduras tubulares: a) ligao com amarrao direta; b)
ligao com dispositivos especiais[15] ................................................................................................. 22
ix
xi
xii
NDICE DE QUADROS
Quadro 1 - diferenas entre microestacas do caso 1 e 2 ....................................................................... 7
Quadro 2 - relaes entre sub-aplicaes, conceito de projeto, tipo de injeo e estimativa de
aplicao[9] ........................................................................................................................................... 10
Quadro 3 - seces correntes do tubo n80 com fyd=560 mpa[8] ......................................................... 14
Quadro 4 - critrios para avaliar a corroso do solo[27] ....................................................................... 18
Quadro 5 - foras, verificao e dimenses a determinar ao utilizar dispositivos especiais ................ 24
Quadro 6 - relao entre os coeficientes da frmula de lizzi (1985) ..................................................... 28
Quadro 7 - determinao do dimetro mdio[8] ................................................................................... 31
Quadro 8 - coeficientes de segurana fs .............................................................................................. 31
Quadro 9 - coeficiente de carga penetromtrica para diferentes tipos de solos[17] ............................ 33
Quadro 10 - coeficiente e valor de qf (mximos) para diferentes tipos de solos[18] ........................ 34
Quadro 11 - escolha da curva de encurvadura consoante a seco da armadura segundo ec3[23] .. 43
Quadro 12 - relao mxima comprimento-espessura em seces tubulares[14] ............................... 58
Quadro 13 - valores de clculo de nrk, mi,rk e
[14] ................................................................. 60
xiii
xiv
1
Introduo
2
Detalhes sobre as microestacas
b)
Entende-se ento por microestaca como sendo um elemento de elevada esbelteza que faz parte da
estrutura e, por sua vez, transmite ao solo as solicitaes a que est sujeita fundamentalmente atravs
do atrito lateral. de notar que normalmente a resistncia de ponta desprezvel devido as
caractersticas e geometria das microestacas ou, quando existe, mobiliza-se depois de ter ocorrido a
mobilizao lateral. devido sua esbelteza que esta trabalha quase exclusivamente pelo fuste.
Segundo o projeto da norma europeia EN 14199 [2] que rege a utilizao de microestacas, estas so
consideradas como estacas de pequenos dimetros, inferior a 300 mm quando no existe deslocamento
de solo (moldadas), e 150 mm para estacas que provoquem deslocamento do solo (cravadas)[3].
Podem ser projetadas em qualquer direo possibilitando assim a absoro axial de qualquer
solicitao proveniente da estrutura.
A funo das microestacas no se fixa somente no recalamento de fundaes, como mostra a Figura
2. utilizada em obras de tneis sendo designada como "guarda-chuva" como est apresentado na
Figura 5, prevenir deslizamentos de terra (trabalhando flexo e a trao) e em muros de suporto
como est apresentado na Figura 3, melhoramento das condies do solo e macios rochosos,
fundaes em difcil acesso e permanncia (uma vez que requerem equipamentos de pequeno porte),
reforo ssmico, fundao de torres de telecomunicao ou como est apresentado na Figura 4, de
torres de linha de alta teno, estruturas de apoios a telefricos, reservatrios, entre outros[3]. Estas
funes retratam algumas vantagens do uso desta tcnica. Outras so o facto dos assentamentos
verificados aquando sua instalao serem bastante reduzidos; em estruturas sensveis a
assentamentos possvel a realizao de uma pr-carga com um macaco e, por fim, o facto dos
ensaios teste que se fazem serem econmicos.
Contudo, tambm existem desvantagens como, por exemplo, o custo superior comparado com a
tcnica das estacas convencionais; necessrio uma cuidado especial quando as microestacas so
instaladas em estruturas existentes, para evitar vibraes que possam causar danos na estrutura; ter em
ateno que em solos colapsveis a perfurao das microestacas no deve utilizar gua como auxilio,
como forma de evitar assentamentos.
Em Portugal esta tcnica comeou a ser utilizada no final da dcada de 70 e inicio das dcada de 80,
fundamentalmente utilizada como fundao profunda de infraestruturas e reforo de fundaes de
edifcios, sendo esta ltima cada vez mais utilizada devido s recorrentes obras de reabilitao que so
feitas atualmente.
Como se mostra na Figura 6, as microestacas podem ser consideradas como estacas de seco de ao e
calda de cimento, com fuste irregular e continuo e com uma expanso na periferia que induz o efeito
do atrito.
Tambm a FHWA (Federal Highway Administration)[1] nos Estados Unidos, classifica microestacas
como sendo estacas de pequeno dimetro, 300 mm, moldada e injetada "in situ" cuja a configurao
est apresentada na Figura 7. Esta entidade uniformizou os aspetos de dimensionamento e de execuo
desta tcnica pois a sua utilizao foi aumentada ao longo dos anos.
a)
b)
Caso 1
Conteno de terras
Caso 2
Fundao de estruturas
Recalce de estruturas
Reforo do solo
Reduo de assentamentos e
liquefao
Reforo a ao ssmica
Como se pode observar pela consulta do quadro, existem certas funes que se situam tanto no caso 1
como no caso 2.
No que respeita construo das microestacas, estas podem ser diferenciada em 4 tipos:
Tipo A - A selagem efetuada pela cabea somente devido gravidade. Esta pode ser por
calda de cimento ou argamassa. Aqui pode ou no existir armadura de reforo e so
normalmente fundadas em rocha ou em solos coesivos muito duros;
Na Figura 11 est descrito o processo de execuo de IRS com as diferentes etapas que a caracteriza.
Fig. 11 - Processo de Execuo da IRS: a)- Perfurao de pequeno dimetro; b)- Instalao do tubo TM
no interior do furo; c)- Injeo de preenchimentos do espao anelar; d) - Injeo IRS[8]
Quadro 2 - Relaes entre sub-aplicaes, conceito de projeto, tipo de injeo e estimativa de aplicao[9]
Sub-aplicaes
Conceito de projeto
Recalamento de
fundaes
existentes
Novas fundaes
Reforo sismico
Estabilizao de
taludes de
suporto de
escavao
Reforo de
terrenos
Caso 1
Caso 1 e 2
Tipo de injeo
Estimativa de
aplicao
Tipo A (zonas em
rochas ou solos)
Tipos B e D em solos
(Tipo C usado em
Frana unicamente.
Tipo A (Caso 1 e 2)
Tipo B (Caso1) em
solos
Caso 2
(maior
percentagem
de
utilizao)
Tipo A e B
Aprox.
95% de
todas as
aplicaes
0 a 5%
Menos de
1%
O facto do solo ser ou no coerente que condiciona a utilizao o tubo de revestimento. Caso o solo
possua a capacidade de no desmoronar, no necessrio o uso do tubo, caso contrrio importante
inclui-lo na perfurao. Quando os furos so de maior dimenso possvel recorrer a lamas betonticas
como soluo de estabilizao[8].
Hoje em dia existem diversos sistemas de furao consoante as caractersticas das microestacas
(dimetro pretendido), maquinas existentes e tambm com o objetivo de reduzir os impactos em
edifcios vizinhos (vibraes por exemplo).
Pode-se escolher entre um equipamento de furao hidrulico por rotao, como os trados, ou
maquinas hidrulicas de roto-percusso, como por exemplo as varas e bit. Na Figura12 esto alguns
exemplos de maquinas de perfurao.
10
Com o bit perdido, possvel furar, selar e injetar simultaneamente como mostra a Figura 13. Permite
uma instalao rpida mesmo em locais com difcil acesso e permanncia, pois permite que as seces
sejam cortadas e posteriormente acopladas.
Na Figura14 possvel ver com mais detalhe um trado de perfurao utilizado nos equipamentos
hidrulicos.
11
O tubo de perfurao constitudo na sua ponta por uma coroa com pastilhas de metal duro e com
dimetro superior ao do tudo. Os detritos da resultantes encaminham-se para a superfcie devido a
fluido que circula no espao intersticial entre o tubo e o terreno.
de extrema importncia que a perfurao seja lavada com gua e/ou ar para a melhor qualidade da
microestaca.
A execuo de uma microestaca em solos coerentes baseia-se nos seguintes tpicos e est ilustrada na
Figura 15:
i) Furao at cota prevista em projeto;
ii) Retira-se o trado e introduz-se o tubo manchete (armadura principal);
iii) Preenchimento ascensional do furo com argamassa;
iv) Injeo atravs do tubo de enchimento;
v) Estaca acabada.
No que se refere a solos incoerentes, a Figura 16 mostra os diferentes tpicos a seguir apresentados:
i) Perfurao com varas e bit ou trado roto-percusso e tubo de revestimento;
ii) Extrao das varas e bit ou trado e limpeza do furo;
iii) Introduo da armadura principal (tubo manchete - liso em zona corrente e com
manchetes na zona de selagem);
iv) Selagem com calda cimentcia do espao entre tubos (tubo moldador e TM);
v) Extrao do tubo moldador, logo aps a selagem ou injeo secundrio;
vi) Operao de injeo faseada do bolbo de selagem (IRS ou IGU);
vii)
12
2.4. Armadura
No que se refere armadura utilizada, os tubos de ao so os mais usados em Portugal e correspondem
a ao de alta resistncia variando aproximadamente de 80 a 200 mm de dimetro e com uma tenso de
cedncia tpica de 560 MPa. Os tubos de ao de classe N80 no se encontram normalizados no mbito
europeu, contudo, existem dimenses, momentos e esforos caractersticos deste tipo de ao como se
pode verificar no Quadro 2.
A armadura de tubo permite a continuidade da microestaca no caso de ocorrer um corte na argamassa
e proporciona resistncia flexo e ao corte caso seja necessrio.
Na Figura 17 est representado um exemplo de uma microestaca com uma seco de ao de classe
N80, reforada com varo de ao.
13
Dimetro Espessura
exterior
do ao
(mm)
(mm)
rea
2
(cm )
Momento Raio
Mdulo Momento Esforo
Esforo
de
de
de
fletor
transverso
axial
Inrcia girao flexo resistente resistente
(kN)
3
4
(cm)
(cm )
(kN.m)
(kN)
(cm )
88.9
6.5
16.83
1.44E+02
2.92
32.31
16.5
315.0
942
88.9
7.5
19.18
1.60E+02
2.89
36.02
18.3
359.1
1074
88.9
9.5
23.70
1.89E+02
2.83
42.59
21.7
443.7
1327
101.6
9.0
26.18
2.83E+02
3.29
55.74
28.4
490.2
1466
114.3
7.0
23.60
3.41E+02
3.80
59.64
30.4
441.8
1321
114.3
9.0
29.77
4.16E+02
3.74
72.70
37.0
557.4
1667
127
9.0
33.36
5.84E+02
4.18
91.83
46.8
624.6
1868
139.7
9.0
36.95
7.93E+02
4.63
113.45
57.8
691.9
2069
177.8
9.0
47.73
1.70E+03
5.98
191.66
97.6
893.5
2673
177.8
10.0
52.72
1.86E+03
5.94
209.34
106.6
986.9
2952
177.8
11.5
60.08
2.09E+03
5.89
234.63
119.4
1124.8
3364
Existem outras solues que podem ser adoptadas, como por exemplo os vares GEWI e perfis HEB.
Os primeiros so barras de ao de alta resistncia colocados em grupos para aumentar a capacidade
estrutural. Tm um dimetro de 19 a 63 mm apresentando uma tenso de cedncia de 550 MPa
respetivamente. Este tipo de armadura necessita de um cuidado acrescido para evitar o fenmeno de
varejamento. Estes podem ser laminados a quente ou a frio. Na Figura18 esto apresentados os
grficos tenso-extenso do aos laminados a quente e a frio.
14
a)
b)
A titulo de curiosidade, a Figura 19 mostra alguns perfis laminados a quente e a frio respetivamente.
a)
b)
Opta-se por perfis laminados a quente quando estes vo ser empregados em elementos resistentes
principais. A forma destes perfis pode variar consoante os esforos a que vo ser sujeitos, facilidade de
montagem, dos processos de ligao ou at dos condicionantes estticos e durabilidade. Por sua vez,
os perfis laminados a frio so construdos a partir de chapas muito finas cuja a espessura uniforme.
Como geralmente tm proteo anti corroso prvia, as formas destes podem ser variadas com boas
propriedades e gastos de material reduzidos. importante referir que estes perfis apresentam um ao
pouco dctil e, por isso, no aconselhvel a sua utilizao em estrutura cuja fadiga seja
preponderante[14]
A armadura GEWI, adoptados em pases como a Alemanha e a Sua, um elemento contnuo com
recurso a conectores que pode ser utilizada isoladamente ou em grupo. Este tipo de armadura
ineficaz para grandes momentos fletores ou cargas laterais devido sua reduzida seco (reduzido
momento de inrcia). Como se pode verificar na Figura 20, estas podem ter proteo simples ou dupla
contra a corroso do meio envolvente.
15
Os vares de ao cintados, Figura 22, podem ser constitudos por ao ordinrio ou de alta resistncia,
cintados de forma a aumentar a resistncia da armadura, possuindo uma boa capacidade de suporte
compresso. Os vares tm dimetro at 40 mm e uma tenso de cedncia da ordem dos 460 MPa. A
cintagem feita atravs de uma armadura que tem como funo unificar os vares conferindo
microestaca resistncia encurvadura (varejamento).
Foram o primeiro meio de reforo de microestacas que foram utilizadas em Itlia nos anos 50 por
Lizzi, nas primeiras experincias.
16
17
Parmetro
Grande
potencial
Unidades
de
corroso
Potencial
de
corroso
mdio a
nulo
pH
<4.5,
>10
5.5<pH>10
resistividade
ohm-cm
<2.000
5.000
Sulfatos
ppm
>200
200
Cloretos
ppm
>100
100
A sua consistncia da calda de cimento deve ser tal que o enchimento se faa sem que ocorram cortes.
No entanto, se o pretendido for preencher lacunas ou fazer injees de compensao, prefervel usar
uma argamassa mais magra ou mole.
A selagem deve ser feita logo aps a introduo da armadura garantindo que o furo se mantm limpo.
Nos tipos A e B a selagem total, enquanto que nos restantes tipos (C e D) feito s pelo exterior.
No que toca injeo, esta s se realiza nos tipos C e D quer por IGU quer por IRS ao longo do
comprimento do bolbo de selagem.
18
Fig. 23 - Ligaes das microestacas fundaes: a) Ligao selada; b) Ligao com alargamento; c) Ligao
com braadeiras; d) Ligaes com vigas de reao[15]
19
Amarrao direta onde a transmisso das cargas feita por aderncia ao longo do
comprimento de amarrao (Figura 24 a));
Ligao com chapa de ancoragem situada entre uma porca e uma contra porca;
Recurso a porcas com flange que se encontra bloqueada na sua posio por uma contraporca;
No que respeita a primeira tcnica acima apresentada, existem vrias ligaes de microestacas
constitudas por vares isolados ou com mais que um varo. Estes podem estar sujeitos a esforos de
compresso, trao ou compresso/trao.
Para ligaes somente com um varo, a Figura 25 mostra estas vrias ligaes referidas no pargrafo
anterior.
20
Como referido na Figura 25, a soluo a) somente para vares sujeitos unicamente a esforos de
compresso e, assim sendo, colocada uma porca sob a chapa de ancoragem e uma contra-porca sobre
a mesmo chapa.
Quando os esforos so puramente de trao (Figura 25 b), a porca colocada por cima da chapa de
ancoragem e a contra-porca por baixo desta.
A ligao demonstrada na Figura 25 c) s pode ser utilizada quando h altura suficiente na zona de
alargamento para a colocao de armadura em cima e em baixo da chapa de ancoragem devido
alternncia de esforos de compresso e de trao. So colocadas duas porcas (a contra-porca funciona
como porca). Cada uma delas fixa-se na outra dependendo da solicitao.
Por sua vez, quando a altura das sapatas reduzida, opta-se pela soluo demonstrada na Figura 25 d).
Aqui utilizam-se duas chapas de ancoragem, em que cada uma est prxima do topo e da base da
fundao.
A Figura 26 ilustra solues em que a ligao se faz com dois vares:
21
Fig. 26 - Ligao de dois vares fundao: a) Ligao com chapa de ancoragem e porcas; b) Ligao com
chapa de ligao soldada[15]
Nesta situao tambm existe a soluo com chapas de ancoragens e porcas ou com chapas soldadas
(Figura 26 a) e b) respetivamente).
Como foi referido anteriormente, em Portugal, a armadura de reforo mais utilizada a tubular e para
este caso as solues so igualmente variveis como se pode ver na Figura 27.
Fig. 27 - Ligao de microestacas com armaduras tubulares: a) Ligao com amarrao direta; b) Ligao com
dispositivos especiais[15]
Para a ligao direta (Figura 27 a)) usual as microestacas terem uma textura devido soldadura de
anis ou ento atravs de cintas helicoidais.
No dimensionamento destas ligaes, necessrio verificar a segurana a foras de compresso,
trao, foras horizontais e momento na cabea das microestacas.
A Figura 28 mostra as verificaes referidas no paragrafo anterior e as dimenses que se devem obter
a cargo destas para as ligaes que utilizam dispositivos especiais.
22
Fig. 28 - Verificaes de segurana nas ligaes: a) Verificao ao punoamento para foras de compresso; b)
Verificao ao punoamento para foras de trao; c) Verificao ao esmagamento do beto devido a foras
horizontais; d) Verificao ao punoamento devido a fora horizontal junto ao limites da fundao[15]
23
Foras
Verificaes a calcular
Esmagamento do beto
na cabea da
microestaca, na zona
superior da chapa de
ancoragem;
Foras
verticais de
compresso
(fig. 28 a)
Foras
verticais de
trao (fig.
28 b)
Fora
horizontal e
momento
(fig 28 c)
Fora
horizontal
(fig.28 d)
Dimenses determinadas
devido s verificaes
Verificao ao
punoamento.
Tenso no beto na
parte superior do prato
da ancoragem;
Verificao ao
punoamento.
Esmagamento do beto
ao longo do
comprimento de
amarrao.
Verificao ao
punoamento na
zona lateral da
fundao.
Altura hc
Dimenses (em
planta) do prato da
ancoragem
(a b)
Comprimento de
amarrao lb
Comprimento de
amarrao lb
Distncia h
Quando a ligao das microestacas s fundaes de beto armado se fazem em estruturas existentes
usual recorrer-se amarrao direta da armadura, selando esta com calda de cimento num furo feito
previamente como se pode verificar na Figura 29.
Como mostra a Figura 30, inicialmente efetua-se um furo por coroa diamantada ou por percusso.
Seguidamente so instaladas as microestacas nestes furos e seladas com calda de cimento.
24
Para ligao estar bem feita, preciso garantir uma boa aderncia entre o ao e a calda e entre esta e o
beto. A aderncia entre a calda e o beto est diretamente ligada com a rugosidade do furo. Esta
depende se a furao foi feita atravs de carotagem com coroa diamantada, ou utilizando martelos
pneumticos (percusso). Com a primeira tcnica mencionada, possvel aumentar a aderncia devido
ao recurso de dentes. Atravs da rotao lenta permissvel criar sulcos na superficie do furo.
Segundo a FHWA[1] estes dentes tm correntemente 20 mm de profundidade e 32 mm de altura. Com
a percusso a rugosidade do furo aumenta bastante, aumentando assim a aderncia entre a calda e o
beto. No entanto, esta tcnica de furao pode produzir vibraes na estruturas e fendilhar o beto da
fundao.
A Figura 31 mostra exemplos de texturas consoante a tcnica utilizada.
A aderncia entre o ao e a calda, depende, por sua vez, de anis soldados, cintas helicoidais ou
cordes em espiral. Em Portugal, esta aderncia conseguida atravs da soldadura de cintas
helicoidais uma vez que so mais fceis de executar.
importante no esquecer que as fundaes no foram dimensionadas para transferirem as cargas
atravs das ligaes expostas anteriormente e, portanto, necessrio recorrer-se colocao de
armadura pr-esforada, alargamento da fundao, colagem de mantas de polmeros reforados com
fibras de carbono (CFRP), entre outras solues.
Quando se opta por ligaes atravs de braadeiras, Figura 32 as microestacas so colocadas perto da
estrutura e ligadas a esta ltima por estes elementos.
25
Esta soluo usualmente utilizada em estruturas de pequenas dimenses, pois embora a sua
facilidade de execuo, a sua utilizao e transferncia de carga so limitadas.
A escolha do tipo de braadeiras depende se as microestacas so injetadas, prensadas, ou do tipo hlix,
e da carga a que esta sujeita. Como se pode observar na figura anterior, existem dois tipos de
braadeira: plana (fig. 32 a)) ou em L (fig 32 b)). Para diminuir a excentricidade, estas devem ser
colocadas o mais junto das estruturas. A ligao das microestacas s braadeiras feita por ligaes
aparafusadas com mangas de encaixe de modo a evitar a rotao das microestacas.
26
3
Dimensionamento microestacas
Primeiramente apresentado um mtodo semi-imprico desenvolvido por Lizzi (1985), em que a carga
calculada atravs da equao 1
(1)
em que:
L - comprimento da microestaca;
27
Solo
K
Dimetro
(kPa)
(cm)
Brando
50
10
solto
100
15
0.9
compacidade
mdia
150
20
0.85
Muito
compacto,
saibro, areia
200
25
0.8
O mtodo que se segue aquele que melhor demonstra o verdadeiro comportamento do bolbo de
selagem, um vez que se baseia em ensaios de carga-deslocamento para diferentes tipos de solos,
sujeitos a diferentes solicitaes, diferentes tipos de injeo e diferentes valores da presso e dos
volumes de calda de cimentos injetados em cada vlvula.
A resistncia compresso dada pela equao 2 e a resistncia de clculo pela equao 3.
(2)
(3)
em que :
FS - coeficiente de segurana.
Tratando cada parcela em particular, a parcela da resistncia por atrito lateral dada pela equao 4.
(4)
onde:
28
qs - aderncia solo-cimento;
(5)
em que:
necessrio obter o valor de qs, e para tal so consultados bacos como mostram as Figuras 33 e 34
que se referem a areias e argilas respetivamente e onde o N corresponde ao valor de N60. relevante
referir que se trata de uma correlao emprica.
29
necessrio ter em considerao que se deve realizar uma injeo presso e os volumes de calda
injetados, Vi, tm de ser superior ao volumes tericos do bolbo previsto, Vs. correto injetar cerca de
50 a 100% a mais que o volume terico para compensar as perdas de calda de cimento atravs da
exsudao do terreno, perdas ligadas diretamente ao processo de injeo e para poder-se efetuar o
tratamento de solo volta do bolbo. No Quadro 7 esto apresentadas quantidades mnimas de calda
de cimento aconselhveis tendo em conta o tipo de solo. apresentado igualmente o coeficiente que
majora o dimetro do bolbo devido injeo de calda de cimento. O valor deste coeficiente de
expanso, , difere consoante o tipo de solo e a tcnica de injeo utilizada. Pela observao do
quadro verifica-se que este coeficiente apresenta valores superiores no sistema de injeo IRS, ou
seja, onde existe reinjeo.
30
Quantidades mnimas de
calda aconselhadas a Vi
Coeficiente
Solo
IRS
IGU
Seixo
1.8
1.3 a 1.4
1.5 Vs
Seixo arenoso
1.6 a 1.8
1.2 a 1.4
1.5 Vs
1.5 a 1.6
1.2 a 1.3
1.5 Vs
Areia grossa
1.4 a 1.5
1.1 a 1.2
1.5 Vs
Areia mdia
1.4 a 15
1.1 a 1.2
1.5 Vs
Areia fina
1.4 a 1.5
1.1 a 1.2
1.5 Vs
Areia siltosa
1.4 a 1.5
1.1 a 1.2
Silte
1.4 a 1.6
1.1 a 1.2
Argila
1.8 a 2.0
1.2
Marga ou
calcrio margoso
108
1.1 a 1.2
1.5 a 2 Vs para
camada compacta
Rocha alterada
ou fragmentada
1.2
1.1
Perodo de
Trao Compresso
utilizao
Provisria
1.8
Permanente
2.2
Passando para o mtodo Penetromtico - Experimental, pode-se constatar que se trata de um mtodo
de correlaes que especfico para estacas, mas tambm aplicvel a microestacas. Tambm por este
mtodo se divide a carga de ponta e adeso lateral como possvel verificar nas equaes 6 e 7.
(6)
31
(7)
em que :
Ab - rea da seco;
Qp - carga na ponta
Ii - espessura da camada i;
D - dimetro da microestaca;
Para a capacidade de carga admissvel, equao 8, adotam-se coeficientes de segurana igual a 3 para
a resistncia de ponta e igual a 2 para a mobilizao da resistncia lateral.
(8)
32
Natureza do solo
Rp * 10
Microestaca
caso 2
0.50
10 a 50
0.35
0.45
50
0.40
0.50
> 50
0.45
0.55
50 a 120
0.40
0.50
> 120
0.30
0.40
< 10
Em cada camada, o atrito lateral pode ser obtido dividindo o Rpi pelo o coeficiente i como mostra a
equao 9. Este coeficiente relaciona o tipo de solo e o modo de execuo.
(9)
33
Natureza do solo
Coeficiente i
Rp * 10
< 10
Microestaca
caso 1.
30
Microestaca
caso 2
30
Argila de mdia
consistncia
Siltes e areias soltas
10 a 50
40
80
50
60
120
> 50
60
120
50 a 120
100
200
> 120
150
200
Em relao aos ensaios, pode-se optar por fazer ensaios CPT ou ento fazer uma correlao entre os
ensaio CPT e SPT. O segundo o mais usual in situ e utiliza-se indiretamente correlacionando com
ensaios CPT e com caractersticas de resistncia ao corte. A Figura 35 mostra a correlao entre qc e
N55 em funo do dimetro mdio. tomado como referncia o N55, ou seja, um ratio de energia de
55%. Posteriormente com a converso de N55 para N60, os valores qc/(paN) sobem aproximadamente
9%.
Como se pode verificar pela consulta do baco, qc/(paN) depende da granulometria do solo, ou seja,
cresce com o dimetro mdio das partculas.
34
Quando no local da obra somente existem resultados do ensaio SPT, possvel atravs da carta da
Figura 35 obter o valor estimado da resistncia de ponta, qc.
Pelo Eurocdigo 7 [20], em 1997-1, o dimensionamento feito de modo a evitar o fenmeno de rotura
como est apresentado na equao 10.
(10)
em que:
Este valor de clculo de uma ao resistente depende da resistncia de ponta e de atrito como se pode
verificar na equao 11
(11)
onde:
Por sua vez, as resistncias de ponta e de atrito podem ser calculados de acordo com as equaes 12 e
13 respetivamente.
(12)
(13)
Para os quais:
35
onde:
b)
O dimensionamento para o primeiro caso depende somente da fora axial aplicada, no havendo
efeitos de segunda ordem. Por sua vez, quando se trata de um elemento esbelto deve-se ter em conta os
efeitos devidos encurvadura da coluna, ou seja, os efeitos de segunda ordem.
A regulamentao portuguesa de projeto de estrutura adotou, por sua vez, a designao de
"varejamento" quando se trata de um fenmeno de instabilidade de colunas sujeitas a flexo.
As primeiras equaes desenvolvidas para calcular e representar a encurvadura s eram aplicadas para
seces constantes e em meios homogneos e elsticos-lineares.
Se consultarmos a FHWA[1], verificamos que a resistncia compresso pode ser calculada a partir
da equao 15.
(15)
em que:
36
As - rea do ao compresso.
Quando se pretende calcular a resistncia trao atravs da FHWA, recorre-se equao 16.
(16)
onde:
As - rea de ao trao.
Como se pode verificar, a FHWA considera como coeficiente de segurana para compresso um
valor de 0.47 e trao um valor de 0.55.
imperativo referir que os efeitos de segunda ordem no so considerados pela FHWA.
(17)
(18)
em que:
As - rea de ao da seco;
Ac - rea de beto:
37
Esta carga pode ser designada como o valor mnimo para o qual o sistema passa de uma situao de
equilbrio estvel para uma situao de equilbrio neutro. Para valores ligeiramente superiores carga
crtica, o elemento entrar em equilbrio instvel como se pode verificar na Figura 37. A equao 19
apresenta o clculo da carga crtica de Euler.
(19)
onde:
=
- em que o parmetro que tem em conta a influncia das condies de apoio e l
corresponde ao comprimento entre articulaes ou comprimento efetivo.
38
Fig. 38 - Comprimento efetivo de encurvadura dos elementos com diferentes ligaes ao exterior[28]
(20)
em que:
(21)
(22)
Com o valor de pode-se definir uma nova esbelteza normalizada da coluna adimensional apresentada
na equao 23:
(23)
39
Pode-se concluir que medida que se aumenta lo ou se diminui o raio de girao da seco, a esbelteza
aumenta e a tenso critica tende para zero. Caso se tratar de um elemento curto, a esbelteza tem
valores reduzidos e a tenso critica tende para infinito. Assim sendo, pode-se concluir que a esbelteza
uma caracterstica geomtrica dos elementos lineares que representa a sensibilidade de encurvadura.
A Figura 39 mostra a relao do coeficiente de esbelteza e a carga crtica de Euler.
Nas estruturas metlicas, o colapso ocorre devido interao entre o fenmeno de instabilidade e
plasticidade. No primeiro caso trata-se da no linearidade elstica e no segundo caso a no linearidade
plstica.
As imperfeies geomtricas so um aspeto bastante importante podendo gerar excentricidades de
cargas que podem, por sua vez, originar deslocamentos . A sua considerao provoca efeitos nos
sistemas estruturais uma vez que alteram a trajectria de equilbrio quer seja em regime elstico ou
elasto-plstico. Assim, devido a essas imperfeies, a capacidade de carga da coluna vai sofrer um
decrscimo como se pode verificar na Figura 40.
Fig. 40 - Variao da tenso crtica com a esbelteza para uma coluna ideal e real[22]
crucial verificar a segurana para o estado limite ltimo conhecido como Estado Limite de
Encurvadura. Esta verificao depende do material, da ao atuante e, por fim, da esbelteza do
elemento.
40
(24)
(25).
Em que:
mas
(26)
Onde:
(27)
41
d respetivamente.
Para saber qual a curva de encurvadura correspondente, deve-se consultar o Quadro 11.
42
Neste subcaptulo defende-se que para uma anlise mais completa da encurvadura nas microestacas,
deve-se utilizar uma soluo para a equao de uma viga assente sobre uma fundao em meio
"winkler". Este solo compreendido como um meio discreto com uma serie de molas independentes
e com comportamento linear elstico[15]. Terzaghi prope que a constante de rigidez adote valores
iguais caso o solo seja argiloso sobreconsolidado e valores diferentes para solos arenosos ou lodos.
A Figura 42 mostra uma estaca embebida num solo que representado por molas.
43
(28)
No qual:
P - carga axial;
Es - mdulo de reao lateral do solo (kN/m2). Tambm pode ser designado por k;
No primeiro termo est apresentado a equao da viga sujeita a carga transversais; o segundo termo
corresponde ao efeito da carga axial; e por ltimo, o terceiro termo representa a reao do solo.
Timoshenko e Gere realizaram igualmente trabalhos de extrema importncia para a anlise do
fenmeno de varejamento em que se considera uma coluna uniforme e simplesmente apoiada, assente
numa fundao em meio "Winkler" como se pode verificar na Figura 43. O solo, como foi referido
anteriormente, constitudo por molas independentes e com comportamento elstico e linear e a
rigidez das molas caracterizada por uma constante de proporcionalidade entre a presso aplicada, q,
e deslocamento do solo, y. Esta constante designada por mdulo de reao do solo cf ( kh).
44
(29)
(30)
(31)
Outro trabalho bastante relevante para o anlise da encurvadura em microestacas [18] foi estudado
por Bjerrum que cita o perigo de ocorrer a encurvadura em solos argilosos moles como "fantasmas
que de vs em quando aparecem nas discusses tcnicas". Esta temtica tem reaparecido com a
evoluo das microestacas que suportam elevadas cargas, nomeadamente as do Caso1. A equao 32
mostra o clculo de Pcr segundo este autor.
(32)
para o quais:
45
O primeiro termo refere-se equao de Euler para encurvadura em colunas e o segundo consiste na
contribuio do solo para o confinamento.
A profundidade crtica que leva ao valor mnimo de Pcr definida pela equao 33.
(33)
(34)
Bjerrum concluiu que no dimensionamento de uma estaca, a instabilidade por flexo apenas um
perigo quando a carga de compresso aplicada que leva cedncia do material excede a carga crtica
como mostra a equao 35.
(35)
em que:
max - tenso de cedncia d material da estaca. No caso de estacas de ao, esta tenso igual a
fy;
(36)
Ao longo do seu estudo, Bjerrum avaliou vrias seces para a armadura, como foi dito
anteriormente, e chegou concluso que um material que apresentasse uma tenso de cedncia que
ronde os 360 MPa, um mdulo de deformabilidade de 200 GPa e um mdulo de reao do solo de
500 kPa (Es), no estava em perigo de sofrer encurvadura. Este perigo torna-se real para barras de ao
pequenas dimenses e em aos de alta resistncia pois esto sujeitos a maiores cargas.
conveniente expressar a equao 37:
(37)
46
Onde:
Se uma microestaca carregada est representada no lado direito do grfico significa que a rutura
acontecer antes do varejamento, ou seja, por esforo normal. Se a microestaca carregada estiver
representada no lado esquerdo do grfico, conclui-se que o varejamento ocorrer antes da rutura por
compresso.
Esta figura pode ento ser uma ferramenta de ajuda para determinar a susceptibilidade de uma
microestaca encurvadura.
importante referir que este grfico adota uma microestaca com seco constante e no existe
nenhuma fora lateral nem momento fletor impostos, com um mdulo de deformabilidade constante
ao longo do fuste e com comportamento elstico-linear do material. No trata casos em que a estaca
no inicialmente reta, com seces transversais variveis, com cargas excntricas e com um mdulo
de deformabilidade varivel com a profundidade.
Este processo no tem em considerao a contribuio da calda de cimento para a estabilizao da
microestaca. Esta aumenta a rigidez estrutural da estaca pois aumenta a rea bruta. Para alm disso,
quando se efectua a injeo de calda de cimento sob presso para a execuo do bolbo de selagem
47
Davisson (1963) tambm contribuiu para o estudo do fenmeno de encurvadura nas microestacas
com vrias condies de fronteira e com o mdulo de reao constante. A partir das equaes 38 e 39
e 40 e da consulta da Figura 45 [24], possvel obter o valor da carga crtica.
(38)
(39)
(40)
b)
Uma soluo alternativa foi dada por Francis et al. (1965) e Toakley (1965) em que a estaca est
encastrada e tem um comprimento equivalente le. Assim sendo a carga crtica calculada pela
equao 41.
48
(41)
(42)
Ou, de forma mais simplificada pode-se calcular l' atravs da equao 43.
(43)
Davisson estudou tambm casos em que o kh linearmente varivel, nomeadamente para kh=nhz/d,
onde d o dimetro da microestaca, z profundidade a que se encontra a microestaca e nh o
coeficiente de reao do subsolo. As equaes 44, 45 e 46 mostram como se pode obter a carga
crtica.
49
(44)
(45)
(46)
b)
Seguindo o exemplo acima, ao obter o valor de Vcr atravs das condies de fronteira e do clculo do
Zmax, possvel calcular o valor da carga crtica.
A Figura 48 mostra a variao do coeficiente de reao com a profundidade numa situao proposta
por Terzaghi e numa situao real.
50
Para solues com kh constantes Davisson e Robisson (1965) apresentaram as equaes 47, 48 e 49
como soluo para esta situao.
(47)
(48)
(49)
51
Mais uma vez, Davisson e Robinson (1965) estudaram solues para a variao linear do k h
apresentando as equaes 50,51 e 52..
(50)
(51)
(52)
Repetidamente, para esta situao, obtm-se o valor de Ls recorrendo Figura 51. Calculado o valor
de JT e conhecendo as condies de fronteira, obtm-se ST e posteriormente o comprimento
equivalente no suportado.
Winkler assumiu o comportamento do solo como elstico linear, no entanto tal no acontece como se
52
verifica na Figura 52. Diferentes autores, como por exemplo McClelland e Focht (1956),
apresentaram alternativas a este modelo, considerando que o solo caracterizado por molas mas
admitindo um comportamento no linear. Da resultaram as curvas p-y que representam a reao do
solo com o deslocamento[25].
Quando os terrenos em causa so crsicos, o projeto exige metodologias bem planeadas. Estes tipos
de terrenos so caracterizados pela dissoluo qumica das rochas, tambm designado por corroso.
necessrio uma correta avaliao da zona em estudo, ou seja, de extrema importncia caracterizar as
diversas formaes existentes em terrenos deste tipo pois o seu zonamento litoestratigrfico pode
variar em pequenas extenses. Como se pode ver na Figura 53, corrente o aparecimento de
cavernas, vales secos, rios subterrneos e paredes rochosos expostos.
53
Fig. 53 - Microestaca em terreno crsicos: (a) configurao atual, (b) modelo utilizado para estimar a
capacidade estrutural[24]
A parte da estaca que atravessa o vazio deve ser analisada como um modelo duplamente encastrado,
encastrado- apoiado ou apoiado-apoiado.
Quando se utilizam microestacas neste tipo de terrenos crucial considerar alguns factores como por
exemplo o transporte da carga pelo macio rochoso. A capacidade estrutural da microestaca deve ser,
neste caso, verificada atravs dos procedimentos que se utiliza no dimensionamento de colunas de
ao.
Para evitar o fenmeno de varejamento deve-se reforar as ligaes, ou ento encher o vazio com
calda de cimento. Esta ltima hiptese deixa de ser vantajosa quando o vazio de grandes dimenses.
Neste tipo de terrenos, pode-se criar uma abertura anelar em redor da microestaca durante o processo
de furao, como est ilustrado na Figura 54, esta pode-se manter por um perodo de tempo
significativo.
Devido ao efeito de arco, o dimetro de furo pode aumentar sendo importante preencher esse espao
com calda de cimento.
54
Fig. 54 - Deformao devido abertura anelar: (a) configurao real, (b) modelo simplificado[24].
Quando a carga na estaca centrada e vertical, conclui-se a partir de experiencias anteriores, que a
abertura anelar no compromete a capacidade estrutural. Contudo, atravs de anlises convencionais
para o dimensionamento, quase certo que tem que se limitar as tenses admissveis de compresso.
55
56
4
CONSTRUO DA FERRAMENTA DE CLCULO
Esta ferramenta foi construda atravs de uma interface grfica, gravada na linguagem de programao
Visual Basic for Applications no Microsoft Office Excel. A ferramenta funciona com macros que
permitem realizar operaes repetitivas poupando, desta forma, bastante tempo e trabalho ao
utilizador. O engenheiro preenche os dados pedidos e aps carregar no start, realizam-se operaes
para se obter a carga mxima tanto ao nvel geotcnico como estrutural. Tambm possvel saber a
classe da seco, o comprimento de encurvadura ou o comprimento equivalente enterrado (caso se
trate de uma microestaca parcialmente enterrada) e a segurana encurvadura. So, portanto
informaes bastante relevantes e imperativas para um projeto de microestacas. fornecido um layout
com os resultados obtidos que posteriormente pode ser imprimido e fazer parte da memria descritiva
da obra.
importante referir que embora no captulo anterior foram apresentadas solues para cargas axiais,
nesta ferramenta tambm se faz a verificao de segurana flexo composta.
Classe 1 - podem formar uma rtula plstica cuja a capacidade de rotao superior mnima
exigida para a utilizao de mtodos plsticos de anlise;
57
Classe 3 - a tenso na fibra extrema mais comprimida do elemento de ao pode atingir o valor
da tenso de cedncia, contudo, o momento plstico poder no ser atingido por causa da
encurvadura local.
Classe
1
2
3
NOTA: Para c/d < 90
2
fy (N/mm )
58
ver EN 1993-1-6
235
275
355
420
460
1.00
0.92
0.81
0.75
0.71
1.00
0.85
0.66
0.56
0.51
Sendo que a classe da seco tida em conta atravs do parmetro onde fy a tenso de cedncia
Uma vez que aps uma pesquisa exaustiva, no se encontrou informao sobre os coeficientes parciais
de segurana de microestacas, optou-se adotar como alternativa os valores correspondentes a estacas
cravadas, 1.3, ou ancoragens pr-esforas definitivas, 1.1. A escolha da responsabilidade do
projetista.
importante referir que no clculo do coeficiente de reao do solo, kh, o dimetro usado o do furo e
no calculo do R o da microestaca.
No que se refere ao dimensionamento flexo composta, necessrio garantir a condio apresentada
n equao 53
53
Onde MEd o valor de clculo d momento fletor atuante o MN,Rd o valor de calculo do momento fletor
resistente reduzido relativo ao esforo axial.
Uma vez que a seco metlica utilizada a tubular, o momento fletores plsticos reduzidos so
obtidos a partir da equao 54.
54
em que o parmetro n pode ser calculado atravs da equao 55 onde Npl,Rd corresponde ao valor de
clculo do esforo axial resistente.
55
Para a estabilidade encurvadura por flexo e lateral, h que obedecer enequao 56.
56
NEd o valor de clculo do esforo axial de compresso e My,Ed e Mz,Ed os valores dos momentos
fletores mximos atuantes em torno de y e z. Uma vez que a seco tubular simtrica, os momentos
em torno de y e z so iguais. Tendo em conta que a seco s pode ser das classes 1, 2 ou 3, os
acrscimos de momentos fletores,
, devido variao do centro de gravidade no
existem. Para um elemento no sofrer deformaes de toro, a constante de toro tem de ser maior
que o momento de inrcia, ou seja IT Iy, contudo, como anteriormente foi referido a ferramenta de
clculo est programada para seces tubulares sendo que estas no so susceptveis de sofrer
toro[14]. Devido a este facto, no necessrio verificar a encurvadura lateral e assim sendo LT =
1.0.
Os valores de NRk e My,Rk so calculadas a partir das equaes 57e 58 respetivamente.
59
57
58
Classe
Ai
Aeff
Wy
W pl,y
W pl,y
W el,y
W eff,y
Wz
W pl,z
W pl,z
W el,z
W peff,z
eN,yNEd
eN,zNEd
Para o clculo dos fatores de interao, kyy e kyz, optou-se por seguir o Mtodo 1. O Quadro 14 serve
como auxlio a estes clculos.
Quadro 14 - Fatores de integrao kij segundo o mtodo 1[14]
Fatores de
interao
Hipteses de clculo
Propriedades elsticas das
Propriedades plsticas das seces
seces (Classe 3 ou 4)
(Classe 1 ou 2)
Kyy
Kyz
Kzy
Kzz
Nos Quadros 15,16 e 17 auxiliam igualmente nos diversos clculos para a verificao da estabilidade
flexo composta.
60
Cmi,0
Diagrama de momentos
Quadro 16 - Termos auxiliares para o clculo dos fatores de interao kij do quadro anterior[14]
Termos auxiliares
;
;
;
; Cmy e Cmz so coeficientes de momento
Com
Com
Com
Com
61
;
, sendo kc obtido a partir do quadro15 (quadro 6.6 do EC3 - 1-1);
Cmio = coeficiente indicado no Quadro 14;
em seces 1,2,3;
em seces 4;
Ncr,y a carga crtica de encurvadura elstica por flexo em torno de y;
Ncr,z a carga crtica de encurvadura elstica por flexo em torno de z;
Ncr,T a carga crtica de encurvadura por toro;
IT a constante de toro uniforme ou toro de St. Venant;
IY o momento de inrcia em torno de y
Diagrama de momentos
kc
1.0
0.94
0.90
0.91
0.86
0.77
0.82
Na Figura 56 est apresentado a entrada onde os projetista preenchem o dados necessrio. A figura
mostra todos os dados pedidos.
62
Como referido anteriormente nesta dissertao, uma vez que a seco tubular da classe de ao N80 a
mais utilizada em Portugal, a interface grfica foi construda somente para microestacas com esta
seco metlica.
Aps "clicar" no start, todos os clculos so resolvidos numa folha de excel previamente programada,
resultando o layout apresentado na Figura 57 com os resultados obtidos. Mais uma vez, s aparecem
os resultados escolhidos resultantes da escolha de dimensionamento do projetista.
63
Aps "clicar" em Print, esta imagem dirige-se para um pdf com a data e a hora da realizao da tarefa
e posteriormente pode ser imprimido
Primeiramente, foi escolhido um exemplo que foi calculado na ferramenta de clculo, mas tambm
analiticamente como forma de validar o processo.
Neste exemplo, somente se dimensionou compresso com os seguintes dados:
64
fy = 275 MPa[14];
E = 210000 MPa;
I =154 cm4[266];
Es = 2 MPa;
= 0.0889 m[26];
furo = 0.2 m;
t = 7.1 mm;
A = 0.00182 m2[26];
= 40 no bolbo;
= 1.4;
NEd = 965 N ;
IT =308 cm4[26].
Constatou-se que em ambos os processos os valores foram iguais e assim sendo podemos concluir que
a ferramenta de clculo foi programada corretamente.
Na Figura 58 est apresentado a ferramenta com os dados introduzidos.
Por sua vez, a Figura 59 mostra o layout que resulta dos dados introduzidos.
65
Os resultados obtidos mostram que a seco em estudo no verifica a estabilidade flexo. Verifica-se
que o valor de dimensionamento resistente ao atrito lateral menor que o valor de clculo resistente
encurvadura. igualmente possvel verificar que o valor do momento fletores plsticos reduzidos
negativo.
Os resultados obtidos analiticamente foram iguais podendo assim validar a ferramenta. Estes clculos
esto apresentados no anexo 1.
Aps validao, so feitos alguns estudos paramtricos onde se estudam microestacas com diferentes
caractersticas. Neste primeiro estudo apenas se aumentou o dimetro da microestaca, que altera
automaticamente outras caractersticas desta, e a tenso de cedncia para analisar se a seco estvel
quando sujeita a flexo composta:
66
fy = 355 MPa;[14]
I = 676 cm4[26];
= 0.1413 m[26];
A = 0.00299 m2[26];
67
Como se pode verificar, a estabilidade da seco continua a dar KO. Verifica-se que o valor de Rsd
aumentou pois o dimetro e a tenso de cedncia maior, assim como aumentou o comprimento de
encurvadura equivalente. Neste estudo, Nb,Rd continua bastante superior ao valor de Rsd. No entanto, o
momento fletor passou a ser positivo.
Neste estudo altera-se apenas o valor da tenso de cedncia do ao, ou seja, aumenta-se. A Figura 62
mostra os dados de entrada deste segundo estudo. Por sua vez, na Figura 63 est apresentado o layout
deste estudo
68
possvel verificar que a seco contnua instvel e, devido ao facto de a tenso de cedncia ser
maior, o valor de clculo da resistncia encurvadura e os momentos fletores plsticos reduzidos
69
aumentaram. Por sua vez, os valores do dimensionamento geotcnico continuam iguais ao estudo
paramtrico anterior.
4.2.4. ESTUDO PARAMTRICO 3
Neste terceiro estudo, aumentou-se ainda mais o dimetro e a espessura do tubo metlico, mantendo
novamente as caractersticas do solo e as condies de fronteira da microestaca dos estudos anteriores:
I = 1564 m4[26];
= 0.168 m[26];
t = 10 mm[26];
A = 0.00497 m2[26];
IT = 3128 m4[26].
70
Como se pode averiguar, com uma seco tubular com as caractersticas anteriormente apresentadas, a
seco fica estvel flexo composta. Mais uma vez. os valor de dimensionamento resistente ao atrito
lateral e a ao resistente encurvadura aumentaram, sendo que este ltimo continua bastante
superior. O comprimento de encurvadura tambm aumentou, assim como os momentos fletores
plsticos reduzidos.
Es = 3 MPa;
= 50 no bolbo;
= 1.8;
71
Mais uma vez, nesta situao a seco apresenta-se estvel. Como era de esperar, o comprimento de
encurvadura ligeiramente diferente do estudo anterior, uma vez que as condies de fronteira foram
72
alteradas. O valor de Rsd aumentou intensamente ultrapassando o valor do Nb,Rd cujo valor aumentou
ligeiramente. Por sua vez, o momento fletor plstico manteve-se igual.
Decidiu-se que neste estudo somente se ia alterar as condies de fronteira da microestaca, estaca 3,
para se abranger todos os casos de microestacas totalmente enterradas apresentadas na feramente.
Os dados introduzidos na ferramenta esto apresentados na Figura 68.
73
Para finalizar os estudos paramtricos, neste caso so adotadas as mesmas caractersticas da seco
tubular e do solo , alterando-se o facto que aqui a microestaca apresenta-se parcialmente enterrada:
A Figura 70 apresenta os diferentes dados na entrada da ferramenta.
74
Os resultados podem ser vistos na Figura 71. possvel constatar que o comprimento equivalente
enterrado, ou seja, suportado pelo solo, 2.38 metros aproximadamente. Como possvel observar
pelos resultados obtidos. Por sua vez, o valor de Rsd diminuiu drasticamente Nb,Rd aumentou
ligeiramente.
75
76
5
Concluses e Futuros desenvolvimentos
77
78
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Introduo Engenharia Geotcnica, 124,125,126, Feup Edies, Porto, 2011
[21]
80
ANEXOS
Anexo 1
Dimensionamento geotcnico:
81
Dimensionamento estrutural:
Classe de seco:
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Como d/t 50* 0.8545 = 13.67 < 42.725, a seco pertence classe 1.
Como o IT = 308 cm4> Iy = 154cm4 a seco no est susceptvel de sofrer deformao por toro,
assim sendo, a encurvadura lateral LT = 1, aLT = 0, bLT = dLT = 0
83
Como 16.3
84