Seg Voo-Falha de Motor em Bimotor Leve

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PreviNE

Segundo Servio Regional de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos


Boletim Informativo de Preveno de Acidentes Aeronuticos da Regio Nordeste
MARO DE 2013

ano 2 - Edio n 08

Falha de Motor em Bimotor Leve

Voc acabou de decolar do Campo de Marte e ocorreu uma falha de um dos


motores do seu Sneca... ser que sua aeronave vai ter condies de subir ou talvez
permitir um retorno pista?
Voc tem absoluta certeza?
Um dos grandes conceitos da aviao que devem ser desmistificados a
operao em Bimotor Leve.
Pilotos de avies bimotores leves, em algumas ocasies, no se do conta das
caractersticas de homologao de suas aeronaves e quase sempre ao final dos voos
de proficincia tcnica, muitos deles se surpreendem ao tomarem conhecimento sobre
a capacidade operacional destas aeronaves.

preveno, iNvestIGAO, Cuidar da Aviao a nossa obrigao!!!


SERIPA II

PreviNE
Segundo Servio Regional de Investigao e Preveno de Acidentes Aeronuticos
Boletim Informativo de Preveno de Acidentes Aeronuticos da Regio Nordeste
MARO DE 2013

ano 2 - Edio n 08
Mas quais so os avies bimotores leves?

Aeronaves leves so aquelas em que o peso mximo de decolagem (Maximum


Gross Takeoff Weight) no ultrapassa 12,500 lbs (5.670 Kg) e so, normalmente,
propulsadas por motores convencionais e hlice.
Sua operao requer um nico piloto. So exemplos dessa categoria de
aeronaves: Aeroboero, Cessna 152, Cessna 172, Piper PA28, etc.
Dentro dessa categoria, encontramos tambm os Bimotores Leves
(Multimotores), que no Brasil requerem a habilitao de MLTE para sua operao.
So exemplos de multimotores leves: Sneca, Baron etc.
Via de regra, quem voa estes modelos de aeronaves "multimotoras"
supervalorizam a condio de estarem voando com mais de um motor, mas que no se
preocuparam em estudar quais foram os procedimentos aplicados na certificao
destas aeronaves.
Quais foram os parmetros cumpridos na fase de certificao destas aeronaves?
Pouca gente se pergunta isto...
Entre grficos de certificao e parmetros de operao podemos tirar algumas
concluses, pelo menos intrigantes, quanto performance destes equipamentos.
Consultado o Manual da Aeronave Sneca possvel extrair o seguinte
comentrio apresentado no captulo que versa sobre operao monomotor:
Certas combinaes de peso do avio, configurao, condies atmosfricas e
velocidade, podero acarretar uma razo de subida negativa.
Em outras palavras, a razo de subida negativa mencionada no texto acima
deve ser interpretada como vai descer!, ou "vai cair", ou ainda "voc t numa
enrascada!!!".
Perceba que justamente o fabricante quem est afirmando que no garante a
subida monomotor!!! No precisa estar acima do Peso Mximo de Decolagem, basta
que tais combinaes acima sejam atendidas para que sua aeronave DESA!!!,
quando na realidade o seu maior interesse logo aps a decolagem que ela suba ou
que pelo menos, na pior situao, apresente condies para um voo nivelado.

preveno, iNvestIGAO, Cuidar da Aviao a nossa obrigao!!!


SERIPA II

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Boletim Informativo de Preveno de Acidentes Aeronuticos da Regio Nordeste
MARO DE 2013

ano 2 - Edio n 08

Esta assertiva tem um fator bastante preocupante, pois, via de regra, nos
exerccios aplicados nas centenas de voos de cheque que tinham por objetivo avaliar a
reao da aeronave num eventual monomotor logo aps a decolagem, invariavelmente
servia para demonstrar para seus comandantes que a subida monomotor na Blue
Line, quase sempre levava a aeronave numa condio de descida suave ou na melhor
das hipteses, era possvel manter o nivelamento.
Atente para que nestas ocasies a aeronave transportava apenas dois/trs
ocupantes e o tanque de combustvel estava normalmente abastecido pela metade
(configurao normalmente empregada para um voo de cheque).
Bem, o assunto tem suas particularidades e muita discusso j foi feita em torno
do tema. Cabe a voc, como bom leitor, confrontar os argumentos acima com seus
conhecimentos e tirar proveito disto tudo para realizar um voo seguro.
Para reforar estes argumentos acima, segue na pgina seguinte o grfico de
certificao que representa a Trao Necessria e a Disponvel x Velocidade em Voo
Nivelado.
Os avies MLTE, durante seu processo de certificao, devem atender aos
parmetros estipulados no grfico a seguir e esta informao nem sempre chega de
forma "mastigada" aos operadores destes equipamentos. Analisando o grfico referido,
voc poder observar que existem duas linhas tracejadas que representam a trao
disponvel para a situao bimotor e monomotor.
O grande erro da maioria dos pilotos de MLTE baseia-se no raciocnio que feito
quando interpretam a situao de monomotor. Uma conta simples feita e segue esta
lgica: "com dois motores eu tenho 100% de trao, ento no caso de perda de um dos
motores eu terei 50% disponvel."

T ERRADO!!!

preveno, iNvestIGAO, Cuidar da Aviao a nossa obrigao!!!


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justamente isso que o grfico abaixo torna claro para um bom observador. Se
considerarmos o Excesso de Trao para a situao BIMOTOR como sendo 100%
(seta maior), observe que na condio MONOMOTOR (seta menor) o excesso bem
inferior a 50% (compare o tamanho das duas setas na figura abaixo). Isto certamente
vai implicar numa performance bastante "pobre" e bem abaixo dos 50% erradamente
esperados.

Na tabela abaixo, voc poder entender melhor o assunto, onde as informaes do


grfico acima foram convertidas em dados numricos e adaptadas para alguns
modelos de avies bimotores leves.

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A tabela anterior mostra com crueldade que numa eventual falha de um dos
motores, a perda de desempenho na subida monomotor, dependendo do modelo de
aeronave, pode ser superior a 80%.
Se l no incio da matria estivssemos voando um Sneca, ento teramos
perdido 89,78% no desempenho de subida monomotor!!!
Aqui cabe ento o ditado de hangar que reza que "por ter dois motores, um
Sneca tem duas vezes mais chances de ter uma pane". Se bem analisado, este ditado
tem um timo fundamento...
Assim, no h inteno de proibir os comandantes de voarem tais modelos de
aeronaves, mas coloc-los num estado adequado de alerta para que sempre faam um
bom planejamento de voo, um rigoroso cheque dos motores antes da decolagem e que
numa hiptese de monomotor logo aps a decolagem, saibam exatamente o que
esperar da aeronave a fim de melhor poder tomar suas decises para minimizar os
efeitos de uma eventual emergncia.
Enfim, tenha sempre o capricho de estudar com profundidade sua aeronave,
tenha certeza de que ela o levar para onde voc pretende ir e que voc nunca seja
surpreendido por uma situao para a qual nunca havia estudado, treinado ou
praticado.
Adaptado do site Asas do Conhecimento, por Cmte Davi Branco e TCel Av R/R
Sergio Koch.
http://www.sites.google.com/site/invacivil/temas-jadiscutidos/monomotor-em-bimotor-leve, acessado em 18.03.2103

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SERIPA II realiza levantamento de Risco Avirio


em Mossor - RN
O Segundo Servio Regional de Investigao de Preveno de Acidentes
Aeronuticos realizou no dia 20 de maro de 2013 levantamento de Risco Avirio do
Aeroporto Governador Dix-Sept Rosado, localizado na cidade de Mossor, no estado
do Rio Grande do Norte.

A tarefa constituiu em identificar todos os focos atrativos de aves numa regio


localizada no entorno do aeroporto, conforme previsto em legislao especfica do
Comando da Aeronutica. Esta misso mais uma das atividades de preveno do
Programa de Trabalho Anual do SERIPA II para o ano de 2013.

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O trabalho, executado por uma equipe de trs militares do SERIPA II, contou com
a colaborao das seguintes instituies: INFRAERO, Secretaria de Desenvolvimento
Urbano, Subsecretaria de Gesto Ambiental e Procuradoria Geral do Municpio de
Mossor. Foram identificados diversos locais com potencial de atrao de aves, cujas
informaes sero condensadas em um relatrio que ser encaminhado ao CENIPA,
para que as aes requeridas possam, posteriormente, ser adotadas pelos respectivos
rgos competentes.
Em aproveitamento, os representantes do SERIPA II distriburam cartazes
temticos relativos preveno de acidentes aeronuticos e divulgaram algumas
facilidades do site do CENIPA na internet, tais como a comunicao de acidentes
aeronuticos, reportes de colises com aves e consulta de dados estatsticos
referentes aviao civil brasileira.

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SERIPA II realiza jornada itinerante de


preveno
O Segundo Servio Regional de Investigao e Preveno de Acidentes
Aeronuticos iniciou nos dias 22 e 23 de maro, no auditrio da INFRAERO-MACEI, o
ciclo de jornadas de preveno de acidentes aeronuticos do ano de 2013.
Durante o perodo, especialistas do SERIPA II ministraram palestras para rgos
de segurana pblica do Estado de Alagoas, bem como para a comunidade
aeronutica local.
O objetivo desse evento foi desenvolver atividades educativas para elevar o nvel
de segurana da aviao naquele estado, visando reduo de acidentes
aeronuticos, com a consequente preservao de vidas humanas.
Os temas desenvolvidos abordaram assuntos relacionados ao panorama
estatstico de segurana operacional na Regio Nordeste, a importncia da
comunicao entre os tripulantes para a conduo segura do voo e, por ltimo, ao risco
avirio.

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