Curso de Voo Ifr
Curso de Voo Ifr
Curso de Voo Ifr
(http://www.abrapiv.com.br/index.php/curso-de-voo-ifr)
Apresentao:
Curso de Vo por Instrumentos nos Simuladores
Ol a todos! Meu nome Paulo Marcelo Soares. Tenho 40 anos, vo desde os 16 e tenho cerca de 9000
horas de vo sendo mais de 6000 em jatos de alta performance como o E195 da Embraer, Fokker 100,
Airbus A319, A320 e A330. Acessando a Internet, notei um grande interesse por parte de seus
participantes em aprender os fundamentos do vo IFR. Creio que os simuladores de vo, especialmente
o ATP da Sublogic e o FS 5 da Microsoft podem ser timas ferramentas para o treinamento do vo IFR.
Logicamente, apenas o treinamento nestes simuladores no suficiente para habilitar um piloto a voar
em condies meteorolgicas IFR reais, porm, podem tornar-se muito teis para aqueles que j sabem
voar IFR e desejam aperfeioar a indispensvel agilidade mental necessria para a operao em
condies meteorolgicas adversas. Iniciarei um breve curso de vo por instrumentos para os
Simuladores de Vo FS 5.X e ATP. Deve-se ter em mente que este um curso destinado a mostrar
apenas os aspectos bsicos do vo IFR, por isso, alguns pontos podem ser tratados um tanto quanto
superficialmente. Para quem quiser se aprofundar no assunto, recomendo a leitura de livros especficos.
Podem geralmente ser encontrados nas livrarias dos aeroportos. Em So Paulo eu recomendo a Espao
Areo, e a Go-Ahead's, ambas localizadas no Campo de Marte. No Rio e em Belo Horizonte, recomendo
a Skyshop, nos aeroportos Santos Dumont e Pampulha, respectivamente. Em Goinia h tambm uma
livraria muito boa no Aeroporto Santa Genoveva. Crticas e/ou comentrios sero bem recebidos atravs
deste formulrio de contato.
No FS 5. X ser usado o Cessna 182 como avio padro. Para o pessoal do ATP ser criado um capitulo
parte. Logicamente, todas as informaes aqui contidas se aplicam a qualquer outro simulador de vo.
Devo ainda alertar a todos de que este curso tem carter informal, com informaes destinadas ao uso
exclusivo em simuladores de vo e no deve encorajar o seu leitor a voar em condies IFR em
aeronaves reais de qualquer tipo caso ele no seja habilitado. O autor no se responsabiliza por
qualquer dano que venha a ser causado pelas informaes contidas neste texto.
Para fazer esse curso, contei com a valiosssima colaborao do Tenente-Coronel Aviador Francisco
Xavier Silva dos Santos, que fez a reviso geral do texto, acrescentando mais detalhes e colocando toda
a sua experincia de mais de 40 anos de vo, tanto na Fora Area Brasileira, quanto na Aviao
Comercial, a fim de garantir a qualidade desta obra. Outra colaborao valiosa foi do Cludio Henrique
Fortes Flix, que contribuiu para a melhoria do lay-out dos textos. Ns gastamos muito tempo e esforo
para preparar esse curso. Eu vejo a Internet como um meio de divulgar conhecimento. Por isso esse
curso est sendo distribudo de graa. O autor probe terminantemente a incluso deste material em
qualquer mdia (impressa ou eletrnica) destinada venda, bem como a publicao deste material em
qualquer tipo de mdia impressa ou eletrnica (incluindo sites na Internet) assim como a alterao do
formato deste arquivo e/ou seu contedo sem prvia consulta ao autor.
O Horizonte Artificial:
Tambm conhecido como AI (Attitude Indicator) ele mostra ao piloto qual a posio da aeronave em
relao ao horizonte. Tem 2 movimentos. Um lateral, que mostra a inclinao da aeronave no seu eixo de
rolamento (BANK) e um que mostra a inclinao em relao ao seu eixo longitudinal (PITCH). O BANK
variado usando-se os ailerons, e o pitch usando-se os profundores e/ou o compensador ( 7 e 1 do
teclado numrico ).
Se voc olhar no topo do AI ver 8 traos radiais, sendo 6 relativamente prximos do topo e outros 2 mais
afastados. So os indicadores de inclinao. Cada tracinho representa 10 graus de bank. Os outros dois
mais afastados indicam que o avio est inclinado a 60 graus. Durante o vo IFR no se deve ultrapassar
30 graus de inclinao (fig. 2).
curva que fazemos. Ele indica a razo de curva (em graus por segundo) que o avio est fazendo. Todos
os procedimentos IFR usam uma razo padro de 3 graus por segundo, que indicada por aquelas duas
marcas brancas no meio do instrumento (fig. 3). Note que quanto mais rpido estiver o avio, mais voc
ter que inclin-lo para manter a razo de curva desejada.
O ADF:
O mais simples instrumento de navegao o ADF (Automatic Direction Finder). Foi o primeiro auxliordio para o vo IFR. Surgiu por volta de 1923 e usado at hoje. Utiliza-se de sinais em AM de estaes
transmissoras chamadas de NDB (Non Directional Beacon) ou radiofarol, ou ento de emissoras de rdio
em AM comuns ( Broadcasts).Consiste o ADF um receptor e de uma unidade receptora. Vamos primeiro
analisar o seu mostrador. Ele consiste de um ponteiro, que gira sobre um mostrador dividido em 360
graus. Veja a figura.
QDM correto, podemos estar um pouco desalinhados com a posio desejada. Na vida real assim
tambm, s vezes at pior...
O uso do ADF nos Estados Unidos atualmente est mais restrito indicao do Marcador Externo no ILS.
Aqui no Brasil, no entanto, muitos aeroportos ainda dependem exclusivamente do NDB para operar IFR.
Mostramos como aproximar-se por um determinado QDM. Para afastar-nos por um determinado QDR
deveremos adotar o seguinte procedimento:
Aps o passar sobre o NDB, veja qual o QDR que voc se est afastando. Para isso, tem que deixar o
ponteiro do ADF na MR 180 (diretamente na cauda). Suponha ento que aps bloquear o NDB BONG foi
solicitado se afastar no QDR 110. Lembre-se que se estava aproximando pelo QDM 092, se mantiver a
proa aps o bloqueio, estar agora no QDR 092. O QDR 110 estar sua DIREITA. Voe com uma proa
30 graus MAIOR que o QDR desejado (no caso proa 140) e aguarde a MR de 150 graus. Quando chegar
a essa MR, vire a esquerda para proa 110. O ponteiro vai estar na MR 180, e voc estar no QDR. Se
houvesse sido solicitado voar no QDR 075, por exemplo, ele estaria ESQUERDA. Faramos curva
ESQUERDA para proa 30 graus MENOR que o QDR, ou seja, proa 045. Esperaramos agora uma MR de
210 graus, e ento viraramos direita para proa 075, a fim de afastar no QDR desejado. Veja a figura,
mostrando uma mudana de QDR :
Vamos agora aprender a efetuar sadas e chegadas IFR. Usaremos aqui as cartas de subida (SIDs) e as
cartas de descida (IALs) publicadas pela DEPV. Existem outros padres, tais como o Jeppesen e o NOAA
americanos, mas todos eles so similares. As diferenas resumem-se a detalhes. Vejamos inicialmente
uma tpica SID. Ser usada como exemplo a SID ORCA 1 do aeroporto de Salvador.
Notem que alm das sadas ORCA1 e ITAU1 h ainda a sada ALBA1 com suas respectivas transies.
Prestem ateno na seo RMK, onde existem informaes a respeito de mnimos para decolagem,
altitude de transio (altitude acima da qual o ajuste do altmetro deve ser 1013,2 Hpa ou 29.92 Pol.) e
principalmente o gradiente de subida que o ngulo mnimo com que voc deve subir para evitar os
obstculos. Para transformar o Gradiente em razo de subida, que a indicao que temos no painel do
avio, multiplique o gradiente pela sua velocidade em ns. Arredonde o resultado para o mltiplo de 50
imediatamente superior. Ex.: Para uma velocidade de subida de 120 Kts com um gradiente de 3,3% a
razo mnima seria de 120x3.3=396 .Arredonde para 400 ps por minuto. Essa a razo mnima que
voc deve manter durante a subida. Outro exemplo: para uma velocidade de 130 Kts, qual seria a razo
de subida mnima para um gradiente de 4.5% ? Teremos 130x4.5=585, arredondando obtemos 600 ft/min.
Vejam agora um outro exemplo de SID:
Vejam o exemplo acima ,da Sada MOGI 3 do Campo de Marte, So Paulo. Devemos decolar e afastar no
QDR 112 do NDB MAE, mantendo condies VFR at cruzarmos o QDR 205 de IG. Ao interceptar o QDR
164 de IG, curvar direita e afastar neste QDR. Note que voc est restrito a 5000 ps at interceptar o
QDR/radial 224 de BCO. (Aqui bom observar que o QDR do NDB e a Radial do VOR so os mesmos isso devido distncia que o avio est das antenas respectivas, e do fato delas estarem relativamente
bem prximas entre si) Vire esquerda e afaste na radial 096 de CGO at cruzar o QDR 148 de BCO e
prossiga de acordo com a transio que voc deve efetuar. Note que se fizer a transio BRAGANA
voc dever estar no mnimo no FL 070 quando estiver a 20 NM do VOR BGC (no mostrado no
detalhe).
Vista Horizontal
Perfil Vertical
3.
Mnimos Meteorolgicos
4.
1- Vista horizontal.
MSA - a Minimum Safe Altitude, ou seja, a altitude mnima que se pode manter a uma determinada
distncia do aerdromo. Para o caso de Vitria, a altitude mnima em um raio de 25 Nm do NDB o FL
050.
rbita - Efetuamos a rbita quando h outras aeronaves na espera para executar o procedimento de
descida IFR; ou por algum outro impedimento identificado pelo Controle de Aproximao (APP). Para
Vitria o rumo da perna de aproximao o QDM 080. Para a perna de afastamento o rumo o oposto,
ou seja, RUMO 260.
Afastamento - Aps autorizados pelo ATC iniciamos o afastamento. No nosso caso deveremos nos
afastar por 1 min e 40 Seg no QDR 080 . Aps 1 Min e 40 iniciaremos curva para a esquerda. Um
procedimento padro configurar o avio para iniciar a perna de afastamento, um minuto antes do
bloqueio do NDB de forma a no ter muitas variaes de configurao e potncia e conseqente
aumento da carga de trabalho ao realizar o procedimento IFR para aproximao e pouso. Caso o avio
tenha, abra os cowl flaps e ligue as luzes de pouso. Ponha a mistura rica e o passo da hlice em RPM de
subida. Esse procedimento lhe deixa preparado para uma eventual arremetida em qualquer fase do
procedimento, sem ter que fazer muita coisa, o que til em caso de voc estar voando uma aeronave
mais complexa e sem copiloto.
Curva Base - a curva que fazemos para interceptar o QDM da aproximao final. Todas as curvas so
feitas com uma razo padro de 3 graus/seg. Na curva base o piloto deve ficar atento para que, ao
finaliz-la, esteja no QDM da aproximao final. Uma tcnica para isso acompanhar a MR em relao a
proa durante a curva. Acompanhe o deslocamento do ponteiro do ADF e veja se no giro direcional o rumo
correspondente ao QDM de aproximao est mais ou menos na mesma posio que o ponteiro do ADF.
Se, no cheque de passagem pelo travs da estao durante a curva base , o QDM de aproximao final,
estiver mais adiantado que o ponteiro do ADF (mais acima) sinal de que a curva est muito fechada.
Devo diminuir a razo da curva e esperar que as duas indicaes fiquem aproximadamente paralelas;
quando ento aumentarei novamente a razo de curva para que a velocidade do ponteiro do ADF, indo
para o seu ndice zero no mostrador , seja a mesma velocidade com que o QDM desejado no meu giro
direcional. Se, no travs, o QDM estiver atrasado (abaixo), ser sinal de que a curva est atrasada; a
razo de curva dever ser aumentada at que seja obtido o paralelismo das duas indicaes,
quando ento o mesmo procedimento j descrito acima ser adotado.
Aproximao Final - a parte mais importante do procedimento. Uma aproximao final desestabilizada
pode ter resultados desastrosos para o vo. de fundamental importncia estar rigorosamente dentro do
perfil de descida e com a aeronave na velocidade certa e totalmente configurada para pouso.
necessrio estar rigorosamente no QDM de aproximao final, uma vez que o ADF no muito preciso.
Se estivermos um pouco fora, talvez no seja possvel posicionar a aeronave para o pouso. Correes
devem ser feitas to logo se constate que a aeronave est fora do QDM, j desde o incio da
aproximao final.
Aproximao Perdida - Voc deve estar preparado para uma aproximao perdida sempre que iniciar
um procedimento IFR. Deve ser efetuada quando, ao atingirmos a altitude mnima de descida (MDA), no
estivermos em condies visuais ou caso a aeronave esteja em uma posio tal que no seja mais
possvel alinhar para pouso sem que tenha de efetuar grandes variaes de proa e razo de descida. Na
aproximao perdida o gradiente mnimo de subida deve ser de 3,3% ou superior se for indicado na carta.
No caso de Vitria a aproximao perdida seria curva a ESQUERDA para proa 160, subindo para 4000
ps.
RMK - So informaes complementares execuo do procedimento, tais como velocidades mximas,
avisos quanto presena de obstculos, setor a ser utilizado em caso de aproximao circular, etc.
2- Perfil Vertical:
No perfil vertical temos as seguintes informaes
Altitude de Transio - Abaixo da altitude de transio o altmetro dever estar ajustado com a presso
atmosfrica fornecida pelo rgo ATC local. Essa presso conhecida por QNH. Isso far com que o
altmetro indique a elevao da pista ao pousar. Ao nos aproximarmos para pouso, devemos mudar o
ajuste de 1013,2 para o QNH na descida, ao passarmos pelo nvel de transio, que geralmente est 500
ft acima da altitude de transio, ou a mando do ATC. Abaixo da TA as altitudes so expressas em ps
( ex. 2500 ps). Acima sero expressas em termos de Nveis de vo (ex. FL 070)
Altitude de Incio do Procedimento - a altitude na qual iremos iniciar o procedimento. Note que todas
essas altitudes so altitudes mnimas para iniciar o procedimento, ou seja, deveremos observ-las
cuidadosamente porque abaixo destas altitudes pode no haver uma suficiente separao vertical dos
obstculos.
Afastamento - Note que neste particular procedimento o afastamento deve ser feito na mesma altitude do
incio do procedimento (4000 ft). S deveremos iniciar a descida aps o fim do afastamento, iniciando a
curva base.
Curva Base - Note que esta curva base deve ser feita em descida. Para calcular a razo de descida
deveremos subtrair a altitude na entrada da altitude mnima no fim da curva. Como a curva demora 1
minuto teremos a razo de descida desejada. No nosso caso, 4000-2400=1600. Essa deveria ser a razo
de descida durante a curva. Note que uma razo muito alta. Mas veja que essa altitude uma
altitude mnima, ou seja, poderemos terminar a curva base mais alto. Veja tambm que temos mais 1
minuto at o rebloqueio do NDB e que l deveremos estar a 1400 ft. Para calcular ento a razo de
descida ideal vamos subtrair 4000 de 1400=2600 e dividir por 2 minutos. Teremos ento 1300 ft/min, que
ainda assim uma razo alta, mas a que deveremos empregar. O controle da velocidade essencial
nesses tipos de procedimento, porque a tendncia entrar embalado no pouso.
FAF - O Fixo de Aproximao final (FAF-Final Approach Fix) indicado nas cartas por aquele pequeno X.
Indica a parte final do procedimento IFR de pouso. Ao cruzar o FAF voc j dever estar com a aeronave
completamente estabilizada e configurada para o pouso. Evite variaes bruscas de razo de descida
e/ou velocidade e rumo. Caso ache que algo no est indo bem, ARREMETA! Uma arremetida
esquecida no dia seguinte, um acidente no se esquece jamais...
Aproximao Perdida - Um dos momentos mais delicados do vo. O piloto deve estar sempre preparado
para execut-la. Deve ser efetuada sem hesitao caso ao chegar MDA (Minimum Descent Altitude) a
pista no for avistada, ou se a aeronave estiver fora do procedimento de tal maneira que para cruzar a
cabeceira sejam necessrias grandes alteraes de razo de descida e/ou proa e atitude. Note as
instrues por escrito na seo do perfil vertical, e a trajetria que est desenhada na vista horizontal. Na
arremetida deve ser mantido um gradiente mnimo de 3.3% ou maior, se especificado.
3- Mnimos Meteorolgicos
Na tabela de mnimos meteorolgicos teremos as seguintes informaes:
MDA - Minimum descent Altitude. a menor altitude a qual voc poder descer ao fim do procedimento.
Ao chegarmos MDA deveremos avistar a pista e completar o pouso em condies visuais. Caso isso
no ocorra, dever ser iniciado o procedimento de aproximao perdida. Antigamente o controlador
poderia falar que o aerdromo estava fechado para operaes IFR. Hoje em dia ele dir que o
aerdromo se encontra abaixo dos mnimos IFR. Essa diferena de terminologia significa que, em
condies meteorolgicas abaixo dos mnimos, voc poder fazer o procedimento, mas a princpio voc
s dever pousar se eventualmente na MDA voc avistar a pista, o que no impede que voc fure a
MDA, ou pouse com visibilidade inferior aos mnimos para a categoria da sua aeronave, procedimento
altamente no-recomendado. Muitos que o fizeram no continuaram seus vos.
Tabela de Visibilidades - Ao atingirmos a MDA deveremos avistar a pista, a fim de nos posicionarmos
para o pouso. Quanto mais rpido for o avio, mais afastados deveremos estar da pista a fim de que
possamos nos alinhar com ela a tempo. Consequentemente, a visibilidade mnima dever ser maior para
aeronaves mais velozes. As aeronaves so classificadas de acordo com sua velocidade de aproximao,
que deve ser de 130% do valor da velocidade de perda (stall) na configurao de pouso (full flaps, gear
down). As aeronaves so classificadas nas seguintes categorias:
Vemos ento que aeronaves de categoria A e B poderiam pousar com teto de 500 ft e visibilidade de 1600
mts. Para aeronaves de categoria C a visibilidade mnima seria de 3200 metros, e assim por diante. Veja
que para o caso de aeronaves da categoria E no so autorizadas aproximaes IFR no aeroporto de
Vitria.
Aproximao Circular - Vimos que o procedimento ECHO 1 em Vitria para a pista 23. Caso o vento
estivesse soprando do setor norte deveramos pousar na pista 05. Para isso deveramos efetuar uma
aproximao circular. Uma aproximao circular aquela na qual haja uma diferena de mais de 30 graus
entre o rumo de aproximao final e o rumo da pista. No caso da ECHO 1 ao atingirmos a MDA de
aproximao circular (710 ft para aeronaves CAT A e 1000 ft para as demais categorias) deveremos
prosseguir VFR , circular o aerdromo e pousar na pista oposta. O circuito de trfego semelhante ao
VFR padro, apenas dever ser feito pela ESQUERDA, com curvas para a DIREITA, no caso deste
aerdromo, conforme est escrito na seo RMK (ele manda circular o setor SUDESTE). Veja tambm
que a velocidade mxima na aproximao circular dever ser de 160 KIAS. Note que existe uma tabela
separada de teto e visibilidade para as aproximaes circulares. Esses mnimos so geralmente mais
altos que os da aproximao direta, pois a aeronave deve ter espao para manobrar em condies VFR.
Note que quanto mais rpida a aeronave mais elevados sero os mnimos de visibilidade para a
aproximao circular.
Suponha que a aproximao seja feita a 130 KIAS. Deveremos ento, aps o FAF, descer a 700 Ft/min e
iniciar o procedimento de aproximao perdida 1 minuto e 30 seg. aps o bloqueio do NDB.
Muitos outros procedimentos so semelhantes ao que vamos mostrar agora:
Veja que temos duas MSAs, para diferentes setores de aproximao. Se a aeronave se aproxima entre o
QDM 090 e o 270 a MSA seria 6000 ps. Entre o QDM 271 e o 089 a MSA seria o FL 070. Note que o
afastamento deve ser feito a uma velocidade mxima de 140 KIAS. Veja que neste procedimento o MAP
o prprio NDB. Veja que o procedimento de aproximao perdida requer o afastamento no QDR 310.
Para o procedimento ECHO1 de Varginha, aps o bloqueio nos afastamos por 2 minutos e 30 segundos.
Aps, fazemos curva para a esquerda terminando-a a 4900 ps.
O fim da curva o nosso FAF. Note que a razo de descida na final a mesma para todas as
velocidades. Isso acontece porque quanto maior for a velocidade no afastamento, mais longe ir o avio,
mas o tempo que ele vai levar para rebloquear o NDB vai ser, no final das contas, o mesmo. O tempo da
aproximao final vai ser o mesmo do afastamento. Note que descendo na razo de 700 ps por minuto,
voc gastar pouco mais de 1 minuto para descer de 4900 ps, para a MDA que de 4140 ps. O
afastamento neste procedimento dura 2 min e 30 segundos. Logo, voc ter cerca de 1 minuto e 30
segundos para avistar a pista e se posicionar para o pouso. Lembre-se de que quanto mais voc
demorar a avistar a pista, mantendo-se na MDA, mais acima da trajetria ideal de planeio voc estar.
Caso sejam necessrias grandes variaes de proa, atitude ou potncia, prefervel executar o
procedimento de aproximao perdida ou alternar para outro aerdromo em melhores condies
meteorolgicas.
Para este aerdromo a aproximao circular seria feita de maneira semelhante a um circuito VFR padro.
Aps avistar o aerdromo, entraramos em um circuito de trfego pela esquerda, de acordo com a figura.
Aula 04 - rbitas
Quando um nmero grande de aeronaves se aproxima de um mesmo aerdromo pode haver a
necessidade de se efetuarem rbitas. Uma rbita uma trajetria com formato semelhante ao de uma
pista de Frmula Indy. Constitui-se das seguintes partes:
Cada uma dessas etapas dura 1 minuto. As curvas devem ser efetuadas razo constante de 3
graus/seg. As rbitas padro so para a direita, mas existem rbitas com curvas para a esquerda. Na
rbita padro deveremos fazer o seguinte:
Ao bloquear o fixo, fazer curva para a DIREITA, para a proa da perna de afastamento. Manter uma razo
constante de 3 graus/seg. durante a curva. Ao finalizar a curva voc notar o ponteiro do ADF quase na
MR de 090. Ao passar pela MR de 090 dispare o cronmetro. Voc est agora na perna de afastamento.
Aps 1 minuto faa nova curva para a direita, de modo que ao termin-la voc esteja no QDM da perna
de aproximao. Caso voc tenha esquecido de cronometrar (o que acontece freqentemente!) inicie a
curva quando a sua MR for de 150 graus. Veja a figura na pgina seguinte. Caso a rbita seja no-padro
voc dever aguardar a MR=270 para acionar o cronmetro e MR=210 para iniciar a curva para a perna
de aproximao. Veja a figura mostrando uma rbita padro.
Tenha em mente que o vento pode lhe desviar da correta trajetria da rbita, e voc dever fazer as
correes necessrias, inclusive aumentar ou reduzir a razo de curva conforme seja a direo e
intensidade do vento no nvel da rbita.. Para entrarmos na rbita deveremos efetuar o tipo de entrada
que esteja de acordo com o setor em que estamos nos aproximando. Veja a diviso de setores para as
rbitas padro e no-padro.
rbita Padro
rbita No-Padro
Veja agora a descrio de cada um dos procedimentos para entrada nas rbitas padro e no-padro.
rbita Padro
rbita No-Padro
rbita No-Padro: Ao bloquear o fixo faa curva para uma proa igual ao rumo da perna de afastamento.
Dispare o cronmetro. Aps 1 minuto faa curva a DIREITA para aproar o fixo. Aps o rebloqueio do fixo
efetue a rbita normalmente.
rbita Padro
rbita No-Padro
Aula 05 O VOR
O VOR (VHF Omnidirectional Range) um auxlio navegao que opera em VHF nas freqncias de
108.00 at 117.95 Mhz. Ainda o meio de navegao mais utilizado em todo o mundo, embora seu fim
esteja prximo, com a implantao do sistema GPS como meio de navegao primrio para a aviao.
No avio, seu aparelho receptor identificado pela abreviatura NAV. O painel do Cessna no FS5 tem 2
destes receptores, localizados direita do altmetro e do Climb.
O VOR transmite sinais de rdio em freqncia VHF. Por este motivo o seu alcance fica limitado, pois ao
contrrio dos sinais do NDB, os sinais do VOR no conseguem acompanhar a curvatura da Terra. Por
isso o seu alcance limitado por obstculos do terreno (montanhas) conforme a altitude da aeronave.
Quanto mais alto voc estiver, maior ser o alcance, at que decresa a fora do sinal no espao (a
modulao espacial percebida pelo receptor de bordo), isso na vida real...No FS5 o alcance de cerca de
70 a 90 milhas. Muitos VORs tm tambm uma estao de DME (co-locada) que mede continuamente a
distncia entre a aeronave e a estao (o site do VOR). Notem que essa distncia o que chamamos de
slant range ou seja, a distncia direta entre o transmissor do DME e o avio. Isso significa que se
sobrevoarmos o VOR a 6000 ps de altura, por exemplo, a menor distncia que leremos no indicador
ser de 1 milha nutica. Veja a figura.
Logicamente, quanto mais afastados estivermos do DME, menor vai ser o erro. Voc pode tambm ler a
sua velocidade em relao ao solo, usando o DME. No FS5 d um click com o mouse onde est indicada
a distncia, e o indicador vai passar a mostrar a velocidade do avio em relao ao solo. Tenha em
mente o fato de que o DME mede a razo de aproximao da aeronave em relao ao VOR. Ele no tem
capacidade de medir diretamente a velocidade do avio em relao ao solo, e sim a razo de
aproximao para o VOR. Isso significa que a indicao de velocidade s ser correta se voc estiver
aproando diretamente o VOR. Caso a sua proa no seja exatamente a direta para o VOR, medida que
voc se aproximar, a indicao de velocidade ir diminuindo, at eventualmente chegar a zero, quando o
avio passar ao lado do VOR. Tenha em mente que o efeito do slant range tambm vai afetar a preciso
da indicao.
OBI - (Omni Bearing Indicator) - onde vamos ler um CURSO de aproximao ou de afastamento do
VOR (RADIAL); bem como as radiais de referncia para definir cruzamentos na nossa navegao. Esses
cursos e radiais so selecionados por meio do OBS (Omni Bearing Selector nos avies, mas no FS5
pelo clicar do mouse ou pelo teclado, que fazem o papel do OBS.
Indicadores TO/FROM - Indicam se o rumo lido no OBI corresponde a um CURSO (rota eletrnica
espacial que nos levar para o VOR (TO)) ou uma RADIAL (que nos afastar do VOR (FROM). Caso
indique OFF porque estamos fora do alcance do VOR, ou passando diretamente sobre ele, ou no
travs da radial selecionada no OBI , ou ainda, com o transmissor VOR inoperante ou nosso receptor
VOR com defeito.(Ser discutido mais tarde)
CDI - O CDI nos indica o quanto estamos afastados da radial/curso que foi selecionado. Para o VOR cada
ponto (dot) representa 2.5 graus fora do curso. Uma deflexo total significa 10 graus ou mais fora da rota.
INDICADOR E BARRA DO GLIDESLOPE - Sero descritos em detalhes no captulo referente ao ILS.
Agora que vimos como achar o rumo para se voar at um VOR, veremos como trabalhar com o OBI para
nos aproximarmos por um determinado curso para um VOR. Lembrem-se sempre do seguinte:
1-Se a barra estiver centrada e o indicador em TO, o curso indicado em cima no OBI o CURSO direto
para o VOR e o indicado em baixo no OBI a RADIAL que nos levar diretamente para fora do VOR.
2-Se a barra estiver centrada e o indicador em FROM o curso indicado em cima no OBI a RADIAL e o
indicado em baixo no OBI o CURSO direto para o VOR.
Vamos supor que foi selecionado no OBI o CURSO 360 (Norte).Ateno: Todas as informaes do VOR
so em relao ao NORTE MAGNTICO. Para cada curso selecionado do OBI o VOR reconhece 6
zonas distintas (Na verdade isso um artifcio didtico):
Vamos analisar a indicao que aparecer no VOR para uma aeronave que esteja em cada um dos 6
setores: Prestem ateno no fato de que a INDICAO DO VOR NO DEPENDE DA PROA DA
AERONAVE !!!! Isso significa que para QUALQUER PROA que a aeronave esteja mantendo, teremos a
mesma indicao do VOR. Isso de extrema importncia que seja compreendido, conforme veremos
mais tarde.
SETOR 1:
-Caso a aeronave esteja neste setor, a indicao no VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360,
ser a seguinte:
SETOR 2:
-Caso a aeronave esteja neste setor, a indicao do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360
ser a seguinte:
SETOR 3:
-Caso a aeronave esteja neste setor, a indicao no VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360,
ser a seguinte:
SETOR 4:
-Caso a aeronave esteja neste setor a indicao do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360
ser a seguinte:
SETOR 5:
-Caso a aeronave esteja neste setor a indicao do VOR,caso esteja selecionado no OBI o rumo 360 ser
a seguinte:
SETOR 6:
-Caso a aeronave esteja neste setor a indicao do VOR, caso esteja selecionado no OBI o rumo 360
ser a seguinte:
talvez o indicador TO/FROM ainda esteja em TO. Mantenha o rumo que aps sobrevoar o VOR ele ir
para FROM. Quando voc estiver com o CDI centrado e o indicador em FROM, estar na radial
escolhida. Se o indicador estiver em TO voc estar na radial oposta. Veja a figura abaixo:
indicador estar em FROM e o CDI vai para a direita. Voe no rumo 090 at interceptar a RADIAL 353 e
voe nesta radial. Voc ir sair em cima da cabeceira 36 de Meigs. Coloque no VOR 1 o rumo 305. Voc
ver o indicador ficar em TO e o CDI vai para a esquerda. Estamos ento direita do rumo que nos
levar a cabeceira 32 de O'Hare. Vamos fazer uma correo de curso: reduza o rumo no OBI at ele
centrar com o indicador em TO. Deve dar por volta de 298.
Veja que 298 o rumo para se voar diretamente para o VOR. Para interceptarmos o curso antes do VOR,
a nossa proa tem que ser MENOR do que 298. Faa uma correo ento de 30 graus para a ESQUERDA
do curso direto para o VOR. Preste ateno. Iremos interceptar o CURSO 305, para isso voaremos no
rumo 268, que 30 graus menor que o CURSO PARA O VOR. No confunda e voe com o rumo 275 que
30 graus menor que o CURSO DESEJADO. Se voc fizer isso talvez no d para interceptar o curso
305 antes do VOR. Quando o CDI centrar, voe na proa 305 fazendo os ajustes necessrios, que voc vai
sair prximo da cabeceira 32. Bom Pouso!
Agora veja o que pode acontecer se voc no raciocinar antes de usar o VOR: Suponha que voc est
voando com proa 090 e foi instrudo a aproximar-se do VOR na RADIAL 090. A sua situao vai ser a da
figura:
Lembre-se que para se APROXIMAR por uma RADIAL deveremos colocar no OBI o rumo da recproca.
Ou seja, se nos for ordenado aproximar pela RADIAL 090, deveremos selecionar no OBI o CURSO 270.
Muitos aviadores acabam colocando 090 no OBI e nessa situao vo na realidade se afastar do
VOR...Note que no caso da ilustrao deveramos curvar para a direita e voarmos com uma proa 30
graus MENOR que 270. Mas olhando o indicador sem raciocinar...poderamos achar que para virar
esquerda...Lembrem-se! Usem a cabea e faam uma figura mental antes de operar o VOR !
A independncia das indicaes do VOR da proa da aeronave ainda gera outra dificuldade na
interceptao de cursos e radiais pelo VOR. Para saber qual a proa a se tomar para interceptar um
determinado CURSO deveremos fazer o seguinte: Imagine a situao da figura abaixo. Nos foi ordenado
aproximar pela RADIAL 180, ou seja, deveremos colocar no OBI o CURSO 360. Vemos ento que o CDI
foi para a esquerda e o indicador ficou em FROM. Ao checarmos a radial que estamos cruzando, vemos
estar na RADIAL 060 (240 TO ou 060 FROM) Se apenas colocarmos uma proa 30 graus menor que o
curso 240, ou seja, proa 210, iremos eventualmente interceptar a radial, mas estaremos nos afastando do
VOR...Para interceptar radiais nestas situaes, procederemos da seguinte maneira. Veja a figura:
Preste ateno no potencial de se perder se voc no estiver atento! Aps passar o travs do VOR, voc
deve fazer curva para a DIREITA, mas o CDI est deflexionado para a ESQUERDA...Lembre-se que voc
est em um rumo oposto ao selecionado no OBI, logo as indicaes no podem ser aplicadas
diretamente sua proa. Lembre-se: Faa sempre uma figura mental da sua posio!
Os procedimentos IFR que utilizam o VOR pouco diferem dos procedimentos NDB. Basicamente teremos
em alguns procedimentos o fim do afastamento expresso em termos de distncia DME. Veja como a
rbita no VOR:
Note que no final da perna de afastamento temos que fazer curva para a DIREITA, apesar do CDI estar
deflexionado para a esquerda. Lembre-se de que estamos voando em um rumo oposto ao selecionado e
que estamos de fato direita do CURSO 090 para o VOR. O resto da rbita igual ao NDB .Caso voc
tenha esquecido da acionar o cronmetro, selecione uma radial 30 graus menor que o rumo da perna de
afastamento ( no caso de rbita para a direita) e espere centrar o CDI. Quando centrar faa a curva.
Alguns procedimentos requerem que a rbita seja feita em um fixo definido em termos de radial e
distncia de um VOR. Nestes casos, devemos ao atingir a distncia do fixo, efetuar a curva para o rumo
da perna de afastamento. Como no h como determinar o travs do fixo, voc dever iniciar a
cronometragem ao estabilizar no rumo da perna de afastamento ou ento ao atingir a mesma distncia
DME do fixo. O que ocorrer por ltimo. O resto exatamente igual orbita NDB convencional.
Os procedimentos de descida IFR baseados no VOR so basicamente idnticos aos baseados no NDB.
Vamos analisar os detalhes da descida VOR DELTA 3 para a pista 29 de Presidente Prudente (SP). No
perfil horizontal, aps autorizados pelo APP, deveremos nos afastar na radial 140 do VOR PRR at uma
distncia de 5 Nm DME. Note que aqui o fim do afastamento foi definido em termos de radial e distncia
DME, mas em alguns procedimentos VOR ele pode ser definido em termos de radial e tempo de
afastamento. Aps 5 DME faremos curva a esquerda para interceptar a aproximao final, que o
CURSO 298 (298 TO) ou radial 118.
Note que neste procedimento, aps o bloqueio do VOR j podemos comear a descida. Deveremos ao
final da curva base estar a pelo menos 3000 ps. Note que h outro fixo na aproximao final, definido
pelo curso 298 e 2.6 DME. Deveremos passar esse fixo a ou acima de 2300 ps. Veja que para cada
velocidade na aproximao final h uma razo de descida determinada. A MDA de 1970 ps. Se ao
atingirmos a MDA no avistarmos a pista, devemos iniciar a aproximao perdida. O procedimento de
aproximao perdida subir para 4000 ps na radial 298. Por serem mais precisos que os procedimentos
NDB, os mnimos de teto e visibilidade para um procedimento VOR geralmente sero mais baixos.
Veja que a rbita executada sobre um fixo, no caso o fixo ILHA, que est localizado na RADIAL 275
(curso 095) a 8 DME do VOR STM. Note os outros fixos (TAJAX, BIDOS, ARPUN, LADIR, CUICA) que
so fixos do limite da rea terminal (TMA) de Santarm. Cada um desses fixos vem de uma aerovia e
esto localizados a 54 Nm de STM. Neste caso o arco de 10 milhas de raio. Deveremos estar nele a
uma altitude de pelo menos 2000 ps. Vamos supor que estamos vindo pela aerovia W-23, na RADIAL
228 ou CURSO 048 (048 TO). Para ingressarmos no arco deveremos fazer uma curva para a esquerda.
Para mantermos constante a distncia do VOR, devemos imaginar a direo de vo do avio sempre
perpendicular ao curso para o VOR. O nosso objetivo iniciar uma curva para uma proa 90 graus
MENOR que o curso direto para o VOR, caso o arco seja no sentido horrio. Caso o arco seja no sentido
anti-horrio, a curva seria para um rumo 90 graus MAIOR que o curso direto para o VOR. Note que temos
no mesmo procedimento arcos no sentido horrio (setor sul) e anti-horrio (setor norte). A distncia a
partir da qual vamos iniciar a curva depende da velocidade do avio. Note que h uma distncia mxima,
que 12 Nm. Faremos a entrada no arco usando a razo de curva padro de 3 graus/seg.; para saber o
quanto antes devemos iniciar a curva faa o seguinte: Subtraia a sua velocidade de 40 e divida tudo por
100; essa a distncia do arco a partir da qual voc deve fazer a curva. Suponha que estamos nos
aproximando a 130 Kts de VS ou VA se no tivermos a VS. Teremos ento 130-40=90/100=0.9+10=10.9
Deveremos iniciar a curva de 90 graus para obter o travs, a 10.9 Nm do VOR, a fim de termin-la e
manter o arco de 10 Nm. Uma vez no arco, deveremos manter uma razo de curva igual variao do
curso. Quanto mais prximos estivermos do VOR e/ou mais rpido voarmos, maior dever ser a
inclinao lateral. Vejamos na prtica como fazer o procedimento.
Suponha que estamos nos aproximando do VOR na radial 228, voc poder treinar o arco DME em,
qualquer outro aeroporto, mantenha apenas uma altitude de segurana e tenha em mente que na
aproximao final voc possivelmente no sair alinhado com a pista. Veja a figura abaixo.
3- Estamos cruzando a RADIAL 250 (o VOR est em 070 TO) nossa proa deve ser 250+90=340
(ou 070-90= -20+360=340) Uma dica para o caso de voc se confundir no clculo usar o giro direcional.
A proa que aparece no OBI quando ele estiver centrado e em TO deve estar sempre no seu travs. Veja
que na figura o 070 est no travs direito do avio do Giro Direcional.
4- Mantenha-se no arco at cruzar a radial 265 (085 TO). Ela o que chamamos de Leading Radial .Ao
cruz-la, aumente a sua razo de curva para o padro de 3 graus/seg. e intercepte o curso de
aproximao final (095). Para a descida DELTA 3 de Santarm o perfil vertical o seguinte:
5- Fique alerta para o fato de que aps a leading radial a interceptao do curso de aproximao final
rpida.
6- Estamos agora estabilizados no CURSO 095 (RADIAL 275 ). Veja o perfil vertical da descida
Veja que deveremos manter 2000 ps at o fixo ILHA, que est a 8 DME no curso 095. Em ILHA faremos
a rbita, caso ordenado pelo controle, ou ento iniciaremos a aproximao final, mantendo a razo de
descida apropriada para a nossa velocidade. Note que h um fixo a 2 DME que deve ser passado a uma
altitude de pelo menos 730 ps. A MDA 680 ps para aproximao direta e 760 ps para circular.
Aula 09 O ILS
Definio:
O Instrument Landing System (ILS) o mais preciso dos procedimentos de pouso. No usado como
auxlio navegao em rota. Seu uso restringe-se aproximao para o pouso. Com ele as aeronaves
podem aterrissar em virtualmente qualquer tempo.
Dependendo das instalaes em terra e do equipamento a bordo da aeronave, bem como do treinamento
dos pilotos, o ILS pode ser enquadrado em trs categorias:
Categoria I
Para essa categoria os mnimos meteorolgicos so de 200 ps de teto e 800 metros de visibilidade. o
tipo mais comum em todo o mundo. Caso a pista disponha de balizamento central a visibilidade mnima
pode ser de at 600 metros.
Categoria II
Para essa categoria os mnimos meteorolgicos so de 100 ps de teto e 400 metros de visibilidade. No
Brasil apenas os aeroportos de Guarulhos e do Galeo operam em CAT II. Para efetuar um procedimento
CAT II a tripulao tem que ser especificamente habilitada e a aeronave homologada para esse tipo de
operao. A aproximao efetuada acoplada ao piloto automtico at a Altura de Deciso (DH) que
de 100 ps acima da pista. Somente a partir deste ponto a tripulao assume o comando, caso tenha
avistado a pista.
Categoria III
Para essa categoria os mnimos meteorolgicos se aplicam apenas visibilidade, ou seja, pousa-se com
ZERO de teto. Subdivide-se em trs subcategorias:
Cat III A - Visibilidade mnima de 200 metros
Cat III B - Visibilidade mnima de 100 metros
Cat III C - ZERO de visibilidade
Para esse tipo de operao a aeronave deve ser equipada com o sistema de pouso automtico, e a
tripulao devidamente treinada. Pouqussimos aeroportos no mundo operam CAT III, entre os que
operam esto o de Heathrow, Chicago, Atlanta, Nova York, Washington e San Francisco, sendo que
destes, apenas o de Heathrow opera CAT III C.
Componentes do ILS:
Podemos dizer que o ILS divide-se, basicamente, nos seguintes componentes:
1. Localizer
2. Glideslope
3. Marcadores
O Localizer:
O localizer um transmissor que geralmente est localizado na cabeceira oposta do pouso. Sua funo
nos fornecer informao do posicionamento em relao ao eixo da pista. Sua indicao no instrumento
de bordo semelhante de um curso para o VOR , seu receptor est conjugado com o do VOR .Tem, no
entanto algumas diferenas:
A indicao do CDI independe do rumo colocado no OBI. Ela refere-se a apenas um nico curso, que
o curso de aproximao final. Na prtica, um bom costume colocar no OBI o rumo da aproximao
final, a fim de manter a indicao pictorial da proa do avio em relao direo do localizer e julgar
melhor as correes devido aos ventos.
Os sinais TO/FROM tambm so redundantes, e no vo real o indicador vai estar sem nenhuma funo.
No FS5 ele vai ficar em TO ou FROM, dependendo da sua posio em relao ao localizer. No ATP ele
vai corresponder vida real, ou seja, no vai dar indicao TO/FROM.
A sensibilidade do Localizer BEM maior que a do VOR. No VOR um dot no CDI significa 2.5 graus
fora do curso para o VOR e a mxima deflexo significava 10 graus. No Localizer, o mesmo dot
significa 0.5 graus fora, e a mxima deflexo significa apenas 2.5 graus fora do rumo. de extrema
importncia manter-se rigorosamente no curso durante uma aproximao pelo ILS.
Antigamente costumava-se dividir o curso do localizer em dois setores. O setor Azul direita do eixo da
pista e o setor Amarelo, esquerda do eixo. Em alguns aparelhos mais antigos voc ainda encontrar
indicadores com essa diviso. Nas cartas de aproximao o setor direita aparece em um tom mais
escuro do que o da esquerda.
Como eu havia dito, a indicao do LOC semelhante do VOR. Veja a figura:
Para mantermos o Glideslope, deveremos manter uma razo de descida constante ao longo da trajetria.
Uma regra prtica, que funciona bem com glideslopes de 3 graus multiplicar a sua velocidade indicada
em Knots por 5, que dar a razo de descida aproximada para manter o GS. Caso, por exemplo,
estejamos nos aproximando a 140 Kts de VI, a nossa razo de descida dever ser de 140 X 5 = 700 fpm.
Logicamente se estivermos com vento de proa, a nossa velocidade em relao ao solo vai ser menor,
logo, deveremos reduzir um pouco a razo de descida. Evite variaes bruscas abaixo de 1500 ps de
altura. Caso voc esteja alto demais, aumente sua razo de descida para no mximo 1000 fpm. Se
estiver baixo, reduza a razo de descida para 500 fpm ou nivele o vo momentaneamente, caso
eventualmente esteja muito abaixo do GS e a baixa altura. Evite razes de descida maiores que 1000 fpm
abaixo de 1500 ps de altura. Caso a aproximao no esteja estabilizada, principalmente se estiver
abaixo do GS baixa altura ARREMETA IMEDIATAMENTE !
Com as informaes do LOC e do GS combinadas podemos saber exatamente a nossa posio em
relao trajetria ideal para a pista. Veja a figura:
Marcador Externo:
Chamado tambm de Outer Marker (OM) Indica o FAF em um procedimento ILS. Localiza-se geralmente
entre 4.8 e 5.4 Nm da cabeceira de pouso. Ao ser sobrevoado, acende-se no painel uma luz azul e ouvese um som de baixa freqncia modulado a 400 hertz/seg emitindo srie de traos a cada 2 segundos. Se
o marcador estiver instalados junto a um NDB (Compass Locator). Recebe, nesse caso, o nome
de Locator Outer Marker (LOM). Esses locators fornecem guia direcional dentro da zona de
aproximao, por meio dos ADFs.
Marcador Mdio:
Chamado tambm de Middle Marker (MM) Indica o Ponto de Aproximao Perdida (MAP) em um
procedimento ILS CAT I . Localiza-se entre 800 e 1200 metros da cabeceira da pista. Ao sobrevo-lo
acende-se no painel dos rdios uma luz amarela, e ouve-se um som modulado a 1.300 Hertz/seg
emitindo uma srie de pontos e traos na razo de 6 por segundo. Caso esteja instalado junto a um NDB
recebe o nome de Locator Middle Marker (LMM).
Marcador Interno:
Chamado tambm de Inner Marker (IM) Indica a cabeceira da pista. usado apenas nos procedimentos
CAT II e CAT III. Ao sobrevo-lo acende-se no painel uma luz branca e ouve-se um som modulado a
3.000 Hertz/seg, emitindo uma srie de pontos na razo de 6 por segundo.
A freqncia do Localizer 109.3 e o seu Curso o 101. Vemos que a rbita efetuada sobre o
marcador externo, o NDB Cimbra, freqncia 220, que no caso um LOM. O Marcador Mdio, no caso
um LMM o NDB Ipitanga, freqncia 240. Vejamos agora o perfil do procedimento:
Note que a rbita efetuada a 2000 ps de altitude. Aps a autorizao pelo controle, devemos entrar na
perna de afastamento, mantendo ainda 2000 ps. Ao reingressar na perna de aproximao, que est no
curso do LOC, interceptamos o Glideslope, descendo para 1700 ps, que a altitude de passagem sobre
o Marcador Externo. Ao bloquear o OM, vai acender a luz azul e ouviremos o sinal sonoro de
identificao. Neste instante acione o cronmetro, e configure a aeronave para pouso, inclusive com full
flaps. Estabilize a aeronave na velocidade de aproximao e razo de descida adequadas, mantendo a
rampa do Glideslope e o curso do LOC. Faa correes pequenas de proa e razo de descida. Evite
inclinaes maiores que 10 graus. Uma vez enquadrado o curso, faa preferencialmente correes de p
mantendo as asas niveladas, evite variaes de proa maiores que 5 graus e razes de descida maiores
que 1000 ft/min na final. Se a aeronave dispuser de piloto automtico com acoplador do ILS, use-o at a
DH, (O Manuel voar o Glide e o Localizador melhor do que voc at o MM, ajude-o retocando a
potncia do motor e, se necessrio alguma coisinha da configurao, vigie de perto sua atuao, e esteja
preparado para tomar dele o controle a qualquer momento que se demonstre necessrio, mantenha
aquecidos os seus neurnios) - do MM em diante voc far melhor do que ele) Caso a aeronave afaste-se
consideravelmente da trajetria, principalmente se o aeroporto estiver prximo dos mnimos,
ARREMETA ! Voc deve estar mentalmente preparado para executar o procedimento de aproximao
perdida ainda durante a aproximao inicial. Lembre-se: Uma arremetida esquecida no dia seguinte.
Um acidente no se esquece jamais...
Durante a aproximao, verifique continuamente a confiabilidade dos instrumentos. Caso surja uma
bandeira de OFF no LOC ou no GS ou indicao errtica de algum instrumento, no hesite,ARREMETA!
Deixe para pesquisar a causa da pane em uma altitude de segurana.
Veja a tabela de mnimos meteorolgicos para o procedimento CHARLIE 1. Note que h quatro tabelas.
Uma para aproximao circular, uma para o ILS completo, uma para o caso do MM estar inoperante e
uma para o caso do Glideslope estar inoperante. Caso o GS esteja inoperante, devemos fazer a
aproximao como faramos uma aproximao VOR. Ao bloquear o OM desa com a razo de descida
apropriada para a sua velocidade, constante na tabela, at a MDA que neste caso de 580 ps.
Com todos os componentes do ILS operacionais, a nossa DA (Decision Altitude) de 260 ps. Isso
eqivale a 200 ps acima da elevao do aerdromo. A nossa visibilidade mnima de 1200 metros,
independente da categoria da aeronave. Veja o destaque em amarelo na tabela. Ao contrrio do VOR,
onde desceramos at a MDA e ficaramos nela esperando at o MAP, no ILS voc desce at a DA, que
ser atingida exatamente no MM, que o MAP. No avistando a pista na DA, deve ser iniciado
imediatamente o procedimento de aproximao perdida. Caso o MM esteja inoperante, devemos
aumentar para 300 ps a nossa DA e iniciar o procedimento aps o tempo constante na tabela Tempo
do IS at MAPT. Caso tivssemos que efetuar uma aproximao circular, deveramos descer no GS at
a MDA apropriada para a categoria da aeronave. Caso fossem atingidas condies visuais,
prosseguiramos na aproximao. Caso ao chegar MDA para aproximao circular no obtivssemos
condies visuais, deveramos manter a MDA, no curso do LOC, e no MM iniciar o procedimento de
aproximao perdida.
1. Decole da pista 36. .Aps a decolagem suba para 2100 ft mantendo a proa. Aps atingir 1000 ft curve
esquerda para proa 301.
2. Mantenha a proa 301 e a altitude em 2100 ft. Note que o ponteiro do ADF vai se deslocando
para a esquerda e que o CDI vai centrando. Quando o CDI estiver prximo de centrar voc vai notar que
a MR vai estar prxima a 330, o que indica que estamos nos aproximando do QDM 271 para o NDB.
3. Voe na proa 271 e mantenha o CDI centrado. Veja que o indicador do GS vai aos poucos descendo.
Reduza a sua velocidade para 100 kts (no caso do Cessna ) e baixe 10 graus de flap. A altitude de
bloqueio do marcador externo geralmente de 1500 a 1700 ft acima do aerdromo. No nosso caso ser
de 2100 Ft que correspondem a pouco menos de 1500 ft acima da elevao do aerdromo (652 ft)...
4. Ao bloquear o LOM voc ver acender uma luz azul no painel dos rdios. Veja a MR do ADF passar
de 0 para 180. Baixe o trem de pouso e 25 graus de flap (no caso do Cessna. Para avie mais rpidos o
certo aplicar full flaps). Desa a uma velocidade de 90 Kts e razo de descida em torno de 450 fpm,
variando para maio ou para menos de acordo com o vento.
5. Faa as correes necessrias de proa e razo de descida, mas sempre com pequenas variaes.
Caso voc fique abaixo do GS, simplesmente reduza a sua razo para 200 ft/min. Caso fique muito alto,
aumente a razo de descida para no mais que 1000 ft/min.
6. Para o aeroporto OHare a sua DA de 850 ft. Voc atingir essa altitude ao passar o MM, caso esteja
no Glideslope. Ao bloquear o MM vai acender a luz amarela no painel. Caso esteja com a pista vista,
acione full flaps e pouse. Caso no tenha avistado a pista na DA inicie imediatamente a aproximao
perdida. Para o aeroporto OHare voc deve subir para 1200 ft, e aps curvar esquerda para a proa
085 subindo para 4000 ft. Recolha o trem de pouso to logo obtenha uma razo de subida positiva. Inicie
o recolhimento dos flaps medida que for acelerando...
O Back Course:
O localizer de um ILS tambm pode ser usado para executar uma aproximao IFR para a cabeceira
oposta, sem necessidade de uma aproximao circular. Trata-se ento de uma aproximao pelo Back
Course. Para entender como funciona uma aproximao Back Course, deveremos nos lembrar da
diviso do curso do LOC em setor amarelo e azul. O receptor de ILS deflexiona para a direita se a
aeronave estiver no setor amarelo, e para a esquerda se ela estiver no setor azul. O mesmo vai acontecer
no Back Course, a diferena que os setores no Back Course ficam do mesmo lado dos setores do Front
Course. Como o ILS no considera a proa da aeronave, acontecer que no Back Course a indicao do
CDI vai ficar invertida. Veja a figura:
No caso da figura, a aeronave est ESQUERDA do curso de aproximao (270) mas o CDI est
deflexionado para a ESQUERDA ao invs de estar para a direita. Na vida real no existe indicao
TO/FROM nem no FRONT COURSE DO ILS nem no Back Course. No FS5 existe. Mesmo assim, preste
bastante ateno quando estiver efetuando uma aproximao Back Course e lembre-se de inverter o
sentido das correes a que voc est acostumado.
Durante uma aproximao Back Course no temos indicaes de Glideslope, logo a aproximao deve
ser encarada como uma aproximao VOR, inclusive seus mnimos de teto e visibilidade so
equivalentes.
Como o transmissor do LOC est na cabeceira oposta de pouso, as indicaes no Back Course
geralmente sero bem mais sensveis, porque o espao fsico abarcado pela faixa angular de cinco graus
do localizer bem menor para o lado onde est o Back Course. Quando estiver prximo do bloqueio,
evite quaisquer correes acentuadas, corrija derrapando nos pedais. Se for o caso, apenas mantenha
a proa do curso de aproximao, bem prximo do curso central. Somente deve ser executada uma
aproximao Back Course se houver um procedimento especfico para o aerdromo, pois as marcaes
no Back Course podem no ser confiveis. No Brasil no so aprovadas aproximaes Back Course. Nos
avies modernos h um comando que inverte no CDI as indicaes do ponteiro, de forma que ao
fazermos aproximao pelo Back Course, corrigimos os desvios aproando para a o ponteiro como
fazemos no Front Course. No Flight Simulator 5, voc pode efetuar uma aproximao Back Course pelo
piloto automtico. Selecione no menu de comando do piloto automtico a opo Back Course, que ele
reverter a indicao do CDI e acender uma luz no interior do indicador de VOR 1, ao lado das letras
BC.
O VASIS muito til durante aproximaes visuais noturnas, tanto que caso voc no consiga se lembrar
da correspondncia entre as luzes e o glideslope, existe uma rima em ingls que diz mais ou menos o
seguinte:
White over White...You will fly all night
Red over White...You are all right
Red over Red...You will be DEAD!
Existe ainda o PAPI (Precision Approach Path Indicator) que basicamente um VASIS aperfeioado.
Consiste de uma nica fileira de quatro luzes. Duas brancas e duas vermelhas significam que voc est
no Glideslope. Uma nica vermelha e as demais brancas significam que voc est ligeiramente acima do
Glideslope. Uma nica branca e as demais vermelhas significam que voc est um pouco abaixo do
Glideslope. Todas as luzes brancas ou todas as luzes vermelhas significam que voc est BEM acima ou
abaixo do Glideslope respectivamente.
O RMI:
O Rdio Magnetic Indicator um giro direcional, acoplado a uma bssola magntica remota (Flux Gate)
localizada em uma das pontas das asas, a fim de minimizar o efeito do campo magntico do avio. Essa
bssola envia informao precisa do Norte Magntico ao carto de um giro direcional contendo os 360
graus, e cuja precesso corrigida permanentemente, mantendo-se o norte do giro sincronizado por
amplificador com o norte magntico da flux gate. Os ponteiros desse instrumento podem exibir sobre um
mesmo eixo e alternativamente at mesmo as indicaes dos ADFs 1e2 e tambm dos VORs 1e2. O
interessante desse instrumento que ele tem a capacidade de transformar um VOR em um ADF de
grande preciso, isto , o seu ponteiro pode apontar diretamente para uma estao de VOR, nos
permitindo instantaneamente saber qual o curso para o VOR, sem termos que usar o OBS, pois o OBI
est constantemente exposto integralmente aos nossos olhos, e os ponteiros constantemente nos
mostrando o curso para e a radial do VOR. Outra vantagem que ele mostra diretamente o QDM para um
NDB, sem termos que fazer aqueles clculos com marcaes relativas. Mas o piloto dever ter uma
ateno muito grande ao usar as combinaes possveis no RMI, tm acontecido incidentes e acidentes
porque alguns pilotos se tm distrado e confundido as indicaes dos VOR com as de NDB. Veja os seus
componentes.
Vamos ver um exemplo: Suponha que estamos voando com proa 010 e passando prximos a um NDB e
um VOR. Para acharmos o QDM e o curso respectivamente, teramos que aplicar todas aquelas tcnicas
j ensinadas. Com o RMI basta selecionar o indicador 1 para ADF e o indicador 2 para VOR e temos a
visualizao imediata da nossa posio. Veja a figura:
Note que se no tivssemos o RMI teramos que somar nossa proa a relativa de 310 graus, para achar
o QDM 320. Teramos ainda que girar o OBI at o indicador ficar em TO e centrar o CDI para saber qual o
curso. No RMI basta olharmos diretamente para os ponteiros para vermos que estamos no QDM 320,
CURSO 060 e se olharmos para a traseira da seta veremos que estamos na RADIAL 240. Veja como ele
pode lhe facilitar a vida em um procedimento arco DME: Basta Selecionar um dos ponteiros indicadores
para o VOR do procedimento e mant-lo sempre no seu travs durante o arco, aps atingir a distncia
requerida no procedimento. O RMI nos d uma viso completa da posio do avio com referncia aos
NDBs e VORs. Estamos sempre na cauda do ponteiro, com a proa indicada na bssola giro-magntica,
o centro do instrumento (eixo dos ponteiros) a antena ; e a ponta do ponteiro, o curso para a estao. O
CDI do VOR v ampliado um setor de 20 graus que envolve nosso curso ou radial selecionada, e
adiciona preciso multiplicada nas aproximaes para pouso. Mas acima de 10 graus de ngulo para
cada lado, no indica mais nada, se no formos girando manualmente o OBS. O RMI faz tudo isso para
ns e nos leva tranqilamente para o setor de 20 graus que queremos voar no centro.
Aula 12 O HSI
O Horizontal Situation Indicator um instrumento que veio facilitar muito a navegao pelo VOR. Ele
mostra de uma s vez informaes de proa e desvio em relao ao curso/radial selecionado. Seu uso
quase que intuitivo. Veja na figura abaixo os seus componentes:
Para voar em um curso, o piloto seleciona no OBS o curso a ser voado. O ponteiro do OBI vai apontar
para o rumo selecionado no OBS. Note que se fizermos uma curva o ponteiro acompanha o movimento
do Giro Direcional. Note que o indicador TO/FROM vai agora apontar ou para a ponta da seta (TO) ou
para a traseira (FROM). Veja que tambm temos indicao de Glideslope e de DME.
Veja agora uma interceptao de curso/radial na prtica. Note como bem mais fcil interceptar um
curso com o HSI.
Note que temos uma boa noo (viso pictorial) da nossa proa em relao ao rumo que deveremos tomar
para interceptar o curso/radial. Outra vantagem do RMI que ele evita confuses causadas por estarmos
voando em um rumo oposto ao do curso selecionado. Com ele, para interceptar uma radial ou curso,
basta voarmos na direo da agulha do CDI, mas devemos prestar ateno na posio do indicador
TO/FROM para ver se estamos nos afastando ou nos aproximando do VOR. Em uma aproximao Back
Course no precisamos nos preocupar em lembrar se estamos fazendo curva para o lado certo. Basta
selecionarmos no OBS o rumo do Front Course e voar para a agulha. Veja a figura da pgina seguinte,
onde so mostradas 3 situaes em relao a um curso e como elas aparecem no HSI e nos indicadores
de VOR convencionais. Note a facilidade de nos posicionarmos com o HSI. Note que no precisamos
fazer uma figura mental...Ela est desenhada no prprio HSI...Note que o indicador TO/FROM no HSI vai
sempre apontar para o VOR.
Use o HSI para determinar esse ngulo, vendo quantos graus voc est corrigindo para compensar o
vento.
Veja uma linha tracejada que existe na carta. Chamamos essa linha de Linha Isognica. Ela de
fundamental importncia para o nosso vo. Para sabermos qual rumo voar entre um ponto e outro,
devemos saber qual a Declinao Magntica da regio. A declinao magntica a diferena entre o
Norte Magntico e o Norte Verdadeiro. No caso desta regio, a declinao de 14 graus Oeste (veja o
14W sobre a linha) Devemos ento SOMAR este valor ao rumo verdadeiro, lido com um transferidor entre
um meridiano e a nossa rota). O valor resultante ser o nosso rumo magntico, que o que deveremos
colocar na bssola. Caso a declinao fosse leste, deveramos SUBTRAIR o seu valor do rumo
verdadeiro. de fundamental importncia saber a declinao das reas sobre as quais voaremos. Um
desvio de 1 grau nos afasta por volta de 1 Nm a cada 60 Nm voadas.
Veja o limite da TMA de Campo Grande, as freqncias de comunicao e as aerovias que saem do VOR
de Campo Grande. TODOS OS RUMOS MOSTRADOS SO MAGNTICOS. Veja as posies TERER,
BASIK E ALDA, que so os fixos de limite de TMA. So definidos pelas radiais e distncia de 54 Nm. Veja
a posio UZINA, ela definida pela radial 145 de Campo Grande e QDM 204 para o NDB Primavera
(PPA-290). Todos os fixos marcados com um tringulo preto so fixos de notificao compulsria, ou seja,
voc deve reportar ao ATC a sua passagem por eles. Os tringulos brancos so fixos de notificao a
pedido, ou seja, voc s deve notificar caso seja solicitado.
Veja as aerovias. Note que existem nveis MNIMOS de vo em aerovia. De acordo com o rumo
MAGNTICO que estamos voando devemos manter nveis especficos, de acordo com a tabela. Todos os
nveis so em relao ao ajuste de 1013,2 Hpa.
Vos VFR
RM de 000 a 179 : Fls 035, 055, 075, 095, 115, 135
RM de 180 a 359 : Fls 045, 065, 085, 105, 125, 145
Vos IFR
RM de 000 a 179 : Fls 030, 050, 070, 090, 110, 130, 150, 190, 210, 230, 250, 270, 290, 330, 370, 410,
450 etc
RM de 180 a 359 : Fls 020, 040, 060, 080, 100, 120, 140, 160, 180, 200, 220, 240, 260, 280, 310, 350,
390 etc
Isso significa que caso o seu rumo magntico esteja entre 000 e 179 voc dever voar VFR nos nveis
035,055,095... e caso esteja IFR voc dever voar nos nveis 050, 110, 130... Caso seu rumo esteja entre
180 e 359 os nveis de vo seriam 040, 060, 120, 260 etc. Note que no so permitidos vos VFR acima
do FL 145. Note tambm que acima do FL 290 os nveis sofrem um espaamento de 2000 ps para
rumos opostos. Em aerovias de mo nica voc poder voar em qualquer um dos nveis. Veja que estes
nveis de vo so referentes aos RUMOS magnticos, e no PROA. Se estivssemos voando, por
exemplo, com rumo magntico 002, mas por causa do vento mantivssemos proa 355, deveramos estar,
por exemplo, no FL 090 ou 110, ou 270 etc.
Procure fazer um planejamento cuidadoso do seu vo. Calcule os estimados de sobrevo de cada fixo,
bem como o estimado para o ponto de nivelamento e de descida.Veja como calcular o seu ponto de
nivelamento (TOC) e o seu ponto ideal de descida (TOD)
Clculos de Navegao:
Para saber a que distncia do ponto de partida estar o seu ponto de nivelamento, primeiramente subtraia
do seu FL proposto de cruzeiro a altitude do aerdromo de partida. Divida esse valor pela razo de subida
que voc empregar e ter seu tempo de subida. Ache a sua VA mdia de subida. Para isso some a
altitude do aerdromo de partida com a altitude do FL proposto de cruzeiro e divida por dois. Calcule a VA
que ser atingida nesta altitude para a VI de subida (aumenta cerca de 2% para cada 1000 ps). De
posse da VA mdia e do tempo mdio de subida ache a sua distncia de subida. Marque esta distncia,
lembrando-se de que, caso esteja fazendo um procedimento de subida IFR, voc ter que levar em
considerao a distncia voada no procedimento. V medindo as distncias entre os waypoints na sua
rota (ou use um programa de clculo) e anote os tempos de vo e os horrios estimados de sobrevo
destes waypoints.
Durante o vo v conferindo os tempos de vo com os seus estimados, a fim de ver se voc est com
vento de proa ou popa. Para o clculo do ponto de descida, proceda de maneira anloga do clculo do
TOC, usando a sua VI de descida e fazendo o clculo da VA mdia de descida, para a altitude mdia de
descida, que a mdia entre o seu FL de cruzeiro e a MSA do setor pelo qual voc est se aproximando.
Ao chegar ao navaid de incio do procedimento, voc poder descer em rbita para a altitude de incio do
procedimento IFR. Caso voc esteja em condies VFR, desa para a altitude correspondente elevao
do aerdromo mais 1000 ps, caso queira efetuar um pouso visual.Vejamos um exemplo:
Decolaremos de um aeroporto situado a 500 ps de elevao. Voaremos no FL 150 at um aeroporto
localizado a 520 Nm de distncia e a uma elevao de 2000 ps.A MSA para esse aerdromo 5000 ps.
Faremos a subida a 150 KIAS e 1000 ft/min. O vo de cruzeiro ser feito a 210 KIAS e a descida a 250
KIAS e 500 ft/min.
Calculamos o tempo de subida. Subtraia 500 de 15000 (o nosso FL de cruzeiro) e divida por 1000. O
resultado ser 14.5 minutos. Calcule agora a sua VA mdia de subida. Some 15000 com 500. Vai dar
15500. Divida esse valor por dois. O resultado ser a nossa AMS, que no caso ser 7750 ft.Considere
para clculo que a VA aumenta 2% para cada 1000 ps, ou seja, a 7750 ft a nossa VI de 150 KIAS
resultar em uma VA de 173 KTAS. Essa ser a velocidade que usaremos para achar a distncia at o
TOC. Multiplique a VA mdia de subida pelo tempo de subida e divida por 60. O resultado ser a
distncia at o TOC. No nosso caso ser 41.8 NM.
Marque no mapa 39 NM na rota que voc percorreu entre o aerdromo e o TOC. O tempo de vo para o
prximo waypoint ser calculado com base na nossa VA de cruzeiro. Para o FL 150 e uma VI de 210
KIAS a nossa VA ser de 273 KTAS.
Para acharmos o TOD faremos o seguinte: A MSA do aerdromo de 5000 ft. A nossa AMD ser a soma
da MSA com o FL de cruzeiro e depois dividimos o resultado por dois (5000 + 15000=20000/2=10000)
Para uma VI de descida de 250 KIAS e AMD de 10000 ps teremos uma VA mdia de descida de 300
KTAS. Deveremos descer de 10 para 5 mil ps a 500 ft/min, logo gastaremos 10 minutos na descida. A
300 KTAS percorreremos 50 NM. Marque esta distncia do aerdromo para a rota, ou seja, deveremos
iniciar a descida a 50 NM do aerdromo. Veja que o nosso percurso em rota foi de 520-39-50 = 431 Nm. A
273 KTAS gastaremos 1 hora e 34 minutos de vo.
importante frisar que caso tenhamos vento de proa ou de cauda durante o vo a nossa VS ir ser
diferente da VA. Confira sempre os seus estimados com o tempo de vo real, principalmente em etapas
onde o combustvel estiver no limite. O regulamento manda que voc tenha combustvel para voar at o
destino, mais a alternativa e mais 45 minutos de vo. Para vos de linha area regular, o combustvel
necessrio deve ser suficiente para voar at o destino, mais 10% do tempo de vo at o destino, mais o
combustvel necessrio para ir at a alternativa e ainda ter 30 minutos de reserva a 1500 ft acima do nvel
do aerdromo.
Veja a figura:
Consideraes Finais
Lembrem-se que o vo por instrumentos exige uma ateno constante aos pequenos detalhes. Faa
sempre uma figura mental da sua posio, caso sua aproximao no esteja estabilizada ARREMETA!
Espero realmente poder ter contribudo para aumentar o seu aproveitamento dos recursos do Flight
Simulator e dos simuladores em geral. Lembro novamente que se eventualmente vier a surgir
QUALQUER dvida, no hesite, envie um formulrio de contato que terei o maior prazer em resolv-la.
Lembro tambm que caso voc tenha encontrado algum erro, por favor, me avise! Crticas sero bem
aceitas e podero me ajudar a criar uma nova verso ainda melhor deste curso.
E para todos aqueles que voam na vida real, lembrem-se do seguinte ditado:
A decolagem opcional, mas o pouso obrigatrio...
Bons Vos !
Belo Horizonte 10 de Setembro de 1996
(data da primeira edio)