Guia de Eventos Gastronômicos
Guia de Eventos Gastronômicos
Guia de Eventos Gastronômicos
SUMRIO
APRESENTAO
Tpico 1 Conceitos e a importncia dos eventos gastronmicos
Tpico 2 Modalidades e tipos de eventos gastronmicos
Tpico 3 Os eventos e a integrao com a cadeia de alimentos
Tpico 4 Como definir o tema do evento
Tpico 5 Infraestrutura mnima para a realizao do evento
Tpico 6 Segurana Alimentar
Tpico 7 Importncia das parcerias
Tpico 8 Etapa Operacional: planejamento, execuo e ps-evento
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
ANEXOS
CHECK LIST
MODELO DE RELATRIO FINAL
Eventos Gastronmicos
Apresentao
A atuao estratgica do Sistema Sebrae nas orientaes e no uso das informaes geradas em
nvel nacional e estadual se constitui como um desafio permanente na gesto e coordenao
das aes realizadas no mbito dos projetos de alimentao fora do lar. Considerando a
diversidade de eventos realizados e a importncia do segmento de alimentao fora do lar
enquanto nmero de empresas atendidas pelo Sebrae e pela posio estratgica deste setor
na economia do pas, a proposta deste documento elaborar um Guia que norteie a atuao
dos coordenadores e gestores de projetos na execuo destes eventos gastronmicos, em
especial os festivais. O documento foi construdo em parceria com a Unidade de Atendimento
Setorial Agronegcios em virtude dos inmeros festivais e mostras gastronmicas realizadas
no mbito das carteiras atendidas pela unidade, a exemplo das carteiras de aquicultura e
pesca, derivados de cana e vinhos.
Os resultados observados nos projetos que promovem eventos gastronmicos como ao de
desenvolvimento e fortalecimento das empresas atendidas pelos projetos de alimentao fora
do lar so inmeros e tambm tornam-se um motivador deste trabalho. Sejam eles festivais,
amostras, circuitos, ou outras modalidades, aqui citamos alguns dos resultados: a valorizao
dos pequenos negcios de alimentao fora do lar; aumento do faturamento em muitos casos,
aps visibilidade do negcio; a integrao com a cadeia de valor do setor; a valorizao da
cultura, dos ingredientes e das potencialidades locais; a promoo do turismo gastronmico; a
identificao de talentos locais e regionais; a insero da ao no calendrio de eventos da
regio; conquista de novos clientes e o aprendizado de trabalho em grupo.
Dessa forma, alm das motivaes e relevncias mencionadas acima, sendo uma ao
recorrente nos projetos de alimentao fora do lar, o Guia pretende fornecer as informaes
necessrias para se implementar e gerir um evento gastronmico. Aqui sero encontradas
dicas sobre como definir a modalidade mais adequada, estruturar e organizar um evento,
escolher os formadores de opinies e a importncia da integrao com a cadeia de alimentos,
entre outros aspectos relevantes para o sucesso de um evento gastronmico.
Os eventos gastronmicos tm sua importncia por serem capazes de integrar uma cadeia de
valor complexa que pode envolver desde os pequenos produtores, os prestadores de servios,
o varejo e at mesmo a indstria de alimentos. Quando promovidos de forma estratgica
possibilitam a valorizao da cultura local, os saberes e fazeres populares caractersticos de
uma regio, do comrcio e do prprio destino turstico, configurando-se em um diferencial
competitivo para a regio, para os empresrios e profissionais da gastronomia envolvidos
nestes eventos.
Aspectos como cultura, clima, localizao geogrfica e estao do ano interferem diretamente
no resultado final da gastronomia, e, por conseguinte, dos eventos gastronmicos em que os
elementos naturais e humanos se misturam para formar um s produto, singular, nico e
memorvel quando bem elaborado e conduzido. Os eventos gastronmicos corroboram no
sentido de dar visibilidade aos pratos tpicos e a culinria com identidade cultural.
A principal funo dos eventos promover causas, ideias e conceitos, por meio da provocao
dos afetos e da sensibilidade humana, e mesmo quando possuem objetivos comerciais, eles
precisam tocar as pessoas de forma diferenciada, promovendo sensaes marcantes para
tornarem-se inesquecveis. Ningum vai a um evento para ver o mesmo do mesmo, por isso a
importncia de serem elaborados e planejados com antecedncia e zelo.
O conceito amplo de eventos definido por Meirelles (1999, p. 21) como um:
Instrumento institucional e promocional, utilizado na comunicao dirigida,
com a finalidade de criar conceito e estabelecer a imagem de organizaes,
produtos, servios, ideias e pessoas, por meio de um acontecimento
previamente planejado, a ocorrer em um nico espao de tempo com a
aproximao entre os participantes, quer seja fsica, quer seja por meio de
recursos de tecnologia.
Os objetivos da realizao dos eventos gastronmicos devem ser considerados para definio
do formato, tipologia, conceito, dimenso, investimentos e das estratgias promocionais e
comerciais. O sucesso de um evento tem como premissa bsica a elaborao de um
planejamento bem estruturado, claro e exequvel, mas para isso se faz necessrio conhecer as
possibilidades de modalidades para cada tipo de evento.
Modalidades:
Os eventos gastronmicos podem acontecer de trs formas: indoor no prprio
empreendimento gastronmico, outdoor ao ar livre em espaos pblicos ou privados ou
outdoor em estruturas pblicas ou de terceiros e o mix entre os dois, que destacamos a seguir:
Classificao realizada mediante observao livre dos autores, sobre os aspectos mais relevantes dos
eventos analisados, que pode no refletir aos conceitos dos idealizadores e produtores dos eventos.
Vantagens:
Promove as empresas e negcios;
Facilita o controle da qualidade dos alimentos e da segurana alimentar;
Amplia a possibilidade de fidelizao de clientes;
Usa estrutura instalada e brigada da prpria empresa.
Traz novos clientes para conhecer os negcios envolvidos nos eventos;
Aumento do ticket mdio;
Pontos fracos:
Geralmente fica limitado ao horrio de funcionamento das empresas;
Pode parecer dispersivo quando as empresas no esto prximas umas das
outras.
Outdoor: so eventos que acontecem da porta para fora dos empreendimentos
gastronmicos, h a necessidade de montar parte ou toda a estrutura fsica para
receber o evento. O formato, local, identidade visual e temtica so concebidos no
momento do planejamento pelo grupo ou proponente idealizador. O principal objetivo
observado nesse formato de evento a promoo do destino, da culinria, da
temtica, integrao ao calendrio de eventos do municpio ou a algum evento
importante sendo complementar atrao principal. A preocupao volta-se para a
importncia de manter o mesmo padro de qualidade das casas participantes,
garantindo aspectos de apresentao visual, atendimento, estrutura, preo, sanidade e
sabor. O esforo coletivo no sentido de trazer todos os empreendimentos para o
mesmo nvel de qualidade alinhado ao conceito do evento. Ex.: Fenaostra em
Florianpolis/SC.
A modalidade outdoor apresenta ainda duas possibilidades, o uso de espaos ao ar
livre sem nenhuma estrutura, como praas e ruas, ou o uso de centro de convenes,
espaos multiusos destinados a eventos ou hotis, em que j existe uma estrutura
prvia de eventos instalada, normalmente com estacionamento, cozinha e salas de
apoio, ponto de gua, internet e energia eltrica.
Vantagens:
Maior impacto visual;
Melhor percebido como entretenimento
Facilita a execuo de atividades complementares para dar ideia de festival;
Gera espao para apoiadores e patrocinadores tambm comercializarem
produtos e servios prprios
Pode promover uma regio como destino gastronmico
Gera mais mdia
Pontos Fracos:
Exige maior investimento de recursos e ateno segurana alimentar;
Demanda infraestrutura nem sempre instalada no local;
Necessita contratar e treinar equipes para o evento.
Mix entre os dois: so eventos realizados nas duas modalidades. Isso mais comum
quando o evento, como um Festival Gastronmico, por exemplo, tem o seu circuito
gastronmico nas empresas participantes, mas tambm, promove uma ao
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Tipos de eventos
Festival Gastronmico: consiste em um evento gastronmico de maior amplitude, por
oferecer alm de experincias gastronmicas uma programao cultural e socioeducativa
bem consistente. Este tipo de evento pode ter foco:
Territorial: quando apresenta uma farta opo de algum tipo de culinria regional,
especialmente as mais exticas, que geralmente despertam grande interesse do
pblico em geral. Ex.: Ver-o-Peso da cozinha paraense.
Direito da Gula: quando a marca do evento o consumo em excesso de algum tipo de
comida ou bebida muito apreciada. Ex.: Oktoberfest.
Bom e barato: com preos convidativos, o consumidor atrado para um farto
consumo de um determinado produto ou de cardpios diferenciados e de qualidade
preparados por grandes e renomados chefs que geralmente custam bem mais caros do
que no perodo do festival. Ex.: RestaurantWeek.
Nichos: desenvolvidos a partir de modalidades culinrias especficas muito apreciadas
pelos consumidores. Ex.: Comida diButeco.
Customizados e itinerantes: desenvolvidos em cenrios inusitados, usam ingredientes
locais e contam com a preparao de um chef renomado da localidade. Ex.:
Gastronmade Brasil.
Circuito Gastronmico: tem amplitude menor que o festival e sua principal marca a
territorialidade, pois cria uma espcie de corredor gastronmico, onde o consumidor se sente
acolhido como em uma feira e pode numa nica viagem degustar diferentes pratos. Ex.: Rota
Gourmet do Festival Gastronmico de Bzios.
Temporada Gastronmica: evento que acontece em um perodo mais estendido, evidenciando
uma estao do ano, com harmonizao entre os produtos daquela estao, normalmente
realizado nos empreendimentos fixos. Como o evento mais estendido, importante haver
uma boa programao de abertura, para marcar bem o acontecimento. Ex.: Temporada
Gastronmica de Inverno em Campos do Jordo/SP, que permanece vigente num perodo de
50 a 60 dias.
Semana Gastronmica: evento que acontece no prazo de uma semana, muitas vezes com
programao tcnica paralela, pode ter como objetivo a valorizao de uma estao do ano,
um destino ou um ingrediente especfico. Ex.: Semana Internacional de gastronomia da Costa
Esmeralda em Santa Catarina.
Feira Gastronmica: a feira pode ser fixa e acontecer em determinados dias da semana ou
ainda itinerante, que se desloca para diversos pontos da cidade, oferece normalmente
comidas com caractersticas bem locais ou temticas. Ex.: Feirinha Gastronmica Jardim das
Perdizes/SP.
Concurso Gastronmico: apresentao de um prato especial e com receita inovadora, para
degustao dos juzes, que ao final, elegem o melhor dentro dos critrios definidos e
divulgados. Os concursos preveem a premiao dos vencedores. evento de inovao em
tcnica culinria e deve ser planejado com este foco e embasado por um bom regulamento. O
concurso gastronmico poder ser realizado como um tipo de evento ou poder estar inserido
como parte das atividades de outro evento gastronmico, com exceo da Mostra
Gastronmica que no competitiva. Ex.: Prmio Polo Botafogo de Gastronomia.
Mostra Gastronmica: exposio da gastronomia motivada por algum tema especfico e
previamente divulgado sem o objetivo de competio. O objetivo da mostra dar visibilidade
a algum produto especial. um evento em que um elemento fica em evidncia e poder ser
apresentado de diferentes formas, a exemplo do uso de uma matria-prima base para o
desenvolvimento de todos os pratos, normalmente esse elemento tem vnculo muito forte
com a cultura e caractersticas do territrio. Mesmo no tendo cunho competitivo, demanda
de regulamento para orientar a sua execuo.
Street food: realizao de eventos gastronmicos na rua em que normalmente participam
foodtrucks e so montadas estruturas rsticas com containers, pletes e mveis de demolio
para criar lounges. Buscam uma relao mais direta com a urbanidade e oferecem menus para
surpreender o paladar dos visitantes, mas devem receber ateno especial em relao s
questes de segurana alimentar e permisso junto aos rgos fiscalizadores. Ex.: Parada
Truck Curitiba/PR e Maricota Parque Gastronmico - So Jos/ SC.
Aes e temas complementares aos eventos gastronmicos
Explorar temas novos, inserir aes inovadoras e movimentar a gastronomia em suas diversas
possibilidades permitir que o evento seja um diferencial e tenha credibilidade junto ao
segmento. Alm das atraes musicais e artsticas, os eventos gastronmicos tm inserido em
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Indicaes geogrficas *: Registro conferido a produtos ou servios que so caractersticos do seu local
de origem ou realizao, o que lhes atribui reputao e identidade prpria, alm de os distinguir dos
seus similares no mercado.
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Slow Food **: A Slow Food uma organizao no governamental fundada por Carlo Petrini em 1986
com o objetivo de promover uma maior apreciao da comida, melhorar a qualidade das refeies e
uma produo que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente.
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em grande parte nas feiras, expondo inovaes, produtos e tecnologias disponveis para o
mercado de alimentao. J o comrcio valorizado a partir da integrao com os produtores
locais e da intensificao do movimento de consumidores promovido pelo evento ao mesmo
tempo em que se apropria das inovaes trazidas pela indstria.
Conhea algumas formas de integrao da cadeia de valor dos alimentos:
a) O evento precisa estar alinhado com as demandas dos negcios e dos
territrios e gerar valores para ambos. Por isso, necessrio ter bem claro o
principal beneficirio do evento e os resultados esperados por ele de forma clara e
mensurvel;
b) O mapeamento da cadeia possibilita o conhecimento de todos os entes
envolvidos assim como as provveis integraes. E dessa forma, cada um desses
entes ter conhecimento de seus pares e poder desenvolver estratgias para a
concretizao de negcios. Exemplo: Mostra Gastronmica do Pirarucu, ao
realizada no mbito dos projetos do agronegcio. Trata-se de um modelo de
integrao, pois, desde a produo at a comercializao, possvel que os
pequenos produtores sejam promovidos ao mesmo tempo em que as novas
tecnologias podem ser melhor acessadas. Alm disso, existe a integrao entre os
produtores, os restaurantes, os chefs, os buffets, os varejistas, os distribuidores, os
demais profissionais envolvidos e os consumidores da cadeia;
c) importante fazer um levantamento das instituies que representam o setor
e convid-las para se tornar parceiras dos projetos. No incio elas podem contribuir
com dados e informaes sobre o setor, e quando entrarem no processo de
produo do evento, passarem a visualizar de forma clara como eles podem
fortalecer a cadeia e gerar lucro para seus associados;
d) Ter o evento como um espao de interao, troca de experincias e teste de
novos produtos e parcerias faz toda diferena nos resultados a serem atingidos. Os
empreendedores devem ter uma noo clara que so eles que formam o setor e
que este pode ser modificado de acordo com as decises tomadas por eles e,
principalmente, que juntos podero aumentar substancialmente as possibilidades
de ganho;
e) A cadeia deve ter o evento como um instrumento de gerao de visibilidade
para os negcios nele envolvidos, mas tambm deve ter cincia de que ao se
colocar na vitrine produzem expectativas que devem ser atendidas, especialmente
na melhoria da qualidade dos produtos e servios oferecidos;
f) Os dados secundrios levantados devem nortear as primeiras aes, mas
precisam ser comparados com a realidade das empresas e instituies a serem
envolvidas nos eventos gastronmicos;
g) O processo de capacitao e os critrios estabelecidos nos eventos contribuem
para a melhoria da qualidade dos produtos e servios ofertados, assim como o
incentivo a inovao, podendo refletir de forma direta na elevao de qualidade de
toda a cadeia de alimentos envolvida;
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J consegue imaginar o seu evento? Tem clareza do objetivo e resultados que gostaria de
promover com as empresas do segmento ou no territrio que ser beneficiado pelo evento?
Depois de ter bem claro os objetivos do evento e os resultados a serem alcanados com a sua
realizao, a escolha do tema fundamental para o seu sucesso: a definio do tema o
ponto de partida para a concepo do evento. importante deixar a criatividade livre e ser
capaz de possibilitar que o tema seja o ponto de partida para a concepo do evento.
A definio do tema deve ser um processo de construo conjunta entre os parceiros
realizadores e os empreendedores, tendo como base: inovao, criatividade e
posicionamento.
importante lembrar que os eventos gastronmicos tm integrado as aes dos projetos
desenvolvidos pelo SEBRAE e dessa forma a definio do modelo e tema do evento devem
estar em sintonia com os objetivos e resultados esperados pelo projeto. Esse alinhamento
fundamental para o xito na obteno dos resultados pactuados. Vamos fazer uma pausa e
relembrar de duas definies importantes? O que so mesmo objetivos e resultados?
Objetivos: dizem respeito aos propsitos daquilo que se deseja realizar. Deve ser bem claro e
estar alinhado com as estratgias do projeto no qual est inserido. Resultados: o que se
pretende alcanar com a realizao do evento, devem contribuir para os resultados finalsticos
do projeto a que pertence.
O tema nasce dos resultados a serem alcanados, entretanto lembre-se que importante
partir de uma base concreta, mas imprescindvel soltar a imaginao e a criatividade para
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que o evento seja atrativo para quem vai realiz-lo e para quem ele deseja atrair e para isso
segue uma sugesto: leia com carinho o tpico 2 e solte sua imaginao.
A partir dessas dicas iniciais possvel comear a definir o tema do evento:
Estao do ano: quando a inspirao so as estaes do ano, valorizando a respectiva matriaprima com o desenvolvimento de receitas e pratos da poca (primavera, vero, outono ou
inverno). O municpio de Campos do Jordo, por exemplo, trabalha bem com esses elementos
e garante a realizao de quatro edies do evento ao ano: Temporada Gastronmica da
Cerveja Artesanal (vero), do Pinho (outono), de Inverno, da Primavera e de Natal.
Data comemorativa: quando o tema motivador parte de uma data comemorativa do
calendrio anual, a exemplo da Pscoa, Festa Junina e Natal. possvel incluir apresentaes
artsticas e exposio de produtos associados para tornar o evento mais atrativo. Ex.: Sabores
de Altitude Festival de Gastronomia Sebrae So Joaquim/SC integrado a 2 Vindima
(evento de colheita das uvas) de Altitude de Santa Catarina.
Matria-prima local: baseado em algum elemento prprio do local ou regio que ser o
ingrediente chave para o desenvolvimento de toda a gastronomia, criao de novos pratos,
resgate de receitas originais e releituras de receitas tradicionais. Evidencia o produto e atribui
ao evento diferencial competitivo. Os destinos podem valorizar um ingrediente tpico, local,
para fortalecer inclusive o turismo na regio. Exemplos: Fenaostra em Florianpolis/SC e
Mostra Gastronmica do Pirarucu da Amaznia em Manaus/AM.
Origem histrico-cultural: o tema baseado em pratos tradicionais que remetem origem
cultural de cada pas/regio, com nfase aos ingredientes que possuem reconhecimento dos
consumidores e/ou moradores locais. Ex: Comendo como um Rei Polo Traa XV/RJ.
Festas municipais: o tema baseado nas festas municipais. Muitos municpios realizam as suas
festas em comemorao a sua colonizao ou a sua economia, e possvel realizar eventos
gastronmicos alinhados a essa proposta, com participao importante dos produtos do
agronegcio e da produo associada. Os eventos gastronmicos podem contribuir para a
preservao da identidade cultural dessas festas, muitas vezes atreladas a cultura e a religio
local. Exemplos como Festa da Uva e da Colonizao Alem.
Contemporneo: no h um tema fechado; possibilita mais flexibilidade e proporciona uma
participao menos criteriosa. Observa-se em eventos contemporneos as tendncias de
mercado, como a gourmetizao, e nos eventos de rua (street food) a participao mais
expressiva de food trucks e o apelo retr.
Corporativo: o tema baseado na empresa ou entidade promotora para fortalecimento
institucional ou comercial da marca. Nesse caso, a proposta do tema direcionada pela
empresa promotora do evento, que poder contemplar: o lanamento de um produto no
mercado; a comemorao do aniversrio; ou o desenvolvimento de alguma campanha
promocional. H casos em que a empresa ou entidade apenas a realizadora ou patrocinadora
do evento, promovendo o desenvolvimento do setor com os eventos gastronmicos. Exemplo:
Festival Gastronmico Brasil Sabor realizado pela Abrasel h 10 anos.
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Faixa etria: o tema baseado no perfil do pblico-alvo e sua faixa etria: crianas, jovens,
adultos, terceira idade ou famlia. possvel com base nesse perfil planejar atraes
direcionadas que iro contribuir para a divulgao do evento e captao de clientes. No s as
atraes, mas a comunicao deve ser dirigida, alm da gastronomia ofertada adequada ao
pblico-alvo pretendido.
Vamos s dicas?
a. O nome do evento tem que ser de pronncia fcil e convidativo;
b. Ele pode pegar carona em algum outro evento de grande notoriedade, mas
precisa apresentar diferenciais competitivos;
c. Crie algo novo, mas no fique reinventando a roda, ou seja, pesquise uma
iniciativa similar sua e crie sobre ela;
d. Saiba divulgar e comunicar o seu evento;
e. Atente-se para que o nome do evento no possa ser confundido com outro e
isso lhe trazer prejuzo no entendimento da proposta que o fundamenta;
f. Termos como food, gourmet, eat, entre outros podem ser utilizados para
ajudar no entendimento de que o evento de gastronomia, mas eles j esto
ficando batidos e se a ideia for fortalecer a gastronomia brasileira o uso do
portugus o torna ainda mais nacional e fortalecido pelas razes de nossas
cozinhas;
g. Pea opinies a amigos e conhecidos de confiana sobre o nome e o tema do
evento, mas tenha cuidado para no comear a divulga-lo antes da hora, pois
algumas marcas s patrocinam ou apoiam eventos inditos;
h. Aps a definio do tema e escolha do nome fantasia hora de estabelecer as
estratgias de comunicao.
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* Quando o evento acontece em espaos fechados de terceiros por meio de locao ou cesso,
a exemplo de centros de convenes, espao multiuso ou hotis.
Um tema de grande importncia a segurana dos alimentos que sero oferecidos durante
um evento gastronmico. Alm de toda a preocupao com o planejamento do evento,
sensibilizao, divulgao e infraestrutura, imprescindvel o cuidado em produzir alimento
seguro para o consumo.
O termo segurana alimentar est associado a garantia de o
consumidor adquirir um alimento com atributos de qualidade
que sejam de seu interesse, entre os quais se destacam os
atributos ligados sua sade e segurana. (Spers, 2000,
p.286)
A qualidade e segurana dos alimentos devem ser garantidos em todas as etapas da produo,
garantindo a ausncia de contaminantes nos alimentos sejam eles biolgicos, fsicos ou
qumicos, preservando o controle higinico-sanitrio e assegurando alimentos adequados ao
consumo humano.
importante tomar conhecimento das exigncias locais e adequar-se s normas da Vigilncia
Sanitria, visando o cumprimento das regras da RDC n 216/2004 ou da RDC n 49/2013:
Portaria RDC n 216 (2004):
Alm do cuidado com o alimento seguro, o gerenciamento de resduos tambm deve ser
observado, ou seja, a destinao adequada do lixo produzido.
Recomendamos as seguintes leituras e solues:
Cartilha sobre Boas Prticas para Servios de Alimentao, desenvolvida pela ANVISA:
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf
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A base para o sucesso de qualquer evento so as parcerias capazes de criar laos entre os
empreendedores, governana, fornecedores, apoiadores e/ou patrocinadores, nas quais cada
um se fortalece e todos ganham. As parceiras ajudam a unir interesses e tornar as aes
complementares, por isso, os resultados esperados por todos precisam estar bem claros e as
estratgias de marketing devem ser bem definidas. Muitas vezes o vnculo criado possibilita a
sustentabilidade do prprio evento para realizaes posteriores.
Dicas para estabelecer essa relao:
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Monte uma agenda retroativa de trabalho do evento com prazos definidos e responsveis
pelas aes nela contidas:
Atente-se para o perodo exato para comear a divulgao de modo a no
perder oportunidade de divulgar o evento
Outro ponto importante o prazo exato para envio de convites para
cerimnias com autoridades, pois suas agendas so concorridas.
recomendvel uma carta-convite antecipada para os assessores fazerem
reservas da data e o envio convite final quando estiver mais prximo do
evento, a endereado autoridade
Mantenha reunies peridicas com parceiros, pois elas so indispensveis
para deix-los a par do andamento do projeto
Faa um check-list detalhado com todas as providncias necessrias at o ps-evento, sem se
esquecer dos fornecedores e dos prazos que eles deram para execuo da parte deles no
projeto.
Faa o controle financeiro do evento:
Projete o valor total de investimento no evento
Oriente-se com o contador sobre as formas para fazer o desembolso dos
recursos financeiros, inclusive para evitar tributao excessiva;
Faa o mapeamento dos possveis parceiros investidores
Desenvolva uma planilha com os custos estimados do evento. Existem
modelos semiprontos na internet que permitem fazer ajustes
Divida em cotas os valores para captao de patrocnio, quando for o caso
Defina a logstica para entrada de recursos em caso de venda de ingresso ou
pagamento de inscries, tomando o cuidado para haver comprovante oficial
de pagamento
Faa o fechamento do evento com o demonstrativo final para avaliaes
Desenvolva materiais para formalizar as orientaes e garantir responsabilidades:
Elabore o Manual de expositores/participantes com todas as regras de
participao
Defina um responsvel oficial para coleta e resposta de possveis reclamaes
ou mesmo retorno de elogios;
Estime todos os formulrios necessrios para o bom andamento do projeto e
os desenvolva (Termo de Responsabilidade, Autorizao para Uso de Imagem,
Termo de Adeso, Ficha de Inscrio, Regulamento de Concurso, Premiao
etc.)
Execuo: todo evento tem vida prpria, que comea nesta etapa, quando pessoas e empresas
comeam a colocar em prtica tudo aquilo que foi previsto no projeto inicial e o que se
manteve nele em toda a sua jornada de planejamento e captao de apoio e patrocnios,
quando for o caso. Nesse momento todos os envolvidos no evento precisam estar em sintonia
e voltados para fazer com que ele efetivamente d certo, seja seguindo o que foi planejado,
seja se esforando para conter, propor e gerenciar mudanas de ltima hora.
Brindes e sorteios
1. Quando houver, deve conter:
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4. Criar banco de dados com contatos coletados no evento, quando for o caso;
5. Enviar cartas de agradecimento;
6. Realizar reunio com os empreendimentos participantes e parceiros para avaliao
final, apresentao de resultados e encaminhamentos das prximas aes.
23
Referncias Bibliogrficas:
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Catarina. 2013.
ABEOC. Cdigo Brasileiro de Autorregulamentao da Organizao de Eventos - Conceitos e
Relaes de Mercado.
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216/2004.
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ANDRADE, Renato Brenol. Manual de eventos. Caxias do Sul: Educs, 2002.
BECK, Heinz. Arte e cincia do servio. So Paulo: Editora Anhembi Morumbi, 2005.
BRITTO, Janaina; FONTES, Nena. Estratgias para eventos, uma tica do marketing e do
turismo. So Paulo: Aleph, 2002.
FREUND. Francisco Tommy. Festas e recepes: gastronomia, organizao e cerimonial.
HENRIQUES, Cludia, Universidade do Algarve, docente (PhD), HENRIQUES, Laura,
Universidade de vora, Pesquisador. Anais do VI Seminrio de Pesquisa e Turismo do
Mercosul: Saberes e Fazeres no Turismo: interfaces. Ttulo: Turismo, Cultura e Gastronomia. O
caso do produto Gastronomia & Vinhos no Algarve (Portugal). UCS: 2010. Caxias do Sul.
HOYLE, Jr L.H. Marketing de eventos: como promover com sucesso eventos, festivais,
convenes e exposies. So Paulo: Atlas, 2003.
MATIAS, Marlene. Organizao de eventos. Procedimentos e tcnicas. So Paulo: Manole,
2010.
MEIRELLES, Gilda Fleury. Tudo sobre eventos. So Paulo: STS, 1999.
MELO NETO, Francisco Paula. Criatividade em eventos. 2.ed. So Paulo: Contexto, 2001.
PACHECO, Aristides de Oliveira. Manual de organizao de banquetes. So Paulo: Senac,
2004.
SEBRAE. Food Truck.
SEBRAE/SC. Guia de Festivais Gastronmicos.
SEBRAE/SP. Conhea a Nova Lei da Comida de Rua.
SEBRAE/SP. Receita de Sucesso: Como melhorar a atratividade do seu cardpio.
24
de
eventos:
planejamento
Sites consultados:
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<http://alimentacaoforadolar.com.br/onu-economia-mundial-vai-crescer-3-em-2014-mascom-ameacas/>
www.fbcevb.com.br
www.gastronomadebrasil.com
www.restaurantweek.com.br
www.semanamesasp.com.br
http://festgastronomiaorganica.com.br/
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/O-que-%C3%A9indica%C3%A7%C3%A3o-geogr%C3%A1fica
www.slowfoodbrasil.com
www.fao.org.br/publicacoes.asp
www.anvisa.org.br
http://www.anvisa.gov.br/divulga/public/alimentos/cartilha_gicra_final.pdf
https://pt-br.facebook.com/pages/Cozinha-da-Montanha/114305778654983
25
Anexo 1
CHECK LIST
Trata-se de lista de verificao que abrange todos os itens necessrios para a realizao do seu
evento, desde da organizao at a execuo do evento que ser estruturado.
Este um contedo padro, proposto para atender as diversas modalidades aqui apresentadas
de forma completa, em carter generalista. importante que o gestor considere as
especificidades do seu evento, o modelo de execuo, os possveis acordos com parceiros, as
contrapartidas existentes e outros fatores que exijam uma customizao do material.
A ferramenta permite apontar fatores crticos para gesto e conduo de processos e objetiva
funcionar como um roteiro orientador que pode ser adaptado conforme a necessidade de
cada ao.
Planejando o evento:
Ao
Status
Responsvel
OK
Pendente
N/A
Definir objetivo
Definir resultados
Definir pblico-alvo
Definir abrangncia (evento local, regional,
nacional, internacional)
Verificar agendas de eventos locais
Definir perodo de realizao
Definir modalidade de evento
Definir o tipo de evento
Definir o tema do evento
Etapa Operacional:
Ao
Status
Responsvel
OK
Pendente
N/A
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Infraestrutura do evento:
Ao
Status
Responsvel
OK
Pendente
N/A
adequado
para
disponibilidade de
Comunicao:
Ao
Status
Responsvel
OK
Pendente
N/A
28
divulgao
Usar as ferramentas internas do Sebrae para
amplificar a divulgao (meios de
comunicao)
Criar convites para lanamento (fsico e
digital), abertura e encerramento do evento
Definir lista de convidados
Bloquear a agenda das autoridades
estratgicas e de convidados especiais
Expedir convites (via Correios e/ou online)
Confirmar a participao de autoridades e
convidados especiais
Elaborar cerimonial de lanamento do
evento
Elaborar cerimonial da solenidade
abertura do evento
de
Gesto Financeira:
Ao
Status
Responsvel
OK
Pendente
N/A
29
Status
Ao
Responsvel
OK
Pendente
N/A
Segurana Alimentar:
Status
Ao
Responsvel
OK
Pendente
N/A
30
Responsvel
Status
OK
Pendente
N/A
Execuo do evento:
Status
Ao
Responsvel
OK
Pendente
N/A
de
satisfao
de
31
Ps-evento:
Status
Ao
Aplicar a pesquisa
empreendedores
Responsvel
de
avaliao
OK
Pendente
N/A
dos
32
Anexo 2
SEBRAE UF:
Nome do evento:
Data do evento:
Apresentao e justificativa:
Objetivo geral:
33
Concluses:
34