Atenção Saude Criança Aspectos Basicos
Atenção Saude Criança Aspectos Basicos
Atenção Saude Criança Aspectos Basicos
Mdulo:
Sade da Criana
Ttulo
aspectos bsicos
Autores
Ateno
Sade da Criana
aspectos bsicos
Belo Horizonte
Nescon UFMG
2013
Faculdade de Educao
Diretora: Samira Zaidan
Escola de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional
Diretor: Emerson Silami Garcia
Faculdade de Medicina
Diretor: Francisco Jos Penna
Escola de Enfermagem
Diretora: Maria Imaculada de Ftima Freitas
Faculdade de Odontologia
Diretor: Evandro Neves Abdo
Projeto Grfico
Marco Severo, Rachel Barreto e Romero Ronconi
Diagramao
Ariana da Cunha Ferreira Paz
A474s
Sumrio
Apresentao dos autores......................................................................................................6
Apresentao do Programa gora - Especializao em Sade da Famlia.........................7
Apresentao Unidade Didtica II: Disciplinas optativas....................................................8
Introduo ao mdulo..........................................................................................................10
Seo 1 | Organizao da ateno sade da criana......................................................13
Parte 1 | Organizao das aes da equipe de sade para a
ateno criana: conhecendo a realidade.............................................................................15
Parte 2 | O atendimento s crianas segundo critrios de risco.............................................19
Parte 3 | Vacinaes.................................................................................................................21
Parte 4 | Planejando a ateno populao infantil.................................................................25
Seo 2 | Acompanhamento do crescimento da criana...................................................31
Parte 1 | Antropometria e registro de dados na Caderneta de Sade da Criana...................34
Parte 2 | Avaliao do crescimento infantil e condutas nas diferentes situaes...................48
Seo 3 | Acompanhamento do desenvolvimento da criana..........................................65
Parte 1 | Acompanhamento do desenvolvimento da criana: conceito e importncia............67
Parte 2 | Instrumento de avaliao do desenvolvimento: observar e verificar........................73
Parte 3 | Classificar o desenvolvimento da criana e decidir o que fazer ...............................82
Parte 4 | Desenvolvimento infantil: estimulao e orientao ...............................................87
Seo 4 | Aleitamento materno e orientao alimentar para crianas............................91
Parte 1 | Alimentao das crianas do nascimento aos seis meses.......................................94
Parte 2 | Alimentao das crianas de seis a 24 meses.........................................................113
Parte 3 | Alimentao de crianas a partir de trs anos de idade .........................................124
Concluso...........................................................................................................................127
Referncias..........................................................................................................................131
Apndices............................................................................................................................139
Anexo...................................................................................................................................143
Apresentao da
Unidade Didtica II
Disciplinas optativas
10
Introduo ao Mdulo
De 5 at a 10 %
At 10 anos %
Brasil
1,42
5,81
7,84
15,07
Norte
2,86
7,88
10,34
21,08
Nordeste
1,54
6,42
8,71
16,67
Sudeste
1,28
5,17
5,24
11,69
Minas Gerais
1,27
5,24
7,29
13,80
Sul
1,14
5,14
7,04
13,32
Centro-Oeste
1,50
6,06
8,01
15,57
11
D
X
Conceituar puericultura.
X.
X.
Analisar a importncia da escola como lcus de atuao da ESF; planejar e avaliar aes de sade
bucal no ambiente escolar; descrever e exemplificar aes de avaliao da sade bucal na escola.
12
Seo 1
Organizao da ateno sade da criana
14
Glossrio
Crescimento o processo global,
dinmico e contnuo, que se expressa
pelo aumento da massa corporal.
Desenvolvimento o processo
pelo qual os seres vivos adquirem
a capacidade de realizar tarefas
cada vez mais complexas.
15
Parte
16
17
18
19
Parte
O atendimento s crianas
segundo critrios de risco
Grupo II
20
IDADE
DIAS
At 15
MESES
1
12 18 24
ANOS
3
10
1. ano - 7 atendimentos
2. ano - 2 atendimentos
3. ano - 1 atendimento
4. ano - 1 atendimento
5. ano - 1 atendimento
6. ano - 1 atendimento
7. ano - 1 atendimento
8. ano - 1 atendimento
9. ano - 1 atendimento
10. ano - 1 atendimento
Fonte: Adaptado de Sade da Criana Acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. BRASIL, 2002a.
21
Parte
Vacinaes
22
Quadro 5 - Calendrio bsico de vacinao da criana. Brasil, Ministrio da Sade 2012
Idade
Ao nascer
Vacina
Doses
BCG-ID ()
dose nica
Hepatite B () (HB)
1. dose
Hepatite B
Vacina Pentavalente
(DTP + Hib + HB) ()
1. dose
1. dose
1. dose
Vacina Pneumoccica 10
(conjugada) (6)
1. dose
3 meses
Vacina Meningoccica C
(conjugada) (7)
1. dose
4 meses
2. dose
2. dose
2. dose
Vacina Pneumoccica 10
(conjugada)
2. dose
5 meses
Vacina Meningoccica C
(conjugada)
2. dose
6 meses
3. dose
3. dose
Vacina Pneumoccica 10
(conjugada)
3. dose
2 meses
9 meses
12 meses
1. dose
Vacina Pneumoccica 10
(conjugada)
reforo
15 meses
4 anos
dose inicial
9
1. reforo
reforo
Vacina Meningoccica C
(conjugada)
reforo
2. reforo
2. dose
Vacina contra a gripe: A vacina contra a gripe no est no calendrio porque ela oferecida em campanhas todo ano sempre antes do
inverno. Nessa poca, gestantes e crianas entre 6 meses e 2 anos de idade devero ser vacinadas.
Nota: Mantida a nomenclatura do Programa Nacional de Imunizao e inserida a nomenclatura segundo a Resoluo de Diretoria Colegiada
RDC n. 61 de 25 de agosto de 2008 Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria ANVISA
Fonte: BRASIL, 2012.
23
24
25
Parte
Planejando a ateno
populao infantil
Em muitas comunidades, as condies sociais, econmicas e
ambientais colocam quase toda a populao em elevado risco de adoecer
e morrer. Nessa situao, a equipe precisa exercer sua capacidade
criativa na busca de um planejamento que seja capaz de oferecer a cada
pessoa aquilo de que ela mais precisa e oferecer a todos as melhores
oportunidades de cuidado para com sua sade. Assim, agora, voc e sua
equipe precisam avaliar concretamente sua capacidade de lidar com a
realidade da populao sob sua responsabilidade.
Os prximos passos agora so:
Rever as informaes que voc j levantou e identificar aquelas
que ainda lhe faltam para que possa planejar o acompanhamento
das crianas de sua rea de abrangncia.
Calcular qual seria a necessidade de atendimentos para acompanhar
sistematicamente as crianas no enquadradas nos critrios de
risco, segundo o calendrio mnimo do Ministrio da Sade.
Analisar criticamente os seus clculos e discutir com a equipe que
tipos de atendimentos vocs teriam condies de realizar e quem
poderia se responsabilizar por eles para que o calendrio mnimo
fosse cumprido.
E para as crianas de risco, qual seria sua proposta?
Existem vrias modalidades de atendimento. Cada uma cumpre
objetivos especficos e poder ser realizada por diferentes profissionais da
equipe de sade, de acordo com sua formao, suas habilidades pessoais,
sua disponibilidade, etc. A utilizao das vrias modalidades de atendimento
uma excelente estratgia de abordagem, pois permite envolver toda a
equipe no acompanhamento da criana, possibilita abordagem integral
da sade e ajuda a equacionar a agenda dos profissionais. A escolha
das modalidades de atendimento depender, ento, das caractersticas
da populao assistida pela equipe, mas tambm e, principalmente, das
caractersticas da prpria equipe. Veja algumas possibilidades no Quadro 6.
26
Visitas
domiciliares
Primeira
Semana Sade
integral
Consulta
individual
Grupo
Operativo
Objetivos
Responsveis
Agente
Comunitrio
de Sade
(ACS)
Auxiliar de
enfermagem
Enfermeiro
Mdico
Recm-nascido:
Atualizar a caderneta de sade da criana;
Verificar sinais gerais de perigo;
Verificar ictercia;
Coletar material para triagem neonatal;
Vacinar BCG e Anti-hepatite B;
Avaliar a amamentao e orientar;
Orientar sobre os cuidados com o beb;
Captar para acompanhamento e agendar
puericultura.
Me:
Verificar estado geral, sinais de infeco e
hemorragia;
Vacinar contra rubola e ttano (quando for o caso);
Encaminhar para consulta ps-parto.
Auxiliar de
enfermagem
Mdico
Enfermeiro
ACS
Auxiliar de
enfermagem
Enfermeiro
Mdico
Profissionais
dos Ncleos
de Apoio
Sade da
Famlia
27
Glossrio
Primeira Semana Sade integral
uma das propostas do Pacto
Nacional
pela
Reduo
da
Mortalidade Materna e Neonatal,
lanado em 2004 pelo Ministrio
da Sade. Consiste em otimizar
a ida da criana e da me UBS
no 5.o dia de vida para o Teste
do Pezinho, e realizar tambm
outras aes de vigilncia sade
do binmio me-filho no psparto imediato: higiene e avaliao
geral, avaliao e estmulo
amamentao, verificao do coto
umbilical, avaliando presena e
intensidade de ictercia (reconhecer
riscos), confirmar aplicao de
vacinas BCG e anti-hepatite B, ao
nascer, ou aplic-las.
28
Atividade 1
Voc j levantou vrias informaes importantes para o planejamento de seu trabalho.
Agora voc vai sistematiz-las para a elaborao de uma proposta para ateno sade
da criana at os 10 anos de idade. Procure detalhar o cronograma dos atendimentos,
a modalidade de cada atendimento, os responsveis por cada atendimento e os
recursos materiais necessrios. Discuta com sua equipe e elaborem juntos as metas
para a implantao da nova proposta e como ela ser avaliada.
Registre, para cada modalidade de atendimento proposta:
Objetivo o que se deseja modificar ou alcanar (produtos).
Atividade ou modalidade de atendimento o que fazer para realizar os
objetivos.
Meta / tempo produto final desejado e em quanto tempo: usurio x n. de
aes = n. de procedimentos necessrios/ tempo.
Contextualize
Demanda de ateno, por subgrupo etrio.
Desenvolva seu trabalho, como j proposto no mdulo Iniciao metodologia:
trabalho cientfico (Seo 3, Parte 2), inclusive com referncia(s), ao final. Como
sugesto para elaborao do trabalho dessa atividade, use o modelo da pgina
seguinte. Envie seu trabalho a seu tutor.
29
Referncia(s):
Meta programada/ms
Objetivos
N. de
usurios
N. de
aes
N procedimentos
necessrios
Quando
Responsvel
(eis)
Recursos
materiais
30
Seo 2
Acompanhamento do crescimento da criana
32
Glossrio
Antropometria o conjunto de
tcnicas utilizadas para medir o
corpo humano ou suas partes.
Podem-se obter medidas globais
como peso e estatura ou de
segmentos como o permetro
ceflico, por exemplo. Quando as
medidas so correlacionadas entre
si ou com outros indicadores,
como a idade, obtm-se os ndices
antropomtricos, cuja principal
finalidade permitir a comparao
dos dados individuais com os de
uma populao de referncia.
33
34
Parte
Quadro 7 Caractersticas e equipamentos necessrios para obteno dos principais ndices antropomtricos
ndices
antropomtricos
Caractersticas
Equipamentos necessrios
Peso/Idade
Altura/Idade
Peso/Altura
IMC/Idade
Permetro
Ceflico/Idade
Fita mtrica
35
36
37
38
pesar e medir o seu paciente, voc est de parabns por sua tcnica de
antropometria! Caso voc tenha deixado de marcar alguns desses itens,
reflita sobre suas dificuldades, reforce seu estudo com as referncias
indicadas e exercite a tcnica de antropometria com os seus prximos
pacientes. Reflita sobre as consequncias de no ter observado todos os
itens e como pretende superar suas dificuldades.
A antropometria um recurso poderoso para o acompanhamento do
crescimento e, no passo 1, voc pde rever aspectos importantes a serem
registrados na obteno das medidas de crianas de diversas idades.
Agora, vamos para o prximo passo: o registro sistemtico das medidas
para que possam ser interpretadas adequadamente.
Passo 2 - O registro das medidas
At aqui vimos algumas caractersticas do crescimento da criana:
um processo dinmico e contnuo.
Deve ser harmnico.
Deve ter um ritmo constante.
Outra caracterstica importante do processo de crescimento sua
variabilidade individual. Isso significa que cada criana cresce de maneira
diferente da outra e que isso determinado por sua herana gentica e
pelas influncias do meio ambiente em que ela vive. Pode-se imaginar que
isso determina amplo espectro de formas de crescer. Nosso problema
definir quando isso normal ou no.
Para resolver esse problema, foram criadas curvas de referncia nas
quais o crescimento de uma criana pode ser comparado ao de outras da
mesma idade, sabidamente sadias e com suas necessidades atendidas.
Assim, a melhor maneira de registrar os dados antropomtricos e analisar o
crescimento de uma criana utilizando as chamadas curvas de referncia.
At recentemente, os livros-texto, os manuais para o acompanhamento
do crescimento infantil e os organismos internacionais preconizavam
o uso das curvas do National Center for Health Statistics (NCHS) para
monitorizar o crescimento e o estado nutricional de crianas em todo o
mundo. Essas curvas foram construdas em 1977 a partir de estudos de
base populacional nos Estados Unidos. Em 2000, o NCHS divulgou novas
curvas de crescimento, elaboradas com metodologia semelhante s de
1977, porm com aprimoramento das tcnicas estatsticas e aumento do
tamanho da amostra de crianas.
39
40
Fonte: http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/maiores_5anos/peso_por_idade_
meninas_percentis.pdf
41
Figura 5 Curva peso x idade (meninas), dos cinco aos 10 anos (escore-z)
Fonte: http://189.28.128.100/nutricao/docs/graficos_oms/maiores_5anos/peso_por_idade_
meninas_escores.pdf
42
43
44
Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_
saude_crianca_menino_7ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_
saude_crianca_menina_7ed.pdf
45
Durante alguns anos, ainda vamos conviver com crianas que possuem
o Carto da Criana e outras que j receberam um dos trs modelos de
CSC de 2005, 2007 e 2009.
Atividade de Autoaprendizagem
Procure um exemplar de cada uma das cadernetas de sade da criana
(2005, 2007 e 2009), manuseie-os e use a planilha a seguir para comparlos. Marque um X na coluna em que cada caracterstica encontrada.
46
Nova CSC
(2009)
47
Como voc deve ter observado, a nova CSC adquiriu importante carter
de instrumento de educao para a sade e para o exerccio da cidadania
da criana e de sua famlia. Cabe, ento, a ns, profissionais da sade,
estimular pais, mes, colegas e todos os envolvidos no cuidado criana
a utilizarem a CSC com esse objetivo. Procure ler cuidadosamente as
informaes presentes na CSC e identifique as melhores oportunidades
de compartilh-las com as famlias durante os atendimentos nas unidades
de sade. Tambm muito importante estimular o cuidado e o uso da
CSC pelas famlias em todos os servios de sade e de educao infantil.
Valorizar a CSC fundamental para que os pais tambm o faam!
Cuidado ao preencher os grficos
preciso muita ateno ao preencher os grficos na CSC de 2007, pois ela
nica para meninos e meninas, na mesma caderneta. Ou seja, voc encontrar
um grfico de permetro ceflico x idade para menina (em rosa) e outro para
menino (em azul). O mesmo acontece com os grficos de peso x idade de
zero a dois anos e de dois a cinco anos; altura x idade de zero a dois anos e
de dois a cinco anos e altura e peso x idade de cinco a 10 anos. Ao todo, so
12 grficos!!! J na nova CSC (2009), as cadernetas de meninos e meninas
so separadas, porm temos, alm de todos esses grficos, os de IMC/idade,
todos eles em escore Z. Por isso, muita ateno!
Atividade 2
Como voc e sua equipe tm registrado o crescimento das crianas de sua rea
de abrangncia? Voc tem utilizado a CSC para esse fim? A criana de sua rea
de abrangncia tem recebido a CSC na maternidade? H alternativas para que
TODAS as crianas tenham a CSC? Que dificuldades voc tem tido para utiliz-la?
As sees educativas so utilizadas em Grupo Operativo ou so discutidas com a
famlia. Que limitaes voc identifica neste instrumento?
Coloque suas experincias com a CSC no Frum e discuta com seus colegas e
com seu tutor formas de superar as dificuldades encontradas.
48
Parte
Avaliao do crescimento
infantil e condutas em
diferentes situaes
Vamos nos familiarizar um pouco mais com os grficos da nova Caderneta
de Sade da Criana (CSC). Para isso, vamos conhecer o caso da Estefani
Lorraine e refletir sobre como a CSC pode nos ajudar a cuidar de sua sade.
Tenha em mos uma CSC
Voc precisar ter em mos um exemplar em branco da nova CSC de menina.
Se tiver qualquer dificuldade em obter ou utilizar a CSC, discuta com o gestor
de sua Unidade de Sade. As cadernetas esto disponveis em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_
menina_7ed.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/caderneta_saude_crianca_
menin0_7ed.pdf
Atendimento 1 - Estefani Lorraine da Silva filha de Beatriz Pereira da Silva
e Joo Antnio da Silva, que se mudaram recentemente para a Rua J, 190
Beco da Biquinha, em Curupira. A enfermeira Alice, responsvel por essa rea,
acolheu D. Beatriz e Estefani na UBS pela primeira vez em 7 de agosto de 2009.
Analisando a Caderneta de Sade da Criana de Estefani, Alice informou-se
que a menina nascera no dia 14/05/2009 de parto vaginal a termo, no Hospital
Santa Sophia, com Apgar 9 no quinto minuto, pesando 2.950 gramas, 49 cm
de comprimento e 35 cm de permetro ceflico (PC). Sua me iniciara o prnatal no 4. ms de gravidez, fizera cinco consultas e realizara todos os exames
solicitados, cujos resultados foram negativos. A menina recebera alta da
maternidade com a me, sem intercorrncias perinatais. A me fora orientada a
amamentar Estefani exclusivamente ao seio e a lev-la ao Centro de Sade no
5. dia de vida para fazer o Teste do Pezinho, o que havia sido feito. A criana
estava com as vacinas em dia. A me tambm informou que, desde os dois
meses de vida, Estefani sorri quando brincam com ela. Como Estefani estava
sem queixas naquele momento, Alice agendou uma consulta com o mdico
49
50
Faa um check-list dos procedimentos que voc deve ter adotado para
o registro das informaes na CSC:
As medidas do PC, do peso e da altura ao nascimento esto
registradas na linha vertical que passa pelo ponto zero dos
respectivos grficos.
Em cada ms foi marcado apenas um ponto, correspondendo s
medidas obtidas na consulta com data mais prxima do dia do
nascimento.
Os pontos foram unidos com uma linha cheia quando as medidas
tinham dois meses ou menos de intervalo.
Os pontos foram unidos com uma linha pontilhada quando as
medidas tinham mais de dois meses de intervalo.
Os eventos com poss vel repercusso no ganho de peso da criana
foram registrados no grfico, na linha correspondente ao ms em que
aconteceram, e na pgina sobre acompanhamento das intercorrncias.
Todas as medidas com suas respectivas datas foram anotadas na
pgina reservada para o acompanhamento do crescimento.
A idade do desmame foi anotada no grfico, na linha
correspondente ao ms em que aconteceu.
A introduo de sulfato ferroso foi anotada na pgina sobre
suplementao profiltica de ferro.
Os marcos do desenvolvimento foram registrados nas idades em
que apareceram nas pginas destinadas a esse fim.
A erupo e as alteraes dentrias foram registradas no local apropriado.
51
Como voc se saiu? Se tiver esquecido alguns dos itens, volte ao texto
e procure registrar de forma adequada as informaes que faltaram. Como
est ficando a CSC de Estefani? Como voc se sentiria, como profissional,
se recebesse uma Caderneta como a de Estefani?
Temos agora curvas para o crescimento do PC e da altura e para o ganho
de peso de Estefani Lorraine, bem como o registro de fatos importantes
que podem estar relacionados ao seu crescimento. Mantenha sua CSC de
Estefani mo, pois precisaremos dela para nossas prximas discusses.
Passo 3. Interpretando as informaes e tomando decises
At este momento, j discutimos a importncia de escolher o instrumento
adequado para medir a criana, vimos detalhes da tcnica de antropometria
em crianas e como registrar os dados antropomtricos nos grficos da
nova CSC. O prximo passo interpretar as informaes obtidas. Na Figura
7, voc pode ver o grfico de peso por idade da nova CSC.
Figura 7 - Grfico peso x idade da Caderneta de Sade da Criana (verso 2009)
Lembre-se:
o traado da curva de crescimento
deve estar bem visvel, pois exatamente esse efeito visual que
discutiremos com as famlias e que
nos orientar sobre como est o
crescimento da criana.
52
Percentil
correspondente
Escore-Z
correspondente
Classificao
O que
significa
Acima da
curva superior
vermelha
Peso >
percentil 97
Peso >
escore-z +2
Peso elevado
para a idade
CUIDADO
Entre as
duas curvas
vermelhas
Peso entre os
percentis 3 e 97
Peso entre +2
e escore-z -2
Peso adequado
para a idade
Entre as curvas
inferiores
vermelha e
preta
Peso entre os
percentis 0,1 e 3
Peso entre
escore-z -2 e -3
Peso baixo
para a idade
ATENO
Abaixo da curva
inferior preta
Peso abaixo do
percentil 0,1
Peso abaixo
do escore-z -3
Peso muito
baixo para a
idade
CUIDADO
TIMO
53
Interpretao
Significado
Bom
Perigo
Emagrecimento
Grande perigo
54
Para o clculo do IMC, divida o peso (em kg) pelo quadrado da altura
(em m2). Um menino com 10,0 kg e 78 cm (ou 0,78m) tem o IMC de 16,43.
Na prtica, na calculadora divida 10,0 por 0,78 (12,82) e divida de novo por
0,78 (resultado 16,43). Veja a posio no grfico da Figura 8, ligeiramente
abaixo do escore-z 0 (zero), ou seja, peso bem correlacionado com altura:
criana at um pouco mais de altura que peso.
55
ESCORE-Z
ENTRE -2 E +2
(entre p3 e p97)
ESCORE-Z
ENTRE -3 E-2
( entre p0,1 e p3)
ESCORE-Z
ENTRE -3 E-2
(entre p0,1 e p3)
ESCORE-Z <-3
(< P0,1)
INCLINAO DA
CURVA
CONDIO DE
CRESCIMENTO
Ascendente
Cuidado:
Risco de sobrepeso
ou obesidade
Ascendente
Satisfatrio
Horizontal ou
descendente
Alerta:
Ganho insuficiente
de peso ou
emagrecimento
Ascendente
Horizontal ou
descendente
Qualquer inclinao
CONDUTA
Verificar a existncia de erros alimentares
Verificar e estimular a atividade fsica regular
Marcar retorno em 30 dias
Parabenizar a me pelo crescimento
satisfatrio da criana
Marcar retorno para 30 dias
Investigar possveis intercorrncias
que possam justificar a diminuio da
velocidade de crescimento e registr-las
na caderneta.
Tratar as intercorrncias presentes.
Marcar retorno para 30 dias.
Alerta:
Risco nutricional
Insatisfatrio:
Ganho insuficiente
de peso ou
emagrecimento
Peso baixo
56
Comentrios
Nossa menina passou por maus pedaos, hein? Estefani Lorraine
nasceu em excelentes condies e teve ganho satisfatrio de peso
at os trs meses (ponto na rea verde e curva ascendente). Ela vinha
recebendo leite materno at aquele momento, mas como a me voltou a
trabalhar, estava agora recebendo mamadeiras de leite e sucos. A equipe
iniciou adequadamente o sulfato ferroso, mas talvez pudesse tambm ter
oferecido algumas dicas de como retirar o leite materno e armazen-lo para
que Estefani pudesse receb-lo enquanto a me trabalhava. Apesar do
crescimento satisfatrio, preocupante o fato de a criana ter ficado sem
atendimento na UBS por trs meses, numa das fases mais vulnerveis da
infncia. D. Beatriz novamente sumiu da UBS por cerca de dois meses
e, quando trouxe Estefani, seu peso j estava prximo do escore-z -2
(linha vermelha). Seu ganho de peso nesse perodo foi insatisfatrio (curva
retificada). A criana estava com diarreia nessa consulta, o que poderia
explicar perda aguda de peso. Tambm havia sido totalmente desmamada.
Poderamos pensar tambm que sua alimentao no estivesse adequada.
Seriam ento trs possveis explicaes pela situao da criana. Nessa
consulta, a me foi orientada a oferecer lquidos em abundncia para
Estefani e a retornar em trs dias para reavaliao. D. Beatriz tambm
no atendeu a essa orientao. A criana, nesse momento, deveria ser
includa entre aquelas de risco, merecendo, portanto, ateno especial da
equipe. Somente quando a agente comunitria fez a busca ativa que
Estefani voltou UBS. Seu estado nutricional havia se agravado. Houve
muito pouco ganho de peso (curva ascendente) e aos sete meses a
criana estava abaixo do escore-z -2, ou seja, apresentava peso baixo
para a idade. Aparentemente no h explicaes para esse fato, mas
poderamos cogitar se a alimentao estava sendo oferecida de forma e
em quantidade adequadas, se o sulfato ferroso estava sendo administrado
e se a criana estava recebendo os cuidados necessrios (sua vacinao
estava atrasada!). Por sua situao de risco, a equipe fez muito bem em
programar uma visita domiciliar e em agendar consulta com o mdico.
Essa criana e essa famlia precisam de cuidados especiais! A aproximao
com a equipe parece ter sido benfica, pois na ltima consulta Estefani
ganhou bastante peso. Sua condio passou de peso baixo para a idade
para peso adequado para a idade, revelando recuperao nutricional.
Alm de aprender a registrar e interpretar os dados antropomtricos,
relacionando-os aos acontecimentos da vida de Estefani, esse caso ensinou
tambm a importncia do vnculo das famlias com a equipe de sade e
57
58
59
60
Normal
Acompanhamento
pela equipe de sade
conforme o protocolo
No
Sim
Avaliar:
Corpo bem proporcionado?
Desenvolvimento adequado para a idade?
Sem alteraes ao exame clnico?
Velocidade de crescimento constante?
Sim
Possvel retardo
constitucional do
crescimento e da
maturao sexual
Baixa
estatura
familiar
No
Seguir
protocolo de
desnutrio
Encaminhar para
pediatra e/ou
endocrinologista
61
Atividade 3
Utilize a planilha a seguir para interpretar a curva de crescimento de Estefani Lorraine,
segundo o indicador peso/idade. O Quadro 8 Condutas recomendadas para
algumas situaes de crescimento da criana poder ajud-lo nesta atividade.
Baseado nas informaes fornecidas no texto, no grfico da CSC e no quadro que
voc preencher, escreva suas opinies e concluses sobre o caso de Estefani.
E ento, qual sua opinio sobre o crescimento global de Estefani? Como se
explicam as diferenas entre os escores-Z de peso, altura e PC dessa criana? Foi
possvel, apesar de a criana ter atingido a linha vermelha inferior do grfico de
peso x idade, suas curvas de altura e de permetro ceflico manterem-se dentro
da rea de normalidade.
possvel prever um futuro para ela? Como voc apresentaria suas concluses
me de Estefani?
Envie para o seu tutor esta planilha preenchida e um texto com as suas opinies
e concluses.
62
Planilha da atividade 3
Medidas
Ao nascimento
No
atendimento 2
No
atendimento 3
No
atendimento 4
No
atendimento 5
Posio do
ponto
Inclinao da
Curva
Condio de
crescimento
Possveis
explicaes
Condutas
tomadas pela
equipe
Seus
comentrios
63
Seo 3
Acompanhamento do desenvolvimento
da criana
66
67
Parte
Acompanhamento do
desenvolvimento da criana:
conceito e importncia
68
69
70
Atividade 4
Vamos refletir sobre como os profissionais de sade tm lidado com o
acompanhamento do desenvolvimento infantil e que dificuldades so encontradas
no dia a dia. Para isso, sugerimos a leitura na ntegra do artigo de Figueira et al.
(2003), cujo resumo apresentado a seguir. Esse um dos poucos artigos no Brasil
que avaliam a atitude dos profissionais de sade em relao ao acompanhamento
do desenvolvimento infantil. Recomendamos sua leitura completa (FIGUEIRA
et al., 2003). Disponvel em: <http://www.scielo.br/pdf/csp/v19n6/a13v19n6.pdf>.
AVALIAO DAS PRTICAS E CONHECIMENTOS DE PROFISSIONAIS DA
ATENO PRIMRIA SADE SOBREVIGILNCIA DO DESENVOLVIMENTO
INFANTIL
Amira Consulo de Melo Figueiras; Rosana Fiorini Puccini; Edina Mariko Koga
da Silva; Mrcia Regina Marcondes Pedromnico
RESUMO
O objetivo desta pesquisa foi avaliar os conhecimentos e prticas relacionados
vigilncia do desenvolvimento da criana de 160 profissionais que atuam na ateno
primria sade, no municpio de Belm, Par. Foram selecionados 40 mdicos
e 40 enfermeiros de Unidades Municipais de Sade (UMS) e 40 mdicos e 40
enfermeiros do Programa da Famlia Saudvel (PFS). Na avaliao dos conhecimentos
por meio da aplicao de teste objetivo, o percentual de acerto foi de 63,7% para
mdicos das UMSs, 57,3% para mdicos do PFS, 62,1% para os enfermeiros do
PFS e 54,3% para enfermeiros das UMSs. Na avaliao das prticas, apenas 21,8%
das mes informaram que foram indagadas sobre o desenvolvimento dos seus
filhos, 27,6% que o profissional perguntou ou observou o desenvolvimento da sua
criana e 14,4% que receberam orientao sobre como estimul-las. Conclumos
que mdicos e enfermeiros da ateno primria no municpio de Belm apresentam
deficincias nos conhecimentos sobre desenvolvimento infantil e que a vigilncia
do desenvolvimento no realizada de forma satisfatria, sendo necessrias
sensibilizao e capacitao dos profissionais para essa prtica.
Discuta no Frum
A que voc atribui o baixo nvel de conhecimento sobre o desenvolvimento infantil e o
reduzido percentual de crianas cujo desenvolvimento foi avaliado pelos profissionais
de sade em Belm? Voc se identifica com essa situao? De que maneira voc e sua
equipe tm acompanhado o desenvolvimento das crianas de sua rea de abrangncia?
Que tipo de dificuldades voc e sua equipe encontram em sua prtica diria? O que
voc e sua equipe consideram necessrio para superar essas dificuldades? E uma
possvel interao com a escola local? E os problemas na rea psicolgica?
No frum, voc poder discutir com seus colegas e tutores sobre o artigo de
Belm do Par, registrando seus comentrios e suas concluses. Sugira pelo
menos trs caminhos possveis para superar as dificuldades para acompanhar o
desenvolvimento infantil e comente a opinio de um colega.
71
72
recebido leite materno por menos de trs meses (OR=1,6) ou no haviam sido
amamentadas (OR= 1,9). As crianas que apresentaram ndice peso/idade aos
seis meses igual ou inferior a 2 desvios-padro da referncia tiveram risco 10
vezes mais alto de suspeita de atraso no desenvolvimento. Concluses: este
estudo refora a caracterstica multifatorial do desenvolvimento e o conceito de
efeito cumulativo de risco. Na populao estudada, a parcela mais desfavorecida
acumula os fatores (sociais, econmicos e biolgicos) que determinam mais
chance de atraso no desenvolvimento das crianas.
73
Parte
Instrumentos de avaliao
do desenvolvimento: observar
e verificar
74
75
76
77
Leitura recomendada
Em 2005, a OPAS divulgou o
Manual para Vigilncia do Desenvolvimento Infantil no Contexto da
AIDPI, que foi organizado pela Dra.
Amira Figueiras de Belm do Par
e outros colaboradores, especificamente voltado para a utilizao na
ateno primria sade. O manual
encontra-se disponvel em <http://
www.paho.org/spanish/ad/fch/ca/
si-desenvolvimento.pdf>.
Alm do excelente contedo, o
manual ficou muito bonito!
Vale a pena conferir!
78
79
Glossrio
Reflexo de Moro provocar um
estmulo sonoro forte logo acima
da cabea da criana. A resposta
a sequncia extenso, abduo e
elevao dos membros superiores,
seguidas de retorno posio fletida em aduo. Deve sempre ser
simtrico.
Reflexo cocleopalpebral bater
palmas a cerca de 30 cm de cada
ouvido e observar o piscar bilateral
e simultneo dos olhos. Pode estar
ausente nos casos de surdez.
80
81
82
Parte
Classificar o desenvolvimento
da criana e decidir o que fazer
83
Passo 4. Decidir
Para cada classificao, voc dever escolher a conduta mais apropriada.
As crianas classificadas com desenvolvimento normal podero ser
acompanhadas na rotina de cada servio e de acordo com sua faixa etria.
A famlia deve ser elogiada por estar estimulando adequadamente a criana
e orientada sobre as prximas etapas de seu desenvolvimento. sempre
oportuno discutir com a famlia a preveno de acidentes domsticos
comuns em cada faixa etria.
As crianas com desenvolvimento normal, mas que apresentam fatores
de risco de natureza biolgica ou psicossocial, precisaro ser acompanhadas
com mais ateno para que possveis alteraes em seu desenvolvimento
sejam detectadas precocemente. Nesse caso, o intervalo entre as
consultas no deve exceder a 30 dias. Com essas famlias preciso discutir
84
85
86
De 36 a 48 meses
De 48 a 60 meses
Motora
Pedala o triciclo
Pula em um p s
Coordenao
Copia um crculo
Constri torres com mais de
5 cubos
Copia um quadrado
Copia uma cruz
Social
Compartilha brincadeiras
Tira alguma pea de roupa
Controla esfncteres
Compete brincando
Veste-se sem ajuda
Linguagem
Linguagem prxima a do
adulto
Fonte: CENTRO LATINOAMERICANO DE PERINATOLOGIA E DESENVOLVIMENTO HUMANO,1995. Adaptado de Material de apoio a promoo, proteo e vigilncia da sade da criana.
87
Parte
Desenvolvimento infantil:
estimulao e orientao
Figura 15 Estimulando o
desenvolvimento da criana
88
89
Atividade 5
Vamos voltar uma ltima vez ao caso da Estefani Lorraine. Reveja a Atividade 3,
que voc realizou (Seo 2, Parte 2) os atendimentos na UBS e as atividades
em que voc discutiu os problemas dessa criana. Escolha entre os contedos
educativos da nova CSC aqueles que voc considera mais adequados para serem
discutidos com a me de Estefani em cada um de seus atendimentos. Registre na
planilha a seguir a idade da criana, o problema identificado, o enfoque escolhido e
onde essas orientaes podem ser encontradas na nova CSC. Envie seu trabalho
para avaliao de seu tutor.
Planilha
Atendimento
Acolhimento
Consulta 1
Consulta 2
Consulta 3
Consulta 4
Idade da
criana
Problema
identificado
Enfoque
escolhido
Onde encontrar
na CSC
90
Seo 4
Aleitamento materno e orientao
alimentar para crianas
92
93
94
Parte
95
96
Atividade 6
A tirinha da Figura 16 foi tirada de uma revista feminina e reflete bem as dificuldades
que muitas mulheres enfrentam para amamentar. Observe-a e responda s
questes a seguir.
Procure identificar em cada quadrinho que tipo de problema est acontecendo
com a personagem (exceto o ltimo). Faa uma lista desses problemas. Utilize a
planilha a seguir para fazer esta atividade.
Figura 16 Coisas que te ningum te conta sobre a hora de amamentar
97
Para cada problema listado, proponha pelo menos duas aes para ajudar a me a
superar a situao. Voc vai encontrar informaes importantes na nova CSC para
fazer esta atividade.
Quadrinho
Problema
Propostas
Para pensar:
Esses problemas so comuns em sua prtica diria? O que voc pensa sobre isso?
Envie sua atividade para a avaliao do seu tutor.
98
99
essenciais, o que, associado presena de fatores imunolgicos espcieespecfica, justifica sua superioridade em relao a outro tipo de leite.
Alm dos benefcios nutricionais, as evidncias epidemiolgicas
demonstram que seus benefcios so maiores, estendendo-se no s s
crianas, mas tambm s mes, famlias e sociedade. Certamente voc e
sua equipe j ouviram vrias opinies das famlias de sua rea de abrangncia
sobre este tema. Veja se essas opinies coincidem com as listadas a seguir.
Benefcios do aleitamento materno para a criana
amamentao exclusiva.
Reduo da incidncia de doenas crnicas tais como aterosclerose,
hipertenso arterial, diabetes, doena de Crohn, colite ulcerativa,
doena celaca, doenas autoimunes e linfoma>
Melhora do desenvolvimento neuropsicomotor, especialmente nos
prematuros, tendo relao direta com o tempo de amamentao.
Proteo contra problemas de ocluso dentria, sndrome do
respirador bucal e distrbios dos rgos fonoarticulatrios.
100
Glossrio
Prevalncia do aleitamento materno exclusivo (AME): multiplicase o nmero de crianas em AME
em determinada faixa etria por
100 e divide-se o resultado pelo
nmero de crianas de sua rea de
abrangncia com a mesma idade.
Por exemplo, se, em sua rea de
abrangncia das 20 crianas com
menos de 1 ms, 15 esto em
aleitamento materno exclusivo,
ento sua prevalncia nessa faixa
etria de 75%.
101
Mediana
Mediana
NORTE
66,25
Belm
88,85
Belm
88,85
Florianpolis
86,50
Macap
74,27
Campo Grande
78,05
Porto Velho
59,38
Distrito Federal
77,69
Palmas
57,22
Macap
74,27
Boa Vista
56,87
CENTRO-OESTE
66,60
Manaus
49,86
NORTE
66,25
Rio Branco
38,77
Vitria
62,54
NORDESTE
34,92
Teresina
61,89
Teresina
61,89
Joao Pessoa
61,09
Joao Pessoa
61,09
Curitiba
59,70
Natal
56,25
Porto Velho
59,38
So Lus
55,66
SUL
59,34
Aracaju
49,89
Palmas
57,22
Recife
49,59
Boa Vista
56,87
Salvador
31,16
Natal
56,25
Macei
28,43
So Lus
55,66
Fortaleza
10,64
Rio de Janeiro
55,36
CENTRO-OESTE
66,60
SUDESTE
55,02
Campo Grande
78,05
So Paulo
54,83
Distrito Federal
77,69
BRASIL
54,11
Goinia
38,59
Belo Horizonte
53,85
Cuiab
0,742
Porto Alegre
51,84
SUDESTE
55,02
Aracaju
49,89
Vitria
62,54
Manaus
49,86
Rio de Janeiro
55,36
Recife
49,59
So Paulo
54,83
Rio Branco
38,77
Belo Horizonte
53,85
Goinia
38,59
SUL
59,34
NORDESTE
34,92
Florianpolis
86,50
Salvador
31,16
Curitiba
59,70
Macei
28,43
Porto Alegre
51,84
Fortaleza -
10,64
BRASIL
54,11
Cuiab
7,42
102
103
104
105
Voc ver tambm nesse vdeo que, ao avaliar a alimentao, voc deve fazer
perguntas como as seguintes:
Voc amamenta sua criana ao peito?
Se amamenta, quantas vezes num perodo de 24 horas?
Amamenta noite?
A criana come algum outro alimento ou toma outros lquidos?
Se a resposta for sim, que alimento ou lquido? Quantas vezes ao dia?
O que usa para alimentar a criana?
O que achou do vdeo? Que critrios voc utilizava para avaliar a pega
e a posio para amamentar antes de assistir a esse vdeo? Voc seria
capaz de listar os quatro sinais de boa pega? E os de posio correta para
amamentar? Escreva-os no quadro a seguir.
Boa Pega
Posio correta
106
107
__/__/____
Me
Parece
saudvel
Relaxada
e confortvel
Mamas
parecem saudveis
Mama
Me
Parece
doente ou deprimida
Parece
tensa e desconfortvel
Mamas
parecem avermelhadas,
inchadas ou doloridas
Mama
Beb
Parece
saudvel
Calmo
e relaxado
Sinais
Beb
Parece
sonolento ou doente
Inquieto
ou chorando
Sem
Posio do beb
A
cabea e o corpo do beb esto
alinhados
Beb
apoiado
Posio do beb
Pescoo
no seguro prximo
O
queixo e lbio inferior do beb
opostos ao mamilo
Beb
no apoiado
Pega
Mais
Pega
Mais
Suco
Suces
Suco
Suces
rpidas e superficiais
Sinais
do reflexo da ocitocina no so
percebidos
Me
108
109
110
Rifampicina
Isoniazida
Polipeptdeos
Pirazinamida
Medicamentos seguros
Rifampicina
Isoniazida
Etionamida
Pirazinamida
cido paraminissaliclico
Etambutol
Ofloxacina
Capreomicina
Claritromicina
Clofazimina
111
112
4 - 8 meses
Maiores de 8 meses
Alimentao lctea
Leite + Cereal ou
tubrculo
Leite + Cereal ou
tubrculo
Alimentao lctea
Papa de fruta
Fruta
Alimentao lctea
Papa salgada
Alimentao lctea
Papa de fruta
Fruta ou po
Alimentao lctea
Papa salgada
Alimentao lctea
Leite + Cereal ou
tubrculo
Leite + Cereal ou
tubrculo
113
Parte
114
115
116
Tipo de alimento
At completar 6 meses
Ao completar 6 meses
Ao completar 7 meses
Ao completar 8 meses
117
118
alimento para que ele seja aceito pela criana. Para facilitar, sugira que os
alimentos sejam oferecidos separadamente, para que a criana identifique
os vrios sabores e, dessa forma, aceite-os.
E o que voc acha da oferta do mel no primeiro ano de vida? A oferta desse
alimento contraindicada, pois nessa faixa etria os esporos do Clostridium
botulinum, frequentemente presentes no mel, so capazes de produzir toxinas
na luz intestinal e causar botulismo.
119
120
121
122
verde-escura
dia a dia.
123
Atividade 7
Pense sobre a cultura alimentar da regio onde voc trabalha. Voc poderia citar
os alimentos que fazem parte do hbito das famlias nessa regio? Como elas o
adquirem? Esses alimentos so adequados para o consumo de um lactente? Na
realidade de suas crianas, quantas refeies dirias so habitualmente oferecidas?
Quais so os alimentos usados em propores maiores que as desejadas? E quais
so usadas em proporo menor que a desejada?
Voc se lembra da Estefani Lorraine? Vamos voltar uma vez mais ao caso dela. Na
seo 1, voc analisou sua curva de crescimento, identificou possveis causas para
a inclinao da curva em cada ponto e discutiu as condutas tomadas pela equipe
de sade. Considere que a Estefani tem agora 14 meses e vive na regio em que
voc trabalha. Agora voc deve montar um cardpio de um dia para Estefani, que
no mama mais o leite materno, descrevendo todas as orientaes que daria D.
Beatriz quanto ao preparo, oferta e aos horrios das refeies. No se esquea
de levar em considerao todos os aspectos culturais e socioeconmicos das
famlias de sua rea de abrangncia, alm da disponibilidade dos alimentos em sua
regio. Envie sua proposta de cardpio para o seu tutor avaliar.
O Guia de Alimentao Saudvel do Ministrio da Sade oferece alguns exemplos
de refeies e cardpios e voc poder se basear nele para montar o cardpio
solicitado na atividade 5.
124
Parte
Alimentao de crianas, a
partir de trs anos de idade
125
126
Concluso
128
Concluso do mdulo
Chegamos ao fim deste mdulo! Estudamos as necessidades proteicas
e calricas da criana e aprendemos a elaborar um cardpio adequado s
diferentes faixas etrias. Voc aprendeu como prevenir vrios problemas
nutricionais como a desnutrio, a obesidade, a anemia ferropriva e as
hipovitaminoses, elaborando uma boa orientao alimentar para crianas.
No mdulo sobre agravos nutricionais, voc poder aprofundar seus
conhecimentos sobre como abordar as crianas que desenvolveram esses
problemas. No deixe de estud-lo!
Para terminar, vamos recordar alguns pontos importantes para que a
orientao alimentar das crianas ocorra de maneira satisfatria na sua
UBS, OK? Marque um X nos itens que voc levou em considerao ao
organizar esta ao:
Os conceitos de aleitamento materno exclusivo, predominante e
aleitamento materno so utilizados corretamente na construo
dos indicadores de aleitamento. A avaliao da posio e da tcnica
de amamentao feita conforme as orientaes do formulrio.
A orientao dos possveis erros na amamentao e na alimentao
da criana dada com uniformidade de informaes por toda a equipe.
As aes no pr-natal e da primeira semana sade integral esto
incorporadas pela UBS e esto funcionando.
O calendrio de atendimento da criana de zero a cinco anos,
preconizado pelo protocolo, utilizado como fonte de organizao
da demanda.
H integrao com creches e escolas da regio para aes de
orientao alimentar (palestras, grupos de discusso, teatro,
gincanas e outros) e apoio de nutricionistas dos Ncleos de Apoio
Sade da Famlia.
Existe
aes
desenvolvidas
129
Foto:http://www.sxc.hu/browse.phtml?f=download&id=782883
Sabemos que nada disso fcil. como esta figura. O terreno em que
trabalhamos demasiado rido, duro e devastado, mas temos em nossas
mos a oportunidade de colocar um pouquinho de terra frtil em torno dessa
semente para que ela possa criar razes e ter a chance de se tornar uma rvore
frondosa. preciso acreditar que cada criana de sua rea de abrangncia tem
o direito de ter essa chance! preciso aceitar a responsabilidade de trazer terra
frtil para essas sementes de esperana! Parabns por ter aceitado o desafio
de percorrer esse caminho! V em frente!
Seo
Referncias
Ttulo
132
Referncias
133
134
135
136
137
138
Apndices
140
APNDICE A
141
APNDICE B
Planejamento da papa salgada
Protena animal
Mandioca, batata,
cenoura, inhame, car,
beterraba.
Abbora, abobrinha,
tomate, chuchu.
Ovo
Peixe
Cereais e tubrculos
142
Anexo
144
ANEXO
Recomendaes para o consumo de alimentos na criana a partir de 6 meses de idade
Grupos
alimentares
Pes e
cereais
Verduras e
legumes
Frutas
Leguminosas
Carnes e
ovos
Poro
2 c. sopa arroz
1 unid batata
cozida
2 c. sopa macarro
unid po francs
1 fatia po frma
1 c.sopa legume
coz
1-2 c.sopa legume
cru
3 folha mdia crua
6 folha pequenas
cruas
1 c.sopa folha
refog.
banana nanica
mamo papaia
ma mdia
pequena goiaba
1 pequena laranja
1 c. sopa de
leguminosas (soja,
feijo, ervilha, etc.)
cozidas
2 c.sopa de carne
de boi cozida
bife boi pequeno
sobrecoxa
frango
1 fil pequeno
frango
1 posta de peixe
1 ovo cozido bife
pequeno de fgado
Poro
2 c. sopa arroz
1 unid batata cozida
2 c. sopa macarro
unid po francs
1 fatia po de frma
1 c.sopa legume coz
1-2 c.sopa legume
cru
3 folhas mdias crua
6 folhas pequenas
cruas
1 c.sopa folhas refog.
banana nanica
mamo papaia
ma mdia
pequena goiaba
1 pequena laranja
1 c. sopa de
leguminosas (soja,
feijo, ervilha, etc.)
cozidas
2 c.sopa de carne de
boi cozida
bife boi pequeno
sobrecoxa frango
1 fil pequeno frango
1 posta de peixe
1 ovo cozido
bife pequeno de
fgado
Pr-escolar
RC
Poro
2 c. sopa arroz
1 unid batata cozida
2 c. sopa macarro
unid po francs
1 fatia po frma
1 c.sopa legume coz
1-2 c.sopa legumes
crus
3 folhas mdia crua
6 folhas pequenas
cruas
1 c.sopa folhas refog
banana nanica
mamo papaia
ma mdia
pequena goiaba
1 pequena laranja
1 c. sopa de
leguminosas (soja,
feijo, ervilha, etc.)
cozidas
2 c.sopa de carne de
boi cozida
bife boi pequeno
sobrecoxa frango
1 fil frango pequeno
1 posta de peixe
1 ovo cozido
bife pequeno de
fgado
Escolar
RC
Poro
4 c. sopa arroz
3 c.sopa batata cozida
3 c. sopa macarro
1 unid po francs
7 unid bisc maisena
5 unid bisc gua e sal
1 c.sopa legumes coz
2 c.sopa legumes crus
3 folhas cruas mdias
6 folhas pequenas cruas
1 c.sopa folhas refog.
2 c. sopa de
leguminosas (soja,
feijo, ervilha, etc.)
cozidas
145
Leite e
produtos
lcteos
200 mL leite de
vaca
2 fatias finas queijo
prato
2 fatias mdias
mussarela
1 pote iogurte de
frutas
2 c.sopa leite em
p integral
Acar e
doces
leos e
gorduras
1 c.ch manteiga
1 c.ch creme
vegetal
1 c.sopa leo
vegetal
1 c.sopa acar
1 c.sopa doce caseiro
2 c.sobremesa gelia
1 c.ch manteiga
1 c.ch creme vegetal
1 c.sopa leo vegetal
1 c.sopa acar
1 c.sopa achocolatado
1 c.ch margarina
1 c.sopa leo vegetal
147
Mdulo:
Ttulo
Autores
Belo Horizonte
Nescon UFMG
2013