Escrita Clareza, Coerência, Precisão e Concisão

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Escrita: Clareza, Coerncia, Preciso e Conciso1

O Manual de redao da Presidncia da Repblica, no Captulo I - Aspectos


Gerais da Redao Oficial explicita:
A redao oficial deve caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padro culto de
linguagem, clareza, conciso, formalidade e uniformidade. Fundamentalmente esses
atributos decorrem da Constituio, que dispe, no artigo 37: A administrao
pblica direta, indireta ou fundacional, de qualquer dos Poderes da Unio, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municpios obedecer aos princpios de
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficincia (...). Sendo a
publicidade e a impessoalidade princpios fundamentais de toda administrao
pblica, claro est que devem igualmente nortear a elaborao dos atos e
comunicaes oficiais.
Esses mesmos princpios (impessoalidade, clareza, uniformidade, conciso e uso de
linguagem formal) aplicam-se s comunicaes oficiais: elas devem sempre
permitir uma nica interpretao e ser estritamente impessoais e uniformes, o que
exige o uso de certo nvel de linguagem.
Manual de redao da Presidncia da Repblica / Gilmar Ferreira Mendes e Nestor Jos Forster
Jnior. 2. ed. rev. e atual. Braslia: Presidncia da Repblica, 2002.

Nesse sentido, os textos oficiais devem ser compreendidos por todos os


cidados, por isso, para informar com a mxima clareza e objetividade, a redao oficial
deve apresentar as seguintes caractersticas: clareza, coerncia, preciso e conciso.
Para se obter clareza no texto, necessria a presena de vrias outras
caractersticas como conciso, objetividade, ideias ordenadas, correo, aplicao da
norma culta, coeso e coerncia. A clareza , ento, qualidade bsica e essencial na
produo do texto.
Conciso a transmisso de informaes com um mnimo de palavras. a
preciso na escolha das palavras, a objetividade para tratar do assunto, com foco na
inteno do texto, evitando-se informaes suprfluas que dispersam o leitor e
dificultam a inteligibilidade. Para melhor conciso, deve-se eliminar, por exemplo:
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Rosa Lcia Vieira Souza


Professora de Lngua Portuguesa

o uso excessivo dos indefinidos um e uma;

o uso abusivo da palavra que (corrige-se fazendo a substituio com oraes


reduzidas ou perodos simples);

os pormenores desnecessrios e informaes suprfluas, evitando a


redundncia;

as locues verbais e palavras ou expresses desnecessrias, como:


venho solicitar = solicito;
havia proporcionado = proporcionou;
venho por meio desta registrar = registro;
neste momento ns acreditamos = acreditamos;
deciso tomada no mbito da diretoria = deciso da diretoria;
com o objetivo de = para;
ato de natureza administrativa = ato administrativo.

o uso dos pronomes possessivos seu e sua. Se no forem muito bem colocados
na estrutura do texto, geram ambiguidade.

A coerncia diz respeito apresentao lgica e harmnica dos sentidos do


texto. Na atividade de escrita, entendida em perspectiva interacional, a coerncia se
localiza nas intenes do autor, no texto e nos conhecimentos e experincias do leitor.
Um texto automaticamente interpretado pelo leitor como coerente ou incoerente a
partir de seus conhecimentos lingusticos e de mundo.
Os problemas de incoerncia entre as palavras so, muitas vezes, causados pela
confuso entre o que se diz e aquilo que realmente se quis dizer. As frases abaixo,
retiradas de relatrios, so exemplos dessa situao:

1. Os anexos seguem em separado.


2. Despesa grtis.
3. A mquina eltrica financiada toda manual e velha.

A produo de texto requer, portanto, palavras bem selecionadas, construes


claras e coerentes.

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