Oficina de Escritaleya 7º
Oficina de Escritaleya 7º
Oficina de Escritaleya 7º
0_LNGUA PORTUGUESA_6_PROF A5 148x210 mm 3/1 ( Pantone 389c+ Pantone Red 032+ Black6) + Plastificao Brilhante
oficinas
de escrita
NPPEB
Entre Palavras 7
Antnio Vilas-Boas
Exclusivo do professor
7. ANO
978-888-889-447-8
Lngua Portuguesa
ndice
Apresentao e enquadramento
pg. 03
pg. 04
pg. 06
pg. 06
Princpios gerais
pg. 07
Princpios especficos
pg. 09
pg. 15
pg. 18
pg. 23
Comentrio
pg. 28
Concluso
pg. 29
Anexos
Anexo 1
Opinio dos alunos
pg. 30
Anexo 2
Textos originais produzidos por alunos em oficinas de escrita
pg. 32
Apresentao e enquadramento
Apresentao e enquadramento
Esta publicao recupera algumas sugestes didticas sobre o ensino processual da
escrita apresentadas em dois livros de autoria de Antnio Vilas-Boas: Ensinar e aprender
a escrever por uma prtica diferente e Oficina de escrita modos de usar.1
Na raiz do primeiro encontrava-se um curso de formao (PRODEP), designado Pedagogia da escrita, que decorreu em 2000 na Escola Secundria de Ermesinde (centro
de formao das escolas do concelho de Valongo); na origem do segundo esteve a Oficina
de formao (PRODEP), Escrever com os alunos na aula e na escola: o modelo processual, que decorreu em 2002 no mesmo estabelecimento de ensino.
Desde 1999 o autor tem vindo a desenvolver trabalho de formao orientado, principalmente, para a renovao das prticas do ensino e da aprendizagem da escrita em
muitas dezenas de escolas.
No ano em que entra em vigor o NPPEB, esta brochura vem confirmar que desde h muitos anos o autor defende e leva prtica os princpios didticos agora nele preceituados.
(1) Ensinar e aprender a escrever por uma prtica diferente, edies Asa, Porto, 2001.
Oficinas de escrita modos de usar, edies Asa, Porto, 2003.
Os vrios inquritos2 respondidos pelos alunos no final das oficinas comprovam que
apreciam este mtodo de aprender a escrever, pela primeira vez experimentado. Pela primeira vez!
A questo agora colocada a seguinte: vai haver continuidade?
Os alunos de stimo ano da professora Natlia Martins, da Escola Secundria de Valongo, perguntaram-lhe, terminada a oficina, se ia ser professora deles no ano seguinte.
Talvez tenham compreendido o risco que correriam: outra vez a estafada Composio,
oh, no!. Nunca, nas oficinas e este foi um facto sublinhado pela generalidade dos formandos os alunos se mostraram relutantes ou demonstraram enfado em escrever.
muito importante que a oficina seja convenientemente preparada, isto , com propostas
de trabalho adequadas s dificuldades e necessidades dos alunos, respeitando as suas
diferenas. Os alunos, por sua vez, escrevero com alegria, prazer e esforo. De tal modo
assim , que muitos professores se admiraram com o facto de ter havido alunos que tiveram de reescrever quatro, cinco e mais vezes, textos ou partes de texto e no se queixaram! Muitos rascunhos se produziram!
A aprendizagem da escrita processa-se escrevendo e reescrevendo as vezes que forem
necessrias, em estreita interao com o professor. Com tempo, persistncia e esforo.
Como lembra Maria Lusa lvares Pereira, as dimenses didtica e pedaggica devem
misturar-se harmoniosamente de modo a propiciar a motivao dos alunos.4
A lista de princpios que se segue apresenta-os de modo a motivar o leitor, o professor,
procurando interess-lo por levar a cabo novas prticas de ensino-aprendizagem da escrita
que passam pelas oficinas, pelo acompanhamento do aluno no ato processual da escrita,
garantindo-lhe a possibilidade de fazer as reescritas, e pela diferenciao pedaggica.
Para muitos professores, estas so propostas completamente novas. o que se tem
verificado quando apresentadas pelo formador. Alguns dizem que este tipo de trabalho
no exequvel devido s dimenses das turmas, enorme falta de bases dos alunos,
falta de hbitos de trabalho e de estudo, ao desinteresse, etc., etc. Tudo isto possvel:
estas perspetivas nortearam as oficinas orientadas desde 2002 at hoje. No so princpios abstratos, pelo contrrio, tm vindo a ter aplicao concreta no trabalho com os alunos e hoje esto presentes no NPPEB.
(6) Est de tal modo enraizado entre os professores o hbito de aulas espordicas para escrever, sem continuao, que esta proposta das que mais resistncia oferece.
(7) Tambm aqui a experincia do formador pode dar testemunho da dificuldade que tantos professores apresentam em admitir
que durante uma aula podem deixar trabalhar, autonomamente, um grupo de alunos, de modo a poderem ocupar-se dos mais
atrasados. Se planificarem uma sequncia, a aula seguinte pode resolver o problema, se que existe.
(8) Sol, Isabel, Art. cit., p. 85.
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(9) O uso de um cdigo de correo muito eficaz, mas no basta. conveniente o acompanhamento do professor. Sobre a elaborao de um cdigo de correo e sua utilizao, ver, do autor, Ensinar e aprender a escrever por uma prtica diferente, Porto,
Edies Asa, 2001, pp. 25 a 29.
(10) Em apndice podem ver-se casos de reescrita de um s aspeto.
Se no incio do texto se detetam vrios tipos de erro relativos, por exemplo, a ortografia,
pontuao, articulao entre frases, etc., a experincia mostra que no se devem dar logo
indicaes de reescrita para todos estes aspetos, deve operar-se por etapas, principalmente com os alunos mais renitentes em escrever. Uma prtica didtica inteligente e
ponderada contribui para a motivao do aluno.
Uma boa estratgia para utilizar junto dos alunos com mais dificuldades consiste em
selecionar pequenas seces do texto onde ocorre determinado erro. Seleciona-se, por
exemplo, delimitando uma parte com dois traos verticais ou parnteses retos. Pede-se
ao aluno que isole esse pequeno excerto, copiando-o para a folha de rascunho.
Depois discute-se com ele, ou com o grupo, os aspetos em causa e escrevem-se as
indicaes de reescrita. D-se-lhe tempo para aperfeioar o texto e observa-se, novamente o resultado. a altura de o encorajar... Para estes alunos basta copiar o texto.
Desse modo, fazem as correes com sentido e por iniciativa prpria! Se houver ainda
imperfeies, recomea-se o processo: nova cpia, indicaes de reescrita, reescrita.
Refletiu-se, at agora, sobre os alunos que escrevem com alguma facilidade. Mas h
tambm os que apresentam imensas dificuldades em comear a escrever: estes necessitam, antes de mais, de escrever textos de cariz simples e com componente ldica. Nestes casos sugere-se que o professor escreva a primeira palavra ou frase. Assim os alunos
seguem-no sempre!
Vejam-se as atividades propostas no modelo da oficina de escrita da pgina 18 e os comentrios do final, pgina 28.
3. Organizar as aulas da oficina numa sequncia dedicada, exclusivamente, ao ensino-aprendizagem da escrita outra proposta que sempre recebida com admirao por um
nmero aprecivel de professores.
Tantas aulas para escrever? E a gramtica? E...?
As sequncias so fulcrais para que os alunos tenham tempo de praticar o aperfeioamento
dos seus textos, escrevendo-os e rescrevendo-os, depois de os planificarem. Uma sequncia tem nmero varivel de aulas e pode, e deve, ocorrer vrias vezes ao longo do ano. O
nmero de aulas escolhido para uma oficina varia em funo de vrios fatores. Tudo depende dos alunos envolvidos, das suas dificuldades, do grau de diversificao, etc.
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Na oficina apresentada na pgina 18, os alunos pediram mais aulas para alm das que
estavam planificadas e a professora aceitou, tanto mais que o pedido foi realizado por alguns que, antes da oficina, eram notrios adversrios da escrita.
Relativamente a este assunto, vale a pena referir o depoimento de uma professora da
Escola EB 2/3 de Perafita que, numa sesso, dizia que todas as sextas-feiras pedia aos
alunos que fizessem uma composio. Entregava-a tera-feira, e assim sucessivamente.
Foi-lhe lembrado que podia aproveitar as sextas-feiras para permitir a reescrita da composio anterior, no iniciando uma nova. Concordou imediatamente: a sequncia pode
ser de aulas alternadas, o essencial dar tempo para aperfeioar, a partir de indicaes
de aperfeioamento de reescrita.
O facto de, nas oficinas, no ser conveniente que os materiais sejam levados para casa,
prende-se tambm com a noo de sequncia. Deste modo, garante-se que na aula seguinte todos os tm. Por outro lado, o professor pode, em casa, se assim o entender, debruar-se sobre os textos mais problemticos para apontar erros e dar indicaes escritas
de reviso para a aula seguinte da sequncia. Ganha deste modo tempo.
Tambm no conveniente a utilizao de lpis e de borrachas: para manter visvel o
processo, fundamental o uso de esferogrfica.
4. Promover a leitura dos escritos dos alunos na aula.
Quem trabalhou com oficinas de escrita, j sabe; quem no trabalhou, vai aprender depressa: os alunos adoram ler os seus textos. Por sua vez, a turma aprecia ouvir. uma
atividade muito apreciada, com o seu ritual de aplausos no final de cada leitura Estas
leituras, pelo clima de descontrao que criam, pela alegria e boa disposio que implicam, contribuem fortemente para a aceitao da escrita.
A leitura no deve ser passiva, isto , no se trata somente de ler os textos e nada mais. O
professor deve encorajar os alunos a explicarem que tipo de texto escreveram, a exibirem
os rascunhos, apontando os principais problemas de estruturao com que se depararam.
Este trabalho de anlise dos textos intermdios muito importante, cria na turma a conscincia de que todos passam pelo mesmo tipo de dificuldades na construo do conhecimento11.
(11) Esta prtica poder ser espordica, no tem de ser levada a cabo com carter sistemtico. Por vezes os alunos mais fracos ou
os que escrevem em oficina pela primeira vez tm dificuldade em expor o seu trabalho. Neste caso, o professor poder auxiliar.
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(12) Este texto resulta de uma entrevista que Antnio Vilas-Boas deu aos professores do 2. e 3. ciclos do agrupamento de Beiriz Pvoa de Varzim, Novembro de 2010.
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> Estratgias/atividades
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Realizaro estas propostas seis grupos constitudos, cada um deles, por dois
alunos.
As atividades so trs: Palavras obrigatrias, Os nmeros e Criando uma
personagem. Todos as faro na totalidade e pela ordem apresentada (ver na
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do empenho dos alunos na realizao das atividades propostas, da pertinncia e qualidade das intervenes;
da capacidade de aplicar conhecimentos adquiridos;
da capacidade de autocorreo;
do poder de cooperao e entreajuda;
da criatividade;
da progresso na produo escrita.
> Observao indireta
1. etapa Pr-escrita/Planificao
Nesta fase registars, sem grandes preocupaes, as tuas primeiras ideias, impresses,
intenes...
neste momento que deves fazer um plano para a produo do teu texto, ou seja, deves
refletir sobre o que irs escrever e sobre a maneira como irs estruturar a tua redao.
2. etapa Escrita
Nesta fase dars forma s ideias que surgiram na etapa anterior. Organiz-las-s num
todo coeso e coerente.
3. etapa Partilha
Reviso/Correo/Avaliao
O processo de reviso/correo ter duas operaes distintas:
1. Procura de defeitos, erros ou imperfeies.
2. Reviso ou reformulao.
Neste momento devers tentar detetar, com a ajuda da professora e/ou colegas, as imperfeies ou os erros e os defeitos do teu texto e reformul-los de modo a aperfeioar
a tua produo escrita.
Esta etapa ser o momento de entreajuda, de cooperao, de reescrita. Tem como finalidade tornar o texto mais coerente e correto. Ser, ento, uma tarefa de auto e
heterocorreco.
Poders, tambm, ler os teus textos para os teus colegas depois de completamente
revistos.
4.etapa Classificao
Ser a resposta qualitativa do professor ao trabalho realizado por ti e pelos teus colegas.
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II
Atividades de escrita propostas aos alunos com mais dificuldades e, por norma, renitentes
em escrever.
Palavras obrigatrias13
Esta atividade consistir em escrever uma histria com vinte palavras
obrigatrias e produzir um texto, coeso e coerente, em que essas palavras
aparecero por ordem alfabtica. As palavras so escolhidas pelos alunos.
(Se surgirem dificuldades na concretizao desta atividade, poder-se-o
fazer as modificaes que se considerem oportunas. Por exemplo, se
algum aluno no for capaz de elaborar um texto com as palavras que escolheu, por ordem alfabtica, ser-lhe- dada a possibilidade de o escrever
na ordem que ele considere adequada, pois assim continuar motivado
para a escrita; no caso de algum aluno no conseguir escrever o texto com
as vinte palavras, este nmero poder ser reduzido).
Primeira etapa
Escreve vinte palavras de que gostes:
Segunda etapa
Coloca as palavras referidas na primeira etapa por ordem alfabtica:
(13) Adaptado a partir de Balazard, Sophie e Gentet-Ravasco, lisabeth, LAtelier dExpression et dcriture au Collge,Paris, Armand Colin, 1998, p. 20.
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Terceira etapa
Elabora um texto que contenha as palavras da segunda etapa na ordem em que surgem.
Os nmeros14
Com esta atividade, pretende-se que o aluno escreva um texto livre que
contenha a maior quantidade de nmeros possvel.
1. Completa o texto que te apresentado com os nmeros seguintes:
Sexto
Trs
60
dois
quinze
Faltavam
Um
duas
dois
Tr
1974
quatro
dois
duas
sexto
trinta e cinco
dois
um
dois
minutos para as
segundos, talvez
quatro
quinto
25
quarta
dois
dois
, nem h
com os meus
barulhos provenientes do
andar. Eu moro
mero
da rua
de abril de
patifes fugiram.
Faltavam dois minutos para as duas e trinta e cinco, nem h dois segundos, talvez
quatro, que eu tinha entrado no meu T trs com os meus dois gatos, quando ouvi dois barulhos provenientes do sexto andar. Eu moro no quinto, portanto, por baixo. Uma, no,
duas pessoas, desciam em quarta as escadas, saltando quatro degraus de cada vez. Trs
dias antes, o meu vizinho do sexto, que vive sozinho, tinha-me avisado que ia de frias por
(cont.)
(14) Adaptado a partir de Balazard, Sophie e Gentet-Ravasco, lisabeth, LAtelier dExpression et dcriture au Collge, Paris, Armand Colin, 1998, p. 29. No apndice 2 desta brochura, podem ver-se os rascunhos, as indicaes de reescrita e o texto final relativo a esta atividade escrito por dois alunos.
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quinze dias. Este barulho no era normal. Segui os dois indivduos depois de fechar em
casa os meus dois gatos. Moro no nmero 60 da rua 25 de Abril de 1974. O prdio est
em frente a um grande jardim por onde os dois patifes fugiram.
3. Escreve tu tambm um texto em que incluas a maior quantidade de nmeros possvel.
Poders utilizar, se quiseres, uma das seguintes sugestes:
um dilogo entre uma empregada de caixa e um cliente;
uma receita de cozinha;
um dilogo entre um pai e um filho/uma filha sobre as notas do segundo perodo;
uma aula de matemtica;
um itinerrio.
Criando uma personagem15
Esta atividade consiste em escrever uma histria algo inslita.
1. Regista, numa folha parte, uma resposta para cada uma das seguintes perguntas.
(Devers numer-las de 1 a 14. Escreve apenas as respostas. Tenta ser criativo(a)!).
(cont.)
(15) Adaptado a partir de Miranda, Simo de, Escrever Divertido Atividades Ldicas de Criao Literria, S. Paulo, Papirus Editora, 1999, pp. 39 a 41: proposta com grande sucesso e aceitao nos alunos a partir do stimo ano.
FIM16
(16) No se apresentam aqui as outras duas atividades. A primeira, para o grupo intermdio de alunos, est descrita atrs. A segunda, para os alunos mais desenvolvidos, com base num guio, deu origem a um conto com dezassete pginas manuscritas,
quando passado a limpo.
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Comentrio
1. Aquando da planificao, a professora j conhecia os alunos h cerca de quatro meses.
Sabia que a diversificao de propostas era imprescindvel para o sucesso da oficina.
2. Teve o cuidado de explicar muito bem, atravs do dilogo, a natureza e os objetivos da oficina e conseguiu que eles compreendessem e aceitassem a diferenciao de atividades.
3. Aspeto fulcral foi o da distribuio e anlise da ficha informativa As etapas do processo
da escrita. Foi lida e comentada por toda a turma, que assim interiorizou as regras a
serem seguidas.
4. Eficaz seleo de propostas de escrita para os alunos mais desinteressados. Nas atividades Os nmerose Criando uma personagem: os alunos iniciaram o processo de
escrita imediatamente. J na primeira proposta, Palavras obrigatrias, houve necessidade de fazer alteraes, alis previstas.
5. A docente avaliou, circulou pela sala, observou, sentou-se junto dos alunos, leu, refletiu
em conjunto com eles sobre as dificuldades na construo dos textos, promoveu a correo individual ou em grupo, escreveu indicaes de reescrita, incentivou os alunos a
lerem os seus textos, ajudou-os a explicitar as principais dificuldades com que se depararam no decurso da textualizao... A avaliao formativa processou-se como previsto. As aulas foram filmadas17 na quase totalidade.
6. Para delimitar seces do texto a reparar, foram usadas trs possibilidades:
Indicaes de reescrita
1.
- 2 palavras
+ 2.
- 1,
2.
substitui
palavra
sublinhada
3.
deslocar
dentro
do segmento
(17) Todas as oficinas foram filmadas, mas s nesta, por questes de tempo, os alunos viram os filmes.
Concluso
Concluso
As oficinas de escrita esto, felizmente, indicadas no novo programa de Lngua Portuguesa para o Ensino Secundrio e no Novo Programa de Portugus de Ensino Bsico, a
entrar em vigor em setembro de 2011. Algumas consideraes a este respeito
Para a grande maioria dos docentes constituir uma novidade empenhar-se, juntamente com os alunos, numa ou vrias oficinas de escrita. A experincia indica
que os professores desconhecem, em geral, como elas se organizam, e nem sempre dominam os princpios didtico e pedaggicos que as comportam.
leitura de modelos;
planificao;
textualizao/reviso;
divulgao leitura dos textos na parte final da segunda aula.
O programa aponta, com pertinncia, para o facto de os professores assessorarem
os alunos quando eles esto a escrever, promovendo correes imediatas e reescritas contnuas. A experincia comprova que muitos docentes no tm o hbito
de acompanhar os alunos em interao estreita; na aula de escrita eles redigem,
frequentemente sozinhos, e o professor leva o texto para corrigir em casa.
de saudar o aparecimento do NPPEB por tudo o que traz, incluindo, principalmente, a
previsvel agitao e atualizao de prticas pedaggicas e didticas nos docentes18.
Tambm o NPPEB, a entrar em vigor em setembro de 2011, preconiza exatamente
os mesmos pressupostos didticos, a escrita em oficina.
(18) Para esta atualizao dever-se-o ter em conta, principalmente, os contedos que o programa designa como processuais.
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Anexo 1
Opinio dos alunos 19
Podem ler-se opinies de alunos dos segundo e terceiro ciclos sobre as atividades em que
participaram.
1. Na oficina de escrita, ao escrever, por exemplo, uma carta, utilizamos os conectores
como por isso, evidente, claro que, Alm disso, etc. Utilizamos tambm um vocabulrio de adultos.
2. um conjunto de aulas em que somos ajudados a escrever pelos professores. Na oficina de escrita fazemos vrios rascunhos at que consigamos escrever uma carta com
ps e cabea.
3. um local, bastante divertido, onde podemos escrever, reescrever, e melhorar a nossa
escrita com a colaborao da professora. por isso, uma experincia que eu no esquecerei.
4. A oficina de escrita para melhorar a letra20, melhorar a escrita e os erros. s ajudado
por uma professora ou por um professor. Tens de estar com ateno, se no fazes tudo
mal. Ao fim ls a tua histria. uma coisa espetacular.
5. escrever em conjunto com colegas. Fazer um plano do texto antes de o escrever. Enquanto fazemos os professores ajudam-nos. No podemos levar os materiais para casa.
Discutimos com os colegas o que havemos de escrever.
6. Uma oficina de escrita escrever um texto e o professor corrige logo.
7. Oficina de escrita melhorar a nossa escrita, melhorar o futuro.
8. A oficina de escrita um trabalho que nos ajuda a melhorar a escrita, que nos puxa pela
imaginao, e em que preciso ter ateno, pacincia, esforo e orgulho pela apresentao.
(19) Recolhidas por escrito em inqurito lanado no final das oficinas do quinto, sexto e stimo anos. Alm destes inquritos, em algumas oficinas fizeram-se entrevistas filmadas. As respostas e as entrevistas tm vindo a ser lidas e visionadas nas sesses orientadas pelo autor.
(20) A maior parte dos alunos desta turma de quinto ano insiste na questo da caligrafia e da ortografia. Quase todos a referem.
Por vezes, d a impresso que a ela reduzem a oficina. Ora estes aspetos quase no foram trabalhados. Deu-se muito mais importncia a aspetos como a planificao e a estruturao do texto. Portanto, isto vem de trs... e revela muita coisa sobre o passado
escolar. A nfase colocada na caligrafia e na ortografia, mas principalmente na primeira, no aparece nos outros inquritos de turmas do segundo ciclo.
9. Oficina de escrita um conjunto de aulas em que os alunos produzem textos acompanhados por um ou mais colegas de turma. Na oficina de escrita aprende-se a melhorar o
nosso vocabulrio e os nossos erros, aprende-se a escrever melhor. Podemos tambm
melhorar a nossa relao com o colega, mas tambm temos que aceitar a opinio do colega, como ele tambm tem que aceitar a nossa.
10. Uma oficina de escrita um conjunto de aulas onde trabalhamos com os colegas (um
ou mais) e fazemos atividades diferentes das aulas. muito fixe trabalharmos em grupo
e tambm fixe o professor ajudar-nos. Xau! At logo.
11. A oficina de escrita um local de trabalho onde existem grupos, cada um com o nvel
da sua dificuldade. Cada grupo est constitudo por dois alunos e eles tm que elaborar
um texto. E assim, ns discutimos mas chegamos a um acordo. deste modo que melhoramos as nossas dvidas.
12. Oficina de escrita uma nova rea em que os alunos escrevem e fazem vrias atividades sobre textos com ajuda de uma ou mais pessoas. Podemos escrever com colegas,
corrigir erros, ler os nossos textos, aprender novo vocabulrio e trocar ideias.
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Anexo 2
Textos originais produzidos por alunos em oficinas de escrita
Em apndice, reproduzem-se textos escritos pelos alunos, com incidncia nos intermdios, nos quais visvel o processo de reescrita.
Apndice 1
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34
35
36
37
38
Apndice 2
39