Direitos Reais
Direitos Reais
Direitos Reais
colaborao do outro sujeito. P. ex. quando o devedor quer pagar e o credor no quer receber,
seu exerccio depender da ao de consignao em pagamento.
AULA 1 27/03/2002
Deste conceito, conclui-se que foi adotada a Teoria Personalista dos Direitos Reais;
isto , quando estiver em tela um Direito Real, a relao jurdica se faz entre o titular do
referido direito real e toda a coletividade. Ao contrrio do que prega a Teoria Realista. Sob a
tica desta, a relao jurdica far-se-ia entre o titular de um direito real e o prprio bem
corpreo ( uma posio nitidamente equivocada, pois inexiste relao jurdica entre o homem
3
e a coisa. O bem no pode ser sujeito de uma relao jurdica; somente poder ser seu objeto).
Pode-se afirmar a existncia de relaes fticas entre o homem e o bem.
correto afirmar que s seriam direitos reais aqueles previstos no artigo 674 CC
e no 1225 CC 2002?
No. Quando se fala que estes existem em rol exaustivo, significa dizer que eles
necessitam de base legal. Todavia, esta base legal no apenas o artigo 674. Exemplos: no
atual cdigo no temos base legal no artigo 674 a respeito da alienao fiduciria, que nem por
isso deixa de ser um direito real; outro exemplo esta no artigo 25 da lei 6766/79 que trata do
direito real de aquisio (o novo cdigo expressamente contempla esta hiptese no artigo 1225).
5.
buscar o bem onde e com quem quer que ele esteja. Qualquer direito real garante a
possibilidade da seqela.
Maria Helena Diniz, em sua atualizao mais recente, apresenta outros trs
atributos.
Enfiteuse
Servido
Usufruto
Uso
Habitao
As enfiteuses contratuais foram abolidas pelo novo cdigo civil, que as trocou pelo
Direito Real de Superfcie. A maior diferena entre os dois institutos que a enfiteuse
perptua e o direito sobre a superfcie no mximo vitalcio.
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AULA 2 03/04/2002
O maior fundamento no o simples fato desta ter base legal. O maior fundamento de
que a posse, ao mesmo tempo que apresenta conseqncias jurdicas tem proteo, tutela legal.
Tutela-se o no o fato, mas o direito.
O Possuidor turbado tem o direito de ser manutenido pois a lei protege o direito da posse
exercido de fato, produzindo conseqncias jurdicas.
* Tem-se o direito subjetivo de impedir que qualquer pessoa invada sua posse.
Ruy Barbosa sustentava que a posse era um direito subjetivo que poderia ser real ou
pessoal. (posse de direito pessoal p. Ex. estado de casado).
Prevalece no entanto em nossa doutrina e legislao que a posse somente recai sobre
direitos reais. Se se aceitasse a posse de Direitos Pessoais, estar-se-ia admitindo usucapio de
direitos pessoais, o que um absurdo.
Smula 193 Prev a possibilidade de posse por usucapio de linhas telefnicas;
Roldo entende que a linha telefnica um direito pessoal, e portanto, ele contra a smula.
O fundamento da smula de que a linha telefnica no enseja o direito pessoal, mas
sua natureza de bem imvel, suscetvel de direito real de uso.
Esta smula anterior a transformao do sistema telefnico em servio; no tempo que
a linha telefnica era um bem. Nesta poca, se admitia inclusive a penhora da linha.
A posse, na verdade, pela posio prevalente de que a posse um direito subjetivo real
(Clvis Bevilqua)
O Direito Real de uso, a princpio gratuito, mas este direito real de uso seria atpico,
oneroso.
Atualmente, a smula estaria ultrapassada, sendo a posio de Roldo talvez a mais
adequada...
Exemplos: art 502 CC A auto-tutela da posse excepcionalmente a lei permite a autotutela em caso de turbao. No novo cdigo esta no artigo 1210 1. (defesa da posse)
* O novo cdigo retirou todas as normas heterotrpicas do cdigo, assim, o novo
Cdigo no dispe sobre alguns assuntos processuais da posse. Desta forma, ele unificou
tambm alguns artigos.
* No se trata de auto-tutela prpria, mas de um direito potestativo de reaver o bem
mediante fora fsica.
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AULA 3 03/04/2002
2 Teoria Objetiva Ihering adotada pelo atual cdigo e tambm no novo (apesar
deste, de acordo com Capanema, tambm adotar a teoria sociolgica).
Dispensa o animus domini afirmando que o elemento objetivo corpus traz
intrinsecamente o elemento subjetivo que a affectio tenendi.
O principal elemento o corpus, com uma definio diferente, pois para Ihering trata-se
do poder fsico sobre o bem externando-se atos inerentes do proprietrio.
No faz parte do conceito o elemento subjetivo de querer ser proprietrio, mas sim de
aparentar s-lo
P. Ex. art 485 CC 1196 CC 2002 Possuidor aquele que tem de fato o exerccio,
pleno ou no de algum dos poderes inerentes. O Novo CC aboliu da redao do artigo a palavra
domnio, que designa o domnio sobre bem corpreo, enquanto propriedade se referiria aos
bens incorpreos. O novo Cdigo adotou a palavra propriedade no sentido amplo (Lato senso),
englobando as palavras domnio e propriedade (stricto senso).
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O Novo CC no conceituou o que posse, mas com base no art 1196 poderia-se chegar
a um conceito, que em momento algum fala do animus domini
* O locatrio possuidor, pois ir externar para a sociedade que ele exerce a funo de
proprietrio, mas que por ser um singelo locatrio, ele somente ter o poder de uso da coisa.
Possuidor direto todo aquele que esta externando para a sociedade as faculdades de
uso, gozo e disposio da coisa art 524-1128 CC NCC.
* Quando muito, o locatrio poder fazer a cesso do bem atravs da sublocao (gozo).
Posse, segundo a tica da Teoria Objetiva o exerccio no plano ftico. J esta se
usando, gozando ou dispondo do bem. J esta sendo demonstrada para a sociedade a affectio.
Desta forma, pacfico na doutrina que o cdigo adotou a teoria objetiva.
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Classificao da Posse
1. Quanto a utilidade econmica Posse Direta e Indireta e em nome prprio (Base
legal artigo 486 CC). A posse indireta a posse que transmitida a algum, temporariamente
por contrato ou direito real (a do locador, depositrio, usurio...).
Posse indireta a que remanesce nas mos daquele que tranferiu a posse direta do
imvel. Foi de Ihering a idia de dividir a posse em direta e indireta, permitindo assim que tanto
um quanto o outro possuidor exercessem a defesa da posse.
P.ex. Constitutos possessrios: o proprietrio deixa de ser possuidor em nome prprio,
passando a ser possuidor direto. O que comprou, que ainda no exerce a posse em nome prprio
teria portanto a posse indireta. (Vide pgina 55)
Tradictio brevi manu: o inquilino, que tem a posse direta do imvel em que mora o
compra, passando a ser possuidor em nome prprio.
Em existindo a clusula constitute, aquele que possuidor indireto poder se valer de
ao de reintegrao de posse, ao passo que em no existindo clusula s poder se valer de
ao de imisso na posse.
2. Quanto aos vcios objetivos Posse justa e Injusta (Base Legal 489) A posse
justa quando no deriva da violncia, da clandestinidade ou da precariedade. A contrrio senso,
a posse injusta quando apresenta um desses 3 vcios
Violncia Entende a legislao nossa, que esta um vcio relativo, que
pode cessar, sanar com o transcurso do tempo. p. ex. Esbulho possessrio, por fora, ameaa.
Ao sofr-lo, no mais apresenta resistncia o possuidor esbulhado, cessando a violncia
(Artigo 497 c/c 492 CC).
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Posse com justo ttulo: Ttulo o negcio jurdico em tela. Dependendo da base legal,
o ttulo ter que ser comprovado por documento escrito; p. ex. bens imveis; ou no, p. ex.
venda de um livro.
o negcio jurdico que apresenta eficcia translatcia. Quando o bem imvel, em
razo da formalidade, necessitar de contrato escrito. Pelo novo cdigo, se o bem mvel valer
mais que 20 salrios, obrigatoriamente ter o contrato que ser escrito.
Justo ttulo o negcio que apresentaria eficcia translatcia se no fosse um defeito/
vcio qualquer.
Orlando Gomes cita 3 motivos para que o ttulo deixe de ser justo.
5.3. Seria uma redundncia, pois trata-se do erro no modo de transferncia, ou seja,
uma nulidade. P. ex. O contrato que deveria ser feito por escritura pblica e no foi.
6. Quanto a natureza poder ser ad contractus ou ad usucapionni.
A primeira aquela derivada de um negcio jurdico que enseja na cesso, ainda que
temporria, da posse direta. a posse baseada no contrato (por equiparao, entra nessa
modalidade a posse por usufruto, penhor e concesso de uso).
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Domnio
Direto
Senhorio Direto
til
Cedente
Enfiteuta
Superficirio
Algumas definies:
Sucesso da posse transmisso morrendo o possuidor, a posse se transmite ao
herdeiro a ttulo universal, ou seja, quer ele queira ou no. O herdeiro prossegue de direito a
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posse, persistindo assim todos os vcios na posse existentes. J o sucessor a ttulo singular
poder exercer uma opo, unindo as posses. P. ex. exerce a posse por 3 anos, juntando com os
17 anos da posse anterior, mesmo que de m-f, podendo entrar com ao de usucapio. Ter
ainda a opo de comear uma posse nova. Essa opo depender do tempo da posse anterior.
Se esta compensar para que se pea o usucapio. P. ex. Se a posse velha tem 3 anos, valer a
pena comear uma posse nova. Se a posse velha tem 17 anos, ele unir sua posse, tendo que
aguardar somente mais 3 anos para o usucapio.
Transformao da natureza da posse Exemplo, o locador deixa de cobrar os
alugueres, deixa de recolhe-los. Neste momento ocorre uma transformao da natureza da
posse, passando o locatrio a exercer posse em nome prprio, com animus domini; o que levar
o ex inquilino a poder inclusive ensejar a ao de usucapio 20 anos depois (pelo atual cdigo).
O locador jamais poder ensejar o usucapio, isto ocorre somente quando h esta interverso da
natureza da posse. Mais ser dito ao se tratar de requisitos para o usucapio, mais precisamente
ao tratar da questo da posse ininterrupta.
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AULA 5 24/04/2002
Nunciao de Obra nova: uma demanda que objetiva sanar os efeitos nocivos de
uma obra irregular. Inicialmente tem natureza para suspender a obra, podendo esta at ser
demolida, pois toda nunciao traz, implicitamente, uma carga demolitria. Trabalha-se com o
cdigo de obras municipais, alm do cdigo civil, sem que haja colidncia. Tem funo de
sanar os problemas da obra, podendo posteriormente levar a demolio.
No necessariamente ser interposta pelo possuidor da obra. O artigo 573,
correspondendo ao 1301 do Novo CC assim dispe O proprietrio pode embargar a
construo do prdio que invada a rea do seu, ou sobre este deite goteiras, bem como a
daquele, em que, a menos de metro e meio do seu, se abra janela, ou se faa eirado, terrao, ou
varanda.. Como se v, no se pode abrir uma janela a menos de 1 metro e do terreno
vizinho. O proprietrio, que jamais exerceu posse poder entrar com a ao com vistas na
ocupao futura.
Imisso na posse: (melhor livro acerca do tema o de Ouvdio Baptista; alm dele,
Adroaldo Furtado Fabrcio). Apesar de no apresentar previso expressa no CPC, ela ainda
juridicamente possvel. No CPC de 39 tnhamos as hipteses em que se podia intentar a ao de
imisso na posse. P. ex. quando o construtor no providenciava a entrega das chaves. Nela, se
pedia a entrada no imvel, a posse direta era reivindicada. A causa de pedir era a no entrega
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das chaves, a posse precria do alienante. Pleiteava a imisso na posse com base nos registros.
Tem ela um carter petitrio. Se faz pela propriedade, no pela posse.
Capanema afirma que esta uma espcie de ao reivindicatria quando se tem o
ttulo, mas nunca se teve a posse.
Capanema diferencia ius possessionis e ius possidendi. No primeiro caso, diria
respeito aos direitos da posse e no segundo aos diereitos posse.
Ius possessionis so aqueles direitos que derivam da posse. P.ex. defender a posse,
conservar os frutos percebidos (no caso de posse de boa-f), direito de indenizao pelas
benfeitorias necessrias. Todo possuidor poder manejar determinados direitos.
Direitos posse so aqules que decorrem da aquisio da propriedade, sem que no
entanto tenha a posse. Quem no tem a posse no poder tirar proveito econmico da
propriedade.
Somente quem j possuidor ou j foi estar legitimado para propor um interdito
possessrio, que decorre do ius possessionis . Quem nunca teve a posse somente ter direito a
ao de imisso de posse (rito ordinrio, sem liminar, admitindo hoje a concesso de tutela
antecipada).
O cdigo silencia-se com relao a ao de imisso de posse, pois esta se trata de ao
ordinria, e ele, s se preocupa em enumerar as aes de rito especial.
Pontes de Miranda define a ao de imisso da posse como ao do proprietrio que
nunca teve a posse, contra o possuidor que no tem a propriedade.
Ressalta Capanema que a imisso de posse que aparece na Lei do Inquilinato no
seria a ao, mas o ato em si.
Conclui que o ius possessionis pode ser exercido nas aes de interditos possessrios,
j o ius possidendi somente pela ao de imisso de posse.
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Dano infcto: (Caio Mrio somente) seria igualmente ao possessria, com base no
artigo 555 parte final do CC 1916 (bem como que preste cauo pelo dano iminente.). P.ex.
O vizinho que tem uma criao de porcos da qual o mal cheiro prejudica a salubridade da
vizinhana. Assim, entra-se com uma ao de dano infcto para que o dono da criao preste
cauo em face do dano iminente.
Ela no uma ao possessria, pois pode ser ajuizada com base na propriedade.
uma ao preventiva, contra futuros prejuzos que possam vir a surgir.
A Lei 9605/98 no teria incidncia sobre Igrejas e Templos religiosos, porm, o artigo
555 CC teria. Seria uma ao de preceito cominatrio.
Natureza dplice das aes possessrias: So elas fungveis, at porque a leso a
posse dinmica (uma turbao pode por exemplo se tornar um esbulho). O equivoco quanto a
uma demanda no prejudica a petio inicial. (Ler em Alexandre Freitas Cmara vol 3 e
aprofundar em Comentrios ao CPC, no volume de Adroaldo Furtado Fabrcio e no livro de
Ouvdio Baptista).
2 Indenizao pelas benfeitorias e acesses realizadas: o novo cdigo em nada
mudar o que hoje aceito.
Necessrias
teis
Volupturias
Posse de M-f
Necessria
teis
Volupturias
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Esses impenclios, atualmente, tem feito que as pessoas se utilizem mais do valor atual
que do custo da obra. Seria levado em conta o valor que se gastaria para que fosse realizada
obra semelhante.
Entende ainda o autor que se a benfeitoria depreciar o valor do imvel, no h que se
falar em indenizao, mesmo que tenha tido a obra alto custo. P. ex. um galpo construido por
R$ 10.000,00 em um bairro residencial. Galpo este que veio a ser usado por meliantes que o
frequentavam para usar drogas entorpecentes. Com isso, um imvel que valia R$ 100.000,00
passa a valer apenas R$ 60.000,00
Existem outros casos em que a valorizao muito maior que o custo da obra, assim,
para Tupinamb, a indenizao procederia-se da seguinte forma:
A) Pega-se o valor do bem sem a benfeitoria.
B) Pega-se o valor do bem aps a benfeitoria.
Pagaria o valor da diferena entre os preos do bem antes e depois da benfeitoria, mas
sempre bom lembrar que as que causam prejuzo no valor do imvel no so passveis de
indenizao.
Critica-se tal mtodo por gerar um subjetivismo; pois o aumento poderia derivar de fatos
externos, assim, teria que se provar que a valorizao se deu exclusivamente pela benfeitoria.
Indenizaria o que foi acrescido pela benfeitoria. Se a valorizao se deu devido a construo de
uma praa nas imediaes, sem um nexo causal com a benfeitoria, no se indenizaria.
Observa-se ainda, que pelo novo cdigo, pode-se presumir que a indenizao pelo valor
atual mais benfico ao possuidor de Boa-f.
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Natureza Jurdica:
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Se a matria foi apreciada nos autos, os embargos de reteno (base legal 744 CPC) no
so possveis. Se o juiz indefere porque ele j apreciou no estarem presentes os requisitos da
reteno. (Ao Petitria). Assim pensa Alvaro Manoel Rosindo.
Na ao possessria, que auto-executvel, a reteno deve ser arguida na contestao.
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2.3 (argumento falho para o professor) A reteno oponvel erga omnes, sendo este
o principal atributo dos direitos reais. Na verdade, seria equivocada, pois busca justificar que
apesar de no possuir seqela seria um direito real e no seria oponvel erga omnes pois se
oporia a pessoa certa, seria oponvel inter-partes. So pessoas determinadas ou ao menos
determinveis.
Washington de Barros Monteiro afirma que a reteno uma sobra da auto-tutela, mas
com base legal, seria portanto um Direito Potestativo, provocando uma relao de sujeio da
parte contrria, mas esse argumento tambm no explica se ele seria um direito potestativo real
ou pessoal.... a dvida permanece.
O que reteno?
Anlise da reteno no plano contratual: O artigo 1219 norma geral, nos contratos
utilizam-se normas especiais, p.ex. artigo 35 da lei do inquilinato.
Salvo disposio em contrrio, a norma teria natureza dispositiva, podendo o contrato
dispor a afastabilidade do pleito de reteno, entre outros defende esta corrente Capanema.
Uma segunda corrente, sustentada por Nagib Slaibi Filho, Athos Gusmo Carneiro, STJ,
Adroaldo Furtado Fabrcio, defende que a norma do artigo 35 da lei do inquilinato no de
todo dispositiva, apresentando carter de ordem pblica sendo necessariamente invocado para
indenizao/ reteno da obra necessria
A reteno essencialmente temporria, compensando-se o preo da obra com aluguis
no pagos.
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A) Uma primeira corrente, clssica, sustentada por Orlando Gomes, entende que no
cabe reteno, somente indenizao por obra necessria e extraordinria.
Entende ele que o contrato de comodato benfico e gratuito. Por tal razo, aplicvel
seria o artigo 114 do Novo CC (correpondendo ao 1090 do atual). Sua aplicao seria restritiva.
No novo cdigo, o comodato, notadamente no artigo 584, no h meno ao direito de reteno.
Se a exegese restritiva e a lei no traz tal previso, a ratio legis no era a de permitir a
reteno. (no atual cdigo seria o artigo 1090 c/c 1254).
B) Uma segunda, sustentada por Alvaro Manoel Rosindo entende que as obras
necessrias e extraordinrias ensejariam reteno e indenizao.
Seria possvel pelo princpio da vedao do enriquecimento sem causa.
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AULA 7 22/05/2002
feita de acordo com a teoria do direito subjetivo, no sendo as expresses usar, gozar, e
dispor direitos, mas sim faculdades.
Atributos da propriedade:
1 A Propriedade elstica: uma construo doutrinria que significa que a
propriedade pode ser mais ou menos extensa, de acordo com a existncia de um direito real
sobre a coisa alheia. P.ex. ao se criar um usufruto, existe uma reduo da propriedade. Se no
recai sobre ela nenhum direito real, permanece-se podendo usar, gozar e dispor do bem
2 A propriedade absoluta: at em decorrncia de sua Natureza de direito
subjetivo real absoluto. oponvel erga omnes. San Tiago Dantas entende que quando se cria
uma propriedade, estaria nela incutindo um dever de absteno.
3 A propriedade ilimitada: (regra que comporta excees). Presume-se que o
proprietrio poder usar, gozar e dispor do bem como melhor lhe convier. Ocorre que estas
faculdades sofrero restries tanto em decorrncia de normas de ordem pblica como tambm
em decorrncia de normas de ordem privada.
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bens incorpreos como a posse do estado de casado, fundo de comrcio e a linha telefnica. O
domnio, por sua vez, recai sobre bens corpreos.
Os direitos autorais, de acordo com a Smula 228 STJ no seriam direitos reais,
Espcies de propriedade:
1 Propriedade plena no sofre qualquer restrio em decorrncia de Direitos
reais sobre coisa alheia.
2 Propriedade limitada a que sofre restrio de alguma espcie de direito real,
como a gravada pela enfiteuse ou usufruto.
3 Propriedade ad tempus comporta duas espcies, a propriedade resolvel e a
revogvel.
resolvel quando estiver subordinada a um evento rezolutivo, que poder ser uma
condio resolutiva ou termo resolutivo. P.ex. a retrovenda com base no artigo 505 NCC, onde
o vendedor tem o direito potestaivo de, dentro de trs anos, devolver o dinheiro pago e reaver a
propriedade. Outro exemplo a propriedade gravada pelo fidecomisso, tornando para o
fiducirio a propriedade em resolvel. Ainda como exemplo temos a venda com reserva de
domnio (artigos 521-528 NCC). Quando o vendedor receber toda a quantia referente ao imvel
cessar sua propriedade.
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Revogvel aquela que vem a se extingir por fato superveniente. P.ex. revoga-se a
doao por inexecuo de encargo, por ingratido; a procedncia de uma ao anulatria do
registro.
Aula 8 29/05/2002
Por base legal, por exemplo o bem de famlia convencional, com base no artigo
1711 do novo cdigo (71 do atual); com base no artigo 1715 do NCC trata-se de um bem que
ser ignorado para efeito de dvidas, com exceo de dvidas antigas e obrigaes propter rem
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31
A 2 corrente sustentada isoladamente por Caio Mrio, que se inspirou em Brinz. Ele
defende que a aquisio derivada, pois no se apagar / afastar a ligao entre os bens e seus
proprietrios pretritos. Os registros atentam para o princpio da continuidade.
Caio Mrio assim sustenta pois Brinz defende que a aquisio originria somente se
dar quando o imvel no teve anteriormente um proprietrio, mas esta posio seria falha pois
por este entendimento ela teria natureza mista, vez que no imvel sem registro, o usucapio
seria originrio.
A segunda corrente, sustentada por Washington de Barros Monteiro, Cmara Leal, Jos
Carlos Moraes Sales, o atual CC e o novo, baseado nos artigos 553 e 1244 respectivamente
determina que as causas preclusivas da prescrio so aplicveis no usucapio.
Jos Carlos Moraes Sales, apesar de afirmar ser a posio questionvel, filia-se a ela.
Para ele, prescrio aquisitiva no existe.
Espcies de usucapio:
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utilizando-o como moradia ou meio de produo (se estabelecer um fundo de comrcio por
exemplo), o prazo ser de 10 anos.
A questo da reduo de prazo j foi inclusive sumulada pelo STF, na smula de n
445, que previa a diminuio do prazo de usucapio de 30 para 20 anos.
A lei que diminui o prazo de usucapio ter aplicao imediata, porm, o tempo j
decorrido ser zerado com a ressalva de que se o novo prazo for superior ao prazo restante
estar-se- a contagem vinculada ao prazo antigo. Usa-se o prazo que melhor atende ao
possuidor, valendo as alteraes para os prazos em curso, aplicando-se o disposto no artigo
2030 NCC que prev o acrscimo de 2 anos aps entrar o novo prazo em vigor para que este
no pegue o proprietrio de surpresa.
Requisitos do usucapio:
Posse mansa
Posse ininterrupta
Lapso temporal de 20 anos (CC 1916); 15 ou at 10 anos (NCC)
Animus domini
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Posse Mansa e pacfica: Posse mansa, pacfica a que no vem a ser obstada. Trata-se
de requisito impreensindvel para a contagem do prazo de usucapio. Este prazo comearia a
correr no momento em que cessada a violncia da posse, um vcio de natureza relativa (ao
contrrio da precariedade, que vcio insanvel)
A eficcia prejudicial do esbulho ser afastada se o usucapiendi lograr xito na
reintegrao de posse, sendo neste caso afastado o efeito interruptivo do esbulho. A
reintegrao de posse e o xito no desforo imediato fazem com que o esbulho jamais tenha
ocorrido.
A ausncia de oposio no se confunde com inconformidade. Uma pessoa que
proponha eventual ao possessria e sucumba pretenso defensiva do ru, no poder obstar
a aquisio da propriedade por meio do usucapio.
Lapso Temporal: O 1238 Caput prev prazo de 15 anos, reduzindo-se para 10 no caso
do pargrafo nico quando se atende a funo social da propriedade (obras e servios de carter
produtivo e moradia habitual).
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Aqui, ao contrrio do usucapio especial urbano, no se faz necessrio ser ele o nico
imvel. Pode-se haver pluralidade de residncia ou domiclio. O artigo tambm atende tanto as
propriedades urbanas quanto as rurais.
O prazo de 10 anos do n. ser sempre acrescido de mais 2 anos no periodo entre 2003
e 2005, de acordo com o artigo 2030 NCC. O prazo decorrido at a entrada em vigor do novo
cdigo seria contado, no entanto, acrescido de 2 anos, demonstrando que nossos legisladores
adotam literalmente o entendimento da smula 445 STF, contrariando o entendimento
doutrinrio. Esse acrscimo se daria somente para aqueles prazos que findariam entre 2003 e
2005.
A ratio legis do artigo 2029 e 2030 leva a crer que o legislador no adotar a posio
doutrinria com relao ao prazo de prescrio, vindo a entender e interpretar de forma literal a
smula 445 STF (Para melhor compreeender a questo leia Washington de Barros Monteiro
vol. 1). vide aula 15, na qual o professor apresentou novo entendimento que entende ser
mais correto. (pgina 65)
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No, pois falta-lhe animus domini, porm, se ocorrer a inverso do ttulo da posse
poder. P.ex. O locador morre e a sucesso no aberta, os herdeiros no tomam qualquer
providncia, deixando inclusive de cobrar os alugueres.
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AULA 10 19/06/2002
Obs: Sobre a prescrio, Marco Aurlio entende que o prazo no zeraria, surgindo
problema, por exemplo, no prazo prescricional dos alimentos, que passou de 5 para 2 anos.
Aqueles prazos que j tinham passado de 2 anos j estariam prescritos ao entrar em vigor o
novo cdigo. Capanema, por sua vez, entende que o prazo teria que ser zerado.
A 1 corrente, sustentada por Jos Carlos Moraes Sales, que diz ser esta a posio
predominante a nvel pretoriano entende que haveria usucapio entre condminos, pois se
faticamente um condmino exerce posse exclusica sobre a totalidade do bem, ele poderia
usucapir. Na posse dele existiria animus domini sobre a quota parte alheia.
A 2 corrente, sustentada por Caio Mrio e pelo TJ-RJ diz no haver possibilidade do
condmino usucapir a quota parte alheia, pois no sistema jurdico do condomnio, seja qual for
sua espcie, a posse direta deve ser exercida atravs de atos de cooperao, e no de
concorrncia. Admitindo o usucapio entre condminos estariamos fomentando os atos de
concorrncia. No existe animus domini entre proprietrios.
pacfico o entendimento que reas comuns com acesso restrito a um nico
condmino no podem ser usucapidas por este.
Res habilies Coisa hbil a ser usucapida: Objeto hbil a configurar o usucapio.
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A grande questo a respeito deste requisito diz respeito aos bens pblicos, se estes
poderiam ou no ser usucapidos. certo, que com exceo as terras devolutas, temos
unanimidade na doutrina em entender pela impossibilidade, mas sobre estas surge relevante
controvrsia.
1 corrente: pode haver usucapio de pelo menos um bem pblico, que so as terras
devolutas. Sustentam esta corrente Celso Ribeiro Bastos, Tupinamb Miguel Castro do
Nascimento e Silvio Rodrigus.
Dois so os fundamentos desta corrente, o 1 a interpretao gramatical do artigo
188 CRFB. Ao tratar de terras pblicas e devolutas, o artigo criou uma dicotomia,
diferenciando-as. Desta forma, entendem, que as terras devolutas no so bens pblicos,
decorrendo da o 2 fundamento, ou seja, as terras devolutas so bens no-pblicos, a base o
artigo 2 da lei 6969/81.
Marco Aurlio Bezerra de Mello entende que pela cincia do artigo 98 CC todos os
bens que no so pblicos, so privados. Acrescenta ainda um 4 argumento que diz existir um
procedimento especial previsto na lei 6383/76 para a discriminao de terras devolutas, cuja
sentena ou deciso administrativa, conforme o caso, possui natureza constitutiva, ou seja,
apenas aps a discriminao da terra que ela pertencer ao Poder Pblico, sendo em
conseqcia impossvel sua aquisio por usucapio.
No caso, as terras devolutas podem ser usucapidas por no serem bens pblicos.
Di Pietro defende que no a melhor opo a no possibilidade de usucapio de bem
pblico, acha ela que o legislador deveria ter aberto excees, coisa que no foi feita. Cita ela o
exemplo da praa que perdeu sua afetao, passando a ser usada como estacionamento.
Tambm entende que a lei 6969/81 no teria sido recepcionada pela CRFB.
O professor critica tal corrente pois ainda que admitam o usucapio nas terras devolutas,
no poderia se dizer que admitido o usucapio sobre bens pblicos, uma vez que o argumento
da doutrina justamente de que estas no so na realidade bens pblicos.
Critica-se ainda devido a cincia do artigo 225 e seu pargrafo 5 CRFB: Todos tm
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial
sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Pblico e coletividade o dever de defend-lo e
preserv- lo para as presentes e futuras geraes. / So indisponveis as terras devolutas ou
arrecadadas pelos Estados, por aes discriminatrias, necessrias proteo dos
ecossistemas naturais., pois ainda que no seja bem pblico, a CRFB define que so as terras
indisponveis.
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2 corrente: a posio que prevalece, defendida por Jos Carlos de Moraes Sales,
Celso Antnio Bandeira de Mello, Digenes Gasparini, Maria Sylvia Di Pietro e Natal Nadder.
Para eles, no cabe usucapio de qualquer bem pblico, incluindo as terras devolutas.
Como fundamento primeiro, temos o artigo 183 3 CRFB, que prev que bens
pblicos no so suscetveis de usucapio, o segundo o artigo 191 pargrafo nico. O terceiro
fundamento a smula 335 STF, que estabelece sobre prescries aquisitivas antigas que desde
a edio do CC 1916 no caberia usucapio de bens pblicos. O quarto fundamento de que o
artigo 2 da lei 6969/81 no teria sido recepcionado pela CRFB. O quinto fundamento de que
no h dicotomia no artigo 188 CRFB, pois a interpretao correta de que se aplica a qualquer
bem pblico, inclusive as terras devolutas. O sexto fundamento o artigo 102 NCC, isto
decorre do fato dos bens pblicos no estarem sujeitos a prescrio aquisitiva.
2 - Usucapio ordinrio:
Os requisitos so os mesmos: posse mansa, contnua, lapso temporal (de 10 anos ou
at de 5 anos), animus domini e res habilies. Adiciona-se ainda o justo ttulo e a Boa-f (posse
qualificada pela Boa-f).
Lapso temporal: no cdigo atual cdigo o prazo seria de 15 anos entre ausentes e 10
anos entre presentes.
Para o cdigo atual, presentes so as partes que tem domiclio no mesmo municpio e
ausentes os que tem domiclio em municpios distintos (art 551 nico). Se as partes residem
no mesmo municpio so presentes, se residem em municpios distintos so ausentes.
Esta distino era vlida em 1916, por todas as dificuldades existentes na poca.
Nesta poca, tambm se exigia que o imvel usucapido teria que ser na mesma localidade do
domiclio de ambos.
O prprio Clvis Bevilaqua, Carvalho Santos, Moraes Sales e Tupinamb entendem
que o conceito de presena e ausncia devem ser considerados em consonncia com o local do
imvel, isto , se o proprietrio tem domiclio no mesmo local onde o imvel se encontra,
pouco importando o domiclio do usucapiendi.
Se o proprietrio tiver domiclio no mesmo municpio em que se encontra o imvel a
ser usucapido, o prazo seria de 10 anos, pois teria ele mais possibilidade de vigiar sua
propriedade. Ao contrrio, o que tem domiclio em local distinto, por ter maiores dificuldades
para manter vigiada a propriedade, teria o prazo de 15 anos para perd-la pelo usucapio.
39
O NCC no faz esta previso. Devido aos avanos da sociedade, de seus meios de
comunicao. O usucapio ordinrio est no artigo 1242.
Ttulo justo: negcio jurdico que seria hbil para tranferir a titularidade do direito
real. Ele seria hbil se no fosse a presena de um vcio, que passa a gerar uma nulidade.
Moraes Sales diz que o vocbulo ttulo justo incorreto, devendo se falar em ttulo que seria
justo. Prossegue: em decorrncia de um defeito interno ele perderia a eficcia translativa.
Seu conceito de ttulo justo o de ato ou fato translativo que no produziu efeito por
padecer de defeito ou por lhe falatr qualidade especfica para tanto. O fato poder ser
translativo, por exemplo a morte e conseqnte abertura de sucesso.
Para efeito de aplicao do pargrafo nico do artigo 1242, o ttulo justo deve ser levado
a registro, o que no ocorre no caput. Desta forma, o NCC acaba solucionando a controvrsia se
o justo ttulo teria que ser registrado ou no para ser considerado justo, mas ainda assim,
veremos os argumentos de ambas as correntes.
1 corrente: sim, o registro necessrio. defendem este entendimento Bevilqua,
Tupinamb e alguns julgados do STF.
Tupinamb diz que se no houvesse registro haveria uma presuno de m-f, existiria
um receiodo comprador de levar o ttulo a registro.
2 corrente: entende que no, sendo sustentada por Jos Carlos de Moraes Sales, Caio
Mrio e Pontes de Miranda.
Requisitos:
Posse mansa;
Posse contnua;
Animus domini
41
comearia a correr aps a entrada em vigor da CRFB 1988. Em no sendo conciderado direito
novo o prazo da posse antes da Constituio poderia ser computado.
Se o indivduo desmembra o imvel para alcanar a rea de 50 hectares ocorre a
fraude a lei, o que causaria improcedncia da ao.
Res habilies:
Ser direito novo se o imvel tiver acima de 25 hectares e at 50 hectares. Se o
imvel tiver at 25 hectares o prazo contado antes da CRFB ser vlido.
Finalidade residencial:
O imvel deve-se apresentar como sede da unidade familiar. A est presente a
natureza da posse personalssima. O possuidor deve ser direto. No cabe a posse pelo
arrendamento rural. deve-se atender tambm a funo social, sendo este o requisito seguinte.
c) Trata-se de equivoco do legislador; mesmo que bem intencionado, pois ele tentou
sumarizar o processo de usucapio especial (Sobre o tema, ler livro Sumarizao do Processo
de Kazuo Watanabe).
Requisitos:
Posse mansa;
Posse contnua;
res habilies;
animus domini;
45
Requisitos:
Posse mansa
Posse pacfica
Posse contnua
animus domini
res habilies
46
Finalidade residencial
Res habilies: imvel urbano, com mais de 250 m, ocupado por uma coletividade e
no sendo possvel identificar o imvel possudo por cada um dos possuidores.
Legitimidade ativa: pessoas de baixa renda para definir quem so as pessoas de
baixa renda deve-se ser adotado o mesmo critrio da enfiteuse; ou seja, aquelas famlias que
tenham renda inferior a 3 salrios mnimos. No caso da enfiteuse, aquele considerado de baixa
renda no paga o fro anual. Como no usucapio no encontra-se a matria regulamentada, o
juiz ir analisar casuisticamente.
Certo que a demanda deve ser feita pela coletividade, que poder ser representada
pela associao de moradores.
Na lei, quem deve usucapir o bem a coletividade. O entendimento de que a
associao poder usucapir o bem serve para facilitar o acesso a justia. A vantagem desta
proposta est em evitar que ocorram alguns problemas processuais, como por exemplo o
surgimento do Litisconsrcio ativo necessrio, inexistente no mbito processual.
Marco Aurlio Bezerra Melo ao comentar o artigo 1240 NCC diz que: ser lcito aos
possuidores, em estado de composse, ou, servindo-se de substituto processual, ajuizar a ao
para declarar a usucapio coletiva. Prossegue: A associao de moradores, legitimada para
propor a demanda, dever estar devidamente registrada no cartrio das pessoas jurdicas e
contar com a autorizao expressa dos moradores interessados.
Srgio Ferraz entende de forma isolada que o bem pertencer a associao, que far a
distribuio da rea coletividade.
Lapso temporal de 5 anos: Entende se tratar de direito novo, mas Marco Aurlio
Melo entende se tratar de direito antigo, mas esta tese vai de encontro com o entendimento
acerca do usucapio especial rural. Neste, quando o imvel tivesse entre 25 e 50 m tratar-se-ia
de direito novo para ele. da mesma forma, a CRFB prev o usucapio de reas de at 250 m e a
lei de reas acima de 250 m. Ele mesmo se contradiz nessas duas hipteses anlogas.
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Direitos de vizinhana:
Positivos: Constitui uma ao, uma conduta positiva. P. ex. normas do direito de
construir aplicadas ao direito de vizinhana. (a colocao de janelas para permitir circulao de
ar adequada no imvel edificado).
Negativas: Constitui uma vedao, como a proibiode abrir uma janela a menos de 1
metro e do imvel vizinho (artigo 1301 NCC remisso Smulas 414 e 120 STF
(basculhante de at 10x20 permitido). O artigo 1301 2 NCC implica em uma omisso.
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5 corrente: Adotada no Brasil, sustentada por Santiago Dantas. Ela abrande dois
princpios. O primeiro o da coexistncia de direitos; isto , o uso da propriedade no deve
impedir o uso da propriedade alheia. Se aplica principalmente em imveis residenciais. O 2
princpio o do predomnio do interesse pblico.
AULA 13 17/07/2002
Diferencie passagem forada, servido de passagem e obrigao negativa em
tolerar passagem alheia.
Aula do momento 1:
A passagem forada ser construda por necessidade, pois o imvel est encravado.
Na servido de passagem o imvel tem acesso a uma via pblica secundria, mas por
comodidade se faz a servido de passagem, tendo a anuncia do proprietrio, geralmente feita
em contrato, ou atravs do usucapio, que se d apenas pela extenso da passagem.
Quanto a natureza dos institutos, a passagem forada apresenta natureza de Direito
Potestativo, sendo uma restrio a propriedade alheia derivada do direito de vizinhana, alm
de ser uma obrigao propter rem. J a servido de passagem um direito subjetivo real, se
51
presentes os requisitos legais; sendo o imvel que detem a passagem o dominante e aquele da
qual a passagem faz parte o serviente.
A passagem forada pode cessar automaticamente quando o imvel deixar de ser
encravado, o que no ocorre com a servido de passagem, pois nesta, a passagem existe por
comodidade. A passagem forada, em permanecendo, poder ser convertida em servido.
Conforme disposto no artigo 560, CC 1916, a passagem forada sempre onerosa, o
que nem sempre ocorrer com a servido de passagem. Na passagem forada prepondera o
entendimento de que no possvel a sua aquisio por usucapio (O Professor Lenine
Nequette entende em contrrio). J na servido de passagem, com fulcro no artigo 698 CC
1916, cabe o usucapio.
Sobre a obrigao negativa, esta ocorre quando se tem que abster de determinada
conduta. A servido de passagem direito real que ser levado a registro, j a obrigao
negativa um contrato que apenas valer entre o credor e o devedor; ou seja, na servido de
passagem, ao se vender o imvel, esta permanece, ela goza de aderncia (cola no imvel). J na
obrigao, o contrato firmado entre partes especficas, no tendo efeito erga omnes, cabendo
perdas e danos contra a parte que viol-lo.
Outra questo, ainda sobre direitos de vizinhan diz respeito ao muro divisrio.
Trata-se de obrigao propter rem, sendo o custo dividido, igualmente pelos proprietrios /
possuidores. Este muro estar em condomnio entre os vizinhos.
Quando houver dvidas quanto aos limites, deve-se ajuizar ao demarcatria, que
ter prazo para contestao de 20 dias. Todos os proprietrios confinantes devem ser citados.
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Posio pretoriana admite que quando a demarcao parcial somente o vizinho limtrofe
precisa ser citado.
Nesta ao demarcatria, desde o incio tero que ser nomeados dois arbitros e um
agrimensor. A ao petitria, somente quem proprietrio poder intent-la. Adroaldo
Furtado Fabrcio entende que a ao demarcatria j traz, implicitamente, o pedido
reivindicatrio, inexistindo necessidade de qualificar esta ao em reivindicatria simples ou
qualificada.
Propriedade Mvel:
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Artigo 1264 NCC Nem sempre quem encontra o tesouro ser proprietrio do
tesouro, vide casos do 1265 e 1266 NCC.
Pressupe o tesouro que o objeto seja precioso, causandorepercusso econmica. O
bem deve ter sido intencionalmente ocultado por seu pretrito proprietrio, devendo inexistir o
conhecimento quanto a pessoa do proprietrio pretrito.
Se o inventor, aquele que achou o tesouro, no entregar a metade ao dono do terreno
estar incurso no Art 169, un., I CP (apropriao de tesouro).
Por fim, no ser considerado tesouro se terceiro conseguir provar a propriedade do
achado.
Tesouro X descoberta:
Na descoberta a coisa foi perdida e por isso, deve ser restitudo ao seu
proprietrio; quando no houver cincia deste, aquele que descobriu dever entregar o bem para
a autoridade policial.
Provando que no forma de aquisio, existe o achadego, que a recompensa a
ser paga ao descobridor. O Novo CC determina que o valor mnimo da recompensa ser de 5%
do valor do bem. (A perda do documento do carro no implicaria no pagamento de 5% do valor
deste). Existem ainda as despesas para a conservao do bem que devem ser pagas. O
proprietrio dever indenizar o descobridor por todas as despesas que este teve por conta do
bem encontrado. P. ex. o animal achado na rua. O descobridor deve ser indenizado pelos gastos
com a alimentao e os cuidados providos a este.
responsabilizado com base no dolo. Todavia, a culpa grave poder ensejar a responsabilidade
civil. P. ex. Se achou um cavalo e no o alimentou, no mnimo o descobridor agiu com dolo
eventual. (Smula 145 STJ culpa grave). P. ex. 2 No contrato de simples cortesia, quando se
d uma carona para pessoa na rua e vem a sofrer um acidente por estar em alta velocidade. O
acidente se deu devido a imprudncia do motorista. Outros exemplos so o de acidente
provocado pelo avano do sinal, dirigir embriagado e etc.
Artigo 392 NCC Nos contratos benficos, responde por simples culpa o
contratante, a quem o contrato aproveite, e por dolo aquele a quem no favorea. Nos
contratos onerosos, responde cada uma das partes por culpa, salvo as excees previstas em
lei. Princpio geral do direito de que o contratante que no seja favorecido s ser
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responsabilizado por dolo. Trata-se da responsabilidade subjetiva, salvo excees, como nas
relaes de consumo do CDC, onde a responsabilidade objetiva ou o caso da smula 145 j
citada.
Remisses art 12 e 14 CDC (excees previstas em lei); Decreto-Lei 2681/1912
(Decreto das estradas de ferro) Responsabilidade objetiva.
d) Tradio:
a translatividade do bem para o adquirente. Atravs dela ocorre tambm a
transferncia da propriedade. Admite vrias espcies:
Simblica entrega das chaves do carro, que estaria guardado em outro local
especificado tenha valor superior a matria prima (artigo 1270 regra ; 1270 1 exceo
e 1270 2 - exceo da exceo (evita o enriquecimento sem causa, tendo no entanto que
indenizar o proprietrio da matria prima) .
AULA 14 24/07/2002
3 Enfiteuse A enfiteuse um direito realde uso e gozo sobre coisa alheia; todavia,
em tal direito real, tambm h atos de disposio (limitados)
Natureza Jurdica: Direito mais amplo que existe entre os direitos sobre coisa
alheia, pois traz poderes de disposio, ainda que limitada, sendo por isso quase to ampla
quanto a propriedade. O enfiteuta pode alienar sua enfiteuse para terceiros.
Ratio legis: desenvolver reas novas. A enfiteuse possvel em terrenos com imvel
edificado quando, por exemplo, se aliena a enfiteuse.
Inter vivos: Atravs de contrato, escritura pblica que ser levada a registro.
56
mas do domnio til. A enfiteuse j existe, havendo modificao do titular do domnio til.
uma forma originria de aquisio do domnio til. No caso, seria como se no tivesse existido
enfiteuta anteriormente. No caso do bem pblico por exemplo, no se d o usucapio deste, que
a enfiteuse, mas do domnio til.
Washington de Barros Monteiro entende que existe possibilidade de usucapio no
domnio direto, nas hipteses em que o sujeito tem atitudes de senhorio direto, como cobrar o
foro anual. Porm, esta possibilidade apenas terica, eis que esbarraria sempre na m-f.
evento morte. O professor entende que, ao comear a vigorar o novo cdigo, esta parte do
testamento perderia eficcia. A priori, seria aplicada a regra tempus regit actum, mas se trata de
mera expectativa.
Vale lembrar que o NCC no acabou com o instituto da enfiteuse, pois as que existem
no sofrero modificaes, somente, ao morrerem os enfiteutas, esta no persistir, pois este
instituto no est previsto no CC 2002.
Objeto da enfiteuse:
Base legal 680 CC ratio legis promover o desenvolvimento de rea improdutiva,
seja porque no edificada ou por no ser cultivada.
Prova da PGE Pode haver contrato de enfiteuse com prazo determinado?
No, o contrato de enfiteuse perptuo. O contrato vlido, mas ser regido como se
fosse um arrendamento, seja rural ou urbano (art 679 CC). A perpetuidade caracterstica
principal do instituto, decorrendo da o fato de se transmitir pelo evento morte.
Alienao da enfiteuse:
Tanto o enfiteuta quanto o senhorio direto podem alienar a enfiteuse, sendo certo que
existe o direito de preferncia que exerce o domnio, direto no caso do enfiteuta alienar e til no
caso do alienante ser o senhorio direto.
A) Preferncia em proveito do senhorio direto (artigo 683 CC) Se a hiptese for de
doaono se aplica a preferncia. este direito potestativo do senhorio direto ocorrer somente
em atos onerosos, inclusive na hasta pblica, sendo a preferncia, neste caso, exercida aps a
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arrematao do bem, quando o senhorio ter um prazo para exercer a preferncia, adjucando o
bem para si. Para iste, ele deve cobrir a proposta.
O direito em tela potestativo, cujo o prazo para seu exerccio ser decadencial, de 30
dias.
B) Preferncia em proveito do enfiteuta (artigo 684 CC) mesmo raciocnio quando
quem quer alienar o senhorio direto.
* Pode haver ou no a incidncia do laudmio (artigo 686 CC). Este apresenta
natureza de obrigao propter rem, correspondendo a indenizao a ser paga ao senhorio direto
quando o mesmo no exerce a preferncia; isso na hiptese de alienao pelo enfiteuta. Se o
senhorio direto exerce o direito de preferncia no existe necessidade de se incidir o
laudmio.
Caio Mrio contra, pois s incidiria este na alienao voluntria, voluntariedade esta
que no esta presente na desapropriao. Porm, Washington de Barros Monteiro, com respaldo
em posio do STF entende que incide o laudmio, mesmo porque, na hasta pblica a alienao
tambm forada e este cabe, ficando a cargo do vendedor.
Causas extintivas da enfiteuse artigos 692 e 693 CC Direito de resgate da
enfiteuse.
Conceito:
Marco Aurlio Bezerra Melo o define como sendo direito real sobre coisa alheia imvel
que permite o desdobramento dos poderes inerentes a propriedade, onde o superficirio
exercer poderes de uso e fruio em relao as obras e plantaes realizadas na propriedade do
funcieiro (concedente). Anote-se que a explorao do subsolo no faz parte da concesso,
devendo antes de se fazer tal concesso consultar a Unio, sob pena da no produo dos
efeitos desejados pelos contratantes.
O instituto est ligado a autonomia de vontade, sendo que sua constituio depende de
contrato formal por instrumento pblico, sendo que, para produzir efeitos dos direitos reais
sobre bens imveis torna-se indispensvel o registro do contrato no respectivo cartrio
imobilirio.
Sujeitos:
Quem exerce a posse direta, explora o bem o superficirio ou concessionrio. O titular
do imvel chama-se fundieiro ou concedente.
Superfcie X Enfiteuse:
1 A superfcie temporria enquanto a enfiteuse perptua (estabelecer um tempo
absurdamente alto seria fraude a lei. Alguns entendem que o prazo mximo seria aquele
estabelecido no usufruto, ou seja, 100 anos.);
2 A superfcie pode recair em qualquer rea, edificada ou no; j a enfiteuse, a rigor,
s poder existir sobre imveis no edificados ou no cultivados (imveis no produtivos);
3 Na superfcie no h incidncia do laudemio, ao contrrio da enfiteuse;
4 Na superfcie temos a incidncia do solarium, que o equivalente ao foro anual da
enfiteuse, s mudando o termo.
5 A superfcie no precisa ser onerosa, pode ser gratuita. A enfiteuse sempre
onerosa.
6 A superfcie no admite resgate, enquanto a enfiteuse admite, estando prevista a
possibilidade no artigo 693 CC.
AULA 15 31/07/2002
Servides de Passagem o direito real de uso e fruio sobre a coisa alheia. No
houve alteraes em relao ao novo cdigo. O instituto est previsto no artigo 695 CC e 1378
NCC.
Trata-se as servides de uma gama de restries impostas a um prdio em proveito de
outro, sendo o prdio que sofre as restries chamado de prdio serviente, ao passo que o que
impe a servido chamado de dominante.
Sua finalidade principal tornar a propriedade do dono do imvel dominante mais
agradvel ou mais condizente com sua destinao natural, o que importar em um nus para o
proprietrio do prdio serviente.
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5) A servido no se presume. Sua base est no artigo 1385 NCC e no 696 CC. O
proprietrio do prdio dominante deve provar que existe a servido pelo prazo de 20 anos se
deseja usucap-la. Desse princpio decorrem trs conseqncias:
A primeira que ela deve ser sempre comprovada, cabendo esse nus ao que alega ser
titular da servido.
A segunda que a servido uma limitao ao direito de propriedade, e, por isso, sua
interpretao deve ser sempre restritiva, para que esta no seja mais restringida ainda.
61
Por ltimo, temos que o exerccio da servido deve ser o menos oneroso possvel. O
tamanho dela ser sempre o menos oneroso possvel. No caso de ser uma servido para trnsito
de pessoas, ela ter o tamanho suficiente para que esta passe. Se for uma servido para a
passagem de automveis, em geral, ser levado em conta o automvel mdio, pois se trata de
mera questo de comodidade, uma vez que o imvel dominante j tem acesso a via pblica.
6) Princpio da indivisibilidade; artigo 1386 NCC As servides prediais so
indivisveis, e subsistem, no caso de diviso dos imveis, em benefcio de cada uma das pores
do prdio dominante, e continuam a gravar cada uma das do prdio serviente, salvo se, por
natureza, ou destino, s se aplicarem a certa parte de um ou de outro. No caso de sucesso,
no poder haver diviso entre os herdeiros, eles sero igualmente donos de toda servido.
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a) Negcio Jurdico, geralmente um contrato, que deve ser levado a registro para que se
aperfeioe, produzindo efeito erga omnes. Dever ser feita a escritura pblica se o valor do
imvel (servido) ultrapassar 30 salrios mnimos. O contrato, em geral, oneroso, mas nada
impede que seja gratuito
b) Ato de ltima vontade, o testamento, que poderia inclusive ser considerado um
negcio jurdico;
c) Usucapio Smula 415 STF servido de transito no titulada, mas tornada
permanente, sobretudo pela natureza das obras realizadas, considera-se aparente, conferindo
direito a proteo possessoria. para que ocorra a servido deve ser aparente, ou seja, deixar
marcas da posse, visto que o pressuposto bsico da prescrio a posse. Alm disso, precisa-se
satisfazer os requisitos genricos para a configurao do direito.
Remdios jurdicos:
63
Cmara Leal e Sylvio Capanema entendem que para este conflito existem duas solues.
Ou adotariamos o critrio francs ou o alemo. No francs, a prescrio que comeou a correr
fica sempre presa ao imperio da lei antiga. No caso de se adotar este critrio, o prazo de
usucapio de 20 anos ser sempre de 20 anos se comear a correr antes da mudana da lei.
Cmara Leal, no entanto, defende a adoo do BGB, o Cdigo burgus Alemo, que
determina que a lei nova sempre se aplica ao prazo prescricional no consumado. Por ele, a
partir da lei nova a prescrio ir zerar, salvo se for mais fcil alcanar a prescrio pela lei
antiga. Se, concretamente, o prazo foi diminudo de 20 para 15 anos, como no nosso novo
cdigo civil, caso j tenham sido transcorridos 15 anos, para no pegar o proprietrio de
surpresa, ser usado o prazo antigo.
Se a lei nova aumenta o prazo, este se aplicar de forma imediata, incluindo-se no prazo
novo.
Para o professor, o nosso cdigo no adota nem um sistema nem o outro. Adota sim um
sistema totalmente atpico, o sistema objetivo, que est presente no artigo 2028 Sero os da lei
anterior os prazos, quando reduzidos por este Cdigo, e se, na data de sua entrada em vigor, j
houver transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei revogada.
Se na lei antiga o prazo era de 20 anos e na lei nova de 15 anos, teremos duas
hipteses. Se transcorrido mais da metade do prazo, aplica-se a lei antiga; mas quando na lei
antiga transcorreu-se o prazo somente at a metade, no caso 10 anos, se aplica a lei nova sem
que seja ignorado o prazo transcorrido. Se passaram 10 anos e 1 dia, o usucapio ocorrer em 4
anos, 11 meses e 29 dias.
Adota ainda o novo CC, em seu artigo 2029 At dois anos aps a entrada em vigor
deste Cdigo, os prazos estabelecidos no pargrafo nico do art. 1.238 e no pargrafo nico
do art. 1.242 sero acrescidos de dois anos, qualquer que seja o tempo transcorrido na
vigncia do anterior, Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916. um periodo de carncia para os
artigos nele citados, o 1238 n. e 1242 n.
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Nesses artigos, a reduo prevista no cdigo muito grande, passando da metade; por
isso, se justifica o acrscimo de 2 anos. Na prtica, esses dois artigos sofrem uma vacatio legis
de 3 anos, ao invs do prazo de 1 ano do restante do cdigo. Entre 2003 e 2005 esses artigos
tero vigncia, mas no tero eficcia.
No que tange o artigo 1228 4, o artigo 2030 NCC prev que o prazo do artigo anterior
ser acrescido neste artigo tambm. Isso se deve pois o que est disposto neste artigo no
existia anteriormente. Ele trata de uma desapropriao privada. Para no pegar o proprietrio de
surpresa este prazo de 2 anos de carncia justifica-se nessa hiptese.
AULA 16 14/08/2002
Causas de extino judicial: com base no cdigo atual a doutrina sustenta que estariam
elencadas no 709 CC e no Novo no artigo 1388. Quem sustentaria isso seria Washington de
Barros Monteiro, porm, o inciso I do artigo se trata de renncia, e, se h renncia o interesse
de agir some. Faz-se somente uma averbao para desconstituir a servido. O pleito judicial no
s desnecessrio como existe tambm carncia de ao.
A hiptese do inciso II acaba gerando confuso entre servido de passagem e passagem
forada, mas o professor diz se tratar realmente de servido. (passagem forada obrigao
propter rem, o que faz com que no seja possvel a aquisio por usucapio. Trata-se de direito
potestativo, onde se trabalha com a sujeio de direitos.
Neste caso, o Poder Pblico cria uma via pblica, o que faz com que a servido deixe de
existir, como estabelece o atual CC. O novo generaliza as hipteses, pois sabe-se que o
elemento caracterizador das servides sua utilidade, e, em cessando esta, cessaria a servido
predial.
66
Resgate: a aquisio da servido pelo titular do prdio serviente. Ela se faz de forma
onerosa, tal como ocorre na enfiteuse ou no usufruto.
O resgate s admitido quando convencionalmente ajustado. Depende portanto de um
acordo de vontades. O prdio ser liberado do nus real por meio de um distrato que dever ser
feita pela forma exigida para o contrato. Elaborado por Escritura Pblica, esta somente ter os
efeitos esperados com o cancelamento da servido no Registro de imveis.
Ele ocorre quando o proprietrio do prdio serviente adquire a servido, ao passo que a
confuso se d quando se compra o imvel. Tecnicamente falando a confuso se daria no
campo do direito pessoal e nos direitos reais se daria a consolidao (resgate).
Supresso das obras: artigo 1389 II, A supresso das obras realizadas para possibilitar
o exerccio da servido denota uma postura contrria a continuidade dela. A lei exige no entanto
que as partes convertam em documento o desfazimento das obras, possibilitando, com este
proceder, o cancelamento da servido junto ao registro de imveis.
Desuso, abandono: artigo 1389, III. Abandono por 10 anos. um raro momento em
que o Direito Real perdido pelo simples abandono, pois ao contrrio dos direitos pessoais
onde a inrcia do indivduo gera a perda do direito, no direito real a simples inrcia no seria
suficiente para isso, devendo outros requisitos estarem presentes.
67
Usufruto:
Natureza Jurdica: Direito real sobre coisa alheia trata-se de um direito real de uso e
fruio. Ao contrrio das servides o usufruto poder recair sobre bens mveis.
Existe ainda o usufruto imprprio, onde poder ocorrer sobre bens fungveis, sendo
utilizado nesses casos as regras do contrato de mtuo.
Conceito: art 713 CC Clvis Bevilaqua o direito real conferido a uma pessoa,
durante certo tempo, que autoriza retirar da coisa alheia os frutos e utilidades. Os frutos civis
so conceituados por Marco Aurlio Bezerra de Melo como rendimentos produzidos pelas
coisas quando utilizadas por outrem, como os alugueres, a contraprestao paga pelo
superficirio ao proprietrio ou o pagamento do foro ao enfiteuta.
Quando se fala conferido a uma pessoa sabe-se que se trata de um direito real sobre
coisa alheia. Ao contrrio dos demais direitos reais, o usufruto temporrio, extingue-se com o
evento morte, vez que se trata de instituto gratuito baseado em direitos personalssimos. Desta
forma, em falecendo uma das pessoas extinguiria-se o usufruto. Autores entendem que s se
extingir se o usufruturio falecer. O falecimento do nu-proprietrio no geraria a extino do
usufruto uma vez que se trabalha com a confiana depositada no usufruturio. Trata-se de
direito vitalcio, mas para a maioria da doutrina a extino do direito s se dar com o
falecimento do usufruturio.
Quando temos pluralidade de usufruturios, o falecimento de um ocasionar aos outros
o direito de acrscimo da parte do falecido, desde que exista uma clusula de acrscimo. caso
contrrio, esta parte voltaria ao nu-proprietrio, havendo a extino desta quota-parte (artigo
1411 NCC) A clusula no se presume, ela ter que constar expressamente.
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ocorrer com o usufruto, eis que a lei nova somente modifica o prazo, no cria novas
obrigaes ou direitos.
Usufruto X Enfiteuse:
1 Quanto a extenso: o usufruto um direito real menos extenso que a enfiteuse, pois
nele no cabe a alienao, que permitida na enfiteuse. No usufruto pode haver a cesso, que
tanto poder ser onerosa quanto gratuita, sendo que esta cesso se extingir com a extino do
usufruto (artigo 1393 NCC). Na cesso o usufruturio continua sendo o titular do direito. J a
enfiteuse pode ser, segundo a doutrina, objeto de alienao quando o enfiteuta transferir o
domnio til para outra pessoa, que poder gerar a confuso, quando o senhorio direto exercer
seu direito de preferncia; o que gerar o pagamento do laudemio.
2 Quanto a perpetuidade: o usufruto no perptuo, no mximo vitalcio; j a
enfiteuse perptua. A enfiteuse temporria seia regida por normas contratuais, ou pela locao
ou por arrendamento rural, caso ocorresse o erro ao se registrar enfiteuse temporria.
3 Quanto ao objeto: o usufruto poder recair tanto sobre bens mveis quanto
imveis, j a enfiteuse somente recair sobre o bem imvel.
4 Quanto a onerosidade: o usufruto sempre gratuita ao passo que a enfiteusa ser
sempre oneroso. O direito de superfcie poderia ser oneroso ou gratuito, o que poderia vir a ser
semelhana entre os dois institutos.
Classificao do usufruto:
1 Quanto a causa: Teremos o usufruto legal e o usufruto convencional. O 1 mais
ligado ao direito de famlia, por exemplo o usufruto vidual do artigo 1611 NCC, ou o usufruto
legal dos pais sobre os bens de seus filhos (artigo 260, I, CC 1652 NCC)
O usufruto convencional derivar tanto do contrato como do testamento.
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2 Quanto ao objeto: Poder ser geral, quando se refere a uma universalidade de bens.
P.ex. em testamento deixa todos os bens para A em usufruto de B.
Pode ser particular quando se refere a um bem em espcie ou a alguns bens
especificados.
3 Quanto a extenso dos poderes: Temos o usufruto pleno quando se confere ao
usufruturio todos os poderes de uso e fruio sobre o bem.
Poder ser tambm restrito, quando somente alguns poderes de uso ou fruio so
permitidos. P.ex. quando se impe que o imvel s poder ser utilizado com fins residenciais.
4 Quanto a durao: Pode ser vitalcio ou temporrio. O primeiro at que haja a
morte do usufruturio e o segundo quando se estabelecer o prazo.
AULA 17 20/08/2002
Direitos do usufruturio:
O novo CC no prev qualquer novidade, estando estes previstos entre os artigos 1394 e
1399.
1 No artigo 1394 h uma correspondncia com o artigo 718 CC. Este artigo seria uma
norma supletiva / supletria, pois traz os principais direitos genricos do usufruturio, e de certa
forma provoca um bis in idem, pois quem usa e goza j exerce a posse direta.
O artigo determina que o usufruturio tem direito posse, uso, administrao e
percepo dos frutos. Esses direitos representam a prpria essncia do instituto.
Quanto ao direito posse, permite o desdobramento da posse em direta e indireta, sendo
o nu-proprietrio o possuidor indireto e o usufruturio o possuidor direto. esse direito que
assegura ao usufruturio a possibilidade de utilizao dos remdios possessrios em caso de
agresso.
Acerca do direito de uso sobre a coisa, este compete ao usufruturio, que poder retirar
do bem usufrudo tudo aquilo que ele puder proporcionar. P.ex. Plantar ou morar no imvel
O usufruturio ainda o administrador do bem dado em usufruto, sendo-lhe permitido
resolver qual o melhor destino a ser dado coisa. Esse direito ser perdido no entanto se o
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proprietrio exigir uma garantia para os bens sobre os quais incide o usufruto e o usufruturio
no as puder dar. Perder assim o direito de administrar em favor do proprietrio.
Por fim, fruir ou gozar significa extrair da coisa todas as vantagens e benefcios que
forem possveis, principalmente sob o ponto de vista econmico.
2 Outro direito o de invocar a proteo possessria. Por exercer a posse, o
usufruturio tem o direito de se utilizar dos interditos possessrios, como a manuteno da
posse no caso de turbao, ressaltando que nem sempre a posse injusta est contaminada pela
m-f; P.ex. indivduo compra terreno cujo dono anterior avanou a cerca, exercendo posse
clandestina no terreno do vizinho; neste caso, o comprador estaria de boa-f.
Ana Rita entende que a posse precria, ao contrrio do restante da doutrina, poder
cessar, basta que para isso haja interverso da posse (inverso do ttulo da posse / Transmutao
da causa de possuir / mudana da Natureza Jurdica da posse).
Pode entrar com reintegrao de Posse no caso de esbulho e interdito proibitrio.
Observa-se que a ao de Imisso da Posse petitria.
A ao publiciana inveno doutrinria. Ela no ao possessria, no podendo o
usufruturio entrar com a mesma. Ela especfica para obter a ao de usucapio pelo
possuidor que j preencheu todos os requisitos da usucapio quando exercia posse sobre o bem.
Todavia, o autor da ao no mais exerceria a posse direta. , enfim, a ao para declarar o
usucapio daquele eu no mais possuidor. Ao mesmo tempo ela declara usucapio inter-partes
e reivindica o bem do novo possuidor, desde que este j no esteja na posse do imvel por
tempo suficiente para que tenha ocorrido a prescrio aquisitiva, segundo ensinamento de
Nelson Nery Junior.
3 Terceiro direito do usufruturio o direito a percepo dos frutos (artigos 1394,
1396, 1397 e 1398, alm da regra geral do artigo 1214)
O 1394, como j mencionado norma supletiva. O 1395 o chamado usufruto
imprprio, pois recai em cima docrdito, direito pessoal. Usa-se e frui-se dos rendimentos
daquele ttulo de crdito. a nica hiptese em que se teria o direito real em cima de bem
incorpreo.
O 1396 trabalha com o momento em que os frutos podem ser percebidos. Os pendentes,
salvo disposio contrria, j pertencem ao usufruturio ao dar-se incio ao usufruto. Os frutos
so bens acessrios que a coisa frugfera e principal produz periodicamente sem que se destrua
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sua substncia. Quanto a origem eles podero ser naturais, industriais e civis. Quanto ao estado
podero ser pendentes, percipiendos e percebidos (colocar aula do 1 Momento).
O 1397 fala das crias dos animais que nada mais so do que frutos, sendo sempre
naturais. Marco Aurlio Bezerra de Melo entende serem as crias dos animais frutos industriais,
sendo deduzidas neste caso de usufruto como universalidade de fato. Segue-se aqui o princpio
da Res perit domino a coisa perece para o proprietrio. Se, por exemplo o nu-proprietrio d
em usufruto 100 vacas e 3 vem a falecer devido a queda de um raio, mas outras 6 estiverem
prenhas, 3 bezerros sero usados para repor os animais perdidos e os outros trs pertencero ao
usufruturio. Cabe ao usufruturio preservar a substncia da coisa, assim, se lhe foi dado em
usufruto 100 vacas, ele ter que restituir as 100, no podendo alegar a deteriorao por fora
maior ou por exerccio regular do direito. Ter que restitu-las com suas crias.
Qual o prazo numa compra e venda de semoventes que apresenta vcio redibitrio
para o ajuizamento de ao edilcia?
No atual CC o prazo de 15 dias contados da data de tradio. Entretanto, existem casos
em que 15 dias no sero suficientes para que o vcio se externe. P.ex. Uma vaca que tem uma
bactria que a impea de produzir leite e que fica 90 dias encubada. Por isso, a doutrina diz que,
para semoventes, o prazo do vcio redibitrio deve ser indicado em lei especfica, e, em no
havendo esta lei o prazo comear a correr do momento em que o defeito se externar. Isto est
no novo CC na parte de obrigaes, no artigo 445 1 e 2 e na jurisprudncia, que impe o
prazo mximo de 180 dias para que este vcio se externe e que se proponha a ao edilcia, que
gnero comportando duas espcies, a redibtria e a estimatria (quanti minoris), surgindo nas
relaes de consumo uma terceira que seria a sub-rogatria (artigo 18 CDC), sendo esta uma
subespcie da redbtria.
Obrigaes do usufruturio:
2 Obrigao: Inventariar o bem (artigo 1399 NCC). Analisar com preciso o que est
sendo dado em usufruto e qual o estado em que o objeto est sendo entregue ao usufruturio,
isto para que se possa responsabiliza-lo pela conservao da coisa (artigo 1401 NCC). Observa72
se no entanto que a norma do artigo 1399 imperfeita, no traz qualuer sano para o seu
descumprimento. Desta forma, soluciona-se da seguinte forma: se no houver inventariana
haver presuno de que os bens foram entregues em perfeito estado de conservao,
respondendo o usufruturio pelo que no for devolvido em perfeito estado, independente da
deteriorao ter sido provocada ou no por ele. Essas deterioraes a que ele responde so
somente as extraordinrias.
A cauo no compulsria, s ser dada se o nu-proprietrio assim exigir
3 Obrigao: Prestar cauo quando exigir o nu-proprietrio; essa cauo nem sempre
necessria portanto. A razo dela garantir a restituio devida do bem, em bom estado,
ressalvado o desgate natural do tempo de utilizao. Caso no ocorra a restituio devida a
cauo ser para responsabilizar patrimonialmente o usufruturio que agir de forma incorreta.
Se o usufruturio no puder prestar a cauo os bens ficaro sob gerncia do nu-proprietrio
(artigo 1401 NCC).
5 Obrigao: Arcar com as obrigaes Propter rem (artigo 1403, II, NCC). Ele
tambm dever arcar com as obrigaes que decorrem da posse do bem ou dos rendimentos da
fruio. Desta forma ser-lhe- incumbido o pagamento dos tributos sobre os bens.
2 Causa: Pela renncia (artigo 1410, I, NCC). O atual CC prev que ter fim o usufruto
pela alienao do bem pelo usufruturio ao nu-proprietrio, essa seria simplesmente a
desistncia, quando o usufruturio abrisse mo do bem dado em usufruto em favor do nuproprietrio. O novo CC mais tcnico ao eliminar a expresso alienar, pois trata-se de
renncia.
3 Causa: Pelo termo final (artigo 1410, II NCC). A chegada de uma data final prevista
para o trmino do direito tem o condo de extinguir o direito real de usufruto se a morte,
obviamente no chegar primeiro.
4 Causa: Pela cessao da causa (artigo 1410, IV, NCC). P.ex. d o imvel em
usufruto para o sobrinho freqentar curso universitrio. Ao ocorrer a colao de grau cessa a
causa do usufruto, podendo o interessado pleitear a extino do usufruto. No usufruto legal em
que os pais tem em usufruto bens dos filhos, este cessar com a aquisio da capacidade plena
do filho e ainda pela cessao da causa que deu origem ao direito.
5 Causa: Pela extino da Pessoa Jurdica (artigo 1410, III, NCC). A temporariedade
do usufruto fica assegurada pela extino da pessoa jurdica, ou, se isso no ocorrer, em um
prazo mximo de 100 anos pelo atual Cdigo ou 30 pelo novo, reputando-se como no escrita
eventual clusula que estabelea um prazo maior.
6 Causa: Pela destruio da coisa (artigo 1410, V, NCC). A destruio poder ser total
ou parcial. Se total, extinto estar o direito, entretanto, se for parcial, destaca-se que se for
retirada a qualidade de fruio da coisa ou impedir a utilizazao do bem, haver, outrossim, a
extino do instituto.
7 Causa: Pela consolidao (artigo 1410, VI, NCC). Quando o nu-proprietrio vem a
comprar o usufruto ou o usufruturio vem a comprar a nu-propriedade. O usufruto e a nupropriedade recaem em uma s pessoa. Ocorre uma hiptese de consolidao com a renncia,
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tratada anteriormente. Hiptese rara a extino do usufruto pelo casamento sob regime da
comunho universal de bens entre o proprietrio e a usufruturia.
8 Causa: Pelo Usucapio (artigo 739, VI, CC). O atual notraz esta causa, mas a
doutrina entende que cabe.
10 Causa: Pelo no-uso (artigo 1410, VIII, NCC). Da mesma forma que ocorre com as
servides, ocorreria com o usufruto. O simples fato omissivo do usufruturio geraria a perda do
direito. Por no existir um prazo definido utilizar-se-ia o prazo genrico de 10 anos previsto no
artigo 205, tendo em vista que a matria est inserida na prescrio de direitos reais.
AULA 18 21/08/2002
So institutos defasados. A habitao somente voltou a tona em razo da lei 9278 (Lei
da Unio estvel artigo 7, 1) que estabelece o Direito real de habitao sobre o bem de
convivncia da familia.
O usufruto vidual est na lei 8__71, artigo 2 e se refere a totalidade dos bens
comunicveis, ao contrrio do direito real de habitao, que recai somente sobre o bem de
residncia.
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Direito real de Uso: O uso nada mais do que um usufruto limitado, sendo que,
subsidiariamente os dispositivos referentes ao usufruto se estendem tanto ao direito real de uso
quanto de habitao. Em relao ao uso, isto est previsto no artigo 1413 NCC e com relao a
habitao no 1416 NCC.
Moraes Salles diz que embora impraticvel, caberia o usucapio, tanto no uso quanto na
habitao. A Smula 193 STJ inclusive trata do usucapio sobre a linha telefnica (Direito real
de uso). A linha telefnica um bem mvel, por isso cairia no prazo de 5 anos do usucapio
extraordinrio de bem mvel, vide artigo 126 NCC. Seria difcil vislumbrar usucapio
ordinrio, salvo nas hipteses de venda a non domino, que geraria um ttulo que seria justo.
A Smula 193 encontra-se prejudicada atualmente, pois ocorreu demasiada
desvalorizao da linha, que hoje tem um valor irrisrio para que se pleiteio o usucapio.
Ademais, se tornou uma relao de consumo.
O Direito Real de Uso gratuito assim como o usufruto. P.ex. Os bens pblicos so
inalienveis, mas admitem a concesso de uso, que nada mais que o direito real de uso. O
artigo 7 do Decreto-Lei 271/67 veio a criar a concesso de uso, que seria o contrato onde o
Poder Pblico outorgaria ao particular, sempre respeitando os interesses pblicos o uso dos
bens dominicais. O instituto assemelha-se ao direito real de superfcie, diferindo pelo fato de
que na concesso a outorga tem carter rosolutivo, revertendo-se o bem ao Poder Pblico se o
concessionrio der ao bem destinao diversa da que conste do contrato.
No caso da linha telefnica de outrora tratava-se de direito real de uso mediante contraprestao.
Ele ainda mais benfico que o usufruto, pois destina-se a suprir as necessidades do
usurio e da famlia deste. Esta famlia est no sentido lato senso, incluindo at os empregados.
A finalidade no precisa ser residencial e no d ao usurio o direito de gozo da coisa.
O artigo 1412 NCC representa o usufruto limitado, pois no se tem o direito de fruio.
Ao comentar o artigo, Marco Aurlio Bezerra de Melo diz que no estaria o usurio privado de
fruir do bem, mas apenas limitado a desfrutar dele de acordo com as necessidades da famlia,
que seriam aferidas segundo a investigao da realidade do usurio e de sua famlia.
A diferena bsica entre uso e habitao que o primeiro no necessita ser residencial,
ao passo que o segundo precisa.
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O usurio somente poder usar do bem para a finalidade que este lhe foi dado em uso.
Se deu um carro em direito real de uso para que se transporte deficiente para a fisioterapia, este
carro s poder ser utilizado para este fim.
Base legal: Artigos 1417 e 1418 Novo CC, alm dos Decretos-Lei 58/37, 745/39 e Lei
6766/79. Os artigos 1417 e 1418 tem praticamente a mesma redao dos dispositivos da
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legislao extravagante. Elas tratam da eficcia impeditiva do Direito real, alm de possibilitar
ao compromitente-comprador, atravs da adjudicao se tornar dono.
Ela pode ser feita por instrumento particular, mas devem se respeitar as hipteses em
que o artigo 108 no permite, exigindo instrumento pblico.
Este artigo 1417 NCC exige o registro, mas est defasado por ir de encontro com a
Smula 239 STJ, que dispensa o registro, e, um dos motivos, seria a dificuldade financeira, que
poderia ser suprida pela declarao de hiposuficiencia.
AULA 19 28/08/2002:
Decreto-Lei 58/37 Seria aplicvel somente aos imveis rurais, todavia, a doutrina fala
em aplic-lo tambm aos imveis urbanos, desde que no loteados, como por exemplo
apartamentos.
Lei 6766/79 Incidiria sobre imveis urbanos loteados.
Desmembramento
Espcie de parcelamento do solo urbano com Diviso fsica do bem, ficando a critrio do
maior complexidade.
Poder Municipal.
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***********
A lei 6766/79 no ab-rogou o decreto-lei 58/37, mas apenas derrogou-o no que concerne
os imveis urbanos leteados, desta forma o decreto-lei continuaria a ser aplicado no imveis
rurais e nos urbanos no loteados.
Controvrsia:
Execuo especfica da obrigao de fazer derivada do compromisso de compra e
venda; qual a modalidade especfica para a execuo? Adjudicao compulsria ou ao
de outorga de escritura?
1 Corrente STF: No mais aplicada pois o Supremo no mais o rgo
competente para apreciar o tema. Cavalieri diz ser a corrente arcaica e exagerada.
Segundo a posio do Supremo, a ao de outorga de escritura somente seria possvel
caso o compromisso de compra e venda apresentasse trs requisitos:
1 O compromisso teria que ser reduzido a instrumento pblico.
2 Registro.
3 Clusula de resoluo nas perdas e danos.
No haveria condies de obrigar o compromitente-vendedor de emitir sua vontate no
compromisso de compra e venda. O STF no admitia a possibilidade da sentena substituir a
vontade do vendedor, cerceando sua vontade.
A ao de obrigao de fazer acabava se transformando numa resciso contratual
com perdas e danos.
Duas so as crticas. A exigncia do registro e instrumento pblico daria natureza de
direito real a ao de outorga de escritura. A segunda crtica diz que a posio j estaria
ultrapassada, pois, ao contrrio do que defende, seria possvel a execuo especfica da
obrigao de fazer, podendo inclusive a sentena substituir a vontade humana.
A diferena bsica para o Supremo entre a ao de obrigao de fazer e a ao de
adjudicao compulsria que na 1 h clusula de retratabilidade com perdas e danos, j a
adjudicao seria irretratvel. Com efeito, se existisse esta clusula, em saindo a sentena, o
vencedor da demanda j seria o dono, s precisando levar a registro para que tenha eficcia
erga omnes.
2 Corrente STJ: Criticada por ser muito liberal Smula 239.
O STJ entende que tanto uma quanto outra ao no necessitam da presena do Direito
real, uma vez que seriam ambas aes de direito pessoal.
Dessa forma, as duas acabam se confundindo, no havendo mais como diferenci-las.
Elas dispensariam o registro, o instrumento pblico e a presena expressa da clusula de
retratabilidade (a clusula de irretratabilidade j se presume. O contrato celebrado para ser
cumprido pacta sunt servanda.)
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Com base na smula 239 STJ deve-se entrar direto com a ao de adjudicao
compulsria.
Compromisso de compra e venda acordo preliminar;
Promessa de compra e venda ato unilateral;
Compra e venda contrato de execuo espontnea que admite tambm execuo
especfica.
Na promessa e na compra e venda s h direito pessoal, devendo-se entrar com a ao
de obrigao de fazer. No compromisso de compra e venda estaria presente o direito real de
aquisio (ignorar neste caso o que diz o STJ). Razo pela qual caberia a adjudicao
compulsria ao invs da ao de obrigao defazer.
Essa posio acaba prevalecendo, pois para onde se vai pre-questionar.
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AULA 20 04/09/2002
Noes bsicas:
Temos basicamente duas espcies de garantia, a pessoal (ava, fiana) e as reais, atravs
de suas quatro figuras; penhor, hipoteca, alienao fiduciria e anticrese.
As garantias reais de fazem necessrias em razo da ineficcia das garantias pessoais em
determinados casos. Surgiu primeiramente pela fidcia do Direito Romano, que se difere da
atual alienao fiduciria pois a posse direta do bem no permanecia com o fiduciante, ao
contrrio do direito real de garantia, pelo qual o devedor transfere a favor do credor a
propriedade de uma coisa mvel, permanecendo ele com a posse, e colocando-se na posio de
depositrio.
A alienao fiduciria por si s no existe, trata-se de um contrato de mtuo gravado
com clusula de alienao fiduciria).
a) Os direitos reais de garantia so acessrios, direitos secundrios, uma vez que a sua
essncia garantir o adimplemento da obrigao principal. J os direitos reais de fruio so
direitos autnomos, existem por si s, recaindo sobre bens alheios (enfiteuse, superfcie...).
b) Nos direitos reais de garantia o titular no exerce fruio sobre a coisa alheia. O
credor fiducirio que sempre ser uma instituio financeira no poder usar e fruir do bem; no
caso da busca e apreenso ele no poder adjudicar o bem, dever alien-lo extra-judicialmente,
com o fruto da venda servindo para pagar a dvida do devedor. No caso do valor da venda
exceder o valor da dvida o devedor dever ser restituido da diferena. J nos direitos reais de
fruio esta est na essncia do instituto, podendo vir a ter at disposio sobre o bem, mesmo
que no seja total.
Existe uma exceo na hiptese da anticrese (artigo 1505 NCC) perceber o credor em
razo da dvida os frutos e rendimentos do bem. Usar-se- o bem paulatinamente para pagar a
dvida.
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Classificao:
Requisitos:
fosse flagrante, fosse facilmente detectvel a fraude, ou seja, existisse um conluio com o
funcionrio do DETRAN. A posio defendida por Cavalieri e tambm a defendida pelo STF.
Objetivo: O objeto sempre um bem alienvel, que possa ter circulao. Se inalienvel
no poderia ser gravado com nus real de garantia pelo simples fato de no poder ser o bem
utilizado para saldar a dvida, restando a garantia frustrada.
Segundo Caio Mrio, trs so as causas que provocam a inalienabilidade, a natural, a
legal e a convencional. O bem de famlia convencional legalmente inalienvel (artigos 70-73
CC e 1711-1715 NCC), sendo assim, enquanto persistir a clusula no poder o bem ser dado
em garantia divida.
Tambm no poder ser dado em garantia o bem pblico de uso comum do povo ou de
uso especial, enquanto afetados ao interesse pblico.
O contrato que preveja como garantia bem inalienvel absolutamente ineficaz.
Efeitos:
a) Privilgio creditrio artigo 1422 NCC 759 CC no eventual concurso creditrio o
credor com garantia real ter prioridade sobre os demais
b) Seqela Poder o credor buscar o bem onde e com quem quer que esteja. possvel
vender um bem gravado com hipoteca, mas essa acompanhar o bem, e, se o devedor principal
no salda-la poder o comprador perd-lo em face do direito de seqela do credor.
c) Excusso venda judicial do bem. Executa-se a dvida e no o direito real de
garantia.
d) Indivisibilidade os direitos reais de garantia so infracionveis. P.ex. artigo 1429
NCC, 766 CC. A coisa toda grava a dvida toda, desta forma, salvo disposio em contrrio, a
garantia no pode ser resgatada em parte.
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AULA 21 18/09/2002
e) Vencimento antecipado Ocorre quando a garantia real torna-se insuficiente. Est no
artigo 1425 NCC e 762 CC. So hipteses de vencimento antecipado:
I A deteriorizao ou desvalorizao do bem, que em conseqncia se torna
insuficiente para garantir o bem principal. A deteriorao est ligada degradao fsica do
objeto, enquanto a depreciao vem a ser a perda ou diminuio do valor econmico do bem. O
devedor poder evitar o vencimento antecipado reforando a garantia anteriormente dada.
II Se o devedor cair em insolvncia ou falir. A insolvncia encontra-se na esfera do
Direito Processual Civil, ao passo que a falncia diz respeito ao Direito Comercial, estando
regulada no Decreto-Lei 7661/45;
III Pela falta de pontualidade no pagamento das parcelas, sendo que, nem sempre o
inadimplemento do devedor acarretar no vencimento antecipado, somente se assim o contrato
estipular (caso do inciso III). O credor no ser mais obrigado a receber as prestaes se houver
previso no contrato de que o pagamento ser feito a prestao, mas se aceitar receber a
prestao que j se encontra atrasada, a obrigao que tinha sido dividida passa a ser nica,
indivisvel. Receber parcela em momento posterior a da prestao que j se encontrava em
atraso representa a renncia do direito mencionado no caput.
IV Perecimento do Objeto a destruio total do bem dado em garantia. Haver
vencimento antecipado quando o bem perece e o devedor no apresenta outro para substitu-lo.
Se o bem estiver segurado haver a substituio do bem perecido pelo valor da indenizao,
sendo por isso bastante comum que o credor condicione o emprstimo com garantia real
realizao de um contrato de seguro. Isso no representa venda casada, pois no se condiciona
que o seguro seja feito com o prprio credor, caso este exija que o seguro tenha que ser feito
com ele estariamos diante de venda casada. Neste caso, a clusula se exigindo o contrato de
seguro seria abusiva.
V Pela desapropriao do objeto da garantia real, esta acarretar a perda da
propriedade do bem que passar a pertencer ao Poder Pblico expropriante, mediante paga de
prvia e justa indenizao em dinheiro ou outorga de ttulos da dvida pblica federal se
realizada para fins de reforma agrria. No caso de estar o bem gravado com garantia real, a
divida considerar-se- vencida antecipadamente e a indenizao ser entregue ao credor at o
valor total da dvida (haver a sub-rogao da indenizao). Em se tratando de hipoteca a divida
somente ser considerada antecipadamente vencida se no houver outros bens garantindo a
obrigao.
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Todas essas hipteses configuram excees a regra de que o credor no poder exigir o
vencimento antecipado da dvida.
Pode uma terceira pessoa criar um direito real de garantia em favor de terceiro?
Sim, mas em depreciando o valor do bem ou perdendo-se o objeto sem a sua culpa no
poder o credor exigir a sub-rogao do bem ou a complementao do preo por outra garantia
(artigo 1427 NCC). Este artigo criticado pois preve que clusula expressa poder gerar esta
obrigao ao terceiro que presta a garantia sendo assim deveras lesiva para este a norma.
Alienao Fiduciria:
Natureza Jurdica: espcie de direito real de garantia sobre bem alheio. Fala-se que a
Alienao Fiduciria tambm uma espcie de negcio fiducirio; este aquele que se baseia
na confiana depositada no outro contratante (A expresso propriedade fiduciria deve-se
palavra fidcia que significa confiana, pois o devedor ao alienar fiduciariamente o bem ao
credor o faz na confiana de que ele, aps o adimplemento da obrigao devolver o bem
alienado. Marco Aurlio Bezerra de Melo pgina 203).
Duas so as espcies bsicas de negcio fiducirio, o fidecomcio (no sei como se
escreve isso) e a alienao fiduciria. Em ambos o elemento confiana fundamental; no
primeiro a confiana depositada no fiducirio aquela de que este, ao cessar o impedimento do
fideicomissrio (o mesmo com relao a isto) ir dar a ele o bem. Na alienao fiduciria o bem
fica em confiana do credor, onde uma vez quitada a dvida, a ltima parcela, este devolveria o
bem ao devedor.
A confiana no recproca. Se o credor confiasse no devedor no se justificaria o
direito real de garantia exigido.
Sujeitos: Devedor fiduciante (Quem compra o bem) e credor fiducirio (Que celebra o
emprstimo)
A alienao fiduciria vai envolver trs negcios jurdicos. A primeira invariavelmente
uma compra e venda, onde temos a relao jurdica do vendedor e comprador. O segundo, que
ocorre concomitantemente com a compra e venda o contrato de mtuo, realizado entre o
comprador e uma instituio financeira. Terceiro a alienao fiduciria, onde a instituio
exige do comprador uma garantia real.
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Caractersticas:
Controvrsias:
1 Quanto a Constitucionalidade do Decreto-Lei 911/69:
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1 Corrente: No cabe a priso civil por dvida. Trs so os argumentos desta corrente:
1 O artigo 7, item 7 do Decreto 678/93 (Decreto que trouxe ao ordenamento ptrio o
Pacto de San Jose) diz que no caber priso por dvida, salvo uma exceo que a do devedor
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Tendo sido o Pacto recepcionado em nosso ordenamento como Decreto ele busca
fundamento de validade na Constituio, assim como o Decreto-Lei 911. O STF diz que ambas
so Leis Ordinrias Federais e de fato o Pacto de san Jose seria mais nova, o que na prtica faria
com que este revogasse tacitamente aquela, pois hierarquicamente estariam no mesmo nvel
sendo conflitantes no seu contedo. Todavia, essa revogao tcita no ocorre em virtude do
artigo 2, 2 da LICC, que diz que a Lei geral (Pacto de San Jose) no pode revogar lei
especial (Decreto-Lei 911/69). Cabvel portanto a priso civil.
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2 Corrente: Sustentada pelo STF, a posio que prevalece, admite a priso civil por
dvida; seu principal argumento a Smula 619, uma vez que o pacto de San Jos configura
norma geral e a alienao fiduciria regida por norma especial.
A Constituio justamente o fundamento de validade do decreto 678/92, que trouxe o
pacto de San Jos para o ordenamento brasileiro, nela, a priso civil j vedada, salvo algumas
excees.
AULA 22 25/09/2002
Anticrese:
Caio Mrio diz ser um instituto em pleno desuso; em toda sua carreira no foi capaz de
presenciar um nico caso.
Trata-se a anticrese de um vocbulo grego (antichresis), que quer dizer uso contrrio.
o nico direito real de garantia onde o exerccio efetivo da posse direta ser exercido pelo
credor. Inverte-se o uso e gozo do bem.
Em geral o credor tem um direito eventual, mas no caso exercitar a posse de forma
efetiva. Nos outros direitos reais de garantia o que ocorre a escusso (alienao judicial do
bem). Na anticrese o credor vai usar e fruir do bem at que se opere a compensao da dvida
principal.
Com a posse direta, paulatinamente, por se tratar de um instituto oneroso, a dvida vai
sendo abatida.
O que a anticrese?
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Trata-se de direito real de garantia sobre coisa alheia, imvel, que enseja na
transferncia da posse direta ao credor que, paulatinamente ir abater o dbito com a percepo
dos frutos, periodicamente produzidos, pelo bem principal.
Marco Aurlio Bezerra Melo assim a conceitua: A anticrese um direito real de
garantia que consiste na transferncia da posse de determinado imvel para o credor a fim de
que este, percebendo os frutos gerados pela explorao do imvel v-lhos imputando nos juros
e no principal da dvida do devedor at que a mesma se extinga pelo pagamento.
Ele faz crticas ao instituto por entender que se trata de instituto obsoleto, somente
mantido por medo de romper com o passado. Para o autor, o principal problema do instituto
est no fato do devedor no manter a posse do bem, o que constitui um bice, um entrave
econmico para a circulao de riquesas, vindo a tornar ainda mais difcil a quitao da dvida.
Ademais, acrescenta o professor que no interessa ao credor ficar na posse do bem, acarretando
contra si a responsabilidade sobre o bem que lhe dado.
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Extino da Anticrese:
Pelo decurso do prazo (artigo 1423 NCC): Ela no poder durar mais de 15 anos.
Pela remio da dvida (pelo pagamento dela);
Pela remisso da dvida (pela anistia, pelo perdo da dvida);
Pela perda do objeto (que poder se dar inclusive pela desapropriao do bem).
Penhor:
Direito real de garantia que vai gravar apenas bens mveis. Tambm enseja a tradio
real do bem dado em garantia, pois o bem mvel, o que gera receio de que o devedor venha a
alienar o bem que foi dado em garantia.
A posse do bem fica com o credor pignoratcio, tal como no depsito. uma posse sem
uso ou fruio, sendo ela tal como a do depositrio, no chegando no entanto a ser o credor
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mero detentor, eis que, se o bem estiver deteriorando-se ele poder vend-lo para evitar sua
perda, ou seja, ele possui alguma disposio sobre o bem.
H um caso raro em que o credor pignoratcio poder exercer a fruio, quando o bem
dado em penhor produzir frutos, pois o credor pignoratcio poder perceber os frutos. P.ex.
Penhor rural animais semoventes se derem cria esta ser do credor, que possuidor de boaf. A produo de leite que tambm um fruto e que no desgasta o bem principal (art. 1431
n. NCC) outro exemplo...
Custdia: Responde tal como depositrio pela conservao do bem. Diz-se que o credor
pignoratcio deve zelar pela coisa com a diligncia ordinria de um bom pai de famlia na velha
dico oriunda do direito romano (bonus pater familiae).
Ressarcimento do dano causado por sua culpa: Decorre da custdia. O credor deve
indenizar o devedor, ressarc-lo dos danos causados por sua culpa. esta compensao poder ser
abatida do valor da dvida principal.
Zelar pela proteo possessria do bem dado em penhor: Com a tranferncia da
posse direta, o credor tem a obrigao de cientificar o devedor das circunstncias fticas que o
levaram a exercer a ao possessria.
Dever de restituio: Com o trmino da obrigao principal pelo adimplemento, o
credor deverestituir o bem dado em garantia com os seus frutos e acesses. A percepo dos
frutos, mesmo sendo o credor de boa-f, no se dar aps o trmino da obrigao.
Prestao de contas: quando o bem for rentvel, p.ex. penhor de ttulo de crdito (art.
1461).
Entregar ao devedor o valor que exceder a dvida: sob pena de enriquecimento
sem causa dever o credor prestar contas ao devedor, devendo entregar-lhe a importncia
conseguida na venda do bem que exceda dvida.
Espcies de Penhor:
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Penhor Mercantil;
Penhor de Veculos;
Penhor de Ttulos de Crdito (muito raro);
Penhor Legal;
Penhor Rural Agricola ou Pecurio.
Nota Final...
Infelizmente no se completou o programa. Como se pode perceber a parte de
Direitos reais de garantia foram mal e porcamente dada, sob alegao de que no cai
nunca em prova; a parte de hipoteca sequer foi lecionada. Talvez um dia eu venha a
complet-la. Faltou ainda a parte de condomnio na qual o professor destacou serem mais
importantes os seguintes temas: dissoluo do condomnio e obrigaes propter rem em
condomnio edilcio. Tambm pretendo abordar esse assunto...
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