Contestação - Genérica - Físia
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ITABAIANA – SE
Processo: 0002979-54.2023.8.25.0034
2. DO MÉRITO
a. DOS FATOS SOB A ÓTICA DA REQUERIDA
Cabe aqui levantarmos certos fatos não trazidos nesta oportunidade pela
Requerente, pois, sem o conflito de ideias, viola-se o contraditório e a ampla defesa, e torna
impossível este d. juízo praticar a função jurisdicional a qual está vinculado, tornando assim o
processo nulo.
Criar fato contra si, para depois ser indenizado, alegando afronta a sua
moral, é não a ter. Daí a análise de comportamento é essencial para inocorrência do suposto dano
moral que afligiu o autor, senão vejamos:
"O mero dissabor não pode ser alçado ao patamar do dano moral, mas
somente aquela agressão que exacerba a naturalidade dos fatos da vida,
causando fundadas aflições ou angústias no espírito de quem ela se dirige.
Recurso Especial conhecido e provido" (STJ, REsp n. 606382/MS, 4ª T., rel.
Min. CESAR ASFOR ROCHA, DJU: 17.05.2004, p. 00238).
A situação presente nos autos, por si só, não gera o direito a indenização
por danos morais, pois, nestes casos necessitam de provas.
Esta opinião, inclusive, é a mesma adotada pelo ilustre mestre Yussef Said
Cahali, em sua indispensável obra “Dano Moral”, 2ª Edição, Editora Revistas dos Tribunais, onde
está consignado que: “no plano do dano moral não basta o fato em si do acontecimento, mas, sim
a prova de sua repercussão, prejudicialmente”.
Logo, é princípio basilar de Direito Processual que ao Requerente cabe à
comprovação do fato constitutivo de seu direito, não podendo o Juízo trabalhar à base de
suposições.
É notório que o dano moral – nos casos que incidem a aplicação do CDC –
é caracterizado in re ipsa, contudo, devem ser verdadeiramente apurados nos casos concretos
quando do julgamento das demandas.
1
REsp 736.968-RJ, Rel. Min. Jorge Scartezzini, julgado em 17/5/2005.
que somente ocorre através de decisão judicial, sendo impossível quantificá-lo em momento
anterior.
Logo, para que os juros de mora tal como a correção monetária incida
apenas após a fixação do dano moral, pois, como o próprio nome já diz, os juros só podem ser
cobrados quando o devedor está em “mora”, o que, por óbvio, só ocorre a partir da fixação dos
danos morais, tal como ocorre quanto à Correção Monetária.
No presente caso isso não foi feito. O Requerente não se deu ao trabalho
de provar sequer a existência dos danos e nem de fundamentar o seu pedido.
Não juntou aos autos qualquer documento que comprove seus danos, que
comprove que realizou algum pagamento indevido.
2
in Dano Moral do Direito Brasileiro, Yussef Cahali, Editora Revista dos Tribunais, pág. 87.
Em relação ao pleito exordial de inversão do ônus da prova, este não deve
prosperar, uma vez que se trata de pedido vazio, sem qualquer fundamento ou preenchimento dos
requisitos mínimos exigidos pelo Código de Defesa do Consumidor.
Dispõe o art. 6º, inciso VIII, do CDC, que para concessão da inversão deve
ser a parte autora HIPOSSUFICIENTE e suas alegações serem VEROSSÍMEIS, o que não se vislumbra
no caso em apreço, onde o requerente não traz nenhuma prova mínima de verossimilhança dos
atos constitutivos e nem mesmo é hipossuficiente para produção de provas.
8. CONCLUSÃO
Termos em que,
Pede Deferimento.
Itabaiana, 18 de maio de 2023.