NAYARA SILVA MORAES

OBSTRUO URETRAL
EM FELINOS

RIO VERDE
2012

NAYARA SILVA MORAES

OBSTRUO URETRAL EM FELINOS

Trabalho de concluso de curso realizado sob orientao do

MSc. Murici Belo Segato e apresentado ao curso de
Especializao Lato sensu em Clnica Mdica e Cirrgica em
Pequenos Animais UCB

RIO VERDE
2012

SUMRIO

1.

INTRODUO ................................................................................................. 01

2.

REVISO DE LITERATURA ........................................................................... 01

2.1.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO TRATO URINRIO INFERIOR .................... 01

2.2.

A OBSTRUO URETRAL ............................................................................ 02

2.3.

MANIFESTAES CLNICAS ........................................................................ 03

2.3.1.

AZOTEMIA ...................................................................................................... 04

2.3.2.

UREIA .............................................................................................................. 05

2.3.3.

CREATININA ................................................................................................... 05

2.3.4.

HIPERFOSFATEMIA ....................................................................................... 05

2.3.5.

HIPERCALEMIA .............................................................................................. 05

2.4.

DIAGNSTICO ................................................................................................ 06

2.4.1.

RADIOGRAFIA ABDOMINAL ......................................................................... 07

2.5.

TRATAMENTO ................................................................................................ 07

2.5.1.

TRATAMENTO CLNICO ................................................................................ 07

2.5.1.1. A DESOBSTRUO URETRAL ..................................................................... 08

2.5.2.

TRATAMENTO CIRRGICO .......................................................................... 09

2.5.2.1. URETROSTOMIA PERINEAL ......................................................................... 10

2.5.2.2. URETROSTOMIA PR E SUBPBICA .......................................................... 10
2.5.3.

CUIDADOS APS A DESOBSTRUO ....................................................... 10

2.6.

PREVENO .................................................................................................. 11

3.

CONCLUSO .................................................................................................. 12
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................... 13

iii

1.

INTRODUO
Os gatos desempenham papel importante na histria da civilizao humana.

Sua

adaptabilidade, higiene e versatilidade tem situado o gato domstico como o animal de estimao mais
popular da atualidade, e isto talvez se justifique no mais por sua habilidade predatria, mas pela
companhia, somando-se fatores prticos como necessitar de espao menor para viver; ser mais fcil de
ser transportado; ser pouco dependente, ser limpo, entre outros. Estima-se que a populao destes
animais no Brasil seja de 16 milhes, ocupando o quarto lugar em populao de felinos domsticos do
mundo (MOURA et al, 2011).
A maior prevalncia da obstruo uretral em gatos machos justificada pela anatomia da
uretra. A interrupo do fluxo pode ser em virtude da obstruo fsica, ou tambm em virtude de
disfunes uretrais ou vesicais. Tal interrupo, independente da causa, leva a um efeito prejudicial
sobre a funo renal, fazendo com que as condutas teraputicas sejam de carter emergencial. As
metas da terapia de gatos obstrudos so a restaurao do fluxo uretral normal e a correo das
anormalidades bioqumicas e clnicas (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
A obstruo uretral na verdade um sinal clnico que demonstra que o felino portador de
alguma afeco do trato urinrio inferior, necessitando de uma investigao clnica minuciosa, para
determinar a etiologia do processo, pois diferentes causas podem estar envolvidas (CORGOZINHO;
SOUZA, 2003).
2.

REVISO BIBLIOGRFICA

2.1.

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO TRATO URINRIO INFERIOR

O sistema urogenital compreende rins, ureteres, bexiga urinria, uretra e rgos reprodutivos

do animal, e sua principal funo controlar a eliminao de dejetos e toxinas do corpo (ROSENFELD,
2009).
O sistema urinrio inferior inclui os ureteres, a bexiga e a uretra. Os ureteres so estruturas
que transportam a urina de forma ativa, desde a pelve renal at a bexiga, que por sua vez um rgo
intra-abdominal de armazenamento de urina. O tamanho, a forma e a posio da bexiga no abdome
variam de acordo com o grau de distenso da mesma. A uretra um conduto que prolonga o colo vesical
at o meato urinrio (GARCA, 1999).
A vescula urinria dividida em pice, que constitui a parte cranial, o colo, localizado entre as
junes ureterovesical e vesicouretral, e o corpo localizado entre o pice e o colo (CORGOZINHO;
SOUZA, 2003).
A uretra do gato macho larga e estreita, e pode ser dividida em partes: uretra plvica, que por
sua vez se divide em uretra pr-prosttica, uretra prosttica e uretra ps-prosttica; e uretra peniana. O
dimetro da uretra diminui em aproximadamente 50% desde a bexiga at o segmento peniano, o que de

acordo com GARCA (1999), explica porque as obstrues so mais frequentes nos segmentos distais
da uretra.
O pice e o corpo vesicais so constitudos de musculatura lisa, formando o msculo detrusor
que responsvel pelo esvaziamento vesical. A musculatura lisa no colo vesical e na uretra prprosttica forma o esfncter uretral interno. O msculo uretralis envolve a uretra ps-prosttica
constituindo o esfncter uretral externo. A uretra prosttica a regio de transio entre os dois
esfncteres (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
A uretra da gata muito mais curta e mais grossa que a do macho, e localiza-se entre o
assoalho plvico e a vagina, e termina no orifcio uretral externo, situado cranialmente no vestbulo
vaginal. O esfncter uretral interno ocupa os dois teros craniais da uretra da fmea, alm do colo
vesical, j o tero caudal da uretra est rodeado por msculo uretral estriado, que constitui o esfncter
uretral externo (GARCA, 1999).
2.2.

OBSTRUO URETRAL
A obstruo urinria pode ocorrer tanto em ces como em gatos, afetando mais comumente os

machos. Se no tratado imediatamente, um animal obstrudo desenvolve grave acmulo de toxinas

renais, doena renal secundria e falncia renal aguda e morte (ROSENFELD, 2009).
A obstruo do lmen uretral pode ocorrer por ocluso mecnica atravs de debris no stio de
obstruo, denominada de obstruo intramural; por ocluso anatmica por leso no stio de obstruo,
podendo ser mural ou extramural; e obstruo por ocluso funcional. As causas de obstruo uretral so
classificadas de primria, perpetuante e iatrognica (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
As

principais

causas

de

afeces

intramurais

compreendem

os

tampes

uretrais

(mucoprotenas ou cristais, cogulos, restos teciduais, corpo estranho), os urlitos e as neoplasias. J as

causas de afeces murais ou extramurais mais frequentes incluem estenoses por edema e fibrose, e
em menor frequncia neoplasias e leses na glndula prosttica. A obstruo urinria funcional tem
como causas comumente relatadas o espasmo uretral, o dissinergismo reflexo e o dissinergismo do
esfncter do msculo detrusor (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
A obstruo uretral um sinal clnico comum da Doena do Trato Urinrio Inferior dos Felinos
(DTUIF) e, associada com outras alteraes, leva o animal dificuldade ou incapacidade de urinar e, em
casos mais graves, pode causar a morte do animal. mais frequente em felinos machos e pode ter
origem mecnica ou funcional. Os tampes mucoproteinceos e urlitos so as duas causas mais
comuns da obstruo uretral (LIRA et al, 2012).
A urolitase pode ser primria, forma predominante felina, ou pode ser secundria, causada por
infeces bacterianas da bexiga. Em ambos os casos os cristais formados obstruem o fluxo de sada
urinria, causando aumento de volume da bexiga e um fluxo de retorno de urina para os rins, o que pode
diminuir gravemente a funo renal ou lesion-la de forma permanente (ROSENFELD, 2009).

Fatores como alimentao, obesidade, diminuio da frequncia e volume urinrio, castrao,

pouca atividade fsica, enfermidades e estresse podem influenciar na formao dos tampes e urlitos
(CARIELI et al, 2011).
O perfil do animal afetado pela obstruo urinria de felino macho, castrado, de dois a sete
anos de idade, obeso, que consome rao seca e ingere pouca gua, sendo mais comum em raas
mestias. A prevalncia maior nos casos em gatos que convivem em casa com outros gatos (CARIELI
et al, 2011).
2.3.

MANIFESTAES CLNICAS
O problema pode comear subitamente com aumento da mico, vocalizao ao urinar, ato de

urinar fora da caixa e asperso de urina. A urina pode apresentar-se tingida de sangue ou com colorao
amarronzada. Algumas vezes os animais se tornam agudamente obstrudos, gravemente deprimidos,
desidratados e com vmitos devido azotemia aguda (ROSENFELD, 2009).
Em gatos machos com obstruo do trato urinrio, os sinais clnicos dependem do tempo de
durao da obstruo. Nas primeiras 6 a 24 horas, a maioria dos gatos obstrudos faz tentativas
frequentes de urinar, altera o andar, vocaliza, esconde-se debaixo de camas ou atrs de sofs, lambe a
genitlia, demonstrando ansiedade (NELSON; COUTO, 2006).
A urina retida na bexiga ocasiona uma presso retrgrada aos ureteres e rins, logo, ocorre
alterao na filtrao e no fluxo sanguneo renal e alterao na funo tubular renal. Se a obstruo no
for aliviada em 36 a 48 horas, os sinais clnicos caractersticos de azotemia ps-renal, incluindo anorexia,
vmitos, desidratao, depresso, fraqueza, colapso, estupor, hipotermia, acidose com hiperventilao
ou bradicardia podem ser observados. Tambm pode ocorrer a morte sbita (CORGOZINHO; SOUZA,
2003).
A obstruo uretral, seja funcional ou anatmica, causa geralmente polaciria, disria e/ou
estrangria, com reduo ou ausncia do fluxo urinrio. A sonda uretral poder ser passada com relativa
facilidade em pacientes com obstruo funcional, enquanto na obstruo anatmica h crepitao,
dificuldade na passagem ou impossibilidade na passagem do cateter. Se houver obstruo uretral
completa, deve-se avaliar a magnitude da azotemia ps-renal e da hipercalemia. A hipercalemia pode
causar arritmias com risco de vida e deve ser imediatamente tratada (NELSON; COUTO, 2006).
O gato obstrudo sempre reage palpao do abdome caudal, a menos que ele esteja
evidentemente deprimido ou comatoso. O sinal clnico mais significativo ao exame fsico em um gato
obstrudo a bexiga trgida e distendida, de difcil compresso ou impossvel de ser comprimida. Devese ter cuidado na manipulao da bexiga distendida, pois a parede vesical j foi lesada pela maior
presso intravesical e susceptvel ruptura. Em um felino macho com obstruo uretral, o pnis pode
estar congesto e fora do prepcio. Ocasionalmente, observa-se tampo uretral saindo do orifcio uretral
e, em alguns casos, o gato pode lamber o pnis, causando escoriaes e sangramento (NELSON;
COUTO, 2006).

2.3.1.

AZOTEMIA
A azotemia definida como o acmulo de toxinas dentro da circulao sangunea, sendo

caracterizada como um aumento na ureia e creatinina (ROSENFELD, 2009).

Uma anormalidade laboratorial de azotemia indica reteno de resduos nitrogenados. As
causas da azotemia so classificadas como pr-renal, renal e ps-renal, dependendo da localizao da
leso ou da anormalidade que limita a funo renal (FORRESTER; LEES, 1998).
As azotemias pr-renal e ps-renal so causadas por uma incapacidade do corpo de eliminar
as toxinas devido a outras doenas sistmicas acometendo a filtrao glomerular (ROSENFELD, 2009).
A azotemia ps-renal geralmente causada por uma obstruo ao fluxo urinrio ou ruptura do
trato urinrio. Na azotemia ps-renal os rins esto inicialmente normais; entretanto, a densidade urinria
varia de acordo com o grau de hidratao do animal (NELSON; COUTO, 2006).
Na azotemia ps-renal, existe uma elevao nas enzimas renais devido a uma obstruo do
fluxo de sada da urina distal aos rins. Isso causa um fluxo retrgrado da urina para os rins, o qual, em
seguida, produz um fluxo de volta de toxinas. O melhor exemplo uma obstruo do trato urinrio
inferior de felinos. As enzimas renais podem estar gravemente elevadas; porm, a gravidade especfica
urinria tende a ser alta. Tambm com essa obstruo aguda, os nveis sricos de potssio podem estar
muito altos e potencialmente perigosos. Em geral, uma vez que o animal esteja desobstrudo e a
reidratao com lquidos seja feita, a azotemia pode ser dissipada. Porm, o acmulo retrgrado da
presso urinria pode produzir uma doena renal permanente, se a obstruo permanecer por tempo
suficiente (ROSENFELD, 2009).
As causas da azotemia ps-renal incluem urolitase; tampes uretrais; neoplasia; outras leses
de ocupao de espao; deslocamento ou encarceramento vesical (por exemplo, em uma hrnia); e
ruptura ou perfurao traumtica (FORRESTER; LEES, 1998).
Animais com azotemia aguda podem apresentar ulceraes orais e halitose devido aos graves
nveis de amnia sangunea (ROSENFELD, 2009).
A azotemia ps-renal geralmente responde a uma correo da causa subjacente, embora uma
obstruo prolongada possa causar danos renais irreversveis. As consequncias clnicas e
patofisiolgicas de obstruo abrupta e completa do trato urinrio so semelhantes s da Insuficincia
Renal Aguda (FORRESTER; LEES, 1998).
Alm da azotemia, esto presentes a acidose metablica, hipercalemia, hiperfosfatemia, e
hipocalcemia ionizada. Geralmente, os gatos se apresentam normotensos, porm a hipertenso pode
estar presente (COSTA, 2009).
A interpretao das concentraes sricas de nitrognio urico e da creatinina, como
indicadores da funo renal requer o conhecimento sobre a produo e a excreo dessas substncias
(NELSON; COUTO, 2006).

2.3.2.

UREIA

A ureia sangunea uma forma de amnia conjugada produzida dentro do fgado, que
excretada pelo rim. Apesar deste composto se elevar secundariamente a um problema renal, essas
elevaes podem tambm ser observadas em animais com episdios de sangramento intestinal (por
exemplo,

ulceraes

gastrintestinais,

coagulao

intravascular

disseminada)

desidratao

(ROSENFELD, 2009).
A produo de ureia aumenta com a ingesto de dietas com alto teor protico, hemorragia do
trato gastrointestinal anterior e nos estados catablicos, que resultam na quebra de protenas
endgenas.

Como excretada principalmente pelos rins a diminuio do fluxo sanguneo renal

(causas pr-renais, tais como desidratao ou diminuio do dbito cardaco) e a diminuio da

excreo de urina (causas ps-renais, tais como obstruo uretral ou ruptura da vescula urinria), assim
como a insuficincia renal primria, resultam na diminuio da excreo de ureia (NELSON; COUTO,
2006).
2.3.3.

CREATININA
A creatinina um pequeno aminocido excretado primariamente pelos rins. Em geral, quanto

mais a filtrao glomerular est afetada, maior o nvel de creatinina (ROSENFELD, 2009).
A creatinina irreversivelmente formada pelo metabolismo no enzimtico da creatinina e da
fosfocreatinina nos msculos. Sua produo relativamente constante e proporcional massa muscular.
Uma pequena quantidade difunde-se para o lmen intestinal, e degradada por bactrias entricas e
eliminada nas fezes; entretanto a maior parte excretada nos rins (NELSON; COUTO, 2006).
Devido ao fato de a produo de creatinina ser relativamente constante, o aumento em sua
concentrao srica indicativo da diminuio da excreo renal. importante lembrar que fatores prrenais e ps-renais influenciam a funo tubular e, portanto, a excreo de creatinina (NELSON;
COUTO, 2006).
2.3.4.

HIPERFOSFATEMIA
O fsforo um eletroltico excretado pelos rins. Com a grave doena renal, ou obstruo do

fluxo de sada da urina, a eliminao pode ser muito difcil e os nveis de fsforo podem aumentar
dramaticamente (ROSENFELD, 2009).
2.3.5.

HIPERCALEMIA
Nos rins funcionando normalmente, o potssio excretado por uma bomba celular

especializada nos tbulos proximais, ao mesmo tempo em que o sdio reabsorvido (ROSENFELD,
2009).

A hipercalemia ou hipercaliemia um achado comum em animais obstrudos em virtude da

incapacidade de eliminao dos ons de potssio pela urina, sendo uma ameaa vida do paciente.
Evidencia-se, dependendo da elevao do potssio, alteraes cardacas como bradicardia, e nos casos
mais graves, paralisia atrial (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
2.4.

DIAGNSTICO
A maioria dos clientes leva os gatos machos para consulta e relatam que o animal age como se

estivesse constipado quando vai at a caixa de dejetos. Gatos machos potencialmente constipados
devem ser manipulados como em uma situao de emergncia at que possam ser avaliados por
completo (ROSENFELD, 2009).
A mico com dificuldade, incluindo esforos para urinar, ou vocalizao ao urinar, pode
sugerir doena do trato urinrio inferior ou possivelmente uma obstruo (ROSENFELD, 2009).
Em uma avaliao inicial deve ser realizada a palpao completa do abdome. Ao se avaliar o
abdome, ateno especial deve ser dada avaliao da bexiga urinria que, com a doena obstrutiva,
pode estar muito grande e dolorosa. Neste caso o animal apresenta vocalizao e bastante desconforto
palpao desta rea. Deve-se avaliar esta regio com extremo cuidado, visto que possvel haver
rompimento de uma bexiga muito distendida (ROSENFELD, 2009).
Nos felinos obstrudos deve-se adiar qualquer tentativa imediata de investigao diagnstica
nos animais que apresentam sinais clnicos de desidratao, uremia e hipercalemia, priorizando a
estabilizao das funes vitais, alm do restabelecimento do fluxo urinrio normal (CORGOZINHO;
SOUZA, 2003).
O plano diagnstico mnimo em um gato com polaciria, disria e estrangria segundo
NELSON e COUTO (2006) deve sempre incluir uma urinlise completa. Mas de acordo com
CORGOZINHO e SOUZA (2003), de um modo geral, a urinlise realizada de gatos obstrudos demonstra
uma intensa hematria, principalmente pela distenso da vescula urinria e pelo processo inflamatrio.
A cultura de urina deve ser realizada quando a urinlise for indicativa de piria ou bacteriria, alm da
hematria, e a urina deve ser colhida por cistocentese.
A avaliao laboratorial deve ser realizada em todos os gatos obstrudos, assim que possvel, e
inclui hemograma completo, bioqumica srica, glicemia, gasometria venosa e eletrlitos (potssio, sdio,
cloreto e clcio ionizado) (COSTA, 2009).
Para CORGOZINHO e SOUZA (2003) os exames radiolgicos so recomendados em
pacientes com obstruo uretral para identificar com acurcia o stio da obstruo, e tambm,
anormalidades do trato urinrio pertinente.
A avaliao da filtrao renal atravs da mensurao dos nveis de ureia e creatinina sricos
indicada nos gatos obstrudos, assim como o perfil eletroltico de potssio, fsforo e clcio ionizado,
principalmente. A reteno de fsforo secundria a obstruo uretral induz a hipocalcemia, que acentua
as alteraes cardacas causadas pela hipercalemia (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).

2.4.1.

RADIOGRAFIA ABDOMINAL
A radiografia abdominal simples auxilia e pode ajudar a identificar urlitos radiopacos

associados obstruo e/ou infeco do trato urinrio (FORRESTER; LEES, 1998).

As radiografias dos felinos na posio lateral e ventrodorsal auxiliam no diagnstico diferencial,
pois podem demonstrar a presena de alteraes nas vrtebras lombossacrais ou coccgenas, que
culminam em distrbios da mico. E a radiografia obtida dos felinos utilizando a posio ortosttica de
grande auxlio; o gato deve permanecer em posio vertical amparado pelo proprietrio durante cinco a
dez minutos, e na avaliao radiogrfica nota-se um aumento de opacidade, quando h acmulo de
cristais e debris prximos ao colo da bexiga (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
Tamanho, formato e posio da vescula urinria podem ser avaliados e qualquer
radiopacidade pode ser detectada em radiografias abdominais e ultrassonografias. Entretanto,
radiografias contrastadas retrgradas so fceis de realizar e so usadas para visualizar toda a bexiga e
sua relao com outras estruturas do abdome posterior (NELSON; COUTO, 2006).
O estudo radiolgico contrastado efetivo na identificao de clculos radiolucentes, ruptura
uretral ou vesical, estenose uretral, divertculo uracal, neoplasias e processos inflamatrios
(CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
Os procedimentos de contraste podem ajudar a identificar ruptura ou obstruo do trato urinrio
para descartar azotemia ps-renal e uremia. A urografia excretora (urograma endovenoso) melhor na
avaliao do trato urinrio superior (pelves renais e ureteres), enquanto a uretrocistografia melhor na
avaliao da bexiga e da uretra (FORRESTER; LEES, 1998).
2.5.

TRATAMENTO

2.5.1.

TRATAMENTO CLNICO
De acordo com ROSENFELD (2009) se a obstruo urinria for evidente, deve ser considerada

uma emergncia com risco de morte.

Deve-se seguir a sequncia de abordagem emergencial padro pelo ABC (A - Patncia de via
area, B - Boa respirao e C - Circulao) na abordagem primria, seguido da abordagem secundria e
cuidados definitivos. A prioridade a via area, mas, se o animal est em fibrilao ventricular devido
progresso grave da hipercalemia, por exemplo, deve-se desfibrilar primeiro e em seguida fornecer
circulao artificial e oxigenao (RABELO; SOARES; LEITE, 2011).
Segundo RABELO; SOARES; LEITE (2011) possvel observar que h uma distoro de
valores no momento da abordagem emergencial do felino obstrudo. A grande maioria dos veterinrios
ainda opta pela tentativa imediata de desobstruo, o que se entende ir contra os protocolos
internacionais de abordagem emergencial.
Os objetivos do tratamento de gatos obstrudos so a correo das alteraes sistmicas com
reposio de fludos e eletrlitos e a restaurao da permeabilidade do lmen uretral, viabilizando a
excreo urinria (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).

O tratamento emergencial consiste em cateterizao da bexiga urinria com um cateter

urinrio, que permita o fluxo normal de urina; fluidoterapia intravenosa para permitir a reidratao do
animal e aumentar o fluxo de sada da urina e antibioticoterapia (ROSENFELD, 2009).
A desobstruo deve ser realizada quando o animal no apresenta fluxo urinrio. Entretanto,
ela no deve ser considerada como tratamento definitivo e sim apenas como uma restaurao da
patncia fisiolgica da uretra. Os felinos que esto obstrudos h mais de 48 horas normalmente se
apresentam bastante debilitados e requerem tratamento para crise urmica. Independentemente da
causa, a obstruo uretral prolongada resulta em dficits hdricos que levam hipovolemia e reduo da
perfuso tecidual (COSTA, 2009).
O grau de sedao necessrio para a cateterizao uretral depende do temperamento do gato
e do seu estado fsico. A conteno fsica, com ou sem aplicao tpica de lidocana, pode ser tudo o
que necessrio em um gato gravemente prostrado. Nos felinos que requerem maior conteno, o
hidrocloreto de cetamina (1 a 2 mg/kg, intravenoso), ou tiopental sdico (1 mg/kg, intravenoso), ou
propofol (10 a 20 mg no total) pode ser usado para se obter o efeito. Baixas doses intravenosas em
geral, so suficientes para a conteno (NELSON; COUTO, 2006).
A utilizao de analgsicos fundamental na terapia de gatos apresentando polaquiria,
estrangria e disria. Os opiides so benficos, como o tartarato de butorfanol na dosagem de 0,3
mg/kg, por via oral ou via parenteral, a cada oito ou doze horas durante dois a quatro dias para alvio da
dor. Os agentes antiinflamatrios no esteroidais so utilizados para aliviar os sinais de disria em
pacientes no urmicos, tais como o cetoprofeno na dosagem de 1 mg/kg, por via oral, a cada 24 horas
durante trs a quatro dias, e o meloxicam na dosagem de 0,3 mg/kg, por via oral ou subcutnea, no
primeiro dia, seguido de 0,1 mg/kg, por via oral ou subcutneo, a cada 24 horas, durante trs a quatro
dias (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
2.5.1.1. A DESOBSTRUO URETRAL
Nos felinos com uma obstruo uretral, a relativa urgncia para aliviar a obstruo depende do
estado fsico do animal (NELSON; COUTO, 2006).
De acordo com CORGOZINHO e SOUZA (2003) os procedimentos recomendados na tentativa
de restaurao do lmen uretral em um gato macho obstrudo seguem uma ordem de prioridade:
Massagem suave da uretra peniana: ajuda a desalojar e fragmentar os tampes localizados na uretra
peniana; Compresso manual da Bexiga: uma presso intraluminal gerada pode ser suficiente para
deslocar precipitados uretrais; Cistocentese: recomendada a descompresso da bexiga por meio de
cistocentese quando esta se encontra superdistendida, propiciando alvio temporrio dos possveis
efeitos adversos da uretropatia obstrutiva, e facilita o desalojamento do material obstrutor para o lmen
vesical alm de diminuir a chance de ruptura da bexiga durante a sondagem e propiciar uma amostra de
urina no contaminada para cultura e antibiograma; Desobstruo do lmen uretral por propulso
hdrica: essa tcnica deve ser realizada com manobras delicadas para evitar traumatismos adicionais
uretra. As solues de irrigao so utilizadas com o intuito de dissolver o material obstrutor ou empurrlo para o interior da vescula urinria.

Os gatos alertas e no azotmicos podem ser sedados para cateterizao uretral sem nenhum
teste diagnstico ou tratamento; entretanto em um felino prostrado com obstruo uretral, a
concentrao srica de potssio deve ser mensurada na clnica ou um eletrocardiograma deve ser
avaliado para determinar o grau de hipercalemia, e um cateter intravenoso deve ser colocado para
administrao de soluo salina normal antes de se estabelecer a patncia uretral. Se for confirmada a
hipercalemia, o felino deve ser tratado intensivamente para diminuir as concentraes sricas de
potssio e minimizar os efeitos da hipercalemia sobre a conduo cardaca (NELSON; COUTO, 2006).
Segundo COSTA (2009), a desobstruo uretral deve ser realizada com cateter rgido de
polipropileno apropriado para o dimetro uretral dos felinos. Nesse procedimento, introduz-se apenas a
poro inicial da sonda no incio da uretra peniana e faz-se a injeo de soluo fisiolgica salina.
Porm, de acordo com LIRA et al (2012), sondas de polipropileno so bastante irritantes na uretra,
favorecendo aos traumas, sendo mais indicado o emprego de sonda de Teflon ou silicone.
O que desobstrui a uretra no a sonda, e sim o fluxo contnuo e vigoroso da soluo salina.
A introduo forada do cateter pode causar trauma, com posterior estenose ou ruptura da parede
uretral (COSTA, 2009).
O cateterismo, se executado de forma inadequada ou com material inadequado, pode causar
traumas, estreitamento da uretra e inflamaes, podendo haver laceraes peniana e uretral, com
consequente extravasamento de urina pelos tecidos subcutneos e at necrose peniana (LIRA, 2012).
As solues de irrigao podem ser efetivas quando a obstruo mecnica intraluminal para
deslocar ou dissolver um tampo, mas no tero nenhum efeito nas leses obstrutivas por leso
localizada na parede da uretra ou funcional (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
Se a desobstruo uretral for muito difcil deve-se realizar um estudo radiogrfico do trato
urinrio inferior com o uso de contraste para pesquisar rupturas e estenoses uretrais, clculos muito
aderidos, divertculo uracal e neoplasias (COSTA, 2009).
Se os tratamentos no forem eficazes e o animal ainda estiver obstrudo, a cirurgia pode ser
necessria para limpar a obstruo (ROSENFELD, 2009).

2.5.2.

TRATAMENTO CIRRGICO

Diversas tcnicas cirrgicas para restaurao do fluxo urinrio tm sido descritas na literatura.
De acordo com CORGOZINHO e SOUZA (2003), a tcnica cirrgica mais utilizada a uretrostomia
perineal com penectomia, indicada nos casos em que h obstruo da uretra peniana, independente da
causa, e quando no possvel elimin-la atravs de procedimentos no cirrgicos. Mas ainda segundo
estes autores, nas obstrues uretrais localizadas craniais s glndulas bulbouretrais, as indicaes
cirrgicas so a uretrostomia pr ou subpbica.
A correo das alteraes metablicas e do desequilbrio hidroeletroltico fundamental na
preparao do felino para a interveno cirrgica. Repetidas cistocenteses devem ser realizadas para
manter a bexiga vazia at que sejam resolvidas as alteraes mais graves, como a hipercalemia,
acidose e a uremia (NELSON; COUTO, 2006).

Vrios protocolos de anestesia tm sido utilizados com sucesso em gatos no urmicos

candidatos uretrostomia. A medicao pr anestsica pode ser realizada com o cloridrato de
quetamina e o tartarato de butorfanol nas dosagens de 2 mg/kg e 0,4 mg/kg respectivamente, pela via
intramuscular, e o cetoprofeno administrado em uma nica aplicao na dosagem de 1 mg/kg, pela via
subcutnea. A induo e a manuteno anestsicas devem ser efetuadas com anestsicos volteis,
principalmente, com o isofluorano, cujos efeitos cardiovasculares so menores (CORGOZINHO; SOUZA,
2003).
2.5.2.1. URETROSTOMIA PERINEAL
Na uretrostomia perineal um novo estoma uretral permanente criado ao nvel da uretra
plvica que tem o dimetro trs a quatro vezes maior que a uretra peniana (CORGOZINHO; SOUZA,
2003).
Este mtodo implica na castrao do gato, e antes da cirurgia so indicadas fluidoterapia e
correo dos desequilbrios cido-bsicos e de eletrlitos. A uretrostomia perineal o procedimento de
escolha para felinos machos com repetidos episdios de bloqueio uretral em resultado de doena do
trato urinrio inferior ou urlitos uretrais (WALDRON, 2004).
Segundo WALDRON (2004), durante toda a vida o felino submetido a este procedimento
dever ser monitorado com frequncia para evitar infeco do trato urinrio e nova formao de urlitos.
As complicaes ps-cirrgicas mais frequentes so as estenoses uretrais e as infeces
urinrias recorrentes, mas tambm podem ocorrer novas urolitases, incontinncia fecal ou urinria,
hemorragias, extravasamento de urina, e deiscncia de sutura (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
2.5.2.2. URETROSTOMIA PR E SUBPBICA
A uretrostomia pr ou subpbica so indicadas em processos de estenose ou obstruo grave
na uretra plvica, e a via de acesso de ambas as tcnicas se d atravs de laparotomia retroumbilical.
(CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
Estas tcnicas so indicadas em casos de constrio uretral, neoplasia, traumatismo na uretra
plvica, uretrite granulomatosa, uretrostomia perineal mal-sucedida e defeitos cutneos perineais que
possam impedir a uretrostomia perineal. Nestas tcnicas o estoma uretral-cutneo colocado no
abdome ventrocaudal (WALDRON, 2004).
As complicaes mais frequentes nestas tcnicas so a incontinncia urinria, inflamao e
ulcerao da pele peristomal, deiscncia de suturas, e infeces urinrias (WALDRON, 2004).
2.5.3.

CUIDADOS APS A DESOBSTRUO

A diurese ps-obstrutiva abundante em gatos que estavam obstrudos por alguns dias ou que

apresentavam azotemia grave. O grau de diurese ps-obstrutiva proporcional ao grau de azotemia. Por
esse motivo a fluidoterapia com uma soluo balanceada como o ringer com lactato de sdio deve ser

10

instituda aps a desobstruo, alm da adio de potssio caso o paciente esteja hipocalmico. A
quantidade de urina produzida deve ser monitorada para que haja uma reposio adequada de fluido e o
paciente no desidrate (COSTA, 2009).
De acordo com OSBORNE (2000) citado por GALVO et al (2010), uma complicao psobstrutiva comum a vescula urinria hipotnica, assim os gatos apresentam ausncia de fluxo urinrio
ou eliminao de pouca quantidade de urina. O tratamento dos gatos apresentando atonia vesical
planejado para a manuteno de uma presso relativamente baixa no lmen da bexiga, que resulte na
restaurao do reflexo de mico normal. Para tanto, o procedimento de manter o animal sondado
durante dois ou trs dias, ajuda do restabelecimento da tonicidade muscular vesical; outra tentativa a
compresso manualmente da bexiga a cada quatro a seis horas durante dois a trs dias.
Segundo LAPPIN e BLANCO (2004), tambm citado por GALVO et al (2010), o espasmo
uretral tambm pode ocorrer, e este se caracteriza pelo no relaxamento do esfncter uretral durante a
mico e pode ser a causa (obstruo funcional) ou a complicao da patologia obstrutiva, ocorre
principalmente devido inflamao ou irritao pelo cateter ou urlito na uretra. O tratamento sugerido
a utilizao de relaxantes da musculatura da uretra, como o diazepam a cada oito horas ou conforme as
necessidades.
Para COSTA (2009), logo aps a desobstruo uretral, devem ser usados relaxantes
musculares, para diminuir o tnus da musculatura da uretra. Muitos felinos no urinam normalmente
aps a desobstruo uretral. Deve-se sempre considerar uma obstruo funcional nesses animais, que
pode ser causada por irritao uretral direta, aumento do tnus simptico devido ao estresse da
hospitalizao e procedimentos mdicos, reduo do tnus do msculo detrusor por distenso
exagerada e prolongada da vescula urinria, ou a combinao de todos esses fatores, o que varia entre
os pacientes. As complicaes da terapia de desobstruo uretral incluem trauma excessivo do pnis e
da uretra e recidiva da obstruo.
Depois de identificada o tipo da obstruo, o animal deve ser submetido a uma dieta que altere
o pH urinrio e que apresente elementos dietticos reduzidos, para ajudar a evitar nova formao de
cristais. Deve-se tambm realizar uma reavaliao regular na urina (ROSENFELD, 2009).
Em caso de urolitase a anlise do material colhido importante para detectar sua composio
com o intuito de selecionar protocolos teraputicos que promovam a dissoluo e preveno contra
formao de novos urlitos (CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
2.6.

PREVENO
essencial garantir que as situaes de estresse sejam minimizadas e que os felinos habitem

lugares com enriquecimento ambiental e disponham de uma alimentao balanceada e com controle de
minerais e de pH urinrio. Alm disso, deve-se estimular os felinos a ingerir maior quantidade de lquidos
e raes pastosas, fazer exerccios periodicamente e corrigir a obesidade e o manejo, principalmente
com relao s bandejas sanitrias (COSTA, 2009).

11

A preveno baseada no diagnstico e tratamento da doena do trato urinrio antes do

animal ficar obstrudo. Existem dietas prescritas que alteram o pH da urina, e os componentes dietticos,
que esto disponveis para prevenir recidivas, de acordo com a causa principal do problema
(ROSENFELD, 2009).
Deve-se determinar o tipo de cristal ou urlito antes de fazer recomendaes dietticas. A
acidificao da urina (seja com medicamentos ou dieta) traz benefcios significativos na preveno da
cristalria por estruvita, que mais comum em gatos com menos de 8 anos de idade. Porm a
acidificao contraindicada em presena de cristais de oxalato de clcio, que mais comum em
animais acima dos 10 anos de idade (NORSWORTHY; GRACE, 2004).
Quando h urlitos de estruvita, as dietas devem ser restritivas para magnsio, fsforo e clcio.
Para prevenir os urlitos de oxalato de clcio indicado apenas reduzir quantidade de sdio e protenas,
mas importante que no haja restrio de fsforo e magnsio. J nos casos em que esto presentes
urlitos de urato de amnio recomenda-se uma dieta alcalinizante que no contenha fgado. Para urlitos
de cistina tambm recomendada dieta alcalinizante. Porm para urlitos de fosfato de clcio, nenhuma
abordagem foi comprovadamente eficaz (NORSWORTHY, 2004).
Os gatos devem ser estimulados a ingerir gua, ofertando gua fresca, rao mida, gua do
cozimento de carnes, com propsito de aumentar o volume urinrio e dissolver os possveis solutos
(CORGOZINHO; SOUZA, 2003).
3.

CONCLUSO
A obstruo uretral uma emergncia clnica com risco de morte que, se no tratada

imediatamente, pode levar o animal a bito em um curto espao de tempo. mais comum em gatos
machos, devido conformao anatmica da uretra, mas tambm pode ocorrer em fmeas.
A principal causa das obstrues uretrais so os urlitos e tampes uretrais. O tratamento deve
ser intensivo, a fim de se evitar problemas renais e recidivas da obstruo. Algumas vezes a
desobstruo difcil e podem ser necessrias intervenes cirrgicas para remover a obstruo.
A preveno focada no diagnstico com identificao da causa, e no tratamento da doena
do trato urinrio antes do animal ficar obstrudo.

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