Apostila UNIP Eletro Pneumática

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 28

Eletro Pneumtica

Noes bsicas de Eletro Pneumtica


Introduo:

Podem-se definir a eletro Pneumtica como uma fuso entre grandezas, essenciais Automao
industrial, a eltrica e a pneumtica.

Principais elementos eletro Pneumticos.

Os componentes eltricos utilizados nos circuitos de comando so distribudos em trs


categorias:

- Elementos de entrada de sinais eltricos,


- Elementos de processamento de sinais,
- Elementos de sada de sinais eltricos.

Elementos de entrada de sinais

Os componentes de entrada de sinais eltricos so aqueles que emitem informaes ao circuito por
meio de uma ao muscular, mecnica, eltrica, eletrnica ou combinao entre elas. Entre os
elementos de entrada de sinais podemos citar as botoeiras, as chaves fim de curso, os sensores de
proximidade e os pressostatos, entre outros, todos destinados a emitir sinais para energizao ou
desenergizao do circuito ou parte dele.

Botoeiras

As botoeiras so chaves eltricas acionadas manualmente que apresentam, geralmente, um


contato aberto e outro fechado. De acordo com o tipo de sinal a ser enviado ao comando eltrico,
s botoeiras so caracterizadas como pulsadoras ou com trava.

Boto pulsador tipo cogumelo


As botoeiras pulsadoras invertem seus contatos mediante o acionamento de um boto
e, devido a ao de uma mola, retornam posio inicial quando cessa o acionamento.

Boto liso tipo pulsador


Essa botoeira possui um contato aberto e um contato fechado, sendo acionada por um
boto pulsador liso e reposicionada por mola. Enquanto o boto no for acionado, os
contatos 11 e 12 permanecem fechados, permitindo a passagem da corrente eltrica,
ao mesmo tempo em que os contatos 13 e 14 se mantm abertos, interrompendo a
passagem da corrente. Quando o boto acionado, os contatos se invertem de forma
que o fechado abre e o aberto fecha. Soltando-se o boto, os contatos voltam
posio inicial pela ao da mola de retorno.

As botoeiras com trava tambm invertem seus contatos mediante o acionamento de


um boto, entretanto, ao contrrio das botoeiras pulsadoras, permanecem acionadas e
travadas mesmo depois de cessado o acionamento.

Boto giratrio com trava


O boto do tipo cogumelo, tambm conhecido como boto
soco-trava, quando acionado, inverte os contatos da botoeira e os mantm travados.
O retorno posio inicial se faz mediante um pequeno giro do boto no sentido
horrio, o que destrava o mecanismo e aciona automaticamente os contatos de volta a
mesma situao de antes do acionamento.

Boto tipo cogumelo com trava (boto de emergncia)

Chaves fim de curso


As chaves fim de curso, assim como as botoeiras, so comutadores eltricos de
entrada de sinais, s que acionados mecanicamente. As chaves fim de curso so,
geralmente, posicionadas no decorrer do percurso de cabeotes mveis de mquinas
e equipamentos industriais, bem como das haste de cilindros hidrulicos e ou
pneumticos.

Chave fim de curso

Chave fim de curso tipo rolete

Tipos de sensores
Para especificar um sensor deve-se conhecer o material do objeto detectar. Os tipos de sensores
mais comuns so:
Magnticos So sensores que operam com campo magntico, detectam apenas magnetos.
Indutivos So sensores que operam com campo eletro-magntico, portanto detectam apenas
materiais ferromagnticos.
Capacitivos So sensores que operam com o principio de capacitncia, detectam todos
os tipos de materiais.
pticos So sensores que operam com emisso de luz, estes detectam todos os tipos
de materiais.
Ultra-snicosSo sensores que operam com emisso e reflexo de um feixe de ondas
acsticas. A sada comuta quando este feixe refletido ou interrompido pelo material a ser
detectado.
Pneumticos So sensores que se baseiam no desequilbrio da presso em uma
determinada conexo do sensor. A sada comuta quando um jato de ar atravs do mesmo
alterado pela presena de um objeto.

Sensores de proximidade
Os sensores de proximidade, assim como as chaves fim de curso, so elementos
emissores de sinais eltricos os quais so posicionados no decorrer do percurso de
cabeotes mveis de mquinas e equipamentos industriais, bem como das haste de
cilindros hidrulicos e ou pneumticos. O acionamento dos sensores, entretanto, no
dependem de contato fsico com as partes mveis dos equipamentos, basta apenas
que estas partes aproximem-se dos sensores a uma distncia que varia de acordo com
o tipo de sensor utilizado.
Existem no mercado diversos tipos de sensores de proximidade os quais devem ser
selecionados de acordo com o tipo de aplicao e do material a ser detectado. Os mais
empregados na automao de mquinas e equipamentos industriais so os sensores
capacitivos, indutivos, pticos, magnticos e ultra-snicos, alm dos sensores de
presso, volume e temperatura, muito utilizados na indstria de processos.

Basicamente, os sensores de proximidade apresentam as mesmas caractersticas de


funcionamento. Possuem dois cabos de alimentao eltrica, sendo um positivo e
outro negativo, e um cabo de sada de sinal. Estando energizados e ao se
aproximarem do material a ser detectado, os sensores emitem um sinal de sada que,
devido principalmente baixa corrente desse sinal, no podem ser utilizados para
energizar diretamente bobinas de solenides ou outros componentes eltricos que
exigem maior potncia.
Diante dessa caracterstica comum da maior parte dos sensores de proximidade,
necessria a utilizao de rels auxiliares com o objetivo de amplificar o sinal de sada
dos sensores, garantindo a correta aplicao do sinal e a integridade do equipamento.

Sensor capacitivo

Os sensores de aproximidade capacitiva registram a presena de qualquer tipo de material.


A distncia de deteco variam de 0 a 20mm, dependendo da massa do material a ser detectado
e das caractersticas determinadas pelo fabricante.

Sensor indutivo

Os sensores de proximidade indutivos so capazes de detectar apenas materiais


metlicos, a uma distncia que oscila de 0 a 2 mm, dependendo tambm do tamanho
do material a ser detectado e das caractersticas especificadas pelos diferentes fabricantes.

Sensor ptico por barreira fotoeltrica

Os sensores de proximidade pticos detectam a aproximao de qualquer tipo de


objeto, desde que este no seja transparente. A distncia de deteco varia de 0 a 100
mm, dependendo da luminosidade do ambiente. Normalmente, os sensores pticos por
barreira fotoeltrica so construdos em dois corpos distintos, sendo um emissor de luz
e outro receptor. Quando um objeto se coloca entre os dois, interrompendo a propagao da luz
entre eles, um sinal de sada ento enviado ao circuito eltrico de comando.

Sensor ptico reflexivo

Outro tipo de sensor de proximidade ptico, muito usado na automao industrial, o


do tipo reflexivo no qual emissor e receptor de luz so montados num nico corpo, o
que reduz espao e facilita sua montagem entre as partes mveis dos equipamentos
industriais. A distncia de deteco entretanto menor, considerando-se que a luz
transmitida pelo emissor deve refletir no material a ser detectado e penetrar no
receptor o qual emitir o sinal eltrico de sada.
Sensor de proximidade magntico
Desligado

Ligado
Os sensores de proximidade magnticos, como o prprio nome sugere, detectam
apenas a presena de materiais metlicos e magnticos, como no caso dos ims
permanentes. So utilizados com maior freqncia em mquinas e equipamentos
pneumticos e so montados diretamente sobre as camisas dos cilindros dotados de
mbolos magnticos. Toda vez que o mbolo magntico de um cilindro se movimenta,
ao passar pela regio da camisa onde externamente est posicionado um sensor
magntico, este sensibilizado e emite um sinal ao circuito eltrico de comando.

Elementos de processamento de sinais

Os componentes de processamento de sinais eltricos so aqueles que analisam as


informaes emitidas ao circuito pelos elementos de entrada, combinando-as entre si
para que o comando eltrico apresente o comportamento final desejado, diante dessas
informaes. Entre os elementos de processamento de sinais podemos citar os rels
auxiliares, os contatores de potncia, os rels temporizadores e os contadores, entre
outros, todos destinados a combinar os sinais para energizao ou desenergizao
dos elementos de sada.
Rels auxiliares
Os rels auxiliares so chaves eltricas de quatro ou mais contatos, acionadas por
bobinas eletromagnticas. H no mercado uma grande diversidade de tipos de rels
auxiliares que, basicamente, embora construtivamente sejam diferentes, apresentam
as mesmas caractersticas de funcionamento.

Rel auxiliar com 2 contatos abertos e 2 fechados


Este rel auxiliar, particularmente, possui 2 contatos abertos (13/14 e 43/44) e 2
fechados (21/22 e 31/32), acionados por uma bobina eletromagntica de 24 Vcc.
Quando a bobina energizada, imediatamente os contatos abertos fecham, permitindo
a passagem da corrente eltrica entre eles, enquanto que os contatos fechados abrem
interrompendo a corrente. Quando a bobina desligada, uma mola recoloca
imediatamente os contatos nas suas posies iniciais.

Alm de rels auxiliares de 2 contatos abertos (NA) e 2 contatos fechados (NF),


existem outros que apresentam o mesmo funcionamento anterior mas, com 3 contatos
NA e 1 NF.

Rel auxiliar com 3 contatos NA


e 1 NF

Rel auxiliar com contatos comutadores


Este outro tipo de rel auxiliar utiliza contatos comutadores, ao invs dos tradicionais
contatos abertos e fechados. A grande vantagem desse tipo de rel sobre os
anteriores a versatilidade do uso de seus contatos. Enquanto nos rels anteriores a
utilizao fica limitada a 2 contatos Na e 2 NF ou 3 NA e 1 NF, no rel de contatos
comutadores pode-se empregar as mesmas combinaes, alm de, se necessrio,
todos os contatos abertos ou todos fechados ou ainda qualquer outra combinao
desejada.

Rels temporizadores
Os rels temporizadores, tambm conhecidos como rels de tempo, geralmente possuem um
contato comutador acionado por uma bobina eletromagntica com retardo
na ligao ou no desligamento.

Rel temporizador com retardo na ligao

Este rel temporizador possui um contato comutador e uma bobina com retardo na
ligao, cujo tempo ajustado por meio de um potencimetro. Quando a bobina
energizada, ao contrrio dos rels auxiliares que invertem imediatamente seus
contatos, o potencimetro retarda o acionamento do contato comutador, de acordo com
o tempo nele regulado. Se o ajuste de tempo no potencimetro for, por exemplo, de 5
segundos, o temporizador aguardar esse perodo de tempo, a partir do momento em
que a bobina for energizada, e somente ento os contatos so invertidos, abrindo 11 e
12 e fechando 11 e 14. Quando a bobina desligada, o contato comutador retorna
imediatamente posio inicial. Trata-se, portanto, de um rel temporizador com
retardo na ligao.

Este outro tipo de rel temporizador apresenta retardo no desligamento. Quando sua
bobina energizada, seu contato comutador imediatamente invertido. A partir do
momento em que a bobina desligada, o perodo de tempo ajustado no potencimetro
respeitado e somente ento o contato comutador retorna posio inicial.

Rel temporizador com retardo no desligamento

Elementos de sada de sinais


Os componentes de sada de sinais eltricos so aqueles que recebem as ordens
processadas e enviadas pelo comando eltrico e, a partir delas, realizam o trabalho
final esperado do circuito. Entre os muitos elementos de sada de sinais disponveis no
mercado, os que nos interessa mais diretamente so os indicadores luminosos e
sonoros, bem como os solenides aplicados no acionamento eletromagntico de
vlvulas hidrulicas e pneumticas.
Indicadores luminosos
Os indicadores luminosos so lmpadas incandescentes ou LEDs, utilizadas na
sinalizao visual de eventos ocorridos ou prestes a ocorrer. So empregados,
geralmente, em locais de boa visibilidade que facilitem a visualizao do sinalizador.

Indicador luminoso

Indicadores sonoros
Os indicadores sonoros so campainhas, sirenes, cigarras ou buzinas, empregados na
sinalizao acstica de eventos ocorridos ou prestes a ocorrer. Ao contrrio dos
indicadores luminosos, os sonoros so utilizados, principalmente, em locais de pouca
visibilidade onde um sinalizador luminoso seria pouco eficaz.

Sinalizador sonoro
Solenides
Os solenides so bobinas eletromagnticas que, quando energizadas, geram um
campo magntico capaz de atrair elementos com caractersticas ferrosas,
comportando-se como um im permanente.

Numa eletrovlvula, hidrulica ou pneumtica, a bobina do solenide enrolada em


torno de um magneto fixo, preso carcaa da vlvula, enquanto que o magneto mvel
fixado diretamente na extremidade do carretel da vlvula. Quando uma corrente
eltrica percorre a bobina, um campo magntico gerado e atrai os magnetos, o que
empurra o carretel da vlvula na direo oposta a do solenide que foi energizado.
Dessa forma, possvel mudar a posio do carretel no interior da vlvula, por meio de
um pulso eltrico.

Em eletrovlvulas pneumticas de pequeno porte, do tipo assento, o mbolo da vlvula


o prprio magneto mvel do solenide. Quando o campo magntico gerado, em
conseqncia da energizao da bobina, o mbolo da vlvula atrado, abrindo ou
fechando diretamente as passagens do ar comprimido no interior da carcaa da
vlvula.

Solenide acionado

Circuitos eletro pneumticos


Os circuitos eletropneumticos so esquemas de comando e acionamento que representam os
componentes pneumticos, hidrulicos e eltricos empregados em mquinas e equipamento
industriais, bem como a interao entre esses elementos para se conseguir o funcionamento
desejado e os movimentos exigidos do sistema mecnico. Enquanto os circuitos pneumtico
representa o acionamento das partes mecnicas, o circuito eltrico representa a seqncia de
comando dos componentes pneumticos para que as partes mveis da mquina ou equipamento
apresentem os movimentos finais desejados.

Basicamente, existem trs mtodos de construo de circuitos eletropneumticos.

Intuitivo,
Minimizao de contatos ou seqncia mnima,
Maximizao de contatos ou cadeia estacionria.

Mtodo intuitivo
Na tcnica de elaborao de circuitos pelo mtodo intuitivo utiliza-se o mecanismo do
pensamento e do raciocnio humano na busca da soluo de uma situao-problema
apresentada. Dessa forma, pode-se obter diferentes solues para um mesmo
problema em questo, caracterstica principal do mtodo intuitivo.

Exemplos prticos de construo de circuitos eletropneumticos pelo mtodo intuitivo.

Circuito 01

Ao acionarmos um boto de comando, a haste de um cilindro pneumtico de ao


simples com retorno por mola deve avanar. Enquanto mantivermos o boto acionado,
a haste dever permanecer avanada. Ao soltarmos o boto, o cilindro deve retornar a
sua posio inicial.

Para soluo desta situao problema, o circuito pneumtico apresenta um cilindro de


ao simples com retorno por mola e uma vlvula direcional de 3/2 vias, normal
fechada, acionada eletricamente por solenide e reposicionada por mola. O circuito
eltrico de comando utiliza o contato normalmente aberto de um boto de comando
pulsador.

Circuito 02
Um cilindro pneumtico de ao dupla deve poder ser acionado de dois locais
diferentes e distantes entre si como, por exemplo, no comando de um elevador de
cargas que pode ser acionado tanto do solo como da plataforma.

Neste caso, o circuito pneumtico utiliza um cilindro de ao dupla e uma vlvula


direcional de 5/2 vias, com acionamento por servocomando eletropneumtico e retorno
por mola. importante lembrar que o acionamento por servocomando indireto, ou
seja, no o solenide quem aciona diretamente o carretel da vlvula direcional; ele
apenas abre uma passagem interna do ar comprimido que alimenta o prtico 1 da
vlvula para que esse ar, chamado de piloto pneumtico, acione o carretel e mude a
posio de comando da vlvula. O circuito eltrico, por sua vez, possui dois botes de
comando pulsadores, ligados em paralelo.

Circuito 03
Um cilindro pneumtico de ao dupla deve avanar somente quando dois botes de
comando forem acionados simultaneamente (comando bi-manual). Soltando-se
qualquer um dos dois botes de comando, o cilindro deve voltar imediatamente a sua
posio inicial.

Nesta situao, o circuito pneumtico o mesmo utilizado anteriormente, empregando


um cilindro de ao dupla e uma vlvula direcional de 5/2 vias com acionamento por
servocomando e reposicionamento por mola. Sero usados, novamente, dois botes
de comando pulsadores, s que agora ligados em srie.

Circuito 04
Um cilindro de ao dupla deve ser acionado por dois botes. Acionando-se o primeiro
boto o cilindro deve avanar e permanecer avanado mesmo que o boto seja desacionado.
O retorno deve ser comandado por meio de um pulso no segundo boto.
Existem, na verdade, quatro possibilidades de comando do cilindro, por meio de trs vlvulas
direcionais diferentes. Pode-se utilizar uma vlvula direcional de 5/2 vias acionada por dois
solenides, ou uma vlvula direcional de 5/2 vias acionada por duplo servocomando (vlvula de impulso),
ou ainda uma vlvula direcional de 5/2 vias acionada por solenide com reposicionamento por
mola.
As quatro alternativas diferentes de construo do circuito eletropneumtico sero apresentadas a
seguir:
Soluo eletropneumtica utilizando uma vlvula direcional de 5/2 vias acionada
por dois solenides, sem mola de reposio:

Empregando-se uma vlvula direcional de 5/2 vias com acionamento por dois
solenides, sem mola de reposio, basta efetuar um pulso nos botes para
comandar os movimentos de avano e retorno do cilindro, no sendo necessrio
manter os botes acionados para dar continuidade ao movimento.

Caso os dois botes S1 e S2 forem acionados simultaneamente, embora os dois


contatos normalmente abertos fecham, os dois contatos normalmente fechados
abrem e garantem que os dois solenides Y1 e Y2 permaneam desligados.
A montagem alternada dos contatos fechados dos botes, em srie com os contatos
abertos, evita que os dois solenides sejam energizados ao mesmo tempo, fato
que poderia causar a queima de um dos solenides, danificando o equipamento.
2-Soluo eletropneumtica utilizando uma vlvula direcional de 5/2 vias acionada
por duplo servocomando (vlvula de impulso):

Como na vlvula direcional com acionamento por servocomando o solenide no


movimenta diretamente o carretel, apenas abre uma passagem interna de ar
comprimido para que ele pilote a vlvula, no ocorre o risco, neste caso, da queima
de um dos solenides caso ambos sejam ligados ao mesmo tempo.

Neste tipo de vlvula, quem empurra o carretel para um lado ou para outro o prprio ar
comprimido. Portanto, se por algum motivo os solenides forem energizados simultaneamente, no
h a ao de um contra o outro e, sendo assim, o circuito eltrico torna-se simplificado, sem a
necessidade da montagem alternada dos contatos fechados dos botes, em srie com os contatos
abertos, conforme apresentado na soluo 1.

Soluo eletropneumtica utilizando uma vlvula direcional de 5/2 vias com


acionamento por servocomando e reposio por mola, com comando eltrico de
auto-reteno e comportamento de desligar dominante:

Neste caso, a vlvula direcional reposicionada por mola e no apresenta a mesma


caracterstica de memorizao da vlvula de duplo servocomando,empregada na soluo 2.
Sendo assim, para que se possa avanar ou retornar a haste do cilindro com um nico pulso, sem
manter os botes de comando acionados, necessrio utilizar um rel auxiliar no comando eltrico
para manter o solenide Y1 ligado, mesmo que o boto S1 seja desacionado.

O circuito eltrico utilizado nesta soluo 3 chamado de comando de autoreteno com comportamento de desligar dominante porque, se os dois botes de
comando S1 e S2 forem acionados ao mesmo tempo, o rel K1 permanece
desligado pelo contato do boto de comando S2. Podemos dizer que, neste caso, o
boto S2 tem prioridade sobre S1 pois, se ambos forem acionados
simultaneamente, prevalece como dominante a condio de desligar do contato
fechado do boto de comando S2.

Mtodo de maximizao de contatos (seqncia mxima)

O mtodo de maximizao de contatos, tambm conhecido como mtodo passo a


passo ou cadeia estacionria, ao contrrio do mtodo cascata, no apresenta a
caracterstica de reduzir o nmero de rels auxiliares utilizados no comando eltrico.
Em compensao, pode ser aplicado com segurana em todo e qualquer circuito
seqencial eletropneumtico, no importando se as vlvulas direcionais de comando
so acionadas por simples ou duplo solenide ou servocomando.
A grande vantagem que o comando em cadeia estacionria leva sobre os demais
mtodos de construo de circuitos eltricos a total segurana na emisso dos sinais
enviados pelos componentes de entrada, tais como botoeiras, chaves fim de curso e
sensores de proximidade. No comando passo a passo, se um elemento de sinal, seja
ele um boto, sensor ou chave fim de curso, for acionado fora de hora, acidentalmente
ou mesmo propositadamente, esse componente no pode interferir no circuito pois
cada acionamento depende da ocorrncia do acionamento anterior. Isso significa que o
prximo movimento de uma seqncia de comando s ocorre, depois da confirmao
do movimento anterior ter ocorrido. Dessa forma, a cadeia estacionria evita totalmente
as sobreposies de sinais, tpicas das seqncias indiretas, alm de garantir que os
movimentos de avano e retorno dos cilindros pneumticos obedeam rigorosamente
seqncia de comando, passo a passo.
De acordo com o que foi estudado no mtodo cascata, a seqncia de movimentos era
dividida em setores secundrios que poderiam apresentar dois ou mais movimentos,
desde que as letras no se repetissem, ou seja, cada cilindro poderia se movimentar
uma nica vez dentro do setor, sem importar o nmero de cilindros a se movimentar.

J na cadeia estacionria, cada setor poder comandar um nico movimento de um


nico cilindro, isto , como cada letra da seqncia representa um cilindro, o nmero
de divises ser igual ao nmero de letras existentes na seqncia. Assim, numa seqncia com
dois cilindros que avanam e retornam uma nica vez durante um ciclo,teramos quatro
movimentos e, portanto, quatro setores ou quatro passos.
Vamos tomar como exemplo, novamente, a seguinte seqncia de movimentos para
dois cilindros:

Uma vez identificada que a seqncia indireta e, feita a opo pela construo do
circuito eltrico de comando pelo mtodo passo a passo, o primeira etapa dividir a
seqncia em setores que determinaro o nmero de rels auxiliares a serem
utilizados. O nmero de rels corresponde sempre ao nmero de setores ou passos de
movimento, mais um.
No mtodo passo a passo, para dividir uma seqncia em setores ou passos deve-se
escrever a seqncia de forma abreviada e, em seguida, cort-la com traos verticais
em cada letra, da esquerda para a direita, no importando os sinais de ( + ) ou ( - ).
Finalmente, o nmero de subdivises provocadas pelos traos verticais igual ao
nmero de passos que a cadeia estacionria deve comandar. Eis alguns exemplos:

Nestes dois casos, os traos subdividem a seqncia em quatro partes, determinando


quatro passos de comando.

Nestas seqncias, os traos determinam seis subdivises que definem seis passos de
comando.
A segunda etapa, na construo do circuito de comando pelo mtodo passo a passo,
consiste em desenhar o circuito eltrico de comando propriamente dito, tendo por
referncia as seguintes orientaes:
1- Cada elemento de sinal, seja ele um boto, chave fim de curso ou sensor de
proximidade, dever energizar sempre um rel auxiliar, temporizador ou contador e
nunca diretamente um solenide;
2- Cada elemento de sinal, seja ele um boto, chave fim de curso ou sensor de
proximidade, dever energizar sempre um rel auxiliar, temporizador ou contador e
nunca diretamente um solenide;
3- Cada rel auxiliar da cadeia estacionria deve realizar trs funes distintas: efetuar
sua auto-reteno, habilitar o prximo rel a ser energizado e realizar a ligao e
ou o desligamento dos solenides, de acordo com a seqncia de movimentos;
4- Habilitar o prximo rel significa que o rel seguinte somente poder ser energizado
se o anterior j estiver ligado;
5- A medida em que os movimentos da seqncia vo sendo realizados, os rels so
ligados e mantidos um a um;
6- O final do ltimo movimento da seqncia dever ativar um ltimo rel o qual no
ter auto-reteno e dever desligar o primeiro rel da cadeia estacionria;
7- Como a regra fazer com que o rel anterior habilite o seguinte, quando o ltimo
rel da cadeia desliga o primeiro, este desliga o segundo, que desliga o terceiro e,
assim, sucessivamente, at que todos sejam desligados;
8- O nmero de rels auxiliares a serem utilizados na cadeia estacionria igual ao
nmero de movimentos da seqncia + 1;

9- Movimentos simultneos de dois cilindros em uma seqncia de comando devem


ser considerados dentro de um mesmo passo e, portanto, necessitaro de apenas
um rel para esses movimentos;
10-Quando um cilindro realiza mais do que dois movimentos dentro de um mesmo
ciclo, as chaves fim de curso ou sensores por ele acionados devero estar fora da
cadeia estacionria, acionando rels auxiliares avulsos cujos contatos sero
aproveitados na cadeia, no local onde seriam colocados os elementos emissores
de sinais.
Sero apresentados, a seguir, uma srie de circuitos eletropneumticos e eletrohidrulicos seqenciais nos quais as orientaes mencionadas acima sero detalhadas
e exemplificadas. Os circuitos eltricos de comando sero elaborados utilizando o
mtodo passo a passo em duas situaes: para vlvulas direcionais acionadas por
servocomando e com reposio por mola, assim como para vlvulas do tipo memria
com duplo servocomando.

Seqncia de Movimentos Mtodo da Cadeia Estacionria


1. Construir o circuito utilizando o Programa Fluid Sim.

S2

Y1

S4

4
Y2

S1

Y3
5

3
1

S3

2.Execute a seguinte seqncia de movimentos:


S2

Y1

S4

4
Y2

S1

Y3
5

3
1

S3

Referncias

FESTO DIDACTIC ; SENAI-DN. Mdulo Instrucional de Introduo Pneumtica CBS Coleo Bsica SENAI. 2. ed, 1979.
ISO 1219-1. Fluid Power Systems and Components - Graphic Symbols and Circuit
Diagrams. International Organization For Standardization. 1991.
MANNESMANN REXROTH. Hidrulica - Princpios Bsicos e Componentes da
Tecnologia dos Fluidos. RP 00290/11.94, 1991. (Treinamento Hidrulico. v. 1)
MANNESMANN REXROTH. Tecnologia das Vlvulas Proporcionais e
Servovlvulas. RP 00303/01.86, 1987. (Treinamento Hidrulico. v. 2)
SENAI-SP. Tcnicas de comando pneumtico. Por Ilo da Silva Moreira. So Paulo,
1991. (Srie Tecnologia Industrial 3)
SENAI-SP. Circuitos lgicos pneumticos. Por Ilo da Silva Moreira.. So Paulo,
1991. (Srie Tecnologia Industrial 4)
CNI-SENAI ; SENAI-SP Ncleo de Automao Hidrulica e Pneumtica. Tecnologia
Eletro-Hidrulica. Por Ilo da Silva Moreira. Mdia Eletrnica. So Paulo, 1999.
CNI-SENAI ; SENAI-SP Ncleo de Automao Hidrulica e Pneumtica. Tecnologia
Eletropneumtica. Por Ilo da Silva Moreira. Mdia Eletrnica. So Paulo, 1999.
CNI-SENAI ; SENAI-SP Ncleo de Automao Hidrulica e Pneumtica. Tecnologia
do Vcuo. Por Ilo da Silva Moreira. Mdia Eletrnica. So Paulo, 1999.
PARKER HANNIFIN IND.COM.LTDA. Tecnologia Eletropneumtica Industrial.
Outubro de 2002.

Você também pode gostar