Diccioinario Do Theatro Portuguez
Diccioinario Do Theatro Portuguez
Diccioinario Do Theatro Portuguez
^-'''
-*'-^-.-.--
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''1
'
/'
DICCIONARIO
DO
Theatro Portuguez
W
r
SOUSA BASTOS
DICCIONARIO
HO
Theatro Portuguez
OBRA PROFUSAMENTE ILLUSTRADA
LISBOA
Imprensa Libanio da Silva
2<j,
PM
A' .MEMORIA
difficil e
ao mesmo tempo
Punge-me a saudade do teu convivia, notabilissimo archora ainda a scena portuguesa a lua perda irreparvel. S abenoado por todos ns!
tista;
Sousa Bastos
s DUAS PALAVRAS
Isto
no
mesmo
uma obra
litteraria
nem
pretenciosa.
No o po-
deria
ser,
d'elle
So rarssimos
mesmo
em
que
difficil
que os mestres
se
Se
com
este trabalho
am-me ao qienos
no consegui os meus
fins,
agrade-
as boas intenes.
6'.
B.
DICCIOiNARIO
DO THEATRO PORTUGUEZ
culo est completamente cheia, sem que n'ella caiba mais uma nica pessoa, diz-se que
est a abarrotar.
E' mu indicio sempre que
Abatimento
um theatro soffre abatimento nos preos dos
seus logares, pois que manifesta falta de concorrncia. O abatimento costuma fazer- se
aos assignants de certo numero de recitas.
Musica executada pela orchesAbertura
tra antes de subir o panno. V. Symphonia.
Abono
faz a
qualquer
empregam
de assignatura.
um; 5.
3,
Alberto a
senta se a 3; =^
successivamente.
Diz-se de um bom artista
Abrilhantar
que vae tomar parte n'um espectculo, que
vae abrilhantar o espectculo. O mesmo se
pde dizer de qualquer pea ou de qualquer
scena importante n'uma recita. Diz-se por
exemplo a Abrilhantou o espectculo o grande actor Taborda ou O espectculo foi
abrilhantado pela deliciosa pea A Ceia dos
Cardeaes.i)
Quando, no comeo da
Abrir o theatro
epocha, um theatro d o seu primeiro espectculo, diz se que o theatro vae abrir. Se,
per qualquer circumstancia, o theatro fechar
no meio de uma epocha e d'ahi a pouco
recomear os seus espectculos, diz-se que o
theatro reabriu. Quando se trata d'uma casa
d'espectaculos nova, que tem de ser inaugurada, diz-se tambm que o novo theatro
vae abrir as suas portas.
Todas as portas de sabiAbrir para fora
da do theatro devem abrir para o exterior
do edifcio e, durante os espectculos, devem estar promptas a poderem ser pelos
porteiros rapidamente franqueadas ao publico, em caso de incndio ou pnico.
E" sempre inconveniente abuAbusar
DCCIONARIO
Act
Sar da pacincia dos espectadores. Os actores, mesmo aquelles que so mais estimados, que abusam, soltando phrases inconvenientes, ou com gestos imprprios, arriscamse a
serem desfeiteados.
um
do.
E'
Aco
rosimil.
que
foi acceita.
So no theatro os adereos
Accessorios
ou pertences de scena indispensveis.
V Gesto.
Accionado
E' a principal diviso de qualquer
Acto
obra dramtica. Quando uma pea tem mais
10
mesmo
em
Portugal, onde s o
lhes concedeu foros de
cidados. Felizmente hoje, em todo o mundo
civilisado, reconhece-se que o actor, como
qualquer outro cidado, pde ser um homem
honesto, um bom patriota e um excellente
chefe de familia. Se a todas estas qualidades, o actor reunir intelligencia e talento,
receber todas as honras e provas de considerao.
E' sabido que Eschylo,
Actor-auctor
Sophocles e Aristophanes representavam os
principas papeis das suas tragedias e comedias. Os dois grandes poetas dramticos
Shakespeare e Molire foram tambm actores. Alem d'estes celebres escriptores, em
diversos paizes, muitos outros actores, mais
acconteceu
Marquez de Pombal
ou menos
foram auctores drampara exemplo, citar na AUemanha, Iffland; na Inglaterra, Garrick; na Itlia, Goldoni; em Frana, Baron, Legrand, Picard, Samson, Beauvallet, Regnier, Got,
Pierre Berton e muitos outros; no Brazil, Vasques. Entre ns temos tambm a citar Gil
Vicente, Antnio Jos de Paula, Lopes Cardoso, Antnio Mendes I^eal, Apoilinario d'Azevedo. Baptista Machado, Braz Martins,
Cezar de Lacerda, Costa Lima, Furtado Coelho, Izidoro, Moniz, Jos Romano, Jlio
Vieira, Leoni,Leopoldode Carvalho, Moreira,
Moutinho de Sousa, Pedro Cabral, Primo
da Costa e o grande Jos Carlos dos Santos.
Muitos dos citados maior gloria alcanaram como auctores do que como artistas;
entre ns, por exemplo, Jos Romano, Cezar de Lacerda. Antnio Mendes Leal, Braz
Martins e Baptista Machado foram mais festejados como auctores do que como actores.
E' aquelle que representa
Actor cmico
com graa e arte os papeis cmicos. Ha galans cmicos, centros cmicos e ainda os antigos lacaios. O actor cmico distingue-se
principalmente pela physionomia expressiva,
pela verdade e naturalidade com que diz a
phrase, pelo gesto sbrio e pelo olhar que
o acompanha. Sahindo d'esta regra, muitos
actores cmicos teem tido enorme agrado,
dominando mesmo o publico, a dar saltos e
cabriolas e a fazer caretas. Em Portugal
tem havido notveis actores cmicos. Salientaremos acima de todos o grande Taborda,
que adivinhou a escola realista, quando o
romantismo ainda nos dominava, que dizia
com a maior naturalidade e tinha uma expresso encantadora. O seu rosto era j de
si um verdadeiro cmico e os olhos fallavam
mais do que a bcca. Depois de Taborda,
citaremos ainda alguns actores, parte dos
quaes era brilhante no drama, e na alta comedia, mas que eram tambm primorosos
actores cmicos. Assim, dos mortos temos
que recordar: Antnio Pedro, Abel, Bernardo Arejes, Bra, Carvalho, Cezar de
Lima, Dias, Eduardo, Faria, Foito, Izidoro^
ticos.
distinctos,
Basta,
DO THEATRO PORTUGUEZ
Moniz, Joaquim Silva, I.eoni, Montedonio,
Pereira do Gymnasio, Ribeiro, Rosa pae,
Santos, SargetJas, Marcolino, Tasso e Theodorico. Dos que felizmente ainda vivem
dever citar: Brazo, Augusto Rosa, Joaquim
d'Almeida, Valle, Alfredo Carvalho, Jos
Ricardo e Mattos.
Em calo
Actor de panno de fundo
theatral classiHca-se assim o actor que faz
pequenos papeis e esses mesmos mal desempenhados.
Actores de feira
Em Frana ha muito
tempo que os havia, fazendo parte de companhias que davam espectculos nas feiras
de Samt-Germain e Samt-Laurent. Entre
ns, antigamente, nos theatrinhos das feiras
das Amoreiras, Belm e Campo Grande,
apenas se davam espectculos com marionettes. Mais tarde foram apparecendo os
actores de feira e representavam por forma
que o publico eslava constantemente dialo-
ctorino.
Ada
V. no
Actrizes distinctas j fallecidas
fim do Diccionario.
Actrizes mais notveis do theatro portnAdelina Abranches, Amlia Barros,
guez
Amlia Vieira, Angela Pinto, Anna Cardoso,
Anna Pereira, Barbara Leal, Barbara Volckart, Carlota Taiassi, Catharina Talassi,
Ceclia Rosa d'Aguiar, Claudina Rosa Botelho. Delfina do Espirito Santo, Emilia Adelaide, Emilia Cndida, Emilia Eduarda, Emlia Letroublon, Emilia das Neves, Esther de
Carvalho, Eugenia Camar, Florinda Macedo, Florinda Toledo. Gertrudes Rita da
Silva, Hermnia, Josepha Mesquita, Josepha
SoUer, Lucilia Simes, Lucinda do Carmo,
Thomasia Velloso,
e Virgnia.
Age
DICCIONARIO
hira do Menteur veridique de Scribe; a Pobre^a envergonhada que Mendes Leal adaptou da pea franceza Les pauvres de Paris;
o Asmodeu, pea que obteve o premio em
concorrncia com originaes portuguezes, e
que era adaptada por Cezar de Lacerda da
obra franceza La part du diable, e algumas
outras.
Adereos
Tudo
quanto na scena no
idiotas.
Adorado
Quando
Santos,
Manuela Rey
Affectao
rada e falsa
E'
Anna
Pereira,
com que
pode
ser na palavra ou
os casos, detestcontrario da simplididade e natuE' um terrvel defeito, que prejudica sempre a representao e por vezes a
torna ridcula.
E' o perfeito conjuncto d'uma
Afinao
pea, tanto no que diz respeito ao seu desempenho pelos artistas, como mise-en-
senta.
gesto,
vel. E' o
ralidade.
affectao
no
em ambos
e,
Em
tra.
Afinar os pannos
O machinista,
cuida-
scena.
Nas esquinas affixam-se os carAffixar
sobre os cartazes affixam-se os contazes
tra-annuncios ou as mudanas de peas. No
palco, em sitio apropriado e bem visivel,
affixam-se as tabelis de servio e de multas e quaesquer avisos para os artistas e emir
pregados.
Affluencia
muito a
Quando
o publico concorre
um
tro tem
lhetes so
com antecedncia muito procurados para qualquer recita, se diz que para
esse espectculo ha grande affiuencia aos
bilhetes.
So muito usadas
Agencias theatraes
e principalmente em Itlia; por
intermdio d'ellas se contractam artistas, por
vezes companhias completas, peas, scenographos, guarda-roupa, adereos, etc. Algumas tentativas tem havido em Portugal para
em Frana
crear
agencias n'este
sentido
mas todas
i)0
i3
TllEAl KU l'UR'HJGUEZ
teem morrido
i\
Alu
chamados
um
um
Aligeirar
uma
qualquer de
Alapo
com
coberturas de
DICCIONARIO
Apo
Amoroso
se
los
romanos
uma enorme
construco,
em
que tmham logar os combates dos gladiadores. O amphitheatro era quasi sempre circular, e era na parle central, designada pelo
te,
14
honra
Amphitheatro
arena, que se travavam os combates. Os primeiros amphitheatros foram construdos de madeira. O que se construiu de
pedra em primeiro logar, foi o admirvel
monumento conhecido pelo nome de Colyseo, que comeou a ser edificado em Roma
por Vespasano e foi terminado por seu filho Tito. Todos os amphitheatros que se
seguiram, foram feitos sua similhana. No
theatro d- se por analogia o nome de amphitheatro parte da sala de espectculo
que se eleva ao fundo, em frente da scena,
por cima da plata, do balco ou dos camarotes, e que contm muitas filas de logares, uns mais altos que outros. A disposio
felicssima, pois d elegncia e majestade
sala, proporcionando aos espectadores magnficos logares donde se gosa todo o palco.
Em Lisboa o nico theatro que tem amphitheatro o de D. Amlia.
Pde-se ampliar uma pea, auAmpliar
gmentando-lhe um acto ou scenas, quando
assim convenha.
Dar vivacidade a qualquer
Animao
scena sempre conveniente. O artista que
d animao ao seu papel e o ensaiador que
d animao ao movimento de scena, concorrem sempre em grande parte para o
agrado da pea.
Anniversarios
Os grandes homens do
nosso theatro foram por muito tempo esquecidos. Em Frana, na Gomdie Franaise
e no Odon, jamais deixam de ser commemorados os anniversarios de Molire, Gorneille e Racine com espectculos, de que fazem parte peas ou trechos escolhidos entre
as obras dos grandes poetas e um pequeno
acto allusivo vida do festejado. Felizmen-
ulti-
nome de
que
devem
ser descobertos
pelos seus interlosido muito discutida a inverosmlhana dos apartes; mas os que mais os
combatem no deixam de os empregar, por
serem indispensveis. O que preciso, que
o actor, encarregado de um aparte, o no
dirija ao publico, mas deixe perceber que
cutores.
Tem
comsigo mesmo.
Apepinado Diz-se que um papel oiapepinado por um artista, quando este completamente o estragou com uma falsa e exagefalia
rada representao.
Quando
o desempenho
geral mau e a pea foi estragada, dizse que os arti^stas a apepinaram. Quando o
publico troa e apupa um artista, affirmase que este foi apepinado.
Apito
Usava se n'outro tempo no theatro para avisar os artistas, para subir e descer o panno, para mutaes de scena, etc.
Hoje o apito inconveniente, que interrompia
a representao e cortava os effeitos da
scena, est completamente banido, tendo
sido substitudo pelas campainhas elctri-
em
cas.
DO THEATRO I^ORTUiUtZ
Nas peas de maior esplendor fazem-se
apotheoses no Hnal de cada acto. l^or vezes,
gos.
Aro
E'
a classificao que se d
geralmente pequenas, que so
inspiradas por um acontecimento recente e
que teem por fim excitar a curiosidade publica, aguada por qualquer successo politico, melhoramento importante, crime de
sensao, ou algum incidente burlesco.
So muitas vezes dirigidos para
Apupos
a scena quando a pea desagrada por completo ou o desempenho est abaixo da. critica. Uma pea apupada no chega muitas
vezes a ser toda representada. Os apupos,
alm da forte pateada, so feitos por assobios, gritos inconvenientes e at se tem chegado a partir cadeiras e arremessal-as para o
proposito
a certas peas,
palco.
as apotheoses
Appario
Assim
se
chama
chegada
Depois de se provar
Apuro d'uma pea
qualquer nea e se verifica que os papeis esto certos, comea a marcao, acto por
acto, e em seguida a ratificao desse trabalho. Logo depois fazem-se os precisos ensaios com os papeis nas mos dos artistas,at que estejam perfeitamente decorados.
Quando assim acontece, comea o apuro,
tambm acto por acto e scena por scena,
depois de se armar uma vista apropriada,
com
Appario
Quando espontneos e sinmelhor recompensa que um artista pode ambicionar. Actualmente perdem
muito do seu valor, porque diticil distinguir os pplausos sinceros do publico dos
que a todo o momento prodigalisa a claque.
Este horrvel invento acaba por fazer com
que a plata no applauda, pois receia misturar os seus louvores com os dos mercenrios. Apezar de tudo, o talento superior
de um grande artista electrisa por vezes os
espectadores por tal forma, que os pplausos rebentam espontneos da sala inteira.
pplausos
ceros, so a
DICGIONARIO
ApI
modidade dos logares, a facilidade de communicaes, a boa disposio dos camarotes, a feliz distribuio da luz e do calor, o
renovamento incessante do ar
respirvel,
com
i"
i6
dem
ou burlescas.
Arieta
duzidas, que no
tem
re-
Leandro e Izabel,
Arleqiiim
que durante m.iitos annos
foram a alegria e o divertimento dos eurovelin,
peus de todas as edades de todas as condies e de ambos os sexos. Era na verdade encantador esse pequeno Arlequim,
cheio de espirito e de gentileza, subtil e alegre, ao mesmo tempo amoroso, comilo, preguioso, unicamente cheio de actividade para
os seus prazeres e para os do publico, frtil
em recursos, hbil em todas as tentativas,
e dotado d'essn excellenie qualidade de pro-
DO THEATRO PORTUGUEZ
'7
rian.
Actualmente s
se
chamam
arlequina-
das pequenas pantomimas em que ainda entram Arlequim, Pierrot, Cassandra, Leandro e Colombina.
Entende-se por armamento
Armamento
:
no iheatro
as espingardas, baionetas, espadas, sabres, lanas, pistolas, carabinas, punhaes, settas, escudos, cutellos, alfanges, revolvers, chuos, estoques, espadins e toda e
forja
em
No
scenica, em
afrouxar, em
que
da que por instantes, hesitao, ao silencio, ou maco. O arrefecimento pde produzir-se, em qualquer passagem da pea, ou
na maneira por que interpretada. Algumas
vezes convm tornar o dialogo mais conciso, o que depende do auctor, ou apressar a
sua execuo, o que pertence ao actor, a fim
de evitar o arrefecimento. Occasies ha em
que um gesto, um movimento, uma passagem, um pouco mais de vigor dado dico
de uma phrase, bastam para evitar que a
platea arrefea. Uma entrada intempestiva,
uma sabida desleixada, podem arrefecer e
fazer perder o effeito que se esperava de
actor dramtico conheceuma situao.
dor da scena, um hbil ensaiador, cada um
no que lhe diz respeito, e aproveitando para
tal fim os ensaios, podero evitar que a scena arrefea.
E' a palavra usada para mandar
Arriar
descer do urdimento ou da varanda os pannos, rompimentos, bamb&linas, gambiarras
e tudo quanto estiver pendurado. Ordinariamente os mestres dos nossos theatros, ein
geral pouco instrudos, em vez de gritarem:
arria!^ dizem arreia!
Um
Arrumadores
So os porteiros incumbidos de indicar aos espectadores os seus
logares na plata ou no balco.
E' uma arte particularArte theatral
mente complexa, to variada nas suas manifestaes como nos seus meios, failando
ao mesmo tempo ao espirito, imaginao,
ao ouvido e aos olhos, e produzmdo por isso
mesmo impresses d'um raro poder e de
espantosa intensidade. A arte theatral con
siste em produzir verdadeira illuso na scena, o que s se alcana com a representao de obras de verdadeiro valor, interpretadas por actores de intelligencia e bom
gosto, com costumes no rigor da epocha e
bem confeccionados e magnifico scenario.
Judiciosamente se devem empregar as massas em evolues pittorescas e racionaes,
aproveitar bem os bailados e, quando convenha, apresentar com perfeio ptimos
machinismos. Tudo isto concorre para a
perfeio da arte theatral.
Pronunciar clara e distinctaArticular
mente as palavras. O artista que bem sabe
articular sempre apreciado.
E' a denominao geArtista dramtico
nrica de todos os que pisam o palco. O artista que representa a tragedia, um trgico o que representa a comedia, um cmico
o que canta, um cantor; o que faz pantomimas, um mimico ; o que dana, um dana-
rino.
aco.
Arrefecer
Art
Assim
se
designam as differentes
es-
2.
dama amorosa,
Jose-
central, Fortunata
Josepha Soller; 2.* central
;
2."
Auc
blCGIONARlO
Velutti.
tugal,
Pereira d'Almeida, Adelaide Amaral, Sebastio Alves, Amlia Garraio, Foito, Maria
da Rocha, Jos Franco, Emilia Brazo, Ribeiro, Josephina Cordal, Jlio Sanl'Anna,
Thereza Martins, Barreto, Gertrudes Anglica da Cunha, Areias, Rosa da Silva Pinto,
Camillo, Rita, Alfredo Magno, Daniel Costa,
Estevo Moniz, Feliciano da Silva Pinto,
Gusmo, Jos Baptista, Jdice, Lopes Cardoso, Lupi, Sant'Anna do Prncipe Real,
Martins, Wanmeyl, Primo da Costa, Virglio de Sousa, Carolina Falco, Gervsio Corra e Beatriz Santos.
Calo theatral para indicar
A's moscas
que o theatro no tem concorrncia, est
vasio. Assim, diz-se: O theatro est hoje
ler,
ds moscas
Asnas
deira ou
as linhas
dimento.
Em
A's noites
Frana diz-se que representa au cachet o artista que recebe uma
gratificao em cada noite que trabalha, sem
ter qualquer outra espcie de contracto.
Portugal, aos que trabalham por essa forma
diz-se que trabalham s noites. Isto pde
dar-se por no ter valor o artista e ser apenas aproveitado n'uma pea ou n'outra, ga-
Em
18
bm quando
mano.
Alguns actores substituem
Atrevimento
o desembarao pelo atrevimento, isto , a
conscincia que um artista tem do seu valor pela arrogncia que quasi degenera em
vaidade. Estes parece acreditarem que o publico muito feliz em contemplal-os e ouvil-os, e, sem o pensarem, muito amesquinham o valor que possam ter.
Todo o escriptor que
Auctor dramtico
DO THEATRO PORTUGUEZ
'9
posito, A Torpesa, que obteve um xito extraordinrio e realmente tinha bastante valor. S mais tarde se soubeque o auctor era
o festejado escriptor Campos Jnior.
Avi
lor e
arina;
mas
applica-se pro-
nome que
se d tambm s danarinas
de theatro, nome que vem do
italiano, onde a palavra ballerina mais usada que a de
dan^^atrice.
E' uma
Baile de theatro
aco scenica, na qual concorrem unicamente a dana e
a
mimica
que sempre
acompanhada
Bailadeira
gria
dando os unicamente no salo, comeando a 8 de dezembio. Por no darem resultado, de ha muito no ha bailes no Gymnasio. Rua dos Condes e Avenida. Pouco
concorridos so ainda os do Prncipe Real
los,
pela musica.
e Real Colyseu.
Baica
um
sem commodidades
sujo,
chama-se uma
Tambm
baica.
so quasi burlescos.
E' a voz mais grave do homem.
Baixo
Tem importante logar no repertrio lyrico,
ou seja primeiro baixoy que tambm se chama cantante, ou segundo, que tambm se
classifica de baixo bufo. Na primeira classe
esto ainda os baixos profundos, para os
Bam
DICCIONARIO
quaes
Balco
ou amphitheatro.
As emprezas dos theatros de LisBalde
boa so obrigadas a ter no
palco, pelo menos, doze baldes cheios de agua, distribudos conforme houver sido
determinado pelo pessoal dos
galeria
incndios,
fica
Bambolina regia
Baile de mascaras
mais brilhante.
Baixo cmico
Com
Bambolina
DO THEATRO PORTUGUEZ
23
tugal se
entram tocando
em
operas., operetas
ou pe-
contraregra,
que comece.
as (J'espectaculo.
Personagem
da antiga comedia
portugueza, assim chamado por apparecer
sempre com grandes barbas. Era assim designado o pae nobre.
Cano, imitando as dos barBarcaroila
queiros ou gondoleiros de Veneza, que no
theatro quasi sempre cantada fora da scena.
Assim se denominam os theaBarracas
tros de feira^que ordinariamente no passam de verdadeiras barracas. Umas vezes
so todas de madeira, outras cobertas de
lona, ou todas de lona. Ha barracas de muitos feitios, mais ou menos decentes, mais
ou menos feias; mas todas incommodas.
Nos theatros barracas, onde n'outro tempo
s se viam saltimbancos, animaes sbios e
marionettes, hoje ha companhias que representam todo o gnero de peas.
E' a voz de homem que, no
Barytono
canto, conserva o meio termo entre o baixo
e o tenor, participando ao mesmo tempo de
uma e outra. Nas operas lyricas e operas
cmicas so importantissimas as partes de
barytono.^ taes como o D. Joo, o Hamlet,
o Nevers dos Huguenottes, o Nelusko da
Africana, o Guilherme Tell, o Pedro na "5trella do Norte, Hoel na Dinorah, etc.
Bary tonos notveis que teem' cantado no
Filippe Coletti
Real Theatro de S. Carlos
Barbas
uso para
Bat
Bastidores
Formam
as partes lateraes
Bastidores machinados
tidores so preparados por
Quando os baS'
forma a poderem
(ibSy),
Varesi
(1842), Bartolini
(i832), Beneven-
tano(i857;Fran-
cesco
Cresci
Bastidor mucliinado
i858), Giovani
Giucciardi(i86i),
Squarcia (1864),
Merly (1868),
Cotogni (1871),
Pandolfiniii872),
Aldighieri (1876),
Kaschmann(i88i)
Devoyod
(i883),
Battistini (18S9),
Menotti
{1889),
Victor Maurel
(i8g3),
Mrio
Ancona
(1897),
De-f.uca (1899),
Revnaud
(iqo5).
Basto E'
uma vara grossa
com que alguns
contraregrasdo
as trs pancadas
do estylo para
comear o espectculo.
N'al-
guns theatros
esto ainda em
Bastidor
DICCIONARIO
Bib
Beijinho da pea Diz-se em calo theaque o beijinho de uma pea o superior desempenho de um qualquer artista, ou
uma scena classificada de primorosa.
A belle:^a^ que se toma como
Belleza
synonimo de formosura, na arte o typo
ideal, que o artista forma na sua phantasia
e lhe serve de modelo para a execuo das
suas obras. No theatro o que bello encanta
os olhos e encanta o espirito. Assim, bello
o rosto de uma actriz formosa; so bellas as
suas formas; bello o estylo brilhante do
auctor; bella a concepo da obra; bella
a sua execuo. A belleza physica ou moral
encanta sempre o espectador.
Beneficio ^Chamam-se espectculos em
beneficio aquelles cujo producto, deduzidas
as despezas ordinrias do theatro, pertencem ao artista beneficiado. Ordinariamente
estas recitas servem de festa para o artista
mas quando, pelo seu contracto, elle tem
pea nova no beneficio, isto prejudica muitas vezes a empreza, j por no ter tempo
para ensaiar tantas peas novas, j porque
tem de cortar com a pea do beneficiado
aquella que muitas vezes lhe estava dando
tral
acreditar um theatro.
Beneficies d' artistas Quasi todos os artistas dos nossos theatros esto habituados
a fazeram annualmente o seu beneficio, a fim
de equilibrarem as suas finanas pela insignificncia de alguns ordenados e pelos mezes em que, no estio, no teem contracto.
Seria difricil prescindir d'esta regalia, visto
que as emprezas j no podem mais augmentar os ordenados.
sociedade artstica
do theatro de D. Maria s por grande ex
cepo permittia que os seus societrios ali
fizessem beneficio.
compensao os seus
Em
Vivem
24
principalmente
beneficio os theatros
d'essas
do Gymnasio
recitas de
e Prncipe
Real, de Lisboa.
Benemritos do theatro
cionario.
V. no fim do Dic-
DO THEATRO PORTUGUEZ
25
Bis
artista
Com
Ulyssea dramtica,
O
O Espectador, O Esprei-
Neorama
tador,
tros,
O Interprete,
theatros,
Relmpago, A Folha,
se
Bof
E* a
pede
N'outro tempo o pedido de bis era signal infalvel de ter a peaou o trecho obtido um
grande successo. bis hoje tornou-se banal
e rara a opera ou opereta em que, apezar
de cair, no se pea mais de meia dzia de
bis. Quando no a claque c{ue os pede, mas
o enthusiasmo do publico, o bis muito
agradvel aos artistas. Pedir bis a um trecho
que o no merece, aborrece a maioria dos
espectadores e concorre para o desagrado
da pea.
Boa casa.
Quando a sala de um theatro tem bastante concorrncia, diz-se que o
theatro tem uma boa casa.
Bocca de scena - E' a parte da scena junto
Ecco dos
Gaveta musical de Lisboa, Ecco musical. Contemporneo, Theatro e Modas, Chronica musical, Curioso dramtico, Ribaltas e Gambiarras, Palcos e Circos, Mundo artstico, O
Fauteuil, O Pitorra, Amador dramtico, Thalia, etc.
Bilhete
pel,
com
50
^'
E'
THEATRO
D.
2^
AMLIA
poca de 1907-1908
m
3
Z 1^ f
OOP KECITA
D' orche;
48
Bcca de scena
Bilheteira
A pequena caza, collocada
prximo da entrada do theatro e onde se
vendem
vendo pr
approximar da vista o
que esta ou se passa
no palco e as pessoas
que esto a distancia
nos camarotes ou pla-
Assim
N.'
t-
0^ U.
Bilhete
do
logar,
que o
Ha binculos de
theatro de diversas dimenses e qualidades,
de luxo ou modestos.
que
orchestra e
o do
pea e
mo desempenho.
uma
teas.
Binculo
DICCIONARIO
Bra
e para se obter o som, o
logar, d uma palmada.
Em
ib
borracheira.
Borzeguins
chegam
ordem, o chefe
elles.
Era o
Bonirrates
po se dava aos
bonecos dos
nome que
n'outro tem-
theatrinhos e
bm
se
mam
cha-
fanto-
ches ou marionettes
Bordoada
Quando em
Bosque
dosas.
Pode tambm
floresta.
ser
uma
matta ou
uma
Bonifrates
ca
Bur
DO IHKATRO PORTUGUEZ
lianas
timento e enthusiasmo!
Quando o trabalho de um
Brilhante
grande artista verdadeiramente superior e
de grande etfeito, diz-se que um trabalho
brilhante- Quando o artista representa de forma que faz valer todos os papeis e enthusiasma o publico, pde considerar-se um
chama
pel.
Em
Geralmente noselhes
mas
operas-buffas,
operas-burlescaSy
o que
vem
dar na
mesma.
Buraco do ponto
na
que no
Buraco do ponto
pequenssimas e
disfaradas na ornamentao da
sala. Entrens as
cpulas so enormes, feias e prejudiciaes, porque
cortam
as figu-
ra,*:.
tos direita e
Classificao, dada pelos italiae que em portuguez j se tem adoptado, s faras, principalmente s que teem
Burleta
nos,
musica
!^^
DiCCIONARIO
Cai
bengaes para se
ma
Caceta
v de encontro
3o
DO THEATRO FORTUGUEZ
mo esse cjlor communicativo, graas ao
qual far sentir ao publico as impresses
que elle prprio sentir, despertar finalmente
grande commoo na alma dos espectadores. Mas para que o ciilor produza os devieffeitos, convm que seja natural, sinceque de qualquer modo faa parte do temperamento do actor. No caso contrario, se
apenas producto do estudo e da reflexo,
tornar-se ha facilmente excessivo, ultrapas-
dos
ro,
de scena,* direita ou
esquerda. Deve ser
perfeitamente montado com todas as torneiras botes e apparelhos precisos para
que o electricista tire
d'alii e
com
SSSSOQCSQa
1
i|i
iTi
II
II
iji
i|
maior
facilidade todos os
e tf eitos precisos da
O a
luz.
Camarins So
em
os
que os arl
tistas se vestem, caracterisam e descanCamarim do electricista
am. Conforme a
construco do theatro, os camarins so situados ao fundo do palco, ou por cima, ou
quartos
Cam
DICCIONARIO
Cn
bm ha
N'uma
32.
Camarotes
d-se o
nome
Do THAtRO PORTUGUEZ
35
faz parte.
Nome que se d a
Cantor e Cantora
todo o artista que toma parte na execuo
vocal de qualquer obra, ou trecho, seja no
theatro, seja em concerto.
E' o baixo
Cantor buffo
cmico das
nario.
Cat
vao, pois que, para ser verdadeiro e principalmente verosmil, os seus melhores traos devem ser-lhe fornecidos pelo estudo da
natureza de preferencia sua imaginao.
E' o processo que o
Caracterisao
actor emprega para transformar o rosto no
typo adequado ao papel que desempenha.
V. caracterisar-se.
Caracterisar-se O actor, principalmente
o actor typico, para se preparar para a scena, tem de pr cabelleira ou barbas, fazerse corado ou pallido, fazer rugas, ou arranjar o rosto de forma que o typo assente
perfeitamente na personagem que tem a
desempenhar. E' a
cterisar-se
isto
que
se
chama cara-
Caracteristicas
Assim se chama no theatro aos papeis de velhas typicas, correspondendo em Frana s dugnes, que para l
Caracteristicos
So os actores que desos papeis typicos.
Preparado com que os artistas
do cr vermelha ao rosto, quando se caracterisam. E' mister escolher e usar o bom
carmim para no prejudicar a pelle.
Esta epocha, ainda hoje boa
Carnaval
para as emprezas theatraes, j foi ptima.
Agora do apenas resultado nos theatros os
ltimos trs dias n'outro tempo a epocha
era de um mez e chegou a ser de dois. Verdade seja que d'antes escolhiam-se peas
propriamente para o carnaval; agora at
empennam
Carmim
dramas
DICCIONARIO
Cai
armando
Carpinteiro theatral
E'
esta a classifi-
cao que a moderna critica d aos auctores de peas cheias de situaes de grande
effeito, de peripcias extraordinrias, de uma
aco intrincada e finalmente de tudo quanto
pde prender a atteno dos espectadores e
levantar as plateas com enthusiasmo. Ao fecundssimo d'Ennery se dirige principalmente a classificao de carpinteiro theatral^ classificao que tambm j tem sido
dada a Alexandre Dumas pai e que diaria-
34
chama carros
trovoada.
Em Lisboa, Porto e em quasi
Cartazes
todas as terras de provncia os espectculos"
't^EA^^O
20
ftuiNTA Feira
ks
horas e meia
mmmmMm
rtprescnlau da
^^
J.
m 3 ictn
FREITAS BRANCO
comiiiia buf lina
triducfs
liitfi
dg
glu por
Em
ARTISTAS
Cirdoso, Tilmo. Monliiio. tujusio Michadt.
8atbara, Jtsui.ia Saraivi. Judith.
lligriit.
Riu
Indrada.
Pilmpa
Ferreira TK;ra
Costa
SaoehM Larsoao
Cvno
31
Cartaz
Carro de trovoada
so annunciados por meio de cartares. Estes, que n'outro tempo eram pequenos e
simples, so geralmente agora enormes, impressos a cores e illustrados com estampas,
representando scenas das peas. Em Lisboa
e Porto ha agencias especiaes, em contracto
com as emprezas dos diversos theatroe para
affixao dos carta:^es.
Livro publicado em
Carteira do artista
1898 pela livraria editora Bertrand, de Jos
DO THEATRO PORTUtUEZ
35
Cat
por pequenos nmeros de canto, dansa, vistas, quadros vivos, exerccios gymnastcos,
acrobticos, etc.
Castanholas
Duas pequenas peas de
madeira ou marfim, arredondadas, escavadas por dentro, que se enfiam no dedo mdio e se fazem bater uma contra a outra,
entre o dedo e a palma da mo, produzindo
um som
forte e repinicado.
Servem
princi-
acompanharem em
certas dansas.
Posto que no
Cathegoria dos theatros
officialmente, os theatros de Lisboa e Porto
Em
Lisboa
Real Theatro de S. Carlos, para
opera lyrica ^Theatro de D. Maria II, o nosso
theatro normal, Theatro de D. Amlia, com
escolhida companhia portugueza de comedia e onde se apresentam as notabilidades
estrangeiras, Theatro do Gymnasio, o nosso
theatro de comedia ligeira, Theatro da Trindade, para opera-comica, magica e revista,
Theatro do Principe Real, para o drama de
paixes violentas, Theatro da Avenida, para
o mesmo gnero da Trindade, Theatro da
Rua dos Condes, explora tambm o gnero
alegre e pe^s d'espectaculo, Colyseu dos
Recreios, para companhias equestres, gymnasticas, acrobticas, lyricas e de zarzuela,
Real Colyseu de Lisboa, para explorao
idntica do Colyseu dos Recreios. No
:
Che
DICCIONARIO
Porto: Real Theatro deS. Joo, para companhias lyricas, dramticas e apresentao
de notabilidades, Theatro-circo do Prncipe
Real, para operetas, revistas, magicas, zarzuelas e circo de cavalinhos, Theatro Carlos
Alberto, para peas de grande espectculo e
dramas, Theatro-circo guia de Ouro, para
companhias equestres, gymnasticas e acrobticas,
companhias
zarzuelas,
lyricas
ou
sejado.
Cavatina
Era
nome dado
faz tamanho successo que chega a representar-se cem vezes seguidas, no s para
reclame da pea e do theatro mas ainda
para se obter uma enchente, costume fazer-se uma recita festiva na centsima representao. Dizendo grande disparate, n'essa
occasio aflirmam muitos, e ha emprezas
que assim chegam a annunciar, que se realisa o centenrio da pea! Como se a pea
n'esse momento fizesse cem annos
Cano antiga, muitas vezes
Chcara
intercalada nos dramas de capa e espada.
Foi muito popular em Portugal, nos annos
de 1840 a i85o, a Chcara, que, no drama de
pea
pelos ita-
um
Celebridade
E' esta a classificao dada
aos grandes artistas. S se deve chamar celebridade aos verdadeiros e sublimes gnios.
Em Lisboa teem representado grandes celebridades estrangeiras, entre ellas Ristori,
Duse, Salvini, Rossi, Zaconi, Novelli, Emanuel, Sarah Bernhardt, Bartet, etc. Em Portugal muito limitado o numero de celebridades, podendo-se ainda assim mencionar
Emilia das Neves, Manuela Rey, Delphina,
Cecilia Rosa de Aguiar, Taborda, Tasso,
Santos, Antnio Pedro,EpiphanioeRosapai.
Censura theatral
Passados os tempos
em que a censura se exercia despoticamente
sobre os livros, jornaes e peas de theatro,
creou-se no Conservatrio Dramtico uma
censura para a moral, costumes e trabalho
litterario. Para essa censura foram nomeados litteratos afamados, que, ainda assim,
por vezes foram aggredidos pelos seus excessos; mais tarde, a politica especuladora,
affectando mesquinhas economias, fechou o
Conservatrio Dramtico, dando as suas
atribuies auctoridade administrativa e
policia. Houve uma epocha de desleixo; vieram os abusos, o theatro quasi que se tornou pelourinho e chegmos, por isso mes
mo, a outra epocha de rigor e censura prvia, que outra coisa no , no se poder representar uma pea, nem mesmo annuncial-a
em cartaz, sem que primeiramente a auctoridade assista ao ensaio geral, podendo alterar, cortar e at supprimir a obra.
Centelha
D'um actor ou d'uma actriz
:
que comea
tem
Da vingana
centelha.
Centsima representao
Quando uma
estala o raio,
ou quasi cheia.
opera.
Cazo
uma
36
com
os claqueurs.
Era realmente
Chapus das senhoras
incommodativo para os espectadores da platea que fosse permittido s senhoras assistirem aos espectculos de chapu na cabea.
Alguns eram de taes dimenses, que tapavam completamente a vista s pessoas que
lhes ficavam por detraz e que nada podiam
ver do que se passava no palco. Felizmente,
pelo ultimo regulamento dos theatros, expressamente prohibido s senhoras estarem
na platea com chapos. Foi uma medida
acertadssima.
em
um
ver-
dadeiro charivari.
Chaveta
DO THEATRO PORTUGUEZ
37
dispensal-o do servio.
Chefes de servio So muitos n'um theacada um d'elles investido da auctoridade indispensvel sobre os artistas ou empregados coUocados debaixo das suas ordens, sendo os chefes responsveis perante
a empreza pela boa execuo dos servios
que lhes foram confiados. N'um theatro importante os chefes de servio so ensaiadores de poema e de musica, mestre de coros,
mestre de baile, cabos de coristas e comparsas, mestre de guarda-roupa, machinista,
tro, e
fiscal.
guarda-livros,cabelleireiro, aderecista,
alapes.
res, se refere a
jeito caricato, a
theatral.
bastido-
a quem seno pde ou no convm nomear, diz-se: o chochman. O fallecido actorauctor Baptista Machado, quando em scena
no sabia o que havia de dizer, por se no
lembrar do papel, fallava rpida e atrapalhadamente, dizendo phrases inintelligiveis e
guem
Cia
adverbio
Chlopes
1
E' a classificao que em alguns theatros se d aos discipulos sem valor. Foi Salvador Marques quem popularisou o termo. N'uma pea que elle fez subir
scena no antigo theatro dos Recreios havia um personagem insignificante que tinha
escriptores dramticos.
Manuela Rey
e Virginia e os actores
Tasso
e Santos.
Cod
DICCIONARIO
tistica
38
Maria
Circo
Em
Classificao
tecto.
meiro perodo da durao d'esta propriedade se esteader at morte do ultimo collaborador que sobreviver aos outros, quinhoando, porem, este os proventos da dita
propriedade com os herdeiros dos collaboradores fallecidos, e o segundo periodo comear quando fallecer aquelle ultimo col-
DO THEATRO PORTUGUEZ
.39
laborador.
Art. 5g5, Nenhuma obra dramtica pde ser representada em theatro
publico, em que se pague entrada, sem consentimento, por escripto, do auctor ou dos
seus herdeiros, cessionrios ou representantes na forma seguinte:
| i." Se a obra
est impressa, este consentimento s necessrio sendo o auctor fallecido durante o
tempo em que os seus herdeiros, cessionrios ou representantes tiverem a proprie-
Col
Com
DICCIONARIO
Comedia
em
seguro.
mo
um
inacreditvel cataclys-
um
dia te dos os
fizesse desapparecer
theatros da Frana e ficar s de p a Co-
40
priedade se dava antigamente esta classificao s peas com musica, que hoje se intitulam operascomicas ou operetas.
Comedorias
Quando uma companhia de
Lisboa se desloca do seu theatro para ir,
por conta da empreza, dar espectculos em
outra qualquer terra, os artistas, alem dos
seus ordenados, teem passagens pagas, transporte gratuito das suas bagagens e uma
quantia combinada para comedorias, Essa
quantia varia entre 700 e ljbooo ris dia
nos. Ha ultimamente emprezarios que obri-
gam
um.
Companhia
resta
Os
artistas
que formam o
tomam
nome
DO THEATRO PORTUGUEZ
4>
Con
lia
adiantamentos a
costumam
Comparsa
E' uma
que formam
comparsa
complemento mudo
e colle-
Comparsas
rantes,
tomam
nome de comprimarias.
Compte-rendu Outro termo francez, usado entre ns, para designar a apreciao,
feita n'um jornal, de qualquer pea, narrando a sua intriga, aco, situaes, etc.
Concerto
E' a execuo por muitos ou
poucos artistas, cantores ou instrumentistas, de diversos trechos de musica vocal ou
Con
DICCIONARIO
boa tem-se
de con-
de musica teem por vezes animado concertos de grandes virtuosi, verdadeiras celebridades; mas estas vem a Lisboa por tal preo, que os logares no so accessiveis ao
povo.
Confronto
menos
illustrados!
Vem
papel
como
deve ser
in-
tistas.
conjuncto,
quando
Conselho dramtico
mado
E' actualmente
for-
42
H.
Lopes de
pectiva planta pela camar municipal, inspeco das obras publicas, governo civil e
inspeco dos incndios. Depois de concluda
a construco, procederse-ha vistoria do
edifcio, a fim de se verificar se foram cumpridas as condies indicadas na planta approvada e se offerece as necessrias precaues de segurana.
Contagem Durante a representao do
ultimo acto de uma recita, ou no fim do espectculo, ou ainda no dia seguinte de manh, o secretario da empreza, ou outro qualquer empregado de confiana, manda recolher todas as caixas onde os porteiros so
obrigados a lanar os bilhetes que recebem,
abre-as com as chaves que conserva sempre
em seu poder e procede contagem dos bilhetes, para examinar se o numero d'esses
bilhetes confere com o que vem mencionado
na folha apresentada pelo bilheteiro.
E' o enredo ou o encadeaContextura
mento de uma qualquer obra dramtica.
Quando, ao ensarrafar um
Contornar
bastidor, reprego ou machina, ha salincias
que demandam reforo, mas sem que a ma-
que a comprove.
Con
DO THEATRO PORTUGUEZ
43
Contractadoresdebeneficios So pessoas
que compram s emprezas recitas por preos diminutos e depois as vendem, por inteiro ou em divises, aos que querem fazer
beneficio.
as portas e as
em
noites de be-
So os artistas ou empreContractados
gados que teem escriptura assignada, ou esto verbalmente combinados com a empreza.
Contracto No theatro a palavra contracto quasi sempre synonimo de escriptura;
por isso se diz indifferentemente contractei
:
um
artista
no pde
exigir-se
Contralto
Esta
que
se
cumpra.
Contractadores de bilhetes
de primeiras representaes ou de
qualquer recita para que haja grande influencia. Nos benefcios compram por diminuto preo os bilhetes s pessoas a quem
foram passados, para depois os ofFerecerem
ao publico tambm por menos do seu valor, o que prejudica a venda na bilheteira.
Nas recitas de influencia e primeiras representaes compram os bilhetes pelo seu
neficio,
por menos do custo. E' portanto um negocio lcito e usado em toda a Europa e na
America. Ainda que as emprezas queiram
salvaguardar os interesses do publico, como
muitas vezes acontece, e se recusem a vender bilhetes aos contractadores, estes mandam compral-os por terceiras pessoas. Felizes
os theatros que conservam sempre s suas
portas os contractadores de bilhetes, porque
signal de que so muito concorridos.
Rossini,
Verdi.
Elisabetta
Cop
DICCIONARIO
feita
Em
Os mesmos
direitos
que pertencem
44
lismo.
Conversar
artistas
em
com
meza para
Brazil.
adoptar-se a palavra franceza e dizer-se cowplet. Hoje est quasi abandonado tal uso;
ainda assim por vezes apparecem no thea"
DO THEATRO PORTUGUEZ
45
um
tal
actor
tem valor
real,
quando no
faz
nome
de corista ao ho-
mem ou mulher que canta coros em qualquer opera lyrica, opera cmica ou opereta.
Nas operas lyricas, operas cmiCoros
cas e operetas, coros so trechos de musica,
escriptos a duas, trs ou quatro vozes (soprano, contralto, tenor e baixo) e quasi sempre com acompanhamento de orchestra Ha
coros s para vozes masculinas e outros s
para as vozes femininas. Os bons compositores tiram magnifico partido dos coros.
J os houve em Lisboa
Corpo de baile
magnficos, chegando a custar s emprezas
muito mais caros do que as companhias de
declamao e canto. Magnficos bailes foram vistos nos theatros de Lisboa executados por primeiros artistas. Actualmente no
Real Theatro de S. Carlos vem-se apenas
os bailados das operas, desempenhados por
pssimas bailarinas. Nos outros theatros, nas
peas de espectculo, apresentam-se umas
pssimas e feias bailarinas, executando uns
Coi
Em
al-
Um
Tambm
Cou
biCCiONARlO
imponente bailado.
Chama-se cortes a todas as supCortes
presses feitas, no correr dos ensaios, no
texto litterario ou musical de uma pea que
em breve deve subir s-^ena. Acontece muitas vezes que o que pareceu natural e lgico
na leitura, visto de p apparece longo e pore
a policia, assis-
tindo a um ensaio das peas, ou mesmo deDois s suas representaes, indica cortes
bem disparatados, o que no admira, porque os commissarios ou chefes so incompetentssimos para avaliar do valor de uma
obra e dos seus defeitos.
Conforme se usa em vrios
Cortinas
theatros do estrangeiro, e j no nosso theatro lyrico, em iogar do panno de bocca, o
palco tapado por duas grandes cortinas,
que abrem para os lados. As cortinas so
mais decorativas; alm da belleza, do as-
pecto grandioso sala, quando sejam de fazenda superior e com adornos dourados ou
pintados Teem ainda as cortinas a vantagem de poderem os artistas sair pelo centro
para agi adecer os applausos do publico, sem
ser preciso estar constantemente a subir e
a descer o panno.
Coryphea
Era
no theatro antigo
a en-
carregada de dirigir guiar os coros, fazendo mesmo pequeninas partes, a que hoje
se chama, como no italiano, particchina.
Actualmente, no nosso theatro, coryphea
synonimo & figurante.
Cosmorama
E* uma exposio de vistas
ou objectos, augmentados por meio de lentes e com luz que favorece o eff"eito da perspectiva. O cosmorama tem sido por vezes
aproveitado no theatro. Peas ha com tal
variedade de assumptos, personagens e vistas, a que se pde dar o nome de verdadeiros cosmoramas.
Costumes de theatro Em Itlia, Frana,
Inglaterra e outros paizes os costumes de
46
Em
Em
No gnero phantaalgumas peas temos tido verdadeiramente bem vestidas, mais com bom gosto do
com que riqueza. A revoluo nos costumes
do nosso theatro foi feita por Carlos Cohen, que por vezes deslumbrou o publico
com os seus fatos do Reino das Mulheres,
Joanna, Joanninha e Joannica, Filha da senhora Angot, Sal e Pimenta, Ptria, Fim
de Sculo, Fausto o peti^, Duquepnho, Rouxinol das salas, Gro-Mogol, Trs rocas de
crystal, Coroa de Carlos Magno, Fructos
d^oiro, etc. Deslumbrante foi o guarda-roupa
das peas phantastcas Vnus e Viagens de
Gulliver, no theatro D. Amlia. Actualmente
est apresentando bons trabalhos no gnero
os Lu^^iadas de Cames!
sia
ou figuran-
Couraa
e costas
em
Couraas
mente lambem
se
cor-
mesmo
com o
t)0
47
THEATRO PORtlGUEZ
D-se este nome aos espaos ene outro bastidor e ao que fica entre
os bastidores e as paredes. Ha coxia da direita e coxia da esquerda. Durante a representao as coxias devem estar o mais livres possivel, vendo-se n'ellas apenas o
Coxias
tre
um
Coxim
alguns
Banco
com
os ps
em
ou em cruz; mas de
ordinrio como os da
gravura.
InstrumenCravo
to com forma de piano
com som
com o da gui-
horisontal e
parecido
tarra,
Creao
.Apezar
Creanas
Cui*
entrada de creanas nas pe-
Nos
xito.
Crepe
.''
inclinao, para
dar luz orchestra nos ensaios.
Cultor
Ao escriptor que se dedica ao
theatro pde chamar-se um cultor da litteratura dramtica; da mesma forma que um
actor um cultor d arte dramtica
Cunho Diz se que uma pea de cunho.,
quando
raria.
verdadeiramente theatral e
litte-
Cpula do ponto
E' a caixa de madeira
ou zinco, lisa ou em forma de concha, collocada ao centro da rique occulta o
ponto vista dos espectadores. A cpida
balta e
Cyl
WCGlONARIO
48
cilia
dedicam
do theatro.
E' o tambor em que se enro-
carreira
Cylindro
gura m
os
pannos e
que teem
suspensos
os pezos.
Cylindro
Cynico
denominava antigamente o papel
de mau ou tyranno dos dramas.
Assim
se
as actrizes. Dizse, por exemplo A companhia do D. Amlia tem muito boas damas,
ou oS. Carlos tem este anno magnificas da:
mas.
Dana macabra
Usada
em algumas
ope-
ras e peas phantasticas. E' uma ronda infernal, danada por phantasmas ou esqueletos, em allegoria symbolisando a fatalidade,
se de-
Em
dicam
arte da dana.
Portugal o danarino de ha muito passou de moda ao
nosso publico custa a supportar um homem
dando saltos e fazendo piruetas. Isto uma
injustia, porque ha danarinos de verdadeiro mrito, fazendo grandes difficuldades.
O caso que, depois das ultimas pateadas
em S. Carlos, elles c no voltaram. As danarinas, quando formosas, de boa plstica e
sabendo da sua arte, so sempre recebidas
com enthusiasmo em toda a parte.
;
quer dizer: tudo quanto alli est, seja scenario, mobilia, accessorios, etc.
artista,
com
todo o cuidado.
boa figura na
no a souber na
Nenhum
Danarina
parte que
desempenha
se
Des
DIGCIONARIO
pelo contraregra.
Demisso Pela
5o
bem
prejuzo,
peradamente.
Derrocada ^- E" o desabamento em scena
de uma casa, um muro, uma egreja, ou mesmo de uma cidade. Para fazerem verdadeiro
eff"eito as derrocadas devem ser muito bem
pintadas e principalmente muito oem machinadas.
Desafinar Ha no theatro varias desajinaPde o termo referir-se ao cantor e canlora quando desajinam n'umtrechode musica.
Pde referir-se ao scenario quando os pannos esto mal pintados e portanto desafinados., ou mal coUocados e poi isso tambm desafinados. Pde referir-se enscenao quando na pea no ha conjuncto, e portanto ha
desafinao. Pde referir-se ao modo por que
os artistas declamam, uns mais alto, outros
mais baixo, e por isso o dialogo desafinado. Muitas vezes ha tambm desafinao
no vesturio, no mobilirio e nas scenas,
que discordam de gosto e de epocha enes.
tre
si.
a scena
prejudca-a extraordinariamente.
E' a palavra com que se exDescano
plica no haver espectculo em qualquer
theatro. O descano obrigatrio nas noites
em que so prohbidos os espectculos. So
tambm forados os descanos quando adoece ou desapparece um artista que tem papel
principal na pea annunciada e no ha quem
o substitua rapidamente. E' ainda forado o
descano quando tem de se fazer ensaios geraes de uma pea de espectculo. Os outros
descanos so quasi sempre injustificados e
muitas vezes o pretexto de que se servem
as
chame concorrncia.
Na scena imitam-se
Descargas
perfeita-
mente as descargas de fuzilaria ou de artilharia por meio de um apparelho de faclima execuo. Tomam -se oito ou dez taboas
grossas da mesma espessura e da mesma
largura, mas de diverso comprimento. A
DO THEATRO PORTUGUEZ
Des
urdimento em
de numero de personagens, que devem vesde forma que o conjuncto geral seja perfeitamente harmnico, sem prejudicar a riqueza e o esplendor. Os grupos no devem
brigar uns com os outros; as cores devem
matisar-se de forma que no firam a vista
desagradavelmente. E' terrvel a confuso
irritante de cores mal escolhidas. Convm
egualmente no fazer to ricos e brilhantes
os costumes dos coristas e comparsas, que
ofFusquem os das primeiras partes. E' indispensvel ainda attender a que as cores dos
costumes se no confundam com as do scenario; que os tons sejam escolhidos de forma que a luz os no irrite nem amortea,
antes lhes conserve o brilho e a intensidade
uma
que devem
que a ultima tenha no mximo metade do comprimento da primeira. Estas taboas, com o tamanho graduado, maior para
maiorestopresas entre si por
meio de cordas
at
n'uma distancia
de 20 centimetros umas das
Por fim,
por meio de outra corda comprida, presa ao
outras.
roldana, o
apparelho
le-
vantado
at
certa altura.
dio de agrado.
Desempenho
Chama-se
desempenho
em geral do
um
A pea
teve
tir
bem
difficil
a arte
Machado
Augusto Pina.
Desenlace
A palavra est a indicar de
que se trata. Em toda a aco dramtica o
desenlace o acontecimento final, que vem
cortar ou desfazer o n do enredo e dar fim
s complicaes .creadas pelos incidentes anteriores. Para o escriptor dramtico o difficil no achar o desenlace, mas conduzil-o,
preparal-o, fazer d'elle o seu objectivo desde
a primeira scena da pea, de o ir complicando constantemente, sem que o espectador o perceba; mas que o anteveja, o deseje, sem que conitudo possa prever de que
maneira e por que meios l se ha de chegar.
O principal valor do desenlace ser imprevisto. O interesse apenas se sustenta pela
incerteza; pela incerteza que o espirito do
espectador se conserva entre o receio e a
esperana, e d'estes dois estados se produz
o verdadeiro interesse. Este desapparece
logo que o desenlace seja previsto.
Sahir do tom, da afinao.
Desentoar
E' synonimo de desembaDesenvoltura
rao, agilidade, viveza. Quando no exagerada, a desenvoltura qualidade aprecivel no theatro. Para os artistas que trabalham no gnero cmico a desenvoltura
muito til.
Desenxabldo E' assim que se chama ao
actor ou actriz inspidos, faltos de gosto,
de animao e desenvoltura. Pea desenxabida a que no tem graa, espirito, nem in-
teresse.
V. Descarregar.
Desfechar
Desinfeco
No theatro, onde ha grande
accumulao de gente e onde, por mais que
se escrupulise, ha sempre falta de aceio,
indispensvel a constante desinfeco, com
DICCIONARIO
Dir
sellos,
52
tambm o
de despega seral.
Dias de espectculo O theatro bem administrado d espectculo todos os dias. Sendo
certa a despeza, na noite em qpe o iheatro
fecha, certo o prejuzo. Uma casa de espectculos s deve fechar as suas portas
quando a doena de um artista insubstituvel o obriga a isso, ou quando algumas noites so indispensveis para os ensaios geraes
da pea que est para subir scena.
Dias em que so prohibidos os espectcuPela lei que rege os theatros, no
los
permittido dar espectculos pblicos na
quarta, quinta e sexta feira da semana santa,
no dia de finados a 2 de novembro, no dia
24 de setembro, anniversarlo da morte de
D. Pedro IV, no anniversarlo da morte do
ultimo monarcha fallecido e nos dias de luto
por morte do rei, rainha ou pessoa real, patriarcha, bispo da diocese, dias de preces
outras despezas. A' diria d-se
nome
Tambm
se
si.
dilettante ao individuo que freconstantemente o theatro lyrico por
chama agora
quenta
luxo ou vaidade, sem que perceba coisa alguma de musica, nem ao menos saiba distinguir o bom do mau.
Pde ser do prprio empreDireco
zario, do representante de uma sociedade,
ou ainda -de um empregado superior, contractado para tal fim. Muitas vezes a palavra direco synonimo de empreza.
D-se este nome ao
Director de scena
empregado superior que tem a seu cargo
superintender em tudo quanto respeita ao
servio do palco; elle quem mette em
scena as peas; quem dirige os preparativos
para que ellas subam scena no menor espao de tempo possvel e com explendorj
elle quem preside aos ensaios; finalmente
elle quem tem a responsabilidade de tudo
quanto se passa no palco.
E' todo o homem
Director de theatro
DO THEATRO PORTUGUEZ
53
bem em cada
Diz
Dispensa do ensaio
A falta aos ensaios
s pode ser auctorisada pela dispensa do director de scena. E' claro que o emprezario,
como supremo arbitro do servio do palco,
pode tambm conceder taes dispensas; todavia convm que se abstenha de o fazer,
para no desprestigiar o ensaiador, e porque
este sabe melhor do que ningum a falta
que o artista far, se no comparecer.
Dissolver
Qualquer sociedade artstica
se pode dissolver por accordo entre a maioria dos scios, ou porque os estatutos da
sociedade
Uma
casos.
permittam em determinados
empreza s pode dissolver a
companhia por caso de fora maior, previsto nos contractos ou por falta de pagamentos, o que torna a empreza fallida.
Quando um artista desemDistinco
penha qualquer papel com toda a correco,
apresentando-se bem, tendo estudado a parte de que se incumbiu, faliando com nitidez
e empregando todos os meios de agradar,
diz-se que esse artista foi distincto. Do artista que se apresenta em scena bem vestido
e com bom porte, diz-se que tem distinco.
Duo
DICCIONARIO
dar um falso sentido vocal s palavras que se foi incumbido de transmittir aos
espectadores. Chega a indignar ouvir um
actor di:{er mal.
E' to difficil di^er
Dizer o couplet
bem o cotiplet., que raros artistas o conseguem. E' preciso dar-lhe toda a expresso,
toda a malcia, toda a ingenuidade, finalmente todo o valor que os versos teem ex-
mal
plicita
que
uma
de effeito seguro.
A participao que o
Doena d'artista
artista faz para a empreza, ou para o director de scena de que est doente e no pode
54
Drama
lyrico
uma opera
esta qua-
em que
lificao
distribudo um insignificante papel, esse artista dizer com desdm: O meu papel so
dois ditos la
Para os emprezaDomingo no theatro
rios o domingo o seu melhor dia, porque
ha sempre concorrncia de publico nos theatros. J para os artistas se no pde dizer o
mesmo, pois que, n'esse dia, em que quasi
toda a gente descana, certo elles terem
trabalho, e s vezes duplicado, porque ha
matine, ou ento ha ensaio de dia e espectculo noite.
Dominio publico
di-
sria,
o sen-
Wagner.
sobrenatural.
Uma
ter lagrimas.
empolgantes que
animo do
faz
auditrio.
grande impresso no
E', finalmente,
dram-
davia usa-se
maturgo
seja
em
quem
que gnero
fr.
V. Desafio.
Duello
E' a denominao que se d a
Duttino
um pequeno duetto de opera cmica, opereta
ou vaudeville.
Considerado no ponto de vista
Duetto
puramente theatral, o duetto um trecho a
duas vozes, acompanhado pela orchestra,
como todas as outras partes d'uma opera.
Alm das operas, conteem tambm duettos
Ens
DICCIONARIO
sociados, que
encargos.
Encadernar No s os livros da escripturao de qualquer empreza devem ser encadernados; mas tambm todas as peas do
repertrio e as partituras, a fim de se conservarem
em bom
estado.
Diz-se
56
d'um theatro at apresentar uma pea ao publico. Se o espectador, quando se senta no seu logar para assistir primeira representao d'uma pea,
pudesse calcular o tempo e o trabalho de
toda a espcie que foi preciso para apresentar tal obra; se fizesse uma pequena ida da
somma de esforos, de energia, de intelligencia, de vontade que cada um empregou
at esse dia, nunca se atreveria a patear essa
pea. No so horas, nem dias; mas semanas e mezes que se gastam a estudar, a trabalhar, a apurar, a fazer sacrifcios enormes.
Ha diversas espcies de ensaios; assim; ensaios de leitura, ensaios de marcao,
ensaios de ratificao, ensaios de musica, ensaios de junco, ensaios de scenario ou machinas, ensaios de orchestra, ensaios de apuro, ensaios para a policia, ensaios geraes,
finalmente todos os ensaios precisos at chegar a primeira representao.
Ensaios de musica Nos theatros lyricos,
se entrega o pessoal
Enchente
uma
DO THEATRO PORTTGUEZ
que ainda esto a tempo de ser emendados. J se teem tambm feito ensaios geraes com convites imprensa, escriptores
dramticos, artistas e amigos da empreza.
Isto pode ter vantagens, como reclame; mas
tem tambm o inconveniente de mostrar faltas que nas recitas no existiro.
Pelo novo
Ensaios para a auctoridade
regulamento dos theatros, as emprezas so
obrigadas, depois das peas ensaiadas e antes da primeira representao, a fazer um
ensaio, como se fosse espectculo, para a
auctoridade assistir, ordenando as alteraes
e cortes que entender, ou mesmo prohibindo a representao da pea. E' isto, nem
tos,
mais
a censura prvia,
abolida pelo nosso cdigo. E' mesmo a contradico e ofFensa do art. bjo. do Cdigo
eximir a
visto.
em
scena.
um
Entradas
borlas
tradas.
espectculo de graa, chegam-se ao emprezario e dizem: Pode ser hoje uma entra-
dinha?
So bilhetes para o
Entradas de favor
espectculo, dados gratuitamente pelo em-
prezario.
o theatro.
rentes.
Entalao
E' o nome que se d situao melindrosa em que se v um actor
quando a memoria o atraioa e o ponto lhe
no acode, ficando por alguns momentos
parado, sem saber o que ha de dizer. E' uma
entalao. N'outro sentido, quando uma
companhia ambulante rebenta em qualquer
terra, e os artistas no teem dinheiro para
d'alli sahirem, nem para pagarem aos hotis, chama-se a isto uma grande entalao.
Quando uma pea, o seu
Enthusiasmo
desempenho e enscenao so recebidos
com muito agrado e muito festejados pelo
Ent
darem com
a substituio.
Entregar
o valor de
uma
um
carta
artista,
Para amesqumhar
costumam
dizer os
DICCIONARIO
Esc
servem.
Escarcla
58
Desde a fundao do
Escola dramtica
nosso Conservatrio por Almeida Garrett,
tem existido alli, com intermittencias, a escola dramtica, e hoje novamente existe.
fim d'essa escola preparar para o theatro
actores e actrizes, fazendo-os conhecer as
regras da arte, fazendo os praticar e dandoIhes uma certa illustrao. Se o nosso Conservatrio Dramtico no tem produzido
quanto era para desejar, ainda assim, quando a escola existe, sempre algum proveito
se tira
Escoras
So vares de ferro ou traves
de madeira,
tendo
i3
-^aoirij
nas extre-
midades
^^^""^
DO THEATRO PORTUGUEZ
59
completos
Escripturar
empreza e o
artista
ou
emancipados, no podem assignar escriptusem auctorisao de seus pes ou tutores. Se um qualquer emprezario acceitar a
assignatura d'um menor em qualquer escriptura sem a devida auctorisao, nunca poder exigir judicialmente o seu cumprimento.
D-se este nome aos cmiEscudeiro
cos das magicas, que acompanham os reis
ou os prncipes nas suas aventuras.
Actualmente nos theatros de
Escurecer
Lisboa e Porto, ou n'alguns de provncia em
que ha luz elctrica, faclimo escurecer a
scena ou a sala do espectculo por meio das
torneiras coUocadas -na casinha do electri-
ra
posio lyrica, dramtica, equestre, acrobgymnastica, etc, que pde ter logar
n'um theatro, n'uma barraca, n*um circo,
n'uma praa, ou n'outro qualquer logar publico. Com referencia ao theatro, tudo o
que n'elle se exhibe forma um espectculo.
Nos dias de gala,
Espectculos de gala
a familia real e toda a corte assistem da tribuna do Real Theatro de S. Carlos, ao espectculo, em que se executa o hymno nacional, havendo os vivas do estylo, levantados pelo presidente da Camar Municipal de
Lisboa. Quando est fechado o theatro de
S. Carlos, os espectculos de gala realisam-se com as mesmas formalidades no
theatro de D. Maria II.
Assim se chaEspectculos de retalhos
ma aos espectculos formados por actos de
peas diversas, comedias em um acto, monlogos, canonetas, rias, concertos, etc.
Estes espectculos, quando o programma
bem organisado, e nelle tomam parte ar-
tica,
tistas
tado.
distinctos,
Isto
que, em estando uma sala cheia, representava metade do valor. Estes expedientes
nada adiantam e antes desacreditam a empreza que os pe em pratica.
Espectculos
interminveis
Assim
se
chama no
cista.
Ess
do sempre
bom
resul-
N'outro tempo,
Espectculos gratuitos
por occasio de festas nacionaes, a camar
municipal ou o governo dava s emprezas
certa quantia para que, em signal de rego-
fim.
artista
uma boa
imitao.
calo de theatro que se applica em diversos casos. Quando ao actor
distribudo um papel em que tem muito trabalho sem resultado, esse papel uma espiga. Quando um artista tem de contrascenar com outro, que lhe estraga o seu trabalho, apanha uma espiga. Quando um emprezario contracta um artista em que tem
grandes esperanas e elle no d nada. tambm apanha grande espiga. Quando o mesmo emprezario recebe uma pea, que julga
Espiga
E'
Em
veis.
[Quando um artista
Essa das boas]!
cmico qualquer accrescenta ao seu papel
uma phrase inconveniente ou uma semsaboria, de que o publico se no ri, dizem-lhe
Eva
DICCIONARIO
em
OS collegas
boas!
calo theatral;
Essa das
arrastam uns aos outros, fallando todos baixo, dizendo-se ento que a representao
est baixa.
em voz
se
sente em estado de
Es'ante do ponto
dar a medida completa das suas facculdades, de desenvolver
todo o poder, toda a belleza do seu rgo,
que est em
vof.
Esticar as presilhas
Quando um actor comea
a puxar muito um papel em
scena, chegando s vezes a
commetter inconvenincias e a atropeilar o trabalho dos collegas. s para
agradar a um publico me-
nos
intelligente,
dizer-se
//
y-
(^
costuma
'/^
Estante de orchestra
Defensor da Egreja,
fallava
em que um
te 20 minutos, essa tirada, alis magistralmente dita pelo actor Santos, era umi grande
epocha.
Estopada Calo de
com que se designa a enorme tirada de
qualquer papel. No drama
personagem
theatro
ticaras presilhas!
sacro
a esperar de
seguir to. espinhosa carreira. Outras parece nada indicarem
todavia
mais tarde, com a pratica e estudo, revelase o artista. Emilio Doux, to conhecedor
de theatro, to excellente mestre, foi o pri-
Quando um cantor
diz-se
quem pretende
Estar
6o
DO THEATRO PORTUGUEZ
6i
em
casos muito graves. Quando, por desorentre os espectadores, ou por excessivas manifestaes de desagrado, que interrompam constantemente o espectculo, no
houver meio algum de tranquilisar o publico, antes a desordem tome propores graves, a policia manda pela fora ao seu dispor, que a sala seja evacuada.
Nas grandes operas, nos draEvolues
mas de espectculo, nas magicas, finalmente, em todas as peas de grande desenvolvimento scenico, e em que toma parte na
aco um numeroso pessoal, preciso muitas vezes operar movimentos importantes
de marchas, combates, ataques, etc. A esses
movimentos que se d o nome de evolues e que, quando um hbil ensaiador d'ellas tira todo o partido, produzem grande ef-
dem
no publico.
O actor que commette exaExageros
geros, muito embora seja para obter applaufeito
sos de um publico inconsciente, offende todas as regras da arte e as leis do bom gosto
e da sobriedade. No drama os berros exagerados, o continuo gesticular, o bater com
os ps; na comedia os modos grotescos, as
phrases inconvenientes; no canto as notas
gritadas e os gorgeios de mau gosto so
exageros insuportveis. O actor que tal pratica, muito perde no conceito do publico in:
telligente e da critica.
poucas mais.
Para digresso pelas provncias costumase, pois, organisar companhias especiaes,
com
limitado
numero de
artistas.
Exp
um
theatro.
Exploso
Movimento sbito e estrondoso com detonaes, que faz sempre effeito
no theatro quando
bem
imitado.
As
F Fabula A'
pea. Quando o inconveniente se d a tempo, coUoca-se sobre os cartazes, ou em logar prprio, um aviso ao publico, justifi-
illuminadas.
pel
se
1.
bem
tal falia.
Fallar ao publico
Ordinariamente o
contraregra o encarregado de sair fora do
panno e dizer ao publico o que se passa
3uando ultima hora tem de ser substituio qualquer artista, ou tem de se mudar de
Fada
cando
conformarem com
Fallir
Quando
no pde
as alteraes.
uma empreza
satisfazer os seus
theatral
compromissos.
DIGGIONARIO
FIc
companhia nem aos fornecedoempreza est fallida e pode entregar-se ao tribunal do commercio, como
no paga
gdis,
res, essa
bm
tro.
farra.
Fantoches
Nome
que os francezes do
aos fantoccini
italianos e
que ns adopta
mos
para
designar os
ou bonecos que retteres
em
outros,
movidos por
cordis. Os
maiores do
que propriaat de
natural.
Fantoches
tamanho
mente
do dialogo.
Ha
uma epocha
feliz.
Fazer effeito
No theatro diz-se que /ef
effeito qualquer pea que agradou, qualquer
truc bem preparado que mereceu applausos,
qualquer scena bem movimentada, ou um
papel estudado por forma a enthusiasmar o
publico. A tudo isto se chama fa^er effeito.
Mas quando o enthusiasmo sobe ao ultimo
grau e se falia com grandes louvores d'uma
pea, da enscenao ou do desempenho, dizse /ef furor.
Fazer furor
Quando uma obra theatral
agrada extraordinariamente ao publico e
recebida na primeira recita com applausos
enthusiasticos, diz-se que /e^ furor. Tambm se emprega tal phrase quando um artista desempenha brilhantemente um papel
e recebe do publico ovaes extraordinrias Assim se diz, por exemplo: ACru!(da
esmola de Schwalbach/e^j- /uror ou O Brazo no Kean fe^ furor.
Diz-se que um theatro
Fechar o theatro
fecha quando termina a epocha e portanto
os contractos dos artistas, o que ordinariamente acontece nos mezes de Maio ou Junho. Reabre depois em Outubro. Tambm
se diz que o /jeai/ro/ec/m quando acaba uma
empreza para no continuar.
E' a quantia que no fim de cada
Feria
semana se paga tios theatros aos carpinteiros, machinista, fiel e outros empregados.
Palavra de calo italiano, adoFiasco
ptada em diversos paizes, entre os quaes o
nosso, para indicar que uma pea ou um artista desagradaram por completo. Diz-se
tambm do desempenho completo de uma
obra theatral. Assim por exemplo: O draraa hontem representado em D. Maria fez
completo fiasco ou O actor F. no papel tal
fez fiasco ou ainda O desempenho da opereta que hontem se representou na Trindade foi um grande fiasco.
Palavra franceza adoptada no
FiceUe
nosso theatro para indicar os artificies de
que um auctor se serviu para architectar
Fatigar
fantoches so
pirito
presentam
nos theatros
de feira e
doos
-64
DO THEATRO PORTUGUEZ
65
uma
mas illusionando
Ffl
ficellesn.
E'
o empregado de confiana do
que vigia a porta da entrada da
caixa, guarda as chaves dos camarins dos
artistas e responsvel pelo que est dentro do theatro.
E', em calo de theatro, o grito
Fifia
desafinado que solta um cantor ou cantora,
quando, atormentada pelo pigarro, faz um
esforo e s solta uma terrvel fifia, que arFiel
theatro,
ripia os espectadores.
Figurao
No theatro entende-se por /zgurao o conjuncto de coristas, figurantes
e comparsas, que tomam parte na aco como personagens mudos ou s cantando coros.
Figurante
Equivale no theatro a comparsa mas ordinariamente classificara-se de
;
Figurinos
La
Fila
so numeradas pelas
letras do alphabeto
ou por algarismos. Partindo do palco para
o fundo da plata, as filas esto marcadas
com as lettras A, B, C, D, E, etc, ou .%
filas
Figurantes
limpos se apresentam.
Para peas com epocha deFigurinos
terminada, e principalmente para peas de
grande espectculo e de phantasia, so indispensveis os figurinos para confeccionar
o vesturio. Para muitas peas teem feito
figurinos vrios artistas portuguezes, sendo
os melhores os de Manuel Macedo, Bordallo
Pinheiro e Eduardo Machado. Muitas vezes
se aproveitam os figurinos vindos de Paris
e j at alli se teem mandado fazer de encommenda. Jornaes theatraes de Paris trazem ordinariamente as photographias, pho-
5.,
etc.
DICCIONARIO
Foi
Iharina Talassi.
brilhante actriz ThomaVelloso era filha da tambm distincta
artista Carlota Velloso.
notvel actriz Gabriella D-Vecchy era filha da festejada
apreactriz Gertrudes Anglica da Cunha.
civel artista Lucinda Silva era filha da distinctissima actriz Gertrudes Rita da Silva. A
til actriz Sophia Gomes filha da antiga
actriz Maria do Co.
Est tambm adoptada entre
Fiorituri
ns esta palavra itaHana, para designar os
floreios ou gorgeios que certos cantores lyricos se permittem introduzir nos trechos de
uma opera que teem de cantar. Os espectadores no se contentam em ser indulgentes com
esses audazes cantores, mas ainda por vezes
sia
emendar
atrevesse a
augmentar os versos
ou
a prosa
Tem tambm
e frondosa.
E' o ponto onde, pela electricidade,
Foco
se concentra a luz, que illumina toda a scena ou uma parte determinada. Por meio de
apparelhos apropriados pde o foco espalhar luz de diversas cores.
Fogacho
E' a labareda ou chamma pro-
duzida momentaneamente em pequena quantidade por matria inflamvel. Usa-se nas scenas de inferno, na appario de personagens infernaes e em diversos momentos nas magicas ou peas
do mundo
Nas diversas
inteiro.
estatsticas
acabam pelo
Em
incndio.
Portugal,
nos ltimos tempos, podem-se registar apenas dois theatros no Porto destrudos pelo
fogo: o da Trindade, onde no houve victimas, e o do Baquet, que foi uma horrvel
catastrophe. Em Lisboa, exceptuando o incndio de uma barraca no Rato, ha mais de
um sculo que se no d tal fatalidade. Os
theatros que desappareceram Salitre, velho
Rua dos Condes, Circo Price, D. Fernando,
Recreios e Colyseo de Lisboa, foram demolidos por convenincia publica. Todas as
medidas preventivas adoptadas nos theatros
so poucas, attendendo s terrveis desgraas
que pde causar o fogo n^uma casa de espectculos. Posto que os no preserve completamente, a illuminao a luz elctrica para
os theatros um grande melhoramento n'este
sentido. Todos os rigores da policia, s vezes excessivos, so desculpveis, attendendo
a que se tem em mira evitar o incndio,
que pde produzir tantas victimas, alem das
perdas materiaes.
Foguetes Imita-se perfeitamente no theatro o estalar dos foguetes, queimando algumas bombas dentro de uma barrica com
tampa. Esta serve tambm para impedir que
o fumo das bombas queimadas v incommodar os artistas ou o publico.
E' a folha que em toFolha da diria
das as recitas se faz da despeza total do espectculo, mencionando em especial cada
uma das verbas pagas. V. Diria.
Nos nossos theatros a
Folha da receita
folha de receita de cada espectculo feita
pelo bilheteiro e conferida pelo secretario,
pelo guarda-livros ou pelo prprio empre:
phantasticas.
66
tual.
Fogacho
Folha semanal
E' a folha que contem a
da semana aos empregados inferiores
do theatro, que se paga aos domingos. N'esta
folha entram o machinista e seu ajudante, os
feria
DO THEATRO PORTUGUEZ
67
Fur
salas
d'espectaculos.
So
muito ms as do Gymnasio,
Principe Real e D. Amlia,
de Lisboa, e peiores as da
Rua dos Condes. Na Trindade ha apenas duas de cada lado e no Avenida uma
de cada lado. Fri^^as boas
so as dos theatros de S.
Carlos e D. Maria II.
Fumar E' expressamenFrizas
te prohibido /mar no palco e suas dependncias, menos aos artistas
que tiverem de fumar em scena no desempenho dos seus papeis, durante o tempo em
que estiverem representando. Tambm
prohibido fumar nos corredores, camarins
ou quaesquer outros sitios alcatifados.
Furiosos
Aos amadores dramticos ou
curiosos costuma, principalmente a gente de
theatro.
chamar
furiosos dramticos.
D- se no theatro o nome de
Gabinete
gabinete a uma pequena sala em que se
passa a aco de qualquer acto d'umapea.
A essa pequena sala, que sirva de saleta,
escriptorio, casa de costura, fumoir^ etc, no
theatro se designa indistinctamente por gabinete.
gaforina
foi
dado
um
gago.
E' a classificao dada ao artista
Galan
que representa o papel de apaixonado. Uma
pea pde ter um, dois, trs ou mais galans,
classificados de primeiro, segundo, terceiro,
conforme a importncia do papel. Ha g^a/<35
dramticos e galans de comedia^ segundo o
bons so raros.
Galan de ponta de scena
Assim se denominava antigamente o primeiro galan dramtico de qualquer companhia. No se explica bem a classificao
mas no entanto
era. a geralmente usada. Provavelmente as
razes que se adduziam para chamar aos
primeiros galans, que nos antigos dramas
eram os personagens mais em evidencia, galans de ponta de scena, eram as mesmas que
actuam agora no Brazil, onde se diz do artista, que est na primeira plana e mais em
evidencia, que esta na ponta ! No nosso theatro tivemos, n'outras epochas, bellos galans
de ponta de scena, e, entre elles Alves, Antnio Jos de Paula, Arsejas, Assis, Borges
.Garrido, Fructuoso Dias, Fernando Queiroz,
Gusmo, Joo Evangelista, Manuel Baptista
Lisboa, Luiz Ignacio Henriques, Manoel Rodrigues Lopes, Pedro Antnio, Sebastio
Ambrosini, Tasso, Vasco, Ventura e Vicio
rino.
Galeria
E' o logar peior de uma sala de
espectculos, na ultima ordem, por cima dos
camarotes. N'alguns theatros tem o nome de
Varanda e em calo theatral Galinheiro.
Galinheiro
E', em calo theatral, o nome
que se d aos ltimos logares da sala de espectculos, a toda a altura e que corresponde
s varandas ou galerias.
Gambiarras
Apparelhos d'illuminao
que esto collocados na parte superior do
palco para dar luz scena. Ha uma gambiarra em cada plano, a toda a largura da
scena, contendo um renque de luzes, e sus-
Ges
pensa
DICCIONARIO
como
mentos
pelas
res-
70
tistas.
atam no urdimento.
Para evitar que a luz
das gambiarras incendeie os pannos,
so, por ordem da
policia, todas coDertas com largas
Gambiarra
redes de arame.
Rir bem em scena basGargalhada
tante difficil e depende de estudo aturado.
Mais dificil ainda dar em scena uma boa
gargalhada, que saia natural e no desafinada. Uma gargalhada que parea expontnea provoca sempre outras entre os espectadores.
Fazer escalas ou trinados
Gargantear
com a voz. Os cantores quasi sempre garganteam antes de entrarem em scena, como
que para aquecerem a garganta e afinarem
a voz.
alguns theatros de PortuGazista
gal e em todos do Brazil se d tal classifio ao illuminador. Veja-se esta palavra.
Diz-se de um actor que geGenrico
nrico quando aborda todos os gneros,
sendo to distincto ou to acceitavel no
mo
ma
artista
zer
um
tem de
forma que
um
ser classificado.
Da mes-
galan, e que
no pode
tambm
satisfazer
Geral
E'
tro,
nomeado
quem
pela
DO THEATRO PORTUGUEZ
71
comeam
Em
resumo,
a-gesticular a torto e a direito.
o gesto no theatro deve ser sbrio e natural, simples e expressivo e absolutamente
apropriado ao caracter e condio do personagem que se representa.
Roldanas especiaes para theaGirellas
tro, que se applicam entre dois
pedaos de madeira,
quasi
em
Gome A
Gru
roldana do moito,
as cordas
Grades
Em
linguagem
theaso
os esqueletos, feitral as^rfes
tos em madeira,
dos repregos, que
teem de ser cobertos de panno e depois pintados para
completar qualquer scenario.
Graduar
declamao
Na
in-
Grade
dispensvel saber
graduar
uma
a voz.
falia
uma
tabeli de agradecimento.
Verdade
seja
tros, e esse
em
tambm
um primeiro artista,
Gloria
grenhado.
Grizetas de
devem
lcool
No
mais de meio decilitro de capacidade as gri^etas de lcool, ou de outros lquidos inflammaveis ou explosivos, destinadas a accender
as luzes, e andaro dentro de
uma
ter
Grupos
Conjuncto
e dispostas
de figuras reunidas
de forma que todas sejam vistas
G ua
DICCIONARIO
72
est armazenado e
tureiras e alfayates.
ti
Guarnio do proscnio
Guarda-roupa
que ficam dos dois lados do proscnio, mesmo junto ao panno de bocca. A% guarnies
so ordmariamente pintadas de roupas. Afi-
nam com
a sanefa
panno de bocca.
para emmoldurarem o
artista se
que no theatro
Homenagem As
costumam
recitas
em homenagem
dar-se aos auctores na i5. representao da pea, que conseguiu agradar; mas por vezes teem sido dadas em homenagem a um primeiro artista, que apresenta trabalho superior no desempenho de
qualquer pea.
Nos theatros de
Hora do espectculo
provncia os espectculos comeam quasi
sempre tarde. Muitas famlias esto habituadas a ceiar ou tomar ch antes de irem
Lisboa e Porto os espara o theatro.
pectculos comeam ordinariamente, no inverno s 8 e I quarto ou 8 e meia, no vero
s 8 e meia ou 8 e 3 quartos. N'outro tempo, ha trinta ou quarenta annos, os espectculos em Lisboa comeavam s 6 horas e 3
quartos, s 7 horas, ou, no mximo, s 7 e
meia. Mas n'esse tempo os espectculos
eram enormes; representavam-se por noite
Lisboa, por ordem da po6 ou 7 actos!
licia, os espectculos teem de terminar antes da meia noite. Esta ordem, porm,
quasi sempre sophismada e raras vezes as
empresas chegam a pagar as multas.
Em
Em
Termo
de machinismo theatral.
ou um reprego, prenoel-o
s cordas que descem do alto do palco e
mesmo assumpto:
Iar
1^-ar
um panno
Em
Segue
Imp
DICCIONARIO
demais terras usa-se luz elctrica, acetylene, petrleo ou stearina. A illuminao preferida para os theatros deve ser a /i/f elctrica, j para evitar incndios, j para os
bellos eTeitos theatraes.
cargo que no theatro
lUuminador E'
devia ter mais importncia do que aquella
que realmente se lhe d. Nas mos do illumin ador estti as torneiras de segurana;
nas suas mos esto os effeitos de luz para
a scena ; nas suas mos est tambm o dis-
um
ma
feio quasi todos os actores e actrizes portuguezes actor Trindade, conhecido pelo
Trindade das imitaes, tambm muito feliz em taes scenas e que chegou, no theatro
da Trindade, a representar o Rei Bobeche
do Barba Ajul, imitando de principio a fim
o actor Izidoro e o actor Venncio, outro
imitador perfeitssimo que morreu no Brazil. O actor Csar de Lima Jnior fez a sua
estreia no theatro, representando o papel
do drama Fidalgos da Casa Mourisca, em
imitao a seu pae, que o tinha desempenhado.
:
Immediato
tro ao trecho
ma
Tambm
se lhe cha-
entreacto.
duro e injusto!
As relaes dos theatros com
Imprensa
a imprensa em Portugal esto mal definidas
risl E'
DO THEATRO PORTIGUEZ
11
Ind
e por isso teem dado logar a questes diversas, a interrupes de amizade. E' Portugal a nica parte do mundo em que todos
todos se retirassem
eTe-
Em
a
suspeita, enthusiasma o publico e
causa o successo d'uma pea.
Para improvisar em scena
Improviso
minima
inaugurao de uma empreza, a inaugurao de uma epocha, a inaugurao dos espectculos de qualquer companhia estrangeira, inaugurao dos espectculos de gala
ou da moda, etc,
Um sinistro de tal ordem duIncndio
rante uma representao occasiona sempre
as maiores desgraas pelo pnico que se estabelece e pelo terror que se apodera dos
espectadores e at dos empregados do theatro. Se, quando se d o signal de incndio^
principal, a vem complicar augmentandoIhe o interesse e dando fora intriga, enredando-a, at que um novo incidente, que
o ultimo, traga o desenlace. Todas as peas
Incorrecto
O actor pode ser incorrecto
por duas formas: ou como artista, desem-
DICGIONARIO
Int
creanas; infantis aos theatros feitos unicamente para n'elles representarem creanas;
e ainda infantis s peas expressamente feitas para serem representadas por creanas.
Infernal
E' o acto, quadro ou scena de
qualquer pea passada no Inferno. Chamase tambm infernal a qualquer scena, seja
qual fr o local da aco, mas em que tome
parte o diabo.
Ingnua
Ao galan corresponde nas damas a ingnua. Precisa ser nova, formosa e
com
elegncia, alm do talento indispensvel para desempenhar papeis importantes como so os de primeira ingnua.
Como nos galans, os papeis de tngenua podem ser de primeira, segunda ou terceira
cathegoria. Ha tambm ingnuas dramticas e ingnuas de comedia. Os primeiros so
muito mais difficeis de representar.
Tendo
Inspeco geral dos theatros
sido extincta esta repartio, passaram todas as suas attribuies para o Governador
Civil de Lisboa, ficando, porm, de p os
regulamentos e decretos que quella diziam
respeito e foram formulados por Almeida
Garrett.
vestir
78
a fim
e
tao.
mente
sica.
instruir-se.
a palavra Orchestra.
Inteno
No seu estudo sobre qualquer
papel, o actor deve bem procurar a inteno
das phrases que o auctor lhe pz na bocca,
inintelligiveis.
veis,
Phrases
que precisam
mesmo
cortadas.
Intransmissivel
DO THEATRO PORTUGUEZ
79
Ins
INSTRUMENTOS
66
Carrilho de fanfarra
Campainhas 68
Collar de guizos 69 Pratos 70 Triangulo
67
Fagote
11
DICCIONARIO
Iri
dentes que, dimanando do assumpto principal, constituem o enredo d'uma obra dramtica. E' a ida principal d'uma pea. A
inriga a parte essencial para prender a
atteno do espectador, enchendo-o de interesse e curiosidade.
'
8o
sempre pouco cuidadosos. Quando um cartaz de theatro diz que a ultima representao irrevogavelmente de qualquer pea,
ha j a certeza de que depois da irrevogvel
ha sempre, pelo menos, mais meia dzia de
recitas. Aqui a culpa do emprezario; mas
apenas o faz para attrahir publico e quasi
sempre com resultado. No se deve, pois,
crer muito, em theatro, na palavra irrevogavelmente.
Bastos.
Lance dramtico
Pelos ltimos
Lanternas de preveno
regulamentos da policia todos os theatros,
durante os espectculos,
so obrigados a ter luzes
supplementares, fornecidas
por velas de
>tearina,
que
o'",70.
Lateral
No theatro este adjectivo emprega-se para indicar as portas ou os repregos, que ficam nos lados da scena, direita
ou esquerda, contando-se sempre do lado
Loo
um
alapo.
res
rem com a representao, para ver se conseguem que os defeitos no sejam percebidos pelos espectadores. Se os actores assim
fizerem, muitas vezes tero ensejo de levantar a representao.
Por no termos j^hrase
Lever de rideau
portugueza que claramente as classifique,
damos o titulo de lever de rideau s comedias insignificantes, de um pequeno acto,
sem importncia, e que, servindo para encher o espectculo, se representam emquanto o' publico no acaba de chegar, para
assistir pea grande e de successo
Librettista O auctor de librettos d'opera
lyrica ou opera-comica. So raros os bons
librettistas, o que faz tambm com que rareiem os bons compositores. Que se ha de
esperar de um maestro que tem um libretto
mau
Libretto
piral-o.
Linguagem
Deve ser o
DIGCIONARIO
intelligivel
Linhagem
Fazenda
bastante grossa e
pezada, em que n"outro tempo se usava pintar os pannos de theatro. J de ha muito
tem sido substituda pelo panno cr e ainda
um
um
lacaios,
frente e outro
atraz,
para
usadas
So
em di-
versas peas,
cuja epocha o
exige.
Litteraria
Liteira
Pea
/tterariz
aquella
r^
ja'
Lyr
DO THEATRO PORTUGUEZ
85
ser portugueza
logares da sala
Logares
e applicar-se
aos diversos
do espectculo.
No theatro chama-se logares
este luxuoso assim como que so luxuosos os fatos, se o guarda-roupa corresponder, e assim com os adereos, etc.
;
Lustre
Luz de petrleo
ter lgica.
Um
mas
judicada.
muito pre-
em
excellentes effeitos que se podem obter, especialmente nas peas phantasticas e de grande espectculo, os theatros deveriam ser todos illuminados a /uf elctrica. J o so todos em Lisboa e no Porto. Egualmente so
illuminados a luz elctrica os theatros do
Funchal, Ponta Delgada, Guarda e alguns
outros.
Quando os ensaios de
so geraes, ou de apuro, para economizar gaz, accende-se uma cruzeta
de ferro com dois bicos, de cada lado do
palco. Essas mesmas cruzetas servem para
dar luz orchestra. So moveis, atarraxando no cho, para quando se quizerem tirar,
o que deve ser no fim dos ensaios.
Quando se falia do theatro lyLyrico
rico em Lisboa, a referencia sempre ao
theatro de S. Carlos, o nosso primeiro theatro lyrico de opera. No Porto tal referencia
s pde fazer-se ao theatro de S. Joo. So
estes os nossos dois nicos theatros lyricos. O publico de Lisboa ou provncias, indo
assistir a espectculo de opera em qualquer
theatro ou circo, diz muitas vezes vamos
Luz nos ensaios
uma pea no
ao lyrico.
M
Macaqnear
ordinariamente mediocre,
procura^ na scena imitar um
outro artista distincto, arremedando-liie a jco.se, os gestos, a pronuncia e as inflexes, diz-se que o est macaqueando, o que sempre
detestvel.
Machiche
gonada
Dana
desen-
e requebrada,
com
em que
predo-
minam instrumentos
africa-
sica especial
com um
Machinas
se o
Machina de
sol
ou desappario
rpida de
um
per-
sonagem ou d'um
objecto,
uma trans-
um vo, uma
scena de gloria, tudo isto so machiMachina de vento
nas, destinadas a
surprehender, a encantar a deslumbrar a
fato,
DICGIONARIO
Mae
peas de
o pessoal,
como
se conserva, renovar o material deteriorado, fazer-se respeitar por todo o pessoal que est debaixo da sua direco; ver
tudo e todos para evitar quaesquer consequncias desastrosas do desleixo. Nas suas
mos est uma bem entendida economia,
est a marcha regular das representaes,
est a segurana para os artistas e para o
prprio edifcio. Por todos estes motivos,
um machinista ou mestre, que s preciosas
qualidades de caracter juntar o saber, a
no lhe deviam
ser
inepcias,
Apezar d'isto, so ainda as magicas das peas que maior concorrncia chamam aos
Em
sentaram magicas
bem montadas. No
velho
mas scenas
intei-
Mp
DO THEATRO PORTUGUEZ
89
Pomba
a^ul., etc.
Magistral
Ao trabalho verdadeiramente
notvel de um artista superior, chama-se
trabalho magistral ; da mesma forma se
chama magistral ao ptimo desempenho de
um papel de determinada pea e ainda se
chama magistral pea que possue todos os
requisitos de superioridade.
Termo francez de que nos serMaillots
vimos nos nossos theatros para designar as
calas de meia que vestem as bailarinas,
;
actrizes e actores.
Malaguetas
So pequenas cavilhas
xos, diz-se
malleavel.
que esse
artista
tem
um
talento
scena.
Manuscripto
s se
tadas,
Ordinariamente
as peas
se
est,
Mei
DICCIONARIO
90
sta pronunciar mal as palavras, j cortan- sentadas por bonecos. Ainda hoje nas nossas
do syllabas, j no deixando bem entender feiras ha grande predileco pelos theatriou carregando excessivamente nas consoan- nhos de fantoches, que outra coisa no so
tes, em especial nos RR. Este defeito pde
mais do que marionnettes, bonifrates, titeres
ser corrigido com muito estudo e exercido,
ou bonecos.
e assim convm aos actores e actrizes, que,
Como c fora na vida real, tamMassa
d'outra forma, se tornaro insupportaveis bm no theatro a palavra massa calo,
na scena.
que significa dinheiro.
E' palavra tambm hoje inDiz-se no theatro que tal
Maquette
Matar a pea
troduzida enfre ns para designar o esboo pea est morta quando, por qualquer cirou modelo de qualquer obra. No theatro cumstancia de mau desempenho, ou por ter
faz-se maquettes ou pequenos modelos das
havido desleixo na enscenao, ou mesmo
scenas, como depois devem ser executadas, pelo pouco valor da pea, o publico tem
a fim de se conhecer o seu eflfeito e de se manifestado ruidosamente o seu desagrado,
fazerem as alteraes precisas. Estas ma- ou, o que peior e mais significativo, o
quettes teem a apparencia de pequeninos theatro fica vasio logo nas primeiras repretheatros de creanas e, para serem perfei- sentaes.
tas, devem marcar minuciosamente tudo
Quando em qualquer
Matar um papel
quanto a scena ha de depois conter.
pea ha um bom papel., mas o artista, inMaravilha Quando uma boa pea obtm cumbido de o representar, no o compreum excellente desempenho, est mettida em hendeu ou no o estudou, fazendo m figuscena com grande propriedade e montada ra, diz-se que elle matou o papel., e muitas
com todo o luxo e apparato, costuma di- vezes arrasta tudo comsigo, accrescentanzer-se que tal pea uma maravilha.
do-se ento que matou tambm a pea.
Marcar logares Os logares no numeraMaterial Quando se falia do material de
dos podero marcar-se durante os interval- uma empreza de theatro, entende-se o scelos com lenos ou outro qualquer signal,
nario, o guarda-roupa, os adereos, a mobmas nunca antes de comear o espectculo. lia de scena, o archivo, o machinismo, etc.
Marcao Depois de feita a prova d'uma Este material representa sempre uma verba
pea comea a marcao, isto , comea o importantssima, mas que n'uma liquidao
ensaiador a marcar o sitio em que se ha de perde quasi todo o seu valor.
collocar cada um dos moveis ou objectos
So assim chamados os espeMatines
que teem de estar em scena, e o logar que ctculos dados de dia. Em Portugal eram
occupa cada personagem, indicando-lhe pouco usados, mas de ha tempo para c se
egualmente as passagens e mudana de do todos os domingos e dias santificados
marcao.
nos theatros do Porto e n'alguns de Lisboa.
Marco Aurlio Assim chamam em calo Tambm nos theatros de Lisboa, quando
theatral ao dinheiro. Depois de vencido o
est em scena uma pea de grande xito, se
mez de ordenados, quando vo passando os do matines, no s pelo augmento da redias sem que apparea tabeli de pagamen- ceita, mas tambm para reclame.
to, os actores dizem uns para os outros
Mazombo Actor mazombo aquelle que
aMuito tarda Marco Aurlio !
tem semblante carregado, anda de cabea
Marionnettes Tambm em portuguez es- baixa, tem voz cavernosa, nunca se ri e falia
t admittida esta palavra sem necessidade,
sempre com modos de arremetter. Na scena
visto que na nossa lingua temos com a mesou fora d'ella sempre o mesmo mazombo,
ma significao bonecos, titeres e bonifra- que no tem amigos, nem o publico o suptes. So pequenos bonecos de madeira com
porta.
movimentos, puxados por cordis ou araEm theatro esta palavra
Mechanismo
mes, e que, mexendo- se, danando, fazendo synonimo de machinismo.
gymnastica, imitam homens. Com estes boTodos os nossos
Medico do theatro
necos se fazem representaes, havendo pes- theatros teem um ou mais mdicos, que se
soas que faliam de dentro! A origem d'estes prestam a acudir a qualquer doena repenespectculos de bonecos remonta maior tina durante o espectculo e a verificarem
antiguidade. Gr-se que foram os chinezes se efFectivamente esto doentes e impossios primeiros a admittil os; tambm ha ves- bilitados de trabalhar os artistas que assim
tgios de taes espectculos entre os egypcios
o participam s emprezas. Alguns prestame chegaram a grande perfeio na Grcia e
se tambm a tratar os doentes que pertenem Roma. Ha sculos que os theatrinhos de cem companhia. Em paga d'estes servios
bonifrates ou marionnettes so popularissi- os mdicos teem nos diversos theatros camos e o encanto das creanas em toda a deiras efFectivas e gratuitas.
Europa. Assim accontece tambm em PorDiz-se que um theatro tem
Meia casa
tugal, onde taes espectculos foram sempre
meia casa., quando a sala tem metade dos
muito apreciados. No theatro do Bairro Alto espectadores que poderia conter e quando
as celebres opereias do Judeu foram repre- na bilheteira se fez, pouco mais ou menos,
DO THKATRO PORTUGUEZ
QI
engrossar as pernas
Mes
gue.
Memorias dramticas
So
sempre
inte-
ressantes as revelaes que os artistas possam deixar escriptas sobre a sua vida e
aventuras de theatro. As memorias dramticas so proveitosas para o estudo da arte.
Frana, Itlia, Inglaterra e outros paizes, os grandes artistas deixam muitas vezes
as suas memorias^ que so lidas com avidez
por quantos os conheceram em vida ou por
tradio. Entre ns, infelizmente, as memorias dramticas no esto em uso. Apenas
ha publicado O lbum do actor Santos e
as Memorias do actor Isidoro. So ambos
livros deficientissimos, mas dos quaes ainda
assim se tira algum proveito para o estudo
da epocha em que viveram os dois grandes
artistas. Sabemos que a maior parte dos nossos actores no teem a illustrao precisa
para escrever as suas memorias ; todavia ai-'
Em
guns tem havido que as poderiam ter deixado e na actualidade felizmente mais ha
que as podem escrever. Dos mortos poderiam pelo menos ter deixado apontamentos
da vida theatral da sua epocha Apolinrio
d'Azevedo, Baptista Machado, Braz Martins,
Csar de Lacerda, Manuel Francisco Correia, Furtado Coelho, Joo Costa, Jlio
Vieira, Cardoso Leoni, Lopes Cardoso,
Moutinho de Sousa, Paulo Martins, Pinto
de Campos, Romo, Rosa pae e Emilia
Eduarda. Dos que felizmente esto vivos,
:
dos carpinteiros.
Mestre de baile
E' o artista incumbido
no theatro de compor os bailados e ensaial-os. Actualmente nos nossos theatros
no ha mestres de baile. Quando alguma
pea de espectculo exige bailados, chamam-se umas velhas bailarinas que por ahi
ha e uma d'ellas que ensaia. N'este ponto
os theatros portuguezes chegaram ultima
decadncia. S no theatro lyrico que, d
DIGCIONARIO
Mor
Gulliver,
mas com
cezas e hespanholas e
geiras.
chestra.
em scena E' organisar o conjuncom todos os pormenores da enscenao, de uma obra dramtica. E' o ensaiador
quem se incumbe de tal trabalho, marcando
Metter
cto,
tras.
So os empregados
Moos de theatro
incumbidos da limpeza do palco e suas dependncias, da sala, sales e corredores.
Pertence lhes arrumar a scena para os ensaios, estando sempre um s ordens do ensaiador. A' disposio do mestre, conduzem os pannos para o
deposito e de l para o palco;
vo sala de pintura estender
os pannos e, depois de pintados,
conduzil-os para o theatro; fazem finalmente os servios que
lhes forem ordenados pelo emprezario, ensaiador ou pelo mestre.
Moeda
usada
zer
em
notas
Na scena a moeda
papel, mandada falytographia, imitando as
dos diversos paizes em
em
Q2
vimento do peso.
Mondongo
se
falia
um
uma
tonia.
Monstro
Quando
versos para
servir
em
palavras
preciso escrever os
j feita e que ha de
uma musica
medio precisa,
DO THEATRO PORTUGUEZ
93
em
n'uma enfermaria do
mdicos,
hospital, j consultando
lendo descripes de ltimos
de qualquer personagem.
Pequeno trecho musical com
momentos
Hotte
de trova ou cantiga.
Motivo
Phrase predominante de uma
composio musical, que se repete no fim
de cada estrophe, ou no decorrer da pefeitio
a.
Mourisca
Representao
sobre
um
ta-
em forma
com
dravesturio
Mui
s usada nas magicas e nas peas phantasticas, opera-se instantaneamente, vista dos
espectadores e por meios excepcionaes. A
mudana de J ato., que nada tem de sobrenatural, faz-se pelos processos ordinrios e
fora da vista do publico. Gomo o actor ou a
actriz encarregada de papeis com mudanas
de fato rpidas, no teem tempo de as irem
fazer aos camarins, mandam armar nas coxias, junto aos bastidores uns camarins provisrios. As transformaes de fatos em scena, vista do publico, operam-se, j por
meio do alapo, junto do qual o artista se
xem
que
um
outro
por meio
Mudo
O papel de mudo, quando tem
importncia, difficillimo de desempenhar
e depende de grande estudo. Alem de magnifico actor, o artista pecisa ser tambm
um bom mimico. Ordinariamente os personagens mudos so de minima importncia e
na distribuio dos cartazes designados por
NN.
Mulheres da
tros ha
toilette
Em todos os thea-
umas pequenas
casas,
melhor ou
Ha em cada uma
Mudanca de
fato
DICCIONARIO
Mut
veres.
opera, todo
rante,
svel.
Musica de camar
concertos
de
Ghama-se assim
instrumentos
de
corda
aos
ou
-94
confiada orchestra,
como
so as
sympho-
personagens,
ou
deixando
ouvir,
Musica no palco
A banda ou fanfarra
pde apparecer no palco vista dos espectadores, ou pde tambm ouvir-se sem se ver,
porque es executantes esto da parte de
dentro dos bastidores. Depende isto das exigncias da pea que se representa. Nas operas lyricas quasi sempre a banda numerosa
vem para scena tocar sob as vistas do maestro. Nas peas d'espectaculo, em que ha coristas e
muita comparsaria,
entrada de
uma
Mutao
DO THEATRO PORTUGUEZ
9^
ou
Mys
classificou
tambm
complicada,
to
accidentada, tambm
cheia de detalhes como
eFeitos so ain-
Assim eram designadas nos carprogrammas as pessoas que desempenhavam papeis insignitcantissimos e muiN. N.
tazes e
mudos. Hoje esto quasi banidos os N. N. e por isso nos cartazes, nas
tas vezes at
mencionam
os
ou
nomes dos
pei,
No
ter segredos
Do artista
primoroso,
qualquer pea por forma que o diz rapidamente, sem auxilio do ponto e sem se
enganar uma s vez, costuma dizer-se que
esse artista tem o papel na ponta da lngua.
A voz nasal muito desagradNasal
vel em scena. O actor que tem voz nasal e
no faz um estudo para a modificar, diflicilmente se supporta, porque o espectador se
convence de que est ouvindo declamar um
fanhoso.
Do
artista
que
boa
theatro.
Em
Noi
BCCiONAkl
D. Maria
quando no
do
em
mtica.
Nos camarins
rins,
scena.
98
DO THEATRO PORTUGUZ
Vasconcellos, Theotonio de
de Mello, Trilho, Thomaz Ribeiro, Tito Martins, Urbano de Castro, Varella, Vron, Volkart e Xavier MarTeixeira
de
Oliveira,
Thomaz
ques.
Noticias de theatro Alm dos jornaes da
especialidade, que todos os dias apparecem
para desapparecerem no dia seguinte, raro
o jornal dirio que no tem uma ou mais
seces com respeito aos diversos theatros.
Uyri
Em
Nymphas
ihologicos e quasi completamente despidas,
apparecem nas peas aproveitadas da mythologia e nas peas phantasticas. Alm de
nymphas, so chamadas driadas fnymphas
dos bosQues, montes e selvas), areadas (tambm nymphas dos bosques), nereidas fnymphas do mar), naiades fnymphas das fontes).
hydas fnymphas da chuva), hamadryadas
(nymphas dos carvalhos), napeas (nymphas
dos bosques dryades) e limniades fnymphas
dos tanques e pntanos).
Objectos esquecidos Quando finda o espectculo em qualquer theatro, a auctoridade manda verificar pelos seus agentes se
na sala ficou algum objecto esquecido. No
caso de o encontrarem, levado para a esquadra policial, onde o dono o poder ir
reclamar.
E' a designao geral
Obra dramtica
de qulaquer pea de theatro,. seja qual foro
gnero a que pertena.
Odalisca Mulher do serralho do sulto da
Turquia. Nas magicas e peas phantasticas
so muito usados os costumes de odaliscas,
cheios de sumptuosidade, riqueza elascivia.
vez a opera
em
um
Odalisca
Academia da Trindad.
em
i735,
Ena
Ore
DICCIONARIO
cionario.
Opereta
Pde dizer-se que uma opera-comica de pequena importncia. O gnero verdadeiramente alegre e compositores tem havido de grande nomeada, obtida na opereta. No gnero opereta podem
incluir- se as operas burlescas, apezar de algumas d'ellas terem maiores exigncias musicaes. A opereta tem principalmente florescido em Frana, onde nos ltimos tempos
appareceram compositores de grande valor
e que entre ns se popularisaram. Taes
teem sido: Offenbach, Lecocq, Planquette,
Varney, Messager, Herv, Audran, Roger e
outros. No nosso pequeno meio, no gnero,
sobresahiram a todos Augusto Machado e
Cyriaco de Cardoso; mas podemos ainda
citar: Alves Rente, Alvarenga, Calderon,
Del-Negro, Freitas Gazul, Gomes Cardim,
Rio de Carvalho e Stichini. Entre as operetas^ portuguezas e estrangeiras, que maior
xito teem obtido em Portugal, podem apontar-se Solar dos Barrigas, Burro do sr. Al:
caide,
Gaio.,
No
Romano: Santa
Quitria, de Salvador Marques; Milagre de Nossa Senhora da Na^areth, de Alcntara Chaves; Rainha Santa
Isabel, de Soares Franco; Samso ou a Destruio dos Philisteus, de Jos Romano, etc.
Oratrio
E' um drama musical com assumpto extrahido do Antigo ou Novo Testamento, com forma theatral. Da mesma
sorte que a opera, o oratrio divide-se em
partes, que correspondem a actos. A sua
aco, como a da opera, tem diversos personagans mais ou menos importantes e coros, assim como orchestra.
Pela palavra orchestra desiOrchestra
gna-se vulgarmente o espao entre a scena
e a plata, onde s msicos tocam, e egualmente se designa a reunio de todos os professores que a formam Reerindo-me a esta
ultima interpretao, a orchestra varia muito, segundo o gnero dos espectculos e segundo as dimenses do theatro. Nem todos
os theatros so lyricos, e nem todos os
theatros lyricos se encontram em eguaes
circumstancias. A formao da orchestra
depende pois. naturalmente dascondies do
theatro. Um theatio de comedia pde prescindir de orchestra, como aconteceu com o
de D. Maria, ou pode ter um sexteto, como
os do Gymnasio, D Amlia e Principe Real.
Um theatro de vaudeville pde limitar-se a
uma orchestra de doze ou quatorze professores; os theatros de opera ou opera-comica devem ter, pelo menos, vinte executantes; para companhias lyricas, segundo a sua
importncia, o numero de msicos deve ser
de cincoenta, sessenta ou mais. As pequenas orchestras teem um numero reduzido de
instrumentos. Para um theatro onde a orchestra s tem de tocar nos intervallos, ou
mesmo para aquelle em que tem de acompanhar couplets ou executar musica de scena, basta que a orchestra tenha dois primeiros violinos, um segundo, um violeta, um
um violoncello, um flauta, um
um piston, um trombone, dois
e um timbaleiro; total: treze pro-
contrabaixo,
clarinete,
trompas
fessores. Nos theatros d'opera cmica e opereta so precisos quatro primeiros violinos,
violeta, dois contrabaidois segundos,
violoncello, dois flautas, dois claxos,
um
um
rinetes,
dois
trompas,
baleiro,
vinte e
nhia lyrica deveria ter
mentos: doze primeiros violinos, doze segundos, oito violetas, oito violoncellos, oito
contrabaixos, dois flautas, um flautim, dois
clarinetes, dois obos, dois harpas, quatro
baixos, quatro trompas, dois fagotes, dois
pistons, trs trombones,
um
ophiclide, dois
DO THEATRO PORTUGUEZ
io3
Ova
mil ris! As folhas das companhias em I^isboa variam entre um conto e duzentos e
trs contos de ris!
V. Vo^
rgo
No theatro emprega-se a paOriginal
lavra original como synonimo de pea. Assim, diz-se: Agradou muito o original do
Lopes de Mendona, ou Vou hoje ver o
original do Gymnasio. Tambm se chama
original ao manuscripto do prprio punho
do auctor, do imitador ou do traductor.
Ovaes Acima dos applausos que o publico dispensa aos artistas, quando o seu
trabalho enthusiasma, ou quando se trata da
festa de uma actriz ou de um actor querido
das platas, esses applausos transformam-se
em ovaes, que se manifestam por verdadeiras acclamaes. N"essas noites de enthusiasmo o palco coberto de flores, as
palmas so incessantes, resoam os abravos'
e o artista querido recebe dos collegas e admiradores innumeros brindes, alguns dos
quaes valiosos. So verdadeiras noites de
alegria aquellas em que os artistas recebem
sinceras ovaes.
Pan
DICGIONARIO
des paixes empregadas outr'ora na tragedia para excitar na alma o terror e a piedade: hoje empregam-se da mesma forma
no drama.
Palavras
A palavra, todos o sabem,
a expresso verbal d'uma qualquer ida;
o som articulado d'uma ou mais syllabas,
que formam um sentido. A sua significao
no theatro vae mais longe. Para se designar
o poema ou o libretto de uma opera, pde
dizer-se: as valavras da Bohemia^ ou as
palavras do occacio. Em geral so maus
os librettos das operas, especialmente das
antigas; mas, em todo o caso, para que o
espectador possa bem avaliar mesmo o trabalho do compositor, indispensvel que as
palavras se entendam. Acontece que alguns
maestros, suppondo erradamente que o publico se no importa com as palavras^ trucidam as phrases, do saltos e desmancham
completamente as scenas e os versos do librettista, sem se lembrarem de que se pre-
io6
os reguladores
Cae
guarnies do proscnio.
e as
bambhna
regia.
O pan-
judicam a
si
Fabrica
'
LUVAS
EINGCMMADAt;!* INGLCZA
r.
ChiN'E2A
iCr.
r>"T^
PtRfUMARIA|R{
"CAMAS
LOUOS
PROVEM
Jos Dias
Vinhos Porto
A.Rg>mi,f il*
prprios.
Palco
Toda a parte do theatro do panno de bcca para dentro. O palco comprehende a scena e todas as suas dependncias.
Palco scenico a parte em que os actores
representam.
Palhaada
E' a classificao que se d
Panno de annunicos
theatros
a qualidade de
exageros e verdadeiras palhaadas para fazer rir os espectadores.
Pnico
Muitas vezes por um motivo ftil se estabelece grande pnico n'um theatro
cheio de espectadores, o que pde causar
grandes desgraas, porque falta sempre a
presena de espirito e todos querem fugir
incumbem
a artistas inferiores
pelas
mesmas
portas, atropellando-se
e at
Panno de annuncios
E' aquelle em que
o commercio e industria annunciam os seus
artigos e que est vista do publico durante os intervallos. Est hoje muito adoptado; mas tira a belleza e aspecto artistico ao
theatro e tem outros inconvenientes. Vejase o artigo Panno talo.
Panno de bcca
E' o que desce entre
Paniio de bcca
;7Ttt-
DO THEATRO PORTUGUEZ
107
nos de bcca com templos, allegorias, ou passagens mythologicas. Enganam-se redondamente, porque essas phantasias que, como
dissemos, esto em exposio muito prximo
do publico, que tem tempo de as examinar,
bonito
apresentam logo grandes defeitos.
panrto de bcca, com roupas bem lanadas
e de perfeito colorido, o melhor adorno
de uma casa de espectculo.
alguns dos nos5os
Panno de feiro
theatros j est em uso o panno de ferro.
N'esses theatros, logo que termina o espectculo, sobe o panno de boca e, junto a^ste, desce em seu logar o panno de ferro. A
policia, no seu regulamento dos theatros,
de ha muito determinou que todos tenham
um panno d'estes, manobrando facilmente,
que, no caso de incndio, pode, at certo
ponto, defender a sala. Mas os empenhos e
as condescendncias fazem com que alguns
theatros o no tenham e outros os tenham
to maus, que no podem funccionar.
Um
Em
Panno de fundo
panno que
est
na
parte mais afastada da scena, pois que representa o fundo, quasi sempre o mais
importante e mostra o interior de uma casa, uma paisagem, uma praa, o mar, um
jardim, ou outro qualquer assumpto. Quando nos primeiros planos da scena ha rompimentos ou bastidores, o panno do fundo cae
por detraz de todos para completar o quadro.
certas obras de
Panno de nuvens
caracter phantastico ou em magicas, acontece que uma importante mutao se no
pode fazer absolutamente vista dos espectadores, nem mesmo escurecendo a scena,
porque as trevas durariam muito tempo.
Descer o panno de bcca cortaria a aco da
pea e prejudical-a hia. Emprega-se ento
outro processo que consiste em fazer apparecer um panno de nuvens; ao mesmo tempo
que a orchestra toca musica apropriada
situao. Para estes pannos de nuvens pre-
Em
tarlatana e gaze.
Pap
do theatro.
Afim de evitar
Pannos incombustTeis
quanto possvel os incndios nos theatros,
o que tem occasionado milhares de victimas, attendendo a que quasi sempre os fogos comeam no palco e ahi se propagam
por serem cm larga escala alimentados por
matrias inflamveis, tem se estudado a forma de, por meio de um liquido em que se
embebam os pannos, estes se tornem imcombustiveis. J alguma coisa se tem conseguido, e a inspeco dos incndios tem aconselhado as emprezas a empregar esse liquido. E' mais uma. tentativa de segurana, que
merece ser estudada.
aflFastar
Pantomima
E'
arte de fallar
com
a linguagem da aco, a
os olhos, com a expresso do semblante, com os gestos, etc. Esta
linguagem quasi sempre acompanhada com
musica e por vezes com dana. N outro tem-
Pap
DICCIONARIO
108
mente avessos
em resultado
bm
uma
se distribue a
mulher
um
do publico,
as
bm
actrizes
Tam-
algumas
se
mos-
tram to espertas,
vivas e desembaraadas
de
com
homem,
fatos
to
desejosas de fazer
papeis masculiTravesti
nos, aos quaes o
seu talentf desenvoltura se prestam per-
se deve
zer; mas tambm as deixas, isto , as phrases ditas por outro personagem, que precedem immediatamente as que o actor tem
a dizer. E' indispensvel que o artista decore tambm as deixas que lhe servem de
signal, prevenindoo de que chegou a sua
vez de allar. O
papeis de musica.
mesmo
acontece
com
os
DO THEATRO PORTriGUEZ
\g_
Par
plos d'estes.
Papel
mudo
E', como
a classificao
um
devem
mesmo
o ensaiador gritam
toda a gente
Para a scena
Parada
mas que no
vis-
No numero
das
melhores contam -se Norma, Lucrcia Borgia e Traviata, parodias s operas dos mesmos titulos, por Jos Romano; N7ii, parodia ao Ernani, e O Andador das almas, parodia Lcia di Lammermoor, por Francisco Palha
O Cantador, parodia ao Trovador, por Gosta Braga; Jos Joo, parodia ao
drama Joo Jos, por Esculpio; O Barbeiro da Mouraria, parodia ao Barberillo de
Lavapis, por Jacobetty
O Duque de Vijella, parodia ao Duque de Vijeu, tambm
de Jacobetty, etc.
No theatro pode esta palavra
Parodiar
ter duas significaes: parodiar uma pea,
:
biCCiONARI
^at
ou
cadernos
em que
pressa ou
vose applicando
pasta.
com
Pateada
faz
pathetico no theatro
effeito infallivel, uma vez que a sua
expresso seja justa, verdadeira, sem ex-
go
de
pathos., paixo.
um
cesso
nem emphase,
apresentada
com con-
b THEATRO PORTUGUS
mento e com todo o esmero, no consegue
enternecer e mesmo commover at s lagrimas o espectador, que este inaccessivel a qualquer impresso, insensivel aos
gritos da dr, da paixo, da clera e do dio,
a tudo que excita o pathetico, a tudo que
gera as mais admirveis bellezas que seja
dado arte poder exprimir e reproduzir.
Pausas
Na declamao do artista d-se
o nome de pausas s interrupes que elle
faz entre as differentes phrases que tem a
pronunciar e entre cada um dos versos que
recita o que produz uma horrivel monotonia.
no fundo.
Peas de cordel Assim se denominaram
as peas que se imprimiam para se exporem
venda em sitios pblicos, penduradas em
tescas
cordis,
enorme
PeC
No numero
referi esto
Domingos dos Reis Quita a Nova Casde Joo Baptista Gomes Jnior; as comedias de Jorge Ferreira de Vasconcellos,
riquissimo thesouro de linguagem clssica;
as trs comedias de Luiz de Cames, o
principe dos nossos poetas; as obras dramticas do erudito Manuel de Figueiredo;
as tragedias e dramas hericos do fecundssimo Jos Agostinho de Macedo; os innumeros trabalhos de Jos Maria da Costa e
Silva, que escreveu mais de duzentos dramas originaes, imitados e traduzidos, e uma
immensidade de elogios dramticos; os autos e praticas de Antnio Ribeiro, o Chiado, poeta cmico de muito valor; as peas
originaes e traduzidas pelo grande e popularissimo poeta Bocage; Cato e Merope, do
restaurador do theatro portugnez Almeida
Garrett; o Fronteiro '/l/ricj, de Alexandre
Herculano, o notvel historiador e escriptor
purssimo; e o drama Cames e as inimitveis adaptaes de Molire do sublime poeta cego Visconde de Castilho. Na actualidade teem tido successo poucas/^eTS em verso
de D. Joo da Camar, Lopes de Mendona,
Csar de Lacerda, Eduardo Garrido, Eduardo Vidal, Fernando Caldeira, Francisco Palha,
Marcellino Mesquita, Jos Ignacio
d' Arajo, Jos Romano e Thomaz de Mello.
As peas em verso so difficeis de escrever
e no mais fceis de representar Uma grande parte do publico no as aprecia.
Peas pornographicas A despeito do rigor que a policia ultimamente tem querido
lico
tro.,
DlCCONARIO
^eft
Um
determinada pea, recebem como gratificao uma percentagem sobre a receita bruta
ou liquida dos espectculos em que tomam
parte. Assim teem trabalhado por vezes nos
nossos theatros os artistas Antnio Pedro,
Csar de Lima, Furtado Coelho, Izidoro,
Joaquim d'Almeida, Jos Antnio do Valle,
Pinto de Campos, Rosa pae, Simes, Taborda, Amlia Vieira. Anna Pereira, Emilia
das Neves, Lucinda Simes, etc.
Perder- se
Acontece algumas vezes que
um artista esquece em scena o que tem a
dizer, salta algumas falias e perde- se, azen:
lU
do tambm perder o ponto. O actor intelligente, a quem talsuccede,substitue as phrases do papel por algumas suas, e acontece
muitas vezes que o espectador no chega a
perceber que elle se perdeu. Com esta taboa
de salvao o artista d tempo ao ponto para entrar em bom caminho e poder acudirIhe.
actor medocre e sem dom de impro-
um
Quanque o
actor se perdeu, ou, o que vem a dar na mesma, que metteu os ps pelas mos.
calo de theatro chama-se
Perdiz
perdi^ a uma recita de pequena concorrncia, em que a receita no chega para as despezas da noite.
Peripcia Tambm se d o nome de peripcias s situaes que surgem em qual-
Em
quer drama ou comedia, apparecendo a complicar a aco e retardando o seu desenvolvimento final. As peripcias podem ser dramticas ou cmicas.
em
que tomam qualquer parte na aco imaginada pelo auctor, seja uma parte importante
ou accessoria, formam os personagens da
pea representada. Cada jpersoT^c'wj confiado a um actor ou a uma actriz, que fica
assim encarregado de o personificar perante
o publico e de sustentar o seu caracter com
toda a naturalidade e toda a verdade possvel.
Todos os objectos,
Pertences de scena
grandes ou pequenos, que devem estar em
scena ao levantar do panno, ou todososque
os artistas, coristas ou comparsas devem levar para a scena, vista do publico, ou occultos nas algibeiras para a seu tempo apparecerem. O aderecista quem se responsabilisa pelos pertences de scena e, por meio
dos seus empregados, os comparsas de scena, faz d'elles entrega ao contraregra em
tempo competente,
DO THEATRO PORTUGUEZ
ii3
larinas,
minadores, cabelleireiros, porteiros, innumeros comparsas dos dois sexos, bengaleiros, moos do caf, empregados de escriptono tem pessoal inferior a 400 inrio, etc
Nos outros theatros de Lisboa
divduos
tambm grande o pessoal, principalmente
na Trindade, D. Amlia, Rua dos Condes,
Avenida ou em qualquer outro que monte
peas de grande espectculo. Os theatros de
D. Maria II, Gymnasio e Prncipe Real no
teem grande pessoal; em todo o caso em
,
nenhum
120 pessoas,
que d'alli tiram o sustento de suas famlias.
Pesos dos pannos So os pesos que, nas
extremidades das cordas que passam nos
cylindros, descem para fazer subir qualquer
panno, ou sobem para os fazer descer
d'elles
inferior
Phrasear Apezar de
se
poder
irritante.
Fazem
silencio entre duas phrases, entre dois perodos e at entre duas palavras que deviam
estar intimamente ligadas uma outra.
comear fallando. O
panha sempre a palavra
tista
bom
artista
acom-
sentimentos
com a justa expresso physionomica. V. Jogo physionomico.
Ghama-se assim a certos gracePiadas
jos de peior ou melhor gosto, que alguns
actores accrescentam aos seus papeis, quando se julgam senhores de si e do publico.
N'isto ha por vezes grandes inconvenincias
6' falta de respeito para com os espectado-
e os
svel.
italiana,
Plagiato
de exprimir as phrases com nitidez, todavia musica que pertence uma das qualidades mais
raras e mais preciosas que pde
ter um cantor dramtico. Para
bem phrasear indispensvel
muita attenoe muita intelligencia. Bem phrasear estabelecer
e apresentar o perodo musical em
toda a sua nitidez, com a graa e
elegncia que comporta, tendo
em conta o valor rythimico das
palavras, fazendo concordar o texto potico com o texto musical,
sem desprezar qualquer minuciosidade que possa contribuir para
o efeito geral. Para bem phrasear indispensvel ter gosto e
P.-so
estylo e possuir um ptimo sen- j^J ^^^^^^
timento musical.
Alguns artistas teem
Phrases cortadas
o insupportavel defeito de cortar phrases
com grandes pausas, o que torna a decla-
Pia
Diz- se
ter
em
intro-
pea sua.
O
Plano d'uma pea
plano de uma obra draPierrot
matica constitue o arcaboio completo com todas as situaes,
todos os incidentes, todos os effeitos scenicos que se devem produzir no curso da aco imaginada pelo escriptor
como o
esboo d'um quadro a que s faltam as
cores, a luz e sombras para produzir vista do admirador a impresso que o pintor
espera obter. Da mesma sorte, ao plano
d'uma tragedia, d'um drama, d'uma comedia, s falta o dialogo, que dar obra o
verdadeiro colorido. Depois de bem planeado o enredo d'uma pea, o comeo da
aco, o seu desenvolvimento e desenlace,
os personagens que ser preciso apresentar
e os caracteres que devem ter, divide-se o
assumpto por actos e estes em scenas, de
maneira que cada acto, por bellas situaes
que tenha, deixe ainda antever outras maiores e conserve sempre o espectador na incerteza do que ha de acontecer at ao desenvolvimento final. O primeiro acto sempre destinado exposio do assumpto
mas nos outros o dramaturgo deve interessar vivamente o espectador com situaes
fortes, violentas e cmicas, a produzir ver;
Pon
biCCIONARi
CS3
fiii^i'"'-!^
114
d'uma
do os
Tambm
se por vezes o
nimo de
criptor,
positor.
libretto.
se
Plata
to-
mar
Nome que
Polytheama
d aos theatros-circos de
grandes dimenses.
Ponto E' um dos empregos mais modestos, mas tambm mais teis e mais importantes dos theatros. O ponto
Poiymnia
t)0
ii5
THEATRO PORtUGUEZ
dado a
um homem
intelligente e
com
certa
Pr
impede
dem
ser
es-
uma
pectador, oppostas
um
do D Amlia.
uma
phrase que no est no papel e que ficaria em meio, se o ponto lhe no soprasse
a concluso.
quio
Praticavel
do qualquer elevao na scena e representando um accidente do terreno, uma construco, ou qualquer objecto sobre o qual
um ou mais personagens possam estar, subir, andar, mover-se e entrar. E' claro que
com
tas,
DIGGIONARIO
ro
uma
sam
estar.
E' um erro
frequente nos
se conserva,
prejudicando o seu trabalho. O actor que
tem uma dico precipitada sempre incorrecto; a phrase sabida da sua bocca nunca
chega nitida aos ouvidos dos espectadores,
que perdem grande numero de palavras.
Quem falia com precipitao no pde ter
inflexes ntidas
no pde, pois, ser um
bom actor. E' defeito de que todo o artista
dramtico se deve cohibir.
Preos dos legares nos theatros Variam
Precipitao
que comeam
que n'outros
Prima-donna
E' assim que os italianos
classificam as primeiras cantoras. A' artista
superior a todas n'uma companhia lyrica
do o nome de prima-donna assoluta. Tambm em Portugal se d a mesma classificao, adoptando-se as palavras italianas.
Em Paris, as
Primeira representao
primeiras representaes das peas so feitas porta fechada, isto , no se vendem
logares para ellas, a fim de que o publico se
no possa manifestar hostilmente. N'essas
primeiras representaes as salas esto cheias
ii6
dramticos e milhares de artistas, sendo assim impossvel satisfazer a todos pelas exguas dimenses dos theatros. Creio que tambm pouco se conseguiria com o systema,
porque me lembro que, n'uma recita gratuita, offerecida imprensa e aos artistas, houve pateada pea, que tambm no dia seguinte foi posta pelas ruas da amargura na
imprensa. Quando a primeira da pea annunciada de sensao, os emprezarios
vem-se em difliculdades para satisfazer os
pedidos de bilhetes, muitos dos quaes apparecem depois venda nas mos dos contractadores.
ber
Domin
Barcarola,
Olonna
A Parte
preto,
Duque de
do Diabo. De Mercadan-
semberg
aventureiros.
bom
gosto.
O delineamento de qualquer
espectculo, designando as partes de que se
compe, os artistas que n'elle tomam parte
e a ordem por que executado, chama-se
programma do espectculo.
A forma de annunciar os
Programmas
espectculos por meio de programmas
Programma
DO THEATRO PORTUGUEZ
117
contemplados.
muitos estabelecimentos
no chegam, e n'outros ou embrulham n'elles os gneros ou os rasgam. No fcil fazer um bom programma^ que prenda a atteno do transeunte e o obrigue a ir ver o
espectculo annunciado; mas quando bem
feito, a pea tem tudo a ganhar com elle.
Procurar uma forma nova de azer programmas tem toda a vantagem, porque attrahe
as attenes.
Prohibo
O fiscal do governo junto
sociedade artstica do theatro de D. Maria II
por diversas vezes impz o seu veto representao de peas que julgou inconveniente
subirem scena n'aquella casa de espectculos, que, mais do que nenhuma outra, tem
o dever de bem servir a arte e a moral. Nos
outros theatros superintende directamente
a policia, que prohibe a representao de
qualquer pea que offenda a moral publica,
as instituies ou ataque as boas relaes
internacionaes. Muitas vezes as peas, em
vez de serem prohibidas, so mutiladas com
cortes ou soffrem substituies de phrases.
Para isto so quasi sempre incompetentes
as auctoridades que assistem aos ensaios
geraes, ou que
lem as peas.
Promenoir
em
uma
dem
Nas nossas
o.
dernamente creados
em
cordato e o mais serio possvel, sendo o algoz o arrendatrio, sacrificam-se as emprezas, pelas exigncias dos senhorios.
Prosa
O theatro portuguez teve sempre
muito maior numero de peas em prosa do
que em verso. E, se n'outro tempo assim era,
actualmente o publico s admitte os bons
versos, e por isso so bem poucas as peas
que fogem prosa. Se estas so muito mais
fceis de fazer, so tambm muito mais fceis de representar; pelo que, n'este ponto,
concordam os auctores, os actores e o pu-
mam
theatros, onde o publico est de p ou passeia, gozando ao mesmo tempo o especta^culo, por preo diminuto. O promenoir \)Q
"ser por cima dos camarotes, como no Colyseu dos Recreios, ou ao fundo da plata, como no theatro D. Amlia.
E' a maneira de articular, de
Pronuncia
emittir os sons das lettras, syllabas e palavras. Uma boa pronuncia, uma articulao
nitida, juntas a um rgo sonoro e flexivel
blico.
Promenoir
Pi08
Pui
DIGCIONARIO
Em
ii8
que
Proscnio
frizas
querem
DO THEATRO PORTUGUEZ
119
pensar o talento! J na comedia e no vaudeville, alm da boa voz e dos bons pulmes,
preciso ter mais alguma coisa.
Quando a representao corre
Puxar
fria e o publico comea a manifestar indif-
Pux
pectadores.
Quadros vivos
esto no seu posto e de que os artistas esto promptos. Para este fim, quando chega
a hora de comear, deve o contraregra percorrer os camarins de todos os artistas que
DIGGIONARIO
Qui
Quarteladas
As divises feitas no soalho
do paKo, afim de que facilmente se possam
abrir alapes, ou mesmo levantar todo o
palco ou uma grande parte para subir qualquer grupo de figuras, para a submerso de
um
navio, etc.
QuartellAS
So as partes em que se dividem as quartelladas para n'ellas se abrirem
os alapes.
Quarteto
E' uma pea de musica cantada por quatro vozes, ou tocada per quatro instrumentos; quando cantada costu-
ma
ter
acompanhamento de orchestra. O
tambm uma das formas mais
quarteto
perfeitas da
base que supporta todo o edificio instrumental. Gomprehende a reunio dos instrumentos de arco: primeiros violinos, segundos violinos, violetas e contrabaixos.
E' costume em
Quarto d'hora de espera
todos os theatros marcar na tabeli as horas dos ensaios, um quarto de hora antes
d'aquella a que devem rigorosamente comear. Por isto se diz que o ensaio s 1 1 hoa
e um
quando se deve comear s
quarto; ao meio dia e um quarto para comear ao meio dia e meia hora; uma hora
e trs quartos para comear s 2. Chama-se
a isto o quarto d'hora de espera. Isto tem
principalmente por fim evitar o desarranjo
pela differena do relgio do theatro e os dos
artistas. Quando o ensaio com orchestra,
ou ensaio geral, a tolerncia de meia
hora, em vez de um quarto d' hora.
Apezar de muitos
Quebra de contracto
emprezarios terem com os seus artistas unicamente contractos de palavra e outros terem assignadas escripturas sem as formalidades legaes e portanto no obrigarem perante as leis, os contractos verbaes ou escriptos costumam ser respeitados de parte a
parte. Acontece, porem, que algumas vezes
o no so, e por isso a empreza soffre os
prejuzos causados pela sabida de um artis-
ras,
vistas
este caso
das
um
ser executado
riso.
Rbulas
So os pequeninos papeis das
que pouco teem que dizer. Ordinariamente estes insignificantes papeis so despeas,
empenhados por
mesmo
discipulos, e, s vezes, at
No Brazil chamam s
por coristas.
rbulas pontas.
Rampa
e velas.
Costuma
Rec
DICCIONARIO
Rebentar
Quando em
frente
d'um
publi-
empreza rebentou.
Receita
mesma.
receita de
um
arte.
Recita de despedida
Quando um
artista
Recita
extraordinria
Noutro
tempo
124
mente com
as
sejam dadas
em
desempenhos
detestveis,
apregoando como
nem n'outros, e tem razo. Alm do reclame na imprensa tem elle sido feito por todas as formas, algumas das quaes passo a
enumerar: cartazes pomposos a muitas cores e com estampas representando scenas
das peas; programmas enormes em prosa
e verso; quadros com retratos dos persona-
gens das peas; grandes letreiros com o titulo da obra frente do theatro; lanterna
magica para apresentar reclames s peas,
intercaladas com vistas cmicas; cartas de
convite aos chefes de famlia, distribudas
por meio dos recenseamentos; bandeiras nas
embocaduras das ruas; taboletas passeian-
t)0
12
THEATRO portuguez
do pela cidade
com
figuras
quanto
publico.
quem possa
um
um
accordo
com
Redaco
tura,
a critica.
resumir
instrumentao para
parti-
uma
Aeg
Actualmente teem a sua reforma, recebendo as suas penses pelo cofre das aposentadorias os artistas: Taborda, Joo Rosa,
Emilia dos Anjos e Jesuina Marques. Os ltimos societrios do theatro de D. Maria H
teem direito a ser aposentados quando ali
se tiverem conservado um certo numero de
annos, ou quando se inutilisarem.
Pertence ao director musical
Regncia
a regncia d'uma qualquer pea com musica.
Ainda que haja outro ensaiador da especialidade, ao director musical que pertence a
regncia dos ensaios de junco, dos ensaios
geraes e, pelo menos, das primeiras repre-
te
Reguladores
So
os bastidores de rou-
1<
II
gum pde
allegar ignorncia
Regulador
das faltas que commette. Ainda
ha pouco tempo lodos os theatros de Lisboa tinham o seu regulamento mettido n'um
quadro e aflixado no palco, junto s tabelis.
biCCIONARI
I^ep
um regulamento,
que
a toda a
punemente transgredido.
Durante muito tempo no
Relmpagos
theatro os relmpagos eram feitos por meio
de um canudo de folha, tendo n'um dos ex-
Relgio do theatro
em
cha,
nem
aempreza cogite de os
pensar.
126
palavra ao
bom
artista
uma companhia
faz tourne
tal
Quando
artstica, trata
ensaiador obriga os artistas a repetir qualquer scena tantas vezes, quantas as precisas
para ficar bem ensaiada.
So ordinariamente de panno
Repregos
contornado de madeira, algumas vezes todos de madeira e ainda de carto ou
folha. Pintados conforme o
scenario o exige, os repregos applicamse nas deco-
produzindo muito
mais illuso do que a sim-
raes,
Reprego
que a represen'ao ou a
sair,
dis-
So colRenques de luzes
locados no cho por detraz de
repregos para illuminar as sce-
uma
etc.
no theatro em diversos
ou
zerem o
nas,
Esta palavra no
Repertrio
theatro tem diversas significaes, ou antes diversas explicaes. O repertrio d'um theatro compe-se do conjuncto das
peas que lhe pertencem, que
Renque
de luzes
DO THEATRO PORTUGUEZ
12-^
bem
Duque^a de
Kean,
Com
ficar livres
pectadores.
tista
artista
que se
fatiga
um
como um
ar-
axio-
ma. Saber,
e
rem
so obrigadas
sa superveniente
Retalhos
ao comeo do espectculo.
que um espectculo
Diz-se
ftei
Reticencia
E'
uma
figura de rhetorica
e precisa ser
Retirar a pea
bem
estudado.
auctor no tem o
Um
um
de lesa-arte
Quando o ensaiador,
Retirar um papel
depois de se certificar em alguns ensaios,
entende que o artista, a quem foi dstribuido um certo papel, no pode de forma alguma desempenhal-o bem, tendo outro que
o substitua em melhores condies, deve
retirar-lhe esse papel, a fim de no prejudicar o conjuncto e comprometter a pea. E'
prefervel que um artista se zangue, a zan-
DCCiONARIO
lol
128
em que demonstrava
ser prejudicado.
quando
ou ento
passar vista do espectador todos os principaes acontecimentos do anno findo: revolues, grandes inventos, modas, acontecimentos artisticos ou
litterarios, espectculos, crimes, desgraas,
divertimentos, eto Nas peas d'este gnero
todas as coisas, ainda as mais abstractas,
so personificadas de maneira a facilitar
apresental-as em scena. As revistas, que era
pouco podem satisfazer pelo lado litterario,
dependem principalmente, para terem agrado, da ligeireza, da alegria, do muito movimento, do espirito, com que forem escriptas, de couplets engraados e boa enscenao. Em Portugal ha grande predileco por
este gnero. Houve epocha em que, nas revistas^ o escndalo predominava e eram festejadissimas as caricaturas de personagens
importantes da politica. Tudo isto hoje est
prohibido. Pois. sinceramente, era isso prefervel porncgraphia de que quasi todas
as revistas hoje esto recheiadas. O que principalmente augmenta de anno para anno
a natural exigncia do publico em querer
ver essas peas luxuosamente montadas. J
que aos ouvidos falta a critica mordaz, que
gozem os olhos os deslumbramentos de scenario, vesturio e adereos.
Revista ao edificio
Depois de terminado o espectculo e de estar vasia a sala, o
chefe do piquete de bombeiros ou os seus
subordinados passam revista a todo o theatro para que no fique alguma faulha que
possa communicar fogo ao edificio.
Ribalta
E' o nome que, de preferencia
ao de rampa, se d em Portugal aos renques
de luzes que, de um lado e outro da caixa
do ponto, illuminam a scena. V. Rampa.
Rir na scena
Saber bem rir em scena
coisa difficillima para o artista. Aquelle
que ri naturalmente e com estrondo, que
d bellas gargalhadas, em que mostra verdadeira alegria, consegue transmittir esse
prazer a todos os espectadores e durante
bastante tempo a sala inteira ri a bandeiras
despregadas. O rir de tal forma e com tal
perfeio uma faculdade que raros possuem; tambm se adquire com o estudo,
mas com grande trabalho e grande diflficuldade. O nosso actor Cezar de Lima sabia
lidade,
faz
rir
e fazer rir
como nenhum
outro.
Na
co-
possuir
tal
faculdade
communicava egualmente o
Alguns
em
no precisamos
em
portuguez,
retornello.
italianisal-a,
com
porque temos
mesma
significao,
mo
os de grande valor.
Em rodriguinhos fo-
Roletes
So uns
e Pe-
pedaos de madeira ou
b TiiEAtkO PORTUGUS
ferro, ordinariamente de meio metro de comprimento, com espiges dos dois lados, que
entram nos logares preparados para os receber e que giram para fazer levantar ou
abaixar as cordas, que passam nas aberturas
que os roletes teem.
Romanza Gomo acontece quasi sempre
quando se trata de musica, aproveitamos os
nomes italianos para designar o que queremos. A romanza, ou romana^ um agradvel trecho de musica, que pde fazer parte
de uma opera ou opereta, ou expressamente escripta para se cantar isolada. A roman^a uma espcie de pequeno poema, de
caracter apaixonado, terno ou melanclico.
O seu estylo, tanto potico como musical,
deue salientar-se principalmente pela clareza, simplicidade e commoo.
Romper Quando o scenario no est feito
medida do theatro em que serve, ou as
scenas esto mal montadas, ficam aberturas
por onde os espectadores vem o que est
por detraz dos pannos. Quando isto acontece que se diz que os pannos rompem.
As scenas podem romper por cima ou dos
lados.
Rompimentos
Tambm
se
chamam no
com van-
Aub
pelo coro, ao mesmo tempo que todos danam em roda e com as mos dadas.
Rondo
E' uma espcie de recitativo
meldico, d'um pequeno poema cantado,
sem pretenso, e que, tendo principal-
seguro.
Roteiro
E' a relao, com as devidas
explicaes, dos objectos precisos para uma
pea. E' o director de scena ou o ensaiador
quem tira os diversos roteiros, entregando
depois com tempo um ao machinista, outro
ao aderecista e ainda outro ao director do
guarda-roupa. De bons roteiros se tiram
ptimos resultados para as peas.
Diz-se que o panno de bocca
Roupas
de roupas quando n'elle esto pintados cortinados, na maior parte das vezes vermelhos. So de roupas os reguladores, contrareguladores, guarnies do proscnio e as
bambolinas respectivas e sanefa. Substituemse tambm com roupas os tectos e a parte
superior de scenas a que a pintura no pde
dar a altura devida.
R. R. R.
O actor que no pde pronunciar bem o R, desagradvel ao ouvido;
mas o que tem o defeito contrario, carregar
nos
R constantemente e com exagero,
insupportavel. Quem pretende seguir a carreira do theatro, deve, por todas as formas
e com grande estudo e exerccios, perder
uma
accordocom o pensamento do
Rompimento
s voz,
mas cujo
estribilho repetido
auctor.
<J
Saber estar
em
scena
E'
tambm uma
das mais apreciadas qualidades do bom actor e da boa actriz o saber estar em scena.
O artista sabe estar em scena quando, absolutamente convencido da importncia do
papel que lhe foi confiado, entregando-se
unicamente sua arte, insensivel a qualquer
distraco externa, falia, anda, conduz-se,
ouve, como se na realidade fosse o perso-
nagem que
representa. Para elle no ha theano ha publico; existe apenas uma aco, na qual elle toma parte, na qual se entro,
bem o
vras que ouve, sem todavia desviar as attenes em detrimento do actor que falia, uma
rara qualidade e que poucos artistas teem
em alto gro. Emilia das Neves sabia como
poucas ouvir bem, mostrando, como em
tudo, um poder e uma sagacidade dramtica incomparvel. Joo Rosa era tambm um
dos nossos artistas que possua esta quali-
dade superior.
Sabida
No theatro, em qualquer gnero
de que se trate, as sahidas, da mesma forma
que as entradas de cada personagem, devem
Uma
Em
Em
que costumam
dizer-se nos
costume
Ho/e no saem
ser victoriadas,
bastidores
WCCIONARIO
al^
r32
nem tyrole^aln A origem d'esta phrase theatro que tenha uma verdadeira sala de
j seguinte: um actor medocre, que ainda pintura. A maioria d'elles teem uns stos
hoje vive, tinha.no seu estafado repertrio que aproveitam para tal fim, onde no inver.z opereta de Offenbach, 66. Sempre que a no se morre de frio e os pannos no enxugam, e no vero se arde pelo excessivo cafazia, era applaudido, porque a musica era
realmente lindissima e elle ordinariamente lor. Em alguns chove at. N'outros falta o
representava a pea ou em theatros particu- espao para estender um panno inteiro Feita expressamente para tal fim, houve apelares ou em pequenas terras da provincia,
ou, finalmente, por obsequio, em recitas de nas uma nica sala de pintura, se por acaso
benefcios. Aconteceu que em certa noite foi se lhe podia chamar sala. Foi um barraco
representar a pea em frente d'uma plateia mandado construir de madeira, junto praa
exigente de um dos theatros de Lisboa. Can- das Flores, pela Sociedade proprietria do
tou o peior que sabia o numero de entrada e Theatro da Trindade. AUi trabalharam por
o publico, por muito favor, ficou impassivel. bastante te.-npo Procopio e Lambertini. Mas
Cantou depois um duetto ea mesma impas- o barraco, construdo em sitio desabrigado,
sibilidade dos espectadores. Comeou o des- exposto intemprie, sem nunca ter repaapontamento do actor. Seguiram-se uns ros, foi-se deteriorando, at que um bello
dia desabou e nunca mais foi levantado. O
couplets e o publico cada vez mais frio.
Quando sahiu de scena, disse para os colle- que parece incrvel que os theatros ultimamente construdos no tenham uma sala
gas: Esto de gelo! Mas no tem duvida;
vo ver agot-a guando eu cantar a ty roleta! de pintura capaz So ainda assim os mais
A isso que elles no podem resistir! E l antigos, So Carlos e D. Maria, que possuem
salas que melhor se podem aproveitar.
foi para a scena. Tomou ares triumphantes,
Salo
Os nossos theatros teem quasi tocantou com o maior arrojo e os espectadores sempre impassiveisl Sahiu de scena furioso e exclamou: Pois, senhores, hoje nem
sahiram tyrole^a!
Devia ser uma sala
Sala de concertos
especialmente construda para a execuo e
audio de corjcertos vocaes e instrumentaes.
Em Portugal no existe uma sala de concertos digna da arte e dos bons artistas. Realisam-se ordinariamente nos theatros, no Salo da Trindade ou no de D. Maria e no pequeno theatrinho do Conservatrio. Nenhum d'estes locaes est em boas condies. J por vezes se teem realizado coHcertos na monstruosa sala Portugal da Sociedade de Geographia. Ahi as condies acsticas so pssimas, alm de todos os outros
!
defeitos.
tei
ac-
Salo
fcplatas
Is.
Snla Qc piiUura
cesso, arrecadaes para o material, armrios para deposito de tintas, pincis, regoas,
et., e, principalmente, muita luz e bem dis-
DO THEATRO PORTUGUEZ
i33
algum nem
caf.
9ce
pela descripo de um. acontecifunesto, que produz piedade ou terror. Estas scenas precisam ser conduzidas
n'um crescendo que, no final do acto, pos*
sam explodir, provocando enthusiasmo. Tambm se chama scena dramtica ao monologo
isolado, recitado em qualquer intervallo';
Ainda se d o nome de scena dramtica ao
theatro, onde se representa o drama.
Scena escabrosa
E' assim classificada a
scena ou situao atrevida, comd esmandos
phrase,
mento
a.
quanto apparece
Seg
DICGIONARIO
um
protogonista vinha
fallar
para a orchestra.
Agora
est isso
pecialidade das scenas para theatro. O verdadeiro scenographo deveria saber muito
dezenho, pintura, esculptura, architectura e
184
d'este,
que
as
Soa
DO THEATRO PORTUGUEZ
i35
de dar um segundo titulo s suas produces. dado, o emprezario o contracta para a epocha seguinte, renovando-lhe a escriptura..
Isto estendia as denominaes por forma,
que quasi nos titulos desvendavam o enre- O mesmo se diz dos cantores do theatr.q de
.
do das peas! Eram nada menos que d'este S. Joo, do Porto.
Sexteto
Trecho de musica para ser can-j
theor: Trinta annos ou a vida d^um jogador!
Paulo e Maria ou a Escravatura branca tado a seis vozes, por vezes tambm com
Maria ou vinte annos depoisl
Ha deze- acompanhamento de coros e orchestra.
concerto o sextto uma composio para
Roberto, cheseis annos ou os Incendiarias
O Marque^ de Pombal seis instrumentos concertantes. Tambm se
fe de salteadores!
ou o terremoto de ijSSI e quasi todos por chama sexteto reunio de seis msicos que
tocam em diversos theatros, em logar de
V. Titulos de peas.
esta forma.
Alm do preo do logar que o es- orchestra. Ha sextetos em D. Amlia, GymSello
pectador pretende occupar, tem a pagar nasio e Principe Real, quando explorado
.;
mais a importncia do sello correspondente. drama.
Para mostrar o
Signaes de desagrado
Nos trs dias de quartaSemana Santa
seu desagrado por qualquer pea ou por
feira de cinzas, quinta-feira de endoenas e
sexta-feira de paixo so prohibidos os es- qualquer artista, costumam as nossas platas
pectculos em Portugal, e por isso os artis- manifestar-se dando com os ps no cho,,
ou batendo com as bengalas, isto , dando
tas teem ahi o seu maior descano. Acontece algumas vezes que as emprezas teem paleada. Quando a manifestao de desade dar pea nova em sabbado de alleluia, e grado maior, o publico costuma, alm de
ento ha ensaios n'esses trs dias, o que bas- patear^ assobiar e dar gritos de indignao..
tante contraria os actores, que costumam Chega por vezes a no deixar continuar o
aproveital-os para descanarem em casa ou espectculo.
;,
Para chamar pur,
Signal de comear
fazerem qualquer digresso fora de Lisboa.
Tempo houve em que os espectculos eram blico antes de comear o espectaculo,^ em
prohibidos desde domingo de Ramos at todos os theatros est adoptado o toque de
domingo de Paschoa inclusive, o que era de campainha elctrica. Quando sa a hora annunciada e tudo est prompto, a scena com
grave prejuzo para os theatros.
tudo o que o acto exige, a orchestra ou sexE' o carto que os porteiros enSenha
tregam a cada espectador que sae da sala tete no seu logar, o ponto no seu buraco,
durante a representao ou n'um intervallo finalmente cada um no seu posto, o contraregra manda sair de scena quem alli no de
e que deve tornar a entregar-se para se poder voltar a occupar o logar. As senhas teem ve estar e d depois o signal para romper
ordinariamente um ou mais carimbos, con- a orchestra, que, conforme o theatro, podem
forme as vezes que servem. E' costume va- ser as trs pancadas solemnes no cho, ou
trs palmadas, ou apenas, abrindo um dos
riar muito as senhas para evitar as fraudes.
Quando uma pea alcana lados do panno, fazer signal com a cabea
Sensao
verdadeiro agrado, sendo extraordinariamen- ao regente da orchestra.
E' o lance dramtico prepaSituao
te festejada, costuma dizer-se que fez sensarado pelo auctor para surprehender e eno.
Trecho de musica para sete thusiasmar os espectadores. Quanto mais
Septuor
vozes ou sete instrumentos. Por vezes o se- inesperada fr a situao, maior effeito proptuor acompanhado de coros e orchestra. duzir. D'uma peca cKeia de effeitos, diz-se
A palavra septuor latina. Quando, em vez que pea com bellas situaes. As situaorchestra, tocam n'um theatro sete msi- es podem e devem mesmo existir nas comedias e nas faras e passam ento a chacos, costuma chamar-se um septimino.
No theatro a Serenada, ou mar-se situaes cmicas.
Serenata
Designa-se assina,
Serenata, uma cano de caracter amoroso
Situao inesperada
n'uma aco dramtica, todo o acontecie terno, que o artista, fazendo o galan, canta
debaixo das janellas da sua apaixonada. mento imprevisto, cuja importncia produz
Houve epocha em que as serenatas eram uma considervel mudana na respectiva 5pratinho obrigado das operas bujfas ou de iuao dos personagens e desperta na almeio- caracter. Entre as serenatas de thea- ma dos espectadores a commoo e o estro cita-se acima de todas a maravilhosa e panto.
E' a parte do palco desde
incomparvel serenata do D. Joo., de MoSoalho fixo
as linhas de afinao at s paredes lateraes
zart. Tambm notvel a do D. Paschoal,
de Donizetti. Operas-comicas e operetas ha e a do fundo, onde no ha quarteladas nem
que teem bellas serenatas, podendo citar-se calhas, nem alapes. Nos theatros em que
as da D. Juanita e Boccacio, de Supp, esta o palco no feito em quarteladas e onde.
cantada em tercetto cmico e aquella em no ha calhas, o soalho todo fixo.
coro femininino.
Soalho volante
E' a parte do palco^coniSer reconduzido Diz-se de um cantor prehendida entre duas linhas de afinao, dido theatro de S. Carlos quando, tendo agra- vididas em quartelladas at o ultimo plano,
.
Em
DICCIONARIO
Sop
comprehendendo tambm
apes.
Sociedades artsticas
formado em Portugal,
as calhas e os al-
mente
valor,
Solista
passam
a societrios.
instrumenta*,
d'orchstr.
com
os seus acompanhamentos
i36
Tedesco
(i858), Marcel-
(1860), Bendazzi
(1861), Elisa Volpini (1864), Adelaide Borghi-Mamo (1864), Rey-Balla (1866). Carlota
Marchisio (1867), Ida Benza (1869). Laura
Harris (1870), Galletti (1873), Ortolani Tiberini (i8^3), Maria Sass (1874), Cepeda
(1879), Vi(1877), Erminia Borghi
tali
(1880), Bianca Donadio (1881), Emma Turolla (1881), Giuseppina De-Reszk
Bellincioni (i883), Fids
(1882),
Fricci
Mamo
Gemma
Emma
DO THEATRO PORTUGUEZ
i37
Suo
raneos so muito imperfeitos e o seu movimento ainda quasi primitivo. Para maior
(1891), Arkel (1802), Darcle (1893), Mendioroz n89r), Bonaplata (1895), Emma Garelli, (1901), Bianchini Capeli (k^oS).
Snbir scena
Quando uma pea se representa pela primeira vez em qualquer theatro, diz-se que essa pea sobe scena.
Subir o panno
Nos treatros de opera
ou opereta, o regente d'orchestra quem
manda subir o panno de bcca, ou descer
nos tinaes dos actos, servindo-se para isso
do cordo de uma campainha elctrica que
para tal fim junto d'elle est collocado. Nos
theatros de declamao o contraregra
quem manda 52;^/;- o panno e o ponto quem
manda
descer.
Em
qualquer theatro,
quando os applausos dos espectadores obrigam a subir e a descer o panno para apparecerem
na
scena
Subterrneo
os
auctores, artistas,
ensaiador, scenographo ou machinistas,
sempre o contra-regra quem d os respectivos signaes.
Quando um artista adoece
Substituir
ou sae da companhia, tem de ser substitudo.
N"outro tempo isto era um pouco arriscado,
porque raro era agradar o artista que fazia
a substituio.
publico quasi no admittia
os confrontos e ia assistir a elles sempre
mal disposto. Hoje, todos os dias se fazem
substituies e as peas agradam da mesma
forma. Muitas vezes, s prevenido ultima
hora de que tem de fazer uma substituio,
sem tempo para se preparar, o artista condescende para no prejudicar a empreza.
Acontece que esse artista mal conhece a
pea em que tem de entrar e no ha tempo
para qualquer ensaio. Alguns, dotados de
excellente memoria, vo decorando medida
que
sabilidades, as substituies
hoje so fceis e vulgares.
eram
difliceis;
Assim se chama
Subterrneo ou poro
ao espao que fica por baixo do palco de
um theatro, a toda a largura, a todo o fundo
e com mais ou menos altura. Por baixo do
palco ha muitas vezes dois, trs e quatro
andares; mas chamando-se ento primeiro
ao que fica mais em cima, prximo da scena
e assim successivamente na ordem descendente. Como esses pavimentos so aproveitados para o movimento inferior da scena,
com
por muito tempo de larga subveno pecuniria. Foi bem supprimida essa estravagancia n'um paiz pobre; pois que j no
pequeno subsidio ceder a uma empresa gratuitamente o theatro e todos os annos n'elle
gastar importantes verbas em obras. A explorao do theatro lyrico actualmente dos
melhores negcios que existe em Portugal.
Tambm foi cortada a subveno pecuniria
de que por muitos annos gozou o theatro
de D Maria II. A Sociedade artstica que o
explorava tinha as mesmas regalias que a
empresa de 5, Carlos, isto , theatro de
graa e obras importantes quasi todos os
annos.
Sym
DIGCIONARIO
Real.
que o publico tem sempre a fazer,
desconfiar dos cartazes, que constantemente
e no annuncio de todos as peas, comeam
por estas palavras: Grande successo! E
muitas vezes a pea desagradou completa-
mente!
Quando uma pea
Successo de estima
na sua primeira representao muito festejada pelos amigos do auctor, sem que tenha valor para isso, pode affirmar-se que
foi
um
successo de estima.
rem
longas.
i38
que, para todos os seus trabalhos de theatro, os grandes mestres escreviam ptimas
symphonias. Entre elles, assim fizeram
Gluck, Mozart, Mhul, Cherubini, Boieldieu,
Rossini, Weber, Herold, Donizetti, Bellini,
Verdi, Meyerbeer e outros. Actualmente os
modernos compositores envergonham-se de
fazer symphonias para as suas obras, que
assim parece ficarem incompletas. Mais propriamente se chama agora Abertura musica
escripta para se executar antes da obra. A
symphonia dispunha bem o publico, que
hoje comea logo a ouvir trechos muitas
vezes para elle incomprehensiveis.
T
Tabeli Papeleta collocada n'um quadro,
logar bem visvel do palco, a fim de de-
em
Tablado
D-se este nome parte do
onde se representa. Tambm ta'
blado o estrado ou palanque que se arma
expressamente n'uma sala ou n'outra qualquer casa para ahi se representar provisopalco,
riamente.
Taboas
Em
THE ATRO
AMLIA
como syno-
nimo de
D.
ENSAIOS
Alguns
theatros de segunda e
hoje
mandam annunciar os seus
espectculos por meio de
Taboleta
ordem
terceira
ESPECTCULO N?
AVISOS
Taco
MULTAS
li,)
O^/recfor- c secng
aindi
_^4^^ -<^****s^^
No theatro
sy-
a
pea levou pateada ou a
pea apanhou taco!
^ HOJE
OUVAE-OURACH/^
RCVISTA
PHANTASTICA
OL'AS
SESSES
Tabeli
tacholas
Pregos que
servem para pregar os pannos s regoas, ou os reprgos s grades, que se arrancam com facilidade para no
rasgar o papel ou o panno.
Servem principalmente
quando as companhias viajam. As tacholas so tachas
grandes e
prias a
com
Taboleta
cabeas pr-
Talento
No theatro o /a/en/o a aptido
e disposio natural para a arte dramtica,
DICCIONARIO
Tol
tenha talento.
Tambor
descem e soTambor
nas caixas prprias. Segundo as necessidades de occasio e para variadas applicaes, ha o tambor graduado.
Tampo dos alapes V. Vlvula.
Tanges So as grades de madeira, ou
mastros, presos aos
carros que giram no
primeiro pavimento
do subterrneo e a
que se prendem os
sos que
bem
bastidores,
lados. Para
que se
collocam a cada um
dos lados da scena.
Os bastidores ficam
sempre um quasi
nada r.ais curtos do
que os tanges, a
fim de que estes possam correr livremente quando tenha
de se fazer mutaes
de scena. Para maior
segurana, os mastros ou grades, isto
os tanges, costu-
mam
no
impedirem
movimento dos
carros a que esto presos os
bastidores, re-
Tapadeiras
So os repregos
de qualquer salo pintados ou
forrados de forma que, colloTanges de luzes
cados em frente
d'uma porta ou d'uma janella, as tapa por
completo, fazendo a continuao da parede.
Ha tambm
E' o cy
140
com
mo-
do soalho.
Tardoz
As costas,
Tanges
ser reforados
ferro e ter uma espcie de
degros, para quando seja preciso por elles
subir.
Tanges de luzes
So os que esto jun-
com chapas de
das d'acordo
com
a vista
de
sala.
the
DO THEATRO POkTUGtJE^
141
Theatral
tral
Tamagno
ni (18S4),
Terpsichore
Tlialia
Theatro E'
pde
ter
propriedade do Estado, posto a concurso mediante programma mandado elaborar pelo governo. Assim acontece egualmente ao theatro de D. Maria, que tambm
pertence ao Estado.
Theatro em Portugal
Nos primeiros sculos da monarchia apenas se encontram
vestgios de umas representaes mimicas,
acompanhadas de dana, a que davam o
nome de momos. Os nossos antepassados
entregavam-se de preferencia aos exerccios
da caa e outros que os adestrassem na arte
da guerra; por este motivo as letras ptrias
caminhavam a passos lentos e assim por
consequncia o theatro, que d'ellas depende. Inquestionavelmente foi Gil Vicente o
los,
Th
DICCIONARIO
142
portuguez, escrevendo
primeira tragedia,
em Hespanha
ra,
as operas portuguezas.
Algumas
se re-
DO THEATRO PORTUGUEZ
143
Ceclia
Rosa d'Aguiar.
irm d'esta, de
que por vezes a opera italiana tamvisitasse aquella scena. Alguns capita-
posto
bm
listas,
mandaram
que
se
des e Salitre s se representava em portuguez. O actor Antnio Jos de Paula, que havia ido ao Rio de Janeiro, trouxe de l dinheiro
e alguns actores, que, reunidos aos que por
c estavam dispersos, formaram uma com1806 um tal Fapanhia para o Salitre.
ria, que ali pz em scena as Covas de Salamanca, fez uma fortuna considervel. Por
este tempo a Arcdia^ que bastante influiu
para a restaurao da litteratura nacional,
voltou a apresentar a comedia clssica; os
seus esforos porm perderam-se no meio
de um diluvio de pssimas traduces.
publico deu tambm muito apreo s peas do padre Jos Manuel d'Abreu e Lima,
Em
Manuel Rodrigues Maia, Ricardo Jos Fortuna e Antnio Xavier Ferreira de Azevedo.
A Portugal veio uma companhia de artistas
francezes, que mais despertou o gosto pelos
dramas de Alexandre Dumas (pae) e Victor
Hugo. Esta companhia influiu bastante para
do nosso theatro, principalmente na parte artistica, e, retirando-se,
deixou-nos Emlio Doux, que foi mestre de
muitos, optimamente reputados no theatro
moderno. Na Rua dos Condes e Salitre havia artistas de muito mrito, taes como:
Theodorico, Theodorico Jnior, Matta, Dias,
a regenerao
Ludovina
The
dirigido por um francez, dava sempre preferencia s peas francezas. Isto durou at
que, conseguindo Garrett a fundao do
Conservatrio Dramtico, este obrigava o
theatro nacional a dar preferencia aos originaes. Creado o gosto pela litteratura dramtica -portugueza, existindo um excellente
grupo artstico, faltava apenas theatro digno da capital. A' custa de incalculveis trabalhos e mil contrariedades, conseguiu Garrett que se comeasse a edificar o theatro
de D, Maria II em julho de 1842. Concluda
a edificao em 1846, foi aberto concurso
para peas dramticas originaes, destinadas
inaugurao do mesmo theatro. Apparetrinta e trez produces, sendo escolhido o drama lvaro Gonalves o Magrio^
ceram
the
biCCIONARIO
Montemr-o-Novo, Montemr-o-Velho,
Mora, Mortagoa, Mouro, bidos, Odemira,
Oeiras, Oliveira d' Azemis, Ourique, Ovar,
so,
Palmella, Pampilhosa, Pavia, Peniche, Pinhel, Pombal, Ponta Delgada, Ponte de Lima, Portalegre, Portel, Povoa de Varzim,
144
estes theatrinhos, que teem ultimamente soffrido grande progresso, dando-se aos bone-
DO THEATRO PORTIGUEZ
m5
que
ali
se diverte,
pagando pouco.
As fei-
Amoreiras, Belm,
tara, Patriarchal
Campo
Grande, Alcn-
The
IO
Tra
DIGGIONARIO
uma
bem
rionnetes.
Grandt
146
'
elctrica.
Em caso
Torneira geral da illuminao
de incndio, esta torneira s deve ser fechada
por ordem do pessoal dos incndios. Por isso,
junto ao casinhoto do illuminador deve estar
em letras bem visiveis esta ordem: Em caso
de incndio ou pnico no fechar nenhuma
torneira sem indicao do pessoal do servio
de segurana municipal.
So os camarotes da ultima
Torrinhas
ordem n'uma sala d'espectaculos. Actual-
Todas
Torrinhas
as
mente s
ordem, a
se
Garlos.
Tourne
Palavra
que
companhia de
uma companhia
feita
expressamente para esse fim, percorre diversas terras do reino, ilhas ou Brazil, dando
espectculos. Ordinariamente testa d'essas
companhias ve sempre o nome de um artista que se impe pelo seu talento e pela
sua reputao. Assim diz-se: Tourne da
Companhia do theatro D. Amlia, .Tourne
da Companhia do theatro de D. Maria II, ou
Tourne da actriz Emilia Adelaide, Tourne do actor Valle, etc.
O nosso theatro est cheio
Traduces
de traduces de peas de todos os gneros.
DO THEATRO PORTUGUEZ
147
um
im trgico, excitando a compaixo e o terror. Foi Eschylo quem lhe deu a forma regular e poderosa, e depois d'elle Sophocles
crearam n'esse gnero incomparveis obras primas. Depois d'esses ires grandes escriplores, a tragedia declinou, pore Euripides
bem inferiores
em Frana que
Tra
Borges Garrido, Epiphanio, Francisco Fructuoso Dias, Joo Evangelista, Manoel Baptista Lisboa. Pedro Antnio, Rosa pae,
Tasso, Theodorico Baptista da Cruz, Theodorico velho, Ventura e Victorino.
Traineis
So assim cha-
mados
os pedaos soltos de
qualquer scena e que, para
mais effeito, se pintam em
separado. So ou no prati-
conforme a pea o
Collocam-se nos logares marcados pelo scenocveis,
exije.
grapho.
Trambolhos So assim
chamados os pedaos de
madeira ou ferro, atados
s cordas e suspensos no
urdimento. Servem para
conservar as cordas nos seus
Trambolhos
para descerem
quando ellas teem de amarrar os pannos
logares
p.ira
Tramia
hoje se
Machinismo
chama
truc,
ns adoptamos. V.
Transformao
theatral,
que
truc.
E'
nome que
se
Em
Trgico
Trgica O
actor ou a actriz
e talento para representar a
Rosa de
Ro-
gali, Josepha
Guilhermina de
Mesquita, Josepha SoUer, Maria Jos dos Santos,
Mananna
Trans'ormao
Traineis
(i."
aspecto;
Tyr
DICCIONARIO
bastidores,
em
148
dos direitos correspondentes no outro estado. Estes direitos so garantidos aos auctores dos dois paizes durante toda a sua vida,
e depois do seu fallecimento durante cincoenta annos aos herdeiros. Os representantes legaes ou aquelles em quem os auctores
deleguem os seus direitos, disfructam dos
mesmos
Transloi mai,o
(2."
aspecto)
Mudana de
Transplantar
fato.
Quando um artista no
Transportar
pode cantar um qualquer trecho de musica
conforme est na partitura, a orchestra sobe
ou desce meio tom ou um tom, e isto que
se chama transportar. Acontece muitas vezes um cantor ou cantora estarem incommodados da larynge, ou enrouquecerem de
repente, e ento avisam o regente da orchestra para fazer o transporte. Tambm
por vezes acontece adoecer e ficar impossibilitado de trabalhar um cantor, que tem de
ser substituido por outro de voz mais grave
alta. Aqui tem de fazer-se tambm o ou
transporte.
mais
Trapalho
DO THEATRO PORTUGUEZ
149
Gymnaso
Tre
a troupe do Taborda
a
troupe do Taveira.
Trovoada Imita-se perfeitamente no theatro fazendo vibrar uma folha de ferro, pen-
dente do urdimento
por meio de uma corda. Na occasio prpria o contra-regra
um
ou
do,
cortes. V.
trovoada.
Carro de
melhor
Trovoada
um
Tribuna
real
ticulares,
trinado, gorgeio
ou garganteio
passagem
rpida de muitas notas com a mesma syllaba. Usa-se principalmente no canto ligeiro.
No que respeita ao canto scenico, encontra-se especialmente na opera-buffa ou de
meio-caracter. Todavia os trinados no
so incompatveis com o estylo puramente
Tyr
Um
DICCIONARIO
i5o
tima.
caixa
Urdimento
CO,
vrios gneros, sem desmancharem o conjuncto. Fazem tambm substituies ultima hora para livrarem as emprezas de embaraos. Os artistas utilidades so muito precisos em qualquer companhia.
Varanda
qualquer transtorno.
Vasante
Quando a sala de um theatro
tem muito poucos espectadores, diz-se que
n'essa noite o theatro tem uma grande vasante.
Vaudeville
A palavra franceza; mas
est de ha muito adoptada entre ns. Por
bastante tempo assim foi classificada a pea
que, tendo musica ligeira, no podia ser chamada opera-comica ou opereta. Era propriamente uma comedia com couplets e ensembles. Hoje, os francezes adoptaram o systema
de chamar vaudevilles s comedias, amda
que sem musica, com situaes burlescas,
verdadeiras pochades. Em Portugal ainda
vaudeville a comedia recheiada de pequenos
e ligeiros nmeros de musica.
Vaudevillista
Este termo nunca foi
usado entre ns. Em Frana que se applicava aos auctores dos vaudevilles, tantos dos
quaes fizeram successo entre ns, devidos
s pennas interessantes e folgazs de nomes
estimadssimos no nosso theatro, os mestres
do vaudeville, que foram: Scribe, Bayard,
Mlesville, Cogniard frres, Ancelot, Lamber Thiboust, Clairville, etc.
Veia cmica
Applicase esta phrase ao
escriptor de theatro que possue graa inexgotavel e enche de espirito fino os seus trabalhos. Tambm se diz de um actor que tem
grande veia cmica, quando o seu modo de
representar provoca constantes gargalhadas
dos espectadores e quando collabora com
parte superior.
Ves
DICCIONARIO
por
34
uma
amesquinha
Verve Palavra
esta palavra.
.
franceza, hoje admittida
entre ns para se indicar que uma pea est
escripta com graa e verdadeiro espirito.
Tambm se applica a palavra verve qualidade que distingue o artista cmico, que
possue verdadeira vivacidade, calor, alegria,
espirito e tudo
no publico.
quanto produz o
bom humor
bem! E
isto
nveste
trajar
iirdimeiTiO
bom
bem
actualidade,
de que no
na bilheteira.
Verdade
E'
depende muito do
gosto e da elegncia do
fcil vestir
artista.
bem
A prova
actualidade,
DO. TIIF-ATRO
i55
troublon.
de
tal
egreja
etc.
Violino conductor
mesmo tempo
Voar
E'
hbeis virtuosi.
PORTUGlir Z
Voz
Um
malaguenas,
etc.
:^ar:iuela
rillo
ele
ACTORES DISTINCTOS
J FALLECIDOS
ACTORES DISTINCTOS
J FALLECIDOS
des.
Velloso.
Abel
Amaral Mor-
Em
passou a tra-
agrado.
Era na
um
ar-
conscien-
ciosssimo, que
alli fez parte de
diversas companhias. Era igual-
mente um
Amaral
mem
antigo actor do
epocha de muito
tista
um
reu no Porto em
1892 este actor,
que teve n'aquella cidade a sua
verdade
Foi
principalmente
Abreu
houve em que
nas comedias
te til.
utilidade e papeis
pularissimo na
cidade do Porto.
Em 1864 veio
para o Gymnasio, de
Lisboa,
onde obteve bastante successo
n'algumas peas,
se,
uma
Gramm atia
II
DICGIONARIO
Ars
a
Camlias e
da.
Com
esta re-
commendao,
ao entrar em I>.
mas no
Amaro
melhor figura.
Passou ao Porto, onde continuou a martar
passa. Voltou para Lisboa, onde s o admitiram a trabalhar s noites em pequeninos
papeis. Acabou por no ter que fazer e
tambm que comer, indo findar os seus dias
papeis,
ao Hospital de S. Jos.
Antnio Jos de Paula Morreu em Lisboa
a 19 de Maio de i8o'J, o actor-auctor Antnio
Jos de Paulq. Estie actor gosou no seu tempo
de grande nomeada. Comeou a sua carreira
no theatro do Bairro Alto. Foi depois ao Brazil, onde ganhou dinheiro. A' Volta, em
1794,
tomou a empreza do theatro do Salitre, onde
era primeiro actor festejadissimo. Escreveu
e traduziu varias peas para serem representadas pela sua companhia.
Antnio Pedro
Nasceu em Lisboa, a
de Maio de i836 e morreu a 23 de Julho de
1889, o noiabilissimo actor Antnio Pedro
de Sousa. Estreiou-se no theatro
das Variedades,
em 1 858, fazendo
o papel de 5o/
na magica Loteria do Diabo. Foi
progredindo
sul,
foi
verdadeiramente
accla-
dres de Lisboa^ Saltimbanco. Jui^, Solteires, Pedro Ruivo, eb, Paralytico, Tartufo, Sabiches, Memorias do Diabo, Loeria
do Diabo, Mocidade e honra, Scenas da
guerra da Itlia, O homem no perfeito,
Joo o carteiro, Sr. Ramunculo, Marion-Delorme. Duas noivas de Boisjoly., Rabagas^ etc.
Homem intelliApollinario dAzevedo
gente e emprehendedor, tendo sido pintor,
representante de
casas estrangeiras, bric--bra-
quista, tendo
desbaratado
a
e
heranas,
grande
sorte
duas
abordou tam-
bm
o theatro,
onde
foi
soavel
um
actor
um bom
rae
Apollinario d'Azevedo
ensai-
de
18 de Janeiro
i{?92,
o actor
Antnio Jos
em 1841, fazendo
parte da companhia de Joo
Caetano. Veio
este sa-
hiu do theatro.
D'ahi em diante
o seu agrado foi
mais agradando
dia a dia, a ponto de substituir o
grande Izidoro,
quando
norte
162"
a Lisboa
Antnio Pedro
extraordinrio.
Quando Santos e Pinto Bastos tomaram de
empresa o theatro do Principe Real, para
alli foi Antnio Pedro, comeando ento
a sua epocha de ouro. Cada pea era um
novo triumpho para o insigne artista. Com
Santos passou para D. Maria, depois para
o Gymnasio e em seguida para a Rua dos
Condes. Sempre notvel, sempre victorioso.
Percorrendo por quatro vezes o Brazil, de
em
i85i
representando
nos theatros da
DO THEATRO PORTUGUEZ
i63
Thomar, o
sejas.
Br
e outros. Entre muitos papeis em que bastante agradou, fez successo nas peas: Pretos e brancos, Itlia, Filho-familias, e Mentiroso.
infeliz artista, que tanto promettia e
que seria talvez o nico para substituir Marcolino, fazendo uma viagem do Porto para
Lisboa, sentiu-se repentinamente incommo-
Jos
Antnio
Brando. Tendo
ido muito novo
paraoBrazil, alli
se estreiou
romo
actor Augusto
Csar d'Almei-
actor na cidade
de Pelotas, em
1854, na companhia de Florindo
Joaquim da Silva. At 1857 an-
dou sempre em
companhias que
passando
para o
exploravam os
theatros do Rio
Condes em
i855,
na comedia A
Ramalheteira, o
reira;
depois
Gymnasio e, a 25
de Setembro de
Brando
1868, appareceu
na Trindade, onde esteve por
muitos annos.
Augusto
nhando
de vencer as difficuldades.
Braz Martins
V. Escriptores Dramatiaos diitinctosjd fallecidos.
Bra
Morreu em Lisboa, victimado pela
febre amarella, a de Outubro de i857, o engraadssimo actor Antnio Jos Bra. Comeou no velho theatro do Salitre, passou
Rua dos Condes e depoisao D. Fernando. An-
um
bello
Cez
DICCIONARIO
ctimado pelo
beribri,
morreu
no Par
Maio de
a 3
i885.
Capistrano
deijfa
Granartista
a sua carreira.
Carlos d'Almeida
rissimo nos theatros de segunda
brao. Apezar
(Valma. Foi
theatro dos Recreios, estando depois no Principe Real, R. dos Condes e Avenida. Nunca fez um trabalho de vulto; mas
salientou-se por vezes por boas caracterisaes e feitios extravagantes que adoptava.
Carlos 0'Sullivand
Nasceu a 14 de
Agosto de 1842. Estreiou-se no theatro das
Variedades em 1867, fazendo ahi papeis importantes com muito agrado, o que levou
Jos Carlos dos Santos a contractal-o para
a sua companhia, na qual foi uma utilidade.
dos Condes, na
um bom
meou no
Esteve depois na Rua dos Condes e em seguida foi n'uma tourne ao Norle do Brazil.
Voltando a Lisboa, obteve um modesto logar de actor e contra-regra na companhia
Rosas &. Brazo, qual ainda pertencia
quando morreu.
Carreira
Foi sapateiro e aleijado do pescoo e de um
de
Estrelou -se em
1859 no velho
theatro da Rua
comedia
164
Capistrano
d'isso muito
agradava na baixa-comica. Pertenceu companhia de Emilio
Doux no velho
theatro do Salitre,
passando de-
pois para a
Rua
Tinha immensa
graa e pena era
vida
em
Quando
nha
um
ensaia-
tasse era um
Carlos d' Almeida
actor muito til.
O papel que mais ficou accentuado pelo bom
desempenho foi o do Principe Cornlia Gil
na Gr-Duqueia, quando na primitiva esta
foi
Esteve
nos theatros da
antos.
e por
fim, j muito
doente, no Ghalet da Rua dos
Condes.
Carlos Lima
Morreu a 16 de
Janeiro de 1896
grande
Uma
maneta
do actor Lima,
da Trindade. Co-
Carreira
Rilhafolles.
foi
ti-
gea
ensaia-
foi
i65
e depois
figura,
como
classe.
De quanquando
do em
II,
classi-
ac-
primeira
^I
'f
WM
actor Manuel
mas assim
mesmo obteve a
reforma, tornando ainda depois
a contractar-se
Francisco
te
Anna
Pereira,
mo. Esteve no
Rio de Janeiro,
donde depressa
regressou, em
1881. J retirado
Lis-
Cezar Polia
boa, a 19 de ju-
mo
companhia do
theatro D. Maria
II.
Era
homem
ntelligentissimo
e illustrado, um
actor corrects-
simo,
Costa Lima
ido para
o Brazl para se
Correia
entregar ao commercio, fez- se l actor e auctor. Adquiriu o
Panorama de Portugal que para l levara o
photographo Henrique Nunes, quando ali foi
com Taborda e, para o apresentar, escreveu
a pea de costumes A Espadelada, que lhe
deu muito dinheiro. Quando regressou a Portugal, representou com bastante agrado as
suas peas: Espadelada e Pupillos do escravo. Deu depois uma srie de recitas no
theatro Baquet, do Porto. Voltou para Lisboa, entregando-se ao commercio e s representava com amadores.
i885 contractou-o Francisco Palha para a Trindade
para fazer o papel de Gaspar nos Sinos de
Corneville. Pouco agradou no difficil confronto com Ribeiro e sahiu do theatro. Entregou-se de novo ao commercio at que
morreu em novembro de 1897.
Estreiouse em i858 no theaCypriano
tro da Rua dos
Condes, no drama militar 2g ou
honra e gloria.
Cypriano Jos
Santos no
melhores papeis
foram o cabo ge-
no bairro e o tio
Lias do Casa-
trando grande
valor. A sua carreira em D. Masio,
.^^
mff
Tendo
dos
artista,
no Gymnano Prncipe
mas sem
brilho.
tendo
de
j 34 annos
edade, no theatro normal, no
ria,
.^
Em
de 18S1, e
morreu em
nos
no Gymnasio e
Maria. Nas
suas emprezas
Cezar de Lima
era elle sempre
o ensaiador. Devese-lhe o ter lanado no
abril
Cor-
que duran-
reia,
D.
tambm
Um
do Prncipe Real
ou das Variedades,
Cyp
mento do Descasca-milho. No
mesmo theatro
Coelho
Cypriano
Dom
DICCIONARIO
dade morreu.
Nasceu em Maiorca, prximo da
Dias
Figueira da Foz, a 28 de maro de 1840, o
actor Antnio Dias Guilhermino. Estreiouse em Coimbra na comedia Dr. Pa^. Foi logo depois para o Porto e ali esteve representando durante 20 annos consecutivos,
sendo sempre muito querido. Em 1878 veio
para o theatro do Prncipe Real, de Lisboa,
fazendo enorme successo n'uma revista do
anno. Ahi se con-
dou
i66
Com
juizos.
as contrariedades
annos.
Domingos d'Almeida
go depois para
a Rua dos Con-
onde teve a
sua epocha de
peas com
muito agrado.
Foi em seguida
as
onde agra-
Trindade, do
Km
para o theatro
de D. Fernando,
a
fazer parte
Passou
ao theatro Baquet, onde fez
do para D. Maria
reira
e
carreira e
veio depcis para
o Gymnasio de
Lisboa, onde
tembem agradou
A 20 de
se conser-
dezembro de
Diniz
na Trindade, na
opereta Ave
prezas,_que s lhe
ali
contracta-
bella
1884 estreiou-se
ama-
d'este passou, em
maro de i852,
Domingos Fer-
victoria.
distincto
drama
martyr da
Porto, no
bastante.
Lisboa
des,
Um
Nasceu em
em
deram desgostos
e pre-
DO THEATRO PORTUGUEZ
167
Soares
Franco.,
sem que tivesse
qualquer d'estes
Reappellidos.
presentou
com
desde creana
em diversos theatros
bom
a
actor,
um
se
morte o no
roubasse to cedo.
Emilio Doux
V. Benemritos
do Theatro.
Nasceu
Epiphanio
e morreu a i5 de
outubro de 1857
o notvel actor e
ensaiador Epi-
a 7
de
abrii
181
Gonalves. Foi
ver dadeiramente um artista e
um mestre de pri-
minhou sempre
em
triumpho em cada pea que ensaiava e representava. Era entre todos rs bons
Eriphanio
amarella.
Faria
Duque^a. No
Eduardo
phanio Aniceto
de triumpho
deveria
chegar a ser
Pomba
muito festejado
no ^6, Fagulha,
Estrella do Norte,
Intrigas no
bairro. Novas intrigas. Dois dias
no Campo Gran-
agrado
muito
Fio
DICCIONARIO
Fui*
Graa de Deus.
para o theatro de
S. Joo, do Porto, percorrendo
depois varias terras da provncia
que em
at
Em
1860,
Foito Estrei-
Prncipe
onde
Real,
bastante
agradou. Em
1876, n'uma companhia organizada por Emilia
Adelaide, foi trabalhar no Porto,
nos Aores e no
Brazil,
fazendo
enormes
proFrancisco Costa
1878
voltou para Lisboa, reapparecendo no Prncipe Real, onde teve muito xito.
i885
foi contractado para o theatro de D. Maria;
mas logo no anno seguinte voltou para o
Prncipe Real, indo por diversas vezes ao
Brazil, onde era muitssimo estimado. Em
1896 esteve no novo theatro da Rua dos
Condes, com a empreza Valle. Passou depois para a Trindade e ali trabalhou at
morte. Foi uma grande utilidade, principalmente por trabalhar em todos os gneros e
sempre com correco. Era artista de exem-
gresos.
ou-se no theatro
Em
Em
da Trindade a i5
de janeiro dei868
na pea Conspirai^o na aldeia o actor Ale-
to
to.
scena.
dramtico, o que lhe deu entrada como artista para o velho theatro da Ru ados Condes, passando depois para o dos Recreios, e
por fim, em 1890, para o novo theatro da
Rua dos Condes. Sem se notabilisar, alguns
papeis fez com bastante agrado. Morreu em
1892, tendo primeiro enlouquecido.
Francisco Costa
Nasceu em Castello
Branco em i852 e morreu em Lisboa em
1907. Entrou em 1871 para o velho theatro
da Rua dos Condes como figurante, passando depois a discpulo, mostrando j bastante vocao para
a scena, pelo que
foi em 1875 escripturado para
o theatro do
i68
Pouco
plar
comportamento.
Francisco Fructuoso Dias Foi um antigo actor muito distincto dos theatros do
Salitre e Rua dos Condes. Partiu depois para o Brazil e l morreu.
Furtado Coelho
Nasceu em Lisboa, a
28 de dezembro
de i83i, o illus-
mensamente e
em menos d'um
trado e djstincto
actor Lui:{ Cn-
anno conquistou
dido Furtado
um
bello
logar
presentar,
Fortunato Pinheiro
Foi um
afamado curioso
por-
que Furtado
Coelho foi por
doRiode Janeiro.
muitos annos um
Fortunatoj Pinheiro
escriptor drama-
Furtado Coelho
DO THEATRO PORTUGUEZ
169
ta,
Remorso
vivo,
Actor,
Actri^,
Amor
da arte., etc. Tambm fez magnificas traduces. Como actor adquiriu no Brazil a
fama de excellente, brilhante, correctssimo
e principalmente de notvel diseur. Essa fama foi perfeitamente confirmada em Portugal, quando aqui veio por trs epochas dar
espectculos nos nossos theatros. Auxiliado
por uma memoria prodigiosa e muitas vezes
impellido pela necessidade de variar os espectculos, o seu repertrio incomparvel
com o de outro qualquer artista, pois que,
durante muitos annos, invariavelmente, representava duas ou trez peas novas por
mez! Furtado Coelho foi tambm musico
distincto, tendo composto diversas partituras para peas. Era pianista e tocava tambm na perfeio o copophone, um instrumento que elle tornou agradabilssimo ao
ouvido. Foi casado com a actriz Lucinda
Simes e era pae de Lucilia Simes. Quando j n) representava, Furtado Coelho foi
ainda por algum tempo ensaiador nos theatros do Rio de Janeiro. Em 1899, cheio de
doena e privaes, veio para Lisboa, onde
os emprezarios lhe fizeram um beneficio no
theatro D. Amlia, do qual nada aproveitou
por morrer logo em seguida.
Nasceu a 2 de setembro de
Gama
1840 e morreu a 16 de dezembro de iqoS
o actor Joaquim
Carlos da Gama.
Estreiou-se na
inaugurao do
theatro do Prncipe Real, de Lisboa, na comedia
Dois pobres a
uma porta. Foi
depois escripturado para o theatro Baquet, do
Porto, onde muito agradou. Passou depois a societrio do theaGama
tro do Prncipe
Real, da mesma cidade e mais tarde foi scio do Baquet. Em i885 seguiu para o Rio
de Janeiro, onde agradou. Quando regressou a Lisboa esteve alternadamente :Contractado nos theatros de D. Maria, Trindade, Gymnasio, Principe Real e Avenida-^Era
um artista de merecimento; mas infeliz na
sua carreira.
Gui
Condes
e Princi-
pe Real, e prin-
cipalmente em
todas
as
terras
de provncia, que
percorreu por
muitos
annos.
actor da
velha escola; mas
que teve noites
Era
um
Gil (pa
de bastante agrado.
V. Benemritos do Theatro.
Comeou por
Guilherme da Fonseca
Gil Vicente
actor de provncia, esteve depois escripturado nos theatros da Rua dos Condes e Principe Real, adquirindo bastantes sympathias
e muita popularidade, especialmente nas
operetas Amor e dinheiro e Argonautas.
Morreu ainda novo, a 21 de maio de 1870.
Nasceu em LisGuilherme da Silveira
boa, a II de fevereiro de 1846 e morreu re-
pentinamente em Madrid,
de 1900, o actor
Guilherme Squiner da Silveira.
Estreiou-se em
agosto de i863,
no theatro de D.
Maria, n'um pequeno papel do
drama
a 21
de outubro
->j<^~.
-,
Peniten-
Passou logo
depois para o
theatro das Variedades, onde
fez progressos.
Conseguiu entrar
para o GymnaGuilherme da Silveira
sio, onde se estrelou, a 22 de dezembro de 1864, na comedia Cura de Pompone. Ahijfez bella carreira, tendo principaes papeis em muitas comedias. Em julho de 1870 appareceu em D.
Maria na Marion Delorme eyoutras peas
fez com xito. Em 1872 partiu para o Rio
de Janeiro, onde muito agradou Fez-se depois ali emprezario, tendo uma vida agita-
cia.
DICCIONARIO
Izi
170
no drama Os
Mysterios de
tomou
em
ali
1840.
Nasceu
em Lisboa, a 2 de nO'
o notvel actor Isfidoro Sabino Ferreira. Comeou por ser comparsa
no theatro de D.
zidoro
vembro de
1828,
Em
Maria.
bastante agra-
depois na Rua
dos Condes foi
dou.
um
mo anno
tista,
treiou-se
como
em
Lisboa,
m^^^
Lisboa, entrou
para o theatro de
D. Maria e ahi,
apezar de ter j
adiantada a tsica de larynge
3o de no-
actor,
es-
no velho theatro
do Salitre, na comedia Uma fra-
em secom uma
queja. Foi
guida
zidoro
companhia para
como
de abril de i853, na comedia Atra^ d'umulher. Logo d'ahi a pouco obteve grande successo na parodia Andador das almas,
e, como se fosse salientando em cada novo
papel, conservou se no Gymnasio at i858,
epocha em que foi inaugurar o theatro das
Variedades, obtendo um enorme xito na
magica Loteria do Diabo. N 'este theatro, coa 7
ma
mo actor e como
mou o seu muito
merecimento em innume-
de junho
ras peas de diversos gneros. A
de i86i foi Isidoro classificado como actor
de primeira classe pelo conselho dramtico.
N'essa occasio fez o eximio artista uma
excurso a vora e, volta, entrou de no1
incumbiu e em
Heliodoro
teve ento
morosamente
uma
pri-
com
vembro do mes-
meida Franco.
Ao regressar a
- ~~^,
Almada, onde
N'este theatro e
caracter.
849
ricos,
nos
DO THEATRO PORTUGUEZ
'7'
sr.
Reitor,
Corao
e arte,
Barba
a^ul,
Sem
em Redondo, no
Alemtejo, e aos
i5 annos de edade veio para Lisboa a fim de
aprender pintu-
Mais tarde
receber lies
de arte dramti-
ra.
foi
ca de E m i
Doux, que lhe
i
encontrou
disposio
tal
para
Paris, subsidiado pelo governo, para aperfeioar-se na arte de representar. Era condecorado com a ordem de S. Thiago. Rosa
estudava os papeis
ciosidades e
Joa
Costa da luneta. Era intelligentissimo e tinha habilidade para tudo. Escrevia muito
correctamente e algumas peas fez de valor. Era ensaiador, scenographo, actor, desenhista de figurinos, director de guardaroupa, finalmente, uma grande utilidade
irmo do grande
artista Izidoro.
Percorreu
popularidade.
Morreu em Lisboa, a 28 de janeiro de i8y5.
Apenas esteve
em dois theatros
de Lisboa, por
muitos annos no
velho theatro da
depois
at
morte no Prin-
cipe
Real.
No
primeiro alguns
papeis teve que
ficaram na me-
Joaquim Bento
Joaquim Ferreira
Um actor-utilidade,
que esteve em quasi todos os theatros de
Lisboa e do Brazil, conseguindo agradar e
ser estimado, sem grandes mritos. Acceitava contracto para qualquer theatro, fosse
qual fosse o gnero em que tivesse de trabalhar. Morreu repentinamente estando a
representar, no theatro da Trindade. Este
actor foi talvez o que maior numero de
DICCIONARIO
Jul
tournes fez ao
Brazil, indo alli
agradou, assim
como
vero
n'outras
peas, que fez em
seguida. Foin'um
com um
grupo de artistas
do theatro de D.
Maria dar alguns
se distinguiu fo-
ram: Testamento
da Velha e Gr-
Joaquim Ferreira
Nasceu
em Lisboa a
1860 e morreu no Cear (Brazil) a 4.de julho de 1896. Estrelou se
n'um theatro da
ru a do Olival,
n'uma parodia
Joaquim Silva
de dezembro de
de Jacobetty,
espectculos na
provncia. Em
1894 entrou paJos Baptista
ra o Gymnasio,
onde foi bastante til, e passou por fim
para o Prncipe Real. onde mais agradou.
lisbo-
para o theatro
Chalet da feira
pequenospapeis.
das
te
li
No anno
1881. Com o
Chalet foi depois
para Belm, veio
para o Salitre,
voltou . Amoreiras e, de feira
em
peisimportantes.
Esteve depois na
Joaquim Silva
seguin-
passou para o
theatro das Va-
Amoreiras
feira, acabou
na Avenida, no
Lisboa,
onde bastante
sempre muito
em
em
Rato, no drama
Filhos da Noite,
Niniche
Estreiou-se
Jos Baptista
no theatro do
com companhias
Duque^a.
172
mente
Jos Bento
quando
a brilhar, e
mais lon-
Jtlio
i865, e
dicar-se ao
Nasceu em Cezimbra,
muito novo veio para Lisboa de-
SanfAnna
em
com-
tempo
um
dis-
tincto amador
dramtico. Estreiou-se
artista,
em
como
1891,
no theatro da
Rua dos Condes,
na operelta O
fazendo
depois com muito agrado as opetio Bra:^,
ras-comicas A
Filha do Tambor-mr e Ar-
Julio
Sant'Anna
DO THEATRO PORTUGUEZ
73
esse o gnero que quiz adoptar para o publico pagante. No conseguiu agradar. Da
um
uma
gnero, de
para
s de l
sair quando o
destino o levou
ao Brazii, para
l morrer de fe-
ria,
Gregrio
de
Souj a Lima ^ que
se estreiou no
bre amarella a
26 de fevereiro
JuUo Vieira
1894. Como
actor, como ensaiador e como auctor dramtico tinha agradado muito no Rio de Janeiro. Jlio Vieira,
como actor, tinha vivacidade, desembarao
e uma certa graa. A sua pequena figura
prestava se a uns papeis de garotos q outros typos, em que bastante agradava. Era
intelligente ao ponto de, sem conhecimen-
de
drama A me dos
pobres, na abertura do theatro
da Trindade, de
Lisboa, a 3o de
novembro de
187.
Ahi
fez
um
tos importantes, tendo aprendido muito pouco, escrever cora certa facilidade umas peas populares, que obtinham os applausos
das plateias.
Nasceu
Leoni
e Rua dos
theatro.
em
Lisboa, no anno de
cha
em
em
i835,
morreu
1887 o actor-
Cardoso. Fez-se
actor no Brazii,
vindo
em
na
de
Lisboa
i865 e aqui
esteve durante
annos nos
theatros do Prin-
Francisco Palha.
Nas sociedades
oito
cipe
Leoni
Real,
Rua
dos Condes e D.
Maria. Apezar de
no
Fo, concelho
auctor Manuel
da Sva Lopes
ni^
d'amadores fazia
Leoni os galans
dramticos e foi
em
utilidade
na Bahia (Brazii)
ria
em 1806,
companhia
de Espozende,
d'agosto de 1893,
o distincto artis-
des,
Lima
1842 e morreu
no Cartaxo, a 21
ta
espantosa naturalidade, de
uma
Em
entrou de novo
no Principe Real
Lop
Lopes Cardoso
Mar
DICCIONARIO
muito intelligente, pela sua m figura e prenuncia afectada, nunca conseguiu agradar
em Lisboa. Em iS/S voltou para a Bahia, onde fundou o jornal Dirio de Noticias e ali
morreu. Traduziu e imitou diversas peas,
(Conquistei o
entre ellas:
Mxico^ Christo-
sr.*
Aubray, erc.
Luciano Era
Condes,
em
se-
guida para o
Gymnasio, onde
.
adquiriu muitas
sympathias. Foi
mais tarde contractado para o
Porto, onde mor-
em
reu
estar,
alli
Luciano
1782.
Foi um bom
actor portuguez
companhia
Estrelou
i.Sqy.
com
1881,
no con-
Real, onde foi uma utilidade e alli se conservou at morte. Este actor era mais conhecido pelo Ferreira das velhas.
Nasceu em Tavira em
Manoel Nobre
Fevereiro de i856 e morreu em Lisboa em
Agosto de igoS.
pouco tempo
depois de
174
es-
Variedades,
na magica A
Coroa de Carlos
Magno, a 26 de
Dezembro de
se
no
theatro de D.
Maria li, empreza Santos, em
1873
alli
se
conservou
at
1878, sobresaindo n'alguns papeis. Passou depois para a Rua
do Condes, onde
agradou, e seguiu para o Gymnasio, Rato e
D. Amlia, volManoel Nobre
tando depois
Rua dos Condes. Entrou mais tarde como
societrio de terceira classe para a ultima
sociedade artstica de D. Maria, a que ainda
pertencia quande morreu. Escreveu uma parodia ao Olhello com o titulo O Tello.
Marcolino
Estrelou se no velho theatro
da R. dos Condes
de
26 de Maio
i8;i,
media
na co-
O Perdo
Condes, onde
colino Ki beiro
/*m/o. Passou depois para o theatro de D. Fer'nando, em se-
muito agradou.
Voltou s Variedades na empreza Pinto Bastos
e com elle e
Santos
seguiu
Mdggiolly
para o Principe
Real. Entrou depois para D. Maria
II,
onde
Marcolino
DO THEATRO PORTUGUEZ
,75
do cautelleiro do
foi insigne,
Perdo
em que
(Tacto,
que
fez
Jos Gerardo
noel Hypolito
Ferreira Marques, que durante muitos annos
foi artista do Gymnasio e depois
Moni:^,
passou para a
Rua dos Condes.
desempenhando,
Alguns trabalhos
peis,
em que
teve de valor e
muito
se distin-
era
guiu,
que falleceu a 20 de
Agosto de i853.
Comeou
Marques
Percorreu
primeiro
nome
mereci-
Nasceu em Lisboa, a 11 de
Montedonio
Agosto de 184:, o actor Joo Baptista Montedonio. Estreou-se aos 16 annos como discpulo no velho theatro da Rua dos Condes
e
em
1861 entrou
para o
Gymna-
revelando
merecimento em
pequenos papeis.
Andou depois
em companhias
ambulantes pesio,
provincias e
Regressan-
publico
a
Mor-
feito a
peca
Quando
popularissimo.
da Rua dos
Condes, onde o
Menezes
(pae)
tro
Gaiato de
Lisboa.
Moniz
do a Lisboa em
1867, contractou se no thea-
que fez
parte das com-
po antes
creado
ro da celebre
magica As Pilulas do Diabo. Do Salitre passou Moni^ para o Gymnasio, logo depois da
sua inaugurao. Ahi tornou-se notvel e
ilhas.
mento,
Salitre.
Salitre,
las
tro do
muito
sua
no thea-
esfomeado do
drama Zacha-
de 1892.
Mathias d'Almeida
carreira
muitissimo
estimado. Cegou
no ultimo quartel da vida. Morreu em Lisboa a
7 de novembro
Matta
O seu
Matta\ mas era
conhecido pelo
Mon
**"'''
comeou
festejal-o,
Montedonio
re-
DICCIONARIO
Pei*
em
nhou
bastantes
papeis com muito agrado. Dizia
bem e representava com bastante
to.
discernimen
Da Rua dos
Condes passou
para o Avenida,
onde fez ainda
melhor
Em
Moreira
Em
o actor-ensaiador-emprezario-
figura.
1893 partiu
para o Brazil,
onde agradou.
Pereira d'Almeida
Victimado
pela
febre amarella, morreu no Rio de Janeiro
em
1894.
dos primeiros
Eslogares.
treiou-se no velho theatro do
Salitre, passan-
do depois para
o Gymnasio. Era
um actor muito
engraado sem
Sousa. Entrou
o theatro
do Gymnasio, do
Rio de Janeiro, a
3
de Abril de
para
o parecer.
Em
graa
i863
t858.
regressou a Portugal. Por diversas vezes foi no
Pol-to emprezario e ensaiador.
Tambm
.76
Moutinho
ensaiador no theatro da Trindade, de Lisboa. Ha impressos alguns dramas seus, de pouco valor.
Foi um actor caracterisPaulo Martins
tico muito apreciado no Porto, nos Aores
e em Lisboa nos theatros do Gymnasio e
Principe Real Tinha uma certa illustrao
e traduziu diversas peas.
Era conhecido pelo PePedro Antnio
drinho o actor Pedro Antnio Pereira, que
foi um bom artista trgico, dramtico e cmico, muito estimado em Lisboa. Em 1768
representou o papel de Tartufo na celebre
pea de Molire, no theatro do Bairro Alto.
Foi depois chamado ao Rio de Janeiro, onde
organisou o theatro portuguez, fazendo actores dos amadores. Era poeta e traduziu em
foi
sua
principal
consistia n'um
estalar de palavras de morrer
de riso, ditas um
Pereira (do Gymnasio)
pouco ao acaso,
e, por isso mesmo, mais burlescas. Pronunciava umas coisas, taramelava outras, engulia algumas; ria a gente sem o entender. Morreu da febre amarella, em 1857,
Nasceu em
Pereira (do Principe Real)
Lisboa, a
de Abril de 1842 e morreu a 5
de Maio de 1888 o actor Augusto Jos Pereira., que se estreiou no velho theatro da
Rua dos Condes, a 28 de Novembro de iSSg,
na comedia As duas casacas. Da Rua dos
Condes passou para as Variedades, d'alli
para o Principe Real. Mais tarde foi para
as Variedades, em seguida para D. Maria II,
depois para o Gymnasio e Rua dos Condes
e finalmente para o Principe Real, indo com
esta companhia diversas vezes ao Brazil Pereira era um actor muito til e com bas-
DO THEATR PORTUG0E2
'77
Um
tante apreciados.
estreiou-se no velho
theatro da Rua dos Condes, a 16 de Setembro de 1854, na comedia A Ramalheteira.
Esteve depois nas Variedades. Tinha bastante
valor e era mui.''^*''^'**"
to til no theatro; mas orgulhoso ao ponto
plate-
Era por^vezes
axagerado; mas
as.
mesmos
d'esses
exageros
tirava
Descia
partido.
bcca da[scena
para
voltado
de se metter
em
quando
es-
publico, acenava
casa,
com
cabea e
O outro
Pomba
A Ra-
comedia
Pri
actor
apelido,
d'este
de quem damos
o retrato, (01 Antnio dos Santos
Pires, que nas-
em
Lisboa
Santos Pires
de Dezembro de 1844 e morreu a
de Fevereiro de
Estreiou-se na Rua dos Condes,
1902.
na companhia de Francisco Palha, pas
sando logo depois para D. Maria, onde
bastante agradou. Em seguida esteve no
Gymnasio, Prncipe Real e Trindade, isto
at 1877, em que voltou para D. Maria, indo
depois para o Porto, onde se demorou por
muitos annos. Veio de novo para a Trindade e por fim para o Prncipe Real, ao
qual pertencia quando morreu. Era bom
ceu
a 22
bom
maiheteira, onde
actor e
esteve, fazendo
Nasce em Coimbra, a 20 de
Portugal
Setembro de i85i e morre no Par, viciima
de uma congento cerebral, a 4 de Maio de
1896, o actorcantor Antnio
Augusto Portugal. Estreiou-se
na inaugurao
do theatro da
boa
figura,
i858,
em que
at
foi
para o Porto,
contractado para o theatro de
S. Joo, por Couto Guirrtares e
depois por Emlia das Neves.
Em 1860 voltou
para
Trindade, do
Porto, na opereO Diabrete,
passando depois
Lisboa,
ta
D.Maria
II,
Pinto de
para
Campos
Em
onde
se estreiou a 29 de Outubro, no drama Cule castigo. Comeou ahi a progredir bastante at 1867, em que foi classificado actor
de primeira classe. Quando o governo dei-
pa
foi
Pinto de Campos contractado para o Gymnasio, onde se salientou n'um bello repertrio. Foi em seguida para o Porto, onde
esteve contractado nos theatros da Trindade e Prncipe Real.
1876, tendo j a sua
reforma, Pinto de Campos voltou para o
theatro de D. Maria II, onde se conservou
por algum tempo. Era um actor correctssimo e de grande utiHdade no theatro.
Houve nos theatros de Lisboa e
Pires
Porto dois actores com este apellido, bas-
Em
ensaiador.
o Baquet.
Lisboa es-
treiou-se
no
tubro de 1878,
na opera-comica
Portugal
Em
trio.
No
porque, apezar
DCCIONARO
dal
de dizer magni-
fez
mes ovaes
como
tinha
bastantes
aptides. Foi
correctissimo
traductor de
muitas peas rePrimo da Costa
presentadas em
Portugal e Brazil Nascera na Ericeira em
iSSg e morreu repentinamente no Rio de
Janeiro em 1896.
Ribeirinho
Estreiou se no theatro da
Trindade, a 22
de Setembro de
1887, o actor yl;itonio Jos Ri-
beiro,
conhecido
princi-
em 1804, na
capital da Bahia,
reu
Rodrigues
de edade. Foi
um
artista
em
1847.
Em
foi com
Emilia das Neves para o Porto,
e com ella veio
para S. Carlos e
i85i
cipalmente na
Ribeirinho
que
das Variedades
de Lisboa, em
1864 e morreu,
actor,
festeja-
Foi para o
Brazil, onde, apesar de agradar,
do.
sio
Miss Helyett.
Ribeiro
sempre
cellente
com 80 annos
pelo Ribeirinho.
Agradou bastante em diversos
papeis,
uma grande
ficamente, tinha
carncia de dotes physicos. Em
1868 partiu para
o Rio de Janeiro.
Pouco
178
se estreiou
ex-
no theatro
D.Fernando.
Em
um
Rollo
Em
pertrio.
pouco faileceu. No foi um grande actor, tinha vicios de declamao, exagero de sen
era cabelleireiro
do theatro das
timento, mas estudava e fazia grandes esforos para agradar, o que quasi sempre conse-
Variedades. Por
guia.
Romo
impedimento do
grande
actor
Antnio
Pedro,
hibeiro subsRibeiro
tituil-o nos seus
importantes papeis e obteve grande xito.
No fim de duas epochas foi com uma companhia, que organiou, percorrer as provincias e os Aores.
1869 voltou escripturado para o theatro da Rua dos Condes, fazendo ahi bella carreira. Passou em 1871
para a Trindade. A sua passagem n'este
foi
Em
V. Benemritos do Theatro.
Nasceu em Coimbra, a 27 de
Salazar
Janeiro de i834, o actor Francisco Emilio
Salazar. Depois de ser por muito tempo
distincto amador dramtico, estreiou-se como actor no velho theatro da Rua dos Condes, na pea martima A Salamandra. Ahi
fez muito repertrio. Esteve depois nos theatros das Variedades, S. Luiz, de Coimbra,
Bocage, de Setbal, Principe Real e Variedades. Voltou em 1878 para a Rua dos Condes
e depois novamente para as Variedades,
DO THEATRO portuguez
179
com Antnio
Pedro,
Thesouro.
no
de Santarm
onde esteve at
tinha
ra utilidade
theatro;
mas
falta-
va-lhe educao
empregado nas
Contribuies
dotes,
Quasi
artstica.
no fim da
vida,
Directas. Seritou
bem
atribulado
pela doena, em
em
1892;
depois
Salazar
artstica,
ainda
foi
ao
na opereta
des,
O Caldeireiro.
Em 1871 passou
Rua dos
para a
Condes
e depois
para o Prncipe
Real. Em 1874
foi para os theatro s do Porto,
Marco
Nasceu
Samuel
Cunha Sarge-
em
dia
Sebastio Alves
Maria passou
societrio
cias^,
Chnspimano Sargedas
se e ahi fez briIhante figura. Morreu repentinamente n'uma
loja manica da Rua do Ouro, em 1866.
Nasceu em 1812 e morreu em
Sargedas
1878 Joaquim Vital da Cunha Sargedas. De.
AnniverPara
o
de primeira
diver-
marido
theatro de D.
como
em
depois de seu
Maio de 1837,
no theatro da
Rua dos Conna comedes,
sario.
tante
casado com
Doux,
estreiando-se
progrediu,
agradando bas-
actriz Adlia
SoUer, que tambm morreu no
Brazil, pouco
i8i3.
Foi discpulo de
Emilio
estreiou-se no
Gymnasio e mui-
das, a 27 de Ju-
de
mor-
to
em
lho
Em
alli falle-
de 1878.
Sargedas
1871
reu no Par em
igoS.
1890
de popularidade
ceu, a 6 de
sargento
Sargedas (padre)
no batalho do
commercio, passando em 1847 conno brigadas para o batalho do Joosinho. Era n'este
tempo um distincto curioso dramtico; como
lhe oFerecessem escriptura para o theatro
D, Fernando, acceitou, estreiando-se em
i85o na opera cmica Barcarola, agradando
muito. Em 1834 passou para o theatro do
Gymnasio, onde fez bella carreira. Foi revisor do Jornal do Commercio e coilaborador
de diversos jornaes. Em i856 resolveu ordenar-se, dizendo a primeira missa na egreja
da Encarnao e pregando pela primeira vez
na dos i.aetanos. Em 1857 foi nomeado cantor da S. Foi um padre estimadssimo, como
tinha sido um estimadssimo actor.
Sebastio Alves
Nasceu em Lisboa
em
quando
praa
como
grande decadncia
Brazil,
y^
Em
administrao
verdadei-
foi
1839 para
amanuense do
brilhante, nem
mesmo correcto,
mas
em
actor
foi
Sei
Em
DICCIONARIO
Tas
fora,
no
cavaco
intimo,
era engraadssimo. Os collegas
muito se divertiam com os seus
ditos. Tambm
foi por vezes ensaiador, mas de
pouco mrito.
que quasi sempre o prejudica-
das Variedades
Srgio d'Almeida
em
Tasso
portuguez
actor
Joaquim Jos
Soccorro
Tasso, que nasceu a 22 de Agosto de 1820 e falleceu a 27
de Maio de 1870. Nascido na obscuridade,
sem illustrao que o guindasse, s o gnio,
o Ifogo sagrado o elevaram ao apogeu da
foi
em que
gloria,
tornando-o
um
actor incomparvel.
era um
artista previlegiado; era o eterno galan, era o
rei da elegncia
e da distnco,
era, sobre tudo, o actor que
Tasso
muito agradou.
Partiu para o
Silva Pereira
1872 e
mais commovia
e enthusiasmava
bro
de
1839,
n'um pequeno
Julho de i85o no
drama Os herdeiros do C^ar.
i858,
Outro
notabilissimo
esteve at
em alguns
1889.
diversos papeis,
at que, em i83,
entrou para o
em
para
o Gymnasio, onde foi muito fe-
papeis. Morreu
muito novo em
Brazil
l se
1872, passan-
liz
iSSg, es-
treia ndo-se na
comedia O que
Lisboa^ o actor
medias,
em
do depois
va na scena era
o seu feitio grosso e a sua natural brutalidade.
i8o
como
actor e ensaiador, e
Tasso
DO THEATRO PORTUGUEZ
tado de aspecto nobre, de olhar affavel, a
sua presena despertava sympathias em
quantos o viam. A sua conversao tornava-se logo intima; parecia que s nascera
para viver entre amigos.
Theodorico Baptista da Cruz
Este muito
conceituado actor estreiou-se no velho theatro da Rua dos
Condes, na co-
media
arm-
a sua epocha
brilhante no
theatro da Rua
trabalhava no
baixo cmico e
teve certa popularidade. Morreu
a 17 de Novem-
de D Maria logo
na sua abertura
e ahi se conser-
vou at morte,
Theodorico
sendo pelo seu
caracter muito estimado de collegas e amigos e pelo seu valor artstico muito querido
do publico. Falleceu em Lisboa a 18 de Janeiro de i885.
Foi um actor de
Theodorico (velho)
grande nomeada dos velhos theatros do Salitre e Rua dos Condes. Em 1820 ) era apontado como dos primeiros. Em i836, na companhia dirigida por Emilio Doux, era o velho
Theodorico um dos mais notveis artistas
da Rua dos Condes.
tstreiou se no theatro das VaTorres
riedades, no drama Pedro Sem, a 3 de Maio
de 1873 o actcr Frederico Guilherme Torres.
Dds Variedades, passou para a Rua dos
Condes. Foi provncia e aos Aores, donde
regressou para o Prncipe Real, onde teve
a sua melhor epocha. i'assou por fim para o
theatro de D. Maria, onde pouco tempo esteve, porque a morte o prostrou.
Foi um antigo galan cmico do
Vannez
velho theatro da Rua dos Condes. O seu
nome todo era Jos Maria Vanne^. Tinha
um bello aspecto, que o tornava sympathico
ao publico. Na abertura do theatro de D.
Maria II para l entrou classificado na segunda classe, ao lado da velha Barbara, da
SoUer, do Assis, do Matta e outros.
Era um perfeito homem, que enVasco
trou para o theatto do Salitre, como primeiro galan em 1843. O seu nome todo era
Vasco da Gama Cabral. Na abertura do
theatro do Gymnasio, em 1846, para l pas-
gedia, no drama
e na fara. Foi
para o theatro
dos Condes.
Vicente Franco Foi um actor
ainda do velho
theatro da Rua
dos Condes, que
das modas, a
3o de Maio de
1837. Nascera em
Trabalha1818
va com muitas
aptides na trario
Vid
Ventura
bro de 1877. Os papeis em que mais agradou foram os das seguintes peas: Dois dias
no Campo Grande. Sete Castellos do Diabo,
Revista de i8j6. Oitava maravilha do mundo
e Joven Telemaco, etc.
Foi um afamado actcr dos
Victorino
velhos theatros do Salitre e Rua dos Condes, sendo depois classificado na primeira
classe para o theatro de D. Maria II. Tinha
lampejos de verdadeiro talento. O defeito
que se lhe notava era uns certos meneios que
o tornavam ridculo, defeito que obtivera
em consequncia de, no comeo da carreira,
ter desempenhado muitos papeis de dama.
Actor que, se no morresse to
Vidal
novo. teria alcanado um dos primeiros logares na scena portugueza. Bella figura, ele-
gncia,
rosto
sympathico
e ex-
pressivo, voz
agradvel, sentimento
tico,
dram-
intelligen-
todos os dotes
para ser o pri-
meiro galan do
the atro portuguez. Comeou
no theatro das
Variedades, passando ao Gymnasio e por fim a
Vidal
D. Maria, onde
substituiu o grande Tasso, quando este d'alli
sahiu. Victimado por uma tsica de larynge,
morreu a 20 de Setembro de 1869.
ACTRIZES DISTINGIAS
J FALLECIDAS
ACTRIZES DISTINGIAS
J FALLECIDAS
Adelaide Douradinha
Morreu
em
Lis-
Quando
voltar
do depois para a
Trindade, onde
teve papeis muito felizes. Abandonou de novo
o theatro em
1892; mas em
1895 escripturou-se no theatro
Avenida e passou
depois a ser societria
de 3.*
classe do theatro de D. Maria,
cupava quando,
em
muito
1894,
Amlia d'Avellar
morreu
repentinamente.
Morreu no Rio de JaAmlia Garraio
neiro, a 8 de fevereiro de 1894. Era 'casada
com o escriptor
me, Silveria
Soller, e seu pae
Alfredo Soller.
Lisboa es-
Adlia Soller
Em
treiou-se na Trindade, onde pouco fez, passando em seguida para o theatro da Alegria,
depois para a Rua dos Condes e em seguida
para o Gymnasio, a cuja companhia pertencia, quando fez a tourne ao Brazil e l morreu victimada pela febre amarella.
Amlia d'Avellar
Entrou muito nova
para o theatro da Trindade, onde fez progressos, muito auxiliados pela sua formosura.
1884 retirou- se da scena, para
Em
ali
tro
acima, victimada
pela febre amarella. Estreiou-se
no Porto, na comedia Uma fa-
brica
uma
actriz distincta
Amlia Garraio
na comedia,
como o
voz.
ti-
Cam
DICCIONARIO
talegre.
Em
Porto.
boa
Lis-
appareceu
;'
.
distinco. Foi
logo em seguida
para D. Maria,
tou
salien-
em
diversos
papeis. Foi por
trez vezes ao
Amlia da Silveira
Brazil, onde tambm foi recebida com bastante agrado. Da ultima vez quiz ser emprezaria, deixou-se ficar no Rio de Janeiro;
estava no comeo da sua empreza, quando
a febre amarella a matou, a i de janeiro de
1892.
nna Cardoso
Morreu a 12 de outubro
de 1878 esta insigne actriz, de quem hoje
poucos se lembram, mas que foi notabilissima. Era o que se podia chamar uma mulher
feia;
mas uma
mulher de
pois nas caractersticas. Segundo informaes de um escriptor da sua epocha, a Barbara era uma mulher gorda, feia e de notvel desenvoltura de lingua. Apresentava-se
nos ensaios vestida de chita,
com um grande
leno pelos hombros, pregado e
repregado antiga portugueza
e na cabea uma
manta de algodo ou um velho
chapo, deformado pelo tempo.
Tinha graa na-
principalmente
onde se
186
talen-
..-^
que
exa-
mas tinha talento natural. Barbara foi ainda, no gnero cmico, a representante mais
directa das faccias do velho repertrio portuguez do sculo xviii. Ainda nos ltimos
annos da sua existncia se salientou em D.
Maria no Gaiato de Lisboa, no Estrangeirado e na Noite de Santo Antnio na Praa
da Figueira.
Nasceu em Portalegre,
Beatriz Bente
em 1859, esta rapariga de olhos grandes e
languidos, que todos achavam bonita e por
Estreiou-se
no theatro da
Rua dos Condes
em i853 e appareceu depois brilhantemente no
tjheatro de D.
Fernando, fazento.
do a Emparedada na pea O
Rei e o kremita.
Passou para o
GymnasiOj onde
esteve mais de
tural,
isso
mo
annos de edade
estreiou-se no
theatro de D.
Anna Cardoso
no me-
com
zendo distinctissimamente um grande repertrio de dramas, comedias e faras, sobresaindo na Tia Marta, Dente da Baroneza,
Fidalguinho, Tia Anna de Vianna, Nem Cezar nem Joo Fernandes, etc. Foi depois ao
Brazil, onde muito agradou, e, regressando
a Portugal, entrou para o theatro de D. Maria, onde ainda se tornou distincta nos dramas Morgadinha dos Canaviaes, Loucura ou
santidade, Visconde de Letorii es, etc.
Barbara Leal
A 16 de setembro de 1857
morreu em Lisboa, victimada pela febre
agrado
e
fo-
ram distribuindo
papeis de maior
valor,
chegando
DO THEATRO PORTUGUEZ
.87
peis
importan-
tes.
Retirou-se
seguida
n'este
Brazil.
no
tor
Porto a 20 de
setembro de 181
se
morreu no
Campo Grande,
Camilla
junto
em
onde
des,
teve
do
Carlota Talassi
Abandonou o theatro em
1862, obten-
sua reforma.
Era intelligentissima e
instruda. Traduziu magnificamente varias
peas para o theatro. Deixou esta actriz uma
memoria respeitadissima no theatro portuguez, no s pelos seus mritos de artista;
mas tambm pela sua honestidade. Era
exemplar no theatro e por isso foi sempre
a
querida e respeitada.
Carolina milia-Estadistinctaactrizestreiouse no velho theatro da Rua dos
Condes, a 16 de
outubro de 1843,
na comedia O
homem de cm^ento.
Bastante
agradou Passou
depois para o
theatro de D.
Maria, onde fez
boa carreira,
p r i n Cipalmente
corista
mesmo
L casou
Csar de La-
cerda,
com oactor-auc-
Carlota Talas-
Nasceu
-^'r?sr"~
theatro e mais
tarde comprima
ria aqui e no
1905.
tica.
Em
Del
fazendo-
actriz.
Teve
uma
Carolina Falco
tros de D. Amlia e D.
Maria. Morreu em Pernambuco
(Brazil) a 26 de agosto de 190b, tendo 67
annos de edade.
Catharina Talassi Foi actriz afamada
dos seus tempos, principalmente no Porto.
Era me da actriz Carlota Talassi. Catharina Talassi representou no velho theatro
da Rua dos Condes, alem de outros papeis,
o de Joanna do Taco do Auto de Gil Vicente, de Garrett. Fez tambm parte de uma
companhia que funccionou no theatro de
Buenos- Ayres. Catharina Talassi era filha
do poeta Augusto Talassi, que veio para
Portugal ao servio da Rainha D. Maria I.
Antes de estar na Rua dos Condes, fez parte, em i835, da companhia do Salitre.
Cecilia Rosa d'Aguiar Nasceu em Setbal, a 23 de agosto de 1746 a notvel actriz
Cecilia Rosa d' Aguiar, que fez epocha no
theatro do Bairro Alto, desempenhando principaes papeis, e entre elles os de Zaira e
Aipra, das tragedias de Voltaire. Tambm
tomou parte nas peas de Nicolau Luiz:
Igneijf de Castro e Bei:^ario. A superioridade e excellencia d'esta actriz citada por
Manuel de Figueiredo nas suas obras e por
Costa e Silva no seu Ensaio -bio graphico-
critico,
em que
a'
primeira
actriz d'aquelles
rior a sua irm,
1 **
::
J
*^
Em
'v^
^^^^
^^
r^
Carolina Kmilia
do
Salitre.
Emi
DIGCIONARIO
188
marido
e amante. Ahi revelou grande talento para a scena e por isso foi festejadissima.
Estreiou se depois no Salitre fazendo em
um
acompanhar no tumulo.
Comeou nas barracas
Eliza Aragonez
Em
reira
um
grande
talento scenico c
multa disposio
para o naturalismo, o que n'aquelle tempo era
raro. Entrou depois para o theatro da Rua dos
Condes, e s-
treiando-se
no
Thereza Ao, e
com
ella seguiu
para o Porto, onde fez a sua estreia no theatro
Baquet, em i885,
to.
Esteve mui
em
consequn-
cia
da sua vida
agitadssima,
Klvira Saldanha
morreuignorada.
Nasceu n'uma aldeia,
Emilia Adelaide
prximo de Castello Branco, a de Novembro de i836, a distincta actriz Emlia Ade-
Pimentel.
Estreiou-se
no
theatro
de D.
Maria, em i856,
na comedin A
chvena quebrada. Muito agra-
laide
e,
'
dia a dia,
salientou em
grande repertrio.
Estava no
apogeu da sua
gloria quando
formou companhia
com que
tanto,
percorreu
theatro.
as
provncias, ilhas
foi
,^.^^^
a sua companhia para os Aores, voltando mais tarde para o theatro do Principe
Real, do Porto. Morreu em 1892, tendo tido
Emilia Adelaide
Em
mais se salientou na comedia e drama. Passou depois para o D. AfTonso, onde teve um
bello logar. Por occasio do incndio do
theatro Baquet fecharam todas as casas de
espectculo do Porto, seguindo Dores Ao
com
lado do grande
Santos. Era tormosaetinha bastante sentimen-
se
Em 1888
aos Aores e
ahi agradou muito tambm. Voltando ao Porto,
chegou a
fazer a Vida d'' um
rapa!^ pobre ao
onde
dou
Cardeal Dubois.
Agradou
feira,
riedades e at no
Principe Real,
drama
no
DO TkEATRO PORTUGUEZ
89
te
bailarinn
S. Carlos.
estreia
em
que
das Variedades e
depois
para o
Prncipe
A sua
como
em Bena companhia
do Macedo, que
ja,
como em
to
diversas
ses ao
ali
Lisboa foi
madssima.
lo.
esti-
Fez
Emilia Eduarda
digres-
estreiou se no
theatro do
Real.
actriz toi
no drama
mt
Gy-
londrino,
Gomo
actriz teve
uma
barao preciso
no gnero ope-
No
Fernandes, Sociedade onde a gente se aborrece, Campanologos portugueses, Bibliothecario. Probidade, Madrugada, Trabalho e
reta.
n'um momento
theatro
de grande
utilidade; pois
era
substitua
que
faltasse.
desgraada.
Emilia Letroublon
lias,
Emilia Eerreira
collega
e muito
Talento tambm lhe no faltava. Comeou nos primeiros tempos do Gymnasio, estreando-se na comedia Como se transjorma um caloiro. De papel para papel mais foi
te.
mi
bCCIONAftlO
Com
compa-
sando
em
segui-
da com Santos
para o Prncipe
Real,
onde
fez
Pouco tem
Emilia Letroiiblon
po depois Emilia Letroublon adoeceu para nunca mais
tein.
vol-
lo
publicado
Nasceu no Porto, a 28
Emilia Lopes
de dezembro de 863 e falleceu em Lisboa,
a 22 de maro de igo3 a actriz Emlia Lopes. Estreiou-se no theatro Baquet, do Porto, a 8 de dezembro de i885, no drama Nobres e plebeus. Veio em seguida para Lisboa,
para o theatro
Rachel,
ria existe
Esteve epois
por algum tem-
mrmore
lado
da
Rose
Cheri, Ristori e
outras notabilidades, figurava
lustre
"^^ "^
,
j3^
/*;
te
um bus- ^
^,,
-*
'^
fa^fc'
^^\
peloilinfeliz
esculptor Soares
"
media O Intimo.
Aqui progrediu
bastante. Passou
Kmilia Lopes
Emilia Lopes no era uma notabilidade; mas uma actriz conscienciosa, correcta
e tirando partido da serenidade e sinceridade com que trabalhava. Tinha grande utiria.
lidade
ao
de Emilia das
Neves, feito em
no
theatro
Avenida, fazendo
pequenos papeis
at que, em 1892,
contractada
foi
no theatro de D.
Maria, onde se
estreiou na co-
ri,
to
do.
po
em
DO THEATRO PORTUGUEZ
igi
F^<
cartas,
castello
Carlos, Judith,
arte,
Alfageme de Santarm,
Um
chelieu, etc.
ginal
Encarnao Reis
Nasceu no Porto em
i865 e morreu em Lisboa em 1901. Sem ser
uma
uma
gran-
que
triz
Florinda Ma-
cedo. Estreiou-se
aos 14 annos de
edade.no theatro
do Gymnasio, na
comedia Somnambulasemoser
Em
a fez en-
Em
uma voz
o titulo
Foi
mtelligentissima,
com
thusiasmar-se
tinha
acto,
po
foi
festejavam.
em
assembleias
presentando CO
media e drama,
ainda
ta.
foi distinc-
Nos ltimos
doFoi uma
ac-
to notvel
na primeira parte do sculo passado, que conseguiu ter o seu
retrato no foyer
triz
da Comedia Fran-
Florinda Toledo
Gep
DIGCIONARIO
Em
192
uma
nos de edade e
depois seguiu paia o Brazil com
sua me, a actriz
Gertrudes Anglica
da Cunha.
Gabriella De-
muito agrado
diversas peas
no
no seguinte pas-
seu
tempo
triz
an-
Em
1874 voltou
para a Trindade,
onde foi bastanle
festejada
1876.
at
Em
1877
para o
voltou
Gymnasio, onde
pouco se conservou
Gertrudes Carneiro
e d'onde saiu para nunca mais representar, pois engordara despropositadamente e pouco pensava no theatro.
Morreu em julho de i8g8.
Gertrudes Rita da Silva Es-
treiou-senotheatro de D. Maria,
a 21 de abril de
que teve
ca para a scena.
Comeou no Porto em diversos
papeis de revistas e operetas.
No drama Os dois
garotos, no iheatro do Principe
Georgina Pinto
d'quella
cidade, manifestou claramente que podia
No
at 1869.
em
Real,
ir
DO THEATRO PORTUGUEZ
igS
Guilhermina Macedo Esta actriz estrciouno theatro da- Rua dos Condes em 1872
na magica A cese
bola mysteriosa.
Foi mais tarde
para as Variedades e em 1878
para o Principe
Real. Voltou em
1880 para a Rua
dos Condes,
em
inaugurar
Em
Joanna Carlota
Foi uma actriz de bastante mrito, que pertenceu antiga sociedade do theatro da Rua dos Condes. Foi
classificada em segunda classe pelo Conselho Dramtico para o theatro de D. Maria,
o que lhe deu direito reforma. Voltou depois Rua dos Condes, onde foi primeira
dama central e caracterstica e esteve mais
tarde no Gymnasio. Mesmo depois de velha
em Lamego,
de
dana do
Conservatrio e
entrou como bailarina para o theatro de S. Carlos.
novo theatro da
Rua dos Condes,
Guilhermina Macedo
onde se conservou at 1891, em que partiu para o Brazil.
Regressando em 1893, fez uma digresso s
1840.
nina
Lul
Condes
e Prnci-
pe Real. Chegou
a ter certo pres-
no publico
por ser formosa
e ler desembarao. Fazia na pertigio
i3
Mah
DICCONARO
194
uma ria ou
fazia uma scena
p r e s e ntar aos
cinco annos de
edade. No idio-
Manuela Rey
Nasceu em Mondonedo
(Hespanha) a 24 de outubro de 1843, a notvel actriz Manuela Rey, que morreu em
Lisboa, s 6 horas da tarde de 26 de fevereiro de 1866. Nasceu em Hespanha, mas foi
Portugalque
adoptou por ponde morreu. Foi das mais
tria e
illustres
panhia ambulante
cmica! Em 1866,
contractada por
re-
ma portuguez
Pinto
Bastos,
passou para o
theatro das Variedades e depois
para o Principe
Real, onde, entre outros, creou
seguida para a
Luiza Fialho
Rua dos Condes,
para
o
Principe
novamente
Real. Sendepois
tindo-se j doente, foi por conselho dos mdicos fazer uma digresso provincia, donde
voltou para a Rua dos Condes. Achando-se
uma noite em scena, foi accommettida de
um pequeno ataque de paralysia. Melhorou
um tanto, e, no carnaval de iSyS, ainda representou a opereta Joo e Helena na Rua
dos Condes, Circo Price e theatro D. Augusto, em Alcntara. Foi a ultima vez que
representou, porque repetiu-se o ataque de
paralysia por tal forma, que nunca mais
poude levantar os braos. D'ento at sua
morte, a 7 de novembro de 1891, s 7 e meia
horas da manh, na rua do Cardai de S.
Jos, n." 47, i. andar, viveu pobrissima, soffrendo com a maior resignao os horrores
da terrvel doena e as privaes da misria.
Foi um talento brilhante, uma trabalhadora
infatigvel, uma verdadeira martyr, cuja memoria jamais se deve apagar dos fastos do
theatro portuguez. D'ella se poderia dizer
que foi santa, virgem e martyr. Santa, no
seu proceder amabilissimo para com todos
e no cumprimento dos seus deveres; virgem,
no exemplo de honestidade que deixou no
theatro, atravessando-o durante muitos annos, sem que a tocasse a mais leve suspeita;
martyr, porque, sendo ella o amparo e o
ganha-po da farailia, viveu durante vinte
annos atormentada por no poder accudir
h espanhola
comeou
tava
artistas
portuguezas.
Com uma com-
Manuela Rey
Vianna do Cas-
formosa actriz,
irm da actriz
e
Anna
Pereira es28
a
treiou -se
de setembro de
186!), na inaugurao do theatro
do Principe Real,
de Lisboa, na co-
media Dois po
bres a uma porta. Agradou extraordinariamente,
sempre com
.,
Margarida Clementina
L
j
"
breve abandonou
a scena para casar com um industrial e capitalista, e mais tarde morreu de parto.
,
Estreiou-se em 1873
Margarida Cruz
no theatro do Gymnasio. Pela sua muita
formosura agradara logo, e como realmente
possua talento, elevou-se acima de algumas
artistas antigas
da casa, o que
Gymnasio
trar
de.
Mar
DO THEATRO PORTUGUEZ
195
tro.
no theaVeio de Se-
Gymnasio
Prncipe Real.
Foi ao Brazil,
donde regressou
e en-
na Trinda-
Como aqui
de
se
para em breve
morrer. Ali tambm pouco conseguiu salientar-
reap parecendo
se.
mais tarde no
Pr incipe Real,
Nasceu em Lisboa a 5
Maria do Co
de setembro de i835 e morreu a 24 de abril
de 1887 a actriz
Maria do Co e
Silva Santos-
deram
como
fazendo
as
nties-
estrella,
um
Margarida Cruz
re-
Margarida
Margarida LoNasceu a
19 de abril de
1828 e morreu
n'este
magnificas
epochas Voltou
Maria do Co
Rua dos Condes, depois ao Principe Real e por fim aos
Recreios, a cuja companhia pertencia quando falleceu. Maria do Co no foi actriz de
grande nomeada; mas teve bastante agrado
lou-
ra.
pes
Maria Adelaide
mesmo
pes.,
trelou
etc.
dia,
no anno de
896 a actriz
Margarida Lo1
Morreu a 2 de maio
Maria Adelaide
de 1886 esta actriz que, apezar de pequena de estatura, era elegante, formosa e
vestia bem. Foram principalmente estas
qualidades que mais a recommendaram
no theatro, onde foi bastante estimada;
mas no querida. Era tambm utilida-
Maria Joanna
insinuante,
Em
Foi uma
com
petulncia
actriz formosa,
e vivacidade.
1861
e streiou-se no theatro das Variedades, substituindo
a actriz
Luiza
mensos
em
im-
papeis.
Passou
depois
para os theatros
da Rua dos Condes, Principe
Real, Gymnasio,
Maria Joanna
hos
DIGCIONARI
ig
ra Beatri^ Fer-
'
Royaume
a actriz
Palmy-
no theatro do
Gymnasio,
pas-
'
lia
Adelaide, re-
gressando em
em
1880 para a
Rua dos Condes,
'^^"^ ^^res
e, a 6 de agosto
de 1881 morreu tuberculosa. O theatro perdeu com ella uma boa ingnua dramtica
de grande futuro. Quando falleceu ainda estava longe dos 20 annos!
Maria Rita Mesquita
Esta actriz, filha
de outra no menos distincta, Josepha Mesquita, tinha muito valor e alcanou nomeada no velho theatro da Rua dos Condes,
desde 1829 a 1840.
treiou-se como
actriz no theatro
de D. Maria II
em i865. Era
bastante formosa. Representou
depois no Principe Real, Trindade, Baquet, do
Porto e no Brazil e por fim
Palmyra
Marianna Rochedo
(loura)
Trabalhou
ento no theatro dos Recreios, indo em seguida para o Porto, onde muito se desen1880.
DO THEATRO PORTlGUEZ
'97
Tho
que
dou ccntractal-a
penhou nas
peas:
Amigo
Fritj^
tes,
te
Fo u r chambaulty
Th omme rcLV,
Madrugada, Tio
Milhes, Hamlety
etc.
Rosa Damasceno
a 4 de
de
1891,
tendo apenas 22
annos de edade.
Tinha vindo para Lisboa com i5
annos e estreiouse aos 17 no theatro da Alegria,
n'uma parodia
ao Processo do
Cancan. Quando
Janeiro,
maio
ao Algarve, em
1879, propz ca-
samento
empreza termi-
com
se-
guintes
de.
The-
reza Ao^
ella
acceitou, entran-
do tambm
Thereza Ao
defi-
Rosa Pereira
maio do mesmo
Em
estreia
tro foi
bal,
no thea-
em
Set-
quando ape-
completa,
perfeita, profun-
trabalhou em
Lisboa.
sua
Thomazia Vellozo
ARTISTAS DISTINCTOS
J RETIRADOS
DA SCENA
ARTISTAS DISTINCTOS
J RETIRADOS
Nasceu em Lisboa a
Alfredo Santos
de Setembro de 1866. Estreiou-se no theatro do Prncipe Real em Novembro de i885
no drama
do Rato
Maria;
para
onde
no drama
regressar a
foi contractada para o
theatro de Variedades, fazendo,
entre outras pe-
em
1886
para D.
segui-
as, a
Igne!{ de
e voltou
D.
foi
theatro de S. Mi-
Lisboa
Condes
Maria,
um actor
utilissimo, tendo
por
Amlia Vieira
sendo
Ao
Passou
em
as ilhas,
Homens do mar.
para o theatro
e d'ahi
in-
cndio do brigue
Atlntico.
DA SCENA
Nasceu
em
Lisboa a 17
de Fevereiro de i85o. Comeou por ser bailarina nos theatros de S. Carlos, Variedades
e Rua dos Condes. Entrou depois para a
Escola Dramtica do Conservatrio, representando tambm em sociedades de amadores, j com distinco. Foi depois com uma
ella se apai-
lher
Amlia Vieira
como
sua esposa,
para o theatro, onde Amlia Vieira se notabilisou em innumeros papeis, entre os quaes
se salientaram os das seguintes peas: Orao da tarde., Saltimbanco, Av, Paralytico,
Taberna., Actor, Ladres de Lisboa, Duas
orphs. Dois garotos, Tosca, Moda, Mirabeau, Fernanda, Lazaristas, Noventa e tre^.
Judeu errante e tantas outras.
DIGGIONARIO
Cai*
Em
Gymnasio, onde
mais ainda mostrou o seu alto
Antnia de
Sousa Nasceu
em 1872; foi disamadora
es-
treiou-se como
actriz no theatro
que
ctou no
Carlos Bayard
Gymna-
foi
tambm um
distincto
amador
Santos,
iniciou
a sua carreira de
penhando
pri-
meiros papeis
com grande felicidade. Depois,
na Rua dos Condes, Recreios,
outras
muitas.
dramtica e
Porque Francisco
alha o foi bus-
de opereta. Em
Anna Pereira
1874 passou para
o theatro de D Maria, mais tarde para o
Principe Real, perigrinando n'estes dois
theatros durante seis annos Saudosa do seu
logar no theatro da Trindade, para alli voltou em 1880. Depois de fazer brilhantemente diversas peas, desgostou-se por tal
forma pela queda d'uma pea em que entrava, que tentou suicidar-se, contraindo uma
doena que por bastante tempo a afastou da
scena. Reappareceu na Trindade a i3 de Fevereiro de 1890 e ahi se conservou at 1894.
Voltou depois para D. Maria, Rua dos Condes e D. Amlia. Abandonou ainda o theatro por alguns annos. Reentrou para D. Maria em 1907 e de novo o deixou em 1908,
por sentir que o trabalho que d'ella exigiam,
era superior s suas foras physicas. Esta
notvel actriz deu valor a um grande repertrio, em que ficaram memoradas as seguintes peas: Marechala^ Joo Jos, Rouxinol
das salaSy Ave a:ful, Noite em claro, Gaiato
de Lisboa, Tres rocas de Crystal, Barba
A^id, Fausto o petiz, Pepe Hitlo, Mocidade
de Figaro^ Ultimo Jigurino, S morre quem
Deus quer. Princesa de Trebi^onda, Rosa
de sete folhas, Sargento Frederico, Cem don-
tincta
pouco tempo.
tssima como
primeira actriz
com
^ellas
dade,
a uma porta, na
inaugurao do
theatro do Prin-
28 de
Maio de 1868 esmrito.
Carlos Posser
Principe Real, D. Maria e Trindade, conservou bellamente a sua posio e honrou o cargo de ensaiador, que teve. Pelos
seus esforos conseguiu que o theatro de
D. Maria fosse pelo governo cedido a uma
sociedade artstica, de que ficou sendo o
gerente. Ahi foram grandes os seus servios
Arte e aos seus collegas, que, em recompensa, lhe deram taes desgostos, que o foraram a retirar-se da scena.
Estreiou-se esta actriz
Carlota Velloso
no velho theatro da Rua dos Condes, a 16
de Julho de 1854, n'um papel de creana da
Antnia de Sousa
DO THEATRO PORTUGUEZ
2o3
comedia
ves e Salazar. A
sua carreira foi a
comeo bastante
auspiciosa, che-
gando
estar
perfeitamente
coUocada no
de
theatro
D.
Maria. Depois
circunstancias
da vida fizeramandar pelos
theatros de 3.
boa
Lis-
Carlota Velloso
Porto e
em companhias
Nasceu
em
Lisboa,
distincto amador dramtico.
tou a sua carrei-
Eloy
em
Em
ra
artistica
no
i85o. Foi
1871 ence-
epocha
se-
para a
dos Condes,
Em
1864 as-
sentou
arraiaes
Eloy
no Gymnasio, onde fez um largo repertrio, sendo alli muitssimo estimado. N'este theatro se conservou
at que abandonou a arte para de todo se
entregar ao commercio de ourivesaria, que
j exercia e em que continua,
Emlia
Anjos
tro da Avenida,
passando em se-
para
indo
compa-
onde tambm
muito agradou
em diversas peas.
treiou-se no
theatro Carlos
com
guinte
Rua
Trindade,
Troves. Passou
na
actriz de
guida
drama Mil
no
cou
n'a
ordem em
Gin
dos
Comeou como
corista
n'essa
qualidade foi ao
Rio de Janeiro,
companhia
Taveira. Era
na
Nasceu
em
Lisboa, a
22 de Maio de
cur-
fazendo
muito
bem alguns pe-
vas publicas no
theatro
de D.
Maria, a 4 de Fevereiro de 1865,
quenos
papeis.
Aproveitando a
na comedia Por
um
comeou
1846.
lendo
cabello,
bella
a
e
em
que representou
com o grande
actor Santos. Fi-
disposio
magnifica
a fazer
Gina Conde
primeiras partes,
alcanando bastante agrado. Com a companhia da Trindade foi ao Par, onde obteve
DICCIONARIO
Jul
Um
Joo Rosa
Nasceu
em
Lisboa
em
1843.
honrou o
so
glorio-
nome de
seu
ser classificado
o primeiro entre
os primeiros.
Joo Rosa representou pela primeira vezno Porto, na comedia
As jias de fam-
i3
Nasceu em Lisboa
Jos Antnio Moniz
setembro de 1849. E' filho do antigo
actor do Gymnaa 19 de
sio,
Gerardo Mo-
niz.
Comeou
Em
de novembro de 1864.
Km Lisboa eslia,
agradando ahi muito, principalmente na Seraphina de Sardou. Por este tempo era ainda
typographo e revisor, e a mais traductor.
Tendo obtido diploma de professor, abandonou a scena para reger cadeiras de por-
Em
-^
chegando a
pai,
204
til,
o que demonstrou
Jlio Rodri-
Foi
gues
um
muito
actor
matriculou-se
Variedades, tra-
clamao
balhando com
do
xito
no gnero cmico. Voltou ainda
bastante
Conservatrio,
onde s obteve
prmios
provas
em
e dis-
Dando
depois a representar
publicas
1868,
ficou
actor de 2.* classe do thea1869 entrou para a empresa Santos, no theatro do Prncipe Real,
logo
clas.<:ificado
tro de D. Maria.
diversas
lidades.
revisor do
tinces.
em
Em
compa-
com
agra-
do no theatro
um
theatro
Julio Rodrigues
bo theatro portuguez
20
chalet, que manda armar nas feiras de Alcntara e Belm e onde trabalha com fantoches por elie fabricados e por elle movidos. Foi Jlio Rodrigues quem construiu
um bonito theatro que existiu em S. Pedro
de Cintra.
Justino Marques
Nasceu em Lisboa em
1867.
i885 sob a
Em
Em
Nasceu em Lisboa a
Leopoldo Carvalho
8 de junho de 1844. Foi distincto amador
dramtico e desde logo ensaiador dos curiosos. Cursou o Conservatrio Dramtico e
deu provas publicas no theatro
de D. Maria a 22
de Maio de 1867,
nas comedias O
Mealheiro e Viagem China.
^^.
Percorreu as proi^W^"^
vincias
em
^^
Em
Leopoldo Carvalho
ples actor,
actor e ensaiador, e logo depois" retirou-se
da scena para se entregar exclusivamente
diflicil tarefa de ensaiador, logar que exerce com a maior proficincia. E'
ptimo
empregado da sua empreza e tem
amigo
em cada artista. Intelligente e illustrado,
correctssimo traductor de muitas peas,
um
um
fez all
em
seguida com
bastante agrado
Marcellino Franco
agradando muitssimo, principalmente nos papeis de Z Povinho das revistas do .A^rgus. Entrou mais tarde para o <jymnasio e ah fez as suas melhores epochas
n'um grande e excellente repertrio de comedias. Esteve depois nos theatros da Avenida e Rua dos Condes, at que a doena
o inhbiu de continuar no theacreio,
tro.
Maria Caroli-
na
Uma
for
actriz,
inil-
estrelou no
theatro de D. Maria,
passou depois ao theatro
uma
epocha que, como
recebidas
noeiro., e
se
salvo
no Gymnasio
lustrada, que
.^^L
^^^^a\.
convidado
s;o, e,
Marcellino Franco
Nasceu em Lisboa
1846. Estreiou-se no velho theatro da
Rua dos Condes,
em. preza Jos
em
telligente
1871
uma
mosa
Mar
dos Recreios e
em seguida ao
Gymnasio. Com
bellos dotes na-
Maria Carolina
turaes, um pouco
ciciosa, o que lhe dava ainda mais graa, di-
tro
como um me-
prestado bons
servios.
Maria Costa
Outra actriz que
o casamento arrebatou ao theatro, em que poderia
bastante
progredir e
muito
Utl.
ser
Gomo
Maria Costa
Tab
DIGGIONARIO
carreira, pois se
estreiou em i85i
e s se retira do
theatro
agora,
^.^^,^^
""
Em
. .
Hillo, Segredo d'uma dama, Campanone, Cru^i de oiro. Filha da Sr.' Angot,
Girofl- Giro/l, Marselhesa, Sinos de Corneville, Drages d'El-Rei. Noite e Dia, Boccacio, Trinta botes, Conspirao na aldeia,
Duetto da Africana, Fada do Amor, etc.
Pepe
fallar
do
es-
livro, tive
de
de
considerar Queiro^ debaixo de quatro pontos de vista
como homem de uma honestidade exemplar e de um comportamento
invejvel no theatro; como escriptor compz para o theatro algumas comedias engraadssimas, em que sobresaem A criada
diplomata, Por causa d'um par de botas,
crevi
dis-
Rosa Paes
e d'uma
alegria communicativa. Retirou se do theatro para contrahir matrimonio Foi pena.
porque fez grande falta. Nos poucos annos
que esteve no theatro, conseguiu mais do
Quando, em outro
tinha,
alegre
actor
17
muitas
sympathias, porque em scena era
tra-
Em
tinha ento
fructava
infati-
um
representar, pois
que
de artista disci-
gavel e
do comeou
lia e Avenida. A
par das aptides
um modelo
um
til,
Dalhador
muito
gica
plinado,
-^tfe-
.1^^^'
em
pre
206
ma
tendo
carreira,
tambm
representado durante
uma*po-
cha no theatro
de D. Maria e
durante duas no
theatro da Trindade.
Tem
tra-
DO THEATRO PORTUGUEZ
207
foi
verda-
ricos, Sr.
Procopio Baeta, C/migo dos diabos^ <yl Policia, A Marque^a, Q/1 velhice namorada., Z
Palonso, O ensaio da Norma, km guerra
particular antes da pa:^ geral, O chinello da
cantora, Cosinha, casa de jantar e sala, Misantropo, Tagarellas, Miguel o torneiro,
Amor londrino, Jos do Capote., Mocidade
de Figaro., Dois primos. Tio Torquato., Cantor cosmopolita, Andador das Almas e tantas outras.
notvel actriz Virginia Dias
Virgnia
da Silva nasceu em Lisboa a 19 de Maro de i85o. estreiouse n'um pequeno papel
da comedia Mocidade e honra, no iheatro
do Prncipe Real, sendo director Gesar de
Vip
hia
cantadora.
Com
que o
BENEMRITOS
DO THEATRO
BENEMRITOS DO THEATRO
homem
quem
Antnio
da Costa
No-
(D.)
maisdeveothea-
boa, a 24 de
tro portuguez, j
pelas suas obras
vembro de 1824
e morreu a 17 de
primas de
Janeiro de 1892
litte-
artistas.
Lis-
Garrett se deve
a restaurao e a
rehabilitao do
theatro portuguez. So obra
sua as melhores
Almeida Garrett
leise regulamentem
tido
theatro
nacional; sua
que
o
tos
a verdadeira emancipao da classe artstica;
sua a cartilha em que tantos aprenderam
o a, b, c theairal ; sua a forma brilhante
da nova litteratura dramtica; obra dos
seus persistentes esforos a edificao do
que ha ainda de bom
theatro de D. Maria.
no theatro, seu e muito mais houvera se
a morte o no arrebatara to cedo, e se os
que depois vieram, no pervertessem a sua
obra. A's peas do grande escriptor citam-se
apenas os ttulos para admirao de todos.
auto de
So ellas: Frei Lui^ de Sousa,
Gil Vicente^ Alfageme de Santarm., A Sobrinha do Marque^, Philtppa de Vilhena,
Cato, Merope, Tio Simpicio, Fallar verdade a mentir. As Prophecias do Bandarra
Noivado no Dafundo ou cada terra com
e
seu uso e cada roca com seu fuso. A obra
Um
em
o purssimo e
dos
Nasceu
ao theatro de D.
Maria II, e publicou dois importantes relatrios
sobre a sua admiD. Antnio da Costa
nistrao. Escreveu o drama histrica em 5 actos, Molire^
que a critica da epocha considerou trabalho
de primeira ordem.
Conde do Farrobo
Nasceu em Lisboa, a
II de Dezembro de 1801, o benemrito do
2. Baro
Conde do Farrobo. Era
de Quintella e
/."
Emi
DICCIONARIO
portentos,
Echo e
ger,
em Tan-
Orpheo
senvolvimento
d 'esse estabelecimento de instruco artstica.
Estudou com
afinco e verdadeiro amor a arte de representar.
Baseando-se
principalmente
no Aristippe, organisou um methodo de ensino
Duarte de S
Narciso, Portugueijfes
212
tantos outros.
Foi elle quem escripturouasmais
distinctas e for-
mosas bailarinas.
Na sua quinta do
Farrobo mandou
fazer egualmente
outro theatro;
mas o das Laranjeiras foi o
seu preferido;
Conde do Farrobo
pois ahi se deram festas que rivalisavam com as mais opulentas dos prncipes da Europa. O Conde do
Farrobo tinha enorme paixo pela musica.
Tocava perfeitamente violoncello e contrabaixo e era eximio na trompa. Tinha sempre em casa uma banda de musica, formada
pelos seus creados, aos quaes mandava ensinar qualquer instrumento, para o que tinha um mestre contractado. Muito antes de
haver gaz em Lisboa, j o havia para illuminar a quinta e o theatro da Laranjeiras.
Sem que o seu nome fosse annunciado, representaram-se nos diversos theatros algugumas tradues suas. Falleceu em Lisboa
a 24 de Setembro de 1869.
Nasceu em Lisboa, em
Duarte de S
1823, e tambm aqui morreu repentinamente
a 3i de Agosto de 1876. Teve a mania dos
calembourgs, que n'aquella epocha eram
apreciadssimos. Era um apaixonado da arte
dramtica e curioso distinctissimo. Possuia
na sua quinta do Pinheiro, prximo a Sete
Rios, um lindo theatrinho, para o qual Garrett deu as primcias de algumas suas peas,
e, entre ellas, o Frei Luiif de Sousa. N'esta
infati-
gvel e intelligentissimo trabalhador, to illustre no jornalismo politico como no litterario, tem sido aprecivel critico d'arte, um
escriptor dramtico, que tem
obtido as maiores victorias des-
neros. O que
principalmente
lhe d este logar
a ultima refor-
ma do
Real Con-
servatrio,
por
conseguida,
como seu inspector dignisimo.
elle
Eduardo Schwaibach
prestado importantes servios, de que muito tem
utilisado a escola dramtica. E' inquestionavelmente um benemrito do nosso theatro.
milio Doux
14 de Janeiro de i853
estreiou-se no velho theatro da Rua dos
Tem
alli
zia parte
DO THEATRO PORTUGUEZ
3l3
blico O gosto pela escola romntica, que ento triumphava l por frn em toda a linha.
Emilio Doux, depois de, com a sua compa-
nhia franceza,
dar verdadeiros
direco do
nosso theatro
nacional, desen-
No
em que
representar.
tempo
Emilio Doux
Francisco Palha
Nasceu em Lisboa, a
de Janeiro de 1824, o distincto escriptor
e habilissimo director de theatro, Francisco
Palha de Faria Lacerda. Era um verdadeiro
homem de theatro e um talento superior.
No livro ou na imprensa, n'esta principalmente, os seus elevados dotes de escriptor
puro e sarcstico valeram-lhe em todos os
tempos a admirao de amigos e inimigos.
Deixou muitas obras de theatro festejadissi\5
Almas, Fabia, A
Morte de Catim-
Republica
bau,
das letras,
Ha
tantas assim !.
Nini, Loteria do
Diabo, Pepe Hillo.
Gil
Ultimo figu-
Barba Ajul,
Garra de Leo,
Ave a^ul, etc. O
theatro porturino,
comedias e
faras.
So as principaes Auto
:
DIGCIONARIO
Lui
magem
Ignacio de Oliveira
Foi o architecto que
D. Joo V mandou estudar a Roma, onde
foi discpulo de Benedetto Letti e de Paulo
Mattei. Ignacio de Oliveira foi o celebre artista que dirigiu o theatro real de Queluz, o
dos Congregados do Espirito Santo, o da
Rua dos Condes e, durante a ausncia de
Bibiena, o da Opera do Tejo. Morreu a 19
de Janeiro de 1781.
Jos Carlos dos Santos
Nasceu em Lisboa, a i3 de Janeiro de i833 e morreu a 8
de Fevereiro de 1886 o notabilissimo actor,
primoroso ensaiador, distincto escriptor dramtico e correcto empresrio Jos Carlos
dos Santos. E' sem duvida at hoje o melhor
portuguez.
boa
Foi
1894.
scio
eflfectvo
Leu
sesso do
servatrio.
em
Conservatrio a
Memoria
sua
acerca do ensino
das artes scenicas. Foi vogal da
misso de
censura dramti-
Com
dando sem-
ca,
Fernando, como
um dos primeiros actores, deJos Carlos dos Santos
pois para o Gymnasio, em que mostrou todo o seu valor como artista e mais tarde para D. Maria, onde
realisou a epocha mais brilhante da sua carreira. Com Francisco Palha seguiu Santos
Estrelou- se em
D. Maria, onde
para a
214
corno primeiro
Ricardo Fortuna.
te xito
com
No
as suas excellentes
comedias
do grande
artista.
Nasceu no
Luiz (Dr.) da Costa Pereira
Funchal, a 19 de agosto de 1819, este illustre homem de theatro. Quando estudante
de Coimbra, representou, como amador, entre outras peas, o Othello. Em i853 foi convidado pelo governo para exercer o logar de
ensaiador
theatro
de
no
D.
encamiseguiu
nhar a arte scenica, no respectivo a trajes e
accessorios, para
terreno artistico.
Algumas peas
Manuel Macedo
intelligente e sabia direco. Os nossos artistas estudiosos e
as emprezas que desejam acertar frequentemente consultam a sua opinio auctorizada.
Manuel de Macedo tem traduzido primorosamente muitas peas que teem tido xito.
Romo
Quando,' em 1846, se inaugurou
o theatro do Gymnasio, 'l^mo Qntonio
Martins, que era bailarino em S. Carlos, es-
actor.
como
Pouco tem-
abandonou
o
o
l^pmo elevado
Gymnasio,
clamao do rei
D. Pedro V, o
papel de Bernardim Ribeiro no
drama de Garrett,
um illustre
Conescriptor.
mo
treiou-se
Um
Rom
DO THEATRO PORTUGUEZ
2l5
auto de Gil
Vicente. Foi por muitos annos ensaiador do
theatro de D. Maria e depois commissario
rgio. Foi tambm professor da arte de representar no Conservatrio. Por algum tempo ensaiou no Gymnasio, voltando depois ao
theatro de D. Maria, representando no drama Cames, de Cypriano Jardim, por occasio das festas do centenrio do grande piiSlo publicou os seus 'Tiudimentos
co.
da Q/lrte Dramtica, que , sob todos os pontos de vista, de grande interesse para os que
se dedicam de corao a tal arte. Falleceu
a 18 de janeiro de 1893.
Em
Nasceu a i de maio
Manuel de Macedo
de 1839. Foi um distincto scenographo, co-
foi
aactor-ensaiador
e esta resoluo
bem acertada foi,
porque durante
um
ver-
mestre.
Romo
seus discipulos, fcil de saber, escrevendose-lhes os nomes, que eram nada menos do
que: Taborda, Izidoro, Braz Martins, Emilia
Cndida, Jlio Soller, Valle, Rodrigues, Marcolino, Bernardo Arejes e outros muitos.
Quando a morte o arrebatou, a i8jde dezembro de 1878, era ensaiador do theatro de D.
Maria. Mestres como o Romo ]que[_ fazem
falta
no nosso theatro.
CANTORES PORTUGUEZES
CANTORES PORTUGUEZES
Nasceu em Lisboa em
Alfredo Gazul
1844 e aqui morreu em 1908. Comeou aos
sete annos aprendendo musica com seus
parentes, todos msicos distinctos. Passou
depois ao Conservatrio, onde foi discipulo
notvel. Mais tarde seguiu para Itlia, onde
se aperfeioou na arte de canto. Estreiouse o tenor Alfredo Ga^ul no Theatro Com-
drade
Tenor
portuguez, que
comeou
sua
atacado de uma
impertinente sur-
Augusta Cruz
Agosto de
869. Desde
isso
em
Vizeu, a
uma
teve
educao
artsti-
ca condigna.
Em
Lisboa estudou
com o tnaestro
Pontech. Em
Outubro de 1888,
n'uma
festa
de
caridade, no
theatro de S.
Joo,
do Porto,
Augusta Cruz
tomou parte no
desempenho do Fausto, em que obteve
um
Antnio Andrade
Nasceu
de
{Bensaude
representar.com
Jos Romano e
de 1882.
Estreiou-se no theatro da
Trindade, a 19 de Maro de 1884, o barytono portuguez Maurcio Bensaude, na opera cmica Grapella. Fez ainda alli com muito agrado a Gata branca, Boccacio e Babuk.
Com desejos de representar comedia, pas
DICCIONARIO
Lui
SOU
Voltou
sica.
em
cendo na opera
cmica O Cha-
um
Joo Veiga
Nasceu em Lisboa este baryto-
tando
Cigarra, Comboio de recreio,
Surcouff,
como na Rssia
e na Hollanda.
logar proeminente na scena
lyrica basta a interpretao, affirmada por
todos os crticos allemes, que tem dado
legendaria figura de D. Joo de Mozart. O
seu repertrio talvez o maior de quantos
barytonos actualmente cantam nas scenas
lyricas.
represendepois a
let,
rido, assim
no portuguez.
um
Mar-
quepnha e Gato
preto. Eram maiores as suas aspiraes, pelo
Bensaude
que partiu para
Itlia a aperfeioar-se na arte de canto e alli
se estrelou como barytono de companhias lyricas. Foi desde logo consagrado e hoje
um
Era
distincto
e festejado amador lyrico, o que
o animou a ir
estudar para It-
Em
lia.
Lisboa
discpulo de
foi
com
os professo-
de Maro de 1881.
Jdice da Gosta Nasceu no Algarve, a
12 de Junho de 1870, a distincta cantora portugueza Maria Jdice da Costa. Discpula do
professor de canto Melchior Oliver, estreiou-se com muito agrado n'um concerto
promovido pela imprensa a favor das victimas do incndio do theatro Baquet. Foi depois estudar para Itlia e estreiou-se em S
Carlos, em 1890, na Gioconda, fazendo a
cega. Foi recebida com enthusiasmo. Fez
depois tambm com agrado o Rei de Lahore.
Tem percorrido com bastante xito as diversas scenas lyricas da Europa e America.
Nasceu em Setbal, a 9 de
Luiza Todi
Janeiro, de lySS, a notabilissima cantora
res
Casimiro
Lui^a
Estudou musica
e
Todi.,
gou
d' Aguiar
que che-
a ser consi-
derada a primeira
artista
lyrica
da Gosta Perei-
do sculo XVIII.
Remo
Foi contractada
para o theatro do
ra.
De
S.
passou a Roma,
Garrara, Gesena
e por fim a Milo, a capital
mundo
do
Bairro Alto, e
alli, tendo pouco
Francsco Andrade
lyrico,
onde foi definitivamente consagrado, quando se fez ouvir e admirar na sua soberba
creao do Rigoleto. Veio depois a Lisboa
e aqui teve as merecidas ovaes que nunca
lhe regatearam
tersburgo. Na
presentou no
Tartufo de Molire.
Aos
l an-
com
em Londres, Berlim e S. Pe- Francisco XaAUemanha o artista que- vier Todi, musico
nos casou
Luiza Todi
da orchestra do theatro.
cini, e
Reg
irm do emprezario do
mesmo
thea-
Jos Pacini.
Regina Pacini
ez a sua brilhantro,
nas 17 annos de
edade. De ento
at hoje ininterruptamente a
sua carreira em
toda a Europa
e na America,
tem sido um caminhar glorioso
Regina Paccini
COMPOSITORES PORTUGUEZES
E MESTRES DE MUSICA
Cr
DiCGONARI
sica
um
hbil
226
Augusto Machado
Nasceu em Lisboa, a
27 de dezembro de 1845 ojillustre maestro
Augusto
d'Oliveira Machado.
E' um pianista
distinctissimo,
eximio professor
de canto e director do Conservatrio. Como compositor as suas
obras so classificadas de pri-
meira ordem. As
principaes so as
pirao e era um
trabalhador infatigvel. As suas
operas lyricas:
Laureana, Dorias e Mrio Wet-
melhores
parti-
turas so:
Schah
em
da excellente
banda da Guarda Municipal. Como compositor,
tem grande numero de peas
para banda, trechos de musica
religiosa, a
Miragem.
Um
musico
que por
italiano,
exerceu
sua
'
apreciado como
director musical
nos theatros de
um bom
bilissimoem ins^api
{BB Capitani
trumentaes.
Carlos Arajo
MusicJdaS de Lisboa,
compositor estimado, bom| ensaiador e por
vezes regente deorchestra emgdiversos thea^'..
Tem
incontestvel valor,
Bra-
mo Nasceu em
i835 e morreu em
vel.
Capitani
muitos annos
Carlos
valsa
etc.
tros.
mar-
Augusto Machado
/er;asoperas-comicas: O Sol de Navarra. A Cru^ de ouro,
O Desgelo, Piccolmo, Leitora da Infanta,
Tio Negro e Vnus; as operetas: A guitarra, A Maria da Fonte e Os Filhos do Capito-mr; os bailes Zeffiretto e Fausta,
foram:
Palavra
Carlos Bramo
DO THEATRO PORTUGUEZ
217
Uma
Rei,
Lmpada
rigas, Relgio
magico e Testamento da velha.
Ensaiava primorosamente e dirigia na perfeio
A sua morte deixou uma grande
lacuna.
Del-Negro-Notavel trompista,
premiado em
ligiosa, depois
para piano, mais
tarde para o theatro. E'
Emi
um com-
estimadssimo e tem
obtido successo
Carlos Calderon
em quasi todos
os seus trabalhos theatraes, que muitos so,
salientando- se os seguintes: Ave do Parai^o,
Corao d'ouro, Poeta em pancas, Loteria
infernal, Gro- Duque, Trocas e baldrocas,
Filha do Feiticeiro, Papagaio do sr. regedor,
O Tejo, Filha das Ondas, Reviravolta, P'r
frente!. Semana dos nove dias, Lisboa na
Trevo de quatro folhas, Alpandega,
ma penada. Rosa de musgo, Homem das botas e Tira dentes.
Casimiro Jnior
Nasceu a 3o de maio
de 1808 e morreu a 28 de novembro de 1862
o notvel compositor
ABC,
to-
dos os annos do
C o n s e rvatorio,
Cyriaco Cardoso
primeiro trompa
de S. Carlos e do theatro Real de Madrid,
solista de primeira ordem, Joaquim Thoma:[
Del- Negro tambm distincto compositor e
ensaiador de musica. As suas
obras, que mui-
tem
composto
actos! Seria
147
longo enumerar
todos os seus trabalhos Para honra do seu bom
nome de compositor
basta citar
as seguintes
um
obras: Basoche,
Del-Negro
Filhos do Capito-mr. Varinos, Mancheia de rosas. Musa
dos estudantes, Kinf na China, Planeta Vnus, Carvalho milagroso, Aventura regia,
Retalhos do Porto, Volta ao mundo, Homem
das mangas, Arte Nova, Vivinha a saltar.
Drama no fundo do mar, Espelho da]Verdade, Pagem d'El-T{ei, Santo Antnio de
PW
Lisboa, Templo de Salomo,
cal.
frente, etc.
Nasceu
cras e profanas.
positor
Joaquim
Casimiro Jnior.
Tinhagrande popularidade;
era
querido e respei-
tado
entre
os
que o
admiravam como
collegas,
ABC,
Nos theatros
Dias da Costa-
Verde,
em Cabo
em 1860.
um
composi-
E'
Casimiro Jnior
foi
bresaindo, entre
as suas
outras,
musicas para as
peas:
de' D.
Pupilla
Beltro.
Lami
Illustre professor
eeximio pianista.
Dias Costa
bCCIONARlO
fGorrt
em mnumeros concertos.
Foi maestro ensaiador do theatro de S. Carlos
auctorde4oo
composiesmusicaes, algumas
tas cantadas na
Trindade: CigarFada do
ra,
Amor, Trs dias
na berlinda, Mar-,
marchas,phantaaberturas e
E*"'""
^-""^^
lor.
de
Em
aproveitado;
Filippe
Um
Filippe da Silva
maro de
um
i883.
composi-
mais estimadas
so
as
guintes
Amor
das sepeas:
e dinheiro,
Visconde.
Nunca mais
qui
Foi
etc. E'
Duar
musico
distinctissimo,
da bomba,
Freitas Gaziil
Garra de Leo,
Mocidade de Figaro, Frias d'amor,
em
um
compositor
mem
pouco
mas
sido
egreja e musico
de theatro.
ambos os gneros tem bastante
valor. No theatro
tem
e,
entre muitas, as
seguintes opere-
valsas,romanzas,
Musico
no theatro
de S. Carlos,
sacras e contando-senellasarias,
va
1891
sias,
rado
228
Distincto musico
Frederico Guimares
portuguez, auctor da opera Beatrii^^ cantada
d'a-
sahiu, pres-
tando sempre os
maiores servios
arte musical no
nosso paiz. Compoz diversas operas e bailes para
Frondoni
Carlos Escreveu depois varias operetas, com libretos portuguezes para a Rua dos Condes, Gymnasio,
Laranjeiras, Trindade e Prncipe Real. A
sua primeira composio n'este gnero, O
Beijo, teve um successo espantoso e representou-se em trs theatros. As suas partituras mais afamadas so: O Rouxinol das salas, Trs rocas de Crystal, O Beijo, Rosa
de sete folhas. Lenda do rei de Granada,
Gata Borralheira, Santo Mitonio e O Rei e
o Eremita. Frondoni foi membro do Conservatrio e ptimo ensaiador de musica.
E' natural de Setbal,
Gomes Cardim
onde comeou a estudar musica, vindo depois aperfeioar- se para Lisboa. Mais tarde
partiu para o Brazil, onde, ao mesmo tempo
que se entregava ao commercio, era professor de musica e j compositor. Vindo para
Lisboa, continuou escrevendo diversas partituras e sendo ensaiador nos theatros. E*
S.
DO THEATRO PORTlGUEZ
229
Man
u m compositor
festejado, que
jados
mais tarde
abandonou paser
ra
Luiz da Costa
6 Faria Distincto musico, que
simples-
mente commer-
Gomo
ciante.
maestro era basta nte festejado,
porque realmen-
em 1679.
Compoz vrios
nasceu
Vilhancicos, Fabula
de Alfeo^
te tinha inspira
co.
El poder de
rf/m
harmonia e-mui-
Grande do
Graa
Sul.
ulti-
provas, o profes-
sor Esteves Graa. Fazendo musicas de operetas ou revistas com bastante inspirao,
ensaiando, ou regendo orchestras, mostra
sempre que muito til n'uma companhia
do gnero alegre. Tem ultimamente prestado bons servios na companhia do theatro
Lisbonense, empresa do actor Domingos,
onde muito estimado pelo seu valor e
qualidades. Fez falta nos theatros populares
de Lisboa.
Nasceu a 22 de abril
Guilherme Cossoul
de 1828. Musico distincto dos Conservatrios de Lisboa e Paris, desde iSSy foi director da orchestra do theatro de S. Carlos.
1861 foi nomeado professor de violon-
Em
cello
do nosso Conservatrio
gum tempo
88o,' foi
cujos
muito sentida.
Foi
um compo-
sitor
Conservatrio, illustre
critico
de
arte,
la
Jlio
Neuparth
Luiz Filgueiras
Nasceu em 1862. Musico distincto e compositor de mrito. Tem
obtido successo em muitas obras para o
"^
illustres directo-
res musicaes
que
um
^^^
theatro pde
obter. Entre as
suas
partituras
maisapplaudidas
no theatro, con-
tam-se
as
se-
guintes revistas:
Nu n xe xabe^
Luiz Filgueiras
Devag arinho,
Talve^ te escreva, Famlia Piranga, Vivinha a saltar. Raios X, Jogo Jranco, Santo
Antnio em Lisboa^ O' da guarda e Pae
coroa,
f,
Manuel Ben-
jamim
Apre-
ciado compositor
que esteve por
muito tempo no
Porto, onde
foi
zario
musica para
di-
Manuel Benjamim
Nasceu em
Manuel Innocencio
1802 e morreu em
em
Lisboa
um
distin1887. Foi
professor de musica e compositor mui-
cto
to apreciado
DICCIONARIO
Rio
de Castro
Cerco de Diu.
Marcos
tugal
23o
Por-
Notabi-
musico
lissimo
portuguez, nas-
cido em Lisboa
a 24 de maro
de 1762 e falleeido no Rio de
Janeiro a 7 de
fevereiro dei 83o.
A sua primeira
opera,
escripta
para o theatro
de Turim,
L'Eroe
foi
Em
ta.
servatrio de
seu se-
Lisboa,
cinese.
um
distincto
Monteiro
d' Al-
Marcos Portugal
diversas burlet-
Rua
tas e
dramas
Em
voltou
1791
di gnio
em Ro-
ma
La
vedava
reggiratrice,
em
11
Veneza
principedeSpaij-
jacamino.
Em
i794canta-seem
nista.
Marcos Portgual
maio de i8ii
e morreu a 10 de junho de
1861 o distincto compositor Francisco Xavier Migone^ que fez para o theatro de S.
Carlos, onde obtiveram bastante xito as
duas operas: Satnpiero e Mocana.
VSt
Nasceu|em Lisboa, a 25 de julho
Monteiro d'Almeida
Deu em Parma
volubile,
Con
Compoz
Itlia.
La dona
dos
Trindade e
D. Maria. Foi
tambm musico
da Real Camar.
des,
al-
legoricos para o
theatro do Sali-
tre.
muCeu-
boa
Em
Lis-
alcanou
diri-
gindo com
maior proficin-
mu-
cia a parte
de varias
emprezas theatraes. Entre as
sical
suas
partituras
Nicolino Milano
tincto
Foi
em
i838.
regente
orchestra
da
theatro de S.
Carlos. Fecundo
compositor que,
durante muitos
annos, encheu de
partituras os
Rio de Carvalho
DO THKATRO PORTUGUEZ
23l
em
Lis-
E' um
Roqae
ensaiador de
musica
ras
um bom
regente
em
Na
bm um
distincto pianista.
neiro em 23 de
janeiro de 1881.
Era um magnifi-
de
*Stichini
como
Macau. So suas
sua opera
Arco de Sanf
a
as operas canta-
das no theatro de
S Noronha
19 de agosto
de 1897.
Porto,
S.
Anna. Compoz
em
es-
do
etc.
Morreu no Par
tar-se em Lisboa
e depois seguiu
a sua carreira no
pontnea. No
theatro
Doutora,
co violinista e
primoroso compositor. O seu
principal mrito
era ter a meloe
tagnan, Mam'
zelle Diabrete,
fcil
UAr-
d^Alcal,
Roque
Nasceu em Guimares, em
S Noronha
1823, o excellente compositor Francisco de
Sd Noronha, que foi morrer ao Rio de Ja-
dia
S.
partituras para
Lisboa, Por-
to e Brazil.
tor de grande numero de composies sacras ainda hoje muito apreciadas. Compoz
musica para 20 danas, que se executaram
no Real Theatro de
intelligentee hbil
Vis
S. Carlos, Elixir
da mocidade e
Derellita e o baile
Ginn. Nasceu
Jos Augusto
Ferreira da Veiga, Visconde do
Arneiro, a 22 de
novembro
i838
ultimamente
Itlia.
de
morreu
em
Visconde do Arneiro
Aguiar de Loureiro
Tendo
deixado de
co, alcanado
com o
exiio das
suas peas, prin-
cipalmente
das
Herculano de Carvalho
primeira plana,
critico abalisado,
jornalista
modelo,
poeta
primoroso, abordou tambm o
theatro. Alem do
drama O Bobo,
que foi extrahido
do seu romance,
deixou o drama
histrico O FroNteiro d^Qfrica e
o drama lyrico
Os
Infantes
em
Ceuta.
Jorge,
Namora-
da do
prncipe,
pa e perdo, Mar'
Mulher de dois
maridos e O Coronel. Traduziu
o drama Carlos
rem
em
Lisboa,
Cam-
Alexandre Herculano
Nasceu
Alexandre Magno de Castilho
em Lisboa a 12 de Novembro de i8o3 e morreu a 23 de Maio de 1860, victimado pela
tuberculose. Era irmo do Visconde de Castilho. Foi um distincto litterato. Escreveu
para o theatro as festejadas comedias: Cavali eir de S.
tyres da Polnia^
MartyrioS e rosas, Milagre da
Alcntara Chaves
Senhora da Na:(areth, Visinha Margarida, Garibaldi, Que-
e Arajo. Escriptor
purssimo, de
III ou a Inquisi-
o de Hespanha.
Alfredo AthayNasceu em
de
Lisboa em 1834
morreu em
em 1907.
Frana
Apesar
de
se
Alfredo Athayde
Ant
DICGIONARIO
236
Gama
collaborao
Fevereiro
de
1890 o Ilustre
es-
criptor Joo de
Andrade Corvo.
Distincto ho-
mem
de
lettras,]
not-
jornalista
romancista!
vel,
do que de as
primoroso,
apresentar no
tambm
obteve
foi'
distin-
que alcanaram
as
suas peas:
Pilatos no credo.
Alttciador,
trologo e
theatro,
bastantes xitos.
demos
citar
os
O AsUm conto
No desprese
sem saber, O
Alfredo Hogan
marido no prgo, NinguejHJulgue pelas apparencias, Mascara social, Jui:[o do mundo, Roda da Fortuna, Nem tudo que luj oiro, Os Dissipadores, etc.
Alfredo de Mello
ro de 1842 e
morreu a 3 de
Outubro de iSyS.
Era bastante in-
Vasceu
a 2
de Janei-
e principalmente
nalista
um
critico abali-
Andrade Corvo
ao sero.
Andrade Ferreira
Nasceu em Lisboa, a
18 de Novembro de 1823, e morreu em
Oeiras, a 29 de Maro de 1875, Jos Maria
de Andrade Ferreira. Foi um distincto jor-
do Gy-
mnasio. Imitou
^^^""^''
^^^ii^
e traduziu diversas peas, que se representaram nos theatros de Lisboa e Porto.
Foi um conhecido
Alfredo Sarmento
jornalista e traductor de innumeros romances. Abordou tambm o theatro com bastante felicidade e, entre muitas, escreveu a
bonita comedia A menina dos meus olhosFoi um homem intelAlmeida Arajo
'''=
illustrado, escriptor
ligentissimo, muito
muito correcto, redactor da Gamara dos
Pares, cavalleiro da Gonceio e de S Thiago; mas no fim da vida completamente desmoralisado pelo estado de embriaguez em
bri-
papadas.
Antnio Ennes
de Agosto de
848 e morreu em
Queluz em 190 1.
Era um litterato
Nasceu em
Lisboa, a i5
distinctissimo e
jornalista vigoroso e illustre
entre os mais
um
illustres.
Gomo
escriptor drama-
tico, se no
era impeccavel,
adquiriu grande
fama;
as suas
peas, se no
eram modelos
no gnero, eram
um
.w
Antnio tnnes
DO THEATRO PORTUGUEZ
237
gueza Escreveu as seguintes obras dramtiLazaristas, Eugenia Milton, Os Engeitados, O Saltimbanco, O Luxo e A Emi-
Os
cas:
grao.
Este erudito escriptor
Antnio Ferreira
morreu a 3o de Outubro de iSg, tendo apenas 41 annos de edade Foi o auctor da tragedia Castro, que muitos lhe disputaram
at se provar ser verdadeiramente sua e ou-
tros os plagirios.
victima.
Mel e fel. Os
Zuavos, Casamento em minia-
Corda
sen-
svel,
Marido,
mulher
e tio,etc.
Antnio
Lisboa,
em
9 de
Junho de i858 e
morreu a 17 de
graa,
como
|.,
dia-
do Jornal da
Noite e Dirio
Illustrado e ccmo
demonstrou
principalmente
nas duas revistas
Twtili-mundi
Et
Aiiionio
Menezes
de
i865,
tendo
estado doido durante cinco annos antes de fallecer. Foi um litterato illustrado
e o creador do
folhetim em Portugal.
Deixou as
seguintes
peas
de
Menezes (Argus)
Nasceu
Dezembro de 188
nos de edade.
Era intelligentis
simo e cheio de
Abel e Caim,
Uma
tura,
nt
DiCGIONARlO
ra
Avellar Machado
Nasceu em Abrantes,
de Dezembro de i887, o escriptor Jeronymo Alves de Avellar Machado. Jornalista distincto e lestejado auctor dramtico,
deixou as seguintes peas: Os homens do povo, No envenenes tu a mulher, O Tormenta.
Brios militares e Scenas da vida intima.
Baptista Machado Nasceu em Lisboa, a 8
de Outubro de 1847 ^ morreu doido, no hospital de Rilhafolles, a i5 de Dezembro de 1901,
a 28
triumpho da
drama
religio,
gratido, elo-
gio
dramtico
porClaudinaRosa
Botelho no
dia
do seu bene-
ficio;
etc.
238
emprezario e ensaiador. Morreu repentinamente quando saha do theatro Baquet, de ensaiar a Crmen. Escreveu apenas
uma pea original, a magica A Coroa de
fogo; mas traduziu innumeras peas de
grande xito.
Braz Martins
nalista,
Nasceu
em
actor-auctor
Antnio Pedro
Baptista Macha-
Fevereiro
1823, e
17 de
Novem-
bro
1872,
muito novo,
Lisboa,
Uma
popularidade.
Como
morreu
o
x4
um
escriptor de
muito mrito e
queperfeitamen-
ex-
que
teve uma grande
de
de
cMaria Bra^
Martins. Era
uma comedia em
acto,
actor-auctor Jo-
es-
creveu para a
Rua dos Condes
1
de
conhecidssimo
cto
perincia.,
"'^"^^
virtude
Baptista Machad"
escriptor
dramtico
le
conhecia
as
Braz Martins
plateas. Para
provar a primeira parte basta o seu excel-
THEATRO PORTUGtfEZ
t)0
2^9
o Porto.
mancista, que
vem
Sem enumerar
Vw
os seus muitos
trabalhos primo-
dramti-
uma
rosos,
linguabrilhante e
castia e a phrase engraadissi-
da
genuina
cos
Cascaes
neral
foi
um
dos mais
respeitveis
racteres e um
dos vultos maisj
e|
notveis das nossas lettras e armas. N'este diccionario no posso fazer o seu
illustre
como
que
litterato,
Castilho foi
membro do ConReal
Espara o
servatrio
de
l-isboa.
creveu
Cambes,
drama em verso;
theatro;
Visconde de Castilho
A Liberdade, elo-
rento,
Medico fora,
Doente de
ma. As Sabichonas
em
Cascaes
todos respeitavam. So importantssimos os seus servios
ptria
elogio de portu-
guez
que pou-
desconhe-
ca-
sympathicos
gem
ma
lidades exigidas,
revela m-se sentimentos altacos,
homem
mente
Ced
como
militar e
como
Lacerda vantajosas proprostas, que elle acceitou e para l escreveu: Scenas de famlia,
6un
blCCIONARI
240
Martyr, Talavra de T^ei, etc. No fim da|um dos fundadores, em lySy, da celebre Arepocha voltou ao Gymnasio a continuar os^cadia. tomando o nome de Corydon Ery
mantheo Foi perseguido pelo Marquez de
seus triumphos com: Os filhos dos trabaPombal, em consequncia de uns artigos que
lhos^ 'Probidade,
escreveu na Gaveta de Lisboa,' o que lhe
Mysterios sovaleu estar durante oito mezes no immundo
ciaes, Aristocrasegredo de uma barbara priso, do que lhe
cia e dinheiro,
resultou morrer no prprio dia em que foi
^Defensor da
solto. Na notvel colleco das suas Obras
Egreja e Trabapoticas esto includos dois dramas de valho e honra. Em
lor, especialmente o que tem por titulo A
181 entrou para
Assemblea, que j se deveria ter agora reo theatro norpresentado no theatro normal portuguez.
mal. Ahi contiNasceu em Lisboa a 10 de
Costa Braga
nuou a sua noJaneiro de i83i e morreu a 12 de Maio de
meada de actor
correcto eauctor
1902 o popolar escriptor dramtico Francisco da Costa Braga. Era um verdadeiro
laureado com as
Em
theatro do Gymnasio.
Joo
I, etc.''
homem
tro
de thea-
e teve a sua
epocha como
poucos. Foi ponto,
secretario,
ensaiador,
con-
va es em
i883.
Era um
apaixonado
do
parcial.
theatros
com
Coutinho de Miranda
aerido
em
em
igo3.
Conhecedor
toda a extenso da
palavra um critico theatral serio, circnmspecto, justiceiro, bem intencionado e primoroso na forma. Criticava sem oflFensa e ensinava com auctoridade. Foi auctor dramtico e traductor bastante apreciado, tendo
agradado principalmente as suas peas: Flor
da arte dramtica,
foi
DO THEATRO PORTUGUEZ
a4t
de laranjeira^
opera-comica,
Amores de 'Pri-
come-
publicou diver-
Equilbrios
sos e apreciads-
de amor, opereta,
Rapaziadas,
simos livros em
prosa e verso.
comedia,
Enriqueceu 01
nosso theatro!
com ptimas tra-'
mavera,
dia.
Bellem
etc.
Cunha
Dr.
foi
for-
duces e trs
primorosos ori-
Quando
ginaes
falleceu
era cirurgio em
chefe do exerci-
em verso:
Saboiano, Ao
luar e O que fa-
Cunh:\ Bellem
to.
jem as
mente n'esse
theatro o seu
que mostrou a
maior competn-
^
^
Nos diversos
na
Trindade:
drama, comedia,
opereta ou magica, (Jiinha
Mo-
Cunha Moniz
Nasceu
em
morreu em Lis-
boa,
!4
Maio de
de
1889.
Escreveu muitas
comedias e entre
ellas:
Amor aos
Amor e\
bofetes.
amizade,
AtnorX
Namorado
exemplar. Se-
tell,
es de
e
Eduardo Vidal
rosas.
Ernesto Biester
Foi um dos mais fecundos auctores dramticos e que mais possuia
o segredo de agradar s platas. O seu prin-
cipal
mrito
era saber apro-
*-;
cia.
Pei*
no seu
e,
tempo, dispunha
de um grupo dei
artistas de privia,
meira
ordem.
Foi jornalista
ferior,
in-
empreza-
riosem aptides,
traductor incormas au-
recto;
ctor dramtico
Ernesto Biester
fecundo, faiseur
de verdadeiro mrito. As suas peas originaes, que no resistiam a uma critica severa
e imparcial, deram bastante dmheiro ao theatro. Entre outras muitas, fizeram successo
as seguintes: A "Vingana, Rafael, A Penitencia, Um quadro da vida. As Tupillas do
1880.
com
16
'
DICCIONARIO
Gui
notvel poeta, auctor das comedias: Labyrintho de Amor, Los secretos bien guardados, De burlas ha^e amor veras e El Domine Lucas, da tragedia La Impossible e da
fara Auto do fidalgo aprendi:^.
Nasceu em Lisboa, a
Faancisco Xavier
23 de Maio de 1797, e morreu no hospital de
S. Jos, a 27 de Abril de i866, o popular
escriptor Francisco Xavier Pereira da Silva,
redactor dos jornaes O Ramalhete e Seres
recreativos. No fim da vida foi conhecido
pelo Xavier dos Cartares porque redigia
com muita originalidade e graa, em prosa
e verso, cartazes d'espectaculos, principalmente de touradas. Escreveu para o theatro
diversas faras, entre ellas: O arraial em
Loures, O morgado da Ventura e A velhice
namorada sempre leva surriada. Esta teve
um grande xito no Gymnasio.
Nasceu em
Gasto Fausto da Camar
Lisboa em 1772 e aqui morreu em i852 o
scio do Conservatrio Real de Lisboa D.
Gasto Fausto da Camar Coutinho Foi
bibliothecario da Marinha e capito de fra-
um
Era
guir
carreira
diplomtica,
uma
graa especial, muito sua e que debalde outros teem tentado imitar. O que n'elle
era espontneo e graciosssimo, nos imitadores sae forado e tolo. Teve o maior xito nas suas peas originaes, especialmente
nas seguintes: Condessa Helosa, Medicina,
de Bal^ac, Sua Excellencia, Medicas, Commissrio de policia.
boa hora o diga.
As noivas do Eneas, Burro do sr. Alcaide,
Solar dos Barrigas, Testamento da Velha,
etc. As suas traduces para o theatro so
innumeras. Todos os theatros sentiram a
sua perda; mas o Gymnasio est ainda de
luto por elle, visto no ter encontrado quem
o podesse substituir na infinita graa, que
era o enlevo dos freqnentadores d'aquelle
theatro. Foi um excellente critico dramtico
e professor da escola dramtica do Conser-
Em
vatrio.
Agosto de
1827, e
mor-
dramaturgo
Entre as suas
obras dramticas
mais festejadas,
contam-se as seguintes, que obti-
veram
grande
dio
de
Ghigi, O
Cedro vermelho.
Os herdeiros do
millionario e Melodrama dos melodramas.
Guilherme de Azevedo
xito;
raa,
alli
Guiomar Tor-
rezo
Desde
muito nova
se de-
condisci-
comeando
pulos, fundou o
jornal yl Voj aca-
tras,
ciada.
Publicou
muitos volumes
de contos, viagens e critica, re-
Gervsio Lobato
a i3 de
reu em Lisboa, a
4 de Novembro
de 1891, o poeta
mas
tudo abandonou
para se entregar
definitivamente
s lettras, que o
fascinavam. Tinha apenas i
annos de edade
quando, com al-
guns
242
com immensa
graa;
mas
digiu e coUabo-
em importantes jornaes,
fundou o Almanach das Senhorou
Guiomar Torrezo
DO THEATRO PORTUGUEZ
243
em
ras, traduziu
ziu
em
Lamotte
Pedro Sem.
alcanou grande
popula rid ade
com as suas obras
engraadissimas
e
p er trios dos
nossos primeiros
theatros, as seD. Joo da Camar
guintes: D. Aftriste viuvinha,
fonso VI, Alccer- Kibir,
e principalmente
Os
velhos.
dra-
original
em
obteve grande
xito no GymnaProduziu
sio.
uma
sima
jacobettv
'
em
Lisboa
em
que foi
muito represenJoo de Lacerda
tada. Tambm
traduziu com esmero diversas peas para os
theatros D. Maria, Gymnasio e R. dos Condes.
Joo de Lemos
Nasceu em Pezo da ReRoa em 1819 e
baina,
dentro, etc.
acto.
dramtica. Entre
estas devem ficar
clssicas, conservando-se nos re-
coroa
3 actos
do artista, que
ma
doido
mtica, escreveu
a comedia-dra-
que denotavam
pe
litteratura
largo
Jod
Morreu no
Joo Baptista Gomes Jnior
Porto em i8o3 este escriptor dramtico,
que muito se popularisou com a sua tragedia U^ova Castro, assim chamada para se
distinguir das tragedias sobre o mesmo assumpto de Nicolau Luiz e de Domingos dos
Reis Quita, Tambm Gomes Jnior tradu-
falleceu
em
Lis-
boa em 1890 o
illustre escriptor
Joo de Lemos
Seixas Castello
Branco, que foi
membro do Conservatrio Realj
Lisboa. Foi
um notvel jor-
de
nalista e
um
pri-
m o roso
poeta.
Os quatro volumes dos seus
versos so encan-'"^^ '^^ '''^"''
tadores. Para o
theatro escreveu a comedia em 2 actos
Um
DICCIONARIO
Jos
susto felij e
o drama
em
244
Jorge Ferreira
Morreu em
lustre escriptor.
qussimo thesouro
No
fazia origi-
naes;masaccommodava magni-
Agostinho.Er
frade atrabi-
escandapelo que
passou parte da
vida enclausurado nos crceres
da
Ordem
que
at
pulso em 1792.
1704 passou
Em
faras e drama^.
para o Gymnasio e
percorreu depois todos os theatros, sempre
com successo. O Oliveira das magicas foi
um dos fundadores da Associao do Theatro das Variedades. Para o theatro do Conde do Farrobo, nas Laranjeiras., escreveu a
oratrias,
Champagne, Olho
professou
no Convento da
tomanGraa,
do o nome de
loso,
Comeou trabalhando
agradvel.
1778
lirio e
ningum
comedias,
da linguagem clssica.
ellas:
um
So tambm ma-
tas,
il-
ri-
to
585 este
Ainda
As suas comedias so
Ribeira.
Dama
um
escriptor distincto, um critico consciencioso e um verdadeiro amigo do progresso do theatro. Fundou com Collares
Pereira a magnifica Revista Theatral e fez
ao estado
de ^
^^^^ '*^ Agostinho de Macedo
presbytero secular. Foi um notvel pregador, o que princialmente lhe dava os meios de subsistncia.
Ta um escripror fecundssimo, cheio de talento e bastante erudito. F'oi muito odiado
pelo seu gnio orgulhoso e irascivel. As
suas obras litterarias so innumeras. Aqui
apenas citarei as dramticas, que so: a tragedia Branca de Rossi; os dramas: Dom
Lui^ de Athayde ou a Tomada de Dabul,
Clotilde ou o triumpho do amor materno, O
vicio sem ntaacara ou o philosopho da moda,
O preto sensvel e A volta de strea; as comedias: Q/4 impostura castigada e Sebastianista desenganado d sua custa; e os monlogos: Elogio na abertura do Real Theatro
de S. Carlos, Elogio recitado pela actriz
Maria Ignacia da Luz, Elogio recitado pelo
actor Ignacio da Silva, Monologo ao comeo do anno de 1812, Entre as perseguies
da inveja se apura e se descobre o mrito e
o talento, O voto e Apotheose de Hercules.
Morreu em 1861,
Jos (D.) d'Almada
tendo apenas 33 annos de edade, o primoroso escriptor D. Jos d' Almada e Lencas'tre. Foi redactor da Nao nos tempos em
que s ali eram admittidas pennas de primeira ordem. Publicou com o titulo de Orador sagrado um semanrio com sermes
eloquentssimos, de que se teem valido muitos pregadores de fama. A sua obra posthuma
Contos sem arte de uma singeleza e de um
encanto extraordinrios; teve um raro xito
de livraria. Os seus trabalhos para o theatro
foram de primeira ordem, a comear pelo
drama biblico A Prophecia ou a Queda de Jerusalm, que alcanou um verdadeiro triumpho no theatro de D. Maria. A Prophecia
foi considerada uma pea modelo entre a
DO THEATRO PORTUGUEZ
245
tragedia clssica e o
Polyeucte, de
Gorneille e o
Frei Luij de Solida, de Garrett.
Escreveu
guida o
sacro
em sedrama
Sano
Agostinho,
nao chegou
que
a censura lhe
fez cortes a que
elle se no quiz
sujeitar.
Tiveram grande xito
nos theatros de
D. Jos dAlmada
D. Maria, Gymnasio e Variedades as suas peas: Casamento singular. Associao na familia. Meia do
es d\im eleitor.
t^-o.
Boa lingua
que
a re-
presentar-se por-
saloio.
Jos
Casamento
Li-
infeli^.
te,
em
1
Nasceu
sr.
etc.
Jos
Romano
Nasceu
de junho de
1825 e morreu ainda no vigor da vida o popular escriptor dramtico Jos Romano, cujo nome completo era Jos Filippe Ovidio
Romano. Era musico distincto e primeiro
trompa do theatro de S. Carlos, logar que
deixou por ter soffrido a mordedura de um
bicho venenoso,
q u e o d eixou
aleijado da mo
direita. A sua
primeira produco dramtica foi
a comedia Um
quadro da vida
contempornea,]
que se represen1
tou
no theatro
deD. Maria.Dahi
em diante Jos
Romano no deixou mais de escrever para o
theatro at hora da sua morte.
^^^^
Romano
DICCIONARIO
Lul
46
defeitos;
pathias e sincera
em Pao
admirao. No
Diccionario do
Theatro Portu-"""^ ^"^'" tachado
gus tem o seu
logar bem marcado, pois que foi, durante
muitos annos um critico theatral auctoriza-
de novembro de 1902.
Foi um verda-
escreveu, entre
outras peas, as
seguintes: Eva,
cos,
deiro
d'Ar-
trabalha-
qM on s enho r.
Ajuste de contas,
O mundo e o
Claustro e muitas outras.
Lino d'Assumpo
Nasceu em Portalegre
i833 e morreu em Lisboa em 1906. Era
um escriptor incorrecto, mas popularissimo
e tendo por vezes bastante graa Estreiouse rio theatro do Gymnasio com a comedia
T^or causa de um algarismo, em que obteve grande xito. Escreveu innumeras peas;
mas apenas citarei aquellas de maior agrado, tendo mesmo algumas um successo extraordinrio. So as seguintes: Intrigas no
bairro, Dois dias no Campo Grande, AmaLuiz de Arajo
em
Campanha
eleitoral,
tNjovas
intri-
DO THEATRO PORTUGUEZ
247
gas,
sim,
Abaixo as decimas,
Arbias, Um
molstia de pelle e o sr, Rainunculo, Atites
de subir o panno, As pegas dos touros,
etc.
illustres,
fallar
illus-
litteratura
inteira.
Quero
apenas
deixar
menci onadas
Frana,
Tendo
em
1790
Os Amphie Filode-
ceu
gos,
trs comedias
suas: El-Rei Seleuco.
tries
Na Chvena quebrada
e que,
como escriptor,
resume em si
uma
de i832.
Luiz de Cames
No para aqui
largamente d'este notvel portuguez,
tre entre os mais
Mat
Cames
Nasceu em Farminho
XX
especialidade. Na Arcdia teve Manuel de Figueiredo o nome de Lycidas Cynthio. O seu theatro, em 14 volumes, contem
42 peas, sendo 24 comedias originaes e 5
imitadas, 12 tragedias, sendo 8 originaes e 4
traduzidas e i comedia em verso castelhano
com
Auctor muito
Manuel Rodrigues Maia
estimado de faras que se representaram
nos theatros de S. Carlos, Rua dos Condes
e Salitre. Entre as mais festejadas e populares contam se as seguintes: O Doutor Sovina, O aprendi:^ de ladro, As desgraas
graciosas do feirante., A cardadeira por vida ou os amantes embuados, A madrinha
Pes
DICGIONARIO
aos pares, Herana e amor. Continuas surpresas, Amor buscando amor. Desgostos de
um homem feli^, Aparentella, Abaixo a palmatria! e O senhor meu filho.
Foi um notvel poeta draMendes Leal
mtico Jos da Silva cMendes Leal Jnior,
que nasceu a 18 de outubro de 1820. Comeou modestamente na imprensa e, pelo seu
talento superior, subiu aos mais elevados
cargos. Foi tambm illustre jornalista. A
sua grande nomeada, alcanou-a notheatro,
para o qual escreveu com espantosa fecundidade excellentes peas. Foi cMendes Leal
o primeiro continuador da obra de Garrett,
o que lhe seguiu as pizadas, o primeiro a
alcanar premio nos concursos de obras
dramticas. Se nem todas as suas obras de
theatro so perfeitamente originaes, ainda
assim, essas, cuja origem foi beber na litteratura estrangeira, teem grande valor pela
excellente adaptao.
A maioria portugueza e bem por_
_^^~\ '~~^-^
gueza na forma e
no assumpto.
Entre muitos ou-
tros
trabalhos
como
prin-
cipaes os seguin-
Os T)oisRenegados, a sua
tes:
primeira
pea,
do.
Condes
tinha sido desterrado pelas suas ideias libeEra discpulo e grande admirador de
Bocage, o que o fez sustentar guerra encarniada na imprensa com o Padre Jos Agostinho de Macedo. Escreveu innumeras pe-
raes.
a 9
Mendes
Leal
gray
cala social. As trej cidras do amor, O brao de C^Qero. cMarino Faliero, Os ltimos
momentos de Cames, Ausenda, D. Antnio
de Portugal, O templo de Salomo, Tae e
ministro, Saul, O capito UrgeL "Viriato.
Judith, Egas Moni^, Martim de Freitas, A
afilhada do Baro, A herana do Chanceller, Flores efructos. O tio Andr que vem
do Brapl, O Caador, Receita para curar
saudades, etc.
Nicolau Luiz
Foi um escriptor fecundssimo, que durante annos forneceu quasi
todo o repertrio dos theatros de Lisboa.
O seu grande successo como escriptor foi
o BeUfario, que se representou no theatro
do Bairro Alto, onde tambm obteve um
grande xito a sua Igne^ de Castro. Ignora-se a data do seu nascimento e da sua
morte. Deve ter florescido no meiado do sculo xviii. Era natural de Lisboa.
representada no
theatro da Rua
de julho de iSSg
e premiada pelo
Nogueira Jnior
Foi um distincto proDesde creana amador do theatro e
curioso dramtico, escreveu muitas peas
de collaborao com Henrique Veron, entre
ellas o drama Heroes de 1820, que se representou no theatro dos Recreios, a revista Celebridades de 1868, que se representou
no Gymnasio e varias peas martimas.
Nuno Pato Moniz
Nasceu em Lisboa a
18 de setembro de 1781 e morreu em 1827
na ilha do Fogo, de Cabo Verde, para onde
fessor.
dramticos de
Mendes Leal, citarei
248
um
distincto
advogado. O seu
amor ao theatro
provou- o em diversos jornaes e
nas peas que escreveu para ol
Gymnasio, Trin-|
dade e D. Maria
D'essas peas as
bigorna e o
martello, l)m dia
de independnPaulo Midosi
cia, A GrandeDuque^a no penltimo andar, A arte e o corao, O sr. Jos do Capote, Historia de um
marinheiro. Tribulaes de um padeiro, Amigo dos artistas, O sr. Procopto Baeta, A
Marquesa, O Misanthropo, A tia Maria, O
marido de duas mulheres. Os dois cegos, etc.
Trabalhou muito
Pessoa (das magicas)
para o theatro, atrahindo grandes enchentes
o popular escriptor Carlos Augusto da Silva
Pessoa, mais conhecido pelo Pessoa das magicas, porque muitas escreveu. Foi director
da Associao do theatro da Rua dos Contre a
DO THEATRO PORTUGUEZ
249
Rod
des. Quando O theatro estava em crise, escrevia em poucos dias uma pea de espectculo, sem obrigar a empreza a dispndios,
pois que aproveitava o que havia de scenario, guarda-roupa, adereos e s vezes at
de D. Joo V,
imitador ou tra
ductor das seguintes obrasl
tante
nomeada
A Rom
encantada^
OCas-
Theatro de
pea Mocidade
ro. Angelo,
escriptor AfTMoe/
mo
tello
theatraes
direito
quista,
Honra
Por
de
conOthelo,
e dinhei-
Gus-
FaRdeas do
governo e Infan-
D.
Maria, auctor da
o bom.
da,
te
Santo.
Ricardo Cordeiro
Nasceu em Lisboa, a
5 de Maro de i8j6 e morreu n'esta mesma
cidade, a 12 de
'
Fevereiro
de
distin-
1882,0 primoro-
cto historiador,
privilegiado hu-
politico,
morista,
homem
cardo
eximio
de estaPinheiro Chagas.
no
Brazil,
em Itlia, em Hespanha,
em
neral.
Cordeiro
Jnior. Homem
de distincto ca-
do e magnifico
dramaturgo. A
Portugal,
Rebcllo da Silva
Nasceu a 2 de Abril
Rebello da Silva
de 1822 o distinctissimo escriptor Lui^ Augusto Rebello da Silva. Foi membro do Con-
racter,
afvel,
honradssimo,
possuia geraes
sympathias Deixou este magnifico
litterato as
bri-
seguintes
Ricardo Cordeiro
'
Foi
erudito e
um
um
es-
Rodrlg^Felner
DICCIONARIO
Tel
criptor correctssimo. Scio do Real Conservatrio de Lisboa, secretario da inspeco geral dos theatros e do Conservatrio
da Arte Dramtica, inspector dos theatros,
vogal da commisso inspectora do theatro
de D. Maria, membro do jury para classificar
os actores, censor rgio do theatro de D.
Maria, no deixou pea alguma original
mas deixou magnificas imitaes e iraduces do italiano, francez e hespanhol, que
foram pplaudidissimas nos nossos principaes theatros.
Nasceu em Coimbra, a
S de Miranda
27 de Outubro de 1495, o notvel escriptor
Francisco de S Miranda. Foi o auctor das
comedias Os Estrangeiros e Os Vilhalpandos. Ainda que de enredo insignificante, so
modelos de estylo conceituso, sem affectao e com a phraseologia da epocha.
Salvador Marques
Nasceu em Alhandra
no dia 9 de Julho de 1843 e morreu em Lisboa a 14 de Fevereiro de 1907.
Com
tro, foi
um
um
acti-
''
Salvador MiTques
ti-
nome
respeitado e glorioso, bastaria ter legado a sua notabilissima comedia Os Campinos. iMas deixou ainda uma linda comediadrama Fome e honra, a magnifica oratria
Santa Quitria e algumas revistas do anno
de successo. Imitaes e traduces fez innumeras para todos os theatros de Lisboa,
e cada uma d'ellas vale um bom original,
taes as exellentes modificaes que lhes fazia e a bella linguagem em que [as trans-
Nasceu em Lisboa, a 22 de
Junho de 1828, o escriptor dramtico Jos
Guilherme dos Santos Lima, festejado auctor
das peas:
Uma
Era uma
mulher
j:or
Conservatrio
de Lisboa, vogal
da com misso
inspectora doj
theatro nacional,!
presidente
dal
commisso do
jury
em
dramtico
1879,
mem-
um homem de
theatro em toda
plantava.
SantOJS Lima.
Simo Machado
Era natural de Torres
Novas e professou a regra de S. Francisco
no convento de Barcelona, sob o nome de
Fr. Boaventura Machado. Costa e Silva escreveu d'elle: Simo Machado foi um gnio eminentemente dramtico, egual a Gil
Vicente na facilidade do dialogo e muito
emprezario,
magnifico en-
25o
muitas outras.
vo
Simo Machado.
reu
em
1902. Escreveu
as seguintes peas:
A Mana
Caminha
In-
gls efrance^.
Teixeira de
Vasconcellos
Nasceu no Porde novemto, a
bro de 1816, e
morreu em Paris, a 29 de julho de" 1878, o
1
notabilissirao
jornalista e dis-
tinctissimo
litte-
Teixeira de Vasconcellos
DO THEATRO PORTUGUEZ
25l
Urb
de Uasconcdlos. Escreveu algumas comedias para o theatro do Gymnasio, sobresaindo a que tinha por titulo O Dente da
Baronesa. Eram enormes as brilhantssimas
qualidades de escriptor e o pulso vigoroso
de jornalista ardente e publicista enrgico
que adornavam Teixeira de Vasconcellos.
Foi atacado e censurado como poucos; mas
teve tambm as honras e distinces, que
mereceu como raros. Alem de redactor e collaborador de importantes jornaes polticos
e litterarios, fundou os seguintes A Opposio Nacional, A Illistrao, O Arauto,
Gajeta de Portugal e Jornal da Noite. Pu-
com Gervsio
Nasceu em Lisboa,
Urbano de Castro
22 de janeiro de i83i, o distincto escriptor
sas
tes
um
e as seguin-
peas, que
foram muito ap-
plaudidas:
Myslerio da Rua
da Prata, O camarim da actri:(,
Lisboa por um
culo e
deia.
V^a
al-
Collaborou
Lobato nas
duces
tra-
da
Urbano de Castro
de ouros.
novembro de 1902
Morreu aos 6 de
'
Arajo Assis
Nasceu
1841 na casa do
Ptria, onde ainda hoje habita. E'
um
grande ami-
go
do
Campo
de Janeiro de
dos Martyres da
a 9
tambm
para
auctor da come-
peccado-
amador dramtiI
um
dos redacto-'
res do excellente
jornal de arte
Chronica dos
Escre-
Satyras e das
Canes e Idil-
creveu assegumquasi
represen-
tes peas,
todas
tadas
em Hespanha, vindo
ra,
theatros.
iSSy,
Amor virgem
numa
theatro,
tambm
em
Portugal
dia
co. Foi
Araiiio Assis
lios.
Bulho Pata
ue
Um
Augusto Cejar
Collegio Militar,
onde
do.
foi
premia-
No posto de
assentou
alferes
praa
no
mento de
ros.
regi-
lancei-
Seguiu
na
Escola
Polytechnica o curso
de engenharia,
Ferreira
'de
Mesquita
DICCIONARIO
Ran
Tem
passagem do Conde de Mesquita pelo theatro foi assignalada por muitos xitos.
Em
870
256
reiro de
Tem
principalmente
dos, Lucrcia e
suas imitaes traduces, tambm recebidas com muito agrado, foram Fora do
a empreza do
grande
crise;
insuportvel., Trej
talentos, Circular n." gg, Egoismo, Joo o
apil.
Florncio Sarmento
a 7 de Novembro
de 1827 o escri-
Nasceu em
Florncio
noite to-
Genro
care criado,
teira de Mauriricio Lopes, A' cata
um namorado, O que
o bero d. .,
criado de dois amos, Dr.
Paj, A boceta de Pandora,
atrevido na
corte e
medo guarda a vinha.
Manuel Roussado
Nasceu em Lisboa a
24 de Maio de ib33 o distincto escriptor
Manuel de Roussado, depois .Baro de Roussado. Entre muitos trabalhos litterarios escreveu para o theatro as seguintes alegres
peas: Fossilismo e Progresw (revista),
Nas armas do touro. Ditoso fado. Dois sur.
Espelho da Verdade.
Rangel de Lima
Nasceu em Lisboa
14 de Abril
de
sentando muitas
peas originaes,
com
de agrado
granD.
em
Trindade,
Prncipe Real,
Rua dos Condes
e Variedades.
Assim aconteceu
Rangel de Lima
'
A con-
dessa de Villar,
A varinha do conFlorncio Sarmento
do, O cabelleireiro poeta. Caadores de casamentos,
P"rancisco Serra
de
Maria, Gymna-
muito festejadas,
entre as quaes
No tempo dos
franceses,
De
pardos.
sio,
Jos
Sar-
dos os gatos so
bidas
Lisboa
ptor dramtico
do Lago
as
etc-
Porto.
OPERAS LYRICAS
CANTADAS NO
Real Theatro de
S.
Carlos de Lisboa
VQB A I908)
'7
OPERAS LYRICAS
CANTADAS NO
Real Theatro de
S.
Carlos de Lisboa
1793
spoglia, de Cimarosa Le
gelosie villane e Fra due litiganti il ter^o
god, de Sarti ; La molinara ossia l'amore
contrastato e La Frascatana, de Paesiello; La
virtuosa in Margellina^ de Guglielmi; Voluntrios do Tejo e l^aollo, de
Leal Moreira.
I^ina pa^^a per amore, de Pae1794
siello ; 11 sciocco poeta di Campagna, La
serva innamorata e Gli amanti delia dote,
de Guglielmi; Una cosa rara ossia belle^a
ed onest, de Martini La Vendemmia, de
Gazzaniga 1 finti eredi, de Sarti 11 fantico
presto
si veste
si
burlato,
Londra,
in
11
lini
lina,
La finta ammalata,
Anfossi.
ZmCu-
Op
blCCIONRI
IJigenia
1802
i8o3
cani,
in Aulide, de Curcio.
de Zingarelli; Gli Ameride Tritto; Gli Assassini de Trento;
Alzira,
Xa
Portugal.
1804
Andromaca, de Paesiello; Argnide, de Marcos Portugal; Astupe faliaci, de
Fioravanti; Baccanali di Roma, de Niccolini, Camilla, ossia il sotterraneo, de Fioravanti; Le donne cambiale, de Marcos Portugal; El/rida^ de Pasiello, Fortunata combina^ione, de Mosca; Ingano felice, de Paesiello; Morte di Saule, de Andreozzi; Oro no
compra amare, de Marcos Portugal; Penlope, de Gimarosa; Podest di Chioggia, de Orlandi; La Pulcella di Rab, de Fioravanti; Rinaldo d'Aste, de Mosca; Saule, de Buzzi; //
se dicente filosofo, de Mosca; La serva astuta, de Paesiello; Teresa e Claudia, de Farinelli; Zuleima e Selino, de Marcos Portugal.
co.
Alessandra
in Efeso, de Rego;
a nessuna^ de Galuppi;
L'apprensivo roggirato, de Gimarosa; Donna amante di tutti fedeleanessuna, de Guglielmi; Filandro e Carolina, de Gnecco; Ginevra di Scojia, de Mayer; / misteri eleusini,
de Mayer; Le no^^e di Lauretta. de Gnecco;
Le no^je in comedia, de Ghiocchia; Saule,
de Andreozzi; // Trionfo di Emilia, de A. J.
Rego.
1808
11 trionfo di David, de Guglielmi;
La Uirtu ai cimento, de Par; Zaira, de Fe-
iSoy
Amante
di tuttefedele
derici.
1
//
colini;
809 -
181
i6o
^?20/';
//
Paccini.
1822
La donna
de Mayer.
Agnese,
de Par; / baccanali di
Eduarda e Cristina, de
Rossini; Emma, de Gelli; Fayel, de Goccia;
Tm festa delia riconoscensfa, de Grazioli; La
giovent di Enrico V, de Paccini; La Principessa di Navarra, de Tadolini; Zelmira,
de Rossini.
oAnacronte in Samo, de Merca1824
dante; Aureliana in Palmira, de Rossini;
Bianca e Faliero, de Rossini: Cambiamento
delia Valigia, de Rossini; Elisa e Claudia,
de Mercadante; Emma de Antiachia, de Mercadante; Pietra il Grande, de Vacai; Scipiane in Cartagine, de Mercadante; Semplice
per astcia, de Fioravanti; La sposa fedele;
de Paccini; Tebaldo e Isolina, de Morlacchi,
La vedava contrastata, de Guglielmi; Zenobia, de Rossini.
1825
Q/lpotheose de Hercules, de Mer\S2'i
Roma, de
Generali;
26
DO THEATRO PORTIGUEZ
cadante;
11
Barone
di Dolsheim., de Pacci-
de Mercadente; //
fantico per la t7iusica, de Schira; Mathilda
di Shabrati, de Rossini; Uoccasione fa il ladro, de Rossini; La scala di seta, de Rossini;
Semiramide, de Rossini; Zoraida di Granata, de Donizetti.
1826
Adelina, de Generali; Adina ossia
il Califfo di Bagdad, de Rossini; Gli Avventiirieri, de Cordella; Chiara di Rosemberg,
de Generali; / dueforsati, de Mirecki; Maometto II, de Rossini; Nuovo Mos, de Rossini; La pastorella feudataria, de Vaccai.
Alessandra neWIndie, de Paccini;
1827
Astartea, de Vaccai; Didone abbandonata, de
Mrcadante; Egilda di Provena, de Pereira
da Costa; Tetnistocle, de Paccini.
1828
Adele ed Emerico, de Mrcadante;
Adriano in Siria, de Mrcadante; Crociato
in Egito, de Meyerbeer; Gabriella di Uergy, de Mrcadante; Giulietta e l^meo, de
Vaccai; Ipermestra, de Mrcadante.
Anna Bolena, de Donizetti; Gli
1834
Arabi nelle Gallie, de Paccini; 1). Caritea,
de Mrcadante; Chiara di Rosemberg^ de
Ricci; Velisire d'amore, de Donizetti; Fausta, de Donizetti; 11 nuovo Figaro, de Ricci;
11 Pirata, de Bellini; Rilorno d'Astreay de
Schira; La Somnambula, de Bellini.
i835
Assdio di Corinto, de Rossini; /
Capuletti ed i Montecchi, de Bellini; 11 fantico per la tmisica, de Schira; Furioso nelrisota S. Domingo, de Donizetti; Giovanni
di Calais, de Donizetti; Norma, de Bellini;
11 Somnambulo, de Miro; La Stranira^ de
Bellini; Trionfo delia musica, de Schira.
i836
Atar, de Miro; l Cavalieri di Valenja, de Schira; LEsule di Roma q \iomzetti; Guglielmo Tell, de Rossini: Nina pai^f<j per amore, de Coppola; / U^ormandi a
'Parigi, de Mrcadante; Olivo e Pasquale,
de Donizetti; Tarisina, de Donizetti; TJggero
it Danese, de Mrcadante.
iSSy
Ajo neirimbara^^o, de Donizetti;
Beatrice di Tenda, de Bellini; Beli^ario, de
Donizetti; Betly, de Donizetti; Caterina di
Guisa^ de Coccia; II Contestabile di Chester^
de Paccini; Le conveniente teatrali, de Donizetti; 7 due sergenti^ de Ricci; Margherita
di Anfu, de Meyerbeer; LOrfanella di Ginevra, de Ricci; I Purilani, de Bellini; Torquato Tasso, de Donizetti; Zaira, de Mrni;
II
cadante.
i838
/ Briganti, de Mrcadante; // Corsaro, de Paccini; Gemma di 'Vergy, de Donizetti; Ines di Castro, de Persiam; Lcia di
Lammermoar, de Donizetti; Marino Falicro,
de Donizetti; La Muta di Portici, de Auber;
'Tibrio Devereux, de Donizetti; Roberto il
Diavolo, de Meyerbeer; Un' avvenlura di
Scaramuccia, de Ricci.
// Desertor e per amore, de Ricci;
1839
D. Giovanni, de Mozart; Gli Illinesi, de Coppola; Ines di Castro, de M. Innocencio dos
Samos;
Ope
Ope
DICCIONARIO
i856
VAsssdio di Leyde. de Petrella;
UEbreo, de Apolloni; oMarco UisconU, de
Petrella; Esmeralda, de Battista.
ni;
Ambroise Thomas
1882 Beatrice, de Frederico Guimares.
i883 Lohengrin, de Wagner.
gra
(refeita),
de /erdi.
262
Romeu
beer.
1891
gni.
1893
Orfeo,
de Gluck;
Tanhuser, de
de Giordano.
Tosca, de Puccini;
1901
cagni.
Nasceu em Crestello,
Affonso Taveira
Traz-os-Montes, a 6 de janeiro de i85o.
Estreiou-se no Porto, no drama O Lago de
Kilarney. Em 1879 foi pela primeira vez ao
Brazil, representando com muito agrado
em Pernambuco
rado para
o iheatro de
No anno
seguinte foi para o Porto, contractado para o theatro Baquet. Foi por alguns
annos actor e ensaiador da empreza Alves Rente, onde prestou
bons servios.
Com Jos Ricar-
do e Santinhos
fundou uma empreza no theatro
tro
sio
do Gymnaque comeou
a sua
carreira e
se
conserva
ainda,
progre-
dindo sempre.
Alfredo CarNasceu
valho
Alegrim
Real, do Porto,
onde fezepochas
ter
Affonso Taveira
Um
tem conser-
estabelecimento
de ensino dramtico. Foi no thea-
uma
prezarionotheatro do Prmcipe
com magnihcas
bastante aquelle
24 de janeiro de
i855. Vindo de
D. Affonso. Foi
depois nico em-
brilhantssimas,
distincta famlia,
comeado
cmica
veia
foram
Alfredo Carvalho
DICCIONARIO
Alv
putal-o e o seu progresso
como
artista des-
envolveu se extraordinariamente nos theatros dos Recreios, Gymnasio, Rua dos Condes, Avenida, Trindade e D. Amlia, c^/fredo Carvalho tem graa natural, uma graa muito sua. Improvisa admiravelmente,
provocando tempestades de riso, sem nunca
ser inconveniente. No ha outro artista que
disponha do publico como elle. Nos compadres das revistas inegualavcl. A quantas
peas d'este gnero tem elle dado longa vida com a feliz collaborao dos seus ditos
impagveis? Basta citar o Lucas do Tim im
por tim tini., o Cosme do Tamtam e o FMeyrelles do Sal e Pimenta.
lix Telles de
Mas no s nos compadres de revista que
elle insigne, como muitos pretendem, principalmente os seus coUegas. Alfredo Carvalho em todos os gneros tem papeis magnificamente interpretados, como so por exemplo: o Rei da magica <yl gata borralheira,
o diplomata da V^iniche., o Agapito do 5olar dos Barrigas., o Alcaide do Burro do sr.
Alcaide, o mordomo da Cigarra e tantos
outros.
Na opera-comica e na
Almeida Cruz
opereta hoje um dos artistas mais estimados, j pela sua
bonita voz,
j
pela sua bella figura, j porque
progride. Es-
treiou-senotheatro da Trindade
e ali quasi sempre tem trabalhado. Fez uma
266
dar
Real,
Um
tregando-se durante quinze annos unicamente cultura do solo e aos prazeres da caa
e da pesca. J ningum mais esperava vel-o
em scena. Chegou-lhe, porm, a nostalgia
do theatro e, em maro de igo8 reapparece
com todo o seu antigo vigor, ainda cheio de
vida e de talento, no theatro do Principe
Real, no drama de Victor Hugo Nossa Senhora de Paris, fazendo em seguida os papeis em que to festejado fora nos dramas
As duas orphs e Morgadinha de Valflor.
Nasceu em Villa Nova
lvaro Cabral
de Gaya a 22 de junho de i865. Estreiou-se
no theatro da Rua dos Condes, em 1890 na
revista Tim tim por tim tim. Pouco tempo
se conservou n'este theatro, entrando para
pequena epocha
no theatro D.
Amlia e tem
empreza Rozas
& Brazo, no
theatro de
D.
Leiria, a 29 de ja-
fez
neiro de 1848 o
actor lvaro Filippe Ferreira,
em que tem
Almeida] Cruz
obtii^
um
dos mais
com muito
agrado impor-
bresahindo no
Bibliothecario
Com a empreza
Rozas & Brazo
passou para o
di-
lectos discipulos
do grande actor
Santos. Veio para Lisboa seguir
a vida commercial,
dedicando-
mtica, represen-
tando
com ama-
dores.
Com estes
lvaro
lvaro Cabral
DO THEATRO PORTUGUEZ
267
Aug
theatro de D. Maria II ali actor e ensaiador, conservando a estima dos seus coUegas
e do publico.
E' um apreciArmando Vasconcellos
vel tenor de companhias de opereta. Tem
em
feito
reira
Lisboa.
Nasceu em Tavira a
Antnio Pinheiro
21 de dezembro de 1867. E' dos actores portuguezes mais intellgenies e instruidos.
Frequentou com muita distinco as escolas dramticas do Conservatrio. Estreiouse no Gymnasio em 1886 no drama Nobres
e plebeus. J ahi fez bella figura. No anno
seguinte passou para o theatro de D. Maria,
onde mais agradou, salientando-se principalmente no Duque de 'Vijeu, Hamlet, Lui^
cipalmente nas
peas
Alcacer-
Kibir,
Rogrio
Leonor
Telles.
VI, Bibliothecario e
AjTonso
Grande
da
Avenida sempre
agradando e pro-
Tem
gredindo.
visitado o Rio de
Janeiro
com
di-
Antes de ser
ar-
tista foi
um
tincto
amador
dis-
Armando Vasconcellos
dramtico.
do-se
Indus-
ma
Voltou ao
Brazil na companhia de Furtado
Coelho e l passou
Santos. Organisou
trial.
Antnio Pinheiro
Em
Em
No mesmo
thea-
conservou
por muitos annos na empreza
Rozas & Brazo,
tro se
com
a qual pas-
sou para
Amlia, e
conserva.
D.
ali
se
Aiifiusto
Antunes
Tem
Augusto MaE' um
chado
dos novos que
mais cotao
teem alcanado.
Comeou
no
Voltando
ao
Gymnasio,
fir-
mou
a sua repu-
Augusto Machado
Ce
DICGIONARIO
JorgCy Helena
e Condessa do
Freixial. Andou
depois por fora
Lisboa
de
companhia
na
de
D'ahi
em
Augusto de Mello
No mesmo anno
na
mesma comedia se
Gymna-
em que acceitou
escriptura para o
Porto. Fallindo a
empreza, voltou
para Lisboa, para o theatro da
com
em
Cabanas, prximo
tempo as provnat
cias
que
foi
contractado para
empreza
Miranda, no CarAlberto, do
Porto, onde muito agradou. Com
los
companhia
essa
Alexandre Azevedo
ao Brazil, onde foi bastante festejado. No regresso entrou para o theatro D. Amlia, e ali mostrou
que realmente tem muito valor. O seu verdadeiro gnero so os galans dramticos,
foi
Tem
representado
em
todos os thea-
tros de Lisboa e
Porto, em quasi
todos os das provncias, e, no
lrazil, nos principaes, de norte
a sul, desde Manosa Porto Ale-
onde
muito
agrado bastantes
papeis de gneros diversos Para o theatro de
D. Maria foi em
1876 occupar o
Meia
fez
Nasceu
Azevedo
Trindade,
1)1.,
sa.
Conspirao na
nhado., AJfonso
TJi^eu, Andrea,
Emilia Adelaide,
e, quando voltou
foi escripturado
para o theatro da
Rua dos Condes,
onde continuou
com o actor Santos.
268
gre.
Actor
plinado,
Augusto Rosa
gar que
Tio
Milhes^
disci-
as
em-
podem
confiar nelle. De
um momento papreza s
ra o outro, para
livrar
de apuros,
SUbstitue
qual-
Caetano Reis
t>0
269
THEATRO PORTUGUEZ
Cardozo
Nasceu
em
Eslreiou-se
1881
a 5
de abril de 1860.
no theatro do Rato,
Z Povinho,
Seita negra, Mar i a da Fonte,
Quatro noivos
riim sarilho e
Filha
do
sio,
incondicion
Oliveira pelo
seu real valor,
pela sua figura,
pelo gnero em
d'
que se aistingue
e de que ha tanta falta, tem um
do Gymnaonde ainda
do Gymnasio,
onde fez um gran-
tro
quella scena.
Maria
Nasceu
de dezembro
de 1878. Ei>treiou-se em 1895 no theatro do
Frincjpe Real em uma revista. Eni 1896 enCarlos Leal
trou para
sociedade,
ai
agrado. Carlos
sr.
semconseguido
proemivel
e
nente n'um theatro de comedia.
Carlos dOliveira
Carlos Santos
Nasceu a 5 de novembro de 1872. Estreiouse em 1898 no theatro de D. Maria na comedia em um acto O Leque e na comedia
Em
Chrispim.
e Brazil tem
pre
jogar incontest-
as:
Cai
a 27
uma
de repertrio de
Em
comedias.
n'este
importantssimos papeis
feito
com muito
que
vor.
tos
grande
lou-
Carlos Santos
actor
Ei^treiou-se
em
Lisboa
sando depois
para o da Rua
dos Condes. Fez
uma digresso
ilha da Madeira,
onde muito agradou. Seguiu depois para o Porto, onde bastante se salientou
em diversos theatros, com diversas companhias
e em papeis de
variados
gneros.
Carlos Santos
Voltando
Lisboa tem
Edu
DICCIO^RI
conserva. Tem feito com felicidade diversas digresses pelas provncias e Brazil. Este artista uma verdadeira utilidade n'uma
companhia.
Vianna Veio
Carlos
de
um
theatro de
voz,
questionavel-
um
de
ta
bastante
ma
artis-
valor
til n'u-
Carlos
empreza.
Chaby Pinheiro'
nha
para os
theatros de Lisboa, Porto, ilhas
e Brazil
No
conjuncto.
NasCorreia
Augusto Conde
ceu em Lisboa
em 25 de dezembro de 1854 o festejado actor Jos Maria Correia. Estreiou-se em
1875 no velho theatro da Rua dos Condes,
em uma revista do anno. Passou depois para
o Variedades, onde j se salientou. Foi em seD.
guidaj para
Maria II e logo
depois para o
Rato, onde comearam a aproveitar-lhe a bonita voz que possua. Em 1880 foi
obteve bastante
agrado e in-
mente
entrou
guindo nunca
desmanchar o
disposio natu-
uma
de percorrer as provin-
tor utilissimo,
pois que trabalha em todos os
gneros, conse-
ral e a principio
dispondo de
Depois
Conde
das com modesta companhia,
amadores, onde
era muito estimado, para os
theatros de Lisboa, Porto e Brazil.
Com muita
agradvel
Vianna
retrato que
artigo ^mostra o
destejactor, que,
seja dita a verdade, se graneste
acompaenorme volume
de no physico,
no o menor
no valor
artsti-
contractadpara
um
vmcias e o
Em
do
o
tanto
Brazil
apreciem apezar
da sua obesidaChaby Pinheiro
de, que o prejudica. No nosso theatro no ha melhor diseur.
Christiano de Souza
Deixou magnifica
posio na magistratura para se entregar
de todo o corao ao theatro, onde hoje
um
distinctis-
simo actor,
um
Em
o Prncipe Real,
onde muito pro1882
grediu.
seguiu para o
Correia
Rio de Janeiro,
em
1888.
De ento pas d'ali regressando
ra c tem trabalhado incessantemente em
quasi todos os theatros de Lisboa, Porto e
provindas, fazendo tambm diversas tournes ao Brazil. E' um actor utilissimo, com
bastantes aptides e que sempre presta excellentes servios s emprezas que o contractam.
Nasceu em Lisboa a 6
Eduardo Brazo
de fevereiro de
i85i. Estreiou-se
em pequenos
peis
Lis-
pa-
no theatro
do Prncipe Real
Amlia,
tro
D.
no Porto,
em
muitas terras da
ainda contrrios
sua ndole artstica. Passou
provincia e em
quasi todo o Brazil o seu nome
hoj e bastante
considerado
querido.
depois ao
Gym-
nasio,
e
Christiano de Souza
EduardoBrazo
Morta, Bibliothecario, Severo Torelli, Fura-vidas. Fidalgos da Casa Mourisca, Elogio mutuo, D. A/jfonso VI, Surpresas do divorcio,, Leonor Telles, Alfa geme de Santa-
rm
e tantas outras.
Nasceu
em
898,
Fernando
Maia entrou
mo
cosocietrio de
segunda classe,
passando depois
primeira e mais
tarde
Lisboa a
dade na epocha
de 1897 a 1898.
N'este ultimo anno voltou para
D. Maria como
conseguiu entrar
na companhia
Dias Braga, com
que percorreu
o
Brazil,
desempenhando
innumeros pa-
do sido
em
medias,
faras,
operetas,
orat-
rias,
magicas
revistas. Isto, se
lhe
eleito ge-
Ferreira da Silva
Ferreira
da Silva continua n'este theatro. occupando
um dos primeiros logares. Illustrado, estudioso, dispondo de muito talento, innegavelmente hoje um dos primeiros artistas
dramticos portuguezes.
Nasceu em Chaves a 14 de juGomes
lho de i863. Estreiou-se na terra da sua naturalidade eom a companhia dos actores
Silvas, que percorriam as provncias e ilhas.
rente.
peis
Eduardo Vieira
todo
Gom
bO ThEATRO PORTUGUEZ
no deu gran-
des progressos,
deu-lhe um cerEduardo Vieira
desenvolvit o
mento, de que muito aproveitou. Ao regressar a Lisboa, no podia deixar de fazer
parte da companhia do Prncipe Real, o
theatro e a companhia que mais se equiparam ao Recreio Dramtico e compannia
Dias Braga, do Rio de Janeiro. Eduardo
Vieira no Prncipe Real tem sido uma verdadeira utilidade.
Fernando Maia
Nasceu em Lisboa a 3o
de maio de 1869. Estreiou-se no theatro de
D. Maria II na comedia em
acto A Herdeira. Pouco ali se demorou, indo ao Brazil, donde voltou em breve.
Trabalhou no
Porto, contractado na companhia Jos Ricardo. Ao organizar-se a sociedade artstica que tomou o theatro de D. Maria, em
Appareceu pela
primeira vez no
Porto, no theatro
de S. Joo, empreza Perry &
C.^napea/^rMce^a de Bagdad.
No Porto continuou por trs
epochas, fazendo
grandes progressos na empreza
de Cyriaco de
Cardoso.
Em
Antnio
Gomes
biCGlONARI
Ign
tado
o theatro da
para
agradando ahi
tanto,
foi oflFe-
recida escriptura para a Trindade, o que acceitou. N'este theatro representou com o
mesmo agrado durante trez annos. indo em
seguida ao Brazil e regressando para o Porto, para a companhia de Jos Ricardo. Com
esta e outras companhias tem feito diversas epochas nos theatros de Lisboa e Porto
e varias tourues ao Brazil. O seu merecimento no se limita ao logar de actor distmcto; mas ao de magnifico ensaiador. E'
sempre um bello auxiliar das emprezas com
que se contracta, mostrando que a ellas se
dedica e as auxilia. Tem grande populari-
Com
troves.
uma sociedade ardirigida por Pedro Cabral e que ti frente o actor Valle, representou nos
drama
Alil
27a
com
Portulez,
futuro.
empreza
pela
Rosas
&
nha
Com
essa
dade
lia
com
Brazo.
em-
D Ambastante
companhia
tistica
theatros da Trin-
a qual
occupando n'a
quella companhia
um
meiros
Tem
Gomes
dos
pri-
logares.
Henrique
(i4lvcs tomado
parte em diverHenrique' Alves
sas tournes s
provncias, ilhas e Brazil, sendo sempre festejadissimo. E' actualmente um dos nossos
mais estimados e mais teis artistas. Estudioso em extremo, cumpridor dos seus. de-
veres, intelligente, distincto, com bella dicda Trindade, onde ainda hoje se conserva como dos pri- o, tem sem duvida um logar proeminente
meiros artistas d'aquella caza. Tem j um em qualquer dos primeiros theatros de Porlongo repertrio de papeis cmicos, em que tugal.
Ignacio Peixoto
Nasceu no Porto a 20
muito tem agradado e nos quaes' sempre
festejado pelo seu publico, que realmente de fevereiro de 1869. Estreiou-se na terra da
tem. Pde ainda progredir e ser muito til, sua naturalidade, no antigo theatro dos Reprincipalmente pela falta que na actualida- creios, em 1887, na revista Por dentro e por
de ha de bons cmicos.
fora. No anno seguinte passou para o theaNasceu em Baio a 7 de setembro tro Chalet, e em 1891 para o Prncipe Real,
Grij
de 1S7. Fez-se actor no Brazil, estreiando- empreza Alves Rente. Com a'morte d'este,
se em S. Paulo
escripturou-se
em i87q, no Meno D Affonso.
dico fora. EnEm 1892 veio
trando no Rio de
contractado paJaneiro para a
ra o theatro da
companhia Dias
Avenida, de Lis|B rf <j[
Braga,
ahi
boa, estrelandose
na revista
Pastilhas do Dia-
se
desenvolveu extraordmariamente
n'um
em que fez
grande successo,
vasts-
bo.,
simo repertrio,
em que figura-
vam todos
fez
Uma
continuando
com
os g-
neros de theatro.
Vindo para Portugal,
't
agrado
bastante
em
di-
Em
Grij
versaspeas.
1894 foi contrac-,
Ignado
Peixoto
DO THEATRO PORTUGUEZ
273
tado para o Gymnasio, onde dentro em pouco occupava um dos primeiros Jogares. Durante dez annos, n'um immenso repertrio
de comedias Ignacio obteve grande nomeada e muitas sympathias, justificadas pelo seu
real valor. Seguindo para D. Maria 11, em
papeis de maior responsabilidade, ali tem
conservado o seu bom nome de artista
muito distincto.
Jayme Silva
Comeou a sua carreira
artistica como imitador do transformista
Fregoli, o que
realisoucom bas-
bastante utilida-
Javme
Silva
tambm
aprecivel
cantor.
Nasceu em Lisboa a
1843. Estreiou-se
em
i5 de no-
1861
no
ve-
Veio
^^'
Joo Sih
artistas
nada
to
em
diante a
carreira de Joa-
.>'
tro
preza
D.
Marcolino. D'en-
defi-
nitivamente para
Lisboa escriptu-
>.
utilidade
de.
ilhas.
drama O Cabo
Simo. Passou
companhia Jos
Ricardo e noutras sempre com
Joo Gil
Joo Silva
Nasceu em Lisboa em 1869.
Estreiou-se em 1890 no theatro do Rato, no
Amlia
vembro de
racter.
Rua
dosCondes.Tem
percorrido as
fazendo-se
como
Pedro, j com Brando e outros. E' ali estimadssimo pelo seu mrito e pelo seu ca-
Trindade,
tante habilidade,
applaudir em Lisboa, provincias,
ilhas e at em
Joa
Cezar de
Lima.
Ali ficou
depois com a
empreza Santos,
com
Gymnasio e
Rua dos Condes.
ria,
Voltou depoisao
Principe Real e
Joo Gil
maistardeentrou
de novo para D. Maria, na empreza Rosas &
Brazo, com a qual seguiu para o theatro
D. Amlia. Ultimamente esteve contractado no Principe Real. Tendo logo de comeo feito bella figura na scena, muito progrediu sob a direco do grande mestre Jos Carlos dos Santos. Fez um grande lepertorio, em que muito se evidenciou e ainda hoje uma figura primacial em qualquer
companhia. Fez muitas tournees a todo o
Brazil, j com o notvel artista Antnio
quim
tem
d" Almeida
sido
d'um
brilhantismo ori-
que ficar
marcado nos annaes do nosso
theatro. Trabaginal,
Joaquim d-Almeida
lhava hoje em
D. Maria, amanh no Rato; agora na Trindade, logo no Colyseu, d'uma vez no Gymnasio, d'outra na Rua dos Condes e assim,
percorrendo todos os theatros de Lisboa,
Porto, provincias, ilhas e Brazil. representa
hoje o Lwf Xh nj^nh as Duas Bengallas,
agora o Pap Lebonnard. logo o Cofre dos
encantos e alternadamente um drama, uma
fara, uma alia comedia, uma magica, uma
tragedia ou uma revista! E sempre brilhantemente, o que faz que muitos o considerem
o primeiro actor portuguez. Sem contestao um dos primeiros.
Joaquim Costa
Nasceu em Lisboa a 29
de abril de i853. Estreiou-se no theatro de
D. Maria em 1870 na comedia Jui^ e parte.
Todo o seu inicio theatral foi feito sob a
18
Luo
DICGIONARIO
da Trindade e
Avenida. Na sociedade artstica,
a que o governo
em 1898 cedeu o
iheatro de D. Maria
II,
foi
meado societrio
de primeira clasmais tarde
nomeado gerense e
que
Joaquim Costa
exerceu com muita proficincia. E' um distincto actor, que o publico com razo muito considera.
modesto actor, que tem
Jos Alves
representado nos theatros de D. Maria,
Trindade, Gymnasio, Principe Real e Rua
dos Condes, fazendo com geito e limpamente pequenos papeis, e ultimamente se
Um
tissimo.
emprezario do
theatro D. AfFonso. Foi pouco depois escriptura-
do por Taveira
para o Principe
Real. Fez-se em
seguida empreJos Ricardo
zario do theatro
D. AflFonso, at que veio para Lisboa, onde
tem dirigido por vezes os theatros da Trindade, Principe Real, Avenida e Rua dos
Condes. Ultimamente representou no theatro D. Amlia. Tem feito varie s digresses
ao Brazil, onde muito estimado. Jos Ricardo um magnifico ensaiador e como artista, alm de ser engraadssimo, muito
intelligente, representa com a maior naturalidade e dispe de grandes sympathias. O
seu repertrio enorme em opereta, vaudeville. comedia, drama e revista.
Nasceu em Lisboa a 14 de
Jlio SoUer
novembro de
um
actor
queridoedistincBrazil
Joa-
logar
tstica.
|
te,
274
No Rio
se
Gymnasio em
de Janeiro che-
com muito
gou a
1860
seguido
uma
for-'
apreciadssimo
no s n'aquelle
tuna, se no se
houvera
feito
emprezario.Aqui
theatro,
em
D.
Lisboa,
no
Gymnasio, no D.
Amlia, no Principe Real, na Rua
dos Condes, ou
cipe
to.
Real,
Rua
dos Condes e em
todos os do Por-
mas em
Maria, Prin-
faz
Actualmente
outra
parte da
vez
compa
Jlio Soller
nhia do Gymnasio. Na comedia ou no drama tem sido um actor muito distincto e de.
grande utilidade.
Luciano - E' um artista de muito valor o
actor Luciano de Castro,que tem feito quasi toda a sua carreira no theatro do Principe Real, de Lisboa. E' um bello elemento
para o drama, muito distincto na comedia,
DO THEATRO PORTUGUEZ
275
Pat
e at na revista,
tirando partido
da simplicidade
naturalidade
e
com que representa. E' dos melhores que ulti-
mamente tem
com
do
ciado.
compa-
as
Comeou
este
actor no theatro
Luciano
da Rua dos Condes, salientando se logo no primeiro papel
que desempenhou e fazendo successivos
progressos, que
o levaram para
os theatros de D.
Maria e D. Amlia,
hombreando
sem
com
primeiros
lhe
Luiz Pinto
em
Em
Avenida
foi
em
com muito
agrado
os
pri-
meiros
papeis.
Vindo para LisOliveira
boa, foi escripturado no theatro da Trindade, onde, entre
outras peas, muito agradou no Brasileiro
Pancracio. Regressando ao Porto, ahi tem
feito a maior parte da sua carreira, em diversos theatros, como actor, ensaiador, societrio e emprezario, sempre querido e
festejado. Nas suas tournes s provncias,
a Lisboa e Brazil tem agradado incondicio-
se demorou mais
de vinte annos,
e, durante este
longo prazo, co-
mo actor, ensaiaMattos
sempre
um
Nascimento Fernandes
1888 fez
parte da companhia que inaugurou o theatro
fez
muitas peas
com agrado, at
que em 1878 partiu com a com-
foi
um
desempenho dos personagens de que se incumbe, tem alma e fogo. E' utilissimo n'uma companhia dramtica.
rio
ser
elemento
des,
sas
dor e empreza-
U^ascimenlo Fernandes
est no comeo
polcia.
tem aconte-
entrou
graa a carium
catura de
para o theatro.
Oliveira
Nasceu em q de maro de i852
o actor Manuel dos Santos Oliveira, que se
estreiou no theatro Chalet da Rua dos Con-
cido
tro
ta
mette
artis-
em divertournes
provincia, ilhas e
Brazil. E' intelligente, apresentase bem, diz perfeitamente e, no
bom
os
O mesmo
tas.
da carreira e pro-
desfalleci-
mento
Um actor novo
Nascimento Fernandes
bastante prstimo, que tem sido muito
til
na companhia do theatro
do Prncipe Real
eque ultimamente muito se sa-
ti-
nalmente.
Nasceu a 29 de junho de
Pato Moniz
i863 o actor U^uno Alvares Pereira Pato
Moni^, que se estreiou no Funchal, no drama Alfageme de Santarm, em i885. Em
1887 escripturou-se no theatro Baquet, do
Porto. No anno seguinte veio para Lisboa,
contractando-se no theatro Avenida e de-
San
DIGCIONARIO
pois no Prncipe
Real, onde tem
feito
a melhor
parle da sua car-
Em
276
voz de tenorino,
comopoucastem
havido nos nossos
theatros,
Lisboa
sabe representar
ou na provincia,
e no Brazil, aonde tem feito di-
quasi todos os
tenores que te-
versas
mos
reira.
melhor
toirnes,
do que
tido
te-
tem conseguido
mos.
o uiaior agrado.
E' no drama um
NasRoque
ceu em Lisboa a
21 de maro de
i85o. Depois de
percorreras pro-
Pinto
vincias n'uma
companhia que d'aqui
sahira,
artista utilssimo,
que as emprezas
nunca se arrependem de ha-
Pato Moniz
ver contractado.
Em
veio fazer
parte da que inaugurou o theatro D. Augusto, em Alcntara. Seguiu d'ali para o
Principe Real, do Porto, onde teve bastante xito. De regresso a Lisboa, entrou logo
para o
sio,
Gymna-
onde
se sa-
lientou em varias
peas, principal-
i885,
depois de ter escreios.
mente no drama
tado no Norte do
Brazil, voltou para o Porto e ali
Mulher-demonio.
Em 1880 passou
para a Rua dos
se conservou at
1888, em que veio
Condes
Pedro Cabral
voltou s ilhas. No regresso fundou uma sociedade com Valle e outros artistas para explorar os theatros da Trindade, D. Amlia
e Rua dos Condes. Voltou ainda ao Par e
no regresso formou nova sociedade para explorao do Real Colyseu. D'ahi em diante,
como' at ahi. tem este til actor passado
uma vida de Judeu Errante, caminhando
sem cessar de companhia para companhia,
de theatro para theatro, de terra para ter-
ra,
em
se-
como
em
tor,
ma companhia
dor,
1892, na pea Kin-F na China. Nas emprezas de Taveira, Jos Ricardo e Sousa Bastos tem trabalhado em Lisboa, Porto, provncias, ilhase Brazil, obtendo sempre agrado.
Quaesquer faltas que se lhe possam notar
se estreiou
artista
DO THEATRO PORTUGUEZ
77
dou n'uma
um
revista
intitulada
Porto por
Foi
canudo.
com a companhia
quando
physionomia mais se presta. Possue um longo repertrio de operetas em que muito so-
Ade
re-
gressou ao Porto
bresahe.
Cont ractou-se
tendo apenas feito uma epocha na Trindade e aproveitando as frias do seu theatro
para veranear n"outros de Lisboa, provncias ou Brazil. A falta de Telmo no Gymna-
com
elle se
conserva no theaSantinhos
tro da Trindade,
de Lisboa. E' um artista um pouco apagado,
principalmente pela talta de voz; mas inquestionvel que tem valor; um cmico
aprecivel, trabalhando com muita naturalidade.
Sarmento
Actor bastante distincto, que
por muitos annos esteve no Gymnasio, onde fez muitos
^
progressos e bastante agradou.
Esteve no Porto
e veio depois para o theatro Avenida, onde se
Nas
conserva.
digresses
pelas provncias
suas
em
til
qualquer compaSarmento
nhia. E' muito
disciplinado, o que o torna ainda mais aprecivel.
Lisboa
e sthea-
treiou-se no
tro do Principe
Real, agradando
tambm sem
sitaes,
-^
comedias, em
que muito se
tem salientado.
O Gymnasio ainda nao encontrou
outro galan, que
mais agiadasse
o seu seu pu-
Telmo
bem
nos
no
he-
estreiou-se
theatro do
Principe
princi
Real,
palmente na Re
vista de i8j8, na
magica Princesa
no drama Os
A:^ulina,T)o apro-
posito Processo
lu^ elctrica
e n'outras peas.
Tem estado de-
como no
veste
agr-dado. E' um
artista typico,
bem
tranhar, porque
assim acontecia
que
Brazil
muito
se comprehende
Isto no de es-
blico.
muito
tem egnalmente
Incendirios- Este-
ve
da
em
Lisboa
panhia da actriz
Setta da Silva
Paladin,
seguiu
Adelaide Couliniio
DICCIONARIO
Ang
em
ma
1902,
no dra-
rrei Lui^ de
E' uma
SoM:f<t.
artista
nova
das mais
guezas.
Nasceu em Lisboa ao
Amlia Barros
de maro de 1842. Estreiou-se no Funchal,
no drama
Cynismo, scepiicismo
e crena.
lhe pertencia,
para c veio em
i875, estreiandose no theatro do
Principe Real, do
Porto, na opere-
Amlia B.irros
ta
Em
ali
Um
vncias e Brazil
e por isso qua-
desconhecida
Lisboa. Tem
diante de si largo
e bom futuro, se
em
Adlia Pereira
os seus dotes e
desejos de progredir forem
dos.
uma
Joanna do
Arco, em que muito agradou. Outras peas
si
27S
bem
aproveita-
Nasceu em Lisboa
Adelina Abranches
de agosto de i863. Ainda creana, estrelou se no theatro de D. Maria II na comedia Os meninos grandes e ainda como
creana muito agradou nas peas: Boto
d' Ancora^ Palhao, D. Leonor de
Bragana, Ac-
Varina,
Mysterios de
Colyseo e est
agora escripturada para a Trindade. Esteve j
contractada no
Porto, onde muito agradou. Nas
a i5
tor,
Lisboa,
Missio-
nrios,
Orao
dos nufragos,
Mulher que deita
Tem
feito
Madame
Sans-Gne,
em
Si-
iSgS.
parte
Principe
Real,
Avenida, Real
vista
J
mes, na pea
como mulher,
estreiou-se no
Rio de Janeiro,
para onde fora
vncias,
ilhas
Brazil,
tem sem-
comacompanhia
Pereira
Amelia Pereira
do Principe Real,
incumbida das ingnuas. Desde que voltou,
por muito tempo no Principe Real, depois
no D Amlia e ultimamente em D. Maria a
sua carreira tem sido brilhantssima. De pea para pea mostrava enormes progressos.
E' um talento hrilhante, que a tem elevado
Amlia
simo bem
um desembarao commedido. O publico
tem por ella a maior predileco.
Angela Pinto
Nasceu em Lisboa a i5
de novembro de 1866. Estreiou-se em theatros populares, fazendo depois algumas recitas na Rua dos Condes. A sua carreira re-
279
guiar
annos
ando
sympathias. Veio
depois para Lisboa, onde o successo foi rpido
e obteve a maior
os theatros, to-
sempre
um
donde nunca
Angela Pinto
o, uma actriz
distinctissima, um nome que sem duvida ficar vinculado, como raros, na historia do
nosso theatro. Nas suas tournes ao Brazil
tem sempre tido xito egual ao que alcana a toda a hora na sua teira natal.
Augusta Cordeiro
Comeou a representar com amadores nos theatros do Algarve.
1892 estreiou-se com muito xito no theatro da Trindade, de Lisboa, na
Em
Ahi
ne.
fez
di-
versas pea s
sempre com
agrado, at que
passou para o
theatro
de D.
dade
artisiica
deiro
uma
til
Em
sem
ac-
muito
ou faz tournes
pelas provincias
toe Brazil.
da a parte tem
Barbara Volckart
sido sempre festejadissima. O Gymnasio no pde passar
sem o seu concurso, j pelo talento que a
distingue, j pelas sympathias que goza no
publico, j pelas suas variadas aptides de
artista. E' enorme o seu repertrio e para
citar os papeis em que se distinguiu, seria
preciso cital-os todos. Barbara Volckart
mquestionavelmente hoje uma das nossas
primeiras actrizes.
Crmen Cardozo
E' hespanhola e bem
o mostra na pronuncia. Estreiou-se no theatro da Trindade, na opereta Drages d'ElRei, em 1888. Nascera em Jerez de la Frontera, ern 1872.
Augusta Cor-
triz
elevada a actriz
de primeira classe.
de voz afinado. Comeou no theatro Avenida, passou ao D. Amlia, voltou ao Avenida e ali se conserva. Sem duvida com geito
para a scena, galante, alegre, se estudar,
tem futuro.
Nasceu em Lisboa a
Barbara Volckart
20 de maro de 1848. Depois de represen-
nomeada. Aqui
tem feito parte
das companhias
de quasi todos
mando
Car
Augusta Cordeiro
xito
Na Trindade
epochacom
agra-
Ausenda
d'0-
liveira E'
uma
drid,
gosto e elegncia.
do.
so.
De
partiu
Madrid
o
Porto, onde entrou na companhia Taveira, ob-
que entra
onde repre-
sentou zarzuella
chica nos theatros
Eslava
e
Principe Alfon-
actriz
cara
logo
e por
Ausenda d'01iveira
para
Carmen Cardozo
Emi
DICCIONARIO
com
280
figuras femininas.
Ceclia Machado
companhia
indo
neiro.
Foi uma distlncta amadora, que entrou logo para D. Maria II classificada como actriz de segunda classe e
beilamente comeou a sua car-
visi-
do ahi
bastinte
questionavel-
formo-
insinuante e
dispe realmente de muito va-
reira.
E'
sa,
lor.
Tem
outros dotes no
tivesse, que os
tem, a sua excel-
talvez
estacionado, no
Delfina Victor
Dolores Rentini
e canta deliciosamente. A
estas qualidades
deve o agrado
E'
hespanhola,
for-
mosa
trabalho fora da
Ctcilia Machado
sua ndole artistica. O publico muito sympathisa com Cecilia
Machado, que nova e tem ainda
muito para caminhar. N'uma companhia
bem organizada, onde cada um esteja no
seu logar, tem ella um posto proeminente,
em que se tornar utilissima e notvel.
Delfina Cruz Comeou no theatro da
Rua dos Condes, fazendo pequenos papeis
n'uma revista. Entrou logo depois para o
theatro de D.
papeisderespon-
Em
sabilidade.
1898, ao fundarse a ultima sociedade artistica
n'esse theatro,
ficou como
societria de segunda classe e
ahi teve progressos sob a direc-
ali
Delfina Cruz
diversos
theatros
em
Lisboa,
mostrando
28
DO THEATRO PORTUGUEZ
tistas.
valor.
En-
otheatroda
onde tem
nida,
boa
Gabriella
Lucey
se
salientou ao
lado das primei-
ras figuras da
companhia. Foi
tas.
aproveitar todos
os seus excellentes dotes, pois
que formosa, o
que se chama
uma
Em
sando
em
da para
segui-
no Avenida, com
modelo de
para
Comeou no
Gymnasio em pa-
peis de comedia,
passando depois
para o Avenida,
para o guia de
Ouro, no Porto,
Amor e dinheiro,
em 1874. Passou
para tournes
provncia e ao
mesmo anno na
opereta Trs
Brazil e voltan-
Emili. Sarmento
do depois ao
Avenida. No tem podido accentuar o seu
va-
para a scena.
Francisca Martins
Mais conhecida pela
Chica Martins, comeou no theatro Avenida n'uma empreza de Salvador
Marques. Passou
depois a fazer
saindo na Filha
da senhora Au-
Hermnia Adelaide
graada physionomia,
com
sua desenvol-
com
a sua bella vqz, foi o idolo da platea da Trindade. Partiu para o Rio de Janeiro em 1879 e l alcanou grande xito,
que se prolongou at ao momento de abandonar a scena, de que por muito tempo esteve retirada. Ultimamente reappareceu em
tura,
Tem
feito diversas
tournes ao Brazil, onde muito
Gabriella Lucey
uma
esperana
o theatr.
tante graa.
nasci-
empre-
za Souza Bastos,
bella
de
bella
ciosa,
Francesa
uma
portu-
gante, vestindo
virtudes
guez estreiou-se
em 1S98 no theatro do Prncipe
Real n'uma revista. Foi depois
contractada no
theatro da rua
dos Condes pelo
mais se presta
um
utilidade.
onde
Trindade,
Iza
Fraiicisca Martins
tem agradado.
Est de novo contractada no theatro Ave-
DICCIONARIO
Lau
uma
em
Trindade, no
Avenida, na Rua
D. Amlia, no
Porto, na provn-
no
muito
j
Logo
carreira,
que voltou
at
para o theatro
da Trindade, de
Brazil,
onde
Lisboa,
agradou.
como
disse, uma ver,
Izaura Ferreira
utilida-
dadeira
i853.
bella
onde tambm
/fT/zM
Equilibrios
dos Condes, no
deamor^Qvn 1873.
E' natural de Vizeu, onde nasceu
em
cia
abandonou
que
282
reappareceu em
1878, na pea
Viagem Lua.
Josepha d'01.veira
Durante i4annos
alli fez com muito agrado innumeras opereEscripturou-se depois no Gymnasio,
tas.
onde foi muito bem recebida e onde desempenhou primorosamente muitas comedias.
Fez uma digresso ao Rio de Janeiro, onde
obteve muito agrado. Nos ltimos annos tem
feito parte da companhia do D. Amlia, onde continua occupando um distincto logar.
Depois de se apresentar
Jlia Mendes
nando
se distincta e de grande
em
utilidade. Em
1870 passou para
o Gymnasio, onde fez longa e
applaudida 'carpara pea foi firmando a reputa-
o de excellen-
continuou no
Tendo
theatro Avenida,
nas revistas P'ra
frente e oABC.
Para este gnero
De
te actriz.
can-
appareceu no
theatro do Prncipe Real na revista O' da guarda, em que teve
grande exuo. que
reira.
como
pecai
do apparencia de
velha, sem o ser,
'""*"^ Marques
Jlia
Mendes
do melhor que
Jlia
Mendes
das melhores.
Pela predileco
que o publico
tem pelas canonatas apimentadas,
esta
actriz
tem futuro.
Laura Cruz
Comeou n'uma
tourne s pro-
vncias n'uma
companhia
de
Tendo agradado
Laura Cruz
muito,
&
sido to auspiciosa como se esperava, devese em parte frequncia com que abandona
as emprezas, abandonando tambm a scena.
Nasceu no Rio de JaLuclia Simes
neiro a 2 de Abril de 1879. E' filha do notvel actor Furtado Coelho e da grande actriz
Lucinda Simes.
Ainda nenhum
artista honrou
mais pelo talento
os nomes gloriosos dos seus progenitores. Representou pela pri-
meira vez em
maio de 1895,
uma scena do 2."
acto do Frei Lui^
de Sou^a, com
seu av, o actor
guem
a eguala.
Lucinda do Carmo
Em
seguida a
bastante agrado a Cigarra.
isto, contractada na Rua dos Condes, Avenida, D. Maria II ou Prncipe Real, tomou
sempre um dos primeiros logares, que lhe
pertence pela sua intelligencia, illustrao e
notvel forma de dizer.
Nasceu eni Lisboa a 17
Lucinda Simes
de Dezembro de
i85o. Colloco-a
n'este logar por-
me confrangeaalmaincluil-a
entre os artistas
retirados da scena, ella, que to
bellos e to importantes servios pode ainda
prestar ao theatro portuguez.
que
Que encha de
novo o palco com
Coimbra, a 4 de
Nasceu
o seu talento
Lucinda Simes
brilhante e a sua
admirvel arte de representar, so os votos
ardentes que fao. Lucinda Simes estreiouse no drama Bemvinda ou a V^oite de V^atai, em 1867, No anno de 1870 foi para o
Porto e em 1872 para o Brasil. N'uma sequencia, nunca interrompida, de triumphos
tem esta artista notabilissima percorrido todas as scenas de Portugal, todas as do Brazil e algumas da Hespanha. Nunca artista alguma portugueza teve maior nomeada e
mais noites de gloria. Que volte breve a continuar os seus xitos brilhantes como actriz
primorosa, ensaiadora distinctissima e exemplar directora de companhias.
Nasceu no Porto a 3 de
Luz Velloso
Maro de 1875. Estreiou-se muito nova no
theatro D. AfFonso, passando depois para o do
Prncipe Real,
em
d'aquella cidade,
e com essa companhia foi ao
voltou ao Porto,
na comedia
calmo-
companhia Jos
Lisboa
i5
sio,
Brazil.
em 1882. Ahi
um grande re-
pertrio
de co-
medias,
em que
mais
se
Ricardo, vindo
depois para Lisboa, onde tem
estado nos theatros da Trindade, D. Maria e
distin-
Passou
cl'ahi
para o theatro
dos Recreios, onde obteve grande exitonaMam"-
Lucinda do Carmo
fe//e tr^iiouche,
Quando
contractou-sena
Estao
sa,
fez
Mar
DO THEATRO PORTUGUEZ
283
Luz Veilozo
Em
i86g
foi
DICGIONARIO
Pa\
til n'uma companhia, poisque aborda todos os gneros, semnunca comprometter os papeis de que se incumbe. No theatro
disciplinadssima, e alla aos seus merecimentos de atri?, as apreciadssimas virtudes de boa esposa e excellente me. E' casada com o actor Carlos Santos.
Palmyra Bastos
Nasceu a 3o de Maio
de 1873 em Aldeagavinha, prximo de Alemquer. Estreiou-se no theatro da Rua dos
Condes, na pea phantastca O Reino das
tissimo
grediu, sendo at
considerada a
primeira ingnua
d'aquella
scena.
Passou depoisl
para o Principe
Real, em que tem
sido muito considerada.
Mulheres, em
Maria
Dores tem
um a carreira
muito honrosa
das
como
artista, CO-
1890.
Dores
Em
das mais
auctorisa das
m^ra Bastos
.Maria Pia
d'Almeida
se
Pal-
uma
ali
Palmyra Bastos
muito no-
pois,
mo
do thea-
ainda
va e
Lanarei,
uma empreza
se estreiou
tejadas, mais
consideradas e
onde
Bastos em
Portugal e Brazil, onde hoje
uma das mais fes-
myra
tistas,
tro da Trindade.
Passou em se-
brilhancarreira
artstica
tssima
mo
de
284
tica.
um
po que dura
edade
des-
em
a companhia
Taveira e aqui
bastante
cidade.
envolveu at que
veio para l.ishoa
com
terri
agra-
dado em muitos
variadssimos
papeis nos theatros da Trindade,
Rua dos Condes,
Avenida e D Ame
lia.
Maria Santos
Maria Santos
DO THEATRO PORTUGUEZ
285
caricias no sorriso, magestade ou desenvoltura no gesto; o amor, o cime, a amargura, o desespero, a graa, a tentao, a
gaiatice, como paginas de um mesmo livro,
que o cartaz do theatro faz voltear caprichosamente de dia para dia.
enche
opereta,
hendente!
E' de Augusto Machado o seguinte S
aos grandes artistas dado produzir, o que
:
Pai
chama: impresso de arte. Palmyra Bastem este condo; ella interprete, creadora e musa: executa, cohabora e inspira.
Escreveu Firmino Pereia: (-onge de
toda a discusso, 'Palmyra Bastos um dos
mais finos, mais delicados, mais vibrantes
temperamentos artisticos, que o nosso thease
tos
tro possue.
e so elles
primorosos!
allia qualidades de espirito,
que a collocam em especialissimo logar. Palmyra pertence ao numero dos raros artistas, que pela sua conducta so a honra do
seu sexo e da sua profisso
Assim se expressa Augusto de Mello: Incontestavelmente Palmyra Bastos uma
organisao artistica de reconhecido valor.
Dico clara e nitida, physionomia expressiva e de fcil mobilidade, aspecto gracioso
e insinuante, tem alem de tudo isto a intuio da arte, que cultiva. A intelligente Palmyra possue a vibrao de nervos e o calor
na palavra, que se requerem para a reproduco em scena das paixes ardentes nos
dramas violentos. E' delicada na comedia,
interessante, terna, apaixonada e vibrante
no drama.
Disse Jos Antnio Moniz: Palmyra
das raras actrizes em que encontro reunidos
os dotes sempre exigidos n"uma artista comformas, physionomia, timbre de voz, [)orte garbozo, correco perfeita de gesto, e acima de tudo alma, sentimento, corao. Todos estes elementos reuniu a natureza para com tobello conjuncto
adornar aquelle adorvel ser. Feliz creatura, que na loteria da vida poude tirar o
pleta. Estatura,
grande premio!
Opinio de Silva Graa: O que principalmente admiro em Palmyra Bastos o
seu caracter. No lhe falta nenhuma essencial condio para ser uma grande artista;
mas, se no imperasse n'ella a sua omnipotente vontade, no seria essa admirvel interprete que todos temos applaudido em
papeis to differentes uns dos outros. Pd,e
dizer-se de Palmyra Bastos que ella uma
obra prima da creao e... de si prpria.
E' de Eduardo Schwalbach o seguinte: O
talento, que logo aos primeiros passos em
scena se lhe advinhou, tomou forma e alento,
engrandeceu-se
The
DICCIONARIO
que mais me admira na poderosa organisao d'esta artista o ainda no ter sido
consumida pelo seu enorme talento. Na scena portugueza no ha nenhuma actriz de
tanto mrito.
Disse Eugnio da Silveira: Palmyra demonstrou que no errmos dizendo que ella ser, a breve trecho, a primeira das primeiras actrizes portuguezas.
Opinio de Luiz de Moraes Carvalho: A
Natureza reuniu em Palmyra Bastos todas
as galas physicascom os mais bellos esplendores intellectuaes. Onde est a artista applaudida, est a mulher formosa. E a ambas
se tributam homenagens gentis, com toda a
justia e carinho, n'uma exploso vibrante
da nossa sinceridade.
E' de Santonillo o seguinte: Representa
com egual distinco a opereta, a magica, a
a comedia, e talvez a comedia o
gnero a que melhor se amolda o seu temperamento de artista de raa. professando
amor pela sua arte. E'pois a illustre artista
uma das figuras mais salientes do theatro
portuguez. Assim se expressou Salvador
Marques: <^Pahnyra Bastos um nome consagrado na estima e applausos do publico,
no apreo e louvores da critica Todos ad-miram essa artista de privilegiado talento,
que, de triumpho em triumpho, pela fora
da sua poderosa intuio, estudo pertinaz e
temperamento da mais fina vibratiiidade, se
tem elevado ao logar proeminente que hoje
occupa no nosso theatro.
revista,
E, como estas, idnticas e laudatorias opinies de: Accacio de Paiva, Alberto Braga,
Marques Pereira, Alcntara Carreira, Alfredo Gallis,AlfrecloMesquita, Almeida Campos, Annibal Azevedo, Augusto Lacerda,
Brito Aranha, Bruno de Miranda, Souza
Monteiro, Fialho d'Almeida, Gamara Lima,
Carlos Borges, Carlos Posser, Desforges,
Fernando Reis, F. Villaa, Ea Leal, Padre
Senna
286.
tos
louvores
applausos um
grande repertrio de comedias.
Desejosa de se
dedicar ao drama, passou para
o theatro do
Principe Real,
onde muito agradou. Ultimamente entrou para o
theatro de D.
Maria II, onde
espera occasio
para progredir e
d
t
*^
Palmyra
Torres
_
elevar se a mais
;
alto plano, se o theatro sair do marasmo
1
em que tem
cabido.
Theieza Taveira
Comeou em
1887,
Diadema mysterioso. Foi depois contractada por Cyriaco Cardoso para o theatro Bapassando
quet,
mais tarde para
o Principe Real,
onde se conservou at vir para
Lisboa, para o
theatro da Trin-
dade, onde
se
sesquetem feito
com companhia
em
Portugal
Brazil,
tem sido
:^a
verdadeiramente distincta.
SCENOGRAPHOS
SCENOGRAPHOS
com
bom
em
tem
Paris;
apresentado ma-
traba-
gnficos
lhos em todos
theatros de
os
Lisboa.
Barros
nographo
lecido.
Scej fal-
Foi
til,
principalmente
^
Augusto Pina
Jos da
Era um brilhantssi-
mo scenographo,
talvez o
melhor
Jos
d'Almei-
Eduardo Reis
da
Scenographo portuense de bastante mrito, ultimamente contractado no theatro da Trindade,
de
Lisboa.
E'
trabalhador
infatigvel, produzindo em cada
um
epocha muitas
scenas de valor.
xito enorme e
justssimo, por-
do os maiores
louvores pelos
seus trabalhos
Pintando
veira,
verda-
Jos d'Almeida
po
Foi um
scenographo
habilidoso
mas sabendo
pouco da sua arte, o que lhe permittia
fazer uns
trabalhos
vistosos
e
correctos e logo em seguida outros muito maus,
;
Eduardo Machado
Eduardo Reis-
um
jjfe
obti-
E'
tem
apreciveis.
Jlio d'Assum-
ar-
pincis.
ha
por ve-
phos
deiramente
tros
scenogra-
dos
maior facilidade
si
gosto arts-
mestres, aqui e
Trabalha com
DCCIONARIO
Pte\
Machado
Jlio
Tendo
pouco xito na
290
scenogra-
ctos
Um
possudo.
Estu-
bois e Cinatti,
e trabalhou por
com
muito tempo
com ^ambertini.
Procopio
e depois com
Eduardo Macha-
meira
ordem.
Dotado
de
um
bom andamento
d'um theatro.
Lima
Foi um scenographo de bastante
valor, que deixou trabalhos importantes em
Lisboa e principalmente no Porto e na Ilha
de
S.
Miguel.
tou.
lharam
sempre
juntos,
mais de
Rambois
lon-
go periodo para o nosso theatro lyrico foram sempre primorosos, devendo especialisar-se os do Macbeth, Propheta,
seu talento e
seriedade.
Um
Roberto o
diabo,
e os das celebres
sceno-
sua carreira em
Lisboa. Depois de Rambois e Cinatti ainda
c no tivemos melhor. Lw/f Manini nasceu
em Crema, pequena cidade da Lombardia.
Foi alumno da Academia de Bailas Artes de
Milo. Como scenographo foi discpulo de
Ferrari. Veio muito novo contractado para
o theatro de S. Carlos. O seu trabalho agradou immensamente e todos os theatros de
Lisboa o disputavam para as suas peas,
principalmente as de grande espectculo. Nos
theatros de S. Carlos, D. Maria e Trindade
ha trabalhos de Manini que so de primeira
ordem. A sua vinda para Lisboa foi em 1879.
Procopio
Foi um dos mais distm-
sentado.
lo
grapho italiano,
que tem feito a
Rambois e Cinatti
Os mais notveis
scenographos que tem possudo o theatro
sentado
trabalhos importantes
nos theatros de
Lisboa e Porto,
e hoje dos mais
considerados pe-
Manini
lheira.
Como sceno-
distincto
Manini
e Orpho da
aldeia. 'lambem
da
aprese
scenas
n taram
de pri-
meira ordem no
de D.
theatro
Maria, como foda Muque deita
cartas e Cora ou
ram
as
lher
a escravatura.
Eram
tambm
Cinatti
bO THEATRO PORtflGUEZ
zgt
com
Rocha
Foi um
residmdo
cm
c sabe perspecti-
va
como
aquel-
que a sabem.
Scenastem apre-
muito
agrada-
No
ram. E'
homem
seu regresso
a Portugal mostrou retrocesso,
provavelmente
pela vida irregular, que levava.
Deixou de trabalhar,
entrando
para o Asylo da
Vil
les
sentado, que
srio,
cumpridor
da sua palavra e
j no pouco,
para o que o
theatro precisa.
Foi por muito
tempo dezenhista das scenas do
Manini. Quando
Mendicidade,
donde passou
um
para o Albergue
dos Invlidos do
Trabalho, onde
Roclia
morreu.
Pintor italiano, de ha muito
Samarani
ordem chama outro qualquer para seu collaborador. reconhece-lhe o muito que vale.
Foi um mo scenographo, que,
Villela
falta d'elles, por muito tempo pintou para
os theatros de Lisboa.
Samarani
artista d'esta
SUCCESSOS THEATRAES
RELAO DAS PEAS DE MAIOR XITO EM PORTUGAL,
J PELO AGRADO,
J PELO GRANDE NUMERO DE REPRESENTAES
SUCCESSOS THEATRAES
RELAO DAS PEAS DE MAIOR XITO EM PORTUGAL,
J PELO AGRADO,
J PELO GRANDE NUMERO DE REPRESENTAES
revista em 3 actos,
Agulhas e Alfinetes
original de Eduardo Schwalbacb, musica de
Filippe Duarte, representada no theatro da
Rua dos Condes em iSgS.
Drama em 3 actos, oriAlcaide de Faro
ginal de Joaquim da Costa Cascaes, representado no theatro de D. Maria em 1848.
em
Alli.
preta
Revista em 3
sctos, ori-
Guedes de
Oliveira,
comedia em 2
3 actos,
no mesmo theatro.
Amazonas do Tormes
Zarzuela
em
Comedia em um acto,
Domingos Monteiro, representada no theatro do Gymnasio em 1864. '7^-
Amor
londrino
original de
Comedia em 3 actos,
Eduardo Schwalbach, representada no theatro do Gymnasio em diversas
Anastcia & C^
original de
epochas.
reprises.
Argonautas
Opera cmica em 3 actos,
Augusto Garraio, musica de Gomes Cardim representada no theatro do
original de
Principe Real.
Auto de Gil Vicente
prise
Parodia em 3 actos
opera Lcia di Lammermoor, original de
Francisco Palha, representada no theatro do
Gymnasio em i85o. Reprises diversas no
Gymnasio e Trindade.
Drama phantastico
Anjo da meia noite
em D actos, representado em 186 no theatro da Rua dos Condes pela companhia de
Francisco Palha, e no mesmo anno no theatro de D. Maria II pela companhia normal.
Para a Rua dos Condes foi traduzido por
Ernesto Biester; para D. Maria por Antnio
Mendes Leal. T^eprises na Rua dos Condes
e Principe Real.
Revista em 3 actos,
Anno em 3 dias
original de Accio Antunes e Machado Corra, representada no theatro do Principe
Real em 1904
A' procura do badalo Revista em 3 actos,
original de Baptista Diniz, representada no
theatro do Principe Real em 1902. Varias
Drama
em
3 actos,
em
D. Maria.
Avarento
Comedia em
5 actos,
de
Mo
Cor
DIGCIONARIO
lire,
T^eprtse em D. JMaria.
Magica
Ave do Paraizo
em
3 actos, ar-
ranjada
1844.
Tragedia
em
5 actos, original
em
i856.
Boccacio
Opera cmica em 3 actos,
traduzida por Eduardo Garrido, musica de
F. de Supp, representada no theatro da
Trindade em 1884 e annos seguintes. Reprise
no theatro Avenida em
igoi.
Bola de sabo
Comedia em 3 actos,
traduco de Marianno de Carvalho, representada no theatro do Gymnasio em 1874.
Boneca
Opera
cmica em
3 actos e 5
Cames do Rocio
Comedia em
3 actos,
296
origmal de Ignacio Maria Feij, representada no theatro da Rua dos Condes em 1840.
Reprise no theatro de D. Maria.
Campinos
Comedia de costumes em 3
actos, original de Salvador Marques, representada no theatro do Gymnasio em 1873 e
annos seguintes. Reprises nos theatros dos
Recreios, Rua dos Condes e Avenida.
Capital Federal Comedia de costumes
brazileiros em 3 actos, original de Arthur de
Azevedo, musica de Nicolino Milano, representada no theatro da Trindade em 1903 e
annos seguintes.
Captivo de Fez
Drama em 5 actos, original de Antnio Joaquim, da Silva Abranches, representado no theatro da Rua dos
Condes em 1841.
Casamento da Nitouche
Vaudeville em
3 actos, original de Sousa Bastos, musica de
Stichini. representado no theatro da Rua dos
Condes, em 1889 e annos seguintes. Reprise
no theatro Avenida em 1901.
Magica em 3 actos,
Castello de Bronze
original de Carlos Augusto da Silva Pessoa,
representada na Rua dos Condes em 1861.
Drama em 5 actos, traduco de
Cego
1907.
em
1874.
Comedia em 4
Commissario de policia
actos, original de Gervsio Lobato, representada no theatro do Gymnasio em 1890 e
annos seguintes. Reprise na Rua dos Condes.
Drama em 5
Cora ou a Escravatura
actos e 7 quadros, de Jules Barbier, traduco de Ernesto Biester, representado no
theatro de D. Maria, em 182 e nos annos
seguintes. Reprise no theatro do Principe
Real.
Magica em 4
Coroa de Carlos Magno
actos e 21 quadros, imitao de Joaquim
Augusto d'01iveira, representada no thea-
DO THEATRO PORTUGUEZ
297
cm iSSq.
em 1876.
Drama em
das Variedades
theatro da Trindade
Correio de Lyo^
tro
Reprise no
5
actos, tra-
1877 ^ seguintes.
Drama martimo em 5 actos,
Corsrio
original de Jos Romano, representado no
theatro da Rua dos Condes em i863 e annos seguintes. Reprise no theatro do Prncipe Real.
Pea de espectCovas de Salamanca
culo em 5 actos, de.
Faria, representada
no theatro do Salitre em 1806.
Creadas Comedia em um acto, imitao de Joaquim Augusto d'01iveira, representada no theatro da Rua dos Condes em
i856. Reprises no mesmo theatro e no da
Trindade.
Comedia em um
Crimes do Brando
acto, imitao de Luiz Quirino Chaves, representada no theatro da Rua dos Condes
em 1870. Reprise na Trindade.
Drama em 5 actos,
Cruz da esmola
original de Eduardo Schwalbach, representado no theatro D. Amlia em iqo4 e igof.
Cynismo, scepticismo e creana
Drama
em 2 actos, original de Cezar de Lacerda,
representado no theatro do Gymnasio em
i855 e annos seguintes.
Dama das Camlias Drama em 5 actos, de
Alexandre Dumas Filho, traduco de Silva
Abranches, representado no theatro de D.
Maria em 1854. Reprises no mesmo theatro,
na Trindade, Gymnasio e Prncipe Real.
Colleco das seguinDescasca- milho
tes peas
Luipnha a leiteira^ Descasca milho, Casamento do Descasca-milho, Baptisado do filho do De^casca-milho, Morte do Descasca-milho e Ainda o Descasca-milho, orignaes de Pedro Carlos d'Alcantara Chaves,
representadas no theatro da Rua dos Condes desde 1861 a i8b3.
Diabo atraz da porta
Comedia em um
acto, traduco de Pedro Maria da Silva
Costa, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas.
Ditoso fado
Comedia em um acto, original de Manoel Roussado, representada nos
theatros do -Gymnasio, Trindade, D. Amlia
e outros.
annos seguintes.
Comedia em 5 actos,
D. Cezar de Bazan
de D'Ennery, traduzida pelo Conde de Monsaraz, representada no theatro de D. Maria
em )88o e annos seguintes e no de D. Am-
lia.
3 actos,
dade.
1860.
guintes.
em
seguintes.
Dois garotos
Drama em 5 actos e 7 quadros, de Pierre Decourcelle, traduco de
Guiomar Torrezo, representado no theatro
da Trindade em 1898. Reprises no mesmo
theatro e no do Prncipe Real.
Dois mundos
Comedia em 3 actos, original de Cezar de Lacerda, representada no
theatro do Gymnasio em i85 e annos se-
Comedia
traduco de Luiz Quirino Chaves, representada no theatro do Gymnasio em 18786 annos seguintes. Reprises nos theatros dos Recreios, Rua dos Condes, etc.
Drages d'l-Rei
Opera-comica em 3
actos, traduco de Francisco Palha e Eduardo Garrido, musica de D. Jos Rogel, representada no theatro da Trindade em i88o e
annos seguintes.
Duas bengalas
Comedia em um acto,
traduco de Ricardo Jos de Souza Netlo,
representada no theatro do Gymnasio em
i835 e nos annos seguintes. Reprises em D.
Maria, Avenida, Rua dos Condes e Trin-
so, original
5 actos, ori-
Drama em
Dois renegados
Cso
Egas Moniz
Drama em
3 actos,
em
ver-
Em
em
3 actos, original
em
1735.
Comedia
magica
Opera em
Ham
DICCIONARIO
1734.
Espelho da Verdade
Pea phantastica
actos, arranjo de Augusto Garraio,
representada no theatro da Rua dos Condes
em 1878 e annos seguintes. Reprises nos
theatros Avenida e Trindade.
Comedia era i acto,
Esperteza de rato
original de Rangel de Lima, representada no
theatro do Gymnasio em diversas epochas.
Et coetera e tal Revista em 3 actos, original de Antnio de Menezes, musica de Rio
de Carvalho, representada no theatro dos Re-
em 4
creios em 1882.
Fallar verdade mentir Comedia em um
acto, imitao de Almeida Garrett, representada no theatro da Rua dos Condes em 1845.
Reprises em D. Maria, Trindade e Avenida.
Comedia em 5 actos,
Famlia Benoiton
Gymnasio.
Opereta em 3 actos e 4
Fausto o petiz
quadros, traduco de Aristides Abranches,
musica de Herv, representada no theatro
da Trindade em 1870. Reprise no theatro
Avenida em igoS.
Feio no corpo bonito na alna
Comedia
Romano, representada no theatro da Rua dos Condes
em um
em
no Gymnasio
Fidalgo
no
mesmo
theatro,
e nas Variedades.
pobre
Comedia
drama em
Drama em
Fidalgos da Casa Mourisca
actos, extrahido do romance de Jlio Diniz por Carlos Borges, representado no theatro de D. Maria em varias epochas, no Gymnasio e na Trindade.
Fidalguinho
Comedia em 3 actos, original de Ferreira de Mesquita, representada
no theatro do Gymnasio nos annos de 1870
e segumtes.
Opera cmica
Filha da Senhora Angot
em 3 actos, traduco de Francisco Palha,
musica de Lecocq, representada no theatro
da Trindade no anno de 1875 e seguintes.
Reprise no theatro Avenida.
Filha do Ar
Magica em ? actos, traduco de Joaquim Augusto d'01iveira, representada nos theatros do Gymnasio, Rua dos
Condes e Principc Real.
Filha do Inferno
Pea phantastica em 4
actos, traduco de Eduardo Garrido, representada no theatro da Trindade em 187Q e
annos seguintes. Reprise no theatro Avenida
5
em
1Q02.
Filha
do Mar
Drama
martimo
em
no
Filhos
em 4
2oS
dos Trabalhos
Comedia-drama
Cezar de Lacerdtl,
representada no theatro do Gymnasio em
i858 e annos seguintes. Reprise na Rua dos
Condes.
Fortuna e trabalho
Drama em 5 actos,
original de Ernesto Biester, representado no
theatro de D. Maria em i863 e annos seactos, original de
guintes,
Fossilismo e
actos, original
Revista em 3
Progresso
de Manoel Roussado, repre-
em
i85o.
Graa de Deos
Drama
em
actos, tra-
tros.
Zarzuela de costumes
acto e 4 quadros, imitao de Francisco Jacobetty, musica de Chueca e Valverde, representada no theatro do Rato em
1884. T^prises nos theatros da Avenida e
Grande Avenida
em um
DO THEATRO PORTIJGUEZ
200
Am-
iqoS.
Homens de mrmore
Drama em 5 actos,
Mendes Leal, re-
Comedia em 2
Hotel luzo-brazileiro
actos, traduco de Leopoldo de Carvalho,
representada no theatro do Gymnasio em
varias epochas.
Huguenottes -1- Comedia em 2 actos, traduco de Leopoldo de Carvalho, representada no theatro do Gymnasio em varias epochas.
Tragedia em 5 actos de
Ignez de Castro
Nicolau Luiz, representada no theatro do
Bairro Alto em 1782. Reprises em diversos
theatros.
Incendirios
Drama
em
actos, tradu-
Lou
Bairro Alto
em
1736.
Ladres de Lisboa
Pea
popular
em
rias
epochas,
DIGCIONARIO
Mol
Drama em 5 actos, de
Lucrcia Borgia
Victor Hugo, traduco, representado no
thcatro D. Maria em 1874.
Madrinha de Charley - Comedia em 3
actos, traduco de Carlos de Moura Cabral,
representada no theatro do Gymnasio em
varias epochas.
Madrugada
Comedia
verso, original de
em
5 actos,
em
do Gymnasio.
Comedia em 2 actos,
Mantilha de renda
em verso, original de Fernando Caldeira,
representada no theatro de D. Maria em
varias epochas e no de D. Amlia.
Drama em 5 actos,
Maria Antonietta
de Giacometti, traduco de Ernesto Biester, representado no theatro de D. Maria,
onde teve varias reprises e nos da Rua dos
Condes, D. Amlia e Prncipe Real.
Mariquinhas a leiteira Comedia em um
acto, original de Aristides Abranches, representada no theatro do Gymnasio em vatro
rias
epochas.
Marquez
Opera
cmica
em um
acto,
original de Paulo Midosi, musica do maestro Miro, representada no theatro do Gymnasio, em 1848 e annos seguintes.
Comedia em
Marquez de la Seiglire
4 actos, traduco de Luiz Augusto Palmei-
Drama em 5 actos,
Marquez de Pombal
original de Cezar Perini de Luca, representado no theatro do Salitre em 1841. Rcprises nos theatros das Variedades e Rua dos
Condes.
Marquez de Villemer
Comedia
em 4
D. Amlia.
Martim de Freitas
em
Drama
em
5 actos,
Soo
Comeda-drama em
honra
de Jos Carlos dos Santos, representada no theatro das Variedades
em 1861 e annos seguintes. Reprise fio theatro do Principe Real.
Mocidade
2 actos, traduco
Comedia em 3 actos,
Moos e velhos
traduco de Rangei de Lima, representada
no theatro do Gymnasio em varias epochas.
Reprises em muitos theatros.
Opera cmica em 3
Moira de Silves
actos, original de Lorj Tavares, musica de
Guerreiro da Costa, representada no theatro da Trindade em 1891.
Opera cmica em 3
Moleiro d'Alcal
actos, e.Ktrahida do romance de Alarcon, O
DO THEATRO P0RTUGUE2
3o 1
Pob
em
Drama
em
5 ac-
tos, original de Pmheiro Chagas, representada no theatro de D. Maria em 1869. Reprises quasi todos os annos em diversos
theatros.
Morgado de Fafe
Comedia em 2 actos,
O que
'T^e-
de Francisco da Costa
Braga, representada no theatro da Rua dos
Condes em 1854 e annos seguintes. Reprises
nos theatros das Variedades e Principe
2 actos, original
Real.
Revista em 3 actos,
Ou vae ou racha
original de Celestino da Silva, representada
no theatro da Rua dos Condes em 1908.
Comedia em 5 actos, traPai da actriz
Drama em
7 quadros,
epochas.
Drama
Naufrgio da fragata ''Medusa>
maritimo em 5 actos, traduco de Joaquim
Augusto d'01iveira, representado nos theatros do Gymnasio, Rua dos Condes e Principe Real, em varias epochas.
Vaudevillc em 3 actos, de MilNiniche
laud & Hennequin, traduco de Sousa Bastos, musica de F. Alvarenga, representado
no theatro do Principe Real em 1880 e 1881.
Depois com musica de Boullard em quasi
todos os theatros em varias epochas.
Noite de Santo Antnio na Praa da FigueiraPea de costumes populares, em 3
actos, original de Joaquim da Costa Cascaes,
representada no theatro de D.Maria nos annos de 1846 e seguintes.
Opera burlesca em 3 actos,
Noite e dia
traduo de Eduardo Garrido e Cardoso
Leoni, representada no theatro da Trindade
em 1882. Varias reprises no mesmo theatro
e nos da Avenida e D. Amlia.
Comedia em 3 actos,
Noivas do Eneas
original de Gervsio Lobato, representada
no theatro do Gymnasio em varias epochas.
Tragedia em 5 actos, em
Nova Castro
verso, original de Joo Baptista Gomes Jnior, representada no theatro da Rua dos
Condes em 1793. Varias reprises em diver-
sos theatros.
1907 e 1908.
Drama em 3 actos, origidio de raa
nal de Francisco Gomes de Amorim, representado no theatro de D. Maria em 1854.
Varias reprises em diversas epochas.
Comedia em um
pio e Champagne
acto, traduco de Joaquim Augusto de
Oliveira, representada no theatro da Rua
Paralytico Drama
e Principe Real.
em
5 actos,
traduzido
Fara em um acto,
Parteira anatmica
Antnio Xavier Ferreira d'Azevedo, representada no theatro da Rua dos
Condes em 1804 e annos seguintes. Reprise
no theatro da Trindade em 1898.
original de
Pedro
Drama
em
actos, original de
Pra de Satanaz
Magica
em
actos,
Condes
e Avenida.
Comedia em 3 actos,
Peraltas e Scias
original de Marcellino Mesquita, representada no theatro de D. Maria desde 1890.
Comedia em um acto,
Perdo d'acto
original de Affonso de Lima, representada
innumeras vezes desde i85i nos treatros da
Rua dos Condes, D. Fernando e Varieda-
des.
Drama em 5 actos,
Piratas da Savana
traduco de Jos Carlos dos Santos, representado no theatro das Variedades em 182.
Teve reprises no mesmo theatro, e nos da
Rua dos Condes e Principe Real.
Drama em 3 actos,
Pobre das runas
original de Jos da Silva Mendes Leal, re-'
DICGIONARIO
em
envergonhada- Drama
Pobreza
em
Comedia em
um
triz
Comedia em
um
acto, ori-
e seguintes.
Revista
em
3 actos, ori-
Drama em
actos,
Opereta em um acto,
Procopio Baeta
traduco de Paulo Midosi, musica de J. Offenbach, representada no theatro da Trin-
Regente
Reino da Bolha
ginal de
1845.
Por
3c
5 actos, original
de
theatro.
Senhor Joo
dio
em um
em
i863 e seguintes.
Opera cmica em
Sinos de Corneville
actos e 4 quadros, de Clairville e Gabet,
traduzida por Eduardo Garrido, musica de
3
Um
DO THEATRO PORTUGUEZ
3o3
Roberto Planquette, representada no theatro da Trindade em 1877. Reprises no mesmo theatro e no da Avenida.
Sociedade onde a gente se aborrece
Comedia em
nida.
Solteires
Comedia em 5 acto.s, de Victorien Sardou, traduco de Latino Coelho,
representada no theatro do Principe Real
em 1S67. Varias reprises no theatro de D.
IVlaria.
Sua Excellencia
Comedia em 3 actos,
original de Gervsio Lobato, representada
no theatro do Gymnasio em varias epochas.
em
e
Trindade
5 actos, tra-
em
theatro.
Comedia
Augusto da
em
Silva
annos seguintes.
Ultimo Figurino - Zarzuela em um acto,
traducSo de Francisco Palha, representada no theatro da Trindade em ibSo e annos
seguintes.
Uma
original
DiCCIONARI
Int
sio.
em
5o4
i85.
Muitas reprises
tros.
em
di verses thea-
Opereta
Vinte e oito dias de Clarinha
4 actos, de H. Raymond & A. Mars, traduco de Gervsio Lobato e Accacio Antunes, musica de Victor Roger, representada
no theatro da Trindade em 1894. 'Rfprises
no mesmo theatro, no Prncipe Real, Real
Colyseo e Avenida.
Vivandeira do 16 de linha - Drama em
5 actos, traduco de Salvador Marques, representado no theatro da Rua dos Condes
em 1877 e annos seguintes.
Pea de
Volta ao mundo em 80 dias
grande espectculo em 6 actos, traduco de
Eduardo Garrido, representada no theatro
da Trindade em i883. Varias reprises no
em
mesmo
theatro.
em
varias epochas.
NOTA
Para
peas)
Csar de Lacerda
fq peas)
Jos da Silva Mendes Leal
(\) peas)
Ernesto Biester
(g peas)
Francisco Palha
(7 peas)
Antnio Jos, o Judeu
(7 peas)
Aristides Abranches
(-] peas)
Accio Antunes
(6 peas)
Eduardo Schwalbach {5 peas)
Almeida Garrett
(5 peas)
D. Joo da Gamara
(5 peas)
peas)
Jos Romano
Jos Garlos dos Santos (5 peas)
Silva Pessoa
(4 peas)
Paulo Midosi
(4 peas)
Henrique Lopes de Mendona
(3 peas)
Joaquim da Costa Cascaes
(3 peas)
Augusto Garraio
(3 peas)
Visconde de Castilho
(3 peas)
Salvador Marques
(3 peas)
Manoel Roussado
(3 peas)
Rangel de Lima
(3 peas)
Marcellino de Mesquita
(3 peas)
Carlos de Moura Cabral
(3 peas)
Leopoldo de Carvalho
(3 peas)
Ferreira de Mesquita
(3 peas)
rett.
Palha.
Fr. Luiz de Sousa, de Almeida Garrett.
Gabriel e Lusbel (Santo Antnio j, de Braz
Martii/s.
Augusto
d'01iveira.
Eduardo Garrido.
Intrigas no bairro, de Luiz de Arajo.
3o5
DO THEATRO PORTCGUZ
Morgadinha de
2at
gas.
Romano.
bosa Jnior.
IO
THEATROS
E
THEATROS
E
libretos.,<\nQ%\
todos os artistas que tinham estado na .c<7demia da Trindade. Esta merece meno
especial por ter sido o primeiro templo da
arte lyrica, onde o publico tinha ingresso.
Este estabeleGafe Concerto (Lisboa).
cimento foi fundado por uma empreza de
accionistas, no largo da Abegoaria, onde
hoje est um estabelecimento de estofador.
O espectculo de inaugurao, em que se
estrelaram os canonetistas Aubigny, Merle, Norbert e Rossy, foi dado em beneficio
das familias das victimas da febre amarella,
qiie n'essa epocha devastava Lisboa. O es-
tabelecimento passou depois a denominarCasino Lisbonense. J>eram-se ali concertos, realisaram-se conferencias e era a casa
preferida para os bailes de mascaras, Tambm ali houve alguns espectculos com co*medias e operetas por amadores e artisr
se
tas.
N'um terreno
que existe no comeo da calada da Estrella, junto rua de S. Bento, medindo 85" de
comprimento e 18 na maior largura, pertencente a Jeronymo Jos Pereira, edificou
A. Vieira da Silva um barraco bem construdo e decente para espectculos animatographicos e folies Bergre. Passado tempo augmentou o palco para ser utilisado na
representao de outras peas, comeando
n'uma
DICCIONARIO
supporte de 6 metros de espessura. A admirvel cpula de ferro e vidro foi fabricada
por Hein Lehmann, em Berlim. O aspecto
3'
sio
em
menoir e uma espaosssima geral em toda a volta do circo. A bella decorao da sala trabalho
do' scenographo Eduardo
Machado a construco
metallica foi dirigida por
Castanheira das Neves,
As obras em geral foram
feitas, sob projecto de
GouUard por Manuel Garcia Jnior. O palco de
;
grandes dimenses e
presta-se a ser explorado
com
em
Geographia
a indem-
Companhia
dos Caminhos de Ferro
nisao que a
recita
de
inaugurao realisou-se
com a opera cmica Boccacio, cantada
por
uma
companhia italiana.
Grande Casino de Paris (Lisboa).
Na Avenida da Liberdade, na propriedade em que existiu por alguns annos a
Empreza
do mundo
Elisi,
Cafarelli,
n'aquella
director
DO THEATRO PORTUGUEZ
3ii
era o celebre David Perez. Na opera Alessandra neirindie, letra de Metastasio, entrava um esquadro de cavallaria; a phalange macedonica era representada por 400
homens. Havia uma grande marcha para
manejar em scena o cavallo de Alexandre,
o celebre Bucephalo. Para nada faltar ao
luxo de tal theatro, at havia gravadores
celebres para illustrar os hbrettos das operas, que eram distribuidos aos espectadores.
Sete mezes depois de concluida esta monumental obra, que no tinha rival em todo o
mundo, um terrvel incndio e o terramoto
a reduziram a um monto de ruinas.
Na Rua Nova da
Paraizo de Lisboa.
Palma, nos terrenos juntos ao Keal Colyseu,
inaugurou-se por conta de uma sociedade,
de que. so principaes gerentes Pires Marinho e Augusto Soares, um estabelecimento
de diverses, em 1907. Alm de patinagem,
glissagem, animatographo e outros divertimentos, havia um theatro com um pequeno
palco, em que se exhibiam canonetistas.
Agora, tomando a empreza D. Jos Saraga,
foi accrescentado o palco e preparado para
se representarem peas de espectculo.
E' este o
Pateo da Bitesga (Lisboa).
primeiro pateo de comedias, de que ha noticia em Portugal. No se sabe a data exacta em que comeou a funccionar; sabe-se
apenas que existia em iSgi, porque a 6 de
julho d'esse anno comeou o emprezario
Ferno Dias Latome a pagar a parte que
dos espectculos pertencia ao Hospital de
Todos os Santos, pelo privilegio que este
tinha de auctorisar esses espectculos. Diversos investigadores contradizem-se sobre
ser o Taleo da Bitesga o mesmo que depois se chamou Pateo da Mouraria ou
Theatro da Mouraria. Querem uns que no,
porque a rua da Bitesga era a mesma que
hoje existe e a Mouraria comeava mais
alm; mas aflirmam outros com razo que
no era crivei que n*aquella epocha existissem dois theatros to prximos um do
outro. Nunca se encontraram referencias
aos dois na mesma epocha. Em que sitio
da rua da Bitesga era o pateo, ou theatro,
nunca se poude apurar.
Pateo das Fangas da Farinha (Lisboa).
Existiu no local em que hoje o tribunal
da Boa Hora e antes foi convento de frades
da Ordem de Santo Agostinho, sob a invocao de Nossa Senhora da Boa Hora. Foi
fundado por D. Joo Hirano e Luiz de
Castro, no anno de 1619, por occasio das
festas com que em Lisboa foi recebido o rei
D. Filippe III. D. Joo Hirano era sobrinho de Ferno Dias Latome, o fundador
dos pateos da Bitesga e da Rua das Arcas;
Luiz de Castro era senhor da Casa de Barbacena e possuia um palcio nas Fangas
da Farinha, no qual se fabricou o pateo.
Durou muito pouco e com vida tormentosa
Em
DICCIONARIO
menos, onde hoje est o segundo quarteiro da rua Augusta. At 1703 esteve o theatro arrendado a Manuel Rodrigues da Costa,
que mandava vir as companhias por sua
conta.
1704 deram-se alguns bailes e
trabalhou a companhia de Domingos Laboana, que aqui morreu. Desde 1710 at
17.25 foi emprezario das companhias do Pateo das Arcas um tal Jos Ferrer. De 1726
3 1729 esteve uma companhia com os notveis artistas Francisco de Castro e Jos
Garcez. Estes artistas tinham percentagem
nos lucros e, para aquelle tempo, os fabulosos ordenados de 90^000 e 45>ooo ris.
Apesar d'isso, o theatro vinha em grande
decadncia, a ponto de ter o Hospital de
acabar com a explorao por causa dos prejuizos. Esteve o Pateo das Arcas fechado
Em
JI2
sem
coisa
alguma.
No local
Recreios Whittoyne (Lisboa)
onde hoje existe o Avenida-Palace, o palcio do Marquez da Foz e a gare do caminho de ferro, inaugurouse, a 6 de novembro de 1875, o estabelecimento, que, por
meio de aces, tmha sido creado pelo celebre clwn Henry Whittoyne. Tinha um circo, theatro, caf, restaurant, casa de jogos
diversos, alamedas illuminadas, etc. Ali se
construiu depois o Grande Colyseu, que foi
inaugurado a 27 de maio de 1882. A inaugurao foi feita pelo Real Gymnasio Club
Portiiguez, que realisou um sarau gymnastico-equestre, a beneficio dos Albergues Nocturnos. Era um explendido theairo-circo,
onde
at
viuvo,
uma
ali
DO THEATRO PORTUGUEZ
3i3
quando
existia
elle
foi
nomeado
director.
se para o Palmeirim No necessrio salo para as festas; ha para ellas uma sala
caracteristica. A festa a que acabo de assistir, realisou-se dentro de uma flauta! Effectivamente o corredor tinha esse aspecto.
Foram em seguida ver o terreno e ficou assente que as obras comeassem. E comearam, tendo terminado em i88i.
moblia
foi adquirida e collocada no seu logar em
1886. Lustres e candieiros no os havia, nem
houve at que o actual inspector do Conservatrio, Eduardo Schwalbach, com auctorisao superior, cedeu gratuitamente o
salo, para concertos e ensaios, Real Aca:
tambm
ter
planta
dos pelo
fallecido
prprio tecto e no
em
applicaes, fo-
sustentam
a galeria foi
executada por
artis-
nellas.
Sampaio, ap terminar a
festa, dis-
salo
do Conservatrio de Lisboa
hlan, pela
alumna
Isolina
Roque. Kond em
maior, de Hummel, por Silva Brito. Sonatina em Sol maior, de Beethoven, por E.
Duarte de Oliveira. Variaes sobre um thema de Paisiello, de Beethoven. por M. Antnia Sampaio. Sonata em Si-bemol, de Gle
menti, para dois pianos, por Augusta Sam-
DICCIONARIO
paio e Innocencia Grillo. Impromptu em
Sol maior^ de Schubert, por Augusta Sampaio. Thema e variaes, de Schubert, por
Christina Mouchet. Marcha turca, de Mozart, com trs pianos, a doze mos, por Izabel Palmeirim, Jlia Reis, Philomena Leone,
M. Sant'Anna Pacheco e Estrella Carneiro.
2.' parte
(pelos alumnos do Curso
Complementar)
Improvisata sobre uma
Gavota Gluk, de Reineeke, por Rosa Rego
e Marcos Garin. Fantasia, de Mendelsohn,
por M. Lobo Pimentel. Solo de Kullak por
A. Ayque d'Almeida. Andante, de Grieg e
Ma^urka, de Chopin, peia mesma alumna
Solo, de Henset, e Melodia hngara, de
Listz, por Rosa Rego. Estudo de Rubinstein e Rapsdia hngara, de Listz, por Marcos Garin. Polonaise em l maior, de Chopin, para dpis pianos a oito mos, por Elisa
Torrie, Innocencia Rebello, Lobo Pimentel
e Rosa Rego. A 28 de abril de 1894, estando
na direco interina do conservatrio Augusto Machado, rcalisou-se ali um concerto,
a que assistiram o Rei e a Rainha. O programma foi o seguinte: i.* parte Abertura Melusine, de MendelssobUi^pcla orchestra. Polonaise, de Chopin, piano, pelo
alumno Marcos Garin. Quartetto, de Goltremann, violoncellos, pelos alumnos Maria
Lopes Monteiro, Izaura Teixeira de
Mello, Jos Joaquim Correia e Jos Henrique dos Santos. Ave\aria, de Marchetti,
coro pelas alumnas. Tsych, de Ambroise
2.'^ parte
Thomas. coro pelas alumnas.
Galante aventure, de Guiraud, intermezzo
pela orchestra. Septuor, de Hummel, por
Jos Vieira, Alagarim, Arroyo, Innocencio
Pereira, Del-Negro, Cunha e Silva e Freitas
Gazul. AUeluia da opera Cid. de Massenet,
pela alumna Mary Wahnon. Ave-oMaria, da
opera Othello, de Verdi, pela mesma alumna. Homenagem a Cames, de Cossoul,
marcha pela orchestra. Esta orchestra que foi
formada por alumnos e ex-alumnos do conservatrio, reforada por um ncleo de ar
tistas
zul,
como
14
de
foi
do Amaral.
Theatro ffonso Sanches fVilla do ConE' propriedade de uma empreza, que
de)
o comeou a construir em 18 de maro de
1899, dirigindo os trabalhos Romo da Rocha e Joo do Nascimento Baptista da Silva. Foi inaugurado em 4 de julho de 1900
com as comedias Os Huguenottes e Taris
em Lisboa, desempenhadas pela companhia
do theatro Carlos Alberto, do Porto. Pos-
sue este theatro as seguintes vistas: sala ricasa pobre, gabinetes, sala d'armas, salo nobre, bosque, praa, mar, rio, jardim e
muitas outras. Conforme os preos estabelecidos, o rendimento d'este theatro vae de
tSo^ooo a 28o>ooo ris. A despeza em cada recita de 20 a 22>ooo ris, fora a orchestra. Tem 8'frizas if> camarotes, 19 lo^
gares de balco de i.' classe, 46 de 2.*, 270
ca,
i5>ooo ris.
Comeou
a ser edificado
em
1890, dirigin-
DO THEATRO PORTUGUEZ
3i5
theatral,
em
edificado
nario.
a
1874.
Tem
no palcio
Foi
cons-
real e inaugurado,
com
despeza
em cada
recita de
8)5oo
ris,
Cames.
em 6 deljaneiro de 1S40 com o drama Pedro o Grande ou a Escrava de Mariemburgo, representado por um grupo de amadores, dos quaes hoje s existe o sr. Frdncisco
Elyseu Ribeiro. IS'essa epocha foram ali representadas as mais afamadas peas, entre
as quaes: O Captivp de Fcj, Os Dois Rene--
DICCIONARIO
fados, Anjo Maria, Magdalena,
'heatro lcobacense
etc.
construdo pelo
mestre de obras das Caldas da Rainha. Francisco Marceneiro, no refeitrio do Convento, cedido para esse fim pela Camar Municipal. Tem soffrido varias reformas, sendo
ao presente muito elegante no seu interior.
Com respeito a scenario, possue este theatro 5 gabinetes modernos, praa, bosque,
jardins, etc. Tem 40 camarotes em duas
ordens, na maior parte propriedade dos accionistas, que pagam a importncia estabelecida p^os arrendatrios, tendo apenas a
vantagem da preferencia. Ha duas frizas para a Direco da Sociedade e para a auctoridade. Tem a plateia 176 logares. Por cima
dos camarotes ha uma galeria corrida, cuja
entrada s permittida a pessoas do sexo
feminino, comportando 120 logares. O rendimento do theatro pelos preos usuaes
de loo^ooo ris. A despeza era cada recita
foi
varia entre i5!)ooo e i85>ooo ris, incluindo o aluguer do theatro, que de biji>ooo
ris por espectculo. J em recitas de caridade tem chegado a render 5ooooo ris.
A illuminao actualmente feita com luz
elctrica, muito bem distribuida e com bastante fora.
panno de boca do theatro foi
pintado pelo scenographo Barros. J ali teem
representado boas companhias, de que faziam parte artistas distmctos, como: Braz
Martins, Antnio Mendes Leal, Gil pae, Luiza Fialho, Taborda, Izidoro, Queiroz, Anna
Pereira, Amlia Barros, Josepha d'01iveira,
Delmira Mendes, Augusto, Portugal, Firmino, Leoni, Valle, Beatriz, Taveira. Thereza
Ao, Dores Ao, Jlio Soller. Pires, Soares,
Adelina Abranches, Cardoso, Carlos d'01iveira, Adelaide Coutinho, Pato Moniz, Joo
Gil. Lucinda do Carmo, Telmo, Roque, etc.
Tambm por vezes ali teem estado companhias de zarzuela, prestidigitadores e animatographos. Pelo carnaval o theatro alugado para bailes de mascaras. Alcobaa uma
terra verdadeiramente apreciadora de theatro, e por isso, em beneficio de instituies
de caridade, ali se organizam grupos de
amadores, que do excellentes recitas. Ha
uma boa orchestra e duas phylarmonicas.
Todos os annos se realiza uma recita exextraordinaria a favor do hospital da Misericrdia, promovida pelo sr. Augusto Rodolpho Jorge, que d exhuberantes provas
do seu fino gosto artistico, como scenographo, decorador, aderecista, director de scena, auctor dramtico e compositor musical.
A este cavalheiro deve o theatro lcobacense. todos CS seus melhoramentos, de ha vinte annos at ao presente. A actual direco
composta dos srs. Augusto Rodolpho Jorge, presidente, Joaquim
Jacobetty Rosa,
secretario, e Jos Henriques Villa Nova, thesoureiro. Entre o grupo de amadores, que
os.ha magnificos, destaca-se o sr. Joaquim
3ifi
um
primoroso
im^/r,
excellente galan cmico e dramtico. O actual director, o sr. Jos Henriques Villa Nova, um cavalheiro inteligentissimo, nm fino espirito, investigador de coisas de theatro, ao qual dedica todas as suas horas vagas. Muito lhe deve o theatro lcobacense
e ainda mais lhe deveria a arte dramtica,
se os seus bons e importantssimos servios
e as suas excellentes intenes podessem
ser aproveitados n'outro meio com outros
ideaes artsticos.
Theatro da Alegria (Lisboa) N'um terreno da rua Nova da Alegria existiram dois
theatros com esta denominao. O primeiro
era propriamente um theatro-barraca, feito
por iniciativa do escriptor Jacobetty. Pouco tempo durou, apezar de ter tido concorrncia com uma parodia Mam'^elle Nitouche e com a opereta O theatro por dentro
imitada da zarzuela Coro de sefioras. O segundo theatro da Alegria fo construdo de
madeira e ferro por iniciativa dos srs. Barata e Castanheira. Representou-se ali a revista de Baptista Machado,
e AR, e a
pea patritica de Campos Jnior A Torpeja. Tambm este segundo theatro da Ale-
FF
DO THAtRO PORTUGUEZ
3.7
Theatro Anadia
Pertence a uma sociedade dramtica. Comeou a construir-se em
Abril de 1878, sendo a planta elaborada pelo
em
sentando
gusto Cabral de Mello e outra de Joo Marcellino de Mesquita. Possue este theatro o
scenario indispensvel para funccionar. Pelos preos regulares rende em cada espectculo 25o^ooo ris, moeda insulana; mas
os preos so por vezes augmentados com
25 a 3o %. A despeza de 3ovooo ris
aproximadamente, na mesma moeda, incluindo aluguer do theatro, illuminao, musica, etc. Teem 45 camarotes em 3 ordens, 63
cadeiras, i52 Iogares de platea e 120 de galeria. Tem alli representado todas as companhias que visitam os Aores, entre as
quaes: uma lyrica, as dos theatros de D.
Amlia, Gymnasio, Principe Real e Sousa
Bastos, de Lisboa, algumas do Porto, varias
de zarzuela, etc. Muitos dos nossos principaes artistas alli teem trabalhado, e entre
elles: Taborda, Emilia Adelaide, Ribeiro,
Lucinda Simes, Palmyra Bastos, Alfredo
Carvalho, etc. Antes d'este theatro, existiram: Theatro da Philarmonica, Theatro 4
d^oAbril, outro Theatro Qngrense, etc.
Theatro ApoUo [Castro SMarim)
Pertence a uma sociedade. Representara alli
ordinariamente amadores, tendo tambm j
dado alguns espectculos pequenas companhias d'artistas. Dispe de quatro vistas: salrica, sala pobre, praa e bosque. O rendia
mento total de 25^000 ris, e a despeza
em cada recita de 5!^ooo ris. No tem camarotes; mas 170 Iogares de platea, 80 de
primeira classe e 90 de segunda. Aluga-se
as companhias por 20
da receita, livre
de todas as despezas.
Theatro ApoUo (LisboaJ
A' custa de
quatro scios edificou-se este theatro na rua
do Alvito, em Alcntara, inaugurando- se a
3i de Dezembro de 1896, com um drama
WCIONARl
martimo, desempenhado por uma companhia modestissima. Passou a novo proprietrio, que o reabriu a 17 de Outubro de
1897, chamando-se ento Theatro de 'Variedades. Fechou pouco depois para nunca
mais abrir.
E' ambulante e
Theatro em ArrayoUos
arma-se n'algum celieiro, principalmente no
do sr. Manoel Maria Godinho, que comporta Soo pessoas. S alli teem representado
am.idores. O theatro cedido gratuitamente.
Theatro Arrudense (Arruda dos 'Vinhos)
Pertence a uma sociedade, dirigida pelo
distincto amador da Arte e em especial do
theatro, Antnio Bernardo de Miranda, que
tem sido a alma da sociedade ao ponto de
at ser o scenographo d'esse theatrinho. Foi
construido a expensas de um grupo de subscriptores e com o producto de um bazar,
n'uni cazaro conhecido pelo Pao, que
sofreu grandes melhoramentos. No tem
camarotes; mas 60 cadeiras, 60 logares de
superior e 80 de geral em archibancada. O
palco bastante fundo, tendo 6 camarins.
Com respeito a scenario, tem: duas salas fechai-las, armando em diversos tamanhos, salo nobre, rua, jardim, etc. Comeou a ser
edificado ainda sobre desenho e projecto
do sr. Miranda e com a sua direco, em
abril de 1901. A recita de inaugurao realisou-se a 18 de Agosto do mesmo anno com
a comedia Receita dos Lacedemonios por
amadores e pela actriz Emilia Romo. Este
grupo de amadores tem realisado innumeras recitas com dramas, comedias e operetas. Alm d'este grupo de amadores locaes,
outros de amadores e artistas alli teem representado. O preo do alugur de 20 0/0 da
receita bruta; as despezas so limitadas.
Theatro da Associao de Benificencia
Pertence
Jos Pedro de Ges (Alvito)
Tem
bastante scenario executado pelo distincto pintor Francisco Luiz Alves. A rceita
varia conforme a importncia dos espectculos e egualmente varia a despeza. No tem
camarotes; a sala comporta 5oo logares.
InaugurouTheatro Aveirense (Aveiroj
se a 6 de Maro de i88i. E' situado na praa municipal de Aveiro, junto ao Lyceu e
em frente da estatua de Jos Estevo. O
terreno foi comprado pela Camar com o
producto da venda de uma casa na rua dos
Mercadores, que Jos Estevo alcanara do
Estado para a edificao do theatro. A primeira pedra foi lanada em 1857. N'essa occasio as obras no passaram dos alicerces.
Em 1869 organisou-se uma sociedade ano;
5i8
nyma de
limitada, que
Camar, comeou as
acabou a edificao em
responsabilidade
comprou o terreno
obral
em
1875 e
theatro est
Rende approximadamente
gio.
nome.
dinheiro.
dos promotores da edificao, que em breve a passaram exclusivamente ao scio Ernesto Desforges. Em Maio d'esse anno (1888)
foi o theatro alugado ao emprezario Alves
Rente, que para alli trouxe a companhia do
Prncipe Real, do Porto. Em seguida Sousa
Bastos tomou o theatro por dois mezes para
o explorar durante a Exposio Industrial
da Avenida. Seguiu-se um tal Drummond,
que alli teve companhias francezas, hespanholas e portuguezas. Teem explorado o
theatro depois as emprezas de Cyriaco de
Cardoso, Edmundo Cordeiro, Cinira Polnio, Barata, Salvador Marques, Taveira, Pepa, Sousa Bastos, Jos Ricardo, D. Jos Saraga e ultimamente Luiz Galhardo,
DO THEATRO PORTUGUEZ
'9
Pertence a um
Theatro Avizense (Avij)
grupo de accionistas, de que presidente
Augusto de Mesquita. O theatro, que se
acha installado no edifcio do palcio do antigo Prior-mr da Ordem de S. Bento d'Aviz,
no local onde eram o refeitrio e a cozinha
dos Frades da Ordem, comeou a construirse em 1888,
sendo a obra dirigida pelo
re-
no numeraAinda n'este
theatro no representoucomral
numerada
da e
galeria.
ra a historia do theatro em
Portugal, foi situado no fim
da rua da Rosa, no pat o
do Conde de Soure. Existiu quasi durante todo o
sculo
xviii
teve epo-
Em
blCGIONARIO
que se paga hoje! As creanas que entra-
320
S. Roque a companhia que se tinha ido juntar do Salitre, reforada com alguns acto-
a fara
Corcunda por amor,, tambm escripta por Garrett. Esteve por bastante tempo
o novo Theatro do Bairro Alto sem compaHhia efectiva, indo alli dar algumas recitas
sociedades de curiosos, at que, a 4 de Janeiro de 1823, se estrelou a companhia franceza de Mr. Jourdain, que estivera dois annos no Salitre. Foi n'este theatro, a 8, 9, 10
e 1 1 de Fevereiro de 1823 que se deram os
primeiros bailes de mascaras pblicos em
Lisboa. O preo da entrada era de 960 ris,
ou dois pintos na moeda de ento, 4!>8oo
ris, ou uma moeda, os camarotes com quatro senhas, A companhia franceza alli se
dissolveu, vendo- se obrigada a passar quatro
benefcios para obter os meios de se retirar.
Pouco durou e m sorte teve este theatro,
apenas digno de meno por n'elle ter subido scena a tragedia de Garrett, acima
apontada. Apesar de pequeno, o novo Theatro do Bairro Alto tinha 24 camarotes, divididos em duas ordens e uma galeria por
cima. Havia platea superior e geral. O palco
era pequeno, mas como para o lado da calcada do Duque tinha um andar por baixo,
deram-se alli alguns espectculos com muito
machinismo e tramias.
Este theatro
Theatro Baquet fPortoJ
foi mandado construir pelo alfayate francez
Antnio Pereira Baquet, que tinha o seu estabelecimento no Porto, rua de Santo Antnio, ao lado do local em que foi edificado
o theatro. Tinha 68 camarotes em trs ordens, duas frizas de bocca, plata e varandas. As obras do Theatro Baquet comearam no dia 22 de fevereiro de i85, e com
tal rapidez, que no dia i3 de fevereiro de
1859, por occasio do carnaval, se inaugurou o theatro com um baile de mascaras.
Porm a inaugurao solemne, depois de
concludas todas as obras de ornamentao,
realisou-se em 16 de julho de 1859, representando a companhia do theatro do Gymnasio, de Lisboa, a comedia em 3 actos, Segredo diurna famlia, original do actor Jos
DO THEATRO PORTUGUEZ
321
um panno
Um
mal
que regia
Da companhia
E]
Theatro Barranquense (Barrancos)
propriedade de Jos Jeronymo Vasques. Foi
edificado em igoS, dirigindo a obra Daniel
Romero. Foi inaugurado no carnaval de
1906 com as comedias Dois teimosos e Dois
estrinas e uma parte de concerto, tudo desempenhado por amadores. Tem pouco scenario. Rende apenas 18000 ris e tem a
despeza de 41000 ris, incluindo o aluguer.
No tem camarotes; mas 12 cadeiras e 5o
logares de geral. J ali representaram duas
pequenas companhias. Quando fosse este
1
21
DICGIONARIO
theatro occupado por companhia importante os preos poderiam ser elevados pela
seguinte forma: cadeiras a 5oo ris e geral
a 200 ris, o que daria o rendimento de ris
66>ooo. O preo do aluguer de 10 por
cento da receita.
Theatro do Barreiro
theatrinho
Um
322
Bocage (Setbal)
Theatro
Deixou
de
existir
que
ao commerciante e proprietrio
Antnio Duarte dos Reis e outro da Sociedade Recreio Musical de Bellas. So ambos
pequenos, tendo apenas platas, em que
podem comportar approximadamente dutencente
mandou
mou 4
DO THEATRO PORTUGUEZ
323
perior, 100 de galeria e ainda fauteuils supplementares. J ali teem representado mui-
comedias: A vmlher-homem e A hospedaria do tio Anastcio, representadas por amadores. Possue muito pouco scenario. Tem
o rendimento de S^ooo ris, realizado em
216 cadeiras e 100 logares de galeria. No
sitio
nem se empresta.
Theatro Bombeiros Voluntrios (GuardaJ
Pertence associao d'essa corporao.
Comeou a ser construdo em 1882, dirigindo a obra o engenheiro Francisco da
se aluga
bruta.
em
que
verso.
foi
queira.
nhia
10
cada
% da receita bruta.
gana.
Comeou
a ser edificado
em
1891,
DIGCIONARIO
dirigindo a obra a direco da mesma associao. Foi inaugurado em 1892 com a pea
Me dos escravos, representada por amadores.
theatro possue vistas de aldeia, pra-
a^gst^EBaiaWHIWMHMW^MW^WBIW
ljIp^i^^
gia.
tendo de despeza 2o)000 ris. Tem 3o camarotes em duas ordens, 4 frizas, 82 Jogares de platea e 38 de galeria. J alli representaram diversas companhias, entre ellas
as dirigidas pelos actores Oliveira, lvaro
Cabral, Jordano, etc.
companhias por
theatro aluga-se s
em cada espe-
8ii>ooo ris
gios.
nhos.
324
reedificado,
DO THEATRO PORTUGUEZ
325
no edifica, no que se pensa, o sr. Joo Joaquim Branco, ha mais de dez annos, empresta uma sala que possue com 16 metros de
comprimento, 8 metros de largura 664 metros de altura, para se armar o palco e servir de theatro aos amadores e a pequenas
companhias que alli vo.
Theatro Chalet (Lisboa)
Depois de demolido o velho theatro da Rua dos Condes,
foi armado no mesmo local um theatro barraca, que veio de um quintal ao Salitre, e
que se denominou Theatro Chalet da. Rua
dos Condes. O dono, Manoel Jos de Arajo, antigo actor e depois dono de um guar-
da-roupa,
alli
fez
existiu,
veira.
O conductor Jos Bonifcio Lopes. Foi inaugurado a 28 de Junho de 1896, com a comedia de Pinheiro Chagas, Lio cruel, desempenhada por artistas do theatro do Gymnasio, de Lisboa. O rendimento do theatro
pelos preos usuaes de iiSi&ooo ris e a
despeza de 12^000 reis em cada recita. Tem
17 camarotes na i.^ ordem, 14 na 2.^, 32
fauteuils, 71 cadeiras, 74 geraes e uma gale-
ria
Teem
j alli re-
espectculo.
que
Per-
dirigiu
comeo em Maro de
devendo
prin-
tnio Marques Teixeira. Comeou a ser edificado logo no principio do anno de 1886 pelo
engenheiro Sardinha, e foi inaugurado a 27 de
tino de Mattos. De scenario tem este theatro salas rica e pobre, praa e bosque. Rende approximadamente ioov5>ooo ris e a
despeza varia conforme a qualidade dos espectculos. Tem 17 camarotes de 1.'' ordem,
6 de 2.^, 200 cadeiras e 3oo logares de galeria.
aluguer do theatro custa 20
do
rendimento.
Theatro Circo Prncipe Real (Coimbra)
E' propriedade dos srs. Antnio Jacob Jnior, Moraes Silvano e Mendes d'Abreu.
Comeou
a ser edificado
em
1891, dirigindo
obra o engenheiro Hans Dickel. Foi inaugurado em 1893 pela companhia equestre
de Henrique Diaz. Tem este theatro muito
scenario, j pela dotao da casa, j pelo
que todos os annos se faz para as recitas do
5. anno jurdico, para varias revistas, etc.
Tem o rendimento de 5oo5booo ris e a despeza em cada recita varia entre 3oi!>ooo
ris e 40i!)ooo ris. Tem 28 camarotes em
uma s ordem, 8 frizas, 28 logares de balco,
a
DICCIONARIO
45o cadeiras e 45o legares de geral. Teetn
alli representado todas as companhias de
Lisboa e Porto, algumas de provncia e es-
tranjeiras.
326
nens,
em Outubro de 1879, sendo a obra dirigida pelo empregado superior das obras
publicas Domingos Jos Lopes de Barros Guimares. Foi inaugurado a i de
Janeiro de 1892 com o drama D. Antnio de
'Portugal, desempenhado pelo grupo de
amadores dos Bombeiros Voluntrios de
Villa Real e pela actriz Carlota Velloso. Este theatro pbssue o scenario indispensvel
DO THEATRO PORTUGUEZ
327
bosque. O seu rendimento por preos diminutos de 40!>ooo ris e a despeza em car
da recita de 3v'000 ris. Possue 96 logares
de platea, 74 de balco e 3o de galeria. O
theatro no se aluga a companhias, a no
ser que a direco as contracte.
Theatro do Ciub Azeitonense (Azeito)
Pertence a Francisco Bruno de Miranda, que
o arrendou a uma sociedade. O edifcio
mas em i883 trs grandes salas foram applicadas ao Club e theatro. As obras
antigo;
foram dirigidas pelos fundadores da socieO theatro foi inaugurado em 1884 por
amadores. Com respeito a scenario possue
duas vistas de sala, bosque e praa. O seu
rendimento de 70i!frooo ris e a despeza
approximadamente de i5l)0oo ris. S tem
dade.
platea
Theatro-Club de Alpedrinha
com
capital preciso
em
aces de
5{)000 ris.
alli
representa-
A Taborda,
Tem
200 logares. J
grande
que tomou parte na representao da comedia Os Mdicos. O aluguer
feito por i5 "/o da receita bruta. Este theatro foi construdo para, com o producto das
recitas e aluguer, custear as despezas da
instruco primaria da freguezia, mobilar
ram aleuns
aulas, tc.
es de 2S>ooo,
tomadas
Azeito.
Pertence
nome. Comeou
a ser edificado
em Maro
DICCIONARIO
sue
uma
de bosque e duas de
vista
rendimento da
sala,
sala.
conforme os preos,
dade de todas
as
despezas e passagem de
gueir.
28
Quando
se realisou a construco
do Club
despeza de 9>ooo ris em cada reno tem camarotes, mas 240 logares de
plateia. Varias companhias portuguezas e de
zarzuela alli teem representado, e, entre os
nomes dos artistas que n'aquelle modesto
palco appareceram, figura o do grande Taborda. Este theatro aluga se com illuminao por 6)OOo ris em cada recita. No
propriamente um theatro; mas o salo de
baile do Club, que, tendo um palco prprio,
se transforma em plateia quando assim preris e a
cita;
ciso.
Theatro- Club de
Theatrc-Club Flgueiroense (Figueir dos Vinhos
S.
mandou
um
foi
DO THEATRO PORTUGUEZ
329
Tem
theatro
Soofeooo ris,
ris. Possue 12
DICCIONARIO
theatro de i20il>ooo ris e a despeza ris
25^000 em cada recita. Tem i3 camarotes
de I. ordem, i3 de 2., 8 frizas, 3o fauteuils,
80 Jogares de superior e 100 de geral. O
theatro aluga-se por B^&ooo ris em cada re-
33o
Olympia, Resgate e
Carlota.
"
cita.
em i acto.
diversas.
seu rendide 3o;>ooo ris e a despeza de
Possue
seis
mento
4J>5oo ris
vistas
em cada
recita.
No tem cama-
mas
Foi
cAlcal,
ville
e outras peas
peza
alli
tas,
ria
etc.
zas, i5
cadeiras,
acetilene.
DO THEATRO PORTUGUEZ
33i
1895
alli
Em
que poz em scena a revista Retalhos do Porto, o drama Dois Garotos e outras peas.
Ultimamente foi este theatro demolido, com
o que se no perdeu muito, pois que, por
mais obras que se fizeram, nunca passou de
barraca.
Este
Theatro de D. Fernando (Lisboa)
theatro que existiu no largo de S.'* Justa, no
local onde depois o Santos da loua, da rua
da Prata, edificou um prdio, em que de ha
muito est estabelecido o Hotel Pelicano,
foi mandado construir por uma associao
que delle foi emprezaria. O Theatro de D.
Fernando era mal construdo, de m apparencia e com uma sala defeituosa e mal ornamentada. Foi inaugurado a 29 de Outu-
das
de Villar Coelho,
Um annuncio
Noticias e a comedia
em
no Dirio de
acto, do actor
mCCIONARIO
Theatro D. Joo da Camar (Garvo)
332
i5o de geral. No tem camaroAluga-se a qualquer companhia mediante accordo prvio. Entre as muitas peas que os amadores alli teem representado
hgura o drama em 4 actos, yl Ca/wmir, original do scio Francisco Raphael Rodrigues.
Theatro D. Pedro da Cunha (Arganil)
E' propriedade de Antnio do Souto Gama,
superior e
tes.
um
vulgares rende
35>ooo.
bastante frequentado,
que se inaugurou a 22 de
tro,
commodidades. Esteve
na feira das Amoreiras e
passou depois para a de
Belm conservando-se por
alguns mezes no mesmo
local. Foi mandado construir por uma sociedade,
tas
Tem
que
galeria,
dirigiu a sua construco.
plateia superior e geral. Possue vistas de sala
seu rendimento de 5o!>ooo
e bosque.
ris e a despeza diminuta. J alli represen-
mento
DO THEATRO PORTUGUEZ
333
xito, at
que
com
successo incomparvel alli se estabeleceu a empreza Rosas & Brazo, com a direco do visconde de S. Luiz de Braga. A este
verdadeiro homem de theatro, arrojado, emprehendedor, intelligentissimo, affavel e em
extremo attencioso, se deve o grau de prosperidade a que chegou e alta considerao
em que tido o theatro D. Amlia. De Novembro de 1903 a Maio de 1907 desdobrouse a companhia para representar comedia,
tendo frente os illustres artistas Augusto
Rosa e Lucinda Simes, e opera-comica
com Palmyra Bastos, Bensaude, Alfredo Carvalho e outros bellos elementos. Foi n'estas
duas epochas que no theatro D. Amlia subiram scena com um esplendor nunca visto
em Portugal as peas phantasticas Vcnus e
Viagens de Gulliver. Ao Visconde de S.
Luiz de Braga se deve o bom nome que o
publico de Lisboa tem no estrangeiro, onde
classificado de puro gosto artistico. A esse
homem perseverante e audacioso, ao seu esquisito paladar artistico, deve a arte e bom
gosto que pudssemos no theatro D. Amlia
apreciar tantos sublimes artistas, como
Eleonora Duse, Novelli, Sarah Bernhardt,
Emanuel, Rjane, Zacconi, Bartet, Coquelin, Jane Hoding, Antoine, Jeanne Granier,
Huguenet, Judie, Mounet-Sully, Maria Guerrero, Mariette-Sully, Tina di Lorenzo e tantos outros.
E' talvez a
Theatro D. Amlia (Setbal)
mais bonita e elegante casa de espectculo
de Portugal. O lindssimo vestbulo, em estylo neo-grego, honra sobremodo os pintores setubalenses Joo Vaz, Amaral e Flamengo. Ao fundo tem um bello medalho da
rainha D. Amlia, obra do esculptor Simes
d'Almeida. A' direita e esquerda ha duas
bellas salas, destinadas a caf e restaurant.
da direita, no estylo D. Joo V, possua lindas marinhas de Joo Vaz, a da esquerda, alem das pinturas de Vaz e Amaral,
tem um bello quadro decorativo, represen-
palco tem accomodaes rasoaveis e basscenario pintado por Eduardo Machado, Joo Vaz, Flamengo e Augusto Pina.
O theatro, completamente isolado, evitando
d'esta forma, n'um caso de incndio, que
este se communique a outras propriedades,
est numa bella posio, na Avenida Todi.
Quasi todas as Companhias de Lisboa alli
teem ido dar espectculos. E' pena que no
haja uma referencia ou qualquer commemorao grande actriz setubalense Ceclia
Rosa de Aguiar.
O theaTheatro de D. Maria II (Lisboa)
tro portuguez creara-se nos paos dos nostante
uma proposta ao governo com o exame de vrios terrenos, escolhendo principalmente o que ento havia
no largo da Annunciada. Por essa occasio
Passos Manoel incumbiu Garrett do plano
para a formao da sociedade e edificao
do theatro e para a creao da Arte Dramtica entre ns. Garrett apresentou immediatamente o plano, que foi convertido no decreto de 12 de Novembro de i8?, que creou
a Inspeco geral dos theatros, o Conservatrio da Arte Dramtica e a sociedade para
a edificao do theatro. Foi escolhido ento
o palcio da extincta Inquisio, no Rocio,
para theatro escola. Encarregou-se do plano
da obra o architecto Luiz Chiari. As despezas foram oradas em sessenta e cinco mil
cruzados. O risco Chiari no foi approvado
e ento o governo mandou que os lentes da
Academia de Bellas Artes propozessem o
plano definitivo. Metteu-se a crise politica e
tudo ficou adiado at Outubro de i838. Por
iniciativa de Garrett voltou-se ao assumpto
cional e apresentou
DICCIONARIO
Camar Municipal. De novo
se foi procurar
de Maio de
334
putados
DO THEATRO PORTUGUEZ
335
referendado pelo Conde de Thomar, a empresa do theatro de D. Maria II foi adjudicada a uma sociedade de artistas e collocada no mesmo theatro a escola de declamao que existia no Conservatrio Real de
Lisboa. Pelo mesmo decreto foi assegurada
a subsistncia futura aos artistas do theatro
normal. Estabeleceu-se a censura e outras
medidas tendentes a aperfeioar a arte dramtica em Portugal. A inaugurao teve logar a i3 de Abril de 1846, a fim de se festejar o anniversario de Sua Magestade a Rainha D. Maria II, A pea que por esta occasio subiu scena, por ter sido approvada
no concurso aberto pelo Conservatrio, foi
em
o drama histrico
Magrio
5 actos,
e os Do:^e
trao do theatro,
sario
rgio.
eram de primeira ordem. Assim, por exemplo, em i853, contava nada menos que os
seguintes artistas: Emilia das Neves, Jose-
Um
Em
Em
DICCIONARIO
ilha da Madeira, coi883, na adminisera presidente Joo S. da Ga-
nicipal
do Funchal, na
meou
a ser edificado
em
trao de que
mara e vice presidente o Dr. Antnio Leite
336
bO THEATRO P0RTUGUE2
33;
Pertence
modestas.
Theatro Eduardo de Menezes {vora Monte)
Pertence Santa Casa da Misericrdia de vora Monte, qual foi doado pelo
fallecido Eduardo de Menezes, que o mandou construir. As obras comearam em 5.5
de Maio de 1884, dirigidas pelo artista francez Simo de Foucen Louron. A sua inaugurao teve logar a i5 de Agosto de 1887
com o drama Frei Lu^ de Soiija, desempenhado por artistas de Lisboa. O theatro possue pouco scenario. Rende igr^booo ris sendo a despeza em cada recita de i2>ooo ris.
Tem 43 camarotes em 3 ordens e 200 logares de plateia. J alli teem funccionado diversas companhias portuguezas e hespanholas. Aluga-se este theatro por 5
da re-
ceita bruta.
em
Comeou
a ser edificado
em
1900, dirigindo
inaugurado a
foi
e geral.
Apenas
alli foi,
em
1905,
uma com-
Um
lidade.
DICGIONARO
alli teem representado varias companhias,
entre as quaes uma formada com artistas de
da
theatro aluga-se por lo
D. Maria.
receita bruta.
E' proprieTheatro Flaviense (Chaves)
dade de uma empreza de oito scios, de
que gerente Antnio da Rocha Carvalho.
Foi reedificado em 1873 e 1874 pelo antigo
machinista de theatros, que foi do theatro
uma companhia
permanecerem Chaves
durante
publico
seis
1889,
Mendona
O
dezembro
padre e Roca de Hercules^ desempenhadas
por amadores. Possue o theatro vistas de
bosque, praa, casa pobre e sala rica; Tem
o rendimento de Softooo ris e a despeza
em cada recita de io>ooo ris. Tem 17
camarotes, 102 logares de superior e 60 de
geral. J ali teem representado diversas companhias. O aluguer do theatro de 3ooo
ris por cada recita. Apezar de propriedade
do municpio, est arrendado a um grupo
de amadores, que o exploram com recitas
suas e o arrendam de sua mo.
Theatro da Floresta Egypcia {Lisboa)
A Floresta Egypcia era situada na rua da
Escola Polytechnica. Era formada por grandes jardins, onde havia toda a espcie de
divertimentos: salas para bailes, concertos,
fogos d'artificio, montanhas-russas, jogos de
toda a espcie, carroussel, balanas para
pezar, balouos, etc. A entrada custava 160
ris, e depois l dentro tudo se pagava. Tinha magnifico restaurauc e ptimo caf. O
emprezario era o Jos Osti, o pyrotcchnico
da epocha, o que introduzira os phosphoros
em Lisboa e que j fora emprezario do Jardim Mythologico em Alcntara. Foi tambm Jos Osti o emprezario do theatro da
Floresta. A companhia era dirigida por
Francisco Fernandes, que foi actor, emprezario de provncia, excellente aderecista, e
foi morrer mais tarde ao Brazil. Da companhia faziam parte a velha Ludovina, Maria
Jos
338
Amlia,
Fernandes,
Guilhermina,
J.
Theatro
Pertence a
um
grupo de
em
comeou
societrios.
dirigida
edi-
pelo
mestre d'obras Francisco Rosa Mendes Sobrinho. Deve ser brevemente inaugurado.
Tem duas frizas, i5o logares na plateia e
100 no balco e galeria. Ser alugado por
3ibooo ris em cada espectculo, ficando todas as despezas a cargo da companhia. O
theatro Gama-Herculano, que muito elegante, tem um palco bastante espaoso e
deve ser iiluminado a gaz acetylene; s poder funccionar depois de resolvida uma
ficao
1898,
" i.l'I'*^^-
com um bom theatro e para esse fim orgauma sociedade, formada por diver-
nizaram
sos
indivduos,
entre os quaes:
Domingos
maz
Fiel
Ramalho
Diniz Perdigo e
Tho-
te-
5^9
t)0
tMEATRO PORtUGbE^
mais pertences para o theatro poder funcA parte decorativa da sala d'especincluindo o panno de bcca, foi
confiada aos artistas Antnio Ramalho, Joo
Vaz e Leandro Braga. O tecto da sala, de
Ramalho, uma allegoria, em que se vem
por entre nuvens as muzas e gnios da poesia, que cercam a Tragedia e a Comedia,
desenhando-se ao centro a esphera armilar
d'El-Rei D. Manuel, em que est escripto o
nome de Garcia de ^e^ende. O panno de
bcca reoresenta um jardim, em que se
vem typs de architectura manuelina, tendo pintada uma larga escada, pela qual desce o pagem Garcia de Resende com a sua
guitarra. O scenario foi todo pintado pelo
lUustre scenographo Manini. Inquestionavelmente o Theatro Gafcia de Resende dos
melhores de Portugal, e nenhum se lhe
avantaja nas decoraes, todas executadas
por artistas portuguezes. A sala do espectculo tem magnificas condies acsticas
e elegantssima. Tem trez ordens de camarotes; a plateia tem 100 logares de superior e 200 ue geral. Na 3* ordem ha tambm uma galeria. O theatro, depois de
prompto, foi cedido ao nrunicipio de vora
pelo dr. Barahona e sua esposa, acto de generosidade que a Camar agradeceu em sesso especial. A grandeza do edificio talvez demasiada para uma cidade de provncia. As companhias, quando as despezas no
so garantidas, receiam muito ir a vora,
porque a concorrncia ao theatro falha
quasi sempre e os prejuzos so grandes.
cionar.
taculos,
Pena
theatro,
les.
incluindo pessoal,
licia, 8>6oo ris.
Tem
Tliearp
Garrett
da recita.
Theatro Garrett fMagdalenaPicoJ
Pertence a uma sociedade de que director
o sr. Jayme Ferreira, secretario Emilio Ferreira e thesoureiro Annibal Andrade. E' unicamente destinado a amadores, que so ensaiados pelos srs. Jos Ribeiro Telles e Arthur Mesquita. Vide Theatro Lui^ de Cames.
Theatro Garrett (Mossamedes Africa)
Pertence Empreza de Recreios Mossamedense, sociedade anonyma de responsabilidade limitada. Comeou a ser edificado em n
de novembro de 1896, sendo a obra dirigida
pela direco d'essa epocha, Seraphim Simes, F. de Figueiredo, Miguel Duarte L.
d'Almeida, Honorato Jlio de Mendona,
Antnio F. Torres e Manoel da Silva Dias.
A inaugurao teve logar a i5 de abril de
1898 com o drama Herana do Marinheiro
e a comedia Fura vidas, representando amadores. O theatro possue: sala rica, jardim,
bosque, casa pobre, fortaleza, officina, etc.
O rendimento do theatro depende dos preos; a despeza em cada recita entre Bo^ooo
e 405>ooo ris! Tem 16 camarotes de !. ordem, 14 de 2., 110 cadeiras, 60 logares de
geral e 40 de galeria. O preo do aluguer
nunca superior a 5oooo ris por cada recita; depende de ajuste. O theatro foi feito
por acos de io>ooo ris; mas como pouco rendesse a subscripo, a firma commer-
DICCIONARIO
ciai
Irmo
Figueiredo,
& C* abonou
trs
de
Tem
cita.
Theatro Garrett
Este
Villa
Franca de Xira)
340
mendoas! Ultimamente
foi
demolido. Pen-
tes,
se
frizas,
por
i35)6oo livres
para a Sociedade.
Os
accionistas
lhetes.
com
comedia
341
DO THEATRO PORTIGUEZ
DICCIONARIO
Era um grande arm?zem que, em 1899,
transformado em theatro, sob a direco
de Salvador Augusto Leal. Foi inaugurado
em agosto do mesmo anno, com o drama
de Pinheiro Chagcs, yl Morgadinha de ValJlor, desempenhado por amadores. Este
theatro no tem scenario seu; mas na villa
ha o constructor do theatro, que pintor e
armador, que possua scenario bastante variado e bem pintado, incluindo pannos de
dio.
foi
bcca, salas, praas, ruas, claustros, crceres, jardins, etc. O rendimento do theatro
por espectculo de 33.)i/>ooo ris e a despeza approximadamente \o!jpooo, incluindo
casa, aluguer de scenario, orchestra, luz,
etc. S tem os camarotes da auctoridade e
sculo passado.
Os
342
sa
Bettencourt.
em
1896,
Comeou
ser edificado
theatro
bastante
8oiJ>ooo ris e a
scenario variado.
Rendd
tial.
uma
galeria
nhas Reis.
Theatro do Grmio de Vizeu A direco
da sociedade de recreio Grmio de Vi^eu,
que tem a sua sede no palacete, que em tempos pertenceu a D. Ruy Lopes de Souza, no
Passeio D. Fernando, direco de que ento
DO THEATRO PORtUGUEZ
343
fazia parte o coronel do estado maior Miguel Figueiredo, mandou reconstruir o salo de baile d'aquelle palacete, transformando-o em salo-theatro, em 1896. Foi o no-
tvel
N'uma
Miro. Emilio
allegando que
no estavam
tistas
em
em
ser
DIGGIONARIO
Todos os fornecedores se
prompti(icaram a entregar tudo, esperando
pelo pagamento. Suas Magestades tomaram
os camarotes, que ainda hoje conservam,
dando 6oo>ooo ris por anno, que ainda
hoje do, e mandaram-os decorar e mobilar
a expensas suas. El Rei D.
Fernando e seus filhos D.
Pedro e D. Luiz foram visitar o theatro em obras,
tal era o interesse que por
elle tomavam. A sociedade
artistica obteve ainda do
Banco de Portugal um credito de 5:ooo>ooo ris.
Concludas as obras no prazo marcado, em que os artistas deram espectculo
no Porto e outras terras
para obterem os meios de
indispensveis.
344
960
No
No final dos
annuncios do espectculo,
lia-se o seguinte: Os camarotes acham-se forrados
tecedncia.
ter
es-
encommendou.
Os scios do Gymnasio
n'esse momento eram: Taborda, Pereira, Moniz, Braz Martins, Areias, Romo, Marques,
Ramos, Assumpo, Emlia Cndida. Joaquina, o Rocha scenographo, o Manuel Machado,
colheu
fiscal e Izidoro
reiro.
Eram
dem, 1^920;
2.*
ordem,
i{>44o; 3.*
ordem,
Theatro do
Gymnao j Lisboa)
DO THEATRO PORTUGUEZ
345
da Silva Mendes Leal, Jlio Csar Machado, Manuel Roussado, Paulo Midosi e Ricardo Jos de Souza Netto. Em i856 a sociedade luctou com difficuldades por causa da
epidemia do cholera, difficuldades que augmentaram no anno seguinte, motivadas pela
epidemia da febre amarella. Por essa occasio o governo auxiliava os, dando-lhes vinte e quatro mil ris por cada espectculo.
N'este momento venceu-se uma das letras
de oo>ooo ris, que estava 'ento em poder de um capitalista de apellido Silva. Como no houvesse dinheiro para a pagar, foram Taborda e Marques procurai o e pedirIhe a reforma. O possuidor da letra rasgou-a
e disse que lh'a pagassem quando podessem.
A sociedade honradamente a pagou no prazo de trs mezes. At 1860 o theatro caminhou mais ou menos desassombradamente,
mas, n'essa epocha, estando pagas todas as
letras da construco do theatro, deviam-se
ainda os 5:ooo!)ooo ris ao Banco de Portugal. Reorganisou-se a sociedade e contractou-se com o capitalista Veiga um emprstimo de i2:ooo{)ooo ris a juro e a cedncia
do camarote n." 17 at final pagamento.
D'esse dinheiro pagaram a divida ao Banco,
satisfizeram algumas contas pequenas e distriburam a cada scio de primeira classe
3oo^ooo ris, e 200^5^000 ris a cada scio
de segunda. O resto do dinheiro ficou em
cofre para fundo da sociedade. Como as direces no satisfizessem os scios, foi a gerncia dada exclusivamente a Taborda, que,
alm de ser o primeiro artista da casa, era
honradssimo. Na sua epocha, os actores,
empregados e fornecedores foram pagos em
dia
nunca
muito
gostos, exonerou-se do cargo, sendo substitudo por Manoel Machado. Durante a administrao d'este, cresceram as difficuldades, as dividas amontoaram-se, alguns scios
falleceram e outros abandonaram a casa.
a sociedade reduzida a cinco membros; Emilia Cndida, Romo, Marques, As-
Ficou
sumpo
os negcios, propz o Machado aos conscios desistirem todos dos seus direitos ao
theatro a favor de um capitalista, que lhes
garantia i8{>ooo ris mensaes a cada um
at hora da morte. Emilia Cndida e Romo no acceitaram; mas os restantes con-
sentido.
appareceu, o theatro funccionava sob a firma do Machado e os scios estavam lesados. Nada podiam reclamar sobre a propriedade, porque ella respondia pela divida ao
Veiga e a outros muitos. Como salvaterio
formou ento o Machado uma companhia
de accionistas, em aces de cem mil ris
cada uma, cuja primeira direco foi formada pelo Visconde de Ribamar, Dr, Cunha
Seixas e Marques Pereira. O Machado recebeu 25 aces beneficiarias. A direco declarou aos pensionistas Marques, Ramos e
Assumpo, que nenhum direito tinham
penso mensal, allegando que o antigo contracto estava nullo, em vista do ultimo celebrado com a companhia, mas ofereceuIhes escriptura. Os pobres artistas assignaa desistncia aos seus direitos, accei-
ram
jos e Maria das Dores.- Esta sociedade satisfez egualmente todos os seus compromissos
e ganhou dinheiro, devido ao xito das pe-
as
nnes
DICCIONARIO
sociedade o grande actor Santos, que sahira do theatro de D. Maria II. Esta sociedade liquidou em junho de 1877. ^ ' ^^ ^^"
tembro d'esse mesmo anno foi o Theatro do
Gymnasio alugado a Ernesto Desforges, que
o abriu com a companhia italiana de opereta de Achille Lupi e Maria Frigerio, a
qual apenas alli poude sustentar-se por ai
gumas semanas. Seguiu-se a empreza de
Jos Romano, que tambm durou poucos
julho de 1878 tomou conta do
mezes.
theatro o emprezario Jos Joaquim Pinto,
que alli se conservou at ao fim da epocha
de 1904, isto , durante vinte e sete annos,
cumprindo religiosamente os seus contractos. Da sua companhia fizeram parte artistas muitos distinctos, como Taborda, Valle, Joaquim d'Almeida, Polia, Montedonio,
Augusto de Mello, Emilia Cndida, BarMarcelhno Franco, Ignacio, Carbara,
doso, etc. Seguiu-se a empreza do actor
Valle, que tem dignamente sustentado os
crditos do theatro, com a coadjuvao do
ensaiador Leopoldo de Carvalho e dos arBarbara, Jesuina Marques, Cardoso,
tistas
Telmo, Augusto Machado, Jesuina Saraiva,
Em
Comeou
ser edificado
em
i863, dirigindo a
346"
cita.
Pertence
Theatro Hermnio (Gouveia)
Associao de Beneficncia Popular, de
Gouveia. Comeou a ser construdo em 1877,
dirigindo a obra Jos Pinto de Sousa. Foi
inaugurado em 1878 por uma companhia de
que fazia parte o grande actor Taborda. Possue este theatro bastante scenario, como
sales fechados, vistas de bosque, praa, salas regias, claustro, rochedos, gloria, inferno,
mar, etc. Tem o rendimento de So^ooo ris
pelos preos diminutos, podendo elevar-se a
70)000 ris. A despeza em cada recita de
io)000 ris. Tem i3 camarotes, 20 cadeide galeria. J
ras, 94 logares de plateia
alli teem representado diversas companhias
de Lisboa e Porto. O Theatro Hermnio
lindamente illuminado a luz elctrica. Aluga-se por b^ooo ris em cada recita, mcluindo a luz. Quando se comeou a construco do edifcio, no era para servir de
theatro, mas sim para um enorme cazaro
onde se abrigassem os forasteiros que em
grande numero alli vo por occasio das imponentes festas do Senhor do Calvrio, no
segundo domingo de Agosto, e tambm para
recolher a madeira e mais utenslios empregados na ornamentao das ruas por occasio das mesmas festas Depois, por iniciativa de varias pessoas, frente das quaes
Jos Pinto de Sousa, foi o cazaro transformado em theatro, ficando o palco de enormes dimenses e com bons camarins. Por
baixo da platea ficou um grande subterrneo para arrumao das referidas madeiras.
A' entrada do theatro, na parte interior, ficou a bilheteira e o botequim. Est situado
no magestoso largo do Monte Calvrio, ao
cimo da Avenida do Collegio. Ultimamente
:
em
DO THEATRO PORTUGUEZ
347
Germano de
Manoel
Lobo
e
Luiz Ferreira Patacas, dirigindo a
lene.
commisso reedificadora
com-
foi
srs.
veira.
que
Taborda
e Izidoro. Foi
em-
DICGIONARIO
prezario do theatro da Rua dos Condes,
dando-lhe todo o brilho e esplendor compatvel com a epocha. Foi o mais bizarro e
enthusiasta emprezario que o theatro de S.
Carlos jamais tem tido. Mandou construir
na sua maravilhosa quinta das Laranjeiras o
mais bello e confortvel theatro de Portugal, em que dava os mais extraordinrios e
luxuosos espectculos com distinctos amadores da alta sociedade e com os mais afa-
mados
que mandava
vir
quem mandou
vir
artistas da epocha,
do estrangeiro. Foi
elle
para Portugal os maestros Coppola e Frondoni. Foi elle quem contractou as celebridades lyricas: Irms Ferlotti, tenor Conti, a
Rosina Picco, a Barili, o tenor Patti, os baixos Mariani e Speck, a Boccabadati,o tenor
Sinico, o barytono Varesi e o baixo Fornasari. Foi elle quem apresentou pela primeira vez com o maior luzimento e esplendor as operas Roberto o Diabo, Muda de
'Portici e o D. Joo de Mozart. Foi tambm
elle quem apresentou os mais espectaculoe Hndos bailados
'Pe.layo, Daphns,
Conquista de Malaca, Phedra, Odaliscas,
Adorao do SoU Sylphide, Ilha dos portentos^ Echo e Narciso^ Portugueses em Tan-
sos
lado este pequeno theatro n'uma propriedade do sr. Joo Luiz da Veiga, que a cede
gratuitamente. Foi inaugurado a 23 de Dezembro de igo3 com as comedias: Um sujeito apressado e Casada barafunda^ a scena
cmica Deita-gatos e a canoneta Sol la si
d. tudo desempenhado pelo Grupo Dramtico Lavrense. Tem s plateia com 200 logares.
348
Cumano. Foram
tantes obras.
dem,
feitas
Tem
onde
de
uma
se
2.*,
encontram dois
bilhares.
As
repre-
DO THEATRO PORTUGUEZ
349
edificadora era composta dos seguintes indivduos: Dr. Nuno Caetano de Mattos Ferro Castel-Branco, dr. Jos Daniel de Car-
meradas. Soo
ris;
terceira plateia,
armava
Na
Theatro Luiz de Cames {Belm)
calada da Ajuda foi construdo, a expensas
de um commerciante de apelldo Assucar,
um theatrnho elegante e bem regular, que
foi inaugurado a lo de junho de 1880, afim
de festejar o tricentenrio do grande pico.
Tomou o theatro o nome de Luif de Cames. O espectculo de inaugurao foi
desempenhado pela companhia Soares. Outras companhias ali tentaram dar espectculos. O publico no concorre aos theatros
de Belm e Alcntara, por mais tentativas
que se faam.
Theatro Luiz de Cames (Magdalena
E' propriedade de Jayme
Ilha do Pico)
mas
ali
feito
biCClNARl
palco tem 5 planos, alm dos reguladores.
lados do palco fica o quarto do illuminador e a officina do machinista. Ao fundo
existe um armazm para deposito de repregos e outros aprestes. Ha outras arrecadaes em vrios pontos do edifcio. Inteiramente independente do edifcio do theatro
Aos
propriamente dito. existe ofoyer e 19 camarins, alem de salas para guarda, para ensaios de coros e grande camarim para comparsaria. Ha tambm independente o caf,
com portas dando para a rua, que se fecham
nas noites de espectculo, abrindo-se as que
do para os corredores do theatro. Tem
grande abundncia de scenario, pintado por
Lambertini, Cndido Xavier e Guilherme
Lima, entre o qual varias salas regias, gabinetes ricos e pobres, bosques, praas,
ruas, jardins, crceres, mar, aldeias, montanhas, cabanas, rotundas, etc. A illuminao
a gaz e electricidade em todo o theatro.
Antes de ser inaugurado o theatro, vrios
amadores deram um concerto, dirigido por
Guilherme Pereira Rangel, no salo nobre.
Em
mez
e a
morreu no
Brazil
Coelho e outros.
Ainda n'este anno foi augmentada a companhia com os estimados artistas: Amlia
Barros, Elvira Saldanha, Maria do Carmo,
Silva Presilhas, Borges Alfayate, Soares,
Azevedo Correia, etc. N'esta epocha representou no theatro Michaelense o grande e
incomparvel Taborda. Seguiram-se varias
companhias, em diversas epochas, nas quaes
se contavam muitos distinctos artistas, entre os; quaes: Paulo Martins, Amlia Vieira,
Faustino, Faria, Capistrano, Gezar de Lamachinista
de Furtado
350
at 5oo!>ooo,
DO THEAtRO PORTUGUEZ
35i
Tlieutio
nhias.
theatro aluga-se por 1 5 o/^ da receita bruta de qualquer recita, 5&ooo ris
para illuminao e 25l>5oo ris para orchestra. Foi este theatro edificado por meio de
Moderno
fins
[LisboaJ
Theatro
iMoii--iiilio
da Silveira
Castello de Vide)
nheiro.
i5!6ooo,
Tem
frizas,
alli
i3
DICCIONARIO
uma
seu
Tem
Lisboa, e do Prncipe Real e Garlos Alberdo Porto. Este theatro arrenda-se por
i5
da receita brut.i de cada recita. Foi
ultimamente reformado, comeando as obras
em setembro de 903 e sendo inaugurado em
de janeiro de 1904, representando-se o
I
mesmo drama, com que primitivamente tinha sido aberto, o Tedro, de Mendes Leal.
Theatro do Pao da RiJaeira fLtsboaJ.
Inaugurou-se a 22 de outubro de 1720 com
a opera // triumfo delia virtu. Foi a primeira scena em que appareceu a opera italiana
em Lisboa. S depois, em 1735, que a
companhia Pagheti improvisou outro theatro n'umas casas que alugou para esse fim
defronte do convento da Trindade. No Theatro do Pao da Ribeira cantaram-se muitas
operas, por bastante tempo.
to,
352
Em
uma
galeria.
pelias
DO THEATR PORTUtUEZ
353
Lisboa. O Theatro Pedro Nunes aluga-sepor i2i^ooo ris em cada recita. A illuminao a acetylene.
Theatro Pereira (Manso)
E' propriedade de Manuel Jos Pereira. A sua construco comeou em 191, sendo a obra dirigida pelo agrimensor da Gamara, Diocleciano Ribeiro Torres. A inaugurao teve
logar em SgS com o drama Trabalho e
honra, representado por amadores. Tem
este theatro duas vistas de sala, uma de rua
e um jardim. Pelos preos usuaes rende
8ov5>ooo
mento.
Foi
Theatro Popular d' Alfama (Lisboa)
construdo
o palcio do Conde de Rezende, em Santa Clara. Inaugurou os seus
espectculos a
de janeiro de 1S73, sendo
^mprezario Antnio Maria Campeo e director Costa Braga. No chegou a durar um
anno porque o publico teimou em alli no ir.
Theatro Portalegrense (Portalegre)
Pertence a um grupo de accionistas, de que
presidente o Dr. Antnio Maria Diniz Sampaio. A sua edificao comeou a 24 de Julho de 1854, dirigindo a obra Jos de Sousa
Larcher. A inaugurao teve logar a 20 de
Junho de i858 por uma companhia drama-
edificao comeou em
obra foi dirigida pela direcs da Sociedade e pelo mestre d'obras
do Hospital Real das Caldas, Francisco Ma-
dense.
Abril de
sua
1897.
j3
DIGCINAR
que representou o drama de Garrett,
Alfagem de Santarm. O scenario antigo
e bastante deteriorado. O rendimento do
tica,
5^4
355
t)0
THEATRO PRtlGUEZ
Paladni, a da
muitas outras.
Preciozi
Maria Denis e
f Porto)
Co-
DIGCIONARIO
seguida Taveira com Jos Ricardo e Santos ; mais tarde s Taveira e por ultimo
Luiz Faria. Tambm este theatro tem tido
magnificas epochas e continua a ser o preferido pelo publico do Porto, pela sua posio
e
coromodidades.
Theatro Progresso
{'Viila Nova de Famaseu proprietrio Zeferino Bernardes Pereira. Foi construdo^ em 1893.
N'este mesmo anno se inaugurou por amadores. Tem vistas de jardim, mar, sala rica,
sala pobre, etc. Rende approximadamente
5oi>ooo ris. A despeza em cada espectculo
de i6i!>ooo ris incluindo renda do theatro
e orchestra. Tem 12 camarotes, 2 frizas,
e mais de 100 logares na plateia e galeria. J
alli teem representado diversas companhias
portuguezas e uma de zarzuela hespanhola.
O aluguer do theatro em cada recita de
6{>ooo ris. Actualmente est o Theatro Progresso alugado a uma sociedade de amadores.
Theatro de Queluz Era este theatro rgio em construco e belleza melhor que os
de Salvaterra e Ajuda. N'elle se cantaram
os melhores operas da epocha e muitas portuguezas, entre as quaes: Gliorti esperide e
Talmira di Tebe, de Luciano Xavier dos
Santos; Teseo, de J. Francisco de Lima;
Endimione e oAdrasto., de J. de S. Carvalho;
11 Ratto di
Prosrpina e Archelas, de J.
Cordeiro da Silva; Uisola desabitata e T^itorno di LJlysse in Taca, de David Perez.
Theatro do Rato (Lisboa) ~ Por diversas
vezes tem sido reedificado, sempre de madeira. D'uma vez ardeu; mas d outras tem
sido demolido por intil. O que comeou
em 1880 teve o tiiulo de CT^ovo Theatro de
Variedades. Foi emprezario o dr. Couceiro
e director ensaiador o velho actor Macedo.
lico)
E'
e a
companhia
es-
i56
ali
pectculo.
DO THEATRO PORTUGUEZ
357
pho Augusto
Ignora-se
Pina.
uma
Tem
um
prietrio
Theatro
Reguenguense
quem
seja
(Reguengos)
o proprietrio d'este
tro.,
edificar
uma
casa particular.
Comearam
a descobrir-se runas
e,
pelas pedras
DICGIONARIO
se foram desenterrando, viu-se uma
inscripo, da qual parece constar bastantemente que ali foi o theatro da antiga Felicitas Jlia Olisipo. Dia a dia se iam descobrindo mais ruinas, isto , fragmentos do
theatro Romano ou theatro Lisbonense; degros ou assentos de plateia e o pavimento
da orchestra; n'uma base mixtilinea ou en-
que
mado em quadrngulos
for-
semi crculos, ou
meias laranjas, a qual base era do proscnio, sobre o qual estava o chamado plpito
ou tablado, em que representavam os actores; uma inscripo em honra de Nero, gravada em lettras ferraes na face do proscnio, que olhava parte circular na correspondncia dos assentos da plateia; outra
mscripo de certos libertos n'uma lapide,
ou mais propriamente cippo de cinco palmos de comprimento e dois e meio de largura; duas estatuas marmreas de Sileno,
das quaes uma se achava muito mais bem
conservada do que a outra; algumas columnas estriadas e capiteis da ordem jnica;
uma enfiadas de pedras de silharia sem se
lhes divisar rasto de que tivessem sido unidas com precintas de cal ou argamaadas.
Foi o architecto Francisco Xavier Fabri o
encarregado de dirigir as excavaes. Pelas
inscripes encontradas sabe-seque foi Caio
Heio Primo que fez erigir, em honra de Nero Cludio, o primeiro theatro de que ha
memotia ter existido em Lisboa. Sabe-se
portanto tambm a epocha da fundao,
que provvel fosse no anno 37 da era de
Christo e 810 da fundao de Roma. Ningum sabe o que foi feito d'aquellas precio-
da
Theatrci Fosa
Damasceno {Santarm)
Brazo
geral
Rosa Damasceno.
por dis-
Eduardo
assembleia
deu
Santarm, o nome de 'Rosa Damasceno e
nomeou Eduardo Brazo presidente honorrio da Direco. Este theatro possue uma
vista de praa, outra de bosque, um gabinete,
trs
rendi-
DO THEATRO PORTUGUEZ
35q
etc.
Thea elegante, confortilluminado a gaz e muito bem de-
tro
Rosa Damasceno
vel,
bem
nos para os
to peior depois
tro classes:
geral. Tinha
fauteuil,
cadeiras,
horta.
superior e
era Pateo da horta dos Condes. No est definitivamente averiguado, divergindo as opinies, se o Theatro da Rua dos Condes foi
construdo no mesmo local, em que existiu
DICCIONARIO
o Pateo dos Condes, ou se no sitio em que
foi a cadeia do Tronco. Em todo o caso os
locaes eram muito prximos um do outro.
O Theatro da Rua dos Condes foi construido
pelo architecto Petronio Mazzoni, entre os
d'estas desempenhados por desenxabidos rapazes. Julgue-se o curioso effeito que esta
cuias,
mo
36o
pois de
Maria
Anna
revogada
estpida
ordem de
D.
Em
em que o Manoel Paula passou a dirigir uma sociedade de actores, que se formou
no mesmo theatro. Em 1812 um decreto jun1809,
tiva
com
o
alguns
artistas, at-
Com
vios.
Doux
DO THEATRO PORTUGUEZ
36 1
culo
em
semi-circulo.
camarotes de
1.^
ordem
Tem
20
frizas, 21
e 16 de 2.* todos
am-
Em
gando
fizeram parte:
companhias, de que
Fialho,
Simes, Areias, Queiroz, Bra, Pires, Marcolino, Augusto, Rodrigues, Santos, Cezar
de Lima, Rollo, Faria, Pinto de Campos e
outros muitos. Montaram-se alli muitas magicas, oratrias e outras peas d'espectaculo.
Em 1866 foi o theatro alugado a Francisco
Palha, que alli deu uma serie de representaes com a excellente companhia que mais
tarde inaugurou o theatro da Trindade. Depois seguiram-se as emprezas de Villar Coelho e Jos Romano, Pinto Bastos, Jos Torres, Desforges, Souza Bastos, Jos Joaquim
Pinto e actor Santos, e por fim a de Salvador Marques. As grandes receitas do theatro
nos ltimos annos foram conseguidas pelas
revistas: Coisas e loisas, Lisboa no palco,
Scenas de Lisboa, Cosmorama de i8'j6 e
Tutti li mundi. A ultima epocha theatral da
velha Rua dos Condes foi a de 1881 a 1882.
foi
elabo-
DICCIONARIO
rica, sala
mento
cada
plateia.
Ainda
aili
no
Theatro do Salitre
Gomes
Varella.
{LislHja)
Inaugurou-se a 27 de Novembro de 1782, tomando parte no espectculo o celebre equilibrista Tersi, mandado vir expressamente
do estrangeiro como a grande novidade da
epocha. Estava situado na rua do Salitre, ao
lado da praa de touros do mesmo nome. O
primeiro emprezario foi o prprio architecto Simo Caetano Nunes, seguindo-se Paulino Jos da Silva e depois o actor Antnio
Jos de Paula, actor e auctor que para o
Brazil sahiu do theatro do Bairro Alto e
tomou a empreza do Salitre. Da primeira companhia do theatro do Salitre faziam parte os artistas Fernando Jos de
Queiroz, Bernardino Antnio Cota, Jos Anvolta
GandidadeAraujo
362
Em
i858, uma
to brilhante nome deixou.
associao tomou conta do theatro, passando a denominal-o theatro das Variedades.
Foi a associao que montou luxuosamente
as magicas Loteria do diabo., Coroa de Car-
los
dores dos Amores do Diabo. Pra de iSatana^ e Pomba dos ovos de ouro. Seguiram -se
emprezas do actor Vicente Jos Coelho de
sociedade com o actor Izidoro e com o esdo actor Fercriptor Eduardo Martins
nando de Lima com o escriptor Anacleto de
Oliveira, que puzeram em scena com grande
;
DO THEATRO PORTUGUEZ
363
Em
gares de geral.
noites de grande enchente
a receita cresce porque a lotao augmenta
com dobradias e cadeiras supplementares.
O theatro todo illuminado a acetyleno.
Entre outras, j alli representou a Companhia Sousa Bastos, de que so primeiras figuras Palmyra Bastos e Alfredo Carvalho,
levando scena as operas cmicas A Boneca e A Perichole. O theatro tem sales,
restaurant e todas as commodidades. Est
bem decorado e tem bella apparencia. Enfileira entre os primeiros da provncia.
Outro theatro
Theatro de Salvaterra
rgio construdo por Bibiena. Existiu desde
1753 at 1792. Entre outras operas, alli se
cantaram as seguintes Didone abandonata
e Demtrio, de David Perez; Iphigenia in
Tauride, de Jomelli: Lcio Papirio e Socrate Imagmario., de Paesiello; La Fantesca,
de Hsse; L'ltalianna in Londre e Gli Duc
Baroni, de Cimarosa; e Ricardo Cor di
Leone, de Gretry.
:
illustre
presidente da Camar Municipal de Trancoso, o Ex "> Sr. Joo Abel da Silva Fonseca a carta qne peo vnia para publicar,
pois que interessantssima e d noticia
completa do theatro de Trancoso Respondendo ao questionrio formulado por N...
tenho a informar o seguinte Ha n'esta villa
um theatro. situado dentro dos muros do
antigo e histrico castello, que se denomina
de Santa Barbara., tirando o nome d'uma
capella da invocao da mesma santa, que,
segundo resa a tradio, existia no recinto
:
uma
Dr. Augusto Francisco de Assis, Joo Dionizio da Cunha, Augusto Jos dos Santos,
Joo Jos de Souza Chamusco, Joo Estevo
Cancio, Joo Antnio Fragozo, Dionsio
Ferreira Vidinha e Alfredo Fortunato I^eito, que em pouco tempo levaram a cabo o
seu emprehendimento. A obra foi dirigida
pelo mestre d'obras Vidinha. Este theatro
foi inaugurado a 10 de Abril de iqo5 pela
companhiadotheatiodoGymnasiodevisboa,
de Policia e a
scena cmica Aldighieri Jnior pelo actor
Valle. O theatro tem ainda pouco scenario,
mas trata de o adquirir. O seu rendimento
approximadamente de 2oo!>ooo ris, podenuo porem ser elevado conforme a importncia das companhias. A despeza em cada
recita deve regular entre 2o.'>ooo e So^ooo
da reris, e a renda do theatro de 20
ceita bruta. Possuo o Theatro Salvador Marques 20 camarotes de i.* ordem, 20 de 2.,
2 frizas, 120 fauteuils, 100 adiras e qo le-
DICCIONARIO
de Flandres, Othello, Dalila, Espinhos e
Ultima carta, Misrias sociaes. Trapeiros de Lisboa, 29 ou Honra e Gloria^
Filho da Republica, Trabalho e honra. Probidade, Amor da ptria^ Filippa de Vilhena^
Restaurao de Portugal^ etc. Repertrio
moderno Morgadinha de Vai Flor, Drama
do Povo, Helena, Joo Jos, D. Ce^ar de
Ba^an, Gaspar o serralheiro, etc. Comedias
Tio 'Padre, Beb, Roca de Hercules,
T^orta falsa, etc. Peas phantasticas Fabia,
Santo Antnio. Rainha Santa Isabel, etc.
Operetas Intrigas no bairro, Marina e varias outras zarzuelas desempenhadas por
uma companhia hespanhola que ha annos
nos visitou. Tambm conta no seu activo
algumas premires com originaes trancosenses, escriptos expressamente para aili
serem representados. Destacamos o drama
patritico Batalha de Trancoso, devido
penna d'um malogrado tilho de Trancoso,
Dr. Adelino dos Santos Fernandes Vaz, que
morreu juiz na ndia Os acontecimentos
politicos que em differentes epochas teem
convulsionado a opinio do paiz encontraram sempre repercusso nas muralhas do
vetusto theatro de Santa Barbara. Alli se
celebraram comicios populares por occasio
do ultimatum inglez, contra a salamancada,
sobre a questo religiosa, etc. Em varias
pocas, principalmente por occasio da
grande feira de S Bartholomeu, que se faz
annualmente em Trancoso, desde 20 a 2.'>
de Agosto, tem sido explorado este theatro
por companhias dramticas, em tourne pela
provncia, figurando no elenco de algumas
actores dos mais applaudidos na scena portugueza, como Taborda, Polia, Posser, Mello,
Jos Ricardo, Soares, Santos, Virgnia, Barbara, Maria das Dores, Adelina Santos, etc.
Actualmente o theatro propriedade do
municpio, porque a sociedade Grmio Trancosense, no podendo com os encargos da
conservao, o entregou Gamara Municipal. A sua lotao de trezentas a quatrocentas pessoas approximadamente. Tem
25 camarotes, distribudos em duas ordens
e i3o logares de plateia. A despeza em cada
espectculo regula por io>oooris, incluindo
a renda do theatro, que de i>5oo ris por
noite. Durante a feira de S. Bartholomeu,
em que os preos ordinrios soffrem augmento, eleva-se a renda a 4^5oo ris por
espectculo. O theatro alugado pela Gamara a qualquer companhia, ou sociedade
de amadores, mediante o pagamento da
renda estabelecida, correndo por conta do
alugador todas as despezas com illuminao,
musica, pessoal de servio, etc. A illuminao de acetyleno, melhoramento introduzido recentemente. O scenario deixa bastante a !desejar; tem as vistas clssicas de
bosque, rua e sala regia em bastidores, dois
gabinetes e vrios restos de antigas deco-
flores.
364
raes, mas tudo bastante desbotado e corrodo pela aco devastadora do tempo, Os
preos ordinrios so geralmente os seguintes
Camarotes, 1.200 ris; cadeiras 23o
ris; plateia 200 ris.
Theatro de]Santa Catharina ('Tor/oj Existiu na rua de Santa Catharina, no local onde
hoje est o Grande Hotel do Porto. Representaram-se ali comedias, faras e entremezes. N'este theatro deram espectculos a
Sociedade Melpomene e a Sociedade Philoscenica, formadas pela melhor roda do Porto, que, entre outras, ali representaram as
seguintes peas: Frei Lui^ de Sou^a, Carlos III ou a Inquisio de Hespanha, Pobre
das minas, Joanna a Doida, Mulher que deita
cartas, etc.
Theatro de Santa Comba Do.
E' propriedade de Albino Vieira das Neves. Comeou a ser edificado em 1857 custa de uma
sociedade que se constituiu para tal fim. Foi
inaugurado em 27 de Setembro do mesmo
anno com a pea de Camillo Castello Branco, Espinhos e Flores, desempenhada por
amadores da referida sociedade. Tem rasoavel scenario, com vistas de 'sala, bosque,
praa, etc. Rende 6o!)00o ris e a despeza
approximada de lofeooo ris. Tem 19 camaiotes em duas ordens, go logares de pla:
varias
DO THEATRO PORTriGUEZ
365
Theatro de
S.
do theatro de
deu
a 12
edificadores com a quantia de 5o contos nominaes em inscripes, que era, pouco mais
ou menos, o que elles tinham a receber de
saldo per um contracto especial com a Casa
Fia, e fcou o edifcio pertencendo ao estado. Verdade seja que este j tem gasto depois mais de 100 contos em obras. O theatro tomou o nome de 5. Carlos em honra
da princeza D. Carlota Joaquina. A primeira
empreza que tomou conta do theatro e o
Carlos (Lisboa)
inaugurou
DlCClONAklO
Lodi teve o theatro de 1809 a 1810, constrangido pelo intendente de policia Lucas Seabra e Silva. De 181 a 1812 foi emprezaria
uma sociedade de artistas. At 1818 a empreza pertenceu a Manoel Baptista de Paula
& C*. De 1818 a 1820 a Luiz Ghiari e Mari,
1
Em
Antnio
Si-
mo Mayer. Fizeram
tembro de 1844
^oi a
^^
Em
seguida, at 1846, voltou para Corradini e Lombardi. De 1846 a i85o ficou s emprezario Vicente Corradini. Por trs annos se
fizeram depois emprezarios Cambiagio, Lucote e Frescata. Em seguida, por outros
trs annos, Antnio Porto e Domingos Jos
Marques Guimares.
1854 foi o theatro
adjudicado ao bailarino York, que, apezar
de trazer a Lisboa n'uma epocha verdadeiras celebridades come: a Alboni, o SaintLon, a Castellan, o Bartholini, etc, quebrou logo na primeira epocha, passando o
theatro empreza Martins & C, que ainda
Jogo depois a trespassou a Ruas & C*. De
i856 a 1860 foi o Keal Theatro de S. Carlos administrado por conta do governo,
sendo commissario rgio D. Pedro do Rio.
Apezar da rectido e honradez do illustre
funccionario, o governo, durante os quatro
annos, perdeu perto de duzentos contos de
ris. Por este motivo pz novamente o theatro a concurso, sendo adjudicado a Vicente
Corradini, que tinha por scio capitalista
Joo Maria de Figueiredo Frescata. Logo
um anno depois, 1861, foi empresaria a firma Frescata
C.% de que era j scio
Campos Valdez. De 1864 a 1873 passou a
empreza para Cossoul & C.*, sendo scios:
Em
&
366
damas foram desempenhados pelos srs. LeiVelho e Nascimento Guedes, por as se-
te
THATk PRtUGUEZ
t)0
367
quem promoveu o
constituir-se
uma
socie-
fachada era pssima. Faltava-lhe salo d'enA ornamentao da sala tinha sido
melhorada, mas estava ainda muito longe
de ser boa. O primeiro panno de bcca do
theatro de S. Joo foi pintado pelo celebre
Domingos Antnio de Sequeira. O theatro
foi inaugurado a i3 de Maio de 1798 com a
comedia AUivandeira. Apezar de todos os
defeitos, o theatro de S. Joo era ainda o
melhor do Porto Todos os annos, durnte
trs mezes era explorado por companhias
lyricas. Na noite de 11 para 12 de Abril de
1908 um pavoroso" incndio, de que se no
sabe a causa, destruiu em poucas horas o
theatro de S Joo. Pensa-seem reconstruil-o,
ou edifical-o noutro local. Por occasio do
incndio, n'um jornal do Porto, o illustre
escriptor Firmino Pereira, abalisado critico
e grande conhecedor de assumptos theatraes publicou um excellente artigo, de que
extrahimos com sua auciorisao os seguintes trechos
Com a construco do theatro de So Carlos (ijoS) e a renovao do
velho e encardido barraco do Salitre, o
gosto pelas representaes scenicas propagouse ao Porto. Em Lisboa, as seduces
da Zamperini, que tanta asneira provocaram, deram logar construco do theatro
de S. Carlos. No Porto, no tendo brilhado
astro de to intensa luz, foi bastante o esforo de um homem
o corregedor Almada e
Mendona. Em 1794, tendo decidido construir um theatro, segundo os modelos ento adoptados, para o que escolheu um terreno pertencente antiga Cortina do Muro
da Cidade, entre a viella dos Entrevados e
a viella do Captivo, submetteu ao governo
a respectiva planta, que o ministro Jos de
Seabra promptamente devolveu approvada
(aviso rgio de 9 de outubro de 1794), isentando o terreno de qualquer foro ou outra
contribuio que se pretenda impor. Almada tratou em seguida de organizar uma so*
ciedade por meio de aces, dirigindo uma
circular aos capitalistas e negociantes da
cidade, na qual reclamava a sua cooperao
para a edificao dessa espcie de escola,
mais util para a correco dos vicios e desordens pela vivacidade com que na Tragedia se vem punidos os crimes dos superiores, que julgaram talvez dominar pela fcrtuirada.
entre
So^ooo
e foi!>ooo ris.
dens de camarotes; a
i.*
com
Tem
trs or-
i3, a 2.
com
Tem
de plagalena
de galeria fundo. Quasi todas as companhias de
Portugal e varias estrangeiras ali teem representado. Este theatro aluga-se por ris
12&000 em cada espectculo, ficando todas
as despezas a cargo do locatrio. O nome
foi-lhe dado em memoria a S. Geraldo, um
dos mais venerandos prelados que cingiram
a fronte com a mitra primacial de Braga, o
qual baptisou o primeiro rei de Portugal.
Theatro de
S.
Joo (Torto)
Entre os
bellos servios prestados cidade do Porto pelo seu antigo corregedor, Francisco de
Almada
elle
DICCIONARIO
Desde
do pequeno
mesmo no tempo do
outros
368
a
i835, as receitas
foram de
io:290v!>3io, e as
prova que, durante a quadra angustiosa do terror absolutista, a populao no deixou de frequentar
o theatro, onde a companhia do Grillo Coxo
representava o repertrio da poca, Pedro Grande ou os Falsos mendigos, Os
sete infantes de Lara, O rachador escosse^, etc.
1820, foram celebres as recitas que l se deram com os dramas
allegoricos, celebrando a victoria da revoluo liberal.
outubro daquelle anno representou-se a composio do rcade
Bingre. Q^ revoluo de "24 de agosto de
1820, feita no Porto. Representaram-se
tambm as faras, os entremezes, as burletas do velho repertrio, que o emprezario
e ensaiador Joo Manuel punha em scena o
melhor que podia. Mas, o theatro, ahi por
i85d. era to mau, que um critico escreveu
que seria mais decoroso para a segunda cidade do reino no ter theatro, do que apresenial-o de tal jae:^. (O Theatro n." i, de
19 de maio de i85o.) Todos os gneros ali
foram exhibidos, desde o trgico ao picaro.
No palco, hoje destrudo, do lindo theatro
do largo da Batalha, onde representaram a
Emilia das Neves, a Ristori, o Salvini, o
Mayeroni, exhihiram-se uns fantoches, e trabalhou a funambula Zee. Mas, o periodo
brilhante, pittoresco, anecdotico, movimen
tado, cuja historia est por fazer, o da
epocha iyrica, com as suas cantoras, os seus
apaixonados, os seus romances, as suas turbulncias, que tanto deram que falar pelo
seu escndalo e pelo seu ruido, desde as
ameaas do marquez de Niza, defendendo a
cantora Jeanne Olivier, pateada pelo publico, at os tumultos provocados pelo Eurico, passando pelos episdios galantes dos
adoradores da Giordano e da Ponti, e pedespezas de
9:5o55>970. Isto
Em
Em
los
pos das Marchizios, daRossi Caceia, da Volpini, da Dabedeihe, da Ortolani, da Passerini, da Ferni, da Gargano, de tantas outras,
que profundamente impressionaram e alvoroaram o crebro e o corao dos portuenses. D'esses tempos joviaes e ardentes restava, como recordao saudosa, a linda sala onde tantos olhos choraram e tantos coHoje, nem isso j
raes padeceram
.
Uma chamma
resta.
DO THEAtRO f>OkTUGUEZ
369
vem desapparecer, na estupidez de uma catastrophe, as coisas que nosTecordam a mocidade, as illuses, os sonhos azues, as paixes, as angustias, os risos da quadra jovial
e romntica da vida, que passou para nunca
mais voltar. O theatro de S. Joo deixa immensas saudades, E' como um velho conhe-
um amigo
pos,
finda
que
domingo devia
theatro,
um
Ribeiro.
teia
ser edificado
tnio Lopes
em
Snior,
inaugurao
Anno
foi
o drama Gaspar o serralheiro, representado por curiosos da terra. Possue apenas vistas de sala e mansarda.
seu rendimento de 3o{)ooo ris e
a despeza em cada recita de 9&000 ris.
168 logares de plateia superior e geral e 82 de galeria. J ali teem representado
algumas modestas companhias, s quaes o
theatro cedido gratuitamente. E' um theatro pequeno, mas elegante, illuminado a
Tem
acetylene.
dolense
24
DICGIONARIO
mesma Sociedade. Comeou a edificar-se
em 1902 e inaugurou-se a 18 de abril de
1903 com o seguinte espectculo: qA inau-
370
gurao, soneto de Jlio Palmeirim, recitado por D. Maria Antnia Ferreira Godinho; 'Prologo, apresentao do grupo de
amadores, do mesmo auctor, recitado por
Domingos A. Carrilho; As Aventureiras, comedia em I acto e 2 quadros, ainda do mes-
mo
em
acto de
Gervsio Lobato. Todos os papeis foram
desempenhados por amadores. O theatro
rende 5o{>ooo ris, e a despeza em cada
espectculo de 2)5oo ris. No tem camarotes, mas balco com 54 logares, superior com 63 logares e geral com 54. O preo do aluguer d'este theatro para as companhias de 130/0 da receita bruta de cada
i
ca Sourense.
Comeou
a ser constitudo
em
1892
com o
em
dra-
ma
meou
Theatro da Sociedade Recreativa Grandolense
[Grndola]
Apesar de pequena, a sala de espectculos muito elegante tem boas dependncias e est construdo nas melhores condies para um caso de sinistro.
recita.
jardim, ruinas,
praas e gabinetes.
seu
a constituir-se
em
uma
sociedade.
Comeou
a ser edificado em
dirigida por Raymundo
DO THEATRO PORTUGUEZ
37'
sio e Prncipe Real.
Taborda
de lo
"/o
aluguer do Theatro
sobre a receita bruta.
que
foi
A Sociedade
Theatro Taborda (Lisboa)
foi fundada em i6 de Janeiro de
1870 por Jesuino Francisco Chaves, Augusto
Freire, Gaspar Moreira, Francisco Homem,
Augusto Csar Vieira da Silva, Eduardo Coral e outros. Entraram mais tarde para a
Taborda
mesma
gna de meno
espectculo. O fallecido Manoel Estacio Machado legou a este theatro 5oi^ooo ris annuaes para a sua conservao.
Theatro Thalia (S. Roque da ilha do Pico)
Est estabelecido n'um edificio do Estado
DIGCIONARIO
372
panhia de zarzuela.
ceita bruta.
Theatro
Tondellense
(Tondella)
Persociedade, que o mandou edificar em 1878, dirigindo a obra o architecto
Joo Emilio Coelho. Foi inaugurado em 20
de abril de 1879 com a pea sacra Santo
Antnio^ desempenhada por amadores. Tem
diversas vistas de sala, casa pobre, campo,
mar, crcere, claustro, jardim, praa, etc,
tudo em mau estado. O seu rendimento
com os preos vulgares, de 75<>ooo ris,
tence
uma
e a despeza
incluindo
y^ooo.
Tem
98 cadeiras, 45 logares de superior, 54 de balco e 100 de geral. Os preos variam de 25o ris a 120 ris. Entre as
diversas companhias que ali teem representado, contara-se as da Viuva Lopes, de que
fazia parte Rosa Damasceno, que tambm
ali representou com amadores o drama Cora ou a Escravatura^ dos Munes, Jos Carlos dos Santos, Polia, Posser, Mulgosas,
Soares, Arthur Reinhardt, Joaquim Silva,
Alfredo Carvalho, Jacobetty, Pedro Cabral,
etc.
frizas, \5
e galerias. J ali teem representado diversas companhias de Lisboa e Porto e de zarzuela. Entre outros artistas, ali trabalharam:
Taborda, Palmyra Bastos, Valle, Pepa, Alfredo Carvalho, Roque, Chaves, Beatriz,
aluguer
Lucinda do Carmo, Oliveira, etc.
do theatro est includo nas despezas apontadas. D ali amiudadamente espectculos
uma bem
res,
dirigida por
lho.
A 10 de
Theatro da Trindade {Lisboa)
outubro de 1866 constituiu-se em Lisboa
uma sociedade com o capital de 80 contos
de ris para a edificao do Theatro da
Trindade e salo de concertos e bailes. A
Francisco Palha se deve o pensamento inicial da fundao d'este theatro; a uma sociedade de accionistas a sua realisaao, e
o risco e direco da obra ao hablssimo
architecto Miguel Evaristo. A inaugurao
do Theatro da Trindade teve logar a 3o de
novembro de 1867, com o seguinte espectculo: o drama em 5 actos, original de
Ernesto Biester, A me dos pobres e a comedia em
acto, traduzida por Francisco
Palha, O Xere:f da "Viscondessa. O drama
agradou; mas a comedia foi pateada. A companhia era formada pelos seguintes artistas: Delphina, Emlia Adelaide,
I
DO THEATRO PORTUGUEZ
373
Ferraz,
jos,
chammas. Felizmente o
incndio manifestou se depois de terminar
o espectculo, o que fez com que no houvesse victimas. Tinha-se n'essa noite representado com uma enchente real a magica
C/Tata de Cabra. A companhia, que pouco tempo durou por ter ardido o theatro
pouco depois de ser edificado, era assim
formada: ensaiadores Romo Antnio Martins e Francisco da Costa Braga; maestro
Alves Rente; machinistas Joo d'Amil e
artistas
Josepha d'01iveira.
Luiz Vieira
tro destrudo pelas
prezas: Sociedade artistica, Sociedade dirigida por Sousa Bastos, Empreza Sousa
Bastos, Sousa Bastos & C *, Affonso Taveira, Jos Ricardo e Gouveia e voltando a
Taveira.
Theatro da Trindade (Porto), -Foi edificado ao cimo da rua de D. Pedro, no sitio
chamado Cancella velha, em frente da rua
Formosa. As trazeiras davam para a rua do
Laranjal. A construco do theatro era elegante a sala era vasta, tendo trs ordens de
camarotes, amplos fauteuils almofadados,
alm dos logares inferiores. Tinha largos
corredores, um bello trio, tendo esquerda
um espaoso botequim e direita bilhares
e tabacaria. O palco era grande, com um
;
Ilha
Theatro Unio Fayalense (Horta
do Fayal). Foi este o primeiro theatro regular que existiu nos Aores, tendo sido
inaugurado a 16 de setembro de i856. No
me foi possvel obter mais informaes sobre este theatro.
Theatro Valladares (CammhaJ.PtTXQVice a Jos Maria Valladares. Foi edificado em
1897, dirigindo a obra o proprietrio e Joaquim Vicente da Cruz Trovisquelra. Foi
inaugurado em J898 com o drama Fausto,
representado por amadores. Tem vistas de
sala regia, bosque, casa rica, praa, casa pobre, jardim e mar. O seu rendimento de
95!)ooo ris e a despesa enri cada recita de
DICCIONARIO
i3>ooo ris. Possue 12 camarotes de i.^ ordem. S de 2.% 100 cadeiras, 100 logares de
374
Theatro de Villa Nova d'Anos. Foi fundado em 1867, por Jos Augusto de Sousa
despesa
65)ooo ris.
Tem
em cada espectculo de
galeria com 5o logares e
Vide
Per-
4^000
ris
Comeou
\'i;iniiciisc
{Vinnna do Alemtejo)
Theatro Velense (Velas Ilha de S. Jorge Aores). Pertence ao dr. Jos Pereira
da Cunha da Silva e Sousa. Foi construdo
sob a direco do P. Antnio de Lacerda
Pereira e outros. A inaugurao teve logar
a 2 de fevereiro de i865 com o drama Probidade, representado por amadores. Este
theatro possue vistas de sala, bosque e praa. O seu rendimento de 8oi>ooo ris e a
despesa de 40^000 ris em cada recita. Tem
32 camarotes em 3 ordens e 85 logares de
plateia. J ali representaram diversos artistas. Este theatro foi feito pelo modelo do
Gymnasio, de Lisboa.
Theatro Viannense { Vianna do Alemtejo),
E' propriedade da Sociedade Viannense.
Theatro
cada
val.
DO THEATRO PORTUGUEZ
373
Virginia,
drama
Tem
frizas. i5 ca-
Ferreira da Silva, Pepa, Vall, Lucinda do Carmo, Augusto de Mello, Lucinda Simes, Augusto Rosa, Luclia Simes, Eduardo Brazo, Rosa Damasceno, Joo Rosa,
Cinira Polnio, Santos, Amlia Vieira, Antnio Pedro, Carolina Falco, Ignacio, Georgina Pinto, Cardoso, Christiano de Sousa,
Polia, Joaquim Costa, etc. O palco d'este
theatro amplo e tem junto uma grande
arrecadao para scenario e bagagens, com
porto independente. O panno de bcca
copia de um quadro hespanhol de Fontana.
Representa um arco manuelino, encimado
pelas armas de Vizeu, tendo ao centro uma
allegoria Arte. E' muito bonito este trabalho do distincto pintor viziense Almeida
e Silva. A planta da reedificao do theatro foi executada pelo fallecido engenheiro
Joo de Gonta.
tos,
ACCRESCIMOS, EXPLICAES
E
ERRATAS
ACCRESCIMOS, EXPLICAES
E ERRATAS
Actores mais notveis do theatro portuN'esta relao, a pag. ii, s por laguez
pso poderiam deixar de ser incluidos os distinctos artistas Antnio Pinheiro e Henrique Alves.
Assim s chama em calo theaBrincos
tral aos dois camarotes junto scena, d'um
e outro lado, na ultima ordem.
Casco em pasta, algodo ou seCalota
da, que se apphca cabea para cobrir o
cabello, imitando o couro cabelludo. Pde
servir para se collocar depois por cima outra cabelleira, ou para imitar uma calva
completa, ou ainda para uma cabea de
chim, applicando-se-lhe n'este caso comprida
trana.
Cantores portngnezes
em
magnficos concertos.
No theatro chama-se casa assisCasa
tncia d'um espectculo, ou prpria sala.
Assim se diz por exemplo: o theatro tem
hoje uma grande casay> o que equivale a dizer quer grande a concorrncia; ou a casa
est vasia o que quer dizer que ha muito
poucos espectadores.
Diz-se assim quando a
Casa cnnha
sala
est
um
nico logar.
Diz-se quando a sala
Casa enfeitada
est regularmente concorrida, amda mesmo
com muitas entradas de favor.
Chama-se nos theatros do PorCorret
to e de algumas outras terras corret ao
que
em
palavra.
Descargas
Na
maior,
Entulho
ra
Massa
Na definio d'esta palavra, a
pag. 90, referi-me apenas ao calo usado no
theatro como c fora. Falta dizer que o conjuncto de coros, figurao, comparsaria e
baile tambm
sim se diz: as
tem o nome de massas. Asmassas esto muito bem ensaiadas" ou, as massas coraes esto muito
;
afinadas; etc.
Na retranca
DICCIONARO
trai,
usado pelos
parece
artistas,
quando o publico
uma
ella
tambm
representaes.
Recita da moda Algumas emprezas habituaram-se, em determinados dias da semana, a denominar os seus espectculos reciias da moda. Por vezes essas recitas so
>8o
PN
2791
S6
PLEASE
CARDS OR
SLIPS
UNIVERSITY
For use
in
the Library
ONLY
DO NOT REMOVE
FROM
THIS
OF TORONTO
LIBRARY
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