PROJETO DIDTICO

SALA DE LEITURA NOS 3 ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL: ESPAO

LDICO DE APRENDIZAGEM E LAZER
Pblico Alvo: Alunos do 3 anos do Ensino Fundamental da E.M. Carlos
Vilhalva Cristaldo.
Durao: Um ano letivo
INTRODUO
Os diversos conceitos de leitura existentes atualmente podem ser
agrupados em duas grandes concepes, geralmente vistas como antagnicas:
leitura como decodificao e leitura como construo de significado. A
preferncia por uma ou outra concepo depende do que se deseja incluir ou
excluir quando se procura limitar o que especfico da leitura, separando-o do
que deve pertencer ao domnio da lingstica, da pedagogia, da psicologia ou
de cincias afins. A capacidade de deixar claro esses limites de incluso d
concepo da leitura como decodificao, uma certa respeitabilidade terica,
embora possa ser mais aparente do que real.
Essa concepo, na medida em que pressupe a passagem pelo
sistema sonoro da lngua como condio essencial para a obteno do
significado, apresenta srios problemas de sustentao. Um exemplo est na
questo da velocidade de leitura. Se a passagem pelo sistema sonoro da
lngua fosse realmente condio necessria para a compreenso, ningum
conseguiria ler um texto mais rpido do que consegue pronunci-lo, quando a
prtica mostra que justamente isso o que faz o leitor fluente.
A principal conseqncia de se incluir a construo do significado na
concepo de leitura de que essa incluso amplia a abrangncia do termo,
que no se encerra mais com a alfabetizao; o processo de desenvolvimento
da leitura tem, nessa perspectiva, um longo caminho a percorrer depois da
alfabetizao, o at chegar ao nvel de proficincia do leitor fluente.

Pretendemos ento, envolver os alunos e a comunidade escolar, num

processo evolutivo e criativo da leitura , ou seja, um projeto de leitura e escrita
em sala de aula, envolvendo todas as disciplinas.
O objetivo deste projeto proporcionar ao aluno, novas possibilidades
na rea da leitura para que posteriormente este seja capaz de escrever seus
prprios textos e ser crtico de outros do ponto de vista do leitor, que o levar a
evoluo de diversos aspectos do processo, incluindo o conceito bsico, as
estratgias e os objetivos da compreenso de leitura.
OBJETIVO GERAL:
Transformar a escola em uma comunidade de leitores e escritores,
desenvolvendo de forma ldica e prazerosa estratgias de leitura, as quais
despertem a curiosidade e a necessidade de pesquisar diferentes gneros
textuais; para que os alunos tornem-se leitores dotados de autonomia, capazes
de ler, interpretar e tambm produzir textos de forma criativa.
OBJETIVOS ESPECFICOS:
Apresentar a leitura como uma atividade prazerosa capaz de promover o
lazer.
Incentivar e orientar no aluno o hbito de pesquisar.
Promover situaes de integrao, nas quais a leitura seja percebida
como uma prtica social presente em nosso cotidiano.
Promover o gosto pela esttica literria.
Desenvolver a linguagem oral.
Desenvolver uma postura de conservao ao acervo e valorizao do
espao da sala de leitura.
Favorecer a aprendizagem de estratgias de leitura.
Respeitar as fases de desenvolvimento infantil no processo de aquisio
da aprendizagem da lngua escrita.
Trabalhar de acordo o Projeto Pedaggico da instituio, favorecendo a
ao coletiva em prol de alcanarmos as metas propostas.
JUSTIFICATIVA:
O tempo despendido na alfabetizao do leitor, ainda que essencial para sua
formao bem menor que o perodo investido no seu aperfeioamento at
chegar leitura proficiente. de se esperar que, no perodo que segue
alfabetizao, a percepo que o leitor tem do processo da leitura sofra uma
srie de alteraes. Em termos discretos, independentes um do outro, o
conceito bsico de leitura deve evoluir de alguma maneira, os objetivos do
leitor devem ser ampliados e as estratgias de compreenso devem no s

aumentar quantitativamente, mas tambm passar por um processo de

refinamento. Em termos de conjunto, provvel que haja uma interao
crescente entre um elemento e outro, de modo que, por exemplo, um
determinado objetivo num dado momento possa determinar o uso da estratgia
que seja considerada a mais adequada.
A hiptese principal de que os elementos que compem a leitura
aumentam seu nvel de interao, medida que, o leitor avance para a
proficincia, tornando-se mais dependentes um do outro. A hiptese secundria
de que cada um desses elementos o conceito, as estratgias e os objetivos
podem perder e ganhar componentes no processo de evoluo, alterando
substancialmente a prpria percepo de leitura.
Assim sendo, tentaremos envolver todas as disciplinas, dando
continuidade nas aulas de informtica, que sero enriquecedoras deste projeto.
ENCAMINHAMENTOS METODOLGICOS:
Por mais que faamos uma seleo criteriosa dos livros que
utilizaremos, a ao docente que ser imprescindvel para o envolvimento do
aluno, por isso, devemos usar recursos que chamem a ateno da criana
frente situao vivenciada, necessitamos tambm, respeitar o nvel de escrita
da criana e os conhecimentos lingsticos que ela possui, para que no se
sinta desmotivada ou desvalorizada frente s tarefas propostas.
As atividades ldicas alm de serem atraentes, promovem
simultaneamente os desenvolvimentos oral, afetivo, cognitivo e motor. Por isso,
na sala de leitura ideal utilizar recursos como o avental de histrias para
realizar leituras dramatizadas, nas quais a entonao da voz tambm fator
indispensvel. O avental de histrias tambm pode ser utilizado pelas crianas
para recontar uma narrativa, aps ouvir a leitura feita pelo professor,
desenvolvendo a expresso oral.
O gosto pela beleza literria e o fazer esttico so formas de
entretenimento capazes de afastar a criana e o jovem da violncia, e ainda,
promover por meio da escrita a cultura de paz.
Situaes previstas
Leitura em voz alta feita pelo professor de textos dos diversos
gneros.
Roda de leitura de livros de literatura, jornais e revistas, textos
cientficos e instrucionais, nas quais os alunos so incitados a ler
com propsitos definidos e depois a compartilhar as impresses
sobre o que leram.
Emprstimo de livros para utilizao fora do espao escolar.

Manuseio de diferentes portadores de texto.

Leitura compartilhada (inclusive de textos projetados em data
show)
Produo de murais com opinies dos alunos sobre livros e
sugestes de leitura.
Divulgao no blog da escola de atividades e eventos
desenvolvidos na sala de leitura bem como espao para
produes escritas dos alunos.
Promover campeonatos de leitura e escrita.
Sarau e apresentaes literrias.
Organizao de adaptaes teatrais a partir de obras que
integrem seqncias didticas referentes ao projeto Ler e
Escrever.
Confeco, em conjunto com os alunos, de dedoches e
fantoches.
Utilizao de jogos de leitura (baralho literrio, domins de leitura,
jogos da memria, etc.)
Contao de histria com dobraduras.
Mural com fotos das atividades realizadas.

ALGUMAS ATIDADES LDICAS DE LEITURA:

1 - Interveno: Aps ler a poesia Balezinhos de Manuel Bandeira, crianas
escrevem poesias pem dentro de bexigas e espalham pela escola.
2 -Sarau Os alunos recitaro e dramatizaro as poesias da obra A arca de
No.
3- Ser apresentado um trecho de um filme que seja adaptao de uma obra
literria e os alunos devero produzir oralmente o desfecho. Esta atividade
estimula o aluno a fazer antecipaes sobre o enredo.
4-Em grupos, os alunos realizaro a leitura de um livro escolhido por eles,
depois utilizando massinha construiro os personagens e devero recontar a
histria para toda a classe.
5- Sero entregues para os alunos ilustraes de uma histria, que estaro
embaralhadas, em grupos, eles devero organiz-las na ordem que acharem a
correta para a construo do enredo. Em seqncia, a professora far a leitura
para que possam constatar se acertaram .
6-Para os alunos que ainda no leem convencionalmente, a utilizao de
objetos que ilustrem o que est sendo lido uma tima opo.
Esta atividade consiste na utilizao de um ba maluco que conter objetos
diversos, enquanto a professora realiza a leitura o aluno dever utilizar objetos
e fazer mmicas, como se estivessem produzindo um filme de cinema mudo.

7-Dobra histria Meu barquinho de papel-Entregar meia folha de sulfite para

cada aluno e ir contado a histria do menino Joozinho, de acordo com os
fatos narrados as crianas iro dobrando o papel,at restar no final a dobradura
da camiseta do Joozinho, na qual as crianas devero escrever quais so
seus sonhos.
8-Roda de leitura maluca- cada aluno receber um trecho de um conto, a
professora inicia a leitura e os alunos devero tentar continuar de acordo com a
sequncia que eles acreditem ser correta.
RECURSOS:
Fantoches;
Avental de histrias;
Dobraduras;
Teatro dramatizao de historias com objetos e fantasias;
Livros e gibis;
Jogos de memria, etc.
Mquina fotogrfica;
Cartolina e caneto;
Fotografias impressas;
Mural;
CD e DVD;
Jornais e revistas;
MDIAS UTILIZADAS:
Jornais e revistas impressas;
DVD E CD (trechos de filmes e poesias cantadas);
BLOG DA ESCOLA. (para uso de divulgao das atividades
realizadas)
Utilizamos essas mdias porque a escola tem seus acervos pedaggicos e
so de fcil acesso pelos alunos, pois os mesmos j conhecem, ou por terem
em suas casas ou por utilizar na escola.
CONCEPO DE ENSINO/APRENDIZAGEM:
Segundo a autora Dlia Lerner, para que a escola supere as dificuldades
que tem passado, ns educadores devemos ter como principal objetivo
transform-la num espao onde a leitura seja uma atividade viva e vital.
Para isso, temos que reconhecer: o real que esta no uma tarefa
fcil; o necessrio promover a leitura como um instrumento poderoso, ao qual
permite entender o mundo; e o possvel conciliar os propsitos didticos do
ensino da leitura aos anseios e necessidades dos nossos alunos.
A sala de leitura o principal espao onde se devem promover
atividades diversificadas de incentivo s prticas de leitura. Nos anos iniciais do
ensino fundamental, as crianas esto em intenso desenvolvimento das
habilidades leitoras, portanto, o momento mais propcio para provocarmos
situaes que criem na criana o entusiasmo pela leitura, atravs de atividades

ldicas que promovam a motivao, a animao e faam brotar na criana o

interesse por descobrir o mundo mgico dos livros.
Temos que despertar nos pequenos essa
necessidade de ler. Somente desta maneira as
crianas podero converter-se em leitores. Ler e
contar histrias instaura o desejo de ler e aproxima o
livro das crianas. Ler e contar histrias so revelar
segredos, seduzir o ouvinte e convid-lo a se
apaixonar... pelo livro... pela histria ...pela leitura!
DEBUS (2006, p.75).

impossvel falar de leitura sem citarmos Isabel Sol. As estratgias de

leitura, segundo a autora, podem ser utilizadas antes, durante e aps a leitura,
sendo que na pr - leitura feita uma anlise; durante a leitura pode-se ter
informaes relevantes estabelecendo uma articulao com as informaes
apresentadas no texto, e depois da leitura analisa-se o significado da
mensagem do texto e ocorre a verificao da compreenso de leitura.
O que caracteriza um bom leitor fazer uso de diferentes estratgias
para tornar eficiente a sua leitura, ou seja, construir significado para aquilo que
l. Sol prope cinco estratgias, so elas: estratgia de seleo, estratgia de
antecipao, estratgia de inferncia, estratgia de verificao e estratgia de
generalizao. Portanto, ensinar a utilizar estratgias para compreender melhor
o que l indispensvel para a formao de um leitor autnomo, entretanto,
no podemos tornar isto uma prtica mecnica e extremamente metdica, pois
poderia transformar a leitura em um ato pouco interessante aos pequenos, por
isso, indispensvel o uso de metodologia ldica que introduza sutilmente o
ensino de recursos lingusticos.
O sorriso, a alegria duma criana que l, que ouve
estrias, que brinca, compensa a luta que possamos
ter, para que aquele sorriso e aquela alegria existam.
E compensa, ainda, a sua certeza ntima que
estamos abrindo novos horizontes e possibilidades
para centenas de crianas, atravs da leitura.
Estaremos ensinando quanto vale o livro; dando-lhes
o hbito da leitura, fazendo-as amar o livro estaremos
assimilando responsabilidades e cumprindo o nosso
dever com as geraes que formaro os homens de
amanh.
Tavares, Denise Fernandes.
AVALIAO

O processo da leitura e escrita que se pretende avaliar nesse projeto a

concepo das estratgias aplicadas, tanto em termos de aprendizagem, como
de busca de compreenso e de adaptao aos diferentes tipos de texto. Para
isso vrias atividades sero solicitadas aos alunos.
A avaliao ser feita diariamente, com a finalidade de investigar as
dvidas e dificuldades do aluno, para ento fazermos as intervenes
necessrias e adequadas a cada tipo de problema.

Ao

final

de

cada

bimestre

trabalhado,

faremos

exposies

apresentaes de todo o trabalho desenvolvido pelos alunos, aumentando

assim a autoestima e o interesse pela leitura.
Eventos e trabalho final:

Sarau de poesias e confeco de um mural com fotos das atividades

realizadas a cada bimestre.
CRONOGRAMA:
1BIMESTRE

Roda de leitura; conhecendo alguns livros, revistas

e jornais; biblioteca; sala de informtica, blog,

2BIMESTRE

mural, confeces de fantoches.

Roda de leitura; conhecendo alguns livros, revistas
e jornais; biblioteca; sala de informtica, blog,

3BIMESTRE

mural, utilizao de jogos de leitura.

Roda de leitura; conhecendo alguns livros, revistas
e jornais; biblioteca; sala de informtica, blog,
mural, campeonato de leitura e escrita; contao de

4BIMESTRE

histria com dobraduras.

Roda de leitura; conhecendo alguns livros, revistas
e jornais; biblioteca; sala de informtica, blog,
mural, sarau e apresentaes literrias.

Referncias:
LERNER, Delia. Ler e Escrever na Escola: o Real, o Possvel e o
Necessrio. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BARBOSA, Jos Juvncio. Alfabetizao e Leitura. 2ed. So Paulo: Cortez,
1994.
KLEIMAN, ngela. Oficina de Leitura. 8 ed.Campinas, SP: Pontes, 2002.
_________.Texto e Leitor: aspectos cognitivos da leitura. 9ed.Campinas,
SP: Pontes, 2002.
SOL, Isabel. Estratgias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.

KISHIMOTO, T.M. (org.) O brincar e suas teorias. So Paulo: Pioneira, 1988.

Orientaes Curriculares: expectativas de aprendizagem de Lngua Portuguesa
para o Ensino Fundamental.
DECRETO N 49.731, DE 10 DE JULHO DE 2008.
PORTARIA 3079/08