Romantismo Realismo e o Maravilhoso em Hans Andersen
Romantismo Realismo e o Maravilhoso em Hans Andersen
Romantismo Realismo e o Maravilhoso em Hans Andersen
3. ROMANTISMO
Hans Andersen foi o primeiro autor a usar o estilo romântico para contar
histórias para crianças. Reinventou o conto de fadas para os novos tempos em que a
sociedade aprendeu a valorizar a infância, respeitando as diferenças de cada
indivíduo. A infância seria a idade de ouro do ser humano e a adolescência era o
momento de pureza que se corromperia no mundo adulto.
Percebemos nas obras de Andersen, a ternura quando fala dos pequenos,
infelizes e desvalidos, o confronto entre o forte e o fraco, a generosidade humanista e
o espírito de caridade próprios do estilo romântico. O autor transportava então para
suas personagens, características marcantes de sua época. O fato de ele ser do povo
permitiu que ele descrevesse exatamente os desejos da população em seus textos:
valorização das raízes de seu país, celebração de conquistas individuais e busca pela
realização de sonhos.
Não foi a toa que ele escolheu personagens frágeis e infelizes para ilustrar
suas histórias. Era a exaltação do individualismo da época: cada pessoa era diferente
da outra. Repare que as personagens como o patinho feio e o soldadinho de chumbo
não eram iguais aos outros, assim como a pequena sereia não podia viver com o
humano porque tinha uma cauda de peixe.
Vivendo na época do Romantismo, era admirador dos grandes românticos
alemães como Goethe e Schiller. Nessa época, músicos e escritores abandonaram os
cânones e os temas clássicos universais e começaram a buscar inspiração na Idade
Média, nas tradições populares e na cultura própria de cada nação. Andersen obteve
material para seus maravilhosos contos a partir de suas grandes viagens pela
Alemanha, Grécia, Inglaterra, Turquia, Itália e França. Também fazia anotações em
diários, que lhe serviram para escrever interessantes livros de viagens que tiveram
sucesso na época.
Chegado à simplicidade e ingenuidade, Andersen era movido mais pelas
emoções do coração do que pelas forças do intelecto. Suas histórias partem do
cotidiano para descobrir o maravilhoso, um universo em que tudo é possível. Acredita-
se então que a emotividade de suas ficções e o poder e sensibilizar o leitor foram
aspectos importantes para sua glória.
Seguem-se alguns valores românticos identificados em seus contos infantis,
com exemplos de obras entre parênteses:
• Defesa dos direitos iguais, pela anulação das diferenças de classe (A
Pastora e o Limpador de Chaminés)
• Valorização do indivíduo por suas qualidades intrínsecas e não por seus
privilégios ou atributos exteriores (O Patinho Feio – A Pequena
Vendedora de Fósforos)
• Atração pelo diferente, pelo incomum, pela aventura (A Pequena Sereia
– O Soldadinho de Chumbo)
• Consciência da precariedade de vida, eventualidade de situações (O
Soldadinho de Chumbo – O Homem da Neve)
• Crença na superioridade das coisas naturais em relação às artificiais (O
Rouxinol)
• Condenação da arrogância, orgulho, maldade contra os fracos e com os
animais e ambição de riqueza e poder (João Grande e João Pequeno –
Os Cisnes Selvagens)
• Valorização da obediência, pureza, paciência, recato, submissão,
religiosidade... As virtudes básicas da mulher da época. Era a visão da
mulher como ser dual: do plano ideal, era o ser dependente do Homem;
do plano real, era um ser-objeto submisso ao Homem. A mulher não
tinha escolhas ou opinião sobre seu destino, apenas cedia e cumpria
seu papel.
4. REALISMO
5. O MARAVILHOSO