Fórmula de Taylor
Fórmula de Taylor
Fórmula de Taylor
A F
ormula de Taylor
1.1
F
ormula e polin
omio de Taylor para funco
es de uma vari
avel
Nesta secao recordaremos a formula de Taylor para funcoes de uma variavel como vista em C
alculo I.
avel em (a, b). Ent
ao
Teorema 1.1.1 Seja g : [a, b] R uma func
ao de classe C n1 e n vezes diferenci
existe c (a, b) tal que
g(b) = g(a) + g (a)(b a) + +
g (n1) (a)
g (n) (c)
(b a)n1 +
(b a)n .
(n 1)!
n!
Deni
c
ao 1.1.1 Dada uma func
ao f : I R denida num intervalo I e n vezes deriv
avel no ponto a I,
o polin
omio de Taylor de f em a e denido por
pn (x) = f (a) + f (a) (x a) +
f (a)
f (n) (a)
(x a)2 + +
(x a)n .
2!
n!
Observe que nas condicoes do teorema (1.1.1) com b = a + h temos a seguinte igualdade
g(a + h) = pn1 (a + h) + Rn (h)
onde Rn (h) = f (n) (c)hn /n! satisfaz limh0 Rn (h)/hn1 = 0.
1.2
F
ormula e polin
omio de Taylor para func
oes de duas vari
aveis
Sejam A R2 um aberto, Po = (xo , yo ) A e (h, k) tal que (xo , yo ) + t(h, k) A para todo 0 t 1.
ao de uma variavel g : [0, 1] R
Considere uma funcao f : A R de classe C n+1 e, a partir dela, dena a func
ao (t) = (xo + th, yo + tk) (qual a imagem
dada por g(t) = f (xo + th, yo + tk), ou seja, g e a composta da func
de ? ) com f e, portanto, tambem e uma funcao de classe C n+1 . Podemos assim aplicar o teorema (1.1.1)
para g e obter a formula de Taylor correspondente, usando a = 0 e b = 1. Entretanto, estamos interessados
em ver o comportamento do polinomio de Taylor de g calculado em t = 1. Note que g(0) = f (Po ) e fazendo
uso da regra da cadeia podemos ver que
g (0) =
g (0) =
g (0) =
f
f
(Po )h +
(Po )k,
x
y
2f
2f
2f
(Po )h2 + 2
(Po )hk + 2 (Po )k 2 ,
2
x
xy
y
3f
3f
3f
3f
3
2
2
(P
)h
+
3
)h
k
+
3
(P
)hk
+
(Po )k 3 ,
(P
o
o
o
x3
x2 y
xy 2
y 3
..
.
5
CAPITULO 1. A FORMULA
DE TAYLOR
6
g (n) (0) =
n ( )
n
j=0
nf
xnj y j
(Po )hnj k j .
n+1
(n + 1) n+1 f
1
(xo + ch, yo + ck)hn+1j k j ,
Rn+1 (h, k) =
(n + 1)! j=0
xn+1j y j
j
para algum c (0, 1). Note que, embora c possa variar com (h, k), temos
n+1 f
n+1 f
(x
+
ch,
y
+
ck)
=
(xo , yo ),
o
o
h0 xn+1j y j
xn+1j y j
lim
(1.1)
k0
|h|n+1j |k|j
= |h|
|h|nj |k|j
hn+1j k j
|k|n+1
|k|n+1
=
n
n
n = |k|.
(h2 + k 2 ) 2
(h2 + k 2 ) 2
(k 2 ) 2
Assim, para 0 j n + 1, temos
hn+1j k j
lim 2
n = 0.
h0 (h + k 2 ) 2
(1.2)
k0
h0
k0
Rn+1 (h, k)
n = 0.
(h2 + k 2 ) 2
f
f
(xo , yo )(x xo ) +
(xo , yo )(y yo )
x
y
)
2f
2f
2f
2
2
(xo , yo )(x xo ) + 2
(xo , yo )(x xo )(y yo ) + 2 (xo , yo )(y yo ) +
x2
xy
y
n ( )
n
n
f
1
(xo , yo )(x xo )nj (y yo )j
+
n! j=0 j xnj y j
Note que o polinomio de Taylor de grau um nada mais e do que a equacao do plano tangente ao graco
adrica que melhor aproxima o graco de f em torno de
de f em (xo , yo ). Ja o de grau dois representa a qu
(xo , yo ).
Nos exemplos que seguem procuraremos identicar o comportamento do graco da funcao proximo ao
ponto (xo , yo ) analisando o graco do seu polinomio de Taylor de grau 2. Vejamos
1.2. FORMULA
E POLINOMIO
DE TAYLOR PARA FUNC
OES
DE DUAS VARIAVEIS
(x, y)
x sen y
sen y
x cos y
(0, 0)
0
0
0
0
cos y
0
1
x sen y
Assim,
1
(2xy) = xy,
2
cujo graco representa uma sela. A gura abaixo representa os gracos de f e de p2 sobre um quadrado
centrado na origem de lado tres. O graco de f se encontra abaixo do graco de p2 .
p2 (x, y) =
CAPITULO 1. A FORMULA
DE TAYLOR
f
f
x
f
y
2f
x2
2f
xy
2f
y 2
(x, y)
x sen x + y sen y
sen x + x cos x
sen y + y cos y
(0, 0)
0
0
0
2 cos x x sen x
0
2
0
2 cos y y sen y
Assim,
p2 (x, y) =
1
(2x2 + 2y 2 ) = x2 + y 2 ,
2
Vejamos o u
ltimo exemplo
ao f (x, y) = sen (x4 + y 4 ) em torno da
Exemplo 1.2.3 Encontre o polin
omio de Taylor p2 (x, y) da func
origem.
Como no exemplo acima, a funcao e claramente suave. As suas derivadas ate a segunda ordem sao
1.2. FORMULA
E POLINOMIO
DE TAYLOR PARA FUNC
OES
DE DUAS VARIAVEIS
f
f
x
f
y
2f
x2
2f
xy
2f
y 2
(x, y)
sen (x4 + y 4 )
4x3 cos (x4 + y 4 )
4y 3 cos (x4 + y 4 )
(0, 0)
0
0
0
0
0
Assim,
p2 (x, y) = 0,
cujo graco representa um plano horizontal, na verdade, o proprio plano tangente ao graco de f na origem.
Este exemplo ilustra que p2 pode nao ser suciente para sabermos mais informacoes sobre o graco de f
proximo a Po . Deixamos como exerccio ao leitor descobrir qual o menor inteiro n tal que pn (x, y) e diferente
do polinomio nulo.
A gura abaixo (1.5) representa os gracos de f e de p2 proximos `a origem.
10
CAPITULO 1. A FORMULA
DE TAYLOR
Captulo 2
M
aximos e mnimos
2.1
Denic
ao e resultados gerais
Deni
c
ao 2.1.1 Seja f : A Rn R. Dizemos que Po A e um ponto de m
aximo (resp., mnimo) de f
se f (P ) f (Po ) (resp., f (P ) f (Po )) para todo P A.
aximo local (resp., mnimo
Deni
c
ao 2.1.2 Seja f : A Rn R. Dizemos que Po A e um ponto de m
local) de f se existir uma bola B centrada em Po tal f (P ) f (Po ) (resp., f (P ) f (Po )) para todo P AB.
` vezes usaremos a denominac
Observa
c
ao 2.1.1 As
ao de m
aximo (mnimo) global no caso da denic
ao
(2.1.1) para ressaltar a diferenca entre as duas denic
oes acima.
comum tambem empregarmos o termo extremo (local) para designarmos um ponto que e de m
E
aximo
ou de mnimo (local).
Vejamos alguns exemplos.
Exemplo 2.1.1 Considere a func
ao denida em R2 dada por f (x, y) = x2 + y 2 . Como f (x, y) 0 e
f (0, 0) = 0 e claro que (0, 0) e ponto de mnimo de f. Note que o gr
aco de f representa um parabol
oide
com vertice na origem e concavidade voltada para cima.
Antes de apresentarmos o proximo exemplo vamos relembrar que o gradiente de uma func
ao aponta na
direcao de maior crescimento desta.
Seja f : A Rn R uma funcao diferenciavel denida num aberto A. Seja u um vetor unitario de Rn .
A derivada direcional de f num ponto Po A na direcao u e dada por
f
(Po ) = Du f (Po ) = f (Po ) u = ||f (Po )|| cos ,
u
onde e o angulo entre f (Po ) e u. Deste modo, a derivada direcional sera maxima quando cos = 1, ou
seja, quando = 0. Isto nos diz que u deve ter a mesma direcao e sentido de f (Po ).
Exemplo 2.1.2 Considere o conjunto A = {(x, y) R2 ; x 0, y 0, x + y 3 e y x}. Seja f : A R
dada por f (x, y) = 2x y.
Como os valores de f crescem `
a medida que se avanca na direca
o do vetor 2i j = f, pela ilustrac
ao
podemos perceber que o mnimo de f e atingido no ponto (0, 3) e o seu m
aximo no ponto (3/2, 3/2).
Vamos vericar que isto de fato ocorre. Se (x, y) A, temos
f (x, y) f (3/2, 3/2) = 2x y 3/2 = (x 3/2) + (x y) 0
pois, como (x, y) A, temos x + y 3 e x y. Somando estas duas desigualdades obtemos 2x + y 3 + y
que e equivalente a x 3/2. Portanto, f (x, y) f (3/2, 3/2) para todo (x, y) A e (3/2, 3/2) e, de fato,
ponto de m
aximo de f em A. O valor m
aximo e f (3/2, 3/2) = 3/2.
11
12
CAPITULO 2. MAXIMOS
E MINIMOS
Figura 2.1: A regiao onde procuramos os extremos de f e algumas de suas curvas de nvel
Agora vamos vericar que (0, 3) e ponto de mnimo de f em A. Seja (x, y) A, temos
f (x, y) f (0, 3) = 2x y + 3 = 3x + (3 x y) 0.
Ou seja, f (x, y) f (0, 3) para todo (x, y) A, isto e, (0, 3) e ponto de mnimo de f em A. O valor de
mnimo e f (0, 3) = 3.
ao que tem m
aximo (resp., mnimo) local
Teorema 2.1.1 Sejam A Rn um aberto e f : A R uma func
ao elas s
ao iguais a zero neste ponto.
em Po A. Se as derivadas parciais de f existem em Po ent
Prova Provaremos o caso em que Po e ponto de maximo local (o caso de mnimo local ca demonstrado a
partir deste tomando-se a funcao g = f ; ca como exerccio completar este detalhe). Seja ei o vetor do
Rn que possui a i-esima coordenada igual a 1 e as restantes iguais a 0. Como A e aberto e Po e um ponto
de maximo local existe uma bola aberta B de raio > 0 e centrada em Po que esta contida em A tal que
ao de uma variavel g(t) = f (Po + tei ) ca bem denida
f (P ) f (Po ) para todo P B. Desse modo, a func
para t (, ) pois Po + tei B A e, alem do mais, g(t) = f (Po + tei ) f (Po ) = g(0). Ou seja, t = 0 e
um ponto de maximo local para a funcao de uma variavel g.
Temos
g(t) g(0)
f (Po + tei ) f (Po )
f
lim
(Po ),
= lim
=
t0
t0
t
t
xi
f
ou seja, g possui derivada em t = 0 e g (0) = x
(Po ). Como t = 0 e ponto de maximo local de g, por um
i
f
Deni
c
ao 2.1.3 Um ponto crtico que n
ao e m
aximo local nem mnimo local e chamado de ponto de sela.
Ou seja, um ponto crtico Po e um ponto de sela de uma func
ao f se toda bola centrada em Po contiver
dois pontos P1 e P2 tais que f (P1 ) < f (Po ) < f (P2 ).
Note que, pelo teorema acima, para localizar extremos locais de uma funcao com derivadas parciais no
interior do seu domnio basta restringirmos nossa atenc
ao aos pontos crticos de f.
2.2
13
Teste do hessiano
.
..
Hess(P ) =
2
f
xn x1 (P )
..
.
2f
x1 xn (P )
..
.
.
2
f
x2 (P )
2f
x2 (Po )
2. se
2f
x2 (Po )
ao Po e um ponto de sela de f ;
3. se H(Po ) < 0 ent
ao podemos armar nada sobre a natureza do ponto crtico Po .
4. se H(Po ) = 0 n
Prova
1. Como A e aberto e as derivadas parciais ate segunda ordem sao contnuas, existe uma bola aberta
2
Bo centrada em Po de raio > 0 tal que xf2 (x, y) > 0 e H(x, y) > 0 para todo (x, y) B. Colocando
Po = (xo , yo ), dena h = x xo e k = y yo onde (x, y) Bo .
Como f (xo , yo ) = 0, a formula de Taylor para f ca
]
[
1 2f 2
2f
2f 2
(
P
)h
+
2
(
P
)k
f (x, y) f (xo , yo ) =
,
(
P
)hk
+
2 x2
xy
y 2
x, y) = (xo + ch, yo + ck) com 0 < c < 1. Coloque
onde P Bo e da forma (
A=
2f
(P ),
x2
B=
2f
(P )
xy
C=
2f
(P ).
y 2
f (x, y) f (xo , yo ) =
]
k2 [ 2
Av + 2Bv + C > 0
2
CAPITULO 2. MAXIMOS
E MINIMOS
14
pois = (2B)2 4AC = 4(B 2 AC) = 4H(P ) < 0 e A > 0.
Se k = 0 entao
f (x, y) f (xo , yo ) =
1 2
Ah 0.
2
Portanto, para todo (x, y) Bo temos f (x, y) f (xo , yo ) 0, isto e, f (x, y) f (xo , yo ). Isto demonstra 1 .
2g
2f
2. Considere a funcao g(x, y) = f (x, y). Temos x
e igual ao
2 (Po ) = x2 (Po ) > 0 e o hessiano de g
hessiano de f (os sinais se cancelam nas multiplicac
oes que aparecem no determinante) e, portanto, pela
uentemente f tem um ponto de maximo local
parte anterior g tem um ponto de mnimo local em Po ; conseq
em Po .
3. Dado v = (h, k) considere a funcao v (t) = f (Po + tv ) = f (xo + ht, yo + kt) onde t (, ) como no
item 1. Observe que v e a restricao de f sobre o segmento de extremos Po v e Po + v . Esta restricao
nos fornece a informacao de como e o graco de f quando cortado por um plano vertical paralelo ao vetor
v e passando por (Po , f (Po )). Usando a regra da cadeia obtemos v (0) = f (Po ) v e
v (0) =
2f
2f
2f
2
(P
)h
+
2
)hk
+
(Po )k 2 .
(P
o
o
x2
xy
y 2
Coloque
A=
2f
(Po ),
x2
B=
2f
(Po )
xy
C=
2f
(Po .)
y 2
Por exemplo, no caso (1) tomamos u = ( 2/2, 2/2) e u = ( 2/2, 2/2) e assim por diante.
4. Basta considerar as seguintes funcoes f (x, y) = x4 + y 4 , g(x, y) = x4 y 4 , h(x, y) = x4 y 4 . A
origem e ponto crtico para todas elas e o hessiano tambem se anula em todos os tres casos. Entretanto, a
origem e um mnimo para f, um maximo para g e um ponto de sela para h. Isto termina a demonstracao
deste teorema.
ao C > 0, pois
Observa
c
ao 2.2.1 Note que se A, B e C s
ao n
umeros reais tais que AC B 2 > 0 e A > 0 ent
caso contr
ario teramos AC 0 e, portanto, AC B 2 B 2 0, o que contradiz o fato de AC B 2 > 0.
ao C < 0. Assim, os itens 1 e 2 do teorema
Do mesmo modo se prova que se AC B 2 > 0 e A < 0 ent
2
2
2
acima podem ser reescritos substituindo-se as hip
oteses xf2 (x, y) > 0 e xf2 (x, y) < 0 por yf2 (x, y) > 0 e
2f
y 2 (x, y)
< 0, respectivamente.
15
n
ao podemos armar nada sobre a natureza do ponto crtico Po .
Esbo
co da prova Ao inves de usarmos a base canonica de Rn usaremos a base ortonormal {v1 , . . . , vn }
formada pelos autovetores da matriz hessiana de f em Po . Considere a funcao g(t) = f (Po + tu), onde
0 t 1, e u e um vetor com norma sucientemente pequena. Use a regra da cadeia e conra que
g (0) = (Po ) u = 0 e g (0) = (Hess(Po )u) u. O ponto a ser observado e que quando u e pequeno o
bastante, o valor de f (P ), onde P = Po + u, ca proximo a f (Po ) + 12 (Hess(Po )u) u (pense como caria a
formula de Taylor para varias variaveis).
Com relacao `a base adotada, escrevemos u = h1 v1 + + hn vn e, deste modo,
2[f (P ) f (Po )] (Hess(Po )u) u = (Hess(Po )(h1 v1 + + hn vn )) (h1 v1 + + hn vn )
= (h1 Hess(Po )v1 + + hn Hess(Po )vn ) (h1 v1 + + hn vn )
CAPITULO 2. MAXIMOS
E MINIMOS
16
= (h1 1 v1 + + hn n vn ) (h1 v1 + + hn vn )
=
i,j=1
i hi hj vi vj =
i=1
6x 0 0
Hess(x, y, z) = 0 2 0 .
0 0 2
Desta forma,
6
Hess(P1 ) = 0
0
0
2
0
0
0
2
e da segue-se que todos os autovalores sao positivos. Portanto, P1 e ponto de mnimo local.
Quanto a P2 , temos
6 0 0
Hess(P2 ) = 0 2 0 .
0 0 2
Deste modo, P2 e ponto de sela pois a matriz hessiana possui um autovalor positivo e um negativo
Exemplo 2.2.2 Classique os pontos crticos de
f (x, y, z, w) = 2xy + 2yz + y 2 + z 2 2w2 .
Temos que
f (x, y, z, w) = (2y, 2x + 2y + 2z, 2y + 2z, 4w)) = (0, 0, 0, 0)
se e somente se (x, y, z) = (0, 0, 0, 0) = P0 . Temos
0
2
Hess(P0 ) =
0
0
2
2
2
0
0
2
2
0
0
0
.
0
4
17
2
0
2 2
2
p() = det
0
2
2
0
0
0
0
0
= (4 + )(3 42 4 + 8).
0
4
Note que 1 = 4 < 0 e um autovalor da matriz acima. Como p(1) = 5 > 0 e p(2) = 48 < 0, vemos que
existe 2 (1, 2) tal que p(2 ) = 0, ou seja, existe tambem um autovalor positivo. Portanto, P0 e um ponto
de sela.
Vejamos que o teorema 2.2.2 no caso n = 2 e equivalente ao teorema 2.2.1. Para tanto, usaremos a
notacao
2f
2f
2f
(Po ),
B=
(Po ),
C=
H = AB C 2 .
(Po ) e
A=
2
2
x
y
xy
Coloque
(
H=
A
C
C
B
A+B+
2
2 =
A+B
2
A+B
A + B = |A + B| > 2 =
> 0.
2
Reciprocamente, se 1 e 2 sao positivos
Da, AB > C 2 0 e, portanto A e B tem o mesmo sinal. Se fosse A < 0 entao B < 0 e teramos
A+B
A+B
2 =
< 0,
2
2
um absurdo. Portanto, se 1 e 2 sao positivos devemos ter A > 0 e H > 0, que sao as hipoteses de 1 do
teorema 2.2.1.
Agora, se H > 0 e A < 0 entao, como anteriormente, vemos que devemos ter B < 0, e da segue que
A+B
A+B
2 =
< 0.
2
2
Tambem, como antes,
2
A+B+
1 =
2
< 0.
CAPITULO 2. MAXIMOS
E MINIMOS
18
< |A + B| H > 0
e, portanto, A e B tem o mesmo sinal. Se fosse A > 0 deveramos ter B > 0 e isto implicaria que
1
A+B
> 0,
2
uma contradicao. Isto mostra a equivalencia das hipoteses entre os segundos itens dos dois teoremas.
Suponha agora que H < 0. Temos
2 =
A+B+
2
A+B
2
>0
< 0.
= |A + B| 1 = 0
ou
2 = 0.
Isto termina a prova da equivalencia entre os teoremas 2.2.1 e 2.2.2 no caso bidimensional.
2.3
Exemplos
Exemplo 2.3.1 Deseja-se construir uma caixa sem tampa com a forma de um paraleleppedo retangular
com um certo volume V. Determine as dimens
oes da caixa para que se gaste o mnimo de material possvel.
Denotemos por x e z as dimensoes da base da caixa e por y a sua altura. Desta forma V = xyz e a area
total da caixa e A = 2yx + 2yz + xz. Logo, como V e dado, temos
A(x, y) = 2xy + 2
V
V
+ .
x
y
Nosso problema se resume em achar o ponto de mnimo de A. Note que a regiao em que estamos trabalhando
e x > 0 e y > 0.
2.3. EXEMPLOS
19
2y 2 xV2 = 0
2x yV2 = 0
ou seja,
{
yx2 = V
.
2xy 2 = V
2
Assim H( 2V , 3 V /4) = 12 > 0 e xA2 ( 3 2V , 3 V /4) = 2 > 0. Logo, pelo criterio do hessiano vemos que
V
V
+
x
y
possui um mnimo global pois limx0+ Ay (x) = + e limx+ Ay (x) = + e ele ocorre em x= V /y
2
m
(y)
=
0,
isto
e
,
quando
2
V
/y
V
/y
=
0,
ou
seja,
quando
y
=
V
/4.
Isto
nos
d
a
x
=
V /y =
3
3
V /( V /4) = 2V . Assim, para todo x > 0 e y > 0, temos
3
A(x, y) = Ay (x) m(y) m( 3 V /4) = A( 2V , 3 V /4).
3
3
x = 2V ,
y = 3 V /4
e
z = 2V .
Exemplo 2.3.2 Classique os pontos crticos da func
ao
f (x, y) = x4 + y 4 2x2 2y 2 .
Vamos procurar os pontos crticos de f :
{
4x3 4x = 4x(x 1)(x + 1) = 0
4y 3 4y = 4y(y 1)(y + 1) = 0
P2 = (0, 1)
P5 = (1, 1)
P8 = (1, 1)
P3 = (0, 1)
P6 = (1, 1)
P9 = (1, 1).
CAPITULO 2. MAXIMOS
E MINIMOS
20
P
P1
P2
P3
P4
P5
P6
P7
P8
P9
H(P )
16
32
32
32
64
64
32
64
64
2f
x2
8
8
8
8
P e
max. loc.
sela
sela
sela
min. loc.
min. loc.
sela
min. loc.
min. loc.
f (P )
0
1
1
1
2
2
1
2
2
A gura (2.3) mostra os pontos crticos de f e a curva de nvel 1 referente aos pontos de sela.
21
2.4
Extremos de funco
es em regi
oes fechadas e limitadas
(x, y)
(1, 1)
(1, 1)
(1, 1)
(1, 1)
interior K
f (P )
0
4
2
com 2 y 2. Note que g1 (y) = 3y 3 = 0 implica em y = 1 ou y = 1. Temos f (0, 1) = g1 (1) = 2
CAPITULO 2. MAXIMOS
E MINIMOS
22
f (x, y)
0
4
2
2
2
2
4
0
0
4
0
4
obtemos que o maximo de f e 4 e ocorre nos pontos (2, 1) e (2, 2), ambos na fronteira de K, e o mnimo e
4 e ocorre nos pontos (1, 1), no interior de K, e (1, 2), na fronteira de K.
Exemplo 2.4.2 Determine os extremos de f (x, y) = xy sobre o conjunto K = {(x, y); x2 + y 2 1}.
Como no exemplo anterior, K e compacto (um disco fechado), f suave (C ) e pelo teorema 2.4.1 atinge
maximo e mnimo.
{
y=0
x=0
23
cuja u
nica solucao e (0, 0) e o valor de f neste ponto e 0.
Analisaremos na fronteira de K :
{(x, y); x2 + y 2 = 1} = {(cos t, sen t); 0 t 2}.
Assim, a funcao a ser considerada e g(t) = f (cos t, sen t) = cos t sen t = 12 sen 2t, 0 t 2. Note que as
razes g (t) = cos 2t = 0 com 0 t 2 sao /4, 3/4, 5/4 e 7/4. Temos g(/4) = 1/2 = g(5/4) e
g(/4) = 1/2 = g(7/4). Alem do mais, nos extremos temos g(0) = g(2) = 0.
Reunindo os resultados encontrados no interior e na fronteira de K vemos que o maximo de f e 1/2
e o mnimo e 1/2. O valor m
referentes aos valores de t = /4 e t = 5/4
aximoe atingidonos pontos
atingido
que correspondem aos pontos ( 2/2, 2/2) e ( 2/2, 2/2), respectivamente. O valor mnimo
e
2/2,
2/2) e
nos
pontos
referentes
aos
valores
de
t
=
3/4
e
t
=
7/4
que
correspondem
aos
pontos
(