Propriedade de LN

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CALCULO L1 NOTAS DA NONA AULA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Resumo. Nesta aula, apresentaremos as funes logaritmo e exponencial e calcularemos co as suas derivadas. Tambm estabeleceremos algumas propriedades fundamentais destas e funes que desempenham um papel central na matemtica e nas aplicaes. co a co

1. O logaritmo neperiano Existe uma unica funao f (X), conhecida como o logaritmo neperiano, denida para c todo nmero real positivo X tal que f (1) = 0 e u 1 X Esta armaao ser estabelecida quando apresentarmos o Teorema Fundamental do Clc a a culo. Denotamos o valor de f em X por ln X. Mostraremos tambm que existe um e nmero real e, entre 2 e 3, tal que u f (X) = (1) ln e = 1 Justicaremos a existncia do logaritmo neperiano atravs de uma interpretaao orie e c unda da f sica. Suponha que uma part cula tem sua trajetria contida em um eixo ordeo nado. O movimento desta part cula ca completamente determinado caso sejam conhecidos: a velocidade para todo instante de tempo; e a posiao da part c cula para algum instante de tempo. Caso a posiao que a part c cula ocupe no instante de tempo X seja f (X), a sua velocidade instantnea f (X). Portanto, o conhecimento de f (X) e de f (1) suciente para a e e determinar todo o movimento. Isto , determinar f (X). e Utilizando a derivada do logaritmo neperiano, podemos estabelecer a seguinte propriedade que fundamental para esta funao: transformar produtos em somas. Para e c nmeros reais positivos a e b, u (2) Considere a seguinte funo: ca f (X) = ln(aX) ln X Como 1 1 1 1 a = =0 aX X X X temos que f (X) uma funao constante. Portanto, f (b) = f (1) e da e c f (X) = ln(ab) ln b = ln a ln 1 = ln a
Estas notas foram escritas pelo professor da disciplina, Manoel Lemos.
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ln(ab) = ln a + ln b

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Conseqentemente (2) segue. A identidade (2) pode ser estendida recursivamente quando u o produto envolve mais de dois nmeros reais positivos. Aplicando esta propriedade para u n a , quando n um natural, obtemos que e (3) ln(an ) = n ln a Tambm temos que, para todo nmero real postitivo a, e u 1 (4) ln = ln a a De fato, por (2), temos que 0 = ln 1 = ln a e o resultado segue. A identidade (3) vale para expoententes racionais. Isto , se r um nmero racional, e e u ento a (5) ln(ar ) = r ln a Suponha que r positivo. Neste caso, existem naturais relativamente primos m e n tais e que r = m . Portanto, n (ar )n = arn = am e da ln ((ar )n ) = ln (am ) Aplicando (3) em ambos os lados da ultima igualdade, chegamos a n ln (ar ) = m ln a m ln a = r ln a n e (5) vericada neste caso. Assuma que r negativo. Usando (4), para estabelecer a e e primeira igualdade, e (5) para um racional positivo, para a segunda igualdade, obtemos ln (ar ) = ln (ar ) = ln ar = (r) ln a = r ln a e (5) tambm vale para racionais negativos. e Exerc cio 1. Considere a funo f cuja expresso dada por ca a e X 1 f (X) = ln 2X + 1 (i) (ii) (iii) (iv) Determine o maior domnio de denio para f ca Calcule a derivada de f Encontre a equao da reta tangente a esta curva no ponto de coordenadas (2, 1) ca Ache os valores de X tais que f (X) > 0 ln(en ) = n ln e = n Isto , qualquer natural n est na imagem da funao logaritmo neperiano. Como esta e a c funo crescente, conclu ca e mos que (6)
X+

1 a

= ln a + ln

1 a

que pode ser reescrita como

Fazendo a = e na equaao (3), temos que c

lim ln X = +

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Por (4) e (6), obtemos que (7)


X0+

lim ln X =

A seguir apresentamos o grco da funao logaritmo neperiano. a c Y Y = ln X

2. As demais funcoes logar tmicas Para um nmero real positivo a, com a = 1, denimos o logaritmo de um nmero real u u positivo X na base a, que denotado por loga X, como e ln X (8) loga X = ln a Portanto, esta funo no acrescenta novidades ` teoria e a abordaremos rapidamente. A ca a a partir desta denio e da derivada do logaritmo neperiano, facilmente conclu ca mos que: Regra 2. Se f (X) = loga X, ento a 1 X ln a Exerc cio 3. Para nmeros reais positivos a, b, c e d, com a = 1 e b = 1, e nmero u u racional r, decida sobre a veracidade de cada uma das sentenas a seguir: c e (i) loga (cd) = loga c + loga d. Isto , o logaritmo na base a transforma produtos em soma. e e ca (ii) loga c < loga d, quando c < d e a < 1. Isto , o logaritmo na base a uma funo crescente, quando a < 1. e e ca (iii) loga c > loga d, quando c < d e a > 1. Isto , o logaritmo na base a uma funo decrescente, quando a > 1. (iv) loga cr = r loga c. (v) logb a loga c = logb c. f (X) =

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3. A exponencial na base e Fazendo a = e na equaao (5), obtemos que c (9) ln er = r ln e = r para todo nmero racional r. Conseqentemente f (X) = ln X a inversa ` esquerda de u u e a g(X) = eX quando esta possui apenas o conjunto dos racionais como dom nio. Em geral, denimos eX como sendo a inversa de ln X. Isto , denimos eX para um X real de forma e que a expresso (9) tambm seja verdadeira quando r = X. Isto , a e e ln eX = X eln X = X na qual X pode ser qualquer valor real, na primeira identidade, e apenas um real positivo, na segunda. Como a exponencial na base e a inversa do logaritmo neperiano, o seu grco e a o simtrico do do logaritmo neperiano com respeito a reta Y = X. Portanto, o grco e e a da exponencial na base e o seguinte: e Y Y = eX

1 X Uma propriedade caracter stica das funes exponenciais a de transformar somas em co e produtos. Para nmeros reais a e b, temos que u (10) De fato, ea+b = eln e
a +ln eb

ea+b = ea eb = eln(e
a eb )

= ea eb

na qual, a primeira igualdade vale, pois o logaritmo neperiano tem como inversa a exponencial na base e; a segunda porque o logaritmo neperiano transforma produtos em somas; e a terceira pela mesma razo da primeira. a a Regra 4. Se g(X) = eX , ento g (X) = eX . Como o logaritmo neperiano a funo inversa da exponencial na base e, temos que e ca ln g(X) = X

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Pela regra da cadeia, obtemos que 1 g (X) = 1 g(X) e a Regra 4 segue porque g (X) = g(X). Exerc cio 5. Considere a funo f cuja expresso dada por ca a e f (X) = XeX (i) (ii) (iii) (iv) (v) Calcule a derivada de f Encontre a equao da reta normal a esta curva no ponto de coordenadas 1, 1 ca e Para que valores a derivada de f positiva? E negativa? e Determine a derivada segunda de f Analise o sinal da derivada segunda de f a(X) = ln(X 2 + X + 1) b(X) = ecos(2X3) c(X) = sen eX d(X) = arctg e4X1 2X e(X) = log2 X 2 X+1

co Exerc cio 6. Calcule a derivada de cada uma das funes a seguir. (i) (ii) (iii) (iv) (v)

Exerc cio 7. As funes seno e cosseno hiperblico so denidas respectivamente por co o a senh X = eX eX 2 e cosh X = eX + eX 2

Verique as seguintes propriedades para estas funes: co (i) A funo seno hiperblico ca o e mpar. (ii) A funo cosseno hiperblico par. ca o e 2 2 u a (iii) cosh X senh X = 1. Logo, para nmeros reais no-nulos a e b, (a cosh t, b senh t) 2 2 um ponto pertencente a hiprbole de equao X2 Y2 = 1. Isto , estas funes e e ca a e co b servem para parametrizar a hiprbole. e (iv) A derivada do seno hiperblico o cosseno hiperblico. o e o (v) A derivada do cosseno hiperblico o seno hiperblico. o e o e ca ca (vi) cosh X + senh X = eX . Esta a decomposio de eX como a soma de uma funo par com uma mpar. (vii) cosh 2X = cosh2 X + senh2 X (viii) senh 2X = 2 senh X cosh X Exerc cio 8. Para um nmero real , considere a equao diferencial u ca (11) Mostre que: e ca (i) f (X) = eX uma soluo de (11). g(X) (ii) A derivada de f (X) identicamente nula quando g(X) uma soluo de (11). e e ca (iii) As solues de (11) so mltiplas de f (X). co a u Y = Y

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4. A exponencial em outras bases Seja a um nmero real positivo, com a = 1, e r um nmero racional. Logo u u r ln a r ln a ln a (12) loga ar = = =r =r ln a ln a ln a Inspirado em (12), denimos a funo exponencial na base a, cujo valor no nmero real X ca u e X denotado por a , como sendo a inversa da funao logaritmo na base a. Em particular, (12) c um caso particular da seguinte relaao e c loga aX = X que vale para todo nmero real X. u Regra 9. Se f (X) = aX , ento f (X) = aX ln a a Pela deniao c loga f (X) = X Derivando esta identidade, obtemos que 1 f (X) = 1 f (X) ln a Logo f (X) = f (X) ln a e da a regra segue. Fica como exerc a prxima propriedade que ser utilizada na prxima seo: cio o a o ca u u Exerc cio 10. Para todo nmero real positivo a, com a = 1, e nmero real X, aX = eX ln a 5. Derivando a(X)b(X) Considere a funo f denida como ca f (X) = a(X)b(X) para funoes a e b. Pelo Exerc 10, temos que c cio f (X) = eb(X) ln a(X) Conseqentemente u f (X) = eb(X) ln a(X) b (X) ln a(X) + b(X) Isto , estabelecemos a seguinte regra: e Regra 11. Se f (X) = a(X)b(X) , ento a f (X) = a(X)b(X) b (X) ln a(X) + b(X) a (X) a(X) a (X) a(X)

Vamos usar esta regra para calcular a derivada de f (X) = X X . Neste caso, tomamos a(X) = b(X) = X e da f (X) = X X (ln X + 1) Exerc cio 12. Calcule a derivada das seguintes funes: co cos X (i) a(X) = (2 + sen X) (ii) b(X) = (4X 2 + 3X + 5)arctg X

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6. Respostas dos exerc cios


3 1. (i) , 1 (1, +) (ii) (X1)(2X+1) (iii) X 3Y + 5 = 0 (iv) Para todo o dom nio 2 de f 3. (i) V (ii) F ( decrescente) (iii) F ( crescente) (iv) V (v) V 5. (i) (1 X)eX e e (ii) X = 1 (iii) X < 1 (derivada positiva); X > 1 (derivada negativa) (iv) (X 2)eX (v) X > 2 (derivada positiva); X < 2 (derivada negativa) 6. (i) a (X) = X2X+1 (ii) 2 +X+1 4e4X1 cos(2X3) X X b (X) = 2 sen(2X 3)e (iii) c (X) = e cos(e ) (iv) d (X) = e8X2 +1 (v)

e (X) =

1X 2 X(X 2 X+1) ln 2

12. (i) a (X) = (2+ sen X)cos X sen X ln(2 + sen X) +


ln(4X 2 +3X+5) X 2 +1

cos2 X 2+ sen X

(ii) b (X) = (4X 2 + 3X + 5)arctg X

+ arctg X 4X8X+3 2 +3X+5

Conteudo da nona aula da disciplina Calculo L1, oferecida para os cursos de licen tica e Qu ciatura em Fsica, Matema mica e o bacharelado em Qu mica Idustrial, no segundo semestre de 2008 na Universidade Federal de Pernambuco, tendo como professor Manoel Lemos

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