Ética - Reprodução Assistida e Células Tronco
Ética - Reprodução Assistida e Células Tronco
Ética - Reprodução Assistida e Células Tronco
A Biotica e a Reproduo
Assistida
Entende-se por Reproduo Assistida (RA) o conjunto de tcnicas laboratoriais que visa obter
uma gestao substituindo ou facilitando uma etapa deficiente no processo reprodutivo.
Desde o nascimento de Louise Brown, o primeiro beb-de-proveta, em 1978, a
tcnica teve vrios desdobramentos e hoje em muitos pases utilizado doao de material
gentico, criopreservao de embries, diagnstico gentico pr-implantacional, doao
temporria de tero, sem contar a pesquisa em embries, que praticada em pequena escala,
e a clonagem reprodutiva. Os profissionais envolvidos com essa tecnologia devem respeitar a
autonomia e o direito reprodutivo dos casais (beneficncia), no desrespeitar o embrio e
preocupar-se com os interesses da criana (no-maleficncia).
O casal deve ser totalmente esclarecido em relao tcnica, bem como informado
sobre outras alternativas de tratamento, as chances de sucesso e os riscos inerentes ao
procedimento. Desta forma respeitada a autonomia do casal que exercita a liberdade de
procriao mediante o consentimento informado.
A regulamentao 1.358/92 do Conselho Federal de Medicina (CFM) respalda a
reproduo assistida na resoluo da infertilidade e probe a fecundao de ocitos humanos
com outra finalidade que no seja a procriao humana.
Reproduo assistida e o SUS
O valor que se paga pela realizao da fertilizao in vitro no Brasil ainda muito alto.
O procedimento e os hormnios necessrios para cada tentativa ficam entre R$ 10 mil e R$ 15
mil nas clnicas particulares do pas. O Sistema nico de Sade conta com poucas clnicas que
oferecem a FIV de graa, mas as filas so grandes.
Dados da Organizao Mundial da Sade mostram que entre 8% e 15% da populao
mundial em idade frtil tm problemas para gerar filhos. No Brasil, segundo a OMS, so cerca
de 280 mil os casais que convivem com a infertilidade.
Em 2005, o Ministrio da Sade chegou a baixar uma portaria tornando obrigatrio o
financiamento da reproduo assistida pelo SUS. A base era um anteprojeto redigido por
especialistas. Quatro meses depois, o mesmo Ministrio voltou atrs e suspendeu a portaria,
alegando falta de recursos.
No artigo 226, a Constituio Federal diz que o planejamento familiar um direito do
cidado de livre deciso do casal. Diz tambm que compete ao Estado propiciar os recursos
educacionais e cientficos para o exerccio deste direito.
Portaria n 3.149, de 28 de dezembro de 2012: lei criada para que seja possvel a realizao de
reproduo assistida, na qual ficam destinados recursos financeiros aos
estabelecimentos de sade que realizem procedimentos de ateno Reproduo
Humana Assistida, no mbito do SUS, incluindo fertilizao in vitro e/ou injeo
intracitoplasmtica de espermatozides.
Ficam destinados recursos financeiros no valor total de dez milhes de reais aos
estabelecimentos de sade que realizem procedimentos de ateno Reproduo
Humana Assistida, no mbito do SUS, incluindo fertilizao in vitro e/ou injeo
intracitoplasmtica de espermatozides, conforme o Anexo desta Portaria.
So mais de 4 mil casais de vrias idades esperando na fila pela chance de tentar ter
um filho. J foram chamados 2.800 casais para passar pelos tratamentos de FIV, a fertilizao
in vitro, e de inseminao artificial.
3.INFERTILIDADE X ESTERELIDADE
Por Cindy Arthur Ferreira
Infertilidade a diminuio da capacidade de ter filhos devida a alteraes nos sistemas
reprodutores masculino e/ou feminino. Um casal considerado infrtil quando no
consegue conceber num perodo de 12 a 18 meses, sem uso de mtodos
anticoncepcionais, mantendo relaes sexuais freqentes. Nos EUA, considera -se infrtil
o casal que no engravida aps um ano de relacionamento sexual sem contraceptivos. Na
Europa o casal s considerado infrtil aps 2 anos de tentativa.
A infertilidade no um problema exclusivo da mulher. Aproximadamente 40% das causas
esto relacionadas com fatores femininos e 40% com fatores masculinos. Em 20% dos
casos, ambos os fatores esto presentes.
QUAL
A
DIFERENA
ENTRE
INFERTILIDADE
E
ESTERILIDADE?
Dizemos que um casal estril quando a capacidade natural de gerar filhos nula pois
no so capazes de produzir gametas ou zigotos viveis. J os casais infrteis tm
apenas uma diminuio da chance da gravidez e podem ser tradados.
4.CAUSAS DA INFERTILIDADE
Por Cindy Arthur Ferreira
Infertilidade feminina:
Entender o que pode estar causando dificuldades para ter filhos sempre um passo muito
importante para a confiana e para manter uma relao saudvel com o parceiro.
De acordo com a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, entende-se como
infertilidade a falncia de uma ou das duas partes do casal em conceber aps um ano de
relaes sexuais regulares e sem contracepo.
As estatsticas mostram que 20% dos casais em idade frtil experimentam dificuldades para
gerar filhos, com um acrscimo de 5 a 10% nesse nmero nos ltimos anos devido
principalmente ao comportamento feminino e masculino, j que muitas mulheres tm optado
por atrasar a gestao, e ao efeito do meio ambiente (stress, tabagismo, alcoolismo e
anabolizantes) sobre a fertilidade humana.
Infertilidade masculina:
muito importante dizer que a infertilidade masculina muito mais facilmente tratvel do que a
feminina. O maior obstculo para a soluo do problema, no entanto, o tabu em torno do
assunto. Para o homem, vencer o medo e a vergonha do tratamento um passo to grande
quanto fazer um possvel tratamento.
Causas:
Infeces e inflamaes
As vesculas seminais e a prstata so responsveis pela produo de substncias essenciais
para vitalidade dos espermatozoides. Infeces e inflamaes dessas glndulas alteram
significativamente a sade desses gametas, interferindo diretamente na capacidade de
fecundar o gameta feminino. Alm disso, as infeces e inflamaes podem tambm obstruir
os canais que transportam os espermatozoides e o prprio lquido seminal ao sistema genital
feminino e podem atuar diretamente nos testculos, alterando a formao dos gametas
masculinos.
Alteraes hormonais
Predisposio gentica, tumores, medicamentos e o tabagismo podem alterar o equilbrio
hormonal masculino, interferindo na gametognese formao dos gametas masculinos com
reflexos diretos sobre a fertilidade.
http://www.ibrra.com.br/infertilidade/conceito.php
Para alguns casais, ter um filho biolgico ou decidir-se por no ter filhos so as nicas opes.
Para outros, adotar ou ter um filho relacionado com um dos progenitores so alternativas mais
razoveis que a ideia de no ter filhos. Alguns fazem sucessivas tentativas at alcanar a idade
mxima para adotar uma criana e ento, mudam de idia. importante lembrar que a
fertilidade da mulher diminui com o tempo, reduzindo as chances de o tratamento ser bem
sucedido. Portanto conveniente considerar todas as opes enquanto se est sob
tratamento.
Os casais tambm devem considerar a idia de viver sem filhos antes de se decidir pelo
tratamento da infertilidade. Muitos conseguem aliviar a falta com outras formas de crescimento
pessoal, como uma nova carreira, um hobby ou mesmo um animal domstico.
7.O CDIGO
Por Anades Cougo
A necessidade e importncia de uma resoluo sobre Reproduo Assistida no Cdigo
de tica Mdica
O problema de infertilidade humana abriga, sem dvida, um dos maiores dilemas ticos da
Medicina na atualidade. Os avanos da cincia colocam em debate preceitos ticos porm,
oferecida
desde
2005
no
Brasil.
A exemplo do novo Cdigo de tica Mdica, revisado 20 anos depois, tambm resolues
ticas de temas especficos, como a que dispe sobre reproduo assistida, precisam ser
aprimoradas luz da prtica mdica mais atual e dos anseios da populao. Reavaliar os
meios diagnsticos e teraputicos disponveis no campo da reproduo humana , portanto,
mais uma resposta dos Conselhos de Medicina sociedade.
Os pontos que tecem o pano de fundo dessa discusso, e que devero ser considerados pelos
Conselhos de Medicina na reviso da Resoluo da reproduo assistida so a falta de
consenso entre os conceitos de maternidade e paternidade biolgica e afetiva, o direito dos
filhos de conhecerem suas origens biolgicas,repercusses jurdicas em relao herana e
patrimnio, o funcionamento de bancos de vulos e esperma, a gestao de substituio
(barriga de aluguel), o destino de embries congelados e a clonagem teraputica de clulas
embrionrias,
dentre
outros
entraves.
H tambm a necessidade de adequar tcnicas de obteno de vulos, no sentido de reduzir o
padecimento das mulheres submetidas s tcnicas de reproduo assistida, para no falar da
sua mercantilizao. Sem dvida h que se estimular o avano de metodologias que permitam
ajustar o nmero de embries transferidos e os de fato gerados, para no falar do risco da sua
comercializao, ou mesmo da sua utilizao nas parcerias pblico-privadas. H tambm que
estimular o diagnstico e tratamento precoces de problemas de infertilidade, que podem ser
superados por tratamentos hormonais, prevenindo o encaminhamento para esses
procedimentos.
III criar embries com finalidades de escolha de sexo, eugenia ou para originar hbridos ou
quimeras.
3 Praticar procedimento de procriao medicamente assistida sem que os participantes
estejam de inteiro acordo e devidamente esclarecidos sobre o mesmo.
Art. 16. Intervir sobre o genoma humano com vista sua modificao, exceto na terapia
gnica, excluindo-se qualquer ao em clulas germinativas que resulte na modificao
gentica da descendncia.
Sobre o Cdigo:
As intervenes da medicina sobre a reproduo e a gentica humanas encontram limites bem
definidos no Cdigo de tica Mdica que entrou em vigor em abril de 2011. Essas intervenes
promovem incontveis benefcios sade e ao bem-estar do homem, mas seu uso indevido
pode ser danoso. A violao de regras ticas na atuao medica grave no estgio atual da
evoluo cientfica, pois pode gerar aberraes inimaginveis, afirma o diretor-cientfico da
Sociedade Brasileira de Reproduo Humana (SBRH), Dirceu Henrique Mendes Pereira.
A gentica mdica permite, por exemplo, que casais evitem que seus futuros filhos carreguem
genes causadores de doenas. Por sua vez, as tcnicas de reproduo assistida auxiliam na
soluo de problemas de infertilidade, especialmente quando outras teraputicas tenham se
mostrado ineficazes. Infelizmente, ainda no temos no Brasil legislao a respeito das
tcnicas de reproduo assistida. Seguimos a bandeira tica ditada pelo CFM, que nem
sempre cumprida por todos os profissionais, diz Pereira.
De acordo com o artigo 15 do Cdigo de tica, a fertilizao no deve conduzir
sistematicamente ocorrncia de embries em nmeros superiores aos necessrios, e os
procedimentos de procriao no devem ocorrer se as pessoas envolvidas no estiverem de
inteiro acordo e devidamente esclarecidas. Alm disso, o objetivo da reproduo assistida no
pode ser a criao de seres humanos geneticamente modificados e de embries para
investigao ou escolha de sexo; sendo proibida a eugenia (seleo de caractersticas
especficas) e a produo de hbridos.
As imposies [do Cdigo] no atrapalham os ndices de sucesso das clnicas de reproduo,
ou seja, essas limitaes, alm de necessrias, no criam dificuldades ao tratamento do casal
infrtil, ressalta o mdico geneticista Ciro Martinhago, doutor na rea pela Universidade
Estadual de So Paulo (Unesp). O grande perigo seria permitir que fosse criado um livre
mercado gentico gerenciado pelos futuros pais, que escolheriam a seu bel prazer as
caractersticas que seriam geneticamente transmitidas a sua prole e s proles subsequentes,
pondera Gerson Carakushansky, professor de gentica mdica da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ).
O artigo 16 do Cdigo acrescenta outras limitaes: o mdico proibido de intervir sobre o
genoma humano com o objetivo de modific-lo, exceto em terapias gnicas mas vedada,
de qualquer modo, a ao em clulas germinativas que resulte na modificao gentica da
descendncia.
Para Carakushansky, as prescries do Cdigo de tica Mdica so adequadas para o
momento, mas a comprovao de efetividade e segurana de outros procedimentos vai exigir
novas reflexes ticas, por parte de toda a sociedade, em um futuro breve especialmente no
que diz respeito ao em clulas germinativas. No momento em que a medicina provar que
a tecnologia utilizada segura e que poder trazer reais benefcios para os indivduos e suas
futuras geraes sem ferir a tica, penso que essas limitaes devero ser revistas, como
acontece em outros pases, destaca.
http://portal.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21234:reproducaoassistida-o-que-o-codigo-de-etica-diz-a-respeito&catid=3
http://www.brasilmedicina.com.br/noticias/pgnoticias_det.asp?Codigo=1923
8.POLMICAS
8.1)CONGELAMENTO EMBRIONRIO
Por Anades Cougo
Criopreservao de Embries
Aproximadamente um tero das pacientes produzem embries excedentes, os quais
geralmente so congelados. O objetivo deste procedimento possibilitar transferncia destes
embries posteriormente, caso no ocorra gravidez ou quando houver desejo de outra, sem
submeter a mulher a novo ciclo de induo da ovulao. O congelamento extremamente
discutvel sob a tica da tica, pois fere a dignidade do embrio. Muitos embries no
sobrevivem ao processo de congelamento e descongelamento - o ndice de sobrevivncia psdescongelamento da ordem de 70-80%.
Outros problemas seriam o tempo de armazenamento e o abandono dos embries. O tempo de
armazenamento tinha sido fixado anteriormente em trs anos, aps em cinco anos, e
atualmente j tem crianas nascidas de embries que permaneceram congelados por 10 anos.
Na verdade no existem estudos que avaliem a viabilidade embrionria em relao ao tempo
de criopreservao.
Alguns pases tm diretrizes legais em relao ao tempo de congelamento, como a Inglaterra,
que alguns anos atrs destruiu milhares de embries no reclamados. A criopreservao tornase eticamente aceitvel quando passa a ser a maneira de desses embries chegarem vida.
Esses embries, sejam ou no pessoas humanas, atuais ou potenciais, vivem somente graas
cincia e tcnica. E a inteno que vivam, ainda que se saiba que suas possibilidades
certamente so limitadas.
O Conselho Federal de Medicina (6) diz que os embries excedentes devem ser
criopreservados, no podendo ser descartados ou destrudos, e que no momento da
criopreservao os cnjuges devem expressar por escrito sua vontade quanto ao destino dos
embries em caso de divrcio, doena grave ou falecimento de um ou ambos, e quando
desejam do-los. Como alternativa ao congelamento de embries, poderia ser oferecido o
congelamento de vulos, se bem colocado aos pacientes que se trata de uma tcnica
experimental. A HFEA (7) permite o uso cuidadoso e controlado de vulos congelados no
tratamento da infertilidade, mesmo no tendo atingido nveis ideais de excelncia e podendo
ter eventual aumento de anormalidade cromossmica.
8.2)DOAO DE GAMETAS
Por Rebeca Diniz Lima
Pode ser utilizada quando h ausncia de formao de gametas, tanto por parte do homem
(azoospermia) quanto da mulher (falncia ovariana) ou para evitar o risco de transmisso de
doenas genticas.
As questes bioticas em relao doao de gametas envolvem a introduo de um terceiro
elemento na relao conjugal (o doador), o pagamento deste e a questo do anonimato do
doador e os possveis danos psicolgicos das crianas frutos dessa concepo, sem falar do
problema da cossanguinidade.
Todo o ser humano tem direito de conhecer sua origem biolgica.Na Australia, por exemplo, o
anonimato no obrigatrio.Porm nem todas as crianas so informadas pelos pais de que
foram originadas por reproduo assistida atravs de uso de gameta doador.
Considera-se que a doao de material gentico deve ser altrusta e ivre de explorao
comercial.
a grande discusso deste caso concentra-se na doao de vulos que, diferente da doao de
smen, existe um risco para a doadora de vulos, a qual precisar realizar a superestimulao
ovariana, atravs do uso de drogas, e a captao dos vulos, procedimento invasivo e que
necessita anestesia.
O estmulo para tal procedimento seria a empatia cm outra pessoa com o mesmo problema de
infertilidade, caso em que uma mulher que esteja realizando o procedimento de alguns vulos
para outra que no os produz. O segundo estmulo para a doao sera financeiro, pois
algumas clnicas realizam a doao compartilhada de vulos: mulheres infrteis que no
possuem ecursos financeiros para arcar com todos os custos da fertilizao assistida podem
compartilhar os vulos com mulheres que deles necessitam e que arquem com a despesa
financeira do procedimento de ambas.
A Resoluo do Conselho federal de Medicina estabelece: gratuidade e anonimato; por motivos
mdicos podem ser fornecidos dados clnicos do doador para mdicos ficando resguardada
sua identidade civil;para isso, as clinicas, os centros ou servios responsveis pela doao
devem Manter, permanentemente, o registro de dados clnicos de carter geral, caractersticas
fenotpicas e amostragem de material celular dos doadores.
No que tange o risco de cossanguinidade no Brasil, um doador no pode produzir mais de dois
filhos de sexo diferente, numa rea de um milho de habitantes.
A doadora de vulos no pode ter mais de 35 anos
Somente homens com menos de 50 anos podero doar para bancos de esperma
duas categorias principais. Uma seria diretamente relacionada ao ato, uma vez que a
manipulao dos embries pode acarretar leses e morte embrionria. A outra recai sobre o
problema tico maior, o da seleo gentica, pois caso fossem constatadas anomalias, os
embries "defeituosos" seriam eliminados. No caso de seleo imunolgica, o questionamento
tico bsico que o embrio seria usado como um meio, e no como um fim em si mesmo.
A ASRM considera que o diagnstico pr-implantacional com o intuito de evitar
doenas transmissveis eticamente aceitvel pois no se trata de discriminao e sim de uma
forma de garantir a sade humana. Recomenda que no seja feito PGD unicamente com
inteno de escolha de sexo, pois poderia representar um perigo social e desvio da utilizao
de recursos mdicos das necessidades cientficas genunas.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina regulamenta que os embries podem ser
submetidos a diagnstico pr-implantacional, sendo obrigatrio o consentimento informado do
casal.
efetivo; alm disso, eles devem ser orientados sobre outras opes e considerar o uso de
smen de doador, a doao e a possibilidade de no ter filhos.
8.5)REPRODUO PSTUMA
Por Cindy Arthur Fernandes
REPRODUO PSTUMA
Vem aumentando enormemente a solicitao de uso desse smen em caso de morte do
homem, pela viva ou pelos pais do morto. Por outro lado, no caso de haver embries
congelados e ocorrer a morte de um dos cnjuges, s vezes o outro solicita autorizao para
transferncia desses embries; no caso de morte da mulher, o marido tem-se proposto a
indicar quem gestar a criana. Apesar de ter ocorrido no passado, inaceitvel a coleta de
smen em casos de coma ou morte por solicitao de familiares.
A partir do exposto, surge um questionamento: existe direito reproduo aps a morte?
Esta possibilidade deve ser confrontada com a problemtica da concepo/nascimento de uma
criana sem pai ou sem me. Se for desejo do casal ter filhos e se o procedimento pr-vida,
parece eticamente aceitvel. Porm, estando a criana fadada a nascer rf de pai, isso no
feriria o princpio da no maleficncia? Outro aspecto que, se a motivao do cnjuge
restante em gerar essa criana for para preencher o espao deixado pelo parceiro ou por
motivos financeiros relacionados herana, o filho est sendo buscado como um meio e no
um fim, o que fere a dignidade do ser humano.
O Comit de tica da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, em 1997 deliberou que:
se um indivduo determina que gametas ou embries congelados possam ser usados aps sua
morte pela esposa, seria apropriado atender essa determinao.
De acordo com o Conselho Federal de Medicina (CFM n 1.957/2010, norma VIII) no constitui
ilcito tico a reproduo assistida post mortem desde que haja autorizao prvia
especfica do(a) falecido(a) para o uso do material biolgico criopreservado, de acordo com a
legislao vigente.
8.6)CLONAGEM REPRODUTIVA
Por Juliana Bernardi Aiziro
Clonagem uma forma assexuada de reproduo, onde o indivduo gerado tem a carga
gentica (DNA nuclear) de uma nica pessoa (o doador do DNA). O processo, combina o DNA
de um organismo com o citoplasma do vulo de outro. Desta forma, o indivduo clonado tem o
DNA nuclear igual ao do doador do ncleo, enquanto que o DNA mitocondrial proveniente do
vulo.
A possibilidade de a clonagem substituir a reproduo pela duplicao, levaria
reduo da diversidade entre os indivduos. Condenaria o futuro do novo indivduo ao passado
do indivduo original. Uma das objees mais fortes clonagem humana o direito
identidade gentica, ou seja, que cada indivduo tem o direito de ter seu prprio patrimnio
gentico.
Alguns autores consideram que a clonagem poderia ser aplicada em duas situaes:
se um dos parceiros no possuir clulas germinativas e no houver acordo em relao
doao de gametas, e no caso de casais com alto risco de transmitir doenas hereditrias aos
filhos, que no se dispem a fazer bipsia pr-implantacional e descartar embries afetados.
A Legislao Brasileira no permite qualquer forma de clonagem em humanos. A
clonagem reprodutiva em humanos est proibida em nvel mundial.
FONTES:
Livro Engravidar,Sim, possvel Dr.Jos Bento de Souza
http://www.pucrs.br/bioetica/cont/mariangela/bioeticaereproducao.pdf
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/radio/materias/REPORTAGEMESPECIAL/434429-REPRODUCAO-ASSISTIDA---O-VALOR-PAGO-PELAS-FERTILIZACOES-E-OSSERVICOS-OFERECIDOS-PELO-SUS-BLOCO-5.html