Capelozza

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 14

Tpico Especial

Anlise Facial Subjetiva


Slvia Augusta Braga Reis*, Jorge Abro**, Leopoldino Capelozza Filho***, Cristiane Aparecida de Assis Claro****

Resumo

Introduo: a anlise facial tem sido um recurso diagnstico valorizado desde os primrdios
da Ortodontia. Vrios autores tentaram estabelecer referncias de normalidade na direo das
quais os pacientes ortodnticos deveriam ser tratados. Essa preocupao da Ortodontia est
em concordncia com a expectativa do paciente, cuja principal motivao para o tratamento
ortodntico a melhora esttica. Para que os objetivos do profissional possam solucionar a
queixa do paciente fundamental que o ortodontista conhea os parmetros utilizados pela
sociedade na avaliao esttica. Sugerimos, por meio desse trabalho, uma nomenclatura que
permita a realizao da Anlise Facial Subjetiva, esttica e morfolgica. Objetivo: avaliar a
aplicao prtica da anlise. Metodologia: solicitou-se a um grupo heterogneo de avaliadores (14 ortodontistas, 12 leigos e 7 artistas) que dessem notas ao perfil facial de 100 indivduos (50 de cada gnero) classificando-os como esteticamente desagradveis (notas 1, 2 ou
3), esteticamente aceitveis (notas 4, 5 ou 6) e esteticamente agradveis (notas 7, 8 ou 9).
Resultados: 89% dos perfis foram esteticamente aceitveis, 8% desagradveis e 3% agradveis.
Em 38,35% das justificativas, o nariz foi a estrutura responsvel pela esttica desagradvel, seguida pelo mento (queixo) em 18,9% dos relatos. Concluso: foi possvel observar, portanto,
que a Anlise Facial Subjetiva mais um instrumento diagnstico, que tem sua importncia
aumentada por ser o parmetro pelo qual o paciente e as pessoas com as quais ele convive vo
avaliar os resultados do tratamento.
Palavras-chave: Anlise facial. Esttica. Ortodontia.

tia, essa afirmao j foi comprovada por vrios


estudos. Segundo Giddon11, 80% dos adultos que
procuram o tratamento ortodntico para si ou
para seus filhos, o fazem por motivaes estticas,
independente das condies estruturais e funcionais. Esse autor s fez confirmar a observao j
divulgada por Mckierman et al.24
Khan e Horrocks18 estudaram as motivaes de
676 pacientes adultos que buscaram o tratamento

introduo
A Odontologia moderna tem seu sucesso associado unio sinrgica de todas as especialidades,
sejam elas Dentstica, Prtese, Cirurgia ou Ortodontia, para a construo de um sorriso saudvel,
mas principalmente esttico. Essa premissa est
de acordo com as expectativas dos pacientes, que
tem por principal motivao para o tratamento a
melhora esttica advinda do mesmo. Na Ortodon-

* Doutoranda em Ortodontia pela USP - So Paulo. Mestre em Ortodontia pela Universidade Metodista de So Paulo. Especialista em Ortodontia pela
PROFIS USP Bauru. Professora Assistente do Departamento de Ortodontia da Universidade Metodista de So Paulo.
** Professor Livre Docente da Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo.
*** Professor Doutor da Faculdade de Odontologia da Universidade de So Paulo Bauru. Membro do setor de Ortodontia do HRAC USP Bauru.
**** Doutoranda em Ortodontia pela USP So Paulo. Mestre em Odontologia. Especialista em Ortodontia. Professora Colaboradora Assistente da
Disciplina de Ortodontia do Departamento de Odontologia da Universidade de Taubat.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

159

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

ortodntico e os resultados revelaram a esttica


seguida das disfunes articulares e da melhora
da sade dentria como os principais fatores motivadores.
A resistncia dos ortodontistas em tratar pacientes sem queixas funcionais pode ser questionada em vista dos resultados obtidos por Varella e
Garcia-Camba42 ao avaliarem longitudinalmente
a auto-imagem de 40 pacientes adultos submetidos ao tratamento ortodntico. Esses autores verificaram que os pacientes tinham a auto-imagem
reduzida antes do tratamento e observaram uma
melhora da mesma durante o tratamento. Outro
aspecto interessante que a autopercepo da
face e dos dentes foi maior entre os indivduos
que procuraram o tratamento, possivelmente
pelo desconforto que a aparncia e o sorriso lhes
impingia.
Porm, a evoluo da Ortodontia como cincia ou a necessidade de estabelecer parmetros de
normalidade definidos como objetivos ortodnticos, resultou em um paradoxo entre os objetivos
dos ortodontistas e de seus pacientes. Enquanto os
pacientes desejam melhorar sua aparncia, os ortodontistas baseiam-se principalmente nos desvios
das relaes fsicas normativas entre dentio, esqueleto e tecido mole na definio do diagnstico
e do plano de tratamento11.
A necessidade cientfica e didtica de estabelecer
valores de normalidade para as inmeras medidas lineares, angulares e proporcionais avaliadas em telerradiografias ou mesmo fotografias da face distanciaram o ortodontista da avaliao individual de cada
face, princpio primrio do diagnstico, e levaram,
muitas vezes, a opes de tratamento equivocadas
que buscavam metas erroneamente definidas.
Essa reviso da evoluo da especialidade tem
sido realizada em vrios momentos histricos. Em
1953, Tweed41 reavaliou seus casos tratados em 25
anos, seguindo a filosofia proposta por Angle, de
que a melhor harmonia facial seria obtida com todos os dentes em ocluso. Tweed41 observou que
apenas 20% dos pacientes apresentavam ocluso

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

normal e adequada harmonia facial. A maioria deles portava desarmonia facial, devida protruso
exagerada dos incisivos, exigindo retratamento.
O equilbrio foi ento obtido s custas de exodontias, contrariando todas as filosofias vigentes at
ento.
A posio do incisivo inferior, avaliada na telerradiografia do perfil, passou ento a definir a necessidade de exodontias a fim de obter um ngulo
entre o longo eixo do incisivo inferior e o plano
palatino de 90 5. Segundo Tweed41, esse parmetro estava relacionado esttica facial agradvel.
A utilizao destes e outros parmetros cefalomtricos na definio dos planos de tratamentos resultou em extraes desnecessrias e iatrogenias na esttica facial, identificadas por autores da literatura
norte-americana como dish face ou face cncava.
A perspectiva atual da prtica e da pesquisa
odontolgica exige que o profissional se aproxime
das expectativas do seu paciente ao definir a melhora da esttica facial e do sorriso como o principal objetivo do tratamento, e a avaliao direta
da face do paciente como seu principal recurso
diagnstico, a qual permite observar as caractersticas faciais harmoniosas e desarmoniosas como o
paciente avaliado por si mesmo e pelos seus pares.
Ao paciente, definitivamente, no interessa que os
ngulos e propores de sua face estejam dentro de
um padro de normalidade se este padro no se
adequar s suas caractersticas tnicas e individuais.
A principal aspirao do paciente ser reconhecido
como bonito, ou no mnimo normal, por si mesmo
e pela sociedade, eliminando caractersticas desagradveis do sorriso e de sua face.
Dentro dessa perspectiva, devemos entender
como a populao realiza a apreciao esttica
dos seus integrantes, para que possamos reproduzir essa avaliao na nossa rotina de diagnstico.
Para tanto, alguns conceitos de esttica utilizados
pela populao devem ser entendidos.
ESTTICA
Conceitualmente, esttica a apreciao da

160

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Reis, S. A. B.; Abro, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A.

beleza, ou a combinao de qualidades que proporcionam intenso prazer aos sentidos, s faculdades intelectuais e morais11. Portanto a identificao da beleza est relacionada a uma sensao
de prazer diante da visualizao de um objeto,
um som, uma pessoa. Por ser uma sensao prazerosa, o conceito de beleza prprio de cada
indivduo, sendo estabelecido a partir de valores
individuais relacionados ao gnero, raa, educao e experincias pessoais; e a valores da sociedade como o ambiente e a publicidade (mdia),
cada vez mais responsvel pela globalizao do
conceito de beleza.
Inmeros autores j tentaram definir caractersticas faciais responsveis pela esttica agradvel
(beleza). Wuerpel43, Herzberg13 e Brons4 observaram que a esttica agradvel estaria associada harmonia e ao equilbrio entre as partes constituintes
do perfil facial. Rickets39 e Jefferson15 observaram
que a beleza estaria associada coincidncia das
propores faciais com a proporo urea. Cunningham7, Peck30 e Perret et al.33 associaram a
beleza a caractersticas neonatais. Segundo esses
autores, as faces consideradas mais atrativas seriam
aquelas com olhos grandes e espaados, rea nasal
pequena e mento pequeno, consideradas caractersticas neonatais, associadas a caractersticas de
maturidade, como maxilares proeminentes, e de
expresso, como sobrancelhas altas.
No af de identificar a caracterstica da beleza,
Langlois e Roggman19, Langlois et al.20 e Perret et

al.33 observaram que as faces esteticamente mais


agradveis seriam aquelas cujas medidas faciais
coincidem com as medidas faciais mdias da populao a qual pertencem.
Todas essas teorias foram testadas em inmeros trabalhos e no foi possvel estabelecer uma
caracterstica facial responsvel pela beleza. Isso
j havia sido observado por Perrin34 desde 1921.
Esse autor estudou a atratividade e a repulsividade
fsica, sob o ponto de vista da Psicologia, ao solicitar aos estudantes de Psicologia da Universidade
do Texas que selecionassem os 25 homens e as 25
mulheres mais bonitos da escola. Analisando essa
escolha, o autor observou que a seleo no foi
baseada em qualquer caracterstica do selecionado, mas no sentimento despertado pelo mesmo
no avaliador. Esse sentimento estaria associado a
uma variedade de caractersticas, nenhuma delas
necessariamente presente em qualquer indivduo
da amostra selecionada. Ou seja, a beleza no est
em qualquer caracterstica do avaliado, mas nos
olhos do avaliador.
Outro aspecto a salientar que a apreciao
da beleza varia para cada populao em diferentes momentos histricos 2,28,31 (Fig. 1). Devido
influncia do ambiente e da mdia na formao do
conceito de beleza dos indivduos, esse parece ser
mais uniforme entre os indivduos de uma mesma
populao, que vivem em um mesmo ambiente
no mesmo momento histrico, e sofre alteraes
com o passar do tempo. Esse fato facilmente

FIGURA 1 - A apreciao esttica varia para cada populao em diferentes momentos histricos.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

161

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

identificado na preferncia por roupas, maquiagem ou cabelo.


Em 1970, Peck e Peck29 estudaram as caractersticas do perfil facial de ganhadoras de um
concurso de beleza na regio de Seattle. A grande diferena observada foi que, com o passar dos
anos, as ganhadoras apresentavam o perfil labial
cada vez mais protruso, ou seja, o padro de beleza da face feminina mudou de um perfil labial reto
para um perfil labial mais cheio. Esse achado foi
comprovado pelos estudos realizados por Nguyen,
Turley28; Auger e Turley2. Esses autores estudaram
fotografias do perfil facial de modelos fotogrficos,
retiradas das principais revistas de moda editadas
desde o incio do sculo XX. Os resultados demonstraram uma tendncia dos padres estticos
recentes preferirem lbios mais volumosos.
A partir da dcada de 90, o fenmeno da globalizao passou a influenciar tambm o conceito de beleza das diferentes populaes: a massiva
exposio mundial a imagens semelhantes levou
a uma tendncia de homogeneizao das preferncias estticas. Essa ocorrncia foi observada em
pesquisas realizadas por Perret et al.32,33, Mantzikos23 e Alcalde et al.1 Esses autores observaram
que, apesar das diferenas marcantes nas caractersticas faciais de japoneses e norte-americanos,
essas populaes mostraram o mesmo padro de
preferncia frente ao mesmo estmulo facial. Aps
investigarem as caractersticas faciais e preferncias estticas de diferentes populaes, entre elas
uma de brasileiros e outra de norte-americanos,
Jones e Hill17 verificaram que o perfil facial preferido pelos brasileiros apresentava medidas faciais
prximas s mdias do grupo norte-americano e
bastante diferentes do padro mdio brasileiro.
Se considerarmos os cirurgies-dentistas como
responsveis pela obteno de sorrisos saudveis
e estticos, o nvel de satisfao dos pacientes ao
final do tratamento depende no s da qualidade
tcnico-cientfica dos procedimentos, mas tambm da coincidncia entre as expectativas do paciente e os objetivos do profissional.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

Os estudos j realizados nos habilitam a afirmar que 80% dos pacientes desejam uma melhora
esttica da face e do sorriso, para ser reconhecido
como normal na sociedade da qual fazem parte.
Portanto, o ortodontista deve, ao incio do tratamento, definir os objetivos e limitaes do caso,
estabelecendo um planejamento ortodntico que
d ao paciente a melhor face e o melhor sorriso
possveis, esclarecendo ao paciente as possibilidades e limitaes do seu caso, eliminando, dessa
forma, expectativas irreais.
O objetivo do profissional s pode condizer
com a expectativa do paciente se o ortodontista
conhecer os parmetros utilizados pela sociedade
na avaliao esttica dos seus membros. Para esta
avaliao consideramos necessrio criar uma nomenclatura que possibilite a realizao da Anlise
Facial Subjetiva.
ANLISE FACIAL SUBJETIVA ESTTICA
A Anlise Facial Subjetiva permite o estudo
da avaliao esttica realizada rotineiramente pela
sociedade. Por meio dessa anlise classificamos os
indivduos, de acordo com a agradabilidade esttica, em esteticamente agradvel, esteticamente
aceitvel e esteticamente desagradvel.
Um dos objetivos dessa anlise facilitar a comunicao entre o paciente e os profissionais envolvidos no tratamento.
Essa nomenclatura foi anteriormente utilizada

Esteticamente agradveis

Esteticamente
aceitveis

Esteticamente desagradveis
FIGURA 2 - Pirmide de agradabilidade esttica.

162

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Reis, S. A. B.; Abro, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A.

por Neger e Newark27 que afirmaram ser a maioria da populao composta por indivduos esteticamente aceitveis.
A partir dessa conceituao construmos a pirmide de agradabilidade esttica (Fig. 2). O objetivo
do ortodontista deve ser realizar uma melhora do
paciente na pirmide. Os pacientes esteticamente
desagradveis devem ter a possibilidade de, ao final do tratamento, serem classificados como esteticamente aceitveis e os pacientes esteticamente
aceitveis e agradveis s podem ser submetidos a
procedimentos que mantenham ou incrementem
a classificao do paciente na pirmide.
Com o intuito de avaliar a distribuio dos brasileiros, adultos, normais, ou seja, representativos
da maioria da populao, na Pirmide de Agradabilidade, realizamos um estudo com uma amostra
de 100 indivduos (50 de cada gnero) leucodermas, com idade mdia de 23 anos e 7 meses, com
desvio-padro de 3 anos e 6 meses, variando de
18 a 36 anos (Tab. 1). A maioria da amostra foi
constituda por alunos, professores e funcionrios
da Universidade Metodista de So Paulo.
Os critrios utilizados para a incluso do indivduo na amostra foram a presena de um adequado equilbrio muscular facial, representado pelo
selamento labial passivo, ausncia de tratamento
ortodntico ou cirurgia facial prvios e disponibilidade de participar deste estudo.
Para cada indivduo da amostra foram obtidas

fotografias faciais padronizadas do perfil facial37


(Fig. 3).
Diversos estudos j realizados nessa linha de
pesquisa demonstraram que qualquer amostra de
avaliadores deve ser a maior e mais heterognea
possvel, com o objetivo de reduzir influncias individuais 10,14,35.
Na literatura estudada observou-se uma tendncia dos diversos autores selecionarem artistas5,
ortodontistas3,8,36, leigos10,14,16,17,19,22,33,40 e diferentes combinaes desses 3 grupos9,12,21,35, na composio de suas amostras de avaliadores.
Seguindo essa tendncia, o grupo de avaliadores do presente trabalho foi constitudo por ortodontistas e leigos de ambos os gneros e artistas
do gnero feminino, totalizando 32 indivduos.
Procuramos compor um grupo maior e mais heterogneo possvel, cujos indivduos apresentassem

Tabela 1 - Anlise comparativa dos gneros com relao


idade (em anos).

Tabela 2 - Caracterizao dos avaliadores com relao


idade (em anos).

FIGURA 3 - Posio da mquina e do paciente no momento da tomada fotogrfica padronizada do perfil.

medidas descritivas
varivel

gnero
feminino

mnimo

mximo

mdia

d.p.

18,8

33,2

23,4

2,9

idade
masculino

18

36

23,8

3,9

avaliador

medidas descritivas
mnimo

mximo

mdia

d.p.

ortodontista
masculino

36

56

44,7

7,8

0,57 n.s.

ortodontista
feminino

35

53

40,4

5,8

F=M

leigo masculino

27

53

35,7

9,2

leigo feminino

21

40

30,7

8,9

artista feminino

25

48

34

8,9

Nota: o valor de p refere-se ao teste t de Student para amostras independentes.


Legenda: F feminino; M masculino; n.s. no significante.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

163

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

diferentes conceitos estticos decorrentes de sua


formao profissional, individual e social.
Portanto, a banca selecionada para classificar
esteticamente a amostra foi composta por 14 ortodontistas (7 homens e 7 mulheres), 12 leigos
rea odontolgica e no vinculados a qualquer
atividade artstica (6 homens e 6 mulheres) e 6
artistas do gnero feminino (1 professora e 5 alunas de ps-graduao em artes da Escola de Belas
Artes), todos residentes nas cidades de So Paulo,
So Bernardo do Campo ou Santo Andr.
A idade mdia dos avaliadores foi de 37 anos
e 6 meses com desvio-padro de 9 anos e variou
entre 21 e 56 anos.
A tabela 2 apresenta as idades mdias, os desvios-padro e os valores mnimos e mximos para
cada grupo de avaliadores.
Entregamos aos avaliadores, individualmente,
um lbum contendo todas as fotografias do perfil facial dispostas de maneira que o examinador
visse apenas uma fotografia por vez. As fotografias
dos gneros feminino e masculino foram misturadas, atravs de sorteio, com o objetivo de reduzir
a tendenciosidade na avaliao. No projeto piloto
pde-se observar que a anlise consecutiva das faces do mesmo gnero favorecia a avaliao comparativa dos perfis. A distribuio aleatria das
fotos procurou romper o padro de comparao,
na medida em que uma seqncia de perfis do
mesmo gnero fosse interrompida por um perfil
do gnero oposto.
Solicitamos aos examinadores que classificassem cada fotografia em um tempo mximo de 30
segundos, de acordo com a sua opinio em:
a) esteticamente agradvel: notas 7, 8 ou 9;
b) esteticamente aceitvel: notas 4, 5 ou 6;
c) esteticamente desagradvel: notas 1, 2 ou 3.
Foram classificados no Grupo Esteticamente Agradvel os indivduos que obtiveram, com
maior freqncia, notas de 7 a 9, no Grupo Esteticamente Aceitvel aqueles que obtiveram, com
maior freqncia, notas de 4 a 6 e, finalmente, no
Grupo Esteticamente Desagradvel ficaram os

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

que apresentaram, com maior freqncia, notas


de 1 a 3.
Com o objetivo de avaliar a concordncia intraexaminador na avaliao subjetiva do perfil, selecionamos, aleatoriamente, 10 fotografias do perfil
facial e solicitamos aos examinadores que repetissem a classificao esttica, com, no mnimo, uma
semana de intervalo entre as duas avaliaes.
Para a anlise do erro da avaliao utilizamos
o teste t de Student para amostras pareadas. No
houve diferena significante entre a primeira e a
segunda nota dos avaliadores, em nvel de significncia de 5% (p>0,05).
Na tabela 3 so apresentadas as mdias, os valores mnimos e mximos e os desvios-padro para
a primeira e a segunda avaliao.
Os resultados da Anlise Facial Subjetiva mostraram que 89% dos indivduos foram classificados
como esteticamente aceitveis, 3% agradveis e
8% desagradveis (Grf. 1). Se considerarmos que,
na seleo dessa amostra, tnhamos a inteno de
reunir um grupo de indivduos normais, representativos da maioria da populao dos adultos, leucodermas dessa regio geogrfica, esses resultados
so consistentes, pois segundo Neger e Newark27
a maioria da populao esteticamente aceitvel.
Deve-se salientar tambm a excepcionalidade da
face agradvel, restrita a poucos indivduos localizados no topo da pirmide6.
No gnero feminino verificamos 6% esteticamente agradveis, 90% esteticamente aceitveis e

Tabela 3 - Avaliao do erro intra-examinador na Anlise


Facial Subjetiva do perfil.
medidas descritivas
medida

mnimo

mximo

mdia

d.p.

primeira

4,9

1,6

segunda

4,9

1,5

0,357 n.s.

perfil

P=S

Nota: o valor de p refere-se ao teste t de Student para amostras pareadas.


Legenda: P - primeira avaliao; S - segunda avaliao;
n.s. no significante.

164

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Reis, S. A. B.; Abro, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A.

desagradvel 8%

agradvel 3%

90 (45)

100

88 (4)

90
80

agradvel
aceitvel
aesagradvel

porcentagem

70

aceitvel 89%

50
40
30
20

GRFICO 1 Representao grfica dos grupos da Anlise Facial Subjetiva


do perfil.

10
0

6 (3)

4 (2)
feminino

12 (6)
0 (0)

gnero

masculino

GRFICO 2 Representao grfica dos grupos da Anlise Facial Subjetiva


do perfil nos gneros feminino e masculino.

4% esteticamente desagradveis. No gnero masculino nenhum indivduo foi classificado como


esteticamente agradvel na avaliao do perfil,
88% foram classificados esteticamente aceitveis e
12% esteticamente desagradveis (Grf. 2).
Giddon11 sugeriu que a utilizao da palavra
correta para o julgamento facial muito importante e considerou o termo aceitvel como o mais
indicado para denominar faces estticas, enquanto as faces no estticas deveriam ser classificadas
como inaceitveis.
Utilizando essa nomenclatura, podemos considerar que 92% dos perfis dessa amostra foram esteticamente aceitveis, enquanto apenas 8% foram
esteticamente inaceitveis. Devemos salientar, entretanto, que a utilizao dos conceitos aceitvel
e inaceitvel no momento da avaliao poderiam
conduzir a resultados diferentes dos observados.
Os pacientes dessa amostra tinham como caracterstica em comum o selamento labial passivo. Verificamos que, se o paciente apresenta esse
selamento, ele tem mais de 90% de chance de
ser reconhecido como esteticamente aceitvel
ou agradvel e, portanto, o selamento labial passivo passa a ser considerado como um objetivo a
ser alcanado durante o tratamento ortodntico.
O selamento labial passivo reduz a repercusso de
discrepncias dentrias ou esquelticas na face e ,
por esse motivo, um importante objetivo do tratamento ortodntico.
Vrios estudos j tentaram determinar as caractersticas faciais responsveis por uma aparncia

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

60

esttica agradvel ou desagradvel. Morris25; Nanda, Gosh26 e Brons4 associaram a esttica agradvel
harmonia e equilbrio entre as partes do perfil
facial. Perrin34 identificou, no perfil feminino, a
forma do mento e, no masculino, a boca e os lbios
como partes importantes na avaliao esttica, porm observou que a classificao esttica dos indivduos no baseada em qualquer caracterstica
do avaliado, mas no sentimento despertado pelo
mesmo no avaliador.
Cox e Van der Linden9 associaram o aumento
da convexidade do perfil aparncia esttica desagradvel. Em 1976, Terry e Davis40 observaram
que os componentes faciais mais importantes na
avaliao esttica da face foram primeiro a boca,
seguida dos olhos, estrutura facial, cabelo e nariz,
nessa ordem. Cunningham7, Peck30 e Perret et al.33
sugeriram que os indivduos esteticamente agradveis seriam aqueles com caractersticas faciais neonatais. Por sua vez, Langlois e Roggman19 e Langlois
et al.20 identificaram, nos indivduos esteticamente
agradveis, as medidas faciais mdias da populao
qual pertenciam, sugerindo que a face percebida
como agradvel a face mdia da populao.
Brons4 observou que a face harmoniosa vista
como uma unidade, enquanto na face desarmoniosa a ateno atrada pelo elemento que est
fora de equilbrio, denominado pelo autor de elemento discordante.

165

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

por um aumento da convexidade facial, foram os


principais fatores responsveis pela esttica facial
desagradvel, concordando com os achados de Cox
e Van Der Linden9. Considerando a presena de
leigos como agentes avaliadores, e a no induo
de termos na justificativa, as justificativas para desagradabilidade incluram tambm olhar, pele,
rosto, sobrancelha, como pode ser observado
na tabela 4, sugerindo que, muito mais que a harmonia entre as partes esquelticas, a beleza facial,
ou a sua ausncia, definida pelo conjunto de caractersticas faciais que muitas vezes esto fora da
capacidade de interveno do dentista, mas que,
se reconhecidas pelo profissional podem ser devidamente abordadas evitando expectativas irreais
com o tratamento ou at a interveno de outros
profissionais que possam auxiliar na promoo da
beleza.

Tabela 4 - Justificativas apresentadas pelos examinadores para classificao dos indivduos esteticamente
desagradveis.
gnero
feminino

masculino

justificativa

nariz

24

40,7

64

35,8

queixo

13,6

37

20,7

maxila

11,9

1,7

olhos

6,8

1,7

boca

5,1

pele

5,1

3,4

lbios

3,4

10

5,6

ngulo nasolabial

3,4

perfil

3,4

1,7

testa

1,7

2,2

excesso de tecido
mole

1,7

0,6

face longa

1,7

0,6

pescoo

1,7

ngulo queixopescoo

15

8,4

linha queixopescoo

2,2

tero inferior da
face

1,7

sulco mentolabial

1,1

bochecha

1,1

tero mdio da face

0,6

altura facial anterior inferior

0,6

olhar

0,6

rosto

0,6

total

59

100

179

100

Anlise Facial Subjetiva morfolgica


A anlise morfolgica da face o principal recurso diagnstico para determinao do Padro
Facial6.
A organizao do diagnstico ortodntico
de acordo com os Padres Faciais, extensamente
abordados no livro Diagnstico em Ortodontia,
publicado em 20046, permite abordar o tratamento das ms ocluses, considerando a localizao da
discrepncia esqueltica, quando presente, a etiologia da m ocluso, estabelecendo protocolos de
tratamento especficos para cada Padro em cada
faixa etria, com protocolos em curto prazo e
perspectivas em longo prazo previsveis, considerando a gravidade da discrepncia.
Os benefcios dessa nova viso da Ortodontia
dependem, entretanto, do diagnstico adequado
do Padro Facial.
Considerando a limitao das medidas faciais
em expressar forma ou normalidade38, a classificao do Padro deve ser realizada pela avaliao
morfolgica da face nas vises frontal e lateral.
Os indivduos podem ser classificados como
Padro I, II, III, Face longa ou Face curta.

Nessa pesquisa, procuramos identificar as estruturas faciais associadas aparncia esttica


desagradvel. Os avaliadores foram estimulados
a justificarem quando classificavam um indivduo
como esteticamente desagradvel.
Em 38,35% das justificativas para desagradabilidade do perfil facial, o nariz foi a estrutura responsabilizada, seguida pelo mento (queixo) em
18,9% dos relatos. Deve-se salientar o fato de que
o nariz grande e o queixo pequeno, responsveis

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

166

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Reis, S. A. B.; Abro, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A.

O Padro I identificado pela normalidade


facial (Fig. 4). A m ocluso, quando presente,
apenas dentria no associada a qualquer discrepncia esqueltica sagital ou vertical. Os Padres
II e III so caracterizados pelo degrau sagital respectivamente positivo e negativo entre a maxila e
a mandbula. Nos Padres face longa e face curta
a discrepncia vertical. Nos pacientes com erros
esquelticos, as ms ocluses so geralmente conseqentes dessas discrepncias.
Na avaliao do perfil, o Padro I caracterizado por um grau moderado de convexidade.
A expresso da maxila na face identificada pela
presena da projeo zigomtica e depresso infraorbitria, que podem ser verificadas tambm na
viso frontal. A linha de implantao do nariz, levemente inclinada para anterior, denota adequada
posio maxilar. O sulco naso-geniano com leve
inclinao posterior completa a avaliao do equilbrio maxilar. O ngulo nasolabial avalia a base
nasal em relao ao lbio superior, cuja posio
fortemente determinada pela inclinao dos
incisivos superiores. Portanto, esse ngulo pode
estar adequado, aberto ou fechado nos pacientes
Padro I, como conseqncia da posio dos dentes anteriores superiores, independente do bom
posicionamento maxilar, sempre observado nestes
pacientes6.
O equilbrio mandibular, tamanho, forma e posio, podem ser verificados na avaliao do perfil
por meio da linha queixo-pescoo. Ela deve ser
expressiva sem ser excessiva e tender ao paralelismo com o Plano de Camper. Esse paralelismo
contribui para um ngulo adequado entre as linhas do queixo e do pescoo. Alm disso, esperase um ngulo mentolabial agradvel esteticamente
e construdo com igual participao do lbio e do
mento6.
Os pacientes portadores dos Padres II e III
apresentam discrepncia sagital entre a maxila
e a mandbula, identificada, principalmente, na
avaliao lateral da face. Indivduos classificados
como Padro I na viso frontal e II ou III no per-

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

fil apresentam melhor prognstico que aqueles


Padres II ou III nas vises frontal e lateral, nos
quais o desequilbrio grave o suficiente para ser
identificado na avaliao de frente, devido s suas
conseqncias verticais.
O Padro II apresenta convexidade facial aumentada, em conseqncia do excesso maxilar, mais raro, ou pela deficincia mandibular6
(Fig. 5). Normalmente, observa-se uma maxila
com boa expresso na face, enquanto o tero inferior est deficiente e com a linha queixo-pescoo
curta. Apresenta, usualmente, um ngulo nasolabial bom, associado ao sulco mentolabial marcado
pela everso do lbio inferior.
No Padro III a convexidade facial apresenta-se reduzida, resultando em um perfil reto ou
mais raramente cncavo devido deficincia maxilar, ao prognatismo mandibular ou associao
de ambos (Fig. 6). O tero mdio da face tende
a parecer deficiente, mesmo que esteja normal,
pois o excesso mandibular desloca para anterior
o tecido mole da maxila, mascarando a leitura
da projeo zigomtica6. O tero inferior da face
tende ao aumento, principalmente no prognatismo e a linha queixo-pescoo apresenta-se normal nos deficientes maxilares ou em excesso nos
prognatas. O sulco mentolabial encontra-se aberto, devido verticalizao compensatria dos incisivos inferiores.
Os pacientes classificados como Padres Face
Longa e Face Curta apresentam uma discrepncia vertical visvel nas avaliaes de frente e perfil.
O paciente Padro Face Longa caracterizado pelo
excesso na altura facial, resultando em ausncia de
selamento labial, excesso de exposio de dentes
no repouso e de gengiva no sorriso (Fig. 7). A convexidade facial desses pacientes est aumentada,
a expresso maxilar deficiente e a linha queixo-pescoo curta. O paciente Padro Face longa
tem deficincia na expresso sagital da maxila e da
mandbula, que apresentam direo de crescimento predominantemente vertical.
O paciente Padro Face Curta identificado

167

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

FIGURA 4 - Fotografias faciais frontal e lateral de paciente Padro I.

FIGURA 5 - Fotografias facias frontal e lateral de paciente Padro II.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

168

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Reis, S. A. B.; Abro, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A.

FIGURA 6 - Fotografias faciais frontal e lateral de paciente Padro III.

FIGURA 7 - Fotografias faciais frontal e lateral de paciente Padro Face Longa.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

169

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

FIGURA 8 - Fotografias faciais frontal e lateral de paciente Padro Face Curta.

pela deficincia nas dimenses verticais, lbios


comprimidos, maxila com expresso adequada e
excesso da linha queixo-pescoo, devido rotao
anti-horria da mandbula (Fig. 8). A convexidade
do perfil est, normalmente, reduzida e o paciente
apresenta pouca exposio dos incisivos superiores no repouso e no sorriso.
A utilizao dos conceitos j estabelecidos pela
literatura ortodntica, aplicados sob essa nova
perspectiva, permite maior previsibilidade aos tratamentos ortodnticos e tranqilidade ao profissional, que se torna apto a utiliz-los.

Facial Subjetiva como rotina na atividade clnica,


que a classificao esttica do paciente mais um
instrumento diagnstico, que tem sua importncia
aumentada por ser o parmetro pelo qual o paciente e as pessoas com as quais ele convive vo
avaliar os resultados do tratamento.
Segundo Capelozza6, e baseados nesse estudo,
conclumos que faces agradveis so excees e,
geralmente, no dependem do dentista para atingirem ou permanecerem nesse estgio. Porm,
uma vez exigindo interveno odontolgica, seja
ela ortodntica ou no, exigem do profissional um
cuidado extremo para a preservao e acentuao
das caractersticas de agradabilidade.
Os pacientes classificados como esteticamente desagradveis e pertencentes aos Padres II, III,
Face Longa e Face Curta apresentam discrepncias esquelticas, as quais necessitam de tratamentos, que incluem muitas vezes cirurgias ortognticas para corrigir o erro sseo, normalmente grave.

CONSIDERAES CLNICAS E CONCLUSES


Esse trabalho teve por objetivo primrio sugerir termos que favorecem a comunicao entre os
diversos profissionais envolvidos na Odontologia
esttica, e dos mesmos com o paciente.
Observamos, entretanto, aps incluir a Anlise

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

170

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Reis, S. A. B.; Abro, J.; Capelozza Filho, L.; Claro, C. A. A.

Essa classificao da esttica pode, muitas vezes,


definir a necessidade de cirurgias em casos limtrofes, nos quais um tratamento ortodntico compensatrio limitado6 pode ser realizado, obtendo
uma melhora oclusal, sem, entretanto, promover
um incremento esttico do paciente na pirmide
de agradabilidade. Ou seja, o mesmo continuaria
com a classificao de esttica facial desagradvel.
A esses pacientes deve ser oferecida a oportunidade de mudana de nvel, possvel com a associao
da Ortodontia com a Cirurgia e, muitas vezes, Implantodontia, Periodontia, Dentstica e Prtese.
Os pacientes esteticamente aceitveis so a
maioria. O plano de tratamento dos mesmos,
como dos anteriores, deve ser feito com a premissa da melhoria esttica. Aqueles que no apresentam discrepncias esquelticas ou ms ocluses
com repercusso facial devem ser submetidos a
tratamentos ortodnticos corretivos, associados a
recursos de outras reas envolvidas com a esttica,
que resultam em uma melhora da agradabilidade,

pelo menos do sorriso, rea de interesse futuro de


nossas pesquisas. Aos portadores de discrepncias
esquelticas que no maculam significativamente
a esttica facial, o tratamento ortodntico compensatrio primrio a melhor opo, pois permite uma melhora na esttica do sorriso, funo
adequada e preservao das caractersticas de aceitabilidade.
Portanto, a classificao da esttica facial torna
prximos o ortodontista, profissionais de outras especialidades e a expectativa do paciente, alm de
oferecer parmetros morfolgicos importantes para
decises diagnsticas muitas vezes duvidosas.
Outros resultados deste estudo, como a comparao com o ndice de agradabilidade na viso
frontal, alm da comparao entre os diferentes
grupos de avaliadores, j foram parcialmente publicados6, mas sero compreensivamente abordados em publicaes posteriores.
Enviado em: janeiro de 2006
Revisado e aceito: abril de 2006

Subjective Facial Analysis


Abstract
Introduction: facial analysis has been an important diagnostic method since the beginning of Orthodontics. Many
authors have tried to define references of beauty to be reached with orthodontic treatment. This preoccupation
is in accordance with patient expectation with orthodontic treatment. The main motivation for them is esthetic
improvement. To solve it successfully orthodontists must know witch parameters the population use for esthetic
evaluation. With suggest, through this paper, the Subjective Facial Analysis, esthetic and morphologic. Aim: to evaluate the application of the analysis proposed. Methods: it was asked a heterogeneous group (14 orthodontists, 12
laymen, 7 artists) to classify 100 photographs of facial profile as esthetically pleasant (grades 7, 8 or 9), acceptable
(grades 4, 5 or 6) or unpleasant (grades 1, 2 or 3). Eigthy nine percent of the sample was esthetically acceptable, 8%
esthetically unpleasant and 3% esthetically pleasant. The nose and the chin were the structures of the facial profile
more frequently related by appraisers (38.35% and 18.9% respectively) as responsible for the unpleasant esthetic
appearance. Conclusion: subjective Facial Analysis is a diagnostic tool, important because is the parameter used
by patients and relatives to evaluate the results of orthodontic treatment.
Key words: Facial analysis. Esthetic. Orthodontics.

Referncias
1.

2.

3.

ALCALDE, R. E.; JINNO, T.; ORSINI, M. G.; SASAKI, A.; SUGIYAMA, R. M.; MATSUMURA, T. Soft tissue cephalometric norms in
japanese adults. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis,
v. 118, no. 1, p. 84-89, July 2000.
AUGER, T. A.; TURLEY, P. K. The female soft tissue profile as presented in fashion magazines during the 1900s: a photographic
analysis. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg, Chicago,

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

4.
5.
6.

171

v. 14, no. 1, p. 7-18, 1999.


BITTNER, C.; PANCHERZ, H. Facial morphology and malocclusions. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 97, no. 4,
p. 308-315, Apr. 1990.
BRONS, R. Facial harmony: standards for orthognathic surgery
and orthodontics, 1998. London: Quintessence, 1998. p. 166.
BURSTONE, C. J. The integumental profile. Am J Orthod,
St. Louis, v. 44, no. 1, p. 25, Jan. 1958.
CAPELOZZA FILHO, L. Diagnstico em Ortodontia. Maring:
Dental Press Editora, 2004.

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Anlise Facial Subjetiva

7.

8.
9.
10.
11.

12.

13.
14.
15.
16.
17.
18.
19.
20.
21.

22.

23.
24.

25.
26.

27.
28.

29. PECK, H.; PECK, S. A concept of facial esthetics. Angle Orthod,


Appleton, v. 40, no. 4, p. 284-318, Oct. 1970.
30. PECK, S. Beauty is youth, youth is beauty? Sci News, Washington, D. C., v. 146, p.115, Aug. 1994.
31. PECK, S.; PECK, L. Aspectos selecionados da arte e da cincia da esttica facial. In: SADOWSKY, P. L.; PECK, S.; KING, G.
LASKIN, D. M. Atualidades em Ortodontia. So Paulo: Premier, 1997. p. 99-116.
32. PERRET, D. I.; MAY, K. A.; YOSHIKAWA, S. Facial shape and judgements of female attractiveness. Nature, Basingstoke, v. 368,
no. 6468, p.1-4, Mar. 1994.
33. PERRET, D. I.; LEE, K. J.; PENTON-VOAK, I.; ROWLAND, D.;
YOSHIKAWA, S.; BURT, D. M.; HENZL, S. P.; CASTLES, D. L.;
AKAMATSU, S. Effects of sexual dimorphism on facial attractiveness. Nature, Basingstoke, v. 394, no. 27, p. 884-887, Aug.
1998.
34. PERRIN, F. A. C. physical attractiveness and repulsiveness. J Exp
Psychol, Washington, D.C., v. 4, p. 203-217, 1921.
35. PHILLIPS, C.; TULLOCH, C.; DANN, C. Rating of facial attractiveness. Community Dent Oral Epidemiol, Copenhagen, v. 20,
no. 4, p. 214-220, 1992.
36. RECHE, R. Anlise do perfil facial feminino adulto jovem
esteticamente agradvel em fotografias padronizadas.
1999. Trabalho de Concluso e Curso (Especializao)- Escola
de Aperfeioamento Profissional da Associao Brasileira de
Odontologia, Curitiba, 1999.
37. REIS, S. A. B. Anlise facial numrica e subjetiva do perfil
e anlise da relao oclusal sagital em brasileiros, adultos,
leucodermas, no tratados ortodonticamente. 2001. 271 f.
Dissertao (Mestrado em Ortodontia)Faculdade de Odontologia, Universidade Metodista de So Paulo, Piracicaba, 2001.
38. REIS, S. A. B. Estudo comparativo do perfil facial dos padres I,
II e III portadores de selamento labial passivo. R Dental Press
Ortodon Ortop Facial, Maring. No prelo.
39. RICKETTS, R. M. The biologic significance of the divine proportion and fibonacci series. Am J Orthod Dentofacial Orthop,
St. Louis, v. 81, no. 5, p. 351-370, May 1982.
40. TERRY, R. L.; DAVIS, J. S. Components of facial attractiveness.
Percept Mot Skills, [S.L.], v. 42, p. 918, June 1976.
41. TWEED, C. H. Evolutionary trends in Orthodontics, past, present, and future. Am J Orthod, St. Louis, v. 39, no. 2, p. 81-108,
Feb. 1953.
42. VARELA M.; GARCIA-CAMBA, J. E. Impact of Orthodontics on
the psychologic profile adult patients: a prospective study. Am J
Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 108, no. 2, p.142-148,
Aug. 1995.
43. WUERPEL, E. H. Ideals and idealism. Angle Orthod, Appleton,
v. 1, p. 14-31, 1931.

CUNNINGHAM, M. R. Measuring the physical in physical attractiveness: quasi-experiments on the sociobiology of female
facial beauty. J Pers Soc Psychol, Washington, D. C., v. 50,
no. 5, p. 925-935, May 1986.
CZARNECKI, S. T.; NANDA, R. S.; CURRIER, G. F. Perceptions
of a balanced facial profile. Am J Orthod Dentofacial Orthop,
St. Louis, v. 104, no. 2, p.180-187, Aug. 1993.
COX, N. H.; VAN DER LINDEN, F. P. G. M. Facial harmony. Am J
Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis, v. 60, no. 2, p. 175-183,
Aug. 1971.
EVANKO, A. M.; FREEMAN, K.; CISNEROS, G. J. Mesh diagram
analysis: developing a norm for Puerto Rican Americans. Angle
Orthod, Appleton, v. 67, no. 5, p. 381-388, 1997.
GIDDON, D. B. Aplicaes ortodnticas de estudos psicolgicos e perceptuais da esttica facial. In: SADOWSKY, P. L.; PECK,
S.; KING, G. LASKIN, D. M. Atualidades em Ortodontia. So
Paulo: Premier, 1997. p. 79-88.
HALL, D.; TAYLOR, R. W.; JACOBSON, A.; SADOWSKY, P. L.;
BARTOLUCCI, A. The perception of optimal profile in african
americans versus white americans as assessed by orthodontists
and the lay public. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis,
v. 118, no. 5, p. 514-525, Nov. 2000.
HERZBERG, B. L. Facial esthetic in relation to orthodontic treatment. Angle Orthod, Appleton, v. 22, no. 1, p. 3-22, Jan. 1952.
HOWELLS, D. J.; SHAW, W. C. The validity and reliability of ratings of dental and facial attractiveness for epidemiologic use.
Am J Orthod, St. Louis, v. 88, no. 5, p. 402-408, Nov. 1985.
JEFFERSON, Y. Skeletal types: keys to unraveling mystery of
facial beauty and its biologic significance. J Gen Orthod, Milwaukee, v. 7, no. 2, p. 7-25, June 1996.
JOHNSTON, V. S.; FRANKLIN, M. Is beauty in the eye of the
beholder? Ethol Sociobiol, [New York], v. 14, p.183-199, 1993.
JONES, D.; HILL, K. Criteria of facial attractiveness in five population. Hum Nature, Hawthorne, v. 4, no. 3, p. 271-296,
1993.
KHAN, R. S.; HORROCKS, E. N. A study of adult Orthodontic
patients and their treatment. Br J Orthod, London, v. 18, no. 3,
p.183-194, Aug. 1991.
LANGLOIS, J. H.; ROGGMAN, L. A. Attractive faces are only average. Psychol Sci, Malden, v. 1, no. 2, p.115-121, Mar. 1990.
LANGLOIS, J. H.; ROGGMAN, L. A.; MUSSELMAN, L. What is
average and what is not average about attractive faces? Psychol
Sci, Malden, v. 5, no. 4, p. 214-220, July 1994.
LEW, K. K. K.; HO, K. K.; KENG, S. B.; HO, K. H. Soft-tissue cephalometric norms in chinese adults with esthetic facial profiles.
J Oral Maxilofac Surg, Philadelphia, v. 50, no.11, p.1184-1189,
Nov. 1992.
MAGANZINI, A. L.; TSENG, J. Y. K.; EPSTEIN, J. Z. Perception of
facial esthetics by native chinese participants by using manipulated digital imagery techniques. Angle Orthod, Appleton, v. 70,
no. 5, p. 393-399, 2000.
MANTZIKOS, T. Esthetic soft tissue profile preferences among
the japanese population. Am J Orthod Dentofacial Orthop,
St. Louis, v.114, no.1, p.1-7, July 1998.
McKIERMAN, E. X. F.; McKIERMAN, F.; JONES, M. L. Psychological profiles and motives for adults seeking orthodontic treatment. Int J Adult Orthodon Orthognath Surg, Chicago, v. 7,
no. 3, p.187-198, 1992.
MORRIS, W. An orthodontic view of dentofacial esthetics.
Compendim Contin Educ Dent, Lawrenceville, v. 15, no. 3,
p. 378-390, 1994.
NANDA, R. S.; GHOSH, J. Harmonia entre os tecidos moles
da face e o crescimento no tratamento ortodntico. In: SADOWSKY, P. L. et al. Atualidades em Ortodontia. So Paulo: Premier, 1997. p. 65-78.
NEGER, M.; NEWARK, N. J. A quantitative method for the evaluation of the soft-tissue facial profile. Am J Orthod , St. Louis,
v. 45, no. 10, p. 738-751, Oct. 1959.
NGUYEN, D. D.; TURLEY, P. K. Changes in the caucasian male
facial profile as depicted in fashion magazines during the twentieth century. Am J Orthod Dentofacial Orthop, St. Louis,
v. 114, no. 2, p. 208-217, Aug. 1998.

R Dental Press Ortodon Ortop Facial

Endereo de correspondncia
Silvia Augusta Braga Reis
Rua Timbiras 1560 sala 308 - Bairro lourdes
CEP: 30.140-061 - Belo Horizonte/MG
E-mail: [email protected]

172

Maring, v. 11, n. 5, p. 159-172, set./out. 2006

Você também pode gostar