Apostila de Hidrologia

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Autor: MILTON CSAR TOLEDO DE S

Manual
de
Hidrologia









1
a
edio 2005 6
a
edio 2014





2
Toledo, Milton Csar Toledo.
Manual de Hidrologia: Estudo das guas
Superficiais e Subterrneas na Terra. Milton Csar
Toledo de S Belo Horizonte: Produo
Independente. 2005.
1. Engenharia Hidrologia 2. guas Superficiais.



Autor: Milton Csar Toledo de S



MANUAL DE HIDROLOGIA

CINCIA DAS GUAS

6
a
Edio - 2014



Dados de Catalogao na Publicao







Belo Horizonte, Minas Gerais. Brasil
E-mail: [email protected]





3
OFERECIMENTO


PLANETA GUA
(Guilherme Arantes)

gua que nasce na fonte serena do mundo
e que abre o profundo groto.
gua que faz inocente riacho
e desgua na corrente do ribeiro.
guas escuras dos rios,
que levam a fertilidade ao serto.
guas que banham aldeias
e matam a sede da populao.
guas que caem das pedras,
no vu das cascatas, ronco de trovo
e depois dormem tranqilas
no leito dos lagos, no leito dos lagos...
gua dos igaraps, onde Iara Me dgua
misteriosa cano.
gua que o sol evapora,
pro cu vai embora,
virar nuvens de algodo.
Gotas de gua da chuva,
alegre arco-ris, sobre a plantao.
Gotas de gua da chuva, to tristes,
so lgrimas na inundao.
guas que movem moinhos
so as mesmas guas que encharcam o cho
e sempre voltam humildes,
pro fundo da terra, pro fundo da terra...
Terra, Planeta gua...
Terra, Planeta gua...
Terra, Planeta gua...

4
APRESENTAO

Prezado Leitor (a)

Bem-vindo ao Curso de Hidrologia. Esperamos que voc tenha uma
experincia construtiva durante toda a leitura deste livro. Este material tem
o objetivo de facilitar o seu entendimento com o assunto. Para maiores
esclarecimentos, envie-nos um E-mail.
O texto constitudo por captulos. E, no final de cada um procurou-se
apresentar a interdisciplinaridade da Hidrologia com o curso. Foi retirado o
captulo 8 Recursos Hdricos, para reviso e atualizao.
O capitulo 1 Introduo a Hidrologia trata do seu histrico e definies
diversas.
O capitulo 2 Bacia hidrogrfica trata do estudo do ciclo hidrolgico e
do balano hdrico.
O capitulo 3 intensidade de chuva define os tipos de chuva,
pluviometria. E, as principais Equaes de chuva IDF.
Capitulo 4 Vazo Hidrolgica, ou Escoamento Superficial apresenta os
Medidores de vazo. Estimativa do escoamento superficial. Roteiro da
metodologia para clculo da vazo de Hidrolgica.
O capitulo 5 Infiltrao trata da taxa de infiltrao e do coeficiente de
Run-off. Evaporao, apresenta o poder evaporante da atmosfera.
O capitulo 6 Eroso e Sedimentao tratam dos tipos de eroso.
Estimativa da produo de sedimentos por eroso. Fora de arrasto da
gua. Velocidade de autodragagem. Medidas preventivas e corretivas de
eroso urbana.
O capitulo 7 gua Subterrnea define o movimento da gua
subterrnea. Rebaixamento de um poo. Intruso salina. Aqferos.
Apndice Manual da Legislao dos Recursos Hdricos.

5
BIOGRAFIA
Autor:
MILTON CSAR TOLDO DE S. Graduado em Engenharia Civil. Ps-
Graduado em Metodologia do Ensino Superior e Ps em Engenharia dos
Materiais.
Scio da Empresa Bioterra Engenharia - Avaliao de imveis. Principais
clientes: ECT-Gois, ECT-Ba, ECT- Mato Grosso do Sul, ECT-Piau, IPSEMG,
UFA, Palcio das Artes e outros. www.bioterraengenharia.blogspot.com
Professor Universitrio de Fsica, Mecnica dos Fluidos e Hidrologia.
Pesquisador em terapias holsticas e Xamanismo.
Parecerista na anlise de processos de outorga de uso de gua.
Conselheiro e Diretor do CREA-MG por diversos mandatos.
Belo Horizonte, MG.
E-mail: [email protected]








6

SUMRIO
OFERECIMENTO
APRESENTAO
AUTOR

NDICE
CAPTULO 1
Introduo Hidrologia.............................................................07 a 38
CAPITULO 02
Bacia hidrografia........................................................................39 a 57
CAPTULO 03
Intensidade de chuva.................................................................58 a 80
CAPTULO 04
Vazo Hidrolgica....................................................................81 a 125
CAPTULO 05
Infiltrao e Evaporao.........................................................126 a 151
CAPTULO 06
Eroso e Sedimentao..........................................................151 a 189
CAPTULO 07
gua Subterrnea..................................................................190 a 236
APNDICE
Manual da Legislao dos Recursos hdricos.............................237 a 270

7


CAPTULO I
INTRODUO HIDROLOGIA


Apresentao do curso.

Apresentao dos projetos.

Conceito de hidrologia aplicada.

Voltando ao passado.

Onde a chuva cai?

Distribuio da gua no planeta.

Hidrografia no mundo:

Hidrografia no Brasil:
Hidrografia em Minas Gerais, Belo Horizonte.

Campo de atuao da hidrologia.
Principais rgos fiscalizadores.
Imagens auxiliares de topografia.









8

Apresentao do curso;

Objetivos:
Propiciar a apresentao de todos, e esclarecendo-os da importncia e do
funcionamento do curso.

Abordagens:
Apresentaes dos participantes;
Importncia da assiduidade e pontualidade;
Como funciona;
Objetivos do curso;
Educao - Avaliao;
Fontes de pesquisa.
Blog do curso: www.bioterraengenharia.blogspot.com
E-mail: [email protected]

Critrio de avaliao;
Elaborao de dois projetos com as seguintes intervenes;
Interveno 1 - Estudo hidrolgico para viabilidade de um
sistema de captao de gua,
Interveno 2 - Estudo hidrolgico para viabilidade de um
sistema de drenagem.
Construo do Blog do grupo.
Aulas expositivas atravs do Manual de Hidrologia.
Aulas em campo.
Resoluo de exerccios.
Realizao de trs provas.

Objetivos do curso;
Identificao das principais bacias hidrogrficas do Brasil/MG
rgos licenciadores pertinentes hidrologia.
Equao do balano hdrico.Divisores de gua, traado da bacia
hidrogrfica e seus elementos.
Equao de I.D.F., mapa para chuva, infiltrao e declividade.
Vazo hidrolgica e hdrica: principais formulas, mapas e softwere.
Desenvolvimento de projetos.
Estudo dos fenmenos: infiltrao e evapotranspirao.
Eroso, sedimentao e gua subterrnea.



9

Fontes de pesquisa;

Principal
PINTO, Nelson Souza. Hidrologia Bsica. 2008. ED. Edgar Blucher
Ltda. S.P., So Paulo
TOLEDO de SA, M. Csar. Manual de Hidrologia, 6 ed. 2014. Belo
Horizonte, MG.
TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia Cincia e Aplicao.4
o
ed. Ed. ABRH
2012. UFRGS. ISBN: 8570259247

Complementar
Sites:www.ana.gov.br www.igam.gov.br www.semad.gov.br
www.ufv.br www.siam.mg.gov.br
Blog do Prof. Milton C. Toledo www.hidro-milton.blogspot.com
Blog do Tucci www.blog.rhama.net
Revista eletrnica de recursos hdricos:
www.abrh.org.br/informaoes/rerh
Site recursos hdricos do Brasil: www.abrh.org.br
TUCCI, Carlos E.M. Hidrologia Cincia e Aplicao . 4
o
ed. Ed.
ABRH 1993. UFRGS. ISBN: 8570259247
GARCEZ, LUCAS N. e ALVAREZ, G. Acosta. Hidrologia Bsica. 2 ed.,
ED. Edgard Blucherltda. 1988 - S.P.
SOUZA, Srgio Menin Teixeira. Deflvios Superficiais no Estado de
Minas Gerais. Hidrosistemas e COPASA - MG. 1993.

Contedo programtico;

1.INTRODUO HIDROLOGIA: Generalidades.Aproveitamento e
direcionamento correto da gua. A Hidrologia e a Engenharia Civil.
rgos licenciadores e regulamentadores no Brasil,principalmente
no estado de MG.Principais Bacias, Reservatrios e Rios no Brasil e
no Mundo.
2.BACIA HIDROGRFICA: Ciclo Hidrolgico. Roteiro para um Estudo
Hidrolgico. Balano hdrico.Principais elementos da bacia: rea,
Classificao,Divisores, Rios, Surgncias, Coeficientes da bacia,
Declividade.
3.INTENSIDADE DE CHUVA: Generalidades. Mtodos para
determinao de chuva: Medidores, Frmulas empricas, Softwere,
Mapas, Srie histricas. Tempo de retorno. Tempo de
concentrao.

10
4.VAZO HDRICA Generalidades. e Mtodos para determinar a
hdrica: Frmulas empricas, medidores).Legislaes pertinentes.
Estudo de Caso: Captao de gua superficial e outorga.
5. VAZO HIDROLGICA: Mtodos para determinar vazo
hidrolgica. Softwere, mapas, srie histricas, publicaes-deflvios
superficiais no Estado de MG. Drenagem.
6. MEDIDORES DE VAZO: Orifcios, vertedouros e canais. Uma
viso hidrlogica.
7.INFILTRAO - Generalidades. Fatores que influenciam na
Infiltrao. Variveis importantes na infiltrao. Mtodos para
determinar e taxa de Infiltrao. Coef. de Run-off.
8. EVAPOTRANSPIRAO:Generalidades. Fotossntese. Credito de
Carbono. MDL. Mtodos para determinar o poder evaporante da
atmosfera: Frmulas empricas eMedidores.
9.EROSO - Generalidades.Mtodos para determinar a produo de
sedimentos: Frmula universal da perda do solo. Medidores.
Medidas preventivas e corretivas de eroso urbana.
10. GUA SUBTERRNEA: Generalidades. Hidrogeologia. Aqferos.
























11
Apresentao dos Projetos;

PROJETO 01: Interveno - Estudo hidrolgico para
viabilidade de um sistema de captao a fio d gua, para
uso de consumo interno ao parque.

PROJETO 02: Interveno - Estudo hidrolgico para
viabilidade de um sistema de drenagem: hidrulicas
existentes no parque - vertedouro triangular, bueiro circular,
canal, ponte.

Objetivo principal: Relacionar a teoria com a prtica.
Componentes: Em grupo de 4 a 5 alunos
Postagem no blog em etapas a definir
Localizao: Parque das Mangabeiras, entrada pela av.
Bandeirantes em frente o MINAS II.
Fontes de pesquisa: Aulas ministradas no curso e livros da rea.
As etapas de 1 a 3 sero as mesmas para os dois projetos,
diferenciando somente na etapa 4.

Dados do Parque das Mangabeiras Bairro da Serra, BH. MG.
Coordenadas na entrada do parque, pelo Minas II
06/03/13 08:03:12
Latitude 19 56 42
Longitude 43 54 57
Altitude 988m.
Coordenadas no Lago dos Sonhos:
06/03/13 08:30:54
Latitude 19 56 44
Longitude 43 54 42
Altitude 1002m.
Coordenadas nos Vertedouros:
Latitude 19 56 44
Longitude 43 54 21
Altitude 1050m.




12

ETAPAS DO PROJETO

PROJETO 01 - Estudo hidrolgico para viabilidade de um
sistema de captao de gua,

ETAPA 01 Caracterizao da Interveno

1. Definio dos grupos com nome completo e foto do grupo.
Montagem do blog com uma pgina para o projeto.
2. Tema: Estudo hidrolgico para captao a fio dgua.
3. Finalidade do empreendimento: Uso de gua para consumo interno
do parque.
4. rgo licenciador do empreendimento: IGAM e rgo
regulamentador da profisso: CREA-MG/CONFEA
5. Municpio: Belo Horizonte e Estado Brasileiro: Minas Gerais
6. Imagem da bacia experimental Parque das Mangabeiras, baixar da
internet ou outro similar.

ETAPA 02 Caracterizao do Parque

1. Coordenadas geogrficas do local.
2. Medidas fora e dentro do parque: umidade relativa, nvel de
rudo,Temperatura mdia.
3. Fauna e flora.
4. Tipo de solo e cobertura predominante.
5. Rio principal: nome, nascente e foz.
6. Intervenes existentes: Edificaes, estruturas hidrulicas.

ETAPA 03 Caracterizao da bacia

1. Definir a Bacia hidrogrfica - traar a sua poligonal.
2. Determinar sua rea mtodo das quadrculas, E, classific-la
quanto a rea.
3. Rio principal existente (talvegue): desenho na bacia, seu
comprimento, altimetria e sua classificao.
4. Desenhar o seu perfil longitudinal, na escala.
5. Calcular suas declividades: estimada, mdia e equivalente.
6. Calcular os principais coeficientes da bacia.



13
ETAPA 04 Clculo da chuva visando CAPTAO DE GUA
(ltima etapa)

1. Definir populao interna e calcular a demanda de gua vazo
solicitada.
2. Determinar se existir, as outorgas e uso insignificantes a montante
e jusante. Ver portaria do IGAM.
3. Definir o tempo de retorno (T) e o tempo de concentrao (t
c
).
4. Calcular a intensidade (i).
5. Calcular a vazo hdrica.
6. Aplicando a portaria do IGAM, da Q
7
,
10
e a Equao da
disponibilidade hdrica, elaborar seu parecer tcnico conclusivo
sobre a disponibilidade hdrica para o empreendimento.


PROJETO 02 - DRENAGEM

ETAPA 04 Clculo da chuva visando a DRENAGEM
(ltima etapa)

1. Definir o tempo de retorno (T) e o Mapa de Rendimento para
drenagem.
2. Calcular a vazo hidrolgica (de pico).
3. Calculo das vazes ou capacidades hidrulicas das obras hidrulicas
existentes: Vertedouro triangular, bueiro circular, canal e ponte.
4. Elaborar parecer tcnico conclusivo sobre as capacidades das obras
hidrulicas existentes em vista da vazo de enchente local.



14

Imagem meramente ilustrativa regio do parque
Etapa 01


Imagem meramente ilustrativa
Etapa 1



15

Imagem meramente ilustrativa Bueiro
Etapa 02 e 04


Imagem meramente ilustrativa vertedouro
Etapa 02 e 04


Imagem meramente ilustrativa ponte
Etapas 02 e 04


16

Imagem meramente ilustrativa Canal
Etapas 02 e 04




Imagem meramente ilustrativa Etapa 3


17

Imagem meramente ilustrativa Etapa 3


Imagem meramente ilustrativa Etapa 3





18


Imagem da Etapa 4



























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1. Conceito de hidrologia aplicada

a cincia que estuda as guas superficiais e subterrneas, visando
seu aproveitamento e destinao correta.
Assunto que trata das guas da terra, sua ocorrncia, circulao,
distribuio, suas propriedades fsico-qumicas e suas relaes com os
seres vivos. Por este motivo a hidrologia uma geocincia e se
relaciona com as outras reas de conhecimento, tais como climatologia,
meteorologia, geologia, geomorfologia, sedimentologia, geografia e
oceanografia, entre outras.

2. Uma volta ao passado da cincia

a) At 1400 DC perodo da especulao: canal romano de 50 km, 20
aC.
b) 1400 1600 perodo de observao: Leonardo da Vinci foi o
primeiro a propor uma concepo pluvial do CICLO HIDROLGICO.
c) 1600 1700 perodo de medio: o francs Pierre Perrault usou
instrumentos rudimentares para obter uma srie de 3 anos de
observaes de chuva e vazo no rio Sena.
d) 1700 1800 perodo de experimentao: desenvolvimento da
hidrulica dos escoamentos permanentes; Teorema de Bernoulli;
Tubo Pitot, Vazo.
e) 1800 1900 perodo da modernizao: desenvolvimento da
mecnica dos fluidos, Equao de Darcy Percolao.
f) 1900 1930 perodo do empirismo . frmulas empricas para
explicar a variabilidade das precipitaes.
g) 1930 1950 perodo da racionalizao: impulso a partir da
construo de grandes barragens.
h) Aps 1950, perodo da teorizao: desenvolvimentos de modelos
matemticos para transformar chuva em vazo. Uso de
computadores.




20
3. Onde a chuva cai?

O local de entrada da chuva na superfcie da Terra, no solo ou em espelho
d!gua, de fundamental importncia para sua utilizao e determinam a
variabilidade espacial, temporal e geogrfica do aproveitamento e
esgotamento da gua no planeta. Convencionou chamar o local ONDE A
CHUVA CAI de BACIA HIDROGRFICA.
Portanto, a Bacia hidrogrfica ou Bacia de drenagem uma rea
definida topograficamente drenada por um curso de gua ou sistema de
rios descarregando atravs de uma simples sada ou output. Os limites de
uma bacia contribuinte so definidos pelos divisores de gua ou espiges
que separam uma das outras bacias adjacentes.

4. Distribuio da gua no planeta gua.

A gua apresenta um importante ciclo na natureza, estando presente na
atmosfera na forma de vapor, na superfcie ou interior do subsolo na forma
lquida, sendo que neste ltimo promove a formao de lenis freticos.


21



Volume de gua doce por continente:

Quase toda a gua do planeta est concentrada nos oceanos. Apenas uma
pequena frao (menos de 3%) est em terra e a maior parte desta est
sob a forma de gelo e neve ou abaixo da superfcie (gua subterrnea). S
uma frao muito pequena (cerca de 1%) de toda a gua terrestre est
diretamente disponvel ao homem e aos outros organismos, sob a forma de
lagos e rios, ou como umidade presente no solo, na atmosfera e como
componente dos mais diversos organismos.





DISTRIBUIO DA GUA NO PLANETA
- 97,2% guas dos oceanos e mares
- 2,15% guas de geleiras e icebergs polares
- 0,63% guas disponveis para consumo (8,5 milhes km)

22


Da distribuio;
- 0,63% guas para consumo
- 1,5% rios, lagos e cursos d'gua
- 48% gua subterrnea at 800m de profundidade
- 49% gua subterrnea abaixo de 800m de profundidade
- 0,8% gua contida no solo (umidade)
- 0,7% vapor d'gua na atmosfera

E NO BRASIL? E A GUA
- 14% das guas doces do mundo
- 40% da gua consumida desperdiada
- 10% do esgoto gerado tratado
- 23,8% no tm gua encanada (36 milhes de brasileiros)
- 51,8% de domiclios urbanos no tm esgoto (16,3 milhes)
o componente principal da matria viva. Constitui de 50 a 90% da massa
dos organismos vivos.

ESTAMOS TODOS NUM MESMO BARCO
O nosso planeta Terra uma pequena e frgil bacia hidrogrfica na viso
macro do nosso sistema solar da via-lctea deste grande Universo. A gua
permanece praticamente a mesma no Planeta devido a gravidade da Terra,
evapora e volta.
Com o crescimento populacional e sua organizao social, o ser humano foi
criando domnio de regies em que pudesse sentir-se seguro e ao mesmo
tempo pudesse ser o dono delas. A superfcie do planeta foi "dividida" em
espaos para a sobrevivncia da sua espcie- os paises e gua pelo sua
grande utilidade foi o marco para fixao do homem nas suas
proximidades. O progresso de um povo depende diretamente da
disponibilidade e fartura de gua "pura" para o seu uso, vemos no Brasil
um exemplo claro quando comparamos o Sul com o Nordeste. Cada pais,

23
em termos de hidrolgicos, foi dividido em grandes bacias e cada bacia em
sub-bacias e assim por diante. No caso do Brasil - grandes nove bacias,
como podemos ver adiante.
5. Hidrografia no mundo
Maiores bacias: Amaznica (7 milhes de km
2
), do Congo-Zaire(3,5
milhes de km
2
), Mississipi-EUA (3,3 milhes de km
2
).
Maiores rios: Amazonas-Brasil (Extenso = 6800 km, foz =
atlntico), Nilo-Egito (6600 km, foz = Mar mediterrneo), Xi-
Jiang/China (Extenso = 5800 km, foz = Mar da China)
Maiores lagos de barragens: Itaipu/Brasil, Trs gargantas/China,
Guri/Venezuela

Principais rios do mundo;
Londres-Tmisa,
Paris-Sena,
Roma-P,
Lisboa-Tejo,
Nova Iorque-Hudson,
Buenos Aires-Prata,
So Paulo-Tiet,
Recife-Capibaribe/Beberibe,
Manaus-Negro,
Belm-Amazonas,
Teresina-Parnaba,
Natal-Potengi,
Belo Horizonte-Rio das Velhas, etc.







24
Hidrografia no Brasil
Bacias no Brasil
reas das principais bacias hidrogrficas do Brasil
Bacias Hidrogrficas
rea de
drenagem (Km
2
)
Amazonas
Total
Em territrio brasileiro

6.112.000
3.900.000
Tocantins 757.000
Atlntico Norte/Nordeste 1.013.000
So Francisco 634.000
Atlntico Leste 545.000
Paran (territrio brasileiro) 877.000
Paraguai (territrio brasileiro) 368.000
Uruguai (territrio brasileiro) 178.000
Atlntico sudeste 224.000

25
Hidrografia em Minas Gerais


26
Hidrografia do municpio de Belo Horizonte.




27
6. CAMPOS DE ATUAO DA HIDROLOGIA

Hidrologia a cincia que trata das guas da terra, sua ocorrncia,
circulao, distribuio, suas propriedades fsico-qumicas e suas relaes
com os seres vivos.

Alm de propiciar a manuteno da vida na terra a gua se presta a
inmeras atividades humanas, entre as quais destacam-se:
Agricultura, Gerao de energia eltrica, Transporte e abastecimento
industrial, entre outras.
Isto faz com que a abundncia ou escassez deste recurso seja um
indicador do progresso econmico e da qualidade de vida.

Campos da hidrologia ou tipos de intervenes;

Recursos hdricos
Captao de gua
Irrigao
Produo de energia
Abastecimento de gua
Reuso da gua, etc.

Saneamento
Drenagem urbana, rural e de estradas
Mtodos preventivos e controle de enchentes, etc.


Perguntas mais freqente na prtica da hidrologia:
- Qual deve ser a vazo de enchente para o projeto de um vertedor
de uma barragem? Para um Bueiro de uma estrada? Para a
Drenagem Pluvial de uma cidade?
- Qual o volume necessrio para assegurar gua para um projeto
de irrigao? Ou para o abastecimento de uma cidade durante
as estiagens?

28
- Que efeito ter os reservatrios, diques, e outras obras no controle
das cheias de um rio? Esto dimensionados de forma a minimizar os
riscos de catstrofes associadas a enchentes?

Portanto, procurar responder a estas perguntas, o objetivo principal do
curso de hidrologia.

Interveno: Drenagem de estradas


Interveno: Travessia em bueiro



29
Interveno: Usina hidreltrica
Fonte: UH Sto Antonio - Rio Madeira

Interveno: Vertedouro triangular
medidor de vazo


Interveno: Bueiro circular

30

Interveno: Canal

Interveno: Ponte




31

Interveno: Proteo de taludes.


Interveno: Irrigao

Canaleta de crista de talude

32



Interveno: desertificao com o rebaixo do lenol fretico

33

Interveno: rebaixamento de lenol fretico



Calha de telhado

34

Atravs da utilizao de princpios da cincia estabelecer as relaes que
determinam a variabilidade espacial, temporal e geogrfica do
aproveitamento e esgotamento da gua no planeta.

No planejamento e gerenciamento integrado da bacia hidrogrfica em
drenagem urbana, na gerao de energia, no uso do solo rural, na
captao e abastecimento de gua, na irrigao e navegao.


Executores;
Por tcnicos devidamente habilitados. Engenheiros, Gegrafos,
Meteorologistas, etc.

7. A Hidrologia na expanso urbana e legislaes pertinentes;
- Constituio Brasileira de 1.988
. Agenda 21
- Plano Diretor
- Lei de Uso e Ocupao do solo
- Cdigo de posturas.

8. Principais rgos fiscalizadores

Profissional: CONFEA/CREA
s

ANA/IBAMA Recursos hdricos e licenciamento ambientalNvel
Federal.

SEMAD = Secretria de Estado de Meio Ambiente e
desenvolvimento Sustentvel.

IEF Inst. Estadual de Florestas Atividades agrcolas,
agropecurias e florestais.


35
FEAM Fundao Estadual do Meio Ambiente Ambiental,
atividades industriais, minerais e infra-estrutura (extrao de areia)

IGAM Instituto de Gesto das guas relativo ao uso das guas
Outorgas para captao. mineradora, travessias, etc.)

Para aprovao de Estudo, Projeto, Licenciamento e Outorgas no
Estado de M.G, at a presente data, o processo dever passar pelo:

SEMAD: IEF POLICIA MILITAR FEAM IGAM

Site do governo do estado de M.G.:
SIAM: Sistema integrado do Meio Ambiente-
www.siam.mg.gov.br

SEMAD
Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e
Desenvolvimento
Sustentvel
CERH
Conselho Estadual de
Recursos Hdricos
COPAM
Conselho Estadual de
Poltica Ambiental
IGAM FEAM IEF
SISTEMA ESTADUAL DE MEIO AMBIENTE





36



Outorgas superficiais - 8607
Outorgas subterrneas - 6748
Certides de usos insignifcante - 2782
DEMANDA HDRICA POR FINALIDADE
Outros
5%
Irrigao
60%
Abastecimento
25%
Industrial
7%
Aquicultura
3%
Irrigao Abastecimento Industrial Aquicultura Outros
PANORAMA DAS OUTORGAS NO ESTADO






37
IMAGENS AUXILIARES DE TOPOGRAFIA;


Figura: aerofotogrametria


Figura: medidas verticais

38


Figura: curvas de nvel



Figura: desenho de perfil vertical a partir das curvas de nvel.


39

CAPITULO 02
Bacia hidrogrfica
O ciclo hidrolgico e o balano hdrico.
Estudo da fisiografia, geomorfologia, geologia e hidrometria.
Divisores de gua. Classificao. Principais elementos da bacia.
Classificao dos rios. Coeficientes da bacia. Declividade mdia.


Figura: bacia hidrogrfica tpica - Fonte: www.ana.gov.br


Figura: bacia hidrogrfica tpica

40
1. Ciclo Hidrolgico;
o nome dado ao fenmeno global de circulao contnua e distribuio da
gua sobre a superfcie terrestre, subsolo, atmosfera e oceanos. Existem
cinco processos bsicos no ciclo hidrolgico: condensao, precipitao,
infiltrao, escoamento superficial e evapotranspirao. Estes processos
so governados basicamente pela radiao solar e pela gravidade
No ciclo hidrolgico a gua sempre a mesma. A Terra possui
aproximadamente 70% de sua superfcie coberta pelos oceanos.




- O ciclo hidrolgico -


41
2. Equao do Balano hdrico;
Es = P I Evt Vs
Onde,
Es = Escoamento superficial ou deflvio
P = Precipitao
I = Infiltrao
Evt = Evaporao e transpirao
Vs= Volume superficial utilizado ou desviado da bacia



3. Estudo da fisiografia, geomorfologia, geologia e hidrometria
Fisiografia: rea da bacia, sistema de drenagem e relevo (montanhosa,
plana e depresses).
Geomorfologia: Forma da bacia: estreita, alargada ou arredondada.
Geologia: tipo de solo da bacia (argiloso, arenoso, rochoso, etc.).
Hidrometria: Medida de cheias dos cursos de gua.
Os estudos hidrolgicos mostram que h uma diferena marcante entre a
pequena bacia, mdia e grande bacia de drenagem. Nas bacias pequenas
as alteraes fsicas causadas pelo homem na utilizao do solo so muito
representativas. Nas grandes bacias essas alteraes fsicas so de menor

42
proporo, tendo como caracterstica principal condio de
armazenamento ao longo do talvegue e da prpria bacia hidrogrfica.

FISIOGRAFIA - REA DA BACIA
A bacia hidrogrfica caracterizada tipograficamente atravs do relevo e
das depresses existentes. O reconhecimento deste relevo feito utilizando
as cartas topogrficas ou fotografias areas (aerofotogramtricas) em
escalas apropriadas para o projeto em elaborao. Para a cidade de Belo
Horizonte, alm de outros rgos, esta vista area pode ser capturada
atravs do site: www.belohorizonte.com.br.

Hidrografia tpica


43


44
rea da bacia hidrogrfica:

A rea da bacia pode ser determinada atravs da planta aerofotogramtrica
utilizando o mtodo das quadrculas, que subdividindo a superfcie total em
N quadrculas menores e procede ao clculo destas reas de depois
somados ou pelo mtodo de eliminao de reas de figuras geomtricas
conhecidas, para assim achar a rea que sobra.

Planilha para determinao da rea da bacia

N
o
de Ordem
(N)
Quadrculas
1
2
3
5
6
7
das reas:

Determinar a rea da sub-bacia hidrogrfica experimental do crrego do
Visconde do rio branco. Utilizar a planta aerofotogramtrica do local.

45

Parque das Mangabeiras Poligonal da bacia. Imagem meramente
ilustrativa

Parque das Mangabeiras traado das quadriculas para o clculo da rea
da mesma imagem meramente ilustrativa.

46
4. DIVISORES DA BACIA Individualizao das bacias
A Bacia hidrogrfica necessariamente contornada por um divisor de
guas ou espigo, assim designado por ser linha de separao que divide
as precipitaes que caem em bacias vizinhas e que encaminham o
escoamento superficial para um outro sistema pluvial.
O divisor une os pontos de mxima cota entre as bacias.


Divisores de gua de sub bacias


47

Mais divisores de gua

5. CLASSIFICAO DAS BACIAS
As bacias pequenas, o efeito das precipitaes intensas e de pequena
durao ser muito mais representativo do que nas bacias grandes. Por
outro lado s bacias grandes s tero efeito das precipitaes de grande
durao. Assim se torna necessrio fazer uma classificao em funo de
sua rea.
Bacias pequenas: rea ate 4 Km
2

Bacias mdias: reas de 4 Km
2
a 10 Km
2
Bacias grandes: reas maiores que 10 Km
2
Sabe-se que numa bacia grande uma chuva intensa no abrange toda
rea, pois normalmente as chuvas intensas so de pequena durao e nas
bacias pequenas uma chuva intensa pode cobrir toda a rea podendo
provocar enchentes. Por esta razo o critrio de calculo das vazes
mximas por faixa de reas.




48


6. PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA BACIA
E = espigo ou divisor de guas
A = rea da bacia (h ou Km
2
)
L = comprimento do talvegue principal (Km)
H = diferena de nvel do talvegue principal (m)
d = dec. = Declividade do talvegue principal (m/m).
t
c
= tempo de concentrao (h)
C = coeficiente de RUN OFF ou coeficiente de escoamento superficial,
depende do tipo de vegetao, tipo de solo, topografia (plana ou
montanhosa).


Figura: Talvegue

49

7. CLASSIFICAO DOS RIOS
Cursos de gua da bacia hidrogrfica.
a. Perenes: Contm gua durante todo o tempo.
b. Intermitentes: Escoam durante o perodo da chuva.
c. Efmeros: Existem durante ou imediatamente aps a chuva.






50
8. COEFICIENTES DA BACIA
So coeficientes utilizados para comparao entre uma bacia e outra.
Coeficiente de compacidade (kc)
uma medida do grau de irregularidade da bacia, quando comparado com
o crculo.

Kc = 0,28 x (P / A)
Onde:
P = permetro em Km
A = rea em Km
2
Obs: Bacia circular ter o coeficiente, Kc = 1

Coeficiente de forma (Kf)
a relao entre a largura mdia e o comprimento axial da Bacia (ou do
rio).
dado pela seguinte frmula:

K
f
= A / L
2
Onde:
A = rea da bacia, em Km
2
L = comprimento do rio, em km
Quando K
f
for baixo, menos sujeito a enchentes, isto , deve ao fator de
que quanto mais longa (L) e estreita, menor a possibilidade de ocorrncia
de chuvas intensas.

Densidade de drenagem (Dd)
a maior ou menor densidade de cursos de gua existentes na bacia.

D
d
= Lt / A
Onde:
L
t
= comprimento total dos cursos de gua (Km)

51
A = rea (Km
2
)
Valores prximos de 1,0 = densidade pobre.

Sinuosidade do rio

S = L / L
talv.
Onde:
L = comprimento do rio principal, em Km
L
talv.
= comprimento do talvegue (Km).
Obs: Prxima de 1,0 = pouca sinuosidade do rio.

9. DECLIVIDADE DA BACIA: ESTIMADA, MDIA E EQUIVALENTE
Controla a velocidade do escoamento superficial que ir influenciar em:
- Menor Declividade, menor picos de enchentes.
- Maior ou menor oportunidade de infiltrao.
- Eroso dos solos.
Mtodo estatstico para obteno da declividade estimada (I
e
) o mtodo
das quadrculas associadas a vetores normais as curvas de nvel, num
maior nmero possvel de quadrculas (amostragem).


I
e.
= H/L
I
e
= Declividade estimada.
Planilha para planta aerofotogrametrica da sub-bacia experimental.



52
N. ordem Cotas desnvel L (m) Dec.(m/m)
Exemplo 830 815 15 180 0,083
1
2
3
4
5
6
7
8
Dec. =
De = (Dec./ N) x 100%

Perfil longitudinal do talvegue principal do parque das Mangabeiras.
Imagem meramente ilustrativa.

53
ESTUDO DA DECLIVIDADE DO TALVEGUE DO RIBEIRO DA SERRA - PARQUE DAS MANGABEIRAS
PLANILHA DE DADOS DO TALVEGUE
Ponto do talvegue Altitude(m) Distncia do divisor "M" L(km) Desnvel do trecho, (m) Extenso do trecho,Ln(km) Declividade do trecho,jn (m/km)
Divisor "M" 1300 0 0 0
Curva 1 Nascente 1205 0,4 95 0,4 237,5
Curva 2 1200 0,5 5 0,1 50
Curva 3 1180 0,61 20 0,11 181,8181818
Curva 4 1160 0,81 20 0,2 100
Curva 5 1140 1,19 20 0,38 52,63157895
Curva 6 1120 1,39 20 0,2 100
Curva 7 1100 1,67 20 0,28 71,42857143
Curva 8 1080 1,95 20 0,28 71,42857143
Curva 9 1060 2,25 20 0,3 66,66666667
Curva 10 1040 2,55 20 0,3 66,66666667
Curva 11 1020 2,83 20 0,28 71,42857143
Curva 12 - Intervenao 980 3,08 40 0,25 160
Diferea de nvel 320 Soma 1229,568808
Declividade estimada 103,8961039 Mdia 102,4640674
max 237,5
min 50
declividade mdia = 102,46 m/km ou 10,24%
declividade estimada = 103,89 m/km ou 10,39 %
declividade equivalente = frmula apropriada

Planilha do talvegue principal do Parque das Mangabeiras.
Figura mostrando altimetria ou relevo topogrfico.

54


As curvas de nvel so linhas que unem pontos de igual altitude. A partir
delas podemos fazer uma interpretao do relevo. POdemos marcar os
topos das principais elevaes, marcar os fundos de vale, vrificar se as
vertentes so ngremes ou suaves, e at, inferir sobre a forma das
vertentes. mas o pormenor do mapa topogrfico no suficiente para nos
dar todos os pormenors e aspectos do relevo. tal pode ser visto na figura
em cima. Alguns aspectos, como pequenas escarpas ou relevos de dureza
(elevaes que surgem devido eroso diferencial e que se constituem por
pequenas elevaes) e a forma de pormeno dos vales, podero no ser
possveis de verificao a partir de uma mapa topogrfico. Um estudo mais
pormenorizado do relevo implica mapas de escala maior e muito trabalho
de campo.













55
Exerccios propostos;

Ex. 1) Converter as seguintes unidades.
a. 1 ano em segundos =
b. 1 Km
2
em m
2
=
c. 1 Litro em m
3
=

Ex. 2) Considere a bacia Hidrogrfica do Rio So Francisco.

Dados:
A = 600.000 km
2

P
a
= 1000 mm/ano
EVT
a
= 800 mm/ano

Pede-se:
Q
ano
= ? ( em mm e m
3
/s)
Resp.: 200 mm e 3.805,2 m
3
/s.

Ex. 3) Voc foi chamado para fazer um anteprojeto de uma barragem que
ir abastecer uma cidade de 100.000 hab. E, uma rea a ser irrigada de
5000 hectares.
Verifique atravs do balano hdrico se a barragem ter condies para
atender a demanda total com base nos seguintes dados:

A
bacia
= 300 km
2

A
espelho
= 18 km
2

Pa = 1300 mm
Evt = 1000 mm
Ev = 1500 mm
Demanda do abastecimento = 150 L/hab/dia
Demanda anual da irrigao = 9.000 m
3
/hectare

Ex. 4 Num determinado ano, os seguintes dados foram observados em
uma bacia de drenagem:
P = 850 mm (Precipitao)
Evt = 420 mm (Evapotranspirao)
D = 225 mm (Deflvio ou escoamento superficial)
Pede-se: a altura correspondente em mm da infiltrao (I)



56
Ex. 5 Se o deflvio mdio anual de uma bacia de drenagem de 100 km
2
,
medida atravs da sada, de 1,52 m
3
\s. Determine o valor
correspondente em mm.
(R= 478 mm) (Q = volume\tempo; Q = A.h\T)

Ex. 6 Qual o volume de gua precipitada (em km
3
) sobre uma bacia de
435 km
2
com uma chuva de 18 mm.

Ex. 7 Se ocorrer uma chuva de 30 mm durante 90 min sobre uma
superfcie impermevel de 3 km
2
, qual ser o respectivo deflvio mdio no
perodo em m
3
\s.

Ex. 8 A evaporao anual de um lago de 15 km
2
de 1500 mm.
Determine a variao do nvel do lago durante um ano, se a precipitao
foi 950 mm e a contribuio dos tributrios foi de 10 m
3
\s. Sabe-se que
tambm naquele ano foi retirada do lago uma vazo media de 5 m
3
\s para
irrigao, alem de uma captao de 165 10
6
m
3
para a industria. ( R = o
nvel baixou de - 1,05 m)

Ex. 9 - Neste exerccio, sero medidos e calculados os dados referentes
Bacia do Rio Salitre (bacia fantasia).

Na Planta Topogrfica (Planialtimtrica) fornecida, localize o ponto
que define a sada da bacia hidrogrfica. Destaque os rios (utilize uma
colorao) e identifique o rio principal. Siga o esquema abaixo:

a - Delimitao topogrfica da Bacia do Rio Salitre: com base nas
curvas de nvel, traar uma linha que englobe os pontos mais altos,
separando a bacia estudada.

b - rea de drenagem (A): medir a superfcie da bacia, usando
papel milimetrado, planmetro ou AutoCAD.

c - Permetro (P): medir o comprimento da linha de contorno da
bacia com auxlio de fios ou AutoCAD.

d - Comprimento do curso principal (L).

e Comprimento total dos cursos dgua da bacia (L
t
): tambm
recorrendo aos recursos listados no item anterior - medir o curso

57
principal. O comprimento total inclui o comprimento do rio
principal.
f - Cotas do curso principal: nascente (h1) = foz(h2) =
g Calcular o coeficiente de compacidade (k
c
).
h Calcular o fator de forma (k
f
). Kf=A/L=19,91/7,59=0,346
i Determine a densidade de drenagem da bacia
j Calcular a declividade.



58








CAPTULO 03

INTENSIDADE DE CHUVA

Intensidade de chuva
Frmula geral para IDF
Softwere
Frmulas particularizadas
Medidores ou Pluviometria
Anexos

=

59
A CHUVA QUE CAI
A matria prima do estudo da hidrologia a chuva, seja para esgot-la
atravs de obras de drenagem, seja para o seu aproveitamento.
Aqui veremos alguns mtodos j consagrados na obteno da chuva, ou
seja; por Formulas empricas, atravs de Medidores tipo pluvimetro e
Software apropriados.
Tipos de chuvas
CHUVAS CONVECTIVAS OU DE VERO
64


CHUVAS OROGRFICAS OU DE RELEVO
65


CHUVAS FRONTAIS
69




60
FRMULAS EMPIRICAS

FRMULA GERAL DE IDF Intensidade, Durao e Frequncia.

i
m
= intensidade mxima da precipitao em mm/h
T = tempo de retorno em anos (frequncia da chuva)
t
c
= tempo de concentrao ou durao da chuva (em min)
k,a,b,c = parmetros relativos a localidade

( ) b
t
T
i
c
k
c
a
m
+

.


Software de clculo de chuvas intensas:
Fonte: www.ufv.br/dea/gprh/pluvio

FRMULAS ESPECFICAS DE IDF
Clculo da precipitao para uma determinada regio geogrfica. A mais
utilizada no estudo de drenagem de estradas a do Engenheiro Otto
Pfafstetter.

Clculo da precipitao pela equao do engenheiro Otto
Pfafstetter
( ) | | D c b D a
T T P D T
- + - + - - = |
|
|
.
|

\
|
+
1 log
25 , 0
,
|
o

Onde,
D = durao da chuva, em horas
a,b,c,, = parmetros relativos a localizao
T = tempo de retorno, em anos

61
i = intensidade mxima em mm/h = P/D
P = precipitao, em mm

Sudecap (Horto): Em, mm/h
( ) 5
0106 , 0
7098 , 0
1598 , 0
18 , 795
+
-
-
=
D
T
T
i
Onde,
D = durao da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade mxima de chuva, em mm/h




Copasa: Em, mm/h
( ) 167 , 32
039 , 1
155 , 0
645 , 4988
+
-
=
D
T
i
Onde,
D = durao da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade de chuva, em mm/h

Equao das chuvas de Curitiba: Em, mm/h
( ) 26
15 , 1
217 , 0
5950
+
-
=
D
T
i
Onde,

62
D = durao da chuva, em minutos
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade de chuva, em mm/h

Mrcia Pinheiro (para RMBH): Em, mm/h
- - - =

P D
a
i
536 , 0
7059 , 0
76542 , 0
Onde,
Para T 200 anos e 10 minutos D 24 horas
D = durao da chuva, em horas
T = tempo de retorno, em anos
i = intensidade mxima de chuva, em mm/h
Pa = precipitao mdia anual pelo mapa de isoetas
= parmetro regional


63
Ex. 01)
Determinar a intensidade de chuva (mm/h) para um T = 10 anos com
durao de 30 minutos, na regio de Belo Horizonte. Utilizar as frmulas
anteriores.

N
o
de Ordem Frmula/Nome i (= intens., em mm/h)
1 Curitiba
2 Pluvio 2.1
3 Prof

.Mrcia Pinheiro
4 Eng. Otto

SOLUO:























64
MTODOS DE MEDIO:

PLUVIOMETRIA ;
o estudo para determinar a chuva atravs de aparelhos de medio.
Tipos de aparelhos para medio da chuva precipitada;
Pluvimetro,
Pluvigrafo.

Figura - pluvimetro
Pluvimetro: a quantidade de chuva precipitada dada em mm (altura
de chuva) coletada pelo aparelho, a graduao do aparelho feita em
funo da rea da boca, rea de coleta de chuva.
O mais comum o Ville de Paris, onde o volume de chuva coletado pelo
pluvimetro despejado no cilindro graduado em mm. As leituras so
feitas de 24 em 24 horas.

Pluvigrafo: apresenta resultado de medio de chuva, durao e
freqncia grafadas no papel.

65
Normas de colocao dos medidores:
a) A superfcie do coletor de chuva deve ser absolutamente horizontal e
ficar a uma distancia de 1,50m do solo.
b) Caso o lugar for desabrigado, fazer proteo contra ventos (abrigo).
c) A distancia do obstculo mais prximo de duas vezes da altura do
mesmo.
Lembrando que 1,0 mm de chuva corresponde a 1,0 L/m
2











rea de Drenagem (ha) Nmero Mnimo de Estaes Pluviomtricas
1
12-40 2
40-80 3
80-200 1 a cada 40 ha
200-1000 1 a cada 100 ha
1000-2000 1 a cada 250 ha
>2000 1 a cada 750 ha

66

FLUVIOMETRIA
ESTAES FLUVIOMTRICAS
Nveis dgua
rguas limnimtricas
limngrafos
87



RADAR METEOROLGICO
88





67


Tempo de retorno ou recorrncia (T)
Como sendo intervalo de tempo durante a qual uma precipitao
igualada ou excedida uma vez. A fixao deste perodo de recorrncia
envolve em si, o conceito de coeficiente de segurana.

Os perodos de recorrncia mais usuais so:
T = 10 anos (para obra de drenagem superficial)
T = 25 anos (para obra de fundo de grota, bueiros tubulares).
T = 50 anos (para obra de fundo de grota, bueiros retangulares).
T = 100 anos(para obra de pontes)
T = 10.000 anos (para obra de barragens)
Ver os anexos para outros valores de T

Riscos
prever o risco desta chuva (ou evento) ocorrer.

R = 1 / T

68
Exerccio 02)
Calcular o risco esperado ao dimensionamento de uma galeria urbana com
T= 25anos.
R = 1 / 25 = 0,04 = 4% de risco.
E, para uma usina hidroeltrica? Com tempo de retorno de T = 10.000
anos.
R = 1 / 10.000 = 0,0001 = 0,01% de risco



69
EQUAES PARA ESTIMAR O TEMPO DE CONCENTRAO
Tempo de concentrao a durao mnima da chuva necessria para
um pico de vazo (mxima) ocorrer num ponto considerado (Output
sada).


Tempo de concentrao


Iscrona

Diversas so as formulas de calculo, algumas delas sero apresentadas no
decorrer do curso.
George Ribeiro
( )
( ) I
t
P
L
c

- -
- =
100
04 , 0
2 , 0 05 , 1
267 , 0
P=%Vg = relao entre a rea coberta de vegetao e rea total em %
t
c
= tempo de concentrao, em horas
L = comprimento do talvegue, em Km

70
I = declividade em m/m.

Kirpich (1940)
Usada no estudo de drenagem de estradas e reas urbanas para rios e
canais.

|
|
.
|

\
|
=
H
L
t
c
3
. 57
385 , 0

t
c
= tempo de concentrao, em minutos.
L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso dgua)
H = desnvel do talvegue, em metros.

Mtodo de Dooge
140 < A < 930 km
2


t
c
= 21,88 . A
0,41
. S
-0,17


A = rea da bacia, em km
2

S = declividade do talvegue, m/m
t
c
= tempo de concentrao, em min.

Ventura

t
c
= tempo de concentrao, em horas
A = rea, em Km
2

I = declividade, em m/m

71

Passini
( )
I
L A
t
c
.
3
1
. 107 , 0 =
t
c
= tempo de concentrao, em horas
A = rea da bacia, em Km
2

L = comprimento do talvegue, em Km (ou curso dgua)
I = inclinao, em m/m.

Colins
|
|
.
|

\
|
=
I
A
t
A
L
c
. 100
2
. 65 , 0
5
1

t
c
= tempo de concentrao, em horas
L = comprimento do talvegue, em Km
A = rea da bacia, em Km
2

I = inclinao, em m/m.

72

Ex. 03)
Calcular o tempo de concentrao (t
c
) atravs de todas frmulas
apresentadas. Considere uma bacia experimental com as seguintes
caractersticas:
Percentual de vegetao igual 30 %.
A = 300 000 m
2
Declividade mdia da bacia = 15 %
Comprimento do talvegue = 300 m e desnvel = 10 m

Soluo:


























73
ANEXO 01 Mapa de tipologia para MG Infiltrao, declividade e
precipitao























74
ANEXO 02 Tabela para tempo de retorno (T)





75
ANEXO 03 Tabela Eng. Otto e Funo generalizada









ANEXO 04 Mapa de MG Precipitao + Infiltrao + declividade


76










ANEXO 05 Mrcia Pinheiro tabela

77











78
ANEXO 06 Mrcia Pinheiro Mapa de ISOETAS











79
ANEXO 07 IMAGEM DO PLUVIO 2.1













80
PROBLEMAS PROPOSTOS

Ex 01)

(a) Determinar a intensidade de chuva, em mm/h, para o Tempo de
Retorno (T) mximo da tabela abaixo, para um bueiro de trfego alto.
Considere, tambm, a durao constante de 30 min para a chuva.
Utilize dos seguintes parmetros: a = 0,169, b = 3,994, c = 0,671, k =
682,93, para a equao geral de I.D.F.
(b) Plotar (i x D) para as seguintes duraes de chuva: 10, 40, 80, 120 e
160 min.

Ex 02)

1 Um bueiro de trfego baixo deve ser projetado para coletar o
escoamento resultante de uma chuva com durao (D) e perodo de
retorno (T).
Considere:
rea drenante totalmente impermeabilizada.
Coordenadas geogrficas : Latitude: 19
o
5515 S e Long.: 43
o
5616
O.
Durao da chuva de 0,5 h.
Determine a intensidade da chuva atravs dos seguintes mtodos e
equaes:
a) Pluvio 2.1 para a IDF.
b) Mapa de Tipologias Regionais Homogneas.






81

CAPTULO 04
VAZO HIDROLGICA ou de PICO
Mtodos para determinar a vazo hidrolgica:
1. Atravs dos mapas de rendimento especficos:
a) para uso em captao: Portaria 10/98 do IGAM mapa de
rendimento mnimo para 10 anos de tempo de retorno (T).
b) uso em drenagem vazo de pico, mapas anexos, todos em
funo do tempo de retorno (T).
2. Banco de dados: Series histricas estaes fluviomtricas (ANA
Agencia Nacional das guas).
3. Pelas equaes do Mtodo racional.
4. Atravs de medidores: vertedouro, orifcios, canal, medio a vau.
5. Softwares relacionados: (WWW.EHR.UFMG.BR) e
(WWW.UFV.BR/DEA/GPRH)
Hidrologia aplicada:
6. Uso insignificante da gua no Estado de M.G., DN CERH-MG
09/04 Art.3
0
.
7. Eq. Da Vazo: (Portarias do IGAM: 10/98, 07/99 e 49/2010).
8. Consumo dagua em funo do empreendimento,
9. Estudo do Barramento quanto a influncia da chuva na descarga de
fundo e vertedouro de emergncia.
10. Estudo hidrolgico para Drenagem: canaletas e calha de telhado.
11. Estudo hidrolgico do Dreno profundo.
12. ANEXOS
Manual para elaborao de estudo hidrolgico, Tabela do coeficiente de
Run off, Portaria 10 do IGAM, Deliberao normativa 09 do CERH, Mapas
de rendimento, Anexo 06 Consumo de gua em funo do
empreendimento.

82
INTRODUO

A vazo hidrolgica tem origem, fundamentalmente, nas precipitaes. Ao
chegar ao solo, parte da gua se infiltra, parte retirada pelas depresses
do terreno e parte se escoa pela superfcie.

Inicialmente a gua se infiltra; to logo a intensidade da chuva exceda a
capacidade de infiltrao do terreno, a gua coletada pelas pequenas
depresses. Quanto o nvel a montante se eleva e superpe o obstculo
(ou o destri), o fluxo se inicia, seguindo as linhas de maior declive,
formando sucessivamente as enxurradas, crregos, ribeires, rios e
reservatrios de acumulao.

, possivelmente, das fases bsicas do ciclo hidrolgico, a de maior
importncia para o engenheiro, pis a maioria dos estudos hidrolgicos est
ligada ao APROVEITAMENTO da gua superficial e PROTEO ou
drenagem contra os efeitos causados pelo seu deslocamento.

gua precipitada pode seguir trs cainhos bsicos para atingir o curso
dgua:
1. o escoamento superficial,
2. o escoamento sub-superficial,
3. o escoamento subterrneo (ou esc. de base).
Hidrgrafa: Denomina-se hidrgrafa ou hidrograma a representao grfica
da vazo que passa por uma seo, ou ponto de controle, em funo do
tempo.










83
FATORES QUE INFLUENCIAM NO ESCOAMENTO;
a. Fatores climticos
- IDF
- Precipitao antecedente, chuva anterior/solo saturado, favorece o
escoamento.

b. Fatores fisiogrficos
- rea
- Forma da bacia
- Permeabilidade
- Infiltrao
- Topografia da bacia (a gua segue a linha de maior declive)
c. Obras hidrulicas construdas na bacia
- Irrigao
- Drenagem artificial
- Barragem, o represamento reduz a vazo.
- Retificao do rio aumenta a velocidade de escoamento.

Grandezas que caracterizam o escoamento superficial;
a. Vazo em volume
b. Coeficiente de deflvio ou coeficiente de runoff relacionado taxa
de permeabilidade do solo.
c. Tempo de concentrao e o tempo em que toda a bacia passa a
contribuir para o out put.
d. Tempo de retorno ou recorrncia perodo de tempo mdio em que
um evento e igualado ou superado pelo menos uma vez. NBR 10
844/89




84
DETERMINAO DA VAZO HIDROLGICA
- Vazo pelo Mtodo Racional. Expresses matemticas.
- Vazo atravs de medidores, NBR 10977 e NBR 10 396

Vazo pelo Mtodo Racional;
Para bacias hidrogrficas com rea menor que 3Km
2
(A < 3Km
2
)
A vazo de projeto estimada pela seguinte expresso matemtica;

Qp = 0,278.c.i.A
ou
Qp = C.i.A / 3,6
Sendo:
Qp = Vazo de projeto, em m
3
/s.
C = coeficiente de Run off, tabelado e adimensional.
i = intensidade de chuva, em mm/h.
A = rea da bacia, em Km
2
.

Para bacias com rea entre: ( 3Km
2
< rea < 10Km
2
)
A vazo de projeto determinada pela seguinte expresso;

Qp = (C.i.A / 3,6).

Onde, = coeficiente de retorno ou coeficiente de retardo do escoamento,
funo da declividade da bacia e de sua rea.
Dado por;
= 1 / (100.A)
1/n


Onde:
n = 4 - para declividade (dec) abaixo de 0,5%.
n = 5 - entre 0,5% dec 1,0%.
n = 6 - dec > 1,0%.


85
Bacias com reas maiores que 10 Km
2
(A > 10Km
2
):
Mtodo de S.C.S ( Soil conservation Service US), recomenda a expresso
abaixo, em funo do tamanho da bacia, ou seja;

Qp = (0,278 . A . Pe) / Tc
Onde,
Pe = precipitao efetiva, parcela da chuva que transforma realmente
em escoamento superficial; pois, subtrado o escoamento de
base ou infiltrado, em mm.

S = (25400 / CN). 254
A = rea em Km
2

Tc = tempo de concentrao em horas.
Pe = (P 0,2 . S) / (P + 0,8 . S)
Sendo:
P = precipitao total
S = reteno potencial mxima por infiltrao, em mm
CN = varia de 0 a 100. Tabelado de acordo com a geologia, relevo
e revestimento do solo drenante.

A seguir, apresenta-se um roteiro bsico para determinao da vazo.












86
ROTEIRO BSICO PARA DETERMINAR A VAZO HIDROLGICA;
1) Delimitar a bacia
2) Calcular a rea drenante
3) Definir com visita in-loco, atravs de amostra do solo e
fotografias, a granulometria do solo, a cobertura, relevo, cor e
textura. Para uma posterior definio do coeficiente de Run off a
ser utilizado, atravs de tabelas apropriadas da Hidrologia.
4) Calcular o tempo de concentrao
5) Calcular a declividade do talvegue principal, atravs das curvas de
nvel.
6) Calcular a precipitao e a intensidade de chuva atravs de dados
histricos e/ou atravs de formulas empricas.
7) Determinar a vazo hidrolgica.


















87

MTODOS PARA DETERMINAR A VAZO ATRAVS DE MEDIDORES;

a) Atravs da Velocidade superficial (Vs) da corrente liquida do rio.
Preciso de 20 a 25% (V
m
= V
s
x 0,75).
b) Atravs de Vertedouro e Canal
Vertedouro Triangular issceles
A descarga (Q) dada pela frmula de Thomson, desenvolvida pelo
Teorema de Bernoulli.
Em escala mtrica, ser;

com c variando de:
C = 0,6 para H > 30 cm e C = 0,65 para H < 30 cm
E,
Fazendo, 0,56 x 2,5 = 1,4
A equao da vazo simplificada ficar;






88
Vertedouro Retangular livre
Clculo da DESCARGA (Q) pela Frmula de Francis, em escala mtrica ser;

Q = m.b.H
3/

onde,
m= 2/3.c.\(2g)

Q = 1,92.b.H
3/2

Para, c = 0,65

89

Imagem do vertedouro triangular issceles, em funcionamento.
Fonte: secundria

Atravs de Canal
Canal aberto um conduto no qual o lquido escoa com uma superfcie
livre sujeita presso atmosfrica. O escoamento causado pela inclinao
do canal e da superfcie livre do lquido.
O escoamento Permanente e Uniforme refere-se condio na qual a
profundidade, declividade, velocidade e seo transversal permanecem
constantes para um dado comprimento de canal (Escoamento normal).

Formula de Manning 5% de erro. Para calculo da velocidade de
escoamento da gua em canais abertos.
Frmula de MANNING nas unidades mtricas, para clculo da DESCARGA
(Q) ,

em unidades mtricas


E, a descarga em unidades inglesas;


90


onde,
n = fator de rugosidade
S = inclinao
R = A/P = raio hidrulico
P = Permetro molhado
A = rea da Seo transversal
q = vazo unitria
b = largura do canal

Valores (n) da frmula de Manning
N
o
Natureza das paredes N
1 Vidro liso 0,010
1
Reboco de cimento liso e guas no completamente
limpas
0,013
2 De terra sem vegetao 0,016
3
Cimento rugoso, musgo nas paredes e traado
tortuoso
0,018
4
De terra, com vegetao rasteira no fundo e nos
taludes.
0,025
5 Rios naturais, cobertos de cascalhos e vegetao. 0,035
Tabela Valores de (n) na formula de Manning
Fonte: Manual de Hidrulica - Azevedo Neto Vol. II. 6
a
ed.



91
Molinete erro de 5% a 10% - Calcular a velocidade da veia
liquida da seo transversal de um canal aberto.



Figura da seo transversal de um rio
Fonte: secundria

92
Vazo da gua atravs do rio,
Sendo,
Velocidade da gua, V
20%
V
80%

L = largura
P = profundidade

Expresso matemtica da descarga (vazo):




Quando a colocao de vertedouros se torna difceis, utilizam a medida da
velocidade da corrente ao longo da profundidade de cada vertical. Esses
so aparelhos que dispem de hlices em torno de um eixo horizontal, as
quais, quando colocadas contra a direo do escoamento, giram e

93
fornecem o numero de rotaes n em um determinado intervalo de tempo.
A velocidade puntual e dada por
v = a.n + b, onde a e b so coeficientes de calibrao, especficos de cada
molinete, determinados em laboratrio de hidrulica. A medio pode ser
feita a vau, a barco, a balsa, com carro areo ou sobre pontes.O molinete
permite a medio da velocidade em qualquer ponto da vertical. E usual
medir-se as velocidades a 20 e a 80% da profundidade. Nesse caso, a
velocidade media na vertical e tomada como a media aritmtica de V
0, 2
e
V
0,8
. Quando a profundidade e pequena, a velocidade media e tomada igual
velocidade puntual V
0,6
.
A descarga total, na seo transversal do rio, ser a soma de todas as
descargas setoriais de cada vertical.
Podemos destacar ainda os seguintes medidores;


94
APLICAES NA ENGENHARIA


1. DRENAGEM SUPERFICIAL SARJETAS
Fonte: TUCCI (2001) Hidrologia

Tem por finalidade dimensionar e detalhar os dispositivos hidrulicos
capazes de captar e conduzir as guas superficiais e subterrneas que
chegam a rodovia, preservando a estrutura da via e dando-lhe destino
seguro sem eroso, possibilitando assim a operao da via durante as
precipitaes.
O solo e o concreto desprotegidos resistem a pequenas velocidades; para
evitar a eroso dos mesmos admite-se as seguintes velocidades mximas:
Areia fina 0,4 m/s
Argila 1,1 m/s
Concreto 4,5 a 5,0 m/s
A Drenagem superficial se compe de: Valeta de p de talude, de aterro,
sarjeta, Bueiro, Boca de Lobo, Descida de gua, etc.


Sarjeta de estradas em forma de canal retangular;
Seja dado um perfil longitudinal e a seo transversal de uma rodovia.
Determinar o comprimento crtico de uma sarjeta cuja largura mxima de
drenagem 1,0 m. A chuva mxima i = 110 mm/h. Com a inclinao do
perfil em 0,03 m/m (ou 3 %).

Dimensionamento dos dispositivos de drenagem;
O estudo hidrolgico tem por objetivo o clculo da vazo (Q) de enchente
das bacias hidrogrficas, para ento fazer o dimensionamento hidrulico da
drenagem.




95
Sarjeta de concreto:
So dispositivos destinados a coletar guas superficiais provenientes dos
taludes e pistas de rolamento, conduzindo-a para fora do corpo da estrada.
O dimensionamento das sarjetas est relacionado com a determinao de
seu comprimento crtico, que definido como o comprimento mximo de
sua utilizao, para que no haja trasbordamento e nem incio de eroso.
A seo mais usual triangular, porm para corte muito extenso projeta-se
canal retangular. Evitar sarjetas profundas a qual representa perigo para o
trfego, onde acontecem freqentes acidentes com veculos.

Roteiro para determinao de comprimento crtico de sarjeta;
Se fizermos a igualdade da vazo da bacia de contribuio e a vazo do
condutor, determinamos o comprimento mximo que a sarjeta transporta a
gua sem acontecer o trasbordamento.

Q
(bacia)
= Q
(sarjeta)


Da Hidrologia a Vazo da Bacia (de Enchente) dada pelo mtodo
Racional, ou seja;


onde,
Q = vazo em m
3
/s
C = coeficiente de Run off, tabelado em funo da superfcie escoante.
I = Intensidade de precipitao em mm/h
A = rea de drenagem em Km
2.
No caso de sarjetas o comprimento
(L) da sarjeta vezes a largura de contribuio. A = L x l (Onde, L =
comprimento crtico da sarjeta em m e l = largura de contribuio
em m). De Fenmenos de Transporte a Vazo da Sarjeta dada
pela equao da continuidade, ou seja;

96



onde,
Q = vazo da sarjeta em m
3
/s, A = rea da seo transversal da sarjeta
em m
2

V = velocidade mdia de escoamento em m/s, dada pela frmula de
Manning.



onde,
V = velocidade em m/s, R = Raio hidrulico = A/P, A = rea da seo
em m
2
.
P = Permetro molhado em m, S = inclinao em m/m.
n = fator de rugosidade de Manning, tabelado em funo do material de
revestimento do canal. Para o concreto acabado com
desempenadeira, n = 0,015.
Para o comprimento crtico, tem-se;
Substituindo a equao 04 na equao 03 e igualando a equao 2 com a
equao 3, teremos;



97

2. DRENAGEM URBANA: DIMENSIONAMENTO DE BOCA DE
LOBO
Fonte: TUCCI (2001) Hidrologia

Bocas-de-lobo ou coletoras em Drenagem Urbana possui a capacidade de
engolimento semelhante a um vertedor retangular afogado.








b (soleira)


Sentido do fluxo de gua na rua
Figura - boca de lobo simples
Boca
de
Lobo

98
Boca-de-Lobo tipo Vertedouro;

As vazes do vertedouro retangulares afogados para simular o poder de
engolimento da boca de lobo so dadas pela seguinte frmula;



Onde,
M = coeficiente que depende de muitas variveis, tais como tenso
superficial, viscosidade, massa especfica, distribuio da
velocidade, escoamentos secundrios, etc. Em drenagem urbana
recebe o valor de 1,7.
B = comprimento da soleira, em metros.
H = altura da gua prxima abertura da guia, em metros.

VELOCIDADE DA GUA ATRAVS UMA SEO TRANSVERSAL DO RIO
Calculada atravs da frmula de Manning e com dados "in loco.




V
M
L = Comprimento tpico

Figura - seo longitudinal tpica de um rio determinao da
velocidade in loco
Fonte: secundaria

99


Metodologia aplicada;
- Num trecho retilneo do rio marca-se dois pontos com
espaamento L entre eles
- Com as cotas de um e do outro ponto e o espaamento entre
eles, determina-se declividade em metro/metro.
- Anota-se qual o tipo de material que reveste a superfcie do
permetro molhado do rio, ou seja, se grama, solo, concreto,
etc.
- Verifica-se, em tabelas especializadas, o fator de rugosidade de
Manning (n)
- E, assim, calcula-se a velocidade mdia da gua do rio usando
a frmula de Manning.

Formula aplicada;
Frmula de MANNING nas unidades mtricas, para clculo da DESCARGA
(Q) ,

em unidades mtricas

ou,
para a velocidade mdia na seo do rio Q/A = V
m
= (1/n). R
2/3
.S
1/2


100
em unidades inglesas

Onde,
n = fator de rugosidade
S = inclinao
R = A/P = raio hidrulico
P = Permetro molhado
A = rea da Seo transversal
q = vazo unitria
b = largura do canal

101

4. DIMENSIONAMENTO DE DRENOS

Q
HIDRO
= Q
HIDRA


0,278.C.I.A = k.i.A

Onde,
C = coeficiente de run-off
I = intensidade de chuva
A = e.h
i = e/L
k = condutividade hidrulica do material drenante, brita , etc.
e = largura do dreno
L = comprimento do dreno
h = altura do dreno
Calculo da largura do dreno, e:

e
2
= Q.L/k.h


Referencia Bibliogrfica
1. Hidrologia LUCAS NOGUEIRA GARCEZ e GUILLERMO ACOSTA
ALVAREZ.
2. Hidrologia Cincia e Aplicao TUCCI
3. Problemas de Mecnica dos Fluidos - GILLS. Col. Schaum
4. Manual de Hidrulica - AZEVEDO NETO
5. NBR 7196 Projeto e execuo de telhado com telhas de
fibrocimento.
6. NBR 10 844/89 Instalaes prediais de guas pluviais
7. Site: www.ana.gov.br
8. Fenmenos de Transporte. Milton Csar Toledo de S.


102
ANEXO 01
MANUAL PARA ELABORAO DE ESTUDOS HIDROLGICOS
OBJETIVO
O presente texto tem por objetivo estabelecer metodologia, procedimentos
e forma de apresentao de estudos hidrolgicos, de modo a fornecer
subsdios para a determinao das vazes de dimensionamento das
estruturas hidrulicas.

COLETA DE DADOS
Dados Bsicos
Devero ser coletados elementos que permitam a caracterizao
fisiogrfica das bacias contribuintes, como plantas topogrficas,
levantamentos aerofotogramtricos, cartas geogrficas e outras cartas ou
mapas disponveis.
O estudo dever apresentar a relao de plantas, cartas e mapas
utilizados, com indicao das suas caractersticas, como tipo, escala, data e
entidade executante.

Dados Hidrolgicos
Devero ser coletados estudos existentes e dados disponveis em rgos
oficiais que permitam a caracterizao climtica, pluviomtrica,
fluviomtrica, meteorolgica e geomorfolgica da regio de interesse do
projeto.
Sero coletados os dados para elaborao dos fluviogramas das alturas
dgua nos postos localizados na rea em estudo, contendo a localizao,
perodo e tipo de observao, tipo de aparelho, entidade operadora e
outras informaes pertinentes.
O estudo dever apresentar mapa ou planta em escala adequada,
destacando a rede hidrogrfica abrangida pelo projeto, contendo o traado
da rodovia, cidades, rios, estradas e ferrovias existentes.
Sero catalogadas as principais obras hidrulicas existentes ou projetadas
que possam influir nos estudos hidrolgicos, como barragens a montante e
jusante da rodovia, canalizaes e dragagens.


103
ESTUDOS HIDROLGICOS E CLIMATOLGICOS

Caracterizao Fsica da rea
O estudo dever apresentar as principais caractersticas da rea em estudo,
como localizao, tipo de relevo, ocupao e cobertura do solo e principais
travessias sobre cursos dgua.

Caracterizao do Regime Climtico Regional
O Regime Climtico Regional ser caracterizado pelos seguintes
parmetros, obtidos a partir dos postos pesquisados:
a) Temperatura mxima;
b) Temperatura mnima;
c) Evaporao;
d) Insolao;
e) Umidade relativa do ar;
f) Distribuio do nmero mdio de dias chuvosos por ms com
precipitaes superiores a 5 mm dirios.

Estudo das Chuvas Intensas
O estudo de chuvas intensas tem por finalidade estabelecer as equaes
intensidade durao freqncia.
As equaes existentes de regies prximas ao traado da rodovia
podero analisadas e incorporadas ao estudo, desde que representem o
regime de chuvas intensas do local da obra em estudo.
Devero ser apresentados os seguintes elementos:
a) Equaes de intensidade - durao freqncia indicando a fonte,
localizao do posto e perodo de coleta dos dados;
b) Grficos comparativos relacionando a intensidade pluviomtrica e a
durao da chuva para perodos de recorrncia de 10, 25, 50 e 100
anos.

104
A publicao Equaes de Chuvas intensas do Estado de So Paulo
(DAEE/USP), de Magni e Martinez (1999), apresenta as equaes de
chuvas intensas para as diversas regies do Estado.
Caracterizao do Regime Fluvial
O estudo dever apresentar a listagem dos postos fluviomtricos da regio
de interesse para o projeto e, sob a forma de histogramas, os seguintes
elementos da srie histrica de vazes:
a) Vazes mdias mensais;
b) Mximas vazes mdias dirias;
c) Mnimas vazes mdias dirias.
No caso de no se dispor de rgua linimtrica, dever apresentar tabela
contendo as cotas das mximas cheias observadas na regio e o perodo
de ocorrncia.


















105
ANEXO 02 Tabela para o coeficiente de run off
Comumente ele chamado de coeficiente de Run-off. E, representara o
percentual de gua que ira infiltrar atravs do solo, portanto, funo do
tipo de cobertura do solo,
C = Vol.
E
/ Vol.
T
Onde,
Vol.
E
= Volume efetivo (ou precipitao efetiva), o que restara,
Vol.
T
= Volume total (ou precipitao total), o que precipitou.
C = coeficiente de run-off. C< 1 - sempre menor do que a unidade, por
no existir solo com cobertura sem perda de gua
Tabelas para coeficiente run-off ou coeficiente de deflvio
As tabelas atendem as seguintes obras de Engenharia:
a) Engenharia Rodoviria
b) Obras Urbanas
c) E, obras com bacias maiores de 10 Km
2


a) Engenharia Rodoviria com bacias ate 10 Km
2
valores
para C
Tipo de solo e cobertura
vegetal

Dec
5%
5%
Dec.
10%
10%
Dec.
20%
Dec.
20%
Rocha de baixa permeabili-
dade
Veg. rala 0,70 0,75 0,80 0,85
Idem
Veg.
densa
0,65 0,70 0,75 0,85
Rocha de mdia
permeabili-dade
Veg. rala 0,60 0,65 0,70 0,75
Idem
Veg.
Densa
0,55 0,60 0,65 0,70
Solo de baixa
permeabilida-de argiloso
Veg. Rala 0,50 0,55 0,60 0,65

106
Idem
Veg.
Densa
0,45 0,50 0,55 0,60
Idem Florestas 0,40 0,45 0,50 0,55
Solo de mdia
permeabilida-de argila-
arenoso
Veg. Rala 0,35 0,40 0,45 0,50
Idem
Veg.
Densa
0,30 0,35 0,40 0,45
Idem Florestas 0,25 0,30 0,35 0,40
Alta permeabilidade solo
arenoso
Veg. Rala 0,20 0,25 0,30 0,35
Idem
Veg.
Densa
0,15 0,20 0,25 0,30
Idem Florestas 0,10 0,15 0,20 0,25

107
b) Engenharia de obras urbana valores para C
Caractersticas da rea Mnimo Mximo
Ptios e estacionamentos 0,90 0,95
reas cobertas 0,75 0,95
Vias concretadas 0,80 0,95
Vias asfaltadas 0,70 0,95
Passeios 0,75 0,85
Vias em calcadas polidricas 0,70 0,85
Centros industriais e pesados 0,60 0,90
Centros industriais leves 0,50 0,80
reas urbanas centrais 0,70 0,95
reas urbanas perifricas 0,50 0,70
Conjuntos habitacionais densos 0,60 0,75
Conjuntos prediais 0,50 0,70
Conjuntos residenciais 0,40 0,60
Residenciais uni-familiares 0,35 0,50
Lotes urbanos grandes 0,30 0,45
Play grounds 0,20 0,35
reas perifricas no urbanizadas 0,10 0,30
Parques e cemitrios 0,10 0,25
Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85
Terreno rochoso plano ou ondulado 0,35 0,65
Relvado argiloso ondulado e
montanhoso
0,25 0,35
Relvado argiloso suavemente ondulado 0,18 0,22
Relvado argiloso plano 0,13 0,17
Relvado arenoso ondulado e
montanhoso
0,15 0,20
Relvado arenoso suavemente ondulado 0,10 0,15
Relvado arenoso plano 0,05 0,10

108
Florestas e matas caduciflias 0,30 0,60
Florestas e matas conferas 0,25 0,50
Campos, prados e cerrados 0,35 0,65
Pomares e chcaras 0,15 0,40
Encostas com culturas permanentes 0,15 0,40
Vales com culturas permanentes 0,10 0,30

c) Bacias com reas maiores de 10 Km
2
Valores para CN
SCC Soil Conservece Service Norte Americana
Utilizao da
terra
Condies da
superfcie
Solo
A
Solo
B
Solo
C
Solo
D
Plantaes
regulares
Em curva de nveis 67 77 83 87
Horticultura Em curva de nveis 60 72 81 84
Pastagens Rala em curva de nveis 47 67 81 88
Idem
Normais em curva de
nveis
25 59 75 83
Campos
permanentes
Normais 36 60 73 79
Idem Denso 25 55 70 77
Florestas Normais 36 60 70 76
Idem Densa 26 52 62 69











109
ANEXO 03 Portaria 10 do IGAM

Portaria IGAM n 010, de 30 de dezembro de 1998.

Altera a redao da Portaria n 030/93, de 07 de junho de 1993.

(Publicao - Dirio do Executivo - "Minas Gerais" -23/01/1999)

O Diretor Geral do Instituto Mineiro de Gesto das guas - IGAM,
no uso das atribuies conferidas pela Lei Estadual n 12.584, de 17 de
julho de 1997 e pelo seu regulamento, Decreto n 40.055 de 17 de
novembro de 1998, observando dispositivos do Decreto n 24.643 de 10
julho de 1934, que editou o Cdigo de guas, da Lei Federal n 9.433 de
08 de janeiro de 1997 e das Constituies da Repblica Federativa do Brasil
e do Estado de MG,

considerando:

1.A necessidade de ordenao dos procedimentos aplicveis aos
processos de outorga de uso da gua em colees hdricas sob domnio
estadual;

2.A convenincia de homogeneizar as tcnicas de apresentao e
anlise dos processos que instruem os requerimentos de outorga;

3.A importncia crescente de que os processos de outorga de usos
mltiplos sejam precedidos de adequado exame de compatibilidade com as
disponibilidades hdricas correntes e com as polticas de gesto definidas
para o setor;

4.A necessidade de regularizao legal dos usos j praticados sem o
competente instrumento de outorga e, finalmente,

5.A convenincia de englobar, na mesma regulamentao
administrativa, os procedimentos aplicveis utilizao das ocorrncias
hdricas, tanto superficiais quanto subterrneas,

RESOLVE:

Art. 1 - A Portaria n 030/93, de 07 de julho de 1993, que

110
regulamenta o processo de outorga de direito de uso de guas de domnio
do Estado, passa a vigorar com a seguinte redao:

"Art. 1 - Classificar as outorgas a serem concedidas pelo IGAM,
conforme as modalidades de outorgas, descritas no Anexo I.

Pargrafo nico - Para os casos de usos insignificantes, aps o
cadastro obrigatrio, ser fornecido pelo IGAM a Certido de Registro de
Uso da gua.

Art. 2 - Classificar, conforme Anexo II, as modalidades dos usos ou
das obras sujeitas a outorga de direito de uso relacionadas aos recursos
hdricos de domnio do Estado, que devam ser objeto de outorga pelo
IGAM.
.
Art. 3 - Classificar, conforme Anexo III, as destinaes da obras,
servios e atividades concedidos, autorizados ou permitidos pelo IGAM.

Art. 4 - Determinar que o Requerimento de outorga, para
quaisquer das atividades caracterizadas no Anexo II, obedea aos modelos
de Formulrios Tcnicos, fornecidos pelo IGAM, respectivamente para as
guas superficiais e guas subterrneas, em conformidade com a forma
legal aplicvel a cada caso.

Art. 5 - Determinar que o protocolo de cada Requerimento de
outorga deve ser precedido do recolhimento, por parte do interessado, ao
IGAM, dos emolumentos correspondentes aos custos operacionais dos
processos de outorga de direito de uso de guas do domnio do Estado, a
ser fixado atravs de Portaria especfica.

Art. 6 - Determinar Diretoria de Controle das guas do IGAM,
que proponha, em ato prprio, modelo de Relatrio Tcnico, a ser anexado
pelo interessado em cada Requerimento e Formulrio Tcnico, de forma a
possibilitar a caracterizao do objeto da outorga e a correta identificao
das destinaes correspondentes classificao constante do Anexo III.

Art. 7 - Determinar Diretoria de Controle das guas, que adote
critrios aprovados pelo Conselho Estadual de Recursos Hdricos quanto
iseno da obrigatoriedade de outorga de direito de uso para acumulaes,
derivaes, captaes e lanamentos considerados de pouca expresso ou
insignificantes.

111

1 - Sero considerados de pouca expresso ou insignificantes os
usos assim definidos pelos Comits de Bacia Hidrogrfica e aprovados pelo
Conselho Estadual de Recursos Hdricos, tendo em vista a especificidade de
cada regio, quer para mananciais superficiais, quer para aqferos
subterrneos;

2 - Na ausncia dos Comits de Bacia Hidrogrfica, a
classificao dos usos com vazes de pouca expresso ou insignificantes
sero definidos pelo IGAM;

3 - Ser obrigatrio, entretanto, o cadastramento destes usos
considerados de pouca expresso ou insignificantes, para assegurar o
controle quantitativo e qualitativo dos usos da gua e o efetivo exerccio
dos direitos de acesso gua.

Art. 8 - Determinar Diretoria de Controle das guas, que
proponha as vazes de referncia a serem utilizadas, para clculo das
disponibilidades hdricas em cada local de interesse, de acordo com o Plano
Estadual de Recursos Hdricos e com os Planos Diretores de Recursos
Hdricos de cada Bacia Hidrogrfica.

1 - At que se estabeleam as diversas vazes de referncia na
Bacia Hidrogrfica, ser adotada a Q 7,10 (vazo mnima de sete dias de
durao e dez anos de recorrncia), para cada Bacia.

2 - Fixar em 30% (trinta por cento) da Q 7,l0, o limite mximo
de derivaes consuntivas a serem outorgadas na poro da bacia
hidrogrfica limitada por cada seo considerada, em condies naturais,
ficando garantido a jusante de cada derivao, fluxos residuais mnimos
equivalentes a 70% (setenta por cento) da Q 7,l0.

3 - Quando o curso de gua for regularizado pelo interessado, o
limite de outorga poder ser superior a 30% (trinta por cento) da Q 7,l0,
aproveitando o potencial de regularizao, desde que seja garantido um
fluxo residual mnimo jusante, equivalente a 50% (cinqenta por cento)
da vazo mdia de longo termo.

I - Em caso de estrutura de regularizao passvel de licenciamento
ambiental, dever ser obrigatoriamente, includo na solicitao de outorga,
o seguinte:

112

a)Valores de fluxo a serem liberados jusante do barramento,
assim como a definio da estrutura hidrulica de extravasamento capaz de
garantir a manuteno do fluxo residual mnimo;

b)Valores acumulados para destinao de outros usos mltiplos no
reservatrio, alm daqueles solicitados.

Art. 9 - Autorizar Diretoria de Controle das guas, que adote
percentuais para fluxos residuais inferiores a 70% (setenta por cento), nos
casos em que couberem as condies de excepcionalidade para outorgas,
em situaes de interesse pblico e que no produzirem prejuzos a direitos
de terceiros.

Art. 10 - Determinar Diretoria de Controle das guas que
considere tambm como derivao consuntiva, as vazes dos cursos de
gua, que receberem lanamento de efluentes, estando estas vazes
comprometidas com a diluio destas cargas de poluentes, distinguindo-se,
todavia, em classes de poluentes "conservativos" e "no conservativos".

1 - A outorga para lanamento de efluentes ficar condicionada
ao estabelecido na legislao especfica;

2 - Para distino dos poluentes, sero considerados os
enquadramentos em classe de uso preponderante dos corpos de gua e os
padres de lanamento determinados pela legislao ambiental pertinente.

Art. 11 - Determinar Diretoria de Controle das guas que adote
limitaes restritivas e critrios para as outorgas de usos no-consuntivos e
usos locais das guas de domnio do Estado, consoante disposies
contidas na legislao especfica.

Art. 12 - Determinar que toda outorga sempre que tecnicamente
indicada e a critrio do IGAM, somente seja concedida, em princpio, se o
usurio implantar e operar, s suas expensas, equipamentos de
monitorao de acordo com recomendaes da Diretoria Controle das
guas do IGAM.

Pargrafo nico - O instrumento de outorga poder, ainda, exigir do
outorgado o cumprimento de outras condicionantes indicadas pelo IGAM,

113
sob pena de suspenso da referida outorga, nos termos do art. 20, inciso I,
da Lei n 13.199, de 29 de janeiro de 1999.
1[1]


Art. 13. A outorga de direito de uso de recursos hdricos do Estado
ter os seguintes prazos mximos:
2[2]


I- 35 (trinta e cinco) anos, para as Concesses;

II- 5 (cinco) anos, para as Autorizaes;

III- 3 (trs) anos, para as Permisses.

1 A outorga tornar-se- sem efeito na hiptese do outorgado
deixar de exercer o direito dela decorrente no prazo de 1 (um) ano,
contado da data de sua publicao no rgo Oficial Minas Gerais ou do
trmino das obras a que se refere o pargrafo seguinte, quando for o caso.

2 Ressalvadas as hipteses em que, mediante parecer tcnico da
Diviso de Outorgas, devidamente aprovado pelo Diretor de Controle das
guas do IGAM, restar comprovada a necessidade de estipulao de prazos
superiores aos fixados neste pargrafo, ficam estabelecidos os seguintes
prazos mximos para a execuo das obras ordenadas, contados da data
da publicao da outorga no rgo Oficial Minas Gerais, sob pena de
perda da eficcia desta:

I- 30 (trinta) meses, para as Concesses;

II- 12 (doze) meses, para as Autorizaes;

III- 6 (seis) meses, para as Permisses.


1[1]
A Portaria IGAM n 06, de 25 de maio de 2000 incluiu o pargrafo nico no
artigo 12 desta Portaria.
2[2]
A Portaria IGAM n 06, de 25 de maio de 2000 deu nova redao ao artigo
13 desta Portaria, que tinha a seguinte redao original: Art. 13 - Fixar os prazos
de validade das outorgas para uso das guas de domnio do Estado, sendo 20
(vinte) anos para as Concesses, 05 (cinco) anos para as Autorizaes e 03 (trs)
anos para as Permisses, tornando-os sem efeito se o usurio deixar de executar
o seu direito at um ano aps a data do ttulo autorizativo e fixar, igualmente, em
24 (vinte e quatro) meses, 12 (doze) meses e 06 (seis) meses, respectivamente,
os prazos para a execuo das obras ordenadas, salvo casos especiais assim
classificados pelo IGAM por ocasio do processamento da outorga

114
Art. 14 - Determinar Diretoria de Controle das guas do IGAM,
que organize e mantenha atualizado um cadastro tcnico, que possibilite
acesso aos interessados, contendo as informaes disponveis sobre
estudos hidrolgicos, hidrogeolgicos, intervenes em corpos de gua
superficiais ou em aqferos subterrneos, bem como das captaes e
explotaes outorgados pelo IGAM."

Art. 2 - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicao.

Art. 3 - Revogam-se as disposies em contrrio.

Belo Horizonte, 30 de dezembro de 1998.

Sebastio Virglio de Almeida Figueirdo








115
Anexo IV
Modalidade de Outorga

1.CONCESSO - Quando obras, servios ou atividades forem
desenvolvidas por pessoa jurdica de direito pblico ou quando se
destinarem a finalidade de utilidade pblica.

2.AUTORIZAO - Quando obras, servios ou atividades forem
desenvolvidas por pessoa fsica ou jurdica de direito privado e quando no
se destinarem a finalidade de utilidade pblica.

3.PERMISSO - Quando obras, servios ou atividades forem
desenvolvidas por pessoa fsica ou jurdica de direito privado, sem
destinao de utilidade pblica e quando produzirem efeitos insignificantes
nas colees hdricas.



Anexo V
Modalidade do Uso ou das Obras Sujeitos a Outorga

1.Captao ou derivao de gua em um corpo de gua
2.Explotao de gua subterrnea
3.Perfurao de poos tubulares
4.Construo de barramentos ou audes
5.Construo de diques ou desvios em corpos de gua
6.Construo de estruturas de lanamento de efluentes em corpos
de gua
7.Construo de estruturas de recreao s margens
8.Construo de estruturas de transposio de nveis
9.Construo de travessias rodo-ferrovirias
10.Dragagem, desassoreamento e limpeza de corpos de gua
11.Garantia de tirantes mnimos para navegao hidroviria
12.Lanamento de efluentes em corpos de gua
13.Retificao, canalizao ou obras de drenagem
14.Transposio de bacias
15.Levantamentos, pesquisas e monitoramento
16.Outras modificaes do curso, leito ou margens dos corpos de
gua

116
Anexo VI Destinaes das obras, servios e atividades concedidos,
autorizados;
1.Energia
1.1- Hidrogerao
1.2- Refrigerao
1.3- Outras
2.Saneamento
2.1- Captao para consumo humano, industrial, agroindustrial ou
agropastoril
2.2- Intercepo, depurao e lanamento de esgotos domsticos
2.3- Drenagem pluvial
2.4- Veiculao e depurao de efluentes industriais
2.5- Veiculao e depurao de rejeitos agroindustriais
2.6- Veiculao e depurao de rejeitos agropastoris
2.7- Outras
3.Agropecuria e Silvicultura
3.1- Irrigao de culturas e pastagens
3.2- Dessedentao de animais
3.3- Produo de pescado e bitipos aquticos
3.4- Drenagem e recuperao de reas agricultveis
3.5- Outras
4.Transporte
4.1- Garantia de tirantes mnimos para navegao hidroviria
4.2- Extenso e interconexo hidroviria
4.3- Transposio de nveis
4.4- Melhoria de calhas navegveis
4.5- Travessia rodo-ferrovirias
4.6- Outras
5.Proteo de Bens e Populaes
5.1- Controle de cheias e atenuao de inundaes
5.2- Controle de sedimentos
5.3- Controle de rejeitos de mineraes
5.4- Controle de salinizao
5.5- Outras
6.Controle Ambiental e Qualidade de Vida
6.1- Recreao e paisagismo
6.2- Controle de pragas e insetos
6.3- Preservao da vida selvagem e da biota natural
6.4- Recuperao, proteo e controle de aquferos
6.5- Compensao de impactos ambientais negativos
6.6- Outras

117
7.Racionalizao e Manejo de Recursos Hdricos
7.1- Transposio de bacia
7.1- Recarga de aqferos
7.2- Perenizao de cursos dgua
7.3- Drenagem e rebaixamento do nvel dgua em obras civis e
mineraes
7.4- Outros
8.Utilizao Militar ou de Segurana
8.1- Proteo de objetivos estratgicos
8.2- Instalaes militares ou de segurana
8.3- Instalaes para uso em trnsito
9.Destinaes Especiais
9.1- Controle alfandegrio e de fronteiras
9.2- Disposio final de substncias especiais
9.3- Experimento cientfico ou tecnolgico


ANEXO VII DELIBERAAO NORMATIVA CERH 09.

Deliberao Normativa CERH - MG n 09, de 16 de junho de 2004.

Define os usos insignificantes para
as circunscries hidrogrficas no
Estado de Minas Gerais.
(Publicao - Dirio do Executivo - "Minas Gerais" - 03/07/2004)

O Conselho Estadual de Recursos Hdricos CERH-MG, no uso de
suas atribuies legais, e tendo em vista o disposto no inciso VI, art. 41 da
Lei n 13.199, de 29 de janeiro de 1999, bem como no 1, do art. 19, da
Lei n 13.771, de 11 de dezembro de 2000, e
3[1]


Considerando a necessidade de se definir, para as Unidades de
Planejamento e Gesto de Recursos Hdricos UPGRH ou circunscries
hidrogrficas do Estado de Minas Gerais, as acumulaes, derivaes e as
captaes consideradas insignificantes como parte essencial para aplicao

3[1]
A Lei Estadual n. 13.199, de 29 de janeiro de 1999 (Publicao - Dirio do Executivo -
"Minas Gerais" - 30/01/1999) que Dispe sobre a Poltica Estadual de Recursos Hdricos,
;MG - Art. 41 - Ao CERH-MG, na condio de rgo deliberativo e normativo central do
SEGRH-MG, compete: VI - estabelecer os critrios e as normas gerais para a outorga dos
direitos de uso de recursos hdricos;


118
dos critrios gerais de outorga, at que os comits de bacia hidrogrfica
assim o faam,

DELIBERA:

Art. 1 As captaes e derivaes de guas superficiais menores
ou iguais a 1 litro/segundo sero consideradas como usos insignificantes
para as Unidades de Planejamento e Gesto ou Circunscries
Hidrogrficas do Estado de Minas Gerais.

1 Para as UPGRH SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3,
PA1, MU1, Rio Jucuruu e Rio Itanhm, sero consideradas como usos
insignificantes a vazo mxima de 0,5 litro/segundo para as captaes e
derivaes de guas superficiais.

Art 2 As acumulaes superficiais com volume mximo de 5.000
m3 sero consideradas como usos insignificantes para as Unidades de
Planejamento e Gesto ou Circunscries Hidrogrficas do Estado de Minas
Gerais.

1 Para as UPGRH SF6, SF7, SF8, SF9, SF10, JQ1, JQ2, JQ3,
PA1, MU1, Rio Jucuruu e Rio Itanhm, o volume mximo a ser
considerado como uso insignificante para as acumulaes superficiais ser
de 3.000 m3.

Art. 3 As captaes subterrneas, tais como, poos manuais,
surgncias e cisternas, com volume menor ou igual a 10 m3/dia, sero
consideradas como usos insignificantes para todas as Unidades de
Planejamento e Gesto ou Circunscries Hidrogrficas do Estado de Minas
Gerais.

1 Esto excludos do critrio do caput a captao atravs de
poos tubulares, dos quais sero exigidos o instrumento da outorga.

Art. 4 As vazes insignificantes definidas nesta Deliberao no
so aplicveis nos casos definidos na Deliberao Normativa CERH n 07,
de 04 de novembro de 2002.
4[2]


4[2]
A Deliberao Normativa CERH n 07, de 04 de novembro de 2002
(Publicao - Dirio do Executivo "Minas Gerais" - 05/11/2002) Estabelece a
classificao dos empreendimentos quanto ao porte e potencial poluidor,

119

Art. 5 As definies de usos insignificantes quando determinadas
pelos comits de bacia hidrogrfica, de acordo com os artigos 36 e 37 do
Decreto n. 41.578, de 08 de maro de 2001, suspendem a definio dada
nos artigos anteriores, valendo os valores definidos pelos comits, em suas
respectivas reas de atuao.
5[3]


Art. 6 O Instituto Mineiro de Gesto das guas IGAM dever
efetuar novos estudos para eventuais revises que se fizerem necessrias
aos valores fixados nesta Deliberao, bem como para o cumprimento do
disposto nos artigos 36 e 37 do Decreto n. 41.758/2001.

1 A proposta do IGAM dever ser apresentada ao comit de
bacia hidrogrfica da respectiva Unidade de Planejamento e Gesto ou
Circunscrio Hidrogrfica para anlise, aprovao e encaminhamento ao
CERH.

Art. 7 Esta Deliberao Normativa entra em vigor na data de sua
publicao.

Belo Horizonte, 16 de junho de 2004


Jos Carlos Carvalho
Secretrio de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Sustentvel
Presidente do Conselho Estadual de Recursos Hdricos -
CERH


tendo em vista a legislao de recursos hdricos do Estado de Minas Gerais,
e d outras providncias.

5[3]
O Decreto Estadual n 41.578, de 08 de Maro de 2001 (Publicao - Dirio do
Executivo - "Minas Gerais" - 09/03/2001) que regulamenta a Lei n13.199, de 29 de
janeiro de 1999 ,e dispe sobre a Poltica Estadual de Recursos Hdricos;dispe nos
respectivos. Dispe ;Art. 36 - A dispensa de outorga de uso para as acumulaes,
derivaes ou captaes e os lanamentos considerados insignificantes e para satisfao das
necessidades de pequenos ncleos populacionais, respeitar os critrios e demais
parmetros normativos fixados pelos comits de bacia hidrogrfica, compatibilizados com
as definies com as definies de vazo remanescente e vazo de referncia definidas nos
respectivos Planos

120
Diretores.Pargrafo nico - Os usos e lanamentos a que se refere este
artigo devero ser informados ao IGAM para fins de cadastro e atualizao
do Sistema Estadual de Recursos Hdricos. Art.37-O estabelecimento dos
critrios e parmetros normativos pelos comits de bacia hidrogrfica ser
precedido de estudos e proposta tcnica a serem realizados pelas
respectivas agncias e, na sua falta, pelo IGAM, observado o disposto no
artigo 71 deste Decreto.



































121

ANEXO VIII Mapas de rendimento especficos para drenagem;

Tempo de retorno de 10 anos;
















122
Tempo de retorno de 20 anos;


















123

Tempo de retorno de 50 anos;


















124

Tempo de retorno de 100 anos;

















125

Tempo de retorno de 500 anos;
















126



CAPITULOS 05
INFILTRAO e EVAPORAO

INFILTRAO
1. Introduo,
2. Fatores que influenciam na capacidade de infiltrao,
3. Capacidade de infiltrao,
4. Frmula de Horton,
5. Tabela para o coeficiente de run off,
6. Infiltrmetros.

EVAPORAO
1. Introduo,
2. A rapidez com q a gua evapora depende de vrios fatores,
3. Transpirao nos vegetais,
4. Avaliao da evaporao.
5. Evapormetro e coeficiente de cultivo para Irrigao.

LEITURA COMPLEMENTAR
1. Os ciclos de alguns gases
2. Fenmenos: Inverso trmica, chuva cida, efeito estufa e camada
de oznio.






127
INFILTRAO

1. INTRODUO
O escoamento superficial no representa toda a chuva que cai numa bacia.
Medindo o escoamento em um rio conclui-se que somente parte da chuva
transformava-se em vazo, o restante se perdia por transpirao,
evaporao e infiltrao.
A taxa pela qual a infiltrao ocorre depende, outras coisas, da
permeabilidade do solo ou rocha.. A quantidade total de infiltrao tambm
depende do tempo disponvel que a gua tem para penetrar no cho.
Chuva forte e um rpido escoamento superficial iro reduzir esse tempo, e,
portanto, decrescer a quantidade total de infiltrao.
Na equao do balano hdrico aparece o termo que representa a
Infiltrao;
Es = P Evt Inf +-Vol
2. FATORES QUE INFLUENCIAM NA CAPACIDADE DE
INFILTRAO
- Tipo de solo. A permeabilidade depende da granulometria.
- Cobertura do solo. Vegetao.
- Grau de umidade do solo.
- Temperatura do solo. Interfere na viscosidade da gua de percolao.
- Porosidade, fissuras.
- Aes mecnicas de animais que escavam o terreno.
Tabela 1 Capacidade de infiltrao
Solo
Capacidade de
infiltrao em mm/h
argilas 0,25 a 2,5
Siltes 2.5 a 8
Areais formas 8 a 13
Areias grosas 13 a 20
Fonte: Control de Erosion en Zonas Tropicales Jaime Suarez Diaz.
Universidade Industrial de Santander, Bucaramanga Colmbia.

128

3. CAPACIDADE OU TAXA DE INFILTRAO:
a razo mxima, sob dadas condies, que o solo e capaz de absorver
gua. a razo entre a precipitao, em vazo volumtrica, pela rea
drenante, ou seja:
f
p
= V = Q/A (mm/h)
Sendo,
- f
p
= taxa de infiltrao, em mm/h
- Q = Vazo volumtrica = A x V. Em m
3
/s
- A = rea drenante, em m
2

- V = velocidade, em m/s
Exemplo: Determine a taxa de infiltrao (em mm/h) do solo, quando no
mesmo, o volume de gua consumida por unidade de tempo (ou vazo em
volume) vale 0,2 litros/minuto (e, por m
2
).
4. Frmula emprica de Horton (1933)
a) capacidade instantnea:
fp = fc + (fo fc) .
(-K . t)

b) total acumulado no tempo t, forma integral:
fa = fc.t [(f
o
f
c
)/k] . [e
(-k.t)


- 1]
Capacidade instantnea de infiltrao, como sendo a quantidade mxima
de gua que um solo pode absorver na unidade de tempo e por unidade de
rea horizontal, em mm/h ou mm/dia.
Onde:
Fp = capacidade de infiltrao instantnea do solo, no tempo t,
mm/h
fo = valor inicial, depende da umidade inicial do solo, mm/h
fc = valor mnimo, depende da permeabilidade do solo, mm/h
K = constante caracterstica do solo, do tipo de solo
t = intervalo de tempo, em h

129
Obs.: Estes parmetros podem ser determinados atravs de medies
locais por infiltrmetros ou simuladores de chuva.

f
p
(em mm/h)
fo






-----------------------------
f
c (constante)

t, tempo em horas

Obs: No inicio da chuva, a capacidade de infiltrao f
o
diminuindo ate um
valor constante f
c
, a medida que o solo vai se tornando saturado.
Este valor limite e definido pela permeabilidade do subsolo.


5. TABELA PARA O COEFICIENTE DE RUN-OFF
Comumente ele chamado de coeficiente de Run-off. E, representara o
percentual de gua que ira infiltrar atravs do solo, portanto, funo do
tipo de cobertura do solo,
C = Vol.
E
/ Vol.
T
Onde,
Vol.
E
= Volume efetivo (ou precipitao efetiva), o que restara,
Vol.
T
= Volume total (ou precipitao total), o que precipitou.
C = coeficiente de run-off. C<1. Sempre menor do que a unidade, por
no existir solo com cobertura sem perda de gua.


130

Tabelas para coeficiente run-off ou coeficiente de deflvio
As tabelas atendem as seguintes obras de Engenharia:
d) Engenharia Rodoviria
e) Obras Urbanas
f) E, obras com bacias maiores de 10 Km
2

d) Engenharia Rodoviria com bacias ate 10 Km
2
valores
para C
Tipo de solo e cobertura
vegetal

Dec
5%
5%
Dec.
10%
10%
Dec.
20%
Dec.
20%
Rocha de baixa permeabili-
dade
Veg. rala 0,70 0,75 0,80 0,85
Idem
Veg.
densa
0,65 0,70 0,75 0,85
Rocha de mdia
permeabili-dade
Veg. rala 0,60 0,65 0,70 0,75
Idem
Veg.
Densa
0,55 0,60 0,65 0,70
Solo de baixa
permeabilida-de argiloso
Veg. Rala 0,50 0,55 0,60 0,65
Idem
Veg.
Densa
0,45 0,50 0,55 0,60
Idem Florestas 0,40 0,45 0,50 0,55
Solo de mdia
permeabilida-de argila-
arenoso
Veg. Rala 0,35 0,40 0,45 0,50
Idem
Veg.
Densa
0,30 0,35 0,40 0,45
Idem Florestas 0,25 0,30 0,35 0,40

131
Alta permeabilidade solo
arenoso
Veg. Rala 0,20 0,25 0,30 0,35
Idem
Veg.
Densa
0,15 0,20 0,25 0,30
Idem Florestas 0,10 0,15 0,20 0,25

132
e) Engenharia de obras urbana valores para C
Caractersticas da rea Mnimo Mximo
Ptios e estacionamentos 0,90 0,95
reas cobertas 0,75 0,95
Vias concretadas 0,80 0,95
Vias asfaltadas 0,70 0,95
Passeios 0,75 0,85
Vias em calcadas polidricas 0,70 0,85
Centros industriais e pesados 0,60 0,90
Centros industriais leves 0,50 0,80
reas urbanas centrais 0,70 0,95
reas urbanas perifricas 0,50 0,70
Conjuntos habitacionais densos 0,60 0,75
Conjuntos prediais 0,50 0,70
Conjuntos residenciais 0,40 0,60
Residenciais uni-familiares 0,35 0,50
Lotes urbanos grandes 0,30 0,45
Play grounds 0,20 0,35
reas perifricas no urbanizadas 0,10 0,30
Parques e cemitrios 0,10 0,25
Terreno rochoso montanhoso 0,50 0,85
Terreno rochoso plano ou ondulado 0,35 0,65
Relvado argiloso ondulado e
montanhoso
0,25 0,35
Relvado argiloso suavemente ondulado 0,18 0,22
Relvado argiloso plano 0,13 0,17
Relvado arenoso ondulado e
montanhoso
0,15 0,20
Relvado arenoso suavemente ondulado 0,10 0,15
Relvado arenoso plano 0,05 0,10

133
Florestas e matas caduciflias 0,30 0,60
Florestas e matas conferas 0,25 0,50
Campos, prados e cerrados 0,35 0,65
Pomares e chcaras 0,15 0,40
Encostas com culturas permanentes 0,15 0,40
Vales com culturas permanentes 0,10 0,30

f) Bacias com reas maiores de 10 Km
2
Valores para CN
SCC Soil Conservece Service Norte Americana
Utilizao da
terra
Condies da
superfcie
Solo
A
Solo
B
Solo
C
Solo
D
Plantaes
regulares
Em curva de nveis 67 77 83 87
Horticultura Em curva de nveis 60 72 81 84
Pastagens Rala em curva de nveis 47 67 81 88
Idem
Normais em curva de
nveis
25 59 75 83
Campos
permanentes
Normais 36 60 73 79
Idem Denso 25 55 70 77
Florestas Normais 36 60 70 76
Idem Densa 26 52 62 69

Tipos de solo
A) solo de pedregulho
B) solo arenoso
C) solo siltoso
D) solo argiloso


134
Exemplo. Consultar nas tabelas anteriores o valor para o coeficiente de
deflvio para as seguintes caractersticas de obras de Engenharia:
a) Obra rodoviria. Alta permeabilidade, solo arenoso, vegetao rala e
declividade mdia da bacia hidrogrfica compreendida em: 5 % a 10
%.
b) Via asfaltada urbana.
c) Horticulturas em curva de nveis, solo argiloso. Para bacia com reas
superiores a 10 Km
2



135
6. INFILTRMETROS
Os infiltrmetros so tubos cilndricos curtos, de chapa metlicos, com
dimetros variando entre 200 e 900 mm, cravados verticalmente no solo de
modo a restar uma pequena altura livre sobre este.
Podem ser utilizados um ou dois tubos concntricos. No primeiro caso, o
tubo colocado no terreno, at uma profundidade maior ou igual da
penetrao da gua durante a durao do ensaio para evitar o erro
causado pela disperso lateral da gua. Durante todo o tempo da
experincia, mantm-se sobre o solo uma camada de gua de 5 a 10 mm
de espessura. Uma vez conhecida, a taxa de aplicao da gua adicionada
dividida pela rea da seo transversal do tubo e tem-se a capacidade de
infiltrao.
As indicaes fornecidas com o emprego desses aparelhos tm valor
relativo, devido a diversas causas de erro:
a) ausncia do efeito da compactao produzida pela gua da chuva;
b) fuga do ar retido para a rea externa aos tubos;
c) deformao da estrutura do solo com a cravao dos tubos.
Os materiais utilizados so:
- Tubo metlico ou PVC;
- Martelo para cravao do tubo no solo;
- gua e solo (terreno).
Exemplo. Pede-se a taxa de infiltrao do solo utilizando o aparelho
infiltrmetro atravs de ensaio de campo.
A gua infiltrada no solo dever ser reabastecida pelo laboratorista; ou
seja, a VAZO que sai dever ser igual VAZO que entra.
Este quadro representa o volume de gua absorvida pelo solo, utilizando-se
de um infiltrmetro atravs de um ensaio de campo, onde pode-se obter o
os dados abaixo, coletados na bacia experimental do curso.







136
Hora Tempo (min) Volume (litros)
10:00 0 -
10:01 1 0.22
10:02 1 0.22
10:03 1 0,19
10:04 1 0,19
10:05 1 0,18
TOTAL 5 1,00
Quadro do volume de gua consumida no solo atravs do infiltrmetro




















137








EVAPORAO

1. Introduo,
2. A rapidez com que a gua evapora depende de vrios fatores,
3. Transpirao nos vegetais,
4. Avaliao da evaporao.















138

1. INTRODUO
Medindo o escoamento em um rio conclui-se que somente parte da chuva
se transformava em vazo, o estante se perdia por transpirao,
evaporao e infiltrao, de acordo com o ciclo hidrolgico.
A evapotranspirao ocorre basicamente em: superfcie liquida: Lagos e
Barragens, da umidade do solo = Bacias Hidrogrficas e transpirao dos
vegetais = florestas

2. A RAPIDEZ COM QUE A GUA EVAPORA DEPENDE DE VRIOS
FATORES
REA - Um prato cheio de gua evaporar mais depressa do que um copo
de gua com a mesma quantidade, porque a gua no prato tem maior
superfcie pela qual as molculas podem escapar.
TEMPERATURA - Um aumento de temperatura faz as molculas se
moverem mais depressa. Portanto elas tm maior energia cintica e
podem, assim, passar mais facilmente pela camada superficial e escapar.
PRESSO DO AR - As molculas de gua que atravessam a camada
superficial podem chocar-se com molculas do ar e recuar para o lquido. O
ar atua como uma cobertura que se ope evaporao. A rapidez de
evaporao diminui quando a presso atmosfrica aumenta.
UMIDADE - Quando a gua num recipiente fechado no o enche
completamente, o vapor se acumula no espao sobre o lquido at que as
molculas de vapor evaporem e se condensam com a mesma rapidez. A
rapidez de evaporao diminui quando a umidade aumenta.
VENTO - Num dia de ar parado a gua evaporada de uma roupa molhada
fica perto da roupa, aumentando a umidade relativa e impedindo a
evaporao. O vento leva para longe esse vapor de modo que a roupa seca
mais depressa.

3. TRANSPIRAO NOS VEGETAIS
Perda de gua, incorporao no ar atmosfrico na forma de vapor,
decorrentes das aes fsicas e fisiolgicas dos vegetais. Em grande parte
feita pelos estmatos foliares, para manter uma temperatura interna ideal,
semelhante aos seres humanos.

139
a) As clulas da folha perdem gua pelo processo de transpirao
devido a fatores externos e internos.
b) As clulas da folha ficam hipertnicas puxando gua do xilema da
folha atravs de osmose (concentrao).
c) O xilema da folha ao perder gua fica com menor presso em
relao ao xilema do caule, fazendo fluir a coluna de gua em sua
direo.
d) O xilema do caule com presso menor faz fluir gua do xilema da
raiz.
e) O xilema da raiz, mais concentrado, puxa gua das clulas da raiz
atravs de osmose (gradiente de concentrao).
Fotossntese: o mecanismo pelo qual as plantas clorofiladas produzem
compostos orgnicos a partir de gs carbnico, gua e energia luminosa. A
fotossntese executa uma continua ao purificadora do ar atmosfrico,
retirando o gs carbnico e liberando o oxignio, fundamental para a vida
aerbia.
Equao da fotossntese:
6 (CO
2
) + 12 (H
2
O) + luz e clorofila = C
6
H
12
O
6
+ 6 (O
2
) + 6 (H
2
O)
(Pelo ar) + (Pelo solo) (Para o ar atmosfrico)
A folha absorve o gs carbnico por difuso (concentrao diferenciada),
esse gs penetra nas folhas pelos poros ou estmatos.

4. AVALIAO DA EVAPORAO
O mtodo do balano hdrico,
A medio por tanques evaporimetros,
As formulas empricas do poder evaporante da atmosfera.
a. Mtodo do balano hdrico:
Considerando-se que os estados de armazenamento de lagos ou
reservatrios sejam conhecidos e que todas as afluncias e defluncias
possam ser medidas em um dado intervalo de tempo, a evaporao pode
ser calculada por:

140
E = P + A D - I - AS
b. Mtodo de medio
Tanque medidor evapormetro
Mede o poder evaporante da atmosfera local, atravs da evaporao da
gua em mm de altura; isto, numa rea conhecida.
O tanque mais usado o classe A do U.S. Weather Bureau.
O abaixamento do nvel da gua no evapormetro mede o quociente
Vol./rea, sendo vol. O volume de gua que se evaporou durante o
intervalo de tempo considerado e A rea da seo reta do recipiente.
Vol. = A.h ou h = vol./A (em mm). Da equao da continuidade: Q = V.A
= (Vol/t) = V.A
Nota: Para a cidade de Belo Horizonte, considerando superfcies cinza
(albedos), a media diria mensal = 3,85 mm/ms. 1998)

c. Mtodo das frmulas
Para avaliar o poder evaporante da atmosfera terrestre.

Formula geral Lei de Dalton
E = k(Ae/Az)
Onde,
E = Evaporao
k = coeficiente de difuso
Ae/Az = gradiente de concentrao de vapor.








141
Frmulas especficas

1. ROHWER
Ev = 0,771(1,465 - 0,0186 x B) (0,44 + 0,118 x W) (p
o
p
a
)
Sendo:
E = intensidade de evaporao (in/dia).
B = presso baromtrica (inHg).
W= velocidade do vento (milha/hora).

2. MEYER
Ev = C(1+W/10) (p
o
p
a
)
Sendo:
E = intensidade de evaporao em in/tempo, no caso por dia.
C = para perodos de 24horas (C= 0,36).
W= velocidade do vento em milhas/hora.
p
o
= presso de saturao do vapor em inHg.
p
a
=presso efetiva do vapor dgua em inHg.

3. URSS
Ev = 0,15.n (1 + 0,072W) (p
o
p
a
)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporao, em mm/ms.
n = nmero de dias considerado.
W = velocidade mdia do vento em m/s, medida a cerca de 2,0 m acima
da superfcie da gua.
p
o
= presso de saturao do vapor em milibares ( 1bar = 1atm).
p
a
= presso efetiva do vapor de gua no ar, em mb.
Nota: Fator de converso: 1 atm = 1Kgf/cm
2
= 760 mmHg = 10 kPa


142
4. FITZERALD
Ev = 0,12(1+0,31.W) (p
o
p
a
)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporao, em mm/ms.
W = velocidade mdia do vento, em Km/h.
p
o
= presso de saturao do vapor em, mm de Hg.
p
a
= presso efetiva do vapor de gua no ar, em mm/Hg.


5. VERMUELE
Ev = (1 + 0,75T) (3,94 + 0,0016.h)
Sendo:
Ev = intensidade de evaporao, em mm/ms.
T = temperatura mdia anual, em
0
C.
h = altura pluviomtrica anual, em mm.

Exemplo. Calcular o poder evaporante da atmosfera, utilizando-se das
principais formulas
Dados:
W = 0,5 m/s (velocidade do vento)
p
o
= 0,032 atm
p
a
= 0,031 atm
T = 22
0
C
h = precipitao media anual
p
atm
= 760 mm de Hg



143
5. Evaporimetros e Coeficientes de Cultivo para Irrigao.
Para se ter a evaporao potencial de superfcies lquidas naturais a partir
dos dados medidos pelo tanque classe A , deve-se corrigir os dados pelo
coeficiente de correo do tanque:
E
p
= E x k
t

Onde: Ep = evaporao potencial, E = evaporao do tanque classe A
Kt = coeficiente do tanque (para a regio nordeste Kt varia entre 0.6 e 1,0;
e no semi-rido comum adotar-se Kt = 0,75)
As interaes entre os parmetros meteorolgicos e as
caractersticas das plantas ou da gua disponvel no solo. So apresentadas
tabelas quanto ao limite para o desenvolvimento vegetal, definio dos
limites para o manejo do solo e condies para colheita, trnsito de
mquinas e aplicao de agroqumicos.

Coeficiente de cultivo (k
c
);



144
1. Calcular o volume evaporado em uma irrigao de 1 hectare de
feijo em zona rida sabendo que a lmina evaporada no tanque
Classe A de 6 mm/dia.

V
e
= k
c
.E
p
.A
irrigao

V
e
= k
c
. (E . k
t
) . A
irrigao

























145
LEITURA COMPLEMENTAR

6. CICLOS DO CARBONO, NITROGNIO, ENXOFRE E OXIGNIO.

6.1 CICLO DO CARBONO

Os decompositores atuam sobre os detritos orgnicos liberando
CO2, que retorna atmosfera, reintegrando-se a seu reservatrio natural.
Detritos orgnicos ainda podem originar os combustveis fsseis
que, atravs da combusto, eliminaro CO2 de volta para a atmosfera.

Frmulas qumicas:

Fotossntese: CO2 + H2O = > C6H12O6 + H20 + O2

Respirao: C6H12O6 + O2 = > CO2 + H2O + energia

Combusto: combustvel + energia + O2 = > CO2 + ...(detritos)


146




6.2 CICLO DO NITROGNIO

O ciclo do nitrognio, assim como o do carbono, um ciclo gasoso.
Apesar dessa similaridade, existem algumas diferenas notveis entre os
dois ciclos:
a atmosfera rica em nitrognio (78%) e pobre em Carbono
(0,032%);
apesar da abundncia de nitrognio na atmosfera, somente um
grupo seleto de organismos consegue utilizar o nitrognio gasoso;
o envolvimento biolgico no ciclo do nitrognio muito mais
extenso do que no ciclo do carbono.







147

6.3 CICLO DO ENXOFRE

INTERVENES ANTRPICAS

1. O dixido de enxofre (SO2) liberado na atmosfera pela queima de
combustveis fsseis.
2. O SO2 interage com o vapor dgua produzindo gotculas de cido
sulfrico (H2SO4) diludo, o que acarretar a precipitao de chuva
cida.
3. O excremento animal representa um fonte de sulfato reciclado.
4. A produo primria responsvel pela incorporao do sulfato
matria orgnica.


6.4 CICLO DO OXIGNIO

O oxignio molecular (O2), indispensvel respirao aerbica, o
segundo componente mais abundante da atmosfera, onde existe na
proporo de cerca de 21%.
O oxignio teria desaparecido da atmosfera, no fosse o contnuo
reabastecimento promovido pela fotossntese, principalmente do
fitoplncton marinho, considerado o verdadeiro "pulmo" do mundo.
O oxignio pode ser consumido da atmosfera atravs das seguintes
vias:

atividade respiratria de plantas e animais;
combusto;
degradao, principalmente pela ao de raios
ultravioleta, com formao de oznio (O3);
combinao com metais do solo (principalmente o
ferro), formando xidos metlicos


148



























149
7. Inverso trmica, chuva cida, efeito estufa e a camada de
oznio.


7.1 Inverso trmica

um fenmeno natural que pode ocorrer em qualquer parte do
planeta, no entanto, sua ocorrncia maior nos centros urbanoindustriais.
Costuma acontecer no inverno, nos dias frios. Em situaes normais o ar,
aquecido pela irradiao da superfcie, por ficar menos denso (mais leve),
eleva-se dando lugar ao ar frio, dessa maneira formam-se correntes de
conveco do ar, que estabelecem uma dinmica favorvel disperso de
poluentes.
Quando a temperatura prxima ao solo cai abaixo de 4C, o ar frio,
no consegue elevar-se, ficando retido em baixas altitudes. Camadas mais
elevadas da atmosfera so ocupadas com ar relativamente mais quente. Os
gases liberados pelas chamins e veculos, concentram-se nas camadas
mais baixas, sendo impedidos de dispersar-se em virtude da concentrao
de ar frio.
Na cidade de So Paulo muito comum acontecer o chamado
efeito tampo. Quando duas massas de ar de temperaturas diferentes se
encontram, a massa de ar mais aquecida obrigada a passar por cima da
mais fria, formando-se assim um verdadeiro tampo sobre a cidade,
impedindo os poluentes de circularem, criando uma nvoa sobre a cidade.


7.2 Chuva cida

As chuvas so sempre cidas, pois a combinao de gs carbnico
(CO ) e gua (HO) presentes na atmosfera produz cido 2 2carbnico (H
CO ). A elevao exagerada dos nveis de acidez resultado da ao
antrpica.
A chuva cida causada pela emisso de poluentes das industrias,
dos transportes e demais atividades que queimam combustveis fsseis. Os
principais responsveis por esse fenmeno so o dixido de enxofre (SO) e
o dixido de nitrognio (No ). Esses gases, ao serem lanados na
atmosfera, se combinam com a gua em suspenso, transformando-se em
cido com elevada capacidade de corroso.
Esse fenmeno tem como impacto a corroso de monumentos, a
acidificao das guas e a destruio da cobertura vegetal.

150
Os pases do hemisfrio norte mais industrializados so os que mais
contribuem para emisso desses gases, consequentemente, as chuvas
cidas ocorrem com maior intensidade nestes pases; destaques para o
nordeste dos EUA e Europa Ocidental.

7.3. Efeito estufa

O efeito estufa assim chamado devido a sua semelhana com os
efeitos de aquecimentos prprios das estufas, cuja cobertura de vidro
transparente luz solar, mas bloqueia a dissipao do calor ali formado.
Da mesma forma, o efeito estufa caracterizado pela manuteno
do calor irradiado pela Terra, que no consegue se dissipar em direo ao
espao. acontece porque alguns gases presentes na atmosfera terrestre (os
gases-estufa), como o gs carbnico (CO ), o metano (CH ) e o xido
nitroso (NO ), reduzem a taxa de perda do calor terrestre para o espao.
Na verdade, o fenmeno nasce quando as radiaes de energia
solar, em ondas longas (radiao infravermelha), ficam presas abaixo do
limite atmosfrico, mantendo o calor terrestre na atmosfera. Ou seja, a
radiao solar (ondas curtas - ultravioleta), atravessa a atmosfera e chega
ao planeta, aquecendo-o. A radiao terrestre resultante (ondas longas
infravermelho), ou ondas de calor, no consegue se devolvida plenamente
ao espao, pois os gases-estufa (principalmente CO ), absorvem e emitem
esta radiao de volta para o planeta, o que permite a manuteno da
temperatura mdia do globo em certos nveis.





151



7.4. Buraco na camada de oznio

O oznio (O) na baixa atmosfera extremamente prejudicial,
principalmente para o desenvolvimento das plantas. Mas em estado puro e
livre na estratosfera (entre 15 e 30 Km de altitude), ele protege os seres
vivos da radiao proveniente do
Sol, filtrando os raios ultravioletas.
A emisso de clorofluorcarbono (CFC) na atmosfera, resultante da
utilizao de condicionadores de ar, refrigerao, e no processo de
fabricao de aerossis, isopor e solventes, provocando a diminuio das
molculas de oznio, uma vez que o cloro presente no CFC, reage com
estas, destruindo-as. Como conseqncias da maior incidncia da radiao
solar (ultravioleta) na superfcie terrestre. Cita-se o aumento do nmero de
casos de cncer de pele, perturbaes na viso e diminuio na velocidade
da fotossntese dos vegetais.












152







CAP. 06 - EROSO E SEDIMENTAO

1. Eroso, Tipos de eroso, Mecanismos da eroso, Seus efeitos e
Mtodos de obteno de dados;
2. Estimativa da produo de sedimentos por eroso Frmula
Universal;
3. Velocidade de autodragagem ou canalizaes auto-limpantes;
4. Estudos e mtodos sobre eroso;

ANEXOS
1. Ensaios de laboratrio para deteco de terrenos erodidos.
2. Imagens de eroses
3. Tabelas
4. Lei 6225/75 Proteo contra eroso.




153
EROSO, TIPOS DE EROSO, MECANISMOS DA EROSO, SEUS
EFEITOS E MTODOS DE COLETA DE DADOS;

Eroso
O intenso processo de urbanizao, o acelerado crescimento industrial e a
expanso da atividade de minerao provocaram em seu conjunto, um
grande nmero de intervenes humanas no ambiente, dos mais variados
tipos e portes.
A ocupao desordenada de regies, com o processo de desenvolvimento
em locais imprprios, o crescimento delas sem planejamentos compatveis
com a realidade regional, com ausncia de infra-estrutura adequada e
associados a um solo de formao geolgica facilmente desagregvel nos
leva a entender que o ecossistema pelo qual o homem substituiu, diminuiu
a proteo do solo contra o efeito da energia hdrica, assim como o
processo de desenvolvimento de um assentamento urbano, em sua
expresso fsica, definido pelo conjunto de atividades humanas
materializado no sistema de sustentao natural, onde dependendo das
caractersticas morfolgicas daqueles sistemas, a interao entre ambas
pode gerar problemas de graves propores como eroso do solo.
Ao se analisar o fenmeno eroso, o problema inicial consiste em
identificar os elementos componentes, com seus valores e suas relaes.
No Brasil e em outros solos tropicais, h um outro problema que, algumas
vezes, assume maior importncia que a eroso, mas que, no entanto,
menos considerado: a lixiviao. Por esse processo, as pores de solo
mais finas, onde esto os componentes que lhe do fertilidade, so
removidas e carregadas pela gua em seu movimento descendente de
infiltrao. Em terrenos planos de solos muito profundos e permeveis,
como os sedimentos arenosos da Amaznia, o material frtil da superfcie
solubilizado pelas chuvas e arrastado para regies inacessveis as razes. A
esterilizao ocorre no por um transporte horizontal, mas sim vertical, dos
nutrientes.

154

Tipos de eroso
Tipos de formas de eroso acelerada mapeada segunda IGA-CETEC, 1978.
Assim se definem as principais formas de eroso acelerada:
a) Em Lenol ou Superficial (ou laminar): quando as precipitaes
superam as infiltraes.
b) Em sulcos: caminho preferencial das guas, no cuidando surge s
ravinas e as voorocas.
a) Eroso em Lenol
uma forma de eroso superficial que no chega a modificar muito
nitidamente o modelado original do relevo. Desenvolve-se em
conseqncia da remoo dos horizontes superiores do solo, mais rico em
matria orgnica. Esta remoo decorre da atuao do escoamento pluvial
no concentrado em lenol, nas reas onde a cobertura vegetal foi
destruda e o gradiente das vertentes favorece o escoamento superficial.
b) Eroso em Sulcos
Ocorre de duas formas diferentes: ravinas e vooroca.
Ravinas so canais pouco profundos que surgem na superfcie dos solos ou
sobre as rochas argilosas alteradas. Resultam da atuao do escoamento
superficial concentrado em reas onde a vegetao foi destruda. Forma-se
mais facilmente partir de qualquer tipo de inciso ou corte no terreno, tais
como estradas, trilhas, mineraes, etc., sendo que, caso, passa mais

155
rapidamente para um estgio mais da eroso acelerada, que se inicia
quando o nvel do fretico atingido e a ravina evoluiu como vooroca.
As voorocas so sulcos profundos que evoluem a partir de ravinas, cortes.
Aterros, estradas, trilhos ou qualquer outro tipo de inciso na superfcie dos
solos que possibilite ao escoamento superficial concentrado atingir o lenol.
As voorocas evoluem rapidamente e com um grau acentuado nas
cabeceiras.

Mecanismos da eroso
So trs os processos:
a) Desprendimento da partcula (autodragagem);
b) Transportes de sedimentos;
c) Depsito ou sedimentao.
Dado: peso especfico mdio de sedimentos: W
s
= 2650 Kgf/cm
3
.



Seus efeitos
a) Baixa produtividade dos solos;
b) Degradao do solo;
c) Poluio dos mananciais (nascentes);
d) Enchentes e assoreamento dos rios e lagos;
e) Reduo da vida til de barragens e usinas hidreltricas.

156




Mtodos de obteno de dados
a) Mtodo direto: monitoramento da bacia.
Medidas de descarga slidas com desenvolvimento de srie
histria.
Levantamento topogrfico de reservatrio existente.
b) Mtodo indireto: Frmulas empricas para estimar a eroso e o
transporte slido.




157

ESTIMATIVA DE PRODUO DE SEDIMENTOS POR EROSO
ATRAVS DA FRMULA UNIVERSAL DE PERDA DE SOLO

Mtodo indireto para estimativa da sedimentao ou assoreamento
produzido pela eroso da bacia hidrogrfica.
Para determinar o potencial de eroso em campos agrcolas tem-se
desenvolvido uma grande quantidade de equaes com base em diversos
parmetros que afetam a eroso.
Dos modelos empricos, o mais conhecido e a equao Universal de Perdas
do Solo desenvolvida por Smith e Wischemeir (1974). O modelo permite
avaliar as perdas do solo, incluindo tanto a eroso laminar como a eroso
em sulcos mediante a Formula Universal da perda de solo, mostrada a
seguir:

Frmula Universal da perda do solo por eroso

Q
s
= R.K.T.L.C.P

Onde,

Q
s
= perda anual do solo por unidade de rea (ton/ha ano)
R = fator de chuva ou ndice de eroso pluvial mede a forca erosiva de
uma determinada chuva, em (J.cm/m
2
. Hora).
K = fator de erosibilidade do solo (facilidade do solo em desagregar-se),
com uma declividade e comprimento de 9%. (ton.m
2
.hora/ha.J.cm)
L = fator de comprimento da ladeira ou declive (Adimensional) = A
razo entre a perda de solo p0ara um comprimento determinado
pela perda de solo para um comprimento de 22,1 m do mesmo tipo
de solo. L = (/22,1)
0,3
T = fator de declividade (adimensional) = A razo da perda para uma
determinada declividade, pela perda para uma declividade de 9%
do mesmo tipo de solo.
T = (0,43 + 0,30.I + 0,043.I
2
)/6,613
I = declividade em %

158
C = fator cultivo (adimensional) Mede a influencia do cultivo na eroso
no manejo e uso do solo = A razo da perda do solo em terreno
cultivado em condies especificas pela perda correspondente para
um solo sem cultivo. Tab. 2 No Anexo.
P = fator de praticas de conservao do solo (adimensional) = A razo
da perda do solo com cultivo a nvel, em faixas rasas pela perda do
solo em cultivo em sulcos em declividade. Tab. 3 Anexos.
Estudo da formula e suas variveis;
R = E
k
. i
30
(fator de chuva ou ndice de erosibilidade)
E
k
= 210,2 + 89 log
10
. i
30
(J.m
2
/cm) (Energia cintica da corrente
liquida)
E
k
=11,9 + 8,73 log
10
. i
30
(J.m
2
/mm)
i = intensidade de chuva dado em cm/h ou mm/h pelas equaes
IDF (Precipitaes).
F
top
= fator topogrfico combinado = Tx L
A equao Universal ficara:
Q
s
= R.K.F
top
.C.P
a) Para bacias com declividade < 9% :
F
top
= [y/ 22,1]
0,3
x [0,43 + 0,30 x I + 0,043 x I
2
]/6,613
b) Para bacias com declividade 9% :
F
top
= [ y / 27,1]
0,3
x [I / 9]
1,3

y = 0,5 x A /.L , (metade do inverso da Densidade de Drenagem)
Onde:
I = declividade media da bacia, em %;
y = Fator de Horton, de infiltrao
A = rea da bacia, em Km
2

.L = comprimento total dos rios, em Km.
Frmula geral
F
top
= (0,0136 + 0,0096 . I + 0,001385 . I
2
) . .L


159
DISTRIBUIO DE SEDIMENTOS NO CURSO DGUA
1- DISTRIBUIO VERTICAL DE SEDIMENTOS
262

Exerccio:
Estimar, pela formula Universal, a produo de sedimentos anual na Bacia
Hidrogrfica da Pampulha.
Dados da bacia da Pampulha em 1986, Belo Horizonte -M.G.
K = 0,25 (siltes residuais de gnaisse),
C = 1,0
P = 1,0
I = 15,8% (Declividade media da bacia)
Tempo de retorno, T = 2 anos
Equao da SUDECAP para chuva de projeto
A = 97,6 Km
2
rea da bacia
L = 266 m, comprimento da declividade media, perpendicular ao
talvegue principal.
2 US$/m
3
, o custo mdio da dragagem.
Observado in loco = 1931 m
3
/Km
2
.ano (Em1984) e 2247 m
3
/km
2
.ano
(Em 1989)




160

VELOCIDADE DE AUTODRAGAGEM

O movimento da gua que circula devido a uma corrente, produz o
desprendimento e o transporte dos materiais, alterando o permetro
molhado do caminho. E, sero depositados no lago ou na jusante dos rios.
Esses sedimentos dependem da coeso dos solos, tamanho do solo e da
geologia local.
Para maioria dos casos prticos, utiliza-se o peso especfico =
2650Kgf/m
3
para os componentes do solo constitudo de quartzo.
Alguns outros relacionam a eroso diretamente com a velocidade da gua
e supem que existe uma velocidade crtica na qual se inicia o movimento
das partculas do solo (eroso), conhecido como velocidade de
autodagragem ou de transporte.
importante calcular ou medir as velocidades reais da gua na superfcie
de contato solo-gua, para assim determinar a potencialidade de
ocorrncia de eroso em cada caso ou obra de engenharia,
dimensionamento de galerias e tubos no assoreveis.

Frmulas empricas para velocidade crtica ou de transporte
(autodragagem)
Richardson e Richardson
Vc = [ K
s
1/2
. (S
s
1)
1/2
. D
1/2
.y
1/6
] /
Onde
K
s
= coeficiente que depende da forma das partculas, geralmente = 0,7
ou calculado pela formula = C/(a. b)
1/2

C = dimenso mnima, b= dimenso intermediria e a = dimenso
mxima
Vc = velocidade de transporte
= Rugosidade de Manning
S
s
= peso especfico do solo
D = dimetro, Y = profundidade


161
Equao de Hjulstrom
(Tucci-p. 270 - para profundidade de at 1,0 m).

Um critrio prtico e de uso bastante disseminado para o dimensionamento
de canalizaes autolimpantes, consiste na utilizao da velocidade crtica
para o transporte de sedimentos.
- Para, 0,001 < D < 0,1 mm
c = 0,0473.D
-0,565

- Para 0,1 < D < 1,0 mm
A velocidade critica vale; Vc = 0,197 m/s
- Para 1,0 < D < 80,0 mm
Vc = 0,265.D
0,591

Obs.: Portanto se a canalizao ou canal for dimensionada para uma
velocidade superior a esta, ento, haver uma tendncia a eroso do leito
e isso faz com que o canal seja autodragvel.


162
Exerccio:
Compare a velocidade critica ou de autodragagem de um canal
considerando os diversos tipos de solo, de acordo com a tabela da ABNT,
abaixo;

Tamanho das partculas de acordo com a ABNT
Frao Limites Velocidade (m/s)
Matacao De 25 cm a 1,0 m
Pedra De 7,6 cm a 25 cm
Pedregulho De 4,8 cm a 7,6 cm
Areia grossa De 2,0 cm a 4,8 cm
Areia media De 0,042 mm a 2,0 cm
Areia fina De 0,05 mm a 0,042 mm
Silte De 0,005 mm a 0,05 mm
Argila Inferior a 0,005 mm



163
ESTUDOS E MTODOS SOBRE EROSO

MTODOS E TCNICAS INVESTIGATRIAS DE PROBLEMAS
EROSIVOS;

Para o enfretamento dos problemas erosivos, faz-se necessrio identificar
os terrenos mais suscetveis aos processos erosivos, diagnosticar as
eroses e estabelecer as medidas de controle de natureza preventiva e
corretiva.
Mapeamentos regionais
Para o diagnostico regional da eroso, necessrio elaborar cartas de
suscetibilidade aos processos erosivos, dos dados do meio fsico como o
substrato geolgico, o relevo e o solo, que iro definir categorias de
terrenos mais ou menos suscetveis aos processos erosivos, ante
determinados tipos de uso e ocupao do solo.
Essas cartas so importantes para os organismos federais, estaduais e
municipais estabelecerem planos de preveno e controle da eroso, no
mbito de uma regio administrativa, de uma bacia hidrogrfica, ou mesmo
um do territrio estadual.
Para a elaborao dos mapas de suscetibilidade, em escalas de nvel
regional (1:50.000 a 1:250.000), recomendvel realizao dos
seguintes trabalhos:
- Levantamento e compilao de dados bsicos sobre a regio, tais como
plantas topogrficas, fotografias areas, pedologia, geologia,
geomorfologia, etc.;
- Identificao das eroses lineares e depsitos de assoreamento,
atravs de interpretao de fotos areas e imagens de satlites;
- Fotointerpretao e mapeamento de campo para o reconhecimento e
definio dos principais condicionantes dos processos erosivos:
Geologia (diferenciao litolgica); Geomorfologia (tipologia de
encostas, ruptura de declives, divisores e interfluvios, cabeceiras de
drenagem, declividades dos terrenos) e Pedologia (principais
associaes pedolgicas);

164
- Elaborao de mapa de uso e ocupao do solo, atravs de
fotointerpretao, com a definio das principais categorias de
ocupao;
- Compartimentao em reas homogneas em relao predominncia
de processos erosivos;
- Elaborao de mapa de suscetibilidade a eroso.









165
Cadastramento de eroses
O cadastramento das eroses urbanas existentes constitui a primeira etapa
para o estabelecimento de um plano preventivo e de obras de correo
para uma cidade.
O objetivo do cadastramento e estabelecer o nvel de criticidade das
eroses que possibilita a determinao daquelas que so prioritrias para a
correo. A criticidade das eroses definida aps a anlise da ficha de
cadastro, cujos dados coletados indicam a possibilidade da progresso da
atividade erosiva, colocando em risco moradias, equipamentos pblicos e
reas urbanas, ou pelas restries que pode causar, inibindo o processo de
desenvolvimento urbano, devido ao seu porte.
Visando a elaborao de um relatrio de diagnostico de eroso urbana de
um municpio, os trabalhos de cadastramento so iniciados numa reunio
tcnica, para serem obtidas as seguintes informaes principais:
- Planta de detalhe da rea urbana;
- Caracterizao das ocorrncias das eroses (localizao, acesso,
imp0ortancia para o municpio, histrico da ocorrncia, mediadas de
controle realizadas, rede de drenagem da bacia de contribuio,
eventual projetos realizados, dados hidrolgicos, etc.);
- Tendncias e formas da expanso urbana (vetores, loteamentos,
conjuntos habitacionais);
- Leis de disciplinamento do uso e ocupao do solo eventualmente
existente (plano diretor, lei do parcelamento do solo, cdigo de obras,
etc.);
- Medidas de combate adotadas e previstas;
Aps a reunio, iniciam-se os trabalhos de campo por uma visita preliminar
das reas urbanas afetadas, com o carter de um reconhecimento prvio
das eroses indicadas.
Com o conjunto das informaes obtidas, faz-se a programao das
atividades de cadastramento.
O primeiro objeto de ateno do cadastramento e a rea no entorno da
eroso, para a caracterizao dos locais mais afetados pelo processo
erosivos. A rea de montante, correspondente a rea de contribuio
principal das guas pluviais, e determinada pela posio da eroso e do
divisor de guas.

166
A rea de jusante pode apresentar informaes importantes quanto ao
transporte e a deposio das terras erodidas que, por um lado, constituem
o registro do processo erosivo e, por outro, significam o impacto nos
recurso hdricos na rea de jusante.
A partir do reconhecimento da rea, sugere-se a elaborao de dois
croquis: o primeiro, situando a eroso e sua interao com a rea urbana,
delimitando-se a rea da bacia de contribuio das guas pluviais. O
segundo determinado pelo levantamento dos dados geomtricos da
eroso, registrando-se as principais caractersticas relativas a fenmenos
que caracterizem a sua dinmica de evoluo, obras instaladas e
desempenho, que iro possibilitar estabelecer no s o seu nvel de
criticidade.
Investigaes diretas
As investigaes diretas so necessrias para a concepo dos projetos de
estabilizao das eroses, recuperao das reas degradadas e orientao
das obras.
Os principais levantamentos que devem ser realizados so:
- Levantamento topogrfico detalhado da eroso e seus arredores com
sees e perfis, visando o projeto de terraplanagem, em especial o
retaludamento ou reaterramento;
- Caracterizao geotcnica dos solos, por meio de ensaios laboratoriais
para as obras de terra (obras de terraplanagem e compactao de
aterros);
- Sondagens a trado e a percusso, para obteno da profundidade do
nvel de gua, espessura dos solos e determinao das condies de
fundao para o assentamento de obras estruturais.
Cartas preventivas
Um instrumento que representa as caractersticas do meio fsico,
apontando as limitaes e potencialidades dos terrenos para a ocupao
urbana ante os processos erosivos, e a carta de risco ou carta
geotcnica.



167
RECOMENDAES PARA URBANIZAO FUTURA
Da observao dos problemas mais comuns, relacionados aos processos
erosivos, recomendam-se as seguintes diretrizes para futuros loteamentos:
Concepo do projeto
- Manter desocupadas as cabeceiras e linhas de drenagem natural,
utilizando-as como reas verdes;
- Evitar que o projeto de drenagem conduza as galerias concentrao
das pluviais nas cabeceiras da drenagem natural, sem a devida
proteo e dissipao da energia;
- Traado virio deve evitar ruas longas situadas perpendicularmente as
curvas de nvel.
- Evitar concepes de projeto que impliquem movimentos de terra nas
proximidades das drenagens naturais;
- Procurar situar as vias principais paralelamente as curvas de nvel;
- Prever, nas extremidades inferiores dos loteamentos, nos locais de
lanamento das guas pluviais, estruturas de dissipao que impeam a
ocorrncia de processos erosivos.
Implantao do loteamento;
- Os loteamentos devem ser implantados por sub-bacias de drenagem;
- A implantao deve ser realizada jusante para montante;
- As obras de terraplanagem devem ser realizadas simultaneamente com
as obras de drenagem e obras de proteo superficial;
- Durante a execuo das obras, as redes de drenagem deveram estar
devidamente protegidas contra o assoreamento e a obstruo;
- Nos movimentos de terra de grande porte, devem-se prever sistemas
provisrios de drenagem; Evitar a execuo das obras de terra e de
implantao do sistema de drenagem nos perodos chuvosos.
Manuteno
- Os sistemas de drenagem devem ser periodicamente inspecionados,
realizando-se os reparos das partes destrudas e a desobstruo e o
desassoreamento dos coletores;
- Os lotes vazios devem ser mantidos com cobertura vegetal;

168
- As vias de circulao e os demais espaos pblicos devem ser mantidos
limpos, equacionando-se o problema do lixo.

ROTEIRO PARA A CONCEPO DE UM PROJETO DE
ESTABILIZAO E RECUPERAO DE VOOROCAS;
Para a concepo de projetos, e necessrio o levantamento de parmetros
bsicos que iro direcionar a obra na sua fase executiva. Para a elaborao
do projeto corretivo, com a realizao dos estudos bsicos, recomenda-se
seguir o seguinte roteiro:
- Obteno de dados hidrolgicos da bacia de contribuio para o
dimensionamento das obras hidrulicas;
- Levantamento topogrfico em detalhe da booroca e seus arredores,
visando o projeto de retaludamento;
- Caracterizao geotcnica de paramentos de solos, atravs de ensaios
laboratoriais para as obras de terra;
- Medidas de vazo do volume de guas subsuperficiais provenientes de
surgencias, para o dimensionamento dos drenos profundos;
- Elaborao do projeto bsico de drenagem e de estabilizao dos
taludes resultantes;
- Estabilizao da rea recuperada com revegetao e drenagem
superficial complementar;

169
MTODOS DE CONTROLE DA EROSO, CORREO E MEDIDAS
PREVENTIVAS;
O sistema adotado no controle da eroso urbana consiste basicamente de:
Controle
- Obras de microdrenagem, constitudas de sarjetas, bocas-de-lobo e
coletores.
- Obras de macrodrenagens que so aquelas destinadas conduo das
guas drenadas do quadro urbano at o lanamento final. Tais obras
consistem normalmente, de emissrios em tubulao de concreto
armado ou em canais abertos de concreto armado, gabies ou grama.
- Obras de extremidades e de estabilizao dos vales receptores.
Comumente so utilizados revestimentos dos talvegues, nos trechos
crticos, por meios de canais gramados, em concreto armado ou em
gabies; reduo da declividade natural do escoamento, fixando-a
atravs de barragens escalonadas de concreto, de terra com vertedor
de concreto ou de gabies; desvio de guas drenadas, circundando os
trechos mais crticos de montante dos talvegues, com emissrios mais
extensos.
- Obras de pavimentao destinadas a evitar a eroso laminar e em
sulcos nas ruas de maior declividade e assegurar a adequada eficincia
ao sistema de microdrenagem.
Correo do solo
A aplicao de medidas corretivas visando a recuperao de solos
degradados pela eroso continua sendo de viabilidade restrita a situaes
muito peculiares e localizadas.
- No caso de Eroso superficial ou laminar: pode-se recorrer ao plantio
de vegetao e a correo da drenagem que deu inicio a formao de
sulcos para que o ecossistema alcance um novo equilbrio, repondo a
fertilidade e produtividade primaria do solo.
- Eroso em voorocas: os investimentos corretivos necessrios so
financeiramente possveis e economicamente justificveis quando se
destinam a recuperar terras produtivas altamente valorizadas e de
pequena extenso.
De um modo geral, as intervenes so obras de engenharia:
a) Hidrulica

170
b) Engenharia de solos
c) Engenharia Agronmica
Constituindo-se fundamentalmente de obras:
- de interceptao e desvio das guas pluviais da vooroca por meio de
tubulaes que as devolvem a rede de drenagem natural aps previa
dissipao de sua energia erosiva em estruturas especiais;
- pequenos barramentos em escada, formando pequenas bacias de
reteno e decantao de sedimentos, destinadas a transformar-se em
terraos depois de ser assoreadas ou preenchidas com solo ou plantio
de vegetao visando fixar o solo e reduzir a velocidade das guas no
interceptadas.

As Medidas Preventivas
As medidas preventivas, muito mais eficazes e de custo social bem mais
reduzido, existem em maior numero. As limitaes a sua aplicao
decorrem no de restries financeiras ou de complexidade tcnica, mas
das dificuldades prprias de as sociedades menos desenvolvidas poltica e
socialmente manterem mecanismos legais, institucionais e administrativos
capazes de ordenar a ocupao e uso do solo, estimular a aplicao de
tcnicas ambientalmente adequadas e impedir as que ponham em risco os
recursos do patrimnio privado e publico.
Nas reas rurais as medidas preventivas resumem-se a utilizao de
praticas conservacionistas. As mais utilizadas so:
- preparo do solo para plantio em curvas de nvel;
- Terraceamento;
- estruturas para desvio que terminem em poos para infiltrao das
guas;
- controle das voorocas;
- Preservao da vegetao nativa nas reas de grande declive e nas
margens de cursos de gua, etc.
- Por meio da reduo das declividades e da criao dos obstculos aos
escoamentos sobre as linhas de maior declive, a gua tem sua
velocidade reduzida, o que facilita sua infiltrao.

171
- As praticas vegetativas ocorrem com o aumento da cobertura vegetal
do solo tais como o reflorestamento, cultivo em faixas e vegetao em
nvel, plantio de gramas em taludes, controle da capinagem (cortar sem
arrancar), cobertura do solo com palha e folhagem etc.

ANLISE DAS PRINCIPAIS CAUSAS DO INSUCESSO DAS OBRAS
DE ESTABILIZAO DE VOOROCAS URBANAS;
- Avaliao incorreta da vazo superficial de projeto
- Dimensionamento insuficiente do vertedouro para a vazo de projeto
- Dimensionamento insuficiente da estrutura de dissipao de energia
hidrulica.
- Colapso da fundao e ombreiras por eroso interna regressiva.
RECOMENDAES QUANTO MANUTENO DO SISTEMA DE
PROTEO CONTRA EROSO
fundamental que se observe que:
O perodo de conservao propriamente dita correspondente poca
imediatamente aps a implantao da obra, ser quando sero corrigidos
defeitos sistemticos e verificada a eficincia da proteo. Deve abranger
um ciclo hidrolgico anual completo, is to e, no mnimo um perodo de
temporada de fortes chuvas e um de estiagem da regio.
Plano geral de manuteno do sistema.
O talude dever contar com revises peridicas da rede de drenagem e da
proteo superficial, com correo de problemas tais como:
- extravasamentos com a formao incipiente de sulcos de eroso
causados por assoreamento, pequenos deslizamentos de montante,
ocupao do elemento de drenagem com ramas de vegetao e
problemas assemelhados;
- falhamento no revestimento protetor ou ocupao por espcies
daninhas que prejudiquem a vegetao primitiva;
- descalamento de elementos de drenagem;
- formao de sulcos de eroso, tendendo danificar os elementos de
drenagem;

172
- danos na proteo superficial, no caso de adoo de revestimento
como o betuminoso concreto projetado sem ou com tela metlica e
chumbadores.




173
Exerccio
Ex. 2) Compare a velocidade critica ou de autodragagem de um canal
considerando os diversos tipos de solo, de acordo com a tabela da ABNT,
abaixo;

Tamanho das partculas de acordo com a ABNT
Frao Limites Velocidade (m/s)
Matacao De 25 cm a 1,0 m
Pedra De 7,6 cm a 25 cm
Pedregulho De 4,8 cm a 7,6 cm
Areia grossa De 2,0 cm a 4,8 cm
Areia media De 0,042 mm a 2,0 cm
Areia fina De 0,05 mm a 0,042 mm
Silte De 0,005 mm a 0,05 mm
Argila Inferior a 0,005 mm


Um pouco de Geologia!

As partculas resultantes da desagregao de rochas dependem da
composio da rocha matriz.

P.e.
- QUARTZO: Siltes e Areias S
i
O
2
(Silcio e Oxignio)
- FELDSPATOS: Argilas 2,0 mm S
i
O
2
e Al (OH)
3
(Caulita, ilita,
esmectita)

Sua identificao por prospeo do subsolo segue os procedimentos da
NBR 6484.

174

RECOMENDAES PARA URBANIZAO FUTURA
Da observao dos problemas mais comuns, relacionados aos processos
erosivos, recomendam-se as seguintes diretrizes para futuros loteamentos:

Concepo do projeto

- Manter desocupadas as cabeceiras e linhas de drenagem natural,
utilizando-as como reas verdes;
- Evitar que o projeto de drenagem conduza as galerias concentrao
das pluviais nas cabeceiras da drenagem natural, sem a devida
proteo e dissipao da energia;
- Traado virio deve evitar ruas longas situadas perpendicularmente as
curvas de nvel.
- Evitar concepes de projeto que impliquem movimentos de terra nas
proximidades das drenagens naturais;
- Procurar situar as vias principais paralelamente as curvas de nvel;
- Prever, nas extremidades inferiores dos loteamentos, nos locais de
lanamento das guas pluviais, estruturas de dissipao que impeam a
ocorrncia de processos erosivos.

Implantao do loteamento;

- Os loteamentos devem ser implantados por sub-bacias de drenagem;
- A implantao deve ser realizada jusante para montante;
- As obras de terraplanagem devem ser realizadas simultaneamente com
as obras de drenagem e obras de proteo superficial;
- Durante a execuo das obras, as redes de drenagem deveram estar
devidamente protegidas contra o assoreamento e a obstruo;
- Nos movimentos de terra de grande porte, devem-se prever sistemas
provisrios de drenagem;

175
- Evitar a execuo das obras de terra e de implantao do sistema de
drenagem nos perodos chuvosos.

Manuteno

- Os sistemas de drenagem devem ser periodicamente inspecionados,
realizando-se os reparos das partes destrudas e a desobstruo e o
desassoreamento dos coletores;
- Os lotes vazios devem ser mantidos com cobertura vegetal;
- As vias de circulao e os demais espaos pblicos devem ser mantidos
limpos, equacionando-se o problema do lixo.



176
ANEXOS

ENSAIOS EM LABORATRIO PARA DETECO DE TERRENOS
ERODVEIS
Ensaios de laboratrio no so exatamente especficos para a deteco de
terrenos erodidos embora haja alguns trabalhos que relatam experincias
com parmetros mais estudados em relao a resultados de ensaios como
os de caracterizao: Anlise granulomtrica e Limites de Atteberg, Cone
de Penetrao, Permeabilidade, Compresso Axial, Cilindro Rotatrio.
Os mais especficos so:
Inderbitzen,
Desagregao.
Descrio de alguns Ensaios para caracterizao da eroso
Ensaio de absoro de gua e perda de massa por imerso
O ndice de absoro (S) estabelecido com auxlio de um grfico que
representa volume de gua absorvido por unidade de rea da base do
corpo de prova (q) em funo da raiz quadrada do tempo (\t), sendo o
ndice de absoro (S) o coeficiente angular do trecho inicial retilneo.
Encerrado o ensaio de absoro de gua, realiza-se o ensaio de perda por
um perodo de 24 horas, determinando-se assim a perda de massa seca (P)
em percentagem em relao massa seca inicial da amostra.






ndice de erodibilidade (e);
Plotando-se os valores de S (abscissa) e P (ordenada), o ndice de erodibilidade proposto por
Nogami & Villibor (1979) calculado atravs da seguinte expresso: E = 52 S/P, onde S e P
so os valores determinados. O valor de E igual a 1, separa os materiais erodveis dos no
erodveis. Valores abaixo da unidade indicam solos com alta erodibilidade.

177
Ensaio de penetrao de cone
Este ensaio baseado na utilizao do equipamento de ensaio normalizado
pela BS 1377:1975 (Head, 1980), porm com algumas alteraes. A
necessidade de se ajustar novos parmetros para a execuo do ensaio
tornou-se imprescindvel, haja vista que para a configurao original do
equipamento, as medidas de penetrao no solo, na condio em que
seriam estudados, no se tornariam viveis.
Vrios testes devem ser realizados variando-se a altura de queda e a massa
do conjunto de penetrao, empregando-se amostras de solo compactadas,
com o grau de compactao variando na faixa de 80 a 85% do Proctor
Normal. Buscando-se um procedimento reprodutvel para medir a
resistncia penetrao tanto das amostras na sua condio de umidade
natural quanto depois de saturadas. Procura-se estudar o comportamento
de amostras indeformadas com altura de 40 mm e dimetro de 73 mm,
perante a penetrao de um cone com ngulo de abertura de 30 e altura
de 35 mm. Ver figura a seguir.
Mede-se em cada teste a altura de penetrao alcanada pela sua ponta
em 09 (nove) pontos diferentes na superfcie de cada amostra. A Saturao
obtida por capilaridade pelo perodo de 1 hora. Os valores de penetrao
natural e saturada so obtidos atravs da mdia dos valores alcanados em
trs repeties, excluindo-se aqueles que apresentem valores de disperso
em relao mdia acima de 5%. A Figura abaixo mostra o equipamento
do ensaio de penetrao de cone.


178


Figura - Equipamento de ensaio de penetrao de cone

A partir dos valores de penetrao nas condies natural (Pnat) e saturada
(Psat), pode-se definir DP (variao de penetrao), conforme a equao a
seguir apresentada:
DP = (Psat. - Pnat.) / (Pnat.) = DP (variao de penetao)
Concluso: Terrenos mal compactados propiciam uma ao erosiva
intensa sobre eles.














179
Ensaio de compresso simples

Os ensaios de resistncia compresso simples foram realizados em
corpos de prova na condio de umidade natural e de saturao. Esta
saturao foi obtida por capilaridade para um perodo de 3 horas. O
cisalhamento do corpo de prova foi realizado de acordo com o que
preconiza a ABNT - NBR 12770 (Determinao da resistncia compresso
no confinada).


180
Ensaios de permeabilidade
Na tentativa de visualizarmos alguns fenmenos que ocorrem nas
voorocas, pode-se montar modelos na tentativa de obter alguns resultados
qualitativos sobre a mesma.
- Bloco indeformado submetido secagem e saturao: submete-se, um
bloco coletado da booroca a estudar, a ciclos de secagem (lmpadas de
aquecimento) e saturamento (gotejamento). As observaes podero
evidenciar o aparecimento de trincas na superfcie aps alguns ciclos de
saturao e secagem, podendo evoluir e se ramificar em tempo
relativamente curto.

Simulao do fenmeno piping em modelo reduzido da encosta
Monta-se um modelo usando sedimentos da booroca a ser estudada com o
grau de compactao real e umidade prxima tima. Na regio
montante da encosta construsse um reservatrio de gua que estabelece
um gradiente hidrulico prximo 1/3.
Aps um perodo de aproximadamente 30 horas de percolao verifica se o
sedimento se liquefez na base do talude, se ocorreu tambm remoo de
partculas externas e internas ("piping"). Segue-se a esse fenmeno a
formao de cavidades, geradas pelo deslocamento do material liquefeito.
(pipe = transportar, tubo, bombeamento, etc).

Ensaio de teste qumico
Que consiste em se determinar quantidade meq/1 dos sais de Na,K,Ca,Mg,
em um extrato de saturao, obtido a partir de uma pasta saturada do solo.
Relacionando resultados de testes qumicos e performance dos sedimentos
analisada constata-se zonas de caractersticas de solos dispersivos ou no
dispersivos. Conseqentemente, tal fenmeno tambm contribui para o
desenvolvimento de eroso interna nos sedimentos em questo.

181
Ensaio com cilindro rotativo;
O Cilindro Rotatrio possui duas vantagens principais em relao aos demais
ensaios de eroso. Em primeiro lugar, submete o corpo de prova durante o
ensaio a tenses hidrulicas de cisalhamento que o esforo real que
produz o fenmeno de eroso. Em segundo, fornece um resultado
quantitativo da resistncia a eroso, ou seja, a "tenso de cisalhamento
hidrulica critica" definida como aquela que produz o inicio de arraste das
partculas de solo.
Os resultados deste ensaio podem ser usados para prever a ocorrncia de
eroso nos casos em que a superfcie do solo solicitada por um fluxo
d'gua como em canais de terra, em taludes de corte ou aterro, em valas de
drenagem, e tambm na escolha da dosagem adequada de aditivo
estabilizador, etc.

O ensaio de Inderbitzen
Tem por finalidade medir a eroso de uma amostra de solo indeformada ou
compactada sob diversas condies de vazo, inclinao do topo da amostra
e umidade.
O equipamento usado para o ensaio um plano inclinado com um furo
central circular, preso em cantoneiras que possibilitam variar seu ngulo de
inclinao. No furo coloca-se a amostra de solo de 15,24cm de dimetro e
4,60cm de altura a ser ensaiada cuja superfcie fica no mesmo nvel que a
do plano. Na parte superior da rampa, adapta-se um reservatrio que
proporciona o fluxo da gua na superfcie do plano. A vazo mantida
constante durante cada ensaio. O equipamento mostrado em anexo.
A metodologia para execuo do ensaio de Inderbitzen faz parte bibliografia
especializada.
Realiza-se o maior numero possveis ensaios de Inderbitzer em amostras
coletadas nos diferentes horizontes das reas-teste. Ensaia-se,
predominantemente nas vazes de 173cm
3
/seg e 314cm
3
/seg, com as
inclinaes de rampa de 44
o
e 59 e sob as seguintes condies de umidade
da amostra: na umidade natural (a maior quantidade), aps ressecamento
em estufa a 50 e aps embebio. As condies de ressecamento visam
reproduzir o efeito da insolao no talude e as de embebio o de um clima
mido.

182
Compara-se a susceptbilidade do solo eroso conforme avaliada em
laboratrio com a observao qualitativa da eroso dos horizontes de solo
nas reas-teste.
O ensaio de Inderbitzen pode ser, portanto uma boa medida da
susceptibilidade do solo eroso.

Ensaio de Desagregao
O ensaio de desagregao foi idealizado em 1958 pela enga. ANNA
MARGARIDA FONSECA quando estudava solos para fins de fundao em
Braslia.
Consiste em colocar amostras de forma cbica com cerca de 6cm de lado
em uma bandeja com gua. A amostra fica submersa a 1/3 de sua altura.
Anota-se o tempo de saturao da amostra, o tempo de incio de sua
fissurao e o tempo de sua desagregao total ou parcial.
A metodologia para execuo do ensaio de desagregao foi constada nas
RECOMENDAES PARA PROTEO DE TALUDES CONTRA EROSAO
SUPERFICIAL.







183
IMAGENS DE EROSAO








184
TABELAS

TABELA 1
Perdas de solo por eroso decorrente de diferentes coberturas vegetais
(Bertoni, 1985).
TIPO DE VEGETACAO OU
CULTIVO
PERDAS DE SOLO
(ton/ha ano)
Mata 0,004
Caf 0,9 a 1,1
Pastagem 0,4 a 0,7
Mamona 41,5
Feijo 38,1
Mandioca 33,9
Amendoim 26,7
Arroz 25,1
Algodo 24,5 a 33,0
Soja 20,1
Batata 18,4
Cana 12,4
Milho 12,0
Milho + Feijo 10,1
Fonte: Livro Engenharia Ambiental, pg. 137 Benedito Braga.

185
TABELA 2

Valores de C (fator cultivo) para cobertura vegetal
Tipo e altura de cobertura (% da cobertura do solo e o coeficiente c)
0% 20% 40% 60% 80%
95-
100%
Cobertura de pastos
baixos
0,45 0,20 0,10 0,042 0,013 0,003
Cobertura de pastos
e ervas (0,5m)
0,36 0,17 0,09 0,038 0,012 0,003
Arbustos (2 m) 0,40 0,18 0,09 0,040 0,013 0,003
rvores (4 m) 0,42 0,19 0,10 0,041 0,013 0,003
Fonte: Jaime Suarez Diaz Control de Erosion pg. 41

TABELA 3

FATOR P DE PRTICAS DE CONSERVACO
DECLIVIDADE % CULTIVO EM NVEL
EM
FAIXAS
TERRAOS
1-2 0,60 0,30 0,12
3-8 0,50 0,25 0,10
9-12 0,60 0,30 0,12
13-16 0,70 0,35 0,14
17-20 0,80 0,40 0,16
21-25 0,90 0,45 0,18
Fonte: Jaime Suarez Diaz Control de Erosion pg. 42

186
TABELA PARA CLASSIFICAO DO SOLO ERODIDOS
251

TABELA
Perdas de solo por eroso decorrente de diferentes coberturas vegetais (Bertoni, 1985).
Fonte: Livro Engenharia Ambiental, pg. 137 Benedito Braga.
TIPO DE VEGETACAO OU CULTIVO PERDAS DE SOLO (ton/ha ano)
Mata 0,004
Caf 0,9 a 1,1
Pastagem 0,4 a 0,7
Mamona 41,5
Feijo 38,1
Mandioca 33,9
Amendoim 26,7
Arroz 25,1
Algodo 24,5 a 33,0
Soja 20,1
Batata 18,4
Cana 12,4
Milho 12,0
Milho + Feijo 10,1
258

187
LEI N 6.225, de 14 de julho de 1975.

Dispe sobre discriminao, pelo Ministrio da Agricultura, de regies para
execuo obrigatria de planos de proteo ao solo e de combate eroso
e d outras providncias.

O PRESIDENTE DA REPBLICA
Fao saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Artigo 1 - O Ministrio da Agricultura, dentro do prazo de 180 (cento e
oitenta) dias, discriminar regies cujas terras somente podero ser
cultivadas, ou por qualquer forma exploradas economicamente, mediante
prvia execuo de planos de proteo ao solo e de combate eroso.
Pargrafo nico - A discriminao de terras de que trata este Artigo
poder ser renovada anualmente.
Artigo 2 - Os proprietrios de terras localizadas nas regies abrangidas
pelas disposies desta Lei, que as explorem diretamente, tero prazo de 6
(seis) meses para efetivamente dar incio aos trabalhos de proteo ao solo
e de combate eroso e de 2 (dois) anos para conclui-los, contados ambos
da data em que a medida for obrigatria.
Pargrafo nico - Quando se tratar de arrendatrio de terras, o prazo de
concluso dos trabalhos de que trata este Artigo ser de 1 (um) ano,
mantidas as demais condies.
Artigo 3 - Qualquer pedido de financiamento de lavoura ou pecuria,
destinado aplicao em terras onde for exigida a execuo de planos de
proteo ao solo e de combate eroso, somente poder ser concedido,
por estabelecimento de crditos, oficiais ou no, se acompanhado de
certificado comprobatrio dessa execuo.
1 - Dentro do prazo 90 (noventa) dias, a partir da entrada em vigor
desta Lei, o Ministrio da Agricultura enviar ao Banco Central, para
distribuio rede bancria nacional, instrues sobre as medidas exigidas
nas reas indicadas no Artigo 1 para serem distribudas, atravs das
carteiras de crdito rural, aos agricultores que delas se utilizem. O
cumprimento dessas instrues passar a ser exigido pelos Agentes
Financeiros no ano agrcola seguinte.
2 - Tratando-se de financiamento especfico para custeio de planos de
proteo ao solo e de combate eroso, a sua tramitao nos

188
estabelecimentos de crditos preferir a quaisquer outros. 3 - As
instrues mencionadas (vetado) podero ser reformuladas pelo Ministrio
da Agricultura, sempre que necessrio, objetivando o aperfeioamento de
prtica conservacionistas.
Artigo 4 - O certificado comprobatrio de execuo dos trabalhos ser
passado por Engenheiro-Agrnomo do Ministrio da Agricultura, ou de
outro rgo federal, estadual ou municipal, ou de iniciativa privada, atravs
(vetado) de competncia outorgada pelo referido Ministrio.
Pargrafo nico - O certificado dever conter especificaes do sistema
de proteo ao solo e de combate eroso, empregado pelo interessado.
Artigo 5 - O Poder Executivo regulamentar o disposto nesta Lei no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias, a contar de sua publicao.
Artigo 6 - Ao Departamento Nacional de Engenharia Rural (DNGE), do
Ministrio da Agricultura, atravs de sua diviso de Conservao do Solo e
da gua (DICOSA), compete promover, supervisionar e orientar a poltica
nacional de conservao do solo.
Artigo 7 - Esta Lei entrar em vigor na data de sua publicao,
revogadas as disposies em contrrio.

189
Bibliografia especifica

1. Jaime Suarez Diaz Control de Erosion en Zonas Tropicales Ed.
Universidad Industrial de Santander. 2001. Bucaramanga
Colombia.
2. Benedito Braga Introduo a Engenharia Ambiental Escola
Politcnica da Universidade de So Paulo. 2002. So Paulo Brasil
3. Sandra Baptista da Cunha Avaliao e Percia Ambiental Ed.
Bertrand Brasil. 3
a
ed. 2002. Rio de Janeir o, Brasil.
4. Tucci Drenagem Urbana ABRH Rio Grande do Sul. 1995.
SITES:
a. www.deflor.com.br
b. www.ipt.br

190





CAPTULO 07

GUAS SUBTERRNEAS


Introduo
Classificao do subsolo quanto presena de gua
gua e subsolo
Movimento da gua subterrnea
Permeabilidade Permemetros
Aqfero
Mtodos de localizao de gua subterrnea Perguntas e respostas.

Aplicaes
Intruso salina
Aqfero Guarani
Rebaixamento de poo



191
1. INTRODUO

O Brasil possui 70% do maior lenol de guas do mundo, mas todo esse
potencial de recarga dos rios esta ameaada pela contaminado do solo e a
perfurao excessiva de poos tubulares. Falta de Legislao torna o
problema critico em Minas Gerais.
Os primeiros poos de que se tem noticia no Brasil foram abertos em 1846,
visando abastecer duas fabricas de cerveja, uma em Petrpolis e outra em
So Paulo. Ainda na primeira metade do sculo XIX, foram perfurados
poos tubulares no Nordeste, para combater a seca. De l para c, houve
uma verdadeira corrida s guas do subsolo. Estimativas indicam que, por
ano, em todo o Pais, so abertos cerca de 10 mil poos tubulares.(Estado
de Minas 23/03/2003 Pg. 18 Tesouro subterrneo saqueado).

1.1 A distribuio de gua no planeta
De toda a gua existente no planeta 97% dela gua salgada. Dos 3%
restantes, 2% esto nas calotas polares e nas geleiras. Somente 1% da
gua existente no planeta pode ser aproveitada pelo homem, tanto para o
seu consumo direto quanto para a utilizao na agropecuria.
Destes 1% de gua potvel a maior parte dela encontra-se no subsolo, e a
nica forma possvel de alcana-la atravs da perfurao de poos.




192
Outorgas superficiais - 8607
Outorgas subterrneas - 6748
Certides de usos insignificante - 2782
DEMANDA HDRICA POR FINALIDADE
Outros
5%
Irrigao
60%
Abastecimento
25%
Industrial
7%
Aquicultura
3%
Irrigao Abastecimento Industrial Aquicultura Outros
PANORAMA DAS OUTORGAS NO ESTADO DE MG
293





193
1.2 O comportamento do subsolo
Em sntese, o subsolo formado por estruturas porosas e estruturas
impermeveis. Cada uma delas apresenta diferentes caractersticas de
armazenamento e conduo de gua.
Estruturas porosas
Dentre as estruturas porosas existem aquelas constitudas por materiais
que permitem a circulao da gua por entre os seus poros com facilidade,
por apresentarem grandes espaos entre os seus gros (figura 1), e outras
que so compostas por materiais que absorvem a gua, mas a retm entre
os seus gros, por apresentarem espaos muito pequenos entre eles, o que
dificulta a circulao da gua em seu meio (figura 2).



Estruturas impermeveis
Composta por materiais impermeveis, a absoro da gua ocorre em
nveis baixssimos ou nulos, sendo a caracterstica predominante da
estrutura impermevel conduo da gua atravs de fendas ou fraturas.
Como exemplo tem-se as rochas cristalinas, que podem ser constitudas
por granito, rilito, varvito, siltito, etc.

194
Fonte: Recursos Hdricos- bloco 4 Ed. 2000 Ed. Unicamp.
Material Geolgico Tamanho do gro (mm) Porosidade (%)
Condutividade Hidrulica K
(m/dia)
Argilas 0,0005 a 0,002 45 a 60 < 10
-2
Argilas aluvionares 0,06 a 2,0 30 a 40 1 a 500
Cascalhos aluvionares 2,0 a 64,0 25 a 35 500 a 10000
Arenito mdio 5 a 30 10
-4a 10
Granito grande 0,0001 a 1,0 0,0003 a 0,03
Ardsia pequeno 0,001 a 1,0 10
-8a 10-5
301

270



195


Esquema ilustrativo de subsolo com Estrutura Impermevel











196


1.3 A Hidrogeologia
Os Rios
Os rios formam parte do ciclo hidrolgico - a circulao contnua de gua
entre a terra, o mar e a atmosfera. A nascente de um rio pode ser uma
fonte na montanha ou um lago, ou uma geleira em fuso. O curso que o
rio toma a seguir depende da declividade do terreno e dos tipos de rochas
e formaes sobre os quais escoa. Em seu curso superior em terras altas, o

197
rio corre sobre rochas e mataces descrevendo saltos e entalha vales de
vertentes ngremes em forma de V. Mais a jusante, flui calmamente sobre
sedimentos e forma meandros divagantes, erodindo lateralmente para dar
origem a plancies e vales amplos. Ao chegar costa, o rio pode depositar
sedimentos para formar um esturio ou um delta.


2. Classificao do subsolo quanto presena de gua
2.1 Classificao do solo
a) Zona de aerao;
b) Zona intermediria de Lenol fretico;
c) Zona de saturao ou de gua subterrnea;
d) Mergulho do lenol.

Mergulho do Lenol tem a direo do mergulho da superfcie do terreno em
direo a uma rea de presso mais baixa, tal como um crrego
(nascente).

2.2 Diviso das rochas quanto a sua permeabilidade
- Permevel: 0,005 m/dia V 1,5 m/dia
- Impermevel: V 0,005 m/dia


198




199
MOVIMENTO DA GUA SUBTERRNEA
O movimento da gua subterrnea segue as leis da hidrodinmica, o
teorema de Bernoulli e a equao da Continuidade, onde a perda de carga
ser devido ao atrito interno da gua atravs da amostra de solo. A lei de
Darcy (1856) explica esse fenmeno.

3.1 Deduo da Lei de Darcy a partir da equao da
continuidade;
Equao da continuidade,
J + g + E . (P/t) = 0
Onde:
g = ganho ou perda interna
E

= energia do sistema
P = quantidade qualquer
t = tempo
J = densidade de fluxo (q/A)
q = taxa de fluxo.

3.2 Condies de estudo
Reynolds (1< RE <10) maioria das guas subterrneas;
- Fluxo permanente;
- Unidimensional;
- Sem fonte ou perda interna.

200
J + 0 + 0 = 0
(J
E
- J
S
) + 0 + 0 = 0
Logo,
J = J
s
= J
E,
J = Q / A = C.P
Onde:
C = coeficiente de proporcionalidade entre a Densidade de Fluxo e a Forca
motriz (P)
Fazendo,
C = K
E, chamando K de condutividade hidrulica do solo, dado pela formula
abaixo;

K = (p..g)/
Onde
p = permeabilidade do solo
= densidade da gua
g = acelerao da gravidade
= viscosidade dinmica da gua
Fazendo,
P = H = chamando-a de carga hidrosttica
Tem-se;

Q = K . A. (H /X)

Lei de Darcy para o fluxo de percolao da gua atravs de um solo com
condutividade hidrulica K e gradiente hidrulico H. Tambm aplicada

201
para os experimentos que medem a percolao da gua atravs de um
solo, ou seja, os permemetros de coluna fixa e o de coluna varivel.
Ou

Q = A.V
Q / A = V = K.(H /X)
V = Velocidade de percolao da gua subterrnea, em m/s



202
Exemplo

Numa sondagem de solo a percusso concomitantemente foi efetuada um
ensaio de percolao para determinar o coeficiente de percolao, k do
solo Deve-se manter o furo do solo permanente cheio com gua durante
um intervalo de tempo. Pois, a vazo que entra (gua adicionada pelo
laboratorista) dever ser igual vazo que ir percolar no solo. Foi iniciado
aps a saturao do solo. Considere o dimetro do furo no solo igual 6,35
cm.
De acordo com o quadro abaixo, pede-se para determinar o coeficiente de
permeabilidade k do solo.

Quadro 4

Ensaio a percusso para percolao da gua
Ord Hora Tempo (min) Volume (litro)
1 11:05 0 -
2 11:06 1 0,370
3 11:07 1 0,370
4 11:08 1 O,320
5 11:09 1 0,320
6 11:10 1 0,280
7 11:11 1 0,290
8 11:12 1 0,280
9 11:13 1 0,260
10 11:14 1 0,250
11 11:15 1 0,290
TOTAL - 10 3,030
Fonte: secundria
Nota:

203
Considere: y
1
= 50 cm; y
2
= 2,0 m e L = 3,0 m

Figura de Sondagem percusso;


Y
1


Tubo

Y
2

h



Solo
L



Figura 6 sondagem para percolao da gua Fonte:
secundria
Soluo;
Da Lei de Darcy
Q = k. A.(AH/L)
(3,03.10
-3
m
3
/10.60 seg) = k. [3,14 (6,35.10
-2
)
2
/ 4].2,5/3,0
Resposta;
k = 1,91.10
-3
m/s = 1,91.10
-5
cm/s
Q(vazo
adicionad
a)
Q (vazo que
sai por
percolao)

204
AQFEROS

4.1 Definio
Rocha que armazena e flui gua. Depender da porosidade e
permeabilidade da rocha.
Os melhores aqferos so areias e cascalhos aluvionares.

4.2 Classificao
Ver figura abaixo sobre os aqferos confinados e no confinados.
- Aqferos no confinados;
- Aqferos confinados;
- Poo artesiano;
- Superfcie piezomtrica;
- rea de recarga e osis.

Figura de aqfero





205
2. LOCALIZAO DE GUA SUBTERRNEA

5.1 Mtodos geolgicos

o estudo geolgico superficial, utilizando fotografias reas e mapas
geolgicos disponveis, para mapear os tipos de rochas com suas
porosidades e condutividade hidrulica. E constatar possveis aqferos
existentes.
Material
Geolgico
Tamanho do
gro (mm)
Porosidade
(%)
Condutividade
Hidrulica K
(m/dia)
Argilas 0,0005 a 0,002 45 a 60 < 10
-2
Argilas aluvionares 0,06 a 2,0 30 a 40 1 a 500
Cascalhos
aluvionares
2,0 a 64,0 25 a 35 500 a 10000
Arenito mdio 5 a 30 10
-4
a 10
Granito grande 0,0001 a 1,0 0,0003 a 0,03
Ardsia pequeno 0,001 a 1,0 10
-8
a 10
-5
Fonte: Recursos Hdricos- bloco 4 Ed. 2000 Ed. Unicamp.

5.2 Mtodos Hidrolgicos

- Inclui investigaes da disponibilidade da gua para recarga do aqfero
(precipitao, escoamento superficial);
- Infiltrao, indicar rochas impermeveis;
- Fontes, mapear a posio do lenol fretico em aqfero.

5.3 Mtodos geofsicos

Investigaes com maiores detalhes. Por sondagens verticais.

206
A tcnica geofsica mais utilizada a que mede a resistividade.
A resistividade do ensaio das rochas controlada principalmente por seu
contedo em gua e sua soluvidade, ou pelo seu contedo de minrio de
ferro, quando esta a predominncia.
Rochas secas possuem uma resistividade, enquanto que rochas contendo
gua possuem uma resistividade baixa, uma vez que a resistividade
inversamente proporcional e condutvel. Um aumento dos ons na gua,
medido pela soluvidade, leva a uma diminuio correspondente da
resistividade.



207
AS PERGUNTAS MAIS FREQENTES PARA PROSPECO

1) Por que usar pesquisa geofsica/ geolgica antes de perfurar
um poo?
A figura 1 abaixo, responde esta pergunta:
a. Os poos 1, 3 e 5 sero secos, pelo fato deles no penetrarem as
zonas de fraturas da rocha;
b. Os poos 2, 4 e 6 encontraram tais zonas e portanto produziro
gua;
Os poos 2 e 4 so surgentes. A gua chega at a superfcie, devido as
respectivas reas de recarga estarem situadas em maior altitude que os
poos.
Esboo de um perfil geolgico obtido por geofsica indicando os locais para
perfurao.


Obs: a geofsica e a geologia localizam as zonas de fraturas

2) Quais so os problemas hidrogeolgicos que a prospeco
geofsica pode ajudar a resolver?
- Localizao de camadas e fraturas;
- Localizao de cavernas em regies calcrias;

208
- Estimativa da profundidade do aqfero e do nvel hidrosttico;
- Localizao de antigos canais de rios que podem armazenar uma
grande quantidade de gua subterrnea;
- Determinao da extenso lateral, espessura e volume de uma
formao;
- Avaliao da porosidade total e das reservas de gua de um aqfero;
- Medida da velocidade de circulao da camada de gua;
- Determinao da salinizao das guas;
- Comprovao de relaes entre aqferos;
- Mapeamento de rios subterrneos;
- Localizao de fontes termais;
- Em regies costeiras, profundidade de contato da gua doce com gua
do mar;
- Na perfurao em sedimentos, a posio aproximada dos filtros de
revestimento;

3) Quais so os principais mtodos usados na prospeco
geofsica de gua subterrnea?
Mapeamento de subsuperfcie em termos de resistividade eltrica das
rochas.
O grande progresso tecnolgico e cientfico atualmente faz com que os
mtodos aumentem constantemente em nmero e qualidade. Aqui
apresentaremos aqueles de aplicao mais generalizada.

4) Em que consiste uma sondagem eltrica?
Uma sondagem eltrica consiste em estabelecer a curva de variao com a
profundidade da resistividade aparente de um terreno atravs de medidas
na superfcie realizada com ajuda de um dispositivo de quatro eletrodos
AMNB. A profundidade de investigao pode ser regulada variando as
distncias entre A, B da corrente.

209


Variao de resistividade com a Profundidade

Dispositivos Mais Usados




210









211
MTODOS ELETROMAGNTICOS - FUNDAMENTOS
Apesar de existir uma grande variedade de mtodos eletromagnticos,
todos eles tm o mesmo fundamento: se na superfcie existe um corpo
condutor submetido a um campo magntico, este campo induz nele uma
corrente que por sua vez gera um campo magntico que permite localiz-
lo.


Exemplo para o VLF



TRANSMISSORES DISTANTES ENVIAM O SINAL 1
O VLF EM faz uso de transmissores de rdio distantes que enviam
comunicaes para submarinos na freqncia de 15 30 KHz. Um receptor
porttil usado para medir a componente real "in-phase" do campo
magntico vertical secundrio de condutores (aqferos ou minerais, da
subperfcie, relativo ao campo primrio horizontal.

212
FATOS SOBRE A GUA SUBTERRNEA
Aproximadamente 800 000 poos so perfurados nos Estados Unidos
anualmente. Isto implica o uso de mais de 19 000 perfuratrizes e
aproximadamente 8 000 firmas de perfurao.
No Brasil no chegamos nem a 10 000 poos por ano.
A regio mais seca do Brasil, Nordeste onde quase no se perfuram
poos.
gua subterrnea gua que preenche fraturas e outras aberturas em
camadas de rocha e areia. Cada gota de gua que penetra dentro do
solo movese para baixo at o lenol fretico, que o nvel de gua do
reservatrio subterrneo. gua subterrnea encontrada em fraturas
de rocha e areia capazes de reterem gua, semelhante a uma esponja
que retm gua.
A locao de poos deve ser de preferncia feita por especialistas no
assunto.
Para identificar reas onde a probabilidade de sucesso de perfurao alta,
interessante preparar um MAPA DO LOCAL onde deve ser levado em
conta:
a. condies de sub-superfcie ( a geofsica fornece estes dados )
b. tipos de materiais de superfcie
c. vegetao
d. topografia
e. gua superficial
f. possveis fontes de contaminao
g. facilidade de acesso a usurios
Obs.: fotografias areas, relatrios geolgicos, perfis de poos e mapas
topogrficos so teis em estudar estes fatores.



213
Distncia mnima de separao de fontes contaminantes.
Distncia (m)
100
depsito de lixo, oficina de consertos de carro,
postos de gasolina, operaes industriais
50 tanques ou piscina de esgotos
30
privada, latrina, fossas, currais, plantaes
que usam fertilizantes
15 tanque sptico
7 drenagem, casa
Depois da abertura de um poo, tanto ele como os sistemas de
bombeamento devem ser desinfetados para que matem microorganismos
que podem causar doenas (germes e bactrias) que podem se localizar no
revestimento do poo, areia, solo, na tubulao de bombeamento e na
gua usada na operao de perfurao.
Dois produtos usados na desinfetao de poos so:
a) hipoclorito de sdio
b) hipoclorito de clcio
interessante ter a assistncia de um especialista para efetuar a
desinfeco do poo. Muito cuidado deve ser tomado no uso destas
substncias desde que concentraes superiores a 1000 ppm podem ser
fatais. Obs.: na falta de um especialista usar uma quantidade de 250
miligramas / litro e deixar pelo menos 24 horas dentro do poo. Bombear o
poo at desaparecer o odor do produto.
Efetuar a anlise bacteriolgica depois de uma semana.


214
LEITURA COMPLEMENTAR

INTRUSO SALINA
a cunha de gua subterrnea salgada, de maior densidade, situada
debaixo da gua subterrnea doce, menos densa, situada abaixo do
continente.
Figura da intruso salina ou cunha

215
Condies de equilbrio na intruso salina
Aplicando manomtrica no ponto X (interface gua doce e gua salgada),
tm-se:
h
2
= (h
1
) - altura da coluna de gua
p
1d
= p
2 s
- presso da gua doce e salgada

d
= 1000 Kg/m
3
- gua doce

s
= 1025 Kg/m
3
- gua salgada
Soluo;
p
d
.g(h
2
+ h
1
) =
s
.g.h
2
h
2
=
d
.h
1
/(
s

d
)
Da,
h
2
= 40.h
1


216
Preveno e controle de intruso salina no litoral
- Manter o lenol fretico sempre acima do nvel do mar e mergulhando
para baixo, em direo e corta a taxa de remoo da gua subterrnea.
- Injeo de gua doce no subsolo:
- Coleta do excesso da chuva, impedindo na espera diretamente o
mar, ela ser, ento injetada por poos secundrios situados entre
os poos principais de extrao e o litoral.
- Descargas de esgoto.


217
POTENCIAL HIDROGEOLGICO DA AMAZNIA
Antonio Carlos F.N.S. Tancredi
6


Os recursos hdricos subterrneos na Regio Amaznica so ainda
pouco estudados. Seu potencial grande, porm pouco conhecido.
A ocorrncia da gua subterrnea pode ser classificada em duas
principais unidades hidrogeolgicas: os aqferos de rochas cristalinas e os
aqferos de rochas sedimentares (Figura 1).





Figura 1 reas cristalinas e sedimentares da Amaznia
(adaptado de CUNHA et al, 1994).


6
Presidente da ABAS / Ncleo Par, Rua Antonio Barreto, 1013 - Umarizal, CEP 66055-
050 - Belm - PA, Fone: 091 223-0983.

218
AQFEROS DE ROCHAS CRISTALINAS

O manto de intemperismo de maneira geral espesso e apresenta
uma zona com areias argilosas, as vezes com concrees laterticas;
contem material frivel de agregados de cristais desintegrados e
fragmentos de rochas. As zonas de rochas fraturadas so alongadas em
diversas direes e com comprimento de metros a muitos quilmetros.
Pode estar preenchida com material argiloso mais impermevel ou mais
grosseiro
Pesquisas hidrogeolgicas com utilizao de mtodos geofsicos para
a determinao da espessura mxima da camada intemperizada e
mapeamentos estruturais tm resultado na locao de poos de captao
com produtividade superior a 70 m
3
/h nas reas cristalinas do Escudo Brasil
Central.
A porosidade efetiva situa-se de 0,01 a 0,1 e a condutividade
hidrulica varia de 10
-2
m/d a 10
2
m/d.
As zonas mais produtivas das guas subterrneas nas reas do
embasamento cristalino localizam-se, de maneira geral, at a ordem de 30
m de profundidade, diminuindo com o aumento da profundidade, com
viabilidade at cerca de 60 m. Porm h sistemas de fraturas com
profundidades maiores, que aps estudos de sua distribuio tem mostrado
grande potencial de armazenamento.

AQFEROS DAS ROCHAS SEDIMENTARES

Bacia do Tacutu
Nessa bacia a Formao Boa Vista recobre as demais unidades e
constitui-se no aqfero mais importante. O nvel hidrosttico das guas
subterrneas situa-se at a profundidade de pouco mais de 15 m, segundo
a altitude do local. A espessura mxima desse sistema hidrogeolgico situa-
se em torno de 120 m.
Os principais aqferos na bacia do Tacutu na parte brasileira so
constitudos por cascalhos, areias e arenitos da Formao Boa Vista, Areias
Brancas e Aluvies Quaternrios. Dados de poos tubulares apresentam
para o coeficiente de transmissividade 300 m
2
/d e para a condutividade
hidrulica 33 m/d.

219
Bacia do Acre
Na Bacia do Acre a Formao Solimes ocupa a parte superior com
espessuras que atingem mais de 2 000 m. Os aqferos so constitudos
por camadas arenosas intercaladas a camadas argilosas. Os arenitos do
Grupo Jaquirana apresentam condies favorveis de armazenamento da
gua subterrnea, porm situam em maiores profundidades, a partir de
300 m a 400 m.

Bacia do Solimes
A Bacia do Solimes apresenta em superfcie as rochas do Grupo
Javari, com as Formaes Solimes e Alter do Cho. Os aqferos so
constitudos par areias e arenitos da Formao Solimes e por cascalhos,
areias e arenitos da Formao Alter do Cho. A espessura desse sistema
hidrogeolgico atinge mais de 2 000 m com grande potencial para
explotao.

Bacia do Amazonas
A Bacia do Amazonas apresenta em superfcie rochas da Formao
Alter do Cho que atingem 1 250 m de espessura. H grande nmero de
poos tubulares nessa formao em Manaus e em Santarm com
profundidade at 204 m em Manaus (espessura mxima nessa localidade)
e 255 m em Santarm.
Os aqferos so constitudos por cascalhos, areias e arenitos.
Estudos realizados na regio de Santarm indicam que o sistema
hidrogeolgico apresenta 600 m de espessura com 480 m de aqferos
arenosos, os quais esto intercalados a camadas argilosas. As
transmissividades apresentam valores compreendidos entre 130 m
2
/d a 790
m
2
/d, a porosidade especfica de 0,2 e o coeficiente de armazenamento de
3.10
-4
a 4.10
-4
, indicando grande potencial de produtividade da gua
subterrnea. A reserva total de gua subterrnea avaliada em uma rea de
900 km
2
dessa regio apresentou o valor de 86,78. 10
9
m
3
, valor bastante
expressivo.
A Formao Alter do Cho, devido sua constituio
predominantemente arenosa, sua grande espessura, ter grande exposio
na Bacia do Amazonas e estar em profundidades acessveis a captao em
grande parte da Bacia do Solimes constitui-se num dos mais importantes
sistemas hidrogeolgicos da Amaznia.

220
Bacia da Foz do Amazonas

Na Bacia da Foz do Amazonas, notadamente na Ilha de Maraj, os
aqferos so constitudos por areias, intercalados a argilas, do Grupo Par,
com as Formaes Tucunar e Pirarucu. O nvel hidrosttico da gua
subterrnea, prximo a superfcie, situa-se at 6 m de profundidade nas
parte mais elevadas. Grande parte das guas subterrneas, principalmente
na parte central da Ilha de Maraj possui elevadas concentraes de sais
dissolvidos, com guas doces, salobras e salgadas. Estudos hidrogeolgicos
do IDESP, com aplicao do mtodo de eletrorresistividade delinearam os
aqferos e sua qualidade de gua. As transmissividade apresentam valores
compreendidos entre 50 m
2
/d a 900 m
2
/d.
Um sistema de paleocanais, de constituio arenosa, identificveis
em fotografias areas ou imagens de radar ou satlites, atravs da foto
interpretao hidrogeolgica, muitas vezes com feies alongadas,
apresentam gua de melhor qualidade, tendo grande importncia na parte
central da Ilha.
Em profundidade a partir de 80 m atravs da eletrorresistividade foi
identificado camadas com gua de melhor qualidade havendo captao
para abastecimento pblico.
As rochas do Grupo Barreiras tambm constituem importantes
aqferos em reas do Amap e Par. Sua espessura atinge mais de 100 m.
Os aqferos so constitudos por cascalhos, conglomerados, areias e
arenitos com espessuras variveis intercalados a camadas argilosas.
Os aqferos do Grupo Barreiras apresentam o maior nmero de
poos de captao de gua subterrnea da Amaznia, com grande nmero
de poos em Belm e na Regio Nordeste do Par e no Amap. O nvel
hidrosttico situa-se at pouco mais de 15 m nas parte mais elevadas do
terreno; a porosidade especfica situa-se em torno de 0,2 e a
transmissividade atinge valores de mais de 500 m
2
/d. Em alguns locais
esses aqferos apresentam teores de ferro dissolvido superior a 1 mg/L.
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
CUNHA, P. R. C.; GONZAGA, F. G.; COUTINHO, L. F. C.; FEIJ, F.J. 1994. 4
- Bacia do Amazonas. Bol. Geoc. PETROBRS. 8(1): 47-56.



221
AQFERO GUARANI

Descrio do aqfero Guarani
O Aqfero Guarani um extenso reservatrio de guas subterrneas
subjacente a quatro pases: Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Suas
guas ocorrem preenchendo espaos (poros e fissuras de rochas que se
convencionaram denominar guarani. As rochas do guarani constituem-se
de um pacote de camadas arenosas que se depositaram na bacia
sedimentar do Paran ao longo do Mesozico (perodos Trissico, Jurssico
e Cretceo Inferior) - entre 200 e 132 milhes de anos. A espessura das
camadas varia de 50 a 800 metros em profundidades que podem atingir
1800 metros. Dado o gradiente geotrmico, suas guas podem atingir
temperaturas elevadas, em geral de 50C a 85C.
A arquitetura arqueada para baixo do pacote sedimentar que constitui o
Aqfero Guarani resultante da presso dos derrames de lavas baslticas
sobre eles depositados, da ativao de falhamentos e arqueamentos
regionais e do soerguimento das bordas da bacia sedimentar do Paran.
O Aqfero Guarani talvez o maior manancial de gua doce subterrnea
transfronteirio do mundo, estendendo-se desde a Bacia Sedimentar do
Paran - Brasil Paraguai e Uruguai - at a Bacia do Chaco - Paran na
Argentina, principalmente. Est localizado no centro-leste da Amrica do
Sul, entre 12 e 35 de latitude sul e entre 47 e 65 de longitude oeste.
O termo Aqfero Guarani a denominao formal dada ao reservatrio
transfronteirio de gua subterrnea doce, formado pelos sedimentos
fluvio-lacustres do perodo Trissico (245 - 208 milhes de anos) -
formaes Pirambia e Rosrio do Sul no Brasil, Buena Vista no Uruguai; e
sedimentos elicos desrticos do perodo Jurssico (208 - 144 milhes de
anos) - formaes Botucatu no Brasil, Misiones no Paraguai e Tacuaremb
no Uruguai e Argentina, (Rocha, 1997). Esta denominao unificadora foi
dada pelo gelogo uruguaio Danilo Anton em homenagem nao Guarani
que habitava essa regio nos primrdios do perodo colonial. Vale salientar
que este sistema aqfero foi primeiramente denominado de Aqfero
Gigante do Mercosul, por ocorrer nos quatro pases participantes do
referido acordo comercial (Arajo et al.,1995).
O Aqfero Guarani tem extenso total aproximada de 1,2 milhes
de km, sendo 840 mil km no Brasil, 225,500 mil km na Argentina,
71,700 mil km no Paraguai e 58,500 km no Uruguai. A poro brasileira
integra o territrio de oito Estados: MS (213.200 km), RS (157.600 km),

222
SP (155.800 km), PR (131.300 km), GO (55.000 km), MG (51.300 km),
SC (49.200 km) e MT (26.400 km).
As reservas permanentes de gua so da ordem de 45.000 km (ou
45 trilhes de metros cbicos), considerando uma espessura mdia
aqfera de 250m e porosidade efetiva de 15%, e correspondem
somatria do volume de gua de saturao do Aqfero mais o volume de
gua sob presso.
As reservas explotveis do Aqfero correspondem recarga natural (mdia
plurianual) e foram calculadas em 166 km/ano:
1) Alm do Guarani, sob a superfcie de So Paulo, h outro
reservatrio, chamado Aqfero Bauru, que se formou mais tarde.
Ele muito menor, mas tem capacidade suficiente para suprir as
necessidades de fazendas e pequenas cidades.
2) O lquido escorre muito devagar pelos poros da pedra e leva
dcadas para caminhar algumas centenas de metros. Enquanto
desce, ele filtrado. Quando chega aqui est limpinho.


223



224
MINERALIZAO DE GUAS SUBTERRNEAS


Suely Schuartz Pacheco Mestrinho
7



Freqentemente, a qualidade da gua subterrnea utilizada para
classificao e determinao do respectivo uso. Com o avano da
hidrogeoqumica, vrias ferramentas tm se revelado teis para delinear a
origem e histria de determinado tipo de gua, em especial, sua
mineralizao.
A composio da gua subterrnea, via de regra, reflexo da rocha
atravs da qual ela percola. Em uma anlise tradicional, para explicar a
mineralizao das guas, os processos hidrodinmicos e de dissoluo dos
minerais so relacionados, assumindo-se condies estacionrias, mas as
interaes qumicas entre as espcies aquosas durante o fluxo so
simplificadas. Na ltima dcada, vm sendo considerados em conjunto,
com diferentes graus de sofisticao, os processos hidrolgicos e qumicos.
Num sistema aqfero, interagem inmeras variveis. Alm da gua,
estes sistemas contm fases minerais, gasosas e organismos. Os processos
qumicos e biolgicos que ocorrem nas guas, so influenciados pelo
ambiente em que ela encontrada e as mudanas na composio qumica,
decorrentes do contato com as rochas, somam-se quelas conseqentes da
infiltrao ou do transporte ao longo do fluxo subterrneo. parte destes
fatores naturais, os efeitos da poluio tambm influenciam a composio
da gua.
Quando a gua subterrnea entra em contato com a rocha, podem
ocorrer processos de troca inica, que se desenrolam por difuso
intersticial na interface slido-lquido. Durante o transporte, as substncias
presentes na gua esto sujeitas a reaes cido-base, formao de
complexos aquosos, dissoluo-precipitao e oxidao-reduo. As
reaes microbianas exercem significativo impacto sobre a mobilidade dos
elementos biologicamente ativos. A compreenso destes processos,
combinados s condies hidrogeolgicas, climticas, entre outras,

7
Instituto de Geocincias da Universidade Federal da Bahia.
Rua Br. Geremoabo s/nc - CEP 40210-190 Fax: (071) 3366779 Tel: (071) 2450868 -
E-mail [email protected]

225
freqentemente conduzem a uma melhor avaliao da qualidade da gua,
da correlao gua/litologia e da mineralizao das guas subterrneas.
Neste contexto, ser dado enfoque aos aspectos fundamentais
relacionados ao tema, junto a discusso de exemplos que ilustram as
variaes naturais de composio qumica das guas subterrneas.

226
REBAIXAMENTO DE UM POO

Alm da descarga lateral em crregos, rios ou fontes, a gua subterrnea
pode ser extrada de poos. O lenol fretico ao redor dos poos, os quais
se bombeiam gua, ira baixar, formando um cone de depresso.
Existe o rebaixamento temporrio e o definitivo.

Equao de equilbrio de poos, para escoamento permanente, ou
seja, a vazo de entrada e igual vazo de sadia.

Q = [.K(H
2
h
2
)/ ln(R/r)]
Onde,
K = permeabilidade hidrulica do solo
H = altura do nvel do lenol fretico anterior ao rebaixo
h = altura do nvel do lenol fretico aps o rebaixo
R = raio do cone de depresso
r = raio do poo
Q = descarga do poo

227

Contribuio por metro linear em DRENO DE REBAIXAMENTO DE
LENOL:


Considerando a contribuio de um lado do dreno e a extenso de 1 metro,
temos pela lei de Darcy,

Q = K . A . I
onde
Q = descarga no meio poroso;
K = coeficiente de permeabilidade;
A = rea da seo normal direo do fluxo;
H = altura mxima do lenol, em relao base do tubo;
X = distancia entre o tubo e o ponto de altura mxima do lenol;
I = gradiente hidrulico.

228
No ponto P( x,y ) na linha de limite do lenol fretico sendo rebaixado,
considerada a largura de 1m,
A= Y . 1; I = dy / dx .
Por Darcy,
Q = K . y . dy / dx ou Q . dx = K . y . dy
Integrando:
Q . x = K . y
2
/ (2 + C)
Para
x = 0 , y = d . portanto , 0 = K . d
2
/ (2 + C) ou C = - K . d
2
/ 2 .
Ento,
Q . x = K . ( y
2
/ 2 - d
2
/ 2 )
Quando
x = X , y = H . portanto Q = K ( H
2
- d
2
) / 2 X
Supondo os valores de d muito inferiores aos de H, admite-se d = 0 para
simplificar a frmula anterior para
Q = K . H
2
/ 2 X
Se houver contribuio dos dois lados do tubo, dobrar Q para cada metro
de dreno.
Se o valor de K no puder ser determinado por ensaios, poder ser
avaliado pela expresso emprica de Hazen:
K = 100 d
10
2

Onde d
10
o dimetro efetivo expresso em metros,
ou ainda K pode ser avaliado pela tabela de coeficientes de
permeabilidade.


229
Determinao do espaamento entre DRENOS LONGITUDINAIS
PROFUNDOS:

Ao constatar a necessidade de construo de drenos longitudinais
profundos, verificar se preciso projetar UMA ou mais linhas de drenos, o
que ser feito pelo clculo do espaamento entre as linhas. O clculo do
espaamento feito pela frmula

E = 2 . h .(K / q )
0,5


onde
E = espaamento entre linhas de drenos, em m;
h = altura do lenol fretico em m;
K = coeficiente de permeabilidade do solo em m / s ;
q = contribuio (devida precipitao) por metro quadrado da
rea de infiltrao em m
3
/s/m
2

A quantidade de gua infiltrada dever ser igual a capacidade drenante dos
tubos.


Chamando:
E = espaamento entre os drenos (m);
H= altura do lenol acima da linha dos drenos aps construo (m);

230
K = condutividade hidrulica do solo ( m / s) ;
q = contribuio de infiltrao por m
2
sujeito precipitao ( m
3
/ s
/ m
2
) .
I = gradiente hidrulico ( m / m ) ;

Da figura, calculamos:
Quantidade de gua infiltrada:
Sendo x o comprimento da faixa de 1 m de largura, Ai = 1 . x e a descarga
proveniente da infiltrao nesta faixa Q = q . Ai ou Q = q . x
Tratando-se de um meio poroso, por Darcy, Q = K . A . I,

Onde
A a rea total da seo do dreno, normal ao deslocamento do fludo.
No ponto P(x,y) , o gradiente hidrulico I = - dy / dx

Como A = 1 . y, Q = -K . y . dy / dx
Como a gua infiltrada ser escoada pelo dreno, igualando as razes.
q . x = -K . y . dy / dx ou q . x . dx = - K . y . dy

integrando,
q . x
2
+ K . y
2
= C

quando
x = 0 , y = h ; logo C = K . h
2

ento
q . x
2
+ K . y
2
= K . h
2

dividindo ambos os membros por q, e em seguida por K.h
2
/ q , resulta:

231
x
2
/ [(k/q)h
2
] + [y
2
/h
2
] = 1 Eq. (A)

fazendo y = 0 , x = L , resultando desta ltima equao
L
2
= K . h
2
/ q Eq. (B)

232
Substituindo B em A,
X
2
/ L
2
+ y
2
/ h
2
= 1,
que a equao de uma elipse onde os semi-eixos so a metade da
distancia entre os drenos e a altura igual altura mxima do lenol
fretico, situando-se no meio da distncia entre os drenos.
Como E = L / 2 , substituindo em B fica

E
2
/ 4 = K . h
2
/ q

Donde, finalmente,

E = 2h [ K / q ]
0,5


que o espaamento mximo permissvel. Isto permite usar qualquer
nmero de linhas de drenos, guardando entre si distancias menores que E.

233

CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HDRICOS
RESOLUO N.o 15 DE 11 DE JANEIRO DE 2001

O Conselho Nacional de Recursos Hdricos-CNRH, no uso de suas
atribuies e competncias que lhe so conferidas pela Lei n 9433, de 08
de janeiro de 1997, pelo Decreto n 2612, de 03 de junho de 1998 e
conforme disposto no regimento interno, e:
Considerando que compete ao Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hdricos-SINGREH coordenar a gesto integrada das guas;
Considerando que diversos rgos da Administrao Pblica Federal e dos
Estados possuem competncias no gerenciamento das guas;
Considerando que o Municpio tem competncias especficas para o
disciplinamento do uso e ocupao do solo;
Considerando que as guas metericas, superficiais e subterrneas so
partes integrantes e indissociveis do ciclo hidrolgico;
Considerando que os aqferos podem apresentar zonas de descarga e de
recarga pertencentes a uma ou mais bacias hidrogrficas sobrejacentes;
Considerando que a explotao inadequada das guas subterrneas pode
resultar na alterao indesejvel de sua quantidade e qualidade;
Considerando ainda que a explotao das guas subterrneas possa
implicar reduo da capacidade de armazenamento dos aqferos, reduo
dos volumes disponveis nos corpos de gua superficiais e modificao dos
fluxos naturais nos aqferos, resolve:
Art. 1 - Para efeito desta resoluo consideram-se:
I - guas Subterrneas - as guas que ocorrem naturalmente ou
artificialmente no subsolo.
II - guas Metericas - as guas encontradas na atmosfera em quaisquer
de seus estados fsicos.
III - Aqfero - corpo hidrogeolgico com capacidade de acumular e
transmitir gua atravs dos seus poros, fissuras ou espaos resultantes da
dissoluo e carreamento de materiais rochosos;
IV - Corpo Hdrico Subterrneo - volume de gua armazenado no subsolo.

234
Art. 2 - Na formulao de diretrizes para a implementao da Poltica
Nacional de Recursos Hdricos dever ser considerada a interdependncia
das guas superficiais, subterrneas e metericas.
Art. 3 - Na implementao dos instrumentos da Poltica Nacional de
Recursos Hdricos devero ser incorporadas medidas que assegurem a
promoo da gesto integrada das guas metericas, superficiais e
subterrneas, observadas as seguintes diretrizes:
I - Nos Planos de Recursos Hdricos devero constar, no mnimo, os dados
e informaes necessrios ao gerenciamento integrado das guas, em
atendimento ao art. 7 da Lei n 9.433/97.
II - O enquadramento dos corpos de gua subterrnea em classes dar-se-
segundo as caractersticas hidrogeolgicas dos aqferos e os seus
respectivos usos preponderantes, a serem especificamente definidos.
III - Nas outorgas de direito de uso de guas subterrneas devero ser
considerados critrios que assegurem a gesto integrada das guas,
visando evitar o comprometimento qualitativo e quantitativo dos aqferos
e dos corpos hdricos superficiais a eles interligados.
IV - A cobrana pelo uso dos recursos hdricos subterrneos dever
obedecer a critrios estabelecidos em legislao especfica.
V - Os Sistemas de Informaes de Recursos Hdricos no mbito federal,
estadual e do Distrito Federal devero conter, organizar e disponibilizar os
dados e informaes necessrios ao gerenciamento integrado das guas.
Pargrafo nico - Os Planos de Recursos Hdricos devero incentivar a
adoo de prticas que resultem no aumento das disponibilidades hdricas
das respectivas Bacias Hidrogrficas, onde essas prticas forem viveis.
Art. 4 - No caso de aqferos subjacentes a duas ou mais bacias
hidrogrficas, o SINGREH e os Sistemas de Gerenciamento de Recursos
Hdricos dos Estados ou do Distrito Federal devero promover a
uniformizao de diretrizes e critrios para coleta dos dados e elaborao
dos estudos hidrogeolgicos necessrios identificao e caracterizao da
bacia hidrogeolgica.
Pargrafo nico - Os Comits de Bacias Hidrogrficas envolvidos devero
buscar o intercmbio e a sistematizao dos dados gerados para a perfeita
caracterizao da bacia hidrogeolgica.
Art. 5 - No caso dos aqferos transfronteirios ou subjacentes a duas ou
mais Unidades da Federao, o SINGREH promover a integrao dos

235
diversos rgos dos governos federal, estaduais e do Distrito Federal, que
tm competncias no gerenciamento de guas subterrneas.
1 - Os conflitos existentes sero resolvidos em primeira instncia entre
os Conselhos de Recursos Hdricos dos Estados e do Distrito Federal e, em
ltima instncia, pelo Conselho Nacional de Recursos Hdricos.
2 - Nos aqferos transfronteirios a aplicao dos instrumentos da
Poltica Nacional de Recursos Hdricos dar-se- em conformidade com as
disposies constantes nos acordos celebrados entre a Unio e os pases
vizinhos.
Art. 6 - O SINGREH, os Sistemas Estaduais e do Distrito Federal de
Gerenciamento de Recursos Hdricos devero orientar os Municpios no que
diz respeito s diretrizes para promoo da gesto integrada das guas
subterrneas em seus territrios, em consonncia com os planos de
recursos hdricos.
Pargrafo nico - Nessas diretrizes devero ser propostos mecanismos
de estmulo aos Municpios para a proteo das reas de recarga dos
aqferos e a adoo de prticas de reuso e de recarga artificial com vistas
ao aumento das disponibilidades hdricas e da qualidade da gua.
Art. 7 - O SINGREH e os Sistemas Estaduais de Gerenciamento de
Recursos Hdricos dos Estados e do Distrito Federal devero fomentar
estudos para o desenvolvimento dos usos racionais e prticas de
conservao dos recursos hdricos subterrneos, assim como a proposio
de normas para a fiscalizao e controle das mesmas.
Art. 8 - As interferncias nas guas subterrneas identificadas na
implementao de projetos devero estar embasadas em estudos
hidrogeolgicos necessrios para a avaliao de possveis impactos
ambientais.
Art. 9 - Toda empresa que execute perfurao de poo tubular profundo
dever ser cadastrada junto aos Conselhos Regionais de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia e rgos estaduais de gesto de recursos hdricos
e apresentar as informaes tcnicas necessrias, semestralmente e
sempre que solicitado.
Art. 10 - Os poos jorrantes devero ser dotados de dispositivos
adequados para evitar desperdcio, ficando passveis das sanes previstas
na legislao pertinente os responsveis que no tomarem as devidas
providncias.
Art. 11 - Os poos abandonados, temporria ou definitivamente, e as

236
perfuraes realizadas para outros fins devero ser adequadamente
tamponados por seus responsveis para evitar a poluio dos aqferos.
Art. 12 - Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.
JOS SARNEY FILHO
RAYMUNDO JOS SANTOS GARRIDO
Presidente do Conselho Secretrio-Executivo

BIBLIOGRAFIA ESPECFICA
1. Recursos Hdricos Bloco 4 The Open University. Ed. Da UNICAMP,
S.P. 2000.
2. ABAS Associao Brasileira de guas Subterrneas
3. IGAM Instituto Mineiro de Gesto das guas
4. ANA Agencia Nacional das guas
5. CODEVASF Companhia de Desenvolvimento do Vale o So Francisco
6. ABRH Associao Brasileira de Recursos Hdricos















237






APNDICE

MANUAL DA LEGISLAO DOS RECURSOS HDRICOS










238
LEGISLAO PERTINENTE
Estrutura legal e regulatoria e o sistema nacional de gerenciamento de
recursos hdricos

Constituio Federal de 1988
Titulo VIII Da Ordem Social - Capitulo VI Do Meio Ambiente Art. 255
e Art. 20 e Art. 21.

AGENDA 21
um amplo programa de ao, com a finalidade de dar efeito prtico aos
princpios aprovados na Declarao do Rio-92 (Conferencia das Naes
Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento).
No tem valor jurdico, contudo contm um roteiro detalhado de aes
concretas a serem adotadas ate o sc. XXI pelos governos.

Lei 6.938/81
Art. 2 a Poltica Nacional do Meio Ambiente. E, criou o CONAMA
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Alteraes
Lei 7.804/89 Redao da Lei 6.938/81
Lei 8.028/90 - Redao da Lei 7.804/89

SISNAMA - O Sistema Nacional do Meio Ambiente
Criado por exigncia da CONSTITUICAO FEDERAL DE 1988 9 (CF/88)
atravs do DECRETO LEI 99.355/90.
Sua estrutura governamental -
- Conselho do Governo rgo Superior
- CONAMA rgo Consultivo
- SMAM/PR Ministrio do Meio Ambiente
- IBAMA rgo Executor


239
SNGRH Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hdricos
Criado por exigncia da CF/88 atravs da Lei 9.433/97 Institui a Poltica
Nacional de Recursos Hdricos
Objetivos
- Conselho Nacional dos Recursos Hdricos - CNRH
- Conselho de Recursos Hdricos dos Estados
- ANA Agencia Nacional de guas
- Comit de Bacia Hidrogrfica
- rgos dos Poderes Pblico Federal, Estadual e Municipal cujas
competncias se relacionam com a gesto de recursos hdricos.
- Agencias de guas.

PLANO DIRETOR
Criado por exigncia da CF/88 Art. 182, Inciso 1 o obriga a sua
elaborao e adoo em reas urbanas com populao igual ou superior a
20 000 habitantes.














240
ASSUNTO DISCIPLINADO POR LEIS ESPECIFICA SOBRE O MEIO
AMBIENTE, MEIO AQUTICO E MEIO TERRESTRE

Meio Ambiente
- Portaria MINTER nmero 235/76 Estabelece os padres de
Qualidade do Ar
- Resoluo do CONAMA nmero 18/86 Estabelece o PNCPVA -
Programa Nacional de Controle da Poluio por Veculos
Automotivos.
- Resoluo do CONAMA numero 05/89 Estabelece o PRONAR
Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar.

Meio Aqutico Assuntos disciplinados pelas seguintes Leis
- CF/88 nos seus Art. 255, Art. 20 e Art. 21
- Lei Federal 7.990/89
- Lei Federal 8.001/90 Ambas sobre a compensao financeira
devida aos Estados, Distrito Federal e Municpios pelo resultado
da explorao de petrleo ou gs natural e recursos hdrico.
- Lei Federal 4.771/65 Estabelece os cdigos Florestais e de
Pesca.
- Lei Federal 6.938/81
- Resoluo do CONAMA nmero 20/86 Estabelece nove classes
de Rios.
- Lei Federal 7.861/88 Plano Nacional de Gerenciamento
Costeiro
- Lei Federal 5.357/67 Penalidades para embargues e terminais
martimos ou fluviais que lanarem detritos ou leo em guas
brasileiras.
- A grande evoluo veio com a Lei Federal 9.433/97 institui a
Poltica Nacional de Recursos Hdricos.




241
Meio terrestre

Proteo do solo
- Decreto Lei 94.076/87 Institui o Programa Nacional de
Microbacias hidrogrficas, sob a superviso do Ministrio da
Agricultura, visando promover um adequado aproveitamento
agropecurio.

Fertilizantes
- Lei Federal 6.894/80 Dispe sobre a produo e comercio de
fertilizantes, corretivos, inoculantes, estimulantes ou
biofertilizantes destinados agricultura.
- Decreto 86.955/82 Regulamenta a lei anterior.
Agrotxicos
- Lei 7.802/89, Lei bsica de controle dos agrotxicos no Brasil
(Receiturio agronmico).
- Portaria MA/SNDA 329/85 do Ministrio da Agricultura Probe
o uso de produtos agrotxicos organoclorados destinados
agropecuria.
- Resoluo do CONAMA nmero 05/85 P da china (penta
clorofenato de sdio)
- Resoluo do CONAMA nmero 06/88 Sobre o inventario de
resduos industriais nos Pais.

Resduos Slidos
- Portaria Federal MINTER nmero 53/79 Ministrio do Interior
Estabelece normas para os projetos especficos de tratamento
e disposio de resduos slidos.
- Resoluo do CONAMA 01/86 Estabelece sobre o
licenciamento para estudo de impacto ambiental (aterros
sanitrios, etc.) e RIMA.

242
- Resoluo do CONAMA nmero 05/88 Licenciamento
ambiental das obras de sistemas de limpeza urbana.
(domestica, publica, industrial e hospitalar.).
- Resoluo do CONAMA nmero 009/87 Critrio para Audincia
Publica para RIMA.
- Resoluo do CONAMA nmero 76/88 Atender a NBR 10.004
Resduos Slidos Industriais.
- Portaria normativa IBAMA numero 1.197/90 Transportes de
lixos para o Brasil
- Resoluo CONAMA nmero 8/91 Veda a entrada no Brasil de
lixos...


Lei nmero 8.078/90 Cdigo de Defesa do Consumidor.

Lei nmero 7.347/85 Disciplina a ao civil publica de
responsabilidade por danos causados ao meio ambiente.(Os profissionais
com atuao em Percias Ambientais tenham pleno conhecimento desta
Lei)

AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL
- Resoluo CONAMA 001/86 Critrio do RIMA
- Resoluo CONAMA 009/87 - Audincias Publicas para o RIMA
- Licena Previa (LP) Fase preliminar do planejamento da
atividade, contendo requisitos bsicos, observados planos
municipais, estaduais ou federais de uso do solo.
- Licena de Instalao (LI) Autoriza o inicio da implantao.
- Licena de Operao (LO) Autoriza o inicio da operao.





243
COMITS E AGENCIAS DE BACIAS HIDROGRFICAS

A Lei Federal n 9.433, conhecida como Lei das guas, instituiu a
Poltica Nacional dos Recursos Hdricos e criou o Sistema Nacional de
Gerenciamento dos Recursos Hdricos.
Os Comits de Bacia constituem-se na base do Sistema de Gerenciamento.
Nestes fruns so promovidos os debates sobre as questes relacionadas
gesto dos recursos hdricos sendo, por esta razo, chamado por muitos de
Parlamento das guas, dadas as suas atribuies normativas, consultivas e
deliberativas.
Estes Comits so constitudos por representantes dos poderes pblicos,
dos usurios das guas e das organizaes civis com aes desenvolvidas
para a recuperao e conservao do meio ambiente e dos recursos
hdricos em uma determinada Bacia hidrogrfica. Sua criao formal
depende de autorizao do Conselho Nacional de Recursos Hdricos que
editou a Resoluo n 5/2000 que estabelece as diretrizes gerais para a
sua formao e o seu funcionamento, e de decreto da Presidncia da
Repblica.
Os Comits de Bacia Hidrogrfica tm como objetivo a gesto participativa
e descentralizada dos recursos hdricos naquele territrio, utilizando-se da
implementao dos instrumentos tcnicos de gesto, harmonizando os
conflitos e promovendo a multiplicidade dos usos da gua, respeitando a
dominialidade das guas, integrando as aes de todos os governos, no
mbito dos Municpios, dos Estados e da Unio, propiciando o respeito aos
diversos ecossistemas naturais, promovendo a conservao e recuperao
dos corpos d'gua, garantindo a utilizao racional e sustentvel dos
recursos para a manuteno da boa qualidade de vida da sociedade local.
Dentre suas principais competncias destacam-se:
- Arbitrar os conflitos relacionados aos recursos hdricos naquela
bacia hidrogrfica
- Aprovar o Plano de Recursos Hdricos
- Acompanhar a execuo do Plano e sugerir as providncias
necessrias ao cumprimento de suas metas
- Estabelecer os mecanismos de cobrana pelo uso de recursos
hdricos e sugerir os valores a serem cobrados

244
Definir os investimentos a serem implementados com a aplicao dos
recursos da cobrana.

Comits em minas gerais
A partir de 1995, o rgo gestor do recurso hdricos de Minas Gerais,
recentemente reformulado e denominado IGAM Instituto Mineiro de
Gesto das guas, passou a empreender aes no sentido de prover o
Estado de colegiados multisetoriais, os Comits de Bacias Hidrogrficas,
referidos como instncias de carter deliberativo e normativo, conforme a
legislao especifica existente, objetivando a implementao da gesto
descentralizada e participativa do recurso hdrico.
Como resultado, foram criados e aprovados pelo Conselho Estadual de
Recursos Hdricos CERH/MG, diversos comits de Bacias e outros se
encontram em fase final de criao.
Respaldo pela Lei Estadual 11.504 de 20/06/94 e da Lei Federal 9.433 de
08/01/97, ambas instrumentos de instituio das Polticas de Recursos
Hdricos.
Fonte: IGAM

245
CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HDRICOS
RESOLUO N.o 15 DE 11 DE JANEIRO DE 2001

O Conselho Nacional de Recursos Hdricos-CNRH, no uso de suas
atribuies e competncias que lhe so conferidas pela Lei n 9433, de 08
de janeiro de 1997, pelo Decreto n 2612, de 03 de junho de 1998 e
conforme disposto no regimento interno, e:
Considerando que compete ao Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hdricos-SINGREH coordenar a gesto integrada das guas;
Considerando que diversos rgos da Administrao Pblica Federal e dos
Estados possuem competncias no gerenciamento das guas;
Considerando que o Municpio tem competncias especficas para o
disciplinamento do uso e ocupao do solo;
Considerando que as guas metericas, superficiais e subterrneas so
partes integrantes e indissociveis do ciclo hidrolgico;
Considerando que os aqferos podem apresentar zonas de descarga e de
recarga pertencentes a uma ou mais bacias hidrogrficas sobrejacentes;
Considerando que a explotao inadequada das guas subterrneas pode
resultar na alterao indesejvel de sua quantidade e qualidade;
Considerando ainda que a explotao das guas subterrneas pode
implicar reduo da capacidade de armazenamento dos aqferos, reduo
dos volumes disponveis nos corpos de gua superficiais e modificao dos
fluxos naturais nos aqferos, resolve:
Art. 1 - Para efeito desta resoluo consideram-se:
I - guas Subterrneas - as guas que ocorrem naturalmente ou
artificialmente no subsolo.
II - guas Metericas - as guas encontradas na atmosfera em quaisquer
de seus estados fsicos.
III - Aqfero - corpo hidrogeolgico com capacidade de acumular e
transmitir gua atravs dos seus poros, fissuras ou espaos resultantes da
dissoluo e carreamento de materiais rochosos;
IV - Corpo Hdrico Subterrneo - volume de gua armazenado no subsolo.

246
Art. 2 - Na formulao de diretrizes para a implementao da Poltica
Nacional de Recursos Hdricos dever ser considerada a interdependncia
das guas superficiais, subterrneas e metericas.
Art. 3 - Na implementao dos instrumentos da Poltica Nacional de
Recursos Hdricos devero ser incorporadas medidas que assegurem a
promoo da gesto integrada das guas metericas, superficiais e
subterrneas, observadas as seguintes diretrizes:
I - Nos Planos de Recursos Hdricos devero constar, no mnimo, os dados
e informaes necessrios ao gerenciamento integrado das guas, em
atendimento ao art. 7 da Lei n 9.433/97.
II - O enquadramento dos corpos de gua subterrnea em classes dar-se-
segundo as caractersticas hidrogeolgicas dos aqferos e os seus
respectivos usos preponderantes, a serem especificamente definidos.
III - Nas outorgas de direito de uso de guas subterrneas devero ser
considerados critrios que assegurem a gesto integrada das guas,
visando evitar o comprometimento qualitativo e quantitativo dos aqferos
e dos corpos hdricos superficiais a eles interligados.
IV - A cobrana pelo uso dos recursos hdricos subterrneos dever
obedecer a critrios estabelecidos em legislao especfica.
V - Os Sistemas de Informaes de Recursos Hdricos no mbito federal,
estadual e do Distrito Federal devero conter, organizar e disponibilizar os
dados e informaes necessrios ao gerenciamento integrado das guas.
Pargrafo nico - Os Planos de Recursos Hdricos devero incentivar a
adoo de prticas que resultem no aumento das disponibilidades hdricas
das respectivas Bacias Hidrogrficas, onde essas prticas forem viveis.
Art. 4 - No caso de aqferos subjacentes a duas ou mais bacias
hidrogrficas, o SINGREH e os Sistemas de Gerenciamento de Recursos
Hdricos dos Estados ou do Distrito Federal devero promover a
uniformizao de diretrizes e critrios para coleta dos dados e elaborao
dos estudos hidrogeolgicos necessrios identificao e caracterizao da
bacia hidrogeolgica.
Pargrafo nico - Os Comits de Bacias Hidrogrficas envolvidos devero
buscar o intercmbio e a sistematizao dos dados gerados para a perfeita
caracterizao da bacia hidrogeolgica.
Art. 5 - No caso dos aqferos transfronteirios ou subjacentes a duas ou
mais Unidades da Federao, o SINGREH promover a integrao dos

247
diversos rgos dos governos federal, estaduais e do Distrito Federal, que
tm competncias no gerenciamento de guas subterrneas.
1 - Os conflitos existentes sero resolvidos em primeira instncia entre
os Conselhos de Recursos Hdricos dos Estados e do Distrito Federal e, em
ltima instncia, pelo Conselho Nacional de Recursos Hdricos.
2 - Nos aqferos transfronteirios a aplicao dos instrumentos da
Poltica Nacional de Recursos Hdricos dar-se- em conformidade com as
disposies constantes nos acordos celebrados entre a Unio e os pases
vizinhos.
Art. 6 - O SINGREH, os Sistemas Estaduais e do Distrito Federal de
Gerenciamento de Recursos Hdricos devero orientar os Municpios no que
diz respeito s diretrizes para promoo da gesto integrada das guas
subterrneas em seus territrios, em consonncia com os planos de
recursos hdricos.
Pargrafo nico - Nessas diretrizes devero ser propostos mecanismos
de estmulo aos Municpios para a proteo das reas de recarga dos
aqferos e a adoo de prticas de reuso e de recarga artificial com vistas
ao aumento das disponibilidades hdricas e da qualidade da gua.
Art. 7 - O SINGREH e os Sistemas Estaduais de Gerenciamento de
Recursos Hdricos dos Estados e do Distrito Federal devero fomentar
estudos para o desenvolvimento dos usos racionais e prticas de
conservao dos recursos hdricos subterrneos, assim como a proposio
de normas para a fiscalizao e controle das mesmas.
Art. 8 - As interferncias nas guas subterrneas identificadas na
implementao de projetos devero estar embasadas em estudos
hidrogeolgicos necessrios para a avaliao de possveis impactos
ambientais.
Art. 9 - Toda empresa que execute perfurao de poo tubular profundo
dever ser cadastrada junto aos Conselhos Regionais de Engenharia,
Arquitetura e Agronomia e rgos estaduais de gesto de recursos hdricos
e apresentar as informaes tcnicas necessrias, semestralmente e
sempre que solicitado.
Art. 10 - Os poos jorrantes devero ser dotados de dispositivos
adequados para evitar desperdcio, ficando passveis das sanes previstas
na legislao pertinente os responsveis que no tomarem as devidas
providncias.

248
Art. 11 - Os poos abandonados, temporria ou definitivamente, e as
perfuraes realizadas para outros fins devero ser adequadamente
tamponados por seus responsveis para evitar a poluio dos aqferos.
Art. 12 - Esta Resoluo entra em vigor na data de sua publicao.
JOS SARNEY FILHO
RAYMUNDO JOS SANTOS GARRIDO
Presidente do Conselho Secretrio-Executivo
















249
OUTORGA
Usos Mltiplos da gua
Dentre os recursos naturais, um dos que apresenta os mais variados,
legtimos e correntes usos, a gua. Atualmente, vrios so os usos dados
a gua:
- Abastecimento pblico;
- Consumo industrial;
- Matria prima para a industria;
- Irrigao;
- Recreao;
- Dessedentao de animais;
- Gerao de energia eltrica;
- Transporte;
- Diluio de despejos, e
- Preservao da flora e fauna (fonte protica)

Abastecimento pblico;
o uso mais nobre da gua e se manifesta praticamente em todas as
atividades do homem: manuteno da vida (gua para beber), higiene
pessoal e das habitaes, combate a incndios, entre outras. Desta forma
todos os usos gerados em cidades, vilas e pequenos ncleos urbanos, para
fins de abastecimento domstico, comercial, pblico e industrial, so
considerados usos urbanos.

Abastecimento industrial;
a) participando do processo, mas no entrando em contato com o
produto, ex: (gua para caldeira e refrigerao);
b) integrando-se ao produto fabricado ( produtos alimentcios e
industrias de bebidas). Entrando em contato com a matria prima ou
produto final, as guas necessitam de elevado grau de pureza;

250
c) como elemento participativo nos servios complementares de fbricas
e indstrias (higiene de operrios, limpeza de equipamentos, entre
outros).
O item abaixo apresenta alguns consumos especficos de gua para fins
industriais, considerando o tipo de indstria e o seu produto. Trata-se de
valores mdios, sendo extremamente variveis em funo da tecnologia
empregada.

Tipo de indstria Consumo
- Laminao de ao 85 m3 por tonelada de ao
- Refinao do petrleo 290 m3 por barril refinado
- Indstria txtil 1000 m3 por tonelada de tecido
- Couros-Curtumes 55 m3 por tonelada de couro
- Papel 250 m3 por tonelada de papel
- Saboarias 2 m3 por tonelada de sabo
- Usinas de acar 75 m3 por tonelada de acar
- Fbrica de conservas 20 m3 por tonelada de conserva
- Laticnios 2 m3 por tonelada de produto
- Cervejaria 20 m3 por m3 de cerveja
- Lavanderia 10 m3 por tonelada de roupa
- Matadouros 3 m3 por animal abatido

Irrigao
A irrigao de culturas agrcolas uma prtica utilizada de forma a
complementar a necessidade de gua, naturalmente promovida pela
precipitao, proporcionando teor de umidade ao solo suficiente para o
crescimento das plantas. o uso da gua de maior consumo, demandando
cuidados e tcnicas especiais para o aproveitamento racional com o mnimo
de desperdcio. Quando utilizada de maneira incorreta, alm de problemas
quantitativos, a irrigao pode afetar drasticamente tanto a qualidade dos
solos quanto a dos recursos hdricos superficiais subterrneos (fertilizantes,
corretivos e agrotxicos). Devem ainda, ser observados os aspectos
biolgicos e txicos da gua.

251

Dessedentao de animais
Deve ser avaliada a qualidade da gua antes da mesma ser utilizada para
dessedentao de animais.

Recreao e lazer contemplativo;
Poder ser classificado de duas maneiras distintas:
a) contato primrio ou direto (natao ou surf),
b) contato indireto ou secundrio (esportes nuticos, pesca esportiva,
lazer contemplativo).

Gerao de energia eltrica;
A energia hidrulica transformada em energia eltrica tem sido um dos
usos mais freqentes dos recursos hdricos. As hidreltricas utilizam
barragens para regularizar a vazo e criar o desnvel necessrio produo
de energia.
Deve-se observar que a construo de barragens para regularizao de
vazes causa alteraes no regime dos cursos dgua, perdas por
evaporao da gua dos reservatrios, principalmente em regies semi-
ridas, e diversas alteraes no meio fsico.

Transporte;
A comunicao via aqutica, no transporte de cargas e pessoas. No Brasil,
a ampliao deste uso seria adequada devido a grande coleo de guas
existentes.

Diluio de despejos
Lanamento de dejetos provenientes de atividades urbanas (residenciais) e
industriais. Embora este uso no seja classificado com consuntivo, esse uso
pode resultar em limitaes do uso dos corpos de guas para outras
atividades devido as restries quanto aos padres de qualidade
requeridos.


252
Preservao da flora e fauna (fonte protica)
Qualquer um dos usos anteriores, deve pressupor que a utilizao dos
mananciais no altere seus aspectos fsicos, qumicos e bacteriolgicos, de
forma a no impactar a biota aqutica.

ANA
Ao assumir suas atribuies legais, a ANA - Agencia Nacional de guas
passou a responsabilizar-se pela continuidade da anlise tcnica de 223
pedidos de outorga, ento em tramitao na Secretaria de Recursos
Hdricos do Ministrio do Meio Ambiente, aos quais viriam a se somar mais
201 novos pedidos, protocolizados, entre janeiro e dezembro de 2001, na
prpria Agncia, totalizando 424 pedidos de outorga.
A necessidade de priorizar o atendimento, ante tal volume de pedidos de
outorga, praticamente canalizou os esforos do setor, em processo de
estruturao, prejudicando o desenvolvimento de atividades de carter
estratgico para a elaborao dos procedimentos gerais e especficos da
outorga.
No obstante, foi possvel avanar na definio de procedimentos de
anlise para as diversas tipologias de empreendimentos e na
sistematizao dos aspectos formais envolvidos, desde a solicitao at a
emisso da Resoluo especfica.
Os pedidos de outorga de direito de uso de recursos hdricos de domnio da
Unio, bem como os atos administrativos que deles resultarem, so
publicados na imprensa oficial e em pelo menos um jornal de grande
circulao na regio a que se referir.
Aps a tramitao de rotina, iniciada a anlise do pedido, segundo a
tipologia que, em geral, se baseia nos dados fornecidos pelo requerente,
que devem contemplar a descrio geral do empreendimento e os estudos
para a determinao da disponibilidade hdrica.
So, ento, conduzidas anlises quanto demanda e quanto
disponibilidade de gua do corpo hdrico manancial, a partir do qual ser
feita a captao, tendo em vista as especificidades envolvidas. J se dispe
de rotinas sistematizadas para anlise de pedidos de outorga para
irrigao, abastecimento pblico, lanamentos de efluentes de
esgotamento sanitrio, uso industrial e obras hidrulicas.
Entre os desafios ainda a serem enfrentados, inclui-se a sistematizao de
procedimentos do ponto de vista espacial, em vista de as atribuies da

253
ANA referirem-se aos cursos de gua de domnio da Unio, o que
pressupe a adoo de procedimentos anlogos e similares para os cursos
de gua das bacias estaduais.

Atribuies:
a) A Superintendncia de Outorga e Cobrana tem como atribuies
especficas:
analisar e emitir parecer circunstanciado e conclusivo sobre outorga
de direito de uso de recursos hdricos em corpos de gua de domnio
da Unio, inclusive aduo de gua bruta, para deciso da Diretoria
Colegiada;
b) coordenar a articulao entre os rgos gestores de recursos hdricos
sobre critrios e procedimentos de outorga nas bacias hidrogrficas
integradas por rios de domnio da Unio;
c) propor o estabelecimento de prazos para a regularizao dos usos de
recursos hdricos de domnio da Unio, que no sejam amparados por
correspondente outorga de direito de uso;
d) propor os termos da resoluo conjunta de que trata o art. 23 do
Decreto no 3.962, de 2000, submetendo deliberao da Diretoria
Colegiada aps negociao com a Agncia Nacional de Energia
Eltrica - ANEEL;
e) coordenar a elaborao e propor Diretoria Colegiados estudos
tcnicos para subsidiar a definio, pelo Conselho. Nacional de
Recursos Hdricos, dos valores a serem cobrados pelo uso de
recursos hdricos de domnio da Unio, com base nos mecanismos e
quantitativos sugeridos pelos Comits de Bacia Hidrogrfica, na forma
do inciso VI do art. 38 da Lei n 9.433, de 1997;
f) implementar, em articulao com os Comits de Bacia Hidrogrfica, a
cobrana pelo uso de recursos hdricos de domnio da Unio.

254
Cobrana pelo uso de gua
Pergunta mais freqente.Fonte: www.ana.gov.br

a. O que a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hdricos?
o ato administrativo mediante o qual o Poder Pblico outorgante (Unio,
Estados ou Distrito Federal) faculta ao outorgado o uso de recurso hdrico,
por prazo determinado, nos termos e nas condies expressas no
respectivo ato. O referido ato publicado no Dirio Oficial da Unio (caso
da ANA), ou nos Dirios Oficiais dos Estados ou Distrito Federal, onde o
outorgado identificado e esto estabelecidas as caractersticas tcnicas e
as condicionantes legais do uso das guas que o mesmo est sendo
autorizado a fazer.

b. Por que a outorga necessria?
A gua pode ser aproveitada para diversas finalidades, como:
abastecimento humano, dessedentao animal, irrigao, indstria,
gerao de energia eltrica, preservao ambiental, paisagismo, lazer,
navegao, etc. Porm, muitas vezes esses usos podem ser concorrentes,
gerando conflitos entre setores usurios, ou mesmo impactos ambientais.
Nesse sentido, gerir recursos hdricos uma necessidade premente e que
tem o objetivo de buscar acomodar as demandas econmicas, sociais e
ambientais por gua em nveis sustentveis, de modo a permitir a
convivncia dos usos atuais e futuros da gua sem conflitos.
nesse instante que o instrumento da Outorga se mostra necessrio, pois
ordenando e regularizando o uso da gua possvel assegurar ao usurio o
efetivo exerccio do direito de acesso gua, bem como realizar o controle
quantitativo e qualitativo desse recurso.

c. A quem deve ser solicitada a outorga?
A Agncia Nacional de guas - ANA a responsvel pela anlise dos
pedidos e emisso de outorgas de direito de uso de recursos hdricos em
corpos hdricos de domnio da Unio.
Em corpos hdricos de domnio dos Estados e do Distrito Federal, a
solicitao de outorga deve ser feita s respectivas autoridades
outorgantes estaduais. Atualmente, 22 Unidades da Federao possuem
Legislaes sobre Recursos Hdricos.

255

d. Que usos dependem de outorga?
A derivao ou captao de parcela da gua existente em um corpo
d'gua para consumo final, inclusive abastecimento pblico, ou insumo de
processo produtivo;
A extrao de gua de aqfero subterrneo para consumo final ou
insumo de processo produtivo;
Lanamento em corpo de gua de esgotos e demais resduos lquidos ou
gasosos, tratados ou no, com o fim de sua diluio, transporte ou
disposio final;
Uso de recursos hdricos com fins de aproveitamento dos potenciais
hidreltricos;
Outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da gua
existente em um corpo de gua.

e. Que usos independem de outorga de direito de uso de recursos
hdricos?
O uso de recursos hdricos para a satisfao das necessidades de
pequenos ncleos populacionais, distribudos no meio rural;
As derivaes, captaes e lanamentos considerados insignificantes,
tanto do ponto de vista de vazo como de carga poluente;
As acumulaes de volumes de gua consideradas insignificantes.

f. Como solicitar uma outorga de direito de uso da gua de
domnio da Unio?
O interessado dever preencher os formulrios correspondentes ao(s)
uso(s) pretendido(s), anexando a documentao relacionada nesses
formulrios e encaminhar ANA.

g. Quais os formulrios disponveis para solicitao de outorga?
A tabela abaixo apresenta a relao de formulrios disponveis para
solicitao de outorga de uso da gua de domnio da Unio junto ANA.

h. Como posso tirar dvidas sobre o assunto?
As dvidas podem ser tiradas junto Superintendncia de Outorga e
Cobrana da ANA, onde um corpo tcnico habilitado prestar o auxlio
necessrio aos interessados.


256
i. Como se processa a anlise da outorga no mbito da Agncia
Nacional de guas?
O diagrama a seguir apresenta as principais etapas de tramitao de
processos de outorga no mbito da Superintendncia de Outorga e
Cobrana da ANA.

j. Por que o Poder Pblico instituiu a outorga?
Com a Constituio Federal de 1988 as guas tornaram-se de domnio
pblico, tendo sido necessrio que o Poder Pblico estabelecesse um
instrumento atravs do qual pudesse autorizar o uso dos recursos hdricos.
Foi instituda, portanto, a Poltica Nacional de Recursos Hdricos - Lei n
9.433/97 - na qual cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hdricos e regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituio Federal.
So de domnio estadual as guas subterrneas e as guas superficiais dos
cursos de gua que escoam desde sua nascente at a foz passando apenas
por um Estado. So de domnio da Unio as guas dos rios e lagos que
banham mais de uns estados, fazem limite entre estados ou entre o
territrio do Brasil e o de um pas vizinho.

k. Quais so as Modalidades de outorga?

AUTORIZAO - Obras, servios ou atividades desenvolvidas por pessoa
fsica ou jurdica de direito privado e quando no se destinarem finalidade
de utilidade pblica (prazo mximo de 5 anos).
CONCESSO - Obras, servios ou atividades desenvolvidas por pessoa fsica
ou jurdica de direito pblico e quando se destinarem finalidade de
utilidade pblica (prazo mximo de 20 anos).
PERMISSO - Obras, servios ou atividades desenvolvidas por pessoa fsica
ou jurdica de direito privado, sem destinao de utilidade pblica e quando
produzirem efeitos insignificantes nos curso de gua (prazo mximo de 3
anos).

l. Como solicitar a outorga?
A outorga de direito de uso da gua deve ser solicitada por meio de
formulrios prprios do IGAM, que contm todas as informaes

257
necessrias avaliao tcnica do empreendimento e da disponibilidade
hdrica.

m. A quem solicitar a outorga?
As outorgas em guas de domnio do Estado so obtidas junto ao IGAM
(Lei 13.199/99)
As outorgas em guas de domnio da Unio so emitidas pela ANA (Lei
9.984/2000)

n. Quando se deve pedir a outorga?

Antes da implantao de qualquer empreendimento cujo uso da gua
venha alterar o regime, a quantidade ou a qualidade do corpo de gua,
incluindo, alm das captaes, acumulaes e derivaes, os lanamentos
de efluentes.
Os usos e/ou intervenes sujeitos a outorga:
Captao ou derivao de gua em um corpo de gua;
Explotao de gua subterrnea;
Construo de barramento ou aude;
Construo de dique ou desvio em corpo de gua;
Construo de estruturas de lanamento de efluentes em corpo de gua;
Construo de estrutura de recreao nas margens;
Construo de estrutura de transposio de nvel;
Construo de travessia rodo-ferroviria;
Dragagem, desasoreamento e limpeza de corpo de gua;
Lanamento de efluentes em corpo de gua;

258
Retificao, canalizao ou obras de drenagem;
Transposio de bacias;
Outras modificaes do curso, leito ou margens dos corpos de gua.
Documentao necessria para a obteno da outorga:
Requerimento assinado pelo requerente ou procurador, juntamente com a
procurao;
Formulrios fornecidos pelo IGAM;
Relatrio tcnico modelo fornecido pelo IGAM;
Comprovante de recolhimento dos valores relativos aos custos de anlise e
publicaes;
Cpias do CPF/CNPJ e da carteira de identidade do requerente ou
procurador;
Cpia do registro do imvel ou de posse do local onde ser efetuada a
captao, com atualizao mxima de 60 dias;
ART (Anotao de Responsabilidade Tcnica) expedida pelo CREA;
Documento de concesso ou autorizao fornecido pela ANEEL, em caso de
hidreltrica ou de termeltrica;
Documento emitido pelo Comit de Bacias contendo as prioridades de uso,
caso existente.







259
Legislao prpria

A Lei Federal no 9.433/97, prev cinco instrumentos de Gesto do uso das
guas:

1. Plano Nacional de Recursos Hdricos documento programtico para o
setor. Trata-se de um trabalho extenuante no s de atualizao, mas de
consolidao dos chamados Planos Diretores de Recursos Hdricos, que so
elaborados por bacia (ou conjunto de bacias ) hidrogrfica;

O planejamento dos recursos hdricos engloba os Planos de
Recursos Hdricos para a bacia, para o estado e para o pas, bem como os
enquadramentos dos corpos d`gua, que vo refletir os requisitos da gua
para atender aos seus diversos usos planejados. Os planos de bacia vo
alimentar e serem alimentados pelos planos estaduais, num processo
interativo visando uma compatibilizao entre a esfera estadual e a
abordagem por bacia.

2- Outorga de direito de uso dos recursos hdricos um instrumento pelo
qual o usurio recebe autorizao, concesso ou permisso para fazer uso
da gua.
Constitui o elemento central do controle para o uso racional dos recursos
hdricos;

A utilizao da outorga fundamental para controlar os usos,
independentemente de haver outros instrumentos de gesto da demanda.
O primeiro passo a elaborao de legislaes estaduais adequadas a cada
situao, com critrios racionais que permitam a otimizao do uso da
gua.

O prazo de validade da outorga deve ser pequeno para dar
oportunidade de uma reviso peridica dos critrios de outorga
(estimativas de disponibilidade hdrica e demandas). Por outro lado tem
que ser suficientemente longo para dar certa segurana ao usurio de que
suas atividades sero duradouras e consequentemente, possibilitar mais
investimentos e melhores tcnicas de utilizao. Alguns autores sugerem 4
anos como sendo um valor razovel.

Segundo a Lei Federal no 9.433/97 este prazo no poder
ultrapassar 35 anos.

260
Em Minas Gerais a Portaria Administrativa IGAM No 010/98, de 30
de Dezembro de 1998, que altera a portaria No 030/93, de 07 de junho de
1993, determina queat que se estabeleam as diversas vazes de
referncia na Bacia Hidrogrfica, ser adotada a Q7,10 (vazo mnima de
sete dias de durao e dez anos de recorrncia), para cada bacia .

Ainda no artigo fixa em 30% (trinta por cento) da Q7,10, o limite
mximo de derivaes consultivas a serem outorgadas..........., em
condies naturais , ficando garantido a jusante de cada derivao, fluxos
residuais mnimos equivalentes a 70% (setenta por cento) da Q7,10.

A lei estadual estabelece ainda que os prazos mximos de validade
das outorgas sero:

i)- trinta anos, para as concesses;
ii)- cinco anos, para as autorizaes;
iii)- trs anos, para as permisses.

Modalidades de Outorga

a)- Concesso Quando as obras, servios ou atividades forem
desenvolvidas por pessoa jurdica de direito pblico ou quando se
destinarem a finalidade de utilidade pblica;

b)- Autorizao Quando obras, servios ou atividades forem
desenvolvidas por pessoa fsica ou jurdica de direito privado ou quando
no se destinarem a finalidade de utilidade pblica;

c)- Permisso - Quando obras, servios ou atividades forem desenvolvidas
por pessoa fsica ou jurdica de direito privado, sem destinao de utilidade
pblica e quando produzirem efeitos insignificantes nas colees hdricas.

3- Cobrana pelo uso da gua essencial para criar as condies de
equilbrio entre as foras da oferta (disponibilidade de gua) e da
demanda, promovendo, em conseqncia, a harmonia entre os usurios
competidores;

Conforme a legislao todos os usos sujeitos a outorga sofrero cobrana.
Em Minas Gerais a primeira bacia a iniciar a cobrana a bacia do rio
Paraba do Sul.

261

4- Enquadramento dos corpos de gua em classes de uso, que permite
fazer a ligao entre a gesto da quantidade e a gesto da qualidade da
gua. extremamente importante para se estabelecer um sistema de
vigilncia sobre os nveis de qualidade da gua dos mananciais.

O enquadramento de corpos de gua deve visar sempre a melhoria
de suas condies (ou manuteno, no caso de j ter-se atingido boas
condies ), possibilitando seu uso numa gama cada vez maior de
aplicaes. Deve-se evitar enquadrar rios na classe 4 (invivel para
consumo), sob pena de se estar avalizando, na prtica, usos deletrios.
Mesmo para os rios que se encontram nessa situao (classe 4), a meta
deve ser sua recuperao e melhoria. O enquadramento deve sofrer
revises peridicas para refletir mudanas da situao e novas metas de
melhoria, de acordo com a evoluo dos usos efetivos e planejados.
















262
AVALIAO DE IMPACTO AMBIENTAL AIA

Caracterizao Ambiental
A ausncia de um conhecimento prvio das caractersticas do meio
ambiente no qual pretende-se desenvolver alguma atividade, uma das
principais causas de desequilbrio ambiental, uma vez que acarreta uma
apropriao desordenada dos recursos naturais.

Estudo de Impacto Ambiental
Conforme institudo pela resoluo CONAMA no 001/86, considera-se
impacto ambiental qualquer alterao das propriedades fsicas, qumicas e
biolgicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matria ou
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente,
afetam:
. a sade, a segurana e o bem-estar da populao;
. as atividades sociais e econmicas;
. a biota;
. as condies estticas e sanitrias do meio ambiente;
. a qualidade dos recursos ambientais.
Os impactos podem ser diretos ou indiretos, pode manifestar-se a curto ou
em longo prazo, ser de curta ou longa durao, reversvel ou irreversvel,
de natureza cumulativa ou sinrgica. Estas caractersticas podem dificultar
a simples identificao dos impactos sobre o meio ambiente, ainda mais
quando se pretende qualificar e quantificar estes impactos.

A Funo do EIA/RIMA
No Brasil a AIA foi instituda em 1981 como um dos instrumentos da
Poltica Nacional de Meio Ambiente pela Lei Federal no 6.938/81 e sua
regulamentao atravs do decreto 88.351/83. No entanto, somente em 23
de janeiro de 1986, a partir da resoluo CONAMA no 001, que foram
baixados as primeiras orientaes e detalhes para a realizao e aplicao
dos Estudos de Impactos Ambientais EIA.
Desta forma, o EIA/RIMA tem como objetivo o estudo da viabilidade
ambiental de um determinado empreendimento, ou seja, um instrumento

263
que pretende garantir a qualidade ambiental requerida pela sociedade onde
se insere a referida ao.
A elaborao de um EIA passa geralmente pelas seguintes etapas e sub-
etapas:

Etapa I Diagnstico Ambiental;
I.1 Meio Fsico;
I.2 Meio Bitico;
I.3 Meio Socioeconmico e Cultura (Meio Antrpico).

Etapa II Prognstico Ambiental (Evoluo do Meio Ambiente)
II.1 Impactos Ambientais sem o empreendimento;
II.2 Impactos Ambientais com o empreendimento;

Etapa III Plano de Controle Ambiental;
III.1 Programas referidos ao Meio Fsico;
III.2 Programas referidos ao Meio Bitico;
III.3 Programas referidos ao Meio Antrpico.

Etapa I Diagnstico Ambiental;
I.1 Meio Fsico;
Aspectos Climticos;
Recursos hdricos;
Geologia, geomorfologia e hidrogeologia;
Recursos do solo ( pedologia, aptido agrcola, etc.).

I.2 Meio Bitico;
Flora Vegetao;
Fauna.

264
I.3 Meio Socioeconmico e Cultura (Meio Antrpico).
Infra-estrutura regional;
Atividades econmicas;
Sade pblica;
Educao, etc.

Etapa II Prognstico Ambiental (Evoluo do Meio Ambiente)
Compreender a anlise da evoluo dos meios fsico, bitico,
socioeconmico e cultural, com a caracterizao dos impactos positivos e
negativos, sem e com o empreendimento. Dar-se- nfase aos aspectos
decorrentes do empreendimento.

Etapa III Plano de Controle Ambiental;
So apresentados planos ou programas de controle ambiental a serem
aplicados para mitigar os impactos identificados na fase anterior,
considerando os trs meios fsicos, bitico e antrpico.

265

Licenciamento Ambiental
Dentre as atividades sujeitas a licenciamento ambiental, por serem
atividades classificadas como modificadoras do meio ambiente, podemos
citar entre outras as seguintes:
- Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
- Ferrovias;
- Usinas de gerao de eletricidade, qualquer que seja a fonte de
energia primria acima de 10 MW;
- Aterros sanitrios, processamento e destino final de resduos txicos
ou perigosos.
Licenciamento ambiental o procedimento administrativo pelo qual o rgo
ambiental competente licencia a localizao, instalao, ampliao,
modificao e operao de atividades e empreendimentos utilizadores de
recursos ambientais considerados efetiva ou potencialmente poluidores ou
daqueles que, sob qualquer forma, possam causar degradao ambiental,
desde que verificado, em cada caso concreto, que foram preenchidos, pelo
empreendedor, os requisitos legais exigidos.
O CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente, atravs da Resoluo
n 237, de 19 de dezembro de 1997, definiu os empreendimentos e
atividades que esto sujeitos ao licenciamento ambiental. Esse
licenciamento ser efetuado em um nico nvel de competncia,
repartindo-se harmonicamente as atribuies entre o IBAMA Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis, em nvel
federal, os rgos ambientais estaduais e os rgos ambientais municipais.
Em linhas gerais, ao IBAMA compete o licenciamento de empreendimentos
e atividades com impacto ambiental de mbito nacional ou que afete
diretamente o territrio de dois ou mais Estados federados, considerados
os exames tcnicos procedidos pelos rgos ambientais dos Estados e
Municpios em que se localizar o empreendimento. Aos rgos ambientais
municipais compete o licenciamento de empreendimentos e atividades de
impacto local e dos que lhes forem delegados pelos Estados atravs de
instrumento legal ou convnio.
Compete aos rgos ambientais estaduais ou do Distrito Federal o
licenciamento ambiental dos empreendimentos e atividades cujos impactos
diretos ultrapassem os limites territoriais de um ou mais Municpios ou que
estejam localizados em mais de um Municpio, em unidades de conservao

266
de domnio estadual ou em florestas e demais formas de vegetao natural
de preservao permanente. Alm disso, pode haver delegao do IBAMA
para os Estados, por instrumento legal ou convnio.
Em Minas Gerais, o licenciamento ambiental exercido pelo COPAM -
Conselho Estadual de Poltica Ambiental, por intermdio das Cmaras
Especializadas, da FEAM Fundao Estadual do Meio Ambiente, no tocante
s atividades industriais, minerarias e de infra-estrutura e do IEF
Instituto Estadual de Florestas, no tocante s atividades agrcolas,
pecurias e florestais.
As bases legais para o licenciamento e o controle das atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras em Minas Gerais esto estabelecidas na Lei n
7.772, de 8 de setembro de 1980 e no Decreto n 39.424, de 05 de
fevereiro de 1998, que a regulamenta, compatibilizados com a legislao
federal.
Complementar ao Decreto, as deliberaes normativas e resolues do
COPAM normatizam as condies para o sistema de licenciamento
ambiental, classificam os empreendimentos e atividades segundo o porte e
potencial poluidor, estabelecem limites para o lanamento de substncias
poluidoras no ar, na gua e no solo, de forma a garantir a qualidade do
meio ambiente e definem os procedimentos a serem adotados pelo
empreendedor para a obteno das licenas ambientais.
H trs tipos de licena: Licena Prvia (LP); Licena de Instalao
(LI) e Licena de Operao (LO), as quais podero ser expedidas
isoladas ou sucessivamente, de acordo com a natureza, caractersticas e
fase do empreendimento ou atividade.
Para os empreendimentos j existentes em Minas Gerais antes de maro de
1981, quando foi regulamentada a Lei Ambiental do Estado, adotado o
chamado licenciamento corretivo, atravs de convocao e registro. Nesse
caso, a regularizao obtida mediante a obteno da Licena de
Operao, condicionada ao cumprimento de Plano de Controle Ambiental
PCA, aprovado pela competente Cmara Especializada do COPAM.
O licenciamento corretivo aplicado tambm aos empreendimentos
instalados depois de maro de 1981, revelia da Legislao Ambiental,
com o objetivo de permitir a regularizao de suas atividades.
Os rgos e entidades da administrao estadual, direta e indireta somente
aprovam projeto de implantao ou ampliao de atividades efetiva ou
potencialmente degradadoras do meio ambiente aps o licenciamento
ambiental, sob pena de responsabilizao administrativa e nulidade de seus

267
atos. Dessa forma, para a liberao de recursos referentes a concesso de
incentivos fiscais ou financeiros, a empresa beneficiria deve apresentar a
licena do COPAM.

Licena Prvia - LP
A Licena Prvia requerida na fase preliminar de planejamento do
empreendimento ou atividade. Nessa primeira fase do licenciamento, a
FEAM avalia a localizao e a concepo do empreendimento, atestando a
sua viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos bsicos a serem
atendidos nas prximas fases.
Para a formalizao do processo de Licena Prvia so necessrios os
seguintes documentos:
- requerimento da licena pelo empreendedor;
- declarao da Prefeitura Municipal declarando que o tipo de
empreendimento e o local de sua instalao esto de acordo com as
leis e regulamentos administrativos aplicveis ao uso ocupao do
solo;
- Formulrio de Caracterizao do Empreendimento FCE, preenchido
pelo representante legal;
- Relatrio de Controle Ambiental RCA, elaborado de acordo com as
instrues da FEAM, por profissional legalmente habilitado, e
acompanhado da anotao de responsabilidade tcnica;
- Estudos de Impacto Ambiental EIA e respectivo Relatrio de
Impacto Ambiental RIMA, no caso de empreendimentos de
elevado impacto ambiental, listados no artigo 2 da Resoluo
CONAMA n001/86 ou outros, definidos pela FEAM;
- certido negativa de dbito financeiro de natureza ambiental,
expedida pela FEAM, a pedido do interessado;
- para o setor eltrico, documentao especificada na Resoluo
CONAMA n 006/87;
- comprovante de recolhimento do custo de anlise do pedido de
licena, de acordo com as Deliberaes Normativas n 01/90 e
15/96;
- autorizao do IGAM Instituto Mineiro de Gesto das guas para
derivao de guas pblicas, quando for o caso;

268
- autorizao do IEF Instituto Estadual de Florestas para supresso
de vegetao, quando for caso;
- cpia da publicao do pedido de Licena Prvia em peridico,
regional ou local, de grande circulao na rea do empreendimento,
de acordo com a Deliberao Normativa n.13/95.
Durante a anlise da Licena Prvia pode ocorrer a audincia pblica, nos
termos da Deliberao Normativa n 12/94, cuja finalidade expor o
projeto e seus estudos ambientais s comunidades interessadas, dirimindo
dvidas e recolhendo do pblico, crticas e sugestes.
A Licena Prvia no concede qualquer direito de interveno no meio
ambiente, correspondendo etapa de estudo e planejamento do futuro
empreendimento.
O seu prazo de validade definido pelo cronograma apresentado pelo
empreendedor para a elaborao dos planos, programas e projetos, no
podendo ser superior a 4 anos, conforme dispe a Deliberao Normativa
n 17/96, modificada pela Deliberao Normativa n 23/97.

Licena de Instalao (LI)
A Licena de Instalao a segunda fase do licenciamento ambiental,
quando so analisados e aprovados os projetos executivos de controle de
poluio e as medidas compensatrias, que compem o documento
denominado Plano de Controle Ambiental.
A LI gera o direito instalao do empreendimento ou sua ampliao, ou
seja, a implantao do canteiro de obras, movimentos de terra, abertura de
vias, construo de galpes, edificaes e montagens de equipamentos. A
Licena de Instalao concedida especifica as obrigaes do empreendedor
no que se refere s medidas mitigadoras dos impactos ambientais, sendo
exigido o emprego da melhor tecnologia disponvel para prevenir a
poluio.
Para a formalizao do processo de Licena de Instalao so necessrios
os seguintes documentos:
- requerimento da licena pelo empreendedor;
- Plano de Controle Ambiental PCA, elaborado de acordo com as
instrues da FEAM, por profissional legalmente habilitado, e
acompanhado da anotao de responsabilidade tcnica;

269
- certido negativa de dbito financeiro de natureza ambiental,
expedida pela FEAM, a pedido do interessado;
- comprovante de recolhimento do custo de anlise do pedido de
licena, de acordo com as Deliberaes Normativas n 01/90 e
15/96;
- cpia da publicao da concesso da Licena Prvia e do pedido de
Licena de Instalao em peridico, regional ou local, de grande
circulao na rea do empreendimento, de acordo com a Deliberao
Normativa n 13/95.
Quando o empreendimento j iniciou as obras de implantao sem haver
se submetido avaliao ambiental prvia, cabvel a Licena de
Instalao, de carter corretivo, estando o interessado obrigado a
apresentar os documentos referentes etapa de obteno da Licena
Prvia, juntamente com os relativos fase de LI.
O prazo de validade da Licena de Instalao corresponde, no mnimo, ao
estabelecido pelo cronograma de implantao do empreendimento, no
podendo ser superior a 6 anos. A LI pode ter seu prazo de validade
prorrogado por 2 anos, desde que no seja ultrapassado o limite mximo
de 6 anos.

Licena de Operao (LO)
Autoriza a operao da atividade ou empreendimento, aps a verificao
do efetivo cumprimento do que consta das licenas anteriores, com as
medidas de controle ambiental e condicionante determinadas para a
operao. O prazo de validade da Licena de Operao (LO) dever
considerar os planos de controle ambiental e ser de, no mnimo 4 (quatro)
anos e, no mximo 10 (dez) anos.





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BIBLIOGRAFIA ESPECFICA
- Recursos Hdricos Bloco 4 The Open University. Ed. Da
UNICAMP, S.P. 2000.
- ABAS Associao Brasileira de guas Subterrneas
- IGAM Instituto Mineiro de Gesto das guas
- ANA Agencia Nacional das guas
- CODEVASF Companhia de Desenvolvimento do Vale o So
Francisco
- ABRH Associao Brasileira de Recursos Hdricos

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