Dramaturgos Elisabetanos

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Dramaturgos Elisabetanos

O teatro elisabetano refere-se às obras dramatúrgicas escritas e interpretadas


durante o reinado de Elisabeth I de Inglaterra (1533-1603), sendo associado,
tradicionalmente, à figura de William Shakespeare (1564-1616).

Para fins de estudo, estende-se, no entanto, a era elisabetana até o fim do reinado
de Jaime I, em 1625, e mais tarde, incluindo seu sucessor, Carlos I, até o fechamento
dos teatros no ano de 1642, devido à Revolução inglesa (Teatro Carolino). O fato de se
prolongar além do reinado de Elisabeth I faz com que o drama escrito entre a Reforma e
a clausura dos teatros em 1642 se denomine Teatro Renascentista Inglês

O teatro elisabetano tem seu auge de 1562 a 1642. As peças caracterizam-se pela
mistura sistemática de sério e cômico; pelo abandono das unidades aristotélicas
clássicas; pela variedade na escolha dos temas, tirados da mitologia, da literatura
medieval e renascentista, e da história; e por uma linguagem que mistura o verso mais
refinado à prosa mais descontraída.

Autores elisabetanos

O maior nome do período é o de William Shakespeare. Além dele se destacam,


Ben Jonson, Christopher Marlowe e Edmund Spencer .

Ben Jonson

Ator, jornalista e poeta britânico nascido em Londres, um influente e muito fértil


dramaturgo inglês, de fundamental importância para a renovação do teatro da ilha na
primeira metade do século XVII, escrevendo peças tão populares em sua época quanto
as do próprio William Shakespeare (1564-1616), seu rival. De origem humilde, nasceu
dois meses após a morte do pai, um pregador escocês, e foi criado pelo padrasto, um
maçom pobre. Por algum tempo estudou na Universidade de Westminster, mas deixou a
escola para aprender o ofício de mestre-de-obras de seu padrasto. Assim, na juventude
foi pedreiro e soldado, prestando serviço militar como voluntário (1597), período em
que começou a fazer teatro. Nessa ocasião, matou outro ator em um duelo e ficou preso
por algum tempos após voltar a liberdade, dedicou-se à carreira de autor. Logo revelou-
se como comediógrafo com Every Man in His Humour (1598), considerada a primeira
comédia tipicamente londrina do teatro inglês. Rapidamente ganhou fama pelo seu
extraordinário e versátil talento como poeta lírico, porém, embora notáveis, suas
tragédias não alcançaram a mesma importância. Posteriormente várias de suas comédias
passaram a ser consideradas obras-primas e continuam sendo representadas,
especialmente Volpone (1606) e Epicoene (1609). Mestre do diálogo e do perfeito
delineamento de personagens, manejava enredos muito bem construídos e defendia que
o teatro era para divertir e instruir. Morreu em Londres e foi enterrado em Westminster,
com a inscrição O rare Ben Jonson, significando Ó extraordinário Ben Jonson, que
muitos preferem ler como Orare Ben Jonson, com o sentido de rezar por Ben Jonson,
conforme teria sido seu último pedido. Sua fórmula de comédia de costumes, que tinha
por base uma curiosa teoria dos humores, continuou a exercer profunda influência na
dramaturgia européia por mais de dois séculos seguintes. Outros grandes sucessos
foram The Alchemist (1610), uma sátira à fé supersticiosa daquela época na alquimia, e
as tragédias, destacam-se Sejanus (1603) e Catiline (1611). Atavessou o auge de sua
melhor poesia lírica com The Forest (1616) e Underwoods(1640).

Christopher Marlowe

Dramaturgo, poeta e tradutor renascentista inglês nascido em Canterbury, que


viveu no período elisabetano e que se tornou um expoente de uma geração que
alinhavou os contornos existenciais de um modelo de homem que persiste até os nossos
dias. Filho de um sapateiro, primogênito de cinco irmãos, logo revelou um talento
precoce no domínio do latim e da gramática. Por causa de sua evidente genialidade foi
apadrinhado pela igreja local, que subsidiou seus estudos e o indicou à aristocrática
universidade de Cambridge. Aos 19 anos, já era bastante conhecido por sua vida repleta
de aventuras, conflitos e poesia, e já havia escrito e traduzido várias peças e poemas. Foi
o maior renovador formal do teatro do período com a introdução dos versos brancos, e
uma influência forte sobre as primeiras obras do dramaturgo e poeta inglês William
Shakespeare (1564-1616), de quem foi amigo. Trabalhou como agente secreto para
Francis Walsingham (1530-1590), criador da primeira rede de informações
relativamente organizada foi montada durante o século XVI, durante o reinado de
Elizabeth I (1533-1603) da Inglaterra (1558-1603). O responsável pela rede de agentes
recrutou contatos dentro e fora da Inglaterra, incluindo estadistas, diplomatas e artistas,
entretanto foi uma iniciativa pessoal mais do que um órgão oficial. O primeiro serviço
de inteligência institucional foi criado durante o reinado de Luís XIV (1638-1715), o
Grande Rei Sol, da França (1643-1715). Apesar de sua reconhecida vaidade e
popularidade, levou uma vida atribulada e teve uma morte misteriosa, aos 29 anos. Por
exemplo, foi preso (1589), juntamente com o poeta Thomas Watson, sob a acusação de
matar a Willian Bradley em duelo, motivado pelos boatos de que ele e Watson
mantinham relacionamento homossexual. Segundo alguns documentos foi morto com
uma facada no olho desferida por uma falsário, um tal de Ingram Frizer, durante uma
briga em um prostíbulo de propriedade de uma viúva chamada Eleanor Bull, em
Deptford, uma pequena vila portuária nas margens do Tamisa, a poucos quilômetros de
Londres, se bem que não se tenha a certeza do que realmente isso aconteceu. Os
primeiros registros escritos que fazem alusão ao fato de que ele teria sido assassinado,
surgiram apenas cinco anos depois do ocorrido, e são bastante imprecisos. Há também
uma versão que teria morrido infectado pela peste que se abatia naquele ano (1593)
sobre toda a Inglaterra. Peças de teatro de sua autoria: Dido, Queen Of Carthage,
Tamburlaine: Parts One e Two, The Jew of Malta, Edward the Second, Doctor Faustus,
entre outras.
Edmund Spenser

Poeta renascentista britânico nascido em Londres, introdutor da poesia bucólica


na Inglaterra. Filho de um modesto consertador de relógios, John Spenser, residente em
Smithfield, Londres, entrou na escola dos Merchant Taylors, provavelmente a sua
abertura (1561) onde estudou com o célebre humanista e escritor pedagógico Richard
Mulcaster, onde estudou humanismo grego e latino; e enfaticamente o idioma latino e
sua composição, além de ligeiramente grego e hebreu, e encorajado a escrever em verso.
Depois de deixar escola (1569), matriculou-se como um sizar na Pembroke Hall, depois
Pembroke College, Cambridge, com uma bolsa doada por um benfeitor. Em Pembroke,
conheceu os mestres John Young, depois Bishop of Rochester, e Lancelot Andrewes,
futuro Bishop of London, de grande influência em sua carreira na literatura, além de ter
desenvolvido em forte e duradoura amizade com Gabriel Harvey.

Em Cambridge recebeu a influência das literaturas francesa, italiana e espanhola


da época, começou a escrever poesia inspirado no platonismo, na linha de Petrarca e do
contemporâneo Joachim du Bellay. Depois de obter o B.A (1573) e o M.A. (1576),
deixou Cambridge para Kent onde foi secretário de John Young. Depois passou a
trabalhar para o Conde de Leicester (1577) e entrou para o serviço público (1580) onde
exerceu importantes cargos políticos e militares na Irlanda e participou ativamente da
repressão aos católicos. Adquiriu o castelo de Kilkolman (1586), no condado de Cork,
no qual viveu a maior parte da vida, mas acabou por ser expulso da Irlanda pelo povo de
Cork que, revoltado com a impiedosa perseguição do poeta aos católicos, incendiou seu
castelo (1598). Sua obra-prima, The Faerie Queene (1589-1596), uma obra épica sobre
a luta entre católicos e protestantes, foi publicada em partes e deveria abranger 12
livros, mas ficou incompleta. Entre outras obras, o poeta publicou The Shepheardes
Calender (1579), Epithalamion (1595), Fowre Hymnes (1596). Morreu em Londres e
está sepultado na abadia de Westminster.

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