GUM em Portugues
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A EXPRESSÃO
DA INCERTEZA
DE MEDIÇÃO
Terceira Edição Brasileira
Todos os direitos em língua portuguesa reservados à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
A duplicação ou reprodução desta obra, sob qualquer meio, só é permitida mediante autorização expressa da ABNT
Autoria
BIPM, IEC, IFCC, ISO, IUPAC, IUPAP e OIML
Capa
Ana Cláudia David de Andrade (Designer do Inmetro)
ISBN
2003
Diretoria de Metrologia Científica e Industrial (DIMCI)
do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)
Rua Santa Alexandrina, 416/5º andar, Rio Comprido
20261-232 Rio de Janeiro – RJ
Tel.: 21-2563-2905
Fax: 21-2293-6559
e-mail: [email protected]
GUIA PARA A EXPRESSÃO DA
INCERTEZA DE MEDIÇÃO
Apoio Institucional
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
Expressão da Incerteza de Medição Sumário
Sumário
Prefácio .............................................................................xv 6.3 Escolhendo um fator de abrangência...............24
5.1 Grandezas de entrada não correlacionadas......19 D Valor “verdadeiro”, erro e incerteza ...........................42
5.2 Grandezas de entrada correlacionadas.............21
D.1 O mensurando ..................................................42
5
Sumário Expressão da Incerteza de Medição
H Exemplos....................................................................70
K Bibliografia ................................................................96
6
Expressão da Incerteza de Medição Prefacio 1...
Prefacio 1...
7
Prefácio 2 Expressão da Incerteza de Medição
Prefácio 2
8
Expressão da Incerteza de Medição 0 Introdução
0 Introdução
0.1 Quando se relata o resultado de medição de uma 0.4 O método ideal para avaliar e expressar a incerteza
grandeza física, é obrigatório que seja dada alguma indica- do resultado de uma medição deve ser:
ção quantitativa da qualidade do resultado, de forma tal
que aqueles que o utilizam possam avaliar sua confiabili- - universal: o método deve ser aplicável a todas as
dade. Sem essa indicação, resultados de medição não po- espécies de medição e a todos os tipos de dados de
dem ser comparados, seja entre eles mesmos ou com valo- entrada usados nas medições.
res de referência fornecidos numa especificação ou numa
norma. É, portanto, necessário que haja um procedimento A grandeza real usada para expressar a incerteza deve ser:
prontamente implementado, facilmente compreendido e de
- internamente consistente: deve ser diretamente de-
aceitação geral para caracterizar a qualidade de um resul-
rivável dos componentes que para ela contribuem,
tado de uma medição, isto é, para avaliar e expressar sua
assim como ser independente de como estes com-
incerteza.
ponentes estejam agrupados, ou da decomposição
0.2 O conceito de incerteza como um atributo quantifi- de componentes em subcomponentes.
cável é relativamente novo na história da medição, embora - transferível: deve ser possível usar diretamente a
erro e análise de erro tenham sido, há muito, uma parte da incerteza avaliada para um resultado como um
prática da ciência da medição ou metrologia. É agora am- componente na avaliação da incerteza de outra me-
plamente reconhecido que, quando todos os componentes dição na qual o primeiro resultado é utilizado.
de erro conhecidos ou suspeitos tenham sido avaliados e
Além disso, em muitas aplicações industriais e comerciais,
as correções adequadas tenham sido aplicadas, ainda per-
assim como nas áreas da saúde e segurança, é freqüente-
manece uma incerteza sobre quão correto é o resultado de-
mente necessário fornecer um intervalo em torno do resul-
clarado, isto é, uma dúvida acerca de quão corretamente o
tado de medição com o qual se espera abranger uma gran-
resultado da medição representa o valor da grandeza que
de fração da distribuição de valores, que poderiam razoa-
está sendo medida.
velmente ser atribuídos à grandeza sujeita à medição. As-
0.3 Da mesma forma como o uso quase universal do sim, o método ideal para avaliar e expressar incerteza de
Sistema Internacional de Unidades (SI) trouxe coerência a medição deve ser capaz de fornecer prontamente tal inter-
todas as medições científicas e tecnológicas, um consenso valo, em particular, com uma probabilidade da abrangên-
mundial sobre a avaliação e expressão da incerteza de me- cia ou nível da confiança que corresponda, de uma forma
dição permitiria que o significado de um vasto espectro de realista, ao nível requerido.
resultados de medições na ciência, engenharia, comércio,
0.5 O enfoque sobre o qual está baseado este documen-
indústria e regulamentação, fosse prontamente compreen-
to de orientação é aquele esboçado na Recomendação
dido e apropriadamente interpretado. Nesta era de merca-
INC-1 (1980) [2] do Grupo de Trabalho sobre a Declara-
do global, é imperativo que o método para avaliar e ex-
ção de Incertezas, que foi convocado pelo BIPM, sob soli-
pressar a incerteza seja uniforme em todo o mundo, de for-
citação do CIPM (ver o Prefácio). Essa abordagem, cuja
ma tal que as medições realizadas em diferentes países
justificativa é discutida no anexo E, satisfaz a todos os re-
possam ser facilmente comparadas.
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0 Introdução Expressão da Incerteza de Medição
quisitos anteriormente enumerados. Este não é o caso da 0.7 Recomendação INC-1 (1980)
maioria dos outros métodos em uso corrente. A Recomen- Expressão de Incertezas Experimentais
dação INC-1 (1980) foi aprovada e ratificada pelo CIPM
em suas próprias Recomendações 1 (CI-1981) [3] e 1 (CI- 1. A incerteza de um resultado de uma medição geral-
1986) [4]; as traduções destas Recomendações da CIPM mente consiste de vários componentes que podem ser
estão reproduzidas no anexo A (ver A.2 e A.3, respectiva- agrupados em duas categorias, de acordo com o méto-
mente). Uma vez que a Recomendação INC-1 (1980) é o do utilizado para estimar seu valor numérico:
fundamento sobre o qual este documento se baseia, a tradu-
ção para a língua portuguesa está reproduzida em 0.7 e o A. aqueles que são avaliados com o auxílio de mé-
texto em françês, o qual é oficial, está reproduzido em A.1. todos estatísticos;
0.6 Um resumo sucinto do procedimento especificado B. aqueles que são avaliados por outros meios.
neste documento, para a avaliação e expressão de incerte-
zas de medição, é dado no capítulo 8, e alguns exemplos Nem sempre há uma simples correspondência entre a
são apresentados em detalhes no anexo H. Outros anexos classificação nas categorias A ou B e o caráter “aleató-
tratam de termos gerais em metrologia (anexo B); termos e rio” ou “sistemático” utilizado anteriormente para clas-
conceitos básicos de estatística (anexo C); valor “verda- sificar as incertezas. A expressão “incerteza sistemáti-
deiro”, erro e incerteza (anexo D); sugestões práticas para ca” é susceptível a induzir erros de interpretação e
avaliação dos componentes da incerteza (anexo F); graus deve ser evitada.
de liberdade e níveis da confiança (anexo G); os principais
símbolos matemáticos utilizados no documento (anexo J); Toda descrição detalhada da incerteza deve consistir de
e referências bibliográficas (anexo K). Um índice alfabéti- uma lista completa de seus componentes e indicar para
co conclui o documento. cada uma o método utilizado para lhe atribuir um valor
numérico.
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Expressão da Incerteza de Medição 1 Finalidade
1 Finalidade
1.1 Este Guia estabelece regras gerais para avaliar e tado de uma medição”, tal como é usado neste Guia, deve
expressar a incerteza de medição que podem ser seguidas ser interpretado neste sentido mais amplo.
em vários níveis de exatidão e em muitos campos, desde o
chão da fábrica até o da pesquisa fundamental. Os princí- 1.4 Este Guia fornece regras gerais para avaliar e ex-
pios deste Guia, portanto, são aplicáveis a um amplo es- pressar a incerteza de medição ao invés de instruções deta-
pectro de medições, incluindo aquelas necessárias para: lhadas de tecnologia específica. Além disso, ele não discu-
te como a incerteza de um determinado resultado de uma
- manter o controle da qualidade e a garantia da qua- medição, uma vez avaliada, pode ser utilizada para dife-
lidade na produção; rentes finalidades, como, por exemplo, tirar conclusões so-
- respeitar e fazer cumprir leis e regulamentos; bre a compatibilidade daquele resultado com outros resul-
- conduzir pesquisa básica, pesquisa aplicada e des- tados similares, estabelecer limites de tolerância em um
envolvimento na ciência e na engenharia; processo de fabricação, ou decidir se uma determinada li-
- calibrar padrões e instrumentos e executar ensaios, nha de ação poderá ser adotada com segurança. Pode, por-
através de um sistema nacional de medição, de for- tanto, tornar-se necessário desenvolver normas específi-
ma a obter a rastreabilidade até os padrões nacio- cas, baseadas neste Guia, que tratem dos problemas pecu-
nais; liares aos campos específicos de medição ou às várias uti-
- desenvolver, manter e comparar padrões físicos de lizações das expressões quantitativas da incerteza. Essas
referência nacional e internacional, incluindo mate- normas podem ser versões simplificadas deste Guia mas
riais de referência. deveriam incluir os detalhes que são apropriados ao nível
de exatidão e complexidade das medições e utilizações vi-
1.2 Este Guia está primariamente relacionado com a sadas.
expressão da incerteza da medição de uma grandeza física
bem definida, o mensurando, que pode ser caracterizado NOTA - Pode haver situações nas quais se acredita que o conceito
de incerteza de medição não seja plenamente aplicável, tal como
por um valor essencialmente único. Se o fenômeno de in-
quando a precisão de um método de ensaio é determinada (ver refe-
teresse pode ser representado somente como uma distribu- rência [5], por exemplo).
ição de valores ou é dependente de um ou mais parâme-
tros, tal como o tempo, então os mensurandos requeridos
para sua descrição são o conjunto de grandezas que des-
crevem aquela distribuição ou aquela dependência.
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2 Definições Expressão da Incerteza de Medição
2 Definições
2.1 Termos metrológicos gerais exemplo, o desvio padrão, é necessário utilizar a palavra
“incerteza” nestas duas acepções diferentes.
As definições de vários termos metrológicos gerais e rele-
vantes para este Guia, tais como “grandeza mensurável”, 2.2.2 Neste Guia, a palavra “incerteza”, sem adjetivos,
“mensurando” e “erro de medição”, são dadas no anexo B. refere-se tanto ao conceito geral de incerteza como a qual-
Essas definições são extraídas do “Vocabulário Internaci- quer uma ou a todas as medidas quantitativas deste concei-
onal de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia” to. Quando uma medida específica é visada, são usados os
(abreviado para VIM)[6]. Adicionalmente, o anexo C dá adjetivos apropriados.
as definições de vários termos estatísticos básicos extraí-
dos, principalmente, da Norma Internacional ISO-3534-1 2.2.3 A definição formal do termo “incerteza de medi-
[7]. Quando um desses termos metrológicos ou estatísticos ção” desenvolvida para ser usada neste Guia e na edição
(ou um termo estreitamente relacionado) é usado no texto do VIM [6](VIM definição 3.9) é a seguinte:
pela primeira vez, começando no capítulo 3, ele é impres-
incerteza (de medição)
so em negrito e o número do item no qual é definido é
parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
dado entre parênteses.
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser ra-
Por causa da sua importância para este Guia, a definição zoavelmente atribuídos ao mensurando.
do termo metrológico geral “incerteza de medição” é dada
NOTAS
tanto no anexo B, como em 2.2.3 . As definições dos mais
importantes termos específicos deste Guia são dadas de 1 O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um
2.3.1 a 2.3.6 . Em todos esses itens e nos anexos B e C, o múltiplo dele), ou a metade de um intervalo correspondente a um ní-
vel da confiança estabelecido.
uso de parênteses, em certas palavras de alguns termos, si-
gnifica que as mesmas podem ser omitidas, se tal omissão 2 A incerteza de medição compreende, em geral, muitos compo-
não causar equívoco. nentes. Alguns destes componentes podem ser estimados com base
na distribuição estatística dos resultados de séries de medições e po-
dem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros
2.2 O termo “incerteza” componentes, que também podem ser caracterizados por desvios pa-
drão, são avaliados por meio de distribuições de probabilidade su-
postas, baseadas na experiência ou em outras informações.
O conceito de incerteza é discutido mais amplamente no
capítulo 3 e no anexo D. 3 Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do
valor do mensurado, e que todos os componentes da incerteza, in-
2.2.1 A palavra “incerteza” significa dúvida, e assim, no cluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os com-
ponentes associados com correções e padrões de referência, contri-
sentido mais amplo, “incerteza de medição” significa dú-
buem para a dispersão.
vida acerca da validade do resultado de uma medição. Por
causa da falta de palavras diferentes para este conceito ge- 2.2.4 A definição de incerteza de medição dada em 2.2.3
ral de incerteza e para as grandezas específicas que pro- é uma definição operacional e focaliza o resultado da me-
porcionam medidas quantitativas do conceito, como, por dição e sua incerteza avaliada. Entretanto, ela não é incon-
12
Expressão da Incerteza de Medição 2 Definições
sistente com outros conceitos de incerteza de medição, tais 2.3.5 incerteza expandida
como: grandeza que define um intervalo em torno do resultado de
uma medição com o qual se espera abranger uma grande
- uma medida do possível erro no valor estimado do fração da distribuição dos valores que possam ser razoa-
mensurando, tal como proporcionado pelo resulta- velmente atribuídos ao mensurando
do de uma medição;
- uma estimativa caracterizando a faixa de valores na NOTAS
qual o valor verdadeiro de um mensurando se en- 1 A fração pode ser vista como a probabilidade de abrangência ou
contra (VIM, 1ª edição, 1984, definição 3.09). nível da confiança do intervalo.
Embora estes dois conceitos tradicionais sejam válidos 2 Para associar um nível da confiança específico ao intervalo de-
finido pela incerteza expandida, são necessárias suposições explíci-
como ideais, eles focalizam grandezas desconhecidas: o
tas ou implícitas com respeito à distribuição de probabilidade carac-
“erro” do resultado de uma medição e o “valor verdadei- terizada pelo resultado da medição e sua incerteza padrão combina-
ro” do mensurando (em contraste com seu valor estima- da. O nível da confiança que pode ser atribuído a este intervalo será
do), respectivamente. Não obstante, qualquer que seja o somente conhecido na medida em que tais suposições possam ser
justificadas.
conceito de incerteza adotado, um componente de incerte-
za é sempre avaliado utilizando-se os mesmos dados e in- 3 Incerteza expandida é denominada incerteza global no parágra-
formações relacionados (ver também E.5). fo 5 da Recomendação INC-1 (1980).
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3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição
3 Conceitos básicos
Discussões adicionais dos conceitos básicos podem ser en- pecificação deverá incluir a temperatura e a pressão nas quais o
contradas no anexo D, que focaliza as idéias de valor “ver- comprimento é definido. Assim, o mensurando deve ser especifica-
do como, por exemplo, o comprimento da barra a 25,00 ºC e
dadeiro”, erro e incerteza e inclui ilustrações gráficas des-
101 325 Pa (e mais quaisquer outros parâmetros definidos julgados
tes conceitos, e no anexo E, que explora a motivação e a necessários, tal como a maneira pela qual a barra será apoiada). En-
base estatística da Recomendação INC-1 (1980) sobre a tretanto, se o comprimento tiver de ser determinado apenas com
qual se fundamenta este Guia. O anexo J é um glossário exatidão milimétrica, sua especificação não requererá uma definição
de temperatura ou pressão ou de um valor para qualquer outro parâ-
dos principais símbolos matemáticos usados neste Guia.
metro de definição.
3.1.2 Em geral, o resultado de uma medição (B.2.11) é 3.1.6 O modelo matemático da medição que transforma o
somente uma aproximação ou estimativa (C.2.26) do va- conjunto de observações repetidas no resultado de medi-
lor do mensurando e, assim, só é completa quando acom- ção, é de importância crítica porque, em adição às obser-
panhada pela declaração da incerteza (ver B.2.18) dessa vações, ele geralmente inclui várias grandezas de influên-
estimativa. cia que não são extamente conhecidas. Essa falta de co-
nhecimento contribui para a incerteza do resultado da me-
3.1.3 Na prática, o grau de especificação ou definição ne- dição, assim como contribuem as variações das observa-
cessário para o mensurando é ditado pela exatidão de me- ções repetidas e qualquer incerteza associada com o pró-
dição requerida (B.2.14). O mensurando deve ser defini- prio modelo matemático.
do com completeza suficiente relativa à exatidão requeri-
da, de modo que, para todos os fins práticos associados 3.1.7 Este Guia trata o mensurando como um escalar
com a medição, seu valor seja único. É nesse sentido que a (uma grandeza única). A extensão a um conjunto de men-
expressão “valor do mensurando” é usada neste Guia. surandos relacionados, determinados simultaneamente na
mesma medição, requer a substituição do mensurando es-
EXEMPLO - Se o comprimento de uma barra de aço de um metro calar e de sua variância (C.2.11, C.2.20, C.3.2) por um
(nominal) deve ser determinado com exatidão micrométrica, sua es- mensurando vetorial e por uma matriz de covariância
14
Expressão da Incerteza de Medição 3 Conceitos básicos
(C.3.5). Tal substituição é considerada, neste Guia, apenas efeito de tendência. É uma medida da incerteza do resultado devido
ao conhecimento incompleto do valor requerido da correção. O erro
nos exemplos (ver H.2, H.3 e H.4).
originado da compensação imperfeita de um efeito sistemático não
pode ser exatamente conhecido. Os termos “erro” e “incerteza” de-
3.2 Erros, efeitos e correções vem ser usados apropriadamente e deve-se tomar cuidado em distin-
guir um do outro.
15
3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição
c) amostragem não-representativa – a amostra medida Ao mesmo tempo, isto não impede designar componentes indivi-
duais que tenham sido avaliados pelos dois diferentes métodos
pode não representar o mensurando definido;
em grupos distintos, a serem usados para uma finalidade em par-
d) conhecimento inadequado dos efeitos das condi- ticular (ver 3.4.3).
16
Expressão da Incerteza de Medição 3 Conceitos básicos
3.3.7 Para satisfazer as necessidades de algumas aplica- 3.4.3 De forma a decidir se um sistema de medição está
ções industriais e comerciais, assim como a requisitos nas funcionando adequadamente, a variabilidade observada
áreas da saúde e segurança, uma incerteza expandida U é experimentalmente de seus valores de saída, conforme me-
obtida, multiplicando-se a incerteza padrão combinada uc dida pelo seu desvio padrão observado, é freqüentemente
por um fator de abrangência k. A finalidade pretendida comparada com o desvio padrão previsto, obtido pela
para U é fornecer um intervalo em torno do resultado de combinação dos vários componentes da incerteza que ca-
uma medição, com o qual se espera abranger uma grande racterizam a medição. Em tais casos, somente aqueles
fração da distribuição de valores que poderiam razoavel- componentes (obtidos de avaliações Tipo A ou Tipo B)
mente ser atribuídos ao mensurando. A escolha do fator k, que poderiam contribuir para a variabilidade experimen-
o qual está geralmente na faixa de 2 a 3, é baseada na pro- talmente observada destes valores de saída devem ser con-
babilidade de abrangência ou nível da confiança requerido siderados.
do intervalo (ver capítulo 6).
NOTA - Tal análise pode ser facilitada, reunindo-se aqueles compo-
NOTA - O fator de abrangência k deve sempre ser declarado de for- nentes que contribuem para a variabilidade e aqueles que não o fa-
ma que a incerteza padrão da grandeza medida possa ser recuperada zem em dois grupos separados e adequadamente rotulados.
para uso no cálculo da incerteza padrão combinada de outros resul-
tados de medição que possam depender dessa grandeza. 3.4.4 Em alguns casos, a incerteza de uma correção para
um efeito sistemático não precisa ser incluída na avaliação
3.4 Considerações práticas da incerteza de um resultado de medição. Embora a incer-
teza tenha sido avaliada, ela pode ser ignorada se sua con-
3.4.1 Se todas as grandezas das quais o resultado de uma tribuição para a incerteza padrão combinada do resultado
medição depende forem variadas, sua incerteza poderá ser de medição é insignificante. Se o valor da própria correção
calculada por meios estatísticos. Entretanto, uma vez que for insignificante relativamente à incerteza padrão combi-
isso, na prática, raramente é possível, devido a tempo e re- nada, ele também pode ser ignorado.
cursos limitados, a incerteza de um resultado de medição
é, geralmente, avaliada utilizando-se um modelo matemá- 3.4.5 Muitas vezes ocorre na prática, especialmente no
tico da medição e a lei de propagação da incerteza. Assim, domínio da metrologia legal, que um equipamento é en-
neste Guia, está implícita a suposição de que uma medição saiado através de uma comparação com um padrão de me-
pode ser modelada matematicamente até o grau imposto dição e as incertezas associadas com o padrão e com o
pela exatidão requerida na medição. procedimento de comparação são desprezíveis relativa-
mente à exatidão requerida do ensaio. Um exemplo é o
3.4.2 Uma vez que o modelo matemático pode ser in- uso de um conjunto de padrões de massa bem calibrados
completo, todas as grandezas relevantes devem ser varia- para verificar a exatidão de uma balança comercial. Em
das até a maior extensão prática possível, de modo que a tais casos, porque os componentes da incerteza são peque-
avaliação da incerteza possa ser baseada, tanto quanto pos- nos o bastante para serem ignorados, a medição pode ser
sível, nos dados observados. Sempre que factível, o uso de vista como determinação do erro do equipamento sob en-
modelos empíricos da medição, fundamentados em dados saio (ver também F.2.4.2).
quantitativos, colecionados ao longo do tempo, e o uso de
padrões de verificação e gráficos de controle que possam 3.4.6 A estimativa do valor de um mensurando, forneci-
indicar se uma medição está sob controle estatístico, de- do pelo resultado de uma medição, é algumas vezes ex-
vem ser parte do esforço de obtenção de avaliações confiá- pressa em termos de valor adotado de um padrão de medi-
veis de incerteza. O modelo matemático deverá sempre ser ção, em vez de em termos da unidade apropriada do Siste-
revisado quando os dados observados, incluindo o resulta- ma Internacional de Unidades (SI). Em tais casos, a mag-
do de determinações independentes do mesmo mensuran- nitude da incerteza atribuível ao resultado de medição
do, demonstrarem que o modelo está incompleto. Um ex- pode ser significativamente menor do que quando aquele
perimento bem projetado pode, muito, facilitar avaliações resultado for expresso na unidade SI apropriada (na reali-
confiáveis da incerteza e é uma parte importante da arte de dade, o mensurando foi redefinido para ser a razão entre o
medição. valor da grandeza a ser medida e o valor adotado do pa-
drão).
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3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição
EXEMPLO - Um padrão de tensão Zener de alta qualidade é cali- 3.4.8 Embora este Guia proporcione uma metodologia
brado por comparação com uma referência de tensão de efeito Jo-
para avaliar incertezas, ele não pode substituir o raciocínio
sephson baseado no valor convencional da constante Josephson re-
comendada para uso internacional pelo CIPM. A incerteza padrão crítico, a honestidade intelectual e a habilidade profissio-
combinada relativa uc(VS)/VS (ver 5.1.6) da diferença de potencial nal. A avaliação de incerteza não é uma tarefa de rotina
calibrada VS do padrão Zener é 2 ´ 10-8 quando VS é relatado em ter- nem uma tarefa puramente matemática; ela depende de co-
mos do valor convencional, mas uc(VS)/VS é 4 ´ 10-7 quando VS é
nhecimento detalhado da natureza do mensurando e da
relatado em termos da unidade SI da diferença de potencial, volt
(V), por causa da incerteza adicional associada com o valor SI da medição. A qualidade e utilidade da incerteza indicada
constante Josephson. para o resultado de uma medição, dependem, portanto, e
em última análise, da compreensão, análise crítica e inte-
3.4.7 Erros grosseiros no registro ou na análise dos dados gridade daqueles que contribuem para o estabelecimento
podem introduzir um erro desconhecido significativo no de seu valor.
resultado de uma medição. Grandes erros grosseiros po-
dem ser, geralmente, identificados por uma revisão apro-
priada dos dados; os pequenos erros grosseiros podem ser
mascarados por, variações aleatórias, ou até mesmo po-
dem aparecer como tais. Medidas de incerteza não são
projetadas para levar em conta tais erros.
18
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão
19
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição
repetidas, ou de julgamento baseado na experiên- delos utilizados para representar o estágio de nosso conhe-
cia, e podem envolver a determinação de correções cimento.
a leituras de instrumentos e correções por conta de
grandezas de influência, tais como temperatura am- 4.2 Avaliação da incerteza padrão do Tipo A
biente, pressão barométrica e umidade;
- grandezas cujos valores e incertezas são incorpora- 4.2.1 Na maioria dos casos, a melhor estimativa disponí-
dos à medição a partir de fontes externas, tais como vel da esperança ou valor esperado m q de uma grandeza q
grandezas associadas com padrões de medição cali- que varia aleatoriamente [uma variável aleatória (C.2.2)]
brados, materiais de referência certificados e dados e para a qual n observações independentes qk foram obti-
de referência obtidos de manuais técnicos. das sob as mesmas condições de medição (ver B.2.15), é a
média aritmética ou média q (C.2.19) das n observações:
4.1.4 Uma estimativa do mensurando Y, designada por y,
é obtida da equação (1) usando estimativas de entrada 1 n
(3)
x1, x2,...,xN para os valores das N grandezas X1, X2, ..., XN. q=
n
å qk
k =1
Assim, a estimativa de saída y, que é o resultado da medi-
ção, é dada por: Assim, para uma grandeza de entrada Xi estimada a partir
de n observações repetidas independentes Xi,k, a média
y = f(x1,x2,...,xN) (2)
aritmética de X i obtida pela equação (3) é usada como esti-
NOTA - Em alguns casos, a estimativa y pode ser obtida de: mativa de entrada xi na equação (2) para determinar o re-
sultado da medição y; isto é, xi = X i. As estimativas de en-
n n
1 1
y =Y =
n
å Yk =
n
å f ( X 1, k , X 2, k , K, X N , k ) trada não avaliadas por observações repetidas devem ser
k =1 k =1 obtidas por outros métodos, tais como os indicados na se-
gunda categoria de 4.1.3.
Isto é, y é tomado como sendo a média aritmética ou média (ver
4.2.1) de n determinações independentes Yk de Y, tendo cada deter-
minação a mesma incerteza e cada uma sendo baseada em um con- 4.2.2 As observações individuais qk diferem em valor por
junto completo de valores observados das N grandezas de entrada Xi causa de variações aleatórias nas grandezas de influência,
obtidos ao mesmo tempo. Esse modo de tirar a média, em vez de ou dos efeitos aleatórios (ver 3.2.2). A variância experi-
y = f(X 1,X 2, ...X N ), onde X i = (S nk = 1 X i , k )/n é a média aritmética
mental das observações, que estima a variância s 2 da dis-
das observações individuais Xi,k, pode ser preferível quando f é uma
tribuição de probabilidade de q, é dada por:
função não linear das grandezas de entrada X1,X2,..., XN,. Entretanto,
os dois procedimentos são idênticos, se f é uma função linear de Xi
n
1 (4)
(ver H.2 e H.4). s 2 (qk ) =
n -1
å ( q k - q) 2
k =1
4.1.5 O desvio padrão estimado, associado com a estima-
tiva de saída ou resultado de medição y, chamado incerte- Esta estimativa da variância e sua raiz quadrada positiva
za padrão combinada e designada por uc(y), é determina- s(qk), denominada desvio padrão experimental (B. 2. 17),
do pelo desvio padrão estimado, associado com cada esti- caracteriza a variabilidade dos valores qk observados ou,
mativa de entrada xi, denominada incerteza padrão, e desi- mais especificamente, sua dispersão em torno de sua mé-
gnada por u(xi) (ver 3.3.3 até 3.3.6). dia q.
4.1.6 Cada estimativa de entrada xi e sua incerteza pa- 4.2.3 A melhor estimativa de s2(q) = s2/n, a variância da
drão associada u(xi) são obtidas de uma distribuição de va- média, é dada por:
lores possíveis da grandeza de entrada Xi. Essa distribui-
ção de probabilidade pode ser baseada na freqüência, isto s 2 (qk ) (5)
s2(q) =
é, em uma série de observações Xi,k de Xi, ou pode ser uma n
distribuição a priori. Avaliações do Tipo A dos compo-
nentes da incerteza padrão são fundamentadas em distribu- A variância experimental da média s2(q) e o desvio pa-
ições de freqüência, enquanto que avaliações do Tipo B drão experimental da média s(q) (B.2.17, nota 2), igual
são fundamentadas em distribuições a priori. Deve-se re- à raiz quadrada positiva de s2(q), quantificam quão bem
conhecer que em ambos os casos as distribuições são mo-
20
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão
q estima a esperança m q de q, e qualquer um dentre eles 4.2.7 Se as variações aleatórias nas observações de uma
pode ser usado como uma medida da incerteza de q. grandeza de entrada são correlacionadas, por exemplo, na
grandeza tempo, a média e o desvio padrão experimental
Assim, para uma grandeza de entrada Xi determinada por n da média, tais como dados em 4.2.1 e 4.2.3, podem ser es-
observações repetidas e independentes Xi,k, a incerteza pa- timadores (C.2.25) não apropriados da estatística
drão u(xi) de sua estimativa xi = X i é u(xi) = s(X i), com s2(X i) (C.2.23) desejada. Em tais casos, as observações devem ser
calculada de acordo com a equação (5). Por conveniência, analisadas por métodos estatísticos especialmente criados
u2(xi) = s2(X i) e u(xi) = s(X i) são por vezes denominados para tratar uma série de medições correlacionadas que vari-
uma variância do Tipo A e uma incerteza padrão do Tipo am aleatoriamente.
A, respectivamente.
NOTA - Tais métodos especializados são usados para tratar medi-
NOTAS ções de padrões de freqüência. Entretanto, é possível que, à medida
que se passa de medições de curto prazo para medições de longo
1 O número de observações n deve ser suficientemente grande prazo de outras grandezas metrológicas, a suposição de variações
para assegurar que q forneça uma estimativa confiável da esperança aleatórias não-correlacionadas pode não ser mais válida e métodos
m q da variável aleatória q e que s2(q) forneça uma estimativa con- especializados poderiam também ser usados para tratar destas medi-
fiável da variância s2(q) = s2/n (ver nota de 4.3.2). A diferença en- ções. (Ver a referência [9], por exemplo, para uma discussão deta-
tre s2(q) e s2(q) deve ser considerada quando se estabelecem inter- lhada da variância de Allan.)
valos de confiança (ver 6.2.2). Nesse caso, se a distribuição de prob-
abilidade de q é uma distribuição normal (ver 4.3.4), a diferença é 4.2.8 A discussão sobre a avaliação do Tipo A da incerte-
levada em consideração através da distribuição-t (ver G.3.2).
za padrão, de 4.2.1 a 4.2.7, não se destina a ser exaustiva;
2 Embora a variância s2(q) seja a grandeza mais fundamental, o há muitas situações, algumas bem complexas, que podem
desvio padrão s(q) é mais conveniente na prática porque tem as ser tratadas por métodos estatísticos. Um exemplo impor-
mesmas dimensões de q e um valor de mais fácil compreensão do
tante é o uso de arranjos de calibração, freqüentemente ba-
que aquele da variância.
seados no método dos mínimos quadrados, para analisar as
4.2.4 Para uma medição bem caracterizada sob controle es- incertezas oriundas tanto de variações aleatórias de curto
tatístico, uma estimativa combinada ou agrupada da variân- prazo como de longo prazo nos resultados de comparações
cia s 2p (ou um desvio padrão experimental agrupado sp) que de artefatos materiais de valor desconhecido, tais como
caracteriza a medição pode estar disponível. Nesse caso, blocos padrão e padrões de massa, com padrões de refe-
quando o valor do mensurando q é determinado a partir de n rência de valor conhecido. Em tais situações de medição
observações independentes, a variância experimental da mé- relativamente simples, os componentes da incerteza po-
dia aritmética q das observações é mais bem estimada por dem ser freqüentemente avaliados pela análise estatística
s 2p /n do que por s2(q)/n, e a incerteza padrão é u = sp/ n de dados, obtidos a partir de arranjos consistindo de se-
(ver também a nota para H.3.6). qüências aninhadas de medições do mensurando, para um
número de valores diferentes das grandezas das quais ela
4.2.5 Freqüentemente uma estimativa xi de uma grandeza depende - uma assim chamada análise de variância (ver
de entrada Xi é obtida de uma curva que foi ajustada a da- H.5).
dos experimentais pelo método dos mínimos quadrados.
NOTA - Em níveis mais baixos da cadeia de calibração, nas situa-
As variâncias estimadas e as incertezas padrão resultantes
ções em que padrões de referência são freqüentemente supostos
dos parâmetros ajustados que caracterizam a curva de como sendo exatamente conhecidos, porque foram calibrados por
quaisquer dos pontos previstos, podem ser usualmente cal- um laboratório primário ou nacional, a incerteza de um resultado de
culadas por procedimentos estatísticos bem conhecidos calibração pode ser uma única incerteza padrão do Tipo A, calcula-
da a partir do desvio padrão experimental agrupado que caracteriza
(ver H.3 e referência [8]).
a medição.
21
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição
vel variabilidade de Xi. O conjunto de informações pode de a uma incerteza padrão relativa u(ms) / ms de 80 ´ 10-9 (ver
5.1.6). A variância estimada é u2(ms) = (80 mg)2 = 6,4 ´ 10-9 g2.
incluir:
NOTA - Em muitos casos pouca ou nenhuma informação é dada a res-
- dados de medições prévias; peito dos componentes individuais dos quais foi obtida a incerteza
- a experiência ou o conhecimento geral do compor- mencionada. Isto geralmente não tem importância para expressar incer-
teza de acordo com as práticas deste Guia, uma vez que todas as incer-
tamento e propriedades de materiais e instrumentos
tezas padrão são tratadas exatamente da mesma maneira como quando
relevantes; se calcula a incerteza padrão combinada de um resultado de medi-
- especificações do fabricante; ção (ver o capítulo 5).
- dados fornecidos em certificados de calibração e
outros certificados; 4.3.4 A incerteza citada de xi não é, necessariamente,
- incertezas atribuídas a dados de referência extraí- dada como um múltiplo de um desvio padrão, como em
dos de manuais. 4.3.3. Em vez disso, pode-se encontrar declarado que a in-
certeza citada define um intervalo tendo um nível da con-
Para maior conveniência, u2(xi) e u(xi) estimados dessa ma- fiança de 90, 95 ou 99 por cento (ver 6.2.2). A não ser
neira são, por vezes, referidos como, respectivamente, uma quando indicado de outro modo, pode-se supor que foi
variância do Tipo B e uma incerteza padrão do Tipo B. usada uma distribuição normal (C.2.14) para calcular a
incerteza citada e recuperar a incerteza padrão de xi, divi-
NOTA - Quando xi é obtido a partir de uma distribuição a priori, a dindo-se a incerteza citada pelo fator apropriado para a
variância associada é apropriadamente escrita como u2(Xi), mas,
distribuição normal. Os fatores correspondentes aos três
para simplicidade, u2(xi) e u(xi) são usados neste Guia.
níveis da confiança acima são 1,64; 1,96 e 2,58 (ver tam-
4.3.2 O uso adequado do conjunto de informações dispo- bém a tabela G.1, no anexo G).
níveis para uma avaliação do Tipo B da incerteza padrão
NOTA - Não haveria necessidade de tal suposição, se a incerteza ti-
exige o discernimento baseado na experiência e no conhe- vesse sido dada de acordo com as recomendações deste Guia com
cimento geral, sendo esta uma habilidade que pode ser relação ao relato da incerteza, o que reforça que o fator de abrangên-
aprendida com a prática. Deve-se reconhecer que uma cia deve sempre ser fornecido (ver 7.2.3).
avaliação do Tipo B da incerteza padrão pode ser tão con-
EXEMPLO - Um certificado de calibração estabelece que a resis-
fiável quanto uma avaliação do Tipo A, especialmente tência de um resistor padrão Rs de valor nominal de dez ohms é
numa situação de medição onde uma avaliação do Tipo A 10,000 742 W ± 129 mW a 23°C e que “a incerteza citada de 129 mW
é baseada em um número comparativamente pequeno de define um intervalo tendo um nível da confiança de 99 por cento”.
observações estatisticamente independentes. A incerteza padrão do valor da resistência pode ser tomada como
u(Rs) = (129 mW)/ 2,58 = 50 mW , o que corresponde a uma incerteza
padrão relativa u(Rs)/Rs de 5,0 ´ 10-6 (ver 5.1.6). A variância estima-
NOTA - Se a distribuição da probabilidade de q, na nota 1 de 4.2.3,
da é u2 (Rs) = (50 mW)2 = 2,5 ´ 10-9 W2.
é normal, então s[s(q)]/s(q), o desvio padrão de s(q) relativo a s(q),
é, aproximadamente, [2(n - 1)]-1/2. Assim, tomando-se s[s(q)] como
a incerteza de s(q), para n = 10 observações, a incerteza relativa em 4.3.5 Considere o caso onde, com base nas informações
s(q) é de 24 por cento, enquanto que, para n = 50 observações, ela é disponíveis, pode se estabelecer que “há uma chance de
de 10 por cento (valores adicionais são dados na Tabela E.1, no ane- cinqüenta para cinqüenta de que o valor da grandeza de
xo E).
entrada Xi resida no intervalo a - até a + ” (em outras pala-
4.3.3 Se a estimativa xi for obtida de uma especificação vras, a probabilidade de que Xi esteja neste intervalo é de
do fabricante, do certificado de calibração, do manual 0,5 ou 50 por cento). Se pode ser suposto que a distribui-
técnico ou de outra fonte, e sua incerteza citada for decla- ção dos valores possíveis de Xi é aproximadamente nor-
rada ser um determinado múltiplo de um desvio padrão, a mal, então, a melhor estimativa xi de Xi pode ser tomada
incerteza padrão u(xi) é simplesmente o valor menciona- no ponto médio do intervalo. Adicionalmente, se a meia-
do dividido pelo multiplicador, e a variância estimada largura do intervalo é designada por a = (a + - a - )/2,
u2(xi) é o quadrado do quociente. toma-se u(xi) = 1,48a, uma vez que, para uma distribuição
normal com esperança m e desvio padrão s, o intervalo
EXEMPLO - Um certificado de calibração declara que a massa de um m ± s / 1, 48 abrange, aproximadamente, 50 por cento da
padrão de massa de aço inoxidável ms, com valor nominal de um qui- distribuição.
lograma, é 1 000,000 325 g e que a “incerteza desse valor é de 240 mg no
nível de três desvios padrão”. A incerteza padrão do padrão de massa EXEMPLO - Um operador de máquinas, ao determinar as dimensões de
é, então, simplesmente, u(ms) = (240 mg)/3 = 80 mg. Isso correspon- uma peça, estima que seu comprimento esteja com uma probabilidade de
22
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão
0,5 no intervalo de 10,07 mm a 10,15 mm, e relata que l = (10,11± 0,04) mm, dade no intervalo de 16,12 ´ 10-6 ºC-1 a 16,92 ´ 10-6 ºC-1 e que é
significando que ± 0,04 mm define um intervalo, tendo um nível da muito pouco provável que a 20 (Cu) esteja fora dele. A variância
confiança de 50 por cento. Então, a = 0,04 mm, e, supondo-se uma distri- dessa distribuição retangular simétrica de valores possíveis de a 20
buição normal para os possíveis valores de l, a incerteza padrão do com- (Cu) de meia-largura a = 0,40 ´ 10-6 ºC-1 é, então, a partir da
primento é u(l) = 1,48 ´ 0,04 mm » 0,06 mm e a variância estimada é equação (7), u2(a 20 ) = (0,40 ´ 10-6 ºC-1) 2 /3 = 53,3 ´ 10-15 ºC-2, e a
u2(l) = (1,48 ´ 0,04 mm)2 = 3,5 ´ 10-3 mm2. incerteza padrão é u(a 20 ) = (0,40 ´ 10-6 ºC-1)/ 3= 0,23 ´ 10-6 ºC-1 .
4.3.6 Considere um caso similar ao do item 4.3.5 onde, 2 As especificações do fabricante para um voltímetro digital esta-
belecem que “entre um e dois anos depois que o instrumento é cali-
com base na informação disponível, pode-se estabelecer
brado, sua exatidão na faixa de 1 V é 14 ´ 10-6 vezes a leitura mais
que “há cerca de duas em três chances de que o valor de Xi 2 ´ 10-6 vezes a faixa”. Considere-se que o instrumento é usado 20
esteja no intervalo a - até a + ” (em outras palavras, a pro- meses após a calibração para medir em sua faixa de 1 V uma difer-
babilidade de que Xi esteja neste intervalo é de cerca de ença de potencial V, e que a média aritmética de um número de ob-
servações repetidas independentes de V é encontrada como sendo
0,67). Então, pode-se razoavelmente tomar u(xi) = a, por-
V = 0,928 571 V, com uma incerteza padrão do Tipo A de u(V ) = 12 mV.
que, para uma distribuição normal com esperança m e des-
Pode-se obter a incerteza padrão associada com as especificações do
vio padrão s, o intervalo m ± s abrange 68,3 por cento da fabricante a partir de uma avaliação do Tipo B, supondo que a exa-
distribuição. tidão declarada fornece fronteiras simétricas para uma correção adi-
tiva a V , DV , de esperança igual a zero e com igual probabilidade de
NOTA - Dar-se-ia ao valor u(xi) significância consideravelmente estar em qualquer parte dentro das fronteiras. A meia-largura a da
maior do que lhe é obviamente garantido, se fosse utilizado o desvio distribuição retangular simétrica de valores possíveis de DV é,
normal real 0,967 42 correspondente à probabilidade p = 2/3, isto é, então, a = (14 ´ 10-6) ´ (0,928 571 V) + (2 ´ 10-6) ´ (1V) = 15 mV e,
se fosse escrito u(xi) = a/0,967 42 = 1,033a. pela equação (7), u2 (DV ) = 75 mV2 e u(DV )= 8,7 mV. A estimativa
do valor do mensurando V, para fins de maior simplicidade deno-
4.3.7 Em outros casos, pode ser possível estimar somente tada pelo mesmo símbolo V, é dada por V = V + DV = 0,928 571 V.
fronteiras (limites superior e inferior) para Xi, em particu- Pode-se obter a incerteza padrão combinada dessa estimativa,
lar, para afirmar que “a probabilidade de que o valor Xi es- combinando-se a incerteza padrão do Tipo A de 12 mV de V com a
teja dentro do intervalo a - até a + , para todos os fins práti- incerteza padrão do Tipo B de 8,7 mV de DV . O método geral para
cos, é igual a um, e a probabilidade de que Xi esteja fora combinar componentes de incerteza padrão é dado na capítulo 5,
com este exemplo particular sendo tratado no item 5.1.5.
deste intervalo é, essencialmente, zero”. Se não há conhe-
cimento específico sobre os valores possíveis de Xi dentro
4.3.8 Em 4.3.7, os limites superior e inferior a + e a -
do intervalo, pode-se apenas supor que é igualmente pro-
para a grandeza de entrada Xi podem não ser simétricos
vável que Xi esteja em qualquer lugar dentro dele (uma
com relação à melhor estimativa xi; mais especificamente,
distribuição uniforme ou retangular de valores possíveis -
se o limite inferior é escrito como a - = xi - b - e o limite
ver 4.4.5 e a figura 2a). Então xi, a esperança ou valor es-
superior, como a + = xi + b + , então b - ¹ b + . Uma vez
perado de Xi, é o ponto médio no intervalo xi = (a - +
que, neste caso, xi (suposto ser a esperança de Xi) não está
a + )/2, com a variância associada:
no centro do intervalo de a - até a + , a distribuição da pro-
babilidade de Xi não pode ser uniforme em todo o interva-
u2(xi) = (a + - a - )2/12 (6)
lo. Entretanto, pode não haver suficiente informação dis-
ponível para escolher uma distribuição apropriada; mode-
Se a diferença entre os limites, a + - a - , é designada por
los diferentes levarão a diferentes expressões para a vari-
2a, então a equação (6) torna-se:
ância. Na ausência de tal informação, a aproximação mais
u2(xi) = a2/3 (7) simples é:
23
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição
então b - = 0,12 ´ 10-6 ºC-1, b + = 0,40 ´ 10-6 ºC-1 e, da equação (8), é a2/3[equação (7)], e a de uma distribuição triangular simétrica
u(a 20 ) = 0,15 ´ 10-6 ºC-1. com meia-largura a é a2/6 [equação (9b)]. As magnitudes das
variâncias dessas três distribuições são surpreendentemente simi-
NOTAS lares, em vista da grande diferença na quantidade de informações
requeridas para justificá-las.
1 Em muitas situações práticas de medição em que as fronteiras são
assimétricas, pode ser apropriado aplicar uma correção à estimativa xi 2 A distribuição trapezoidal é equivalente à convolução de duas
de magnitude (b + - b - )/2, de modo que a nova estimativa xi' de Xi es- distribuições retangulares [10], uma com meia-largura a1 igual à
teja no ponto médio entre os limites: x'i = (a - + a + )/2. Isto reduz a meia-largura média do trapezóide, a 1 = a (1+b)/2, a outra com
situação ao caso de 4.3.7, com novos valores b' + = b' - = (b + + b - ) / 2 uma meia largura a 2 , igual à largura média de uma das porções
= (a + - a - ) / 2 = a. triangulares do trapezóide, a 2 = a (1 - b)/2. A variância da dis-
tribuição é u 2 = a 12/3 + a 22/3. A distribuição da convolução pode
2 Baseado no princípio da entropia máxima, a função densidade
ser interpretada como uma distribuição retangular cuja largura 2a1
da probabilidade no caso assimétrico, pode ser demonstrada como
tem, ela mesma, uma incerteza representada por uma distribuição
sendo igual a p(Xi) = A exp [-l (Xi - xi)], com A = [b - exp(l b - ) + b + exp
retangular de largura 2a2, e modela o fato de que as fronteiras de
(-l b + )]-1 e l ={exp[l (b - + b + )] - 1}/{b - exp[l (b - + b + )] + b + }. Isto
uma grandeza de entrada não são exatamente conhecidos. Porém
leva à variância u2(xi) = b + b - - (b + - b - )/l ; para b + >b - , l >0 e
mesmo que a2 seja tão grande quanto 30 por cento de a1, u excede
para b + <b - , l <0.
a1/ 3 por menos de 5 por cento.
1 Para uma distribuição normal, com esperança m e desvio padrão 4.4.2 Na figura (1a), supõe-se que a grandeza de entrada
s, o intervalo m ± 3 s abrange, aproximadamente, 99,73 por cento da Xi seja uma temperatura t e que sua distribuição desconhe-
distribuição. Então, se os limites superior e inferior a + e a - definem
limites de 99,73 por cento em vez de limites de 100 por cento,
cida é uma distribuição normal, com esperança mt = 100 ºC
pode-se supor que Xi tenha distribuição aproximadamente normal ao e desvio padrão s = 1,5 ºC. Sua função densidade de pro-
invés de não existir conhecimento específico acerca de Xi entre os babilidade é, então (ver C.2.14):
limites, como em 4.3.7, então u2(xi) = a2/9. Por comparação, a
variância de uma distribuição retangular simétrica de meia-largura a
24
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão
25
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição
p(t) =
1
s 2p
[
exp - (t - m t ) 2 / 2s 2 ] bos os casos mostrados, a grandeza de entrada é suposta,
mais uma vez, como sendo a temperatura t.
NOTA - A definição de função densidade de probabilidade p(z) re- 4.4.5 Para o caso ilustrado na figura (2a), supõe-se que haja
quer que a relação ò p(z)dz = 1 seja satisfeita.
pouca informação disponível sobre a grandeza de entrada t e
que tudo que se pode fazer é supor que t seja descrito por uma
4.4.3 A figura (1b) mostra um histograma de n=20 observa- distribuição de probabilidade a priori retangular e simétrica de
ções repetidas tk da temperatura t, supostas como tendo sido limite inferior a - = 96 ºC, limite superior a + = 104 ºC e, por-
tomadas aleatoriamente a partir da distribuição da figura (1a). tanto, uma meia-largura: a = (a + - a - )/2 = 4 ºC (ver 4.3.7). A
Para obter o histograma, as 20 observações ou amostras, cujos função densidade de probabilidade de t é, então:
valores são dados na tabela 1, são agrupadas em intervalos de
1 ºC de largura. (A preparação do histograma é, naturalmente, p(t) = 1/2a, para a- £ t £ a+
desnecessária para a análise estatística dos dados). A média
aritmética ou média t das n=20 observações, calculada de p(t) = 0, para outros valores de t.
acordo com a equação (3), é t = 100,145 ºC » 100,14 ºC e é
aceita como sendo a melhor estimativa da esperança mt de t, Como indicado em 4.3.7, a melhor estimativa de t é sua es-
baseada nos dados disponíveis. O desvio padrão experimental perança mt = (a + + a - )/2 = 100 ºC, que decorre de C.3.1. A
da amostragem s(tk), calculado pela equação (4), é s(tk) = incerteza padrão desta estimativa é u(m t ) = a/ 3 » 2,3 ºC,
1,489 ºC » 1,49 ºC, e o desvio padrão experimental da média que decorre de C.3.2 [ver a equação (7)].
s(t ), calculado pela equação (5), que é a incerteza padrão u(t ) da
média t , é u(t )= s(t )= s(tk)/ 20 = 0,333 ºC » 0,33 ºC. (Para 4.4.6 Para o caso ilustrado na Figura (2b), supõe-se que a
prosseguir nos cálculos, é preferível que todos os dígitos sejam informação disponível relativa a t seja menos limitada e
conservados). que t possa ser descrito por uma distribuição de probabili-
dade a priori triangular e simétrica de mesmo limite infe-
NOTA - Embora os dados na Tabela 1 não sejam improváveis, con- rior a - = 96 ºC, mesmo limite superior a + = 104 ºC, e, as-
siderando-se o largo uso de termômetros eletrônicos digitais de alta
sim, mesma meia-largura a = (a + - a - )/2 = 4 ºC, como em
resolução, eles têm fins ilustrativos e não devem ser necessariamen-
te interpretados como descrevendo uma medição real.
4.4.5 (ver 4.3.9). A função densidade de probabilidade de t
é, então:
4.4.4 A Figura (2) representa a estimativa do valor de
uma grandeza de entrada Xi e a avaliação da incerteza des- p(t) = (t - a - )/a2, para a - £ t £ (a + + a - )/2
sa estimativa, a partir de uma distribuição a priori dos va-
p(t) = (a + - t)/a2, para (a + + a - ) / 2 £ t £ a +
lores possíveis de Xi, ou distribuição de probabilidade de
Xi, baseada em todas as informações disponíveis. Para am- p(t) = 0, para outros valores de t.
26
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão
27
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição
Este último valor, u(mt) = 1,6 ºC, pode ser comparado com
u(mt) = 2,3 ºC, obtido em 4.4.5, a partir de uma distribui-
ção retangular de mesma largura de 8 ºC, com s = 1,5 ºC
da distribuição normal da figura (1a) cuja largura de
-2,58s a +2,58s, que abrange 99 por cento da distribuição,
é quase 8 ºC; com uma dispersão de u(t ) = 0,33 ºC obtida em
4.4.3, a partir de vinte observações supostamente tomadas
aleatoriamente a partir da mesma distribuição normal.
28
Expressão da Incerteza de Medição 5 Determinando a incerteza padrão combinada
5.1 Grandezas de entrada não correlaciona- neste Guia, como a lei de propagação da incerteza (ver
das E.3.1 e E.3.2).
uc(y).
5.1.3 As derivadas parciais ¶f / ¶x i são iguais a ¶f / ¶X i
NOTA - Por razões similares àquelas dadas na nota 4.3.1, os símbo- avaliadas para Xi = xi [ver a nota 1 a seguir]. Estas derivadas,
los u c (y) e u c2(y) são usados em todos os casos. freqüentemente denominadas coeficientes de sensibilidade,
descrevem como a estimativa de saída y varia com alterações
5.1.2 A incerteza padrão combinada uc(y) é a raiz quadra- nos valores das estimativas de entrada x1, x2, ...,xN. Em particu-
da positiva da variância combinada u c2 (y), que é dada por: lar, a alteração em y, produzida por uma pequena variação Dxi na
estimativa de entrada xi , é dada por (Dy)i = (¶f / ¶x i ) (Dxi). Se
2
N é ¶f ù 2
u c2 ( y) = å ê ú u (x i ) (10)
esta alteração é gerada pela incerteza padrão da estimativa xi, a va-
i =1 ë ¶x i û riação correspondente em y é (¶f / ¶x i ) u(xi). A variância combi-
nada u c2 (y) pode, desse modo, ser vista como a soma de ter-
onde f é a função dada na equação(1). Cada u(xi) é uma in- mos, onde cada um deles representa a variância estimada asso-
certeza padrão avaliada como descrito em 4.2 (avaliação ciada com a estimativa de saída y gerada pela variância esti-
Tipo A) ou em 4.3 (avaliação Tipo B). A incerteza padrão mada, associada com cada estimativa de entrada xi. Isso sugere
combinada uc(y) é um desvio padrão estimado e caracteri- que se escreva a equação (10) como:
za a dispersão dos valores que poderiam, razoavelmente,
N N
ser atribuídos ao mensurando Y (ver 2.2.3). u c2 ( y) = å [c i u( x i ) ]2 º å u i2 ( y)
i =1 i =1 (11a)
A equação (10) e sua correspondente para grandezas de
entrada correlacionadas, equação (13), ambas baseadas onde:
numa aproximação de primeira ordem da série de Taylor
de Y = f(X1, X2, ..., XN), expressam o que é denominado, ci º ¶f / ¶x i , ui(y) º | c i | u(xi) (11b)
29
5 Determinando a incerteza padrão combinada Expressão da Incerteza de Medição
c3 º ¶P / ¶a = -V2(t - t0)/R0 [1 + a (t - t0)]2 e a incerteza padrão combinada é uc(V) = 15 mV, que corresponde a uma
incerteza padrão combinada relativa uc(V)/V de 16 x 10-6 (ver 5.1.6).
Este é um exemplo do caso em que o mensurando já é uma função linear
= -P(t - t0) / [1 + a (t - t0)] das grandezas das quais depende, com coeficientes ci = +1. Segue da
equação (10) que, se Y = c1X1 + c2X2 + ... + cNXN e se as constantes
c4 º ¶P / ¶t = -V2a/R0[1 + a (t - t0)]2 ci =+1 ou -1, então u c2 (y ) = S Ni = 1 u 2 (x i ).
= -Pa/[1 + a (t - t0)] p
5.1.6 Se Y é da forma Y = c X 1 1 X 2 2 K X N N e os expo-
p p
30
Expressão da Incerteza de Medição 5 Determinando a incerteza padrão combinada
N -1
X i = X i,0 (1 + di ), pois resulta a seguinte relação aproximada: N
¶f ¶f (15)
(Y - Y0) / Y0 = S N
i=1 p i d i . Por outro lado, a transformação logarít-
2 å å ¶x i ¶x j
u( x i ) u( x j ) r( x i , x j )
i =1 j = i +1
mica Z = ln Y e Wi = ln Xi leva a uma linearização exata em termos
das novas variáveis: Z = ln c + S Ni = 1 p iWi .
Assim, a equação (13) torna-se, com o auxílio da equação
2 Se cada pi é igual a -1 ou +1, a equação (12) torna-se (11b):
[u c(y)/y]2 = S Ni = 1 [u (x i ) / x i ] 2, o que mostra que, para este caso es-
N N -1 N
å å å
pecial, a variância combinada relativa, associada à estimativa y, é
simplesmente igual à soma das variâncias relativas estimadas,
u c2 ( y) = c i2 u 2 ( x i ) + 2 c i c j u( x i ) u( x j ) r( x i , x j )
i =1 i =1 j = i +1
associadas com as estimativas de entrada x i.
NOTAS
5.2.1 A equação (10) e as equações dela decorrentes, tais
como as equações (11) e (12), são válidas somente se as 1 Para o caso muito especial em que todas as estimativas de entrada
grandezas de entrada Xi são independentes ou não-correla- são correlacionadas, com coeficientes de correlação r(xi,xj) = +1, a
equação (16) se reduz a:
cionadas (as variáveis aleatórias, não as grandezas físicas
que são supostas como sendo invariantes - ver 4.1.1, nota 2 2
é N ù é N ¶f ù
1). Se algum dos Xi são significativamente correlaciona- u c2 ( y) = ê å c i u( x i ) ú = ê å u( x i ) ú
ë i =1 û ë i =1 ¶x i û
dos, as correlações devem ser levadas em consideração.
A incerteza padrão combinada uc(y) é, então, simplesmente uma
5.2.2 Quando as grandezas de entrada são correlaciona- soma linear dos termos, representando a variação da estimativa de
das, a expressão apropriada para a variância combinada saída y, gerada pela incerteza padrão de cada estimativa de entrada
u c2 (y), associada com o resultado de uma medição é: xi (ver 5.1.3). [Esta soma linear não deve ser confundida com a lei
geral de propagação de erros, embora tenha uma forma similar; as
incertezas padrão não são erros (ver E.3.2)].
N N
¶f ¶f
u c2 ( y) = å å ¶x i ¶x j
u( x i , x j )
EXEMPLO - Dez resistores, cada um com uma resistência nomi-
i =1 j =1
nal de Ri= 1000 W , são calibrados com uma incerteza de com-
2 paração desprezível, em termos de um mesmo resistor padrão RS
N é ¶f ù 2
= å ê ú u (x i ) (13) de 1000 W, caracterizado por uma incerteza padrão u(RS) = 100 mW,
i =1 ë ¶x i û tal como apresentado em seu certificado de calibração. Os re-
sistores são conectados em série com fios de resistência
N -1 N
¶f ¶f
+2 å å ¶x i ¶x j
u( x i , x j ) desprezível, de forma a se obter uma resistência de referência
Rref de valor nominal de 10 kW . Assim, Rref = f(Ri) =S i10= 1 Ri . Já
i =1 j = i +1
que r(xi,xj) = r(Ri, Rj) = +1 para cada par de resistores (veja
F.1.2.3, exemplo 2), a equação desta nota se aplica. Como para
onde xi e xj são as estimativas de Xi e Xj e u(xi , xj ) = u (xj , xi )
cada resistor ¶f / ¶x i = ¶Rref / ¶Ri = 1 e u(xi) = u(Ri) = u(RS) (ver
é a covariância estimada, associada com xi e xj . O grau de F.1.2.3, exemplo 2), esta equação produz a incerteza padrão com-
correlação entre xi e xj é caracterizado pelo coeficiente de cor- binada de Rref, uc(Rref) = S i10= 1 u (RS ) = 10 x (100 mW ) = 1 W . O
relação estimado (C.3.6): resultado uc(Rref) = [S i10= 1 u 2 (R S ) ]1/2 = 0,32 W obtido da equação
(10) é incorreto, pois não leva em conta que todos os valores cali-
u( x i , x j ) (14) brados dos dez resistores são correlacionados.
r(xi , xj) =
u( x i ) u ( x j ) 2 As variâncias estimadas u2(xi) e as covariâncias estimadas
u(xi,xj) podem ser consideradas como os elementos de uma matriz
onde r(xi , xj ) = r(xj , xi ) e -1 £ r(xi , xj ) £ +1. Se as esti- de covariância com elementos uij. Os elementos da diagonal uii da
matriz são as variâncias u2(xi), enquanto que os elementos fora da
mativas xi , xj são independentes, r(xi , xj ) = 0 e a variação diagonal uij (i¹j) são as covariâncias u(xi,xj) = u(xj,xi). Se duas esti-
numa delas não implica em uma variação esperada na ou- mativas de entrada não são correlacionadas, a sua covariância asso-
tra (ver C.2.8, C.3.6 e C.3.7 para discussão adicional). ciada e os elementos correspondentes uij e uji da matriz de covariân-
cia são 0 (zero). Se as estimativas de entrada são todas não correla-
cionadas, todos os elementos fora da diagonal são zero e a matriz de
Em termos de coeficientes de correlação, que são mais
covariância é diagonal (ver também C.3.5).
prontamente interpretados do que covariâncias, o termo de
covariância da equação (13) pode ser escrito como: 3 Para fins de avaliação numérica, a equação (16) pode ser escrita
como:
31
5 Determinando a incerteza padrão combinada Expressão da Incerteza de Medição
N N
similar de temperatura requerida na estimativa da grande-
u c2 ( y) = å å Z i Z j r( x i , x j )
za de entrada Xj , as duas grandezas de entrada poderiam
i =1 j =1
estar significativamente correlacionadas. Contudo, se Xi e
onde Zi é dado em 5.1.3, nota 2. Xj , neste exemplo, são redefinidos para serem grandezas
não-corrigidas, e as grandezas que definem a curva de ca-
4 Se os Xi da forma especial considerada em 5.1.6 são correlacio-
nados, então os termos: libração para o termômetro estão incluídas como grande-
zas de entrada adicionais, com incertezas padrão indepen-
N -1 N
2 å å [ p i u( x i ) / x i ][ p j u( x j ) / x j ]r( x i , x j ) dentes, a correlação entre Xi e Xj é eliminada (veja F.1.2.3
i =1 j = i +1 e F.1.2.4 para discussão adicional).
devem ser adicionados ao membro da direita da equação (12). 5.2.5 Correlações entre grandezas de entrada não podem
ser ignoradas, se estão presentes e são significativas. As
5.2.3 Considere duas médias aritméticas q e r que esti-
covariâncias associadas devem ser avaliadas experimental-
mam as esperanças m q e m r de duas grandezas q e r, va-
mente, se possível, variando-se as grandezas de entrada
riando aleatoriamente, e calcule q e r a partir de n pares
correlacionadas (ver C.3.6, nota 3) ou usando-se o conjun-
independentes de observações simultâneas de q e r, feitas
to de informações disponíveis sobre a variabilidade corre-
sob as mesmas condições de medição (ver B.2.15). Então
lacionada das grandezas em questão (avaliação do Tipo B da
a covariância de q e r é estimada por (ver C.3.4):
covariância). A intuição, baseada em experiência anterior e
n no conhecimento geral (ver 4.3.1 e 4.3.2), é especialmente
1 (17)
s(q , r) =
n(n -1)
å (qk - q)(rk - r) requerida quando se estima o grau de correlação entre
k =1
grandezas de entrada decorrentes do efeito de influências
comuns, tais como temperatura ambiente, pressão baromé-
onde qk e rk são as observações individuais das grandezas
trica e umidade. Felizmente, em muitos casos, os efeitos
q e r, e q e r são calculados a partir das observações, de
de tais influências têm interdependência desprezível, e as
acordo com a equação (3). Se, de fato, as observações não
grandezas de entrada afetadas podem ser supostas como
são correlacionadas, espera-se que a covariância calculada
não-correlacionadas. Entretanto, se elas não podem ser su-
fique próxima de 0.
postas como não-correlacionadas, suas próprias correla-
ções podem ser evitadas, se influências comuns são intro-
Assim, a covariância estimada de duas grandezas de entrada
duzidas como grandezas de entrada independentes adicio-
correlacionadas Xi e Xj, que são estimadas pelas médias X i
nais, como indicado em 5.2.4.
e X j , determinadas por pares independentes de observações
simultâneas repetidas, é dada por u(xi, xj) = s(X i , X j ), com
s(X i , X j ) calculado de acordo com a equação (17). Esta
aplicação da equação (17) é uma avaliação do Tipo A da
covariância. O coeficiente de correlação estimado de X i
e X j é obtido da equação (14): r(x i , x j ) = r(X i , X j ) =
s(X i , X j )/s(X i )s(X j ).
32
Expressão da Incerteza de Medição 6 Determinando a incerteza expandida
33
6 Determinando a incerteza expandida Expressão da Incerteza de Medição
reconhecido que, na maioria dos casos, o nível da confian- mido em G.6.4. Entretanto, uma aproximação mais sim-
ça p (especialmente para valores de p próximos de 1) é um ples, discutida em G.6.6, é freqüentemente adequada para
tanto incerto, não somente por causa do conhecimento li- situações de medição onde a distribuição de probabilidade,
mitado da distribuição de probabilidade caracterizada, por caracterizada por y e uc(y), é aproximadamente normal e
y e uc(y) (especialmente nas extremidades), mas também os graus de liberdade efetivos de uc(y) são de tamanho si-
por causa da incerteza da própria uc(y) (veja nota 2 de gnificativo. Quando este for o caso, o que ocorre freqüen-
2.3.5, 6.3.2 e o anexo G, especialmente G.6.6). temente na prática, pode-se supor que, tomando k=2, é
produzido um intervalo tendo um nível da confiança de
NOTA - Ver 7.2.2 e 7.2.4, respectivamente, para o modo preferível aproximadamente 95 por cento, e que, tomando k=3, é
de se declarar o resultado de uma medição, quando a medida da in-
certeza é uc(y) ou U.
produzido um intervalo tendo um nível da confiança de
aproximadamente 99 por cento.
6.3 Escolhendo um fator de abrangência NOTA - Um método para estimar os graus de liberdade efetivos de
uc(y) é dado em G.4. A tabela G.2 do anexo G pode, então, ser usa-
6.3.1 O valor do fator de abrangência k é escolhido com da para auxiliar a decidir se esta solução é apropriada para uma me-
dição em particular (ver G.6.6).
base no nível da confiança requerido para o intervalo y-U
a y+U. Em geral, k estará entre 2 e 3. Entretanto, para aplica-
ções especiais, k pode estar fora desta faixa. Uma extensa
experiência e o conhecimento pleno da utilização que se
fará de um resultado de medição poderão facilitar a esco-
lha de um valor apropriado de k.
34
Expressão da Incerteza de Medição 7 Relatando a incerteza
7 Relatando a incerteza
7.1 Orientação Geral indicações podem ser inferidas, a partir destas especifica-
ções ou daqueles documentos normativos.
7.1.1 Em geral, quando se sobe na hierarquia da medi-
ção, mais detalhes são requeridos sobre como um resulta- 7.1.4 Embora na prática o montante de informações ne-
do de medição e sua incerteza foram obtidos. Entretanto, cessárias para documentar um resultado de medição de-
em qualquer nível desta hierarquia, incluindo atividades penda da sua utilização pretendida, o princípio básico so-
comerciais e reguladoras no mercado, trabalhos de enge- bre o que é requerido permanece inalterado: quando se re-
nharia na indústria, instalações de calibração de escalão gistra o resultado de uma medição e a sua incerteza, é pre-
inferior, pesquisa e desenvolvimento industrial, pesquisa ferível errar, por excesso, no fornecimento de informações
acadêmica, laboratórios de calibração e de padrões primá- a fornecê-las com escassez. Por exemplo, deve-se:
rios industriais, laboratórios nacionais de metrologia e o
a) descrever claramente os métodos utilizados para
BIPM, todas as informações necessárias para a reavaliação
calcular o resultado da medição e sua incerteza, a
da medição devem estar disponíveis para terceiros, que
partir de observações experimentais e dados de en-
possam delas precisar. A diferença primária é que nos ní-
trada;
veis inferiores da cadeia hierárquica, mais informações ne-
cessárias podem estar disponíveis sob a forma de relatóri- b) listar todos os componentes da incerteza e docu-
os publicados de sistemas de ensaio e de calibração, espe- mentar amplamente como foram avaliados;
cificações de ensaios, certificados de ensaios e de calibra-
c) apresentar a análise dos dados, de tal forma que
ção, manuais de instruções, normas internacionais, normas
cada um dos passos importantes possa ser pronta-
nacionais e regulamentações locais.
mente seguido e que os cálculos do resultado rela-
tado possam ser independemente repetidos, se ne-
7.1.2 Quando os detalhes de uma medição, incluindo o
cessário;
modo como a incerteza do resultado foi avaliada, são for-
necidos por meio de referências a documentos publicados, d) fornecer todas as correções e constantes utilizadas
como é freqüentemente o caso quando os resultados de ca- na análise e suas fontes.
libração são relatados em um certificado, é imperativo que
essas publicações sejam mantidas atualizadas, de forma Um modo de se verificar a lista acima é perguntar-se a si
que sejam consistentes com o procedimento de medição próprio: “Terei eu fornecido suficiente informação de ma-
realmente em uso. neira suficientemente clara, de modo tal que meu resultado
possa ser atualizado no futuro, se novas informações ou
7.1.3 Numerosas medições são feitas a cada dia na indús- dados se tornarem disponíveis?”
tria e no comércio sem nenhum registro explícito da incer-
teza. Entretanto, muitas são executadas com instrumentos 7.2 Orientação específica
sujeitos a calibrações periódicas ou a inspeção legal. Se é
de conhecimento que os instrumentos estão em conformi- 7.2.1 Quando se relata o resultado de uma medição e a
dade com as suas especificações ou com os documentos medida da incerteza é a incerteza padrão combinada uc(y),
normativos existentes e aplicáveis, as incertezas de suas deve-se:
35
7 Relatando a incerteza Expressão da Incerteza de Medição
a) fornecer uma descrição completa de como o men- pondente a um alto nível da confiança e, assim, poderá ser confundi-
do com a incerteza expandida (ver 7.2.4). Além disso, embora o ob-
surando Y é definido;
jetivo do alerta dado em 4) seja impedir tal confusão, escrevendo-se
b) fornecer a estimativa y do mensurando Y e sua in- Y = y ± uc(y) pode ainda ser mal interpretado, inferindo-se que isso
representa, especialmente quando o alerta é omitido acidentalmente,
certeza padrão combinada uc(y); as unidades de y
que uma incerteza expandida com k=1 é pretendida, e que o interva-
e de uc(y) devem ser sempre fornecidas; lo y-uc(y) £ Y £ y + uc(y) tem um nível da confiança p especificado,
especialmente aquele associado com a distribuição normal (ver
c) incluir a incerteza padrão combinada relativa
G.1.3). Como indicado em 6.3.2 e no anexo G, a interpretação de
uc(y) / | y |, | y | ¹ 0, quando apropriado; uc(y), dessa maneira, é, geralmente, difícil de justificar.
36
Expressão da Incerteza de Medição 7 Relatando a incerteza
coeficientes de correlação (C3.6, nota 2) (preferivelmen- 7.2.7 No relatório detalhado que descreve como o resul-
te, forneça ambas as matrizes). tado da medição e sua incerteza foram obtidos, devem-se
seguir as recomendações de 7.1.4 e, assim:
7.2.6 Os valores numéricos da estimativa y e sua incerte-
za padrão uc(y) ou incerteza expandida U não devem ser a) fornecer o valor de cada estimativa de entrada xi e
fornecidos com um número excessivo de algarismos. É ge- de sua incerteza padrão u(xi) juntamente com uma
ralmente suficiente fornecer uc(y) e U [assim como as in- descrição sobre como eles foram obtidos;
certezas padrão u(xi) das estimativas de entrada xi] com até
b) fornecer as covariâncias estimadas ou os coefi-
no máximo dois algarismos significativos, embora, em al-
cientes de correlação estimados (preferencial-
guns casos, seja necessário reter algarismos adicionais
mente ambos), associados com todas as estimati-
para evitar erros de arredondamento nos cálculos subse-
vas de entrada que são correlacionadas, e os
qüentes.
métodos utilizados para obtê-los;
Ao relatar resultados finais, pode, às vezes, ser apropriado c) fornecer os graus de liberdade da incerteza padrão
arredondar incertezas para cima, em vez de arredondar até para cada estimativa de entrada e como eles foram
o algarismo mais próximo. Por exemplo, uc(y) = 10,47 mW obtidos;
pode ser arredondada para 11 mW . Entretanto deve preva-
d) fornecer a relação funcional Y = f(X1,X2,...,XN) e,
lecer o bom senso, e um valor como u(xi) = 28,05 kHz
quando consideradas úteis, as derivadas parciais
deve ser arredondado para baixo, para 28 kHz. As estima-
ou coeficientes de sensibilidade ¶f / ¶x i . Entre-
tivas de entrada e de saída devem ser arredondadas para fi-
tanto, quaisquer desses coeficientes determinados
carem consistentes com suas incertezas; por exemplo, se
experimentalmente devem ser fornecidos.
y = 10,057 62 W com uc(y) = 27 mW , y deve ser arredondado
para 10,058 W. Os coeficientes de correlação devem ser da- NOTA - Como a relação funcional f pode ser extremamente comple-
dos com exatidão de três algarismos, se seus valores abso- xa ou não existir explicitamente, a não ser como um programa de
computador, pode ser impossível fornecer f e suas derivadas. A fun-
lutos estão próximos da unidade.
ção f pode, então, ser descrita em termos gerais, ou o programa usa-
do pode ser citado por meio de uma referência apropriada. Nestes
casos, é importante que esteja claro como a estimativa y do mensu-
rando Y e sua incerteza padrão combinada uc(y) foram obtidas.
37
8 Resumo do procedimento
para avaliação e expressão da incerteza Expressão da Incerteza de Medição
8 Resumo do procedimento
para avaliação e expressão da incerteza
Os passos a serem seguidos na avaliação e expressão da incerteza do
resultado de uma medição, tais como apresentados neste Guia, po-
dem ser resumidos como se segue:
1. Expresse, matematicamente, a relação entre o mensu- amente, mais de uma grandeza de saída, calcule suas cova-
rando Y e as grandezas de entrada Xi das quais Y depende: riâncias (ver 7.2.5, H.2, H.3 e H.4).
Y = f(X1 , X2 , ... , XN) . A função f deverá conter todas as
7. Se for necessário fornecer uma incerteza expandida U,
grandezas, incluindo todas as correções e fatores de corre-
cujo propósito é fornecer um intervalo y - U a y + U com
ção, que possam contribuir com uma componente signifi-
o qual se espera abranger uma extensa fração da distribui-
cativa de incerteza para o resultado da medição (ver 4.1.1
ção dos valores que possam razoavelmente ser atribuídos
e 4.1.2).
ao mensurando Y, multiplique a incerteza padrão combina-
2. Determine xi, o valor estimado da grandeza de entrada Xi, da uc(y) por um fator de abrangência k, tipicamente na
seja com base em análise estatística de uma série de obser- faixa de 2 a 3, para obter U = kuc(y). Selecione k com base
vações ou por outros meios (ver 4.1.3). no nível da confiança requerido do intervalo (ver 6.2, 6.3
e, especialmente, o anexo G, que trata da seleção de um
3. Avalie a incerteza padrão u(xi) de cada estimativa de en-
valor de k que produz um intervalo tendo um nível da con-
trada xi. Para uma estimativa de entrada obtida através de
fiança próximo de um valor especificado).
análise estatística de uma série de observações, a incerteza
padrão é avaliada como descrito em 4.2 (avaliação Tipo A 8 Relate o resultado da medição y juntamente com sua
da incerteza padrão). Para uma estimativa de entrada obtida incerteza padrão uc(y) ou incerteza expandida U, como tra-
por outros meios, a incerteza padrão u(xi) é avaliada como tado em 7.2.1 e 7.2.3; use um dos formatos recomendados
descrito em 4.3 (avaliação Tipo B da incerteza padrão). em 7.2.2 e 7.2.4. Descreva, como delineado também no
capítulo 7, como y e uc(y) ou U foram obtidos.
4. Avalie as covariâncias associadas com quaisquer esti-
mativas de entrada que sejam correlacionadas (ver 5.2).
38
Expressão da Incerteza de Medição Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM
Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM
39
Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM Expressão da Incerteza de Medição
O CIPM reviu o relatório que lhe foi submetido pelo Gru- O CIPM considerou, ainda, o assunto da expressão de in-
po de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas e adotou certezas na sua 75ª reunião, ocorrida em outubro de 1986,
as seguintes recomendações na sua 70ª reunião, ocorrida e adotou a seguinte recomendação [4]:
em outubro de 1981 [3]:
Recomendação 1 (CI-1986)
Recomendação 1 (CI-1981)
Expressão de incertezas no trabalho
Expressão de incertezas experimentais executado sob os auspícios do CIPM
- a necessidade de encontrar um consenso na expres- considerando que certos membros dos Comitês Consultivos
são da incerteza de medição na metrologia, possam querer esclarecimentos sobre esta Recomendação
- o esforço que tem sido dedicado a isso por muitas para fins de trabalho que se situe dentro de seu escopo, espe-
organizações ao longo de muitos anos, cialmente no que diz respeito a comparações internacionais,
- o encorajador progresso feito na procura de uma
solução aceitável, que resultou das discussões do reconhece que o parágrafo 5 da Recomendação INC-1
Grupo de Trabalho sobre Expressão das Incertezas, (1980) relativo a algumas aplicações, especialmente àque-
que se reuniu no BIPM em 1980, las com significado comercial, estão sendo agora conside-
radas por um grupo de trabalho da International Organiza-
reconhece tion for Standardization (ISO), comum à ISO, OIML e
IEC, com a concordância e cooperação do CIPM,
- que as propostas do Grupo de Trabalho podem for-
mar a base de um eventual acordo sobre a expres- solicita que o parágrafo 4 da Recomendação INC-1 (1980)
são das incertezas, deva ser aplicado por todos os participantes, ao fornecerem
os resultados de todas as comparações internacionais ou ou-
recomenda tro trabalho realizado sob os auspícios do CIPM e de seus
Comitês Consultivos, e que seja fornecida a incerteza combi-
- que as propostas do Grupo de Trabalho tenham am- nada das incertezas do Tipo A e do Tipo B, em termos de
pla divulgação; um desvio padrão.
- que o BIPM tente aplicar os princípios nelas conti-
dos para as comparações internacionais a serem re-
alizadas, sob os seus auspícios, nos anos vindouros;
- que outras organizações interessadas sejam encora-
jadas a examinar e testar essas propostas e dar ciên-
cia ao BIPM de seus comentários;
- que, após dois ou três anos, o BIPM faça um novo
relatório sobre a aplicação dessas propostas.
40
Expressão da Incerteza de Medição Anexo B
Termos metrológicos gerais
Anexo B
Termos metrológicos gerais
sures (BIPM), International Electrotechnical Commission a) grandezas em um sentido geral: comprimento, tempo, mas-
(IEC), International Federation of Clinical Chemistry sa, temperatura, resistência elétrica, concentração de quan-
(IFCC), ISO, International Union of Pure and Applied tidade de matéria;
Como no capítulo 2, nas definições que se seguem, o uso 4 Os símbolos das grandezas são dados na ISO 31.
41
Anexo B
Termos metrológicos gerais Expressão da Incerteza de Medição
3 Os valores de grandezas adimensionais são, geralmente, expres- B.2.5 medição [VIM 2.1]
sos apenas por números puros.
conjunto de operações que tem por objetivo determinar
4 Uma grandeza que não puder ser expressa por uma unidade de um valor de uma grandeza
medida multiplicada por um número, pode ser expressa por meio de
uma escala de referência convencional, ou por um procedimento de NOTA - As operações podem ser feitas automaticamente.
medição ou por ambos.
b) o CODATA (1986) recomendou o valor para a constan- B.2.9 mensurando [VIM 2.6]
te de Avogrado como sendo A= 6,022 136 7 x 1023 mol-1. grandeza específica submetida à medição
NOTAS EXEMPLO - pressão de vapor de uma dada amostra de água a 20ºC.
42
Expressão da Incerteza de Medição Anexo B
Termos metrológicos gerais
NOTA - A especificação de um mensurando pode requerer informa- Comentário do Guia: Veja o Comentário do Guia para
ções de outras grandezas, como tempo, temperatura e pressão.
B.2.3.
NOTAS
1 Quando um resultado é dado, deve-se indicar, claramente, se ele
se refere:
1 Para que uma expressão da reprodutibilidade seja válida, é ne-
- à indicação; cessário que sejam especificadas as condições modificadas.
- ao resultado não-corrigido; 2 As condições modificadas podem incluir:
- ao resultado corrigido;
- princípio de medição;
e se corresponde ao valor médio de várias medições.
- método de medição;
2 Uma expressão completa do resultado de uma medição inclui - observador;
informações sobre a incerteza de medição. - instrumento de medição;
- padrão de referência;
B.2.12 resultado não corrigido [VIM 3.3] - local;
resultado de uma medição antes da correção devida a erro - condições de utilização;
sistemático - tempo.
3 A reprodutibilidade pode ser expressa, quantitativamente, em
função das características da dispersão dos resultados.
B.2.13 resultado corrigido [VIM 3.4]
resultado de uma medição após a correção devida a erro 4 Os resultados aqui mencionados referem-se, usualmente, a resulta-
dos corrigidos.
sistemático
B.2.17 desvio padrão experimental [ VIM 3.8 ]
B.2.14 exatidão de medição [VIM 3.5]
para uma série de “n” medições de um mesmo mensuran-
grau de concordância entre o resultado de uma medição e
do, a grandeza “s( q k )”, que caracteriza a dispersão dos re-
um valor verdadeiro do mensurando
sultados, é dada pela fórmula:
NOTAS
n
43
Anexo B
Termos metrológicos gerais Expressão da Incerteza de Medição
onde q k representa o resultado da k-ésima medição e q re- ção. Este termo não deve ser confundido com valor absoluto de
erro, que é o módulo do erro.
presenta a média aritmética dos n resultados considerados
B.2.19 erro (de medição) [VIM 3.10] 3 Para um instrumento de medição, ver tendência ([VIM]5.25).
44
Expressão da Incerteza de Medição Anexo B
Termos metrológicos gerais
NOTAS
2 Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente co-
nhecido, a compensação não pode ser completa.
NOTA - Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente
conhecido, a compensação não pode ser completa.
45
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos
C.1 Fonte das definições C.2.2 variável aleatória; variada [ISO 3534-1, 1.2]
uma variável que pode assumir qualquer um dos valores
As definições de termos estatísticos básicos fornecidos de um conjunto especificado de valores e com a qual está
neste anexo são extraídas da Norma Internacional ISO associada uma distribuição de probabilidade ([ISO 3534-
3534-1 [7]. Esta deve ser a primeira fonte a ser consultada 1] 1.3[C.2.3])
para a definição de termos não incluídos aqui. Alguns des-
NOTAS
tes termos e seus conceitos correspondentes são aprofun-
dados em C.3, seguindo a apresentação de suas definições 1 Uma variável aleatória que só pode assumir valores isolados é
formais em C.2, de forma a facilitar ainda mais o uso deste chamada “discreta”. Uma variável aleatória que pode assumir qual-
quer valor dentro de um intervalo finito ou infinito é chamada “con-
Guia. Entretanto, C.3, que também inclui as definições de
tínua”.
alguns termos relacionados, não é baseado diretamente na
2 A probabilidade de um evento A é designada por Pr(A) ou
ISO 3534-1. P(A).
NOTA - Esta pode ser relacionada a uma freqüência relativa de F(x) = Pr( X £ x)
ocorrência de longo prazo ou a um grau de confiança de que um
evento ocorrerá. Para um alto grau de confiança, a probabilidade C.2.5 função densidade de probabilidade (para uma
está próxima de 1.
variável aleatória contínua) [ISO 3534-1, 1.5]
derivada (quando existe) da função distribuição:
f(x) = dF(x)/dx
46
Expressão da Incerteza de Medição Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos
C.2.9 esperança (de uma variável aleatória ou de uma C.2.14 distribuição normal; distribuição de Laplace-
distribuição de probabilidade); valor esperado; média Gauss [ISO 3534-1, 1.37]
[ISO 3534-1, 1.18] distribuição de probabilidade de uma variável aleatória
contínua X, cuja função densidade de probabilidade é:
1 Para uma variável aleatória discreta X, assumindo va- é 1 éx - m ù 2 ù
1
lores xi , com probabilidades pi, a esperança, se ela exis- f ( x) = exp ê- ê ú ú
te, é
s 2p êë 2 ë s û úû
a soma sendo estendida a todos os valores de xi que po- NOTA - m é a esperança e s é o desvio padrão da distribuição nor-
dem ser assumidos por X. mal.
2 Para uma variável aleatória contínua X tendo a função C.2.15 característica [ISO 3534-1, 2.2]
densidade de probabilidade f(x), a esperança, se ela exis- uma propriedade que ajuda a identificar ou diferenciar
te, é itens de uma dada população
m = E(X) = ò xf ( x)dx NOTA - A característica pode ser ou quantitativa (por variáveis) ou
qualitativa (por atributos).
a integral sendo estendida sobre o(s) intervalo(s) de va-
riação de X. C.2.16 população [ISO 3534-1, 2.3]
totalidade de itens sob consideração
C.2.10 variável aleatória centrada [ISO 3534-1, 1.21]
duma variável aleatória cuja esperança se iguala a zero NOTA - No caso de uma variável aleatória, considera-se que a dis-
tribuição de probabilidade ([ISO 3534-1] 1.3 [C.2.3]) defina a popu-
NOTA - Se a variável aleatória X tem uma esperança igual a m, a va- lação daquela variável.
riável aleatória centrada correspondente é (X - m).
C.2.17 freqüência [ISO 3534-1, 2.11]
C.2.11 variância (de uma variável aleatória ou de uma o número de ocorrências de um dado tipo de evento ou o
distribuição de probabilidade) [ISO 3534-1, 1.22] número de observações que se enquadram em uma clas-
A esperança do quadrado da variável aleatória centrada se especificada
([ISO 3534-1], 1.21 [C.2.10]):
47
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição
C.2.18 distribuição de freqüência [ISO 3534-1, 2.15] C.2.22 momento central de ordem q [ISO 3534-1, 2.37]
relação empírica entre valores de uma característica e suas em uma distribuição de uma única característica, a média
freqüências ou suas freqüências relativas aritmética da q-ésima potência da diferença entre os valo-
res observados e sua média x:
NOTA - A distribuição pode ser apresentada graficamente como um
1
å (x i - x ) q
histograma ([ISO 3534-1] 2.17), gráficos de barras ([ISO 3534-1]
2.18), polígono de freqüência cumulativa ([ISO 3534-1] 2.19), ou n i
como uma tabela de dupla entrada ([ISO 3534-1] 2.22).
onde n é o número de observações
C.2.19 média aritmética; média [ISO 3534-1, 2.26]
a soma de valores dividida pelo número de valores NOTA - O momento central de ordem 1 é igual a zero.
48
Expressão da Incerteza de Medição Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos
NOTAS
C.3 Elaboração de termos e conceitos
1 Os limites T1 e T2 do intervalo de confiança são estatísticas
([ISO 3534-1] 2.45 [C.2.23]) e, como tais, geralmente assumem di- C.3.1 esperança
ferentes valores de amostra para amostra. a esperança de uma função g(z) sobre uma função densida-
2 Em uma longa série de amostras, a freqüência relativa dos casos de de probabilidade p(z) da variável aleatória z é definida
nos quais o valor verdadeiro do parâmetro de população é coberto
por:
pelo intervalo de confiança, é maior ou igual a (1- a ).
E[g(z)] = ò g( z) p( z) dz
C.2.28 intervalo de confiança unilateral [ISO 3534-1,
2.58] onde, da definição de p(z), ò p( z) dz = 1. A esperança da
quando T é uma função dos valores observados, tais que, q
variável aleatória z, designada por m z , e que também é de-
sendo um parâmetro de população a ser estimado, a pro-
nominada de valor esperado ou a média de z, é dada por:
babilidade Pr ( T ³ q )[ou a probabilidade Pr ( T £ q )] é
pelo menos igual a (1 - a ) [onde (1 - a ) é um número fixo, m z º E(z) =ò zp( z)dz
positivo e menor do que 1], o intervalo do menor valor possí-
vel de q até T (ou o intervalo de T até o maior valor possível Ela é estimada, estatisticamente, por z , a média aritmética
de q) é um intervalo de confiança (1 - a ) unilateral para q ou a média de n observações independentes zi da variável
aleatória z, cuja função densidade de probabilidade é p(z):
NOTAS
n
1
1 O limite T do intervalo de confiança é uma estatística
z=
n
å zi
i =1
([ISO 3534-1] 2.45 [C.2.23]) e, como tal, geralmente irá supor dife-
rentes valores de amostra para amostra.
C.3.2 variância
2 Ver nota 2 da [ISO 3534-1] 2.57 [C.2.27].
a variância de uma variável aleatória é a esperança do seu
desvio quadrático em torno de sua esperança. Assim, a va-
C.2.29 coeficiente de confiança; nível de confiança
riância de variável aleatória z, com função densidade de
[ISO 3534-1, 2.59]
probabilidade p(z), é dada por:
o valor (1 - a ) da probabilidade associada com um in-
tervalo de confiança ou um intervalo estatístico de s 2 (z) = ò ( z - m z ) 2 p( z) dz
abrangência. Ver [ISO 3534-1] 2.57 [C.2.27], 2.58
[C.2.28], e 2.61 [C.2.30]). onde m z é a esperança de z. A variância s2(z) pode ser es-
timada por:
NOTA - (1 - a ) é freqüentemente expresso como uma porcenta-
n n
1 1
å å
gem.
s 2 (z i ) = ( z i - z ) 2 , onde z= zi
n -1 i =1 n i =1
C.2.30 intervalo estatístico de abrangência
[ISO 3534-1, 2.61] e o zi são n observações independentes de z.
intervalo para o qual pode-se dizer que, com um dado ní-
vel da confiança, ele contém pelo menos uma proporção NOTAS
especificada da população
1 O fator n-1 na expressão para s2(zi) decorre da correlação entre
NOTAS zi e z e reflete o fato de que há somente n-1 itens independentes no
conjunto {zi - z}.
1 Quando ambos os limites são definidos por estatísticas, o inter- 2 Se a esperança m z de z é conhecida, a variância pode ser estima-
valo é bilateral. Quando um dos dois limites não é finito ou consiste da por:
do limite absoluto da variável, o intervalo é unilateral.
n
1
2 Também denominado “intervalo estatístico de tolerância”. Este s 2 (z i ) =
n
å (z i - m z ) 2
termo não deve ser usado porque pode ser confundido com “interva- i =1
lo de tolerância”, que é definido na ISO 3534-2.
49
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição
n n C.3.7 independência
1 1
y=
n
å yi e z =
n
å zi duas variáveis aleatórias são estatisticamente independen-
i =1 i =1
tes, se sua distribuição de probabilidade conjunta é o pro-
NOTA - A covariância estimada das duas médias y e z é dada por duto de suas distribuições de probabilidade individuais
s(y, z) = s(yi, zi)/n.
50
Expressão da Incerteza de Medição Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos
én + 1 ù
Gê ú - ( n + 1 )/ 2
ë 2 û é1 + t ù
2
1
p(t, n) = ê ú
pn G é n ù ë n û
êë 2 úû
-¥ <t < + ¥
51
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza
O termo valor verdadeiro (B.2.3) tem sido tradicional- D.2 A grandeza realizada
mente usado em publicações sobre incerteza, mas não nes-
te Guia pelas razões apresentadas neste anexo. Como as D.2.1 Em condições ideais, a grandeza realizada para me-
palavras “mensurando”, “erro” e “incerteza” são, freqüen- dição seria totalmente consistente com a definição do
temente, mal interpretadas, este anexo também fornece mensurando. Freqüentemente, entretanto, tal grandeza não
uma discussão adicional sobre as idéias básicas a elas as- pode ser realizada, e a medição é efetuada numa grandeza
sociadas, a fim de suplementar a discussão dada no capítu- que é uma aproximação do mensurando.
lo 3. Duas figuras são apresentadas para ilustrar por que o
conceito adotado neste Guia é baseado no resultado de D.3 O valor “verdadeiro” e o valor corrigido
medição e sua incerteza estimada, em vez de ser baseado
nas grandezas desconhecidas: valor “verdadeiro” e erro.
D.3.1 O resultado da medição da grandeza realizada é
corrigido para a diferença entre esta grandeza e o mensu-
D.1 O mensurando rando, de forma a prever qual teria sido o resultado da me-
dição se a grandeza realizada tivesse, de fato, satisfeito,
D.1.1 O primeiro passo, ao se efetuar uma medição, é es- integralmente, a definição do mensurando. O resultado da
pecificar o mensurando - a grandeza a ser medida; o men- medição, da grandeza realizada é também corrigido para
surando não pode ser especificado por um valor, mas, so- todos os outros efeitos sistemáticos significativos reconhe-
mente, por uma descrição de uma grandeza. Entretanto, a cidos. Embora o resultado corrigido final seja algumas ve-
princípio, um mensurando não pode ser completamente zes considerado como a melhor estimativa do valor “ver-
descrito sem um número infinito de informações. Assim, dadeiro” do mensurando, na realidade o resultado é sim-
na proporção em que deixa margem à interpretação, a defi- plesmente a melhor estimativa do valor da grandeza que se
nição incompleta do mensurando introduz, na incerteza do pretende medir.
resultado de uma medição, um componente de incerteza
que pode ou não ser significativo para a exatidão requerida D.3.2 Como exemplo, suponha que o mensurando seja a
da medição. espessura de uma determinada folha de material em uma
temperatura especificada. O espécimen é levado a uma
D.1.2 Comumente, a definição de um mensurando especi- temperatura próxima da especificada e sua espessura, em
fica certos estados e condições físicas. um lugar em particular, é medida com um micrômetro. A
espessura do material, nesse lugar e temperatura, sob a
EXEMPLO - A velocidade do som no ar seco de composição (fração
pressão aplicada pelo micrômetro, é a grandeza realizada.
molar) N2 = 0,7808, O2 = 0,2095, Ar = 0,009 35, e CO2 = 0,000 35,
na temperatura T = 273,15 K e pressão p = 101 325 Pa.
D.3.3 A temperatura do material, no momento da medi-
ção, e a pressão aplicada são determinadas. O resultado
não-corrigido da medição da grandeza realizada é, então,
corrigido, levando-se em conta a curva de calibração do
52
Expressão da Incerteza de Medição Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza
micrômetro, o afastamento entre a temperatura do espéci- B.2.9) significa “grandeza particular sujeita à medição”,
men quanto à temperatura especificada, além da leve com- portanto “valor de um mensurando” significa “valor de
pressão do espécimen sob a pressão aplicada. uma grandeza particular sujeita à medição”. Como “gran-
deza particular” é, geralmente, compreendida como signi-
D.3.4 O valor corrigido pode ser denominado a melhor ficando uma grandeza definida, ou especificada (ver B.2.1,
estimativa do valor “verdadeiro”, “verdadeiro” no sentido nota 1), o adjetivo “verdadeiro” em “valor verdadeiro de
de que ele é o valor de uma grandeza que se acredita que um mensurando” (ou em “valor verdadeiro de uma gran-
satisfaça, completamente, a definição do mensurando; po- deza”) é desnecessário – o valor “verdadeiro” do mensu-
rém, se o micrômetro tivesse sido aplicado a uma parte di- rando (ou da grandeza) é, simplesmente, o valor do men-
ferente da folha do material, o mensurando teria sido dife- surando (ou da grandeza). Adicionalmente, como indicado
rente com um valor “verdadeiro” diferente. No entanto, na discussão acima, o valor “verdadeiro” único é somente
aquele valor “verdadeiro” seria consistente com a defini- um conceito idealizado.
ção do, mensurando porque este não especificou que a es-
pessura era para ser determinada num local em particular D.4 Erro
sobre a folha. Assim, neste caso, por causa de uma defini-
ção incompleta do mensurando, o valor “verdadeiro” tem
Um resultado de medição corrigido não é o valor do men-
uma incerteza que pode ser avaliada através de medições
surando – isto é, está errado – por causa da medição im-
realizadas em diferentes partes da folha. Em algum nível,
perfeita da grandeza realizada, devido a variações aleatóri-
cada mensurando tem uma incerteza “intrínseca” que
as das observações (efeitos aleatórios), à determinação
pode, em princípio, ser estimada de algum modo. Esta é a
inadequada de correções para efeitos sistemáticos e ao co-
incerteza mínima com a qual um mensurando pode ser de-
nhecimento incompleto de certos fenômenos físicos (tam-
terminado, e cada medição que alcança tal incerteza pode
bém efeitos sistemáticos). Nem o valor da grandeza reali-
ser considerada a melhor medição possível do mensuran-
zada nem o valor do mensurando podem ser conhecidos
do. Para obter um valor da grandeza em questão com uma
exatamente; tudo o que se pode saber são os seus valores
incerteza menor, requer-se que o mensurando seja defini-
estimados. No exemplo acima, a espessura medida da fo-
do mais completamente.
lha pode estar errada, isto é, pode diferir do valor do men-
NOTAS
surando (a espessura da folha), porque cada uma das se-
guintes razões podem se combinar para contribuir para um
1. No exemplo, a especificação do mensurando deixa em dúvida erro desconhecido no resultado da medição:
muitos outros assuntos que podem, conceitualmente, afetar a espes-
sura: a pressão barométrica, a umidade, o comportamento da folha
a) pequenas diferenças entre as indicações do micrô-
no campo gravitacional, como ela é apoiada, etc.
metro, quando ele é aplicado repetidamente para a
2. Embora um mensurando deva ser definido com detalhes sufici-
entes para que qualquer incerteza decorrente de sua definição in-
mesma grandeza realizada;
completa seja desprezível em comparação com a exatidão requerida
b) calibração imperfeita do micrômetro;
para a medição, deve-se reconhecer que isto nem sempre é praticá-
vel. A definição pode, por exemplo, estar incompleta porque não es- c) medição imperfeita da temperatura e da pressão apli-
pecifica parâmetros que possam ter sido supostos, injustificadamen-
cada;
te, como tendo efeito desprezível, ou pode implicar condições que
poderão nunca ser satisfeitas inteiramente e cuja realização imper- d) conhecimento incompleto dos efeitos da temperatu-
feita é difícil de se levar em conta. Por exemplo, no caso do exem-
ra, pressão barométrica e umidade da amostra ou do
plo de D.1.2, a velocidade do som implica infinitas ondas planas de
amplitude quase desprezível. Na proporção em que a medição não micrômetro, ou de ambos.
satisfaz estas condições, os efeitos não-lineares e de difração preci-
sam ser considerados.
D.5 Incerteza
3. A especificação inadequada do mensurando pode levar a discre-
pâncias entre os resultados de medições da mesma grandeza ostensi-
vamente realizadas em laboratórios diferentes.
D.5.1 Enquanto os valores exatos das contribuições ao
erro de um resultado de uma medição são desconhecidos e
D.3.5 A expressão “valor verdadeiro de um mensurando” desconhecíveis, as incertezas associadas com esses efeitos
ou de uma grandeza (freqüentemente abreviada para “va- aleatórios e sistemáticos que contribuem para o erro po-
lor verdadeiro") é evitada neste Guia, porque a palavra dem ser avaliadas. Porém, mesmo que as incertezas avalia-
“verdadeiro” é vista como redundante. “Mensurando” (ver das sejam pequenas, ainda não há garantia de que o erro
53
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição
no resultado da medição seja pequeno, pois, na determina- através dos valores estimados das grandezas de entrada e
ção de uma correção ou na avaliação de conhecimento in- da incerteza padrão combinada deste resultado por meio
completo, um efeito sistemático pode ter passado desper- de incertezas padrão daqueles valores estimados. Somente
cebido porque não é reconhecido. Assim, a incerteza de se há uma base sólida para se acreditar que tudo isto foi
um resultado de uma medição não é, necessariamente, feito de maneira adequada, sem que se tenha passado por
uma indicação de quanto o resultado da medição está pró- cima de nenhum efeito sistemático relevante, pode-se su-
ximo do valor do mensurando; ela é simplesmente uma es- por que o resultado da medição é uma estimativa confiável
timativa de quanto se está próximo do melhor valor que do valor do mensurando e que sua incerteza padrão combi-
seja consistente com o conhecimento atualmente disponí- nada é uma medida confiável de seu possível erro.
vel.
NOTAS
D.5.2 A incerteza de medição é, assim, uma expressão do 1. Na figura D.1a, as observações são mostradas como um histo-
fato de que, para um dado mensurando e um dado resulta- grama para propósitos ilustrativos [ver 4.4.3 e a figura (1b)].
do de sua medição, não há um único valor, mas, sim, um 2. A correção para um erro é igual ao negativo da estimativa do
infinito número de valores, dispersos em torno do resulta- erro. Assim, na figura (D.1) e também na figura (D.2), uma seta que
do, que são consistentes com todas as observações e dados ilustra a correção para um erro é igual em comprimento, mas aponta
para a direção contrária da seta que teria ilustrado o próprio erro e
e conhecimentos sobre o mundo físico, e que podem ter
vice-versa. O texto da figura torna claro se uma seta em particular
diferentes graus de credibilidade atribuídos ao mensuran- ilustra uma correção ou um erro.
do.
D.6.2 A figura (D.2) mostra algumas das mesmas idéias
D.5.3 Felizmente, em muitas situações práticas de medi- ilustradas na figura (D.1), mas de uma maneira diferente.
ção, muito do que é discutido neste anexo não se aplica. Além disso, ela também demonstra a idéia de que pode ha-
Os exemplos são quando o mensurando está adequada- ver vários valores do mensurando, se a sua definição está
mente bem definido; quando padrões ou instrumentos são incompleta (entrada g da figura). A incerteza que se origi-
calibrados, usando-se padrões de referência bem conheci- na do fato da definição estar incompleta, tal como medida
dos que são rastreáveis a padrões nacionais; e quando as pela variância, é avaliada por medições de realizações
incertezas das correções de calibração são insignificantes múltiplas do mensurando, usando-se o mesmo método, os
comparadas às incertezas provenientes de efeitos aleatóri- mesmos instrumentos, etc. (ver D.3.4).
os na indicação dos instrumentos, ou de um número limi-
tado de observações (ver E.4.3). De qualquer maneira, o NOTA - Na coluna intitulada “Variância”, as variâncias são enten-
conhecimento incompleto de grandezas de influência e de didas como sendo as variâncias u i2 (y ) definidas na equação (11) em
seus efeitos podem, muitas vezes, contribuir significativa- 5.1.3; portanto elas se somam linearmente, como mostrado.
54
Expressão da Incerteza de Medição Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza
55
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição
56
Expressão da Incerteza de Medição Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)
Este anexo traz uma breve discussão tanto sobre a motiva- ção de incertezas era freqüentemente projetado para satis-
ção como sobre a base estatística para a Recomendação fazer o requisito de segurança.
INC-1 (1980) do Grupo de Trabalho para Declaração de
Incertezas, sobre o qual se fundamenta este Guia. Para dis- E.2 Justificativa para avaliações realísticas
cussões mais aprofundadas, ver as referências [1, 2, 11,
da incerteza
12].
57
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição
2
minada por um método realista, e somente após a incerte- é N
¶f ù (E.2a)
za ter sido assim determinada, de modo que o intervalo de- (z - m z ) 2 = ê å ¶w i
( wi - m i ) ú
ë i =1 û
finido pela incerteza expandida tenha o nível da confiança
requerido e a operação possa ser facilmente revertida.
que pode ser escrito como:
58
Expressão da Incerteza de Medição Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)
E.3.3 A equação (E.3) também se aplica à propagação de A grandeza z é, então, estimada por f(w) = f(a, b, q1, q2,..., qn)
múltiplos de desvios padrão, pois, se cada desvio padrão si e a estimativa u2(z) de sua variância s2(z) é obtida pela equa-
é substituído por um múltiplo ksi, com o mesmo k para ção (E.3). Se, para simplificar, se supõe z = w, de modo que a
cada si, o desvio padrão da grandeza de saída z é substituí- melhor estimativa de z é z=f(w) = w, então a estimativa m2(z)
do por ksz. Entretanto, ela não deve ser aplicada à propa- pode ser prontamente encontrada. Notando pela equação (E.5)
gação de intervalos de confiança. Se cada si é substituído que:
por uma grandeza di que define um intervalo correspon-
¶f ¶f 1 n
¶f b
dente a um dado nível da confiança p, a grandeza resultan-
¶a
= 1, =
¶b n
å qk = q e
¶q k
=
te, para z, dz,, não definirá um intervalo correspondente ao k =1 n
mesmo valor de p, a não ser que todos os wi sejam descri-
tos por distribuições normais. Nenhuma de tais suposições designando as variâncias estimadas de a e b por u2(a) e
quanto à normalidade das distribuições de probabilidade u2(b), respectivamente, e supondo que as observações indi-
das grandezas wi está implícita na equação (E.3). Mais es- viduais são não-correlacionadas, a equação (E.3) torna-se:
pecificamente, se na equação (10), em 5.1.2, cada incerte-
za padrão u(xi) é avaliada por meio de repetidas observa- s 2 (qk ) (E.6)
u 2 ( z) = u 2 ( a) + q 2
u 2 (b) + b 2
ções independentes e multiplicada pelo fator-t, apropriado n
para seus graus de liberdade para um valor particular de p
(digamos, p = 95 por cento), a incerteza da estimativa y onde s2(qk) é a variância experimental das observações qk,
não irá definir um intervalo correspondendo àquele valor calculada de acordo com a equação (4), em 4.2.2, e
de p (ver G.3 e G.4). s2(qk)/n=s2(q) é a variância experimental da média q
[equação (5), em 4.2.3].
Nota - O requisito de normalidade, quando se propagam intervalos
de confiança usando a equação (E.3), pode ser uma das razões para E.3.5 Na terminologia tradicional, o terceiro termo do
a separação histórica dos componentes da incerteza derivada de ob-
membro da direita da equação (E.6) é chamado de contri-
servações repetidas, que se supôs serem normalmente distribuídas,
daqueles que foram avaliados simplesmente como limites superior e
buição “aleatória” à variância estimada u2(z), porque ele
inferior. decresce normalmente quando o número de observações n
aumenta, enquanto que os dois primeiros termos são cha-
E.3.4 Considere o seguinte exemplo: z depende somente mados contribuições “sistemáticas”, porque eles não de-
de uma grandeza de entrada w, z = f(w), onde w é estimado pendem de n.
pela média de n valores wk de w; estes n valores são obti-
dos de n observações repetidas independentes qk de uma De mais significância, em alguns tratamentos tradicionais
variável aleatória q; wk e qk são relacionados por: de incerteza de medição, a equação (E.6) é questionada,
pois nenhuma distinção é feita entre as incertezas oriundas
w k = a + bq k (E.4) de efeitos sistemáticos e as que decorrem de efeitos aleató-
rios. Em particular, combinar as variâncias obtidas de uma
Aqui a é um desvio “sistemático” constante ou desloca- distribuição de probabilidade a priori com aquelas obtidas
mento comum a cada observação, e b é um fator de escala de distribuições baseadas na freqüência é condenado, pois
comum. O desvio e o fator de escala, embora fixados du- o conceito de probabilidade é considerado como aplicável
rante as observações, são supostos como caracterizados somente a eventos que podem ser repetidos um grande nú-
por distribuições de probabilidade a priori, com a e b mero de vezes sob condições essencialmente iguais,
como sendo as melhores estimativas das esperanças dessas com a probabilidade p de um evento (0 £ p £ 1) indican-
distribuições. do a freqüência relativa com a qual o evento irá ocorrer.
A melhor estimativa de w é a média aritmética ou média w Em contraste com este ponto de vista da probabilidade ba-
obtida de: seado na freqüência, um ponto de vista igualmente válido
n n
é de que a probabilidade é uma medida do grau de credi-
1 1 (E.5)
w=
n
å wk =
n
å ( a + bq k ) bilidade de que um evento irá ocorrer [13, 14]. Por exem-
k =1 k =1 plo, suponha que alguém tenha a oportunidade de ganhar
uma pequena soma de dinheiro D, e que se trate de um
apostador racional. O grau de credibilidade de um evento
59
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição
A ocorrer é de p = 0,5, se o apostador é indiferente quanto real de qualquer esquema de classificação. Contudo, uma
à escolha de duas apostas: (1) receber D, se o evento A vez que títulos convenientes podem, às vezes, ser úteis na
ocorrer, porém não receber nada, se ele não ocorrer; (2) re- comunicação e discussão de idéias, a Recomendação
ceber D, se o evento A não ocorrer, porém, nada, se ele INC-1 (1980) fornece um esquema para a classificação de
ocorrer. A Recomendação INC-1 (1980) sobre a qual se dois métodos distintos pelos quais os componentes da in-
fundamenta este Guia adota implicitamente tal ponto de certeza podem ser avaliados, “A” e “B” (ver 0.7, 2.3.2 e
vista de probabilidade, uma vez que ele encara expressões, 2.3.3).
tais como a equação (E.6), como a maneira adequada de
calcular a incerteza padrão combinada de um resultado de Classificando-se os métodos usados para avaliar os com-
uma medição. ponentes de incerteza, evita-se o problema principal asso-
ciado com a classificação dos próprios componentes, isto
E.3.6 Existem três vantagens distintas em se adotar uma é, a dependência entre a classificação de um componente e
interpretação de probabilidade baseada no grau de credibi- como a grandeza correspondente é utilizada. Entretanto,
lidade, no desvio padrão (incerteza padrão) e na lei de pro- classificar os métodos, em vez de componentes, não impe-
pagação da incerteza [equação (E.3)] como bases para de que se agrupem os componentes individuais avaliados
avaliação e expressão da incerteza de medição, como foi pelos dois métodos em grupos específicos para um propó-
feito neste Guia: sito particular, em uma dada medição, por exemplo, quan-
do se compara a variabilidade observada experimental-
a) lei da propagação de incerteza permite que a incer- mente com a prevista teoricamente dos valores de saída de
teza padrão combinada de um resultado seja pronta- um complexo sistema de medição (ver 3.4.3).
mente incorporada na avaliação da incerteza padrão
combinada de outro resultado no qual a primeira é uti- E.4 Desvios padrão como medidas de incer-
lizada;
teza
b) a incerteza padrão combinada pode servir de base
para calcular intervalos que correspondam, de forma E.4.1 A equação (E.3) requer que, independente de como
realista, a seus níveis da confiança requeridos; seja obtida a incerteza de estimativa de uma grandeza de
c) é desnecessário classificar componentes como entrada, ela seja avaliada como uma incerteza padrão, isto
“aleatórios” ou “sistemáticos” (ou de qualquer ou- é, um desvio padrão estimado. Se, em vez disso, alguma
tro modo) quando da avaliação da incerteza, porque alternativa “segura” é avaliada, ela não pode ser usada na
todos os componentes da incerteza são tratados da equação (E.3). Em particular, se o “máximo limite de
mesma maneira. erro” (o maior desvio concebível para a estimativa su-
posta como sendo a melhor) é usado na equação (E.3), a
O benefício c) é altamente vantajoso porque tal categori- incerteza resultante terá um significado mal definido e não
zação é, freqüentemente, fonte de confusão; um compo- poderá ser utilizada por alguém que queira incorporá-la
nente de incerteza não é ou “aleatório” ou “sistemático”. em cálculos subseqüentes de incertezas de outras grande-
Sua natureza é condicionada pela utilização feita da gran- zas (ver E.3.3).
deza correspondente, ou mais formalmente, pelo contexto
no qual a grandeza aparece no modelo matemático que E.4.2 Quando a incerteza padrão de uma grandeza de en-
descreve a medição. Assim, quando sua grandeza corres- trada não pode ser avaliada pela análise de resultados de
pondente é usada em um contexto diferente, um compo- um número adequado de observações repetidas, deve-se
nente “aleatório” pode se tornar um componente “sistemá- adotar uma distribuição de probabilidade baseada no co-
tico” e vice versa. nhecimento que é muito menos extenso do que seria dese-
jável. Isso não torna, entretanto, a distribuição inválida ou
E.3.7 Pelo motivo dado em c) acima, a Recomendação irreal; como todas as distribuições de probabilidade, ela é
INC-1 (1980) não classifica os componentes da incerteza uma expressão do conhecimento existente.
como “aleatórios” ou “sistemáticos”. Na realidade, no que
se refere ao cálculo da incerteza padrão combinada de um E.4.3 As avaliações baseadas em observações repetidas
resultado de medição, não há necessidade de classificar não são necessariamente superiores àquelas obtidas por
componentes de incerteza e, assim, nenhuma necessidade outros meios. Considere s(q) o desvio padrão experimental
60
Expressão da Incerteza de Medição Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)
da média de n observações qk independentes de uma variá- E.4.4 Foi levantada a questão de que, enquanto as incer-
vel q aleatória, distribuída normalmente [veja equação (5), tezas associadas com a aplicação de um método particular
em 4.2.3]. A grandeza s(q) é uma estatística (ver C.2.23) de medição são parâmetros estatísticos caracterizando va-
que estima s( q), o desvio padrão da distribuição da proba- riáveis aleatórias, existem exemplos de um “efeito verda-
bilidade de q, que é o desvio padrão da distribuição dos deiramente sistemático” cuja incerteza deve ser tratada di-
valores de q que seria obtido se a medição fosse repetida ferentemente. Um exemplo é um desvio tendo um valor
um número infinito de vezes. A variância s 2 [ s( q)] de s(q) fixo desconhecido que é o mesmo para cada determinação
é dada, aproximadamente, por: pelo método devido à uma possível imperfeição no pró-
prio princípio do método em si ou em uma de suas hipóte-
s 2 [s( q) ] » s 2 ( q) / 2n (E.7) ses. Mas, se se reconhece que tal possibilidade de desvio
existe e se sua magnitude é tida como sendo possivelmen-
onde n = n - 1 é o número de graus de liberdade de s(q) (ver te significativa, então ele pode ser descrito por uma distri-
G.3.3). Assim o desvio padrão relativo de s(q), que é dado buição de probabilidade, ainda que simplesmente construí-
pela razão s[s( q) ]/ s( q) e que pode ser tomado como uma da, baseada no conhecimento que levou à conclusão de
medida da incerteza relativa de s(q), é, aproximadamente, que ele poderia existir e de que era significativo. Assim, se
-1 se considerar a probabilidade como uma medida do grau
[ 2(n - 1)] 2. Esta “incerteza da incerteza” de q que decorre
de credibilidade de que um evento irá ocorrer, a contribui-
do motivo puramente estatístico da amostragem limitada,
ção de tal efeito sistemático pode ser incluída na incerteza
pode ser surpreendentemente grande; para n = 10 observa-
padrão combinada de um resultado de medição, pela avali-
ções, é de 24 por cento. Este e outros valores são dados na
ação desta como uma incerteza padrão de uma distribuição
tabela E.1, que mostra que o desvio padrão de um desvio
de probabilidade a priori, e tratando-a como qualquer ou-
padrão estatisticamente estimado não é desprezível para va-
tra incerteza padrão de uma grandeza de entrada.
lores práticos de n. Pode-se, portanto, concluir que as avali-
ações do Tipo A da incerteza padrão não são necessaria- EXEMPLO - A especificação de um procedimento de medição par-
mente mais confiáveis do que as avaliações do Tipo B, e ticular requer que uma certa grandeza de entrada seja calculada a
que em muitas situações práticas de medições, onde o nú- partir de uma expansão em série de potências específicas cujos ter-
mos de maior ordem não são exatamente conhecidos. O efeito
mero de observações é limitado, os componentes obtidos
sistemático, devido a não ser possível tratar com exatidão estes ter-
por avaliações do Tipo B podem ser melhor conhecidos do mos, leva a um desvio fixo desconhecido que não pode ser experi-
que os componentes obtidos de avaliações do Tipo A. mentalmente amostrado por repetições do procedimento. Assim, a
incerteza associada com o efeito não pode ser avaliada e incluída na
Tabela E.1 s[s( q) ]/ s( q), o desvio padrão do desvio pa- incerteza do resultado final de medição se uma interpretação da
probabilidade, baseada em freqüencia, é estritamente seguida. En-
drão experimental da média q de n observações indepen- tretanto, interpretando-se a probabilidade na base do grau de credi-
dentes de uma variável aleatória normalmente distribuída bilidade, permite-se uma incerteza, caracterizando o efeito a ser
q, relativo ao desvio padrão daquela média(a). avaliado de uma distribuição de probabilidade a priori (derivada do
conhecimento disponível concernente aos termos conhecidos sem
exatidão) e que seja incluída no cálculo da incerteza padrão com-
Número de observações s[ s( q)] / s( q) binada do resultado da medição, como qualquer outra incerteza.
n (por cento)
2 76 E.5 Uma comparação entre duas abordagens
3 52 da incerteza
4 42
5 36 E.5.1 O enfoque deste Guia é sobre o resultado de medi-
10 24 ção e sua incerteza avaliada, em vez de sobre as grandezas
20 16 desconhecidas, o valor “verdadeiro” e erro das grandezas
desconhecidas (ver o anexo D).
30 13
50 10 Este Guia, na realidade, desfaz a conexão, muitas vezes
(a)
Os valores dados foram calculados da expressão exata para confusa, entre as grandezas desconhecidas, valor “verda-
-1
s[s (q )] / s (q ), e não para a expressão aproximada [2 (n - 1)] 2. deiro” e erro, tomando-se os pontos de vista operacionais:
que o resultado de uma medição é simplesmente o valor
61
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição
atribuído ao mensurando e que a incerteza desse resultado padrão utilizadas como estimativas dos desvios padrão si,
é uma medida de dispersão dos valores que poderiam, ra- para obter a incerteza padrão combinada do resultado da
zoavelmente, ser abtribuídos ao mensurando. medição, são idênticas e fornecem o mesmo valor numéri-
co para aquela incerteza. Novamente, não faz nenhuma di-
E.5.2 Esta conexão pode ser entendida ao se interpretar a ferença nos cálculos se uma incerteza padrão é vista como
derivação da equação (E.3), a lei da propagação da incer- uma medida da dispersão da distribuição da probabiliade de
teza, do ponto de vista de valor “verdadeiro” e erro. Neste uma grandeza de entrada ou como uma medida da dispersão
caso, m i é considerado como desconhecido, único valor da distribuição de probabilidade do erro dessa grandeza.
“verdadeiro” da grandeza de entrada w i e cada w i é supos-
to ser relacionado ao seu valor “verdadeiro” m i por NOTA - Se a suposição da nota de E.5.2 não tivesse sido feita, en-
tão a discussão deste item não iria ter a aplicação, a não ser que to-
w i = m i + e i , onde e i é o erro em w i . A esperança da dis-
das as estimativas das grandezas de entrada e da incerteza dessas es-
tribuição da probabilidade de cada e i é supostamente nula, timativas fossem obtidas da análise estatística de observações repe-
E( e i ) = 0, com variância E( e 2i ) = s 2i . A equação (E.1) pas- tidas, isto é, de avaliações do Tipo A.
sa, então, a ser:
E.5.4 Embora o enfoque baseado no valor “verdadeiro” e
N
¶f (E.8) erro forneça os mesmos resultados numéricos que o enfo-
ez = å ¶w i
ei
que tomado por este Guia (desde que a suposição da nota
i =1
E.5.2 seja feita), o conceito de incerteza deste Guia elimi-
onde e z = z - m z é o erro em z e m z é o valor “verdadeiro” na a confusão entre erro e incerteza (ver o anexo D). Na
de z. Tomando-se a esperança do quadrado de e z , obtém- realidade, o enfoque operacional deste Guia, pelo qual é
se uma equação idêntica, na forma, à equação (E.3), mas focalizado o valor observado (ou estimado) de uma gran-
onde s 2z = E( e 2z ) é a variância de e z , e deza e a variabilidade observada (ou estimada) desse va-
1 lor, faz qualquer menção a erro inteiramente desnecessá-
r i , j = u( e i , e j ) / ( s 2i s 2j ) 2 é o coeficiente de correlação de ria.
e i e e j , onde u( e i , e j ) = E ( e i , e j ) é a covariância de e i e
e j . As variâncias e os coeficientes de correlação estão por-
tanto, associados, aos erros das grandezas de entrada, em
vez de estarem associadas às próprias grandezas de entra-
da.
62
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza
Este anexo dá sugestões adicionais para avaliar componentes vel durante o período em que as observações são feitas,
de incerteza, principalmente de natureza prática, que têm o pois há potencialmente, uma incerteza estatisticamente de-
propósito de complementar as sugestões já dadas no terminável, atribuível à operação de zerar.
capítulo 4.
Similarmente, se um barômetro deve ser lido, ele deve, em
F.1 Componentes avaliados a partir de ob- princípio, ser lido para cada repetição da medição (preferi-
velmente, após perturbá-lo e deixá-lo voltar ao seu equilí-
servações repetidas: avaliação Tipo A da in-
brio), pois pode haver uma variação tanto na indicação
certeza padrão como na leitura, mesmo se a pressão barométrica for cons-
tante.
F.1.1 Aleatoriedade e observações repetidas
F.1.1.3 Em segundo lugar, deve-se perguntar se todas as
F.1.1.1 As incertezas determinadas a partir de observa- influências, supostamente aleatórias, são, de fato, aleatóri-
ções repetidas são, freqüentemente, contrastadas com as. Serão constantes as médias e variâncias de suas distri-
aquelas avaliadas por outros meios, como sendo “objeti- buições ou haverá, talvez, um desvio no valor de uma
vas”, “estatisticamente rigorosas”, etc. Isso sugere, errone- grandeza de influência não medida, durante o período das
amente, que elas podem ser avaliadas meramente pela observações repetidas? Se há um número suficiente de ob-
aplicação de fórmulas estatísticas às observações e que servações, as médias aritméticas dos resultados da primei-
suas avaliações não requerem a aplicação de algum discer- ra e segunda metades do período e seus desvios padrão ex-
nimento. perimentais podem ser calculados, e as duas médias, com-
paradas uma com a outra, de forma a se julgar se a dife-
F.1.1.2 Deve-se perguntar primeiro: “Em que extensão as rença entre elas é estatisticamente significativa e, assim, se
observações repetidas são repetições completamente inde- há um efeito variando com o tempo.
pendentes do procedimento de medição”? Se todas as ob-
servações são de uma amostra única, e se a amostragem é F.1.1.4 Se os valores dos “serviços comuns” no laborató-
parte do procedimento de medição porque o mensurando é rio (tensão e freqüência da rede elétrica, pressão e tempe-
a propriedade de um material (ao contrário da propriedade ratura da água, pressão de nitrogênio, etc.) são grandezas
de um dado material em particular), então as observações de influência, há, normalmente, um forte elemento não
não foram independentemente repetidas; uma avaliação de aleatório em suas variações que não pode ser ignorado.
um componente da variância, decorrente de possíveis dife-
renças entre amostras, deve ser adicionada à variância das F.1.1.5 Se o algarismo menos significativo de uma indi-
observações repetidas realizadas sobre a amostra única. cação digital varia continuamente durante uma observação
devido a “ruído”, é, por vezes, difícil deixar de selecionar,
Se zerar um instrumento é parte do procedimento de medi- sem saber, valores pessoalmente preferidos desse algaris-
ção, o instrumento deve ser novamente zerado como parte mo. É melhor arranjar algum meio de congelar a indicação
de cada repetição, mesmo se houver um desvio desprezí- num instante arbitrário e registrar o resultado congelado.
63
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição
F.1.2 Correlações Assim, X1 = F(Q1, Q2,..., QL) e X2 = G(Q1, Q2,..., QL), embo-
ra algumas dessas variáveis possam, na realidade, aparecer
Grande parte da discussão neste item é também aplicável a em somente uma função e não na outra. Se u2(ql) é a vari-
avaliações do Tipo B da incerteza padrão. ância estimada associada com a estimativa de ql de Ql, en-
tão a variância estimada associada com x1 é da equação
F.1.2.1 A covariância associada com as estimativas de (10), em 5.1.2:
duas grandezas de entrada Xi e Xj podem ser tomadas como
nulas ou tratadas como insignificantes, se: 2
L é ¶F ù 2 (F.1)
u 2 ( x1 ) = å ê ú u (ql )
a) Xi e Xj forem não-correlacionadas (as variáveis alea- l =1 ë ¶q l û
tórias, não as grandezas físicas que são consideradas
com uma expressão similar para u2(x2). A covariância esti-
invariáveis [ver 4.1.1, nota 1]), por exemplo, seja em
mada associada a x1 e x2 é dada por:
razão de terem sido medidas repetidamente, mas não
simultaneamente, em experimentos independentes L
¶F ¶G 2 (F.2)
diferentes, ou seja em razão de representarem gran- u( x 1 , x 2 ) = å ¶q l ¶q l
u (ql )
l =1
dezas resultantes de avaliações diferentes que foram
realizadas independentemente, ou se
Em razão de somente aqueles termos para os quais ¶F/¶ql ¹
b) qualquer das grandezas Xi ou Xj puder ser tratada 0 e ¶G/¶ql ¹ 0, para um dado l, contribuírem para a soma, a
como constante, ou se covariância é zero, se nenhuma variável é comum a ambos,
c) não existirem informações suficientes para avaliar a F e G.
covariância associada às estimativas de Xi e Xj .
O coeficiente de correlação estimado r(x1, x2), associado
NOTAS com as duas estimativas x1 e x2, é determinado através de
u(x1, x2) [equação (F.2)] e equação (14), em 5.2.2, com
1. Por outro lado, em certos casos, tais como no exemplo da resis-
tência de referência da nota 1 de 5.2.2, fica evidente que as grande- u(x1) calculado da equação (F.1) e u(x2), de uma expressão
zas de entrada são totalmente correlacionadas e que as incertezas similar [ver também a equação (H.9), em H.2.3]. Isto tam-
padrão de suas estimativas combinam linearmente. bém é possível para as covariâncias estimadas, associadas
2. Experimentos diferentes podem não ser independentes se, por com duas estimativas de entrada, tendo ambas um compo-
exemplo, o mesmo instrumento é utilizado em cada um dos experi- nente estatístico [ver equação (17), em 5.2.3] e um compo-
mentos (ver F.1.2.3)
nente oriundo da discussão deste item.
64
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza
65
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição
certeza devem ser avaliados por quaisquer outros meios ele difira apenas no 16º bit, somente permanece um bit
que sejam práticos. significativo. Tais eventos podem ocorrer na avaliação de
algoritmos “mal-condicionados” e podem ser difíceis de
F.2.2 Distribuições determinadas matematicamente prever. Pode-se obter uma determinação empírica da in-
certeza, aumentando-se a grandeza de entrada mais impor-
F.2.2.1 Resolução de uma indicação digital tante para o cálculo (há freqüentemente, uma que é pro-
porcional à magnitude da grandeza de saída) por pequenos
Uma fonte de incerteza de um instrumento digital é a reso-
incrementos até que a grandeza de saída mude; a menor
lução de seu dispositivo indicador. Por exemplo, mesmo
mudança na grandeza de saída que pode ser obtida por tais
se as observações repetidas forem todas idênticas, a incer-
meios pode ser tomada como uma medida da incerteza; se
teza de medição atribuível à repetitividade não seria zero,
é dx, a variância é u2 = (dx)2/12 e u = 0,29 dx.
pois há uma faixa de sinais de entrada no instrumento, var-
rendo um intervalo conhecido, que dariam a mesma indi- NOTA - Pode-se verificar a avaliação da incerteza, comparando-se
cação. Se a resolução do dispositivo indicador é dx, o valor o resultado da computação levada a efeito na máquina com limita-
ção do comprimento de palavra, com o resultado da mesma compu-
do estímulo que produz uma dada indicação pode estar si-
tação efetuada por uma máquina com um comprimento de palavra
tuado com igual probabilidade em qualquer lugar no inter- significativamente maior.
valo X-dx/2 a X+dx/2. O estímulo é, então, descrito por
uma distribuição de probabilidade retangular (ver 4.3.7 e F.2.3 Valores de entrada importados
4.4.5), de amplitude dx, com variância u2=(dx)2/12, impli-
cando em uma incerteza padrão de u=0,29 dx para qual- F.2.3.1 Um valor importado para uma grandeza de entra-
quer indicação. da é um valor que não foi estimado no decorrer de uma
dada medição, mas que foi obtido em outra parte como re-
Assim, um instrumento de pesagem, com um dispositivo in- sultado de uma avaliação independente. Freqüentemente,
dicador cujo menor algarismo significativo é 1 g, tem uma tal valor importado é acompanhado de algum tipo de de-
variância devido à resolução do dispositivo de u2 = (1/12) g2 claração de sua incerteza. Por exemplo, a incerteza pode
e uma incerteza padrão de u = (1/ 12)g = 0,29g. ser dada como um desvio padrão, um múltiplo de um des-
vio padrão, ou a semifaixa de um intervalo, tendo um ní-
F.2.2.2 Histerese vel da confiança declarado. Alternativamente, limites su-
perior ou inferior podem ser fornecidos, ou nenhuma in-
Certos tipos de histerese podem causar um tipo similar de formação pode ser fornecida sobre a incerteza. Neste últi-
incerteza. A indicação de um instrumento pode diferir por mo caso, aqueles que utilizam o valor devem empregar seu
um valor fixado e conhecido, caso as leituras sucessivas próprio conhecimento da magnitude provável da incerteza,
sejam crescentes ou decrescentes. O operador prudente dada a natureza da grandeza, pela confiabilidade da fonte,
anota a direção das sucessivas leituras e faz a correção pelas incertezas obtidas na prática para essas grandezas,
apropriada. Entretanto, a direção da histerese não é sempre etc.
observável: pode haver oscilações ocultas do instrumento,
em torno do ponto de equilíbrio, de modo que a indicação NOTA - A discussão da incerteza de grandezas de entrada importa-
dependa da direção pela qual este ponto de equilíbrio é fi- das é incluída neste item sobre a avaliação do Tipo B de incerteza
padrão por conveniência; a incerteza de tal grandeza poderia ser
nalmente alcançado. Se a faixa de leituras possíveis desta
composta por componentes obtidos por avaliações do Tipo A ou
causa for dx, a variância é, novamente, u2 = dx2/12, e a in- componentes obtidos por avaliações de ambos os Tipos, A e B.
certeza padrão devido à histerese é u=0,29 dx. Como é desnecessário distinguir entre componentes avaliados pelos
dois métodos diferentes para se calcular uma incerteza padrão com-
F.2.2.3 Aritmética de precisão-finita binada, é também desnecessário conhecer a composição de uma in-
certeza de uma grandeza importada.
66
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza
esta não pode ser convertida em uma incerteza padrão sem a norma contém requisitos metrológicos, freqüentemente
o conhecimento de como ela foi calculada. Se é dada in- na forma de “erros máximos permissíveis”, com os quais
formação suficiente, ela pode ser recalculada de acordo se requer que o instrumento esteja conforme. O atendi-
com as regras deste Guia; de outra forma, uma avaliação mento do instrumento a esses requisitos é determinado por
independente da incerteza deve ser feita por quaisquer ou- comparação com um instrumento de referência cuja incer-
tros meios que estejam disponíveis. teza máxima permitida é, geralmente, especificada na nor-
ma. Essa incerteza é, então, um componente da incerteza
F.2.3.3 Algumas incertezas são dadas, simplesmente, do instrumento verificado.
como limites máximos dentro dos quais todos os valores
da grandeza estarão contidos. É uma prática comum supor Se nada é conhecido sobre a curva caraterística de erro do ins-
que todos os valores dentro desses limites são igualmente trumento verificado, deve-se supor que há uma probabilidade
prováveis (uma distribuição de probabilidade retangular), igual de que o erro tenha qualquer valor dentro dos limites
mas tal distribuição não deve ser suposta, se existem ra- permitidos, isto é, uma distribuição de probabilidade retan-
zões para se esperar que os valores que estejam dentro do gular. Entretanto, certos tipos de instrumentos têm curvas
intervalo, porém, próximos aos limites, sejam menos pro- caraterísticas tais que os erros são, por exemplo, provavel-
váveis do que aqueles que estão mais próximos do centro mente sempre positivos em parte da faixa de medição e
desses limites. Uma distribuição retangular de semifaixa a negativos em outra. Algumas vezes, tal informação pode
tem uma variância a2/3; uma distribuição normal para a ser deduzida pelo estudo da norma escrita.
qual a é a semifaixa de um intervalo, tendo um nível da
confiança de 99,73 por cento tem uma variância de a2/9. F.2.4.3 Grandezas controladas
Pode ser prudente adotar um meio termo entre esses valo-
res, por exemplo, supondo-se uma distribuição triangular, Medições são freqüentemente feitas sob condições de refe-
para a qual a variância é a2/6 (ver 4.3.9 e 4.4.6). rência controladas que se supõe que permaneçam constan-
tes no decorrer de uma série de medições. Por exemplo,
F.2.4 Valores de entrada medidos medições podem ser efetuadas em amostras em um banho
de óleo agitado, cuja temperatura seja controlada por um
F.2.4.1 Observação única, instrumentos calibrados termostato. A temperatura do banho pode ser medida ao
mesmo tempo em que se realiza a medição em uma amos-
Se uma estimativa de entrada foi obtida através de uma tra, mas, se a temperatura do banho é cíclica, a temperatu-
única observação, com um determinado instrumento que ra instantânea da amostra pode não ser a temperatura indi-
tenha sido calibrado por um padrão de pequena incerteza, cada pelo termômetro no banho. O cálculo das flutuações
a incerteza da estimativa é, principalmente, a de repetitivi- da temperatura da amostra baseado na teoria de transferên-
dade. A variância de medições repetidas pelo instrumento cia de calor, e de sua variância, está além do escopo deste
pode ter sido obtida em uma ocasião anterior, não de Guia, porém ele deve começar a partir de um ciclo conhe-
modo necessário para precisamente o mesmo valor de lei- cido ou suposto de temperatura para banho. Este ciclo
tura, mas próximo o suficiente para ser útil, e pode ser pode ser observado por um termopar adequado e um regis-
possível supor que a variância seja aplicável ao valor de trador de temperatura, mas, na falta deles, pode-se deduzir
entrada em questão. Se nenhuma informação é disponível, uma aproximação do valor a partir do conhecimento da
deve ser feita uma estimativa baseada na natureza do apa- natureza dos controles.
relho ou instrumento de medição, nas variâncias conheci-
das de outros instrumentos de construção similar, etc. F.2.4.4 Distribuições assimétricas de valores possíveis
F.2.4.2 Observação única, instrumentos verificados Há ocasiões em que todos os valores possíveis de uma
grandeza se encontram de um lado de um valor limitante
Nem todos os instrumentos de medição são acompanhados único. Por exemplo, quando se mede uma altura vertical
de um certificado de calibração ou de uma curva de cali- fixa h (o mensurando) de uma coluna de líquido em um
bração. A maioria dos instrumentos, entretanto, é construí- manômetro, o eixo da altura do dispositivo medidor pode
da de acordo com uma norma escrita e verificada, seja se desviar da vertical por um pequeno ângulo b. A distân-
pelo fabricante ou por uma autoridade independente, para cia l determinada pelo dispositivo será sempre maior do
estar em conformidade com esse documento. Usualmente, que h; não é possível nenhum valor menor do que h. Isto
67
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição
se dá porque h é igual à projeção l cosb, implicando [exp(-b / 2s )]sen(b)db. As funções densidade de pro-
2
h = l (1 - d) (F.3a) 1 (F.5a)
p( d) = exp ( -d / s 2 )
h' = l (1 + d) (F.3b) s pd
em uma dimensão e
Aqui, l , a melhor estimativa de l, é a média aritmética ou
1 (F.5b)
média de n observações independentes repetidas lk, de l , p( d) = exp( -d / s 2 )
com uma variância estimada u2(l ) [ver as equações (3) e s2
(5), em 4.2]. Assim, das equações (F.3a) e (F.3b) segue em duas dimensões, onde
que, para obter uma estimativa de h ou h', necessita-se de ¥
uma estimativa do fator de correção d , enquanto que, para ò0 p( d) dd = 1
se obter a incerteza padrão combinada da estimativa de h
ou h', necessita-se de u2(d), a variância estimada de d. As equações (F.5a) e (F.5b), que mostram que o valor
Mais especificamente, a aplicação da equação (10) em mais provável da correção d em ambos os casos é zero,
5.1.2 às equações (F.3a) e (F.3b) fornece para u c2 ( h) e fornecem, no caso unidimensional, E( d) = s 2 / 2 e var(d) =
u c2 ( h') (com sinais - e +, respectivamente): s 4 / 2 para a esperança e a variância de (d); e no caso bidi-
mensional, E( d) = s 2 e var(d) = s 4 . As equações (F.3a),
-
u c2 = (1 + d) 2 u 2 ( l ) + l 2u 2 ( d ) (F.4a) (F3.b) e (F.4b) tornam-se, então:
» u 2 (l ) + l 2u 2 ( d)
[ ]
(F.4b)
h = l 1 - (d / 2)u 2 (b) (F.6a)
68
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza
em uma dimensão; E( d) = b 20 / 4 e var( d) = b 04 / 48, em de U e da correção conhecida b para a faixa dos valores
duas dimensões. de t.
NOTA - Esta é uma situação em que a expansão da função Embora este Guia recomende que sejam aplicadas corre-
Y = f (X 1 , X 2 , K , X N ), em uma série de Taylor de primeira ordem ções aos resultados de medição para os efeitos sistemáti-
para obter u c2 (y ), equação (10), em 5.1.2, é inadequada por causa da cos significativos conhecidos, isto pode não ser sempre
não-linearidade de f: cos b ¹ cos(b ) (ver nota 2 de 5.1.2, e H.2.4). factível em tal situação, devido a um esforço financeiro
Embora a análise possa ser realizada inteiramente em termos de b, a inaceitável que ocorreria para calcular e aplicar uma corre-
introdução da variável d simplifica o problema.
ção individual e para calcular e utilizar uma incerteza indi-
Outro exemplo de uma situação em que todos os valores vidual para cada valor de y(t).
possíveis de uma grandeza situam-se de um só lado de um
Um enfoque comparativamente simples deste problema,
valor limitante único é a determinação por titulação da
consistente com os princípios deste Guia, é como se se-
concentração de um componente em uma solução em que
gue:
o ponto final é indicado pelo disparo de um sinal; a quanti-
dade de reagente adicionada é sempre maior do que aquela
Estabeleça uma correção média única b a partir de:
necessária para disparar o sinal; nunca é menor. O excesso
titulado além do ponto limite é uma variável requerida na 1 t2 (F.7a)
redução de dados, e o procedimento, neste caso (e em ca-
b=
t 2 - t1
ò t1 b(t) dt
sos similares), é supor uma distribuição de probabilidade
adequada para o excesso e utilizá-la para obter o valor es- onde t 1 e t 2 definem a faixa de interesse do parâmetro t, e
perado do excesso e sua variância. considere como a melhor estimativa de Y(t) o valor
y'(t) = y(t) + b , onde y(t) é a melhor estimativa não-corri-
EXEMPLO - Supondo-se uma distribuição retangular de limite infe-
rior 0 e limite superior C0, para o excesso z, o valor esperado do ex-
gida de Y(t). A variância associada à correção média b so-
cesso é C0/2, com a variância associada C o2 / 12 . Se a função densi- bre a faixa de interesse é dada por:
dade de probabilidade do excesso for tomada como uma distribuição
ò t1 [b(t) - b ]
normal com 0 £ z < ¥ , isto é, p(z ) = (s p / 2 ) -1 exp(- z 2 / 2 s 2 ), 1 t2 2 (F.7b)
u 2 (b) = dt
então o valor esperado é s 2 / p , com variância s (1 - 2 / p ).
2 t 2 - t1
F.2.4.5 Incerteza quando as correções de uma curva de sem levar em conta a incerteza da real determinação da
calibração não são aplicadas correção b(t). A variância média da correção b(t) devido à
sua determinação real é dada por:
A Nota de 6.3.1 discutiu o caso em que uma correção
1 t2
conhecida b, para um efeito sistemático significativo, u 2 [b(t) ] = ò t1 u 2 [b(t) ] dt
(F.7c)
não é aplicada ao resultado relatado de uma medição, t 2 - t1
mas, em vez disso, é levada em conta, ampliando-se a
“incerteza” atribuída ao resultado. Um exemplo é a onde u2[b(t)] é a variância da correção b(t). Similarmente,
substituição de uma incerteza expandida U por U + b, a variância média de y(t) proveniente de todas as fontes de
onde U é uma incerteza expandida obtida sob a suposi- incerteza, à exceção da correção b(t), é obtida de:
ção de b = 0. Esta prática é, por vezes, seguida em situa-
1 t2
ções nas quais todas as seguintes condições se aplicam: u 2 [y(t) ] = ò t1 u 2 [y(t) ] dt
(F.7d)
t 2 - t1
o mensurando Y é definido sobre uma faixa de valores
de um parâmetro t, como no caso de uma curva de cali-
onde u2[y(t)] é a variância de y(t) devido a todas as fontes
bração para um sensor de temperatura; U e b também
de incertezas, à exceção de b(t). O valor único da incerteza
dependem de t; e somente um único valor de “incerte-
padrão a ser usado para todas as estimativas y'(t) = y(t) + b
za” deve ser dado para todas as estimativas y(t) do
do mensurando Y(t) é, então, a raiz quadrada positiva de:
mensurando para a faixa dos valores possíveis de t.
Em tais situações, o resultado da medição é, muitas
u c2 ( y') = u 2 [ y(t)] + u 2 [ b(t)] + u 2 ( b ) (F.7e)
vezes, relatado como Y (t) = y(t) ± [U max + bmax ], onde o
índice “max” indica que são usados os valores máximos
69
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição
Uma incerteza expandida U pode ser obtida, multiplican- F.2.6.2 Em algumas situações práticas de medição, a
do-se uc(y') por um fator de abrangência k adequadamente amostragem e o tratamento das amostras desempenham
escolhido , U = kuc(y'), fornecendo {Y (t) = y'(t) ± U = um papel muito mais importante. Este é, muitas vezes, o
y(t) + b ± U . Entretanto, o uso da mesma correção média caso da análise química de materiais naturais. Ao contrário
para todos os valores de t, em vez da correção apropriada dos materiais feitos pelo homem, que podem ter uma ho-
para cada valor de t, deve ser reconhecida e declarada de mogeneidade comprovada em um nível bem acima do re-
forma clara no tocante ao que U representa. querido para a medição, os materiais naturais são, freqüen-
temente, muito heterogêneos. Essa heterogeneidade con-
F.2.5 Incerteza do método de medição duz a dois componentes adicionais de incerteza. A avalia-
ção do primeiro requer a determinação de quão adequada-
F.2.5.1 Talvez o componente de incerteza mais difícil de mente a amostra selecionada representa o material original
avaliar seja aquele associado com o método de medição, sendo analisado. A avaliação do segundo requer a determi-
especialmente se a aplicação do método demonstrou dar nação da extensão na qual os constituintes secundários
resultados com menor variabilidade que os de quaisquer (não analisados) influenciam a medição e quão adequada-
outros métodos conhecidos. Mas é provável que existam mente eles são tratados pelo método de medição.
outros métodos, alguns deles ainda desconhecidos ou, de
alguma forma, pouco práticos, que dariam de modo siste- F.2.6.3 Em alguns casos, o planejamento cuidadoso da
mático, resultados diferentes aparentemente de igual vali- experiência pode tornar possível avaliar estatisticamente a
dade. Isto implica numa distribuição de probabilidade a incerteza devido à amostra (ver H.5 e H.5.3.2). Usualmen-
priori, não uma distribuição da qual as amostras podem te, entretanto, especialmente quando os efeitos de grande-
ser rapidamente extraídas e tratadas estatisticamente. As- zas ambientais de influência sobre a amostra são significa-
sim, muito embora a incerteza do método possa ser domi- tivos, a habilidade e conhecimento do analista, derivados
nante, a única informação muitas vezes disponível para de sua experiência e de todas as informações então dispo-
avaliar sua incerteza padrão é o próprio conhecimento níveis, são requeridos para avaliar a incerteza.
existente do mundo físico (ver também E.4.4).
70
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança
71
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição
G.1.6 Na prática, em razão de os parâmetros que caracte- EXEMPLO - A distribuição retangular (ver 4.3.7e 4.4.5) é um ex-
rizam as distribuições de probabilidade das grandezas de emplo extremo de uma distribuição não normal, mas a convolução
entrada serem usualmente estimativas, porque não é realis- de, ainda que apenas, três distribuições de igual largura é aproxima-
damente normal. Se a semifaixa de cada uma das três distribuições
ta esperar que o nível da confiança a ser associado com
retangulares é a, de modo que a variância de cada uma é a2/3, a
um determinado intervalo possa ser conhecido com um variância da distribuição convolucionada é s2 = a2. Os intervalos de
alto grau de exatidão, e devido à complexidade de convo- 95 por cento e de 99 por cento da distribuição convolucionada são
lucão das distribuições de probabilidade, tais convoluções definidos por 1,937 s e 2,379 s, respectivamente, enquanto que os
intervalos correspondentes para uma distribuição normal com o
são raramente, se vierem a ser, implementadas quando in-
mesmo desvio padrão s são definidos por 1,960 s e 2,576 s (ver a
tervalos com níveis da confiança especificados precisarem tabela G.1) [10].
ser calculados. Em vez disso, são usadas aproximações
para obter vantagem no uso do Teorema Central do Limi- NOTAS
72
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança
riância combinada associada com uc2(y), avaliada a partir G.3.3 Os graus de liberdade n são iguais a n -1 para uma
N grandeza única estimada pela média aritmética de n obser-
de uc2(y) = S c i2 u2(xi), onde u(xi) é a incerteza padrão
i =1 vações independentes, como em G.3.2. Se n observações
(desvio padrão estimado) da estimativa xi. independentes são usadas para determinar tanto a inclina-
ção como a interseção de uma linha reta pelo método dos
NOTA - Falando de modo estrito, na expressão (y - Y)/uc(y), Y deve- mínimos quadrados, o grau de liberdade de suas respecti-
ria ser lido como E(Y). Para simplificar, tal distinção só tem sido
vas incertezas padrão é n = n - 2. Para um ajuste pelos mí-
feita em algumas partes deste Guia. Em geral, o mesmo símbolo
tem sido usado para a grandeza física, a variável aleatória que repre- nimos quadrados de m parâmetros para n pontos de dados,
senta esta grandeza, e a esperança desta variável (ver as notas de o grau de liberdade da incerteza padrão de cada parâmetro
4.1.1). é n = n - m (ver referência [15] para uma posterior discus-
são mais detalhada de graus de liberdade).
G.3.2 Se z é uma variável aleatória normalmente distribu-
ída com esperança mz e desvio padrão s, e z é a média arit- G.3.4 Os valores selecionados de tp(n), para diferentes va-
mética de n observações independentes de zk de z e s(z) é o lores de v e vários valores de p, são dados na Tabela G.2,
desvio padrão experimental de z [ver as equações (3) e (5), no fim deste anexo. Quando v ® ¥ , a distribuição-t se
em 4.2], então a distribuição da variável t = (z -mz) / s(z) é aproxima da distribuição normal, e tp(n) » (1 + 2/n)1/2 kp ,
a distribuição-t ou distribuição de Student (C.3.8), com onde, kp é o fator de abrangência requerido para obter um
v = n-1 graus de liberdade. intervalo com nível da confiança p para uma variável nor-
malmente distribuída. Assim, o valor de tp(¥), na Tabela
Conseqüentemente, se o mensurando Y é, simplesmente,
G.2, para um dado p, é igual ao valor de kp , na tabela G.1,
uma grandeza única normalmente distribuída X, Y = X e se
para o mesmo p.
X é estimada pela média aritmética X de n observações
repetidas e independentes Xk de X, com desvio padrão ex- NOTA - Muitas vezes, a distribuição-t é tabulada em quantis; ou
perimental s(X ), então a melhor estimativa de Y é y = X , seja, valores do quantil t 1 - a são dados, onde 1 - a denota a proba-
e o desvio padrão dessa estimativa é u c(y) = s(X ). En- bilidade cumulativa, e a relação:
73
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição
define o quantil, onde f é a função densidade de probabilidade de t. vamente, por u2cA(y) e u2cB(y), as várias grandezas são relacionadas
Assim, tp e t ( 1- a ) são relacionados por p = 1 - 2a. Por exemplo, o por:
valor do quantil t0,975, para o qual 1-a = 0,975 e a = 0,025, é o
mesmo que tp(n), para p = 0,95. u c2 ( y) = u cA
2
( y) + u cB
2
( y)
u c4 ( y) u cA
4 4
( y) u cB ( y)
G.4 Graus de liberdade efetivos = +
v eff v effA v effB
G.4.1 Em geral, a distribuição-t não irá descrever a distri- EXEMPLO - Considere que Y = f(X1,X2,X3) = bX1X2X3 e que as esti-
buição da variável (y - Y)/uc(y) se uc2(y) é a soma de dois ou mativas x1,x2,x3 das grandezas de entrada normalmente distribuídas
X1,X2,X3 são as médias aritméticas de n1 =10, n2 =5 e n3 = 15 obser-
mais componentes de variância estimados ui2(y) = ci2u2(xi)
vações repetidas e independentes, respectivamente, com incertezas
(ver 5.1.3), mesmo se cada xi é a estimativa de uma grande- padrão relativas u(x1)/x1 = 0,25 por cento, u(x2)/x2 = 0,57 por cento
za de entrada Xi normalmente distribuída. Entretanto, a dis- e u(x3)/x3 = 0,82 por cento. Neste caso, ci = ¶f/¶Xi = Y/Xi ( a ser ava-
3
tribuição desta variável pode ser aproximada por uma dis- liado em x1,x2,x3 - ver 5.1.3, nota 1), [uc(y)/y]2 = å [u(xi)/xi]2 =
tribuição-t, com graus liberdade de efetivos neff obtidos da i=1
u c4 ( y) N u i4 ( y) (G.2a) [u c ( y) / y ] 4
v eff
= å vi v eff =
i =1 3 [u( x i ) / x i ] 4
å vi
i =1
ou
Assim:
u c4 ( y) (G.2b)
v eff =
N u i4 ( y) 1, 03 4
n eff = = 19, 0
å vi 0, 25 4 0,57 4 0,82 4
i =1 + +
10 - 1 5 - 1 15 - 1
com
O valor de tp para p = 95 por cento e n = 19 é , pela tabela G.2,
t95 (19) = 2,09, portanto a incerteza relativa expandida para este ní-
N
(G.2c)
v eff £ å vi vel da confiança é U95 = 2,09 x (1,03 por cento) = 2,2 por cento.
Pode-se, então, afirmar que Y = y ± U95 = y(1 ± 0,022) [y a ser de-
i =1
terminado por y = bx1x2x3], ou que 0,9785y £ Y £ 1,022y, e que o ní-
vel da confiança a ser associado com o intervalo é, aproximadamen-
å
N
onde uc2(y) = i=1
u i2 ( y) (ver 5.1.3). A incerteza ex- te, 95 por cento.
74
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança
reconhece que o v, tal como aparece na distribuição-t, é Aqui, t95 (n¢eff ) é obtido da distribuição t para v'eff graus
uma medida da incerteza da variância s2(z), a equação de liberdade e p = 95 por cento; n¢eff é o grau efetivo de
(E.7), em E.4.3, pode ser usada para definir os graus de li- liberdade calculado pela fórmula de Welch-Satterthwaite
berdade vi: [equação (G.2b)], levando em conta somente aqueles
componentes de incerteza padrão si que foram avaliados,
-2
1 u 2 (x i ) 1 é Du( x i ) ù (G.3) estatisticamente, a partir de observações repetidas na
ni » » ê ú
2 s [u( x i )] 2 ë u( x i ) û
2 medição em curso; s 2 = å c i2s i2; c i º ¶f / ¶x i ; u 2 = å
uj2(y) = å cj2(aj2/3) consideram todos os outros com-
A grandeza entre colchetes maiores é a incerteza relativa ponentes da incerteza, nos quais se supõe que + aj e -aj
de u(xi); para uma avaliação do Tipo B da incerteza pa- sejam, exatamente, os limites superior e inferior conheci-
drão, é uma grandeza subjetiva cujo valor é obtido por jul- dos de Xj, relativos à sua melhor estimativa xj (isto é, xj -aj
gamento científico baseado no conjunto de informações £ Xj £ xj + aj ).
disponíveis .
NOTA - Um componente baseado em observações repetidas feitas
fora da medição em curso é tratado do mesmo modo que qualquer
EXEMPLO - Baseado no conhecimento disponível do procedimento
outro componente incluído em u2. Por isso, de modo a se fazer uma
de medição usado para determinar estimativas de entrada xi e de como
comparação consistente entre a equação (G.4) e a equação (G.5) do
sua incerteza padrão u(xi) foi avaliada, julgou-se que a avaliação de
item seguinte, supõe-se que tais componentes, se estiverem presen-
u(xi) é confiável cerca de 25%. Isso pode ser tomado como signifi-
tes, sejam desprezíveis.
cando que a incerteza relativa Du(xi)/u(xi) = 0,25 e, assim, pela
equação (G.3), ni = (0,25)-2/2 = 8. Se, entretanto, se julga que o valor
de u(xi) é confiável em somente cerca de 50%, então ni = 2 (ver G.5.2 Se uma incerteza expandida que fornece um inter-
também a tabela E.1, no anexo E). valo com um nível da confiança de 95 por cento é avaliada
de acordo com os métodos recomendados em G.3 e G.4, a
G.4.3 Na discussão em 4.3 e 4.4 da avaliação do Tipo B da expressão resultante em lugar da equação (G.4) é:
incerteza padrão a partir de uma distribuição de probabi-
lidade a priori, foi implicitamente suposto que o valor de 1
U 95 = t 95 ( v eff )[ s 2 + u 2 ] 2 (G.5)
u(xi) resultante de tal avaliação é conhecido exatamente.
Por exemplo, quando u(xi) é obtido por meio de uma distri-
onde veff é calculado pela equação (G.2b), e o cálculo in-
buição de probabilidade retangular com semifaixa suposta
clui todos os componentes de incerteza.
de a = (a + - a - )/2, como em 4.3.7 e 4.4.5, u(xi) = a/ 3 é
vista como uma constante sem incerteza, pois a + - a - , e Na maioria dos casos, o valor de U95 da equação (G.5)
também a, são assim vistas (porém, ver 4.3.9, nota 2). Isto será maior do que o valor U’95 da equação (G.4), se for su-
implica, pela equação (G.3), que v i ® ¥ ou 1/v i ® 0, o que posto que, na avaliação da equação (G.5), todas as variân-
não causa dificuldade na avaliação da equação G.2b. Além cias do Tipo B são obtidas de distribuições retangulares a
disso, supor que n i ® ¥ não é necessariamente irreal; é priori, com semifaixas que são as mesmas que os limites
uma prática usual escolher a + e a - , de tal modo que a aj usados para computar u2 da equação (G.4). Isso pode ser
probabilidade da grandeza em questão, ficando fora do compreendido, reconhecendo-se que, embora t95(n¢eff ) ve-
intervalo a - até a + , seja extremamente pequena. nha a ser, na maioria dos casos, maior do que t95(veff), am-
bos os fatores estão próximos de 2; e, na equação (G.5), u2
G.5 Outras considerações é multiplicado por tp2(n eff ) » 4, enquanto que, na equação
(G.4), ele é multiplicado por 3. Embora as duas expressões
G.5.1 Uma expressão encontrada, na literatura, sobre a dêem valores iguais de U’95 e U95, para u2 << s2, U’95 será
medição da incerteza, e freqüentemente usada para obter até 13 por cento menor do que U95, se u2 >> s2. Assim, em
uma incerteza que se destina a proporcionar um intervalo geral, a equação (G.4) dá uma incerteza que fornece um
com um nível da confiança de 95 por cento, pode ser escri- intervalo tendo um nível da confiança menor do que o in-
ta como tervalo fornecido pela incerteza expandida calculada pela
equação (G.5).
1
U ¢ 95 = [t 95
2
( v¢eff ) s 2 + 3u 2 ] 2 (G.4)
75
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição
76
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança
Se u(xi) é obtido por meio de uma avaliação do padrão combinada, pode ser suposta como normal devido
Tipo A, determine ni como orientado em G.3.3. Se ao Teorema Central do Limite, e uc(y) pode ser tomada
u(xi) é obtido por meio de uma avaliação do tipo B e como uma estimativa razoavelmente confiável do desvio
pode ser tratado como exatamente conhecido, como padrão da distribuição normal devido ao tamanho signifi-
é frequente o caso na prática, n i ® ¥; caso contrário, cativo de veff. Então, baseado na discussão contida neste
estime vi pela equação (G.3). anexo, incluindo a ênfase da natureza aproximada do pro-
cesso de avaliação da incerteza e a impraticabilidade da
3) Obtenha o fator-t tp(neff) para o nível da confiança
tentativa de distinção entre invervalos, tendo níveis da
p desejado a partir da tabela G.2. Se n eff não é um in-
confiança que diferem por um ou dois por cento, pode ser
teiro, interpole ou trunque n eff até o próximo inteiro
feito o seguinte:
inferior.
4) Tome kp = tp(neff) e calcule Up = kpuc(y). Adote k=2 e assuma que U=2uc(y), definindo um intervalo
tendo um nível da confiança de, aproximadamente, 95 por
G.6.5 Em certas situações, que não devem ocorrer muito cento; ou, para aplicações mais críticas, adote k=3 e assu-
freqüentemente na prática, as condições requeridas pelo ma que U = 3uc(y) define um intervalo tendo um nível da
Teorema Central do Limite podem não ser completamente confiança de, aproximadamente, 99 por cento.
satisfeitas, e o enfoque dado em G.6.4 leva a um resultado
inaceitável. Por exemplo, se uc(y) é dominado por um Embora esta abordagem deva ser conveniente para muitas
componente de incerteza avaliado por uma distribuição re- medições práticas, sua aplicabilidade para qualquer medi-
tangular cujos limites são supostos, sendo exatamente co- ção particular dependerá de quão próximo k=2 deverá es-
nhecidos, é possível [se tp(neff) > 3] que y + Up e y - Up, tar para t95 (veff) ou k=3 deverá estar para t99(veff), isto é,
os limites superior e inferior do intervalo definido por Up, quão próximo o nível da confiança do intervalo definido
possam ficar fora dos limites da distribuição de probabili- por U=2uc(y) ou U=3uc(y) deverá estar para 95 por cento
dade da grandeza de saída Y. Tais casos devem ser trata- ou 99 por cento, respectivamente. Embora, para veff=11,
dos em uma base individual, mas são muitas vezes suscep- k=2 e k=3 subestima t95(11) e t99(11) por somente 10 e 4
tíveis a um tratamento analítico aproximado (envolvendo, por cento, respectivamente (ver tabela G.2), o que pode
por exemplo, a convolução de sua distribuição de probabi- não ser aceitável em alguns casos. Adicionalmente, para
lidade normal com uma distribuição retangular [10]). todos os valores de veff, algo maior que 13, k=3 produz um
intervalo tendo um nível da confiança maior que 99 por
G.6.6 Para muitas medições práticas em uma ampla faixa cento (ver tabela G.2, que também mostra que, para
de campos, as seguintes condições prevalecem: v eff ® ¥, os níveis da confiança dos intervalos produzidos
por k=2 e k=3 são 95,45 e 99,73 por cento, respectivamen-
- a estimativa y do mensurando Y é obtida das esti- te). Então, na prática, o tamanho do veff e a incerteza ex-
mativas xi de um número significativo de grandezas pandida requerida determinarão se essa abordagem poderá
de entrada Xi que são descritíveis por uma distribui- ser utilizada.
ção de probabilidade bem comportada, tal como as
distribuições normal e retangular;
- as incertezas padrão u(xi) dessas estimativas que
podem ser obtidas de cada avaliação do Tipo A ou
do Tipo B, contribuem com quantidades compará-
veis para a incerteza padrão combinada uc(y) do re-
sultado de medição y;
- a aproximação linear envolvida na lei de propaga-
ção da incerteza é adequada (ver 5.1.2 e E.3.1);
- a incerteza de uc(y) é razoavelmente pequena devi-
do a seus graus efetivos de liberdade veff possuírem
uma magnitude significativa, isto é, maior que 10.
77
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição
Tabela G.2 - Valor de tp(v) da distribuição-t, para n graus de liberdade, que define um intervalo -tp(n) a + tp(n) que abrange
a fração p da distribuição
Para a grandeza z descrita por uma distribuição normal, com esperança m z e desvio padrão s, o intervalo m z ± ks
(a)
abrange p = 68,27; 95,45 e 99,73 por cento da distribuição para k = 1,2 e 3, respectivamente.
78
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
Anexo H
Exemplos
Este anexo fornece seis exemplos, H.1 a H.6, trabalhados H.1 Calibração de bloco padrão
detalhadamente, de modo a ilustrar os princípios básicos
apresentados neste Guia, para avaliação e expressão da in- Este exemplo demonstra que mesmo uma medição aparen-
certeza de medição. Juntamente com os exemplos incluí- temente simples pode envolver aspectos sutis de avaliação
dos no texto principal e em alguns dos outros anexos, eles de incerteza.
devem permitir aos usuários deste Guia colocar estes prin-
cípios em prática nos seus próprios trabalhos. H.1.1 O problema da medição
Em razão de os exemplos terem fins ilustrativos, eles fo- O comprimento de um bloco padrão de 50 mm nominais é
ram, por necessidade, simplificados. Além disso, porque determinado por comparação com um padrão conhecido
estes e os dados numéricos usados nos exemplos foram es- de mesmo comprimento nominal. A saída direta da com-
colhidos principalmente para demonstrar os princípios paração de dois gabaritos de extremidade é a diferença d
deste Guia, nem os exemplos nem os dados deverão, ne- de seus comprimentos:
cessariamente, ser interpretados como descrevendo medi-
ções reais. Enquanto os dados são usados conforme forne- d = l(1 + aq) - l s (1 + a s q s ) (H.1)
cidos, de forma a evitar erros de arredondamento, mais dí-
gitos são mantidos nos cálculos intermediários que os usu- onde:
almente mostrados. Portanto, o resultado declarado de um
l é o mensurando, ou seja, o comprimento a 20 ºC do blo-
cálculo envolvendo várias grandezas pode diferir ligeira-
co padrão sendo calibrado;
mente do resultado obtido por valores numéricos forneci-
dos no texto para estas grandezas.
ls é o comprimento do padrão a 20 ºC, como dado no seu
certificado de calibração;
É indicado, nas partes anteriores deste Guia, que a classifi-
cação dos métodos utilizados para avaliar componentes de
a e as são os coeficientes de expansão térmica, respectiva-
incerteza, como os do Tipo A e do Tipo B, se faz apenas
mente, do gabarito sendo calibrado e do padrão;
por conveniência; ela não é requerida para a determinação
da incerteza padrão combinada ou da incerteza expandida q e qs são os desvios na temperatura com relação à tempe-
de um resultado de uma medição, uma vez que todos os ratura de referência de 20 ºC, respectivamente, do gabari-
componentes da incerteza, não importa como tenham sido to e do padrão.
avaliados, são tratados da mesma maneira (ver 3.3.4, 5.1.2
e E.3.7). Assim, nos exemplos, o método utilizado para H.1.2 Modelo matemático
avaliar um determinado componente de incerteza não é es-
pecificamente identificado conforme seu tipo. Entretanto, Pela equação (H.1), o mensurando é dado por:
será esclarecido pela discussão se um componente é obti-
l s (1 + a s q s ) + d (H.2)
do por uma avaliação do Tipo A ou do Tipo B. l= = l s + d + l s ( a s q s - aq) + K
(1 + aq)
79
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
c da = ¶f / ¶da = - l S q ou:
c dq = ¶f / ¶dq = - l S a S
u(d) = 9,7 nm
e, assim:
80
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
H.1.3.3 Incerteza do coeficiente de expansão térmica, ma termostático, e não a incerteza da temperatura média.
u(as) O valor do desvio médio da temperatura:
u( a s ) = ( 2 ´ 10 -6 ° C -1 ) / 3 = 1,2 ´ 10 -6 ° C -1 u( q) = 0, 2 ° C
uc (l) = 32 nm
neff (l) = 16
81
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
Espera-se que o padrão e o bloco sob ensaio estejam na Suponha que seja requerida a obtenção de uma incerteza
mesma temperatura, mas a diferença de temperatura pode expandida U99 = k99 uc(l) que forneça um intervalo, tendo
estar com igual probabilidade em qualquer lugar no inter- um nível da confiança de aproximadamente 99 por cento.
valo estimado -0,05 ºC a + 0,05 ºC. A incerteza padrão é: O procedimento a ser utilizado está resumido em G.6.4, e
os graus de liberdade requeridos estão indicados na tabela
u( dq) = ( 0, 05 ° C) / 3 = 0,029 ° C H.1. Estes foram obtidos como se segue:
82
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
(9,7 nm) 4 avaliação de uc(l), como apresentada até este ponto, não
= = 25,6
(5,8 nm) 4
(3,9 nm) 4
(6,7 nm) 4 está completa. A aplicação da equação (H.3) da expressão
+ +
24 5 8 dada na nota de 5.1.2 resulta, de fato, em dois termos de
segunda ordem distintos, não-desprezíveis, a serem adicio-
3) Incerteza da diferença nos coeficientes de expan- nados à equação (H.5). Estes termos, que provêm do ter-
são térmica, u(da) [H.1.3.5]. Os limites estimados de mo quadrático na expressão da nota, são:
±1 x 10-6 ºC-1 sobre a variabilidade de da são julgados
confiáveis a 10 por cento. Isso dá, pela equação (G.3), l s2 u 2 ( d a) u 2 ( q) + l s2 u 2 ( a s ) u 2 ( d q)
em G.4.2, v ( da) = 50.
4) Incerteza da diferença na temperatura dos blocos, mas somente o primeiro destes termos contribui significa-
u(dq) [H.1.3.6]. O intervalo estimado de - 0,05 ºC a + 0,05 tivamente para uc(l):
ºC, para a diferença de temperatura dq, é tido como confi-
ável somente a 50 por cento, e, pela equação (G.3), em l su ( d a) u ( q) = (0,05 m)(0,58 ´ 10 -6 ° C -1 )(0,41 ° C)
G.4.2, fornece v ( dq) = 2.
= 11,7 nm
(32 nm) 4
= 16,7
( 25 nm) 4 (9,7 nm) 4 ( 2,9 nm) 4 (16, 6 nm) 4
+ + +
18 25, 6 50 2
83
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
H.2 Medição simultânea de resistência e em 5.2.2, usando valores de s(V , I ), s(V , f) e s( I , f) calcula-
reatância dos pela equação (17), em 5.2.3. Os resultados estão inclu-
ídos na Tabela H.2, onde deve ser lembrado que r(xi,xj) =
Este exemplo demonstra o tratamento de mensurandos r(xj,xi) e r(xi,xi) = 1.
múltiplos ou grandezas de saída determinadas simultanea-
H.2.3 Resultados: enfoque 1
mente na mesma medição e a correlação de suas estimati-
vas. Ele considera somente as variações aleatórias das ob-
O enfoque 1 está resumido na Tabela H.3.
servações; na prática atual, as incertezas de correções para
efeitos sistemáticos também contribuiriam para a incerteza Os valores dos três mensurandos R, X e Z são obtidos
dos resultados da medição. Os dados são analisados de das relações dadas na equação (H.7), usando os valores
dois modos diferentes, sendo que ambos fornecem, essen- médios V, I e f da Tabela H.2, para V, I e f. As incerte-
cialmente, os mesmos valores numéricos.
zas padrão de R,X e Z são obtidas da equação (16), em
5.2.2, uma vez que, como mencionado acima, as grande-
H.2.1 O problema de medição
zas de entrada V, I e f são correlacionadas. Como exem-
A resistência R e a reatância X de um elemento de circuito plo, considere Z = V / I. Identificando V com x1, I com x2
são determinadas, medindo-se a amplitude V de uma dife- e f com Z =V / I, a equação (16), em 5.2.2, fornece para a
rença de potencial alternada senoidal entre seus terminais, incerteza padrão combinada de Z:
a amplitude I da corrente alternada que passa por ele e o
ângulo de mudança de fase f da diferença de potencial al- u c2 ( Z ) = é1 ù 2
2
éV ù 2
2
u c2, r ( Z ) = u r2 (V ) + u r2 ( I ) (H.8c)
Considere que cinco conjuntos independentes de observa-
ções simultâneas das três grandezas de entrada V, I e f são - 2u r (V ) u r ( I ) r (V , I )
obtidas sob condições similares (ver B.2.15), resultando
nos dados apresentados na tabela H.2. As médias aritméti- onde u(V) = s(V) e u(I) = s(I), e o subscrito “r”, na última
cas das observações e os desvios padrão experimentais expressão, indica que u é uma incerteza relativa. Substitu-
destas médias, calculados pelas equações (3) e (5), em 4.2, indo os valores apropriados da tabela H.2, na equação
são também dadas. As médias são tomadas como sendo as (H.8a), tem-se, então, uc(Z) = 0,236 W.
melhores estimativas dos valores esperados das grandezas
de entrada, e os desvios padrão experimentais são as incer- Em razão de os três mensurandos, ou grandezas de saída, de-
tezas padrão destas médias. penderem das mesmas grandezas de entrada, eles também
são correlacionados. Os elementos da matriz de covariância
Como as médias V, I e f são obtidas por observações si- que descreve esta correlação podem ser escritos, em geral,
multâneas, elas são correlacionadas, e as correlações de- como:
vem ser levadas em conta na avaliação das incertezas pa-
drão dos mensurandos R, X e Z. Os coeficientes de correla-
ção requeridos são prontamente obtidos pela equação (14),
84
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
Tabela H.2 - Valores das grandezas de entrada V, I e f obtidos de cinco conjuntos de observações simultâneas
N N ¶y l ¶y m (H.9) Uma vez que os dados tenham sido obtidos de cinco conjun-
u( y l , y m ) = å å ¶x i ¶x j
u( x i )u( x j ) r( x i . x j )
tos de observações das três grandezas de entrada V, I e f, é
i =1 j =1
possível computar um valor para R, X e Z de cada conjunto
onde y l = f l ( x 1 , x 2 , K, x N ) e y m = f m ( x 1 , x 2 , K, x N ). A de dados de entrada e, então, tomar a média aritmética dos
equação (H.9) é a generalização da equação (F.2), em cinco valores individuais para obter as melhores estimativas
F.1.2.3, quando os ql são correlacionados. Os coeficientes de R, X e Z. O desvio padrão experimental de cada média
de correlação estimados das grandezas de saída são dados (que é a sua incerteza padrão combinada) é, então, calculado
por r(yl,ym) = u(yl,ym)/u(yl)u(ym), como indicado na equação a partir dos cinco valores individuais da maneira usual [equa-
(14), em 5.2.2. Deve-se reconhecer que os elementos diago- ção (5), em 4.2.3]; e as covariâncias estimadas das três médi-
nais da matriz de covariância, u(yl,yl) º u2(yl), são as variân- as são calculadas, aplicando-se a equação (17), em 5.2.3, di-
cias estimadas das grandezas de saída yl (ver 5.2.2, nota 2) e retamente aos cinco valores individuais dos quais cada média
que, para m = l, a equação (H.9) é idêntica à equação (16), é obtida. Não existem diferenças nos valores de saída, in-
em 5.2.2. certezas padrão e covariâncias estimadas fornecidas pelos
dois enfoques, exceto para efeitos de segunda ordem associ-
Para aplicar a equação (H.9) neste exemplo, as seguintes ados com a substituição de termos tais como V / I e cos f
identificações são feitas: por V / I e cos f .
85
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
Índice do Relação entre a estimativa do mensu- Valor da estimativa yl , que é o Incerteza padrão combinada uc(yl)
mensurado rando yl e a estimativa de entrada xi resultado da medição do resultado da medição
l
1 y1 = R = (V / I ) cosf y1 = R = 127,732 W uc(R) = 0,071 W
uc(R)/R = 0,06 x10-2
2 y2 = X = (V / I ) sen f y2 = X = 219,847 W uc(X) = 0,295 W
uc(X)/X = 0,13 x10-2
3 y3 = Z = V / I y3 = Z = 254,260 W uc(Z) = 0,236 W
uc(Z)/Z = 0,09 x10-2
Coeficiente de correlação r (yl , ym)
r( y 1 , y 2 ) = r( R, X ) = - 0,588
r( y 1 , y 3 ) = r( R, Z ) = - 0, 485
r( y 2 , y 3 ) = r( X , Z ) = 0,993
86
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
enquanto que o enfoque 1 é um exemplo de obtenção de y Tabela H.5 - Alterações na tabela H.3 sob a hipótese de
a partir de y = ƒ( X 1 , X 2 , K X N ). Como ressaltado naquela que os coeficientes de correlação da tabela H.2 são zero
nota, em geral, os dois enfoques fornecerão resultados
idênticos, se f é uma função linear de suas grandezas de Incerteza padrão combinada
entrada (desde que os coeficientes de correlação observados uc(yl) do resultado de medição
experimentalmente sejam levados em consideração quando u c ( R) = 0,195W
se implementa o enfoque 1). Se f não é uma função linear, u c ( R) / R = 0,15 ´ 10 -2
então os resultados do enfoque 1 diferirão daqueles do enfo-
u c ( X ) = 0, 201W
que 2, dependendo do grau de não-linearidade e das variân-
u c ( X ) / X = 0, 09 ´ 10 -2
cias e covariâncias estimadas de Xi. Isso pode ser visto na ex-
pressão: u c ( Z ) = 0, 204W
u c ( Z ) / Z = 0, 08 ´ 10 -2
y = ƒ ( X 1 , X 2 , K, X N )
Coeficientes de correlação, r (yl , ym)
(H.10)
r (y1, y2) = r (R, X) = 0,056
1 N N
¶2ƒ
+
2
å å ¶X i , ¶X j
u( X i , X j ) + K r (y1, y3) = r (R, Z) = 0,527
i =1 j =1 r (y2, y3) = r (X, Z) = 0,878
N ¶y l ¶y m 2 (H.11)
u( y l , y m ) = å ¶x i ¶x i
u (x i )
i =1
87
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
Isto conduz às seguintes equações para y1, y2, suas va- A curva de calibração pode, então, ser escrita como:
riâncias experimentais s2(y1) e s2(y2), e seu coeficiente de
correlação estimado r(y1, y2) = s(y1, y2) / s(y1)s(y2), onde b(t) = - 0,1712( 29) ° C + 0, 002 18( 67)(t - 20 ° C) (H.14)
s(y1, y2) é sua covariância estimada:
88
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
Tabela H.6 - Dados usados para se obter uma curva linear de calibração para um termômetro pelo método dos mínimos
quadrados
onde os números entre parênteses são os valores numéri- em t = 30 ºC, que está fora da faixa de temperatura na qual o
cos das incertezas padrão correspondentes aos últimos dí- termômetro foi realmente calibrado. Substituindo t = 30 ºC
gitos dos resultados citados para o intercepto e a inclina- na equação (H.14), resulta:
ção (ver 7.2.2). Esta equação fornece o valor previsto da
correção b(t) em qualquer temperatura t e, em particular, o B(30 ºC) = -0,1494 ºC
valor b(tk) em t=tk. Estes valores são dados na quarta colu-
na da tabela, enquanto que a última coluna fornece as dife- enquanto que a equação (H.15) se torna:
renças entre os valores medidos e previstos, bk - b(tk).
u c2 [ b(30 ° C)] = (0,0029 ° C) 2 + (10 ° C) 2 (0,000 67) 2 +
Uma análise dessas diferenças pode ser utilizada para veri-
ficar a validade do modelo linear; testes formais existem +2(10° C)( 0, 0029° C)( 0, 00067° C)( -0,930) = 17,1´ 10 -6 ° C 2
(ver referência [8]), porém não são considerados neste
exemplo. ou:
A expressão para a incerteza padrão combinada do valor Assim, a correção em 30 ºC é -0,1494 ºC, com uma in-
previsto de uma correção pode ser prontamente obtido, apli- certeza padrão combinada de u c = 0,0041ºC , e com uc
cando-se a lei de propagação de incerteza, equação (16) em tendo v = n - 2 = 9 graus de liberdade.
5.2.2, à equação (H.12). Notando-se que b(t) = f(y1,y2) e es-
crevendo u(y1) = s(y1) e u(y2) = s(y2), obtém-se: H.3.5 Eliminação da correlação entre a inclinação e
o intercepto
u c2 [ b(t)] = u 2 ( y 1 ) + (t - t 0 ) 2 u 2 ( y 2 ) (H.15)
A equação (H.13e) para o coeficiente de correlação
+ 2(t - t 0 )u( y 1 )u( y 2 ) r( y 1 , y 2 )
r(y1,y2) implica que, se t0 é escolhido de forma tal que
n n
A variância estimada uc2[b(t)] é mínima em å qk = å (t k - t 0 ) = 0, então r(y1,y2) = 0 e y1 e y2 se-
t min = t 0 - u( y 1 ) r( y 1 , y 2 ) / u( y 2 ), e no presente caso, é k =1 k =1
89
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
90
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
H.4 Medição de atividade to, para cada fonte, durante todos os seis ciclos, é de
60 minutos. Embora a taxa de contagem de fundo não pos-
Este exemplo é similar ao exemplo H.2, a medição simul- sa ser suposta como constante durante todo o intervalo de
tânea de resistência e reatância, na qual os dados podem contagem (65 horas), supõe-se que o número de contagens
ser analisados de duas maneiras diferentes, fornecendo es- obtido para cada amostra branca possa ser usado como re-
sencialmente os mesmos resultados numéricos. O primeiro presentativo da taxa de contagem de fundo durante as me-
enfoque ilustra, mais uma vez, a necessidade de se levar dições do padrão e da amostra no mesmo ciclo. Os dados
em conta as correlações observadas entre as grandezas de são fornecidos na Tabela H.7, onde:
entrada.
tS, tB, tx são os tempos desde o tempo de referência
H.4.1 O problema de medição t = 0 até o ponto médio dos intervalos de
contagem T0 = 60 min, corrigidos para tem-
A concentração desconhecida de atividade do radônio po morto para os recipientes com o padrão, a
(222Rn), em uma amostra de água, é determinada pela con- amostra branca e a amostra, respectivamente;
tagem por cintilação líquida comparada com uma amostra embora tB seja dado para a completeza, ele
padrão de radônio em água, tendo uma concentração de não é necessário à análise;
atividade conhecida. A concentração de atividade desco- CS, CB, Cx são os números de contagens registrados
nhecida é obtida, medindo-se três fontes de contagem con- nos intervalos de contagem T0 = 60 min,
sistindo de, aproximadamente, 5 g de água e 12 g de emul- corrigidos para tempo morto, para os reci-
são cintiladora orgânica em frascos de 22 ml de volume: pientes com o padrão, amostra branca e
amostra, respectivamente.
Fonte (a) um padrão consistindo de uma massa ms
de uma solução padrão com uma concen- As contagens observadas podem ser expressas como:
tração de atividade conhecida;
Tabela H.7 - Dados de contagem para determinação da concentração de atividade de uma amostra desconhecida
91
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
Rx = [(C x - C B ) / TO ]e lt x (H.21a)
AS = 0,1368 Bq/g
u(AS) = 0,0018 Bq/g; u(AS)/AS = 1,32 x 10-2
Rs = [(C s - C B ) / TO ]e lt s (H.21b)
mS = 5,0192 g
u(mS ) = 0,005 g; u(mS )/mS = 0,10 x 10-2
92
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
Tabela H.8 - Cálculo das taxas de contagem corrigidas para contagem de fundo e para decaimento
Ciclo Rx Rs tx - ts R = Rx / Rs
k (min-1) (min-1) (min)
1 652,46 194,65 123,63 3,3520
2 666,48 208,58 123,13 3,1953
3 665,80 211,08 123,12 3,1543
4 655,68 214,17 123,11 3,0615
5 651,87 213,92 123,12 3,0473
6 623,31 194,13 123,11 3,2107
Rx = 652, 60 RS = 206, 09 R = 3,170
s ( Rx ) = 6, 42 s ( RS ) = 3,79 s ( R ) = 0, 046
-2
s( Rx ) / Rx = 0,98 ´ 10 s( RS ) / RS = 1,84 ´ 10 -2 s( R ) / R = 1, 44 ´ 10 -2
Rx / RS = 3,167
u( Rx / RS ) = 0, 045
u ( Rx / RS ) / ( Rx / RS ) = 1, 42 ´ 10 -2
Coeficiente de correlação
r ( Rx , RS ) = 0, 646
mx = 5,0571 g m S Rx
Ax = AS = 0, 4300 Bq / g
u(mx) = 0,0010 g; u(mx)/mx = 0,02 x 10-2 m x RS
Como indicado anteriormente, Ax e uc(Ax) podem ser obti- A substituição dos valores das grandezas relevantes nas
dos de dois modos diferentes a partir da equação (H.20). equações (H.22a) e (H.22b) fornece:
No primeiro enfoque, Ax é calculado, usando as médias
aritméticas Rx e RS , o que leva a: uc (Ax)/Ax = 1,93 x 10-2
93
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
O resultado da medição pode, então, ser declarado como: O resultado da medição pode, então, ser declarado como:
Ax = 0,4300 Bq/g, com uma incerteza padrão combinada de Ax = 0,4304 Bq/g, com uma incerteza padrão combinada
uc = 0,0083 Bq/g. de uc = 0,0084 Bq/g.
94
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
Este exemplo fornece uma breve introdução aos métodos O desvio padrão experimental da média s(V), que é uma me-
de análise de variância (ANOVA). Estas técnicas estatísti- dida da incerteza de V, como uma estimativa da diferença de
cas são utilizadas para identificar e quantificar efeitos ale- potencial do padrão, é obtido de [ver equação (5), em 4.2.3.]:
atórios individuais em uma medição, de modo que possam J K
1 (H.24b)
ser apropriadamente levados em conta quando se avalia a s 2 (V ) =
JK ( JK - 1)
å å (V jk - V ) 2
incerteza do resultado da medição. Embora os métodos j =1 k =1
95
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
Tabela H.9 - Resumo dos dados de calibração do padrão de tensão obtidos em J = 10 dias, com cada média diária V j e
desvio padrão experimental s(V jk ) baseados em K = 5 observações repetidas e independentes
Dia, j 1 2 3 4 5
Grandeza
V j /V 10,000 172 10,000 116 10,000 013 10,000 144 10,000 106
Dia, j 6 7 8 9 10
Grandeza
Vj /V 10,000 031 10,000 060 10,000 125 10,000 163 10,000 041
s(V jk ) /mV 93 80 73 88 86
V = 10, 000 097 V s (V j ) = 57 m V
sa2 = Ks (V j ) = 5 (57 m V)
2 2
= (128 m V) 2
sb2 = s 2 (V jk ) = (85 m V) 2
é a média aritmética das K = 5 observações da diferença variação observada das médias diárias V j . Como V j é a
de potencial realizadas no j-ésimo dia (existem J = 10 mé- média de K observações, sua variância estimada s 2 (V j ),
dias diárias); sob a hipótese de que o componente entre-dias da variân-
cia seja zero, estima sW2
/K. Segue, então, da equação
J J K
1 1 (H.25b)
V=
J
å Vj =
JK
å å V jk (H.25d) que:
j =1 j =1 k =1
sa2 = K s 2 (V j ) (H.26a)
é a média aritmética das J = 10 médias diárias e, conse-
J
K
qüentemente, é a média global das JK = 50 observações; =
J -1
å (V j - V ) 2
j =1
K
1 (H.25c)
s (V jk ) =
2
K -1
å (V jk - V j ) 2
J
1
H.5.2.2 A consistência da variabilidade intra-dia e a vari- sb2 = s 2 (V jk ) =
J
å s 2 (V jk )
abilidade entre-dias das observações pode ser investigada, j =1
96
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
J K
1 se que existe um efeito entre-dias estatisticamente signifi-
=
J ( K - 1)
å å (V jk - V j ) 2
(H.26b) cativo no nível de 5 por cento de significância, mas não no
j =1 k =1
nível de 2,5 por cento.
que é uma estimativa de sW
2
, tendo v b = J ( K - 1) = 40
H.5.2.5 Se a existência de um efeito entre-dias é rejeitada
graus de liberdade.
porque a diferença entre sa2 e sb2 não é vista como estatisti-
As estimativas de sW
2
, dadas pelas equações (H.26a) e camente significativa (uma decisão imprudente, pois
poderia levar a uma subestimação da incerteza), a variân-
(H.26b), são sa2 = (128 m V ) 2 e sb2 = (85 m V ) 2 , respec-
cia estimada s 2 (V ) de V deve ser calculada da equação
tivamente (ver tabela H.9). Como a estimativa sa2 é basea-
(H.24b). Esta relação é equivalente a agrupar as estimati-
da na variabilidade das médias diárias enquanto a estimati-
vas sa2 e sb2 (isto é, tomando-se a média ponderada de sa2 e
va sb2 é baseada na variabilidade de observações diárias,
sb2 , cada uma ponderada por seus respectivos graus de
sua diferença indica a possível presença de um efeito que
liberdade n a e n b - ver nota de H.3.6) para se obter a
varia de um dia para outro, mas que permanece relativa-
melhor estimativa da variância das observações; e divid-
mente constante quando as observações são realizadas em
indo essa estimativa por JK (o número de observações)
um único dia. O teste-F é utilizado para verificar essa pos-
para obter a melhor estimativa s 2 (V ) da variância da
sibilidade e, conseqüentemente, a suposição de que o com-
ponente entre-dias da variância seja zero. média das observações. Seguindo este procedimento, te-
mos:
H.5.2.3 A distribuição-F é a distribuição de probabilidade
da razão F ( v a , v b ) = sa2 ( v a ) / sb2 ( v b ) de duas estimativas ( J - 1) sa2 + J ( K - 1) sb2 (H.28a)
s 2 (V ) =
JK ( JK - 1)
independentes, sa2 ( v a ) e sb2 ( v b ), da variância s 2 de uma
variável aleatória normalmente distribuída [15]. Os 9 (128 m V) 2 + 40 (85 m V) 2
=
parâmetros va e vb são os respectivos graus de liberdade (10) (5) ( 49)
das duas estimativas e 0 £ F ( v a , v b ) < ¥. Valores de F são
tabulados para diferentes valores de v a e v b e vários = (13 m V) 2 , ou s (V ) = 13 m V (H.28b)
quantis da distribuição-F. Um valor de F( v a , v b ) > F0,95
ou F( v a , v b ) > F0,975 (o valor crítico) é usualmente inter- com s (V ) tendo JK - 1 = 49 graus de liberdade.
pretado como indicação de que sa2 ( v a ) é maior do que
Se supomos que todas as correções para os efeitos siste-
sb2 ( v b ), por uma quantidade estatisticamente significativa,
máticos já tenham sido levadas em conta e todos os outros
e que a probabilidade de um valor de F tão grande quanto
componentes da incerteza são não-significativos, então o
aquele observado, se as duas estimativas forem estimati-
resultado da calibração pode ser declarado como
vas da mesma variância, é menor do que 0,05 ou 0,025, re-
Vs = V = 10, 000 0097 V (ver tabela H.9), com uma
spectivamente. (Outros valores críticos podem também ser
incerteza padrão combinada de s (V ) = u c = 13 m V, e
escolhidos, tal como F0, 99 ).
com u c tendo 49 graus de liberdade.
H.5.2.4 A aplicação do teste-F ao presente exemplo
NOTAS
númerico fornece:
1. Na prática, haveria, muito provavelmente, componentes adicio-
sa2 Ks 2 (V j ) (H.27) nais de incerteza que seriam significativos e, portanto, deveriam ser
F ( va , vb ) = = combinados com o componente de incerteza obtido estatisticamente
sb2 s 2 (V jk ) a partir das observações (ver nota de H.5.1).
Como F0, 95 (9, 40) = 2,12 e F0, 975 (9, 40) = 2, 45, conclui-
= ( J - 1) sa2 + J ( K - 1) sb2
97
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
H.5.2.6 Se a existência de um efeito entre-dias é aceita sB2 = s 2 (V j ) - s 2 (V jk ) / K [equação (H.31a)], mas sua
(uma decisão prudente porque evita uma possível subesti-
estimativa é problemática.
mação da incerteza) e supõe-se que seja aleatória, então a
variância s 2 (V j ), calculada a partir das J=10 médias H.5.2.7 A melhor estimativa da diferença de potencial do
diárias, de acordo com a equação (H.25d), não estima padrão de tensão é, portanto, Vs = V =10, 000 097 V, com
sW2
/ K, como postulado em H.5.2.2, mas sW 2
/ K + s 2B , s (V ) = u c =18 mV, como dado pela equação (H.32). Este
onde s 2
B é o componente aleatório entre-dias da variân- valor de u c e seus 9 graus de liberdade devem ser com-
cia. Isso implica que: parados com u c =13 mV e seus 49 graus de liberdade, o re-
sultado obtido em H.5.2.5 [equação (H.28b)], quando a
s 2 (V j ) = sW2 / K + sB2 (H.29) existência de um efeito inter- dia foi rejeitada.
= (57 m V) 2 / 10, ou s (V ) = 18 m V
H.5.3.2 Como observado em H.5, métodos ANOVA são
largamente utilizados na certificação de materiais de re-
com s(V ) tendo J - 1 = 9 graus de liberdade. ferência (MRs) por meio de ensaios inter-laboratoriais. Tal
certificação, usualmente, envolve um número de labo-
Os graus de liberdade de sW2 (e, portanto, sW ) são J ( K - 1 ) = 40 ratórios independentes, igualmente competentes, medindo
[ver equação (H.26b)]. Os graus de liberdade de sB2 (e, portanto, amostras de um material, para a propriedade para a qual o
sB ) são os graus de liberdade efetivos da diferença material deverá ser certificado. Geralmente se supõe que
as diferenças entre resultados individuais, tanto intra como
98
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
inter-laboratórios, são de natureza estatística, indepen- H.5.3.3 A importância de se variar as grandezas de en-
dente de quais sejam as causas. A média de cada labo- trada das quais depende o resultado da medição, de forma
ratório é considerada como uma estimativa não- que sua incerteza seja baseada nos dados observados
tendenciosa da propriedade do material, e, usualmente, avaliados estatisticamente, é ressaltada em 3.4.2. Os arran-
supõe-se a média não ponderada das médias dos labo- jos aninhados e a análise dos dados obtidos pela aplicação
ratórios como sendo a melhor estimativa dessa proprie- de métodos ANOVA podem ser utilizados com sucesso em
dade. muitas situações de medição encontradas na prática.
Uma certificação de MR pode envolver I diferentes labo- Não obstante, como indicado em 3.4.1, variar todas as
ratórios, cada um dos quais medindo a propriedade reque- grandezas de entrada é raramente possível devido à limita-
rida de J diferentes amostras de material, com cada medi- ção de tempo e de recursos; na melhor das hipóteses, na
ção de uma amostra consistindo de K observações repeti- maioria das situações práticas de medição, é possível so-
das e independentes. Assim, o número total de observa- mente avaliar alguns poucos componentes de incerteza,
ções é IJK, e o número total de amostras é IJ. Este é um utilizando os métodos ANOVA. Como ressaltado em
exemplo de um arranjo aninhado balanceado de dois está- 4.3.1, muitos componentes devem ser avaliados por julga-
gios, análogo ao exemplo de um estágio do padrão de ten- mento científico, utilizando toda a informação disponível
são dado em H.5. Nesse caso, há dois níveis de “aninha- sobre a possível variabilidade das grandezas de entrada em
mento” das observações, com dois fatores diferentes, questão; em muitos casos, um componente de incerteza,
amostra e laboratório, sendo variados na medição. Esse ar- tal como o que surge de um efeito interamostra, um efeito
ranjo é balanceado porque cada amostra é observada o inter-laboratorial, um efeito inter-instrumentos ou um efei-
mesmo número de vezes (K) em cada laboratório e cada to interoperador, não pode ser avaliado pela análise esta-
laboratório mede o mesmo número de amostras (J). Se- tística de uma série de observações, mas deve ser avaliado
guindo-se a analogia com o exemplo do padrão de tensão, a partir do conjunto de informações disponíveis.
no caso do material de referência, o propósito da análise
dos dados é investigar a possível existência de um efeito
interamostras e de um efeito inter-laboratórios, e de deter-
minar a incerteza apropriada a ser atribuída à melhor esti-
mativa do valor da propriedade a ser certificada. Manten-
do-se o desenvolvimento do parágrafo anterior, supõe-se
que esta estimativa seja a média das I médias dos laborató-
rios, que também é a média das IJK observações.
99
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
100
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
m
H.6.3 Variâncias contribuintes 2
sav ( z s ) = [ å s 2 ( z S , i )] / m
i =1
H.6.3.1 Incerteza da profundidade média de pene-
tração d do bloco de amostra, u(d) é a média das variâncias experimentais das médias de
cada uma das m séries de penetrações zs,ik realizadas
Incerteza de observações repetidas. A repetição estrita de
pela máquina padrão;
uma observação não é possível, porque uma nova impres-
são não pode ser feita no mesmo lugar de uma anterior. n
Uma vez que cada impressão deve ser feita em um lugar di-
2
sav ( z ) = [ å s 2 ( z i )] / n é a média das variâncias expe-
i =1
ferente, qualquer variação nos resultados inclui o efeito de
rimentais das médias de cada uma das n séries de pene-
variações de dureza entre lugares diferentes. Assim, u(d ), a
trações zik feitas pela máquina de calibração.
incerteza padronizada da média das profundidades de cinco
penetrações no bloco amostra pela máquina de calibração, é 2
NOTA - As variâncias s av 2
(z S ) e s av (z ) são estimativas agrupadas
tomada como s p (d k ) / 5, onde s p (d k ) é o desvio padrão da variância - ver discussão da equação (H.26b) em H.5.2.2.
média de 5n penetrações realizadas no mesmo bloco pela Conforme indicado em H.6.2, supõe-se que a melhor esti-
máquina de calibração. Assim, supondo que, para a compa- mativa de correção D b seja zero.
ração, a incerteza devido à resolução do mostrador de cada
H.6.3.4 Incerteza da máquina padrão nacional e a defi-
máquina seja desprezível, a variância estimada de D c é:
nição de dureza, u(D S )
2
[ sav 2
( z S )] [ sav ( z )] (H.36) A incerteza da máquina padrão nacional, juntamente com
u 2 (D c ) = + a incerteza devido à definição incompleta da grandeza du-
m n
reza, é relatada como um desvio padrão estimado u(D s )
onde: (uma grandeza de dimensão comprimentoH.6.4A incerteza
padrã
101
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição
Os dados para este exemplo estão resumidos na Tabela hRockwell C = 64, 0 unidade de escala Rockwell ou
H.10. 0,1280 mm, com uma incerteza padrão combinada de
uc = 0,55 unidade de escala Rockwell ou 0,0011 mm.
A escala é Rockwell C, designada como HRC. A unidade de
escala Rockwell é 0,002 mm, e, assim, na Tabela H.10 e no O índice de dureza do bloco é hRockwell C / (0,002 mm) =
que se segue, fica entendido que (por exemplo) “36,0 unida- (0,1280 mm)/ (0,002 mm), ou:
de de escala Rockwell” significam 36,0 x (0,002 mm) =
0,072 mm, simplesmente uma maneira conveniente de ex- H Rockwell C = 64, 0 HRC, com uma incerteza padrão
pressar os dados e resultados. combinada de uc =0,55 HRC.
Se os valores para as grandezas relevantes fornecidos na Além do componente de incerteza devido à máquina padrão
Tabela H.10 são substituídos na equação (H.38), obtêm-se nacional e à definição de dureza, u(Ds)=0,5 unidade de esca-
as duas expressões seguintes: la Rockwell; os componentes significativos de incerteza são
aqueles da repetitividade da máquina, sp(dk)/ 5 = 0,20 unidade
de escala Rockwell; e a variação da dureza do bloco padrão de
Tabela H.10 - Resumo de dados para a determinação da dureza de um bloco de amostra na escala Rockwell C
102
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos
103
Anexo J
Glossário dos principais símbolos Expressão da Incerteza de Medição
Anexo J
Glossário dos principais símbolos
a Semi faixa ou meia-largura de uma distribuição Y = y ± Up, tendo um alto nível da confiança es-
retangular de valores possíveis da grandeza de pecificado p
entrada Xi: a = (a + - a - ) / 2
n Número de observações repetidas
a+ Limite superior da grandeza de entrada Xi
N Número de grandezas de entrada Xi das quais
a- Limite inferior da grandeza de entrada Xi depende o mensurando Y
104
Expressão da Incerteza de Medição Anexo J
Glossário dos principais símbolos
r(yi,yj) Coeficiente de correlação estimado associado às tp(v) Fator-t da distribuição-t para v graus de liberdade
estimativas de saída yi e yj, quando dois ou mais correspondendo a uma dada probabilidade p
mensurados ou grandezas de saída são determi-
tp(veff) Fator-t da distribuição-t para veff graus de liber-
nados na mesma medição.
dade correspondendo a uma dada probalidade p,
sp2 Estimativa combinada ou agrupada da variância usado para calcular a incerteza expandida Up
sp Desvio padrão experimental, agrupado igual à u2(xi) É uma variância estimada associada à estima-
raiz quadrada positiva de sp2 tiva de entrada xi que estima a grandeza de en-
trada Xi
s 2 ( q) Variância experimental da média q e estimativa
da variância s 2 / n de q: s2(q )= s2(q k ) / n; NOTA- Quando x i é determinado pela média aritméti-
ca ou média de n observações repetidas independen-
variância estimada obtida de uma avaliação do tes, u 2 (x i ) = s 2 (X i ) é a variância estimada obtida de
tipo A uma avaliação do Tipo A
s ( q) Desvio padrão experimental da média q, igual à u(xi) Incerteza padrão da estimativa de entrada xi que
raiz quadrada positiva de s2(q ); s(q ) é um esti- estima a grandeza de entrada Xi, igual à raiz
mador tendencioso de s ( q) (ver nota de quadrada positiva de u2(xi)
C.2.21); incerteza padrão obtida de uma
NOTA - Quando xi é determinada pela média aritmética
avaliação do tipo A de n observações repetidas independentes, u(xi) = s (X i )
s2(qk ) Variância experimental determinada por n ob- é uma incerteza padrão obtida de uma avaliação do
Tipo A
servações repetidas independentes qk de q; esti-
mativa da variância s 2 da distribuição de prob- u(xi,xj) Covariância estimada associada a duas estimativas
abilidade de q de entrada xi e xj que estimam as grandezas de en-
trada Xi e Xj
s (qk ) Desvio padrão experimental, igual à raiz quad-
rada positiva de s2 ( qk ); s ( qk ) é um estimador NOTA - Quando x i e x j são determinadas por n pa-
res independentes de observações simultâneas re-
tendencioso do desvio padrão s da distribuição
petidas, u(x i , x j ) = s (X i , X j ) é uma covariância es-
de probabilidade de q
timada obtida de uma avaliação do Tipo A
s 2 (X i ) Variância experimental da média de entrada
u c2 ( y) Variância combinada associada à estimativa de
X i , determinada por n observações repetidas in-
saída y
dependentes Xi,k de Xi; variância estimada ob-
tida de uma avaliação do tipo A u c ( y) Incerteza padrão combinada da estimativa de
saída y, igual à raiz quadrada positiva de u c2 ( y)
s (X i ) Desvio padrão experimental da média de en-
trada X i , igual à raiz quadrada positiva de ucA(y) Incerteza padrão combinada da estimativa de
2 saída y, determinada a partir de incertezas pa-
s ( X i ); incerteza padrão obtida de uma
avaliação tipo A drão e covariâncias estimadas obtidas unica-
mente das avaliações do Tipo A
s (q , r) Estimativa da covariância das médias q e r que
estimam as esperanças m q e m r de duas gran- ucB(y) Incerteza padrão combinada da estimativa de
dezas aleatoriamente variáveis q e r, deter- saída y, determinada a partir de incertezas pa-
minada a partir de n pares independentes de ob- drão e covariâncias obtidas unicamente das
servações simultâneas repetidas qk e rk de q e r; avaliações do Tipo B
covariância estimada obtida de uma avaliação uc(yi) Incerteza padrão combinada da estimativa de
do Tipo A saída yi, quando dois ou mais mensurandos ou
s ( X i , X j )Estimativa da covariância das médias de en- grandezas de saída são determinadas na mesma
trada, X i e X j , determinada a partir de n pares medição
105
Anexo J
Glossário dos principais símbolos Expressão da Incerteza de Medição
uc(y)/|y| Incerteza padrão combinada relativa da estima- vi Graus de liberdade, ou graus de liberdade efeti-
tiva de saída y vos, da incerteza padrão u(xi) da estimativa de
entrada xi
[u(xi)/xi]2 Variância relativa estimada associada à estima-
tiva de entrada xi veff Graus de liberdade efetivos de uc(y), usados
para obter tp(veff) para calcular a incerteza ex-
[uc(y)/y]2 Variância combinada relativa associada à esti-
pandida Up
mativa de saída y
veffA Graus de liberdade efetivos de uma incerteza
u( x i , x j ) Covariância relativa estimada associada às esti-
padrão combinada determinada, unicamente, a
xix j mativas de entrada xi e xj
partir de avaliações do Tipo A
U Incerteza expandida da estimativa de saída y veffB Graus de liberdade efetivos de uma incerteza
que define um intervalo Y = y ± U, tendo um padrão combinada determinada unicamente, a
alto nível da confiança igual ao fator de partir de avaliações do Tipo B
abrangência k vezes a incerteza padrão com-
s2 Variância de uma distribuição de probabilidades
binada uc(y) de y: U = kuc(y)
de (por exemplo) uma grandeza q aleatoria-
Up Incerteza expandida da estimativa de saída y mente variável estimada por s2(qk)
que define um intervalo Y = y ± U p, tendo um
s Desvio padrão de uma distribuição de probabili-
alto nível da confianca especificado p, igual
dades, igual à raiz quadrada positiva de s 2 ; s(qk)
ao fator de abrangência kp vezes a incerteza
é um estimador tendencioso de s
padrão combinada uc(y) de y: Up = kpu c(y)
s 2 ( q) Variância de q, igual a s 2 / n , estimada por
xi Estimativa da grandeza de entrada Xi
s 2 ( q) = s 2 ( q k ) / n
NOTA - Quando xi é determinada pela média aritmética
de n observações repetidas independentes, xi = X i s ( q) Desvio padrão de q , igual à raiz quadrada posi-
Xi i-ésima grandeza de entrada da qual depende o tiva de s 2 ( q); s ( q) é um estimador tendencioso
mensurando Y de s ( q)
NOTA - Xi pode ser a grandeza física ou a variável alea- s 2 [s ( q) ] Variância do desvio padrão experimental s ( q) de q
tória ( ver 4.1.1 nota 1)
106
Expressão da Incerteza de Medição Anexo K
Bibliografia
Anexo K
Bibliografia
[1] CIPM (1980), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. Poids [6] ISO/IEC/OIML/BIPM (1993), VIM Vocabulary of
et Mesures 48, C1 - C30 (emFrancês); BIPM basic and general terms in metrology, International
(1980), Rapport BIPM - 80/3, Report on the BIPM Organization for Standardization (Genebra, Suiça).
Enquiry on error statements, Bur. Intl. Poids et
Publicado conjuntamente pelo International Bureau
Mesures (Sèvres, França) [emInglês].
of Weigths and Measures, International Eletrote-
[2] KAARLS, R. (1981), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. chnical Commission, International Organization for
Poids et Mesures 49, A1 - A12 (em Francês); Gia- Standardization e International Organization of Le-
como, P. (1981), Metrologia 17, 73-74 (em Inglês). gal Metrology.
NOTA - A versão em inglês da Recomendação INC - 1 (INMETRO, 1995 - Portaria 029, de 10/03/95)
(1980) dada na Introdução deste Guia (ver 0.7) é aquela
da versão final da Recomendação e é extraída do relató- NOTAS
rio interno do BIPM. É consistente com o texto autoriza- 1. Este documento está correntemente sob revisão, com o
do em francês da Recomendação dada no BIPM Proc. - patrocínio, inclusive da International Federation of Cli-
Verb. Int. Poids et Mesures 49, e reproduzido em A.1, no nical Chemistry (IFCC)e da International Union of Pure
Anexo A deste Guia. A tradução em inglês da Recomen- and Applied Physics (IUPAP). As definições de termos
dação INC-1 (1980) dada na Metrologia 17 é aquela dados no Anexo B são tiradas do texto revisto em língua
oriunda de um rascunho e difere levemente da tradução inglesa do VIM, na sua forma final antes da publicação.
dada no relatório interno do BIPM e, portanto, do item
0.7.
2. Esta norma internacional está sob revisão. As defini-
[3] CIPM (1981), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. Poids ções de termos dados no anexo C são tiradas da última
et Mesures 49, 8-9, 26 (em Francês); Giacomo, P. versão de língua inglesa da revisão, isto é, ISO (1990)
Draft International Standard ISO/DIS 3534-1, Statistics -
(1982), Metrologia 18, 43-44 (em Inglês)
Vocabulary and Symbols - Part 1: Probability and gene-
[4] CIPM (1986), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. Poids ral statistical terms, tal como editado antes da publica-
ção.
et Mesures 54, 14, 35 (em francês); Giacomo, P.
(1987), Metrologia 24, 49-50 (em inglês).
3. A norma brasileira correspondente NBR 10536 “Esta-
[5] ISO 5725:1986, Precision of test methods - Deter- tística Terminologia” (1988) também foi consultada pe-
mination of repeatability in reproducibility for a los revisores de tradução, que optaram pelo texto mais
standard test method by inter-laboratory tests, In- próximo ao original deste Guia.
ternational Organization for Standardization (Ge- [7] ISO 3534-1:1993, Statistics - Vocabulary and sym-
nebra, Suiça). bols - Part 1: Probability and general statistical
NOTA - Esta norma está sendo atualmente revisada. A terms, International Organization for Standardization
revisão tem um novo título, “Accuracy (trueness and (Genebra, Suiça).
precision) of measurement methods and results”, e é
composta de seis partes. [8] FULLER, W.A. (1987), Measurement error mo-
dels, John Wiley (Nova Iorque, NY).
107
Anexo K
Bibliografia Expressão da Incerteza de Medição
[9] ALLAN, D.W. (1987), IEEE Trans. Instrum. Meas. [16] WELCH, B.L. (1936), J. R. Stat. Soc. Suppl. 3, 29-
IM-36, 646-654. 48; (1938) Biometrika 29, 350-362; (1947) ibid.34,
28-35.
[10] DIETRICH, C.F. (1991), Uncertainty, calibration
and probability, 2ª edição, Adam-Hilger (Bristol). [17] FAIRFIELD-SMITH,H. (1936), J. Counc. Sci. In-
dust. Res. (Australia) 9 (3), 211.
[11] MÜLLER, J.W. (1979), Nucl. Instrum. Meth. 163,
241-251. [18] SATTERTHWAITE, F.E. (1941), Psychometrika
6, 309-316; (1946) Biometrics Bull. 2(6), 110-114.
[12] MÜLLER, J.W. (1984), in Precision Measurement
and Fundamental Constants II, Taylor, B.N. e [19] ISO Guide 35: 1989, Certification of reference ma-
Phillips, W.D. eds., Natl. Bur Stand. (US) Spec. terials - General and statistical principles, 2ª
Publ. 617, US GPO (Washington, D.C.) 375-381. edição. International Organization for Standardiza-
tion (Ge-nebra, Suiça).
[13] JEFFREYS,H. (1983), Theory of probability, 3ª
edição, Oxford University Press (Oxford). [20] BARKER, T. B. (1985), Quality by experimental
design, Marcel Dekker (Nova Iorque, N. Y.)
[14] PRESS, S.J. (1989), Bayesian statistics: principles,
models, and applications, John Wiley (Nova Iorque,
N.Y.).
108
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português
1 NT: Tradução adotada para a expressão “Central Limit Theorem” que alguns entendem que deva ser traduzida como “Teorema do Limite Central”
109
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição
combined standard uncertainty from Type A correlated input estimates or quantities...veja correlation
components alone..................................7.2.1, G.4.1 nota 3 estimativas de entrada ou grandezas correlacionadas
incerteza padrão combinada apenas dos componentes do
tipo A correlated output estimates or quantities.................3.1.7,
7.2.5, H.2.3, H.2.4, H.3.2, H.4.2
combined standard uncertainty from Type B estimativas de saída ou grandezas correlacionadas
components alone..................................7.2.1, G.4.1 nota 3
incerteza padrão combinada apenas dos componentes do correlated random variations.....................................4.2.7
tipo B variações aleatórias correlacionadas
combined standard uncertainty, numerical correlation..5.1, 5.2 et seqq., C.2.8, F.1.2, F.1.2.1, F.1.2.4
calculation of................................5.1.3 nota 2, 5.2.2 nota 3 correlação
cálculo numérico da incerteza padrão combinada
correlation coefficient............................5.2.2, 5.2.3, C.3.6,
combined standard uncertainty, relative........5.1.6, 7.2.1 F.1.2.3, H.2.3, H.2.4, H.3.2, H.4.2
incerteza padrão combinada relativa coeficiente de correlação
combined standard uncertainty, reporting.....7.2.1, 7.2.2 correlation coefficient matrix...............7.2.5, C.3.6 nota 2
relatando a incerteza padrão combinada matriz de coeficientes de correlação
Comité International des Poids et Mesures.....veja CIPM correlation coefficient, significant digits for a..........7.2.6
Comitê Internacional de Pesos e Medidas dígitos significativos para um coeficiente de correlação
correction, ignoring a... 3.2.4 nota 2, 3.4.4, 6.3.1 nota, F.2.4.5 curve, calibration..............................veja calibration curve
ignorando uma correção curva de calibração
110
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português
111
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição
error propagation, general law of .......5.2.2 nota 1, E.3.2 frequency distribution...............3.3.5, 4.1.6, C.2.18, E.3.5
lei geral de propagação de erro distribuição de freqüência
112
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português
input estimates or quantities, correlated..veja correlation ISO Technical Advisory Group on Metrology
estimativas de entrada ou grandezas correlacionadas (ISO/TAG4)........................................................................v
ISO, Grupo Técnico Consultivo em Metrologia
input quantities, categorization of.............................4.1.3 (ISO/TAG4)
categorização das grandezas de entrada
ISO 3534-1................................................................2.1, C.l
input quantity..............................................................4.1.2 ISO 3534-1
grandeza de entrada
IUPAC.............................................................iii, iv, vii, B.l
input quantity, bounds on an IUPAC
veja bounds on an input quantity
limites sobre uma grandeza de entrada IUPAP.............................................................iii, iv, vii, B.l
IUPAP
input value or quantity, imported...............veja imported
input value or quantity L
valor de entrada ou grandeza importada
laboratories, national metrology or standards...............v
International Electrotechnical Commission.......veja IEC laboratórios nacionais de metrologia ou de padrões
Comissão Internacional de Eletrotécnica
Laplace-Gauss distribution......................................C.2.14
International Federation of Clinical Chemistry...veja IFCC distribuição de Laplace-Gauss
Federação Internacional de Química Clínica
least squares, method of.....4.2.5, G.3.3, H.3, H.3.1, H.3.2
International Organization for Standardization...veja ISO método dos mínimos quadrados
Organização Internacional de Normalização
legal metrology............................................................3.4.5
International Organization of Legal Metrology metrologia legal
veja OIML
Organização Internacional da Metrologia Legal level of confidence.................Preâmbulo, 0.4, 2.2.3 nota 1,
2.3.5 notas 1 e 2, 3.3.7, 4.3.4, 6.2.2, 6.2.3, 6.3.1,6.3.3, G,
International System of Units (SI)......................0.3, 3.4.6 G.1.1, G.1.3, G.2.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.6.1, G.6.4,G.6.6
Sistema Internacional de Unidades (SI) nível da confiança
113
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição
mean, arithmetic................................veja arithmetic mean measurement result and its uncertainty, formats
média aritmética for reporting a...................................................7.2.2, 7.2.4
formatos para relatar um resultado de medição e sua incer-
measurable quantity...................................................B.2.1 teza
grandeza mensurável
measurement result and its uncertainty, reporting
measurand...1.2,3.1.1, 3.1.3, B.2.19, D.1, D.1.1, D.1.2, D.3.4 in detail a............................................................7.1.4, 7.2.7
mensurando relatando em detalhe um resultado de medição e sua incer-
teza
measurand, best possible measurement of the.........D.3.4
melhor medição possível do mensurando measurement, result of a.......veja result of a measurement
resultado de uma medição
measurand, definition or specification of the
veja measurand measurement, role of ANOVA in.................H.5.3 et seqq.
definição ou especificação do mensurando papel da ANOVA na medição
114
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português
probability...3.3.5, 4.3.7, 4.3.9, C.2.1, E.3.5, E.3.6, F.2.3.3 quantity, value of a........................veja value of a quantity
probabilidade valor de uma grandeza
115
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição
116
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português
t-factor U
E.3.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.5.4, G.6.2, G.6.4, G.6.6
fator-t uncertainties, rounding of..........................................7.2.6
arredondamento de incertezas
tolerance interval, statistical.........................C.2.30 nota 2
intervalo estatístico de tolerância uncertainties, significant digits for............................7.2.6
dígitos significativos para incertezas
true value of a quantity............2.2.4, 3.1.1 nota, B.2.3, D,
D.3, D.3.1, D.3.4, D.3.5, E.5.1, E.5.4 uncertainty, categorizing or classifying components of
valor verdadeiro de uma grandeza 3.3.3, 3.3.4, E.3.6, E.3.7
categorizando ou classificando componentes de incerteza
117
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição
uncertainty due to the resolution of a digital indication uncertainty of measurement....................0.1, 0.2, 1.1, 2.2,
F.2.2.1 2.2.1, 2.2.4, 3.3, 3.3.1, 3.3.2, B.2.18, D, D.5,
incerteza devido à resolução de uma indicação digital D.5.1, D.5.3, D.6.1, D.6.2
incerteza de medição
uncertainty evaluations, justification for realistic
E.2, E.2.1, E.2.3 uncertainty of the experimental standard
justificativa para avaliações realísticas da incerteza deviation of the mean................................4.3.2 nota, E.4.3
incerteza do desvio padrão experimental da média
uncertainty, grouping components of
3.3.3 nota, 3.4.3, E.3.7 uncertainty of the method of measurement.F.2.5, F.2.5.1
agrupando componentes da incerteza incerteza do método de medição
uncertainty, ideal method for evaluating and expressing uncertainty of the sample..............................F.2.6 et seqq.
0.4 incerteza da amostra
método ideal para avaliar e expressar a incerteza
uncertainty, overall..........................................2.3.5 nota 3
uncertainty, ignoring a component of.......................3.4.4 incerteza geral
ignorando um componente da incerteza
uncertainty, quality and utility of the quoted...........3.4.8
uncertainty, internally consistent quantity for expres- qualidade e utilidade da incerteza avaliada
sing
0.4 uncertainty, reporting..........................................7 et seqq.
grandeza internamente consistente para expressar a incerteza relatando a incerteza
118
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português
119
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição
120
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês
centrada, variável aleatória ...........veja variável aleatória confiança, nível da.................Preâmbulo, 0.4, 2.2.3 nota 1,
centrada 2.3.5 notas 1 e 2, 3.3.7, 4.3.4, 6.2.2, 6.2.3, 6.3.1,6.3.3, G,
centred random variable G.1.1, G.1.3, G.2.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.6.1, G.6.4,
G.6.6
central de ordem q, momento..........veja momento central level of confidence
de ordem q
central moment of order q confiança, nível de..........................................6.2.2, C.2.29
confidence level
CIPM............................i, v, 0.5, 6.1.1, 6.1.2, A.1, A.2, A.3
CIPM confiança, propagação de intervalos de....................E.3.3
propagation of confidence intervals
combinada apenas dos componenetes do tipo A, incer-
teza padrão...................................veja incerteza padrão confiança, coeficiente de...........................................C.2.29
combinada apenas dos componentes do tipo A confidence coefficient
components alone combined standard uncertainty from
Type A confiança, intervalo de..........................4.2.3 nota 1, 6.2.2,
C.2.27, C.2.28, E.3.3
combinada apenas dos componenetes do tipo B, incerte- confidence interval
za padrão...................................veja incerteza padrão
combinada apenas dos componentes do tipo B convencional de uma grandeza, valor verdadeiro...B.2.4
components alone combined standard uncertainty from conventional true value of a quantity
Type B
convolução...................veja distribuição de probabilidades,
combinada e Comitês Consultivos, convolução das
incerteza padrão................................veja incerteza padrão convolution
combinada e Comitês Consultivos
combined standard uncertainty and correção...............................3.2, 3.2.3, 3.2.4 nota 2, B.2.23
Comités Consultatifs correction
121
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição
covariância, matriz de.................3.1.7, 5.2.2 nota 2, 7.2.5, distribuições de probabilidade, convolução das
C.3.5, H.2.3 veja probabilidade, convolução das distribuições das
covariance matrix convolving probability distributions
122
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês
erro e incerteza, confusão entre.....................3.2.2 nota 2, expandida para uma distribuição assimétrica, incerteza
3.2.3 nota, E.5.4 G.5.3
confusion between error and uncertainty expanded uncertainty for an asymmetric distribution
123
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição
freqüência, distribuição de........3.3.5, 4.1.6, C.2.18, E.3.5 graus de liberdade de uma incerteza
frequency distribution padronizada do Tipo A........................G.3.3, G.6.3, G.6.4
degrees of freedom of a Type A standard
funcional não linear, relação.............................4.1.4 nota, uncertainty
5.1.2 nota, F.2.4.4 nota, G.1.5, H.1.7, H.2.4
nonlinear functional relationship graus de liberdade de uma incerteza
padronizada do Tipo B..............G.4.2, G.4.3, G.6.3, G.6.4
funcional, linearização de uma relação....................5.1.5, degrees of freedom of a Type B standard
F.2.4.4 nota, 5.1.6 nota I uncertainty
linearization of a functional relationship
graus efetivos de liberdade................................6.3.3, G.4,
funcional, relação...............................................4.1.1,4.1.2 G.4.1, G.5.4, G.6.2 et seqq.
functional relationship effective degrees of freedom
124
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês
incerteza de uma única observação de um instrumento incerteza padrão combinada apenas dos componentes
calibrado...................................................................F.2.4.1 do Tipo B................................................7.2.1, G.4.1 nota 3
uncertainty of a single observation of a calibrated components alone combined standard uncertainty from
instrument Type B
incerteza devido à aritmética de precisão-finita....F.2.2.3 incerteza padrão combinada relativa .............5.1.6, 7.2.1
uncertainty due to finite-precision arithmetic combined standard uncertainty, relative
incerteza devido à definição incompleta do mensurando incerteza segura.....E.l.l, E.1.2, E.2.1, E.2.3, E.4.1, F.2.3.2
3.1.3 nota, D.1.1, D.3.4, D.6.2 safe uncertainty
uncertainty due to incomplete definition of the measurand
incerteza, agrupando componentes da
incerteza devido à histerese.....................................F.2.2.2 3.3.3 nota, 3.4.3, E.3.7
uncertainty due to hysteresis grouping components of uncertainty
incerteza devido à variação das grandezas de entrada, incerteza, comparação de duas visões da.......E.5 et seqq.
avaliação estatística da....3.4.1, 3.4.2, 4.2.8, F.2.1, H.5.3.3 comparison of two views of uncertainty
statistical evaluation of uncertainty by varying input
quantities incerteza, componentes duplamente contados da..4.3.10
doublecounting components of uncertainty
incerteza do desvio padrão experimental
da média.....................................................4.3.2 nota, E.4.3 incerteza, definição do termo.......................veja incerteza
uncertainty of the experimental standard deviation de medição
of the mean definition of the term uncertainty
125
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição
incerteza, falta de um registro explícito de...............7.1.3 influência aleatória, grandezas de.............F.1.1.3, F.1.1.4
lack of an explicit report of uncertainty random influence quantities
incerteza, fontes de......................................................3.3.2 influência, grandeza de....3.1.5, 3.1.6, 3.2.3, 4.2.2, B.2.10
sources of uncertainty influence quantity
incerteza, grandeza transferível para expressar a......0.4 ISO...............................................................i, ii, v, A.3, B.1
transferable quantity for expressing uncertainty ISO
incerteza, justificativa para avaliações realisticas da ISO, Grupo Técnico Consultivo em Metrologia
E.2, E.2.1 E.2.3 (ISO/TAG4).......................................................................v
justification for realistic uncertainty evaluations ISO Technical Advisory Group on Metrology (ISO/TAG
4)
incerteza, lei de propagação da.................................3.3.6,
3.4.1, 5.1.2, E.3, E.3.1, E.3.2, E.3.6, G.6.6 ISO/TAG 4.........................................................................v
law of propagation of uncertainty ISO/TAG 4
126
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês
127
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição
momento central de ordem q C.2.13, C.2.22, E.3.1 nota 1 padrão experimental da média, desvio.....................4.2.3,
central moment of order q B.2.17 nota 2
experimental standard deviation of the mean
N
padrão experimental da média, incerteza do desvio
não linear, relação funcional......................veja funcional veja incerteza do desvio
não linear, relação padrão experimental da média
nonlinear functional relationship uncertainty of the experimental standard deviation
of the mean
não corrigido, resultado...........................................B.2.12
uncorrected result padrão experimental, desvio..........................4.2.2, B.2.17
experimental standard deviation
nível da confiança..................Preâmbulo, 0.4, 2.2.3 nota 1,
2.3.5 notas 1 e 2, 3.3.7, 4.3.4, 6.2.2, 6.2.3, 6.3.1,6.3.3, G, padrão, desvio.........................3.3.5, C.2.12, C.2.21, C.3.3.
G.1.1, G.1.3, G.2.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.6.1, G.6.4, standard deviation
G.6.6
level of confidence padrão, propagação dos desvios............E.3, E.3.1, E.3.2
propagation of standard deviations
nível mínimo da confiança.......................................F.2.3.2
minimum level of confidence padrão, propagação de múltiplos de desvios............E.3.3
propagation of multiples of standard deviations
normal, distribuição......................4.2.3 nota 1, 4.3.2 nota,
4.3.4 4.3.6, 4.3.9 nota 1, 4.4.2, 4.4.6, C.2.14, E.3.3, padrão relativa, incerteza..........................................5.1.6
F.2.3.3, G.1.3, G.1.4, G.2.1 G.2.3, G.5.2 nota 2 relative standard uncertainty
normal distribution
padrão, avaliação Tipo A da incerteza
O veja Tipo A, da incerteza, avaliação
Type A evaluation of standard uncertainty
observações repetidas...................3.1.4 3.1.6, 3.2.2, 3.3.5,
padrão, avaliação Tipo B da incerteza
4.2.1, 4.2.3, 4.3.1, 4.4.1, 4.4.3, 5.2.3, E.4.2, E.4.3,
veja Tipo B, da incerteza, avaliação
F.1, F.1.1, F.1.1.1, F.1.1.2, G.3.2
Type B evaluation of standard uncertainty
repeated observations
padrão, ilustração gráfica da avaliação
observações simultâneas, pares independentes de..5.2.3,
da incerteza........................................................4.4 et seqq.
C.3.4, F.1.2.2, H.2.2, H.2.4, H.4.2
graphical illustration of evaluating standard uncertainty
independent pairs of simultaneous observations
padrão, incerteza.....................................2.3.1, 3.3.5, 3.3.6
OIML...........................................................i, ii, v, A.3, B.1
4.1.5, 4.1.6, 4.2.3, D.6.1, E.4.1
OIML
standard uncertainty
Organização Internacional da Metrologia Legal
parâmetro....................................................................C.2.7
veja OIML
parameter
International Organization of Legal Metrology
parciais, derivadas.......................................................5.1.3
Organização Internacional de Normalização.....veja ISO
partial derivatives
International Organization for Standardization
população...................................................................C.2.16
P
population
padrão como medidas de incerteza, desvios...............veja precisão...........................................................B.2.14 nota 2
incerteza, desvios padrão como medidas de precision
standard deviations as measures of uncertainty
princípio de medição..................................................B.2.6
padrão experimental agrupado, desvio......................veja principle of measurement
variância, estimativa agrupada de
pooled experimental standard deviation probabilidade...3.3.5, 4.3.7 4.3.9, C.2.1, E.3.5, E.3.6, F.2.3.3
probability
128
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês
129
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição
Taylor, séries de.....5.1.2, E.3.1, G.1.5, G.4.2, H.1.7, H.2.4 unidade, uso de um valor adotado de um padrão
Taylor series de medição como uma...............................3.4.6, 4.2.8 nota
use of an adopted value of a measurement standard
Teorema Central do Limite........G.1.6, G.2, G.2.1, G.2.3, as a unit
G.6.2, G.6.5, G.6.6
Central Limit Theorem unilateral, intervalo de confiança............................C.2.28
one sided confidence interval
avaliação Tipo A da covariância................................5.2.3
Type A evaluation of covariance V
Avaliação Tipo B (da incerteza).......................2.3.3, 3.3.3 variância experimental (ou estimada de)
3.3.5, 4.1.6, 4.3, 4.3.1, 4.3.11, 4.4.4, 4.4.6, E.3.7, F.2 4.2.2, H.3.6 nota
et seqq. experimental variance (or estimate of)
Type B evaluation (of uncertainty)
variância experimental da média,...................4.2.3, C.3.2
Tipo B, incerteza padrão........................3.3.5, 4.3.1, C.3.3 experimental variance of the mean
Type B standard uncertainty
variância relativa.........................................................5.1.6
Tipo B, incerteza padrão combinada relative variance
7.2.1, G.4.1 nota 3
Type B combined standard uncertainty variância relativa combinada.....................................5.1.6
relative combined variance
Tipo B, necessidade para avaliações do....................F.2.1
Type B evaluations, need for variância, análise de......................................veja ANOVA
analysis of variance
Tipo B, variância.........................................................4.3.1
Type B variance variância, estimativa agrupada de (ou desvio padrão
experimental agrupado).............4.2.4, 4.2.8 nota, H.1.3.2,
Tipo B da covariância, avaliação...............................5.2.5 H.3.6 nota, H.5.2.2, H.5.2.5, H.6.3.1, H.6.3.2 nota
Type B evaluation of covariance
130
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês
variada.........................................................................C.2.2
variate
Welch-Satterthwaite, fórmula de
G.4.1, G.4.2, G.6.2, G.6.4
Welch-Satterthwaite formula
131