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GUIA PARA

A EXPRESSÃO
DA INCERTEZA
DE MEDIÇÃO
Terceira Edição Brasileira

Este Guia estabelece regras gerais, e aplicáveis, para a ava-


liação e expressão da incerteza em medições que se preten-
da aplicar a um largo espectro de medições. A base deste
Guia é a Recomendação 1 (CI-1981) do “Comitê Internaci-
onal de Pesos e Medidas (CIPM)”, aceitando a Recomenda-
ção INC-1 (1980) do “Grupo de Trabalho sobre a Declara-
ção de Incertezas”, convocado pelo Bureau Internacional de
Pesos e Medidas (BIPM), por solicitação do CIPM. A Re-
comendação do CIPM é a única recomendação concernente
à expressão da incerteza em medição adotada por uma or-
ganização intergovernamental.
Este Guia foi preparado por um grupo de trabalho,
consistindo de peritos nomeados pelo BIPM, Comissão
Eletrotécnica Internacional (IEC), Organização Inter-
nacional de Normalização (ISO) e Organização Inter-
nacional de Metrologia Legal (OIML). As sete seguin-
tes organizações apoiaram o desenvolvimento deste
Guia, o qual é publicado em seus nomes:
BIPM Bureau Internacional de Pesos e Medidas
IEC Comissão Eletrotécnica Internacional
IFCC Federação Internacional de Química
Clínica
ISO Organização Internacional de
Normalização
IUPAC União Internacional de Química Pura e
Aplicada
IUPAP União Internacional de Física Pura e
Aplicada
OIML Organização Internacional de
Metrologia Legal
Os usuários deste Guia estão convidados a enviar seus
comentários e pedidos de esclarecimento a quaisquer
das sete organizações.
Guia Para a Expressão da Incerteza de Medição

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)


Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)

Copyright 2003 by ABNT and INMETRO


(In Brazil, ISO is represented by ABNT and BIPM by INMETRO)

Todos os direitos em língua portuguesa reservados à Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
A duplicação ou reprodução desta obra, sob qualquer meio, só é permitida mediante autorização expressa da ABNT

Autoria
BIPM, IEC, IFCC, ISO, IUPAC, IUPAP e OIML

Produção Editorial e Impressão


SERIFA Comunicação

Capa
Ana Cláudia David de Andrade (Designer do Inmetro)

CIP-Brasil. Catalogação na fonte.


Sindicato Nacional dos Editores de Livros, RJ
________________________________________________________________________________________________

Guia para a Expressão da Incerteza de Medição


Terceira edição brasileira em língua portuguesa – Rio de Janeiro: ABNT, INMETRO, 2003
1211 p.: 2 il, (21x29,7)cm.
Inclui anexos e bibliografia

ISBN

1.Medição. 2.Incerteza de Medição. I.ABNT.II INMETRO.


________________________________________________________________________________________________

2003
Diretoria de Metrologia Científica e Industrial (DIMCI)
do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)
Rua Santa Alexandrina, 416/5º andar, Rio Comprido
20261-232 Rio de Janeiro – RJ
Tel.: 21-2563-2905
Fax: 21-2293-6559
e-mail: [email protected]
GUIA PARA A EXPRESSÃO DA
INCERTEZA DE MEDIÇÃO

Terceira Edição Brasileira

BIPM Bureau International des Poids et Mesures


Pavillon de Breteuil
F-92312 Sèvres Cedex
France
IEC International Electrotechnical Commission
3, rue de Varembé
Case postale 131
CH-1211 Genève 20
Switzerland
IFCC International Organization for Clinical Chemistry
Technical Secretariat
Centre du Mèdicament
Université de Nancy
30, rue Lionnois
F-54000 Nancy
France
ISO International Organization for Standardization
1, rue de Varembé
Case postale 56
CH-1211 Genève 20
Switzerland
IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry
Bank Court Chambers
2-3 Pound Way
Templars Square, Cowley
Oxford 0X4 3YF
United Kingdom
IUPAP International Union of Pure and Applied Physics
Secretariat
Vittens gata 11
S-421 65V. Flolunda
Sweden
OIML International Organization of Legal Metrology
11, rue Turgot
F- 75009 Paris
France
____________________________________________
 ISO, 1995
GUIA PARA A EXPRESSÃO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO
Terceira Edição Brasileira do
“Guide to the Expression of Uncertainty in Measurement”

Concepção do Documento Original


Bureau International des Poids et Mesures (BIPM)
International Electrotechnical Comission (IEC)
International Federation of Clinical Chemistry (IFCC)
International Organization for Standardization (ISO)
International Union for Pure and Applied Chemistry (IUPAC)
International Union for Pure and Applied Physics (IUPAP)
International Organization of Legal Metrology (OIML)

Comissão de Revisão da Terceira Edição


Celso Pinto Saraiva, CPqD/Campinas
Clotilde Moreira de Pina, Inmetro
Giorgio Moscati, Inmetro
Gregory Amaral Kyriazis, Inmetro
Ibrahim de Cerqueira Abud, INT/RJ
José Eustáquio da Silva,/Cetec/MG
José Guilherme Pereira Peixoto, IRD/CNEN
José Henrique Vuolo, IF/USP
José Joaquim Vinge, Inmetro
Luís Gonzaga Mezzalira, Consultor Independente.
Marcelo Oliveira Gaspar de Carvalho, SENAI/RJ
Paulo Roberto Guimarães Couto, Inmetro
Renato Nunes Teixeira, Inmetro
Ricardo José de Carvalho, Observatório Nacional/RJ
Thomas Hans Müller, Inmetro
Valter Yoshihiko Aibe, Inmetro
Victor Manuel Loaysa Mendoza, Inmetro

Coordenação Geral: Diretoria de Metrologia Científica e Industrial / Inmetro


João Alziro Herz da Jornada
José Joaquim Vinge
Clotilde Moreira de Pina

Apoio Institucional
Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO)
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT)
Expressão da Incerteza de Medição Sumário

Sumário
Prefácio .............................................................................xv 6.3 Escolhendo um fator de abrangência...............24

0 Introdução ................................................................xvii 7 Relatando a incerteza..................................................25

7.1 Orientação Geral ..............................................25


1 Finalidade.....................................................................1
7.2 Orientação específica.......................................25
2 Definições ....................................................................2
8 Resumo do procedimento para avaliação e
2.1 Termos metrológicos gerais...............................2 expressão da incerteza ................................................28
2.2 O termo “incerteza” ...........................................2
2.3 Termos específicos para este Guia ....................3 Anexos

3 Conceitos básicos .........................................................4 A Recomendações do grupo de


trabalho e da CIPM .....................................................29
3.1 Medição..............................................................4
A.1 Recomendação INC (1980) .............................29
3.2 Erros, efeitos e correções...................................5
A.2 Recomendação 1 (CI-1981).............................30
3.3 Incerteza .............................................................5
A.3 Recomendação 1 (CI-1986).............................30
3.4 Considerações práticas.......................................7
B Termos metrológicos gerais .......................................31
4 Avaliando a incerteza padrão........................................9
B.1 Fonte das definições ........................................31
4.1 Modelando a medição........................................9
B.2 Definições ........................................................31
4.2 Avaliação da incerteza padrão do Tipo A .......10
4.3 Avaliação da incerteza padrão do Tipo B .......11 C Termos e conceitos estatísticos básicos ......................36
4.4 Ilustração gráfica da avaliação da incerteza C.1 Fonte das definições ........................................36
padrão...............................................................14
C.2 Definições ........................................................36

5 Determinando a incerteza padrão combinada.............19 C.3 Elaboração de termos e conceitos....................39

5.1 Grandezas de entrada não correlacionadas......19 D Valor “verdadeiro”, erro e incerteza ...........................42
5.2 Grandezas de entrada correlacionadas.............21
D.1 O mensurando ..................................................42

6 Determinando a incerteza expandida..........................23 D.2 A grandeza realizada........................................42

6.1 Introdução ........................................................23 D.3 O valor “verdadeiro” e o valor corrigido ........42

6.2 Incerteza expandida .........................................23 D.4 Erro...................................................................43


D.5 Incerteza ...........................................................43

5
Sumário Expressão da Incerteza de Medição

D.6 Representação gráfica ......................................44 Índice alfabético bilíngüe


Português — Inglês .........................................................109
E Motivação e base para a Recomendação
INC-1 (1980) ..............................................................47

E.1 “Seguro”, “aleatório” e “sistemático” .............47


E.2 Justificativa para avaliações realistas
da incerteza ......................................................47
E.3 Justificativa para tratar todos os componentes
da incerteza identicamente...............................48
E.4 Desvios padrão como medidas de incertezas ..50
E.5 Uma comparação de duas abordagens
da incerteza ......................................................51

F Guia prático para avaliação de


componentes de incerteza...........................................53

F.1 Componentes avaliados a partir de observações


repetidas: avaliação do Tipo A da
incerteza padrão ...............................................53
F.2 Componentes avaliados por outros meios:
avaliação do Tipo B da incerteza padrão.........55

G Graus de liberdade e níveis da confiança ....................61

G.1 Introdução ........................................................61


G.2 Teorema Central do Limite .............................62
G.3 A distribuição-t e os graus de liberdade ..........63
G.4 Graus de liberdade efetivos .............................63
G.5 Outras considerações .......................................65
G.6 Sumário e conclusões ......................................66

H Exemplos....................................................................70

H.1 Calibração de bloco padrão .............................70


H.2 Medição simultânea de resistência e reatância74
H.3 Calibração de um termômetro .........................78
H.4 Medição de atividade .......................................81
H.5 Análise de variância.........................................85
H.6 Medições numa escala de referência: dureza ..90

J Glossário dos principais símbolos ..............................93

K Bibliografia ................................................................96

Índice alfabético bilíngüe


Inglês — Português ...........................................................98

6
Expressão da Incerteza de Medição Prefacio 1...

Prefacio 1...

7
Prefácio 2 Expressão da Incerteza de Medição

Prefácio 2

8
Expressão da Incerteza de Medição 0 Introdução

0 Introdução
0.1 Quando se relata o resultado de medição de uma 0.4 O método ideal para avaliar e expressar a incerteza
grandeza física, é obrigatório que seja dada alguma indica- do resultado de uma medição deve ser:
ção quantitativa da qualidade do resultado, de forma tal
que aqueles que o utilizam possam avaliar sua confiabili- - universal: o método deve ser aplicável a todas as
dade. Sem essa indicação, resultados de medição não po- espécies de medição e a todos os tipos de dados de
dem ser comparados, seja entre eles mesmos ou com valo- entrada usados nas medições.
res de referência fornecidos numa especificação ou numa
norma. É, portanto, necessário que haja um procedimento A grandeza real usada para expressar a incerteza deve ser:
prontamente implementado, facilmente compreendido e de
- internamente consistente: deve ser diretamente de-
aceitação geral para caracterizar a qualidade de um resul-
rivável dos componentes que para ela contribuem,
tado de uma medição, isto é, para avaliar e expressar sua
assim como ser independente de como estes com-
incerteza.
ponentes estejam agrupados, ou da decomposição
0.2 O conceito de incerteza como um atributo quantifi- de componentes em subcomponentes.
cável é relativamente novo na história da medição, embora - transferível: deve ser possível usar diretamente a
erro e análise de erro tenham sido, há muito, uma parte da incerteza avaliada para um resultado como um
prática da ciência da medição ou metrologia. É agora am- componente na avaliação da incerteza de outra me-
plamente reconhecido que, quando todos os componentes dição na qual o primeiro resultado é utilizado.
de erro conhecidos ou suspeitos tenham sido avaliados e
Além disso, em muitas aplicações industriais e comerciais,
as correções adequadas tenham sido aplicadas, ainda per-
assim como nas áreas da saúde e segurança, é freqüente-
manece uma incerteza sobre quão correto é o resultado de-
mente necessário fornecer um intervalo em torno do resul-
clarado, isto é, uma dúvida acerca de quão corretamente o
tado de medição com o qual se espera abranger uma gran-
resultado da medição representa o valor da grandeza que
de fração da distribuição de valores, que poderiam razoa-
está sendo medida.
velmente ser atribuídos à grandeza sujeita à medição. As-
0.3 Da mesma forma como o uso quase universal do sim, o método ideal para avaliar e expressar incerteza de
Sistema Internacional de Unidades (SI) trouxe coerência a medição deve ser capaz de fornecer prontamente tal inter-
todas as medições científicas e tecnológicas, um consenso valo, em particular, com uma probabilidade da abrangên-
mundial sobre a avaliação e expressão da incerteza de me- cia ou nível da confiança que corresponda, de uma forma
dição permitiria que o significado de um vasto espectro de realista, ao nível requerido.
resultados de medições na ciência, engenharia, comércio,
0.5 O enfoque sobre o qual está baseado este documen-
indústria e regulamentação, fosse prontamente compreen-
to de orientação é aquele esboçado na Recomendação
dido e apropriadamente interpretado. Nesta era de merca-
INC-1 (1980) [2] do Grupo de Trabalho sobre a Declara-
do global, é imperativo que o método para avaliar e ex-
ção de Incertezas, que foi convocado pelo BIPM, sob soli-
pressar a incerteza seja uniforme em todo o mundo, de for-
citação do CIPM (ver o Prefácio). Essa abordagem, cuja
ma tal que as medições realizadas em diferentes países
justificativa é discutida no anexo E, satisfaz a todos os re-
possam ser facilmente comparadas.

9
0 Introdução Expressão da Incerteza de Medição

quisitos anteriormente enumerados. Este não é o caso da 0.7 Recomendação INC-1 (1980)
maioria dos outros métodos em uso corrente. A Recomen- Expressão de Incertezas Experimentais
dação INC-1 (1980) foi aprovada e ratificada pelo CIPM
em suas próprias Recomendações 1 (CI-1981) [3] e 1 (CI- 1. A incerteza de um resultado de uma medição geral-
1986) [4]; as traduções destas Recomendações da CIPM mente consiste de vários componentes que podem ser
estão reproduzidas no anexo A (ver A.2 e A.3, respectiva- agrupados em duas categorias, de acordo com o méto-
mente). Uma vez que a Recomendação INC-1 (1980) é o do utilizado para estimar seu valor numérico:
fundamento sobre o qual este documento se baseia, a tradu-
ção para a língua portuguesa está reproduzida em 0.7 e o A. aqueles que são avaliados com o auxílio de mé-
texto em françês, o qual é oficial, está reproduzido em A.1. todos estatísticos;

0.6 Um resumo sucinto do procedimento especificado B. aqueles que são avaliados por outros meios.
neste documento, para a avaliação e expressão de incerte-
zas de medição, é dado no capítulo 8, e alguns exemplos Nem sempre há uma simples correspondência entre a
são apresentados em detalhes no anexo H. Outros anexos classificação nas categorias A ou B e o caráter “aleató-
tratam de termos gerais em metrologia (anexo B); termos e rio” ou “sistemático” utilizado anteriormente para clas-
conceitos básicos de estatística (anexo C); valor “verda- sificar as incertezas. A expressão “incerteza sistemáti-
deiro”, erro e incerteza (anexo D); sugestões práticas para ca” é susceptível a induzir erros de interpretação e
avaliação dos componentes da incerteza (anexo F); graus deve ser evitada.
de liberdade e níveis da confiança (anexo G); os principais
símbolos matemáticos utilizados no documento (anexo J); Toda descrição detalhada da incerteza deve consistir de
e referências bibliográficas (anexo K). Um índice alfabéti- uma lista completa de seus componentes e indicar para
co conclui o documento. cada uma o método utilizado para lhe atribuir um valor
numérico.

2. Os componentes classificados na categoria A são


caracterizados pelas variâncias estimadas, si2 , (ou os
“desvios padrão” estimados si ) e o número de graus de
liberdade, n i . Nas situações em que for apropriado, as
covariâncias devem ser fornecidas.

3. Os componentes classificados na categoria B de-


vem ser caracterizados pelos termos u 2j , que podem ser
considerados como aproximações das variâncias cor-
respondentes, cuja existência é suposta. Os termos u 2j
podem ser tratados como variâncias e os termos u j ,
como desvios padrão. Nas situações em que for apro-
priado, as covariâncias devem ser tratadas de modo si-
milar.

4. A incerteza combinada deve ser caracterizada pelo


valor obtido, aplicando-se o método usual para a com-
binação de variâncias. A incerteza combinada e seus
componentes devem ser expressos na forma de “des-
vios padrão”.

5. Se, para algumas aplicações, for necessário multi-


plicar a incerteza combinada por um fator para se obter
uma incerteza global, o valor do fator multiplicador
deve ser sempre declarado.

10
Expressão da Incerteza de Medição 1 Finalidade

1 Finalidade
1.1 Este Guia estabelece regras gerais para avaliar e tado de uma medição”, tal como é usado neste Guia, deve
expressar a incerteza de medição que podem ser seguidas ser interpretado neste sentido mais amplo.
em vários níveis de exatidão e em muitos campos, desde o
chão da fábrica até o da pesquisa fundamental. Os princí- 1.4 Este Guia fornece regras gerais para avaliar e ex-
pios deste Guia, portanto, são aplicáveis a um amplo es- pressar a incerteza de medição ao invés de instruções deta-
pectro de medições, incluindo aquelas necessárias para: lhadas de tecnologia específica. Além disso, ele não discu-
te como a incerteza de um determinado resultado de uma
- manter o controle da qualidade e a garantia da qua- medição, uma vez avaliada, pode ser utilizada para dife-
lidade na produção; rentes finalidades, como, por exemplo, tirar conclusões so-
- respeitar e fazer cumprir leis e regulamentos; bre a compatibilidade daquele resultado com outros resul-
- conduzir pesquisa básica, pesquisa aplicada e des- tados similares, estabelecer limites de tolerância em um
envolvimento na ciência e na engenharia; processo de fabricação, ou decidir se uma determinada li-
- calibrar padrões e instrumentos e executar ensaios, nha de ação poderá ser adotada com segurança. Pode, por-
através de um sistema nacional de medição, de for- tanto, tornar-se necessário desenvolver normas específi-
ma a obter a rastreabilidade até os padrões nacio- cas, baseadas neste Guia, que tratem dos problemas pecu-
nais; liares aos campos específicos de medição ou às várias uti-
- desenvolver, manter e comparar padrões físicos de lizações das expressões quantitativas da incerteza. Essas
referência nacional e internacional, incluindo mate- normas podem ser versões simplificadas deste Guia mas
riais de referência. deveriam incluir os detalhes que são apropriados ao nível
de exatidão e complexidade das medições e utilizações vi-
1.2 Este Guia está primariamente relacionado com a sadas.
expressão da incerteza da medição de uma grandeza física
bem definida, o mensurando, que pode ser caracterizado NOTA - Pode haver situações nas quais se acredita que o conceito
de incerteza de medição não seja plenamente aplicável, tal como
por um valor essencialmente único. Se o fenômeno de in-
quando a precisão de um método de ensaio é determinada (ver refe-
teresse pode ser representado somente como uma distribu- rência [5], por exemplo).
ição de valores ou é dependente de um ou mais parâme-
tros, tal como o tempo, então os mensurandos requeridos
para sua descrição são o conjunto de grandezas que des-
crevem aquela distribuição ou aquela dependência.

1.3 Este Guia é também aplicável à avaliação e expres-


são da incerteza associada ao projeto conceitual e à análise
teórica de experimentos, métodos de medição, componen-
tes e sistemas complexos. Uma vez que o resultado de
uma medição e sua incerteza podem ser conceituais e ba-
seados inteiramente em dados hipotéticos, o termo “resul-

11
2 Definições Expressão da Incerteza de Medição

2 Definições

2.1 Termos metrológicos gerais exemplo, o desvio padrão, é necessário utilizar a palavra
“incerteza” nestas duas acepções diferentes.
As definições de vários termos metrológicos gerais e rele-
vantes para este Guia, tais como “grandeza mensurável”, 2.2.2 Neste Guia, a palavra “incerteza”, sem adjetivos,
“mensurando” e “erro de medição”, são dadas no anexo B. refere-se tanto ao conceito geral de incerteza como a qual-
Essas definições são extraídas do “Vocabulário Internaci- quer uma ou a todas as medidas quantitativas deste concei-
onal de Termos Fundamentais e Gerais de Metrologia” to. Quando uma medida específica é visada, são usados os
(abreviado para VIM)[6]. Adicionalmente, o anexo C dá adjetivos apropriados.
as definições de vários termos estatísticos básicos extraí-
dos, principalmente, da Norma Internacional ISO-3534-1 2.2.3 A definição formal do termo “incerteza de medi-
[7]. Quando um desses termos metrológicos ou estatísticos ção” desenvolvida para ser usada neste Guia e na edição
(ou um termo estreitamente relacionado) é usado no texto do VIM [6](VIM definição 3.9) é a seguinte:
pela primeira vez, começando no capítulo 3, ele é impres-
incerteza (de medição)
so em negrito e o número do item no qual é definido é
parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
dado entre parênteses.
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser ra-
Por causa da sua importância para este Guia, a definição zoavelmente atribuídos ao mensurando.
do termo metrológico geral “incerteza de medição” é dada
NOTAS
tanto no anexo B, como em 2.2.3 . As definições dos mais
importantes termos específicos deste Guia são dadas de 1 O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um
2.3.1 a 2.3.6 . Em todos esses itens e nos anexos B e C, o múltiplo dele), ou a metade de um intervalo correspondente a um ní-
vel da confiança estabelecido.
uso de parênteses, em certas palavras de alguns termos, si-
gnifica que as mesmas podem ser omitidas, se tal omissão 2 A incerteza de medição compreende, em geral, muitos compo-
não causar equívoco. nentes. Alguns destes componentes podem ser estimados com base
na distribuição estatística dos resultados de séries de medições e po-
dem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os outros
2.2 O termo “incerteza” componentes, que também podem ser caracterizados por desvios pa-
drão, são avaliados por meio de distribuições de probabilidade su-
postas, baseadas na experiência ou em outras informações.
O conceito de incerteza é discutido mais amplamente no
capítulo 3 e no anexo D. 3 Entende-se que o resultado da medição é a melhor estimativa do
valor do mensurado, e que todos os componentes da incerteza, in-
2.2.1 A palavra “incerteza” significa dúvida, e assim, no cluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os com-
ponentes associados com correções e padrões de referência, contri-
sentido mais amplo, “incerteza de medição” significa dú-
buem para a dispersão.
vida acerca da validade do resultado de uma medição. Por
causa da falta de palavras diferentes para este conceito ge- 2.2.4 A definição de incerteza de medição dada em 2.2.3
ral de incerteza e para as grandezas específicas que pro- é uma definição operacional e focaliza o resultado da me-
porcionam medidas quantitativas do conceito, como, por dição e sua incerteza avaliada. Entretanto, ela não é incon-

12
Expressão da Incerteza de Medição 2 Definições

sistente com outros conceitos de incerteza de medição, tais 2.3.5 incerteza expandida
como: grandeza que define um intervalo em torno do resultado de
uma medição com o qual se espera abranger uma grande
- uma medida do possível erro no valor estimado do fração da distribuição dos valores que possam ser razoa-
mensurando, tal como proporcionado pelo resulta- velmente atribuídos ao mensurando
do de uma medição;
- uma estimativa caracterizando a faixa de valores na NOTAS

qual o valor verdadeiro de um mensurando se en- 1 A fração pode ser vista como a probabilidade de abrangência ou
contra (VIM, 1ª edição, 1984, definição 3.09). nível da confiança do intervalo.

Embora estes dois conceitos tradicionais sejam válidos 2 Para associar um nível da confiança específico ao intervalo de-
finido pela incerteza expandida, são necessárias suposições explíci-
como ideais, eles focalizam grandezas desconhecidas: o
tas ou implícitas com respeito à distribuição de probabilidade carac-
“erro” do resultado de uma medição e o “valor verdadei- terizada pelo resultado da medição e sua incerteza padrão combina-
ro” do mensurando (em contraste com seu valor estima- da. O nível da confiança que pode ser atribuído a este intervalo será
do), respectivamente. Não obstante, qualquer que seja o somente conhecido na medida em que tais suposições possam ser
justificadas.
conceito de incerteza adotado, um componente de incerte-
za é sempre avaliado utilizando-se os mesmos dados e in- 3 Incerteza expandida é denominada incerteza global no parágra-
formações relacionados (ver também E.5). fo 5 da Recomendação INC-1 (1980).

2.3.6 fator de abrangência


2.3 Termos específicos para este Guia
fator numérico utilizado como um multiplicador da incer-
teza padrão combinada de modo a obter uma incerteza ex-
Em geral, os termos que são específicos a este Guia são
pandida
definidos no texto quando introduzidos pela primeira vez.
Entretanto, as definições dos termos mais importantes são NOTA - um fator de abrangência, k, está tipicamente na faixa de 2 a 3.
aqui fornecidas para fácil referência.

NOTAS - Maiores discussões relacionadas a estes termos podem ser


encontradas como seguem: para 2.3.2 ver 3.3.3 e 4.2; para 2.3.3 ver
3.3.3 e 4.3; para 2.3.4 ver capítulo 5 e equações (10) e (13); e para
2.3.5 e 2.3.6 ver capítulo 6.

2.3.1 incerteza padrão


incerteza do resultado de uma medição expressa como um
desvio padrão.

2.3.2 avaliação do Tipo A (da incerteza)


método de avaliação da incerteza pela análise estatística
de séries de observações.

2.3.3 avaliação do Tipo B (da incerteza)


método de avaliação da incerteza por outros meios que
não a análise estatística de séries de observações.

2.3.4 incerteza padrão combinada


incerteza padrão do resultado de uma medição, quando
este resultado é obtido por meio dos valores de várias ou-
tras grandezas, sendo igual à raiz quadrada positiva de
uma soma de termos, que constituem as variâncias ou co-
variâncias destas outras grandezas, ponderadas de acordo
com quanto o resultado da medição varia com mudanças
nestas grandezas.

13
3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição

3 Conceitos básicos
Discussões adicionais dos conceitos básicos podem ser en- pecificação deverá incluir a temperatura e a pressão nas quais o
contradas no anexo D, que focaliza as idéias de valor “ver- comprimento é definido. Assim, o mensurando deve ser especifica-
do como, por exemplo, o comprimento da barra a 25,00 ºC e
dadeiro”, erro e incerteza e inclui ilustrações gráficas des-
101 325 Pa (e mais quaisquer outros parâmetros definidos julgados
tes conceitos, e no anexo E, que explora a motivação e a necessários, tal como a maneira pela qual a barra será apoiada). En-
base estatística da Recomendação INC-1 (1980) sobre a tretanto, se o comprimento tiver de ser determinado apenas com
qual se fundamenta este Guia. O anexo J é um glossário exatidão milimétrica, sua especificação não requererá uma definição
de temperatura ou pressão ou de um valor para qualquer outro parâ-
dos principais símbolos matemáticos usados neste Guia.
metro de definição.

Nota - A definição incompleta do mensurando pode ser a causa de


3.1 Medição
um componente de incerteza suficientemente grande que deva ser
incluído na avaliação da incerteza do resultado da medição (ver
3.1.1 O objetivo de uma medição (B.2.5) é determinar o D.1.1, D.3.4 e D.6.2).
valor (B.2.2) do mensurando (B.2.9), isto é, o valor da
grandeza específica (B.2.1, nota 1) a ser medida. Uma 3.1.4 Em muitos casos, o resultado de uma medição é de-
medição começa, portanto, com uma especificação apro- terminado com base em séries de observações obtidas sob
priada do mensurando, do método de medição (B.2.7) e condições de repetitividade (B.2.15, nota 1)
do procedimento de medição (B.2.8).
3.1.5 Supõe-se que as variações em observações repeti-
NOTA - O termo “valor verdadeiro” (ver anexo D) não é usado nes- das surjam porque as grandezas de influência (B.2.10)
te Guia pelas razões dadas em D.3.5. Os termos “valor de um men- que possam afetar o resultado de medição não são manti-
surando”(ou de uma grandeza) e “valor verdadeiro de um mensuran-
das completamente constantes.
do” (ou de uma grandeza) são tidos como equivalentes.

3.1.2 Em geral, o resultado de uma medição (B.2.11) é 3.1.6 O modelo matemático da medição que transforma o
somente uma aproximação ou estimativa (C.2.26) do va- conjunto de observações repetidas no resultado de medi-
lor do mensurando e, assim, só é completa quando acom- ção, é de importância crítica porque, em adição às obser-
panhada pela declaração da incerteza (ver B.2.18) dessa vações, ele geralmente inclui várias grandezas de influên-
estimativa. cia que não são extamente conhecidas. Essa falta de co-
nhecimento contribui para a incerteza do resultado da me-
3.1.3 Na prática, o grau de especificação ou definição ne- dição, assim como contribuem as variações das observa-
cessário para o mensurando é ditado pela exatidão de me- ções repetidas e qualquer incerteza associada com o pró-
dição requerida (B.2.14). O mensurando deve ser defini- prio modelo matemático.
do com completeza suficiente relativa à exatidão requeri-
da, de modo que, para todos os fins práticos associados 3.1.7 Este Guia trata o mensurando como um escalar
com a medição, seu valor seja único. É nesse sentido que a (uma grandeza única). A extensão a um conjunto de men-
expressão “valor do mensurando” é usada neste Guia. surandos relacionados, determinados simultaneamente na
mesma medição, requer a substituição do mensurando es-
EXEMPLO - Se o comprimento de uma barra de aço de um metro calar e de sua variância (C.2.11, C.2.20, C.3.2) por um
(nominal) deve ser determinado com exatidão micrométrica, sua es- mensurando vetorial e por uma matriz de covariância

14
Expressão da Incerteza de Medição 3 Conceitos básicos

(C.3.5). Tal substituição é considerada, neste Guia, apenas efeito de tendência. É uma medida da incerteza do resultado devido
ao conhecimento incompleto do valor requerido da correção. O erro
nos exemplos (ver H.2, H.3 e H.4).
originado da compensação imperfeita de um efeito sistemático não
pode ser exatamente conhecido. Os termos “erro” e “incerteza” de-
3.2 Erros, efeitos e correções vem ser usados apropriadamente e deve-se tomar cuidado em distin-
guir um do outro.

3.2.1 Em geral, uma medição tem imperfeições que dão


3.2.4 Supõe-se que o resultado de uma medição tenha
origem a um erro (B.2.19) no resultado da medição. Tra-
sido corrigido para todos os efeitos sistemáticos reconhe-
dicionalmente, um erro é visto como tendo dois compo-
cidos como significativos e que todo esforço tenha sido
nentes, a saber, um componente aleatório (B.2.21) e um
feito para identificar tais efeitos.
componente sistemático (B.2.22)
EXEMPLO - Uma correção devido à impedância finita de um voltí-
NOTA - Erro é um conceito idealizado e os erros não podem ser co- metro usado para determinar a diferença de potencial (o mensuran-
nhecidos exatamente. do), através de um resistor de alta impedância, é aplicada para redu-
zir o efeito sistemático no resultado da medição proveniente do efei-
3.2.2 O erro aleatório presumivelmente se origina de va- to de carga do voltímetro. Entretanto, os valores das impedâncias do
riações temporais ou espaciais, estocásticas ou imprevisí- voltímetro e do resistor, que são usados para estimar o valor da cor-
reção e são obtidos a partir de outras medidas, são, eles mesmos, in-
veis, de grandezas de influência. Os efeitos de tais varia-
certos. Essas incertezas são usadas para avaliar a componente de in-
ções, daqui para a frente denominados efeitos aleatórios, certeza da determinação de diferença de potencial originada da cor-
são a causa de variações em observações repetidas do reção e, assim, do efeito sistemático devido à impedância finita do
mensurando. Embora não seja possível compensar o erro voltímetro.

aleatório de um resultado de medição, ele pode geralmente NOTAS


ser reduzido aumentando-se o número de observações; sua
esperança ou valor esperado (C.2.9, C.3.1) é zero. 1 Freqüentemente, os instrumentos e sistemas de medição são
ajustados ou calibrados, utilizando-se padrões de medição e materi-
ais de referência para eliminar os efeitos sistemáticos; entretanto, as
NOTAS
incertezas associadas a esses padrões e materiais ainda devem ser
1 O desvio padrão experimental da média aritmética ou média de levadas em conta.
uma série de observações (ver 4.2.3) não é o erro aleatório da média
2 O caso em que uma correção para um efeito sistemático signifi-
embora ele assim seja designado em algumas publicações. Ele é, em
cativo conhecido não é aplicada é discutido na nota do item 6.3.1 e
vez disso, uma medida da incerteza da média devida a efeitos
em F.2.4.5.
aleatórios. O valor exato do erro na média, que se origina destes
efeitos, não pode ser conhecido.
3.3 Incerteza
2 Neste Guia toma-se muito cuidado em distinguir entre os ter-
mos “erro” e “incerteza”. Eles não são sinônimos, ao contrário rep-
resentam conceitos completamente diferentes; eles não deveriam ser 3.3.1 A incerteza do resultado de uma medição reflete a
confundidos um com o outro, nem ser mal empregados. falta de conhecimento exato do valor do mensurando (ver
2.2). O resultado de uma medição, após correção dos efei-
3.2.3 O erro sistemático, como o erro aleatório, não pode
tos sistemáticos reconhecidos, é ainda, tão somente uma
ser eliminado porém ele também, freqüentemente, pode
estimativa do valor do mensurando por causa da incerte-
ser reduzido. Se um erro sistemático se origina de um efei-
za proveniente dos efeitos aleatórios e da correção im-
to reconhecido de uma grandeza de influência em um re-
perfeita do resultado para efeitos sistemáticos.
sultado de medição, daqui para diante denominado como
efeito sistemático, o efeito pode ser quantificado e, se for NOTA - O resultado de uma medição (após correção) pode, sem que
significativo com relação à exatidão requerida da medição, se perceba, estar muito próximo do valor do mensurando (e, assim,
ter um erro desprezível), muito embora possa ter uma incerteza
uma correção (B.2.23) ou fator de correção (B.2.24)
grande. Portanto, a incerteza do resultado de uma medição não deve
pode ser aplicado para compensar o efeito. Supõe-se que, ser confundida com o erro desconhecido remanescente.
após esta correção, a esperança ou valor esperado do erro
provocado por um efeito sistemático seja zero. 3.3.2 Na prática, existem muitas fontes possíveis de in-
certeza em uma medição, incluindo:
NOTA - A incerteza de uma correção aplicada a um resultado de
medição, para compensar um efeito sistemático, não é o erro siste-
a) definição incompleta do mensurando;
mático no resultado de medição. Este efeito sistemático é freqüente-
mente denominado tendência, e também, algumas vezes chamado b) realização imperfeita da definição do mensurando;

15
3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição

c) amostragem não-representativa – a amostra medida Ao mesmo tempo, isto não impede designar componentes indivi-
duais que tenham sido avaliados pelos dois diferentes métodos
pode não representar o mensurando definido;
em grupos distintos, a serem usados para uma finalidade em par-
d) conhecimento inadequado dos efeitos das condi- ticular (ver 3.4.3).

ções ambientais sobre a medição ou medição imperfei-


ta das condições ambientais; 3.3.4 O propósito da classificação Tipo A e Tipo B é de
indicar as duas maneiras diferentes de avaliar os compo-
e) erro de tendência pessoal na leitura de instrumentos nentes da incerteza e serve apenas para discussão; a classi-
analógicos; ficação não se propõe a indicar que haja qualquer diferen-
f) resolução finita do instrumento ou limiar de mobili- ça na natureza dos componentes resultando dos dois tipos
dade; de avaliação. Ambos os tipos de avaliação são baseados
em distribuições de probabilidade (C.2.3) e os compo-
g) valores inexatos dos padrões de medição e materi-
nentes de incerteza resultantes de cada tipo são quantifica-
ais de referência;
dos por variâncias ou desvios padrão.
h) valores inexatos de constantes e de outros parâme-
tros obtidos de fontes externas e usados no algoritmo 3.3.5 A variância estimada u 2 , caracterizando um com-
de redução de dados; ponente de incerteza obtido de uma avaliação do Tipo A, é
calculada a partir de uma série de observações repetidas, e
i) aproximações e suposições incorporadas ao método
é a conhecida variância s 2 estatisticamente estimada (ver
e procedimento de medição;
4.2). O desvio padrão estimado (C.2.12, C.2.21, C.3.3) u,
j) variações nas observações repetidas do mensurando a raiz quadrada positiva de u 2 , é portanto u = s e, por con-
sob condições aparentemente idênticas. veniência, é por vezes denominada incerteza padrão do
Tipo A. Para um componente de incerteza obtido por uma
Essas fontes não são necessariamente independentes e al- avaliação do Tipo B, a variância estimada u 2 é avaliada,
gumas das fontes de a) a i) podem contribuir para a fonte usando-se o conhecimento disponível (ver 4.3), e o desvio
j). Naturalmente, um efeito sistemático não reconhecido padrão estimado u é, por vezes, denominado incerteza pa-
não pode ser levado em consideração na avaliação da in- drão do Tipo B.
certeza do resultado de uma medição, porém contribui
para seu erro. Assim, uma incerteza padrão do Tipo A é obtida a partir
de uma função densidade de probabilidade (C.2.5) deri-
3.3.3 A Recomendação INC-1 (1980) do Grupo de Tra- vada da observação de uma distribuição de freqüência
balho sobre a Declaração de Incertezas agrupa os compo- (C.2.18), enquanto que uma incerteza padrão Tipo B é ob-
nentes da incerteza em duas categorias baseadas no seu tida de uma suposta função densidade de probabilidade, ba-
método de avaliação, “A” e “B” (ver 0.7, 2.3.2 e 2.3.3). seada no grau de credibilidade de que um evento vá ocor-
Estas categorias se aplicam à incerteza e não são substitu- rer [freqüentemente chamada probabilidade subjetiva
tas para os termos “aleatório” e “sistemático”. A incerteza (C.2.1)]. Ambos os enfoques empregam interpretações reco-
de uma correção de um efeito sistemático conhecido pode, nhecidas de probabilidade.
em alguns casos, ser obtida por uma avaliação do Tipo A,
enquanto que, em outros casos, por uma avaliação do Tipo NOTA - Uma avaliação Tipo B de um componente de incerteza é
usualmente baseada em um conjunto de informações comparativa-
B, podendo-se obter do mesmo modo a incerteza que ca-
mente confiáveis (ver 4.3.1).
racteriza um efeito aleatório.
3.3.6 A incerteza padrão do resultado de uma medição,
NOTA - Em algumas publicações, os componentes da incerteza
são categorizados como “aleatório” e “sistemático” e são associa- quando este resultado é obtido de valores de um número de
dos com erros provenientes de efeitos aleatórios e de efeitos sis- outras grandezas, é denominada incerteza padrão combinada
temáticos conhecidos, respectivamente. Tal categorização de e designada por uc. Ela é o desvio padrão estimado, associa-
componentes de incerteza pode se tornar ambígua quando aplica-
do com o resultado, e é igual à raiz quadrada positiva da va-
da genericamente. Por exemplo, um componente “aleatório” de
incerteza em uma medição pode se tornar um componente “siste- riância combinada, obtida a partir de todos os componentes
mático” da incerteza em outra medição na qual o resultado da pri- da variância e covariância (C.3.4), independente de como
meira medição é usado como dado de entrada. Categorizando os tenham sido avaliados, usando o que é denominado, neste
métodos de avaliação dos componentes da incerteza, em vez de
Guia, de lei de propagação de incerteza (ver a capítulo 5).
fazê-lo com os próprios componentes, evita-se tal ambiguidade.

16
Expressão da Incerteza de Medição 3 Conceitos básicos

3.3.7 Para satisfazer as necessidades de algumas aplica- 3.4.3 De forma a decidir se um sistema de medição está
ções industriais e comerciais, assim como a requisitos nas funcionando adequadamente, a variabilidade observada
áreas da saúde e segurança, uma incerteza expandida U é experimentalmente de seus valores de saída, conforme me-
obtida, multiplicando-se a incerteza padrão combinada uc dida pelo seu desvio padrão observado, é freqüentemente
por um fator de abrangência k. A finalidade pretendida comparada com o desvio padrão previsto, obtido pela
para U é fornecer um intervalo em torno do resultado de combinação dos vários componentes da incerteza que ca-
uma medição, com o qual se espera abranger uma grande racterizam a medição. Em tais casos, somente aqueles
fração da distribuição de valores que poderiam razoavel- componentes (obtidos de avaliações Tipo A ou Tipo B)
mente ser atribuídos ao mensurando. A escolha do fator k, que poderiam contribuir para a variabilidade experimen-
o qual está geralmente na faixa de 2 a 3, é baseada na pro- talmente observada destes valores de saída devem ser con-
babilidade de abrangência ou nível da confiança requerido siderados.
do intervalo (ver capítulo 6).
NOTA - Tal análise pode ser facilitada, reunindo-se aqueles compo-
NOTA - O fator de abrangência k deve sempre ser declarado de for- nentes que contribuem para a variabilidade e aqueles que não o fa-
ma que a incerteza padrão da grandeza medida possa ser recuperada zem em dois grupos separados e adequadamente rotulados.
para uso no cálculo da incerteza padrão combinada de outros resul-
tados de medição que possam depender dessa grandeza. 3.4.4 Em alguns casos, a incerteza de uma correção para
um efeito sistemático não precisa ser incluída na avaliação
3.4 Considerações práticas da incerteza de um resultado de medição. Embora a incer-
teza tenha sido avaliada, ela pode ser ignorada se sua con-
3.4.1 Se todas as grandezas das quais o resultado de uma tribuição para a incerteza padrão combinada do resultado
medição depende forem variadas, sua incerteza poderá ser de medição é insignificante. Se o valor da própria correção
calculada por meios estatísticos. Entretanto, uma vez que for insignificante relativamente à incerteza padrão combi-
isso, na prática, raramente é possível, devido a tempo e re- nada, ele também pode ser ignorado.
cursos limitados, a incerteza de um resultado de medição
é, geralmente, avaliada utilizando-se um modelo matemá- 3.4.5 Muitas vezes ocorre na prática, especialmente no
tico da medição e a lei de propagação da incerteza. Assim, domínio da metrologia legal, que um equipamento é en-
neste Guia, está implícita a suposição de que uma medição saiado através de uma comparação com um padrão de me-
pode ser modelada matematicamente até o grau imposto dição e as incertezas associadas com o padrão e com o
pela exatidão requerida na medição. procedimento de comparação são desprezíveis relativa-
mente à exatidão requerida do ensaio. Um exemplo é o
3.4.2 Uma vez que o modelo matemático pode ser in- uso de um conjunto de padrões de massa bem calibrados
completo, todas as grandezas relevantes devem ser varia- para verificar a exatidão de uma balança comercial. Em
das até a maior extensão prática possível, de modo que a tais casos, porque os componentes da incerteza são peque-
avaliação da incerteza possa ser baseada, tanto quanto pos- nos o bastante para serem ignorados, a medição pode ser
sível, nos dados observados. Sempre que factível, o uso de vista como determinação do erro do equipamento sob en-
modelos empíricos da medição, fundamentados em dados saio (ver também F.2.4.2).
quantitativos, colecionados ao longo do tempo, e o uso de
padrões de verificação e gráficos de controle que possam 3.4.6 A estimativa do valor de um mensurando, forneci-
indicar se uma medição está sob controle estatístico, de- do pelo resultado de uma medição, é algumas vezes ex-
vem ser parte do esforço de obtenção de avaliações confiá- pressa em termos de valor adotado de um padrão de medi-
veis de incerteza. O modelo matemático deverá sempre ser ção, em vez de em termos da unidade apropriada do Siste-
revisado quando os dados observados, incluindo o resulta- ma Internacional de Unidades (SI). Em tais casos, a mag-
do de determinações independentes do mesmo mensuran- nitude da incerteza atribuível ao resultado de medição
do, demonstrarem que o modelo está incompleto. Um ex- pode ser significativamente menor do que quando aquele
perimento bem projetado pode, muito, facilitar avaliações resultado for expresso na unidade SI apropriada (na reali-
confiáveis da incerteza e é uma parte importante da arte de dade, o mensurando foi redefinido para ser a razão entre o
medição. valor da grandeza a ser medida e o valor adotado do pa-
drão).

17
3 Conceitos básicos Expressão da Incerteza de Medição

EXEMPLO - Um padrão de tensão Zener de alta qualidade é cali- 3.4.8 Embora este Guia proporcione uma metodologia
brado por comparação com uma referência de tensão de efeito Jo-
para avaliar incertezas, ele não pode substituir o raciocínio
sephson baseado no valor convencional da constante Josephson re-
comendada para uso internacional pelo CIPM. A incerteza padrão crítico, a honestidade intelectual e a habilidade profissio-
combinada relativa uc(VS)/VS (ver 5.1.6) da diferença de potencial nal. A avaliação de incerteza não é uma tarefa de rotina
calibrada VS do padrão Zener é 2 ´ 10-8 quando VS é relatado em ter- nem uma tarefa puramente matemática; ela depende de co-
mos do valor convencional, mas uc(VS)/VS é 4 ´ 10-7 quando VS é
nhecimento detalhado da natureza do mensurando e da
relatado em termos da unidade SI da diferença de potencial, volt
(V), por causa da incerteza adicional associada com o valor SI da medição. A qualidade e utilidade da incerteza indicada
constante Josephson. para o resultado de uma medição, dependem, portanto, e
em última análise, da compreensão, análise crítica e inte-
3.4.7 Erros grosseiros no registro ou na análise dos dados gridade daqueles que contribuem para o estabelecimento
podem introduzir um erro desconhecido significativo no de seu valor.
resultado de uma medição. Grandes erros grosseiros po-
dem ser, geralmente, identificados por uma revisão apro-
priada dos dados; os pequenos erros grosseiros podem ser
mascarados por, variações aleatórias, ou até mesmo po-
dem aparecer como tais. Medidas de incerteza não são
projetadas para levar em conta tais erros.

18
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

4 Avaliando a incerteza padrão


No anexo F pode-se encontrar orientação adicional, princi- consideradas como mensurandos e depender de outras
palmente de natureza prática, sobre a avaliação dos com- grandezas, incluindo correções e fatores de correção
ponentes de incerteza. para efeitos sistemáticos, levando, por conseguinte, a
uma complicada relação funcional f, que nunca poderá ser
4.1 Modelando a medição escrita de modo explícito. Além disso, f pode ser determi-
nada experimentalmente (ver 5.1.4) ou existir somente
4.1.1 Na maioria dos casos o mensurando Y não é medi- como um algoritmo que terá de ser resolvido numerica-
do diretamente, mas é determinado a partir de N outras mente. A função f, tal como aparece neste Guia, deve ser
grandezas X1,X2,...,XN através de uma relação funcional f: interpretada neste conceito mais amplo, em particular
como sendo a função que contém todas as grandezas, in-
Y = f(X1,X2,...,XN) (1) cluindo todas as correções e fatores de correção que pos-
sam contribuir com um componente significativo da incer-
NOTAS
teza para o resultado de medição.
1 Para economia de notação, neste Guia será usado o mesmo sím-
bolo para a grandeza física (o mensurando) e para a variável Assim, se dados indicam que f não modela a medição no
aleatória (ver 4.2.1) que representa o possível resultado de uma ob- grau imposto pela exatidão requerida do resultado de me-
servação dessa grandeza. Quando é declarado que Xi tem uma deter- dição, devem-se incluir grandezas de entrada adicionais
minada distribuição de probabilidade, o símbolo é usado neste úl-
timo sentido e supõe-se que a própria grandeza física possa ser
em f para eliminar esta inadequação (ver 3.4.2). Isto pode
caracterizada por um valor essencialmente único (ver 1.2 e 3.1.3). requerer a introdução de uma grandeza de entrada que re-
flita o conhecimento incompleto de um fenômeno que afe-
2 Em uma série de observações, o k-ésimo valor observado Xi é
ta o mensurando. No exemplo de 4.1.1, podem ser neces-
designado como Xi,k; assim, se R representa a resistência de um resis-
tor, o k-ésimo valor observado da resistência é representado como Rk. sárias grandezas de entrada adicionais para responder por
uma distribuição de temperatura conhecida e não-unifor-
3 A estimativa de Xi (estritamente falando de sua esperança) é me ao longo do resistor, um coeficiente de temperatura da
designada por xi.
resistência possivelmente não-linear, ou uma possível de-
EXEMPLO - Se uma diferença de potencial V é aplicada aos termi- pendência da resistência quanto à pressão barométrica.
nais de um resistor dependente da temperatura que tem uma resis-
tência R0, à uma temperatura definida t0 e um coeficiente de tempe- NOTA - No entanto, a equação (1) pode ser tão elementar quan-
ratura linear da resistência a, a potência P (o mensurando) dissipada to Y = X 1 - X 2 . Esta expressão modela, por exemplo, a compa-
pelo resistor, à temperatura t, depende de V, R0, a e t, de acordo ração de duas determinações da mesma grandeza X.
com:
4.1.3 O conjunto de grandezas de entrada X1, X2, ...,XN
P = f(V, R0, a, t) = V2/R0[1 +a(t - t0)]
pode ser categorizado como:
NOTA - Outros métodos de medição de P seriam modelados por
expressões matemáticas diferentes. - grandezas cujos valores e incertezas podem ser di-
retamente determinadas na medição em curso. Es-
4.1.2 As grandezas de entrada X1, X2,..., XN, das quais a tes valores e incertezas podem ser obtidos, por
grandeza de saída Y depende, podem elas mesmas ser exemplo, de uma única observação, de observações

19
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

repetidas, ou de julgamento baseado na experiên- delos utilizados para representar o estágio de nosso conhe-
cia, e podem envolver a determinação de correções cimento.
a leituras de instrumentos e correções por conta de
grandezas de influência, tais como temperatura am- 4.2 Avaliação da incerteza padrão do Tipo A
biente, pressão barométrica e umidade;
- grandezas cujos valores e incertezas são incorpora- 4.2.1 Na maioria dos casos, a melhor estimativa disponí-
dos à medição a partir de fontes externas, tais como vel da esperança ou valor esperado m q de uma grandeza q
grandezas associadas com padrões de medição cali- que varia aleatoriamente [uma variável aleatória (C.2.2)]
brados, materiais de referência certificados e dados e para a qual n observações independentes qk foram obti-
de referência obtidos de manuais técnicos. das sob as mesmas condições de medição (ver B.2.15), é a
média aritmética ou média q (C.2.19) das n observações:
4.1.4 Uma estimativa do mensurando Y, designada por y,
é obtida da equação (1) usando estimativas de entrada 1 n
(3)
x1, x2,...,xN para os valores das N grandezas X1, X2, ..., XN. q=
n
å qk
k =1
Assim, a estimativa de saída y, que é o resultado da medi-
ção, é dada por: Assim, para uma grandeza de entrada Xi estimada a partir
de n observações repetidas independentes Xi,k, a média
y = f(x1,x2,...,xN) (2)
aritmética de X i obtida pela equação (3) é usada como esti-
NOTA - Em alguns casos, a estimativa y pode ser obtida de: mativa de entrada xi na equação (2) para determinar o re-
sultado da medição y; isto é, xi = X i. As estimativas de en-
n n
1 1
y =Y =
n
å Yk =
n
å f ( X 1, k , X 2, k , K, X N , k ) trada não avaliadas por observações repetidas devem ser
k =1 k =1 obtidas por outros métodos, tais como os indicados na se-
gunda categoria de 4.1.3.
Isto é, y é tomado como sendo a média aritmética ou média (ver
4.2.1) de n determinações independentes Yk de Y, tendo cada deter-
minação a mesma incerteza e cada uma sendo baseada em um con- 4.2.2 As observações individuais qk diferem em valor por
junto completo de valores observados das N grandezas de entrada Xi causa de variações aleatórias nas grandezas de influência,
obtidos ao mesmo tempo. Esse modo de tirar a média, em vez de ou dos efeitos aleatórios (ver 3.2.2). A variância experi-
y = f(X 1,X 2, ...X N ), onde X i = (S nk = 1 X i , k )/n é a média aritmética
mental das observações, que estima a variância s 2 da dis-
das observações individuais Xi,k, pode ser preferível quando f é uma
tribuição de probabilidade de q, é dada por:
função não linear das grandezas de entrada X1,X2,..., XN,. Entretanto,
os dois procedimentos são idênticos, se f é uma função linear de Xi
n
1 (4)
(ver H.2 e H.4). s 2 (qk ) =
n -1
å ( q k - q) 2
k =1
4.1.5 O desvio padrão estimado, associado com a estima-
tiva de saída ou resultado de medição y, chamado incerte- Esta estimativa da variância e sua raiz quadrada positiva
za padrão combinada e designada por uc(y), é determina- s(qk), denominada desvio padrão experimental (B. 2. 17),
do pelo desvio padrão estimado, associado com cada esti- caracteriza a variabilidade dos valores qk observados ou,
mativa de entrada xi, denominada incerteza padrão, e desi- mais especificamente, sua dispersão em torno de sua mé-
gnada por u(xi) (ver 3.3.3 até 3.3.6). dia q.

4.1.6 Cada estimativa de entrada xi e sua incerteza pa- 4.2.3 A melhor estimativa de s2(q) = s2/n, a variância da
drão associada u(xi) são obtidas de uma distribuição de va- média, é dada por:
lores possíveis da grandeza de entrada Xi. Essa distribui-
ção de probabilidade pode ser baseada na freqüência, isto s 2 (qk ) (5)
s2(q) =
é, em uma série de observações Xi,k de Xi, ou pode ser uma n
distribuição a priori. Avaliações do Tipo A dos compo-
nentes da incerteza padrão são fundamentadas em distribu- A variância experimental da média s2(q) e o desvio pa-
ições de freqüência, enquanto que avaliações do Tipo B drão experimental da média s(q) (B.2.17, nota 2), igual
são fundamentadas em distribuições a priori. Deve-se re- à raiz quadrada positiva de s2(q), quantificam quão bem
conhecer que em ambos os casos as distribuições são mo-

20
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

q estima a esperança m q de q, e qualquer um dentre eles 4.2.7 Se as variações aleatórias nas observações de uma
pode ser usado como uma medida da incerteza de q. grandeza de entrada são correlacionadas, por exemplo, na
grandeza tempo, a média e o desvio padrão experimental
Assim, para uma grandeza de entrada Xi determinada por n da média, tais como dados em 4.2.1 e 4.2.3, podem ser es-
observações repetidas e independentes Xi,k, a incerteza pa- timadores (C.2.25) não apropriados da estatística
drão u(xi) de sua estimativa xi = X i é u(xi) = s(X i), com s2(X i) (C.2.23) desejada. Em tais casos, as observações devem ser
calculada de acordo com a equação (5). Por conveniência, analisadas por métodos estatísticos especialmente criados
u2(xi) = s2(X i) e u(xi) = s(X i) são por vezes denominados para tratar uma série de medições correlacionadas que vari-
uma variância do Tipo A e uma incerteza padrão do Tipo am aleatoriamente.
A, respectivamente.
NOTA - Tais métodos especializados são usados para tratar medi-
NOTAS ções de padrões de freqüência. Entretanto, é possível que, à medida
que se passa de medições de curto prazo para medições de longo
1 O número de observações n deve ser suficientemente grande prazo de outras grandezas metrológicas, a suposição de variações
para assegurar que q forneça uma estimativa confiável da esperança aleatórias não-correlacionadas pode não ser mais válida e métodos
m q da variável aleatória q e que s2(q) forneça uma estimativa con- especializados poderiam também ser usados para tratar destas medi-
fiável da variância s2(q) = s2/n (ver nota de 4.3.2). A diferença en- ções. (Ver a referência [9], por exemplo, para uma discussão deta-
tre s2(q) e s2(q) deve ser considerada quando se estabelecem inter- lhada da variância de Allan.)
valos de confiança (ver 6.2.2). Nesse caso, se a distribuição de prob-
abilidade de q é uma distribuição normal (ver 4.3.4), a diferença é 4.2.8 A discussão sobre a avaliação do Tipo A da incerte-
levada em consideração através da distribuição-t (ver G.3.2).
za padrão, de 4.2.1 a 4.2.7, não se destina a ser exaustiva;
2 Embora a variância s2(q) seja a grandeza mais fundamental, o há muitas situações, algumas bem complexas, que podem
desvio padrão s(q) é mais conveniente na prática porque tem as ser tratadas por métodos estatísticos. Um exemplo impor-
mesmas dimensões de q e um valor de mais fácil compreensão do
tante é o uso de arranjos de calibração, freqüentemente ba-
que aquele da variância.
seados no método dos mínimos quadrados, para analisar as
4.2.4 Para uma medição bem caracterizada sob controle es- incertezas oriundas tanto de variações aleatórias de curto
tatístico, uma estimativa combinada ou agrupada da variân- prazo como de longo prazo nos resultados de comparações
cia s 2p (ou um desvio padrão experimental agrupado sp) que de artefatos materiais de valor desconhecido, tais como
caracteriza a medição pode estar disponível. Nesse caso, blocos padrão e padrões de massa, com padrões de refe-
quando o valor do mensurando q é determinado a partir de n rência de valor conhecido. Em tais situações de medição
observações independentes, a variância experimental da mé- relativamente simples, os componentes da incerteza po-
dia aritmética q das observações é mais bem estimada por dem ser freqüentemente avaliados pela análise estatística
s 2p /n do que por s2(q)/n, e a incerteza padrão é u = sp/ n de dados, obtidos a partir de arranjos consistindo de se-
(ver também a nota para H.3.6). qüências aninhadas de medições do mensurando, para um
número de valores diferentes das grandezas das quais ela
4.2.5 Freqüentemente uma estimativa xi de uma grandeza depende - uma assim chamada análise de variância (ver
de entrada Xi é obtida de uma curva que foi ajustada a da- H.5).
dos experimentais pelo método dos mínimos quadrados.
NOTA - Em níveis mais baixos da cadeia de calibração, nas situa-
As variâncias estimadas e as incertezas padrão resultantes
ções em que padrões de referência são freqüentemente supostos
dos parâmetros ajustados que caracterizam a curva de como sendo exatamente conhecidos, porque foram calibrados por
quaisquer dos pontos previstos, podem ser usualmente cal- um laboratório primário ou nacional, a incerteza de um resultado de
culadas por procedimentos estatísticos bem conhecidos calibração pode ser uma única incerteza padrão do Tipo A, calcula-
da a partir do desvio padrão experimental agrupado que caracteriza
(ver H.3 e referência [8]).
a medição.

4.2.6 Os graus de liberdade n i (C.2.31) de u(xi) (ver


G.3), iguais a n-1 no caso simples em que xi = X i e u(xi) = s(X i)
4.3 Avaliação da incerteza padrão do Tipo B
são calculados de n observações independentes, como em
4.2.1 e 4.2.3, sempre devem ser dados quando avaliações do 4.3.1 Para uma estimativa xi de uma grandeza de entrada
Tipo A dos componentes de incerteza forem documentadas. Xi que não tenha sido obtida através de observações repeti-
das, a variância estimada associada u2(xi) ou a incerteza
padrão u(xi) é avaliada por julgamento científico, basean-
do-se em todas as informações disponíveis sobre a possí-

21
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

vel variabilidade de Xi. O conjunto de informações pode de a uma incerteza padrão relativa u(ms) / ms de 80 ´ 10-9 (ver
5.1.6). A variância estimada é u2(ms) = (80 mg)2 = 6,4 ´ 10-9 g2.
incluir:
NOTA - Em muitos casos pouca ou nenhuma informação é dada a res-
- dados de medições prévias; peito dos componentes individuais dos quais foi obtida a incerteza
- a experiência ou o conhecimento geral do compor- mencionada. Isto geralmente não tem importância para expressar incer-
teza de acordo com as práticas deste Guia, uma vez que todas as incer-
tamento e propriedades de materiais e instrumentos
tezas padrão são tratadas exatamente da mesma maneira como quando
relevantes; se calcula a incerteza padrão combinada de um resultado de medi-
- especificações do fabricante; ção (ver o capítulo 5).
- dados fornecidos em certificados de calibração e
outros certificados; 4.3.4 A incerteza citada de xi não é, necessariamente,
- incertezas atribuídas a dados de referência extraí- dada como um múltiplo de um desvio padrão, como em
dos de manuais. 4.3.3. Em vez disso, pode-se encontrar declarado que a in-
certeza citada define um intervalo tendo um nível da con-
Para maior conveniência, u2(xi) e u(xi) estimados dessa ma- fiança de 90, 95 ou 99 por cento (ver 6.2.2). A não ser
neira são, por vezes, referidos como, respectivamente, uma quando indicado de outro modo, pode-se supor que foi
variância do Tipo B e uma incerteza padrão do Tipo B. usada uma distribuição normal (C.2.14) para calcular a
incerteza citada e recuperar a incerteza padrão de xi, divi-
NOTA - Quando xi é obtido a partir de uma distribuição a priori, a dindo-se a incerteza citada pelo fator apropriado para a
variância associada é apropriadamente escrita como u2(Xi), mas,
distribuição normal. Os fatores correspondentes aos três
para simplicidade, u2(xi) e u(xi) são usados neste Guia.
níveis da confiança acima são 1,64; 1,96 e 2,58 (ver tam-
4.3.2 O uso adequado do conjunto de informações dispo- bém a tabela G.1, no anexo G).
níveis para uma avaliação do Tipo B da incerteza padrão
NOTA - Não haveria necessidade de tal suposição, se a incerteza ti-
exige o discernimento baseado na experiência e no conhe- vesse sido dada de acordo com as recomendações deste Guia com
cimento geral, sendo esta uma habilidade que pode ser relação ao relato da incerteza, o que reforça que o fator de abrangên-
aprendida com a prática. Deve-se reconhecer que uma cia deve sempre ser fornecido (ver 7.2.3).
avaliação do Tipo B da incerteza padrão pode ser tão con-
EXEMPLO - Um certificado de calibração estabelece que a resis-
fiável quanto uma avaliação do Tipo A, especialmente tência de um resistor padrão Rs de valor nominal de dez ohms é
numa situação de medição onde uma avaliação do Tipo A 10,000 742 W ± 129 mW a 23°C e que “a incerteza citada de 129 mW
é baseada em um número comparativamente pequeno de define um intervalo tendo um nível da confiança de 99 por cento”.
observações estatisticamente independentes. A incerteza padrão do valor da resistência pode ser tomada como
u(Rs) = (129 mW)/ 2,58 = 50 mW , o que corresponde a uma incerteza
padrão relativa u(Rs)/Rs de 5,0 ´ 10-6 (ver 5.1.6). A variância estima-
NOTA - Se a distribuição da probabilidade de q, na nota 1 de 4.2.3,
da é u2 (Rs) = (50 mW)2 = 2,5 ´ 10-9 W2.
é normal, então s[s(q)]/s(q), o desvio padrão de s(q) relativo a s(q),
é, aproximadamente, [2(n - 1)]-1/2. Assim, tomando-se s[s(q)] como
a incerteza de s(q), para n = 10 observações, a incerteza relativa em 4.3.5 Considere o caso onde, com base nas informações
s(q) é de 24 por cento, enquanto que, para n = 50 observações, ela é disponíveis, pode se estabelecer que “há uma chance de
de 10 por cento (valores adicionais são dados na Tabela E.1, no ane- cinqüenta para cinqüenta de que o valor da grandeza de
xo E).
entrada Xi resida no intervalo a - até a + ” (em outras pala-
4.3.3 Se a estimativa xi for obtida de uma especificação vras, a probabilidade de que Xi esteja neste intervalo é de
do fabricante, do certificado de calibração, do manual 0,5 ou 50 por cento). Se pode ser suposto que a distribui-
técnico ou de outra fonte, e sua incerteza citada for decla- ção dos valores possíveis de Xi é aproximadamente nor-
rada ser um determinado múltiplo de um desvio padrão, a mal, então, a melhor estimativa xi de Xi pode ser tomada
incerteza padrão u(xi) é simplesmente o valor menciona- no ponto médio do intervalo. Adicionalmente, se a meia-
do dividido pelo multiplicador, e a variância estimada largura do intervalo é designada por a = (a + - a - )/2,
u2(xi) é o quadrado do quociente. toma-se u(xi) = 1,48a, uma vez que, para uma distribuição
normal com esperança m e desvio padrão s, o intervalo
EXEMPLO - Um certificado de calibração declara que a massa de um m ± s / 1, 48 abrange, aproximadamente, 50 por cento da
padrão de massa de aço inoxidável ms, com valor nominal de um qui- distribuição.
lograma, é 1 000,000 325 g e que a “incerteza desse valor é de 240 mg no
nível de três desvios padrão”. A incerteza padrão do padrão de massa EXEMPLO - Um operador de máquinas, ao determinar as dimensões de
é, então, simplesmente, u(ms) = (240 mg)/3 = 80 mg. Isso correspon- uma peça, estima que seu comprimento esteja com uma probabilidade de

22
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

0,5 no intervalo de 10,07 mm a 10,15 mm, e relata que l = (10,11± 0,04) mm, dade no intervalo de 16,12 ´ 10-6 ºC-1 a 16,92 ´ 10-6 ºC-1 e que é
significando que ± 0,04 mm define um intervalo, tendo um nível da muito pouco provável que a 20 (Cu) esteja fora dele. A variância
confiança de 50 por cento. Então, a = 0,04 mm, e, supondo-se uma distri- dessa distribuição retangular simétrica de valores possíveis de a 20
buição normal para os possíveis valores de l, a incerteza padrão do com- (Cu) de meia-largura a = 0,40 ´ 10-6 ºC-1 é, então, a partir da
primento é u(l) = 1,48 ´ 0,04 mm » 0,06 mm e a variância estimada é equação (7), u2(a 20 ) = (0,40 ´ 10-6 ºC-1) 2 /3 = 53,3 ´ 10-15 ºC-2, e a
u2(l) = (1,48 ´ 0,04 mm)2 = 3,5 ´ 10-3 mm2. incerteza padrão é u(a 20 ) = (0,40 ´ 10-6 ºC-1)/ 3= 0,23 ´ 10-6 ºC-1 .

4.3.6 Considere um caso similar ao do item 4.3.5 onde, 2 As especificações do fabricante para um voltímetro digital esta-
belecem que “entre um e dois anos depois que o instrumento é cali-
com base na informação disponível, pode-se estabelecer
brado, sua exatidão na faixa de 1 V é 14 ´ 10-6 vezes a leitura mais
que “há cerca de duas em três chances de que o valor de Xi 2 ´ 10-6 vezes a faixa”. Considere-se que o instrumento é usado 20
esteja no intervalo a - até a + ” (em outras palavras, a pro- meses após a calibração para medir em sua faixa de 1 V uma difer-
babilidade de que Xi esteja neste intervalo é de cerca de ença de potencial V, e que a média aritmética de um número de ob-
servações repetidas independentes de V é encontrada como sendo
0,67). Então, pode-se razoavelmente tomar u(xi) = a, por-
V = 0,928 571 V, com uma incerteza padrão do Tipo A de u(V ) = 12 mV.
que, para uma distribuição normal com esperança m e des-
Pode-se obter a incerteza padrão associada com as especificações do
vio padrão s, o intervalo m ± s abrange 68,3 por cento da fabricante a partir de uma avaliação do Tipo B, supondo que a exa-
distribuição. tidão declarada fornece fronteiras simétricas para uma correção adi-
tiva a V , DV , de esperança igual a zero e com igual probabilidade de
NOTA - Dar-se-ia ao valor u(xi) significância consideravelmente estar em qualquer parte dentro das fronteiras. A meia-largura a da
maior do que lhe é obviamente garantido, se fosse utilizado o desvio distribuição retangular simétrica de valores possíveis de DV é,
normal real 0,967 42 correspondente à probabilidade p = 2/3, isto é, então, a = (14 ´ 10-6) ´ (0,928 571 V) + (2 ´ 10-6) ´ (1V) = 15 mV e,
se fosse escrito u(xi) = a/0,967 42 = 1,033a. pela equação (7), u2 (DV ) = 75 mV2 e u(DV )= 8,7 mV. A estimativa
do valor do mensurando V, para fins de maior simplicidade deno-
4.3.7 Em outros casos, pode ser possível estimar somente tada pelo mesmo símbolo V, é dada por V = V + DV = 0,928 571 V.
fronteiras (limites superior e inferior) para Xi, em particu- Pode-se obter a incerteza padrão combinada dessa estimativa,
lar, para afirmar que “a probabilidade de que o valor Xi es- combinando-se a incerteza padrão do Tipo A de 12 mV de V com a
teja dentro do intervalo a - até a + , para todos os fins práti- incerteza padrão do Tipo B de 8,7 mV de DV . O método geral para
cos, é igual a um, e a probabilidade de que Xi esteja fora combinar componentes de incerteza padrão é dado na capítulo 5,
com este exemplo particular sendo tratado no item 5.1.5.
deste intervalo é, essencialmente, zero”. Se não há conhe-
cimento específico sobre os valores possíveis de Xi dentro
4.3.8 Em 4.3.7, os limites superior e inferior a + e a -
do intervalo, pode-se apenas supor que é igualmente pro-
para a grandeza de entrada Xi podem não ser simétricos
vável que Xi esteja em qualquer lugar dentro dele (uma
com relação à melhor estimativa xi; mais especificamente,
distribuição uniforme ou retangular de valores possíveis -
se o limite inferior é escrito como a - = xi - b - e o limite
ver 4.4.5 e a figura 2a). Então xi, a esperança ou valor es-
superior, como a + = xi + b + , então b - ¹ b + . Uma vez
perado de Xi, é o ponto médio no intervalo xi = (a - +
que, neste caso, xi (suposto ser a esperança de Xi) não está
a + )/2, com a variância associada:
no centro do intervalo de a - até a + , a distribuição da pro-
babilidade de Xi não pode ser uniforme em todo o interva-
u2(xi) = (a + - a - )2/12 (6)
lo. Entretanto, pode não haver suficiente informação dis-
ponível para escolher uma distribuição apropriada; mode-
Se a diferença entre os limites, a + - a - , é designada por
los diferentes levarão a diferentes expressões para a vari-
2a, então a equação (6) torna-se:
ância. Na ausência de tal informação, a aproximação mais
u2(xi) = a2/3 (7) simples é:

NOTA - Quando um componente de incerteza, determinado deste ( b+ + b- ) 2 ( a + - a - ) 2 (8)


modo, contribui significativamente para a incerteza de um resultado
u2(xi) = =
12 12
de medição, é prudente que se obtenha dados adicionais para sua
avaliação mais completa.
que é a variância de uma distribuição retangular com lar-
EXEMPLOS gura total b + + b - . (As distribuições assimétricas também
serão discutidas em F.2.4.4 e G.5.3)
1 Um manual dá o valor do coeficiente de expansão térmica
linear de cobre puro a 20 ºC, a 20 (Cu), como 16,52 ´ 10-6 ºC-1 e
EXEMPLO - Se no exemplo 1 de 4.3.7 o valor do coeficiente é dado no
simplesmente estabelece que “o erro neste valor não deve exceder
manual como a 20 (Cu) = 16,52 ´ 10-6 ºC-1 e é dito que “o menor valor
0,40 ´ 10-6 ºC-1”. Baseado nessas informações limitadas, não é ab-
possível é 16,40 ´ 10-6 ºC-1e que o maior valor possível é 16,92 ´ 10-6 ºC-1”,
surdo supor que o valor de a 20 (Cu) estará com a mesma probabili-

23
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

então b - = 0,12 ´ 10-6 ºC-1, b + = 0,40 ´ 10-6 ºC-1 e, da equação (8), é a2/3[equação (7)], e a de uma distribuição triangular simétrica
u(a 20 ) = 0,15 ´ 10-6 ºC-1. com meia-largura a é a2/6 [equação (9b)]. As magnitudes das
variâncias dessas três distribuições são surpreendentemente simi-
NOTAS lares, em vista da grande diferença na quantidade de informações
requeridas para justificá-las.
1 Em muitas situações práticas de medição em que as fronteiras são
assimétricas, pode ser apropriado aplicar uma correção à estimativa xi 2 A distribuição trapezoidal é equivalente à convolução de duas
de magnitude (b + - b - )/2, de modo que a nova estimativa xi' de Xi es- distribuições retangulares [10], uma com meia-largura a1 igual à
teja no ponto médio entre os limites: x'i = (a - + a + )/2. Isto reduz a meia-largura média do trapezóide, a 1 = a (1+b)/2, a outra com
situação ao caso de 4.3.7, com novos valores b' + = b' - = (b + + b - ) / 2 uma meia largura a 2 , igual à largura média de uma das porções
= (a + - a - ) / 2 = a. triangulares do trapezóide, a 2 = a (1 - b)/2. A variância da dis-
tribuição é u 2 = a 12/3 + a 22/3. A distribuição da convolução pode
2 Baseado no princípio da entropia máxima, a função densidade
ser interpretada como uma distribuição retangular cuja largura 2a1
da probabilidade no caso assimétrico, pode ser demonstrada como
tem, ela mesma, uma incerteza representada por uma distribuição
sendo igual a p(Xi) = A exp [-l (Xi - xi)], com A = [b - exp(l b - ) + b + exp
retangular de largura 2a2, e modela o fato de que as fronteiras de
(-l b + )]-1 e l ={exp[l (b - + b + )] - 1}/{b - exp[l (b - + b + )] + b + }. Isto
uma grandeza de entrada não são exatamente conhecidos. Porém
leva à variância u2(xi) = b + b - - (b + - b - )/l ; para b + >b - , l >0 e
mesmo que a2 seja tão grande quanto 30 por cento de a1, u excede
para b + <b - , l <0.
a1/ 3 por menos de 5 por cento.

4.3.9 Em 4.3.7, como não havia conhecimento específico


4.3.10 É importante não “contar duplamente” os componen-
sobre os possíveis valores de Xi dentro de seus limites esti-
tes da incerteza. Se um componente da incerteza, surgindo de
mados a - e a + , poder-se-ia somente supor que seria
um determinado efeito, é obtido a partir de uma avaliação do
igualmente provável, para Xi, tomar qualquer valor entre
Tipo B, deve ser incluído como um componente independen-
esses limites, com probabilidade zero de estar fora deles.
te da incerteza no cálculo da incerteza padrão combinada do
Tais descontinuidades de função degrau em uma distribui-
resultado de medição, somente na medida em que o efeito
ção de probabilidade não são muitas vezes físicas. Em
não contribua para a variabilidade observada das observa-
muitos casos, é mais realista esperar que valores perto dos
ções. Isto porque a incerteza devido àquela parte do efeito
limites sejam menos prováveis do que os que estejam per-
que contribui para a variabilidade observada já está incluída
to do ponto médio. É, então, razoável substituir a distribui-
no componente da incerteza obtido a partir da análise estatís-
ção retangular simétrica, por uma distribuição trapezoidal
tica das observações.
simétrica, tendo lados inclinados iguais (um trapezóide
isósceles), uma base de largura a + - a - = 2a e um
4.3.11 A discusssão de avaliação da incerteza padrão do
topo de largura 2ab, onde 0 £ b £ 1. Na medida em que b
Tipo B, de 4.3.3 a 4.3.9, foi feita somente com fins indica-
® 1, esta distribuição trapezoidal se aproxima da dis-
tivos. Além disso, a avaliação da incerteza deve ser basea-
tribuição retangular de 4.3.7, enquanto que, para
da em dados quantitativos na maior extensão possível,
b = 0, torna-se uma distribuição triangular (ver 4.4.6 e
como enfatizada em 3.4.1 e 3.4.2.
a figura 2b). Supondo tal distribuição trapezoidal para
Xi , encontra-se que a esperança de Xi é x i = (a - + a + )/2
e sua variância associada é: 4.4 Ilustração gráfica da avaliação da incer-
teza padrão
u2(x i ) = a2 (1 + b2)/6 (9a)
4.4.1 A figura (1) representa a estimativa do valor de uma
que se torna para a distribuição triangular, b = 0: grandeza de entrada Xi e a avaliação da incerteza dessa esti-
mativa, decorrente da distribuição desconhecida de possíveis
u2(x i ) = a2/6 (9b) valores medidos de Xi , ou distribuição de probabilidade de
NOTAS
Xi , que é amostrada por meio de observações repetidas.

1 Para uma distribuição normal, com esperança m e desvio padrão 4.4.2 Na figura (1a), supõe-se que a grandeza de entrada
s, o intervalo m ± 3 s abrange, aproximadamente, 99,73 por cento da Xi seja uma temperatura t e que sua distribuição desconhe-
distribuição. Então, se os limites superior e inferior a + e a - definem
limites de 99,73 por cento em vez de limites de 100 por cento,
cida é uma distribuição normal, com esperança mt = 100 ºC
pode-se supor que Xi tenha distribuição aproximadamente normal ao e desvio padrão s = 1,5 ºC. Sua função densidade de pro-
invés de não existir conhecimento específico acerca de Xi entre os babilidade é, então (ver C.2.14):
limites, como em 4.3.7, então u2(xi) = a2/9. Por comparação, a
variância de uma distribuição retangular simétrica de meia-largura a

24
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

Figura 1. Ilustração gráfica da avaliação da incerteza padrão de uma grandeza de en-


trada a partir de observações repetidas

25
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

p(t) =
1
s 2p
[
exp - (t - m t ) 2 / 2s 2 ] bos os casos mostrados, a grandeza de entrada é suposta,
mais uma vez, como sendo a temperatura t.

NOTA - A definição de função densidade de probabilidade p(z) re- 4.4.5 Para o caso ilustrado na figura (2a), supõe-se que haja
quer que a relação ò p(z)dz = 1 seja satisfeita.
pouca informação disponível sobre a grandeza de entrada t e
que tudo que se pode fazer é supor que t seja descrito por uma
4.4.3 A figura (1b) mostra um histograma de n=20 observa- distribuição de probabilidade a priori retangular e simétrica de
ções repetidas tk da temperatura t, supostas como tendo sido limite inferior a - = 96 ºC, limite superior a + = 104 ºC e, por-
tomadas aleatoriamente a partir da distribuição da figura (1a). tanto, uma meia-largura: a = (a + - a - )/2 = 4 ºC (ver 4.3.7). A
Para obter o histograma, as 20 observações ou amostras, cujos função densidade de probabilidade de t é, então:
valores são dados na tabela 1, são agrupadas em intervalos de
1 ºC de largura. (A preparação do histograma é, naturalmente, p(t) = 1/2a, para a- £ t £ a+
desnecessária para a análise estatística dos dados). A média
aritmética ou média t das n=20 observações, calculada de p(t) = 0, para outros valores de t.
acordo com a equação (3), é t = 100,145 ºC » 100,14 ºC e é
aceita como sendo a melhor estimativa da esperança mt de t, Como indicado em 4.3.7, a melhor estimativa de t é sua es-
baseada nos dados disponíveis. O desvio padrão experimental perança mt = (a + + a - )/2 = 100 ºC, que decorre de C.3.1. A
da amostragem s(tk), calculado pela equação (4), é s(tk) = incerteza padrão desta estimativa é u(m t ) = a/ 3 » 2,3 ºC,
1,489 ºC » 1,49 ºC, e o desvio padrão experimental da média que decorre de C.3.2 [ver a equação (7)].
s(t ), calculado pela equação (5), que é a incerteza padrão u(t ) da
média t , é u(t )= s(t )= s(tk)/ 20 = 0,333 ºC » 0,33 ºC. (Para 4.4.6 Para o caso ilustrado na Figura (2b), supõe-se que a
prosseguir nos cálculos, é preferível que todos os dígitos sejam informação disponível relativa a t seja menos limitada e
conservados). que t possa ser descrito por uma distribuição de probabili-
dade a priori triangular e simétrica de mesmo limite infe-
NOTA - Embora os dados na Tabela 1 não sejam improváveis, con- rior a - = 96 ºC, mesmo limite superior a + = 104 ºC, e, as-
siderando-se o largo uso de termômetros eletrônicos digitais de alta
sim, mesma meia-largura a = (a + - a - )/2 = 4 ºC, como em
resolução, eles têm fins ilustrativos e não devem ser necessariamen-
te interpretados como descrevendo uma medição real.
4.4.5 (ver 4.3.9). A função densidade de probabilidade de t
é, então:
4.4.4 A Figura (2) representa a estimativa do valor de
uma grandeza de entrada Xi e a avaliação da incerteza des- p(t) = (t - a - )/a2, para a - £ t £ (a + + a - )/2
sa estimativa, a partir de uma distribuição a priori dos va-
p(t) = (a + - t)/a2, para (a + + a - ) / 2 £ t £ a +
lores possíveis de Xi, ou distribuição de probabilidade de
Xi, baseada em todas as informações disponíveis. Para am- p(t) = 0, para outros valores de t.

Tabela 1 - Vinte observações repetidas da temperatura t agrupadas em intervalos de 1 ºC

Intervalo t 1 £ t < t 2 Temperatura


t1 / ºC t2 / ºC t / ºC
94,5 95,5 ––
95,5 96,5 ––
96,5 97,5 96,90
98,18; 98,25
97,5 98,5
98,61; 99,30; 99,49
98,5 99,5 99,56; 99,74; 99,89; 100,07; 100,33; 100,42
99,5 100,5 100,68; 100,95; 101,11; 101,20
100,5 101,5 101,57; 101,48; 102,36
101,5 102,5 102,72
102,5 103,5 ––
––
103,5 104,5
104,5 105,5

26
Expressão da Incerteza de Medição 4 Avaliando a incerteza padrão

Figura 2. Ilustração gráfica da avaliação da incerteza padrão de uma grandeza de en-


trada a partir de uma distribuição a priori

27
4 Avaliando a incerteza padrão Expressão da Incerteza de Medição

Como indicado em 4.3.9, a esperança de t é


mt = (a + + a - )/2 = 100 ºC, que decorre de C.3.1. A incer-
teza padrão dessa estimativa é u(mt) = a/ 6 » 1,6 ºC que
decorre de C.3.2 [ver a equação (9b)].

Este último valor, u(mt) = 1,6 ºC, pode ser comparado com
u(mt) = 2,3 ºC, obtido em 4.4.5, a partir de uma distribui-
ção retangular de mesma largura de 8 ºC, com s = 1,5 ºC
da distribuição normal da figura (1a) cuja largura de
-2,58s a +2,58s, que abrange 99 por cento da distribuição,
é quase 8 ºC; com uma dispersão de u(t ) = 0,33 ºC obtida em
4.4.3, a partir de vinte observações supostamente tomadas
aleatoriamente a partir da mesma distribuição normal.

28
Expressão da Incerteza de Medição 5 Determinando a incerteza padrão combinada

5 Determinando a incerteza padrão combinada

5.1 Grandezas de entrada não correlaciona- neste Guia, como a lei de propagação da incerteza (ver
das E.3.1 e E.3.2).

NOTA - Quando a não-linearidade de f é significativa, termos de or-


Este item trata do caso em que todas as grandezas de en- dem superior devem ser incluídos na expansão da série de Taylor
trada são independentes (C.3.7). O caso em que duas ou para a expressão de u c2(y), equação (10). Quando a distribuição de
mais grandezas de entrada são relacionadas, isto é, são in- cada Xi é simétrica em relação à sua média, os termos mais impor-
terdependentes ou correlacionadas, (C.2.8) é discutido tantes, de ordem imediatamente superior, para serem adicionados
aos termos da equação (10) são:
em 5.2.
é é 2 ù
2 ù
N N
1 ¶ f ¶f ¶3 f ú 2
5.1.1 A incerteza padrão de y, onde y é a estimativa do
å å ê ê ú +
ê 2 êë ¶x i ¶x j úû ¶x i ¶x i ¶x 2j ú
u (x i ) u 2 (x j )
mensurando Y, e desta maneira, o resultado da medição, é i =1 j =1
ë û
obtida pela combinação apropriada de incertezas padrão
das estimativas de entrada x1,x2,...,xN (ver 4.1). Esta incer- Veja H.1 para um exemplo de uma situação na qual é necessário
teza padrão combinada da estimativa y é representada por considerar a contribuição de termos de ordem superior para u c2(y).

uc(y).
5.1.3 As derivadas parciais ¶f / ¶x i são iguais a ¶f / ¶X i
NOTA - Por razões similares àquelas dadas na nota 4.3.1, os símbo- avaliadas para Xi = xi [ver a nota 1 a seguir]. Estas derivadas,
los u c (y) e u c2(y) são usados em todos os casos. freqüentemente denominadas coeficientes de sensibilidade,
descrevem como a estimativa de saída y varia com alterações
5.1.2 A incerteza padrão combinada uc(y) é a raiz quadra- nos valores das estimativas de entrada x1, x2, ...,xN. Em particu-
da positiva da variância combinada u c2 (y), que é dada por: lar, a alteração em y, produzida por uma pequena variação Dxi na
estimativa de entrada xi , é dada por (Dy)i = (¶f / ¶x i ) (Dxi). Se
2
N é ¶f ù 2
u c2 ( y) = å ê ú u (x i ) (10)
esta alteração é gerada pela incerteza padrão da estimativa xi, a va-
i =1 ë ¶x i û riação correspondente em y é (¶f / ¶x i ) u(xi). A variância combi-
nada u c2 (y) pode, desse modo, ser vista como a soma de ter-
onde f é a função dada na equação(1). Cada u(xi) é uma in- mos, onde cada um deles representa a variância estimada asso-
certeza padrão avaliada como descrito em 4.2 (avaliação ciada com a estimativa de saída y gerada pela variância esti-
Tipo A) ou em 4.3 (avaliação Tipo B). A incerteza padrão mada, associada com cada estimativa de entrada xi. Isso sugere
combinada uc(y) é um desvio padrão estimado e caracteri- que se escreva a equação (10) como:
za a dispersão dos valores que poderiam, razoavelmente,
N N
ser atribuídos ao mensurando Y (ver 2.2.3). u c2 ( y) = å [c i u( x i ) ]2 º å u i2 ( y)
i =1 i =1 (11a)
A equação (10) e sua correspondente para grandezas de
entrada correlacionadas, equação (13), ambas baseadas onde:
numa aproximação de primeira ordem da série de Taylor
de Y = f(X1, X2, ..., XN), expressam o que é denominado, ci º ¶f / ¶x i , ui(y) º | c i | u(xi) (11b)

29
5 Determinando a incerteza padrão combinada Expressão da Incerteza de Medição

NOTAS conhecimento da função f (ou de uma parte desta função,


quando alguns coeficientes de sensibilidade são assim de-
1 Estritamente falando, as derivadas parciais são ¶f / ¶x i = ¶f / ¶X i
avaliadas para as esperanças de Xi. Contudo, na prática, as derivadas par- terminados) é, de forma correspondente, reduzido a uma
ciais são estimadas por: expansão empírica de primeira ordem da série de Taylor,
baseada nos coeficientes de sensibilidade medidos.
¶f ¶f ½½
=
¶x i ¶X i ½x 1 , x 2 , K, x N 5.1.5 Se a equação (1) para o mensurando Y é expandida,
em torno dos valores nominais Xi,0 das grandezas de entrada
2 A incerteza padrão combinada uc(y) pode ser calculada numeri-
camente, substituindo-se ciu(xi), na equação (11a), com:
Xi , então, até a primeira ordem (o que é, geralmente, uma
aproximação adequada),Y = Y0 + c1d1 + c2d2 +...+ cN dN, onde
Zi =
1
[f(x1,...,xi + u(xi),...,xN) Y0 = f(X1,0, X2,0,... XN,0), ci =(¶f / ¶X i ) avaliado em Xi = Xi,0 e
2 di = Xi = Xi,0 . Assim, para fins de uma análise de incerteza,
- f(x1,...,xi - u(xi),...,xN)] um mensurando é, usualmente, aproximado por uma função
linear de suas variáveis, transformando-se suas grandezas
Isto é, ui(y) é avaliada numericamente, calculando-se a variação em de entrada de Xi para d1 (ver E.3.1).
y devido a uma variação em xi de +u(xi) e de -u(xi). O valor de ui(y)
pode, então, ser tomado como | Z i |, e o valor do coeficiente de sensi-
EXEMPLO - No exemplo 2 de 4.3.7, a estimativa do valor do men-
bilidade correspondente ci, como Zi/u(xi).
surando V é V = V + DV , onde V = 0 ,928 571 V, u (V ) = 12 mV, a
Exemplo - Para o exemplo de 4.1.1, usando o mesmo símbolo tanto correção aditiva DV = 0, e u (DV ) = 8 ,7 mV. Uma vez que
para a grandeza como para sua estimativa, para maior simplicidade ¶V / ¶V = 1 e ¶V / ¶ (DV ) = 1, a variância combinada associada com
de notação: V é dada por:

c1 º ¶P / ¶V = 2V/R0 [1 + a (t - t0)] = 2P/V u c2 (V ) = u 2 (V ) + u 2 ( DV ) = (12mV) 2 + (8,7 mV) 2 =

c2 º ¶P/¶R0 = - V2/R02[1 + a (t - t0)] = -P/R0 = 219 ´ 10 -12 V 2

c3 º ¶P / ¶a = -V2(t - t0)/R0 [1 + a (t - t0)]2 e a incerteza padrão combinada é uc(V) = 15 mV, que corresponde a uma
incerteza padrão combinada relativa uc(V)/V de 16 x 10-6 (ver 5.1.6).
Este é um exemplo do caso em que o mensurando já é uma função linear
= -P(t - t0) / [1 + a (t - t0)] das grandezas das quais depende, com coeficientes ci = +1. Segue da
equação (10) que, se Y = c1X1 + c2X2 + ... + cNXN e se as constantes
c4 º ¶P / ¶t = -V2a/R0[1 + a (t - t0)]2 ci =+1 ou -1, então u c2 (y ) = S Ni = 1 u 2 (x i ).

= -Pa/[1 + a (t - t0)] p
5.1.6 Se Y é da forma Y = c X 1 1 X 2 2 K X N N e os expo-
p p

ente pi são números positivos ou negativos conhecidos,


e:
tendo incertezas desprezíveis, a variância combinada,
2 2 equação (10), pode ser expressa por:
é ¶P ù é ¶P ù 2
u2(P) = ê ú u2(V)+ ê ú u (R0)
ë ¶V û ë ¶R0 û N
(12)
[uc(y)/y]2 = å [piu(xi)/xi ] 2
i =1
2 2
é ¶P ù é ¶P ù
+ ê ú u2(a) + ê ú u2(t)
ë ¶a û ë ¶t û Esta equação é da mesma forma que (11a), mas com a vari-
ância combinada u c2 (y), expressa como uma variância com-
= [c1u(V)]2+[c2u(R0)]2+[c3u(a)]2+[c4u(t)]2
binada relativa [uc(y)/y]2, e a variância estimada u2(xi), asso-
ciada com cada estimativa de entrada expressa como uma
= u12 ( P) + u 22 ( P) + u 32 ( P) + u 24 ( P)
variância relativa estimada [u(xi)/xi]2 [A incerteza padrão
combinada relativa é uc(y)/|y|, e a incerteza padrão relativa
5.1.4 Em vez de serem calculados pela função f, os coefi-
de cada estimativa de entrada é u(xi)/|xi|, |y| ¹ 0 e |xi| ¹ 0].
cientes de sensibilidade ¶f / ¶x i são, por vezes, determina-
dos experimentalmente: mede-se a variação em Y causada NOTAS
por uma variação em um dado Xi, enquanto se mantêm
1 Quando Y tem esta forma, sua transformação em uma função
constantes as grandezas de entrada restantes. Neste caso, o
linear de variáveis (ver 5.1.5) é prontamente obtida, fazendo-se

30
Expressão da Incerteza de Medição 5 Determinando a incerteza padrão combinada

N -1
X i = X i,0 (1 + di ), pois resulta a seguinte relação aproximada: N
¶f ¶f (15)
(Y - Y0) / Y0 = S N
i=1 p i d i . Por outro lado, a transformação logarít-
2 å å ¶x i ¶x j
u( x i ) u( x j ) r( x i , x j )
i =1 j = i +1
mica Z = ln Y e Wi = ln Xi leva a uma linearização exata em termos
das novas variáveis: Z = ln c + S Ni = 1 p iWi .
Assim, a equação (13) torna-se, com o auxílio da equação
2 Se cada pi é igual a -1 ou +1, a equação (12) torna-se (11b):
[u c(y)/y]2 = S Ni = 1 [u (x i ) / x i ] 2, o que mostra que, para este caso es-
N N -1 N
å å å
pecial, a variância combinada relativa, associada à estimativa y, é
simplesmente igual à soma das variâncias relativas estimadas,
u c2 ( y) = c i2 u 2 ( x i ) + 2 c i c j u( x i ) u( x j ) r( x i , x j )
i =1 i =1 j = i +1
associadas com as estimativas de entrada x i.

5.2 Grandezas de entrada correlacionadas (16)

NOTAS
5.2.1 A equação (10) e as equações dela decorrentes, tais
como as equações (11) e (12), são válidas somente se as 1 Para o caso muito especial em que todas as estimativas de entrada
grandezas de entrada Xi são independentes ou não-correla- são correlacionadas, com coeficientes de correlação r(xi,xj) = +1, a
equação (16) se reduz a:
cionadas (as variáveis aleatórias, não as grandezas físicas
que são supostas como sendo invariantes - ver 4.1.1, nota 2 2
é N ù é N ¶f ù
1). Se algum dos Xi são significativamente correlaciona- u c2 ( y) = ê å c i u( x i ) ú = ê å u( x i ) ú
ë i =1 û ë i =1 ¶x i û
dos, as correlações devem ser levadas em consideração.
A incerteza padrão combinada uc(y) é, então, simplesmente uma
5.2.2 Quando as grandezas de entrada são correlaciona- soma linear dos termos, representando a variação da estimativa de
das, a expressão apropriada para a variância combinada saída y, gerada pela incerteza padrão de cada estimativa de entrada
u c2 (y), associada com o resultado de uma medição é: xi (ver 5.1.3). [Esta soma linear não deve ser confundida com a lei
geral de propagação de erros, embora tenha uma forma similar; as
incertezas padrão não são erros (ver E.3.2)].
N N
¶f ¶f
u c2 ( y) = å å ¶x i ¶x j
u( x i , x j )
EXEMPLO - Dez resistores, cada um com uma resistência nomi-
i =1 j =1
nal de Ri= 1000 W , são calibrados com uma incerteza de com-
2 paração desprezível, em termos de um mesmo resistor padrão RS
N é ¶f ù 2
= å ê ú u (x i ) (13) de 1000 W, caracterizado por uma incerteza padrão u(RS) = 100 mW,
i =1 ë ¶x i û tal como apresentado em seu certificado de calibração. Os re-
sistores são conectados em série com fios de resistência
N -1 N
¶f ¶f
+2 å å ¶x i ¶x j
u( x i , x j ) desprezível, de forma a se obter uma resistência de referência
Rref de valor nominal de 10 kW . Assim, Rref = f(Ri) =S i10= 1 Ri . Já
i =1 j = i +1
que r(xi,xj) = r(Ri, Rj) = +1 para cada par de resistores (veja
F.1.2.3, exemplo 2), a equação desta nota se aplica. Como para
onde xi e xj são as estimativas de Xi e Xj e u(xi , xj ) = u (xj , xi )
cada resistor ¶f / ¶x i = ¶Rref / ¶Ri = 1 e u(xi) = u(Ri) = u(RS) (ver
é a covariância estimada, associada com xi e xj . O grau de F.1.2.3, exemplo 2), esta equação produz a incerteza padrão com-
correlação entre xi e xj é caracterizado pelo coeficiente de cor- binada de Rref, uc(Rref) = S i10= 1 u (RS ) = 10 x (100 mW ) = 1 W . O
relação estimado (C.3.6): resultado uc(Rref) = [S i10= 1 u 2 (R S ) ]1/2 = 0,32 W obtido da equação
(10) é incorreto, pois não leva em conta que todos os valores cali-
u( x i , x j ) (14) brados dos dez resistores são correlacionados.
r(xi , xj) =
u( x i ) u ( x j ) 2 As variâncias estimadas u2(xi) e as covariâncias estimadas
u(xi,xj) podem ser consideradas como os elementos de uma matriz
onde r(xi , xj ) = r(xj , xi ) e -1 £ r(xi , xj ) £ +1. Se as esti- de covariância com elementos uij. Os elementos da diagonal uii da
matriz são as variâncias u2(xi), enquanto que os elementos fora da
mativas xi , xj são independentes, r(xi , xj ) = 0 e a variação diagonal uij (i¹j) são as covariâncias u(xi,xj) = u(xj,xi). Se duas esti-
numa delas não implica em uma variação esperada na ou- mativas de entrada não são correlacionadas, a sua covariância asso-
tra (ver C.2.8, C.3.6 e C.3.7 para discussão adicional). ciada e os elementos correspondentes uij e uji da matriz de covariân-
cia são 0 (zero). Se as estimativas de entrada são todas não correla-
cionadas, todos os elementos fora da diagonal são zero e a matriz de
Em termos de coeficientes de correlação, que são mais
covariância é diagonal (ver também C.3.5).
prontamente interpretados do que covariâncias, o termo de
covariância da equação (13) pode ser escrito como: 3 Para fins de avaliação numérica, a equação (16) pode ser escrita
como:

31
5 Determinando a incerteza padrão combinada Expressão da Incerteza de Medição

N N
similar de temperatura requerida na estimativa da grande-
u c2 ( y) = å å Z i Z j r( x i , x j )
za de entrada Xj , as duas grandezas de entrada poderiam
i =1 j =1
estar significativamente correlacionadas. Contudo, se Xi e
onde Zi é dado em 5.1.3, nota 2. Xj , neste exemplo, são redefinidos para serem grandezas
não-corrigidas, e as grandezas que definem a curva de ca-
4 Se os Xi da forma especial considerada em 5.1.6 são correlacio-
nados, então os termos: libração para o termômetro estão incluídas como grande-
zas de entrada adicionais, com incertezas padrão indepen-
N -1 N
2 å å [ p i u( x i ) / x i ][ p j u( x j ) / x j ]r( x i , x j ) dentes, a correlação entre Xi e Xj é eliminada (veja F.1.2.3
i =1 j = i +1 e F.1.2.4 para discussão adicional).

devem ser adicionados ao membro da direita da equação (12). 5.2.5 Correlações entre grandezas de entrada não podem
ser ignoradas, se estão presentes e são significativas. As
5.2.3 Considere duas médias aritméticas q e r que esti-
covariâncias associadas devem ser avaliadas experimental-
mam as esperanças m q e m r de duas grandezas q e r, va-
mente, se possível, variando-se as grandezas de entrada
riando aleatoriamente, e calcule q e r a partir de n pares
correlacionadas (ver C.3.6, nota 3) ou usando-se o conjun-
independentes de observações simultâneas de q e r, feitas
to de informações disponíveis sobre a variabilidade corre-
sob as mesmas condições de medição (ver B.2.15). Então
lacionada das grandezas em questão (avaliação do Tipo B da
a covariância de q e r é estimada por (ver C.3.4):
covariância). A intuição, baseada em experiência anterior e
n no conhecimento geral (ver 4.3.1 e 4.3.2), é especialmente
1 (17)
s(q , r) =
n(n -1)
å (qk - q)(rk - r) requerida quando se estima o grau de correlação entre
k =1
grandezas de entrada decorrentes do efeito de influências
comuns, tais como temperatura ambiente, pressão baromé-
onde qk e rk são as observações individuais das grandezas
trica e umidade. Felizmente, em muitos casos, os efeitos
q e r, e q e r são calculados a partir das observações, de
de tais influências têm interdependência desprezível, e as
acordo com a equação (3). Se, de fato, as observações não
grandezas de entrada afetadas podem ser supostas como
são correlacionadas, espera-se que a covariância calculada
não-correlacionadas. Entretanto, se elas não podem ser su-
fique próxima de 0.
postas como não-correlacionadas, suas próprias correla-
ções podem ser evitadas, se influências comuns são intro-
Assim, a covariância estimada de duas grandezas de entrada
duzidas como grandezas de entrada independentes adicio-
correlacionadas Xi e Xj, que são estimadas pelas médias X i
nais, como indicado em 5.2.4.
e X j , determinadas por pares independentes de observações
simultâneas repetidas, é dada por u(xi, xj) = s(X i , X j ), com
s(X i , X j ) calculado de acordo com a equação (17). Esta
aplicação da equação (17) é uma avaliação do Tipo A da
covariância. O coeficiente de correlação estimado de X i
e X j é obtido da equação (14): r(x i , x j ) = r(X i , X j ) =
s(X i , X j )/s(X i )s(X j ).

NOTA - Exemplos de situações em que é necessário usar covariân-


cias, tais como calculadas pela equação (17), são dados em H.2 e
H.4.

5.2.4 Pode existir correlação significativa entre duas


grandezas de entrada, se os mesmos instrumentos de medi-
ção, padrão de medição físico, ou dados de referência, ten-
do uma incerteza padrão significativa, são usados na sua
determinação. Por exemplo, se um certo termômetro é usa-
do para determinar uma correção de temperatura requerida
na estimativa do valor de uma grandeza de entrada Xi , e o
mesmo termômetro é usado para determinar uma correção

32
Expressão da Incerteza de Medição 6 Determinando a incerteza expandida

6 Determinando a incerteza expandida

6.1 Introdução certeza padrão combinada uc(y) por um fator de abrangên-


cia k:
6.1.1 A Recomendação INC-1 (1980) do Grupo de Tra-
balho sobre a Declaração de Incertezas, na qual este Guia U = kuc(y) (18)
está baseado (veja a Introdução), e as Recomendações 1
O resultado de uma medição é, então, convenientemente
(CI-1981) e 1 (CI-1986) do CIPM, aprovando e ratifican-
expresso como Y = y ± U, que é interpretado de forma a si-
do a INC-1 (1980) (ver A.2 e A.3), advogam o uso da in-
gnificar que a melhor estimativa do valor atribuível ao men-
certeza padrão combinada uc(y) como o parâmetro para
surando Y é y, e que y - U a y + U é um intervalo com o
expressar quantitativamente a incerteza do resultado de
qual se espera abranger uma extensa fração da distribuição
uma medição. De fato, na segunda de suas recomenda-
de valores que podem ser razoavelmente atribuídos a Y. Tal
ções, o CIPM solicitou que o que agora é designado de in-
certeza padrão combinada uc(y) fosse usado “por todos os intervalo é também expresso como y - U £ Y £ y + U.
participantes no fornecimento de resultados de todas as
6.2.2 Os termos intervalo de confiança (C.2.27, C.2.28)
comparações internacionais ou outros trabalhos feitos sob
e nível de confiança (C.2.29) têm definições específicas
os auspícios do CIPM e dos seus Comitês Consultivos”.
em estatística e são somente aplicáveis a intervalos defini-
6.1.2 Embora uc(y) possa ser universalmente usada para dos por U, quando certas condições são atendidas, incluin-
expressar a incerteza de um resultado de medição, em al- do a de que todos os componentes de incerteza que contri-
gumas aplicações comerciais, industriais e regulamentado- buem para uc(y) sejam obtidos de avaliações do Tipo A.
ras, e quando a saúde e a segurança estão em questão, é Portanto, neste Guia, o termo “confiança” não é utilizado
muitas vezes necessário dar uma medida de incerteza, que para modificar o termo “intervalo” quando se refere ao in-
defina um intervalo em torno do resultado da medição tervalo definido por U. Pela mesma razão o termo “nível
com o qual se espera abranger uma extensa fração da dis- de confiança” (confidence level) não é usado em conexão
tribuição de valores que poderiam ser razoavelmente atri- com aquele intervalo, mas sim o termo “nível da confian-
buídos ao mensurando. A existência desse requisito foi re- ça” (level of confidence). Mais especificamente, U é inter-
conhecida pelo Grupo de Trabalho e levou ao parágrafo 5 pretado como definindo um intervalo em torno do resulta-
da Recomendação INC-1 (1980). Ela está também refleti- do de medição que abrange uma extensa fração p da distri-
da na Recomendação 1 (CI-1986) do CIPM. buição de probabilidade, caracterizada por aquele resulta-
do e sua incerteza padrão combinada, e p é a probabilida-
de de abrangência ou nível da confiança do intervalo.
6.2 Incerteza expandida
6.2.3 Sempre que praticável, o nível da confiança p, as-
6.2.1 A medida adicional de incerteza que satisfaz o re- sociado com o intervalo definido por U, deve ser estimado
quisito de fornecer um intervalo do tipo indicado em 6.1.2 e declarado. Deve ser reconhecido que, multiplicando-se
é denominada incerteza expandida e é representada por U. uc(y) por uma constante, não há acréscimo de informação
A incerteza expandida U é obtida, multiplicando-se a in- nova, mas a informação, previamente disponível, é apre-
sentada de forma diferente. Entretanto, também deve ser

33
6 Determinando a incerteza expandida Expressão da Incerteza de Medição

reconhecido que, na maioria dos casos, o nível da confian- mido em G.6.4. Entretanto, uma aproximação mais sim-
ça p (especialmente para valores de p próximos de 1) é um ples, discutida em G.6.6, é freqüentemente adequada para
tanto incerto, não somente por causa do conhecimento li- situações de medição onde a distribuição de probabilidade,
mitado da distribuição de probabilidade caracterizada, por caracterizada por y e uc(y), é aproximadamente normal e
y e uc(y) (especialmente nas extremidades), mas também os graus de liberdade efetivos de uc(y) são de tamanho si-
por causa da incerteza da própria uc(y) (veja nota 2 de gnificativo. Quando este for o caso, o que ocorre freqüen-
2.3.5, 6.3.2 e o anexo G, especialmente G.6.6). temente na prática, pode-se supor que, tomando k=2, é
produzido um intervalo tendo um nível da confiança de
NOTA - Ver 7.2.2 e 7.2.4, respectivamente, para o modo preferível aproximadamente 95 por cento, e que, tomando k=3, é
de se declarar o resultado de uma medição, quando a medida da in-
certeza é uc(y) ou U.
produzido um intervalo tendo um nível da confiança de
aproximadamente 99 por cento.

6.3 Escolhendo um fator de abrangência NOTA - Um método para estimar os graus de liberdade efetivos de
uc(y) é dado em G.4. A tabela G.2 do anexo G pode, então, ser usa-
6.3.1 O valor do fator de abrangência k é escolhido com da para auxiliar a decidir se esta solução é apropriada para uma me-
dição em particular (ver G.6.6).
base no nível da confiança requerido para o intervalo y-U
a y+U. Em geral, k estará entre 2 e 3. Entretanto, para aplica-
ções especiais, k pode estar fora desta faixa. Uma extensa
experiência e o conhecimento pleno da utilização que se
fará de um resultado de medição poderão facilitar a esco-
lha de um valor apropriado de k.

NOTA - Ocasionalmente, pode-se achar que uma correção conhecida


b, para um efeito sistemático, não tenha sido aplicada ao resultado rela-
tado de uma medição, mas, em vez disso, foi realizada uma tentativa
de se levar em conta o efeito, aumentando a “incerteza” associada ao
resultado. Isto deve ser evitado; somente em circunstâncias muito espe-
ciais, correções para efeitos sistemáticos significativos conhecidos não
devem ser aplicadas ao resultado de uma medição (ver F.2.4.5 para um
caso específico e o modo de tratá-lo). A avaliação da incerteza de um
resultado de medição não deve ser confundida com o estabelecimento
de um limite de segurança associado a uma determinada grandeza.

6.3.2 Em tese, pode-se querer estar apto a escolher um


valor específico do fator de abrangência k que proporcio-
naria um intervalo Y = y± U = y ± kuc(y) correspondente a
um dado nível da confiança p, tal como 95 ou 99 por cen-
to; da mesma forma, para um dado valor de k, seria inte-
ressante estabelecer, inequivocamente, um nível da confi-
ança associado com aquele intervalo. Entretanto, isso não
é fácil de se fazer na prática, porque requer um extenso co-
nhecimento da distribuição de probabilidade caracterizada
pelos resultados de medição y e sua incerteza padrão com-
binada uc(y). Embora esses parâmetros sejam de importân-
cia crítica, eles são, por si próprios, insuficientes para o
propósito de estabelecer intervalos tendo níveis da confi-
ança exatamente conhecidos.

6.3.3 A Recomendação INC-1 (1980) não especifica


como a relação entre k e p deve ser estabelecida. Esse pro-
blema é discutido no Anexo G, e um método preferível
para sua solução aproximada é apresentado em G.4 e resu-

34
Expressão da Incerteza de Medição 7 Relatando a incerteza

7 Relatando a incerteza

7.1 Orientação Geral indicações podem ser inferidas, a partir destas especifica-
ções ou daqueles documentos normativos.
7.1.1 Em geral, quando se sobe na hierarquia da medi-
ção, mais detalhes são requeridos sobre como um resulta- 7.1.4 Embora na prática o montante de informações ne-
do de medição e sua incerteza foram obtidos. Entretanto, cessárias para documentar um resultado de medição de-
em qualquer nível desta hierarquia, incluindo atividades penda da sua utilização pretendida, o princípio básico so-
comerciais e reguladoras no mercado, trabalhos de enge- bre o que é requerido permanece inalterado: quando se re-
nharia na indústria, instalações de calibração de escalão gistra o resultado de uma medição e a sua incerteza, é pre-
inferior, pesquisa e desenvolvimento industrial, pesquisa ferível errar, por excesso, no fornecimento de informações
acadêmica, laboratórios de calibração e de padrões primá- a fornecê-las com escassez. Por exemplo, deve-se:
rios industriais, laboratórios nacionais de metrologia e o
a) descrever claramente os métodos utilizados para
BIPM, todas as informações necessárias para a reavaliação
calcular o resultado da medição e sua incerteza, a
da medição devem estar disponíveis para terceiros, que
partir de observações experimentais e dados de en-
possam delas precisar. A diferença primária é que nos ní-
trada;
veis inferiores da cadeia hierárquica, mais informações ne-
cessárias podem estar disponíveis sob a forma de relatóri- b) listar todos os componentes da incerteza e docu-
os publicados de sistemas de ensaio e de calibração, espe- mentar amplamente como foram avaliados;
cificações de ensaios, certificados de ensaios e de calibra-
c) apresentar a análise dos dados, de tal forma que
ção, manuais de instruções, normas internacionais, normas
cada um dos passos importantes possa ser pronta-
nacionais e regulamentações locais.
mente seguido e que os cálculos do resultado rela-
tado possam ser independemente repetidos, se ne-
7.1.2 Quando os detalhes de uma medição, incluindo o
cessário;
modo como a incerteza do resultado foi avaliada, são for-
necidos por meio de referências a documentos publicados, d) fornecer todas as correções e constantes utilizadas
como é freqüentemente o caso quando os resultados de ca- na análise e suas fontes.
libração são relatados em um certificado, é imperativo que
essas publicações sejam mantidas atualizadas, de forma Um modo de se verificar a lista acima é perguntar-se a si
que sejam consistentes com o procedimento de medição próprio: “Terei eu fornecido suficiente informação de ma-
realmente em uso. neira suficientemente clara, de modo tal que meu resultado
possa ser atualizado no futuro, se novas informações ou
7.1.3 Numerosas medições são feitas a cada dia na indús- dados se tornarem disponíveis?”
tria e no comércio sem nenhum registro explícito da incer-
teza. Entretanto, muitas são executadas com instrumentos 7.2 Orientação específica
sujeitos a calibrações periódicas ou a inspeção legal. Se é
de conhecimento que os instrumentos estão em conformi- 7.2.1 Quando se relata o resultado de uma medição e a
dade com as suas especificações ou com os documentos medida da incerteza é a incerteza padrão combinada uc(y),
normativos existentes e aplicáveis, as incertezas de suas deve-se:

35
7 Relatando a incerteza Expressão da Incerteza de Medição

a) fornecer uma descrição completa de como o men- pondente a um alto nível da confiança e, assim, poderá ser confundi-
do com a incerteza expandida (ver 7.2.4). Além disso, embora o ob-
surando Y é definido;
jetivo do alerta dado em 4) seja impedir tal confusão, escrevendo-se
b) fornecer a estimativa y do mensurando Y e sua in- Y = y ± uc(y) pode ainda ser mal interpretado, inferindo-se que isso
representa, especialmente quando o alerta é omitido acidentalmente,
certeza padrão combinada uc(y); as unidades de y
que uma incerteza expandida com k=1 é pretendida, e que o interva-
e de uc(y) devem ser sempre fornecidas; lo y-uc(y) £ Y £ y + uc(y) tem um nível da confiança p especificado,
especialmente aquele associado com a distribuição normal (ver
c) incluir a incerteza padrão combinada relativa
G.1.3). Como indicado em 6.3.2 e no anexo G, a interpretação de
uc(y) / | y |, | y | ¹ 0, quando apropriado; uc(y), dessa maneira, é, geralmente, difícil de justificar.

d) fornecer a informação descrita em 7.2.7 ou fazer


referência a documentos publicados que a conte- 7.2.3 Quando se relata o resultado de uma medição, e
nha. quando a medida da incerteza é a incerteza expandida
U = k uc(y), deve-se:
Se for julgado útil aos pretensos usuários do resultado da
medição, por exemplo, para ajudá-los em futuros cálculos a) fornecer uma descrição completa de como o men-
de fatores de abrangência, ou para auxiliá-los a compreen- surando Y é definido;
der a medição, pode-se indicar: b) expressar o resultado de medição como Y = y ± U
e fornecer as unidades de y e U;
- os graus de liberdade efetivos estimados
c) incluir a incerteza expandida relativa U / | y |, | y | ¹ 0,
v eff (ver G.4) ;
quando apropriado;
- as incertezas padrão combinadas Tipo A e Tipo B,
ucA(y) e ucB(y), e os seus graus de liberdade efetivos d) fornecer o valor de k usado para obter U [ou, para
estimados veffA e veffB (ver G.4.1, nota 3). conveniência do usuário do resultado, fornecer
ambos, k e uc(y)];
7.2.2 Quando a medida da incerteza é uc(y), é preferível
e) fornecer o nível da confiança aproximado associa-
declarar o resultado numérico da medição de uma dentre
do com o intervalo y ± U e explicar como foi de-
as quatro maneiras seguintes, de modo a evitar uma má
terminado;
compreensão (a grandeza cujo valor está sendo relatado é
suposta como uma massa ms de um padrão de massa nomi- f) fornecer a informação descrita em 7.2.7 ou refe-
nal de 100 g; as palavras entre parênteses podem ser omiti- rir-se a um documento publicado que a contenha.
das para simplicidade, se uc está definida em alguma outra
parte do documento, relatando o resultado). 7.2.4 Quando a medida da incerteza é U, é preferível,
para máxima clareza, declarar o resultado numérico da
1) “ms = 100,021 47 g com uc = 0,35 mg (uma incer- medição, como no exemplo seguinte. (As palavras entre
teza padrão combinada)”. parênteses podem ser omitidas para maior simplicidade, se
U, uc e k estão definidos em alguma outra parte do docu-
2) “ms = 100,021 47(35) g, onde o número entre pa-
mento relatando o resultado).
rênteses é o valor numérico de uc (incerteza pa-
drão combinada) referido aos últimos dígitos cor-
“ms = (100,021 47 ± 0,000 79)g, onde o número após o
respondentes do resultado mencionado”.
símbolo ± é o valor numérico de U = kuc (uma incer-
3) “ms = 100,021 47 (0,00035) g, onde o número en- teza expandida) com U determinado por uc = 0,35 mg
tre parênteses é o valor numérico de uc (incerteza (uma incerteza padrão combinada) e k = 2,26 (um fator
padrão combinada) expresso na unidade do resul- de abrangência) baseado na distribuição-t, para v = 9
tado mencionado”. graus de liberdade. U define um intervalo estimado
para ter um nível da confiança de 95 por cento”.
4) “ms = (100,021 47 ± 0,000 35) g, onde o número
após o simbolo ± é o valor numérico de uc (incer-
7.2.5 Se uma medição determina, simultaneamente, mais
teza padrão combinada) e não um intervalo de
de um mensurando, isto é, se ela fornece duas ou mais es-
confiança”.
timativas de saída yi (ver H.2, H.3 e H.4), então, além de
NOTA - O formato ± deve ser evitado sempre que for possível, pois fornecer yi e uc(yi), forneça os elementos da matriz de co-
tem sido tradicionalmente usado para indicar um intervalo corres- variância u(yi , yj) ou os elementos r(yi , yj) da matriz de

36
Expressão da Incerteza de Medição 7 Relatando a incerteza

coeficientes de correlação (C3.6, nota 2) (preferivelmen- 7.2.7 No relatório detalhado que descreve como o resul-
te, forneça ambas as matrizes). tado da medição e sua incerteza foram obtidos, devem-se
seguir as recomendações de 7.1.4 e, assim:
7.2.6 Os valores numéricos da estimativa y e sua incerte-
za padrão uc(y) ou incerteza expandida U não devem ser a) fornecer o valor de cada estimativa de entrada xi e
fornecidos com um número excessivo de algarismos. É ge- de sua incerteza padrão u(xi) juntamente com uma
ralmente suficiente fornecer uc(y) e U [assim como as in- descrição sobre como eles foram obtidos;
certezas padrão u(xi) das estimativas de entrada xi] com até
b) fornecer as covariâncias estimadas ou os coefi-
no máximo dois algarismos significativos, embora, em al-
cientes de correlação estimados (preferencial-
guns casos, seja necessário reter algarismos adicionais
mente ambos), associados com todas as estimati-
para evitar erros de arredondamento nos cálculos subse-
vas de entrada que são correlacionadas, e os
qüentes.
métodos utilizados para obtê-los;

Ao relatar resultados finais, pode, às vezes, ser apropriado c) fornecer os graus de liberdade da incerteza padrão
arredondar incertezas para cima, em vez de arredondar até para cada estimativa de entrada e como eles foram
o algarismo mais próximo. Por exemplo, uc(y) = 10,47 mW obtidos;
pode ser arredondada para 11 mW . Entretanto deve preva-
d) fornecer a relação funcional Y = f(X1,X2,...,XN) e,
lecer o bom senso, e um valor como u(xi) = 28,05 kHz
quando consideradas úteis, as derivadas parciais
deve ser arredondado para baixo, para 28 kHz. As estima-
ou coeficientes de sensibilidade ¶f / ¶x i . Entre-
tivas de entrada e de saída devem ser arredondadas para fi-
tanto, quaisquer desses coeficientes determinados
carem consistentes com suas incertezas; por exemplo, se
experimentalmente devem ser fornecidos.
y = 10,057 62 W com uc(y) = 27 mW , y deve ser arredondado
para 10,058 W. Os coeficientes de correlação devem ser da- NOTA - Como a relação funcional f pode ser extremamente comple-
dos com exatidão de três algarismos, se seus valores abso- xa ou não existir explicitamente, a não ser como um programa de
computador, pode ser impossível fornecer f e suas derivadas. A fun-
lutos estão próximos da unidade.
ção f pode, então, ser descrita em termos gerais, ou o programa usa-
do pode ser citado por meio de uma referência apropriada. Nestes
casos, é importante que esteja claro como a estimativa y do mensu-
rando Y e sua incerteza padrão combinada uc(y) foram obtidas.

37
8 Resumo do procedimento
para avaliação e expressão da incerteza Expressão da Incerteza de Medição

8 Resumo do procedimento
para avaliação e expressão da incerteza
Os passos a serem seguidos na avaliação e expressão da incerteza do
resultado de uma medição, tais como apresentados neste Guia, po-
dem ser resumidos como se segue:

1. Expresse, matematicamente, a relação entre o mensu- amente, mais de uma grandeza de saída, calcule suas cova-
rando Y e as grandezas de entrada Xi das quais Y depende: riâncias (ver 7.2.5, H.2, H.3 e H.4).
Y = f(X1 , X2 , ... , XN) . A função f deverá conter todas as
7. Se for necessário fornecer uma incerteza expandida U,
grandezas, incluindo todas as correções e fatores de corre-
cujo propósito é fornecer um intervalo y - U a y + U com
ção, que possam contribuir com uma componente signifi-
o qual se espera abranger uma extensa fração da distribui-
cativa de incerteza para o resultado da medição (ver 4.1.1
ção dos valores que possam razoavelmente ser atribuídos
e 4.1.2).
ao mensurando Y, multiplique a incerteza padrão combina-
2. Determine xi, o valor estimado da grandeza de entrada Xi, da uc(y) por um fator de abrangência k, tipicamente na
seja com base em análise estatística de uma série de obser- faixa de 2 a 3, para obter U = kuc(y). Selecione k com base
vações ou por outros meios (ver 4.1.3). no nível da confiança requerido do intervalo (ver 6.2, 6.3
e, especialmente, o anexo G, que trata da seleção de um
3. Avalie a incerteza padrão u(xi) de cada estimativa de en-
valor de k que produz um intervalo tendo um nível da con-
trada xi. Para uma estimativa de entrada obtida através de
fiança próximo de um valor especificado).
análise estatística de uma série de observações, a incerteza
padrão é avaliada como descrito em 4.2 (avaliação Tipo A 8 Relate o resultado da medição y juntamente com sua
da incerteza padrão). Para uma estimativa de entrada obtida incerteza padrão uc(y) ou incerteza expandida U, como tra-
por outros meios, a incerteza padrão u(xi) é avaliada como tado em 7.2.1 e 7.2.3; use um dos formatos recomendados
descrito em 4.3 (avaliação Tipo B da incerteza padrão). em 7.2.2 e 7.2.4. Descreva, como delineado também no
capítulo 7, como y e uc(y) ou U foram obtidos.
4. Avalie as covariâncias associadas com quaisquer esti-
mativas de entrada que sejam correlacionadas (ver 5.2).

5. Calcule o resultado da medição, isto é, a estimativa y


do mensurando Y, a partir da relação funcional f, utilizan-
do como grandezas de entrada Xi as estimativas xi, obtidas
no passo 2 (ver 4.1.4).

6. Determine a incerteza padrão combinada uc(y) do re-


sultado da medição y, a partir das incertezas padrão e co-
variâncias associadas com as estimativas de entrada, como
descrito no capítulo 5. Se a medição determina, simultane-

38
Expressão da Incerteza de Medição Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM

Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM

A.1 Recomendações INC-1 (1980)


O Grupo de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas (ver o Pre-
fácio) foi convocado, em Outubro de 1980, pelo Bureau Internaci-
onal de Pesos e Medidas (BIPM), em resposta à solicitação do Co-
mitê Internacional de Pesos e Medidas (CIPM). Este Grupo prepa-
rou um relatório detalhado para ser submetido ao CIPM, que con-
cluiu com a Recomendação INC-1 (1980) [2]. A tradução para o
português desta Recomendação é fornecida no item 0.7 deste Guia,
e o texto em francês, que é oficial, é o seguinte [2]:

Expression des incertitudes expérimentales 2. Les composantes de la catégorie A sont caractérisées


par les variances estimées si2 (ou les << écarts-types >>
Recommandation INC-1 (1980) estimés si ) et les nombres n i de degrés de liberté. Le cas
1. L'incertitude d´un résultat de mesure comprend géné- échéant, les covariances estimées doivent être données.
ralement plusieurs composantes qui peuvent être groupées
3. Les composantes de la catégorie B devraient être ca-
en deux catégories d'après la méthode utilisée pour esti-
ractérisées par des termes u 2j qui puissent être considérés
mer leur valeur numérique:
comme des approximations des variances correspondantes
A. celles qui sont évaluées à l'aide de méthodes sta- dont on admet l'existence. Les termes u 2j peuvent être trai-
tistiques.
tés comme des variances et les termes u j comme des
B. celles qui sont évaluées par d'autres moyens. écarts-types. Le cas échéant, les covariances doivent être
traitées de façon analogue.
Il n'y a pas toujours une correspondance simple entre le
classement dans les catégories A ou B et le caractère 4. L'incertitude composée devrait être caractérisée par la
<<aléatoire>> ou <<systématique>> utilisé antérieure- valeur obtenue en appliquant la méthode usuelle de
ment pour classer les incertitudes. L'expression <<incerti- combinaison des variances. L'incertitude composée ain-
tude systématique>> est susceptible de conduire à des er- si que ses composantes devraient être exprimées sous la
reurs d'interprétation: elle doit être évitée. forme d'<<écart-types>>.

5. Si pour des utilisations particulières on est amené à


Toute description détaillée de l'incertitude devrait com- multiplier par un facteur l'incertitude composée afin d'ob-
prendre une liste complète de ses composantes et indiquer tenir une incertitude globale, la valeur numérique de ce
pour chacune la méthode utilisée pour lui attribuer une va- facteur doit toujours être donnée.
leur numérique.

39
Anexo A
Recomendações do Grupo de Trabalho e da CIPM Expressão da Incerteza de Medição

A.2 Recomendação 1 (CI-1981) A.3 Recomendação 1 (CI-1986)

O CIPM reviu o relatório que lhe foi submetido pelo Gru- O CIPM considerou, ainda, o assunto da expressão de in-
po de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas e adotou certezas na sua 75ª reunião, ocorrida em outubro de 1986,
as seguintes recomendações na sua 70ª reunião, ocorrida e adotou a seguinte recomendação [4]:
em outubro de 1981 [3]:
Recomendação 1 (CI-1986)
Recomendação 1 (CI-1981)
Expressão de incertezas no trabalho
Expressão de incertezas experimentais executado sob os auspícios do CIPM

O Comitê Internacional de Pesos e Medidas,

O Comitê Internacional de Pesos e Medidas considerando a adoção da Declaração de Incertezas da


Recomendação INC-1 (1980) pelo Grupo de Trabalho e a
considerando adoção pelo CIPM da Recomendação 1 (CI-1981),

- a necessidade de encontrar um consenso na expres- considerando que certos membros dos Comitês Consultivos
são da incerteza de medição na metrologia, possam querer esclarecimentos sobre esta Recomendação
- o esforço que tem sido dedicado a isso por muitas para fins de trabalho que se situe dentro de seu escopo, espe-
organizações ao longo de muitos anos, cialmente no que diz respeito a comparações internacionais,
- o encorajador progresso feito na procura de uma
solução aceitável, que resultou das discussões do reconhece que o parágrafo 5 da Recomendação INC-1
Grupo de Trabalho sobre Expressão das Incertezas, (1980) relativo a algumas aplicações, especialmente àque-
que se reuniu no BIPM em 1980, las com significado comercial, estão sendo agora conside-
radas por um grupo de trabalho da International Organiza-
reconhece tion for Standardization (ISO), comum à ISO, OIML e
IEC, com a concordância e cooperação do CIPM,
- que as propostas do Grupo de Trabalho podem for-
mar a base de um eventual acordo sobre a expres- solicita que o parágrafo 4 da Recomendação INC-1 (1980)
são das incertezas, deva ser aplicado por todos os participantes, ao fornecerem
os resultados de todas as comparações internacionais ou ou-
recomenda tro trabalho realizado sob os auspícios do CIPM e de seus
Comitês Consultivos, e que seja fornecida a incerteza combi-
- que as propostas do Grupo de Trabalho tenham am- nada das incertezas do Tipo A e do Tipo B, em termos de
pla divulgação; um desvio padrão.
- que o BIPM tente aplicar os princípios nelas conti-
dos para as comparações internacionais a serem re-
alizadas, sob os seus auspícios, nos anos vindouros;
- que outras organizações interessadas sejam encora-
jadas a examinar e testar essas propostas e dar ciên-
cia ao BIPM de seus comentários;
- que, após dois ou três anos, o BIPM faça um novo
relatório sobre a aplicação dessas propostas.

40
Expressão da Incerteza de Medição Anexo B
Termos metrológicos gerais

Anexo B
Termos metrológicos gerais

B.1 Fonte das definições B.2.1 grandeza (mensurável) [VIM 1.1]


atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode
As definições dos termos metrológicos gerais relevantes ser qualitativamente distinguido e quatitativamente deter-
para este Guia, que são aqui fornecidas, foram extraídas minado
do “Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais
NOTAS
e Gerais de Metrologia” (abreviado para VIM), segunda
edição [6], publicado pela “Organização Internacional de 1 O termo “grandeza” pode referir-se a uma grandeza em sentido
Normalização” (ISO), em nome das sete organizações que geral [veja os exemplos em a] ou a uma grandeza específica [veja os
exemplos em b].
apoiaram seu desenvolvimento e designaram os especialis-
tas que o prepararam: Bureau Internacional de Poids e Me- Exemplos

sures (BIPM), International Electrotechnical Commission a) grandezas em um sentido geral: comprimento, tempo, mas-
(IEC), International Federation of Clinical Chemistry sa, temperatura, resistência elétrica, concentração de quan-
(IFCC), ISO, International Union of Pure and Applied tidade de matéria;

Chemistry (IUPAC), International Union of Pure and b) grandezas específicas:


Applied Physics (IUPAP) e a International Organization
of Legal Metrology (OIML). O VIM deve ser a primeira - comprimento de uma barra
fonte a ser consultada sobre as definições dos termos não - resistência elétrica de um fio
- concentração de etanol em uma amostra de vinho
incluídos neste anexo ou no texto.
2 Grandezas que podem ser classificadas, uma em relação à outra,
em ordem crescente ou decrescente, são denominadas grandezas de
NOTA - Alguns termos e conceitos estatísticos básicos são forneci-
mesma natureza.
dos no anexo C, enquanto que os termos “valor verdadeiro”, “erro”
e “incerteza” são discutidos, mais detalhadamente, no anexo D. 3 Grandezas de mesma natureza podem ser agrupadas em conjun-
tos de categorias de grandezas, por exemplo:

B.2 Definições - trabalho, calor, energia


- espessura, circunferência, comprimento de onda

Como no capítulo 2, nas definições que se seguem, o uso 4 Os símbolos das grandezas são dados na ISO 31.

de parênteses em torno de certas palavras de algumas ex-


pressões significa que as mesmas podem ser omitidas, se B.2.2 valor (de uma grandeza) [VIM 1.18]
não for passível de causar confusão. expressão quantitativa de uma grandeza específica, geral-
mente sob a forma de uma unidade multiplicada por um
Os termos em negrito, em algumas notas, são termos me- número
trológicos adicionais definidos nessas notas, seja explícita
Exemplos
ou implicitamente (ver referência [6]).
a) comprimento de uma barra: 5,34 m ou 534 cm;
b) massa de um corpo: 0,152 kg ou 152 g;

41
Anexo B
Termos metrológicos gerais Expressão da Incerteza de Medição

lor de referência. “Valor de referência”, neste sentido, não deve ser


c) quantidade de matéria de confundido com “valor de referência” no sentido usado na Nota do
item 5.7 do VIM.
uma amostra de água (H2O): 0,012 mol ou 12 mmol.
2 Freqüentemente, um certo número de resultados de medições de
uma grandeza é utilizado para estabelecer um valor verdadeiro con-
NOTAS vencional.

1 O valor de uma grandeza pode ser positivo, negativo ou nulo.


Comentários do Guia: Veja o Comentário do Guia para
2 O valor de uma grandeza pode ser expresso de maneiras dife- B.2.3.
rentes.

3 Os valores de grandezas adimensionais são, geralmente, expres- B.2.5 medição [VIM 2.1]
sos apenas por números puros.
conjunto de operações que tem por objetivo determinar
4 Uma grandeza que não puder ser expressa por uma unidade de um valor de uma grandeza
medida multiplicada por um número, pode ser expressa por meio de
uma escala de referência convencional, ou por um procedimento de NOTA - As operações podem ser feitas automaticamente.
medição ou por ambos.

B.2.6 princípio de medição [VIM 2.3]


B.2.3 valor verdadeiro (de uma grandeza) [VIM 1.19]
base científica de uma medição
valor consistente com a definição de uma dada grandeza
específica EXEMPLOS

NOTAS a) o efeito termoelétrico utilizado para a medição da temperatura;

b) o efeito Josephson utilizado para a medição da diferença de po-


1 É um valor que seria obtido por uma medição perfeita.
tencial elétrico;
2 Valores verdadeiros são, por natureza, indeterminados.
c) o efeito Doppler utilizado para a medição da velocidade;
3 O artigo indefinido “um” é usado preferivelmente ao artigo de-
d) o efeito Raman utilizado para a medição do número de ondas
finido “o”, em conjunto com “valor verdadeiro”, porque pode haver
das vibrações moleculares.
muitos valores consistentes com a definição de uma dada grandeza
específica.
B.2.7 método de medição [VIM 2.4]
Comentário do Guia: Veja o anexo D, em particular D.3.5, seqüência lógica de operações, descritas genericamente,
quanto às razões por que o termo “valor verdadeiro” não é usadas na execução das medições
usado neste Guia e por que os termos “valor verdadeiro de NOTA - Os métodos de medição podem ser qualificados de várias
um mensurando” (ou de uma grandeza) e “valor de um maneiras, entre as quais:
mensurando” (ou de uma grandeza) são vistos como equi-
valentes. - método de substituição
- método diferencial
- método “de zero”
B.2.4 valor verdadeiro convencional (de uma gran-
deza) [VIM 1.20] B.2.8 procedimento de medição [VIM 2.5]
valor atribuído a uma grandeza específica e aceito, às ve- conjunto de operações, descritas especificamente, usadas
zes por convenção, como tendo uma incerteza apropriada na execução de medições particulares de acordo com um
para uma dada finalidade dado método
EXEMPLOS NOTA - Um procedimento de medição é, usualmente, registrado em
um documento, que algumas vezes é denominado procedimento de
a) em um determinado local, o valor atribuído a uma medição (ou método de medição) e, normalmente, tem detalhes su-
grandeza, por meio de um padrão de referência, pode ficientes para permitir que um observador execute a medição sem
ser tomado como um valor verdadeiro convencional; informações adicionais.

b) o CODATA (1986) recomendou o valor para a constan- B.2.9 mensurando [VIM 2.6]
te de Avogrado como sendo A= 6,022 136 7 x 1023 mol-1. grandeza específica submetida à medição
NOTAS EXEMPLO - pressão de vapor de uma dada amostra de água a 20ºC.

1 “Valor verdadeiro convencional” é às vezes denominado valor


designado, melhor estimativa do valor, valor convencional ou va-

42
Expressão da Incerteza de Medição Anexo B
Termos metrológicos gerais

NOTA - A especificação de um mensurando pode requerer informa- Comentário do Guia: Veja o Comentário do Guia para
ções de outras grandezas, como tempo, temperatura e pressão.
B.2.3.

B.2.10 grandeza de influência [VIM 2.7]


B.2.15 repetitividade (de resultados de medições)
grandeza que não é o mensurando, mas que afeta o resulta-
[VIM 3.6]
do da sua medição
grau de concordância entre os resultados de medições su-
EXEMPLOS cessivas de um mesmo mensurando, efetuadas sob as mes-
mas condições de medição
a) a temperatura de um micrômetro usado na medição de um com-
primento; NOTAS
b) a freqüência na medição da amplitude de uma diferença de po-
1 Estas condições são denominadas condições de repetitividade.
tencial em corrente alternada;
2 Condições de repetitividade incluem:
c) a concentração de bilirrubina na medição da concentração de
hemoglobina em uma amostra de plasma sangüíneo humano. - mesmo procedimento de medição;
- mesmo observador;
Comentário do Guia: Entende-se que a definição de gran- - mesmo instrumento de medição, utilizado nas mesmas con-
deza de influência inclui valores associados com padrões dições;
- mesmo local;
de medição, materiais e dados de referência dos quais o
- repetição em curto período de tempo.
resultado de uma medição pode depender, assim como
3 Repetitividade pode ser expressa, quantitativamente, em função
fenômenos (flutuações de curta duração do instrumento das características de dispersão dos resultados.
de medição) e grandezas (temperatura ambiente, pressão
barométrica e umidade). B.2.16 reprodutibilidade (de resultados de medições)
[VIM 3.7]
B.2.11 resultado de uma medição [VIM 3.1] grau de concordância entre os resultados das medições de
valor atribuído a um mensurando, obtido por medição um mesmo mensurando, efetuadas sob condições modifi-
cadas de medição
NOTAS

NOTAS
1 Quando um resultado é dado, deve-se indicar, claramente, se ele
se refere:
1 Para que uma expressão da reprodutibilidade seja válida, é ne-
- à indicação; cessário que sejam especificadas as condições modificadas.
- ao resultado não-corrigido; 2 As condições modificadas podem incluir:
- ao resultado corrigido;
- princípio de medição;
e se corresponde ao valor médio de várias medições.
- método de medição;
2 Uma expressão completa do resultado de uma medição inclui - observador;
informações sobre a incerteza de medição. - instrumento de medição;
- padrão de referência;
B.2.12 resultado não corrigido [VIM 3.3] - local;
resultado de uma medição antes da correção devida a erro - condições de utilização;
sistemático - tempo.
3 A reprodutibilidade pode ser expressa, quantitativamente, em
função das características da dispersão dos resultados.
B.2.13 resultado corrigido [VIM 3.4]
resultado de uma medição após a correção devida a erro 4 Os resultados aqui mencionados referem-se, usualmente, a resulta-
dos corrigidos.
sistemático
B.2.17 desvio padrão experimental [ VIM 3.8 ]
B.2.14 exatidão de medição [VIM 3.5]
para uma série de “n” medições de um mesmo mensuran-
grau de concordância entre o resultado de uma medição e
do, a grandeza “s( q k )”, que caracteriza a dispersão dos re-
um valor verdadeiro do mensurando
sultados, é dada pela fórmula:
NOTAS
n

1 Exatidão é um conceito qualitativo.


å ( q k - q) 2
k =1
s( q k ) =
2 O termo precisão não deve ser utilizado como exatidão. n -1

43
Anexo B
Termos metrológicos gerais Expressão da Incerteza de Medição

onde q k representa o resultado da k-ésima medição e q re- ção. Este termo não deve ser confundido com valor absoluto de
erro, que é o módulo do erro.
presenta a média aritmética dos n resultados considerados

NOTAS Comentário do Guia: Se o resultado de uma medição de-


pende dos valores de grandezas outras além do mensuran-
1 Considerando a série de n valores como uma amostra de uma do, os erros dos valores medidos destas grandezas contri-
distribuição, q é uma estimativa não-tendenciosa da média m q , e
buem para o erro do resultado da medição. Veja, também,
s 2 (q k ) é uma estimativa não-tendenciosa da variância s 2 desta dis-
tribuição.
o Comentário do Guia para B.2.22 e para B.2.3.

2 A expressão s(q k )/ n é uma estimativa do desvio padrão da dis-


B.2.20 erro relativo [VIM 3.12]
tribuição de q e é denominada desvio padrão experimental da mé-
erro de medição dividido por um valor verdadeiro do men-
dia.
surando.
3 “Desvio padrão experimental da média” é, algumas vezes, de-
nominado incorretamente erro padrão da média. NOTA - Uma vez que um valor verdadeiro não pode ser determina-
do, utiliza-se, na prática, um valor verdadeiro convencional (ver
Comentário do Guia: Alguns dos símbolos utilizados no [VIM] 1.19 [B.2.3] e 1.20 [B.2.4]).

VIM foram alterados a fim de se obter consistência com a


Comentário do Guia: Veja o Comentário do Guia para
notação utilizada no item 4.2 deste Guia.
B.2.3.
B.2.18 incerteza (de medição) [VIM 3.9]
B.2.21 erro aleatório [VIM 3.13]
parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
resultado de uma medição, menos a média que resultaria
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser razoa-
de um infinito número de medições do mesmo mensuran-
velmente atribuídos a um mensurando
do, efetuadas sob condições de repetitividade
NOTAS
NOTAS
1 O parâmetro pode ser, por exemplo, um desvio padrão (ou um
dado múltiplo dele) ou a metade de um intervalo correspondente a 1 Erro aleatório é igual a erro menos erro sistemático.
um nível da confiança declarado. 2 Em virtude de, poder ser feito somente um número finito de medi-
2 A incerteza de medição compreende, em geral, muitos compo- ções, é possível apenas determinar uma estimativa do erro aleatório.
nentes. Alguns destes componentes podem ser estimados com base
na distribuição estatística dos resultados das séries de medições e Comentário do Guia: Veja também os Comentários do
podem ser caracterizados por desvios padrão experimentais. Os ou- Guia para B.2.22.
tros componentes, que também podem ser caracterizados por des-
vios padrão, são avaliados por meio de distribuições de probabili-
dade supostas, baseadas na experiência ou em outras informações.
B.2.22 erro sistemático [VIM 3.14]
média que resultaria de um número infinito de medições
3 Entende-se que o resultado de uma medição é a melhor estima-
tiva do valor do mensurando, e que todos os componentes da incer- do mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repeti-
teza, incluindo aqueles resultantes dos efeitos sistemáticos, como os tividade, menos o valor verdadeiro do mensurando
componentes associados com correções e padrões de referência,
contribuem para a dispersão. NOTAS

1 Erro sistemático é igual ao erro menos o erro aleatório.


Comentário do Guia: destaca-se no VIM que esta defini-
ção e notas são idênticas àquelas deste Guia (ver 2.2.3). 2 Analogamente ao valor verdadeiro, o erro sistemático e suas
causas não podem ser completamente conhecidos.

B.2.19 erro (de medição) [VIM 3.10] 3 Para um instrumento de medição, ver tendência ([VIM]5.25).

resultado de uma medição menos o valor verdadeiro do


Comentário do Guia: O erro do resultado de uma medição
mensurando
(ver B.2.19) pode freqüentemente ser considerado como
NOTAS oriundo de vários efeitos aleatórios e sistemáticos que contri-
buem com componentes individuais de erro para o erro do
1 Uma vez que o valor verdadeiro não pode ser determinado, uti-
liza-se, na prática, um valor verdadeiro convencional (ver [VIM] resultado. Veja, também, o Comentário do Guia para B.2.19
1.19 [B.2.3] e 1.20 [B.2.4]). e para B.2.3.
2 Quando for necessário distinguir “erro” de “erro relativo”, o
primeiro é, algumas vezes, denominado de erro absoluto de medi-

44
Expressão da Incerteza de Medição Anexo B
Termos metrológicos gerais

B.2.23 correção [VIM 3.15]


valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido
de uma medição para compensar um erro sistemático

NOTAS

1 A correção é igual ao erro sistemático estimado com sinal troca-


do.

2 Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente co-
nhecido, a compensação não pode ser completa.

B.2.24 fator de correção [VIM 3.16]


fator numérico pelo qual o resultado não corrigido de uma
medição é multiplicado para compensar um erro sistemático

NOTA - Uma vez que o erro sistemático não pode ser perfeitamente
conhecido, a compensação não pode ser completa.

45
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição

Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos

C.1 Fonte das definições C.2.2 variável aleatória; variada [ISO 3534-1, 1.2]
uma variável que pode assumir qualquer um dos valores
As definições de termos estatísticos básicos fornecidos de um conjunto especificado de valores e com a qual está
neste anexo são extraídas da Norma Internacional ISO associada uma distribuição de probabilidade ([ISO 3534-
3534-1 [7]. Esta deve ser a primeira fonte a ser consultada 1] 1.3[C.2.3])
para a definição de termos não incluídos aqui. Alguns des-
NOTAS
tes termos e seus conceitos correspondentes são aprofun-
dados em C.3, seguindo a apresentação de suas definições 1 Uma variável aleatória que só pode assumir valores isolados é
formais em C.2, de forma a facilitar ainda mais o uso deste chamada “discreta”. Uma variável aleatória que pode assumir qual-
quer valor dentro de um intervalo finito ou infinito é chamada “con-
Guia. Entretanto, C.3, que também inclui as definições de
tínua”.
alguns termos relacionados, não é baseado diretamente na
2 A probabilidade de um evento A é designada por Pr(A) ou
ISO 3534-1. P(A).

C.2 Definições Comentário do Guia: O símbolo Pr(A) é usado, neste


Guia, no lugar do símbolo Pr(A), usado na ISO 3534-1.
Como no capítulo 2 e no anexo B, o uso de parênteses, em
torno de certas palavras de alguns termos, significa que C.2.3 distribuição de probabilidade (de uma variável
elas podem ser omitidas se tal omissão não causar equívo- aleatória) [ISO 3534-1, 1.3]
co. função que determina a probabilidade de uma variável ale-
atória assumir qualquer valor dado ou pertencer a um dado
Os termos de C.2.1 a C.2.14 são definidos em termos das conjunto de valores
propriedades de populações. As definições dos termos
NOTA - A probabilidade do conjunto inteiro de valores da variável
C.2.15 a C.2.31 são relacionados a um conjunto de obser- aleatória é igual a 1.
vações(ver referência [7]).
C.2.4 função distribuição [ISO 3534-1, 1.4]
C.2.1 probabilidade [ISO 3534-1, 1.1]
um número real na escala de 0 a 1 associado a um evento função que determina, para cada valor x, a probabilidade de
aleatório que a variável aleatória X seja menor ou igual a x:

NOTA - Esta pode ser relacionada a uma freqüência relativa de F(x) = Pr( X £ x)
ocorrência de longo prazo ou a um grau de confiança de que um
evento ocorrerá. Para um alto grau de confiança, a probabilidade C.2.5 função densidade de probabilidade (para uma
está próxima de 1.
variável aleatória contínua) [ISO 3534-1, 1.5]
derivada (quando existe) da função distribuição:

f(x) = dF(x)/dx

46
Expressão da Incerteza de Medição Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos

NOTA - f(x)dx é denominada “elemento de probabilidade”: s 2 = V(X) = E{[X - E(X)]2}

f(x)dx = Pr(x < X < x+dx)


C.2.12 desvio padrão (de uma variável aleatória, ou de
uma distribuição de probabilidade) [ISO 3534-1, 1.23]
C.2.6 função massa de probabilidade [ISO 3534-
A raiz quadrada positiva da variância:
1,1.6]
uma função que fornece, para cada valor xi de uma variá- s = V (X )
vel aleatória discreta X, a probabilidade pi, de que a variá-
vel aleatória seja igual a xi : C.2.13 momento central1) de ordem q [ISO 3534-1,
pi= Pr(X = xi ) 1.28]
em uma distribuição univariada, a esperança da q-ésima
C.2.7 parâmetro [ISO 3534-1, 1.12] potência da variável aleatória centrada (X- m):
uma grandeza utilizada na descrição da distribuição de
probabilidade de uma variável aleatória
[
E ( X - m) q ]
NOTA - O momento central de ordem 2 é a variância ([ISO 3534-1]
C.2.8 correlação [ISO 3534-1, 1.13] 1.22[C.2.11]) da variável aleatória X.
a relação entre duas ou muitas variáveis aleatórias dentro
de uma distribuição de duas ou mais variáveis aleatórias 1) Se, na definição dos momentos, as grandezas X, X-a, Y, Y-b, etc,
são substituídas por seus valores absolutos, isto é, |X|, |X-a|, |Y|, |Y-b|,
NOTA - A maioria das medidas estatísticas de correlação medem etc., outros momentos chamados “momentos absolutos” são defini-
somente o grau de relação linear. dos.

C.2.9 esperança (de uma variável aleatória ou de uma C.2.14 distribuição normal; distribuição de Laplace-
distribuição de probabilidade); valor esperado; média Gauss [ISO 3534-1, 1.37]
[ISO 3534-1, 1.18] distribuição de probabilidade de uma variável aleatória
contínua X, cuja função densidade de probabilidade é:
1 Para uma variável aleatória discreta X, assumindo va- é 1 éx - m ù 2 ù
1
lores xi , com probabilidades pi, a esperança, se ela exis- f ( x) = exp ê- ê ú ú
te, é
s 2p êë 2 ë s û úû

m = E(X) = å p i x i para -¥ < x < + ¥

a soma sendo estendida a todos os valores de xi que po- NOTA - m é a esperança e s é o desvio padrão da distribuição nor-
dem ser assumidos por X. mal.

2 Para uma variável aleatória contínua X tendo a função C.2.15 característica [ISO 3534-1, 2.2]
densidade de probabilidade f(x), a esperança, se ela exis- uma propriedade que ajuda a identificar ou diferenciar
te, é itens de uma dada população
m = E(X) = ò xf ( x)dx NOTA - A característica pode ser ou quantitativa (por variáveis) ou
qualitativa (por atributos).
a integral sendo estendida sobre o(s) intervalo(s) de va-
riação de X. C.2.16 população [ISO 3534-1, 2.3]
totalidade de itens sob consideração
C.2.10 variável aleatória centrada [ISO 3534-1, 1.21]
duma variável aleatória cuja esperança se iguala a zero NOTA - No caso de uma variável aleatória, considera-se que a dis-
tribuição de probabilidade ([ISO 3534-1] 1.3 [C.2.3]) defina a popu-
NOTA - Se a variável aleatória X tem uma esperança igual a m, a va- lação daquela variável.
riável aleatória centrada correspondente é (X - m).
C.2.17 freqüência [ISO 3534-1, 2.11]
C.2.11 variância (de uma variável aleatória ou de uma o número de ocorrências de um dado tipo de evento ou o
distribuição de probabilidade) [ISO 3534-1, 1.22] número de observações que se enquadram em uma clas-
A esperança do quadrado da variável aleatória centrada se especificada
([ISO 3534-1], 1.21 [C.2.10]):

47
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição

C.2.18 distribuição de freqüência [ISO 3534-1, 2.15] C.2.22 momento central de ordem q [ISO 3534-1, 2.37]
relação empírica entre valores de uma característica e suas em uma distribuição de uma única característica, a média
freqüências ou suas freqüências relativas aritmética da q-ésima potência da diferença entre os valo-
res observados e sua média x:
NOTA - A distribuição pode ser apresentada graficamente como um
1
å (x i - x ) q
histograma ([ISO 3534-1] 2.17), gráficos de barras ([ISO 3534-1]
2.18), polígono de freqüência cumulativa ([ISO 3534-1] 2.19), ou n i
como uma tabela de dupla entrada ([ISO 3534-1] 2.22).
onde n é o número de observações
C.2.19 média aritmética; média [ISO 3534-1, 2.26]
a soma de valores dividida pelo número de valores NOTA - O momento central de ordem 1 é igual a zero.

NOTAS C.2.23 estatística [ISO 3534-1, 2.45]


função de variáveis aleatórias da amostra
1 O termo “média” (mean) é, geralmente, utilizado quando se ref-
ere a um parâmetro de população (média da população) e o termo NOTA - Estatística, como uma função de variáveis aleatórias, é
“média” (average) quando se refere ao resultado de um cálculo so- também uma variável aleatória e, como tal, assume diferentes valo-
bre dados obtidos de uma amostra (média da amostra). res de uma amostra para outra. O valor da estatística obtida, usando-
2 A média (average) de uma amostra aleatória simples tomada se os valores observados nesta função, pode ser utilizado num teste
de uma população é um estimador não-tendencioso da média estatístico ou como estimativa de um parâmetro de população, tal
(mean) desta população. Entretanto, são por vezes utilizados ou- como uma média ou um desvio padrão.
tros estimadores, tais como a média geométrica ou harmônica, ou
a mediana ou a moda. C.2.24 estimação [ISO 3534-1, 2.49]
a operação que designa, através de observações numa
C.2.20 variância [ISO 3534-1, 2.33] amostra, valores numéricos para os parâmetros de uma
uma medida de dispersão, que é a soma dos desvios qua- distribuição escolhida, como o modelo estatístico da popu-
dráticos das observações de sua média aritmética dividida lação da qual a amostra é extraída
pelo número de observações menos um.
NOTA - Um resultado desta operação pode ser expresso como um
EXEMPLO - Para n observações x1,x2,...,xn, com média aritmética valor único singular (estimativa puntual; ver [ISO 3534-1] 2.51
[C.2.26]) ou como uma estimativa de intervalo (ver a [ISO 3534-1]
æ1ö
x =ç ÷ å xi 2.57 [C.2.27] e 2.58 [C.2.28]).
ènø
C.2.25 estimador [ISO 3534-1, 2.50]
a variância é: estatística utilizada para estimar um parâmetro de população
1
s2 =
n -1
å (x i - x ) 2 C.2.26 estimativa [ISO 3534-1, 2.51]
valor de um estimador obtido como um resultado de uma
NOTAS estimação

1 A variância de amostras é um estimador não tendencioso da va-


C.2.27 intervalo de confiança bilateral [ISO 3534-1,
riância da população.
2.57]
2 A variância é n /(n-1) vezes o momento central de ordem 2 (ver
quando T1 e T2 são duas funções dos valores observados,
nota para [ISO 3534-1] 2.39).
tais que, q sendo um parâmetro de população a ser estima-
Comentário do Guia: A variância definida aqui é mais do, a probabilidade Pr (T1 £ q £ T2 ) é, pelo menos, igual a
apropriadamente designada como “estimativa amostral da (1- a ) [onde (1- a ) é um número fixo, positivo e menor
variância da população”. A variância de uma amostra é que 1], o intervalo entre T1 e T2 é um intervalo de confian-
usualmente definida como sendo o momento central de or- ça (1- a ) bilateral para q
dem 2 desta amostra (ver C.2.13 e C.2.22).

C.2.21 desvio padrão [ISO 3534-1, 2.34]


a raiz quadrada positiva da variância

NOTA - O desvio padrão da amostra é um estimador tendencioso do


desvio padrão da população.

48
Expressão da Incerteza de Medição Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos

NOTAS
C.3 Elaboração de termos e conceitos
1 Os limites T1 e T2 do intervalo de confiança são estatísticas
([ISO 3534-1] 2.45 [C.2.23]) e, como tais, geralmente assumem di- C.3.1 esperança
ferentes valores de amostra para amostra. a esperança de uma função g(z) sobre uma função densida-
2 Em uma longa série de amostras, a freqüência relativa dos casos de de probabilidade p(z) da variável aleatória z é definida
nos quais o valor verdadeiro do parâmetro de população é coberto
por:
pelo intervalo de confiança, é maior ou igual a (1- a ).
E[g(z)] = ò g( z) p( z) dz
C.2.28 intervalo de confiança unilateral [ISO 3534-1,
2.58] onde, da definição de p(z), ò p( z) dz = 1. A esperança da
quando T é uma função dos valores observados, tais que, q
variável aleatória z, designada por m z , e que também é de-
sendo um parâmetro de população a ser estimado, a pro-
nominada de valor esperado ou a média de z, é dada por:
babilidade Pr ( T ³ q )[ou a probabilidade Pr ( T £ q )] é
pelo menos igual a (1 - a ) [onde (1 - a ) é um número fixo, m z º E(z) =ò zp( z)dz
positivo e menor do que 1], o intervalo do menor valor possí-
vel de q até T (ou o intervalo de T até o maior valor possível Ela é estimada, estatisticamente, por z , a média aritmética
de q) é um intervalo de confiança (1 - a ) unilateral para q ou a média de n observações independentes zi da variável
aleatória z, cuja função densidade de probabilidade é p(z):
NOTAS
n
1
1 O limite T do intervalo de confiança é uma estatística
z=
n
å zi
i =1
([ISO 3534-1] 2.45 [C.2.23]) e, como tal, geralmente irá supor dife-
rentes valores de amostra para amostra.
C.3.2 variância
2 Ver nota 2 da [ISO 3534-1] 2.57 [C.2.27].
a variância de uma variável aleatória é a esperança do seu
desvio quadrático em torno de sua esperança. Assim, a va-
C.2.29 coeficiente de confiança; nível de confiança
riância de variável aleatória z, com função densidade de
[ISO 3534-1, 2.59]
probabilidade p(z), é dada por:
o valor (1 - a ) da probabilidade associada com um in-
tervalo de confiança ou um intervalo estatístico de s 2 (z) = ò ( z - m z ) 2 p( z) dz
abrangência. Ver [ISO 3534-1] 2.57 [C.2.27], 2.58
[C.2.28], e 2.61 [C.2.30]). onde m z é a esperança de z. A variância s2(z) pode ser es-
timada por:
NOTA - (1 - a ) é freqüentemente expresso como uma porcenta-
n n
1 1
å å
gem.
s 2 (z i ) = ( z i - z ) 2 , onde z= zi
n -1 i =1 n i =1
C.2.30 intervalo estatístico de abrangência
[ISO 3534-1, 2.61] e o zi são n observações independentes de z.
intervalo para o qual pode-se dizer que, com um dado ní-
vel da confiança, ele contém pelo menos uma proporção NOTAS
especificada da população
1 O fator n-1 na expressão para s2(zi) decorre da correlação entre
NOTAS zi e z e reflete o fato de que há somente n-1 itens independentes no
conjunto {zi - z}.
1 Quando ambos os limites são definidos por estatísticas, o inter- 2 Se a esperança m z de z é conhecida, a variância pode ser estima-
valo é bilateral. Quando um dos dois limites não é finito ou consiste da por:
do limite absoluto da variável, o intervalo é unilateral.
n
1
2 Também denominado “intervalo estatístico de tolerância”. Este s 2 (z i ) =
n
å (z i - m z ) 2
termo não deve ser usado porque pode ser confundido com “interva- i =1
lo de tolerância”, que é definido na ISO 3534-2.

C.2.31 graus de liberdade [ISO 3534-1, 2.85]


em geral, o número de termos em uma soma menos o nú-
mero de restrições aos termos da soma

49
Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos Expressão da Incerteza de Medição

A variância da média aritmética ou média das observa- C.3.5 matriz de covariância


ções, em vez de variância das observações individuais, é a para uma distribuição de probabilidade multivariada, a ma-
medida apropriada da incerteza de um resultado de medi- triz V, com elementos iguais para as variâncias e covariân-
ção. A variância de uma variável z deve ser cuidadosa- cias das variáveis, é denominada matriz de covariância. Os
mente distinguida da variância da média z. A variância da elementos diagonais, u(z,z) º s2(z) ou s(zi,zi) º s2(zi), são as
média aritmética de uma série de n observações indepen- variâncias, enquanto que os elementos fora da diagonal,
dentes z i de z é dada por s 2 = s 2 ( z i ) / n e é estimada pela u(y,z) ou s(yi,zi), são as covariâncias.
variância experimental da média:
C.3.6 coeficiente de correlação
s 2 (z i ) 1 n o coeficiente de correlação é uma medida da dependência
s2 ( z ) =
n
=
n(n - 1)
å (z i - z ) 2 mútua relativa de duas variáveis, igual à razão de suas co-
i =1
variâncias e à raiz quadrada positiva do produto de suas
variâncias. Assim:
C.3.3 desvio padrão
o desvio padrão é a raiz quadrada positiva da variância. En- u( y, z) u( y, z)
r ( y, z) = r ( z, y) = =
quanto uma incerteza padrão do Tipo A é obtida, tomando-se u( y, y) u( z, z) s( y) s( z)
a raiz quadrada da variância estatisticamente avaliada, é mui-
tas vezes mais conveniente, quando se determina uma incer- que estima
teza padrão do Tipo B, avaliar primeiro o desvio padrão
equivalente não-estatístico e, então, obter a variância equiva- s (y i , z i ) s (y i , z i )
r( y i , z i ) = r( z i , y i ) = =
lente, elevando-se ao quadrado o desvio padrão. s (y i , y i ) s (z i , z i ) s (y i ) s (z i )

C.3.4 covariância O coeficiente de correlação é um número puro, tal que:


a covariância de suas variáveis aleatórias é uma medida de
sua dependência mútua. A covariância de variáveis aleató- -1 £ r £ +1 ou -1 £ r(yi,zi) £ +1.
rias y e z é definida por:
NOTAS
cov (y,z) = cov(z,y) = E{[y - E(y)] [z - E(z)]}, que
leva a 1 Como r e r são números puros na faixa de -1 a +1 inclusive, en-
quanto as covariâncias são, usualmente, grandezas com dimensões e
cov (y,z) = cov (z,y) magnitudes físicas inconvenientes, os coeficientes de correlação
são, geralmente, mais úteis que as covariâncias.
= ò ò ( y - m y )( z - m z ) p( y, z) dydz
2 Para distribuições de probabilidade multivariadas, a matriz de
coeficientes de correlação é, geralmente, fornecida no lugar da ma-
= ò ò yzp( y, z)dydz - m y m z triz de covariância. Como r(y,y) = 1, e r(yi ,yi)=1, os elementos da
diagonal desta matriz são iguais à unidade.
onde p(y,z) é a função densidade de probabilidade conjun- 3 Se as estimativas de entrada xi e xj são correlacionadas (ver
ta das duas variáveis y e z. A covariância cov(y,z) [tam- 5.2.2) e se uma alteração d i em xi produz uma mudança d j em xj ,
então o coeficiente de correlação associado com xi e xj é estimado,
bém simbolizada por u(y,z)] pode ser estimada por s(yi,zi),
aproximadamente, por:
obtida a partir de n pares independentes de observações si-
multâneas yi e zi de y e z: r (xi ,xj ) » u(xi ) dj / u(xj ) d i

n Esta relação pode servir de base para estimar, experimentalmente,


1
s( y i , z i ) =
n -1
å (y i - y) (z i - z) os coeficientes de correlação. Ela também pode ser usada para cal-
cular a variação aproximada em uma estimativa de entrada devido a
i =1
uma variação em outra, caso seu coeficiente de correlação seja co-
nhecido.
onde:

n n C.3.7 independência
1 1
y=
n
å yi e z =
n
å zi duas variáveis aleatórias são estatisticamente independen-
i =1 i =1
tes, se sua distribuição de probabilidade conjunta é o pro-
NOTA - A covariância estimada das duas médias y e z é dada por duto de suas distribuições de probabilidade individuais
s(y, z) = s(yi, zi)/n.

50
Expressão da Incerteza de Medição Anexo C
Termos e conceitos estatísticos básicos

NOTA - Se duas variáveis aleatórias são independentes, sua cova-


riância e coeficiente de correlação são nulos,mas o contrário não é
necessáriamente verdadeiro.

C.3.8 a distribuição-t; distribuição de Student


a distribuição-t ou distribuição de Student é a distribuição
de probabilidade de uma variável aleatória contínua t cuja
função densidade de probabilidade é:

én + 1 ù
Gê ú - ( n + 1 )/ 2
ë 2 û é1 + t ù
2
1
p(t, n) = ê ú
pn G é n ù ë n û
êë 2 úû

-¥ <t < + ¥

onde G é a função gama e v > 0. A esperança da distribuição-


t é zero e sua variância é v/(v-2), para v > 2. Conforme
v ® ¥, a distribuição-t se aproxima de uma distribuição
normal, com m=0 e s=1 (ver C.2.14).

A distribuição de probabilidade da variável (z-m z )/s(z) é a


distribuição-t, se a variável aleatória z é distribuida nor-
malmente com esperança m z , onde z é a média aritmética
de n observações independentes zi de z, s(zi) é o desvio pa-
drão experimental das n observações, e s(z) = s(zi)/ n é o
desvio padrão experimental da média z, com v = n-1 graus
de liberdade.

51
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição

Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza
O termo valor verdadeiro (B.2.3) tem sido tradicional- D.2 A grandeza realizada
mente usado em publicações sobre incerteza, mas não nes-
te Guia pelas razões apresentadas neste anexo. Como as D.2.1 Em condições ideais, a grandeza realizada para me-
palavras “mensurando”, “erro” e “incerteza” são, freqüen- dição seria totalmente consistente com a definição do
temente, mal interpretadas, este anexo também fornece mensurando. Freqüentemente, entretanto, tal grandeza não
uma discussão adicional sobre as idéias básicas a elas as- pode ser realizada, e a medição é efetuada numa grandeza
sociadas, a fim de suplementar a discussão dada no capítu- que é uma aproximação do mensurando.
lo 3. Duas figuras são apresentadas para ilustrar por que o
conceito adotado neste Guia é baseado no resultado de D.3 O valor “verdadeiro” e o valor corrigido
medição e sua incerteza estimada, em vez de ser baseado
nas grandezas desconhecidas: valor “verdadeiro” e erro.
D.3.1 O resultado da medição da grandeza realizada é
corrigido para a diferença entre esta grandeza e o mensu-
D.1 O mensurando rando, de forma a prever qual teria sido o resultado da me-
dição se a grandeza realizada tivesse, de fato, satisfeito,
D.1.1 O primeiro passo, ao se efetuar uma medição, é es- integralmente, a definição do mensurando. O resultado da
pecificar o mensurando - a grandeza a ser medida; o men- medição, da grandeza realizada é também corrigido para
surando não pode ser especificado por um valor, mas, so- todos os outros efeitos sistemáticos significativos reconhe-
mente, por uma descrição de uma grandeza. Entretanto, a cidos. Embora o resultado corrigido final seja algumas ve-
princípio, um mensurando não pode ser completamente zes considerado como a melhor estimativa do valor “ver-
descrito sem um número infinito de informações. Assim, dadeiro” do mensurando, na realidade o resultado é sim-
na proporção em que deixa margem à interpretação, a defi- plesmente a melhor estimativa do valor da grandeza que se
nição incompleta do mensurando introduz, na incerteza do pretende medir.
resultado de uma medição, um componente de incerteza
que pode ou não ser significativo para a exatidão requerida D.3.2 Como exemplo, suponha que o mensurando seja a
da medição. espessura de uma determinada folha de material em uma
temperatura especificada. O espécimen é levado a uma
D.1.2 Comumente, a definição de um mensurando especi- temperatura próxima da especificada e sua espessura, em
fica certos estados e condições físicas. um lugar em particular, é medida com um micrômetro. A
espessura do material, nesse lugar e temperatura, sob a
EXEMPLO - A velocidade do som no ar seco de composição (fração
pressão aplicada pelo micrômetro, é a grandeza realizada.
molar) N2 = 0,7808, O2 = 0,2095, Ar = 0,009 35, e CO2 = 0,000 35,
na temperatura T = 273,15 K e pressão p = 101 325 Pa.
D.3.3 A temperatura do material, no momento da medi-
ção, e a pressão aplicada são determinadas. O resultado
não-corrigido da medição da grandeza realizada é, então,
corrigido, levando-se em conta a curva de calibração do

52
Expressão da Incerteza de Medição Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza

micrômetro, o afastamento entre a temperatura do espéci- B.2.9) significa “grandeza particular sujeita à medição”,
men quanto à temperatura especificada, além da leve com- portanto “valor de um mensurando” significa “valor de
pressão do espécimen sob a pressão aplicada. uma grandeza particular sujeita à medição”. Como “gran-
deza particular” é, geralmente, compreendida como signi-
D.3.4 O valor corrigido pode ser denominado a melhor ficando uma grandeza definida, ou especificada (ver B.2.1,
estimativa do valor “verdadeiro”, “verdadeiro” no sentido nota 1), o adjetivo “verdadeiro” em “valor verdadeiro de
de que ele é o valor de uma grandeza que se acredita que um mensurando” (ou em “valor verdadeiro de uma gran-
satisfaça, completamente, a definição do mensurando; po- deza”) é desnecessário – o valor “verdadeiro” do mensu-
rém, se o micrômetro tivesse sido aplicado a uma parte di- rando (ou da grandeza) é, simplesmente, o valor do men-
ferente da folha do material, o mensurando teria sido dife- surando (ou da grandeza). Adicionalmente, como indicado
rente com um valor “verdadeiro” diferente. No entanto, na discussão acima, o valor “verdadeiro” único é somente
aquele valor “verdadeiro” seria consistente com a defini- um conceito idealizado.
ção do, mensurando porque este não especificou que a es-
pessura era para ser determinada num local em particular D.4 Erro
sobre a folha. Assim, neste caso, por causa de uma defini-
ção incompleta do mensurando, o valor “verdadeiro” tem
Um resultado de medição corrigido não é o valor do men-
uma incerteza que pode ser avaliada através de medições
surando – isto é, está errado – por causa da medição im-
realizadas em diferentes partes da folha. Em algum nível,
perfeita da grandeza realizada, devido a variações aleatóri-
cada mensurando tem uma incerteza “intrínseca” que
as das observações (efeitos aleatórios), à determinação
pode, em princípio, ser estimada de algum modo. Esta é a
inadequada de correções para efeitos sistemáticos e ao co-
incerteza mínima com a qual um mensurando pode ser de-
nhecimento incompleto de certos fenômenos físicos (tam-
terminado, e cada medição que alcança tal incerteza pode
bém efeitos sistemáticos). Nem o valor da grandeza reali-
ser considerada a melhor medição possível do mensuran-
zada nem o valor do mensurando podem ser conhecidos
do. Para obter um valor da grandeza em questão com uma
exatamente; tudo o que se pode saber são os seus valores
incerteza menor, requer-se que o mensurando seja defini-
estimados. No exemplo acima, a espessura medida da fo-
do mais completamente.
lha pode estar errada, isto é, pode diferir do valor do men-
NOTAS
surando (a espessura da folha), porque cada uma das se-
guintes razões podem se combinar para contribuir para um
1. No exemplo, a especificação do mensurando deixa em dúvida erro desconhecido no resultado da medição:
muitos outros assuntos que podem, conceitualmente, afetar a espes-
sura: a pressão barométrica, a umidade, o comportamento da folha
a) pequenas diferenças entre as indicações do micrô-
no campo gravitacional, como ela é apoiada, etc.
metro, quando ele é aplicado repetidamente para a
2. Embora um mensurando deva ser definido com detalhes sufici-
entes para que qualquer incerteza decorrente de sua definição in-
mesma grandeza realizada;
completa seja desprezível em comparação com a exatidão requerida
b) calibração imperfeita do micrômetro;
para a medição, deve-se reconhecer que isto nem sempre é praticá-
vel. A definição pode, por exemplo, estar incompleta porque não es- c) medição imperfeita da temperatura e da pressão apli-
pecifica parâmetros que possam ter sido supostos, injustificadamen-
cada;
te, como tendo efeito desprezível, ou pode implicar condições que
poderão nunca ser satisfeitas inteiramente e cuja realização imper- d) conhecimento incompleto dos efeitos da temperatu-
feita é difícil de se levar em conta. Por exemplo, no caso do exem-
ra, pressão barométrica e umidade da amostra ou do
plo de D.1.2, a velocidade do som implica infinitas ondas planas de
amplitude quase desprezível. Na proporção em que a medição não micrômetro, ou de ambos.
satisfaz estas condições, os efeitos não-lineares e de difração preci-
sam ser considerados.
D.5 Incerteza
3. A especificação inadequada do mensurando pode levar a discre-
pâncias entre os resultados de medições da mesma grandeza ostensi-
vamente realizadas em laboratórios diferentes.
D.5.1 Enquanto os valores exatos das contribuições ao
erro de um resultado de uma medição são desconhecidos e
D.3.5 A expressão “valor verdadeiro de um mensurando” desconhecíveis, as incertezas associadas com esses efeitos
ou de uma grandeza (freqüentemente abreviada para “va- aleatórios e sistemáticos que contribuem para o erro po-
lor verdadeiro") é evitada neste Guia, porque a palavra dem ser avaliadas. Porém, mesmo que as incertezas avalia-
“verdadeiro” é vista como redundante. “Mensurando” (ver das sejam pequenas, ainda não há garantia de que o erro

53
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição

no resultado da medição seja pequeno, pois, na determina- através dos valores estimados das grandezas de entrada e
ção de uma correção ou na avaliação de conhecimento in- da incerteza padrão combinada deste resultado por meio
completo, um efeito sistemático pode ter passado desper- de incertezas padrão daqueles valores estimados. Somente
cebido porque não é reconhecido. Assim, a incerteza de se há uma base sólida para se acreditar que tudo isto foi
um resultado de uma medição não é, necessariamente, feito de maneira adequada, sem que se tenha passado por
uma indicação de quanto o resultado da medição está pró- cima de nenhum efeito sistemático relevante, pode-se su-
ximo do valor do mensurando; ela é simplesmente uma es- por que o resultado da medição é uma estimativa confiável
timativa de quanto se está próximo do melhor valor que do valor do mensurando e que sua incerteza padrão combi-
seja consistente com o conhecimento atualmente disponí- nada é uma medida confiável de seu possível erro.
vel.
NOTAS

D.5.2 A incerteza de medição é, assim, uma expressão do 1. Na figura D.1a, as observações são mostradas como um histo-
fato de que, para um dado mensurando e um dado resulta- grama para propósitos ilustrativos [ver 4.4.3 e a figura (1b)].
do de sua medição, não há um único valor, mas, sim, um 2. A correção para um erro é igual ao negativo da estimativa do
infinito número de valores, dispersos em torno do resulta- erro. Assim, na figura (D.1) e também na figura (D.2), uma seta que
do, que são consistentes com todas as observações e dados ilustra a correção para um erro é igual em comprimento, mas aponta
para a direção contrária da seta que teria ilustrado o próprio erro e
e conhecimentos sobre o mundo físico, e que podem ter
vice-versa. O texto da figura torna claro se uma seta em particular
diferentes graus de credibilidade atribuídos ao mensuran- ilustra uma correção ou um erro.
do.
D.6.2 A figura (D.2) mostra algumas das mesmas idéias
D.5.3 Felizmente, em muitas situações práticas de medi- ilustradas na figura (D.1), mas de uma maneira diferente.
ção, muito do que é discutido neste anexo não se aplica. Além disso, ela também demonstra a idéia de que pode ha-
Os exemplos são quando o mensurando está adequada- ver vários valores do mensurando, se a sua definição está
mente bem definido; quando padrões ou instrumentos são incompleta (entrada g da figura). A incerteza que se origi-
calibrados, usando-se padrões de referência bem conheci- na do fato da definição estar incompleta, tal como medida
dos que são rastreáveis a padrões nacionais; e quando as pela variância, é avaliada por medições de realizações
incertezas das correções de calibração são insignificantes múltiplas do mensurando, usando-se o mesmo método, os
comparadas às incertezas provenientes de efeitos aleatóri- mesmos instrumentos, etc. (ver D.3.4).
os na indicação dos instrumentos, ou de um número limi-
tado de observações (ver E.4.3). De qualquer maneira, o NOTA - Na coluna intitulada “Variância”, as variâncias são enten-
conhecimento incompleto de grandezas de influência e de didas como sendo as variâncias u i2 (y ) definidas na equação (11) em

seus efeitos podem, muitas vezes, contribuir significativa- 5.1.3; portanto elas se somam linearmente, como mostrado.

mente para a incerteza do resultado de uma medição.

D.6 Representação gráfica

D.6.1 A figura (D.1) ilustra algumas das idéias discutidas


no item 3 deste Guia e neste anexo. Ela ilustra por que o
enfoque deste Guia está na incerteza e não no erro. O va-
lor exato do erro de um resultado de uma medição é, em
geral, desconhecido e impossível de se conhecer. Tudo o
que se pode fazer é estimar os valores das grandezas de
entrada, incluindo correções para efeitos sistemáticos re-
conhecíveis, juntamente com suas incertezas padrão (des-
vios padrão estimados), seja por meio de distribuições de
probabilidade desconhecidas que são amostradas por meio
de observações repetidas, ou por meio de distribuições
subjetivas ou a priori baseadas no conjunto de informa-
ções disponíveis e, então, calcular o resultado da medição

54
Expressão da Incerteza de Medição Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza

Figura D.1. Ilustração gráfica do valor, erro e incerteza

55
Anexo D
Valor “verdadeiro”, erro e incerteza Expressão da Incerteza de Medição

Figura D.2. Ilustração gráfica dos valores, erros e incertezas

56
Expressão da Incerteza de Medição Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)
Este anexo traz uma breve discussão tanto sobre a motiva- ção de incertezas era freqüentemente projetado para satis-
ção como sobre a base estatística para a Recomendação fazer o requisito de segurança.
INC-1 (1980) do Grupo de Trabalho para Declaração de
Incertezas, sobre o qual se fundamenta este Guia. Para dis- E.2 Justificativa para avaliações realísticas
cussões mais aprofundadas, ver as referências [1, 2, 11,
da incerteza
12].

E.2.1 Quando o valor de um mensurando é relatado, a


E.1 “Seguro”, “aleatório” e “sistemático” melhor estimativa de seu valor e a melhor avaliação da in-
certeza desta estimativa devem ser dadas, pois, se a incer-
E.1.1 Este Guia apresenta um método amplamente apli- teza é passível de erro, não é normalmente possível decidir
cável para avaliar e expressar incerteza de medição. Ele em qual direção dever-se-ia errar “seguramente”. Uma de-
fornece um valor realista, em vez de um valor “seguro” da claração para menos das incertezas pode fazer com que
incerteza baseado no conceito de que não há diferença ine- demasiada confiança seja depositada nos valores relatados,
rente entre um componente de incerteza proveniente de com conseqüências, por vezes, embaraçosas ou até mes-
um efeito aleatório e um proveniente de uma correção para mo desastrosas. Uma declaração deliberadamente para
um efeito sistemático (ver 3.2.2 e 3.2.3). O método se si- mais das incertezas pode, também, ter repercussões inde-
tua, portanto, em contraste com certos métodos mais anti- sejáveis. Poderia fazer com que os usuários de equipamen-
gos que têm em comum as duas seguintes idéias: to de medição comprassem instrumentos que são mais dis-
pendiosos do que os de que eles precisam, ou poderia fa-
E.1.2 A primeira idéia é a de que a incerteza relatada zer com que produtos caros fossem descartados desneces-
deve ser “segura” ou “conservadora”, significando que sariamente, ou que os serviços de um laboratório de cali-
nunca deveria errar para muito menos. De fato, devido à bração fossem rejeitados.
avaliação da incerteza de um resultado de medição ser
problemática, ela foi, com freqüência, deliberadamente E.2.2 Isso não quer dizer que aqueles que utilizam um re-
tornada maior. sultado de medição não possam aplicar seus próprios fato-
res de multiplicação à incerteza declarada, de forma a ob-
E.1.3 A segunda idéia é a de que as influências que dão ter uma incerteza expandida que define um intervalo com
origem às incertezas foram sempre reconhecidas como um nível da confiança especificado e que satisfaz suas
sendo ou “aleatórias” ou “sistemáticas”, sendo que as próprias necessidades. Nem significa, em certas circuns-
duas teriam naturezas diferentes; as incertezas associa- tâncias, que as instituições fornecedoras de resultados de
das com cada uma eram combinadas na sua própria ma- medições não poderiam, rotineiramente, aplicar um fator
neira e deveriam ser relatadas separadamente (ou, quan- que forneça uma incerteza expandida similar que satisfaça
do era requerido um único valor, combinadas de algum as necessidades de uma classe específica de usuários des-
modo específico). Na realidade, o método de combina- ses resultados. Entretanto, tais fatores (sempre a serem de-
clarados) devem ser aplicados à incerteza tal como deter-

57
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição

2
minada por um método realista, e somente após a incerte- é N
¶f ù (E.2a)
za ter sido assim determinada, de modo que o intervalo de- (z - m z ) 2 = ê å ¶w i
( wi - m i ) ú
ë i =1 û
finido pela incerteza expandida tenha o nível da confiança
requerido e a operação possa ser facilmente revertida.
que pode ser escrito como:

E.2.3 Aqueles engajados em medições freqüentemente 2


N é ¶f ù
precisam incorporar em suas análises os resultados de me- (z - m z ) 2 = å ê

ú ( wi - m i ) +
2

dições feitas por outros, com cada um desses resultados i =1 ë iû


w
possuindo uma incerteza própria. Ao avaliar a incerteza de (E.2b)
seu próprio resultado de medição, eles necessitam ter um
N -1 N
¶f ¶f
melhor valor, e não um valor “seguro”, da incerteza de +2 å å ¶w i ¶w j
( wi - m i ) ( w j - m j )
cada um dos resultados incorporados de terceiros. Adicio- i =1 j = i +1

nalmente, deve haver alguma maneira simples e lógica


pela qual essas incertezas importadas possam ser combina- A esperança do desvio quadrado (z-mz)2 é a variância de z,
das com as incertezas das suas próprias observações para isto é, E[(z-mz)2 ] = sz2 e, assim, da equação (E.2b)
fornecer a incerteza de seu próprio resultado. A Recomen-
2 N -1
dação INC-1 (1980) fornece tal maneira. N é¶ f ù N
¶f ¶f (E.3)
s 2z = å ê ú si + 2
2
å å s i s j r ij
i =1 ë ¶w i û i =1 j = i +1 ¶w i ¶w j
E.3 Justificativa para tratar todos os compo-
nentes da incerteza identicamente Nesta expressão, s 2i = E[(w i - mi ) 2 ] é a variância de
w i e rij = u (w i ,w j )/( s 2i s 2j )1/2 é o coeficiente de correla-
O enfoque da discussão deste item é um exemplo simples ção de w i e w j , onde u (w i ,w j ) = E[(w i - mi ) . (w j - mj )] é
que ilustra como este Guia trata componentes de incerteza a covariância de w i e w j .
provenientes de efeitos aleatórios e de correções para efei-
tos sistemáticos exatamente da mesma forma na avaliação NOTAS
da incerteza do resultado de uma medição. Ele, assim,
1. s 2z e s 2i são, respectivamente, os momentos centrais de ordem 2
exemplifica o ponto de vista adotado neste Guia e citado
(ver C.2.13 e C.2.22) das distribuições de probabilidade de z e de
em E.1.1, ou seja, que todos os componentes da incerteza
w i . Uma distribuição de probabilidade pode ser completamen-
são da mesma natureza e devem ser tratados identicamen- te caracterizada pela sua esperança, variância e momentos
te. O ponto de partida da discussão é uma derivação sim- centrais de ordem mais alta.
plificada da expressão matemática para a propagação dos 2. A equação (13) em 5.2.2 [junto com a equação (15)], que é usa-
desvios padrão, denominada, neste Guia, como lei de pro- da para calcular a incerteza padrão combinada, é idêntica à equação
pagação da incerteza. (E.3), exceto que a equação (13) é expressa em termos de estimati-
vas das variâncias, desvios padrão e coeficientes de correlação.

E.3.1 Suponha que a grandeza de saída z = f(w1,w2,..,wN)


E.3.2 Na terminologia tradicional, a equação (E.3) é, fre-
dependa de N grandezas de entrada w1,w2,...wN, onde cada
qüentemente, chamada a “lei geral de propagação do
wi seja descrito por uma distribuição de probabilidade apro-
erro”, um título que é melhor aplicado a uma expressão da
priada. A expansão de f por meio das esperanças dos wi,
forma Dz = å i =1 (df / dw i ) Dw i onde Dz é a mudança em z
N
E(wi) º mi, em uma série de Taylor de primeira ordem, for-
devido a (pequenas) variações Dw i em w i [ver equação
nece, para pequenos desvios de z com relação a mz, em ter-
(E.8)]. De fato, é apropriado denominar a equação
mos de pequenos desvios de wi em torno de mi:
(E.3) de lei de propagação da incerteza, como é dado
neste Guia, porque ela mostra como as incertezas das
N
¶f (E.1)
z -m z = å ¶w i
( wi - m i ) grandezas de entrada w i , tomadas como iguais aos des-
i =1
vios padrão das distribuições de probabilidade de w i ,
se combinam para fornecer a incerteza da grandeza de
onde todos os termos de maior ordem são supostamente
saída z, se aquela incerteza é tomada como igual ao desvio
desprezíveis e m z = f (m 1 , m 2 , K, m N ). O quadrado do des-
padrão da distribuição de probabilidade de z.
vio z - m z é, então, dado por:

58
Expressão da Incerteza de Medição Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

E.3.3 A equação (E.3) também se aplica à propagação de A grandeza z é, então, estimada por f(w) = f(a, b, q1, q2,..., qn)
múltiplos de desvios padrão, pois, se cada desvio padrão si e a estimativa u2(z) de sua variância s2(z) é obtida pela equa-
é substituído por um múltiplo ksi, com o mesmo k para ção (E.3). Se, para simplificar, se supõe z = w, de modo que a
cada si, o desvio padrão da grandeza de saída z é substituí- melhor estimativa de z é z=f(w) = w, então a estimativa m2(z)
do por ksz. Entretanto, ela não deve ser aplicada à propa- pode ser prontamente encontrada. Notando pela equação (E.5)
gação de intervalos de confiança. Se cada si é substituído que:
por uma grandeza di que define um intervalo correspon-
¶f ¶f 1 n
¶f b
dente a um dado nível da confiança p, a grandeza resultan-
¶a
= 1, =
¶b n
å qk = q e
¶q k
=
te, para z, dz,, não definirá um intervalo correspondente ao k =1 n
mesmo valor de p, a não ser que todos os wi sejam descri-
tos por distribuições normais. Nenhuma de tais suposições designando as variâncias estimadas de a e b por u2(a) e
quanto à normalidade das distribuições de probabilidade u2(b), respectivamente, e supondo que as observações indi-
das grandezas wi está implícita na equação (E.3). Mais es- viduais são não-correlacionadas, a equação (E.3) torna-se:
pecificamente, se na equação (10), em 5.1.2, cada incerte-
za padrão u(xi) é avaliada por meio de repetidas observa- s 2 (qk ) (E.6)
u 2 ( z) = u 2 ( a) + q 2
u 2 (b) + b 2
ções independentes e multiplicada pelo fator-t, apropriado n
para seus graus de liberdade para um valor particular de p
(digamos, p = 95 por cento), a incerteza da estimativa y onde s2(qk) é a variância experimental das observações qk,
não irá definir um intervalo correspondendo àquele valor calculada de acordo com a equação (4), em 4.2.2, e
de p (ver G.3 e G.4). s2(qk)/n=s2(q) é a variância experimental da média q
[equação (5), em 4.2.3].
Nota - O requisito de normalidade, quando se propagam intervalos
de confiança usando a equação (E.3), pode ser uma das razões para E.3.5 Na terminologia tradicional, o terceiro termo do
a separação histórica dos componentes da incerteza derivada de ob-
membro da direita da equação (E.6) é chamado de contri-
servações repetidas, que se supôs serem normalmente distribuídas,
daqueles que foram avaliados simplesmente como limites superior e
buição “aleatória” à variância estimada u2(z), porque ele
inferior. decresce normalmente quando o número de observações n
aumenta, enquanto que os dois primeiros termos são cha-
E.3.4 Considere o seguinte exemplo: z depende somente mados contribuições “sistemáticas”, porque eles não de-
de uma grandeza de entrada w, z = f(w), onde w é estimado pendem de n.
pela média de n valores wk de w; estes n valores são obti-
dos de n observações repetidas independentes qk de uma De mais significância, em alguns tratamentos tradicionais
variável aleatória q; wk e qk são relacionados por: de incerteza de medição, a equação (E.6) é questionada,
pois nenhuma distinção é feita entre as incertezas oriundas
w k = a + bq k (E.4) de efeitos sistemáticos e as que decorrem de efeitos aleató-
rios. Em particular, combinar as variâncias obtidas de uma
Aqui a é um desvio “sistemático” constante ou desloca- distribuição de probabilidade a priori com aquelas obtidas
mento comum a cada observação, e b é um fator de escala de distribuições baseadas na freqüência é condenado, pois
comum. O desvio e o fator de escala, embora fixados du- o conceito de probabilidade é considerado como aplicável
rante as observações, são supostos como caracterizados somente a eventos que podem ser repetidos um grande nú-
por distribuições de probabilidade a priori, com a e b mero de vezes sob condições essencialmente iguais,
como sendo as melhores estimativas das esperanças dessas com a probabilidade p de um evento (0 £ p £ 1) indican-
distribuições. do a freqüência relativa com a qual o evento irá ocorrer.

A melhor estimativa de w é a média aritmética ou média w Em contraste com este ponto de vista da probabilidade ba-
obtida de: seado na freqüência, um ponto de vista igualmente válido
n n
é de que a probabilidade é uma medida do grau de credi-
1 1 (E.5)
w=
n
å wk =
n
å ( a + bq k ) bilidade de que um evento irá ocorrer [13, 14]. Por exem-
k =1 k =1 plo, suponha que alguém tenha a oportunidade de ganhar
uma pequena soma de dinheiro D, e que se trate de um
apostador racional. O grau de credibilidade de um evento

59
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição

A ocorrer é de p = 0,5, se o apostador é indiferente quanto real de qualquer esquema de classificação. Contudo, uma
à escolha de duas apostas: (1) receber D, se o evento A vez que títulos convenientes podem, às vezes, ser úteis na
ocorrer, porém não receber nada, se ele não ocorrer; (2) re- comunicação e discussão de idéias, a Recomendação
ceber D, se o evento A não ocorrer, porém, nada, se ele INC-1 (1980) fornece um esquema para a classificação de
ocorrer. A Recomendação INC-1 (1980) sobre a qual se dois métodos distintos pelos quais os componentes da in-
fundamenta este Guia adota implicitamente tal ponto de certeza podem ser avaliados, “A” e “B” (ver 0.7, 2.3.2 e
vista de probabilidade, uma vez que ele encara expressões, 2.3.3).
tais como a equação (E.6), como a maneira adequada de
calcular a incerteza padrão combinada de um resultado de Classificando-se os métodos usados para avaliar os com-
uma medição. ponentes de incerteza, evita-se o problema principal asso-
ciado com a classificação dos próprios componentes, isto
E.3.6 Existem três vantagens distintas em se adotar uma é, a dependência entre a classificação de um componente e
interpretação de probabilidade baseada no grau de credibi- como a grandeza correspondente é utilizada. Entretanto,
lidade, no desvio padrão (incerteza padrão) e na lei de pro- classificar os métodos, em vez de componentes, não impe-
pagação da incerteza [equação (E.3)] como bases para de que se agrupem os componentes individuais avaliados
avaliação e expressão da incerteza de medição, como foi pelos dois métodos em grupos específicos para um propó-
feito neste Guia: sito particular, em uma dada medição, por exemplo, quan-
do se compara a variabilidade observada experimental-
a) lei da propagação de incerteza permite que a incer- mente com a prevista teoricamente dos valores de saída de
teza padrão combinada de um resultado seja pronta- um complexo sistema de medição (ver 3.4.3).
mente incorporada na avaliação da incerteza padrão
combinada de outro resultado no qual a primeira é uti- E.4 Desvios padrão como medidas de incer-
lizada;
teza
b) a incerteza padrão combinada pode servir de base
para calcular intervalos que correspondam, de forma E.4.1 A equação (E.3) requer que, independente de como
realista, a seus níveis da confiança requeridos; seja obtida a incerteza de estimativa de uma grandeza de
c) é desnecessário classificar componentes como entrada, ela seja avaliada como uma incerteza padrão, isto
“aleatórios” ou “sistemáticos” (ou de qualquer ou- é, um desvio padrão estimado. Se, em vez disso, alguma
tro modo) quando da avaliação da incerteza, porque alternativa “segura” é avaliada, ela não pode ser usada na
todos os componentes da incerteza são tratados da equação (E.3). Em particular, se o “máximo limite de
mesma maneira. erro” (o maior desvio concebível para a estimativa su-
posta como sendo a melhor) é usado na equação (E.3), a
O benefício c) é altamente vantajoso porque tal categori- incerteza resultante terá um significado mal definido e não
zação é, freqüentemente, fonte de confusão; um compo- poderá ser utilizada por alguém que queira incorporá-la
nente de incerteza não é ou “aleatório” ou “sistemático”. em cálculos subseqüentes de incertezas de outras grande-
Sua natureza é condicionada pela utilização feita da gran- zas (ver E.3.3).
deza correspondente, ou mais formalmente, pelo contexto
no qual a grandeza aparece no modelo matemático que E.4.2 Quando a incerteza padrão de uma grandeza de en-
descreve a medição. Assim, quando sua grandeza corres- trada não pode ser avaliada pela análise de resultados de
pondente é usada em um contexto diferente, um compo- um número adequado de observações repetidas, deve-se
nente “aleatório” pode se tornar um componente “sistemá- adotar uma distribuição de probabilidade baseada no co-
tico” e vice versa. nhecimento que é muito menos extenso do que seria dese-
jável. Isso não torna, entretanto, a distribuição inválida ou
E.3.7 Pelo motivo dado em c) acima, a Recomendação irreal; como todas as distribuições de probabilidade, ela é
INC-1 (1980) não classifica os componentes da incerteza uma expressão do conhecimento existente.
como “aleatórios” ou “sistemáticos”. Na realidade, no que
se refere ao cálculo da incerteza padrão combinada de um E.4.3 As avaliações baseadas em observações repetidas
resultado de medição, não há necessidade de classificar não são necessariamente superiores àquelas obtidas por
componentes de incerteza e, assim, nenhuma necessidade outros meios. Considere s(q) o desvio padrão experimental

60
Expressão da Incerteza de Medição Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980)

da média de n observações qk independentes de uma variá- E.4.4 Foi levantada a questão de que, enquanto as incer-
vel q aleatória, distribuída normalmente [veja equação (5), tezas associadas com a aplicação de um método particular
em 4.2.3]. A grandeza s(q) é uma estatística (ver C.2.23) de medição são parâmetros estatísticos caracterizando va-
que estima s( q), o desvio padrão da distribuição da proba- riáveis aleatórias, existem exemplos de um “efeito verda-
bilidade de q, que é o desvio padrão da distribuição dos deiramente sistemático” cuja incerteza deve ser tratada di-
valores de q que seria obtido se a medição fosse repetida ferentemente. Um exemplo é um desvio tendo um valor
um número infinito de vezes. A variância s 2 [ s( q)] de s(q) fixo desconhecido que é o mesmo para cada determinação
é dada, aproximadamente, por: pelo método devido à uma possível imperfeição no pró-
prio princípio do método em si ou em uma de suas hipóte-
s 2 [s( q) ] » s 2 ( q) / 2n (E.7) ses. Mas, se se reconhece que tal possibilidade de desvio
existe e se sua magnitude é tida como sendo possivelmen-
onde n = n - 1 é o número de graus de liberdade de s(q) (ver te significativa, então ele pode ser descrito por uma distri-
G.3.3). Assim o desvio padrão relativo de s(q), que é dado buição de probabilidade, ainda que simplesmente construí-
pela razão s[s( q) ]/ s( q) e que pode ser tomado como uma da, baseada no conhecimento que levou à conclusão de
medida da incerteza relativa de s(q), é, aproximadamente, que ele poderia existir e de que era significativo. Assim, se
-1 se considerar a probabilidade como uma medida do grau
[ 2(n - 1)] 2. Esta “incerteza da incerteza” de q que decorre
de credibilidade de que um evento irá ocorrer, a contribui-
do motivo puramente estatístico da amostragem limitada,
ção de tal efeito sistemático pode ser incluída na incerteza
pode ser surpreendentemente grande; para n = 10 observa-
padrão combinada de um resultado de medição, pela avali-
ções, é de 24 por cento. Este e outros valores são dados na
ação desta como uma incerteza padrão de uma distribuição
tabela E.1, que mostra que o desvio padrão de um desvio
de probabilidade a priori, e tratando-a como qualquer ou-
padrão estatisticamente estimado não é desprezível para va-
tra incerteza padrão de uma grandeza de entrada.
lores práticos de n. Pode-se, portanto, concluir que as avali-
ações do Tipo A da incerteza padrão não são necessaria- EXEMPLO - A especificação de um procedimento de medição par-
mente mais confiáveis do que as avaliações do Tipo B, e ticular requer que uma certa grandeza de entrada seja calculada a
que em muitas situações práticas de medições, onde o nú- partir de uma expansão em série de potências específicas cujos ter-
mos de maior ordem não são exatamente conhecidos. O efeito
mero de observações é limitado, os componentes obtidos
sistemático, devido a não ser possível tratar com exatidão estes ter-
por avaliações do Tipo B podem ser melhor conhecidos do mos, leva a um desvio fixo desconhecido que não pode ser experi-
que os componentes obtidos de avaliações do Tipo A. mentalmente amostrado por repetições do procedimento. Assim, a
incerteza associada com o efeito não pode ser avaliada e incluída na
Tabela E.1 s[s( q) ]/ s( q), o desvio padrão do desvio pa- incerteza do resultado final de medição se uma interpretação da
probabilidade, baseada em freqüencia, é estritamente seguida. En-
drão experimental da média q de n observações indepen- tretanto, interpretando-se a probabilidade na base do grau de credi-
dentes de uma variável aleatória normalmente distribuída bilidade, permite-se uma incerteza, caracterizando o efeito a ser
q, relativo ao desvio padrão daquela média(a). avaliado de uma distribuição de probabilidade a priori (derivada do
conhecimento disponível concernente aos termos conhecidos sem
exatidão) e que seja incluída no cálculo da incerteza padrão com-
Número de observações s[ s( q)] / s( q) binada do resultado da medição, como qualquer outra incerteza.
n (por cento)
2 76 E.5 Uma comparação entre duas abordagens
3 52 da incerteza
4 42
5 36 E.5.1 O enfoque deste Guia é sobre o resultado de medi-
10 24 ção e sua incerteza avaliada, em vez de sobre as grandezas
20 16 desconhecidas, o valor “verdadeiro” e erro das grandezas
desconhecidas (ver o anexo D).
30 13
50 10 Este Guia, na realidade, desfaz a conexão, muitas vezes
(a)
Os valores dados foram calculados da expressão exata para confusa, entre as grandezas desconhecidas, valor “verda-
-1
s[s (q )] / s (q ), e não para a expressão aproximada [2 (n - 1)] 2. deiro” e erro, tomando-se os pontos de vista operacionais:
que o resultado de uma medição é simplesmente o valor

61
Anexo E
Motivação e base para a Recomendação INC-1 (1980) Expressão da Incerteza de Medição

atribuído ao mensurando e que a incerteza desse resultado padrão utilizadas como estimativas dos desvios padrão si,
é uma medida de dispersão dos valores que poderiam, ra- para obter a incerteza padrão combinada do resultado da
zoavelmente, ser abtribuídos ao mensurando. medição, são idênticas e fornecem o mesmo valor numéri-
co para aquela incerteza. Novamente, não faz nenhuma di-
E.5.2 Esta conexão pode ser entendida ao se interpretar a ferença nos cálculos se uma incerteza padrão é vista como
derivação da equação (E.3), a lei da propagação da incer- uma medida da dispersão da distribuição da probabiliade de
teza, do ponto de vista de valor “verdadeiro” e erro. Neste uma grandeza de entrada ou como uma medida da dispersão
caso, m i é considerado como desconhecido, único valor da distribuição de probabilidade do erro dessa grandeza.
“verdadeiro” da grandeza de entrada w i e cada w i é supos-
to ser relacionado ao seu valor “verdadeiro” m i por NOTA - Se a suposição da nota de E.5.2 não tivesse sido feita, en-
tão a discussão deste item não iria ter a aplicação, a não ser que to-
w i = m i + e i , onde e i é o erro em w i . A esperança da dis-
das as estimativas das grandezas de entrada e da incerteza dessas es-
tribuição da probabilidade de cada e i é supostamente nula, timativas fossem obtidas da análise estatística de observações repe-
E( e i ) = 0, com variância E( e 2i ) = s 2i . A equação (E.1) pas- tidas, isto é, de avaliações do Tipo A.
sa, então, a ser:
E.5.4 Embora o enfoque baseado no valor “verdadeiro” e
N
¶f (E.8) erro forneça os mesmos resultados numéricos que o enfo-
ez = å ¶w i
ei
que tomado por este Guia (desde que a suposição da nota
i =1
E.5.2 seja feita), o conceito de incerteza deste Guia elimi-
onde e z = z - m z é o erro em z e m z é o valor “verdadeiro” na a confusão entre erro e incerteza (ver o anexo D). Na
de z. Tomando-se a esperança do quadrado de e z , obtém- realidade, o enfoque operacional deste Guia, pelo qual é
se uma equação idêntica, na forma, à equação (E.3), mas focalizado o valor observado (ou estimado) de uma gran-
onde s 2z = E( e 2z ) é a variância de e z , e deza e a variabilidade observada (ou estimada) desse va-
1 lor, faz qualquer menção a erro inteiramente desnecessá-
r i , j = u( e i , e j ) / ( s 2i s 2j ) 2 é o coeficiente de correlação de ria.
e i e e j , onde u( e i , e j ) = E ( e i , e j ) é a covariância de e i e
e j . As variâncias e os coeficientes de correlação estão por-
tanto, associados, aos erros das grandezas de entrada, em
vez de estarem associadas às próprias grandezas de entra-
da.

NOTA - Supõe-se que a probabilidade seja vista como uma medida


do grau de credibilidade de que um evento irá ocorrer. Isso implica
que um erro sistemático pode ser tratado da mesma forma que um
erro aleatório e que ei representa ambos os tipos de erros.

E.5.3 Na prática, a diferença de pontos de vista não leva


a uma diferença no valor numérico do resultado da medi-
ção ou da incerteza atribuída a esse resultado.

Primeiro, em ambos os casos, as melhores estimativas dis-


poníveis das grandezas de entrada wi são utilizadas para
obter a melhor estimativa de z através da função f; não faz
nenhuma diferença nos cálculos se as melhores estimati-
vas são vistas como os valores mais prováveis de serem
atribuídos às grandezas em questão, ou como as melhores
estimativas de seus valores “verdadeiros”.

Segundo, uma vez que e i = w i - m i e que mi representa va-


lores únicos e fixos e, por conseqüência, não tem incerte-
za, as variâncias e os desvios padrão de ei e de wi são idên-
ticos. Isso significa que, em ambos os casos, as incertezas

62
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza
Este anexo dá sugestões adicionais para avaliar componentes vel durante o período em que as observações são feitas,
de incerteza, principalmente de natureza prática, que têm o pois há potencialmente, uma incerteza estatisticamente de-
propósito de complementar as sugestões já dadas no terminável, atribuível à operação de zerar.
capítulo 4.
Similarmente, se um barômetro deve ser lido, ele deve, em
F.1 Componentes avaliados a partir de ob- princípio, ser lido para cada repetição da medição (preferi-
velmente, após perturbá-lo e deixá-lo voltar ao seu equilí-
servações repetidas: avaliação Tipo A da in-
brio), pois pode haver uma variação tanto na indicação
certeza padrão como na leitura, mesmo se a pressão barométrica for cons-
tante.
F.1.1 Aleatoriedade e observações repetidas
F.1.1.3 Em segundo lugar, deve-se perguntar se todas as
F.1.1.1 As incertezas determinadas a partir de observa- influências, supostamente aleatórias, são, de fato, aleatóri-
ções repetidas são, freqüentemente, contrastadas com as. Serão constantes as médias e variâncias de suas distri-
aquelas avaliadas por outros meios, como sendo “objeti- buições ou haverá, talvez, um desvio no valor de uma
vas”, “estatisticamente rigorosas”, etc. Isso sugere, errone- grandeza de influência não medida, durante o período das
amente, que elas podem ser avaliadas meramente pela observações repetidas? Se há um número suficiente de ob-
aplicação de fórmulas estatísticas às observações e que servações, as médias aritméticas dos resultados da primei-
suas avaliações não requerem a aplicação de algum discer- ra e segunda metades do período e seus desvios padrão ex-
nimento. perimentais podem ser calculados, e as duas médias, com-
paradas uma com a outra, de forma a se julgar se a dife-
F.1.1.2 Deve-se perguntar primeiro: “Em que extensão as rença entre elas é estatisticamente significativa e, assim, se
observações repetidas são repetições completamente inde- há um efeito variando com o tempo.
pendentes do procedimento de medição”? Se todas as ob-
servações são de uma amostra única, e se a amostragem é F.1.1.4 Se os valores dos “serviços comuns” no laborató-
parte do procedimento de medição porque o mensurando é rio (tensão e freqüência da rede elétrica, pressão e tempe-
a propriedade de um material (ao contrário da propriedade ratura da água, pressão de nitrogênio, etc.) são grandezas
de um dado material em particular), então as observações de influência, há, normalmente, um forte elemento não
não foram independentemente repetidas; uma avaliação de aleatório em suas variações que não pode ser ignorado.
um componente da variância, decorrente de possíveis dife-
renças entre amostras, deve ser adicionada à variância das F.1.1.5 Se o algarismo menos significativo de uma indi-
observações repetidas realizadas sobre a amostra única. cação digital varia continuamente durante uma observação
devido a “ruído”, é, por vezes, difícil deixar de selecionar,
Se zerar um instrumento é parte do procedimento de medi- sem saber, valores pessoalmente preferidos desse algaris-
ção, o instrumento deve ser novamente zerado como parte mo. É melhor arranjar algum meio de congelar a indicação
de cada repetição, mesmo se houver um desvio desprezí- num instante arbitrário e registrar o resultado congelado.

63
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

F.1.2 Correlações Assim, X1 = F(Q1, Q2,..., QL) e X2 = G(Q1, Q2,..., QL), embo-
ra algumas dessas variáveis possam, na realidade, aparecer
Grande parte da discussão neste item é também aplicável a em somente uma função e não na outra. Se u2(ql) é a vari-
avaliações do Tipo B da incerteza padrão. ância estimada associada com a estimativa de ql de Ql, en-
tão a variância estimada associada com x1 é da equação
F.1.2.1 A covariância associada com as estimativas de (10), em 5.1.2:
duas grandezas de entrada Xi e Xj podem ser tomadas como
nulas ou tratadas como insignificantes, se: 2
L é ¶F ù 2 (F.1)
u 2 ( x1 ) = å ê ú u (ql )
a) Xi e Xj forem não-correlacionadas (as variáveis alea- l =1 ë ¶q l û
tórias, não as grandezas físicas que são consideradas
com uma expressão similar para u2(x2). A covariância esti-
invariáveis [ver 4.1.1, nota 1]), por exemplo, seja em
mada associada a x1 e x2 é dada por:
razão de terem sido medidas repetidamente, mas não
simultaneamente, em experimentos independentes L
¶F ¶G 2 (F.2)
diferentes, ou seja em razão de representarem gran- u( x 1 , x 2 ) = å ¶q l ¶q l
u (ql )
l =1
dezas resultantes de avaliações diferentes que foram
realizadas independentemente, ou se
Em razão de somente aqueles termos para os quais ¶F/¶ql ¹
b) qualquer das grandezas Xi ou Xj puder ser tratada 0 e ¶G/¶ql ¹ 0, para um dado l, contribuírem para a soma, a
como constante, ou se covariância é zero, se nenhuma variável é comum a ambos,
c) não existirem informações suficientes para avaliar a F e G.
covariância associada às estimativas de Xi e Xj .
O coeficiente de correlação estimado r(x1, x2), associado
NOTAS com as duas estimativas x1 e x2, é determinado através de
u(x1, x2) [equação (F.2)] e equação (14), em 5.2.2, com
1. Por outro lado, em certos casos, tais como no exemplo da resis-
tência de referência da nota 1 de 5.2.2, fica evidente que as grande- u(x1) calculado da equação (F.1) e u(x2), de uma expressão
zas de entrada são totalmente correlacionadas e que as incertezas similar [ver também a equação (H.9), em H.2.3]. Isto tam-
padrão de suas estimativas combinam linearmente. bém é possível para as covariâncias estimadas, associadas
2. Experimentos diferentes podem não ser independentes se, por com duas estimativas de entrada, tendo ambas um compo-
exemplo, o mesmo instrumento é utilizado em cada um dos experi- nente estatístico [ver equação (17), em 5.2.3] e um compo-
mentos (ver F.1.2.3)
nente oriundo da discussão deste item.

F.1.2.2 Se duas grandezas de entrada observadas simul- EXEMPLOS


tânea e repetidamente são ou não correlacionadas, pode
ser determinado por meio da equação (17), em 5.2.3. 1 Um resistor padrão Rs é usado na mesma medição para determi-
nar tanto a corrente I como a temperatura t. A corrente é determina-
Por exemplo, se a freqüência de um oscilador, não com-
da, medindo-se, com um voltímetro digital, a diferença de potencial
pensada ou mal compensada quanto à temperatura, for nos terminais do padrão; a temperatura é determinada medindo-se,
uma grandeza de entrada, e, se a temperatura ambiente com uma ponte de resistência e com o padrão, a resistência Rt(t) de
for também uma grandeza de entrada, e se forem obser- um sensor resistivo de temperatura calibrado, cuja relação tempera-
tura - resistência, na faixa de 15 ºC £ t £ 30 ºC, é t = aRt2(t) - to,
vadas simultaneamente, poderá haver uma correlação si-
onde a e to são constantes conhecidas. Assim, a corrente é determi-
gnificativa revelada pela covariância calculada da fre- nada através da relação I = Vs/Rs e a temperatura, através da relação
qüência do oscilador e da temperatura ambiente. t = ab2(t)Rs2 - to, onde b(t) é a razão medida Rt(t)/Rs fornecida pela
ponte.
F.1.2.3 Na prática, as grandezas de entrada são, freqüente- Como apenas a grandeza Rs é comum à expressão de I e t, a equação
mente, correlacionadas, porque o mesmo padrão de medi- (F.2) fornece para a covariância de I e t
ção físico, instrumento de medição, dado de referência, ou ¶I ¶t 2
u( I , t) = u ( Rs )
até mesmo o método de medição, tendo uma incerteza si- ¶Rs ¶Rs
gnificativa, são usados na estimativa de seus valores. Sem
perda de generalidade, suponha que duas grandezas de en- é V ù
= ê- s2 ú ( 2 ab 2 (t) Rs ) u 2 ( Rs ) =
trada X1 e X2, estimadas por x 1 e x 2, dependam de um êë Rs úû
conjunto de variáveis não-correlacionadas Q1, Q2,..., QL.

64
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

2I (t + t o ) cia. Quando, como ocorre freqüentemente na prática, a incerteza


=- u 2 ( Rs ) da comparação é desprezível com respeito à incerteza do padrão,
Rs2
os coeficientes de correlação são iguais a +1 e a incerteza de
cada ítem de calibração é a mesma que a do padrão.
(Por simplicidade de notação, neste exemplo foi usado o mesmo
símbolo tanto para a grandeza de entrada como para a sua estimati-
va).
F.1.2.4 A necessidade de introduzir a covariância u(xi,xj)
pode ser dispensada, se o conjunto original de grandezas
Para obter o valor numérico da covariância, substituiem-se, nesta de entrada X1,X2,...,XN, das quais o mensurando Y depende
expressão, os valores numéricos das grandezas medidas I e t, e os
[ver a equação (1), em 4.1], é redefinido, de tal maneira
valores de Rs e u(Rs) dados no certificado de calibração do resistor
padrão. A unidade de u(I,t) é, claramente A °C, uma vez que a vari- que inclua como grandezas de entrada adicionais e inde-
ância relativa [u(Rs)/Rs]2 é uma grandeza adimensional. pendentes aquelas grandezas Ql, comuns a duas ou mais
das Xi originais. (Pode ser necessário executar medições
Seja uma grandeza P relacionada com as grandezas de entrada I e t
por P = CoI2/(To + t), onde Co e To são constantes conhecidas, com
adicionais para estabecer integralmente a relação entre Ql
incertezas desprezíveis [u2(Co) » 0, u2(To) » 0]. A equação (13), em e as Xi afetadas). No entanto, em algumas situações pode
5.2.2, então, fornece para a variância de P em termos das variâncias ser mais conveniente manter as covariâncias em vez de,
de I e t e de sua covariância: aumentar o número das grandezas de entrada. Um proces-
so similar pode ser realizado para as covariâncias encon-
u 2 ( P) u 2 (I) u( I , t) u 2 (t)
=4 -4 + tradas em observações repetidas simultaneamente [ver a
P2 I2 I (To + t) (To + t) 2
equação (17), em 5.2.3], porém a identificação das grande-
As variâncias u2(I) e u2(t) são obtidas através da aplicação da equa- zas de entrada adicionais apropriadas é, freqüentemente,
ção (10) de 5.1.2 às relações I = Vs/Rs e t = ab2(t)Rs2 - to. Os resulta- arbitrada e não física.
dos são:
EXEMPLO - Se, no exemplo 1 do item anterior, as expressões para I
u 2 ( I ) / I 2 = u 2 (Vs ) / Vs2 + u 2 ( Rs ) / Rs2 e t em termos de Rs são introduzidas na expressão de P, o resultado é:

u 2 (t) = 4(t + t o ) 2 u 2 (b) / b 2 + 4(t + t o ) 2 u 2 ( Rs ) / Rs2 C oVs2


P =
Rs2 [To + ab 2 (t) Rs2 - t o ]
nos quais, para simplificar, supõe-se que as incertezas das contantes
to e a sejam também desprezíveis. Estas expressões podem ser pron-
e a correlação entre I e t é evitada à custa da substituição das gran-
tamente avaliadas, uma vez que u2(Vs) e u2(b) podem ser determina-
dezas de entrada I e t pelas grandezas Vs, Rs e b. Como essas gran-
das, respectivamente, a partir de leituras repetidas do voltímetro e
dezas não são correlacionadas, a variância de P pode ser obtida a
da ponte de resistência. Naturalmente, quaisquer incertezas ineren-
partir da equação (10) de 5.1.2.
tes aos próprios instrumentos e aos procedimentos de medição em-
pregados devem também ser levados em conta, quando u2(Vs) e
u2(b) são determinados. F.2 Componentes avaliados por outros meios:
2. No exemplo da nota 1 de 5.2.2, suponhamos que a calibração de avaliação do Tipo B da incerteza padrão
cada resistor seja representada por Ri= aiRs, com u(a i ) sendo a incer-
teza padrão da razão medida a i , tal como obtida em observações repe-
F.2.1 A necessidade de avaliações do Tipo B
tidas. Além disso, admitindo-se que a i » 1 para cada resistor e que
u(a i ) seja essencialmente a mesma para cada calibração, de forma que
u(a i ) = u(a). Então, as equações (F.1) e (F.2) fornecem u2(Ri) = Se um laboratório de medição tivesse recursos e tempo ili-
Rs2u2(a) + u2(Rs) e u(Ri,Rj) = u2(Rs). Isso implica, através da equa- mitados, ele poderia conduzir a uma exaustiva investiga-
ção (14), em 5.2.2, que o coeficiente de correlação de quaisquer dois ção estatística de todas as causas concebíveis de incerteza,
resistores (i ¹ j) é:
por exemplo, utilizando muitas marcas e tipos diferentes
-1 de instrumentos, diferentes métodos de medição, diferen-
æ æ u( a) ö
2 ö
r( Ri , R j ) º rij = ç1 + çç ÷
÷
÷ tes aplicações do método e diferentes aproximações dos
ç ÷
è è ø
u( Rs ) / Rs
ø seus modelos teóricos de medição. As incertezas associa-
das a todas essas causas poderiam, então, ser avaliadas
Desde que u(Rs)/Rs= 10-4, se u(a) = 100 x 10-6, rij » 0,5; se u(a) = 10 x
10-6, ri,j » 0,990; e, se u(a) = 1 x 10-6, ri,j » 1,000. Assim, quando pela análise estatística de séries de observações, e a incer-
u(a) ® 0, ri,j ®1 e u(Ri) ® u(Rs). teza de cada causa seria caracterizada por um desvio pa-
drão estatisticamente avaliado. Em outras palavras, todos
NOTA - Em geral, em calibrações por comparação, tais como
os componentes da incerteza seriam obtidos através de
neste exemplo, os valores estimados dos itens calibrados são cor-
relacionados, com o grau de correlação dependendo da razão en- avaliações do Tipo A. Como tal investigação não tem ne-
tre a incerteza da comparação e a incerteza do padrão de referên- nhuma praticidade econômica, muitos componentes da in-

65
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

certeza devem ser avaliados por quaisquer outros meios ele difira apenas no 16º bit, somente permanece um bit
que sejam práticos. significativo. Tais eventos podem ocorrer na avaliação de
algoritmos “mal-condicionados” e podem ser difíceis de
F.2.2 Distribuições determinadas matematicamente prever. Pode-se obter uma determinação empírica da in-
certeza, aumentando-se a grandeza de entrada mais impor-
F.2.2.1 Resolução de uma indicação digital tante para o cálculo (há freqüentemente, uma que é pro-
porcional à magnitude da grandeza de saída) por pequenos
Uma fonte de incerteza de um instrumento digital é a reso-
incrementos até que a grandeza de saída mude; a menor
lução de seu dispositivo indicador. Por exemplo, mesmo
mudança na grandeza de saída que pode ser obtida por tais
se as observações repetidas forem todas idênticas, a incer-
meios pode ser tomada como uma medida da incerteza; se
teza de medição atribuível à repetitividade não seria zero,
é dx, a variância é u2 = (dx)2/12 e u = 0,29 dx.
pois há uma faixa de sinais de entrada no instrumento, var-
rendo um intervalo conhecido, que dariam a mesma indi- NOTA - Pode-se verificar a avaliação da incerteza, comparando-se
cação. Se a resolução do dispositivo indicador é dx, o valor o resultado da computação levada a efeito na máquina com limita-
ção do comprimento de palavra, com o resultado da mesma compu-
do estímulo que produz uma dada indicação pode estar si-
tação efetuada por uma máquina com um comprimento de palavra
tuado com igual probabilidade em qualquer lugar no inter- significativamente maior.
valo X-dx/2 a X+dx/2. O estímulo é, então, descrito por
uma distribuição de probabilidade retangular (ver 4.3.7 e F.2.3 Valores de entrada importados
4.4.5), de amplitude dx, com variância u2=(dx)2/12, impli-
cando em uma incerteza padrão de u=0,29 dx para qual- F.2.3.1 Um valor importado para uma grandeza de entra-
quer indicação. da é um valor que não foi estimado no decorrer de uma
dada medição, mas que foi obtido em outra parte como re-
Assim, um instrumento de pesagem, com um dispositivo in- sultado de uma avaliação independente. Freqüentemente,
dicador cujo menor algarismo significativo é 1 g, tem uma tal valor importado é acompanhado de algum tipo de de-
variância devido à resolução do dispositivo de u2 = (1/12) g2 claração de sua incerteza. Por exemplo, a incerteza pode
e uma incerteza padrão de u = (1/ 12)g = 0,29g. ser dada como um desvio padrão, um múltiplo de um des-
vio padrão, ou a semifaixa de um intervalo, tendo um ní-
F.2.2.2 Histerese vel da confiança declarado. Alternativamente, limites su-
perior ou inferior podem ser fornecidos, ou nenhuma in-
Certos tipos de histerese podem causar um tipo similar de formação pode ser fornecida sobre a incerteza. Neste últi-
incerteza. A indicação de um instrumento pode diferir por mo caso, aqueles que utilizam o valor devem empregar seu
um valor fixado e conhecido, caso as leituras sucessivas próprio conhecimento da magnitude provável da incerteza,
sejam crescentes ou decrescentes. O operador prudente dada a natureza da grandeza, pela confiabilidade da fonte,
anota a direção das sucessivas leituras e faz a correção pelas incertezas obtidas na prática para essas grandezas,
apropriada. Entretanto, a direção da histerese não é sempre etc.
observável: pode haver oscilações ocultas do instrumento,
em torno do ponto de equilíbrio, de modo que a indicação NOTA - A discussão da incerteza de grandezas de entrada importa-
dependa da direção pela qual este ponto de equilíbrio é fi- das é incluída neste item sobre a avaliação do Tipo B de incerteza
padrão por conveniência; a incerteza de tal grandeza poderia ser
nalmente alcançado. Se a faixa de leituras possíveis desta
composta por componentes obtidos por avaliações do Tipo A ou
causa for dx, a variância é, novamente, u2 = dx2/12, e a in- componentes obtidos por avaliações de ambos os Tipos, A e B.
certeza padrão devido à histerese é u=0,29 dx. Como é desnecessário distinguir entre componentes avaliados pelos
dois métodos diferentes para se calcular uma incerteza padrão com-
F.2.2.3 Aritmética de precisão-finita binada, é também desnecessário conhecer a composição de uma in-
certeza de uma grandeza importada.

O arredondamento ou corte de números provenientes da


F.2.3.2 Alguns laboratórios de calibração têm adotado a
redução automática de dados pelo computador pode, tam-
prática de expressar a “incerteza” na forma de limites de
bém, ser uma fonte de incerteza. Considere, por exemplo,
confiança superior e inferior que definem um intervalo,
um computador com um comprimento de palavra de 16
tendo um nível da confiança “mínimo”, por exemplo,
bits. Se, no decorrer da computação, um número tendo
“pelo menos” 95 por cento. Isso pode ser visto como um
esse comprimento de palavra é subtraído de outro do qual
exemplo da assim chamada incerteza “segura” (ver E.1.2) e

66
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

esta não pode ser convertida em uma incerteza padrão sem a norma contém requisitos metrológicos, freqüentemente
o conhecimento de como ela foi calculada. Se é dada in- na forma de “erros máximos permissíveis”, com os quais
formação suficiente, ela pode ser recalculada de acordo se requer que o instrumento esteja conforme. O atendi-
com as regras deste Guia; de outra forma, uma avaliação mento do instrumento a esses requisitos é determinado por
independente da incerteza deve ser feita por quaisquer ou- comparação com um instrumento de referência cuja incer-
tros meios que estejam disponíveis. teza máxima permitida é, geralmente, especificada na nor-
ma. Essa incerteza é, então, um componente da incerteza
F.2.3.3 Algumas incertezas são dadas, simplesmente, do instrumento verificado.
como limites máximos dentro dos quais todos os valores
da grandeza estarão contidos. É uma prática comum supor Se nada é conhecido sobre a curva caraterística de erro do ins-
que todos os valores dentro desses limites são igualmente trumento verificado, deve-se supor que há uma probabilidade
prováveis (uma distribuição de probabilidade retangular), igual de que o erro tenha qualquer valor dentro dos limites
mas tal distribuição não deve ser suposta, se existem ra- permitidos, isto é, uma distribuição de probabilidade retan-
zões para se esperar que os valores que estejam dentro do gular. Entretanto, certos tipos de instrumentos têm curvas
intervalo, porém, próximos aos limites, sejam menos pro- caraterísticas tais que os erros são, por exemplo, provavel-
váveis do que aqueles que estão mais próximos do centro mente sempre positivos em parte da faixa de medição e
desses limites. Uma distribuição retangular de semifaixa a negativos em outra. Algumas vezes, tal informação pode
tem uma variância a2/3; uma distribuição normal para a ser deduzida pelo estudo da norma escrita.
qual a é a semifaixa de um intervalo, tendo um nível da
confiança de 99,73 por cento tem uma variância de a2/9. F.2.4.3 Grandezas controladas
Pode ser prudente adotar um meio termo entre esses valo-
res, por exemplo, supondo-se uma distribuição triangular, Medições são freqüentemente feitas sob condições de refe-
para a qual a variância é a2/6 (ver 4.3.9 e 4.4.6). rência controladas que se supõe que permaneçam constan-
tes no decorrer de uma série de medições. Por exemplo,
F.2.4 Valores de entrada medidos medições podem ser efetuadas em amostras em um banho
de óleo agitado, cuja temperatura seja controlada por um
F.2.4.1 Observação única, instrumentos calibrados termostato. A temperatura do banho pode ser medida ao
mesmo tempo em que se realiza a medição em uma amos-
Se uma estimativa de entrada foi obtida através de uma tra, mas, se a temperatura do banho é cíclica, a temperatu-
única observação, com um determinado instrumento que ra instantânea da amostra pode não ser a temperatura indi-
tenha sido calibrado por um padrão de pequena incerteza, cada pelo termômetro no banho. O cálculo das flutuações
a incerteza da estimativa é, principalmente, a de repetitivi- da temperatura da amostra baseado na teoria de transferên-
dade. A variância de medições repetidas pelo instrumento cia de calor, e de sua variância, está além do escopo deste
pode ter sido obtida em uma ocasião anterior, não de Guia, porém ele deve começar a partir de um ciclo conhe-
modo necessário para precisamente o mesmo valor de lei- cido ou suposto de temperatura para banho. Este ciclo
tura, mas próximo o suficiente para ser útil, e pode ser pode ser observado por um termopar adequado e um regis-
possível supor que a variância seja aplicável ao valor de trador de temperatura, mas, na falta deles, pode-se deduzir
entrada em questão. Se nenhuma informação é disponível, uma aproximação do valor a partir do conhecimento da
deve ser feita uma estimativa baseada na natureza do apa- natureza dos controles.
relho ou instrumento de medição, nas variâncias conheci-
das de outros instrumentos de construção similar, etc. F.2.4.4 Distribuições assimétricas de valores possíveis

F.2.4.2 Observação única, instrumentos verificados Há ocasiões em que todos os valores possíveis de uma
grandeza se encontram de um lado de um valor limitante
Nem todos os instrumentos de medição são acompanhados único. Por exemplo, quando se mede uma altura vertical
de um certificado de calibração ou de uma curva de cali- fixa h (o mensurando) de uma coluna de líquido em um
bração. A maioria dos instrumentos, entretanto, é construí- manômetro, o eixo da altura do dispositivo medidor pode
da de acordo com uma norma escrita e verificada, seja se desviar da vertical por um pequeno ângulo b. A distân-
pelo fabricante ou por uma autoridade independente, para cia l determinada pelo dispositivo será sempre maior do
estar em conformidade com esse documento. Usualmente, que h; não é possível nenhum valor menor do que h. Isto

67
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

se dá porque h é igual à projeção l cosb, implicando [exp(-b / 2s )]sen(b)db. As funções densidade de pro-
2

l = h/cosb, e todos os valores de cosb são menores que


babilidade p(d) são, nos dois casos, as expressões re-
um; nenhum valor maior do que um é possível. Este as-
queridas para se determinar a esperança e variância de
sim chamado “erro de cosseno” pode também ocorrer de
d para uso nas equações (F.3) e (F.4). Elas podem, pronta-
tal maneira que a projeção h'cosb, de um mensurando h',
mente, ser obtidas a partir destes elementos de probabili-
é igual à distância observada l, isto é, l = h'cosb, e a dis-
dades porque o ângulo b pode ser suposto como pequeno
tância observada é sempre menor do que o mensurando.
e, portanto, d = 1 - cosb e senb podem ser expandidos até a
Se uma nova variável d = 1 - cosb é introduzida, as duas menor ordem em b. Isso gera d » b 2 / 2, senb » b = 2d e
diferentes situações são, supondo b » 0, ou d << 1 como db = dd / 2d. As funções densidade de probabilidade são,
acontece geralmente na prática: então:

h = l (1 - d) (F.3a) 1 (F.5a)
p( d) = exp ( -d / s 2 )
h' = l (1 + d) (F.3b) s pd

em uma dimensão e
Aqui, l , a melhor estimativa de l, é a média aritmética ou
1 (F.5b)
média de n observações independentes repetidas lk, de l , p( d) = exp( -d / s 2 )
com uma variância estimada u2(l ) [ver as equações (3) e s2
(5), em 4.2]. Assim, das equações (F.3a) e (F.3b) segue em duas dimensões, onde
que, para obter uma estimativa de h ou h', necessita-se de ¥
uma estimativa do fator de correção d , enquanto que, para ò0 p( d) dd = 1
se obter a incerteza padrão combinada da estimativa de h
ou h', necessita-se de u2(d), a variância estimada de d. As equações (F.5a) e (F.5b), que mostram que o valor
Mais especificamente, a aplicação da equação (10) em mais provável da correção d em ambos os casos é zero,
5.1.2 às equações (F.3a) e (F.3b) fornece para u c2 ( h) e fornecem, no caso unidimensional, E( d) = s 2 / 2 e var(d) =
u c2 ( h') (com sinais - e +, respectivamente): s 4 / 2 para a esperança e a variância de (d); e no caso bidi-
mensional, E( d) = s 2 e var(d) = s 4 . As equações (F.3a),
-
u c2 = (1 + d) 2 u 2 ( l ) + l 2u 2 ( d ) (F.4a) (F3.b) e (F.4b) tornam-se, então:

» u 2 (l ) + l 2u 2 ( d)
[ ]
(F.4b)
h = l 1 - (d / 2)u 2 (b) (F.6a)

Para se obter estimativas do valor esperado de d e a variân-


cia de d, assuma que o eixo do dispositivo utilizado para
[
h' = l 1 + (d / 2)u 2 (b) ] (F.6b)

medir a altura da coluna de líquido no manômetro é manti-


u c2 ( h) = u c2 ( h') = u 2 (l ) + (d / 2)l 2u 4 (b) (F.6c)
do fixo no plano vertical e que a distribuição dos valores
do ângulo de inclinação b, em torno de seu valor esperado
onde d é a dimensionalidade (d = 1 ou 2) e u(b) é a incerteza
de zero, é uma distribuição normal, com variância s2. Em-
padrão do ângulo (b), tomado como sendo a melhor estimativa
bora b possa ter valores tanto positivos quanto negativos,
do desvio padrão s de uma distribuição suposta como normal
d = 1 - cosb é positivo para todos os valores de b. Se o de-
e a ser avaliada a partir de todas as informações disponíveis
salinhamento do eixo do dispositivo é irrestrito, a orienta-
relativas à medição (avaliação do Tipo B). Este é um exemplo
ção do eixo pode variar em um ângulo sólido, uma vez que
de um caso em que a estimativa do valor de um mensurando
é capaz de um desalinhamento também de azimute, sendo,
depende da incerteza de uma grandeza de entrada.
porém, b sempre um ângulo positivo.
Embora as equações de (F.6a) até (F.6c) sejam específicas
No caso restrito ou unidimensional, o elemento de
para uma distribuição normal, a análise pode ser efetuada,
probabilidade r(b)db (C.2.5, nota) é proporcional a
supondo-se outras distribuições para b. Por exemplo, supondo-
[exp(-b 2
]
/ 2s 2 ) db; no caso irrestrito ou bidimensional, o se uma distribuição retangular simétrica para b, com limites
elemento de probabilidade é proporcional a superior e inferior +b0 e -b0, no caso unidimensional; +b0 e
zero, no caso bidimensional; E( d) = b 20 / 6 e var( d) = b 04 / 45,

68
Expressão da Incerteza de Medição Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza

em uma dimensão; E( d) = b 20 / 4 e var( d) = b 04 / 48, em de U e da correção conhecida b para a faixa dos valores
duas dimensões. de t.

NOTA - Esta é uma situação em que a expansão da função Embora este Guia recomende que sejam aplicadas corre-
Y = f (X 1 , X 2 , K , X N ), em uma série de Taylor de primeira ordem ções aos resultados de medição para os efeitos sistemáti-
para obter u c2 (y ), equação (10), em 5.1.2, é inadequada por causa da cos significativos conhecidos, isto pode não ser sempre
não-linearidade de f: cos b ¹ cos(b ) (ver nota 2 de 5.1.2, e H.2.4). factível em tal situação, devido a um esforço financeiro
Embora a análise possa ser realizada inteiramente em termos de b, a inaceitável que ocorreria para calcular e aplicar uma corre-
introdução da variável d simplifica o problema.
ção individual e para calcular e utilizar uma incerteza indi-
Outro exemplo de uma situação em que todos os valores vidual para cada valor de y(t).
possíveis de uma grandeza situam-se de um só lado de um
Um enfoque comparativamente simples deste problema,
valor limitante único é a determinação por titulação da
consistente com os princípios deste Guia, é como se se-
concentração de um componente em uma solução em que
gue:
o ponto final é indicado pelo disparo de um sinal; a quanti-
dade de reagente adicionada é sempre maior do que aquela
Estabeleça uma correção média única b a partir de:
necessária para disparar o sinal; nunca é menor. O excesso
titulado além do ponto limite é uma variável requerida na 1 t2 (F.7a)
redução de dados, e o procedimento, neste caso (e em ca-
b=
t 2 - t1
ò t1 b(t) dt
sos similares), é supor uma distribuição de probabilidade
adequada para o excesso e utilizá-la para obter o valor es- onde t 1 e t 2 definem a faixa de interesse do parâmetro t, e
perado do excesso e sua variância. considere como a melhor estimativa de Y(t) o valor
y'(t) = y(t) + b , onde y(t) é a melhor estimativa não-corri-
EXEMPLO - Supondo-se uma distribuição retangular de limite infe-
rior 0 e limite superior C0, para o excesso z, o valor esperado do ex-
gida de Y(t). A variância associada à correção média b so-
cesso é C0/2, com a variância associada C o2 / 12 . Se a função densi- bre a faixa de interesse é dada por:
dade de probabilidade do excesso for tomada como uma distribuição

ò t1 [b(t) - b ]
normal com 0 £ z < ¥ , isto é, p(z ) = (s p / 2 ) -1 exp(- z 2 / 2 s 2 ), 1 t2 2 (F.7b)
u 2 (b) = dt
então o valor esperado é s 2 / p , com variância s (1 - 2 / p ).
2 t 2 - t1

F.2.4.5 Incerteza quando as correções de uma curva de sem levar em conta a incerteza da real determinação da
calibração não são aplicadas correção b(t). A variância média da correção b(t) devido à
sua determinação real é dada por:
A Nota de 6.3.1 discutiu o caso em que uma correção
1 t2
conhecida b, para um efeito sistemático significativo, u 2 [b(t) ] = ò t1 u 2 [b(t) ] dt
(F.7c)
não é aplicada ao resultado relatado de uma medição, t 2 - t1
mas, em vez disso, é levada em conta, ampliando-se a
“incerteza” atribuída ao resultado. Um exemplo é a onde u2[b(t)] é a variância da correção b(t). Similarmente,
substituição de uma incerteza expandida U por U + b, a variância média de y(t) proveniente de todas as fontes de
onde U é uma incerteza expandida obtida sob a suposi- incerteza, à exceção da correção b(t), é obtida de:
ção de b = 0. Esta prática é, por vezes, seguida em situa-
1 t2
ções nas quais todas as seguintes condições se aplicam: u 2 [y(t) ] = ò t1 u 2 [y(t) ] dt
(F.7d)
t 2 - t1
o mensurando Y é definido sobre uma faixa de valores
de um parâmetro t, como no caso de uma curva de cali-
onde u2[y(t)] é a variância de y(t) devido a todas as fontes
bração para um sensor de temperatura; U e b também
de incertezas, à exceção de b(t). O valor único da incerteza
dependem de t; e somente um único valor de “incerte-
padrão a ser usado para todas as estimativas y'(t) = y(t) + b
za” deve ser dado para todas as estimativas y(t) do
do mensurando Y(t) é, então, a raiz quadrada positiva de:
mensurando para a faixa dos valores possíveis de t.
Em tais situações, o resultado da medição é, muitas
u c2 ( y') = u 2 [ y(t)] + u 2 [ b(t)] + u 2 ( b ) (F.7e)
vezes, relatado como Y (t) = y(t) ± [U max + bmax ], onde o
índice “max” indica que são usados os valores máximos

69
Anexo F
Guia prático para avaliação de componentes de incerteza Expressão da Incerteza de Medição

Uma incerteza expandida U pode ser obtida, multiplican- F.2.6.2 Em algumas situações práticas de medição, a
do-se uc(y') por um fator de abrangência k adequadamente amostragem e o tratamento das amostras desempenham
escolhido , U = kuc(y'), fornecendo {Y (t) = y'(t) ± U = um papel muito mais importante. Este é, muitas vezes, o
y(t) + b ± U . Entretanto, o uso da mesma correção média caso da análise química de materiais naturais. Ao contrário
para todos os valores de t, em vez da correção apropriada dos materiais feitos pelo homem, que podem ter uma ho-
para cada valor de t, deve ser reconhecida e declarada de mogeneidade comprovada em um nível bem acima do re-
forma clara no tocante ao que U representa. querido para a medição, os materiais naturais são, freqüen-
temente, muito heterogêneos. Essa heterogeneidade con-
F.2.5 Incerteza do método de medição duz a dois componentes adicionais de incerteza. A avalia-
ção do primeiro requer a determinação de quão adequada-
F.2.5.1 Talvez o componente de incerteza mais difícil de mente a amostra selecionada representa o material original
avaliar seja aquele associado com o método de medição, sendo analisado. A avaliação do segundo requer a determi-
especialmente se a aplicação do método demonstrou dar nação da extensão na qual os constituintes secundários
resultados com menor variabilidade que os de quaisquer (não analisados) influenciam a medição e quão adequada-
outros métodos conhecidos. Mas é provável que existam mente eles são tratados pelo método de medição.
outros métodos, alguns deles ainda desconhecidos ou, de
alguma forma, pouco práticos, que dariam de modo siste- F.2.6.3 Em alguns casos, o planejamento cuidadoso da
mático, resultados diferentes aparentemente de igual vali- experiência pode tornar possível avaliar estatisticamente a
dade. Isto implica numa distribuição de probabilidade a incerteza devido à amostra (ver H.5 e H.5.3.2). Usualmen-
priori, não uma distribuição da qual as amostras podem te, entretanto, especialmente quando os efeitos de grande-
ser rapidamente extraídas e tratadas estatisticamente. As- zas ambientais de influência sobre a amostra são significa-
sim, muito embora a incerteza do método possa ser domi- tivos, a habilidade e conhecimento do analista, derivados
nante, a única informação muitas vezes disponível para de sua experiência e de todas as informações então dispo-
avaliar sua incerteza padrão é o próprio conhecimento níveis, são requeridos para avaliar a incerteza.
existente do mundo físico (ver também E.4.4).

NOTA - A determinação do mesmo mensurando por diferentes mé-


todos, seja no mesmo laboratório, seja em laboratórios diferentes,
ou pelo mesmo método em laboratórios diferentes, pode, muitas ve-
zes, fornecer informação valiosa acerca da incerteza atribuível a um
método em particular. Em geral, a troca de padrões de medição ou
de materiais de referência entre laboratórios para medições indepen-
dentes é um meio usual de avaliar a confiabilidade das avaliações de
incerteza e de identificar efeitos sistemáticos não reconhecidos pre-
viamente.

F.2.6 Incerteza da amostra

F.2.6.1 Muitas medições envolvem a comparação de um


objeto desconhecido com um padrão conhecido, tendo ca-
racterísticas similares, de forma a calibrar o desconhecido.
Exemplos incluem blocos padrão, certos termômetros,
conjuntos de massas, resistores e materiais de alta pureza.
Na maioria desses casos, os métodos de medição não são
especialmente sensíveis, ou afetados prejudicialmente,
pela seleção da amostra (isto é, o desconhecido em parti-
cular sendo calibrado), pelo tratamento da amostra ou pe-
los efeitos das várias grandezas ambientais de influência,
porque, em geral, tanto o padrão como o desconhecido
respondem do mesmo modo (e freqüentemente predito) a
tais variáveis.

70
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança

Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança

G.1 Introdução sobre as porções extremas ou “caudas” das distribuições


de probabilidade das grandezas de entrada.
G.1.1 Este anexo trata da questão geral da obtenção de
uma incerteza expandida Up = kpuc(y), a partir da estimati- G.1.3 Para obter o valor do fator de abrangência kp, que
va y do mensurando Y e de sua incerteza padrão combina- produz um intervalo corrrespondente a um nível especifi-
da uc(y), que define um intervalo y - Up £ Y£ y + Up , o qual cado da confiança p, requer-se um conhecimento detalha-
tem uma alta probabilidade de abrangência especificada do da distribuição de probabilidade caracterizada pelo re-
ou nível da confiança p. O anexo, então, trata da determi- sultado da medição e a sua incerteza padrão combinada.
nação do fator de abrangência kp que produz um intervalo Por exemplo, para uma grandeza z descrita por uma distri-
em torno do resultado y da medição, do qual se espera que buição normal, com esperança mz e desvio padrão s, o va-
abranja uma grande fração especificada p da distribuição lor de kp, que fornece um intervalo mz ± kps, que compre-
de valores que poderiam, razoavelmente, ser atribuídos ao ende a fração p da distribuição e, dessa forma, tem uma
mensurando Y (ver item 6). probabilidade de abrangência ou nível da confiança p,
pode ser prontamente calculado. Alguns exemplos são da-
G.1.2 Em muitas situações práticas de medição, o cálculo dos na tabela G.1.
de intervalos tendo níveis da confiança especificados - de
fato, a estimativa da maioria dos componentes individuais Tabela G.1- Valor do fator de abrangência kp que produz
da incerteza em tais situações - é somente, a melhor apro- um intervalo da confiança tendo um nível da confiança p,
ximação. Até mesmo o desvio padrão experimental da mé- supondo uma distribuição normal.
dia do equivalente a 30 observações repetidas de uma
grandeza descrita por uma distribuição normal tem uma Nível da confiança p Fator de abrangência
incerteza de cerca de 13 por cento (ver a tabela E.1, no (por cento) kp
anexo E). 68,27 1
90 1,645
Na maioria dos casos, não faz sentido tentar distinguir en-
95 1,960
tre, por exemplo, um intervalo tendo um nível da confian-
ça de 95 por cento (uma chance em 20 de que o valor do 95,45 2
mensurando Y esteja fora do intervalo) e tampouco um in- 99 2,576
tervalo de 94 ou 96 por cento (1 chance em 17 e 25, res- 99,73 3
pectivamente). É particularmente difícil obter intervalos
da confiança justificáveis com níveis da confiança de 99 NOTA - Por contraste, se z é descrito por uma distribuição de pro-
babilidade retangular, com esperança m z e um desvio padrão s = a/ 3,
por cento (1 chance em 100) e maiores, mesmo que ele as-
onde a é a semifaixa da distribuição, os níveis da confiança p são 57,74
suma que nenhum efeito sistemático tenha sido esquecido,
por cento, para kp = 1; 95 por cento, para kp = 1,65; 99 por cento,
porque, geralmente, se dispõe de muito pouca informação para k p = 1,71; 100 por cento, para kp ³ 3 » 1,73. A distribuição

71
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição

retangular é mais estreita do que a distribuição normal no sentido de N


que é de extensão finita e não tem “caudas”. s2(Y) = S c i2 s2(Xi), onde E(Xi) é a esperança de Xi e
i =1

s2(Xi) é a variância de Xi , se os Xi são independentes e


G.1.4 Se as distribuições de probabilidade das grandezas
s2(Y) é muito maior do que qualquer componente indivi-
de entrada X1,X2,...,XN, das quais o mensurando Y depende,
dual ci2s2(Xi) de um Xi , com distribuição não-normal.
são conhecidas [suas esperanças, variâncias e momentos de
ordem superior (ver C.2.13 e C.2.22), se as distribuições G.2.2 O Teorema Central do Limite é importante porque
não são distribuições normais] e se Y é uma função linear mostra o papel muito relevante desempenhado pelas va-
das grandezas de entrada, Y = c1X1 + c2X2 + ... + cNXN, então riâncias das distribuições de probabilidade das grandezas
a distribuição de probabilidade de Y pode ser obtida por de entrada, comparado ao desempenhado pelos momen-
convolução das distribuições de probabilidade individu- tos de ordem superior das distribuições, na determinação
ais [10]. Os valores de kp que fornecem os intervalos cor- da forma da distribuição convolucionada de Y resultante.
respondentes aos níveis especificados da confiança p po- Ademais, isto implica que a distribuição convolucionada
dem, então, ser calculados a partir da distribuição resul- tende à distribuição normal quando aumenta o número de
tante da convolução. contribuições das grandezas de entrada para s2(Y); que a
convergência será tanto mais rápida quanto mais próxi-
G.1.5 Se a relação funcional entre Y e suas grandezas de
mos os valores de ci2s2(Xi) estiverem um do outro (equi-
entrada é não-linear e se uma expansão de primeira ordem
valente, na prática, a dizer que cada estimativa de entrada
da série de Taylor da relação não é uma aproximação acei-
xi contribui com uma incerteza comparável à incerteza da
tável (ver 5.1.2 e 5.1.5), então a distribuição de probabili-
estimativa y do mensurando Y); que quanto mais próxi-
dade de Y não pode ser obtida pela convolução das grande-
mas as distribuições de Xi estão de serem normais, tanto
zas de entrada. Em tais casos, outros métodos numéricos
menos Xi são requeridos para dar a Y uma distribuição
ou analíticos são requeridos.
normal.

G.1.6 Na prática, em razão de os parâmetros que caracte- EXEMPLO - A distribuição retangular (ver 4.3.7e 4.4.5) é um ex-
rizam as distribuições de probabilidade das grandezas de emplo extremo de uma distribuição não normal, mas a convolução
entrada serem usualmente estimativas, porque não é realis- de, ainda que apenas, três distribuições de igual largura é aproxima-
damente normal. Se a semifaixa de cada uma das três distribuições
ta esperar que o nível da confiança a ser associado com
retangulares é a, de modo que a variância de cada uma é a2/3, a
um determinado intervalo possa ser conhecido com um variância da distribuição convolucionada é s2 = a2. Os intervalos de
alto grau de exatidão, e devido à complexidade de convo- 95 por cento e de 99 por cento da distribuição convolucionada são
lucão das distribuições de probabilidade, tais convoluções definidos por 1,937 s e 2,379 s, respectivamente, enquanto que os
intervalos correspondentes para uma distribuição normal com o
são raramente, se vierem a ser, implementadas quando in-
mesmo desvio padrão s são definidos por 1,960 s e 2,576 s (ver a
tervalos com níveis da confiança especificados precisarem tabela G.1) [10].
ser calculados. Em vez disso, são usadas aproximações
para obter vantagem no uso do Teorema Central do Limi- NOTAS

te. 1. Para cada intervalo com um nível da confiança p maior do que


cerca de 91,7 por cento, o valor de kp, para uma distribuição normal,
é maior do que o valor correspondente para a distribuição resultante
G.2 Teorema Central do Limite
da convolução de qualquer número e tamanho de distribuições re-
tangulares.
åi = 1
N
G.2.1 Se Y = c1X1 + c2X2 + ...+ cNXN = c i X i e to- 2. Do Teorema Central do Limite, segue que a distribuição de
probabilidade da média aritmética q de n observações qk de uma
dos os Xi são caracterizados por distribuições normais,
variável aleatória q, com esperança m q e desvio padrão finito s, se
então a distribuição convolucionada resultante de Y tam- aproxima de uma distribuição normal, com média m q e desvio padrão
bém será normal. Entretanto, mesmo que as distribuições s / n, quando n ® ¥, qualquer que possa ser a distribuição de pro-
de Xi não sejam normais, a distribuição de Y pode, fre- babilidade de q.
qüentemente, ser aproximada por uma distribuição nor-
mal devido ao Teorema Central do Limite. Este teorema G.2.3 Uma conseqüência prática do Teorema Central do
estabelece que a distribuição de Y será aproximadamente Limite é que, quando se pode estabelecer que seus requisi-
N tos foram aproximadamente satisfeitos, em particular se a
normal, com esperança E(Y) = S c i E(Xi) e variância
i =1 incerteza padrão combinada uc(y) não é dominada por um
componente de incerteza padrão obtido por uma avaliação

72
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança

do Tipo A, baseada em apenas poucas observações, ou por ou:


um componente de incerteza padrão obtido por uma avali-
ação do Tipo B, baseada em uma suposta distribuição re- Pr[ -t p ( v) £ ( y - Y ) / u c ( y) £ t p ( v)] = p (G.1b)
tangular, uma primeira aproximação razoável para o cálcu-
lo de uma incerteza expandida Up = kpuc(y), que irá pro- que pode ser reescrita como:
porcionar um intervalo com nível da confiança p, é usar,
Pr[ y - t p ( v)u c ( y) £ Y £ y + t p ( v)u c ( y)] = p (G.1c)
para kp, um valor da distribuição normal. Os valores mais
comumente usados para este propósito são dados na tabe-
Nestas expressões, Pr[ ] significa “probabilidade de”, e o
la G.1.
fator-t tp(v) é o valor de t para um dado valor do parâmetro
v - os graus de liberdade (ver G.3.3) - tal que a fração p da
G.3 A distribuição-t e os graus de liberdade distribuição t é abrangida pelo intervalo -tp(v) até +tp(v).
Assim, a incerteza expandida:
G.3.1obter uma melhor aproximação do que simplesmente
Para
usar um valor kp da distribuição normal, como em G.2.3, U p = k pu c ( y) = t p ( v)u c ( y) (G.1d)
deve-se reconhecer que o cálculo de um intervalo, tendo
especificado um nível da confiança, requer, não a distribu- define um intervalo y - Up até y + Up , convenientemente
ição da variável [Y - E(Y)]/s(Y), mas a distribuição da vari- escrito como Y = y ± Up , do qual espera-se abranger uma
ável (y - Y)/uc(y). Isto se dá porque, na prática, tudo que fração p da distribuição de valores que poderiam, razoa-
está geralmente disponível é y, a estimativa de Y tal como velmente, ser atribuídos a y, e p é a probabilidade de
N abrangência ou nível da confiança do intervalo.
obtida de y = S c i X i , onde xi é a estimativa de Xi; e a va-
i =1

riância combinada associada com uc2(y), avaliada a partir G.3.3 Os graus de liberdade n são iguais a n -1 para uma
N grandeza única estimada pela média aritmética de n obser-
de uc2(y) = S c i2 u2(xi), onde u(xi) é a incerteza padrão
i =1 vações independentes, como em G.3.2. Se n observações
(desvio padrão estimado) da estimativa xi. independentes são usadas para determinar tanto a inclina-
ção como a interseção de uma linha reta pelo método dos
NOTA - Falando de modo estrito, na expressão (y - Y)/uc(y), Y deve- mínimos quadrados, o grau de liberdade de suas respecti-
ria ser lido como E(Y). Para simplificar, tal distinção só tem sido
vas incertezas padrão é n = n - 2. Para um ajuste pelos mí-
feita em algumas partes deste Guia. Em geral, o mesmo símbolo
tem sido usado para a grandeza física, a variável aleatória que repre- nimos quadrados de m parâmetros para n pontos de dados,
senta esta grandeza, e a esperança desta variável (ver as notas de o grau de liberdade da incerteza padrão de cada parâmetro
4.1.1). é n = n - m (ver referência [15] para uma posterior discus-
são mais detalhada de graus de liberdade).
G.3.2 Se z é uma variável aleatória normalmente distribu-
ída com esperança mz e desvio padrão s, e z é a média arit- G.3.4 Os valores selecionados de tp(n), para diferentes va-
mética de n observações independentes de zk de z e s(z) é o lores de v e vários valores de p, são dados na Tabela G.2,
desvio padrão experimental de z [ver as equações (3) e (5), no fim deste anexo. Quando v ® ¥ , a distribuição-t se
em 4.2], então a distribuição da variável t = (z -mz) / s(z) é aproxima da distribuição normal, e tp(n) » (1 + 2/n)1/2 kp ,
a distribuição-t ou distribuição de Student (C.3.8), com onde, kp é o fator de abrangência requerido para obter um
v = n-1 graus de liberdade. intervalo com nível da confiança p para uma variável nor-
malmente distribuída. Assim, o valor de tp(¥), na Tabela
Conseqüentemente, se o mensurando Y é, simplesmente,
G.2, para um dado p, é igual ao valor de kp , na tabela G.1,
uma grandeza única normalmente distribuída X, Y = X e se
para o mesmo p.
X é estimada pela média aritmética X de n observações
repetidas e independentes Xk de X, com desvio padrão ex- NOTA - Muitas vezes, a distribuição-t é tabulada em quantis; ou
perimental s(X ), então a melhor estimativa de Y é y = X , seja, valores do quantil t 1 - a são dados, onde 1 - a denota a proba-
e o desvio padrão dessa estimativa é u c(y) = s(X ). En- bilidade cumulativa, e a relação:

tão t = (z - mz)/s(z) = (X - X)/s(X ) = (y - Y)/u c(y) é distri- t1 - a


1-a =ò f (t, n) d t
buído de acordo com a distribuição-t, com: -¥

Pr[ -t p ( v) £ t £ t p ( v)] = p (G.1a)

73
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição

define o quantil, onde f é a função densidade de probabilidade de t. vamente, por u2cA(y) e u2cB(y), as várias grandezas são relacionadas
Assim, tp e t ( 1- a ) são relacionados por p = 1 - 2a. Por exemplo, o por:
valor do quantil t0,975, para o qual 1-a = 0,975 e a = 0,025, é o
mesmo que tp(n), para p = 0,95. u c2 ( y) = u cA
2
( y) + u cB
2
( y)

u c4 ( y) u cA
4 4
( y) u cB ( y)
G.4 Graus de liberdade efetivos = +
v eff v effA v effB

G.4.1 Em geral, a distribuição-t não irá descrever a distri- EXEMPLO - Considere que Y = f(X1,X2,X3) = bX1X2X3 e que as esti-
buição da variável (y - Y)/uc(y) se uc2(y) é a soma de dois ou mativas x1,x2,x3 das grandezas de entrada normalmente distribuídas
X1,X2,X3 são as médias aritméticas de n1 =10, n2 =5 e n3 = 15 obser-
mais componentes de variância estimados ui2(y) = ci2u2(xi)
vações repetidas e independentes, respectivamente, com incertezas
(ver 5.1.3), mesmo se cada xi é a estimativa de uma grande- padrão relativas u(x1)/x1 = 0,25 por cento, u(x2)/x2 = 0,57 por cento
za de entrada Xi normalmente distribuída. Entretanto, a dis- e u(x3)/x3 = 0,82 por cento. Neste caso, ci = ¶f/¶Xi = Y/Xi ( a ser ava-
3
tribuição desta variável pode ser aproximada por uma dis- liado em x1,x2,x3 - ver 5.1.3, nota 1), [uc(y)/y]2 = å [u(xi)/xi]2 =
tribuição-t, com graus liberdade de efetivos neff obtidos da i=1

(1,03 por cento)2 [ver a nota 2, em 5.1.6], e a equação (G.2b) torna-


chamada fórmula de Welch-Satterthwaite [16, 17, 18]:
se:

u c4 ( y) N u i4 ( y) (G.2a) [u c ( y) / y ] 4
v eff
= å vi v eff =
i =1 3 [u( x i ) / x i ] 4
å vi
i =1
ou
Assim:
u c4 ( y) (G.2b)
v eff =
N u i4 ( y) 1, 03 4
n eff = = 19, 0
å vi 0, 25 4 0,57 4 0,82 4
i =1 + +
10 - 1 5 - 1 15 - 1
com
O valor de tp para p = 95 por cento e n = 19 é , pela tabela G.2,
t95 (19) = 2,09, portanto a incerteza relativa expandida para este ní-
N
(G.2c)
v eff £ å vi vel da confiança é U95 = 2,09 x (1,03 por cento) = 2,2 por cento.
Pode-se, então, afirmar que Y = y ± U95 = y(1 ± 0,022) [y a ser de-
i =1
terminado por y = bx1x2x3], ou que 0,9785y £ Y £ 1,022y, e que o ní-
vel da confiança a ser associado com o intervalo é, aproximadamen-
å
N
onde uc2(y) = i=1
u i2 ( y) (ver 5.1.3). A incerteza ex- te, 95 por cento.

pandida Up = kpuc(y) = tp (neff)uc(y), então, fornece um


G.4.2 Na prática, uc(y) depende das incertezas padrão u(xi)
intervalo Y = y ± Up tendo nível da confiança aproxima-
das estimativas de entrada tanto de grandezas de entrada nor-
do p.
malmente distribuídas, como não normalmente distribuídas,
NOTAS e os u(xi) são obtidos tanto de distribuições de probabilidade
baseadas na freqüência como da distribuição a priori (isto é,
1. Se o valor de veff, obtido da equação (G.2b) não for um número
tanto de avaliações do Tipo A quanto do Tipo B). Uma afir-
inteiro, o que ocorrerá usualmente na prática, o valor corresponden-
te de tp pode ser encontrado a partir da tabela G.2, por interpolação mação similar aplica-se à estimativa y e às estimativas xi de
ou truncando veff até o próximo inteiro inferior. entrada, das quais y depende. Não obstante, a distribuição de
2. Se uma estimativa de entrada xi é, ela própria, obtida de duas ou probabilidade da função t = (y - Y)/uc(y) pode ser aproximada
mais estimativas, então o valor de ni a ser usado com ui4 (y) = pela distribuição-t, se ela é expandida por uma série de
[ci2u2(xi)]2 no denominador da equação (G.2b) é o grau de liberdade Taylor em torno de sua esperança. Em essência, isto é o que
efetivo calculado por uma expressão similar à própria equação (G.2b).
se consegue, com aproximação da menor ordem, pela fórmu-
3. Dependendo das necessidades dos usuários em potencial de um
la Welch-Satterthwaite, equação (G.2a) ou equação (G.2b).
resultado de medição, pode ser útil, em adição a veff, calcular e rela-
tar os valores veffA e veffB, computados pela equação (G.2b), tratan-
do separadamente as incertezas padrão obtidas por avaliações do Levanta-se uma questão quanto aos graus de liberdade a
Tipo A e do Tipo B. Se as contribuições para uc2 (y) das incertezas serem atribuídos à incerteza padrão obtida a partir de uma
padrão do Tipo A e do Tipo B são denotadas em separado, respecti- avaliação do Tipo B, quando se calcula veff pela equação
(G.2b). Como a definição apropriada de graus de liberdade

74
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança

reconhece que o v, tal como aparece na distribuição-t, é Aqui, t95 (n¢eff ) é obtido da distribuição t para v'eff graus
uma medida da incerteza da variância s2(z), a equação de liberdade e p = 95 por cento; n¢eff é o grau efetivo de
(E.7), em E.4.3, pode ser usada para definir os graus de li- liberdade calculado pela fórmula de Welch-Satterthwaite
berdade vi: [equação (G.2b)], levando em conta somente aqueles
componentes de incerteza padrão si que foram avaliados,
-2
1 u 2 (x i ) 1 é Du( x i ) ù (G.3) estatisticamente, a partir de observações repetidas na
ni » » ê ú
2 s [u( x i )] 2 ë u( x i ) û
2 medição em curso; s 2 = å c i2s i2; c i º ¶f / ¶x i ; u 2 = å
uj2(y) = å cj2(aj2/3) consideram todos os outros com-
A grandeza entre colchetes maiores é a incerteza relativa ponentes da incerteza, nos quais se supõe que + aj e -aj
de u(xi); para uma avaliação do Tipo B da incerteza pa- sejam, exatamente, os limites superior e inferior conheci-
drão, é uma grandeza subjetiva cujo valor é obtido por jul- dos de Xj, relativos à sua melhor estimativa xj (isto é, xj -aj
gamento científico baseado no conjunto de informações £ Xj £ xj + aj ).
disponíveis .
NOTA - Um componente baseado em observações repetidas feitas
fora da medição em curso é tratado do mesmo modo que qualquer
EXEMPLO - Baseado no conhecimento disponível do procedimento
outro componente incluído em u2. Por isso, de modo a se fazer uma
de medição usado para determinar estimativas de entrada xi e de como
comparação consistente entre a equação (G.4) e a equação (G.5) do
sua incerteza padrão u(xi) foi avaliada, julgou-se que a avaliação de
item seguinte, supõe-se que tais componentes, se estiverem presen-
u(xi) é confiável cerca de 25%. Isso pode ser tomado como signifi-
tes, sejam desprezíveis.
cando que a incerteza relativa Du(xi)/u(xi) = 0,25 e, assim, pela
equação (G.3), ni = (0,25)-2/2 = 8. Se, entretanto, se julga que o valor
de u(xi) é confiável em somente cerca de 50%, então ni = 2 (ver G.5.2 Se uma incerteza expandida que fornece um inter-
também a tabela E.1, no anexo E). valo com um nível da confiança de 95 por cento é avaliada
de acordo com os métodos recomendados em G.3 e G.4, a
G.4.3 Na discussão em 4.3 e 4.4 da avaliação do Tipo B da expressão resultante em lugar da equação (G.4) é:
incerteza padrão a partir de uma distribuição de probabi-
lidade a priori, foi implicitamente suposto que o valor de 1
U 95 = t 95 ( v eff )[ s 2 + u 2 ] 2 (G.5)
u(xi) resultante de tal avaliação é conhecido exatamente.
Por exemplo, quando u(xi) é obtido por meio de uma distri-
onde veff é calculado pela equação (G.2b), e o cálculo in-
buição de probabilidade retangular com semifaixa suposta
clui todos os componentes de incerteza.
de a = (a + - a - )/2, como em 4.3.7 e 4.4.5, u(xi) = a/ 3 é
vista como uma constante sem incerteza, pois a + - a - , e Na maioria dos casos, o valor de U95 da equação (G.5)
também a, são assim vistas (porém, ver 4.3.9, nota 2). Isto será maior do que o valor U’95 da equação (G.4), se for su-
implica, pela equação (G.3), que v i ® ¥ ou 1/v i ® 0, o que posto que, na avaliação da equação (G.5), todas as variân-
não causa dificuldade na avaliação da equação G.2b. Além cias do Tipo B são obtidas de distribuições retangulares a
disso, supor que n i ® ¥ não é necessariamente irreal; é priori, com semifaixas que são as mesmas que os limites
uma prática usual escolher a + e a - , de tal modo que a aj usados para computar u2 da equação (G.4). Isso pode ser
probabilidade da grandeza em questão, ficando fora do compreendido, reconhecendo-se que, embora t95(n¢eff ) ve-
intervalo a - até a + , seja extremamente pequena. nha a ser, na maioria dos casos, maior do que t95(veff), am-
bos os fatores estão próximos de 2; e, na equação (G.5), u2
G.5 Outras considerações é multiplicado por tp2(n eff ) » 4, enquanto que, na equação
(G.4), ele é multiplicado por 3. Embora as duas expressões
G.5.1 Uma expressão encontrada, na literatura, sobre a dêem valores iguais de U’95 e U95, para u2 << s2, U’95 será
medição da incerteza, e freqüentemente usada para obter até 13 por cento menor do que U95, se u2 >> s2. Assim, em
uma incerteza que se destina a proporcionar um intervalo geral, a equação (G.4) dá uma incerteza que fornece um
com um nível da confiança de 95 por cento, pode ser escri- intervalo tendo um nível da confiança menor do que o in-
ta como tervalo fornecido pela incerteza expandida calculada pela
equação (G.5).
1
U ¢ 95 = [t 95
2
( v¢eff ) s 2 + 3u 2 ] 2 (G.4)

75
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição

NOTAS normalidade da distribuição de Y requer a consideração de


momentos de ordem mais alta, além da variância.
1. Nos limites u 2 /s 2 ® ¥ e v eff ® ¥, U' 95 ® 1,732 u, enquanto
U95 ® 1,960 u. Neste caso, U'95 fornece um intervalo com somente
91,7 por cento de nível da confiança, enquanto que U95 fornece um G.6 Resumo e conclusões
intervalo com 95 por cento. Este caso é aproximado na prática quan-
do os componentes obtidos por estimativas dos limites superior e in-
G.6.1 O fator de abrangência kp, que fornece um intervalo
ferior são dominantes, numerosos e têm valores de uj2(y) = cj2aj2/3
que são comparáveis em tamanho. tendo um dado nível da confiança p, próximo a um nível
especificado, pode somente ser encontrado se houver um
2. Para uma distribuição normal, o fator de abrangência k = 3 »
1,732 fornece um intervalo com nível da confiança p = 91,673... por
completo conhecimento da distribuição de probabilidade
cento. Este valor de p é robusto no sentido que é, em comparação com de cada grandeza de entrada e se estas distribuições forem
aquele de qualquer outro valor, otimamente independente de pequenos combinadas para se obter a distribuição da grandeza de sa-
desvios da normalidade das grandezas de entrada. ída. As estimativas de entrada xi e suas incertezas padrão
u(xi) por si mesmas são inadequadas a este propósito.
G.5.3 Ocasionalmente, uma grandeza de entrada Xi é dis-
tribuída assimetricamente - desvios em torno de seu valor G.6.2 Em razão de o grande volume de cálculo requerido,
esperado de um sinal são mais prováveis do que os des- para combinar distribuições de probabilidade, ser raramente
vios de sinal contrário (ver 4.3.8). Embora isso não faça justificável pela extensão e confiabilidade da informação
diferença na avaliação da incerteza padrão u(xi) da estima- disponível, é aceitável uma aproximação da distribuição da
tiva xi de Xi, e, portanto, na avaliação de uc(y), isto pode grandeza de saída. Por causa do Teorema Central do Limi-
afetar o cálculo de U. te, é geralmente suficiente supor que a distribuição da probabi-
lidade de (y - Y)/uc(y) é a distribuição-t e tomar kp = tp(veff),
É usualmente conveniente fornecer um intervalo de confi-
com o fator-t baseado nos graus efetivos de liberdade veff de
ança simétrico, Y = y ± U, a não ser que o intervalo seja tal
uc(y) obtidos pela fórmula de Welch - Satterthwaite, equa-
que haja um diferencial de custo entre desvios de um sinal
ção (G.2b).
sobre o outro. Se a assimetria de Xi causa somente uma pe-
quena assimetria na distribuição de probabilidades, carac-
G.6.3 Para obter veff da equação (G.2b), são necessários
terizada pelo resultado de medição y e sua incerteza pa-
os graus de liberdade ni para cada componente de incerteza
drão combinada uc(y), a probabilidade perdida por um
padrão. Para um componente obtido por uma avaliação do
lado, por considerar o intervalo simétrico, é compensada
Tipo A, ni é obtido de um número de observações indepen-
pela probabilidade ganha de outro lado.
dentes repetidas sobre as quais é baseada a estimativa de
entrada correspondente e do número de grandezas inde-
A alternativa é fornecer um intervalo simétrico em probabi-
pendentes determinado por essas observações (ver G.3.3).
lidade (e, dessa forma, assimétrico em relação a U): a pro-
Para um componente obtido por uma avaliação do Tipo B,
babilidade de que y fique abaixo do limite inferior y-U - é
ni é obtido pela confiabilidade arbitrada para o valor desse
igual à probabilidade de que y fique acima do limite inferior
componente [ver G.4.2 e a equação (G.3)].
y+U + . Porém, de forma a considerar tais limites, é necessá-
rio mais informações do que simplesmente a estimativa de y
G.6.4 Assim, o que se segue é um sumário do método pre-
e uc(y) [e, dessa maneira, mais informações do que a esti-
ferido para o cálculo da incerteza expandida Up = kpuc(y)
mativa xi e u(xi) de cada grandeza de entrada Xi].
que fornece um intervalo Y = y ± Up que tenha um nível da
confiança aproximado p.
G.5.4 A avaliação da incerteza expandida Up, dada aqui
em termos de uc(y), de n eff e do fator tp(n eff ) da distribui-
1) Obtenha y e uc(y) como descrito nos capítulos 4 e 5.
ção-t, é somente uma aproximação e tem suas limitações.
A distribuição de (y - Y)/uc(y) é dada pela distribuição t, 2) Calcule n eff pela fórmula Welch-Satterthwaite,
somente se a distribuição de Y é normal, se a estimativa y equação (G.2b) (repetida aqui para fácil referência)
e sua incerteza padrão combinada uc(y) são independentes u c4 ( y)
e se a distribuição de uc2(y) é uma distribuição c 2 . A in- n eff =
N u i4 ( y) (G.2b)
trodução de n eff , equação (G.2b), trata somente de parte å vi
i =1
do problema e fornece uma distribuição aproximadamente
c2 para u2c(y): a outra parte do problema originária da não-

76
Expressão da Incerteza de Medição Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança

Se u(xi) é obtido por meio de uma avaliação do padrão combinada, pode ser suposta como normal devido
Tipo A, determine ni como orientado em G.3.3. Se ao Teorema Central do Limite, e uc(y) pode ser tomada
u(xi) é obtido por meio de uma avaliação do tipo B e como uma estimativa razoavelmente confiável do desvio
pode ser tratado como exatamente conhecido, como padrão da distribuição normal devido ao tamanho signifi-
é frequente o caso na prática, n i ® ¥; caso contrário, cativo de veff. Então, baseado na discussão contida neste
estime vi pela equação (G.3). anexo, incluindo a ênfase da natureza aproximada do pro-
cesso de avaliação da incerteza e a impraticabilidade da
3) Obtenha o fator-t tp(neff) para o nível da confiança
tentativa de distinção entre invervalos, tendo níveis da
p desejado a partir da tabela G.2. Se n eff não é um in-
confiança que diferem por um ou dois por cento, pode ser
teiro, interpole ou trunque n eff até o próximo inteiro
feito o seguinte:
inferior.

4) Tome kp = tp(neff) e calcule Up = kpuc(y). Adote k=2 e assuma que U=2uc(y), definindo um intervalo
tendo um nível da confiança de, aproximadamente, 95 por
G.6.5 Em certas situações, que não devem ocorrer muito cento; ou, para aplicações mais críticas, adote k=3 e assu-
freqüentemente na prática, as condições requeridas pelo ma que U = 3uc(y) define um intervalo tendo um nível da
Teorema Central do Limite podem não ser completamente confiança de, aproximadamente, 99 por cento.
satisfeitas, e o enfoque dado em G.6.4 leva a um resultado
inaceitável. Por exemplo, se uc(y) é dominado por um Embora esta abordagem deva ser conveniente para muitas
componente de incerteza avaliado por uma distribuição re- medições práticas, sua aplicabilidade para qualquer medi-
tangular cujos limites são supostos, sendo exatamente co- ção particular dependerá de quão próximo k=2 deverá es-
nhecidos, é possível [se tp(neff) > 3] que y + Up e y - Up, tar para t95 (veff) ou k=3 deverá estar para t99(veff), isto é,
os limites superior e inferior do intervalo definido por Up, quão próximo o nível da confiança do intervalo definido
possam ficar fora dos limites da distribuição de probabili- por U=2uc(y) ou U=3uc(y) deverá estar para 95 por cento
dade da grandeza de saída Y. Tais casos devem ser trata- ou 99 por cento, respectivamente. Embora, para veff=11,
dos em uma base individual, mas são muitas vezes suscep- k=2 e k=3 subestima t95(11) e t99(11) por somente 10 e 4
tíveis a um tratamento analítico aproximado (envolvendo, por cento, respectivamente (ver tabela G.2), o que pode
por exemplo, a convolução de sua distribuição de probabi- não ser aceitável em alguns casos. Adicionalmente, para
lidade normal com uma distribuição retangular [10]). todos os valores de veff, algo maior que 13, k=3 produz um
intervalo tendo um nível da confiança maior que 99 por
G.6.6 Para muitas medições práticas em uma ampla faixa cento (ver tabela G.2, que também mostra que, para
de campos, as seguintes condições prevalecem: v eff ® ¥, os níveis da confiança dos intervalos produzidos
por k=2 e k=3 são 95,45 e 99,73 por cento, respectivamen-
- a estimativa y do mensurando Y é obtida das esti- te). Então, na prática, o tamanho do veff e a incerteza ex-
mativas xi de um número significativo de grandezas pandida requerida determinarão se essa abordagem poderá
de entrada Xi que são descritíveis por uma distribui- ser utilizada.
ção de probabilidade bem comportada, tal como as
distribuições normal e retangular;
- as incertezas padrão u(xi) dessas estimativas que
podem ser obtidas de cada avaliação do Tipo A ou
do Tipo B, contribuem com quantidades compará-
veis para a incerteza padrão combinada uc(y) do re-
sultado de medição y;
- a aproximação linear envolvida na lei de propaga-
ção da incerteza é adequada (ver 5.1.2 e E.3.1);
- a incerteza de uc(y) é razoavelmente pequena devi-
do a seus graus efetivos de liberdade veff possuírem
uma magnitude significativa, isto é, maior que 10.

Sob estas circunstâncias, a distribuição de probabilidade,


caracterizada pelo resultado de medição e sua incerteza

77
Anexo G
Graus de liberdade e níveis da confiança Expressão da Incerteza de Medição

Tabela G.2 - Valor de tp(v) da distribuição-t, para n graus de liberdade, que define um intervalo -tp(n) a + tp(n) que abrange
a fração p da distribuição

Graus de Fração p em porcentagem


liberdade 68,27(a) 90 95 95,45(a) 99 99,73(a)
v
1 1,84 6,31 12,71 13,97 63,66 235,80
2 1,32 2,92 4,30 4,53 9,92 19,21
3 1,20 2,35 3,18 3,31 5,84 9,22
4 1,14 2,13 2,78 2,87 4,60 6,62
5 1,11 2,02 2,57 2,65 4,03 5,51

6 1,09 1,94 2,45 2,52 3,71 4,90


7 1,08 1,89 2,36 2,43 3,50 4,53
8 1,07 1,86 2,31 2,37 3,36 4,28
9 1,06 1,83 2,26 2,32 3,25 4,09
10 1,05 1,81 2,23 2,28 3,17 3,96

11 1,05 1,80 2,20 2,25 3,11 3,85


12 1,04 1,78 2,18 2,23 3,05 3,76
13 1,04 1,77 2,16 2,21 3,01 3,69
14 1,04 1,76 2,14 2,20 2,98 3,64
15 1,03 1,75 2,13 2,18 2,95 3,59

16 1,03 1,75 2,12 2,17 2,92 3,54


17 1,03 1,74 2,11 2,16 2,90 3,51
18 1,03 1,73 2,10 2,15 2,88 3,48
19 1,03 1,73 2,09 2,14 2,86 3,45
20 1,03 1,72 2,09 2,13 2,85 3,42

25 1,02 1,71 2,06 2,11 2,79 3,33


30 1,02 1,70 2,04 2,09 2,75 3,27
35 1,01 1,70 2,03 2,07 2,72 3,23
40 1,01 1,68 2,02 2,06 2,70 3,20
45 1,01 1,68 2,01 2,06 2,69 3,18

50 1,01 1,68 2,01 2,05 2,68 3,16


100 1,005 1,660 1,984 2,025 2,626 3,077
¥ 1,000 1,645 1,960 2,000 2,576 3,000

Para a grandeza z descrita por uma distribuição normal, com esperança m z e desvio padrão s, o intervalo m z ± ks
(a)

abrange p = 68,27; 95,45 e 99,73 por cento da distribuição para k = 1,2 e 3, respectivamente.

78
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

Anexo H
Exemplos
Este anexo fornece seis exemplos, H.1 a H.6, trabalhados H.1 Calibração de bloco padrão
detalhadamente, de modo a ilustrar os princípios básicos
apresentados neste Guia, para avaliação e expressão da in- Este exemplo demonstra que mesmo uma medição aparen-
certeza de medição. Juntamente com os exemplos incluí- temente simples pode envolver aspectos sutis de avaliação
dos no texto principal e em alguns dos outros anexos, eles de incerteza.
devem permitir aos usuários deste Guia colocar estes prin-
cípios em prática nos seus próprios trabalhos. H.1.1 O problema da medição

Em razão de os exemplos terem fins ilustrativos, eles fo- O comprimento de um bloco padrão de 50 mm nominais é
ram, por necessidade, simplificados. Além disso, porque determinado por comparação com um padrão conhecido
estes e os dados numéricos usados nos exemplos foram es- de mesmo comprimento nominal. A saída direta da com-
colhidos principalmente para demonstrar os princípios paração de dois gabaritos de extremidade é a diferença d
deste Guia, nem os exemplos nem os dados deverão, ne- de seus comprimentos:
cessariamente, ser interpretados como descrevendo medi-
ções reais. Enquanto os dados são usados conforme forne- d = l(1 + aq) - l s (1 + a s q s ) (H.1)
cidos, de forma a evitar erros de arredondamento, mais dí-
gitos são mantidos nos cálculos intermediários que os usu- onde:
almente mostrados. Portanto, o resultado declarado de um
l é o mensurando, ou seja, o comprimento a 20 ºC do blo-
cálculo envolvendo várias grandezas pode diferir ligeira-
co padrão sendo calibrado;
mente do resultado obtido por valores numéricos forneci-
dos no texto para estas grandezas.
ls é o comprimento do padrão a 20 ºC, como dado no seu
certificado de calibração;
É indicado, nas partes anteriores deste Guia, que a classifi-
cação dos métodos utilizados para avaliar componentes de
a e as são os coeficientes de expansão térmica, respectiva-
incerteza, como os do Tipo A e do Tipo B, se faz apenas
mente, do gabarito sendo calibrado e do padrão;
por conveniência; ela não é requerida para a determinação
da incerteza padrão combinada ou da incerteza expandida q e qs são os desvios na temperatura com relação à tempe-
de um resultado de uma medição, uma vez que todos os ratura de referência de 20 ºC, respectivamente, do gabari-
componentes da incerteza, não importa como tenham sido to e do padrão.
avaliados, são tratados da mesma maneira (ver 3.3.4, 5.1.2
e E.3.7). Assim, nos exemplos, o método utilizado para H.1.2 Modelo matemático
avaliar um determinado componente de incerteza não é es-
pecificamente identificado conforme seu tipo. Entretanto, Pela equação (H.1), o mensurando é dado por:
será esclarecido pela discussão se um componente é obti-
l s (1 + a s q s ) + d (H.2)
do por uma avaliação do Tipo A ou do Tipo B. l= = l s + d + l s ( a s q s - aq) + K
(1 + aq)

79
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

Se a diferença de temperatura entre o bloco que está sob u c2 (l) = u 2 (l S ) + u 2 (d)


fração e o padrão é escrita como dq = q - qs, e a diferença en-
tre os seus coeficientes de expansão térmica como da = a - + l S2 q 2 u 2 ( da) + l S2 a S2 u 2 ( dq) (H.5)
as, a equação (H.2) se torna:
H.1.3.1 Incerteza de calibração do padrão, u(lS)
l = f (l s , d, a s , q, da, dq) (H.3)
O certificado de calibração fornece como a incerteza ex-
= l s + d - l s [ da. q + a s . dq]
pandida do padrão U = 0,075 mm e declara que ela foi obti-
da usando um fator de abrangência de k = 3. A incerteza
As diferenças dq e da, mas não suas incertezas, são esti-
padrão é, então:
madas para serem zero; e da, a s , dq e q são supostas como
não-correlacionadas. (Se o mensurando fosse expresso em
u(l S ) = ( 0, 075 mm) / 3 = 25 nm
termos das variáveis q, qs, a e as, seria necessário incluir a
correlação entre q e q s , e entre a e as). H.1.3.2 Incerteza da diferença medida no
comprimento, u(d)
Segue-se, assim, da equação (H.3) que a estimativa do va-
lor do mensurando l pode ser obtida de uma expressão O desvio padrão experimental agrupado que caracteriza
simples ls + d , onde ls é o comprimento do padrão a 20 ºC, a comparação de l e lS foi determinado como sendo de
como dado em seu certificado de calibração, e d é estima- 13 nm, a partir da variabilidade de 25 observações repe-
do por d , a média aritmética de n = 5 observações repeti- tidas e independentes da diferença nos comprimentos de
das independentes. A incerteza padrão combinada uc(l) de dois blocos padrão. Na comparação deste exemplo, foram
l é obtida, aplicando-se a equação (10), em 5.1.2, à equa- tomadas cinco observações repetidas. A incerteza padrão
ção (H.3), como discutido abaixo. associada com a média aritmética dessas leituras é, então
(ver 4.2.4):
NOTA - Neste e em outros exemplos, para simplicidade de notação,
o mesmo símbolo é usado para uma grandeza e para sua estimativa.
u(d ) = s(d ) =13 nm / 5 = 5,8 nm
H.1.3 Variâncias contribuintes
De acordo com o certificado de calibração do compara-
Os aspectos pertinentes desse exemplo, tal como discuti- dor usado para comparar l com lS, sua incerteza “devido a
dos aqui e nos itens seguintes, estão resumidos na Tabela erros aleatórios” é ± 0,01 mm em um nível da confiança
H.1. de 95 por cento e é baseada em 6 medições replicadas;
assim, a incerteza padrão, usando o fator-t t95(5) = 2,57,
Uma vez que se supõe que da = 0 e dq = 0, a aplicação da para n = 6 -1 = 5 graus de liberdade (ver tabela G.2 no
equação (10) em 5.1.2 à equação (H.3) resulta em: anexo G), é:
u(d1 ) = ( 0, 01 mm) / 2,57 = 3,9 nm
u c2 (l) = c s2 u 2 (l s ) + c d2 u 2 (d) + c a2 s u 2 ( a s ) +
A incerteza do comparador “devido a erros sistemáticos” é
(H.4) dada no certificado como sendo de 0,02 mm “para um nível
de três sigma”. A incerteza padrão oriunda desta fonte
com: pode, portanto, ser tomada como:

c S = ¶f / ¶l S = 1 - ( da . q + a S . dq) = 1 u(d 2 ) = ( 0, 02 mm) / 3 = 6,7 nm

c d = ¶f / ¶d = 1 A contribuição total é obtida pela soma das variâncias esti-


madas:
c a S = ¶f / ¶a S = - l S dq = 0
u 2 (d) = u 2 (d ) + u 2 (d1 ) + u 2 (d 2 ) = 93 nm 2
c q = ¶f / ¶q = - l S da = 0

c da = ¶f / ¶da = - l S q ou:

c dq = ¶f / ¶dq = - l S a S
u(d) = 9,7 nm

e, assim:

80
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

H.1.3.3 Incerteza do coeficiente de expansão térmica, ma termostático, e não a incerteza da temperatura média.
u(as) O valor do desvio médio da temperatura:

O coeficiente de expansão térmica do bloco padrão é dado q = 19,9 ° C - 20 ° C = - 0,1 ° C


como as = 11,5 x 10-6 ºC-1, com uma incerteza representada
por uma distribuição retangular com limites ±2 x 10-6 ºC-1. é relatado como tendo uma incerteza padrão própria devido
A incerteza padrão é, então [ver a equação (7) em 4.3.7]: à incerteza na temperatura média da bancada de teste de:

u( a s ) = ( 2 ´ 10 -6 ° C -1 ) / 3 = 1,2 ´ 10 -6 ° C -1 u( q) = 0, 2 ° C

enquanto que a variação cíclica no tempo produz uma dis-


Sendo c a s = ¶f / ¶a s = -ls dq = 0, como indicado em
tribuição em forma de U (arco seno) de temperaturas, re-
H.1.3, esta incerteza em nada contribui para a incerteza de
sultando em uma incerteza padrão de:
l em primeira ordem. Ela tem, entretanto, uma contribui-
ção de segunda ordem, que é discutida em H.1.7.
u( D) = ( 0,5 ° C) / 2 = 0,35 ° C
H.1.3.4 Incerteza do desvio da temperatura do bloco
O desvio da temperatura q pode ser tomado como igual a
padrão, u(q)
q, e a incerteza padrão de q é obtida de:
A temperatura da bancada de teste é relatada como
u 2 ( q) = u 2 ( q) + u 2 ( D) = 0,165 ° C 2
(19,9 ± 0,5) °C; a temperatura, no momento das observações
individuais, não foi registrada. A faixa máxima declarada,
que fornece:
D = 0,5 ºC, é tida como representando a amplitude de uma va-
riação aproximadamente cíclica da temperatura sob um siste-
u( q) = 0, 41 ° C

Tabela H.1 - Sumário dos componentes da incerteza padrão

Componente Fonte da Valor da ci º ui(l) º Graus


da incerteza incerteza Incerteza ¶ f / ¶ xi ½ci ½u(xi) de
padrão padrão (nm) liberdade
u(xi) u(xi)
u(ls) Calibração do bloco padrão 25 nm 1 25 18
u(d) Diferença medida entre blocos padrão 9,7 nm 1 9,7 25,6
u(d ) observações repetidas 5,8 nm 24
u(d1) efeitos aleatórios do comparador 3,9 nm 5
u(d2) efeitos sistemáticos do comparador 6,7 nm 8
-6 -1
u(as) Coeficiente de expansão térmica do bloco padrão 1,2x10 ºC 0 0
u(q ) Temperatura da bancada de teste 0,41 ºC 0 0
u(q ) temperatura média da bancada 0,2 ºC
u(D ) variação cíclica da temperatura do ambiente 0,35 ºC
u(d a ) Diferença dos coeficientes de expansão 0,58x10-6 ºC-1 -lS q 2,9 50
dos blocos padrão
u(d q ) Diferença da temperatura dos blocos padrão 0,029 ºC -lS aS 16,6 2

u c2 (l) = å u i2 (l) = 1002 nm 2

uc (l) = 32 nm
neff (l) = 16

81
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

Como c q = ¶f / ¶q = -ls da = 0, como indicado em H.1.3, H.1.5 Resultado final


esta incerteza também em nada contribui para a incerteza
de primeira ordem de l; mas ela tem uma contribuição de O certificado de calibração para o bloco padrão fornece
segunda ordem, que é discutida em H.1.7. ls = 50,000 623 mm como seu comprimento, a 20 ºC. A
média aritmética d das cinco observações repetidas da dife-
H.1.3.5 Incerteza da diferença nos coeficientes de ex- rença nos comprimentos entre o bloco padrão desconhecido
pansão térmica, u(da) e o padrão de referência é de 215 nm. Assim, como l = ls + d
(ver H.1.2), o comprimento l do bloco padrão desconheci-
Os limites estimados da variabilidade de da são ± 1 x 10-6 ºC-1, do, a 20 ºC, é 50,000 838 mm. De acordo com 7.2.2, o re-
com igual probabilidade de da ter qualquer valor dentro des- sultado final da medição pode ser declarado como:
tes limites. A incerteza padrão é:
l = 50,000 838 mm, com uma incerteza padrão combi-
-6
u( da) = (1´ 10 ° C ) / 3 = 0,58 ´ 10
-1 -6
°C -1
nada uc = 32 nm. A incerteza padrão relativa combina-
da correspondente é uc / l = 6,4 x 10-7.
H.1.3.6 Incerteza da diferença nas temperaturas dos
blocos, u(dq) H.1.6 Incerteza expandida

Espera-se que o padrão e o bloco sob ensaio estejam na Suponha que seja requerida a obtenção de uma incerteza
mesma temperatura, mas a diferença de temperatura pode expandida U99 = k99 uc(l) que forneça um intervalo, tendo
estar com igual probabilidade em qualquer lugar no inter- um nível da confiança de aproximadamente 99 por cento.
valo estimado -0,05 ºC a + 0,05 ºC. A incerteza padrão é: O procedimento a ser utilizado está resumido em G.6.4, e
os graus de liberdade requeridos estão indicados na tabela
u( dq) = ( 0, 05 ° C) / 3 = 0,029 ° C H.1. Estes foram obtidos como se segue:

H.1.4 A incerteza padrão combinada 1) Incerteza de calibração do padrão, u(ls) [H.1.3.1].


O certificado de calibração declara que os graus de li-
A incerteza padrão combinada uc(l) é calculada pela equa- berdade efetivos da incerteza padrão combinada da
ção (H.5). Os termos individuais são coletados e substituí- qual foi obtida a incerteza expandida citada são
dos nesta expressão para obter: n eff (l s ) =18.
2) Incerteza da diferença medida nos comprimentos,
u(d) [H.1.3.2]. Embora d fosse obtido de cinco observa-
ções repetidas, em razão de u(d ) ter sido obtido de um
u c2 (l) = (25 nm) 2 + (9,7 nm) 2 (H.6a)
desvio padrão experimental agrupado baseado em 25 obser-
+ (0,05 m) (-0,1 ° C) (0,58 ´ 10 ° C ) 2 +
2 2 -6 -1
vações, os graus de liberdade de u(d ) são n(d ) = 25 - 1 = 24
+ (0,05 m) 2 (11,5 ´ 10 -6 ° C -1 ) 2 (0,029 ° C) 2 (ver H.3.6 - nota). Os graus de liberdade de u(d1), a in-
certeza devido aos efeitos aleatórios no comparador, são
= (25 nm) 2 + (9,7 nm) 2 (H.6b) n(d1) = 6 -1 = 5, por d1 ter sido obtido de seis medições
repetidas. A incerteza de ± 0,02 mm para efeitos sistemá-
+ (2,9 nm) 2 + (16,6 nm) 2
ticos no comparador pode ser suposta como sendo confi-
= 1002 nm 2 ável a 25 por cento e, assim, os graus de liberdade da
equação (G.3), em G.4.2, é n(d2) = 8 (ver o exemplo de
G.4.2). Os graus de liberdade efetivos de u(d), neff(d),
são, então, obtidos da equação (G.2b), em G.4.1:
Ou:
[u 2 (d ) + u 2 (d1 ) + u 2 (d 2 )] 2
n eff (d) = =
u c (l) = 32 nm (H.6c) 4
u 4 (d ) u 4 (d1 ) u (d 2 )
+ +
n(d ) n(d1 ) n(d 2 )
O componente dominante da incerteza é, obviamente,
aquele do padrão, u(ls) = 25 nm.

82
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

(9,7 nm) 4 avaliação de uc(l), como apresentada até este ponto, não
= = 25,6
(5,8 nm) 4
(3,9 nm) 4
(6,7 nm) 4 está completa. A aplicação da equação (H.3) da expressão
+ +
24 5 8 dada na nota de 5.1.2 resulta, de fato, em dois termos de
segunda ordem distintos, não-desprezíveis, a serem adicio-
3) Incerteza da diferença nos coeficientes de expan- nados à equação (H.5). Estes termos, que provêm do ter-
são térmica, u(da) [H.1.3.5]. Os limites estimados de mo quadrático na expressão da nota, são:
±1 x 10-6 ºC-1 sobre a variabilidade de da são julgados
confiáveis a 10 por cento. Isso dá, pela equação (G.3), l s2 u 2 ( d a) u 2 ( q) + l s2 u 2 ( a s ) u 2 ( d q)
em G.4.2, v ( da) = 50.

4) Incerteza da diferença na temperatura dos blocos, mas somente o primeiro destes termos contribui significa-
u(dq) [H.1.3.6]. O intervalo estimado de - 0,05 ºC a + 0,05 tivamente para uc(l):
ºC, para a diferença de temperatura dq, é tido como confi-
ável somente a 50 por cento, e, pela equação (G.3), em l su ( d a) u ( q) = (0,05 m)(0,58 ´ 10 -6 ° C -1 )(0,41 ° C)
G.4.2, fornece v ( dq) = 2.
= 11,7 nm

O cálculo de neff(l) da equação (G.2b), em G.4.1, é efetua- l su ( a s ) u ( d q) = (0,05 m)(1,2 ´ 10 -6 ° C -1 )(0,029 ° C)


do exatamente da mesma maneira que o cálculo de neff(d),
= 1,7 nm
em H.1.6, 2). Assim, das equações (H.6b) e (H.6c) e dos
valores de n dados em H.1.6, de 1) até 4).
Os termos de segunda ordem aumentam uc(l) de 32 nm
para 34 nm.
n eff (l) =

(32 nm) 4
= 16,7
( 25 nm) 4 (9,7 nm) 4 ( 2,9 nm) 4 (16, 6 nm) 4
+ + +
18 25, 6 50 2

Para obter a incerteza expandida requerida, este valor


é primeiramente arredondado para o próximo inteiro
inferior, neff (l) = 16. Segue, então, da tabela G.2, no
anexo G, que t 99 (16) = 2,92 e, portanto,
U 99 = t 99 (16)u c (l) = 2,92 ´ (32 nm) = 93 nm. Seguindo 7.2.4,
o resultado final da medição pode ser declarado como:

l = (50,000 838 ± 0,000 093) mm, onde o número precedi-


do do símbolo ± é o valor numérico de uma incerteza ex-
pandida U = kuc , com U determinado a partir de uma in-
certeza padrão combinada uc= 32 nm e um fator de abran-
gência k = 2,92, baseado na distribuição-t, para n = 16
graus de liberdade, e define um intervalo, o qual se estima
ter um nível da confiança de 99 por cento. A incerteza ex-
pandida relativa correspondente é U/l = 1,9 x 10-6.

H.1.7 Termos de segunda ordem

A Nota de 5.1.2 assinala que a equação (10), que é usada


neste exemplo para se obter a incerteza padrão combinada
uc(l), deve ser aumentada quando a não-linearidade da fun-
ção Y = f(X1,X2,...,XN) é tão significativa que os termos de
maior ordem na expansão pela série de Taylor não podem
ser desprezados. Tal é o caso neste exemplo e, portanto, a

83
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

H.2 Medição simultânea de resistência e em 5.2.2, usando valores de s(V , I ), s(V , f) e s( I , f) calcula-
reatância dos pela equação (17), em 5.2.3. Os resultados estão inclu-
ídos na Tabela H.2, onde deve ser lembrado que r(xi,xj) =
Este exemplo demonstra o tratamento de mensurandos r(xj,xi) e r(xi,xi) = 1.
múltiplos ou grandezas de saída determinadas simultanea-
H.2.3 Resultados: enfoque 1
mente na mesma medição e a correlação de suas estimati-
vas. Ele considera somente as variações aleatórias das ob-
O enfoque 1 está resumido na Tabela H.3.
servações; na prática atual, as incertezas de correções para
efeitos sistemáticos também contribuiriam para a incerteza Os valores dos três mensurandos R, X e Z são obtidos
dos resultados da medição. Os dados são analisados de das relações dadas na equação (H.7), usando os valores
dois modos diferentes, sendo que ambos fornecem, essen- médios V, I e f da Tabela H.2, para V, I e f. As incerte-
cialmente, os mesmos valores numéricos.
zas padrão de R,X e Z são obtidas da equação (16), em
5.2.2, uma vez que, como mencionado acima, as grande-
H.2.1 O problema de medição
zas de entrada V, I e f são correlacionadas. Como exem-
A resistência R e a reatância X de um elemento de circuito plo, considere Z = V / I. Identificando V com x1, I com x2
são determinadas, medindo-se a amplitude V de uma dife- e f com Z =V / I, a equação (16), em 5.2.2, fornece para a
rença de potencial alternada senoidal entre seus terminais, incerteza padrão combinada de Z:
a amplitude I da corrente alternada que passa por ele e o
ângulo de mudança de fase f da diferença de potencial al- u c2 ( Z ) = é1 ù 2
2
éV ù 2
2

ternada em relação à corrente alternada. Assim, as três êë I úû u (V ) + ê 2 ú u ( I ) (H.8a)


êë I úû
grandezas de entrada são V, I e f, e as três grandezas de
saída - os mensurados - são os três componentes da impe- é 1 ùé V ù
+2 ê ú ê- 2 ú u (V ) u ( I ) r (V , I )
dância R, X, e Z. Uma vez que Z2 = R2 + X2, existem so- ë I û êë I úû
mente duas grandezas de saída independentes.
2 2
é u(V ) ù 2 é u (I) ù
=Z ê
2
ú +Z ê ú (H.8b)
H.2.2 Modelo matemático e dados
ë V û ë I û

Os mensurandos são relacionados às grandezas de entrada é u (V ) ù é u ( I ) ù


-2 Z 2 ê úê ú r (V , I )
pela lei de Ohm:
ë V ûë I û
V V V (H.7)
R= cos f ; X = sen f ; Z = ou:
I I I

u c2, r ( Z ) = u r2 (V ) + u r2 ( I ) (H.8c)
Considere que cinco conjuntos independentes de observa-
ções simultâneas das três grandezas de entrada V, I e f são - 2u r (V ) u r ( I ) r (V , I )
obtidas sob condições similares (ver B.2.15), resultando
nos dados apresentados na tabela H.2. As médias aritméti- onde u(V) = s(V) e u(I) = s(I), e o subscrito “r”, na última
cas das observações e os desvios padrão experimentais expressão, indica que u é uma incerteza relativa. Substitu-
destas médias, calculados pelas equações (3) e (5), em 4.2, indo os valores apropriados da tabela H.2, na equação
são também dadas. As médias são tomadas como sendo as (H.8a), tem-se, então, uc(Z) = 0,236 W.
melhores estimativas dos valores esperados das grandezas
de entrada, e os desvios padrão experimentais são as incer- Em razão de os três mensurandos, ou grandezas de saída, de-
tezas padrão destas médias. penderem das mesmas grandezas de entrada, eles também
são correlacionados. Os elementos da matriz de covariância
Como as médias V, I e f são obtidas por observações si- que descreve esta correlação podem ser escritos, em geral,
multâneas, elas são correlacionadas, e as correlações de- como:
vem ser levadas em conta na avaliação das incertezas pa-
drão dos mensurandos R, X e Z. Os coeficientes de correla-
ção requeridos são prontamente obtidos pela equação (14),

84
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

Tabela H.2 - Valores das grandezas de entrada V, I e f obtidos de cinco conjuntos de observações simultâneas

Nº do conjunto Grandezas de Entrada


k V I f
(V) (mA) (rad)
1 5,007 19,663 1,0456
2 4,994 19,639 1,0438
3 5,005 19,640 1,0468
4 4,990 19,685 1,0428
5 4,999 19,678 1,0433
Média aritmética V = 4,9990 I =19, 6610 f =1, 044 46
Desvio padrão experimental s(V ) = 0, 0032 s( I ) = 0, 0095 s( f) = 0, 000 75
da média
Coeficientes de correlação
r(V , I ) = - 0,36
r(V , f) = 0,86
r( I , f) = - 0, 65

N N ¶y l ¶y m (H.9) Uma vez que os dados tenham sido obtidos de cinco conjun-
u( y l , y m ) = å å ¶x i ¶x j
u( x i )u( x j ) r( x i . x j )
tos de observações das três grandezas de entrada V, I e f, é
i =1 j =1
possível computar um valor para R, X e Z de cada conjunto
onde y l = f l ( x 1 , x 2 , K, x N ) e y m = f m ( x 1 , x 2 , K, x N ). A de dados de entrada e, então, tomar a média aritmética dos
equação (H.9) é a generalização da equação (F.2), em cinco valores individuais para obter as melhores estimativas
F.1.2.3, quando os ql são correlacionados. Os coeficientes de R, X e Z. O desvio padrão experimental de cada média
de correlação estimados das grandezas de saída são dados (que é a sua incerteza padrão combinada) é, então, calculado
por r(yl,ym) = u(yl,ym)/u(yl)u(ym), como indicado na equação a partir dos cinco valores individuais da maneira usual [equa-
(14), em 5.2.2. Deve-se reconhecer que os elementos diago- ção (5), em 4.2.3]; e as covariâncias estimadas das três médi-
nais da matriz de covariância, u(yl,yl) º u2(yl), são as variân- as são calculadas, aplicando-se a equação (17), em 5.2.3, di-
cias estimadas das grandezas de saída yl (ver 5.2.2, nota 2) e retamente aos cinco valores individuais dos quais cada média
que, para m = l, a equação (H.9) é idêntica à equação (16), é obtida. Não existem diferenças nos valores de saída, in-
em 5.2.2. certezas padrão e covariâncias estimadas fornecidas pelos
dois enfoques, exceto para efeitos de segunda ordem associ-
Para aplicar a equação (H.9) neste exemplo, as seguintes ados com a substituição de termos tais como V / I e cos f
identificações são feitas: por V / I e cos f .

y1 = R x1 = V u(xi) = s(xi) Para demonstrar este enfoque, a tabela H.4 dá os valores de


y2 = X x2 = I N=3 R, X e Z calculados para cada um dos cinco conjuntos de ob-
servações. As médias aritméticas, incertezas padrão e coefi-
y3 = Z x3 = f
cientes de correlação estimados são, então, diretamente com-
Os resultados dos cálculos de R, X e Z e de suas variân- putados destes valores individuais. Os resultados numéricos
cias estimadas e coeficientes de correlação são dados na obtidos dessa maneira diferem dos resultados fornecidos, na
Tabela H.3. tabela H.3, por um valor desprezível.

H.2.4 Resultados: enfoque 2 Na terminologia da nota de 4.1.4, o enfoque 2 é um exem-


n
plo a obtenção da estimativa y a partir de Y = ( å Yk ) / n,
O enfoque 2 está resumido na tabela H.4. k =1

85
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

Tabela H.3 - Valores calculados das grandezas de saída R, X e Z: enfoque 1

Índice do Relação entre a estimativa do mensu- Valor da estimativa yl , que é o Incerteza padrão combinada uc(yl)
mensurado rando yl e a estimativa de entrada xi resultado da medição do resultado da medição
l
1 y1 = R = (V / I ) cosf y1 = R = 127,732 W uc(R) = 0,071 W
uc(R)/R = 0,06 x10-2
2 y2 = X = (V / I ) sen f y2 = X = 219,847 W uc(X) = 0,295 W
uc(X)/X = 0,13 x10-2
3 y3 = Z = V / I y3 = Z = 254,260 W uc(Z) = 0,236 W
uc(Z)/Z = 0,09 x10-2
Coeficiente de correlação r (yl , ym)
r( y 1 , y 2 ) = r( R, X ) = - 0,588
r( y 1 , y 3 ) = r( R, Z ) = - 0, 485
r( y 2 , y 3 ) = r( X , Z ) = 0,993

Tabela H.4 - Valores calculados das grandezas de saída R, X e Z: enfoque 2

Nº do Valores individuais dos mensurandos


conjunto k R = (V /I ) cos f(W) X = (V /I ) sen f(W) Z = V /I (W)
1 127,67 220,32 254,64
2 127,89 219,79 254,29
3 127,51 220,64 254,84
4 127,71 218,97 253,49
5 127,88 219,51 254,04
Média y 1 = R = 127,732 y 2 = X = 219,847 y 3 = Z = 254, 260
aritmética
Desvio pa-
drão da mé- s( R) = 0, 071 s( X ) = 0, 295 s( Z ) = 0, 236
dia ex-
perimental
Coeficiente de correlação r (yl , ym)
r( y 1 , y 2 ) = r( R, X ) = - 0,588
r( y 1 , y 3 ) = r( R, Z ) = - 0, 485
r( y 2 , y 3 ) = r( X , Z ) = 0,993

86
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

enquanto que o enfoque 1 é um exemplo de obtenção de y Tabela H.5 - Alterações na tabela H.3 sob a hipótese de
a partir de y = ƒ( X 1 , X 2 , K X N ). Como ressaltado naquela que os coeficientes de correlação da tabela H.2 são zero
nota, em geral, os dois enfoques fornecerão resultados
idênticos, se f é uma função linear de suas grandezas de Incerteza padrão combinada
entrada (desde que os coeficientes de correlação observados uc(yl) do resultado de medição
experimentalmente sejam levados em consideração quando u c ( R) = 0,195W
se implementa o enfoque 1). Se f não é uma função linear, u c ( R) / R = 0,15 ´ 10 -2
então os resultados do enfoque 1 diferirão daqueles do enfo-
u c ( X ) = 0, 201W
que 2, dependendo do grau de não-linearidade e das variân-
u c ( X ) / X = 0, 09 ´ 10 -2
cias e covariâncias estimadas de Xi. Isso pode ser visto na ex-
pressão: u c ( Z ) = 0, 204W
u c ( Z ) / Z = 0, 08 ´ 10 -2
y = ƒ ( X 1 , X 2 , K, X N )
Coeficientes de correlação, r (yl , ym)
(H.10)
r (y1, y2) = r (R, X) = 0,056
1 N N
¶2ƒ
+
2
å å ¶X i , ¶X j
u( X i , X j ) + K r (y1, y3) = r (R, Z) = 0,527
i =1 j =1 r (y2, y3) = r (X, Z) = 0,878

onde o segundo termo, no lado direito da igualdade, é o


termo de segunda ordem da expansão da série de Taylor
de f em termos de X i (ver também 5.1.2, nota). No presen-
te caso, o enfoque 2 é preferível porque ele evita a aproxi-
mação y = ƒ( X 1 , X 2 , K, X N ) e reflete melhor o procedi-
mento de medição utilizado - os dados foram, na realida-
de, coletados em conjuntos.

Por outro lado, o enfoque 2 seria inadequado se os dados


da tabela H.2 representassem n1 = 5 observações da dife-
rença de potencial V, seguidas por n2 = 5 observações da
corrente I, e, então, seguidas por n3 = 5 observações da
fase f, e seria impossível, se n1 ¹ n2 ¹ n3 . (É, na realidade,
um mau procedimento de medição executar as medições
dessa maneira, uma vez que a diferença de potencial atra-
vés de uma impedância fixada e a corrente através dela são
diretamente relacionadas).

Se os dados da tabela H.2 forem reinterpretados dessa ma-


neira, de modo que o enfoque 2 seja inadequado, e se as
correlações entre as grandezas V, I e f forem supostas
como ausentes, então os coeficientes de correlação obser-
vados não têm nenhum significado e devem ser tomados
como sendo zero. Se isto é feito na Tabela H.2, a equação
(H.9) reduz-se ao equivalente da equação (F.2), em
F.1.2.3, isto é:

N ¶y l ¶y m 2 (H.11)
u( y l , y m ) = å ¶x i ¶x i
u (x i )
i =1

e sua aplicação aos dados da tabela H.2 leva às alterações


na tabela H.3, mostradas na tabela H.5:

87
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

H.3 Calibração de um termômetro ( å bk )( å q 2k ) - ( å bk q k )( å q k ) (H.13a)


y1 =
D
Este exemplo ilustra o uso do método dos mínimos qua- nå bk q k - ( å bk )( å q k ) (H.13b)
drados para obter uma curva de calibração linear e como y2 =
D
os parâmetros do ajuste, o intercepto e a inclinação, e suas
variâncias e covariâncias estimadas são usadas para obter, s 2 å q 2k (H.13c)
s 2 ( y1 ) =
a partir da curva, o valor da incerteza padrão de uma cor- D
reção prevista.
s2 (H.13d)
s 2 (y 2 ) = n
H.3.1 O problema da medição D

Um termômetro é calibrado comparando-se n = 11 leitu- r( y 1 , y 2 ) = -


å qk (H.13e)

ras tk de temperatura do termômetro, cada uma tendo uma nå q k2


incerteza desprezível, com as correspondentes temperatu-
ras de referência conhecidas tR,k na faixa de temperatura s2 =
å [bk - b(t k )]2 (H.13f)

de 21 ºC a 27 ºC, para obter as correções bk = tR,k - tk para n-2


as leituras. As correções medidas bk e as temperaturas D = nå q 2k - ( å q k ) 2 (H.13g)
medidas tk são as grandezas de entrada da avaliação. Uma
curva de calibração linear: = nå (q k - q) 2 = nå (t k - t ) 2

b(t) = y 1 + y 2 (t - t o ) (H.12) onde todos os somatórios são de k = 1 até n, qk = tk - t0 ,


q = ( å q k ) / n e t = ( å t k ) / n; [ bk - b(t k )] é a diferença
é ajustada pelo método dos mínimos quadrados, para as
entre a correção bk medida ou observada na temperatura tk
correções e temperaturas medidas. Os parâmetros y1 e y2,
e a correção b(tk) prevista pela curva ajustada
que são, respectivamente, o intercepto e a inclinação da
b(t) = y 1 + y 2 (t - t 0 ) em tk. A variância s2 é uma medida da
curva de calibração, são os dois mensurandos ou as gran-
incerteza total do ajuste, onde o fator n - 2 reflete o fato de
dezas de saída a serem determinadas. A temperatura t0 é
que, por serem os dois parâmetros y1 e y2 determinados pe-
uma temperatura exata de referência convenientemente es-
las n observações, os graus de liberdade de s2 são n = n - 2
colhida; ela não é um parâmetro independente a ser deter-
(ver G.3.3).
minado pelo ajuste dos mínimos quadrados. Uma vez que
y1 e y2 são encontrados, juntamente com suas variâncias e
H.3.3 Cálculo dos resultados
covariâncias estimadas, a equação (H.12) pode ser usada
para predizer o valor e a incerteza padrão da correção a ser Os dados a serem ajustados são fornecidos na segunda e
aplicada ao termômetro, para qualquer valor t da tempera- na terceira colunas da tabela H.6. Tomando t0 = 20ºC
tura. como a temperatura de referência, a aplicação das equa-
ções (H.13a) a (H.13g) fornece:
H.3.2 Ajuste por mínimos quadrados
y 1 = - 0,1712 ° C s( y 1 ) = 0, 0029 ° C
Baseado no método dos mínimos quadrados, e de acordo
y 2 = 0, 002 18 s( y 2 ) = 0, 000 67
com as hipóteses feitas em H.3.1 acima, as grandezas de
r ( y 1 , y 2 ) = - 0,930 s = 0, 0035 ° C
saída y1 e y2 e suas variâncias e covariância estimadas são
obtidas, minimizando-se a soma:
O fato da inclinação y2 ser mais de três vezes maior do que
n a sua incerteza padrão fornece alguma indicação de que
S= å [ bk - y 1 - y 2 (t k - t 0 )] 2 uma curva de calibração, e não uma correção média fixa,
k =1
seja requerida.

Isto conduz às seguintes equações para y1, y2, suas va- A curva de calibração pode, então, ser escrita como:
riâncias experimentais s2(y1) e s2(y2), e seu coeficiente de
correlação estimado r(y1, y2) = s(y1, y2) / s(y1)s(y2), onde b(t) = - 0,1712( 29) ° C + 0, 002 18( 67)(t - 20 ° C) (H.14)
s(y1, y2) é sua covariância estimada:

88
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

Tabela H.6 - Dados usados para se obter uma curva linear de calibração para um termômetro pelo método dos mínimos
quadrados

Nº da Leitura do Correção Correção Diferença entre a correção


leituta termômetro observada prevista observada e a prevista
k tk bk=tR,k-tk b(tk) bk -b(tk)
(ºC) (ºC) (ºC) (ºC)
1 21,521 -0,171 -0,1679 -0,0031
2 22,012 -0,169 -0,1668 -0,0022
3 22,512 -0,166 -0,1657 -0,0003
4 23,003 -0159 -0,1646 +0,0056
5 23,507 -0,164 -0,1635 -0,0005
6 23,999 -0,165 -0,1625 -0,0025
7 24,513 -0,156 -0,1614 +0,0054
8 25,002 -0,157 -0,1603 +0,0033
9 25,503 -0,159 -0,1592 +0,0002
10 26,010 -0,161 -0,1581 -0,0029
11 26,511 -0,160 -0,1570 -0,0030

onde os números entre parênteses são os valores numéri- em t = 30 ºC, que está fora da faixa de temperatura na qual o
cos das incertezas padrão correspondentes aos últimos dí- termômetro foi realmente calibrado. Substituindo t = 30 ºC
gitos dos resultados citados para o intercepto e a inclina- na equação (H.14), resulta:
ção (ver 7.2.2). Esta equação fornece o valor previsto da
correção b(t) em qualquer temperatura t e, em particular, o B(30 ºC) = -0,1494 ºC
valor b(tk) em t=tk. Estes valores são dados na quarta colu-
na da tabela, enquanto que a última coluna fornece as dife- enquanto que a equação (H.15) se torna:
renças entre os valores medidos e previstos, bk - b(tk).
u c2 [ b(30 ° C)] = (0,0029 ° C) 2 + (10 ° C) 2 (0,000 67) 2 +
Uma análise dessas diferenças pode ser utilizada para veri-
ficar a validade do modelo linear; testes formais existem +2(10° C)( 0, 0029° C)( 0, 00067° C)( -0,930) = 17,1´ 10 -6 ° C 2
(ver referência [8]), porém não são considerados neste
exemplo. ou:

H.3.4 Incerteza de um valor previsto u c [ b(30 ° C)] = 0,0041 ° C

A expressão para a incerteza padrão combinada do valor Assim, a correção em 30 ºC é -0,1494 ºC, com uma in-
previsto de uma correção pode ser prontamente obtido, apli- certeza padrão combinada de u c = 0,0041ºC , e com uc
cando-se a lei de propagação de incerteza, equação (16) em tendo v = n - 2 = 9 graus de liberdade.
5.2.2, à equação (H.12). Notando-se que b(t) = f(y1,y2) e es-
crevendo u(y1) = s(y1) e u(y2) = s(y2), obtém-se: H.3.5 Eliminação da correlação entre a inclinação e
o intercepto
u c2 [ b(t)] = u 2 ( y 1 ) + (t - t 0 ) 2 u 2 ( y 2 ) (H.15)
A equação (H.13e) para o coeficiente de correlação
+ 2(t - t 0 )u( y 1 )u( y 2 ) r( y 1 , y 2 )
r(y1,y2) implica que, se t0 é escolhido de forma tal que
n n
A variância estimada uc2[b(t)] é mínima em å qk = å (t k - t 0 ) = 0, então r(y1,y2) = 0 e y1 e y2 se-
t min = t 0 - u( y 1 ) r( y 1 , y 2 ) / u( y 2 ), e no presente caso, é k =1 k =1

tmin = 24,0085ºC. rão não-correlacionados, simplificando, portanto, o cálcu-


lo da incerteza padrão de uma correção prevista. Uma vez
n n
Como um exemplo do uso da equação (H.15), considere que
se requeira uma correção no termômetro e sua incerteza
que å q k = 0, quando t 0 = t =(å t k ) / n e
k =1 k =1

89
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

t = 24,0085 ºC no presente caso, repetindo-se o ajuste de H.3.6 Outras considerações


mínimos quadrados, com t o = t = 24, 0085 ° C, levará a va-
lores de y1 e y2 não-correlacionados. (A temperatura t é O método dos mínimos quadrados pode ser usado para ajus-
também a temperatura na qual u2[b(t)] é um mínimo - ver tar curvas de ordem superior aos pontos correspondentes aos
H.3.4). Entretanto, repetir o ajuste é desnecessário porque dados, e é também aplicável aos casos em que os dados indi-
pode ser mostrado que: viduais têm incertezas. Textos de referência sobre o assunto
devem ser consultados para maiores detalhes [8]. Entretanto,
b(t) = y 1 ¢ + y 2 (t - t ) (H.16a) os seguintes exemplos ilustram dois casos nos quais as corre-
ções medidas bk não são supostas como exatamente conheci-
u c2 [ b(t)] = u 2 ( y 1 ¢ ) + (t - t ) 2 u 2 ( y 2 ) (H.16b)
das.
r( y 1 ¢ , y 2 ) = 0 (H.16c)
1) Considere cada tk tendo uma incerteza desprezível,
onde: considere que cada um dos n valores tR,k seja obtido de
uma série de m leituras repetidas e considere que a es-
y 1 ¢ = y 1 + y 2 (t - t 0 ) timativa agrupada de variância para tais leituras basea-
das em uma grande quantidade de dados obtidos ao
t = t 0 - s( y 1 ) r( y 1 , y 2 ) / s( y 2 )
longo de muitos meses, seja s2p . Então a variância esti-
s 2 ( y 1 ¢ ) = s 2 ( y 1 )[1 - r 2 ( y 1 , y 2 )] mada de cada tR,k é s 2p / m = u 02 , e cada correção obser-
vada bk = t R, k - t k tem a mesma incerteza padrão u0.
e, ao escrever a equação (H.16b), as substituições
Sob estas circunstâncias (e sob a suposição de que não
u( y 1 ¢ ) = s( y 1 ¢ ) e u(y2) = s(y2) foram feitas [ver a equação
existe razão para se crer que o modelo linear seja in-
(H.15)].
correto), u 02 substitui s2 nas equações (H.13c) e
Aplicando essas relações aos resultados fornecidos em (H.13d).
H.3.3, tem-se:
NOTA - A estimativa agrupada de variância s 2p, baseada em N
séries de observações independentes da mesma variável
b(t) = - 0,1625(11) (H.17a)
aleatória, é obtida de:
+ 0, 00218( 67)(t - 24, 0085 ° C)
N

u c2 [ b(t)] = ( 0, 0011) 2 (H.17b) å n i si2


i =1
s 2p = N
+ (t - 24, 0085 ° C) (0,000 67)
2 2
å ni
i =1

Pode-se verificar que estas expressões fornecem os mesmos


onde s i2 é a variância experimental da i-ésima série de ni obser-
resultados que as equações (H.14) e (H.15), repetindo-se o
vações repetidas independentes [equação (4), em 4.2.2] e tem
cálculo de b(30 ºC) e uc[b(30 ºC)]. Substituindo t = 30 ºC graus de liberdade n i = n i - 1. Os graus de liberdade de s 2p são
nas equações (H.17a) e (H.17b), tem-se: N
n= å n i . A variância experimental s 2p/m (e o desvio padrão
i=1
b(30 ºC) = -0,1494 ºC experimental s p / m) da média aritmética de m observações in-
dependentes, caracterizada pela estimativa agrupada da variância
uc[b(30 ºC)] = 0,0041 ºC
s 2p, também tem n graus de liberdade.

que são idênticos aos resultados obtidos em H.3.4. A co-


2) Suponha que cada tk tenha incerteza desprezível,
variância estimada entre as duas correções previstas b(t1) e
que uma correção ek seja aplicada a cada um dos n
b(t2) pode ser obtida da equação (H.9), em H.2.3.
valores tR,k e que cada correção tenha a mesma in-
certeza padrão ua. Então, a incerteza padrão de cada
bk = t R, k - t k é, também, ua e s 2 ( y 1 ) é substituído por
s 2 ( y 1 ) + u a2 e s 2 ( y¢ 1 ) é substituído por s 2 ( y¢ 1 ) + u a2 .

90
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

H.4 Medição de atividade to, para cada fonte, durante todos os seis ciclos, é de
60 minutos. Embora a taxa de contagem de fundo não pos-
Este exemplo é similar ao exemplo H.2, a medição simul- sa ser suposta como constante durante todo o intervalo de
tânea de resistência e reatância, na qual os dados podem contagem (65 horas), supõe-se que o número de contagens
ser analisados de duas maneiras diferentes, fornecendo es- obtido para cada amostra branca possa ser usado como re-
sencialmente os mesmos resultados numéricos. O primeiro presentativo da taxa de contagem de fundo durante as me-
enfoque ilustra, mais uma vez, a necessidade de se levar dições do padrão e da amostra no mesmo ciclo. Os dados
em conta as correlações observadas entre as grandezas de são fornecidos na Tabela H.7, onde:
entrada.
tS, tB, tx são os tempos desde o tempo de referência
H.4.1 O problema de medição t = 0 até o ponto médio dos intervalos de
contagem T0 = 60 min, corrigidos para tem-
A concentração desconhecida de atividade do radônio po morto para os recipientes com o padrão, a
(222Rn), em uma amostra de água, é determinada pela con- amostra branca e a amostra, respectivamente;
tagem por cintilação líquida comparada com uma amostra embora tB seja dado para a completeza, ele
padrão de radônio em água, tendo uma concentração de não é necessário à análise;
atividade conhecida. A concentração de atividade desco- CS, CB, Cx são os números de contagens registrados
nhecida é obtida, medindo-se três fontes de contagem con- nos intervalos de contagem T0 = 60 min,
sistindo de, aproximadamente, 5 g de água e 12 g de emul- corrigidos para tempo morto, para os reci-
são cintiladora orgânica em frascos de 22 ml de volume: pientes com o padrão, amostra branca e
amostra, respectivamente.
Fonte (a) um padrão consistindo de uma massa ms
de uma solução padrão com uma concen- As contagens observadas podem ser expressas como:
tração de atividade conhecida;

Fonte (b) uma amostra branca equivalente de água CS = CB + e AST0mSe-lt s (H.18a)


não contendo material radioativo, usada Cx = CB + e AxT0mxe-lt x (H.18b)
para obter a taxa de contagem de fundo
(background); onde:
Fonte (c) a amostra consistindo de uma alíquota de
e é a eficiência de detecção da cintilação líquida
massa mx com uma concentração de ativi-
para 222Rn, para uma dada composição de fonte,
dade desconhecida.
suposta como sendo independente do nível de
atividade;
Seis ciclos de medição das três fontes de contagem são re-
alizados nesta ordem: padrão - amostra branca - amostra; AS é a concentração de atividade do padrão no tem-
cada intervalo de contagem T0 , corrigido para tempo mor- po de referência t = 0;

Tabela H.7 - Dados de contagem para determinação da concentração de atividade de uma amostra desconhecida

Ciclo Padrão Amostra Branca Amostra


k tS CS tB CB tx Cx
(min) (contagens) (min) (contagens) (min) (contagens)
1 243,74 15 380 305,56 4054 367,37 41 432
2 984,53 14 978 1046,10 3922 1107,66 38 706
3 1723,87 14 394 1785,43 4200 1846,99 35 860
4 2463,17 13 254 2524,73 3830 2586,28 32 238
5 3217,56 12 516 3279,12 3956 3340,68 29 640
6 3956,83 11 058 4018,38 3980 4079,94 26 356

91
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

Ax é o mensurando e é definido como a concentra- H.4.2 Análise de dados


ção de atividade desconhecida da amostra no
tempo de referência t = 0; A tabela H.8 resume os valores das taxas de contagem
R S e R x corrigidas para contagem de fundo e para de-
mS é a massa da solução padrão;
caimento, calculados a partir das equações (H.21a) e
mx é a massa da alíquota de amostra; (H.21b), usando os dados da tabela H.7 e
l = 1,258 94 x 10 -4 min -1 , como fornecidos anterior-
l é a constante de decaimento para o 222Rn:
mente. Deve-se notar que a razão R = R x /R S é calcula-
l = (ln 2) / T1 = 1, 258 94 ´ 10 -4 min -1
2 da, de forma mais simples, pela expressão:

(T1 = 5505,8 min).


2 [(Cx - CB)/(CS - CB)]e l( t x - t s )

As equações (H.18a) e (H.18b) indicam que nenhum dos


As médias aritméticas RS , Rx e R, e seus desvios padrão
seis valores individuais, seja de CS ou de Cx, dados na ta-
experimentais s( RS ), s( Rx ) e s( R ) são calculados do
bela H.7, pode fornecer uma média diretamente por causa
modo usual [equações (3) e (5), em 4.2]. O coeficiente de
do decaimento exponencial da atividade do padrão e da
correlação r(Rx , RS ) é calculado pela equação (17), em
amostra, e de pequenas variações na contagem de fundo de
5.2.3, e pela equação (14), em 5.2.2.
um para outro ciclo. Em vez disso, deve-se trabalhar
com contagens corrigidas para o decaimento e para o Em vista da variabilidade comparativamente pequena dos
fundo (ou taxas de contagem definidas como o número valores de R x e de R S , a razão das médias Rx / RS e sua
de contagens dividido por T0 = 60 min). Isto sugere a incerteza padrão u(Rx / RS ) são, respectivamente, quase
combinação das equações (H.18a) e (H.18b), para obter a as mesmas que a razão média R e seu desvio padrão expe-
seguinte expressão para a concentração desconhecida em rimental s(R), tais como listados na última coluna da tabe-
termos das grandezas conhecidas: la H.8 [ver H.2.4 e a equação (H.10)]. Entretanto, ao cal-
cular a incerteza padrão u ( Rx / RS ), a correlação entre R x e
Ax = f (AS, mS, mx, CS, Cx, CB, tS, tx, l) =
R S , como representada pelo coeficiente de correlação
m S (C x - C B ) e lt x (H.19) r ( Rx , RS ), deve ser levada em conta, usando a equação
= AS
m x (C S - C B ) e lt s (16), em 5.2.2. [Essa equação fornece, para a variân-
cia relativa estimada de Rx / RS , os últimos três termos
m S C x - C B l( t x - ts ) da equação (H.22b)].
= AS e
mx C S - C B
Deve-se reconhecer que os respectivos desvios padrão ex-
l tx l ts perimentais de R x e de R S , 6 s ( Rx ) e 6 s ( RS ) indicam
onde (Cx - CB)e e (CS - CB)e são, respectivamente,
as contagens, corrigidas para contagens de fundo, da uma variabilidade nessas grandezas, que é duas a três ve-
amostra e do padrão no tempo de referência t = 0 e para o zes maior do que a variabilidade deduzida pela estatística
intervalo de tempo T0 = 60 min. Alternativamente, pode-se de Poisson do processo de contagem, sendo que a última é
simplesmente escrever: incluída na variabilidade observada de contagem e não
precisa ser contabilizada separadamente.
Ax = f(AS,mS,mx,RS,Rx)
m S Rx H.4.3 Cálculo dos resultados finais
(H.20)
= As
m x Rs
Para obter a concentração de atividade desconhecida Ax e
sua incerteza padrão combinada uc(Ax), pela equação
onde as taxas de contagem, Rx e RS, corrigidas para conta-
(H.20) são requeridas, AS, mx e mS e suas incertezas pa-
gens de fundo e para decaimento, são dadas por:
drão. Sendo dadas como:

Rx = [(C x - C B ) / TO ]e lt x (H.21a)
AS = 0,1368 Bq/g
u(AS) = 0,0018 Bq/g; u(AS)/AS = 1,32 x 10-2
Rs = [(C s - C B ) / TO ]e lt s (H.21b)
mS = 5,0192 g
u(mS ) = 0,005 g; u(mS )/mS = 0,10 x 10-2

92
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

Tabela H.8 - Cálculo das taxas de contagem corrigidas para contagem de fundo e para decaimento

Ciclo Rx Rs tx - ts R = Rx / Rs
k (min-1) (min-1) (min)
1 652,46 194,65 123,63 3,3520
2 666,48 208,58 123,13 3,1953
3 665,80 211,08 123,12 3,1543
4 655,68 214,17 123,11 3,0615
5 651,87 213,92 123,12 3,0473
6 623,31 194,13 123,11 3,2107
Rx = 652, 60 RS = 206, 09 R = 3,170
s ( Rx ) = 6, 42 s ( RS ) = 3,79 s ( R ) = 0, 046
-2
s( Rx ) / Rx = 0,98 ´ 10 s( RS ) / RS = 1,84 ´ 10 -2 s( R ) / R = 1, 44 ´ 10 -2
Rx / RS = 3,167
u( Rx / RS ) = 0, 045
u ( Rx / RS ) / ( Rx / RS ) = 1, 42 ´ 10 -2
Coeficiente de correlação
r ( Rx , RS ) = 0, 646

mx = 5,0571 g m S Rx
Ax = AS = 0, 4300 Bq / g
u(mx) = 0,0010 g; u(mx)/mx = 0,02 x 10-2 m x RS

Outras possíveis fontes de incerteza são avaliadas como (H.22a)


sendo desprezíveis:
A aplicação da equação (16), em 5.2.2, a esta expressão
- incertezas padrão dos tempos de decaimento, u(tS,k) resulta para a variância combinada u c2 ( Ax ):
e u(tx,k);
- incerteza padrão da constante de decaimento do 222Rn, u c2 ( Ax ) u 2 ( AS ) u 2 (m S ) u 2 (m x ) u 2 ( Rx )
= + + + +
u(l) = 1 x 10-7 min-1. (A grandeza significativa é o fator Ax2 AS2 m S2 m x2 Rx2
de decaimento exp[l(tx - tS)], que varia de 1,015 63,
u 2 ( RS ) u ( Rx ) u ( RS ) (H.22b)
para ciclos k = 4 e k = 6 até 1,015 70, para o ciclo k= 1. + - 2 r ( Rx , RS )
A incerteza padrão desses valores é u = 1,2 x 10-5); RS2 Rx RS
- incerteza associada com a possível dependência da
eficiência de detecção do contador de cintilação da onde, como observado em H.4.2, os últimos três termos
fonte utilizada (padrão, amostra branca e amostra); fornecem u 2 ( Rx / RS ) / ( Rx / RS ) 2 , que é a variância relati-
- incerteza da correção para o tempo morto do conta- va estimada de Rx / RS . Consistente com a discussão de
dor e da correção para a dependência da eficiência H.2.4, os resultados na Tabela H.8 mostram que R não é
de contagem do nível de atividade. exatamente igual a Rx / RS ; e que a incerteza padrão
u ( Rx / RS ) de Rx / RS não é exatamente igual à incerteza
H.4.3.1 Resultados: enfoque 1 padrão s ( R ) de R.

Como indicado anteriormente, Ax e uc(Ax) podem ser obti- A substituição dos valores das grandezas relevantes nas
dos de dois modos diferentes a partir da equação (H.20). equações (H.22a) e (H.22b) fornece:
No primeiro enfoque, Ax é calculado, usando as médias
aritméticas Rx e RS , o que leva a: uc (Ax)/Ax = 1,93 x 10-2

uc (Ax) = 0,0083 Bq/g

93
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

O resultado da medição pode, então, ser declarado como: O resultado da medição pode, então, ser declarado como:

Ax = 0,4300 Bq/g, com uma incerteza padrão combinada de Ax = 0,4304 Bq/g, com uma incerteza padrão combinada
uc = 0,0083 Bq/g. de uc = 0,0084 Bq/g.

H.4.3.2 Resultados: enfoque 2 Os graus de liberdade efetivos de uc podem ser avaliados,


usando-se a fórmula Welch-Satterthwaite, como ilustrado
No segundo enfoque, que evita a correlação entre Rx e RS , em H.1.6.
Ax é calculada usando a média aritmética R. Assim:
Como em H.2, dos dois resultados, prefere-se o segundo,
Ax = As (m s / m x ) R = 0, 4304 Bq / g (H.23a) porque ele evita a aproximação da média de uma razão de
duas grandezas pela razão das médias das duas grandezas;
A expressão para u c2 ( Ax ) é, simplesmente: e ele reflete melhor o procedimento de medição utilizado -
os dados foram, de fato, coletados em ciclos separados.
u c2 ( Ax ) u 2 ( AS ) u 2 (m S ) (H.23b)
= +
Ax2 AS2 m S2 Todavia, a diferença entre os valores de Ax, resultantes dos
dois enfoques, é claramente pequena comparada com a in-
u 2 (m x ) u 2 (R) certeza padrão atribuída a cada um, e a diferença entre as
+ +
m x2 R2 duas incertezas padrão é totalmente desprezível. Tal con-
cordância entre os resultados demonstra que os dois enfo-
que fornece: ques são equivalentes quando as correlações observadas
são apropriadamente incluídas.
u c ( Ax )
= 1,95 x 10-2
Ax

uc (Ax) = 0,0084 Bq/g

94
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

H.5 Análise de variância

Este exemplo fornece uma breve introdução aos métodos O desvio padrão experimental da média s(V), que é uma me-
de análise de variância (ANOVA). Estas técnicas estatísti- dida da incerteza de V, como uma estimativa da diferença de
cas são utilizadas para identificar e quantificar efeitos ale- potencial do padrão, é obtido de [ver equação (5), em 4.2.3.]:
atórios individuais em uma medição, de modo que possam J K
1 (H.24b)
ser apropriadamente levados em conta quando se avalia a s 2 (V ) =
JK ( JK - 1)
å å (V jk - V ) 2
incerteza do resultado da medição. Embora os métodos j =1 k =1

ANOVA sejam aplicáveis a uma ampla faixa de medições,


NOTA - Supõe-se ao longo deste exemplo que todas as correções
por exemplo, a calibração de padrões de referência, tais aplicadas às observações, para compensar efeitos sistemáticos, ten-
como os padrões de tensão Zener e padrões de massa, e a ham incertezas desprezíveis, ou que suas incertezas sejam tais que
certificação de materiais de referência, os métodos ANO- possam ser levadas em conta no final da análise. Uma correção nesta
última categoria, e uma que pode por si mesma ser aplicada à média
VA por si só não podem identificar efeitos sistemáticos
das observações no final da análise, é a diferença entre o valor certifi-
que possam estar presentes. cado (suposto de ter uma dada incerteza) e o valor de trabalho da
tensão de referência estável contra o qual o padrão de tensão Zener é
Existem muitos modelos diferentes incluídos sob o nome calibrado. Assim, a estimativa da diferença de potencial do padrão,
geral de ANOVA. Por causa da sua importância, o modelo obtida estatisticamente a partir das observações, não é, necessaria-
mente, o resultado final da medição; e o desvio padrão experimental
específico discutido nesse exemplo é o arranjo aninhado
da estimativa não é, necessariamente, a incerteza padrão combinada
balanceado1. A ilustração numérica desse modelo envolve do resultado final.
a calibração de um padrão de tensão Zener; a análise deve
ser relevante a uma variedade de situações práticas de me- O desvio padrão experimental da média s(V), como obtido
dição. da equação (H.24b), é uma medida apropriada da incerteza
de V somente se a variabilidade das observações dia a dia
Métodos ANOVA são de importância especial na certifi- for a mesma que a variabilidade das observações realiza-
cação de materiais de referência (MRs), por meio de en- das em um único dia. Se existir evidência de que a variabi-
saios interlaboratoriais, um tópico abrangido minuciosa- lidade entre dias (denominada variabilidade entre-dias)
mente no Guia ISO 35 [19] (ver H.5.3.2 para uma breve seja significativamente maior do que se possa esperar da
descrição da certificação de MRs). Como muito do mate- variabilidade em um mesmo dia (denominada variabilida-
rial contido no Guia ISO 35 é, de fato, largamente aplicá- de intra-dia), a utilização dessa expressão poderia levar a
vel, esta publicação pode ser consultada para detalhes uma declaração consideravelmente incompleta da incerte-
adicionais relativos à ANOVA, incluindo arranjos ani- za de V.
nhados não balanceados. As referências [15] e [20] po-
dem ser igualmente consultadas. Assim, duas questões surgem: como se deve decidir se a
variabilidade entre dias (caracterizada por um componente
H.5.1 O problema de medição entre-dias da variância) é significante em comparação à
variabilidade em um mesmo dia (caracterizada por um
Considere um padrão de tensão Zener de 10 V nominais
componente intra-dia da variância), e, se isso ocorrer,
calibrado contra uma referência de tensão estável, por um
como se deve avaliar a incerteza da média?
período de duas semanas. Em cada um dos J dias durante
o período, k observações repetidas independentes da dife- H.5.2 Um exemplo numérico
rença de potencial Vs do padrão foram realizadas. Se Vjk
denota a k-ésima observação Vs (k = 1, 2, ..., K) no j-ésimo H.5.2.1 Os dados que permitem tratar as questões acima
dia (j = 1, 2, ..., J), a melhor estimativa da diferença de são fornecidos na tabela H.9, onde:
potencial do padrão é a média aritmética V das JK obser-
vações [ver equação (3), em 4.2.1]: J = 10 é o número de dias nos quais as observações da
diferença de potencial foram realizadas;
J K
1
Vs =
JK
å å V jk = V
(H.24a)
j =1 k =1

1 NT: Essa expressão corresponde, na versão original, a “balanced nested design”.

95
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

Tabela H.9 - Resumo dos dados de calibração do padrão de tensão obtidos em J = 10 dias, com cada média diária V j e
desvio padrão experimental s(V jk ) baseados em K = 5 observações repetidas e independentes

Dia, j 1 2 3 4 5
Grandeza
V j /V 10,000 172 10,000 116 10,000 013 10,000 144 10,000 106

s(V jk ) /mV 60 77 111 101 67

Dia, j 6 7 8 9 10
Grandeza
Vj /V 10,000 031 10,000 060 10,000 125 10,000 163 10,000 041

s(V jk ) /mV 93 80 73 88 86
V = 10, 000 097 V s (V j ) = 57 m V
sa2 = Ks (V j ) = 5 (57 m V)
2 2
= (128 m V) 2
sb2 = s 2 (V jk ) = (85 m V) 2

K = 5 é o número de observações da diferença de po- comparando-se duas estimativas independentes de sW


2
,a
tencial realizadas em cada dia; componente intra-dia da variância (isto é, a variância das
1 K
(H.25a) observações realizadas no mesmo dia).
Vj =
K
å V jk
k =1
A primeira estimativa de sW
2
, denotada por sa2 , é obtida da

é a média aritmética das K = 5 observações da diferença variação observada das médias diárias V j . Como V j é a
de potencial realizadas no j-ésimo dia (existem J = 10 mé- média de K observações, sua variância estimada s 2 (V j ),
dias diárias); sob a hipótese de que o componente entre-dias da variân-
cia seja zero, estima sW2
/K. Segue, então, da equação
J J K
1 1 (H.25b)
V=
J
å Vj =
JK
å å V jk (H.25d) que:
j =1 j =1 k =1

sa2 = K s 2 (V j ) (H.26a)
é a média aritmética das J = 10 médias diárias e, conse-
J
K
qüentemente, é a média global das JK = 50 observações; =
J -1
å (V j - V ) 2
j =1
K
1 (H.25c)
s (V jk ) =
2
K -1
å (V jk - V j ) 2

k =1 que é uma estimativa de sW


2
, tendo va = J - 1 = 9 graus de
liberdade.
é a variância experimental das K = 5 observações realiza-
das no j-ésimo dia (existem J = 10 estimativas da variân- A segunda estimativa de sW
2
, denotada por sb2 , é a estima-
cia); tiva agrupada da variância obtida de J = 10 valores indivi-
J duais de s 2 (V jk ), utilizando-se a equação da nota H.3.6, na
1 (H.25d)
s 2 (V j ) =
J -1
å (V j - V ) 2
qual os dez valores individuais são calculados a partir da
j =1
equação (H.25c). Em razão de os graus de liberdade de
é a variância experimental das J = 10 médias diárias (exis- cada um destes valores serem vi = k - 1, a expressão resul-
te somente uma estimativa da variância). tante para sb2 é, simplesmente, sua média. Assim:

J
1
H.5.2.2 A consistência da variabilidade intra-dia e a vari- sb2 = s 2 (V jk ) =
J
å s 2 (V jk )
abilidade entre-dias das observações pode ser investigada, j =1

96
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

J K
1 se que existe um efeito entre-dias estatisticamente signifi-
=
J ( K - 1)
å å (V jk - V j ) 2
(H.26b) cativo no nível de 5 por cento de significância, mas não no
j =1 k =1
nível de 2,5 por cento.
que é uma estimativa de sW
2
, tendo v b = J ( K - 1) = 40
H.5.2.5 Se a existência de um efeito entre-dias é rejeitada
graus de liberdade.
porque a diferença entre sa2 e sb2 não é vista como estatisti-
As estimativas de sW
2
, dadas pelas equações (H.26a) e camente significativa (uma decisão imprudente, pois
poderia levar a uma subestimação da incerteza), a variân-
(H.26b), são sa2 = (128 m V ) 2 e sb2 = (85 m V ) 2 , respec-
cia estimada s 2 (V ) de V deve ser calculada da equação
tivamente (ver tabela H.9). Como a estimativa sa2 é basea-
(H.24b). Esta relação é equivalente a agrupar as estimati-
da na variabilidade das médias diárias enquanto a estimati-
vas sa2 e sb2 (isto é, tomando-se a média ponderada de sa2 e
va sb2 é baseada na variabilidade de observações diárias,
sb2 , cada uma ponderada por seus respectivos graus de
sua diferença indica a possível presença de um efeito que
liberdade n a e n b - ver nota de H.3.6) para se obter a
varia de um dia para outro, mas que permanece relativa-
melhor estimativa da variância das observações; e divid-
mente constante quando as observações são realizadas em
indo essa estimativa por JK (o número de observações)
um único dia. O teste-F é utilizado para verificar essa pos-
para obter a melhor estimativa s 2 (V ) da variância da
sibilidade e, conseqüentemente, a suposição de que o com-
ponente entre-dias da variância seja zero. média das observações. Seguindo este procedimento, te-
mos:
H.5.2.3 A distribuição-F é a distribuição de probabilidade
da razão F ( v a , v b ) = sa2 ( v a ) / sb2 ( v b ) de duas estimativas ( J - 1) sa2 + J ( K - 1) sb2 (H.28a)
s 2 (V ) =
JK ( JK - 1)
independentes, sa2 ( v a ) e sb2 ( v b ), da variância s 2 de uma
variável aleatória normalmente distribuída [15]. Os 9 (128 m V) 2 + 40 (85 m V) 2
=
parâmetros va e vb são os respectivos graus de liberdade (10) (5) ( 49)
das duas estimativas e 0 £ F ( v a , v b ) < ¥. Valores de F são
tabulados para diferentes valores de v a e v b e vários = (13 m V) 2 , ou s (V ) = 13 m V (H.28b)
quantis da distribuição-F. Um valor de F( v a , v b ) > F0,95
ou F( v a , v b ) > F0,975 (o valor crítico) é usualmente inter- com s (V ) tendo JK - 1 = 49 graus de liberdade.
pretado como indicação de que sa2 ( v a ) é maior do que
Se supomos que todas as correções para os efeitos siste-
sb2 ( v b ), por uma quantidade estatisticamente significativa,
máticos já tenham sido levadas em conta e todos os outros
e que a probabilidade de um valor de F tão grande quanto
componentes da incerteza são não-significativos, então o
aquele observado, se as duas estimativas forem estimati-
resultado da calibração pode ser declarado como
vas da mesma variância, é menor do que 0,05 ou 0,025, re-
Vs = V = 10, 000 0097 V (ver tabela H.9), com uma
spectivamente. (Outros valores críticos podem também ser
incerteza padrão combinada de s (V ) = u c = 13 m V, e
escolhidos, tal como F0, 99 ).
com u c tendo 49 graus de liberdade.
H.5.2.4 A aplicação do teste-F ao presente exemplo
NOTAS
númerico fornece:
1. Na prática, haveria, muito provavelmente, componentes adicio-
sa2 Ks 2 (V j ) (H.27) nais de incerteza que seriam significativos e, portanto, deveriam ser
F ( va , vb ) = = combinados com o componente de incerteza obtido estatisticamente
sb2 s 2 (V jk ) a partir das observações (ver nota de H.5.1).

2. A equação (H.28a), para s 2 (V ), pode ser mostrada como sendo


5 (57 m V ) 2
= = 2, 25 equivalente à equação (H.24b), escrevendo-se a dupla soma, denota-
(85 m V ) 2 da por S, na equação como:
J K
com n a = J - 1 = 9 graus de liberdade no numerador e S= å å [(V jk - V j ) + (V j -V) ]2
n b = J ( K - 1) = 40 graus de liberdade no denominador. j =1 k =1

Como F0, 95 (9, 40) = 2,12 e F0, 975 (9, 40) = 2, 45, conclui-
= ( J - 1) sa2 + J ( K - 1) sb2

97
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

H.5.2.6 Se a existência de um efeito entre-dias é aceita sB2 = s 2 (V j ) - s 2 (V jk ) / K [equação (H.31a)], mas sua
(uma decisão prudente porque evita uma possível subesti-
estimativa é problemática.
mação da incerteza) e supõe-se que seja aleatória, então a
variância s 2 (V j ), calculada a partir das J=10 médias H.5.2.7 A melhor estimativa da diferença de potencial do
diárias, de acordo com a equação (H.25d), não estima padrão de tensão é, portanto, Vs = V =10, 000 097 V, com
sW2
/ K, como postulado em H.5.2.2, mas sW 2
/ K + s 2B , s (V ) = u c =18 mV, como dado pela equação (H.32). Este
onde s 2
B é o componente aleatório entre-dias da variân- valor de u c e seus 9 graus de liberdade devem ser com-
cia. Isso implica que: parados com u c =13 mV e seus 49 graus de liberdade, o re-
sultado obtido em H.5.2.5 [equação (H.28b)], quando a
s 2 (V j ) = sW2 / K + sB2 (H.29) existência de um efeito inter- dia foi rejeitada.

Em uma medida real, um efeito entre-dias aparente deve


onde sW2 estima sW
2
e sB2 estima s 2B . Como s 2 (V jk ) calcu-
ser mais investigado, se possível, a fim de se determinar
lado a partir da equação (H.26b) depende somente da vari- sua causa e verificar se um efeito sistemático está presen-
abilidade intra-dia das observações, pode-se tomar te, o que impediria o uso de métodos ANOVA. Como
sW2 = s 2 (V jk ). Assim, a razão Ks 2 (V j ) / s 2 (V jk ) utilizada apontado no início deste exemplo, técnicas ANOVA são
para o teste-F, em H.5.2.4, se torna: projetadas para identificar e avaliar componentes de incer-
teza que surgem de efeitos aleatórios; elas não fornecem
(V j ) sW2 + KsB2 (H.30) informações sobre os componentes que surgem de efeitos
F = {ks 2 =
2
s (V jk ) sW2 sistemáticos.

5(57mV) 2 H.5.3 O papel de ANOVA na medição


= = 2, 25
(85mV) 2
H.5.3.1 Este exemplo do padrão de tensão ilustra o que é
geralmente chamado de arranjo aninhado balanceado de
o que leva a:
um estágio. É um arranjo aninhado de um estágio porque
(H.31a) existe um nível de “aninhamento” das observações, com
K s 2 (V j ) - s 2 (V jk )
sB2 = um fator, o dia em que as observações foram relizadas,
K sendo variado na medição. É balanceado (ou equilibrado),
= ( 43 m V) 2 , ou sB = 43 m V pois o mesmo número de observações é realizado a cada
dia. A análise apresentada no exemplo pode ser utilizada
sW2 = s 2 (V jk ) = (85 m V ) 2 , ou sW = 85 m V(H.31b) para determinar se existe um “efeito de operador”, um
“efeito de instrumento”, um “efeito laboratorial”, um
A variância estimada de V é obtida de s 2 (V j ), equação “efeito amostral”, ou mesmo um “efeito metodológico"
em uma determinada medição. Assim, no exemplo acima,
(H.25d), porque s 2 (V j ) reflete, apropriadamente, ambos
pode-se imaginar a substituição das observações feitas em
os componentes aleatórios intra e entre-dias da variância J dias diferentes por observações feitas no mesmo dia,
[ver equação (H.29)]. Assim: mas por J operadores diferentes; a variância torna-se, en-
tão, um componente entre-dias da variância associado a
s2 (V ) = s 2 (V j ) / J (H.32) diferentes operadores.

= (57 m V) 2 / 10, ou s (V ) = 18 m V
H.5.3.2 Como observado em H.5, métodos ANOVA são
largamente utilizados na certificação de materiais de re-
com s(V ) tendo J - 1 = 9 graus de liberdade. ferência (MRs) por meio de ensaios inter-laboratoriais. Tal
certificação, usualmente, envolve um número de labo-
Os graus de liberdade de sW2 (e, portanto, sW ) são J ( K - 1 ) = 40 ratórios independentes, igualmente competentes, medindo
[ver equação (H.26b)]. Os graus de liberdade de sB2 (e, portanto, amostras de um material, para a propriedade para a qual o
sB ) são os graus de liberdade efetivos da diferença material deverá ser certificado. Geralmente se supõe que
as diferenças entre resultados individuais, tanto intra como

98
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

inter-laboratórios, são de natureza estatística, indepen- H.5.3.3 A importância de se variar as grandezas de en-
dente de quais sejam as causas. A média de cada labo- trada das quais depende o resultado da medição, de forma
ratório é considerada como uma estimativa não- que sua incerteza seja baseada nos dados observados
tendenciosa da propriedade do material, e, usualmente, avaliados estatisticamente, é ressaltada em 3.4.2. Os arran-
supõe-se a média não ponderada das médias dos labo- jos aninhados e a análise dos dados obtidos pela aplicação
ratórios como sendo a melhor estimativa dessa proprie- de métodos ANOVA podem ser utilizados com sucesso em
dade. muitas situações de medição encontradas na prática.

Uma certificação de MR pode envolver I diferentes labo- Não obstante, como indicado em 3.4.1, variar todas as
ratórios, cada um dos quais medindo a propriedade reque- grandezas de entrada é raramente possível devido à limita-
rida de J diferentes amostras de material, com cada medi- ção de tempo e de recursos; na melhor das hipóteses, na
ção de uma amostra consistindo de K observações repeti- maioria das situações práticas de medição, é possível so-
das e independentes. Assim, o número total de observa- mente avaliar alguns poucos componentes de incerteza,
ções é IJK, e o número total de amostras é IJ. Este é um utilizando os métodos ANOVA. Como ressaltado em
exemplo de um arranjo aninhado balanceado de dois está- 4.3.1, muitos componentes devem ser avaliados por julga-
gios, análogo ao exemplo de um estágio do padrão de ten- mento científico, utilizando toda a informação disponível
são dado em H.5. Nesse caso, há dois níveis de “aninha- sobre a possível variabilidade das grandezas de entrada em
mento” das observações, com dois fatores diferentes, questão; em muitos casos, um componente de incerteza,
amostra e laboratório, sendo variados na medição. Esse ar- tal como o que surge de um efeito interamostra, um efeito
ranjo é balanceado porque cada amostra é observada o inter-laboratorial, um efeito inter-instrumentos ou um efei-
mesmo número de vezes (K) em cada laboratório e cada to interoperador, não pode ser avaliado pela análise esta-
laboratório mede o mesmo número de amostras (J). Se- tística de uma série de observações, mas deve ser avaliado
guindo-se a analogia com o exemplo do padrão de tensão, a partir do conjunto de informações disponíveis.
no caso do material de referência, o propósito da análise
dos dados é investigar a possível existência de um efeito
interamostras e de um efeito inter-laboratórios, e de deter-
minar a incerteza apropriada a ser atribuída à melhor esti-
mativa do valor da propriedade a ser certificada. Manten-
do-se o desenvolvimento do parágrafo anterior, supõe-se
que esta estimativa seja a média das I médias dos laborató-
rios, que também é a média das IJK observações.

99
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

H.6 Medições numa escala de referência: H.6.2 Modelo matemático


dureza
À media das profundidades das penetrações, realizadas no
bloco amostra pela máquina utilizada para determinar sua
Dureza é um exemplo de um conceito físico que não pode
dureza, ou máquina de calibração, devem ser adicionadas
ser quantificado sem referência a um método de medição;
correções para determinar a média das profundidades das
não tem unidade que seja independente de tal método. A
penetrações que teriam sido obtidas no mesmo bloco pela
grandeza “dureza” é diferente das grandezas mensuráveis
máquina padrão nacional. Assim:
clássicas, pois não pode entrar em equações algébricas para
definir outras grandezas mensuráveis (embora, às vezes, hRockwell C = f (d , D c , D b , D S )
seja usada em equações empíricas que relacionam a dureza
= 100( 0, 002 mm) - d (H.33a)
a outra propriedade para uma categoria de materiais). Sua
magnitude é determinada por uma medição convencional, a - Dc - Db - DS
de uma dimensão linear de uma impressão em um bloco do H Rockwell C = hRockwell C / ( 0, 002 mm) (H.33b)
material de interesse, ou bloco de amostra. A medição é re-
alizada de acordo com uma norma escrita, que inclui uma onde:
descrição do “penetrador”, a construção da máquina com a
qual se aplica o penetrador, e a maneira pela qual a máqui- d é a média das profundidades de cinco pene-
na deverá ser operada. Existe mais de uma norma escrita, trações realizadas pela máquina de calibração
portanto existe mais de uma escala de dureza. no bloco amostra;

Dc é a correção obtida de uma comparação da má-


A dureza relatada é uma função (dependendo da escala) da quina de calibração com a máquina padrão na-
dimensão linear que é medida. No exemplo fornecido nes- cional, utilizando um bloco padrão de transfe-
te item, ela é uma função linear da média aritmética ou rência, igual à média das profundidades de 5m
média das profundidades de cinco penetrações repetidas, penetrações realizadas pela máquina padrão na-
mas, para algumas outras escalas, a função é não-linear. cional neste bloco, menos a média das profundi-
dades de 5n penetrações realizadas no mesmo
As realizações da máquina padrão são conservadas como
bloco pela máquina de calibração;
padrões nacionais (não há realização de padrão internacio-
nal); uma comparação entre uma máquina em particular e a Db é a diferença em dureza (expressa como uma
máquina padrão nacional é feita utilizando-se um bloco diferença da profundidade média de penetração)
padrão de transferência. entre as duas partes do bloco padrão de trans-
ferência utilizadas, respectivamente, para pene-
H.6.1 O problema da medição trações pelas duas máquinas e suposta como
zero;
Neste exemplo, a dureza de um bloco de amostra de mate-
DS é o erro devido à falta de repetitividade da
rial é determinada na escala “Rockwell C”, usando uma
máquina padrão nacional e à definição incom-
máquina que foi calibrada comparativamente à máquina-pa-
pleta da grandeza dureza. Embora se deva supor
drão nacional. A unidade da escala de dureza Rockwell C é
DS igual a zero, este tem uma incerteza padrão
0,002 mm, com a dureza nesta escala definida como
associada de u(DS).
100 x (0,002 mm) menos a média das profundidades, me-
didas em mm, de cinco penetrações. O valor dessa grande-
Uma vez que as derivadas parciais ¶f / ¶d , ¶f / ¶D c ,
za dividida pela unidade da escala Rockwell, de 0,002 mm,
¶f / ¶D b e ¶f / ¶D S da função da equação (H.33a) são to-
é chamada, de “índice de dureza HRC”. Neste exemplo, a
das iguais a -1, a incerteza padrão combinada uc2(h) da du-
grandeza é chamada simplesmente, de “dureza”, símbolo
reza do bloco de amostra, tal como medida pela máquina
hRockwell C, e o valor numérico da dureza expressa em unida-
de calibração, é dada, simplesmente, por:
des Rockwell de comprimento é chamada de “índice de du-
reza”, com símbolo HRockwell C. u c2 ( h) = u 2 (d ) + u 2 ( D c ) + u 2 ( D b ) + u 2 ( D S ) (H.34)

onde, por simplicidade de notação, h º hRockwell C .

100
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

m
H.6.3 Variâncias contribuintes 2
sav ( z s ) = [ å s 2 ( z S , i )] / m
i =1
H.6.3.1 Incerteza da profundidade média de pene-
tração d do bloco de amostra, u(d) é a média das variâncias experimentais das médias de
cada uma das m séries de penetrações zs,ik realizadas
Incerteza de observações repetidas. A repetição estrita de
pela máquina padrão;
uma observação não é possível, porque uma nova impres-
são não pode ser feita no mesmo lugar de uma anterior. n

Uma vez que cada impressão deve ser feita em um lugar di-
2
sav ( z ) = [ å s 2 ( z i )] / n é a média das variâncias expe-
i =1
ferente, qualquer variação nos resultados inclui o efeito de
rimentais das médias de cada uma das n séries de pene-
variações de dureza entre lugares diferentes. Assim, u(d ), a
trações zik feitas pela máquina de calibração.
incerteza padronizada da média das profundidades de cinco
penetrações no bloco amostra pela máquina de calibração, é 2
NOTA - As variâncias s av 2
(z S ) e s av (z ) são estimativas agrupadas
tomada como s p (d k ) / 5, onde s p (d k ) é o desvio padrão da variância - ver discussão da equação (H.26b) em H.5.2.2.

experimental agrupado das profundidades de penetrações


H.6.3.3 Incerteza da correção devido a variações na
determinadas por medições “repetidas” em um bloco que se
dureza do bloco padrão de transferência, u(D b)
saiba ter uma dureza muito uniforme (ver 4.2.4).
A Recomendação Internacional OIML R 12 “Verification
Incerteza de indicação. Não obstante a correção para d de- and Calibration of “Rockwell C” hardness standardized
vido ao mostrador da máquina de calibração, quando em blocks” (Verificação e calibração de blocos padronizados
zero, há ainda uma incerteza em d devido à incerteza da in- de dureza “Rockwell C”) requer que as profundidades
dicação de profundidade atribuível à resolução d do mostra- máxima e mínima de penetração obtidas de cinco me-
dor, dada por u 2 ( d) = d 2 / 12 (ver F.2.2.1). A variância esti- dições no bloco padrão de transferência não sejam diferen-
tes de mais de uma fração x da profundidade média de
mada de d é, portanto:
penetração, onde x é uma função do nível de dureza. Seja,
u 2 (d ) = s 2 (d k ) / 5 + d 2 / 12 (H.35) portanto, xz' a diferença máxima em profundidades de
penetração, abrangendo todo o bloco, onde z' é definido,
H.6.3.2 Incerteza da correção para a diferença entre as em H.6.3.2, com n=5. Seja, também, a diferença máxima
duas máquinas, u(D c) descrita por uma distribuição de probabilidade triangular
em torno do valor médio xz'/2 (na suposição razoável de
Como indicado em H.6.2, D c é a correção para a diferença que os valores próximos ao valor central são mais
entre a máquina padrão nacional e a máquina de calibração. prováveis do que os valores extremos - ver 4.3.9). Então,
Essa correção pode ser expressa como D c = z¢ S - z¢, onde na equação (9b) em 4.3.9, a=xz'/2, a variância estimada da
m
correção para a profundidade média de penetração, devido às
z¢ S = ( å z S , i ) / m é a profundidade média de 5m pene-
i =1 diferenças das durezas apresentadas para a máquina padrão e
trações realizadas pela máquina padrão nacional no bloco a máquina de calibração, respectivamente, é:
n
u 2 ( D b ) = ( xz¢ ) 2 / 24 (H.37)
padrão de transferência; e z¢ = ( å z i ) / n é a profundidade
i =1

média de 5n penetrações realizadas no mesmo bloco pela Conforme indicado em H.6.2, supõe-se que a melhor esti-
máquina de calibração. Assim, supondo que, para a compa- mativa de correção D b seja zero.
ração, a incerteza devido à resolução do mostrador de cada
H.6.3.4 Incerteza da máquina padrão nacional e a defi-
máquina seja desprezível, a variância estimada de D c é:
nição de dureza, u(D S )
2
[ sav 2
( z S )] [ sav ( z )] (H.36) A incerteza da máquina padrão nacional, juntamente com
u 2 (D c ) = + a incerteza devido à definição incompleta da grandeza du-
m n
reza, é relatada como um desvio padrão estimado u(D s )
onde: (uma grandeza de dimensão comprimentoH.6.4A incerteza
padrã

101
Anexo H
Exemplos Expressão da Incerteza de Medição

H.6.4 A incerteza padrão combinada, uc(h) é 0, 45 2 0,12 0,10 2 0,112


u c2 ( h) = ê + + +
ë 5 12 6 6
Reunindo os termos individuais discutidos de H.6.3.1 a
( 0, 015 ´ 36, 0) 2 ù
H.6.3.4 e substituindo-os na equação (H.34), chega-se a + + 0,5 2 ú (unidade de escala Rockwell)2
variância estimada da medição da dureza: 24 úû
= 0,307 (unidade de escala Rockwell)2
s 2 (d k ) d 2 sav
2
(z S ) (H.38)
u c2 ( h) = + +
5 12 m u c ( h) = 0,55 unidade de escala Rockwell = 0,0011 mm
2
sav ( z ) ( xz¢ ) 2
+ + + u 2 (D S ) onde, para fins de cálculo da incerteza, é adequado tomar
n 24
z' = d = 36,0 unidade de escala Rockwell.
e a incerteza padrão combinada é uc(h).
Assim, D c = 0, supõe-se que a dureza do bloco de amostra,
H.6.5 Exemplo numérico seja:

Os dados para este exemplo estão resumidos na Tabela hRockwell C = 64, 0 unidade de escala Rockwell ou
H.10. 0,1280 mm, com uma incerteza padrão combinada de
uc = 0,55 unidade de escala Rockwell ou 0,0011 mm.
A escala é Rockwell C, designada como HRC. A unidade de
escala Rockwell é 0,002 mm, e, assim, na Tabela H.10 e no O índice de dureza do bloco é hRockwell C / (0,002 mm) =
que se segue, fica entendido que (por exemplo) “36,0 unida- (0,1280 mm)/ (0,002 mm), ou:
de de escala Rockwell” significam 36,0 x (0,002 mm) =
0,072 mm, simplesmente uma maneira conveniente de ex- H Rockwell C = 64, 0 HRC, com uma incerteza padrão
pressar os dados e resultados. combinada de uc =0,55 HRC.

Se os valores para as grandezas relevantes fornecidos na Além do componente de incerteza devido à máquina padrão
Tabela H.10 são substituídos na equação (H.38), obtêm-se nacional e à definição de dureza, u(Ds)=0,5 unidade de esca-
as duas expressões seguintes: la Rockwell; os componentes significativos de incerteza são
aqueles da repetitividade da máquina, sp(dk)/ 5 = 0,20 unidade
de escala Rockwell; e a variação da dureza do bloco padrão de

Tabela H.10 - Resumo de dados para a determinação da dureza de um bloco de amostra na escala Rockwell C

Fonte de incerteza Valor


Profundidade média d de 5 penetrações realizadas pela máquina de calibração no 36,0 unidade de escala Rockwell
bloco de amostra: 0,072mm
Índice de dureza indicado no bloco de amostra a partir de 5 penetrações: HRockwell 64,0 HRC
C=hRockwell C /(0,002 mm) = [100(0,002 mm) - 0,072 mm] / (0,002 mm) (ver H.6.1)
Desvio padrão experimental agrupado sp(dk) das profundidades de penterações 0,45 unidade de escala Rockwell
realizadas pela máquina de calibração em um bloco tendo dureza uniforme
Resolução d do mostrador da máquina de calibração 0,1 unidade de escala Rockwell
Sav(zs), raiz quadrada da média das variâncias experimentais das médias de m séries de 0,10 unidade de escala Rockwell, m=6
penetrações realizadas pela máquina padrão nacional, no bloco padrão de transferência
Sav(z), raiz quadrada da média das variâncias experimentais das médias de n séries de 0,11 unidade de escala Rockwell, n=6
penetrações realizadas pela máquina de calibração no bloco padrão de transferência
Variação fracional permitida x da profundidade de penetração no bloco padrão de 1,5 x 10-2
transferência
Incerteza padrão u( D S ) da máquina padrão nacional e definição de dureza 0,5 unidade de escala Rockwell

102
Expressão da Incerteza de Medição Anexo H
Exemplos

transferência, que é (xz')2/24 = 0,11 unidade de escala


Rockwell. Os graus de liberdade efetivos de uc podem ser avali-
ados, usando-se a de fórmula Welch-Satterthwaite, como ilus-
trado em H.1.6.

103
Anexo J
Glossário dos principais símbolos Expressão da Incerteza de Medição

Anexo J
Glossário dos principais símbolos
a Semi faixa ou meia-largura de uma distribuição Y = y ± Up, tendo um alto nível da confiança es-
retangular de valores possíveis da grandeza de pecificado p
entrada Xi: a = (a + - a - ) / 2
n Número de observações repetidas
a+ Limite superior da grandeza de entrada Xi
N Número de grandezas de entrada Xi das quais
a- Limite inferior da grandeza de entrada Xi depende o mensurando Y

b+ Limite superior do desvio da grandeza de entrada p Probabilidade; nível da confiança: 0 £ p £ 1


Xi de sua estimativa xi: b + = a + - xi
q Grandeza que varia aleatoriamente descrita por
b- Limite inferior do desvio da grandeza de entrada uma distribuição de probabilidade
Xi de sua estimativa xi: b - = xi - a -
q Média aritmética ou média de n observações re-
ci Derivada parcial ou coeficiente de sensibilida- petidas independentes qk da grandeza aleatoria-
¶f mente, variável q; estimativa da esperança ou
de: c i º
¶x i média m q da distribuição de probabilidade de q

f Relação funcional entre o mensurando Y e as qk k-ésima observação repetida independente da


grandezas de entrada Xi das quais Y depende, e grandeza aleatoriamente variável q.
entre a estimativa de saída y e as estimativas de r (xi, xj) Coeficiente de correlação estimado associado
entrada xi das quais y depende às estimativas de entrada xi e xj que estimam
¶ f Derivada parcial com respeito à grandeza de en- as grandezas de entrada Xi e Xj : r ( xi , xj ) =
¶ xi trada Xi da relação funcional f entre o mensura- u ( xi, xj ) / u( xi ) u( xj )
do Y e as grandezas de entrada Xi das quais Y r ( X i , X j )Coeficiente de correlação estimado das médias
depende, avaliadas com estimativas xi para os de entrada X i e X j , determinado a partir de n
X i : ¶f / ¶x i = ¶f / ¶X i |x 1 , x 2 ...x N
pares independentes de observações simultâ-
k Fator de abrangência usado para calcular a incer- neas repetidas Xi,k e Xj,k de Xi e Xj:
teza expandida U = kuc(y) da estimativa de saída y r (X i , X j ) = s (X i , X j ) / s (X i ) s (X j )
a partir de sua incerteza padrão combinada uc(y),
onde U define um intervalo Y = y ± U, tendo um
alto nível da confiança.
kp Fator de abrangência usado para calcular a in-
certeza expandida Up = kpuc(y) da estimativa
de saída y a partir de sua incerteza padrão
combinada uc(y), onde Up define um intervalo

104
Expressão da Incerteza de Medição Anexo J
Glossário dos principais símbolos

r(yi,yj) Coeficiente de correlação estimado associado às tp(v) Fator-t da distribuição-t para v graus de liberdade
estimativas de saída yi e yj, quando dois ou mais correspondendo a uma dada probabilidade p
mensurados ou grandezas de saída são determi-
tp(veff) Fator-t da distribuição-t para veff graus de liber-
nados na mesma medição.
dade correspondendo a uma dada probalidade p,
sp2 Estimativa combinada ou agrupada da variância usado para calcular a incerteza expandida Up

sp Desvio padrão experimental, agrupado igual à u2(xi) É uma variância estimada associada à estima-
raiz quadrada positiva de sp2 tiva de entrada xi que estima a grandeza de en-
trada Xi
s 2 ( q) Variância experimental da média q e estimativa
da variância s 2 / n de q: s2(q )= s2(q k ) / n; NOTA- Quando x i é determinado pela média aritméti-
ca ou média de n observações repetidas independen-
variância estimada obtida de uma avaliação do tes, u 2 (x i ) = s 2 (X i ) é a variância estimada obtida de
tipo A uma avaliação do Tipo A

s ( q) Desvio padrão experimental da média q, igual à u(xi) Incerteza padrão da estimativa de entrada xi que
raiz quadrada positiva de s2(q ); s(q ) é um esti- estima a grandeza de entrada Xi, igual à raiz
mador tendencioso de s ( q) (ver nota de quadrada positiva de u2(xi)
C.2.21); incerteza padrão obtida de uma
NOTA - Quando xi é determinada pela média aritmética
avaliação do tipo A de n observações repetidas independentes, u(xi) = s (X i )
s2(qk ) Variância experimental determinada por n ob- é uma incerteza padrão obtida de uma avaliação do
Tipo A
servações repetidas independentes qk de q; esti-
mativa da variância s 2 da distribuição de prob- u(xi,xj) Covariância estimada associada a duas estimativas
abilidade de q de entrada xi e xj que estimam as grandezas de en-
trada Xi e Xj
s (qk ) Desvio padrão experimental, igual à raiz quad-
rada positiva de s2 ( qk ); s ( qk ) é um estimador NOTA - Quando x i e x j são determinadas por n pa-
res independentes de observações simultâneas re-
tendencioso do desvio padrão s da distribuição
petidas, u(x i , x j ) = s (X i , X j ) é uma covariância es-
de probabilidade de q
timada obtida de uma avaliação do Tipo A
s 2 (X i ) Variância experimental da média de entrada
u c2 ( y) Variância combinada associada à estimativa de
X i , determinada por n observações repetidas in-
saída y
dependentes Xi,k de Xi; variância estimada ob-
tida de uma avaliação do tipo A u c ( y) Incerteza padrão combinada da estimativa de
saída y, igual à raiz quadrada positiva de u c2 ( y)
s (X i ) Desvio padrão experimental da média de en-
trada X i , igual à raiz quadrada positiva de ucA(y) Incerteza padrão combinada da estimativa de
2 saída y, determinada a partir de incertezas pa-
s ( X i ); incerteza padrão obtida de uma
avaliação tipo A drão e covariâncias estimadas obtidas unica-
mente das avaliações do Tipo A
s (q , r) Estimativa da covariância das médias q e r que
estimam as esperanças m q e m r de duas gran- ucB(y) Incerteza padrão combinada da estimativa de
dezas aleatoriamente variáveis q e r, deter- saída y, determinada a partir de incertezas pa-
minada a partir de n pares independentes de ob- drão e covariâncias obtidas unicamente das
servações simultâneas repetidas qk e rk de q e r; avaliações do Tipo B
covariância estimada obtida de uma avaliação uc(yi) Incerteza padrão combinada da estimativa de
do Tipo A saída yi, quando dois ou mais mensurandos ou
s ( X i , X j )Estimativa da covariância das médias de en- grandezas de saída são determinadas na mesma
trada, X i e X j , determinada a partir de n pares medição

independentes de observações simultâneas re- u i2 ( y) Componente da variância combinada u c2 ( y), as-


petidas X i , k e X j , k de X i e X j ; covariância esti- sociada à estimativa de saída y gerado pela
mada obtida de uma avaliação do Tipo A

105
Anexo J
Glossário dos principais símbolos Expressão da Incerteza de Medição

variância estimada u 2 ( x i ) associada à estimativa yi Estimativa do mensurando Yi quando dois ou


mais mensurados são determinados na mesma
( y) º [ c i u ( x i ) ]
2
de entrada xi: u i2
medição
ui(y) Componente de incerteza padrão combinada Y Um mensurando
u c ( y) da estimativa de saída y, gerado pela in-
certeza padrão da estimativa de entrada D u( x i ) Incerteza relativa estimada da incerteza padrão
x i : u i ( y) º | c i | u( x i ) u (x i ) u(xi) da estimativa de entrada xi

u(yi ,yj) Covariância estimada, associada às estimativas de mq Esperança ou média da distribuição de


saída yi e yj determinadas na mesma de medição probabili-dade da grandeza aleatoriamente
variável q
u(xi)/|xi| Incerteza padrão relativa da estimativa de en-
trada xi v Graus de liberdade (geral)

uc(y)/|y| Incerteza padrão combinada relativa da estima- vi Graus de liberdade, ou graus de liberdade efeti-
tiva de saída y vos, da incerteza padrão u(xi) da estimativa de
entrada xi
[u(xi)/xi]2 Variância relativa estimada associada à estima-
tiva de entrada xi veff Graus de liberdade efetivos de uc(y), usados
para obter tp(veff) para calcular a incerteza ex-
[uc(y)/y]2 Variância combinada relativa associada à esti-
pandida Up
mativa de saída y
veffA Graus de liberdade efetivos de uma incerteza
u( x i , x j ) Covariância relativa estimada associada às esti-
padrão combinada determinada, unicamente, a
xix j mativas de entrada xi e xj
partir de avaliações do Tipo A
U Incerteza expandida da estimativa de saída y veffB Graus de liberdade efetivos de uma incerteza
que define um intervalo Y = y ± U, tendo um padrão combinada determinada unicamente, a
alto nível da confiança igual ao fator de partir de avaliações do Tipo B
abrangência k vezes a incerteza padrão com-
s2 Variância de uma distribuição de probabilidades
binada uc(y) de y: U = kuc(y)
de (por exemplo) uma grandeza q aleatoria-
Up Incerteza expandida da estimativa de saída y mente variável estimada por s2(qk)
que define um intervalo Y = y ± U p, tendo um
s Desvio padrão de uma distribuição de probabili-
alto nível da confianca especificado p, igual
dades, igual à raiz quadrada positiva de s 2 ; s(qk)
ao fator de abrangência kp vezes a incerteza
é um estimador tendencioso de s
padrão combinada uc(y) de y: Up = kpu c(y)
s 2 ( q) Variância de q, igual a s 2 / n , estimada por
xi Estimativa da grandeza de entrada Xi
s 2 ( q) = s 2 ( q k ) / n
NOTA - Quando xi é determinada pela média aritmética
de n observações repetidas independentes, xi = X i s ( q) Desvio padrão de q , igual à raiz quadrada posi-
Xi i-ésima grandeza de entrada da qual depende o tiva de s 2 ( q); s ( q) é um estimador tendencioso
mensurando Y de s ( q)
NOTA - Xi pode ser a grandeza física ou a variável alea- s 2 [s ( q) ] Variância do desvio padrão experimental s ( q) de q
tória ( ver 4.1.1 nota 1)

Estimativa do valor da grandeza de entrada Xi,


Xi s [s( q) ] Desvio padrão do desvio padrão experimental
igual à média aritmética de n observações re-
s ( q) de q, igual à raiz quadrada positiva de
petidas independentes Xi,k de Xi
s 2 [s ( q) ]
Xi,k k-ésima observação repetida independente de Xi

y Estimativa do mensurando Y; resultado de uma


medição; estimativa de saída

106
Expressão da Incerteza de Medição Anexo K
Bibliografia

Anexo K
Bibliografia
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(1980), Rapport BIPM - 80/3, Report on the BIPM Organization for Standardization (Genebra, Suiça).
Enquiry on error statements, Bur. Intl. Poids et
Publicado conjuntamente pelo International Bureau
Mesures (Sèvres, França) [emInglês].
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[2] KAARLS, R. (1981), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. chnical Commission, International Organization for
Poids et Mesures 49, A1 - A12 (em Francês); Gia- Standardization e International Organization of Le-
como, P. (1981), Metrologia 17, 73-74 (em Inglês). gal Metrology.
NOTA - A versão em inglês da Recomendação INC - 1 (INMETRO, 1995 - Portaria 029, de 10/03/95)
(1980) dada na Introdução deste Guia (ver 0.7) é aquela
da versão final da Recomendação e é extraída do relató- NOTAS
rio interno do BIPM. É consistente com o texto autoriza- 1. Este documento está correntemente sob revisão, com o
do em francês da Recomendação dada no BIPM Proc. - patrocínio, inclusive da International Federation of Cli-
Verb. Int. Poids et Mesures 49, e reproduzido em A.1, no nical Chemistry (IFCC)e da International Union of Pure
Anexo A deste Guia. A tradução em inglês da Recomen- and Applied Physics (IUPAP). As definições de termos
dação INC-1 (1980) dada na Metrologia 17 é aquela dados no Anexo B são tiradas do texto revisto em língua
oriunda de um rascunho e difere levemente da tradução inglesa do VIM, na sua forma final antes da publicação.
dada no relatório interno do BIPM e, portanto, do item
0.7.
2. Esta norma internacional está sob revisão. As defini-
[3] CIPM (1981), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. Poids ções de termos dados no anexo C são tiradas da última
et Mesures 49, 8-9, 26 (em Francês); Giacomo, P. versão de língua inglesa da revisão, isto é, ISO (1990)
Draft International Standard ISO/DIS 3534-1, Statistics -
(1982), Metrologia 18, 43-44 (em Inglês)
Vocabulary and Symbols - Part 1: Probability and gene-
[4] CIPM (1986), BIPM Proc. - Verb. Com. Int. Poids ral statistical terms, tal como editado antes da publica-
ção.
et Mesures 54, 14, 35 (em francês); Giacomo, P.
(1987), Metrologia 24, 49-50 (em inglês).
3. A norma brasileira correspondente NBR 10536 “Esta-
[5] ISO 5725:1986, Precision of test methods - Deter- tística Terminologia” (1988) também foi consultada pe-
mination of repeatability in reproducibility for a los revisores de tradução, que optaram pelo texto mais
standard test method by inter-laboratory tests, In- próximo ao original deste Guia.
ternational Organization for Standardization (Ge- [7] ISO 3534-1:1993, Statistics - Vocabulary and sym-
nebra, Suiça). bols - Part 1: Probability and general statistical
NOTA - Esta norma está sendo atualmente revisada. A terms, International Organization for Standardization
revisão tem um novo título, “Accuracy (trueness and (Genebra, Suiça).
precision) of measurement methods and results”, e é
composta de seis partes. [8] FULLER, W.A. (1987), Measurement error mo-
dels, John Wiley (Nova Iorque, NY).

107
Anexo K
Bibliografia Expressão da Incerteza de Medição

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tion (Ge-nebra, Suiça).
[13] JEFFREYS,H. (1983), Theory of probability, 3ª
edição, Oxford University Press (Oxford). [20] BARKER, T. B. (1985), Quality by experimental
design, Marcel Dekker (Nova Iorque, N. Y.)
[14] PRESS, S.J. (1989), Bayesian statistics: principles,
models, and applications, John Wiley (Nova Iorque,
N.Y.).

[15] Box, G. E. P., HUNTER, W. G.,e HUNTER, J. S.


(1978), Statistics for experimenters, John Wiley
(Nova Iorque, N. Y.).

108
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português

Índice Alfabético Bilíngüe


Inglês – Português
A C

accuracy of measurement....................3.1.3, 3.4.1, B.2.14 calibration chain..................................................4.2.8 nota


exatidão de medição cadeia de calibração

analysis of variance.......................................veja ANOVA calibration, comparison...................................F.1.2.3 nota


análise de variância calibração por comparação

ANOVA...................................................4.2.8, H.5 et seqq. calibration curve.........................................F.2.4.2, F.2.4.5


ANOVA curva de calibração

arithmetic mean............................4.1.4 nota, 4.2.1, C.2.19 calibration curve, linear..................................H.3 et seqq.


média aritmética curva linear de calibração

average................................................veja arithmetic mean Central Limit Theorem...............G.1.6, G.2, G.2.1, G.2.3,


média G.6.2, G.6.5, G.6.6
Teorema Central do Limite1
B
central moment of order q.....C.2.13, C.2.22, E.3.1 nota 1
bias........................................................................3.2.3 nota momento central de ordem q
tendência
centred random variable..........................................C.2.10
BIPM..........................................iii, 0.5, 7.1.1, A.1, A.2 variável aleatória centrada
BIPM
characteristic.............................................................C.2.15
Blunders.......................................................................3.4.7 característica
erros grosseiros
CIPM............................i, v, 0.5, 6.1.1, 6.1.2, A.1, A.2, A.3
bounds on an input quantity..................4.3.7-4.3.9, 4.4.5, CIPM
4.4.6, F.2.3.3
limites para uma grandeza de entrada combined standard uncertainty......................2.3.4, 3.3.6,
4.1.5, 5, 5.1.1, 5.1.3, 5.1.6, 5.2.2,6.1.1, D.6.1, E.3.6
Bureau International des Poids et Mesures.....veja BIPM incerteza padrão combinada
Bureau Internacional de Pesos e Medidas
combined standard uncertainty and
Comités Consultatifs...........................................6.1.1, A.3
incerteza padrão combinada e Comitês Consultivos

1 NT: Tradução adotada para a expressão “Central Limit Theorem” que alguns entendem que deva ser traduzida como “Teorema do Limite Central”

109
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição

combined standard uncertainty and international correction, uncertainty of a........................veja uncertainty


comparisons.........................................................6.1.1, A.3 of a correction
incerteza padrão combinada e comparações internacionais incerteza de uma correção

combined standard uncertainty from Type A correlated input estimates or quantities...veja correlation
components alone..................................7.2.1, G.4.1 nota 3 estimativas de entrada ou grandezas correlacionadas
incerteza padrão combinada apenas dos componentes do
tipo A correlated output estimates or quantities.................3.1.7,
7.2.5, H.2.3, H.2.4, H.3.2, H.4.2
combined standard uncertainty from Type B estimativas de saída ou grandezas correlacionadas
components alone..................................7.2.1, G.4.1 nota 3
incerteza padrão combinada apenas dos componentes do correlated random variations.....................................4.2.7
tipo B variações aleatórias correlacionadas

combined standard uncertainty, numerical correlation..5.1, 5.2 et seqq., C.2.8, F.1.2, F.1.2.1, F.1.2.4
calculation of................................5.1.3 nota 2, 5.2.2 nota 3 correlação
cálculo numérico da incerteza padrão combinada
correlation coefficient............................5.2.2, 5.2.3, C.3.6,
combined standard uncertainty, relative........5.1.6, 7.2.1 F.1.2.3, H.2.3, H.2.4, H.3.2, H.4.2
incerteza padrão combinada relativa coeficiente de correlação

combined standard uncertainty, reporting.....7.2.1, 7.2.2 correlation coefficient matrix...............7.2.5, C.3.6 nota 2
relatando a incerteza padrão combinada matriz de coeficientes de correlação

Comité International des Poids et Mesures.....veja CIPM correlation coefficient, significant digits for a..........7.2.6
Comitê Internacional de Pesos e Medidas dígitos significativos para um coeficiente de correlação

confidence coefficient...............................................C.2.29 correlation, elimination of........5.2.4, 5.2.5, F.1.2.4, H.3.5


coeficiente de confiança eliminação da correlação

confidence interval................................4.2.3 nota 1, 6.2.2, covariance.....................3.3.6, 5.2.2, C.3.4, F.1.2.1, F.1.2.4


C.2.27, C.2.28, E.3.3 covariância
intervalo de confiança
covariance, experimental evaluation of....5.2.5, C.3.6 nota 3
confidence intervals, propagation of.........................E.3.3 avaliação experimental da covariância
propagação de intervalos de confiança
covariance matrix...3.1.7, 5.2.2 nota 2, 7.2.5, C.3.5, H.2.3
confidence level...............................................6.2.2, C.2.29 matriz de covariância
nível de confiança
covariance of related measurands..............veja correlated
conventional true value of a quantity.......................B.2.4 output estimates or quantities
valor verdadeiro convencional de uma grandeza covariância de mensurandos relacionados

convolution.........veja probability distributions, convolving covariance of two arithmetic means.........................5.2.3,


convolução...ver probabilidade, convolução das distribuições de C.3.4, H.2.2, H.2.4, H.4.2
covariância de duas médias aritméticas
corrected result...........................B.2.13, D.3.1, D.3.4, D.4
resultado corrigido coverage factor......................2.3.6, 3.3.7, 4.3.4 nota, 6.2.1,
....................6.3 et seqq., G.1.3, G.2.3, G.3.4, G.6.1 et seqq.
correction.............................3.2, 3.2.3, 3.2.4 nota 2, B.2.23 fator de abrangência
correção
coverage probability.................................0.4, 2.3.5 nota 1,
correction factor.............................................3.2.3, B.2.24 3.3.7, 6.2.2, G.1.1, G.1.3, G.3.2
fator de correção probabilidade de abrangência

correction, ignoring a... 3.2.4 nota 2, 3.4.4, 6.3.1 nota, F.2.4.5 curve, calibration..............................veja calibration curve
ignorando uma correção curva de calibração

110
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português

D distribution, normal......................veja normal distribution


distribuição normal
degree of belief......................3.3.5, E.3.5, E.4.4, E.5.2 nota
grau de confiança distribution, probability.........veja probability distribution
distribuição de probabilidade
degrees of freedom..............................4.2.6, C.2.31, E.4.3,
G, G.3, G.3.2, G.3.3, G.6.3, G.6.4 distribution, rectangular........................4.3.7, 4.3.9, 4.4.5,
graus de liberdade F.2.2.1, F.2.2.3, F.2.3.3, G.2.2 nota 1, G.4.3
distribuição retangular
degrees of freedom, effective.............................6.3.3, G.4,
G.4.1, G.5.4, G.6.2 et seqq. distributions, convolving probability.......veja probability
graus efetivos de liberdade distributions, convolving
convolução das distribuições de probabilidade
degrees of freedom, effective, of Type A
components alone..................................7.2.1, G.4.1 nota 3 distributions, mathematically determinate...............F.2.2
graus efetivos de liberdade apenas dos componentes do Tipo A distribuições determinadas matematicamente

degrees of freedom, effective, of Type B distribution, Student's..............veja Student's distribution


components alone..................................7.2.1, G.4.1 nota 3 distribuição de Student
graus efetivos de liberdade apenas dos componentes do Tipo B
distribution, t...........................................veja t-distribution
degrees of freedom of a pooled estimate of variance (or distribuição-t
of a pooled experimental standard deviation)
H.1.6, H.3.6 nota distribution, trapezoidal.............................................4.3.9
graus de liberdade de uma estimativa agrupada de variância distribuição trapezoidal
(ou de um desvio padrão experimental agrupado)
distribution, triangular........................4.3.9, 4.4.6, F.2.3.3
degrees of freedom of a Type A standard distribuição triangular
uncertainty............................................G.3.3, G.6.3, G.6.4
graus de liberdade de uma incerteza padrão do Tipo A E

degrees of freedom of a Type B standard effect, random........................................veja random effect


uncertainty.................................G.4.2, G.4.3, G.6.3, G.6.4 efeito aleatório
graus de liberdade de uma incerteza padrão do Tipo B
effect, systematic...............................veja systematic effect
design, balanced nested.............................H.5.3.1, H.5.3.2 efeito sistemático
arranjo aninhado balanceado
error analysis..................................................................0.2
distribution, a priori.................................4.1.6, 4.3.1 nota, análise de erro
4.4.4 et seqq., D.6.1, E.3.4, E.3.5, G.4.2, G.4.3
distribuição a priori error and uncertainty, confusion between....3.2.2 nota 2,
3.2.3 nota, E.5.4
distribution, asymmetric....................4.3.8, F.2.4.4, G.5.3 confusão entre erro e incerteza
distribuição assimétrica
error bound, maximum..............................................E.4.1
distribution, F .......................................veja F-distribution máximo limite de erro
distribuição F
error curve of a verified instrument.......................F.2.4.2
distribution, frequency............veja frequency distribution curva de erro de um instrumento verificado
freqüência de distribuição
error, determining.......................................................3.4.5
distribution function...................................................C.2.4 determinando o erro
função distribuição
error, maximum permissible...................................F.2.4.2
distribution, Laplace-Gauss..veja Laplace-Gauss distribution erro máximo permissível
distribuição de Laplace-Gauss
error of measurement................0.2, 2.2.4, 3.2, 3.2.1 nota,
3.2.2 nota 2, 3.2.3 nota, 3.3.1 nota, 3.3.2, B.2.19, D, D.4,

111
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição

D.6.1, D.6.2, E.5.1 et seqq., frequency...................................................................C.2.17


erro de medição freqüência

error propagation, general law of .......5.2.2 nota 1, E.3.2 frequency distribution...............3.3.5, 4.1.6, C.2.18, E.3.5
lei geral de propagação de erro distribuição de freqüência

error, random..........................................veja random error frequency, relative......................................................E.3.5


erro aleatório freqüência relativa

error, relative..........................................veja relative error F-test...........................................................H.5.2.2, H.5.2.4


erro relativo teste F

error, systematic.................................veja systematic error functional relationship......................................4.1.1, 4.1.2


erro sistemático relação funcional

estimate............................................................3.1.2, C.2.26 functional relationship, linearization of a................5.1.5,


estimativa F.2.4.4 nota, 5.1.6 nota I
linearização de uma relação funcional
estimate, input.......................................veja input estimate
entrada estimada functional relationship, nonlinear.....................4.1.4 nota,
5.1.2 nota, F.2.4.4 nota, G.1.5, H.1.7, H.2.4
estimate, output...................................veja output estimate relação funcional não-linear
saída estimada
H
estimation..................................................................C.2.24
estimação higher order terms.........................5.1.2 nota, E.3.1, H.1.7
termos de ordem superior
estimator..........................................................4.2.7, C.2.25
estimador histogram................................................4.4.3, D.6.1 nota I
histograma
expanded uncertainty.........................2.3.5, 3.3.7, 6, 6.2.1,
6.2.3, G.l.l, G.2.3, G.3.2, G.4.1, G.5.1, G.5.4, G.6.4, G.6.6 I
incerteza expandida
IEC..............................................................i, iii, v, A.3, B.1
expanded uncertainty for an asymmetric distribution
IEC
G.5.3
incerteza expandida para uma distribuição assimétrica
IFCC...................................................................i, iii, v, B.1
IFCC
expanded uncertainty, relative...................................7.2.3
incerteza expandida relativa
imported input value or quantity.................F.2.3, F.2.3.1
valor de entrada ou grandeza importada
expanded uncertainty, reporting.....................7.2.3, 7.2.4
relatando a incerteza expandida
independence........................................................5.1, C.3.7
independência
expectation (or expected value).......................3.2.2, 3.2.3,
4.1.1 nota 3, 4.2.1, 4.3.7, 4.3.9, C.2.9, C.3.1, C.3.2
independent repetitions...........................................F.1.1.2
esperança (ou valor esperado)
repetições independentes
experimental standard deviation..................veja standard
influence quantities, random.....................F.1.1.3, F.1.1.4
deviation, experimental
grandezas de influência aleatória
desvio padrão experimental
influence quantity.............3.1.5, 3.1.6, 3.2.3, 4.2.2, B.2.10
F
grandeza de influência

F-distribution...........................................................H.5.2.3 information, pool of, for a Type B evaluation ....3.3.5 nota,


distribuição F 4.3.1, 4.3.2, 5.2.5
conjunto de informações, para uma avaliação de Tipo B

112
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português

input estimate..........................................4.1.4, 4.1.6, 4.2.1 ISO/TAG 4/WG 3, terms of reference of.........................v


estimativa de entrada termos de referência da ISO/TAG 4/WG 3

input estimates or quantities, correlated..veja correlation ISO Technical Advisory Group on Metrology
estimativas de entrada ou grandezas correlacionadas (ISO/TAG4)........................................................................v
ISO, Grupo Técnico Consultivo em Metrologia
input quantities, categorization of.............................4.1.3 (ISO/TAG4)
categorização das grandezas de entrada
ISO 3534-1................................................................2.1, C.l
input quantity..............................................................4.1.2 ISO 3534-1
grandeza de entrada
IUPAC.............................................................iii, iv, vii, B.l
input quantity, bounds on an IUPAC
veja bounds on an input quantity
limites sobre uma grandeza de entrada IUPAP.............................................................iii, iv, vii, B.l
IUPAP
input value or quantity, imported...............veja imported
input value or quantity L
valor de entrada ou grandeza importada
laboratories, national metrology or standards...............v
International Electrotechnical Commission.......veja IEC laboratórios nacionais de metrologia ou de padrões
Comissão Internacional de Eletrotécnica
Laplace-Gauss distribution......................................C.2.14
International Federation of Clinical Chemistry...veja IFCC distribuição de Laplace-Gauss
Federação Internacional de Química Clínica
least squares, method of.....4.2.5, G.3.3, H.3, H.3.1, H.3.2
International Organization for Standardization...veja ISO método dos mínimos quadrados
Organização Internacional de Normalização
legal metrology............................................................3.4.5
International Organization of Legal Metrology metrologia legal
veja OIML
Organização Internacional da Metrologia Legal level of confidence.................Preâmbulo, 0.4, 2.2.3 nota 1,
2.3.5 notas 1 e 2, 3.3.7, 4.3.4, 6.2.2, 6.2.3, 6.3.1,6.3.3, G,
International System of Units (SI)......................0.3, 3.4.6 G.1.1, G.1.3, G.2.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.6.1, G.6.4,G.6.6
Sistema Internacional de Unidades (SI) nível da confiança

International Union of Pure and Applied Chemistry level of confidence, minimum..................................F.2.3.2


veja IUPAC nível mínimo da confiança
União Internacional de Química Pura e Aplicada
limit, safety.................................................veja safety limit
International Union of Pure and Applied Physics limite de segurança
veja IUPAP
União Internacional de Física Pura e Aplicada limits, upper and lower, on an input quantity..veja bounds
on an input quantity
International vocabulary of basic and general limites superior e inferior de uma grandeza de entrada
terms in metrology...............................................veja VIM
Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e Gerais M
de Metrologia
maximum bounds............veja bounds on an input quantity
ISO..........................................................iii, iv, vii, A.3, B.1
limites máximo
ISO
maximum entropy, principle of.......................4.3.8 nota 2
ISO/TAG 4.........................................................................v
princípio da entropia máxima
ISO/TAG 4
mean..................................................................C.2.9, C.3.1
ISO/TAG 4/WG 3..............................................................v
média
ISO/TAG 4/WG 3

113
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição

mean, arithmetic................................veja arithmetic mean measurement result and its uncertainty, formats
média aritmética for reporting a...................................................7.2.2, 7.2.4
formatos para relatar um resultado de medição e sua incer-
measurable quantity...................................................B.2.1 teza
grandeza mensurável
measurement result and its uncertainty, reporting
measurand...1.2,3.1.1, 3.1.3, B.2.19, D.1, D.1.1, D.1.2, D.3.4 in detail a............................................................7.1.4, 7.2.7
mensurando relatando em detalhe um resultado de medição e sua incer-
teza
measurand, best possible measurement of the.........D.3.4
melhor medição possível do mensurando measurement, result of a.......veja result of a measurement
resultado de uma medição
measurand, definition or specification of the
veja measurand measurement, role of ANOVA in.................H.5.3 et seqq.
definição ou especificação do mensurando papel da ANOVA na medição

measurand, many values of the.................................D.6.2 measurements, spectrum of, to which the


muitos valores do mensurando principles of the Guide apply.........................................1.1
espectro de medições para as quais os princípios do Guia
measurands, covariance of related..veja correlated output se aplicam
estimates or quantities
covariância dos mensurandos relacionados method of measurement...................................3.1.1, B.2.7
método de medição
measurand, value of the....................................3.1.1, 3.1.3
valor do mensurando method of measurement, uncertainty of
the..................veja uncertainty of the method of measurement
measurand, uncertainty due to incomplete incerteza do método de medição
definition of the...............................veja uncertainty due to
incomplete definition of the measurand method of measurement, unit dependent on the........H.6
incerteza devido à definição incompleta do mensurando unidade dependente do método de medição

measurement..............................................3.1, 3.1.1, B.2.5 metrology, legal...................................veja legal metrology


medição metrologia legal

measurement, accuracy of..veja accuracy of measurement minimum uncertainty..............veja uncertainty, minimum


exatidão de medição incerteza mínima

measurement hierarchy..............................................7.1.1 model, mathematical, of the measurement.................veja


hierarquia da medição measurement, mathematical model of the
modelo matemático da medição
measurement, mathematical model of the...............3.1.6,
3.4.1, 3.4.2, 4.1, 4.1.1, 4.1.2 N
modelo matemático da medição
nonlinear functional relationship...............veja functional
measurement, method of......veja method of measurement relationship, nonlinear
método de medição relação funcional não-linear
measurement, principle of..veja principle of measurement normal distribution.......................4.2.3 nota 1, 4.3.2 nota,
princípio de medição 4.3.4, 4.3.6, 4.3.9 nota 1, 4.4.2, 4.4.6, C.2.14, E.3.3,
F.2.3.3, G.1.3, G.1.4, G.2.1, G.2.3, G.5.2 nota 2
measurement procedure...........3.1.1, 7.1.2, B.2.8, F.1.1.2 distribuição normal
procedimento de medição
O
measurement result and its uncertainty, availability of
information describing a...................................7.1.1, 7.1.3
observations, independent pairs of simultaneous....5.2.3,
disponibilidade da informação descrevendo um resultado
C.3.4, F.1.2.2, H.2.2, H.2.4, H.4.2
de medição e sua incerteza
pares independentes de observações simultâneas

114
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português

observations, repeated.................3.1.4, 3.1.6, 3.2.2, 3.3.5, probability distribution.........................3.3.4, 4.1.1 nota 1,


4.2.1, 4.2.3, 4.3.1, 4.4.1, 4.4.3, 5.2.3, E.4.2, E.4.3, 4.1.6, 4.2.3 nota 1, 4.4.1, 4.4.4, C.2.3, E.4.2, G.1.4, G.1.5
F.1, F.1.1, F.1.1.1, F.1.1.2, G.3.2 distribuição de probabilidade
observações repetidas
probability distributions, convolving.............4.3.9 nota 2,
OIML..........................................................i, iii, v, A.3, B.1 G.1.4, G.1.6, G.2.2, G.6.5
OIML convolução das distribuições de probabilidade

one sided confidence interval...................................C.2.28 probability element................................C.2.5 nota, F.2.4.4


intervalo de confiança unilateral elementos de probabilidade

output estimate........................................4.1.4, 4.1.5, 7.2.5 probability mass function..........................................C.2.6


estimativa de saída função massa de probabilidade

output estimates or quantities, correlated..................veja probability, subjective......................................3.3.5, D.6.1


correlated output estimates or quantities probabilidade subjetiva
estimativas de saída ou grandezas correlacionadas
propagation, general law of error......................veja error
output quantity............................................................4.1.2 propagation, general law of
grandeza de saída lei geral de propagação de erro

overall uncertainty........................veja uncertainty, overall propagation of uncertainty, law of..........veja uncertainty,


incerteza geral law of propagation of
lei de propagação da incerteza
P
Q
parameter....................................................................C.2.7
parâmetro quantity, controlled..................................................F.2.4.3
grandeza controlada
partial derivatives........................................................5.1.3
derivadas parciais quantity, influence..........................veja influence quantity
influência de grandeza
particular quantity................................3.1.1, B.2.1 nota 1
grandeza específica quantity, input.......................................veja input quantity
grandeza de entrada
pooled estimate of variance..........................veja variance,
pooled estimate of quantity, measurable...................veja measurable quantity
estimativa agrupada de variância grandeza mensurável

population..................................................................C.2.16 quantity, output...................................veja output quantity


população grandeza de saída

precision..........................................................B.2.14 nota 2 quantity, particular........................veja particular quantity


precisão grandeza específica

principle of measurement..........................................B.2.6 quantity, realized..................D.2, D.2.1, D.3.1, D.3.3, D.4


principio de medição grandeza realizada

probability...3.3.5, 4.3.7, 4.3.9, C.2.1, E.3.5, E.3.6, F.2.3.3 quantity, value of a........................veja value of a quantity
probabilidade valor de uma grandeza

probability, coverage..................veja coverage probability R


probabilidade de abrangência
random..........................................3.3.3, E.1.3, E.3.5, E.3.7
probability density function.................3.3.5, 4.3.8 nota 2, aleatório
4.4.2, 4.4.5, 4.4.6, C.2.5, F.2.4.4
função densidade de probabilidade random effect...............3.2.2, 3.3.1, 3.3.3, 4.2.2, E.1.1, E.3
efeito aleatório

115
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição

random error........................................3.2.1, 3.2.3, B.2.21 S


erro aleatório
safety limit............................................................6.3.1 nota
randomness.......................................F.1.1, F.1.1.3, F.1.1.5 limite de segurança
aleatoriedade
sample, uncertainty of the..veja uncertainty of the sample
random variable....................................4.1.1 nota 1, 4.2.1, incerteza da amostra
4.2.3 nota 1, C.2.2, C.3.1, C.3.2, C.3.4, C.3.7, C.3.8,
E.3.4, F.1.2.1, G.3.2 sampling, uncertainty due to limited.......veja uncertainty
variável aleatória due to limited sampling
incerteza devido à amostragem limitada
random variations, correlated....................veja correlated
random variations sensitivity coefficients........................................5.1.3, 5.1.4
variações aleatórias correlacionadas coeficientes de sensibilidade

Recommendation INC-1 (1980).....................i, v, 0.5, 0.7, sensitivity coefficients, experimental determination of


3.3.3, 6.1.1, 6.1.2, 6.3.3, A.1, A.3, E, E.2.3, E.3.7 5.1.4
Recomendação INC-1 (1980) determinação experimental dos coeficientes de sensibilida-
de
Recommendation 1 (CI-1981), CIPM..i, 0.5, 6.1.1, A.2, A.3
Recomendação 1 (CI-1981) CIPM standard deviation..................3.3.5, C.2.12, C.2.21, C.3.3.
desvio padrão
Recommendation 1 (CI-1986), CIPM...0.5, 6.1.1, 6.1.2, A.3
Recomendação 1 (CI-1986) CIPM standard deviation, experimental..................4.2.2, B.2.17
desvio padrão experimental
reference materials, certification of...............H.5, H.5.3.2
certificação de materiais de referência standard deviation of the mean, experimental........4.2.3,
B.2.17 nota 2
relative error.............................................................B.2.20 desvio padrão experimental da média
erro relativo
standard deviation of the mean, uncertainty
repeatability conditions.......................3.1.4, B.2.15 nota 1 of the experimental..........................veja uncertainty of the
condições de repetitividade experimental standard deviation of the mean
incerteza do desvio padrão experimental da média
repeatability of results of measurements................B.2.15
repetitividade dos resultados de medição standard deviation, pooled experimental...................veja
variance, pooled estimate of
repeated observations..............veja observations, repeated desvio padrão experimental agrupado
observações repetidas
standard deviations as measures of uncertainty........veja
repetitions, independent........veja independent repetitions uncertainty, standard deviations as measures of
repetições independentes desvios padrão como medidas de incerteza

reproducibility of results of measurements............B.2.16 standard deviations, propagation of........E.3, E.3.1, E.3.2


reprodutibilidade de resultados de medições propagação dos desvios padrão

result, corrected..................................veja corrected result standard deviations, propagation of multiples of....E.3.3


resultado corrigido propagação de múltiplos de desvios padrão

result of a measurement..........................1.3, 3.1.2, B.2.11 standard uncertainty..............................2.3.1, 3.3.5, 3.3.6,


resultado de uma medição 4.1.5, 4.1.6, 4.2.3, D.6.1, E.4.1
incerteza padrão
result, uncorrected..........................veja uncorrected result
resultado não corrigido standard uncertainty, graphical illustration of evaluating
4.4 et seqq.
ilustração gráfica da avaliação da incerteza padrão

116
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português

standard uncertainty, relative....................................5.1.6 true value of a quantity, conventional........................veja


incerteza padrão relativa conventional true value of a quantity
valor verdadeiro convencional de uma grandeza
standard uncertainty, Type A evaluation of
veja Type A evaluation of uncertainty two sided confidence interval..................................C.2.27
avaliação da incerteza padrão do Tipo A intervalo de confiança bilateral

standard uncertainty, Type B evaluation of Type A combined standard uncertainty


veja Type B evaluation of uncertainty 7.2.1, G.4.1 nota 3
avaliação da incerteza padrão do Tipo B incerteza padrão combinada do Tipo A

statistic.............................................................4.2.7, C.2.23 Type A evaluation of covariance................................5.2.3


estatística avaliação da covariância do Tipo A

statistical control...............................................3.4.2, 4.2.4 Type A evaluation of uncertainty...................2.3.2, 3.3.3,


controle estatístico 3.3.5, 4.1.6, 4.2, 4.2.1, 4.2.8, 4.3.2, 4.4.1, 4.4.3, E.3.7,
F.1, F.1.1.1, F.1.2.4
statistical coverage interval......................................C.2.30 avaliação da incerteza do Tipo A
intervalo estatístico de abrangência
Type A standard uncertainty................3.3.5, 4.2.3, C.3.3
Student's distribution......................................C.3.8, G.3.2 incerteza padrão do Tipo A
distribuição de Student
Type A variance...........................................................4.2.3
systematic......................................3.3.3, E.1.3, E.3.4, E.3.7 variância do Tipo A
sistemático
Type B combined standard uncertainty..7.2.1, G.4.1 nota 3
systematic effect......................................3.2.3, 3.2.4, 3.3.1, incerteza padrão combinada do Tipo B
3.3.2, 3.3.3, D.6.1, E.1.1, E.3, E.4.4
efeito sistemático Type B evaluation of covariance................................5.2.5
avaliação da covariância do Tipo B
systematic error....................................3.2.1, 3.2.3, B.2.22
erro sistemático Type B evaluation of uncertainty.....................2.3.3, 3.3.3
3.3.5, 4.1.6, 4.3, 4.3.1 4.3.11, 4.4.4
T 4.4.6, E.3.7, F.2 et seqq.
avaliação da incerteza do Tipo B
Taylor series...........5.1.2, E.3.1, G.1.5, G.4.2, H.1.7, H.2.4
séries de Taylor Type B evaluations, need for......................................F.2.1
necessidade para avaliações do Tipo B
t-distribution.......................4.2.3 nota 1, C.3.8, G.3, G.3.2,
G.3.4, G.4.1, G.4.2, G.5.4, G.6.2 Type B standard uncertainty.................3.3.5, 4.3.1, C.3.3
distribuição-t incerteza padrão do Tipo B

t-distribution, quantiles of the...........................G.3.4 nota Type B variance...........................................................4.3.1


quantis da distribuição-t variância do Tipo B

t-factor U
E.3.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.5.4, G.6.2, G.6.4, G.6.6
fator-t uncertainties, rounding of..........................................7.2.6
arredondamento de incertezas
tolerance interval, statistical.........................C.2.30 nota 2
intervalo estatístico de tolerância uncertainties, significant digits for............................7.2.6
dígitos significativos para incertezas
true value of a quantity............2.2.4, 3.1.1 nota, B.2.3, D,
D.3, D.3.1, D.3.4, D.3.5, E.5.1, E.5.4 uncertainty, categorizing or classifying components of
valor verdadeiro de uma grandeza 3.3.3, 3.3.4, E.3.6, E.3.7
categorizando ou classificando componentes de incerteza

117
Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português Expressão da Incerteza de Medição

uncertainty, comparison of two views of........E.5 et seqq. uncertainty, maximum allowed..............................F.2.4.2


comparação de duas abordagens da incerteza incerteza máxima permitida

uncertainty, definition of the term...........veja uncertainty uncertainty, minimum...............................................D.3.4


of measurement incerteza mínima
definição do termo incerteza
uncertainty of a controlled quantity.......................F.2.4.3
uncertainty, doublecounting components of...........4.3.10 incerteza de uma grandeza controlada
componentes duplamente contados da incerteza
uncertainty of a correction................................3.2.3 nota,
uncertainty due to finite-precision arithmetic.......F.2.2.3 3.3.1, 3.3.3, D.6.1, E.1.1, E.3
incerteza devido à aritmética de precisão-finita incerteza de uma correção

uncertainty due to hysteresis...................................F.2.2.2 uncertainty of a single observation of a


incerteza devido à histerese calibrated instrument..............................................F.2.4.1
incerteza de uma única observação de um instrumento cali-
uncertainty due to incomplete definition of the measurand brado
3.1.3 nota, D.1.1, D.3.4, D.6.2
incerteza devido à definição incompleta do mensurando uncertainty of a single observation of a
verified instrument...................................................F.2.4.2
uncertainty due to limited sampling........4.3.2 nota, E.4.3 incerteza de uma única observação de um instrumento veri-
incerteza devido à amostragem limitada ficado

uncertainty due to the resolution of a digital indication uncertainty of measurement....................0.1, 0.2, 1.1, 2.2,
F.2.2.1 2.2.1, 2.2.4, 3.3, 3.3.1, 3.3.2, B.2.18, D, D.5,
incerteza devido à resolução de uma indicação digital D.5.1, D.5.3, D.6.1, D.6.2
incerteza de medição
uncertainty evaluations, justification for realistic
E.2, E.2.1, E.2.3 uncertainty of the experimental standard
justificativa para avaliações realísticas da incerteza deviation of the mean................................4.3.2 nota, E.4.3
incerteza do desvio padrão experimental da média
uncertainty, grouping components of
3.3.3 nota, 3.4.3, E.3.7 uncertainty of the method of measurement.F.2.5, F.2.5.1
agrupando componentes da incerteza incerteza do método de medição

uncertainty, ideal method for evaluating and expressing uncertainty of the sample..............................F.2.6 et seqq.
0.4 incerteza da amostra
método ideal para avaliar e expressar a incerteza
uncertainty, overall..........................................2.3.5 nota 3
uncertainty, ignoring a component of.......................3.4.4 incerteza geral
ignorando um componente da incerteza
uncertainty, quality and utility of the quoted...........3.4.8
uncertainty, internally consistent quantity for expres- qualidade e utilidade da incerteza avaliada
sing
0.4 uncertainty, reporting..........................................7 et seqq.
grandeza internamente consistente para expressar a incerteza relatando a incerteza

uncertainty, intrinsic..................................................D.3.4 uncertainty, safe........E.l.l, E.1.2, E.2.1, E.2.3, E.4.1, F.2.3.2


incerteza intrínseca incerteza segura

uncertainty, lack of an explicit report of...................7.1.3 uncertainty, sources of................................................3.3.2


falta de um registro explícito de incerteza fontes de incerteza

uncertainty, law of propagation of...........................3.3.6, uncertainty, standard deviations as


3.4.1, 5.1.2, E.3, E.3.1, E.3.2, E.3.6, G.6.6 measures of......................................E.3.2, E.4, E.4.1, E.4.4
lei de propagação da incerteza desvios padrão como medidas de incerteza

118
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Inglês – Português

uncertainty, statistical evaluation of, by varying variance, combined...........................................3.3.6, 5.1.2


input quantities................3.4.1, 3.4.2, 4.2.8, F.2.1, H.5.3.3 variância combinada
avaliação estatística da incerteza devido à variação das
grandezas de entrada variance, experimental (or estimate of)..4.2.2, H.3.6 nota
variância experimental (ou estimada de)
uncertainty, summary of procedure for evaluating
and expressing...................................................................8 variance of the mean........................................4.2.3, C.3.2
sumário do procedimento para avaliação e expressão da incer- variância da média
teza
variance of the mean, experimental................4.2.3, C.3.2
uncertainty, transferable quantity for expressing.......0.4 variância experimental da média,
grandeza transferível para expressar a incerteza
variance, pooled estimate of (or pooled experimental
uncertainty, universal method for evaluating standard deviation).....................4.2.4, 4.2.8 nota, H.1.3.2,
and expressing................................................................0.4 H.3.6 nota, H.5.2.2, H.5.2.5, H.6.3.1, H.6.3.2 nota
método universal para avaliar e expressar a incerteza estimativa agrupada (ou desvio padrão experimental agru-
pado) de variância
uncertainty when a correction is not applied..........3.4.4,
6.3.1 nota, F.2.4.5 variance, relative.........................................................5.1.6
incerteza quando uma correção não é aplicada variância relativa

uncorrected result.....................................................B.2.12 variance, relative combined........................................5.1.6


resultado não corrigido variância relativa combinada

unit, use of an adopted value of a measurement variate..........................................................................C.2.2


standard as a..............................................3.4.6, 4.2.8 nota variada
uso de um valor adotado de um padrão de medição como
uma unidade VIM......................................................2.1, 2.2.3, 2.2.4, B.1
VIM
V
W
value of a quantity............................................3.1.1, B.2.2
valor de uma grandeza Welch-Satterthwaite formula...G.4.1, G.4.2, G.6.2, G.6.4
fórmula de Welch-Satterthwaite
variance................3.1.7, 4.2.2, 4.2.3, C.2.11, C.2.20, C.3.2
variância Working Group on the Statement of Uncertainties
i, v, 0.5, 3.3.3, 6.1.1, 6.1.2, A.1, A.2, A.3
variance, Allan.....................................................4.2.7 nota Grupo de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas
variância de Allan
Working Group 3 (ISO/TAG 4/WG 3)............................v
variance, analysis of......................................veja ANOVA Grupo de Trabalho 3 (ISO/TAG 4/WG 3)
análise de variância

119
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição

Índice Alfabético Bilíngüe


Português – Inglês
A análise de variância.......................................veja ANOVA
analysis of variance
abrangência, fator de...........2.3.6, 3.3.7, 4.3.4 nota, 6.2.1,
6.3 et seqq., G.1.3, G.2.3, G.3.4, G.6.1 et seqq. ANOVA...................................................4.2.8, H.5 et seqq.
coverage factor ANOVA

abrangência, probabilidade de................0.4, 2.3.5 nota 1, aritmética, média..............................veja média aritmética


3.3.7, 6.2.2, G.1.1, G.1.3, G.3.2 arithmetic mean
coverage probability
arranjo aninhado balanceado...................H.5.3.1, H.5.3.2
agrupada de variância, estimativa..............veja variância, balanced nested design
estimativa agrupada de
pooled estimate of variance B

aleatória, variável..................................4.1.1 nota 1, 4.2.1, bilateral, intervalo de confiança.............................C.2.27


4.2.3 nota 1, C.2.2, C.3.1, C.3.2, C.3.4, C.3.7, C.3.8, two sided confidence interval
E.3.4, F.1.2.1, G.3.2
random variable BIPM.........................................i, iii, v, 0.5, 7.1.1, A.1, A.2
BIPM
aleatórias correlacionadas, variações
veja correlacionadas, variações aleatórias Bureau Internacional de Pesos e Medidas.......veja BIPM
random variations, correlated Bureau International des Poids et Mesures

aleatoriedade.....................................F.1.1, F.1.1.3, F.1.1.5 C


randomness
cadeia de calibração............................................4.2.8 nota
aleatório........................................3.3.3, E.1.3, E.3.5, E.3.7 calibration chain
random
calibração por comparação............................F.1.2.3 nota
aleatório, efeito............3.2.2, 3.3.1, 3.3.3, 4.2.2, E.1.1, E.3 comparison calibration
random effect
calibração, cadeia de...................veja cadeia de calibração
aleatório, erro........................................3.2.1, 3.2.3, B.2.21 calibration chain
random error
calibração, curva de......................veja curva de calibração
amostra, incerteza da..................veja incerteza da amostra calibration curve
sample, uncertainty of the
calibração, curva linear de
amostragem limitada, incerteza devido à....veja incerteza veja curva linear de calibração
devido a amostragem limitada linear calibration curve
uncertainty due to limited sampling

120
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês

característica.............................................................C.2.15 Comitê Internacional de Pesos e Medidas.......veja CIPM


characteristic Comité International des Poids et Mesures

centrada, variável aleatória ...........veja variável aleatória confiança, nível da.................Preâmbulo, 0.4, 2.2.3 nota 1,
centrada 2.3.5 notas 1 e 2, 3.3.7, 4.3.4, 6.2.2, 6.2.3, 6.3.1,6.3.3, G,
centred random variable G.1.1, G.1.3, G.2.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.6.1, G.6.4,
G.6.6
central de ordem q, momento..........veja momento central level of confidence
de ordem q
central moment of order q confiança, nível de..........................................6.2.2, C.2.29
confidence level
CIPM............................i, v, 0.5, 6.1.1, 6.1.2, A.1, A.2, A.3
CIPM confiança, propagação de intervalos de....................E.3.3
propagation of confidence intervals
combinada apenas dos componenetes do tipo A, incer-
teza padrão...................................veja incerteza padrão confiança, coeficiente de...........................................C.2.29
combinada apenas dos componentes do tipo A confidence coefficient
components alone combined standard uncertainty from
Type A confiança, intervalo de..........................4.2.3 nota 1, 6.2.2,
C.2.27, C.2.28, E.3.3
combinada apenas dos componenetes do tipo B, incerte- confidence interval
za padrão...................................veja incerteza padrão
combinada apenas dos componentes do tipo B convencional de uma grandeza, valor verdadeiro...B.2.4
components alone combined standard uncertainty from conventional true value of a quantity
Type B
convolução...................veja distribuição de probabilidades,
combinada e Comitês Consultivos, convolução das
incerteza padrão................................veja incerteza padrão convolution
combinada e Comitês Consultivos
combined standard uncertainty and correção...............................3.2, 3.2.3, 3.2.4 nota 2, B.2.23
Comités Consultatifs correction

combinada e comparações internacionais, correção, incerteza de uma.......veja incerteza da correção


incerteza padrão................................veja incerteza padrão uncertainty of a correction
combinada e comparações internacionais
combined standard uncertainty and international comparisons correção, fator de............................................3.2.3, B.2.24
correction factor
combinada relativa, incerteza padrão........................veja
incerteza padrão combinada relativa correção, ignorando uma......................3.2.4 nota 2, 3.4.4,
combined standard uncertainty, relative 6.3.1 nota, F.2.4.5
ignoring a correction
combinada, cálculo numérico da incerteza
padrão...........................................5.1.3 nota 2, 5.2.2 nota 3 correlação....5.1, 5.2 et seqq., C.2.8, F.1.2, F.1.2.1, F.1.2.4
combined standard uncertainty, numerical correlation
calculation of
correlação, coeficiente de......................5.2.2, 5.2.3, C.3.6,
combinada, incerteza padrão.......................veja incerteza F.1.2.3, H.2.3, H.2.4, H.3.2, H.4.2
padrão combinada correlation coefficient
combined standard uncertainty
correlação, dígitos significativos para um
combinada, relatando a incerteza coeficiente de................................................................7.2.6
padrão.................................................................7.2.1, 7.2.2 significant digits for a correlation coefficient
combined standard uncertainty, reporting
correlação, eliminação da.........5.2.4, 5.2.5, F.1.2.4, H.3.5
Comissão Internacional de Eletrotécnica............veja IEC elimination of correlation
International Electrotechnical Commission
correlação, matriz de coeficientes de..7.2.5, C.3.6 nota 2
correlation coefficient matrix

121
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição

correlacionadas, estimativas de entrada distribuição de probabilidade


ou grandezas................................................veja correlação veja probabilidade, distribuição de
correlated input estimates or quantities probability distribution

correlacionadas, estimativas de saída distribuição de Student.........veja Student, distribuição de


ou grandezas...........3.1.7, 7.2.5, H.2.3, H.2.4, H.3.2, H.4.2 Student's distribution
correlated output estimates or quantities
distribuição normal.....................veja normal, distribuição
correlacionadas, variações aleatórias........................4.2.7 normal distribution
correlated random variations
distribuição retangular..........................4.3.7, 4.3.9, 4.4.5,
corrigido, resultado.....................B.2.13, D.3.1, D.3.4, D.4 F.2.2.1, F.2.2.3, F.2.3.3, G.2.2 nota 1, G.4.3
corrected result rectangular distribution

covariância....................3.3.6, 5.2.2, C.3.4, F.1.2.1, F.1.2.4 distribuição trapezoidal..............................................4.3.9


covariance trapezoidal distribution

covariância de duas médias aritméticas....................5.2.3 distribuição triangular.........................4.3.9, 4.4.6, F.2.3.3


C.3.4, H.2.2, H.2.4, H.4.2 triangular distribution
covariance of two arithmetic means
distribuição, freqüência de
covariância de mensurandos relacionados veja frequüência, distribuição de
veja correlacionadas, estimativa frequency distribution
de saída ou grandezas
covariance of related measurands distribuição, função....................................................C.2.4
distribution function
covariância, avaliação experimental da
5.2.5, C.3.6 nota 3 distribuição-t..........................................veja t, distribuição
experimental evaluation of covariance t-distribution

covariância, matriz de.................3.1.7, 5.2.2 nota 2, 7.2.5, distribuições de probabilidade, convolução das
C.3.5, H.2.3 veja probabilidade, convolução das distribuições das
covariance matrix convolving probability distributions

curva de calibração.....................................F.2.4.2, F.2.4.5 distribuições determinadas matematicamente.........F.2.2


calibration curve mathematically determinated distributions

curva linear de calibração...............................H.3 et seqq. E


linear calibration curve
efeito aleatório.....................................veja aleatório, efeito
D random effect

desvio padrão experimental............................4.22, B.2.17 efeito sistemático.............................veja sistemático, efeito


standard deviation experimental systematic effect

distribuição a priori..................................4.1.6, 4.3.1 nota, elementos de probabilidade..................C.2.5 nota, F.2.4.4


4.4.4 et seqq., D.6.1, E.3.4, E.3.5, G.4.2, G.4.3 probability element
a priori distribution
entrada ou grandeza importada, valor de
distribuição F........................................veja F, distribuição veja importada, valor de entrada ou grandeza
F distribution imported input value or quantity

distribuição assimétrica......................4.3.8, F.2.4.4, G.5.3 entrada ou grandezas correlacionadas,


asymmetric distribution estimativas de..............................................veja correlação
correlated input estimates or quantities
distribuição de Laplace-Gauss
veja Laplace-Gauss, distribuição de entrada, categorização das grandezas de..................4.1.3
Laplace-Gauss distribution categorization of input quantities

122
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês

entrada, estimativa de.............................4.1.4, 4.1.6, 4.2.1 estatística.........................................................4.2.7, C.2.23


input estimate statistic

entrada, grandeza de...................................................4.1.2 estatístico de abrangência, intervalo......................C.2.30


input quantity statistical coverage interval

entrada, limites sobre uma grandeza de estatístico, controle............................................3.4.2, 4.2.4


veja limites sobre uma grandeza de entrada statistical control
bounds on an input quantity
estimação...................................................................C.2.24
erro sistemático.................................veja sistemático, erro estimation
systematic error
estimativa, entrada...................veja entrada, estimativa de
erro aleatório.........................................veja aleatório, erro input estimate
random error
estimativa, saída...........................veja saída, estimativa de
erro de medição..........................0.2, 2.2.4, 3.2, 3.2.1 nota, output estimate
3.2.2 nota 2, 3.2.3 nota, 3.3.1 nota, 3.3.2, B.2.19,
D, D.4, D.6.1, D.6.2, E.5.1 et seqq., estimador.........................................................4.2.7, C.2.25
error of measurement estimator

erro de tendência.................................................3.2.3 nota estimativa.........................................................3.1.2, C.2.26


bias estimate

erro de um instrumento verificado, curva de........F.2.4.2 exatidão de medição.............................3.1.3, 3.4.1, B.2.14


error curve of a verified instrument accuracy of measurement

erro e incerteza, confusão entre.....................3.2.2 nota 2, expandida para uma distribuição assimétrica, incerteza
3.2.3 nota, E.5.4 G.5.3
confusion between error and uncertainty expanded uncertainty for an asymmetric distribution

erro máximo permissível.........................................F.2.4.2 expandida relativa, incerteza.....................................7.2.3


maximum permissible error relative expanded uncertainty

erro relativo.............................................veja relativo, erro expandida, relatando a incerteza....................7.2.3, 7.2.4


relative error reporting expanded uncertainty

erro, análise de................................................................0.2 expandida, incerteza...........................2.3.5, 3.3.7, 6, 6.2.1


error analysis 6.2.3, G.l.l, G.2.3, G.3.2, G.4.1, G.5.1, G.5.4, G.6.4, G.6.6
expanded uncertainty
erro, determinando o..................................................3.4.5
determining error experimental, desvio padrão.................veja desvio padrão
experimental
erro, lei geral de propagação de ..........5.2.2 nota 1, E.3.2 experimental standard deviation
general law of error propagation
F
erro, máximo limite de...............................................E.4.1
maximum error bound F, distribuição..........................................................H.5.2.3
F-distribution
erros grosseiros............................................................3.4.7
blunders F, teste.........................................................H.5.2.2, H.5.2.4
F-test
específica, grandeza...............................3.1.1, B.2.1 nota 1
particular quantity Federação Internacional de Química Clínica..veja IFCC
International Federation of Clinical Chemistry
esperança (ou valor esperado).........................3.2.2, 3.2.3,
4.1.1 nota 3, 4.2.1, 4.3.7, 4.3.9, C.2.9, C.3.1, C.3.2 Freqüência.................................................................C.2.17
expectation (or expected value) frequency

123
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição

freqüência relativa......................................................E.3.5 degrees of freedom of a pooled estimate of variance (or of a


relative frequency pooled experimental standard deviation)

freqüência, distribuição de........3.3.5, 4.1.6, C.2.18, E.3.5 graus de liberdade de uma incerteza
frequency distribution padronizada do Tipo A........................G.3.3, G.6.3, G.6.4
degrees of freedom of a Type A standard
funcional não linear, relação.............................4.1.4 nota, uncertainty
5.1.2 nota, F.2.4.4 nota, G.1.5, H.1.7, H.2.4
nonlinear functional relationship graus de liberdade de uma incerteza
padronizada do Tipo B..............G.4.2, G.4.3, G.6.3, G.6.4
funcional, linearização de uma relação....................5.1.5, degrees of freedom of a Type B standard
F.2.4.4 nota, 5.1.6 nota I uncertainty
linearization of a functional relationship
graus efetivos de liberdade................................6.3.3, G.4,
funcional, relação...............................................4.1.1,4.1.2 G.4.1, G.5.4, G.6.2 et seqq.
functional relationship effective degrees of freedom

G graus efetivos de liberdade apenas dos componentes do


Tipo A.....................................................7.2.1, G.4.1 nota 3
geral, incerteza.....................................veja incerteza geral effective degrees of freedom of Type A
overall uncertainty components alone

grandeza controlada................................................F.2.4.3 graus efetivos de liberdade apenas dos componentes do


controlled quantity Tipo B.....................................................7.2.1, G.4.1 nota 3
effective degrees of freedom of Type B
grandeza de entrada...................veja entrada, grandeza de components alone
input quantity
Grupo de Trabalho 3 (ISO/TAG 4/WG 3)......................v
grandeza de saída...........................veja saída, grandeza de Working Group 3 (ISO/TAG 4/WG 3)
output quantity
Grupo de Trabalho sobre a Declaração de Incertezas
grandeza específica......................veja específica, grandeza i, v, 0.5, 3.3.3, 6.1.1, 6.1.2, A.1, A.2, A.3
particular quantity Working Group on the Statement of Uncertainties

grandeza mensurável................veja mensurável, grandeza H


measurable quantity
histograma..............................................4.4.3, D.6.1 nota I
grandeza realizada................D.2, D.2.1, D.3.1, D.3.3, D.4 histogram
realized quantity
I
grandeza, influência de..........veja influência, grandeza de
influence quantity IEC...............................................................i, ii, v, A.3, B.1
IEC
grandeza, valor de uma...........veja valor de uma grandeza
value of a quantity IFCC....................................................................i, ii, v, B.1
IFCC
grau de confiança.................3.3.5, E.3.5, E.4.4, E.5.2 nota
degree of belief importada, valor de entrada ou grandeza..F.2.3, F.2.3.1
imported input value or quantity
graus de liberdade...............................4.2.6, C.2.31, E.4.3,
G, G.3, G.3.2, G.3.3, G.6.3, G.6.4 incerteza intrínseca....................................................D.3.4
degrees of freedom intrinsic uncertainty
graus de liberdade de uma estimativa agrupada de va- incerteza avaliada, qualidade e utilidade de uma....3.4.8
riância (ou de um desvio padrão experimental agrupa- quality and utility of the quoted uncertainty
do)
H.1.6, H.3.6 nota

124
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês

incerteza da amostra......................................F.2.6 et seqq. incerteza máxima permitida...................................F.2.4.2


uncertainty of the sample maximum allowed uncertainty

incerteza de medição................................0.1, 0.2, 1.1, 2.2, incerteza mínima........................................................D.3.4


2.2.1, 2.2.4, 3.3, 3.3.1, 3.3.2, B.2.18, D, D.5, minimum uncertainty
D.5.1, D.5.3, D.6.1, D.6.2
uncertainty of measurement incerteza padrão combinada...........................2.3.4, 3.3.6,
4.1.5, 5, 5.1.1, 5.1.3, 5.1.6, 5.2.2,6.1.1, D.6.1, E.3.6
incerteza de uma correção.................................3.2.3 nota, combined standard uncertainty
3.3.1, 3.3.3, D.6.1, E.1.1, E.3
uncertainty of a correction incerteza padrão combinada apenas dos componentes
do Tipo A................................................7.2.1, G.4.1 nota 3
incerteza de uma grandeza controlada..................F.2.4.3 components alone combined standard uncertainty from
uncertainty of a controlled quantity Type A

incerteza de uma única observação de um instrumento incerteza padrão combinada apenas dos componentes
calibrado...................................................................F.2.4.1 do Tipo B................................................7.2.1, G.4.1 nota 3
uncertainty of a single observation of a calibrated components alone combined standard uncertainty from
instrument Type B

incerteza de uma única observação de incerteza padrão combinada e Comitês


um instrumento verificado......................................F.2.4.2 Consultivos...........................................................6.1.1, A.3
uncertainty of a single observation of a verified combined standard uncertainty and Comités
instrument Consultatifs

incerteza devido à amostragem limitada incerteza padrão combinada e comparações internacio-


4.3.2 nota, E.4.3 nais...................................................................6.1.1, A.3
uncertainty due to limited sampling comparisons combined standard uncertainty and international

incerteza devido à aritmética de precisão-finita....F.2.2.3 incerteza padrão combinada relativa .............5.1.6, 7.2.1
uncertainty due to finite-precision arithmetic combined standard uncertainty, relative

incerteza devido à definição incompleta do mensurando incerteza segura.....E.l.l, E.1.2, E.2.1, E.2.3, E.4.1, F.2.3.2
3.1.3 nota, D.1.1, D.3.4, D.6.2 safe uncertainty
uncertainty due to incomplete definition of the measurand
incerteza, agrupando componentes da
incerteza devido à histerese.....................................F.2.2.2 3.3.3 nota, 3.4.3, E.3.7
uncertainty due to hysteresis grouping components of uncertainty

incerteza devido à resolução de uma indicação digital incerteza, categorizando ou classificando


F.2.2.1 componentes de.............................3.3.3, 3.3.4, E.3.6, E.3.7
uncertainty due to the resolution of a digital indication categorizing or classifying components of uncertainty

incerteza devido à variação das grandezas de entrada, incerteza, comparação de duas visões da.......E.5 et seqq.
avaliação estatística da....3.4.1, 3.4.2, 4.2.8, F.2.1, H.5.3.3 comparison of two views of uncertainty
statistical evaluation of uncertainty by varying input
quantities incerteza, componentes duplamente contados da..4.3.10
doublecounting components of uncertainty
incerteza do desvio padrão experimental
da média.....................................................4.3.2 nota, E.4.3 incerteza, definição do termo.......................veja incerteza
uncertainty of the experimental standard deviation de medição
of the mean definition of the term uncertainty

incerteza do método de medição...................F.2.5, F.2.5.1 incerteza, desvios padrão como


uncertainty of the method of measurement medidas de.......................................E.3.2, E.4, E.4.1, E.4.4
standard deviations as measures of uncertainty
incerteza geral...................................................2.3.5 nota 3
overall uncertainty

125
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição

incerteza, falta de um registro explícito de...............7.1.3 influência aleatória, grandezas de.............F.1.1.3, F.1.1.4
lack of an explicit report of uncertainty random influence quantities

incerteza, fontes de......................................................3.3.2 influência, grandeza de....3.1.5, 3.1.6, 3.2.3, 4.2.2, B.2.10
sources of uncertainty influence quantity

incerteza, grandeza internamente consistente informações, para avaliação Tipo B, conjunto de


para expressar a.............................................................0.4 3.3.5 nota,4.3.1, 4.3.2, 5.2.5
internally consistent quantity for expressing uncertainty pool of information for a Type B evaluation

incerteza, grandeza transferível para expressar a......0.4 ISO...............................................................i, ii, v, A.3, B.1
transferable quantity for expressing uncertainty ISO

incerteza, ignorando um componente da..................3.4.4 ISO 3534-1................................................................2.1, C.l


ignoring a component of uncertainty ISO 3534-1

incerteza, justificativa para avaliações realisticas da ISO, Grupo Técnico Consultivo em Metrologia
E.2, E.2.1 E.2.3 (ISO/TAG4).......................................................................v
justification for realistic uncertainty evaluations ISO Technical Advisory Group on Metrology (ISO/TAG
4)
incerteza, lei de propagação da.................................3.3.6,
3.4.1, 5.1.2, E.3, E.3.1, E.3.2, E.3.6, G.6.6 ISO/TAG 4.........................................................................v
law of propagation of uncertainty ISO/TAG 4

incerteza, método ideal para avaliar e expressar a ISO/TAG 4/WG 3..............................................................v


0.4 ISO/TAG 4/WG 3
ideal method for evaluating and expressing uncertainty
ISO/TAG 4/WG 3, termos de referência da....................v
incerteza, método universal para avaliar ISO/TAG 4/WG 3, terms of reference of
e expressar a....................................................................0.4
universal method for evaluating and IUPAC..................................................................i, ii, v, B.l
expressing uncertainty IUPAC

incerteza quando uma correção não é aplicada IUPAP..................................................................i, ii, v, B.l


3.4.4, 6.3.1 nota, F.2.4.5 IUPAP
uncertainty when a correction is not applied
L
incerteza, relatando a...........................................7 et seqq.
reporting uncertainty laboratórios nacionais de metrologia ou de padrões......v
laboratories, national metrology or standards
incerteza, sumário do procedimento para
avaliação e expressão da...................................................8 Laplace-Gauss, distribuição de...............................C.2.14
summary of procedure for evaluating and Laplace-Gauss distribution
expressing uncertainty
legal, metrologia..........................................................3.4.5
incertezas, arredondamento de..................................7.2.6 legal metrology
rounding of uncertainties
limite de segurança......................veja segurança, limite de
incertezas, dígitos significativos para........................7.2.6 safety limit
significant digits for uncertainties
limites para uma grandeza de entrada.4.3.7, 4.3.9, 4.4.5,
independência......................................................5.1, C.3.7 4.4.6, F.2.3.3
independence bounds on an input quantity

independentes, repetições........................................F.1.1.2 limites, superior e inferior, sobre uma grandeza


independent repetitions de entrada................................................veja limites sobre
uma grandeza de entrada
upper and lower limits, on an input quantity

126
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês

M medições, para as quais os princípios do Guia se apli-


cam, espectro de.............................................................1.1
máxima, princípio da entropia........................4.3.8 nota 2 spectrum of measurements to which the principles
principle of maximum entropy of the Guide apply

máximo, limites de...................................veja limites sobre mensurando................................................1.2,3.1.1, 3.1.3,


uma grandeza de entrada B.2.19, D.1, D.1.1, D.1.2, D.3.4
maximum bounds measurand

média..................................................veja média aritmética mensurando, definição ou especificação do


average veja mensurando
definition or specification of the measurand
média.................................................................C.2.9, C.3.1
mean mensurando, incerteza devido à definição
incompleta do..................veja incerteza devido a definição
média aritmética...........................4.1.4 nota, 4.2.1, C.2.19 incompleta do mensurando
arithmetic mean uncertainty due to incomplete definition of the
measurand
medição.......................................................3.1, 3.1.1, B.2.5
measurement mensurando, melhor medição possível do................D.3.4
best possible measurement of the measurand
medição e sua incerteza, formatos para
relatar um resultado de....................................7.2.2, 7.2.4 mensurando, muitos valores do.................................D.6.2
measurement result and its uncertainty, formats many values of the measurand

disponibilidade de informação da descrição do resulta- mensurando, valor do.......................................3.1.1 3.1.3


do de uma medição e sua incerteza..................7.1.1, 7.1.3 value of the measurand
measurement result and its uncertainty, availability of information
describing a mensurandos relacionados, covariância dos
veja correlacionadas, estimativa de saída ou grandezas
medição e sua incerteza, relatando em detalhe um covariance of related measurands
resultado de........................................................7.1.4, 7.2.7
reporting in detail a measurement result and its uncertainty mensurável, grandeza.................................................B.2.1
measurable quantity
medição, exatidão de..................veja exatidão de medição
accuracy of measurement método de medição...........................................3.1.1, B.2.7
method of measurement
medição, hierarquia da...............................................7.1.1
measurement hierarchy método de medição, incerteza do....................veja incerteza
do método de medição
medição, método de.....................veja método de medição uncertainty of the method of measurement
method of measurement
método de medição, unidade dependente do..............H.6
medição, modelo matemático da...............................3.1.6, unit dependent on the method of measurement
3.4.1, 3.4.2, 4.1, 4.1.1, 4.1.2
mathematical model of the measurement metrologia legal.................................veja legal, metrologia
legal metrology
medição, papel da ANOVA na.....................H.5.3 et seqq.
role of ANOVA in measurement mínima, incerteza.............................veja incerteza mínima
minimum uncertainty
medição, princípio de.................veja princípio de medição
principle of measurement mínimos quadrados, método dos
4.2.5, G.3.3, H.3, H.3.1, H.3.2
medição, procedimento de........3.1.1, 7.1.2, B.2.8, F.1.1.2 method of least squares
measurement procedure
modelo matemático da medição..................................veja
medição, resultado de uma....veja resultado de uma medição medição, modelo matemático da
result of a measurement mathematical model of the measurement

127
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição

momento central de ordem q C.2.13, C.2.22, E.3.1 nota 1 padrão experimental da média, desvio.....................4.2.3,
central moment of order q B.2.17 nota 2
experimental standard deviation of the mean
N
padrão experimental da média, incerteza do desvio
não linear, relação funcional......................veja funcional veja incerteza do desvio
não linear, relação padrão experimental da média
nonlinear functional relationship uncertainty of the experimental standard deviation
of the mean
não corrigido, resultado...........................................B.2.12
uncorrected result padrão experimental, desvio..........................4.2.2, B.2.17
experimental standard deviation
nível da confiança..................Preâmbulo, 0.4, 2.2.3 nota 1,
2.3.5 notas 1 e 2, 3.3.7, 4.3.4, 6.2.2, 6.2.3, 6.3.1,6.3.3, G, padrão, desvio.........................3.3.5, C.2.12, C.2.21, C.3.3.
G.1.1, G.1.3, G.2.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.6.1, G.6.4, standard deviation
G.6.6
level of confidence padrão, propagação dos desvios............E.3, E.3.1, E.3.2
propagation of standard deviations
nível mínimo da confiança.......................................F.2.3.2
minimum level of confidence padrão, propagação de múltiplos de desvios............E.3.3
propagation of multiples of standard deviations
normal, distribuição......................4.2.3 nota 1, 4.3.2 nota,
4.3.4 4.3.6, 4.3.9 nota 1, 4.4.2, 4.4.6, C.2.14, E.3.3, padrão relativa, incerteza..........................................5.1.6
F.2.3.3, G.1.3, G.1.4, G.2.1 G.2.3, G.5.2 nota 2 relative standard uncertainty
normal distribution
padrão, avaliação Tipo A da incerteza
O veja Tipo A, da incerteza, avaliação
Type A evaluation of standard uncertainty
observações repetidas...................3.1.4 3.1.6, 3.2.2, 3.3.5,
padrão, avaliação Tipo B da incerteza
4.2.1, 4.2.3, 4.3.1, 4.4.1, 4.4.3, 5.2.3, E.4.2, E.4.3,
veja Tipo B, da incerteza, avaliação
F.1, F.1.1, F.1.1.1, F.1.1.2, G.3.2
Type B evaluation of standard uncertainty
repeated observations
padrão, ilustração gráfica da avaliação
observações simultâneas, pares independentes de..5.2.3,
da incerteza........................................................4.4 et seqq.
C.3.4, F.1.2.2, H.2.2, H.2.4, H.4.2
graphical illustration of evaluating standard uncertainty
independent pairs of simultaneous observations
padrão, incerteza.....................................2.3.1, 3.3.5, 3.3.6
OIML...........................................................i, ii, v, A.3, B.1
4.1.5, 4.1.6, 4.2.3, D.6.1, E.4.1
OIML
standard uncertainty
Organização Internacional da Metrologia Legal
parâmetro....................................................................C.2.7
veja OIML
parameter
International Organization of Legal Metrology
parciais, derivadas.......................................................5.1.3
Organização Internacional de Normalização.....veja ISO
partial derivatives
International Organization for Standardization
população...................................................................C.2.16
P
population
padrão como medidas de incerteza, desvios...............veja precisão...........................................................B.2.14 nota 2
incerteza, desvios padrão como medidas de precision
standard deviations as measures of uncertainty
princípio de medição..................................................B.2.6
padrão experimental agrupado, desvio......................veja principle of measurement
variância, estimativa agrupada de
pooled experimental standard deviation probabilidade...3.3.5, 4.3.7 4.3.9, C.2.1, E.3.5, E.3.6, F.2.3.3
probability

128
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês

probabilidade de abrangência................veja abrangência, repetitividade, condições de................3.1.4, B.2.15 nota 1


probabilidade de repeatability conditions
coverage probability
reprodutibilidade dos resultados de medição........B.2.16
probabilidade subjetiva...................................3.3.5, D.6.1 reproducibility of results of measurements
subjective probability
resultado de uma medição......................1.3, 3.1.2, B.2.11
probabilidade, convolução das distribuições de result of a measurement
4.3.9 nota 2,G.1.4 G.1.6, G.2.2, G.6.5
convolving probability distributions resultado não corrigido.........veja não corrigido, resultado
uncorrected result
probabilidade, distribuição de............3.3.4, 4.1.1 nota 1,
4.1.6, 4.2.3 nota 1, 4.4.1, 4.4.4, C.2.3, E.4.2, G.1.4, G.1.5 resultado corrigido.......................veja corrigido, resultado
probability distribution corrected result

probabilidade, função densidade de....3.3.5, 4.3.8 nota 2, S


4.4.2, 4.4.5, 4.4.6, C.2.5, F.2.4.4
probability density function saída ou grandezas correlacionadas, estimativas de..veja
correlacionadas, estimativas de saída ou grandezas
probabilidade, função massa de................................C.2.6 correlated output estimates or quantities
probability mass function
saída, estimativa de.................................4.1.4, 4.1.5, 7.2.5
propagação da incerteza, lei de...................veja incerteza, output estimate
lei de propagação da
law of propagation of uncertainty saída, grandeza de.......................................................4.1.2
output quantity
propagação de erro, lei geral de..........................veja erro,
lei geral de propagação de segurança, limite de.............................................6.3.1 nota
general law of error propagation safety limit

R sensibilidade, determinação experimental dos


coeficientes de..............................................................5.1.4
Recomendação INC-1 (1980).........................i, v, 0.5, 0.7, experimental determination of sensitivity coefficients
3.33, 6.1.1, 6.1.2, 6.3.3, A.1, A.3, E, E.2.3, E.3.7
Recommendation INC-1 (1980) sensibilidade, coeficientes de............................5.1.3, 5.1.4
sensitivity coefficients
Recomendação-1 (CI-1981) CIPM...i, 0.5, 6.1.1, A.2, A.3
Recommendation 1 (CI-1981), CIPM Sistema Internacional de Unidades (SI).............0.3, 3.4.6
International System of Units (SI)
Recomendação-1 (CI-1986) CIPM....0.5, 6.1.1, 6.1.2, A.3
Recommendation 1 (CI-1986), CIPM sistemático.....................................3.3.3, E.1.3, E.3.4 E.3.7
systematic
referência, certificação de materiais de.........H.5, H.5.3.2
certification of reference materials sistemático, efeito....................................3.2.3, 3.2.4, 3.3.1,
3.3.2, 3.3.3, D.6.1, E.1.1, E.3, E.4.4
relativo, erro..............................................................B.2.20 systematic effect
relative error
sistemático, erro....................................3.2.1, 3.2.3, B.2.22
repetições independentes....veja independentes, repetições systematic error
independent repetitions
Student, distribuição de.................................C.3.8, G.3.2
repetidas, observações.............veja observações repetidas Student's distribution
repeated observations
superior, termos de ordem............5.1.2 nota, E.3.1, H.1.7
repetitividade de resultados de medições...............B.2.15 higher order terms
repeatability of results of measurement

129
Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês Expressão da Incerteza de Medição

T tolerância, intervalo estatístico de................C.2.30 nota 2


statistical tolerance interval
t, distribuição......................4.2.3 nota 1, C.3.8, G.3, G.3.2,
G.3.4, G.4.1, G.4.2, G.5.4, G.6.2 U
t-distribution
União Internacional de Física Pura e Aplicada
t, fator- veja IUPAP
E.3.3, G.3.2, G.3.4, G.4.1, G.5.4, G.6.2, G.6.4, G.6.6 International Union of Pure and Applied Physics
t-factor
União Internacional de Química Pura e Aplicada
t, quantis da distribuição....................................G.3.4 nota veja IUPAC
quantiles of the t-distribution International Union of Pure and Applied Chemistry

Taylor, séries de.....5.1.2, E.3.1, G.1.5, G.4.2, H.1.7, H.2.4 unidade, uso de um valor adotado de um padrão
Taylor series de medição como uma...............................3.4.6, 4.2.8 nota
use of an adopted value of a measurement standard
Teorema Central do Limite........G.1.6, G.2, G.2.1, G.2.3, as a unit
G.6.2, G.6.5, G.6.6
Central Limit Theorem unilateral, intervalo de confiança............................C.2.28
one sided confidence interval
avaliação Tipo A da covariância................................5.2.3
Type A evaluation of covariance V

avaliação Tipo A (da incerteza)......................2.3.2, 3.3.3, valor de uma grandeza.....................................3.1.1, B.2.2


3.3.5, 4.1.6, 4.2, 4.2.1, 4.2.8, 4.3.2, 4.4.1, 4.4.3, E.3.7, value of a quantity
F.1, F.1.1.1, F.1.2.4
Type A evaluation (of uncertainty) variância...............3.1.7, 4.2.2, 4.2.3, C.2.11, C.2.20, C.3.2
variance
Tipo A, incerteza padrão.......................3.3.5, 4.2.3, C.3.3
Type A standard uncertainty variância combinada.........................................3.3.6, 5.1.2
combined variance
Tipo A, incerteza padrão combinada
7.2.1, G.4.1 nota 3 variância da média...........................................4.2.3, C.3.2
Type A combined standard uncertainty variance of the mean

Tipo A, variância.........................................................4.2.3 variância de Allan................................................4.2.7 nota


Type A variance Allan variance

Avaliação Tipo B (da incerteza).......................2.3.3, 3.3.3 variância experimental (ou estimada de)
3.3.5, 4.1.6, 4.3, 4.3.1, 4.3.11, 4.4.4, 4.4.6, E.3.7, F.2 4.2.2, H.3.6 nota
et seqq. experimental variance (or estimate of)
Type B evaluation (of uncertainty)
variância experimental da média,...................4.2.3, C.3.2
Tipo B, incerteza padrão........................3.3.5, 4.3.1, C.3.3 experimental variance of the mean
Type B standard uncertainty
variância relativa.........................................................5.1.6
Tipo B, incerteza padrão combinada relative variance
7.2.1, G.4.1 nota 3
Type B combined standard uncertainty variância relativa combinada.....................................5.1.6
relative combined variance
Tipo B, necessidade para avaliações do....................F.2.1
Type B evaluations, need for variância, análise de......................................veja ANOVA
analysis of variance
Tipo B, variância.........................................................4.3.1
Type B variance variância, estimativa agrupada de (ou desvio padrão
experimental agrupado).............4.2.4, 4.2.8 nota, H.1.3.2,
Tipo B da covariância, avaliação...............................5.2.5 H.3.6 nota, H.5.2.2, H.5.2.5, H.6.3.1, H.6.3.2 nota
Type B evaluation of covariance

130
Expressão da Incerteza de Medição Índice Alfabético Bilíngüe
Português – Inglês

pooled estimate of variance (or pooled experimental


standard deviation)

variada.........................................................................C.2.2
variate

variável aleatória centrada .....................................C.2.10


centred random variable

verdadeiro convencional de uma grandeza, valor.....veja


convencional de uma grandeza, valor verdadeiro
conventional true value of a quantity

verdadeiro de uma grandeza, valor


2.2.4, 3.1.1 nota, B.2.3, D, D.3, D.3.1, D.3.4, D.3.5,
E.5.1, E.5.4
true value of a quantity

VIM......................................................2.1, 2.2.3, 2.2.4, B.1


VIM

Vocabulário Internacional de Termos Fundamentais e


Gerais de Metrologia..........................................veja VIM
International vocabulary of basic and general terms in metro-
logy

Welch-Satterthwaite, fórmula de
G.4.1, G.4.2, G.6.2, G.6.4
Welch-Satterthwaite formula

131

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