Tecnologia Dos Materiais
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c
.
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Os materiais ferrosos mais importantes so:
Ao: liga de Fe e C com C < 2% - material tenaz, de excelentes propriedades, de fcil
trabalho, podendo tambm ser forjvel.
Ferro fundido: liga de Fe e C com 2 < C < 5% - material amplamente empregado na
construo mecnica, e que, mesmo no possuindo a resistncia do ao,
pode substitu-lo em diversas aplicaes, muitas vezes com grande
vantagem.
Como esses materiais so fceis de serem trabalhados, com eles construda a maior parte
de mquinas, ferramentas, estruturas, bem como instalaes que necessitam materiais de grande
resistncia.
Materiais metlicos no-ferrosos
So todos os demais materiais metlicos empregados na construo mecnica. Possuem
empregos os mais diversos, pois podem substituir os materiais ferrosos em vrias aplicaes e nem
sempre podem ser substitudos pelos ferrosos.
Esses materiais so geralmente utilizados isoladamente ou em forma de ligas metlicas,
algumas delas amplamente utilizadas na construo de mquinas e equipamentos.
Podemos dividir os no-ferrosos em dois tipos em funo da densidade:
Metais pesados: ( > 5kg/dm
3
) cobre, estanho, zinco, chumbo, platina, etc.
Metais leves: ( < 5kg/dm
3
) alumnio, magnsio, titnio, etc.
Normalmente, os no-ferrosos so materiais caros, logo no devemos utiliz-los em
componentes que possam ser substitudos por materiais ferrosos.
Esses materiais so amplamente utilizados em peas sujeitas a oxidao, dada a sua
resistncia, sendo muito utilizados em tratamentos galvnicos superficiais de materiais.
So tambm bastante utilizados em componentes eltricos.
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Nos ltimos anos, a importncia dos metais leves e suas ligas tm aumentado
consideravelmente, principalmente na construo de veculos, nas construes aeronuticas e
navais, bem como na mecnica de preciso, pois tm-se conseguido ligas metlicas de alta
resistncia e de menor peso e, com isto, tende-se a trocar o ao e o ferro fundido por esses metais.
Materiais no-metlicos
Existem numerosos materiais no-metlicos que podem ser divididos em:
Naturais: madeira, couro, fibras, etc.
Artificiais ou sintticos: baquelite, celulide, acrlico, etc.
Os materiais plsticos esto sendo empregados em um nmero cada vez maior de casos como
substitutos de metais.
Da a necessidade de conhecermos um pouco mais esses materiais que vm-se tornando uma
presena constante nos campos tcnico, cientfico, domstico, etc. Deles nos ocuparemos um pouco
mais na unidade Materiais plsticos.
Estrutura cristalina dos metais
A maioria dos metais ao se solidificar experimenta uma contrao de volume, o que indica uma
menor separao entre os tomos no estado slido.
Nesse estado, os tomos animados de pequena energia cintica no conseguem deslizar
livremente uns em relao aos outros.
No estado slido, os tomos no esto em repouso, mas vibram em torno de determinadas
posies de equilbrio assumidas espontaneamente por eles ao se solidificarem.
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Arranjo dos tomos
Essas posies no so assumidas ao acaso, pelo contrrio, apresentam uma ordenao
geomtrica especial caracterstica, que uma funo da natureza do metal.
Essa disposio ordenada, caracterstica dos metais slidos e de outros materiais no-
metlicos, denomina-se estrutura cristalina.
Tipos de estruturas cristalinas
Dentre as estruturas destacamos trs tipos:
1) Rede cbica de faces centradas
Metais: Ni, Cu, Pb, Al e tipo de ferro que se chama ferro .
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2) Rede cbica de corpo centrado
Metais: V, Cr, Mo, W e tipo de ferro que se chama ferro .
3) Hexagonal compacta
Metais: Mg, Zn, Cd, Ti.
- A dimenso da rede varia de tipo para tipo.
A transformao mecnica dos metais (tais como laminao, dobramento, estampagem)
depende do tipo da estrutura cristalina.
Nas estruturas do tipo (1) a transformao ocorre facilmente, enquanto na estrutura (3) a
transformao mais difcil de ser verificada.
No processo de dobramento de metais que possuem o tipo (3) exemplo: Mg e Zn, a pea
pode quebrar mais facilmente do que nos metais que possuem estrutura do tipo (1) exemplo: ao
ou Al.
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Formao da estrutura na solidificao
A estrutura cristalina, formada na solidificao atravs do resfriamento, ir definir a estrutura do
material, os seus constituintes e propriedades.
No estado lquido os tomos metlicos se movem livremente. Com a queda da temperatura,
diminui a energia de movimento dos tomos e passa a predominar a fora de atrao entre eles. Por
isto os tomos vo se unindo uns aos outros, em determinadas posies, formando os cristais
(embries). Essa formao orientada segundo direes preferenciais, denominadas eixo de
cristalizao.
medida que esses cristais crescem em direes definidas, encontram-se e estabelecem uma
superfcie de contato que chamamos de limite ou contorno de gros.
Observe a seguir o processo de formao da estrutura cristalina na solidificao.
O tamanho do gro na estrutura do metal varia de acordo com o nmero de embries formados
e com o tipo de metal.
Num mesmo metal podem-se formar gros pequenos ou grandes, se modificarmos o tempo de
solidificao (velocidade de resfriamento e presso).
Se diminuirmos o tempo de solidificao, teremos uma estrutura formada por maior nmero de
gros (estrutura fina). Caso contrrio, ocorre o inverso (estrutura grossa).
As estruturas de gros muito grandes possuem baixa resistncia trao.
A figura, a seguir, apresenta no diagrama de solidificao como se processa a formao dos
metais durante o resfriamento.
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Diagrama de solidificao
Propriedades dos materiais
Na construo de peas e componentes, devemos observar se os materiais empregados
possuem as diversas propriedades fsicas e mecnicas que lhe sero exigidas pelas condies e
solicitaes do trabalho a que se destinam. A seguir mostraremos algumas dessas propriedades.
Elasticidade
Uma mola deve ser elstica. Por ao de uma fora, deve se deformar e, quando cessada a
fora, deve voltar posio inicial.
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Para comprovarmos a elasticidade do ao para molas, prendemos a mola na morsa por um
lado e a estiramos pelo outro lado at que se estique.
Quando a soltamos, se a mola voltar posio inicial porque o ao possui boa elasticidade.
Fragilidade
Materiais muito duros tendem a se quebrar com facilidade, no suportando choques, enquanto
que os materiais menos duros resistem melhor aos choques. Assim, os materiais que possuem baixa
resistncia aos choques so chamados frgeis. Exemplos: FoFo, vidro, etc.
Ductilidade
Pode-se dizer que a ductilidade o oposto da fragilidade. So dcteis os materiais que por
ao de fora se deformam plasticamente, conservando a sua coeso, por exemplo: cobre, alumnio,
ao com baixo teor de carbono, etc.
Na figura seguinte temos um fio de cobre de 300mm de comprimento. Se puxarmos este fio,
ele se esticar at um comprimento de 400 a 450mm sem se romper porque uma das qualidades do
cobre ser dctil.
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Ductilidade
Tenacidade
Se um material resistente e possui boas caractersticas de alongamento para suportar um
esforo considervel de toro, trao ou flexo, sem romper-se, chamado tenaz.
A chave da figura seguinte pode ser tracionada e flexionada sem romper-se facilmente porque
de um material tenaz.
Tenacidade
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Dureza
As ferramentas devem ser duras para que no se desgastem e possam penetrar em um
material menos duro.
A dureza , portanto, a resistncia que um material oferece penetrao de outro corpo.
Resistncia
Resistncia de um material a sua oposio mudana de forma e ao cisalhamento. As
foras externas podem exercer sobre o material cargas de trao, compresso, flexo, cisalhamento,
toro ou flambagem.
Flexo Cisalhamento
Toro Trao
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Flambagem Compresso
Toda fora externa gera no material tenses de acordo com o tipo de solicitao.
Elasticidade e plasticidade
So propriedades de mudana de forma. Denominamos deformao elstica deformao
no permanente e deformao plstica deformao permanente.
Densidade
A densidade de um material est relacionada com o grau de compactao da matria.
Fisicamente, a densidade () definida pela massa (M) dividida pelo volume (V).
=
3
dm
Kg
V
M
Exemplo: o cobre tem maior densidade que o ao:
Cu
= 8,93kg/dm
3
Ao
= 7,8kg/dm
3
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Questionrio resumo
1. Quais os materiais metlicos ferrosos mais importantes ?
2. Como so classificados os materiais metlicos no-ferrosos em funo da densidade ?
3. D exemplos de materiais no-metlicos naturais e artificiais ou sintticos.
4. Cite trs tipos de estrutura cristalina dos metais e como elas se comportam frente
transformao mecnica ?
5. Como ocorre a formao da estrutura cristalina na solidificao ?
6. Comente as seguintes propriedades dos materiais: densidade, resistncia, fragilidade,
ductilidade, tenacidade, elasticidade e dureza.
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OBTENO DO FERRO GUSA E FERRO FUNDIDO
Objetivos
Ao final desta unidade o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Processo de obteno do ferro gusa no alto-forno e os materiais utilizados;
Reaes qumicas que ocorrem no alto-forno;
Obteno, classificao e tipos de ferro fundido;
Fundio em areia.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Caractersticas da estrutura do carbono nos ferros fundidos lamelar e globular;
Propriedades e exemplos de aplicao do ferro fundido branco, cinzento, nodular e
malevel;
Normas ABNT, DIN e ASTM.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Selecionar os ferros fundidos em funo de suas propriedades.
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Introduo
O elemento qumico ferro o metal mais usado para as construes mecnicas. Nesta
unidade, estudaremos como ele extrado do minrio e transformado em ferro gusa e depois em
ferro fundido. Na prxima unidade (Ao), estudaremos como o ferro gusa se transforma em ao.
Obteno do ferro gusa
Os minrios de ferro so rochas que contm xidos de ferro ou carbonatos de ferro agregados
a quartzo, argila, composto de enxofre, fsforo, mangans.
Minrio Designao qumica Frmula qumica Contedo de Fe
Magnetita xido ferroso frrico Fe
3
O
4
60...70%
Hematita roxa xido de ferro anidro Fe
4
O
3
40...60%
Hematita parda ou
limonita
xido de ferro hidratado 2Fe
2
O
3
+ 3H
2
O 20...45%
Siderita Carbonato de ferro FeCO
3
30...45%
Antes da fuso do minrio no alto-forno para a obteno do ferro gusa, o minrio deve ser
britado (quebrado). As impurezas ptreas so separadas por flotao e, em seguida, elimina-se a
umidade e parte do enxofre. Os minrios de granulometria fina so compactados formando briquetes.
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Transformao do minrio em metal
A transformao do minrio em metal feita no alto-forno que um forno de cuba com uma
altura de 30 a 80m e um dimetro mximo de 10 a 14m.
Neste forno entra o minrio e sai o ferro gusa que contm 5 6% de carbono, 3% de silcio
(Si), 6% de mangans (Mn) assim como altos teores de enxofre e fsforo. Um teor alto de carbono,
enxofre e fsforo tornam o ferro gusa muito frgil, no forjvel e no soldvel.
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Alto-forno (funcionamento)
A transformao do minrio em ferro gusa feita em dois movimentos: o movimento
descendente de carga (slidos) em oposio ao movimento ascendente dos gases.
Alto-forno
As cargas introduzidas na goela do alto-forno para ser obtido o ferro gusa so as seguintes:
Minrio
xido de ferro (Fe
2
O
3
) quebrado e aglomerado.
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Coque metalrgico
Possui grande resistncia ao esmagamento e uma excelente.
Porosidade para deixar passar a corrente gasosa.
Fundente adicional
Permite a separao do metal da ganga numa temperatura relativamente baixa. A
composio do fundente depende da natureza da ganga.
Exemplos de fundentes:
Mn
Atua como dissulfurante, desoxidante e elemento de liga, 33 a 35kg/ton de ao.
Cal
Adicionada para facilitar a fuso da escria e tambm um desfosforizante.
Fluorita CaF
2
Ajuda na fluidificao da escria.
Os movimentos descendente e ascendente produzidos no alto-forno formam as seguintes
zonas:
Secagem (entre 300
0
C e 350
0
C)
A gua contida nos elementos da carga evaporada e parte do enxofre tambm eliminada.
Reduo (entre 350
0
C e 750
0
C)
O minrio (xido de ferro) combina-se com o monxido de carbono (CO) (veja equao ao
lado).
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Equao qumica da reduo
3Fe
2
O
3
+ CO 2Fe
3
O
4
+ CO
2
Fe
3
O
4
+ CO 3FeO + CO
2
Carbonetao (entre 750
0
C e 1150
0
C)
Com a temperatura elevada, o xido de ferro entra em combinao parcial com o monxido de
carbono, formando o dixido de carbono. Numa outra reao, o ferro (Fe) combina-se com o carbono
formando a cementita Fe
3
C, numa combinao muito dura.
Aps a carbonetao, o ponto de fuso da liga ferro e carbono diminui bastante (veja equao
ao lado).
Equao qumica da carbonetao
3FeO + 3CO 3Fe + 3CO
2
3Fe + C Fe
3
C
Fuso (entre 1150
0
C e 1800
0
C)
Corresponde passagem do ferro carburado (o gusa) do estado slido ao lquido.
A transformao em lquido feita numa temperatura aproximada de 1600
0
C. O metal lquido
escorre para o fundo do cadinho, enquanto que sobre o metal fica a escria, separada por diferena
de densidade. A escria fica na superfcie e protege o gusa contra a oxidao que o ar injetado das
ventaneiras poderia provocar.
O ferro gusa que sai do alto-forno pode ser solidificado em pequenos lingotes que serviro de
matria-prima para uma segunda fuso, de onde resultar o ferro fundido, ou o gusa poder ser
transportado lquido (carro torpedo) para a aciaria.
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Ferro fundido
uma liga de ferro carbono com um teor de carbono de 2% a 4,5%. Esse material se
caracteriza frente ao ao por um ponto de fuso mais baixo e uma moldabilidade mais fcil. Portanto,
para peas de forma complicada, a fundio em ferro fundido mais econmica do que a fundio
em ao.
O ferro gusa transformado numa segunda fuso em ferro fundido (FoFo). Esta fuso feita
em fornos tipo cubil ou forno eltrico.
A carga desses fornos formada de lingotes de ferro gusa, sucata de ao e ferro fundido,
coque e fundente (calcrio), podem-se tambm adicionar elementos de liga como o cromo, nquel ou
molibdnio. Atravs desta segunda fuso, obtm-se uma estrutura mais densa com a granulao
mais fina e uniforme.
Forno cubil
O forno cubil um forno de cuba, cilndrico com um dimetro de aproximadamente um metro,
e uma altura de seis a oito metros.
Compe-se de uma camisa de chapa de ao revestida com um material refratrio. Esse forno
carregado por cima, como o alto-forno.
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Forno cubil
Aps o aquecimento, quando se encontra no estado lquido, o ferro fundido acumula-se em um
cadinho, na parte inferior, e, em seguida, feita a corrida. O ferro fundido vertido em uma caamba
de fundio e transportado at os moldes onde so fundidas as peas.
Tipos de ferro fundido
O carbono contido no ferro fundido pode estar combinado com o ferro formando a cementita
que dura e quebradia e apresenta uma fratura clara (ferro fundido branco).
Quando o carbono est separado do ferro formando veios de grafite, apresenta uma fratura
cinzenta (ferro fundido cinzento).
A quantidade e o tamanho dos veios de grafite que se formam dependem da composio
qumica e da velocidade de resfriamento.
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Aumentando o teor de silcio e diminuindo a velocidade de resfriamento, h maior formao de
grafite. No entanto, se aumentarmos o teor de mangans e a velocidade de resfriamento, o carbono
ficar combinado com o ferro formando a cementita.
Ferro fundido cinzento (GG)
Nesse tipo de ferro fundido, o carbono se apresenta na forma de veios de grafite. Esses veios
de grafite (lamelas) so formados devido a um resfriamento lento no momento da fundio e/ou
devido composio qumica do material (alto teor de silcio).
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O ferro fundido cinzento ou lamelar (GG ou GGL) , comercialmente, barato e tem as seguintes
caractersticas quanto ao processo de fabricao:
Funde-se com facilidade.
Contrai-se pouco ao esfriar.
Tem pouca tendncia a formar vazios internos.
Apresenta boa usinabilidade.
O ferro fundido cinzento apresenta tambm as seguintes propriedades mecnicas:
Fragilidade (resiste pouco s solicitaes por choque).
Resistncia baixa a trao (causada pelos veios de grafite).
Boa capacidade de deslizamento (melhor que a do ao).
Resistncia a compresso elevada.
Grande poder de amortecimento interno de vibraes mecnicas.
A resistncia a compresso e o poder de amortecimento de vibraes tornam o ferro fundido
cinzento ideal para confeces de carcaas de motores e corpos de mquinas.
Ferro fundido nodular (GGG)
Se se adicionam, na hora do vazamento do ferro fundido na panela, ligas de magnsio (nquel-
magnsio ou ferro-silcio-magnsio), o grafite no se agregar sob a forma de lamelas e sim sob a
forma de glbulos. Por essa razo esse ferro fundido chamado globular ou nodular.
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O grafite estando na forma globular proporciona ao ferro fundido maior resistncia a trao,
flexo e alongamento.
Outra caracterstica do ferro fundido nodular que ele resiste bem a agentes qumicos e ao
calor. Por isso muito usado em tubos e fornos de indstrias qumicas, em mquinas agrcolas, na
construo de tratores e automveis, na construo de bombas e turbinas.
Ferro fundido branco ou duro (GH)
Nesse tipo de ferro fundido, o carbono est sempre combinado com o ferro, formando um
componente duro na estrutura a cementita (Fe
3
C).
Composio tpica de ferro fundido duro
C...................................2,8 a 4,0%
Si..................................0,2 a 1,0%
Mn................................0,6 a 1,5%
S..................................0,2 a 0,45%
P...................................0,15 mx.
A cementita formada devido a um resfriamento rpido do ferro fundido e devido influncia
de elementos qumicos: um teor de silcio baixo e de mangans elevado.
Pela escolha adequada da composio qumica do ferro fundido e pelo controle da velocidade
de resfriamento do metal no molde, possvel fazer uma pea onde a superfcie seja de ferro fundido
duro e o ncleo de ferro fundido cinzento.
Essas caractersticas so interessantes para alguns tipos de peas como, por exemplo, a roda
de trem que deve ter resistncia ao desgaste e, ao mesmo tempo, resistncia a impactos.
Ferro fundido malevel (GT)
O ferro fundido malevel obtido a partir do ferro fundido branco que submetido
maleabilizao (tratamento trmico posterior fundio) tornando-se, assim, bem tenaz, algo
deformvel e facilmente usinvel.
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Composio tpica de um ferro fundido branco destinado a
ser maleabilizado.
Carbono combinado...................3,0 a 3,50%
Si................................................0,50 a 0,80%
Mn..............................................0,10 a 0,40%
S................................................0,20 a 0,05%
F.................................................0,15% mx.
Distinguem-se dois tipos de ferro fundido malevel:
Ferro fundido malevel branco
Ferro fundido malevel preto
Ferro fundido malevel branco (GTW)
prprio para a fabricao de peas pequenas de pequena espessura de parede.
Essas peas so fundidas em ferro fundido branco e depois, por um longo tratamento trmico
de descarbonetao, reduz-se o teor de carbono da superfcie da pea de 2 a 4% para 1 a 1,5% (com
isso conseguimos um material menos frgil).
O tratamento de descarbonetao consiste em colocar as peas fundidas em ferro fundido
branco em caixas contendo xidos de ferro finamente granulado. Depois, colocamos essas caixas em
fornos a temperatura de 900 a 1050
0
C durante dois a cinco dias. Ou segundo procedimentos mais
modernos, a pea aquecida em fornos eltricos ou a gs com uma atmosfera oxidante.
Atravs do aquecimento, o xido de ferro se decompe, liberando o oxignio que ir reagir com
o carbono contido na pea. Com isso se reduz o teor de carbono na superfcie da pea de 2,5 a 3,5%
para 0,5 a 1,8% C.
A profundidade de descarbonetao limitada e por isso se emprega esse tratamento em
peas de paredes delgadas de at 12mm.
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Ferro fundido malevel preto (GTS)
Para a obteno de ferro fundido malevel preto, faz-se um tratamento trmico de recozimento
no ferro fundido branco (800 a 900
0
C durante vrios dias) em uma atmosfera neutra, por exemplo,
envolvendo a pea em areia.
Diagrama do tratamento trmico
Nesse caso, a cementita do ferro fundido branco se decompe em grafite em forma de ndulos
e ferrita. Esse tipo de tratamento no depende da espessura da parede da pea.
Observao
Na figura seguinte, observamos um resumo de como so obtidos os vrios tipos de ferros
fundidos.
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Obteno dos vrios tipos de ferro fundido
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O processo de fundio
Para fundir uma pea, confecciona-se primeiro um modelo em madeira, ao, alumnio ou
plstico, de acordo com os planos tcnicos.
Esse modelo deve ser um pouco maior do que a pea, devido contrao do metal ao se
solidificar e esfriar conforme tabela seguinte.
Material Contrao do metal (%)
Ao
FoFo
Alumnio
Liga CuZnSn
2
1
1,25
1,50
As figuras a seguir mostram a sequncia da fundio de uma pea.
Desenho da pea
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Modelo fabricado em madeira, levando-se em conta a contrao do metal. Este modelo
dividido em duas partes. Coloca-se o modelo sob a caixa de fundio e compacta-se a areia.
Macho construdo em areia com Colocao do macho no molde
resina para ter maior resistncia
Vazamento do metal no molde Pea fundida com o canal de vazamento e
massalote
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importante notar que as propriedades mecnicas das peas fundidas variam dentro de uma
mesma pea em funo da espessura da parede, da forma da seco, da maior ou menor velocidade
de resfriamento em cada ponto.
As figuras a seguir mostram os defeitos mais comuns que aparecem nas peas fundidas.
Incluses de escrias
Escrias e xidos metlicos que se misturaram no metal durante o vazamento.
Poros
O material fundido no se solidifica uniformemente. A solidificao se produz de fora para
dentro. Nos lugares mais grossos da pea, formam-se vazios que so denominados poros ou
cavidades.
Para evitar esse problema, conveniente que as peas fundidas no tenham uma variao
brusca de espessura das paredes, ou que se acrescentem partes na pea que se solidifiquem por
ltimo e que iro conter os poros, bolhas e incluses. Essas partes so chamadas de massalote e
sero eliminadas depois.
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Trincas
A variao de seco provoca tambm diferentes velocidades de resfriamentos o que pode
ocasionar diferentes estruturas e tenses internas na pea, provocando trincas. Para uniformizar a
velocidade de resfriamento, podem-se alojar no molde placas de resfriamento.
Bolhas
A umidade da areia do molde se decompe em hidrognio e oxignio com a temperatura de
vazamento do metal e esses gases penetram na estrutura do material.
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Desigualdade na espessura das paredes
provocada pelo deslocamento do macho durante o vazamento.
Paredes mais grossas e irregulares
So provocadas pela compactao insuficiente da areia, que se desprende com a presso do
material durante a fundio.
Como descobrir defeitos de fundio
Antes da usinagem, interessante examinar as peas fundidas com a ajuda de raios X ou de
ultra-som para detectar defeitos (bolhas ou incluses internas). Caso contrrio esses defeitos s
sero percebidos durante a usinagem o que acarretar uma perda de tempo e elevao dos custos.
Classificao e nomenclatura dos ferros fundidos
As normas especificam os ferros fundidos com letras e nmeros onde cada um possui um
significado.
Nos exemplos, a seguir, temos especificaes segundo a norma DIN e ABNT.
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DIN GG 40
Resistncia a trao 400N/mm
2
Ferro fundido cinzento
GGG 60
Resistncia a trao 600N/mm
2
Ferro fundido nodular
ABNT FC 40
Resistncia a trao 400N/mm
2
Ferro fundido cinzento
Caractersticas segundo DIN
Smbolo GG
Densidade: 7,25kg/dm
3
Ponto de fuso: 1150 1250
0
C
Temperatura de fundio: 1350
0
C
Resistncia a trao: 10 40kp/mm
2
Alongamento: insignificante
Contrao: 1%
Composio: 2,6 - 3,6% C
1,8 - 2,5% Si
0,4 - 1,0% Mn
0,2 - 0,9% P
0,08 - 0,12% S
Classificao do ferro fundido cinzento
O ferro fundido classificado por suas classes de qualidade. Essas classes so especificadas
por vrios sistemas de normas tais como DIN, ASTM, etc. Por exemplo, a ABNT especifica as
classificaes da seguinte forma:
As classes FC10 e FC15 possuem excelentes fusibilidade e usinabilidade e so indicadas,
principalmente a FC15, para bases de mquinas e carcaas metlicas.
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As classes FC20 e FC25 aplicam-se em elementos estruturais de mquinas, barramentos,
cabeotes, mesas, etc.
As classes FC30 e FC35 possuem maior dureza e resistncia mecnica e aplicam-se em
engrenagens, buchas, blocos de motor, etc.
A classe FC40 de maior resistncia que as outras possui elementos de liga, como cromo,
nquel e molibdnio, sendo empregada em peas de espessuras mdias e grandes.
Classes de ferros fundidos cinzentos segundo ABNT
Classe
Limite de resistncia a
trao (min.)
X 10 [N/mm
2
]
Dureza brinell
(valores
mximos)
Resistncia flexo esttica
(valores mdios)
X 10 [N/mm
2
]
FC10 10 201 -
FC15 23
18
15
11
241
223
212
201
34
32
30
27
FC20 28
23
20
16
255
235
223
217
41
39
36
33
FC25 33
28
25
21
269
248
241
229
-
46
42
39
FC30 33 269 -
30 262 48
26 248 45
FC35 38
35
31
-
277
269
-
54
51
FC40 40
36
-
-
60
57
Tecnologia dos Materiais
39
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
A ASTM agrupa os ferros fundidos cinzentos em sete classes. Os nmeros das classes ASTM
representam valores de resistncia a trao em l b/pol
2
, os valores mtricos para o limite de
resistncia a trao so aproximados.
Classes Resistncia a trao Resistncia a trao
20 20.000 l b/pol
2
140N/mm
2
25 25.000 l b/pol
2
175N/mm
2
30 30.000 l b/pol
2
210 N/mm
2
35 35.000 l b/pol
2
245N/mm
2
40 40.000 l b/pol
2
280N/mm
2
50 50.000 l b/pol
2
350N/mm
2
60 60.000 l b/pol
2
420N/mm
2
Classificao de ferro fundido nodular segundo ABNT especificao P-EB-585.
A ttulo informativo
Classe
Limite de
resistncia
a trao,
min.
Kg/mm
2
Limite de
escoamento
(0,2%) min.
Kg/min
2
Alongamento
(5d), min. %
Faixa de
dureza
aproximada
brinell
Estruturas
predominantes
FE 3817
FE 4212
FE 5007
FE 6002
FE 7002
FE 3817
RI*
38,0
42,0
50,0
80,0
70,0
38,0
24,0
28,0
35,0
40,0
45,0
24,0
17
12
7
2
2
17
140-180
150-200
170-240
210-280
230-300
140-180
Ferrtica
Ferrtica-perltica
Perltica-ferrtica
Perltica
Perltica
Ferrtica
*Classe com requisito de resistncia a choque.
Tecnologia dos Materiais
40
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Aplicaes dos ferros fundidos cinzentos, segundo as classes ASTM
Classe Espessura das peas Aplicaes
20
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
Utenslios domsticos, anis de pisto, produtos
sanitrios, etc.
Bases de mquinas, fundidos ornamentais, carcaas
metlicas, tampas de poos de inspeo, etc.
Certos tipos de tubos, conexes, bases de mquinas
pesadas, etc.
25
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
Aplicaes idnticas s da classe 20, quando se necessita
de maior resistncia mecnica.
30
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
Elementos construtivos: pequenos tambores de freio,
placas de embreagem, crters, blocos de motor,
cabeotes, buchas, grades de filtro, rotores, carcaas de
compressor, tubos, conexes, pistes hidrulicos,
barramentos e componentes diversos usados em
conjuntos eltricos, mecnicos e automotivos.
35
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
Aplicaes idnticas s da classe 30.
40
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
Aplicaes de maior responsabilidade, de maiores
durezas e resistncia a trao, para o que se pode usar
inoculao ou elementos de liga em baixos teores:
engrenagens, eixo de comando de vlvulas, pequenos
virabrequins, grandes blocos de motor, cabeotes,
buchas, bombas, compressores, rotores, vlvulas,
munhes, cilindros e anis de locomotivas, bigornas,
pistes hidrulicos, etc.
50
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
Aplicaes idnticas s da classe 40.
60
Fina: at 13mm
Mdia: de 13 a 25mm
Grossa: acima de 25mm
a classe de maior resistncia mecnica, usando-se
normalmente pequenos teores de Ni, Cr e Mo.
Tambores de freio especiais, virabrequins, bielas,
cabeotes, corpos de mquina diesel, peas de bombas
de alta presso, carcaas de britadores, matrizes para
forjar a quente, cilindros hidrulicos, etc.
Tecnologia dos Materiais
41
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Especificaes ASTM de ferro fundido nodular
Classe
Limite de resist.
a trao min.
Kg/mm
2
Limite de
escoamento
min.
Kg/mm
2
Alongamento
min. Em 2
%
Condio Aplicaes
ASTM-A 339-55
80-60-03 56 42 3 Fundido Uso geral
60-45-10 42 31,5 10 Geralmente
recozido
Uso geral
ASTM-A 396-58
120-90-02 84 63 2
Tratado
termicamente
Para elevada
resistncia mecnica
100-70-03 70 49 3 Idem Idem
ASTM-A 395-56T
60-45-15
60-40-18
42
42
31,5
28
15
18
Recozido
Recozido
Equipamento
pressurizado a
temperaturas
elevadas
Os nmeros indicativos das classes referem-se aos valores:
do limite de resistncia a trao (em milhares de libras por polegada quadrada);
do limite de escoamento (em milhares de libras por polegada quadrada);
do alongamento em porcentagem de um corpo de prova de 2.
Denominao de ferro fundido segundo norma DIN 17006
GG Ferro fundido cinzento
Exemplo:
GG-18 Ferro fundido cinzento com resistncia a trao de 180N/mm
2
GGK Ferro fundido cinzento em coquilha
GGZ Ferro fundido cinzento centrifugado
Tecnologia dos Materiais
42
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
GH Ferro fundido duro
Exemplo:
GH-25 Ferro fundido com uma camada de ferro fundido branco de 25mm e o ncleo com
ferro fundido cinzento
GH-95 Dureza shore de 95
Observao
Numerao at 50 especifica a profundidade da camada dura em milmetros. Numerao
acima de 50 especifica a dureza shore.
GT Ferro fundido malevel
Exemplo:
GTW-35 Ferro fundido malevel branco com resistncia a trao de 340N/mm
2
GTS-35 Ferro fundido malevel preto com resistncia a trao de 330N/mm
2
Tecnologia dos Materiais
43
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Ferro fundido com grafite lamelar Smbolo Resist. a
trao
N/mm
2
Resist. a
trao N/mm
2
Densidade
kg/dm
3
Propriedades
GG-10
GG-20
100
200
-
350
7.2 Ferro fundido comum sem qualidade
especial para uso geral.
GG-25
GG-35
GG-40
250
340
390
420
530
590
7.35 Ferro fundido de alta qualidade para
peas altamente solicitadas como por
exemplo cilindros, mbolos.
Ferro fundido nodular Limite de
alongamento
0,2%*
N/mm
2
Alongamen-to
de ruptura
( l o = 5do)
%
Usinabilidade Propriedades
GGG-40
GGG-50
GGG-60
GGG-70
400
500
600
700
250
320
380
440
15
7
3
2
Boa
Muito boa
Muito boa
boa
GGG tem
propriedades
semelhantes ao ao
devido ao carbono
em forma de grafite
esferoidal.
Ferro fundido malevel Alongamento
de ruptura
( l o = 3do)
Aplicao
GTW-40
GTW-55
GTS-45
390
540
440
215
355
295
5
5
7
Peas de parede fina de fundio
tenaz por exemplo rodas, chaves,
conexes.
*O alongamento de 0,2% de comprimento inicial l o o usado para limite de elasticidade de
materiais no dcteis.
Tecnologia dos Materiais
44
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Questionrio Resumo
1. Quais as substncias que normalmente vm agrupadas com os minrios de ferro ?
2. Defina ferro fundido ?
3. Quais so os tipos de ferro fundido? Cite as suas propriedades gerais.
4. Especifique FC-40 GG-30 GTS-40 GGG-60 FE4212.
5. Como feita a fundio em areia ?
6. Quais os defeitos mais comuns em peas fundidas ?
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45
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AO
Objetivos
Ao final desta unidade o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Processos de obteno do ao.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Influncia dos elementos de liga nas propriedades dos aos;
Processo de refinao e enriquecimento do ao;
Normalizao conforme ABNT, SAE, AISI e DIN.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Selecionar os aos em funo de suas propriedades mecnicas;
Interpretar normas de identificao dos aos.
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46
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Definio de ao
uma liga de ferro e carbono que contm no mximo 2,0% de carbono, alm de certos
elementos residuais resultantes dos processos de fabricao.
Obteno do ao
O ferro gusa que sai do alto-forno tem alto teor de carbono (3 a 5%) e elevado teor de
impurezas como enxofre, fsforo, mangans e silcio.
Para transformar o ferro gusa em ao, necessrio reduzir o seu teor de carbono (0 2,0%),
mangans, silcio e eliminar, ao mximo, o seu teor de fsforo e enxofre. Para tanto, existem vrios
processos.
Processo Bessemer e Thomas-Bessemer
O conversor Bessemer tem um revestimento de tijolos de slica que no pode ser utilizado com
ferro gusa rico em fsforo.
O conversor Thomas-Bessemer, por sua vez, tem um revestimento de tijolos de dolomita rica
em cal adequada para trabalhar com ferro gusa rico em fsforo.
Em ambos os processos, Bessemer ou Thomas-Bessemer, reduz-se o teor de carbono do
ferro gusa pela injeo de ar por orifcios que existem no fundo do conversor.
O ferro gusa lquido procedente do misturador vertido no conversor em posio horizontal,
adicionando-se cal ou dolomita.
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47
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Processo Bessemer e Thomas-Bessemer
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48
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Colocando-se o conversor na posio vertical, o ar enriquecido com oxignio soprado
durante dez a vinte minutos. Durante esse tempo o oxignio reage com o carbono, e o silcio, o
mangans e a cal reagem com o fsforo formando a escria.
A escria do conversor Thomas-Bessemer moda e utilizada como adubo por possuir alto
teor de fsforo.
Produtos do conversor Bessemer e Thomas-Bessemer
Ao ao carbono no-ligados.
Conversor a oxignio (LD)
Nos conversores a oxignio, fabricada mais de 50% da produo mundial de ao. No Brasil,
eles so tambm amplamente utilizados.
A carga desse conversor constituda de ferro gusa lquido, sucata de ferro, minrio de ferro e
aditivos (fundentes).
Com uma lana refrigerada com gua, injeta-se oxignio puro a uma presso de 4 a 12 bar no
conversor.
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49
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Processo conversor a oxignio (LD)
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50
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
A oxidao do carbono e dos acompanhantes do ferro libera grande quantidade de calor. Para
neutralizar essa elevada temperatura que prejudicaria o refratrio, adiciona-se sucata ou minrio de
ferro.
Pela adio de fundentes como a cal, os acompanhantes do ferro como o mangans, silcio,
fsforo e enxofre unem-se formando a escria.
Para aumentar a qualidade do ao, adicionam-se os elementos de liga no final ou quando o
ao est sendo vertido na panela.
Os aos produzidos no LD no contm nitrognio pois no se injeta ar, da a alta qualidade
obtida. Esse conversor oferece vantagens econmicas sobre os conversores Thomas-Bessemer e
Siemens-Martin.
Produtos do conversor a oxignio (LD)
Aos no-ligados
Aos para cementao
Aos de baixa liga
Conversor Siemens-Martin
O forno Siemens-Martin um forno de cmara fixo. A carga do forno pode ser constituda de
70% de sucata de ao e o resto de ferro gusa e fundentes (cal) para formar a escria.
Tecnologia dos Materiais
51
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Representao esquemtica de um forno Siemens-Martin
A temperatura de fuso de 1800
0
C, que se consegue pela queima de gs ou leo.
Os gases produzidos pela combusto saem do forno e passam, atravs de um empilhamento
de tijolos, pela parte inferior do forno (recuperador) onde cedem calor dirigindo-se depois para a
chamin. A cada vinte minutos mais ou menos, o sentido dos gases invertido de modo que o ar
passe pelo recuperador que est aquecido.
Produtos do conversor Siemens-Martin
Aos carbono no-ligados
Aos de baixa liga
Aos-ferramenta que no exigem alta qualidade
Forno eltrico
Os aos finos, em particular os altamente ligados, so obtidos em fornos eltricos.
Tecnologia dos Materiais
52
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Com o ao vindo do conversor a oxignio ou Siemens-Martin e mais sucata selecionada
alimenta-se o forno eltrico. Nesse forno, o ao purificado e adicionam-se os elementos de liga
desejados. Como a gerao de calor se d por uma corrente eltrica, no existe nenhuma chama de
gs que desprenda enxofre.
Existem dois tipos de fornos eltricos para a produo de ao:
Forno de arco voltaico
Forno de induo
O forno de arco voltaico tem dois ou trs eletrodos de carvo. Ao ligar, a corrente eltrica
salta em arco voltaico das barras de carvo passando pelo material a fundir. A temperatura obtida
neste processo da ordem de 3600
0
C, o que torna possvel fundir elementos de liga como o
tungstnio (temperatura de fuso 3370
0
C) ou molibdnio (temperatura de fuso 2600
0
C).
Forno de arco voltaico
No forno de induo a corrente alternada passa por uma bobina situada ao redor de um
cadinho, com isto se induzem correntes parasitas no material a fundir que aquecem o banho. Esse
forno empregado para fabricao de aos altamente ligados e de ferro fundido nodular.
Tecnologia dos Materiais
53
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Forno de induo
Solidificao do ao
Os aos produzidos nos conversores so colocados em panelas e destas panelas so vertidos
em moldes de fundio ou em lingoteiras onde se solidificam em forma de lingotes quadrados ou
redondos.
Esses lingotes sero transformados em produtos semi-acabados por meio de prensagem,
forjamento ou laminao em chapas, barras de perfil L, U, redondas, sextavadas, etc.
Tecnologia dos Materiais
54
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
O ao lquido dentro do molde comea a se solidificar das paredes para o centro da pea. Com
o processo de solidificao, h a formao de gases devido a reaes qumicas, tais como
decomposio da gua em hidrognio e oxignio, reao do carbono com o xido de ferro gerando
ferro e gs carbnico.
As bolhas de gs ascendentes originam um forte movimento do ao que ainda est lquido,
com isto os gases, o fsforo, o enxofre, o silcio so deslocados para o interior do bloco que ir se
resfriar por ltimo. A esse processo chamamos segregao.
Lingote com massalote
As acumulaes de fsforo no ao produzem fragilidade (perigo de ruptura na conformao a
frio). As acumulaes de enxofre no ao ocasionam fragilidade a quente (perigo de ruptura na
laminao ou no forjamento). Altos teores localizados de W, Ti, Mo produzem pontos duros que
podem ocasionar a ruptura das peas.
Aos fundidos acalmados
Para evitar o acmulo de gases no interior do ao, so adicionados alumnio, silcio ou
mangans ao se fundir ou vazar o ao. O oxignio se une a esses elementos formando xidos
metlicos que no podem ser reduzidos pelo carbono (equao 2FeO + Si + 2Fe + SiO
2
). Obtm-
se por meio desse processo um ao acalmado.
Tecnologia dos Materiais
55
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
O ao solidificado acalmado possui uma boa homogeneidade e , desta forma, diminui-se a
segregao. Os aos de qualidade so sempre acalmados, pois caso contrrio o oxignio oxidaria os
componentes da ligao.
Bolhas e cavidades em lingotes de ao
Tratamento a vcuo
Os gases absorvidos pelo ao lquido so prejudiciais, por isso aos ligados de alta qualidade
devem ser desgaseificados.
Os xidos (de ferro ou elementos de liga) tornam o ao quebradio; o nitrognio produz
envelhecimento; o hidrognio produz fortes tenses e pequenas trincas entre os cristais.
Para desgaseificar o ao lquido se emprega o tratamento a vcuo. A figura seguinte mostra
dois tipos desse tratamento.
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56
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Tratamento a vcuo
Os aos que passam por esse processo apresentam maior grau de pureza, o que resulta em
maior tenacidade e melhor resistncia fadiga.
Refuso eltrica sob escria
Por esse processo, um bloco de ao ligado fundido em forno eltrico se torna um eletrodo e
goteja atravs de uma escria, desembocando em uma coquilha de cobre refrigerada por gua. A
escria faz a vez de uma resistncia eltrica, gerando calor necessrio para a fuso, ao ser
percorrida pela corrente eltrica.
Tecnologia dos Materiais
57
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Nessa escria, so retidas ao mesmo tempo as substncias no desejadas e os gases
dissolvidos no ao.
Por esse processo, obtm-se blocos (tarugos) de ao altamente ligados com uma textura
uniforme sem segregao ou incluses.
Influncia dos elementos de liga nos aos
Devido s necessidades industriais, a pesquisa e a experincia possibilitaram descoberta de
aos especiais, mediante a adio e a dosagem de certos elementos no ao carbono.
Conseguiram-se assim aos-liga com caractersticas como resistncia a trao e a corroso,
elasticidade, dureza, etc. bem melhores do que as dos aos ao carbono comuns.
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58
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Influncia dos elementos de liga nas propriedades do ao
Elemento Eleva Abaixa
Carbono C Resistncia, dureza, temperabilidade Ponto de fuso, tenacidade,
alongamento, soldabilidade e
forjabilidade
Silcio Si Elasticidade, resistncia a trao,
profundidade de tmpera, dureza a
quente, resistncia a corroso, separao
da grafite no ferro fundido
Soldabilidade
Fsforo P Fluidez, fragilidade a frio, resistncia a
quente
Alongamento, resistncia a
choque
N
o
-
m
e
t
a
i
s
Enxofre S Quebra de cavaco, viscosidade Resistncia a choque
Mangans Mn Profundidade de tmpera, resistncia a
trao, resistncia a choque, resistncia a
desgaste
Facilidade de ser
transformado (laminado,
trefilado); separao da
grafite no ferro fundido
Nquel Ni Tenacidade, resistncia a trao,
resistncia a corroso, resistncia
eltrica, resistncia a quente,
profundidade de tmpera
Dilatao trmica
Cromo Cr Dureza, resistncia a trao, resistncia a
quente, temperatura de tmpera,
resistncia a frio, resistncia a desgaste,
resistncia a corroso
Alongamento (em grau
reduzido)
Vandio V Resistncia a fadiga, dureza, tenacidade,
resistncia a quente
Sensibilidade ao
aparecimento de trincas por
aquecimentos sucessivos
Molibdnio Mo Dureza, resistncia a quente, resistncia
a fadiga
Alongamento, forjabilidade
Cobalto Co Dureza, capacidade de corte, resistncia
a quente
Tenacidade, sensibilidade ao
aparecimento de trincas por
aquecimentos sucessivos
M
e
t
a
i
s
Tungstnio W Dureza, resistncia a trao, resistncia a
corroso, temperatura de tmpera,
resistncia a quente, resistncia a
desgaste
Alongamento (em grau
reduzido)
Tecnologia dos Materiais
59
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Classificao dos aos
Podemos classificar os aos segundo a sua aplicao em:
Aos de construo em geral
Aos para tornos automticos
Aos para cementao
Aos para beneficiamento
Aos para nitretao
Aos inoxidveis
Aos para ferramentas
- para trabalho a frio
- para trabalho a quente
- aos rpidos
Aos de construo em geral
Os aos de construo em geral so aos bsicos no-ligados que so selecionados pela sua
resistncia a trao e pelo seu limite de elasticidade, ou so aos no-ligados de qualidade que
devem satisfazer a exigncias tais como forjabilidade e soldabilidade. Nesse ltimo caso, so
controlados os teores de carbono, fsforo e enxofre.
As aplicaes comuns desses aos so em construo de edifcios, pontes, depsitos,
automveis e mquinas.
Tecnologia dos Materiais
60
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Norma DIN
Aos para torno automtico
So aos de qualidade no-ligados ou de baixa liga utilizados na fabricao de peas em
tornos automticos e devem desprender cavacos quebradios e curtos.
Esta propriedade (cavaco curto) obtm-se mediante um teor conveniente de enxofre. Os aos
para tornos automticos contm: 0,07 a 0,65% de carbono, 0,18 a 0,4% de enxofre, 0,6 a 1,5% de
mangans, 0,05 a 0,4% de silcio e, quando se pede uma melhor fragilidade do cavaco e superfcies
lisas, o ao deve conter, alm dos elementos j citados, 0,15 a 0,3% de chumbo.
Exemplos:
10 S 20
11 S Mn 28
11 S Mn Pb 28
35 S 20
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61
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Aos para cementao
So aos com baixo teor de carbono (0,1 a 0,2%) que, por meio de um tratamento
termoqumico, sofrem uma elevao de seu teor de carbono na superfcie da pea a fim de aumentar
a dureza superficial conservando o ncleo tenaz para resistir a choques.
Trata-se de aos de qualidade no-ligados, aos finos ou aos finos ligados.
Na superfcie da pea endurecida por cementao alcana-se uma dureza de 59 HRC.
Exemplos:
C 10
CK 10
16 Mn Cr 5
17 Cr Ni Mo 6
Aos para beneficiamento
So aos que, por meio de um tratamento trmico de beneficiamento (tmpera mais
revenimento), consegue-se um aumento de resistncia, dureza e tenacidade.
Os aos para beneficiamento no-ligados possuem um teor de carbono acima de 0,3% e s se
pode beneficiar uma camada delgada. Quando se deseja beneficiar uma camada mais espessa,
empregam-se aos para beneficiamento ligados.
As aplicaes comuns desses aos so em: eixos, parafusos, engrenagens, molas.
Exemplos:
C 30
CK 60
42 Cr Mo 4
Aos para nitretao
So aos que, pela introduo de nitrognio por meio de tratamento termoqumico, aumenta-se
a dureza superficial das peas (at 67 HRC).
Tecnologia dos Materiais
62
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Esses aos contm cromo, molibdnio e alumnio que favorecem a absoro do nitrognio.
As aplicaes comuns desses aos so em: engrenagens, matrizes de trabalho a quente.
Exemplos:
31 Cr Mo 12
34 Cr Al Ni 7
Aos inoxidveis
So aos que possuem um teor mnimo de 12% de cromo e se caracterizam pela sua grande
estabilidade frente a substncias agressivas (gua, ar, gases, cidos e bases).
As aplicaes comuns desses aos so na indstria qumica e na de alimentos e em
aparelhos cirrgicos, talheres, etc.
Exemplos:
X 3 Cr Ni 18 10
X 10 Cr Ni Mo Ti 18 12
X 5 Cr Ni 18 9
Aos para ferramentas
So os que se empregam para trabalhar outros materiais com ou sem a remoo de cavacos.
So subdivididos em:
Aos para trabalho a frio
Aos para trabalho a quente
Aos rpidos
Aos para trabalho a frio
Destinam-se fabricao de ferramentas utilizadas no processamento a frio de ao, ferro
fundido e metais no-ferrosos.
Tecnologia dos Materiais
63
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
As principais propriedades destes aos so:
Alta resistncia a abraso
Elevada resistncia de corte
Alta tenacidade
Alta resistncia a choque
Grande estabilidade dimensional
As aplicaes comuns desses aos so em facas e punes de corte, estampos de
dobramento, estampagem, cunhagem, matrizes, trefilao, etc.
Exemplos:
X 210 Cr 12
X 210 Cr W 12
X 155 Cr V Mo 12 1
Aos para trabalho a quente
So aos que se destinam fabricao de ferramentas utilizadas no processamento a quente
de materiais.
Suas principais caractersticas so alta resistncia a revenimento, elevada resistncia
mecnica a quente, boa tenacidade, grande resistncia a abraso em temperaturas elevadas, boa
condutividade trmica, elevada resistncia a fadiga e boa resistncia formao de trincas
provocadas por aquecimento e resfriamentos sucessivos.
As aplicaes comuns desses aos so em matrizes de forjamento, matrizes para fundio de
lato ou alumnio sob presso, matrizes para extruso a quente, etc.
Exemplos:
X 37 Cr Mo W 5 1
X 40 Cr Mo V 5 1
50 Ni Cr 13
Tecnologia dos Materiais
64
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Aos rpidos
So aos onde os elementos de liga formam carbonetos complexos que so duros e
resistentes ao desgaste e a altas temperaturas.
Norma DIN
A seqncia dos componentes sempre a mesma: W Mo V Co
Exemplo:
S - 6 - 5 - 2 - 5
ao rpido 6% W 5% Mo 2% V 5% Co
So assim designados pela sua capacidade de usinar metais com velocidade de corte maiores
do que as possveis com aos ferramenta ao carbono.
As aplicaes comuns desses aos so em: bits, fresas, brocas especiais, machos, brochas.
Normas
ABNT SAE AISI
A ABNT se baseou nos sistemas americanos SAE e AISI, resultando a norma NBR 6006.
Ao a liga composta de ferro (Fe) e carbono (C). Contm, ainda, pequenas porcentagens de
mangans (Mn), silcio (Si), enxofre (S) e fsforo (P), que so considerados elementos residuais do
processo de obteno.
O elemento que exerce maior influncia o carbono e o seu teor nos aos ao carbono varia de
0,008 a 2% C aproximadamente.
O ao representado por um nmero como nos exemplos abaixo.
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65
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Exemplos:
Os aos mais usados industrialmente possuem teores de carbono que variam entre 0,1 a
0,95%C, ou seja, ao 1010 a 1095. Acima de 0,95%C so considerados como aos ao carbono
especiais.
Para fins de aplicaes industriais e de tratamentos trmicos, os aos ao carbono classificam-
se em:
Aos de baixo teor de carbono 1010 a 1035
Aos de mdio teor de carbono 1040 a 1065
Aos de alto teor de carbono 1070 a 1095
A tabela seguinte apresenta aos ao carbono para construo mecnica.
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Classificao ABNT dos aos ao carbono
Designao Carbono % Mangans %
1006 A
1008 A
1010 A
1015 A
1020 A
1025 A
1026 A
1030 A
1035 A
1038 A
1040 A
1041 A
1043 A
1045 A
1050 A
1060 A
1070 A
1080 A
1090 A
1095 A
0,08 max
0,10max
0,08 0,13
0,13 0,18
0,18 0,23
0,22 0,28
0,22 0,28
0,28 0,34
0,32 0,38
0,35 0,42
0,37 0,44
0,36 0,44
0,40 0,47
0,43 0,50
0,47 0,55
0,55 0,66
0,65 0,76
0,75 0,88
0,85 0,98
0,90 1,03
0,25 0,40
0,25 0,50
0,30 0,60
0,30 0,60
0,30 0,60
0,30 0,60
0,60 0,90
0,60 0,90
0,60 0,90
0,60 0,90
0,60 0,90
1,35 1,65
0,70 1,00
0,60 0,90
0,70 1,00
0,60 0,90
0,60 0,90
0,60 0,90
0,60 0,90
0,30 0,50
A tabela seguinte apresenta a classificao dos aos-liga, segundo ABNT.
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Classificao ABNT dos aos-liga
Designao C % Mn % Si % Cr % Ni % Mo %
1340
4130
4135
4140
4320
4340
5115
5120
5130
5135
5140
5160
E52100
6150
8615
8620
8630
8640
8645
8650
8660
E9315
0,38 0,43
0,28 0,33
0,33 0,38
0,38 0,43
0,17 0,22
0,38 0,43
0,13 0,18
0,17 0,22
0,28 0,33
0,33 0,38
0,38 0,43
0,55 0,65
0,95 1,00
0,48 0,53
0,13 0,18
0,18 0,23
0,28 0,33
0,38 0,43
0,43 0,48
0,40 0,53
0,55 0,65
0,13 0,18
1,60 1,90
0,40 0,60
0,70 0,90
0,75 1,00
0,45 0,65
0,60 0,80
0,70 0,90
0,70 0,90
0,70 0,90
0,60 0,80
0,70 0,90
0,75 1,00
0,25 0,45
0,70 0,90
0,70 0,90
0,70 0,90
0,70 0,90
0,75 1,00
0,75 1,00
0,75 1,00
0,75 1,00
0,45 0,65
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,20 0,35
0,80 1,10
0,80 1,10
0,80 1,10
0,40 0,60
0,70 0,90
0,70 0,90
0,70 0,90
0,80 1,10
0,80 1,05
0,70 0,90
0,70 0,90
1,30 1,60
0,80 1,10
0,40 0,60
0,40 0,60
0,40 0,60
0,40 0,60
0,40 0,60
0,40 0,60
0,40 0,60
1,00 1,40
-
-
-
1,65 2,00
1,65 2,00
-
-
-
-
-
-
-
-
0,40 0,70
0,40 0,70
0,40 0,70
0,40 0,70
0,40 0,70
0,40 0,70
0,40 0,70
3,00 3,50
0,15 0,25
0,15 0,25
0,15 0,25
0,20 0,30
0,20 0,30
-
-
-
-
-
-
-
0,15 0,25
0,15 0,25
0,15 0,25
0,15 0,25
0,15 0,25
0,15 0,25
0,15 0,25
0,08 0,15
O tipo 6150 tem 0,15% de vandio
A tabela seguinte apresenta as classes de aos com suas respectivas composies segundo
normas SAE AISI ABNT:
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Sistema SAE e AISI de classificao dos aos
Designao
SAE AISI
Tipo de ao
10XX
11XX
13XX
23XX
25XX
31XX
33XX
303XX
40XX
41XX
43XX
46XX
47XX
48XX
50XX
51XX
501XX
511XX
521XX
514XX
515XX
61XX
86XX
87XX
92XX
93XX
98XX
950
XXBXX
XXLXX
C 10XX
C 11XX
13XX
23XX
25XX
31XX
E 33XX
-
40XX
41XX
43XX
46XX
47XX
48XX
50XX
51XX
-
E511XX
E521XX
-
-
61XX
86XX
87XX
92XX
93XX
98XX
-
XXBXX
CXXLXX
Aos-carbono comuns
Aos de usinagem (ou corte) fcil, com alto S
Aos-mangans com 1,75% de Mn
Aos-nquel com 3,5% de Ni
Aos-nquel com 5,0% de Ni
Aos-nquel-cromo com 1,25% de Ni e 0,65% de Cr
Aos-nquel-cromo com 3,50% de Ni e 1,57% de Cr
Aos resistentes corroso e ao calor ao Ni-Cr
Aos-molibdnio com 0,25% de Mo
Aos-cromo-molibdnio com 0,50% ou 0,95% de Cr e 0,12%, 0,20% ou
0,25% de Mo
Aos-nquel-cromo-molibdnio, com 1,82% de Ni, 0,50% ou 0,80% de Cr e
0,25% de Mo
Aos-nquel-molibdnio com 1,57% ou 1,82% de Ni e 0,20 ou 0,25 de Mo
Aos-nquel-cromo-molibdnio com 1,05% de Ni, 0,45% de Cr e 0,20% de
Mo
Aos-nquel-molibdnio com 3,50% de Ni e 0,25% de Mo
Aos-cromo com 0,27%, 0,40% ou 0,50% de Cr
Aos-cromo com 0,80% a 1,05% de Cr
Aos de baixo cromo para rolamentos, com 0,50% de Cr
Aos de mdio cromo para rolamentos, com 1,02% de Cr
Aos de alto cromo para rolamentos, com 1,45% de Cr
Aos resistentes corroso e ao calor ao Cr
Aos resistentes corroso e ao calor ao Cr
Aos-cromo-vandio com 0,80% ou 0,95% de Cr e 0,10% ou 0,15% de V
(min.)
Aos-nquel-cromo-molibdnio com 0,55% de Ni, 0,50% ou 0,65% de Cr e
0,20% de Mo
Aos-nquel-cromo-molibdnio com 0,55% de Ni, 0,50% de Cr e 0,25% de
Mo
Aos-silcio-mangans com 0,65%, 0,82%, 0,85% ou 0,87% de Mn, 1,40 ou
2,00% de Si e 0%, 0,17%, 0,32% ou 0,65% de Cr
Aos-nquel-cromo-molibdnio com 3,25% de Ni, 1,20% de Cr e 0,12% de
Mo
Aos-nquel-cromo-molibdnio com 1,00% de Ni, 0,80% de Cr e 0,25% de
Mo
Aos de baixo teor em liga e alta resistncia
Aos-boro com 0,0005% de B min.
Aos-chumbo com 0,15% - 0,35% de Pb
Exemplo de utilizao da tabela:
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Observaes:
Letras adicionais na nomenclatura do ao tm os seguintes significados:
B... Ao obtido pelo processo Bessemer.
C... Ao obtido em forno Siemens-Martin.
E... Ao obtido em forno eltrico.
X... Anlise fora da norma.
TS... Norma estabelecida para prova.
..B.. Ao contendo, no mnimo, 0,0005% boro.
LC.. Ao com baixo teor de carbono C mx de 0,03%C.
F... Ao de cavaco curto para tornos automticos.
..L.. Indica presena de chumbo (0,15% a 0,35% Pb).
Exemplos:
B 1 1 1 3
C 1 1 4 5
E 3 3 1 0
46 B 12
12 L 14
Normalizao dos aos conforme norma DIN 17006
A norma DIN 17006 divide os aos em trs tipos:
Ao sem ligas
Ao com baixa liga (elementos de ligas 5%)
Ao com alta liga (elementos de ligas 5%)
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Designao e normalizao dos aos sem ligas
Aos de baixa qualidade: so tipos de aos de baixa pureza, sem ligas e que no podem ser
tratados termicamente. So designados atravs das letras St (ao)
e da resistncia mnima a ruptura.
Aos ao carbono: tm melhor pureza, podem ser tratados termicamente.
So designados atravs da letra C (carbono) e da porcentagem do carbono.
Para caracterizar a diferena dos aos finos no-ligados, alm da letra C colocam-se letras
com os seguintes significados:
K-Ao fino com teor de enxofre mais fsforo menor do que 0,01%
f -Ao para tmpera a chama e por induo
q-Ao para cementao e beneficiamento, adequado para deformao a frio.
Normalizao
Aos de baixa qualidade
Exerccio:
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Aos ao carbono
Exerccios:
Designao e normalizao dos aos com baixa liga
So aos que possuem no mximo at 5% de teor de ligas.
Para designar o teor dos elementos de liga, os nmeros na norma devem ser divididos pelos
fatores correspondentes ao elemento qumico. Os fatores so apresentados na tabela a seguir.
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Fatores para elementos de liga
Fator 4 Fator 10 Fator 100
Cobalto Co
Cr
Mn
Ni
Si
Tungstnio W
Alumnio Al
Mo
Ti
Vandio V
Carbono C
P
S
N
A norma se compe dos seguintes elementos:
No se coloca a letra C para o carbono.
As outras letras definem os elementos de liga.
Os nmeros divididos pelos fatores definem o teor dos elementos e so colocados na
mesma seqncia, como as letras.
Aos com baixa liga
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Exerccio:
16 Mn Cr 5
17 Cr Ni Mo 6
Designao e normalizao dos aos com alta liga
So aos com um teor de liga acima de 5%.
Para design-los, coloca-se um X em frente do teor de carbono.
Todos os elementos, exceto o carbono, tm o fator 1, ou seja, os nmeros apresentam o valor
de teor real.
Aos rpidos para ferramentas so designados da seguinte forma:
S 6 5 2 5
Coloca-se S (ao rpido) no incio e os teores das ligas.
O teor de carbono s pode ser determinado atravs da especificao do produtor.
Aos com alta liga
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Designao completa segundo a norma DIN
A normalizao compe-se de trs partes:
Obteno Composio Tratamento
Exemplo:
E C35 V70
Forno eltrico Ao de carbono
de 0,35% de C
Beneficiado at
uma resistncia
de 700N/mm
2
Significado das letras
Da obteno Da composio Do tratamento
A resistente ao
envelhecimento
Ag prata
Al alumnio
As arsnico
A recozido
B forno Bessemer B boro
Be berlio
Bi bismuto
B no se pode melhorar as
caractersticas mecnicas
por trabalho a frio
C C carbono
Ce crio
Co cobalto
Cr cromo
Cu cobre
E forno eltrico
EB forno eltrico bsico
E E endurecido por
cementao
F forno de reverbero Fe ferro
F temperado com chama ou
por induo
F resistncia a trao em
kp/mm
2
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Significado das letras (continua)
Da obteno Da composio Do tratamento
G fundido
GG ferro fundido com
grafite em lminas
GGG ferro fundido com
grafite em bolas
(nodular)
GH ferro fundido duro
GS ao fundido
GTW fundido malevel
branco
GTS fundido malevel preto
GTP fundido malevel
perltico
GGK fundido em coquilha
GSZ ao fundido
centrifugado
G G recozido
g liso
H fundido semi-acalmado H chapas sem liga para
caldeiras
H temperado
HF temperado por chama
HJ temperado por induo
J forno eltrico de induo J J
K K baixo teor de fsforo e
enxofre
K deformado a frio
L metal para solda ou
resistente a formao de
trincas em soluo
alcalina
LE forno eltrico de arco
Li ltio L
M forno Siemens-Martin
MB forno Siemens-Martin
bsico
MY forno Siemens-Martin
cido
Mg magnsio
Mn mangans
Mo - molibdnio
M superfcie fosca
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77
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Significado das letras (continua)
Da obteno Da composio Do tratamento
N N nitrognio
Nb nibio
Ni nquel
N normalizado
NT nitretato
P soldvel por presso P fsforo
Pb chumbo
P
Q deformado a frio Q indicada para deformao
a frio
Q
R acalmado
RR especialmente acalmado
R R superfcie spera
S soldvel por fuso S enxofre
Sb antimnio
Si silcio
Sn estanho
St ao sem dados qumicos
S recozido
SH descascado
T forno Thomas Ta tntalo
Ti titnio
T
U fundido sem acalmar U U superfcie laminada ou
forjada
V V vandio V beneficiada
W ao afinado com ar W tungstnio W ao para ferramentas sem
liga
X X em aos de alta liga
multiplicar por 1
X
Y ao soprado com oxignio
forno LD
Y Y
Z trefilado em barras Zn zinco
Zr - zircnio
Z
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78
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A figura seguinte ilustra os principais meios de obter ferro fundido e ao:
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79
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Questionrio-Resumo
1. Qual a definio de ao ?
2. Qual a classe, porcentagem de elementos de liga do ao ABNT 1045 ?
3. Quais os efeitos conseguidos com os aos-liga ou especiais?
4. Qual a identificao numrica dos aos ao molibdnio?
5. Qual a classe, porcentagem de elementos de liga e porcentagem de carbono do ao AISI -
2515 ?
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80
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6. Quais os elementos de liga e suas respectivas porcentagens do ao ABNT 8615 ?
7. Qual o tipo de ao segundo as normas SAE521XX e AISI E521XX ?
8. O que especifica a norma DIN 17006 ?
9. Qual o teor dos elementos de liga dos aos 17CrNiMo6, X5CrNiMo1813 e S12-1-4-5 ?
10. Na designao GTS70, qual o material e de quanto sua resistncia a ruptura ?
11. Qual a forma de obteno, composio e tratamento posterior do ao GS17CrMoV 5 11 N
segundo a norma DIN 17006 ?
Tecnologia dos Materiais
81
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COMPORTAMENTO DAS LIGAS EM FUNO DA TEMPERATURA E COMPOSIO
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Tipos das ligas metlicas com cristais mistos, mistura de cristais e combinaes
intercristalinas.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Curvas caractersticas da liquefao e solidificao de metais puros;
Pontos crticos de transformao (slido, lquido , ponto de parada);
Curvas caractersticas de liquefao e solidificao de ligas tpicas em funo da
composio no diagrama Cu-Ni e Sn-Pb;
Influncia dos elementos de liga no tempo de transformao.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Interpretar diagramas para ligas com dois componentes;
Transferir conhecimentos na interpretao do diagrama ferro-carbono.
Tecnologia dos Materiais
82
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Introduo liquefao e solidificao dos metais
Toda matria possui trs estados fsicos: slido, lquido e gasoso. Fundamentalmente o que
diferencia um estado do outro o grau de agregao dos tomos. O slido um estado no qual os
tomos esto fortemente ligados, j no estado lquido essa ligao no to forte e, no estado
gasoso, essa ligao no existe.
A mudana de estados da matria ocorre com ganho ou perda de energia (calor).
Para o estudo dos metais, o estado gasoso pouco importante, portanto, trataremos apenas
das fases slida e lquida.
Ao fornecermos calor a um material slido, sua fuso ocorre em duas fases bem distintas:
Ao receber energia, os tomos aumentam sua vibrao. Isso se traduz fisicamente em um
aumento de temperatura do corpo, at o ponto de sua temperatura de fuso. Nesta altura os
tomos ainda esto fortemente ligados.
Uma vez atingido o ponto de fuso, inicia-se o enfraquecimento das ligaes entre os
tomos. Isso ocorre atravs do calor fornecido ao material.
O calor no mais servir para aumentar as vibraes dos tomos, mas sim para enfraquecer
as suas ligaes, no haver aumento em sua temperatura at que todas as ligaes sejam
enfraquecidas, tornando-se lquido o material.
Tecnologia dos Materiais
83
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Ao calor necessrio para aumentar o estado de vibrao dos tomos (aumentar a temperatura)
chamamos de calor sensvel.
J o calor necessrio para enfraquecer (ou destruir completamente, no caso de vaporizao)
as ligaes atmicas chamado calor latente.
Vamos usar o zinco para exemplificar esse processo.
No diagrama seguinte, coloca-se na coordenada vertical a temperatura (em
0
C) e na
coordenada horizontal, o tempo (em segundos).
Liquefao e solidificao do Zn
No aquecimento contnuo, a temperatura aumenta em funo do tempo. Quando chegar ao
ponto de slido (419
0
C), o metal comea a se liquefazer. Apesar da mesma quantidade de calor
recebida, a temperatura permanece constante, isso porque todo o calor gasto pela mudana do
estado de agregao. Esta zona horizontal chamada ponto de parada.
A temperatura voltar a aumentar somente quando todo o metal estiver liquefeito.
Embaixo do ponto slido, o estado de agregao slido, acima do ponto de lquido, passa a
ser lquido.
Tecnologia dos Materiais
84
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Na zona dos pontos de parada, o estado de agregao lquido ou slido.
No processo de resfriamento a seqncia ocorre na ordem inversa.
Ligas metlicas
Antes de falarmos sobre ligas metlicas, importante definir o que vem a ser uma soluo
slida.
D-se o nome de soluo a uma mistura na qual no se consegue distinguir os seus diversos
componentes.
Cada um dos componentes possveis de serem distinguidos ser chamado fase.
Uma soluo que se encontra em estado slido chamada soluo slida.
Esquema de estrutura bifsica. Uma fase
ferro puro (ferrita) e a outra cementita.
Tecnologia dos Materiais
85
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Exemplo: nos aos temos uma soluo slida de Fe e C. Essa soluo chamada cementita.
- Ligas metlicas so misturas, em soluo, de dois ou mais metais:
Exemplo:
Cu Ni
Cu Zn (lato)
Cu Sn (bronze)
Fe C (ao)
Praticamente, todos os metais utilizados na indstria no so puros, mas sim ligas de uma ou
mais fases.
Composio de ligas metlicas
Os diferentes elementos que compem uma liga metlica so chamados componentes.
Observe os exemplos seguintes.
Tecnologia dos Materiais
86
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Liquefao e solidificao da ligas
Soluo slida ou cristal misto
No processo de solidificao de uma liga de dois metais, que formam cristais mistos, a
transformao do estado lquido para o estado slido no se faz no ponto de parada, mas durante um
intervalo de solidificao.
No ponto lquido comeam a se formar os primeiros cristais mistos. A formao e o
crescimento desses cristais continuam at o ponto slido. Em temperaturas abaixo do ponto slido, a
liga est totalmente no estado slido.
Tecnologia dos Materiais
87
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Os componentes de uma liga tm diferentes pontos lquidos e necessitam de diferentes
quantidades de calor para a sua solidificao, portanto se variarmos as porcentagens dos elementos
de ligas, variaro as temperaturas dos pontos lquidos e dos pontos slidos.
Unindo todas as temperaturas de ponto lquido e todas as temperaturas de ponto slido,
obtemos o diagrama de fases.
Desenvolvimento de um diagrama de fases para uma liga Cu Ni (cristais mistos)
Tecnologia dos Materiais
88
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Interpretao do diagrama de fases
Exemplo: para uma liga de 20% Ni e 80% Cu.
A linha horizontal mostra a composio (em %). Quando temos 20% Ni, automaticamente
teremos 80% Cu.
Para cada composio temos uma temperatura inicial e uma final de solidificao.
Para a liga com 80% Cu 20% Ni, a solidificao inicia-se no ponto B e termina no ponto D,
abaixo do qual a liga est totalmente slida.
Acima do ponto B a liga est totalmente lquida.
Para cada composio, temos ento dois pontos que geram duas linhas, dividindo o
diagrama em trs partes.
Para resfriamento, a linha chamada lquidus indica, para cada composio, a temperatura
em que se inicia a solidificao e a slidus, onde termina.
Tecnologia dos Materiais
89
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Cada regio do diagrama indica fases. Acima da linha lquidus, fase totalmente lquida,
abaixo da linha slidus fase totalmente slida, e, entre as duas, temos o intervalo de
solidificao, onde esto presentes duas fases, slida e lquida.
Seguindo a linha ABCDE (figura anterior), traada no diagrama, teremos para a liga 80 Cu
20 Ni o que est descrito na tabela a seguir.
Ponto N
o
de fases
presentes
Tipo da fase Interpretao
da liga
A 1 lquida totalmente lquido
B 1 lquida inicia-se solidificao
C 2 lquida e slida lquido slido
D 1 slida final de solidificao
E 1 slida totalmente slido
Mistura de cristais
No processo de solidificao de uma liga de dois elementos que formam uma mistura de
cristais, temos uma concentrao definida, onde a curva de resfriamento dessa mistura igual
curva de resfriamento de um metal puro.
Curva de resfriamento do euttico
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90
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A liga com essa concentrao tem o ponto lquido mais baixo que todas as outras
concentraes e chamada de liga euttica.
Componentes
Temperatura de
fuso
Temperatura de fuso do
euttico
Ferro fundido Ferro 96%
Carbono 4%
1535
0
C
3840
0
C
1200
0
C
Solda prata Cobre 55%
Prata 45%
1083
0
C
961
0
C
620
0
C
Alumnio
fundido por
presso
Alumnio 88%
Silcio 12%
660
0
C
1414
0
C
577
0
C
Chumbo duro Chumbo 87%
Antimnio 13%
327
0
C
630
0
C
251
0
C
Na solidificao de uma liga que tem composio diferente da composio euttica, o elemento
que est em maior proporo que a liga euttica comea a se solidificar at que a fase lquida atinja a
composio euttica, ocorre ento a solidificao da fase euttica em uma nica temperatura.
Curva de resfriamento de concentrao diferente
do euttico
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91
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Diagrama de fases de um sistema que forma mistura de cristais
Na figura abaixo vemos o diagrama de fases Pb Sn que forma uma mistura de cristais.
A forma de obter este diagrama anloga do diagrama de fases de cristais mistos vista na
figura Desenvolvimento de um diagrama de fases para uma liga Cu-Ni (cristais mistos).
Combinaes intermetlicas
A curva de resfriamento de uma combinao intermetlica corresponde curva de um metal
puro e ser estudada no diagrama Fe-C, na unidade 5.
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92
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Questionrio Resumo
1. Comente o diagrama de liquefao e solidificao do Zn, considerando: T(C), t(s), ponto de
slido, ponto de parada, ponto de lquido, curvas (resfriar e aquecer).
2. Explique por que no ponto de parada a temperatura constante em um intervalo de tempo
definido.
3. Descreva um processo de solidificao de uma liga de dois metais que formam cristais
mistos.
4. Consulte o diagrama de fases para uma liga Cu Ni (cristais mistos) e diga em quais
porcentagens de Cu Ni o intervalo de solidificao maior.
5. O que uma liga ?
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93
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6. Explique os tipos de ligas e cite exemplos.
7. Defina o que significa euttico, usando o diagrama de fases para o sistema Sn Pb.
8. Consulte a tabela de ligas eutticas e cite os componentes, a temperatura de fuso e a
temperatura euttica.
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94
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DIAGRAMA FERRO-CARBONO
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Diagrama de resfriamento do ferro puro;
Pontos caractersticos de temperatura, transformaes e estrutura das fases.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Transformaes estruturais das ligas ferro-carbono na solidificao;
Diagrama ferro-carbono para ao com as variveis: carbono, temperatura, linhas e zonas;
Componentes estruturais nas zonas do diagrama ferro-carbono para ao;
Classificao dos aos em funo da porcentagem de carbono (eutetide, hipo e
hipereutetide).
Ser capaz de
Descrever e interpretar o diagrama ferro-carbono simplificado;
Determinar as zonas e temperaturas de transformao, sistemas estruturais e constituintes
para aos com diferentes teores de carbono.
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95
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Liquefao e solidificao do ferro puro
Da mesma forma como foram apresentados os metais na unidade anterior, podemos
apresentar a curva de solidificao (liquefao) do ferro puro, como mostra o grfico seguinte.
Solidificao do ferro puro
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96
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Existem quatro pontos de parada:
A 1536
0
C o ferro puro se solidifica em rede cbica de corpo centrado (c.c.c.), chamada
ferro (delta) e assim permanece at 1 392
0
C.
A 1 392
0
C o ferro muda de estrutura para a estrutura cbica de face centrada (c.f.c.)
chamada ferro (gama) ou austenita.
Abaixo de 911
0
C o ferro muda de estrutura novamente para a cbica de corpo centrado
(c.c.c.) chamada ferro (alfa).
Abaixo de 769
0
C o ferro magntico. Isso ocorre devido a um rearranjo dos eltrons de
cada tomo.
A distncia entre os tomos na estrutura c.f.c. maior do que na estrutura de c.c.c., portanto
nesse estado mais fcil aceitar tomos estranhos, como por exemplo, tomos de carbono.
A esse fenmeno damos o nome de solubilidade no estado slido.
O ferro puro raramente usado, o mais comum estar ligado com o carbono. Em funo da
adio de carbono no ferro puro, as temperaturas de transformao iro se alterar conforme veremos
a seguir.
Diagrama ferro-carbono
O diagrama ferro-carbono pode ser dividido em trs partes:
de 0 a 0,05%C - ferro puro
de 0,05 a 2,06%C - ao
de 2,06 a 6,7%C - ferro fundido
Construo do diagrama ferro-carbono
O diagrama ferro-carbono fundamental para facilitar a compreenso sobre o que ocorre na
tmpera, no recozimento e nos demais tratamentos trmicos.
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97
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Para melhor entendermos o diagrama completo, que ser visto no fim da unidade, faamos
uma srie de experincias com seis corpos de provas conforme tabela seguinte.
Corpo de prova Teor de carbono (%)
1 0,2
2 0,4
3 0,6
4 0,86
5 1,2
6 1,4
Aquecemos os corpos de prova com aplicao constante de calor e medimos em intervalos
regulares (cada cinco minutos) a temperatura dos corpos de prova. J sabemos que a caracterstica
da curva semelhante das outras ligas.
No corpo de prova n
o
1 com 0,2% de C, observamos que h uma variao na velocidade da
elevao da temperatura a 723
0
C (Ac
1
) e a 860
0
C (Ac
3
) - que chamamos de ponto de parada.
Determinando as temperaturas Ac
1
e Ac
3
ou Ac
cm
dos outros corpos de prova, conforme figuras
abaixo, poderemos construir parte do diagrama ferro-carbono simplificado, unindo todas as
temperaturas Ac
1
e todas as temperaturas Ac
3
, conforme veremos no exerccio a seguir.
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98
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99
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Exerccio
1. Com base na tabela abaixo, construa o diagrama Fe C simplificado (figura abaixo):
a) Coloque no grfico todos os pontos de parada.
b) Trace uma linha ligando todos os pontos Ac
1
.
c) Trace outra linha ligando todos os pontos Ac
3
e Ac
cm
.
Observao:
O diagrama Fe - C completo pode ser visto na figura Diagrama ferro-carbono completo.
Temperatura
Corpo de prova Ac
1
0
C
Ac
3
ou Ac
cm
0
C
1 723 AC
3
= 860
2 723 AC
3
= 820
3 723 AC
3
= 775
4 723 ..........
5 723 AC
cm
= 890
6 723 AC
cm
= 990
Pontos de parada dos corpos de prova
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100
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Diagrama ferro-carbono (simplificado)
Estrutura do ao no resfriamento lento
O diagrama de fases encontrado na figura anterior corresponde ao diagrama de uma mistura
de cristais como j foi visto na unidade Comportamento das ligas em funo da temperatura e
composio (diagrama de fases Pb - Sn) com a diferena que para o sistema Pb - Sn a
transformao era lquido-slido e neste diagrama (Fe - C) ocorre uma transformao de estrutura
dentro do estado slido.
A presena do carbono faz com que o ferro mude de estrutura cbica de face centrada
(austenita) para cbica de corpo centrado (ferrita) a uma temperatura diferente de 911
0
C.
Essa temperatura varia em funo do teor de carbono no ferro e representada no grfico, a
seguir, pela linha G - S - E .
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101
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Acima da linha G - S - E h uma soluo com uma nica fase: o ferro + C = austenita.
Estrutura austentica
Abaixo da linha G - S - E o ferro comea a mudar de estrutura, de cbica de face centrada
(ferro ) para cbica de corpo centrado (ferro ).
Como o ferro no consegue dissolver todo o carbono, forma-se uma segunda fase que a
cementita (Fe
3
C) que contm 6,67% de C.
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102
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Estrutura da cementita Fe
3
C
Abaixo da linha P - K, vamos ter uma soluo slida com duas fases - ferro + cementita.
Agora vamos estudar novamente os corpos de prova.
Comeamos com o corpo de prova n 4 com 0,86% de carbono.
Ao eutetide 0,86% de C
Ao eutetide
Este ao quando est acima de 723
0
C tem uma estrutura cbica de face centrada (austenita) e
todo o carbono est dissolvido nela.
Abaixo de 723
0
C o ferro muda de estrutura para cbica de corpo centrado (ferrita).
A ferrita no consegue dissolver o carbono e por isso forma-se uma estrutura mista constituda
de lminas de ferrita (ferro puro) e lminas de cementita (Fe
3
C). A essa estrutura d-se o nome de
perlita.
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103
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Micrografia de um ao eutetide mostrando a estrutura de perlita.
O ao com 0,86% de carbono tem uma nica temperatura de transformao e por isso ele
chamado tambm de ao eutetide.
A figura anterior mostra um ao eutetide visto ao microscpio, observa-se que 100% da
estrutura perlita.
Vamos agora estudar o corpo de prova n
o
3 com 0,6% de carbono.
Ao hipoeutetide
O diagrama da figura abaixo indica que acima da linha G - S o ao apresenta-se com a
estrutura do ferro ou austenita.
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104
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Abaixo da linha G - S, tem incio a transformao do ferro (austenita) em ferro (ferrita).
Como a ferrita no contm carbono, a austenita que ainda no se transformou, vai se
enriquecendo de carbono.
Quando o ao atinge a temperatura de 723
0
C (linha P - S) a austenita que ainda no se
transformou, transforma-se em perlita.
Na figura abaixo observamos a estrutura de um ao hipoeutetide (carbono entre 0,05% at
0,86%), constitudo de ferrita (parte clara) e perlita (partes com lamelas).
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105
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Micrografia de um ao hipoeutetide com estrutura de ferrita e perlita.
Agora vamos estudar o corpo de prova n
o
5 com 1,2% de carbono.
Ao hipereutetide
Os aos com teor de carbono acima de 0,86% at 2,06% so denominados aos
hipereutetides.
O diagrama da figura, a seguir, indica que acima da linha S - E o ao apresenta-se com a
estrutura de ferro (austenita).
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106
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Abaixo da linha S - E, a austenita j no consegue dissolver todo o carbono e por isso comea
a se formar cementita (Fe
3
C) que contm 6,7% de carbono. Essa cementita vai se localizar nos
contornos dos gros de austenita. A austenita por sua vez vai se empobrecendo de carbono.
Ao atingir 723
0
C no resfriamento, tem-se cementita (Fe
3
C) e austenita com 0,86%C. Ao abaixar
mais a temperatura, essa austenita se transforma em perlita (lamelas de ferrita + cementita).
Na figura seguinte vemos um ao hipereutetide onde observamos a perlita e a cementita
(parte clara) nos contornos dos gros.
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107
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Micrografia de um ao hipereutetide com estrutura de perlita e cementita.
O diagrama de equilbrio ferro-carbono
Na figura seguinte apresentamos o diagrama de equilbrio Fe - C completo.
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108
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Diagrama ferro-carbono completo
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109
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Exerccios
1. A figura seguinte mostra as vrias regies do diagrama Fe - C pelas quais passa um ao
com 0,4%C ao ser resfriado.
Complete o quadro, a seguir, informando:
a) Qual o estado fsico?
b) Quais as fases presentes ?
c) Comente qual a estrutura do ferro e como se encontra o carbono.
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110
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Ponto
Temperatura
aproximada
Estado fsico
Fases
presentes
Comentrios
A > 1 500
0
C lquido lquida Todo o C dissolvido
B 1500
0
C
C 1450
0
C
D 1430
0
C
E 1000
0
C
F 800
0
C
G 760
0
C
H 723
0
C (T. crtica)
I < 723
0
C
2. A figura seguinte mostra as vrias regies do diagrama Fe - C pelas quais passa um ao
0,9%C ao ser resfriado.
Complete o quadro, a seguir, informando:
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111
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a) Qual o estado fsico?
b) Quais as fases presentes?
c) Comente qual a estrutura do ferro e como se encontra o carbono.
Ponto
Temperatura
aproximada
Estado
fsico
Fases presentes Comentrios
A > 1 600
0
C lquido lquida Todo o C dissolvido no Fe
B 1 480
0
C
C 1 450
0
C
D 1 350
0
C
E 1 000
0
C
F 780
0
C
G 750
0
C
H 723
0
C
I <723
0
C
Consideraes gerais
Tudo o que foi dito com relao ao resfriamento vale tambm para o aquecimento.
A condio para que essas transformaes de estrutura ocorram a baixa velocidade de
resfriamento.
Se resfriarmos um ao rapidamente, outras estruturas diferentes das descritas no diagrama Fe
- C se formaro. Esse o princpio dos Tratamentos trmicos, que veremos na prxima unidade.
Resumo
Ferrita
Ferro na forma cbica de corpo centrado.
carbono insolvel na ferrita.
mole e dctil.
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112
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Cementita
Carbeto de ferro a composio da cementita corresponde frmula Fe
3
C. Isso
corresponde a um teor de carbono de 6,67%.
muito dura.
Perlita
uma combinao de ferrita e cementita.
Possui um teor mdio de carbono de 0,86%.
Austenita
Ferro na forma cbica de face centrada.
Consegue dissolver at 2% de carbono.
Questionrio - resumo
1. Qual a nomenclatura dos aos em funo do teor de carbono ?
2. Descreva e comente a composio da ferrita e da perlita.
3. Qual a composio estrutural de um ao com 0,45% de carbono, esfriado lentamente at a
temperatura ambiente?
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113
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4. Qual a composio de um ao com 1,2% de carbono, esfriado lentamente at a temperatura
ambiente?
5. Faa um comentrio a respeito de estrutura austentica.
6. Descreva as estruturas cristalinas do ferro puro, designado a temperatura de
transformao.
7. Descreva as transformaes da estrutura do ao no aquecimento em funo do carbono.
8. Denomine a estrutura dos aos abaixo em funo da temperatura. Consulte o diagrama
ferro-carbono.
a) 0,3%C - a 810
0
C
b) 0,86%C - a 723
0
C
c) 1,4%C - a 560
0
C
d) 1,7%C a 900
0
C
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114
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TRATAMENTOS TRMICOS DOS AOS
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Diferentes tipos de tratamentos trmicos e termoqumicos;
Leitura da curva;
Mecanismo da difuso;
Tratamentos trmicos dos aos ligados.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Transformao da estrutura e estrutura resultante aps a tmpera;
Fatores que influenciam nos tratamentos trmicos;
Temperaturas aplicadas nos diferentes processos de tratamento trmico;
Aplicao dos processos em funo do teor de carbono do ao;
Efeitos dos processos do material.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Indicar e selecionar o processo de tratamento trmico adequado para a produo;
Interpretar tabelas e diagramas.
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115
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Introduo
Os tratamentos trmicos consistem de aquecimento, tempo de permanncia a determinada
temperatura e resfriamento.
A estrutura de ao estudada na unidade anterior, no diagrama Fe - C s obtida se o
resfriamento for bem lento. Se o resfriamento for mais rpido, obtm-se outras estruturas que
estudaremos nesta unidade.
Fatores que influenciam nos tratamentos trmicos
Velocidade de aquecimento
A velocidade de aquecimento deve ser adequada composio e ao estado de tenses do
ao.
Tecnologia dos Materiais
116
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Como tendncia geral o aquecimento muito lento provoca um crescimento excessivo dos gros
tornando o ao frgil.
Entretanto, um aquecimento muito rpido em aos ligados ou em aos com tenses internas
(provocadas por fundio, forjamento, etc.) poder provocar deformaes ou trincas.
Temperatura de aquecimento
A temperatura de aquecimento dever ser adequada para que ocorram as modificaes
estruturais desejadas. Se ela for inferior a essa temperatura, as modificaes estruturais no
ocorrero; se for superior, ocorrer um crescimento dos gros que tornar o ao frgil.
Tempo de permanncia na mesma temperatura
O tempo de permanncia na mesma temperatura deve ser o suficiente para que as peas se
aqueam de modo uniforme em toda a seco, e os tomos de carbono se solubilizem totalmente.
Se o tempo de permanncia for alm do necessrio, pode haver indesejvel crescimento dos
gros.
Resfriamento
As estruturas formadas no diagrama de equilbrio Fe C s vo se formar se o resfriamento for
muito lento.
Tecnologia dos Materiais
117
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Diagrama Fe C
Para a austenita se transformar em ferrita, cementita e perlita no h s a necessidade de o
ferro mudar de reticulado cristalino mas tambm envolve a movimentao dos tomos de carbono,
atravs da austenita slida, e isso leva algum tempo.
A austenita possui um reticulado cbico de face centrada (c.f.c.) e consegue dissolver o
carbono; j na ferrita (cbico de corpo centrado c.c.c.) o carbono praticamente insolvel.
Quando resfriamos rapidamente um ao ele se transforma de c.f.c. para c.c.c. e o carbono
permanece em soluo. Isso cria uma estrutura deformada, supersaturada de carbono que recebe o
nome de martensita que tetragonal e no cbica.
Tecnologia dos Materiais
118
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Devido a essas microtenses criadas no reticulado cristalino pelo carbono que a martensita
dura, resistente e no dctil.
Efeito do teor de carbono sobre a dureza de martensita
Nos tratamentos trmicos, variando as velocidades de resfriamento, obtemos diferentes
estruturas e com isso obtemos diferentes dureza, resistncia a trao, fragilidade, etc.
Com o auxlio do diagrama de transformao isotrmica tambm chamado de curva T.T.T.
(tempo, temperatura, transformao), poderemos entender melhor os fenmenos que ocorrem
quando o ao resfriado a diferentes velocidades de resfriamento.
Tecnologia dos Materiais
119
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Curvas de velocidade de resfriamento
A austenita
E ferrita
P perlita
B bainita
M martensita
D dureza em HRC
Curva T.T.T.
A figura anterior mostra a curva T.T.T. do ao 43 MnCr6. Se esfriarmos esse ao lentamente,
com a velocidade de esfriamento da curva V, obtm-se uma estrutura com 15% de ferrita e 85% de
perlita, que ter uma dureza de 22 rockwell C.
Se aumentarmos a velocidade de resfriamento, obtm-se uma estrutura mais fina e com maior
dureza (curva IV).
Tecnologia dos Materiais
120
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Se resfriarmos como na curva II, obtm-se a estrutura de bainita que uma estrutura
intermediria entre a martensita e a perlita, isto , cementita dispersa em ferrita.
Com a velocidade de resfriamento da curva I, obtm-se uma estrutura de 100% de martensita
que ter uma dureza mxima para esse ao (61HRC). Essa velocidade chamada de velocidade
crtica.
Os meios de resfriamento so os responsveis pelas diferentes velocidades de resfriamento. O
quadro seguinte apresenta em ordem decrescente de velocidade alguns meios de resfriamento.
Meios de resfriamento
Soluo aquosa a 10% NaOH
Soluo aquosa a 10% NaCl
Soluo aquosa a 10% Na
2
CO
3
gua 0
0
C
gua a 18
0
C
gua a 25
0
C
leo
gua a 50
0
C
Tetracloreto de carbono
gua a 75
0
C
gua a 100
0
C
Ar lquido
Ar
Vcuo
Os elementos de liga no ao, de uma forma geral, diminuem a velocidade crtica de
resfriamento para a formao da martensita.
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121
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Em linha cheia v-se o diagrama T.T.T. de um ao 1050 comum. Em
linha tracejada pode-se observar a influncia da adio de 0,25%
molibdnio sobre o mesmo ao.
Portanto, o meio de resfriamento deve ser mais brando, como , por exemplo, o leo, ou
mesmo o ar.
Recozimento
o tratamento trmico realizado com a finalidade de alcanar um ou vrios dos seguintes
objetivos:
Remover tenses de trabalhos mecnicos a frio ou a quente;
Reduzir a dureza do ao para melhorar a sua usinabilidade;
Diminuir a resistncia a trao;
Aumentar a ductilidade;
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122
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Regularizar a textura;
Eliminar efeitos de quaisquer tratamentos trmicos.
Recozimento total ou pleno
Consiste em aquecer o ao a mais ou menos 50
0
C acima da linha G S K e manter esta
temperatura o tempo suficiente para que ocorra a solubilizao do carbono e dos outros elementos
de liga no ferro gama (austenita). Em seguida, deve-se fazer um resfriamento lento.
O resfriamento feito dentro do prprio forno, controlando-se a velocidade de resfriamento.
Obtm-se desse recozimento uma estrutura de perlita grosseira que a estrutura ideal para
melhorar a usinabilidade dos aos de baixo e mdio teor de carbono (0,2 a 0,6%); para aos com alto
teor de carbono prefervel a estrutura de esferoidita que veremos no recozimento de esferoidizao.
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123
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A figura seguinte mostra a curva T.T.T. do ao AISI 5140 com a curva de resfriamento do
recozimento.
Curva T.T.T. de ao AISI 5140 com 0,43%C, 0,68%Mn e 0,93%Cr.
Recozimento de esferoidizao
O recozimento de esferoidizao objetiva transformar a rede de lminas de cementita em
carbonetos mais ou menos esfricos ou esferoiditas.
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124
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Esse tratamento melhora a usinabilidade e a ductilidade dos aos de alto teor de carbono.
Para ocorrer essa transformao, o ao deve ser aquecido a uma temperatura entre 680
0
C a
750
0
C, em funo do teor de carbono.
Processos de recozimento
Esta temperatura deve ser mantida o tempo suficiente para homogeneizar a temperatura em
toda a pea e o resfriamento deve ser lento, cerca de 10
0
C a 20
0
C por hora.
Recozimento subcrtico
Consiste em aquecer o ao a uma temperatura entre 550 a 650
0
C (abaixo da zona crtica
figura a seguir) com a finalidade de promover uma recristalizao em peas que foram deformadas a
frio (laminao, forjamento) ou para aliviar tenses internas provocadas nos processos de soldagem,
corte por chama, solidificao de peas fundidas.
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125
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Normalizao
A normalizao consiste em aquecer as peas 20
0
C a 30
0
C acima da temperatura de
transformao (linha G S E) e resfri-las mais rpido que no recozimento porm mais lento que
na tmpera. O mais comum um resfriamento ao ar.
Temperatura para normalizao
O objetivo deste tratamento obter uma granulao mais fina e uniforme dos cristais,
eliminando as tenses internas.
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126
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A normalizao usada em ao, aps a fundio, forjamento ou laminao e no ferro fundido
aps a fundio.
Tmpera dos aos
A tmpera um tratamento trmico que executamos em um ao quando desejamos aumentar
sua dureza e resistncia mecnica. Conseguimos isso mudando a estrutura do ao (de ferrita +
perlita) para uma estrutura martenstica.
A operao consiste basicamente em trs etapas:
Aquecimento
Manuteno de uma determinada temperatura
Resfriamento
Aquecimento
O ao deve ser aquecido em torno de 50
0
C acima da zona crtica (linha G S K figura ao
lado) para que nos aos hipoeutetides a perlita e a ferrita se transformem em austenita.
Temperatura de tmpera
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127
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Para os aos hipereutetides, a temperatura pode ser mais baixa ( 50
0
C acima da linha S - K -
figura acima). Nessa temperatura a perlita se transforma em austenita e a cementita j um
constituinte duro.
Manuteno da temperatura
o tempo necessrio para que toda a pea chegue a uma mesma temperatura e se solubilize
totalmente o carbono.
Resfriamento
O resfriamento deve ser feito em um meio que possibilite uma velocidade crtica, permitindo
obter a estrutura de martensita.
Esse meio pode ser: gua, sal moura, leo ou mesmo o prprio ar dependendo da velocidade
de resfriamento que se precise.
A figura ao lado mostra a curva de resfriamento para temperar o ao 1080, a linha M
s
indica o
incio e a linha M
f
, o fim da transformao da austenita em martensita.
Curva T.T.T. do ao ABNT 1080 mostrando a curva de
resfriamento para a tmpera
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128
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Revenimento dos aos
O revenimento um tratamento trmico que normalmente se realiza aps a tmpera (figura
seguinte) com a finalidade de aliviar as tenses internas; diminuir a dureza excessiva e fragilidade do
material, aumentando a ductilidade e a resistncia ao choque.
O revenimento consiste em aquecer a pea entre 100 e 400
0
C e resfriar lentamente.
Beneficiamento
Consiste em fazer uma tmpera, seguida de um revenimento a uma temperatura entre 450
0
a
650
0
C.
Os fabricantes de ao costumam fornecer diagramas semelhantes aos da figura seguinte de
onde se escolhe a temperatura de revenimento em funo das caractersticas mecnicas desejadas.
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129
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Efeito da temperatura de revenimento sobre a dureza e a
resistncia ao choque de um ao ABNT 1045
Alguns tipos de aos quando revenidos dentro de uma faixa de temperatura apresentam um
aumento da fragilidade, medida em ensaio de resistncia ao choque.
Essa faixa de temperatura deve ser evitada revenindo-se a uma temperatura mais baixa ou a
uma temperatura mais alta seguida de um resfriamento rpido (gua ou leo).
Por exemplo:
Aos Cr - Ni (tipo SAE 3140 e semelhantes) quando revenidos na faixa de 455
0
C a 593
0
C ou
se aquecidos acima desta temperatura e resfriados lentamente, apresentam baixa resistncia ao
choque. Entretanto se aquecidos, por exemplo, a 620
0
C e resfriados rapidamente, sua resistncia ao
choque ser satisfatria. As causas deste fenmeno ainda esto sendo estudadas.
Atribui-se esse fato a uma possvel precipitao de uma fase frgil dentro desta faixa de
temperatura. Sabe-se que elevados teores de mangans, fsforo e cromo acentuam o fenmeno
enquanto o molibdnio o retarda.
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130
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Tratamento trmico de aos ligados
Para a determinao das temperaturas deve-se sempre consultar as tabelas e diagramas do
fornecedor.
Ao ABNT 4340
Composio %
C
Si
Mn
Cr
Ni
Mo
0,38 0,43
0,15 0,30
0,60 0,80
0,70 0,90
1,65 2,00
0,20 0,30
Diagrama de revenimento do ao ABNT 4340
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131
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Em geral, os aos ligados necessitam de temperaturas altas para dissolver os carbonetos de
elementos de liga (Cr, W, Mo, Ni).
O resfriamento menos brusco (leo, ar) e a estrutura obtida mais fina (gros menores).
O revenimento aps a tmpera deve ser iniciado o mais depressa possvel, e em alguns casos
recomendado mais de um revenimento devido ao problema da austenita retida.
Austenita retida
Alguns aos ligados ao serem resfriados da temperatura de tmpera no se transformam
inteiramente de austenita em martensita.
Essa austenita que no se transformou (austenita retida) pode se transformar depois de algum
tempo. Isso provoca uma variao dimensional da pea que poder causar uma trinca.
Nesses casos, recomenda-se fazer mais de um revenimento. No primeiro, a austenita retida se
transformar em martensita; observa-se um aumento de dureza. Em seguida, em um segundo
revenimento, as tenses da martensita sero aliviadas e o material se estabilizar.
Outro tratamento que pode ser executado nesses aos o tratamento subzero.
Tratamento subzero
Consiste em se resfriar o ao a temperaturas muito inferiores a ambiente, para que ele atinja a
linha de fim da transformao martenstica M
f
, na curva T.T.T.
Recorre-se a esse tratamento quando a estabilidade dimensional de ferramentas ou calibres
situa-se em faixas muito apertadas de tolerncia.
Normalmente o primeiro tratamento subzero executado aps um primeiro revenimento, pois
seria fatal para a pea um resfriamento direto da temperatura de austenitizao.
Em instrumentos de alta preciso podem ser adotadas sries de cinco a seis ciclos sucessivos
de resfriamentos subzeros e revenimentos.
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132
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Os meios usados podem ser uma mistura de gelo seco em lcool (-70
0
C) ou nitrognio lquido
(-195
0
C).
A figura abaixo apresenta a curva T.T.T. do ao SAE D3 que apresenta forte tendncia
reteno de austenita aps a tmpera. Devido a essa tendncia, recomenda-se resfriar o material a
temperaturas de 70 a 80
0
C, logo aps a tmpera, seguido de revenimento normal.
Curva T.T.T. ao SAE D3 (Villares VC130)
Composio 2,00%C, 12,00%Cr
A figura seguinte mostra a variao da dureza em funo da temperatura usada para revenir.
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133
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Curva de revenimento para o ao SAE D3.
A experincia foi feita com corpos de prova quadrados com
20mm de lado, austenitizados a 960
0
C e revenidos na
temperatura indicada por uma hora.
Tmpera superficial
Na tmpera superficial produz-se uma mudana da estrutura cristalina localizada apenas na
superfcie do ao, que adquire as propriedades e caractersticas tpicas da estrutura martenstica.
Esse processo tem como objetivo aumentar consideravelmente a resistncia ao desgaste na
superfcie e manter a tenacidade do ncleo.
Devem ser empregados aos de 0,3% a 0,6% de teor de carbono.
A tmpera superficial pode ser realizada por dois processos: chama e induo.
Tmpera por chama
O aquecimento da pea feito por meio da incidncia de uma chama oxiacetilnica na
superfcie da pea, a uma temperatura acima da zona crtica (723
0
C), atingindo uma camada
predeterminada a endurecer; em seguida feito um resfriamento por jateamento de gua.
Existem vrios mtodos de aquecimento. As duas prximas figuras mostram os tipos de
aquecimento para tmpera superficial: circular e linear.
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134
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Tmpera superficial circular
Mtodo combinado progressivo-giratrio
Tmpera superficial linear
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135
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Tmpera superficial por induo
O calor para aquecer a pea at a temperatura de austenitizao pode ser gerado na prpria
pea por induo eletromagntica.
A pea a ser temperada colocada dentro de uma bobina. Um gerador fornece a corrente
eltrica de alta freqncia, que cria um campo magntico na bobina. Esse campo magntico provoca
um fluxo de corrente eltrica na pea (princpio da induo). O aquecimento da pea gerado pela
resistncia do material ao fluxo da corrente eltrica.
Processos de tmpera superficial por induo.
Alcanada a temperatura de tmpera, resfria-se rapidamente a pea por meio de um jato de
gua ou leo.
Tratamentos termoqumicos
Os processos termoqumicos so aplicados nos aos com baixo teor de carbono com o
objetivo de aumentar sua dureza superficial e a resistncia ao desgaste, mantendo o ncleo dctil e
tenaz.
Absorvendo um elemento endurecedor, o material modifica sua composio qumica
superficial.
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136
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Os tratamentos termoqumicos mais usados so:
Cementao
Nitretao
Boretao
Esses tratamentos so feitos com substncias slidas, lquidas ou gasosas.
Cementao
A cementao se aplica a aos com at 0,25% de carbono e com baixo teor em elementos de
ligas.
O ao colocado em um meio rico em carbono e aquecido a uma temperatura acima da
temperatura de transformao em austenita, pois neste estado ele consegue dissolver melhor o
carbono. A profundidade de penetrao do carbono depende do tempo de cementao.
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137
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Como o processo se d por difuso, a camada superficial apresentar grande saturao do
elemento carbono, decrescendo em direo ao ncleo como mostra a figura a seguir.
Difuso do carbono na cementao
Temperatura de cementao
As temperaturas de cementao mais elevadas favorecem a penetrao reduzindo o tempo de
cementao, porm, conferem uma granulao mais grosseira, o que reduz os limites de resistncia
a trao, toro, flexo, etc.
Os valores mais usuais de temperatura de cementao oscilam de 850
0
C a 950
0
C.
Tempo de cementao
O tempo de cementao determinado em funo da espessura da camada cementada
desejada, da temperatura e do meio cementante. Obviamente, quanto maior for o tempo e mais alta a
temperatura, mais profunda ser a camada.
Meios de cementao
A cementao, quanto aos meios cementantes (tabela abaixo), pode ser:
Slida (caixa)
Liquida (banho em sais fundidos)
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138
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Gasosa (fornos de atmosfera)
Cementao Meios cementantes
Slida
Carvo vegetal duro
Carvo coque 20%
Ativadores 5 a 10%
Lquida
Cianetos de sdio
Cianetos de brio
Cianatos de sdio
Cianatos de brio
Outros sais
Gasosa
Gs metano
Gs propano, etc.
Aplicao da cementao
Peas como engrenagens, eixos, parafusos, etc., que necessitam de resistncia mecnica e de
alta dureza na superfcie e ncleo dctil com boa tenacidade.
Nitretao
A nitretao, semelhantemente cementao, um tratamento de endurecimento superficial
em que se introduz superficialmente nitrognio no ao at uma certa profundidade, a uma
temperatura determinada em ambiente nitrogenoso.
Exemplos:
34 Cr Al Mo 5
31 Cr Mo 12
34 Cr Al Ni 7
A nitretao realizada com os seguintes objetivos:
Obteno de elevada dureza superficial, maior do que nos outros processos, exceto na
boretao;
Aumento da resistncia ao desgaste;
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139
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Aumento da resistncia fadiga;
Aumento da resistncia corroso;
Melhoria de resistncia superficial ao calor.
A nitretao realizada com temperatura inferior zona crtica de 500 a 560
0
C, tornando as
peas menos suscetveis a empenamentos ou distores. Aps a nitretao no h necessidade de
qualquer tratamento.
A nitretao pode ser feita em meio lquido ou gasoso, devendo ser aplicada em peas
temperadas. O nitrognio introduzido na superfcie combina-se com o ferro, formando uma camada
de nitreto de ferro de elevada dureza.
Na nitretao gasosa, o elemento nitretante a amnia que se decompe, parcialmente,
fornecendo o nitrognio.
Nesse processo, o tempo de formao da camada muito grande, como mostra o grfico
seguinte.
Diagrama da nitretao gasosa
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140
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Na nitretao lquida, o meio nitretante so banhos de sais fundidos, em geral cianetos e
cianatos, responsveis pelo fornecimento do nitrognio.
A nitretao lquida apresenta vantagens sobre a gasosa, pois confere ao ao camadas mais
profundas em menos tempo e reduz a possibilidade de deformaes. Oferece bons resultados
tambm para os aos comuns ao carbono.
O grfico abaixo nos mostra a influncia do carbono e das ligas na profundidade da camada
nitretada.
Diagrama de nitretao lquida
Boretao
o processo mais recente dos tratamentos superficiais nos aos liga, ferro fundido comum e
nodular.
O processo se efetua em meio slido de carboneto de boro a uma temperatura de 800
0
C a 1
050
0
C. O composto formado na superfcie o boreto de ferro, com dureza elevadssima, na faixa de
1 700 a 2 000 vickers.
A alta dureza da camada boretada oferece elevada resistncia ao desgaste e, inclusive,
elevada resistncia corroso.
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141
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Essa camada resultado do tempo de boretao. Um ao SAE 1 045 boretado a 900
0
C
apresentou o seguinte resultado:
Camada 100 em 4 horas
Camada 150 em 8 horas
Camada 200 em 12 horas
O ao boretado usualmente temperado e revenido.
Resumo dos ciclos de tratamentos trmicos
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142
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Tratamento Finalidade
Remover tenses de trabalhos
mecnicos a frio ou a quente.
Reduzir dureza.
Melhorar a usinabilidade.
Obter granulao mais fina.
Eliminar tenses internas
originadas na fundio,
forjamento ou laminao.
Aumenta a dureza, resistncia
a trao.
Aumenta a dureza superficial e
mantm o ncleo da pea dctil
e tenaz.
Aumenta a dureza
superficial,
resistncia a
fadiga, a corroso,
melhora a
resistncia
superficial a calor.
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143
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Exerccio
Preencha os quadros a seguir de acordo com o grfico.
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144
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Questionrio - resumo
1. Qual a propriedade que a tmpera confere aos aos e como se realiza a operao ?
2. Compare a estrutura do ao existente antes da tmpera com a estrutura formada aps a
tmpera.
3. Quais so os fatores (e suas caractersticas) que influem nos tratamentos trmicos ?
4. Consulte as curvas T.T.T. do ao 43MnCr6, determine as estruturas em porcentagem e a
dureza em HRC, aplicando a curva de velocidade de resfriamento IV.
5. Defina as faixas de temperatura para os seguintes processos: recozimento - normalizao -
revenimento e beneficiamento.
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145
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6. Qual a finalidade do processo de recozimento, normalizao e beneficiamento ?
7. Quais as finalidades dos processos de tmpera superficial ?
8. Quais os tipos de aos indicados para os processos de tmpera superficial ?
9. Que tipos de ao podem ser utilizados para os processos de cementao e nitretao ?
10. Quais os objetivos e vantagens da nitretao ?
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146
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METAIS NO-FERROSOS E LIGAS
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Classificao dos metais em leves ou densos;
Processos de obteno.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Propriedades e aplicao dos materiais no-ferrosos;
Caractersticas e simbologia nas normas usando tabelas;
Caractersticas e aplicaes de ligas metlicas.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Interpretar e especificar as normas dos materiais no-ferrosos e suas ligas atravs do uso
das tabelas;
Selecionar o material adequado em funo das propriedades exigidas.
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147
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Introduo
Os metais no-ferrosos tm aumentado cada vez mais a sua importncia no mundo moderno,
quer substituindo o ferro, quer formando ligas com o ferro para melhorar as suas caractersticas.
Podemos classific-los em dois grandes grupos:
1. Metais pesados cuja densidade maior ou igual a 5kg/dm
3
.
2. Metais leves cuja densidade menor que 5kg/dm
3
.
A maioria dos metais puros so moles e tm baixa resistncia a trao. Mas essas
propriedades podem ser melhoradas pela adio de elementos de liga.
Pela adio de elementos de liga quase sempre aumentam-se a dureza e a resistncia a
trao, diminui-se o alongamento, e a condutibilidade eltrica piora.
A obteno dos metais
Os minrios de onde so retirados os metais, alm do prprio metal, contm tambm
impurezas, tais como: oxignio, hidrognio e enxofre. A quantidade (porcentagem) de metal varia em
funo do tipo de minrio.
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148
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O quadro abaixo mostra esquematicamente o processo de obteno da maioria dos metais.
Para obter um metal quase que totalmente puro (99,99%) usam-se normalmente outros
processos alm do processo normal de obteno do metal siderrgico, os quais dependem do tipo de
metal.
Normalizao
Segundo DIN 1700
Para metais puros escreve-se o smbolo do elemento qumico seguido do grau de pureza.
Designao de metais puros
Zn
smbolo
99,99
grau de pureza
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149
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Para ligas adota-se a seguinte forma:
Produo ou
aplicao
Composio Propriedades
especiais
G = Fundido
GD = Fundido a
presso
GK = Fundido
em coquilha
Gz = Fundido por
centrifugao
V = Liga prvia de
adio
Gl = Met. antifrico
para mancais
L = Metal para solda
1. Smbolo qumico do
metal base
2. Smbolo qumico
dos elementos de
liga seguidos de seu
teor em porcentagem
F-40 = Resistncia a
trao em
kgf/mm
2
W = mole
h = duro
Wh = dureza de
laminado
Zh = dureza de
trefilado
P = dureza de
prensagem
150Hv = dureza
vickers
bk = brilhante
gb = decapado
g = recozido
dek = oxidvel
com efeito
decorativo
Exemplos
1. GD-Zn Al 4 Cu1 Liga de zinco fundido sob presso com 4% de Al , 1% de Cu.
2. Al Cu Mg1 F40 Liga de alumnio com 1% de Cu e resistncia a trao de 40kfg/mm
2
390N/mm
2.
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150
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Exerccio
Explique as denominaes das ligas abaixo:
Gl Sn80
Al Cu Mg1 W
Al Mg Si1 dek F28
Gk Cu Al 10 Ni
Metais no-ferrosos pesados
Cobre(Cu)
Propriedades: um metal de cor avermelhada, bom condutor de eletricidade e calor, resistente
a corroso, dctil e malevel (pode atingir mais de 90% de deformao a frio, sem recozimento
intermedirio).
Propriedades do cobre
Densidade 8,96g/cm
3
Ponto de fuso 1 083
0
C
Resistncia a trao 200...360N/mm
2
Alongamento 50...35%
Coeficiente de dilatao
trmica
16,5X10
-6
cm/cm/
0
C
(20
0
C)
utilizado para transmisso de energia eltrica (fios, chaves, conexes) e energia trmica
(trocadores de calor).
Quando so necessrias propriedades mecnicas mais elevadas, usam-se ligas de cobre.
Liga cobre-zinco (lates)
So ligas de cobre e zinco onde o teor de zinco varia de 5 a 50%, podendo ainda conter outros
elementos de liga como o chumbo, estanho e alumnio em pequenos teores.
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151
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Exemplos de liga cobre-zinco:
Cu Zn30 F43
Cu Zn20 Al F35
Cu Zn39 Sn F35
Liga cobre-estanho (bronzes)
Os bronzes so ligas de cobre com estanho (2 a 16%). medida que cresce o teor de estanho,
aumenta a resistncia mecnica e diminui a ductilidade. As propriedades mecnicas podem ser
melhoradas com a adio de at 0,4% de fsforo que atuar como desoxidante, dando origem ao
chamado bronze fosforoso.
O chumbo adicionado para melhorar as propriedades de antifrico, a usinabilidade e a
estanqueidade (de peas fundidas); o zinco adicionado para atuar como desoxidante (nas peas
fundidas) e melhorar a resistncia mecnica.
Exemplos de liga cobre-estanho:
Cu Sn8 F53
Cu Sn6 Zn F70
Liga cobre-nquel e liga cobre-nquel-zinco (alpacas)
As alpacas contm de 45 a 70% de cobre, 10 a 30% de nquel e o restante de zinco.
Exemplo de alpaca:
Cu Ni25 Sn5 Zn2 Pb2
So utilizadas para confeco de peas decorativas, talheres e utenslios semelhantes, molas
de contato de equipamentos eltricos e telefnicos, arames de resistores eltricos, vlvulas
hidrulicas.
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152
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Liga cobre-alumnio
So utilizadas para confeco de cestos de decapagem, sapatas de laminador, engrenagens
internas, bombas resistentes a lcalis, assentos de vlvulas, hastes, hlices navais, mancais, buchas.
Exemplos de liga cobre-alumnio:
Cu Al 10 Fe1
Cu Al 11 Fe5 Ni5
Propriedades mecnicas
Liga
Limite de
resistncia
a trao
kgf/mm
2
Alongamento
%
Dureza
brinell
Uso
Cu ETP*
22 45 48 6 45 105
Cabos condutores de eletricidade,
motores, geradores, transformadores,
bobinas.
(lates)
CuZn30 33 85 62 3 65 160
Tubos de trocadores de calor para
gua no poluda, cpsulas e roscas
de lmpadas, cartuchos,
instrumentos musicais, carcaas de
extintores de incndio, componentes
estampados e conformados (tais
como rebites, pinos e parafusos).
CuZn9Pb2
27 40 45 12 55 105
(Boa usinabilidade e condutibilidade
eltrica). Parafusos, componentes
rosqueados de dispositivos eltricos,
conectores fmea-macho para
computadores.
(bronzes)
CuSn6
37 100 60 2 80 225
(Possui pequeno teor de fsforo 0,02
0,40%). Tubo de conduo de
guas cidas de minerao,
componente para a indstria qumica,
txtil e de papel, engrenagens,
componentes de bombas, molas
condutoras de eletricidade, eletrodos
de soldagem.
CuSn10Pb10
18 28 69
Mancais para altas velocidades e
grandes presses, mancais para
laminadores.
*Cu ETP cobre eletroltico tenaz
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153
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Chumbo
um metal com aspecto exterior caracterstico, pois apresenta uma cor cinza azulada. Sua
superfcie de ruptura (recente) de uma cor branca prateada muito brilhante. fcil de conhec-lo
pelo peso: um material muito denso e macio.
Propriedades do chumbo
Densidade 11,3
3
dm
kg
Ponto de fuso
0
C 327
0
C
Resistncia a trao 15...20
2
mm
N
Alongamento 50...30%
O chumbo muito dctil, fcil de dobrar, laminar, martelar (a frio). Os tubos so curvados com
auxlio de uma mola, ou enchendo-os de areia fina e seca, ou com ajuda de um aparelho de curvar.
Liga-se com dificuldades a outros metais, exceto com o estanho, com o qual se produz a solda
de estanho.
bem resistente a corroso, pois, quando exposto ao ar, recobre-se de uma camada protetora
de xido.
Designao do chumbo
Denominao Norma Impureza
Chumbo fino Pb 99,99 0,01%
Chumbo siderrgico Pb 99,9 0,1%
Chumbo refundido Pb 98,5 1,5%
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154
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Precauo
Partculas de chumbo que aderem s mos podem penetrar no organismo e provocar uma
intoxicao; por isso indispensvel lavar bem as mos aps o trabalho.
Aplicao
utilizado no revestimento de cabos eltricos subterrneos e no revestimento de recipientes
para cidos usados na indstria qumica.
O chumbo fino aplica-se em placas de acumuladores, cristais ticos e proteo contra raios X.
Zinco (Zn)
um metal branco azulado. Sua superfcie de ruptura formada de cristais que se distinguem
facilmente.
Entre os metais, o que tem maior coeficiente de dilatao trmica (0,000029/
0
C). Exposto
umidade do ar, combina-se com o bixido de carbono (CO
2
), formando uma capa cinzenta de
carbonato de zinco (Zn+CO
2
) que protege o metal.
muito sensvel aos cidos, que o atacam e destroem, sendo portanto, impossvel conservar
cidos em recipientes de zinco.
Propriedades do zinco
Densidade 7,1
3
dm
kg
Ponto de fuso 419
0
C
Resistncia trao 20...36
2
mm
N
Alongamento 1%
As propriedades do zinco podem ser sensivelmente melhoradas por adio de outros metais.
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155
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Designao do zinco
Denominao Norma Impureza
Zinco fino Zn 99,95 0,005%
Zinco siderrgico Zn 99,5 0,5%
Zinco fundido G-Zn.Al 6.Cu 1%
Com liga de alumnio se torna mais resistente, com liga de cobre, mais duro. O magnsio
compensa as impurezas existentes e igualmente o torna mais duro. Tambm o bismuto, o chumbo e
o tlio melhoram consideravelmente as propriedades do zinco para sua usinagem.
Aplicao
Peas de ao, que estejam sujeitas a oxidao do tempo, devem receber uma zincagem
(banho de zinco) para sua proteo.
As ligas de zinco, tambm chamadas de zamac, so muito utilizadas para obter peas
complicadas atravs de fundio por injeo. Esse processo facilita a fabricao em srie e aumenta
a preciso das peas.
Nome comercial Norma
Zamac 2
Zamac 3
Zamac 5
Zamac 610
Zn Al 4 Cu3
Zn Al
Zn Al 4 Cu
Zn Al 6 Cu
Essas ligas so usadas na confeco de maanetas, componentes de relgio, botes de
controle, brinquedos (particularmente em miniaturas), componentes de mquinas de escrever, de
calcular e de eletrodomsticos.
Estanho (Sn)
um metal branco azulado e macio que se funde facilmente e resistente a corroso.
Tecnologia dos Materiais
156
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Dobrando-se uma barra de estanho, ouve-se um rudo como se o metal estivesse trincado.
Esse rudo produzido em conseqncia do deslizamento dos cristais, que atritam entre si (grito do
estanho).
No se altera quando em contato com cidos orgnicos ou quando exposto s intempries.
Propriedades do estanho
Densidade 7,3kg/dm
3
Temp. de liquefao 232
0
C
Resistncia a trao 40...50N/mm
2
Ductilidade 40%
Em temperaturas inferiores a -15
0
C, o estanho se decompe formando um p de cor cinzenta.
O estanho puro no empregado em construes de peas devido a sua pequena resistncia
a trao.
Graas a sua grande ductilidade podem-se laminar folhas muito delgadas, de at 0,008mm de
espessura.
O estanho muito fluido no estado fundido e adere muito bem ao ao.
Liga-se perfeitamente com outros metais, tais como: cobre, chumbo e antimnio.
A solda de estanho possvel sobre lato, ao e ao fundido.
Smbolo Aplicao
Sn 99,9 Para revestir ao usado para embalar alimentos (folha de flandres).
L Sn50 Pb Sb Solda para indstria eltrica (temperatura de fuso 183
0
C..215
0
C).
L Sn60 Pb Ag Solda para a indstria eletrnica (temperatura de fuso 178
0
C..180
0
C).
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157
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Metais leves
Alumnio puro
A figura seguinte mostra o processo de obteno do alumnio por meio da energia eltrica. A
matria-prima o minrio bauxita, que submetido a diversos processos para secagem, separao
das impurezas e transformao em xido de alumnio puro.
Obteno do alumnio
O xido de alumnio transformado em alumnio puro por eletrlise (decomposio por
corrente eltrica em alumnio e oxignio). Pode ser transformado em produtos fundidos ou laminados.
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158
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Propriedades
um metal muito macio e muito dctil. Pode ser identificado pela sua cor branca prateada.
bom condutor de calor e de corrente eltrica. Tem uma grande resistncia a corroso e liga-se muito
bem a outros metais.
Propriedades do alumnio puro
Densidade 2,7kg/dm
3
Ponto de fuso 658
0
C
Resistncia a trao 90 230N/mm
2
Ductilidade 20%...35%
Em contato com o ar se recobre de uma camada muito delgada de xido que protege o metal
(Al +O
2
Al
2
O
3
).
Por causa de sua capacidade de alongamento fcil de dobrar, trefilar e repuxar. Pode ser
usinado com grandes velocidades de corte e grandes ngulos de sadas na ferramenta ().
Velocidade de corte do alumnio em m/min
Ferramenta/
Operao
Ao rpido
= 35
0
a 40
0
Metal duro
= 30
0
a 35
0
Tornear
Furar
Fresar
120 180
50 200
200 380
250 700
90 300
at 1 200
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159
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Aplicaes do alumnio puro (em funo da pureza)
Denominao Designao
Impurezas
em %
Formas Emprego
Alumnio puro
99,8
Al 99,8 0,2 Produtos qumicos para
altas exigncias.
Alumnio puro
99,5
Al 99,6 0,5 Eletrotcnica, produtos
qumicos, construes
navais.
Alumnio puro
99
Al 99 1 Usos gerais, exceto peas
sujeitas ao de agentes
qumicos, por exemplo:
baterias de cozinha.
Alumnio extra-
puro
99,99
Al 99,99 0,01
Em semi-
produtos
como: chapas,
tiras, tubos,
perfis, peas
prensadas,
arames e
barras.
Usos qumicos, joalheria.
Ligas de alumnio
Quando o alumnio ligado a outros metais, obtm-se ligas de alta resistncia e dureza,
enquanto que suas maleabilidade e condutibilidade eltrica diminuem.
As ligas de alumnio com cobre, zinco, magnsio e silcio podem ser submetidas a um
tratamento especial de tmpera. Esse processo aumenta a dureza e mais ainda a resistncia a trao
(duas vezes).
As ligas podem ser classificadas em:
Ligas de laminao
Ligas de fundio
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160
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Ligas de alumnio de laminao
So transformadas por laminao, trefilao e trabalhos com prensa em chapas, tiras, barras,
tubos e perfis.
Ligas de alumnio fundido
So fundidas em areia, coquilha e sob presso.
As peas moldadas sob presso so obtidas injetando-se o metal lquido a alta presso em
moldes de ao. Esse processo aplicado para peas de alta preciso e boa resistncia a trao.
Ligas de alumnio Norma DIN 1725
Ligas laminadas Composio Usos
Al CuMg 4% Cu
0,2 0,8% Mg
Peas leves para alto esforo mecnico.
Al MgSi 0,6 1,6% Mg
0,6 1,6% Si
Presta-se para soldar e polir e possui
alta resistncia a corroso.
Ligas fundidas
G-Al Si10Mg 9 11% Mg
0,2 0,4% Mg
Usada em carcaas e engrenagens.
Possui alta resistncia a trao (220
N/mm
2
) e soldvel.
G-Al Mg10 9 11% Mg Para peas da indstria qumica e
aeronutica.
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161
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Oxidao andica
Permite melhorar a resistncia a corroso de certas ligas de alumnio. Na oxidao andica, as
peas de alumnio recebem, depois de sua elaborao, uma camada protetora de xido reforado por
oxidao eltrica. Essa camada muito dura e resiste muito bem a intempries. As chapas das ligas
Al Cu Mg so recobertas por uma fina camada de alumnio puro ou por uma liga isenta de cobre, por
laminao a quente, para que no escurea.
Ligas de magnsio
O magnsio um metal leve ( = 1,74kg/dm
3
). O magnsio puro no pode ser empregado
como material para construo, somente suas ligas encontram aplicaes industriais.
As ligas so obtidas com resistncia satisfatria com adies de alumnio, zinco e silcio.
Podem ser soldadas e se fundem facilmente.
Ligas de magnsio
Liga Composio
G Mg Al 9 Zn1 8,3 a 10% Al
0,3 a 1,0% Zn
0,15 a 0,3% Mn
Propriedades
Densidade 1,8kg/dm
3
Resistncia a trao 24 a 28 kp/mm
2
Alongamento 10 a 6%
Para melhorar a resistncia a corroso, as peas de ligas recebem um tratamento depois de
usinadas: um banho de cido ntrico e dicromato de lcalis, que forma em sua superfcie uma capa
amarelada.
Aplicaes
As ligas de magnsio so utilizadas na confeco de carcaa de motores e mecanismos
portteis que devem ser leves, tais como, serras e roadeiras portteis.
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162
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Precaues
Os cavacos finos que so produzidos durante a usinagem podem inflamar-se e provocar
incndio. Para esfriar os cavacos de magnsio usa-se areia, cavacos de ferro-fundido, jamais gua.
Questionrio - Resumo
1. Como feita a designao dos metais no-ferrosos puros ?
2. Comente a obteno dos metais no-ferrosos.
3. Como feita a designao das ligas no-ferrosas ?
4. Quais as propriedades mais importantes do cobre, do chumbo, do zinco e do estanho ?
5. Quais as aplicaes do Al, Mg, Zn, Cu e Pb ?
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163
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6. Ordene os metais abaixo em funo de sua resistncia a trao:
Zn, Cu, Al e Pb.
7. Quais as propriedades e aplicaes do lato ?
8. O que significa a seguinte designao do alumnio: Al 99,5 ?
9. Quais as propriedades e aplicaes do alumnio ?
10. Quais as propriedades e aplicaes das ligas de magnsio ?
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164
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SINTERIZAO
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Processo de sinterizao;
Princpio da normalizao de peas sinterizadas.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Caractersticas fsicas e mecnicas das peas sinterizadas;
Propriedades das peas sinterizadas e aplicao na confeco de ferramentas.
Metalurgia do p ou sinterizao
A metalurgia do p a tcnica metalrgica que consiste em transformar ps de metais, xidos
metlicos, carbonetos ou mesmo substncias no-metlicas em peas com resistncia adequada
finalidade a que se destinam sem recorrer fuso, empregando-se presso e calor.
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165
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Processo de sinterizao
Processo de sinterizao
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166
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Fabricao dos ps
Para obter ps metlicos existem vrios processos. O mais comum consiste em se injetar ar
comprimido ou gua sobre o metal lquido.
Obteno de ps metlicos por meio de
pulverizao
Esse p passa por um tratamento de secagem e um recozimento para desoxidao. De acordo
com as propriedades exigidas na pea, so misturados vrios tipos de ps com a adio de
lubrificantes para facilitar a compactao.
Compactao
uma operao bsica do processo de sinterizao. O p colocado em matrizes que esto
montadas em prensas de compresso, onde comprimido a presses determinadas em funo de
sua composio e das caractersticas finais que se desejam nas peas sinterizadas.
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167
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Operao de compactao
As presses de compactao exigidas na metalurgia do p variam em funo dos materiais
(tabela abaixo), das caractersticas finais desejadas das peas sinterizadas e da quantidade e
qualidade do lubrificante adicionado mistura para facilitar a compactao.
Materiais
Presso
KN/cm
2
Peas de lato 4,0 a 7,0
Buchas autolubrificantes de bronze 2,0 a 3,0
Escovas coletoras
Cu grafite
3,5 a 4,5
Metal duro 1,0 a 5,0
Peas de ao
baixa densidade
mdia densidade
alta densidade
3,0 a 5,0
5,0 a 6,0
6,0 a 10,0
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168
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Peas que devem ter alta densidade, elevada dureza e resistncia a trao so compactadas a
quente, o caso por exemplo do metal duro.
Sinterizao
Consiste no aquecimento das peas comprimidas a temperaturas especficas.
A temperatura de sinterizao de ps de uma s substncia de 60 a 80% da sua temperatura
de fuso, e em caso de ps de vrias substncias essa temperatura ligeiramente superior
temperatura de fuso da substncia de menor ponto de fuso.
A temperatura de sinterizao de alguns materiais est indicada na tabela seguinte.
Temperatura de sinterizao de alguns materiais
Materiais
0
C
Bronze fosforoso 600 a 800
Ferro e ao 1 000 a 1 300
Metal duro 1 400 a 1 600
A sinterizao feita em forno com gs protetor ou a vcuo para evitar a oxidao. O tempo
de 30 a 150 minutos.
Em peas em que se deseja uma alta densidade e melhores propriedades de resistncia, volta-
se a prensar e a sinterizar (duplo prensado e sinterizado).
Princpio da sinterizao
As partculas s tm contato em poucos pontos; por isso, o efeito da coeso muito baixo.
Atravs de uma alta presso (40-80kN/cm
2
) a seco de contato aumenta, ou seja, a fora de coeso
tambm aumenta.
Durante o aquecimento ocorre um fluxo plstico (temperatura prxima fase lquida).
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169
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Nos contornos dos gros os tomos so deslocados e formam novos gros. Os novos gros
diminuem os poros e formam uma nova estrutura com grande densidade.
Efeitos da sinterizao esferas de cobre
a 1020C (ampliao 300X).
Calibragem
Aps a sinterizao, prensam-se as peas em uma ferramenta (matriz) para melhorar a
preciso dimensional e a qualidade superficial.
Acabamento final
As peas sinterizadas podem sofrer operaes de usinagem, tratamentos trmicos e
tratamentos superficiais.
Tratamentos trmicos
Para melhorar a resistncia a trao e a dureza de aos sinterizados pode-se recorrer a
tratamentos trmicos como a tmpera, cementao ou carbonitretao.
Tratamentos superficiais
Para melhorar a resistncia a desgaste e a corroso empregam-se tratamentos superficiais
como a oxidao (tratamento com vapor de gua), cromeao, fosfatao, etc.
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170
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Normalizao
A normalizao dos materiais sinterizados feita em funo da porosidade.
Designao
Classe de
material
Volume
de material
em %
Porosidade
em %
Aplicao
AF < 73 > 27 Filtros
A 75 25 Mancais
B 80 20
Mancais
Peas de perfis
C 85 15 Peas de perfis
D 90 10 Peas de perfis
Numerao Material
00 Ferro sinterizado
10 Ao
20 Ao com cobre
30 Ao/Cu/Ni
50 Cu Sn
54 Cu Ni Zn
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171
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Exemplos
Sint AF 50
Bronze
Porosidade 27%
Volume de material 73%
Para filtros
Sint D 10
Ao sinterizado
Porosidade 10%
Volume de material 90%
Para peas de perfis
Aplicaes de materiais sinterizados
Filtros
Materiais sinterizados com grande volume de poros, como por exemplo ao cromo nquel
(Sint A41) ou bronze sinterizado (Sint A50), so utilizados para filtros de gases e lquidos.
Buchas
Buchas de bronze sinterizadas podem absorver at 30% de seu prprio volume de leo que ao
ser aquecido sai dos poros lubrificando as superfcies de contato (figura a seguir). Buchas
sinterizadas de bronze com grafite ou bissulfeto de molibdnio no necessitam de lubrificante lquido.
Com o deslizamento sobre presso, forma-se na superfcie de contato uma pelcula com baixo
coeficiente de atrito que tem a funo do lubrificante lquido.
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172
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Escovas coletoras
O emprego de sinterizados de grafite com cobre na fabricao de escovas coletoras oferece
vantagens sobre o grafite j que possui maior condutividade eltrica.
Escovas coletoras
Peas de preciso
Os materiais sinterizados podem, ainda, ser utilizados na confeco de engrenagens e peas
de formas complexas de automveis e eletrodomsticos.
Peas sinterizadas
Ferramentas de metal duro
Ferramentas de corte, matrizes para compactao e componentes de instrumentos de preciso
podem ser fabricados de metal duro.
O metal duro composto de carbonetos de tungstnio, de titnio e de tntalo, mais cobalto,
que atua como elemento de liga. Esses elementos so submetidos a altas temperatura e presso no
processo de sinterizao.
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173
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A ferramenta sinterizada de metal duro possui excelente rendimento na usinagem a alta
velocidade de corte, mantm o corte a elevadas temperaturas e tem maior vida til que as
ferramentas de aos rpidos.
Durezas dos materiais para ferramentas
Ferramentas cermicas
Os materiais cermicos, tais como, Al
2
O
3
, SiO
2
, unidos com metais como Co, Cr, Fe so
sinterizados para produzir ferramentas de corte (ferramentas cermicas).
Materiais cermicos e metlicos no podem ser ligados, s sinterizados, chamam-se tambm
cermets, ou seja, cermica + metais.
Depois de sinterizadas, as pastilhas de corte tm as propriedades dos materiais brutos, tais
como: a dureza de Al
2
O
3
e a resistncia trao do Cr. Os ps dos metais servem como
aglutinantes. Exemplo: Co.
A velocidade de corte desse material mais elevada do que as indicadas para o metal duro. As
pastilhas so de baixo custo e no so retificadas aps o uso.
Tecnologia dos Materiais
174
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Questionrio - Resumo
1. Descreva as etapas fundamentais do processo de sinterizao.
2. Quais os materiais que podem ser aplicados na sinterizao ?
3. Que vantagens oferece o processo de compactao a quente ?
4. Descreva o princpio da sinterizao.
5. D alguns exemplos de aplicao de peas sinterizadas.
6. Explique as seguintes normas de peas sinterizadas:
Sint A20
Sint C50
Sint B54
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175
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CORROSO DOS METAIS
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Definio de corroso;
Tipos de corroso;
Proteo dos metais por revestimentos metlicos e no-metlicos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Princpio da corroso em funo do potencial eltrico dos materiais;
Linha de voltagem;
Mecanismo da corroso qumica, eletroqumica e intercristalina;
Aplicao dos diversos tipos de proteo corroso.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Evitar a corroso das peas utilizando os tipos adequados de proteo;
Utilizar corretamente os materiais de proteo em funo de seus potenciais eltricos.
Tecnologia dos Materiais
176
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Introduo
Nunca a questo da proteo dos metais contra a corroso foi objeto de tantas pesquisas
como atualmente.
O problema da corroso muito complexo; primeiro estudaremos o mecanismo e, em seguida,
a influncia dos vrios fatores referentes corroso.
Definio de corroso
Se entende por corroso segundo DIN 50900 a destruio de materiais em conseqncia de
reaes (processos) qumicas ou eletroqumicas com os meios que os rodeiam.
Os exemplos de vrias amostras de metais corrodos classificam a corroso em dois grupos:
corroso uniforme e corroso localizada.
Corroso uniforme
A corroso forma uma pelcula uniforme que recobre toda a superfcie alterada. Nesse caso,
ocorre uma perda de resistncia mecnica proporcional perda da espessura.
Corroso do cobre pelo cido ntrico
Tecnologia dos Materiais
177
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Corroso localizada
A corroso localizada forma uma superfcie rugosa no metal e surgem marcas que diminuem a
resistncia a deformao.
Exemplo
Chapa de ferro que esteve em contato com gua do mar, ou, chapa de alumnio que esteve em
contato com mercrio so exemplos de corroso localizada (figura seguinte). O metal recoberto de
marcas, a superfcie rugosa. A perda do peso pequena, porm, a capacidade de deformao e a
resistncia a trao so reduzidas.
Corroso localizada
Tecnologia dos Materiais
178
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Tipos de corroso
Corroso qumica
Esse tipo ocorre em um metal em contato com um meio corroente (sal, cido, base, gua, ar).
Por exemplo, quando o cobre entra em contato com a gua e o ar, forma-se uma camada de
azinhavre, ou seja, carbonato de cobre, resultando na corroso do metal.
Nos metais ferrosos, quando em contato com meios corroentes, forma-se a ferrugem, que os
destri lentamente.
Quanto maior for o teor do carbono no ao ou no ferro fundido, tanto maior (ou mais forte) ser
a corroso.
Corroso eletroqumica
Para que ocorra a corroso eletroqumica, deve existir um lquido condutor de eletricidade
chamado eletrlito e dois metais chamados de eletrodos. A esse conjunto chamamos clula
galvnica.
Corroso eletroqumica
So eletrlitos, por exemplo, solues de gua com cido, base ou sal.
Tecnologia dos Materiais
179
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Ao se colocar em contato dois eletrodos de metais diferentes, o metal que tem um potencial
eletroqumico maior (catodo) atrai eltrons do metal que tem menor potencial eletroqumico (nodo).
O nodo, que fica com falta de eltrons, liberta ento para a soluo tomos com falta de eltrons
(ons positivos) gerando a corroso.
Na clula galvnica da figura anterior, observamos a corroso do zinco, porque o cobre tem um
potencial de +0,34 volts e o zinco 0,76 volts em relao ao hidrognio (tabela abaixo). Subtraindo
um do outro teremos:
+0,34 V (-0,76V) = 1,1V
Material Voltagem (V)
Potssio
Sdio
Magnsio
Alumnio
Zinco
Ferro
Nquel
Estanho
Chumbo
- 2,92
- 2,71
- 2,37
- 1,67
- 0,76
- 0,44
- 0,25
- 0,14
- 0,13
M
e
t
a
i
s
n
o
-
n
o
b
r
e
s
Hidrognio - 0,00
M
e
t
a
i
s
n
o
b
r
e
s
Cobre
Prata
Mercrio
Platina
Ouro
+ 0,34
+ 0,80
+ 0,85
+ 1,20
+ 1,50
Reao no nodo
Zn 2e
-
Zn
++
Reao no catodo
2H
3
O
+
+ 2e
-
H
2
O + H
2
Tecnologia dos Materiais
180
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O Zn
++
entra na soluo e este eletrodo corrodo. O gs hidrognio (H
2
) vai para a atmosfera
e o eletrodo de cobre se mantm intacto.
Exemplo de corroso eletroqumica
Para aplicarmos unies metlicas na construo mecnica, devemos conhecer o mecanismo
da corroso entre diferentes metais. Na figura ao lado vemos uma unio de alumnio com um rebite
de cobre. O cobre mais nobre, ou seja, possui um potencial eletroqumico maior e, portanto, o
alumnio, que menos nobre, ser atacado e corrodo (veja tabela anterior).
Corroso por formao de par eletroqumico
As figuras seguintes nos apresentam problemas de corroso quando utilizamos materiais em
revestimentos superficiais no ferro. No primeiro caso, o ferro menos nobre que o estanho e, dessa
forma, quando houver uma descontinuidade da camada de estanho, o ferro ser corrodo.
No segundo exemplo, o zinco menos nobre que o ferro e atacado em primeiro lugar,
protegendo o ferro da corroso.
Tecnologia dos Materiais
181
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Ferro estanhado
Ferro galvanizado
O zinco corroe-se com uma velocidade sensivelmente menor que a do ao (
10
1
a
14
1
).
Corroso intercristalina
Nesse tipo de corroso ocorre uma verdadeira rede de fissuras no metal, enquanto a superfcie
no apresenta nenhuma alterao visvel (figura seguintes). A perda de peso do material
insignificante, entretanto pode romper-se sob um esforo muito pequeno. Sua resistncia eltrica
aumentada e pode servir para localizar a existncia desse tipo de corroso, pouco visvel ao
microscpio.
Tecnologia dos Materiais
182
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Corroso intercristalina
No exemplo da figura acima, o ferro puro menos nobre que o Fe
3
C. Os ons, ao se
dissolverem, geram uma decomposio do ferro, provocando um enfraquecimento do material pela
destruio da rede.
Fatores que influem na corroso
Os fatores que influem na corroso dependem do metal, da pea usinada e do meio corroente.
A corroso do metal maior quando este heterogneo.
Os materiais de composio qumica heterognea e com presena de impurezas se
constituem em centros de ataque da corroso (figura ao lado). Quanto mais fina a granulao maior
ser o ataque.
Corroso eletroqumica do ferro por influncia das
impurezas
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183
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Superfcie da pea usinada
O grau de acabamento de uma pea usinada, e os furos e riscos existentes em sua superfcie
servem de incio para a corroso.
Meio corroente
o meio em que se encontra o metal. O tipo de meio corroente (cido, salino ou bsico), sua
composio qumica, concentrao, pureza, temperatura, presso, viscosidade e estado de agitao
(figura a seguir) influem na corroso.
Corroso do zinco em funo do meio corroente
Trabalho mecnico
Os trabalhos mecnicos de dobramento, estampagem e forjamento a frio podem favorecer a
corroso, pois alteram a forma geomtrica das peas e podem lhes atribuir impurezas ou incluses, o
que modifica a resistncia do material corroso.
Proteo dos metais por revestimentos metlicos e no-metlicos
O recobrimento de um metal por uma camada protetora no tem somente a finalidade de
proteg-lo contra a corroso; pode tambm aumentar, em certos casos, a sua resistncia ao
desgaste (cromagem grossa), corrigir um defeito de usinagem ou embelezar uma pea.
Tecnologia dos Materiais
184
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Basicamente existem dois tipos de revestimento:
Revestimentos metlicos
Revestimentos no-metlicos
Revestimentos metlicos
A superfcie a ser revestida sempre deve ser submetida a um ou mais destes tratamentos:
Polimento
Desengorduramento
Decapagem
Polimento
Operao na qual se obtm superfcies lisas e brilhantes atravs da ao de discos de feltros
impregnados com uma massa abrasiva de granulao muito fina. Os discos so aplicados com uma
velocidade perifrica em torno de 30 a 35m/s.
As operaes de polimento so utilizadas para a desoxidao das peas metlicas de funilaria
e so executadas quando a pea apresenta traos ou depsitos superficiais de xidos (ferrugem).
O polimento pode ser eletroqumico, tambm chamado de polimento andico, que se utiliza do
princpio de metalizao galvnica, ou seja, as peas so introduzidas em um eletrlito (cido
fosfrico, cido sulfrico ou cido crmico) com passagem de corrente contnua. Esse tipo muito
usado no polimento de instrumental cirrgico.
Desengorduramento
As operaes de desengorduramento precedem fase final de proteo. So feitas nas peas
antes do acabamento com o objetivo de remover eventuais resduos de leo, gordura e outras
substncias provenientes das operaes anteriores e que, na pea, poderiam anular os efeitos da
proteo.
Tecnologia dos Materiais
185
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Os processos de desengorduramento podem ser qumicos ou eletrolticos.
Produtos usados para desengorduramento
Processo qumico
Solventes lquidos
Benzina
(benzeno)
Vapores de solventes
Clorobenzeno
Trielina
Solues alcalinas
Soda custica
Carboneto de sdio
Processo eletroltico Soluo de fosfato lissdico em gua
O desengorduramento mediante ao eletroltica usado freqentemente quando se trata de
desengordurar miudezas metlicas ou pequenas peas de srie.
Decapagem
A decapagem mecnica feita com jato de areia ou granalha de FoFo.
Na decapagem qumica os aos so decapados com solues sulfricas ou clordricas (10%),
que eliminam os xidos superficiais, mas tambm podem atacar o ferro subjacente.
Metalizao das peas eletrlise (galvanizao)
Pelo processo de galvanizao, so depositados sobre a pea o cobre, o nquel, o cromo, o
zinco, o cdmio, a prata e o ouro. Freqentemente, o depsito de proteo feito sobre um depsito
primrio que favorece a aderncia e a opacidade. assim que o nquel depositado sobre uma
camada de cobre, o cromo sobre uma camada de nquel, etc.
A pea a ser revestida constitui o catodo de uma clula galvnica (figura seguinte). O eletrlito
uma soluo que contm um sal do metal, que ir ser depositado na pea, e algumas substncias
destinadas a melhorar o revestimento (melhorar a aderncia, o brilho, etc.).
Tecnologia dos Materiais
186
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Cobreao eletroltica
O nodo pode ser do mesmo metal que ser depositado na pea, ou de um metal insolvel,
como por exemplo na eletrodeposio de cromo, usa-se nodo de chumbo.
A espessura da camada depositada da ordem de 0,01mm.
Instalao para cromagem grossa
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187
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Metais mais usados em metalizao
Metais Efeito e aplicao
Zinco e cdmio
Para a proteo do ao contra o ar e a gua. O material depositado
venenoso e no pode ser aplicado em produtos que serviro para
acondicionar alimentos.
Chumbo Proteo contra cidos sulfricos.
Estanho
No venenoso; pode ser aplicado em produtos para acondicionar
alimentos.
Como proteo de chapas de ao chama-se chapa branca ou folha
de flandres.
Cobre usado para primeira camada na metalizao.
Nquel, cromo e
cobalto
Como protetores contra corroso e desgaste. Podem ser facilmente
polidos.
Alumnio Serve para a proteo de ao e de ligas no-ferrosas.
Imerso num banho de metal em fuso
A pea a proteger mergulhada no metal derretido: zinco (galvanizao), estanho
(estanhagem), chumbo. Na sada, enxugada para diminuir e igualar a espessura do metal
depositado.
Esse processo utilizado somente com metais muito fusveis.
Metalizao com pistola
Nesse processo, o metal protetor derretido por meio de um maarico oxiacetilnico. Um jato
de ar comprimido pulveriza o metal derretido sobre a pea.
Tecnologia dos Materiais
188
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As gotculas fundidas na sada da pistola so lanadas sobre a pea a proteger com uma
velocidade tal (da ordem de 100m/s) que, na chegada, chocam-se e se soldam, formando um
depsito muito aderente, de 0,03mm de espessura mdia.
A superfcie da pea deve sofrer um tratamento anterior metalizao, de usinagem, de
jateamento e estar livre de leos, gorduras ou graxas.
O zinco e o alumnio so cada vez mais empregados para proteger, por esse processo, os
metais contra a corroso.
Ensaios em vrios meios corroentes permitiram determinar a durao da vida mdia dos
revestimentos como podemos ver na tabela seguinte.
Durao de revestimento de alumnio em atmosfera marinha
Espessura
(mm)
Durao mdia de vida
(anos)
0,15 a 0,20
0,20 a 0,25
0,25 a 0,30
5 a 10
10 a 20
20 a 40
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Proteo dos metais por revestimentos no-metlicos
O objetivo desse tipo de proteo evitar que os meios agressivos ataquem as superfcies das
peas.
Revestimentos orgnicos
So os leos e graxas normalmente empregados na proteo de peas de ao cujas
superfcies so acabadas e brilhantes, tais como, instrumentos de medio, roscas, etc.
Os leos e as graxas no devem conter cidos, para no atacarem as superfcies metlicas.
Pinturas e vernizes
Pintura um revestimento que, aplicado a uma pea, confere-lhe determinadas propriedades
estticas e protege sua superfcie contra a oxidao e corroso.
A pintura dever ser flexvel e aderente (de forma que acompanhe as possveis deformaes da
pea), impermevel e resistente a choques, resistente aos agentes corroentes e ela deve penetrar o
mximo possvel nas depresses ou reentrncias do material.
Freqentemente necessrio um revestimento intermedirio entre o material e a pintura.
Esse revestimento vulgarmente conhecido como zarco, que produzido base de xido de
chumbo e normalmente diludo em leo de linhaa.
Uma pintura composta essencialmente de duas partes:
Voltil
So os solventes que desaparecem por evaporao durante a secagem. Seu objetivo
fornecer pintura um grau de fluidez que permita sua aplicao em finas camadas.
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No-voltil
a parte que forma uma pelcula aps a secagem. composta de dois elementos:
Elementos filmogneos: formam, durante a secagem, uma pelcula contnua, aderente e
resistente.
Elementos corantes (pigmentos): do cor e opacidade pintura.
Esmaltagem
Os esmaltes so vidros (borossilicatos de Ca, K ou Pb) tornados opacos pelo xido estnico ou
pela cinza de ossos. So aplicados sobre o metal decapado. Depois da secagem, a fuso se faz
entre 800 a 1 000
0
C.
Devem ter um coeficiente de dilatao igual ao do metal recoberto e convm somente para as
peas rgidas ou macias que no devem sofrer deformaes (recipientes para a indstria qumica e
tinturaria, utenslios de cozinha, etc.).
Modificao qumica da superfcie do metal
Fosfatao
A pea de ao desengordurada mergulhada numa soluo de fosfato cido de mangans ou
de zinco a 100
0
C. O ao atacado. Forma-se, ento, um depsito de fosfatos de ferro 0,01mm
(nomes comerciais: parquerizao, bonderizao).
Uma pintura precedida de fosfatao eleva consideravelmente a resistncia a corroso de uma
pea.
Oxidao andica do alumnio (anodizao)
As peas de alumnio a oxidar so colocadas no nodo (+) de uma bacia para eletrlise; o
catodo uma placa de chumbo, conforme figura a seguir.
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191
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Oxidao andica do alumnio
O banho de cido sulfrico. O oxignio nascente formado no nodo d uma camada
protetora de xido de alumnio (Al
2
O
3
) de 0,04mm.
A camada de xido de alumnio muito dura e resistente s influncias qumicas. A camada de
xido formada no condutora de eletricidade.
A profundidade da camada anodizada depende da intensidade da corrente eltrica e do tempo
de permanncia da pea no banho.
Aps a anodizao, a pea deve ser colocada em gua a 90
0
C para diminuir a porosidade da
camada de xido. Se adicionarmos corante a essa gua, ele entrar nos poros dando um efeito
decorativo pea.
O processo de anodizao s pode ser aplicado em peas de alumnio ou de ligas desse
metal.
Questionrio - Resumo
1. Comente os dois grupos de corroso (uniforme e localizada).
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192
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2. Quais os fatores que influem na corroso ?
3. Quais so os tipos de corroso conhecidos ?
4. Descreva a corroso eletroqumica.
5. Na proteo dos metais por revestimento metlico, qual o tratamento preliminar que se
deve dar s peas ?
6. Por que razo o estanho no pode ser utilizado para a proteo do ao ?
7. Quais so os trs processos usados na metalizao das peas ?
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193
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8. Comente a proteo dos metais por revestimentos no-metlicos (pintura e esmaltagem).
9. Comente a proteo dos metais por modificao superficial do metal a ser protegido
(fosfatao e oxidao).
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194
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MATERIAIS PLSTICOS
Objetivos
Ao final desta unidade, o participante dever:
Conhecer
Estar informado sobre:
Elementos qumicos bsicos dos plsticos.
Saber
Reproduzir conhecimentos sobre:
Classificao dos termoplsticos, duroplsticos e suas caractersticas tpicas;
Tipos de conformao com materiais plsticos.
Ser capaz de
Aplicar conhecimentos para:
Aplicaes dos plsticos em funo de suas propriedades.
Tecnologia dos Materiais
195
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Definies bsicas
Elasticidade
Quando submetida a uma carga ou fora, uma pea deforma-se e, quando cessada a carga
ou fora que sobre ela atua, deve voltar a sua forma ou posio original.
Plasticidade
Quando submetida a uma carga ou fora, uma pea deforma-se permanente e definitivamente,
no ocorrendo o fenmeno do retorno como na elasticidade. Isso ocorre quando essa fora aplicada
superior ao limite elstico do material.
Combinao qumica orgnica
uma combinao entre carbono, hidrognio, oxignio, nitrognio e outros compostos, os
quais tambm existem nos organismos vivos.
Monmero
a menor unidade molecular do plstico, constitui sua partcula elementar.
Polmero
a combinao de monmeros por um processo chamado polimerizao, formando uma
cadeia.
Molcula
a combinao qumica de dois ou mais tomos. Pode ser separada (decomposta) em tomos
atravs de processos qumicos.
Macromolculas
Consistem em milhares de molculas formando grandes fios (macro = grande).
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196
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O que so plsticos ?
Plsticos so materiais orgnicos, obtidos atravs do craqueamento do petrleo, da hulha e do
gs natural liquefeito, ao contrrio de materiais naturais, como madeira e metal.
Plsticos e suas matrias primas
Materiais plsticos so tipos de um vasto grupo de materiais, construdos basicamente, ou em
sua maior parte, da combinao entre o carbono e hidrognio, oxignio, nitrognio e outros
compostos orgnicos e inorgnicos de origem direta ou indireta do petrleo. Os plsticos
apresentam-se no estado slido e lquido pastoso, quando so aplicados sobre eles temperatura e
presso.
A matria-prima utilizada para a fabricao dos plsticos pode ser largamente combinada,
resultando novos polmeros que tero propriedades individuais.
Alguns plsticos so semelhantes borracha, enquanto que algumas borrachas, tratadas
quimicamente, so consideradas plsticas. Outros plsticos so obtidos a partir de substncias
naturais, como o caso da celulose e da casena (protena extrada do leite).
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197
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Os materiais plsticos no so materiais vulgares, mas, sim, materiais nobres, capazes de
substituir muitos outros materiais. O amplo uso dos plsticos, na era moderna, pode ser atribudo, em
grande parte, s combinaes de propriedades e vantagens somente oferecidas por essa classe de
substncias.
O plstico se transforma em qualquer tipo de produto, por ser moldvel, verstil, leve, e barato
quando comparado madeira, ao alumnio, ao cobre e ao ao.
Ele pode transformar-se em todo tipo de produto, assumindo as mais diversas formas, desde
os mais comuns do dia-a-dia aos projetos mais sofisticados, como os plsticos resistentes
temperatura e altamente impermeveis corroso (termofixos em geral), criados para resistir
temperatura das naves espaciais.
Os plsticos podem ser transformados em fios, moldados ou laminados, usinados, flexveis ou
rgidos, transparentes ou opacos, incolores ou pigmentados (coloridos), pintados ou metalizados.
Demanda no mercado
A partir da Segunda Guerra Mundial (1939), aumentou a demanda de plsticos de todos os
tipos. Alm dos vrios tipos de plsticos j existentes, plsticos completamente novos foram
introduzidos no mercado.
Os anos de guerra tiveram enorme influncia no crescimento rpido das indstrias de plsticos
j estabelecidas e deram impulso a muitas outras indstrias. O consumo de plstico no Brasil triplicou
no perodo de 1964/70, passando de 84 mil para 252 mil toneladas, chegando a 865 mil toneladas em
1975.
A produo mundial tem duplicado a cada cinco anos, sendo que trs categorias representam
cerca de 60% do consumo total: o cloreto de polivinila (PVC), o polietileno (em alta ou baixa
densidade) e o poliestireno.
O poliestireno e o PVC tm uso no mercado de embalagens (sacos plsticos, tampas,
garrafas), no capeamento de fios e cabos, no revestimento de canais de irrigao, etc.
O PVC e o poliestireno estenderam seu uso ao mercado de mveis (capas, forros,
acolchoamentos, cadeiras pr-moldadas) e s o poliestireno, ao mercado de eletrodomsticos.
Tecnologia dos Materiais
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As fibras sintticas, plsticos especiais, tm seu consumo voltado para a fabricao de peas
de vesturio (tergal, nycron, dracon, orlon), usos domsticos (tapetes) e industriais (cordas e
cordonis para pneus).
Tambm chamadas de elastmeros, as borrachas sintticas atendem a 70% das necessidades
mundiais, no Brasil, sua utilizao chega a ser de 80% do total de borracha consumida. Isso por
apresentar vantagens sobre a natural, como maior resistncia abraso e ao calor, mais
uniformidade no processamento, fluidez na moldagem e diversidade de tipos.
O negro de fumo, por exemplo, insubstituvel na fabricao de certos tipos de borrachas,
plsticos e tintas, sendo 90% de sua produo mundial aplicada indstria de borracha, no setor de
pneumticos.
Propriedades comuns de todos os plsticos
Todos os plsticos consistem em macromolculas que possuem como principal elemento
qumico o carbono (C); por isso, chamam-se tambm combinaes orgnicas.
De um modo geral os plsticos apresentam as seguintes vantagens:
Pouco peso (Y = 0,9 2,2g/cm
3
);
Alta resistncia corroso;
Baixo coeficiente de atrito;
Baixa condutividade trmica e eltrica;
Boa aparncia;
Facilidade de trabalho;
Boa resistncia aos lcalis, s solues salinas e cidas.
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199
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Entre as desvantagens podemos enumerar:
Baixa resistncia ao calor;
Baixa resistncia mecnica ( = 15 100N/mm
2
);
Pouca estabilidade dimensional deformam-se facilmente com qualquer variao de
temperatura;
Alto coeficiente de dilatao (15 vezes maior que o do ao C);
No resistem aos cidos concentrados, aos solventes orgnicos e aos hidrocarbonetos.
A obteno dos plsticos
Os produtos bsicos dos materiais plsticos so as resinas sintticas, obtidas atravs de
reaes qumicas.
Polimerizao
So reaes qumicas que ocorrem entre molculas iguais (monmeros) quimicamente no
saturadas, que se unem (por rompimento das duas ligaes) em longas cadeias, formando
macromolculas (polmeros).
Polimerizao
Essas reaes no alteram a composio qumica molecular, portanto, so reversveis.
Tecnologia dos Materiais
200
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Policondensao
So reaes qumicas que ocorrem entre molculas iguais ou diferentes (contendo grupos
funcionais caractersticos) que, ao reagirem entre si, originam molculas mais complexas, com
eliminao de gua, lcool ou outro composto simples. Essas reaes alteram a composio qumica
molecular, portanto, so irreversveis.
Reao de policondensao (elimina gua)
Poliadio
uma reao que ocorre entre molculas de iguais ou diferentes caractersticas funcionais,
sem eliminao de nenhum outro elemento.
Poliadio
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201
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Um tomo da primeira molcula une-se segunda molcula.
Classificao dos plsticos
Termoplsticos
So resinas que amolecem com o calor (superior a 80
0
C) e endurecem com o frio. As
macromolculas formam fios (linhas) (figura seguintes) e so ligadas somente pelas foras de coeso
e adeso, chamadas de foras de Van der Waals no existindo, portanto, na polimerizao uma
reao qumica. Durante o aquecimento essas foras diminuem e as macromolculas tornam-se
mveis. O plstico ento amolece e pode ser transformado vrias vezes. Os termoplsticos tambm
podem ser soldados.
Estruturas dos termoplsticos
Nas tabelas Propriedades e aplicaes dos termoplsticos mais comuns, Caractersticas
fsicas e de transformao dos termoplsticos mais comuns e Comportamento qumico de alguns
termoplsticos quando em contato com agentes agressivos, apresentamos as propriedades,
aplicaes e caractersticas fsicas e qumicas dos termoplsticos mais comuns.
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202
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Duroplsticos (termofixos)
So resinas obtidas por policondensao ou poliadio e portanto uma reao irreversvel.
As macromolculas so ligadas quimicamente, atravs de cadeias laterais formando assim
uma estrutura tridimensional difcil de romper (figura ao lado). Os duroplsticos no so
transformveis aps a primeira formao. Tambm no podem ser soldados.
Estrutura dos duroplsticos
O material bruto pode ter a forma lquida ou slida e moldado por meio de presso e calor
que so necessrios para ocorrer a reao de policondensao ou poliadio.
Essas resinas, usualmente, so misturadas com farinha de soja, serragem ou p de rocha, por
motivos econmicos, e com fibras, tecidos, papel e celulose para melhorar as caractersticas
mecnicas.
As resinas termofixas mais usadas so:
Fenlica
Urica
Melamnica
Epxi
Polister
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203
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Nas tabelas Propriedades e aplicaes dos termofixos mais comuns e Caractersticas
fsicas e de transformao dos duroplsticos mais comuns apresentamos as propriedades,
aplicaes e caractersticas fsicas desses duroplsticos.
Elsticos
So plsticos cujas macromolculas possuem poucas pontes de redes.
Estrutura dos elsticos
O elemento de formao das pontes o enxofre, que tambm responsvel pelo fenmeno da
recuperao elstica do material (vulcanizao).
Esto neste grupo a borracha natural, a borracha sinttica e a borracha de silicone. Veja na
tabela Propriedades e aplicaes de elsticos mais comuns as propriedades e aplicaes desses
materiais.
Silicone
Os silicones diferenciam-se dos demais plsticos em razo da matria-prima de que so
constitudos.
Enquanto todos os outros plsticos so constitudos de cadeias de tomos de carbono, os
silicones so constitudos de cadeias de tomos de silcio.
Os silicones so menos ativos quimicamente do que os compostos de carbono e so mais
resistentes ao calor.
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ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
So usados como a borracha (veja a tabela Propriedades e aplicaes de elsticos mais
comuns, vernizes, graxas e leos que devem resistir a alta temperatura. So encontrados em
produtos tais como ceras para polimento, tinta, cosmticos, agentes antiespuma e fluidos dieltricos.
Propriedades e aplicaes dos termoplsticos mais comuns
Smbolo
DIN
Propriedades Aplicaes
Cloreto de polivinila Nomes comerciais: Troriplas Vestolit Hostalit Geom.
PVC
Rgido
PVC
Flexvel
Boa resistncia, tenacidade e dureza, dieltrico.
Muito elstico, no indicado para embalagens de
produtos alimentcios.
Tubos, placas, juntas, discos.
Mangueiras, frisos, guarnies,
revestimento de fios e cabos eltricos,
botas, solas de sapato.
Polietileno Nomes comerciais: Hostalen Vestolen Polietileno-U Carbide
PE
HD
(alta
densidade)
PE
LD
(baixa
densidade)
Elevada rigidez boa dureza superficial, dieltrico,
resistente ebulio.
Alta flexibilidade boa resistncia, baixa dureza
superficial.
Garrafas, recipientes e vasilhas para uso
domstico, revestimento de fios,
condutes, brinquedos.
Frascos flexveis, saquinhos, embalagens,
flores artificiais.
Polipropileno Nomes comerciais: Hostalen Vestolen P
PP Elevada estabilidade de forma ao calor resistente
a choques boa dureza superficial esterilizvel a
120
0
C quebradio a 0
0
C.
Peas de automveis, vasilhas,
capacetes, brinquedos.
Poliestireno Nomes comerciais: Polystirol Vestyron
OS Grande rigidez e exatido de medidas, resistente a
choques.
Peas para eletricidade e
telecomunicaes, brinquedos, pratos,
xcaras, garrafas, caixas para telefone,
rdio e TV.
Policarbonato Nomes comerciais: Makrolon Lexan
PC Transparente como vidro, alta resistncia,
estabilidade dimensional at 140
0
C, antitxico,
inaltervel ao tempo.
Peas para computadores, interruptores
automticos, fotografias: filmes, cmaras,
carretis; copos para filtros, semforos,
faroletes traseiros para carros, capacetes,
jarras para gua, mamadeiras.
Tecnologia dos Materiais
205
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Poliamida Nomes comerciais: Ultramid Durethan Nylon
PA Grande capacidade para suportar cargas
dinmicas dureza e rigidez elevada resistncia
aos choques amortecedor de choques, rudos e
vibraes resistente abraso e ao desgaste
boas propriedades de deslizamento.
Carcaas de aparelhos eltricos,
engrenagens, buchas, ps para
ventiladores, rotores de bombas
parafusos e porcas revestimento de
cabos e fios, cordas, embalagens para
produtos alimentcios.
Acrilonitrilo-Butadieno-Estireno Nomes comerciais: Novodur Lustran Vestodur
ABS Duro resistente a choques amortece vibraes
acsticas antitxico permite a produo de
produtos repuxados a frio a partir de chapas.
Utenslios domsticos: batedeiras,
geladeiras; indstria automobilstica,
grades, indstria radiofnica e fotogrfica:
caixas para rdio e TV, filmes; caixas e
teclados para mquina de escrever e de
calcular, brinquedos.
Caractersticas fsicas e de transformao dos termoplsticos mais comuns
Nome Abrev.
Densidade
g/cm
3
Resistncia
a trao
N/m
2
Temperatura de
transformao
0
C
Contrao
de
moldagem
%
Temperatura
mxima no
servio
0
C
Cloreto de
polivinila
rgido
PVC 1,45 30...50 175 200 0,1 0,2 65
Cloreto de
polivinila
flexvel
PVC 1,20 10...14 175 200 0,2 2,0 65
Polietileno
alta
densidade
PE
HD
0,96 25 185 220 2,0 4,0 120
Polietileno
baixa
densidade
PE
LD
0,92 10 150 175 1,5 3,0 90
Polipropileno PP 0,91 30...40 200 220 1,5 3,0 140
Poliestireno PS 1,05 50...75 180 210 0,4 0,6 80
Policarbonato PC 1,20 65 240 290 0,4 0,8 140
Poliamida
(nylon)
PA 1,15 60...80 180 290 1,0 2,5 100
Acrilonitrilo-
Butadieno
Estireno
ABS 1,05 180 - 250 0,3 0,8 90
Tecnologia dos Materiais
206
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Comportamento qumico de alguns termoplsticos quando em contato com agentes
agressivos
PVL PE PP PS PC PA ABS
concentrado
cidos
fraco
E E
I
E
E
I
E
I
I
E
concentrado
lcalis
fraco
E E
I
E
E
I
E
I
E
E
lcoois E E C E E E
leos minerais
graxas
E C C E E E E
benzina E I I I E E E
esteres I C C I E I
ter I C C I I E I
cetona I C C I I I I
hidrocarbonetos
clorados
I I I I I E I
benzol I I I I I E
carburante I I I I E
E Estvel
I Instvel
C Condicionamento Estvel
Tecnologia dos Materiais
207
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Propriedades e aplicaes dos termofixos mais comuns
Nome Comercial Propriedades Aplicaes
Resina fenlica fenol formaldedo (PF)
Baquelita
Reriform
Eshalit
Trolitan
Pertinax
Repelit
Trolitax
Ferroell
Lenax
Durcoton
Novatext
Resitex
Celeron
Isolante eltrico resistncia presso
de 12 a 15kg/mm
2
e resistncia trao
de 2,5kg/mm
2
.
Impregnada em papel
So resistentes umidade e se incham
muito pouco quando em contato com
graxa ou leo.
Impregnada em tecido
So bastante resistente flexo e tm
boa tenacidade.
Plugs, tomadas eltricas, rdios,
TV, caixas para motores pequenos,
aspiradores, baterias.
Corpos para bobinas, pranchas e
peas de isolamento eltrico,
tabuleiro de instrumentos.
Engrenagens, buchas, aletas de
mquinas pneumticas, martelos.
Resina urica Uria formaldedo (UF)
Beetle
Plaskon
Baquelite
inodora e transparente. Permitindo
colorir-se com cores claras, como o
branco, etc.
Aparelhos eltricos, peas para
lmpadas, coberturas, cola,
pranchas isolantes contra o calor e
o rudo.
Resina melamnica Melamina formaldedo (MF)
Melmac
Melurac
Caractersticas semelhantes resina
urica resiste bem a gua, calor e
cidos orgnicos.
As mesmas da resina urica.
Tecnologia dos Materiais
208
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Resina epxi (EP)
Araldite
Epirole
Epoxim
Metallon
Existem variedades desta resina
lquida e slida, transparentes, incolores
e pastosas. Os epxis so inodoros e
sdicos. No estado lquido so
venenosos, os vapores irritam a pele,
mas endurecidos tornam-se atxicos.
Resistem aos cidos e a lixvia.
Isolao em interruptores,
condensadores, conectores e
aparelhos eltricos em geral,
adesivos para metais, verniz ao
fogo.
Misturada com quartzo, talco,
grafite, obtemos resina para
fabricao de moldes de fundio,
etc.
Resina do polister Polister insaturado (UP)
Thermaflow
Mylar
Kriston
incolor e transparente, mas pode-se
obter qualquer cor por meio de
corantes. Endurece sob presso.
Peas de rdio e TV, vidraas de
avio, carrocerias de carro.
Caractersticas fsicas e de transformao dos duroplsticos mais comuns
Nome Abreviatura
Densidade
g/cm
3
Temperatura de
transformao
0
C
Temperatura
mxima no servio
0
C
Fenol
Formaldedo
(baquelita)
F.F 1,25
1,37
149 177 160
Uria
Formaldedo
(uria)
U.F 1,45
1,55
135 188 135
Melamina
Formaldedo
(melamina)
M.F 1,40
1,55
135 188 100
Polister
(com fibra
de vidro)
- 1,6 2,1 120 180 120
Epxi E.P 1,2 150
Tecnologia dos Materiais
209
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Propriedades e aplicaes de elsticos mais comuns
Nome Propriedades Aplicaes
Borracha
natural
Proveniente da seiva da seringueira (ltex), ela
aquecida com enxofre (vulcanizao) para
tornar-se mais consistente mantendo a
elasticidade.
No resiste bem a muitos leos e solventes.
Pneus, guarnies,
mangueiras.
Butadieno
estireno
(SBR)
- Propriedades semelhantes da borracha
natural.
- Facilidade de produo.
- Um pouco inferior borracha natural em
resistncia trao e resistncia ao desgaste.
Comumente combinada
com a borracha natural e
usada nos mesmos
produtos.
Polmeros de
clorobutadieno
(cloropreno)
(neopreno)
Borracha de
silicone
- Alta resistncia ao calor, luz, leos e a
produtos qumicos, boa resistncia eltrica.
No processado como a borracha natural.
- Suporta temperaturas de trabalho at
150
0
C.
- Permanece elstica at 70
0
C.
- Alta resistncia a leos e produtos
qumicos.
- O vapor reaquecido destri a borracha de
silicone.
Mangueiras e guarnies
para leo,
particularmente para
temperaturas altas.
Pneus para servio
pesado.
Mangueiras, guarnies,
isolantes para fios, etc.,
que devem resistir a
temperaturas extremas.
Tecnologia dos Materiais
210
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Materiais obtidos quimicamente de produtos naturais
Celulose sinttica
Fibra vulcanizada, celulide, celona e celofane.
Fibra vulcanizada
Massa especfica 1,1 a 1,4kg/dm
3
. De cor natural cinzenta, adquirindo comumente as cores
marrom, roxa ou preta.
Emprego: guarnies, cabos para ferramentas, sapatas para freios.
Celulide
Massa especfica 1,38kg/dm
3
(inflamvel).
Emprego: placas de proteo, filmes, armao de culos.
Celona
Massa especfica 1,4kg/dm
3
(no facilmente inflamvel mas pega fogo).
incolor e transparente mas com o tempo fica amarelada.
Emprego: pra-brisas, resinas, armao de culos, capa intermediria para vidros de
proteo.
Tecnologia dos Materiais
211
ESCOLA SENAI ALMIRANTE TAMANDAR
Celofane
Papel transparente impermevel.
Chifre sinttico
Massa especfica 1,3kg/dm
3
. Esse material fabricado de casena (leite desnatado). Pode ser
tingido em todas as cores, inspido e inodoro. Quando se queima, cheira a leite queimado. fcil de
ser usinado e se deixa polir, a 70
0
C fcil de dobrar ou estampar.
Emprego: substitui o chifre e o marfim na fabricao de regetas, rguas de clculo, cabos
para facas e pentes.
conhecido no mercado como Galalit, Berolit, Esbirith.
Usinagem de plsticos
Devido baixa condutividade trmica dos plsticos, o calor gerado pelo atrito entre a
ferramenta e a pea durante a usinagem no se dispersa, provocando, ento, uma combusto nos
duroplsticos.
J os termoplsticos amolecem e ficam pastosos, o que dificulta o corte.
Portanto, durante a usinagem muito importante que se faa um bom resfriamento com ar
comprimido.
Os duroplsticos produzem cavacos curtos e quebradios, j os termoplsticos produzem
cavacos longos e contnuos.
As ferramentas a serem utilizadas:
- Metal duro tipo K10 ou
-
- Ao rpido
Deve-se normalmente utilizar alta velocidade de corte e pouco avano.
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Caractersticas das ferramentas para usinagem de plsticos
Material Ferramenta Processo
ngulo de
folga
(
0
)
ngulo de sada
(
0
)
Avano
mm/rot
Velocidade
de corte
m/min
Duroplsticos
com material
de enchimento
orgnico
MD Tornear
Furar
Serrar
Fresar
8
6 8
10 15
10 20
12 25
6 10
3
20 25
0,1 0,3
0,1
manual
0,1 0,3
200 - 250
60 - 80
2500 - 3000
200 - 500
Duroplsticos
com material
de enchimento
inorgnico
MD Tornear
Furar
Serrar
Fresar
5 8
6 8
10 15
0 12
0 6
3
0,1 0,3
0,1
manual
at 40
20 - 40
at 1000
PVC Ao
Rp.
Tornear
Furar
Serrar
Fresar
15
8 10
30 40
25 30
0
3 5
0 8
0 25
0,1 0,2
0,1 0,5
0,1 0,5
0,3
200 - 500
150
3000
at 1000
Poliamida
(Nylon)
Ao
Rp.
Tornear
Furar
Serrar
Fresar
8 10
8 15
30 40
25 30
40 50
3 5
5 8
25
0,1 0,3
0,1 0,3
manual
0,1
200 - 500
at 100
at 2000
at 1000
Acrlico Ao
Rp.
Tornear
Furar
Serrar
Fresar
5 10
3 8
30 40
25 - 30
0 5
3 5
0 8
0 25
0,2 0,4
0,1 0,4
manual
0,2 0,5
500 - 600
20 - 50
at 2000
at 1000
Processos de transformao
Injeo
Na moldagem de materiais termoplsticos aquece-se o material at um estado de fluidez e, em
seguida, por meio de presso, lhe dada a forma de um molde.
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Molde para plstico
Finalmente, esfria-se a pea antes de extra-la do molde.
Processo de moldagem por injeo
Na moldagem por injeo, a mquina injetora alimentada com material granulado ou em p.
Se necessrio deve ser preaquecido em um cilindro adequado, onde o material se plastifica o
suficiente para que possa ser injetado sob presso em um molde frio e fechado, desse molde pode-
se extrair a pea moldada aps o seu resfriamento.
Mquina de moldagem por injeo
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Extruso
A extruso um processo extremamente verstil e entre os artigos fabricados por esse
processo incluem-se tubos, mangueiras, filmes, folhas, chapas, cabos eltricos, etc.
Extruso de filmes
Revestimento por extruso
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A seqncia bsica de processamento de um termoplstico em mquinas de extruso a que
segue:
a) Fluidificao de matria-prima, em geral em forma granular.
b) Vazo controlada do produto fluidificado atravs de uma matriz que o molda na forma
desejada.
c) Solidificao do produto.
d) Enrolamento ou corte final.
As fases a e b so realizadas realmente na mquina de extruso, enquanto que as fases c e d
podem ser chamadas de acabamento e se realizam em equipamentos auxiliares.
A mquina de extruso em si constituda de um parafuso de Arquimedes, que gira dentro de
um cilindro aquecido, em relao ao qual mantm uma folga muito pequena.
Termoformao
Na termoformao, uma chapa de plstico amolecida pelo calor recebe uma determinada
forma, seja dentro de um molde, seja ao seu redor.
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A termoformao pode ser dividida em trs tipos principais:
Formao a vcuo
Em sua formao mais simples, o mtodo consiste em fixar a folha num quadro ligado caixa
de molde.
A chapa aquecida at ficar com a consistncia de borracha e, por meio de vcuo, estirada
por sobre o molde.
A presso atmosfrica, que existe acima da folha, fora-a contra o molde enquanto resfriada
suficientemente para poder manter a sua forma definitiva.
Formao a vcuo (esquema)
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Formao sob presso ou por presso
o mesmo caso anterior, com a diferena que se aplica folha aquecida uma presso positiva
de maior ou menor intensidade.
Sopro
Aplicado na produo de garrafas. Introduz-se um tubo pr-formado em estado plstico na
matriz e injeta-se ar (sopra-se). A figura ao lado mostra a seqncia de formao da pea.
Sopro (esquema)
Calandragem
o processo pelo qual se fabrica uma chapa contnua passando o material amolecido pelo
calor entre dois ou mais cilindros. As calandras foram originalmente projetadas para o processamento
de borracha, porm, atualmente so utilizadas tambm para a produo de lmina dos
termoplsticos, especialmente de PVC flexvel e para a preparao de revestimentos sobre papel,
tecidos, etc.
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Calandragem (esquema)
Moldagem por compresso
Usa-se principalmente na fabricao de produtos, basicamente de plsticos termofixos, embora
possa ser tambm facilmente aplicada aos trabalhos com termoplsticos.
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Moldagem por transferncia
um processo em peas que possuem muitos detalhes. O processo consiste no carregamento
de uma certa quantidade de p de moldagem em uma cmara aquecida, fora do molde, onde atinge
um estado suficientemente plstico que permite sua passagem (sob presso) atravs de uma
abertura adequada, para dentro de um molde, fechado desde o incio.
Questionrio Resumo
1. Quais so as vantagens e as desvantagens apresentadas pelos plsticos em geral ?
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2. Quais so as diferenas fundamentais entre os termoplsticos e os duroplsticos ?
3. Descreva as reaes de polimerizao, policondensao e poliadio.
4. Quais so as propriedades e aplicaes do cloreto de polivinila (PVC), polietileno ((PE),
acrlico (PMMA) e poliestireno (PS) ?
5. Quais as propriedades da resina fenlica, fenol formaldedo (PF) e da resina epxi (EP) ?
6. Descreva os processos de termoformao dos materiais plsticos.