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MRG Medidas e Representaes Grficas

Prof. Casteletti

Classificao e caractersticas dos materiais

Escolha do material X Produto Avaliar o material: - suas qualidades mecnicas; - custo.


Pgina 133

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Classificao e caractersticas dos materiais

couro
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Classificao e caractersticas dos materiais


Materiais metlicos Materiais metlicos ferrosos Desde sua descoberta os materiais ferrosos tornaram-se de grande importncia na construo mecnica. Os materiais ferrosos mais importantes so: Ao liga de Fe e C com C < 2% - material tenaz, de excelentes propriedades, de fcil trabalho, podendo tambm ser forjvel. Ferro fundido liga de Fe e C com 2 < C < 5% - material amplamente empregado na construo mecnica, e que, mesmo no possuindo a resistncia do ao, pode substitu-lo em diversas aplicaes, muitas vezes com grande vantagem. Como esses materiais so fceis de serem trabalhados, com eles construda a maior parte de mquinas, ferramentas, estruturas, bem como instalaes que necessitam materiais de grande resistncia.

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Materiais metlicos no-ferrosos So todos os demais materiais metlicos empregados na construo mecnica. Possuem empregos os mais diversos, pois podem substituir os materiais ferrosos em vrias aplicaes e nem sempre podem ser substitudos pelos ferrosos. Esses materiais so geralmente utilizados isoladamente ou em forma de ligas metlicas, algumas delas amplamente utilizadas na construo de mquinas e equipamentos. Podemos dividir os no-ferrosos em dois tipos em funo da densidade: Metais pesados ( > 5kg/dm3) cobre, estanho, zinco, chumbo, platina, etc. Metais leves ( < 5kg/dm3) alumnio, magnsio, titnio, etc. Normalmente, os no-ferrosos so materiais caros, logo no devemos utiliz-los em componentes que possam ser substitudos por materiais ferrosos.

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Materiais no-metlicos Existem numerosos materiais no-metlicos que podem ser divididos em: Naturais madeira, couro, fibras, etc. Artificiais ou sintticos baquelite, celulide, acrlico, etc. Os materiais plsticos esto sendo empregados em um nmero cada vez maior de casos como substitutos de metais. Da a necessidade de conhecermos um pouco mais esses materiais que vm-se tornando uma presena constante nos campos tcnico, cientfico, domstico, etc. Deles nos ocuparemos um pouco mais na unidade Materiais plsticos.

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Estrutura cristalina dos metais No estado slido, os tomos no esto em repouso, mas vibram em torno de determinadas posies de equilbrio assumidas espontaneamente por eles ao se solidificarem.

Arranjo dos tomos

Essas posies no so assumidas ao acaso, pelo contrrio, apresentam uma ordenao geomtrica especial caracterstica, que uma funo da natureza do metal. Essa disposio ordenada, caracterstica dos metais slidos e de outros materiais no-metlicos, denomina-se estrutura cristalina.

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Tipos de estruturas cristalinas Dentre as estruturas destacamos trs tipos: 1. Rede cbica de faces centradas: Metais: Ni, Cu, Pb, Al, dentre outros.

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2. Rede cbica de corpo centrado: Metais: V, Cr, Mo, W, dentre outros.

3. Hexagonal compacta: Metais: Mg, Zn, Cd, Ti. - A dimenso da rede varia de tipo para tipo.

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Formao da estrutura na solidificao A estrutura cristalina, formada na solidificao atravs do resfriamento, ir definir a estrutura do material, os seus constituintes e propriedades. No estado lquido os tomos metlicos se movem livremente. Com a queda da temperatura, diminui a energia de movimento dos tomos e passa a predominar a fora de atrao entre eles. Por isto os tomos vo se unindo uns aos outros, em determinadas posies, formando os cristais (embries). Essa formao orientada segundo direes preferenciais, denominadas eixo de cristalizao.

Processo de formao da estrutura cristalina na solidificao

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Propriedades dos materiais Elasticidade: Uma mola deve ser elstica. Por ao de uma fora, deve se deformar e, quando cessada a fora, deve voltar posio inicial.

Fragilidade: Materiais muito duros tendem a se quebrar com facilidade, no suportando choques, enquanto que os materiais menos duros resistem melhor aos choques. Assim, os materiais que possuem baixa resistncia aos choques so chamados frgeis. Exemplos: FoFo, vidro, etc.

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Ductilidade: Pode-se dizer que a ductilidade o oposto da fragilidade. So dcteis os materiais que por ao de fora se deformam plasticamente, conservando a sua coeso, por exemplo: cobre, alumnio, ao com baixo teor de carbono, etc. Na figura seguinte temos um fio de cobre de 300mm de comprimento. Se puxarmos este fio, ele se esticar at um comprimento de 400 a 450mm sem se romper porque uma das qualidades do cobre ser dctil.

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Tenacidade: Se um material resistente e possui boas caractersticas de alongamento para suportar um esforo considervel de toro, trao ou flexo, sem romper-se, chamado tenaz. A chave da figura ao lado pode ser tracionada e flexionada sem romper-se facilmente porque de um material tenaz.

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Dureza As ferramentas devem ser duras para que no se desgastem e possam penetrar em um material menos duro. A dureza , portanto, a resistncia que um material oferece penetrao de outro corpo.

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Resistncia Resistncia de um material a sua oposio mudana de forma e ao cisalhamento. As foras externas podem exercer sobre o material cargas de trao, compresso, flexo, cisalhamento, toro ou flambagem.

Flexo

Cisalhamento

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Toro Trao

Flambagem

Compresso

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Elasticidade e plasticidade So propriedades de mudana de forma. Denominamos deformao elstica deformao no permanente e deformao plstica deformao permanente.

Densidade A densidade de um material est relacionada com o grau de compactao da matria. Fisicamente, a densidade () definida pela massa (M) dividida pelo volume (V). = M/V Kg/dm Exemplo: o cobre tem maior densidade que o ao: Cu = 8,93kg/dm3 Ao = 7,8kg/dm3

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1) 2) 3) 4) 5) 6) Questionrio: Na fabricao de um produto, deve-se selecionar adequadamente o material, avaliando quais aspectos? A classificao dos materiais definida levando-se em considerao suas: Os materiais metlicos so divididos em quais classes? Os materiais no metlicos podem ser divididos em: A estrutura cristalina dos metais influencia sua: Explique as caractersticas das seguintes propriedades dos materiais: a) Elasticidade: b) Fragilidade: c) Ductilidade: d) Tenacidade: e) Dureza: Quais os tipos de resistncias que os materiais podem sofrer atravs de foras externas?

7)

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Obteno do Ferro Gusa


Os minrios de ferro so rochas que contm xidos de ferro ou carbonatos de ferro agregados a quartzo, argila, composto de enxofre, fsforo e mangans.
Minrio Magnetita Hematita roxa Hematita parda ou limonita Siderita Designao qumica xido ferroso frrico xido de ferro anidro xido de ferro hidratado Carbonato de ferro Frmula qumica Fe3O4 Fe3O3 2Fe2O3 + 3H2O FeCO3 Contedo de Fe 60...70% 40...60% 20...45% 30...45%

Antes da fuso do minrio no alto-forno para a obteno do ferro gusa, o minrio deve ser britado (quebrado). As impurezas ptreas so separadas por flotao e, em seguida, elimina-se a umidade e parte do enxofre. Os minrios de granulometria fina so compactados formando briquetes.

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Obteno do Ferro Gusa

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Obteno do Ferro Gusa


Transformao do minrio em metal A transformao do minrio em metal feita no alto-forno que um forno de cuba com uma altura de 30 a 80m e um dimetro mximo de 10 a 14m. Neste forno entra o minrio e sai o ferro gusa que contm 5 6% de carbono, 3% de silcio (Si), 6% de mangans (Mn) assim como altos teores de enxofre e fsforo. Um teor alto de carbono, enxofre e fsforo tornam o ferro gusa muito frgil, no forjvel e no soldvel.

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Obteno do Ferro Gusa


Alto-forno (funcionamento) A transformao do minrio em ferro gusa feita em dois movimentos: o movimento descendente de carga (slidos) em oposio ao movimento ascendente dos gases. Carga do auto-forno: Minrio: xido de ferro (Fe2O3) quebrado e aglomerado. Coque metalrgico: Possui grande resistncia ao esmagamento e uma excelente porosidade para deixar passar a corrente gasosa. Fundente adicional: Permite a separao do metal da ganga numa temperatura relativamente baixa. A composio do fundente depende da natureza da ganga.
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Obteno do Ferro Gusa

O ferro gusa que sai do alto-forno pode ser solidificado em pequenos lingotes que serviro de matria-prima para uma segunda fuso, de onde resultar o ferro fundido, ou o gusa poder ser transportado lquido (carro torpedo) para a aciaria.

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Diagrama Ferro - Carbono


Diagrama ferro-carbono O ferro puro raramente usado, o mais comum ele estar ligada ao carbono e outros elementos. O diagrama ferro-carbono, classifica o ferro de acordo com a porcentagem de carbono agregada a ele. O diagrama ferro-carbono pode ser dividido em trs partes: - de 0 a 0,05%C ferro puro - de 0,05 a 2,06%C ao -de 2,06 a 6,7%C ferro fundido A porcentagem de carbono e de outras ligas ao ferro, altera suas caractersticas, definindo assim, a sua utilizao e aplicao.

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Diagrama Ferro - Carbono


Para conseguir a estrutura desejada do material, importante controlar as temperaturas de aquecimento e de resfriamento do material. A velocidade de resfriamento do material deve ser lenta. Se resfriarmos um ao rapidamente, outras estruturas diferentes se formaro. Esse o princpio dos Tratamentos Trmicos. Algumas estruturas formadas: Ferrita O ferro insolvel na ferrita, mole e ductil Cementita Corresponde a um teor de carbono de 6,67% e muito duro. Perlita Combinao de ferrita e perlita, possuindo um teor de carbono de 0,86%. Austenita Consegue dissolver at 2% de carbono,

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Diagrama Ferro - Carbono


1) 2) 3) 4) 5) 6) 7) 8) Questionrio: Os minrios de ferro so rochas que contm: As impurezas existentes no minrio de ferro so retiradas atravs de qual processo? A transformao do minrio de ferro em metal ocorre em que equipamento? Neste equipamento entra o minrio de ferro e sai o ferro gusa que contm: Para a obteno do ferro gusa so necessrios quais componentes? Qual a faixa de temperatura de fuso do ferro gusa? O ferro gusa a base para a obteno de qual material? Quais devem ser as porcentagens de carbono para: a) ferro gusa (puro); b) ao; c) fofo (ferro fundido). O que necessrio fazer para se conseguir a estrutura desejada de um material?

9)

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Ao - Carbono
Liga de ferro-carbono que contem, geralmente entre 0,008% at 2,11% de carbono, alm de outros elementos que resultam dos processos de fabricao. obtido a partir do ferro-gusa em uma aciaria. Processo utilizado a descarbonetao remoo de parte do carbono existente no gusa atravs da oxidao. Elementos removidos: enxofre (S), fsforo (P), silcio (Si) e mangans (Mn).

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Ao - Carbono

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Ao - Carbono
Apesar da presena desses elementos, os aos-carbono so especificados apenas em funo do teor de carbono que apresentam. Assim, dependendo do teor de carbono, esses aos subdividemse em trs classes: Aos com baixos teores de carbono: entre 0,008% e 0,3%; Aos com mdios teores de carbono: entre 0,3% e 0,7%; Aos com altos teores de carbono: entre 0,7% e 2,11%. A quantidade de carbono tem influncia decisiva nas propriedades dos aos. Ela influi na dureza, na resistncia trao e na maleabilidade dos aos. Quanto mais carbono um ao contiver, mais duro ele ser.

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Ao - Carbono
O ao ainda o material mais usado na indstria mecnica e pode ser trabalhado pelos mais diversos processos de fabricao. Suas propriedades mecnicas permitem que ele seja:

Dobrado

Laminado

Curvado

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Ao - Carbono

Trefilado

Repuxado

Forjado

Usinado Soldado

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Ao - Carbono
Ao-liga Os aos-liga ou aos especiais so obtidos mediante a adio e dosagem de certos elementos ao ao-carbono quando esse est sendo produzido. Os principais elementos que adicionam-se aos aos so os seguintes: alumnio (Al), mangans (Mn), nquel (Ni), cromo (Cr), molibdnio (Mo), Vandio (V), Silcio (Si), cobre (Cu), cobalto (Co) e tungstnio (W). De um modo geral, ao introduzir elementos de liga nos aos visa-se aos seguintes objetivos: Alterar as propriedades mecnicas; Aumentar a usinabilidade, a temperabilidade e a capacidade de corte; Conferir dureza a quente; Conferir resistncia ao desgaste; Conferir resistncia corroso; Conferir resistncia oxidao (ao calor); Modificar as caractersticas eltricas e magnticas

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Ao - Carbono

TABELA DA PGINA 164

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Ao - Carbono

Identificao dos aos Os ferros fundidos, os aos-carbono e os aos-liga podem ser identificados por processos qumicos (anlises qumicas) ou por meio da prova da centelha, que um processo fsico. A prova da centelha consiste em encostar, levemente, a amostra de ferro ou ao no rebolo de uma esmerilhadeira em funcionamento, de preferncia no escuro. Isso permite ao operador observar a cor, o aspecto e a luminosidade das centelhas, o que exige bastante habilidade e prtica.

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Ao - Carbono
Ao-carbono com baixo teor em carbono - a cor das centelhas amarelada e o feixe moderado.

Ao-carbono com mdio teor em carbono - os feixes so curtos, mais brilhantes e abertos, formando estrelas.

Ao-carbono com alto teor em carbono - os feixes so compridos e brilhantes, formando grande quantidade de estrelas.

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Ao - Carbono
Ferro fundido cinzento - os feixes so curtos e pouco brilhantes e de cor vermelho-escuro .

Ao inoxidvel - os feixes so curtos, alaranjados e estrelados.

Ao rpido - os feixes so curtos, de cor vermelho pardo e sem estrelas

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Ao - Carbono
Sistema de classificao dos aos Dada a grande variedade de tipos de ao, criaram-se sistemas para a sua classificao. A classificao mais generalizada a que considera a composio qumica dos aos e, entre os sistemas de classificao conhecidos, destacam-se o do American Iron and Steel Institute (AISI), (Instituto Americano de Ferro e Ao) e o da Society of Automotive de Engineers (SAE) (Sociedade Automotiva de Engenheiros), alm do sistema da Associao Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT). TABELAS DAS PGINAS 167/168/169

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Ferro Fundido
Ferro fundido uma liga bsica ternria, isto , composta de trs elementos: ferro, carbono (2,11 a 6,69%) e silcio (1 a 2,8%). Existe tambm o ferro fundido ligado, ao qual so acrescentados outros elementos de liga para dar uma propriedade especial liga ternria. Os fatores que determinam a estrutura do ferro fundido so: a composio qumica e a velocidade de resfriamento.

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Ferro Fundido

Classificao do ferro fundido Dependendo da quantidade de cada elemento e da maneira pela qual o material resfriado ou tratado termicamente, o ferro fundido pode ser classificado em cinzento, branco, malevel e nodular. O fator que constata a classificao em cinzento ou branco a aparncia da fratura do material depois de frio; essa aparncia, por sua vez, determinada pela solidificao da massa metlica, que pode se apresentar de duas formas: como cementita (Fe3C) ou como grafita, um mineral de carbono.

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Ferro Fundido
Ferro fundido cinzento No ferro fundido cinzento, o carbono se apresenta sob a forma de grafita, em flocos ou lminas, responsvel pela cor acinzentada do material. Como o silcio favorece a decomposio da cementita em ferro e grafita, esse tipo de liga ferrosa apresenta um teor maior de silcio, de at 2,8%. Outro fator que auxilia a formao da grafita o resfriamento lento. Aplicaes do ferro fundido cinzento - em razo de apresentar boa usinabilidade e grande capacidade de amortecer vibraes, empregado nas indstrias de equipamentos agrcolas e de mquinas, na mecnica pesada, na fabricao de blocos e cabeotes de motor, carcaas e plats de embreagem, suportes, barras e barramentos para mquinas industriais.

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Ferro Fundido
Ferro fundido branco O ferro fundido branco formado no processo de solidificao, quando no ocorre a formao de grafita e todo o carbono fica na forma de carboneto de ferro ou cementita. Para que isso acontea, tanto os teores de carbono quanto os de silcio devem ser baixos e a velocidade de resfriamento deve ser maior. Nos ferros fundidos brancos ligados, elementos como cromo, molibdnio e vandio funcionam como estabilizadores dos carbonetos, aumentando a dureza. Aplicaes do ferro fundido branco - por causa da elevada dureza, o ferro fundido branco frgil, embora tenha grande resistncia compresso, ao desgaste e abraso. Essa resistncia e dureza se mantm mesmo sob temperaturas elevadas e por essa razo empregado em equipamentos de manuseio de terra, minerao e moagem, rodas de vages e revestimento de moinhos.

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Ferro Fundido
Ferro fundido malevel O ferro fundido malevel produzido a partir de um ferro fundido branco submetido a um tratamento trmico, por vrias horas, de modo a tornar o material mais resistente a choques e deformaes. Dependendo das condies do tratamento trmico, o ferro fundido malevel pode apresentar o ncleo preto ou branco. O ferro fundido malevel de ncleo preto, tambm conhecido por americano, passa por um tratamento trmico em atmosfera neutra, na qual a cementita se decompe em ferro e carbono. O carbono forma uma grafita compacta, diferente da forma laminada dos ferro fundido cinzento.

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Ferro Fundido
O ferro fundido malevel de ncleo branco passa por um tratamento trmico, no qual o carbono removido por descarbonetao, no havendo a formao de grafita. Por essa razo, adquire caractersticas semelhantes s de um ao de baixo teor de carbono. Aplicaes do ferro fundido malevel - o ferro fundido malevel de ncleo preto usado na fabricao de suportes de molas, caixas de direo, cubos de rodas, bielas, conexes para tubulaes hidrulicas e industriais. O ferro fundido malevel de ncleo branco um material indicado para a fabricao de barras de toro, corpos de mancais, flanges para tubos de escapamento e peas que necessitem de soldagem.

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Ferro Fundido
Ferro fundido nodular A estrutura do ferro fundido nodular apresenta partculas arredondadas de grafita, obtidas com a adio de magnsio na massa metlica ainda lquida. Com o auxlio de tratamentos trmicos adequados, esse material apresenta propriedades mecnicas como ductilidade, tenacidade, usinabilidade, resistncia mecnica e, corroso, melhores do que as de alguns aos carbono. Aplicaes do ferro fundido nodular devido s propriedades mecnicas e ao menor custo de processamento, o ferro fundido nodular est substituindo alguns tipos de ao e ferro fundido malevel na maioria de suas aplicaes: mancais, virabrequins, cubos de roda, caixas de diferencial, peas de sistemas de transmisso de automveis, caminhes e tratores.

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Ferro Fundido

Como fundir?

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Ferro Fundido

Vazando o Ferro Fundido

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Metais no ferrosos e ligas


Os metais no-ferrosos tm aumentado cada vez mais a sua importncia no mundo moderno, quer substituindo o ferro, quer formando ligas com o ferro para melhorar as suas caractersticas.

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Metais no ferrosos e ligas


A maioria dos metais puros so moles e tm baixa resistncia a trao. Mas essas propriedades podem ser melhoradas pela adio de elementos de liga. Pela adio de elementos de liga quase sempre aumentam-se a dureza e a resistncia a trao, diminui-se o alongamento, e a condutibilidade eltrica piora.

A obteno dos metais Os minrios de onde so retirados os metais, alm do prprio metal, contm tambm impurezas, tais como: oxignio, hidrognio e enxofre. A quantidade (porcentagem) de metal varia em funo do tipo de minrio.

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Metais no ferrosos e ligas


O quadro abaixo mostra esquematicamente o processo de obteno da maioria dos metais.

Para obter um metal quase que totalmente puro (99,99%) usam-se normalmente outros processos alm do processo normal de obteno do metal siderrgico, os quais dependem do tipo de metal.

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Tratamento Trmico dos aos


Os tratamentos trmicos consistem de: aquecimento, tempo de permanncia a determinada temperatura e resfriamento. O objetivo do tratamento trmico o de alterar a estrutura cristalina do material. Desta forma, alterando tambm suas caractersticas mecnicas.

Fatores que influenciam nos tratamentos trmicos Velocidade de aquecimento A velocidade de aquecimento deve ser adequada composio e ao estado de tenses do ao. Como tendncia geral o aquecimento muito lento provoca um crescimento excessivo dos gros tornando o ao frgil. Entretanto, um aquecimento muito rpido em aos ligados ou em aos com tenses internas (provocadas por fundio, forjamento, etc.) poder provocar deformaes ou trincas.
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Tratamento Trmico dos aos


Temperatura de aquecimento A temperatura de aquecimento dever ser adequada para que ocorram as modificaes estruturais desejadas. Se ela for inferior a essa temperatura, as modificaes estruturais no ocorrero; se for superior, ocorrer um crescimento dos gros que tornar o ao frgil. Tempo de permanncia na mesma temperatura O tempo de permanncia na mesma temperatura deve ser o suficiente para que as peas se aqueam de modo uniforme em toda a seco, e os tomos de carbono se solubilizem totalmente. Se o tempo de permanncia for alm do necessrio, pode haver indesejvel crescimento dos gros.

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Tratamento Trmico dos aos


Resfriamento As estruturas formadas no diagrama de equilbrio Fe C s vo se formar se o resfriamento for muito lento.

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Tratamento Trmico dos aos


Nos tratamentos trmicos, variando as velocidades de resfriamento, obtemos diferentes estruturas e com isso obtemos diferentes dureza, resistncia a trao, fragilidade, etc. Com o auxlio do diagrama de transformao isotrmica tambm chamado de curva T.T.T. (tempo, temperatura, transformao), poderemos entender melhor os fenmenos que ocorrem quando o ao resfriado a diferentes velocidades de resfriamento. Os meios de resfriamento so os responsveis pelas diferentes velocidades de resfriamento.

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Tratamento Trmico dos aos


Meios de resfriamento Soluo aquosa a 10% NaOH (hidrxido de sdio) Soluo aquosa a 10% NaCl (cloreto de sdio) Soluo aquosa a 10% Na2CO3 (carbonato de sdio) gua 00C gua a 180C gua a 250C leo gua a 500C Tetracloreto de carbono gua a 750C gua a 1000C Ar lquido Ar Vcuo

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Tratamento Trmico dos aos


Tipos de Tratamentos Trmicos Recozimento o tratamento trmico realizado com a finalidade de alcanar um ou vrios dos seguintes objetivos: Remover tenses de trabalhos mecnicos a frio ou a quente; Reduzir a dureza do ao para melhorar a sua usinabilidade; Diminuir a resistncia a trao; Aumentar a ductilidade; Regularizar a textura; Eliminar efeitos de quaisquer tratamentos trmicos. Consiste em aquecer o ao a mais ou menos 500C acima da linha G S K e manter esta temperatura o tempo suficiente para que ocorra a solubilizao do carbono e dos outros elementos de liga no ferro gama. Em seguida, deve-se fazer um resfriamento lento.

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Tratamento Trmico dos aos


Tipos de Recozimento: Recozimento total ou pleno Obtm-se desse recozimento uma estrutura ideal para melhorar a usinabilidade dos aos de baixo e mdio teor de carbono (0,2 a 0,6%). O resfriamento feito dentro do prprio forno, controlando-se a velocidade de resfriamento.

Recozimento de esferoidizao Esse tratamento melhora a usinabilidade e a ductilidade dos aos de alto teor de carbono. Para ocorrer a transformao desejada, o ao deve ser aquecido a uma temperatura entre 6800C a 7500C, em funo do teor de carbono. Esta temperatura deve ser mantida o tempo suficiente para homogeneizar a temperatura em toda a pea e o resfriamento deve ser lento, cerca de 100C a 200C por hora.

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Tratamento Trmico dos aos

Recozimento subcrtico Consiste em aquecer o ao a uma temperatura entre 550 a 6500C (abaixo da zona crtica figura a seguir) com a finalidade de promover uma recristalizao em peas que foram deformadas a frio (laminao, forjamento) ou para aliviar tenses internas provocadas nos processos de soldagem, corte por chama, solidificao de peas fundidas.

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Tratamento Trmico dos aos


Normalizao A normalizao consiste em aquecer as peas 200C a 300C acima da temperatura de transformao (linha G S E) e resfri-las mais rpido que no recozimento porm mais lento que na tmpera. O mais comum um resfriamento ao ar. O objetivo deste tratamento obter uma granulao mais fina e uniforme dos cristais, eliminando as tenses internas. A normalizao usada em ao, aps a fundio, forjamento ou laminao e no ferro fundido aps a fundio.

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Tratamento Trmico dos aos


Tmpera dos aos A tmpera um tratamento trmico que executamos em um ao quando desejamos aumentar sua dureza e resistncia mecnica. Conseguimos isso mudando a estrutura do ao (de ferrita + perlita) para uma estrutura martenstica. A operao consiste basicamente em trs etapas: Aquecimento a temperatura varia de acordo com a % de carbono no ao; Manuteno de uma determinada temperatura - o tempo necessrio para que toda a pea chegue a uma mesma temperatura e se solubilize totalmente o carbono; Resfriamento - o resfriamento deve ser feito em um meio que possibilite uma velocidade crtica, permitindo obter a estrutura de martensita. Esse meio pode ser: gua, sal moura, leo ou mesmo o prprio ar dependendo da velocidade de resfriamento que se precise.

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Tratamento Trmico dos aos


Revenimento dos aos O revenimento um tratamento trmico que normalmente se realiza aps a tmpera com a finalidade de aliviar as tenses internas; diminuir a dureza excessiva e fragilidade do material, aumentando a ductilidade e a resistncia ao choque. O revenimento consiste em aquecer a pea entre 100 e 4000C e resfriar lentamente. Beneficiamento Consiste em fazer uma tmpera, seguida de um revenimento a uma temperatura entre 4500 a 6500C. Os fabricantes de ao costumam fornecer diagramas semelhantes aos da figura seguinte de onde se escolhe a temperatura de revenimento em funo das caractersticas mecnicas desejadas.

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Tratamento Trmico dos aos

Alguns tipos de aos quando revenidos dentro de uma faixa de temperatura apresentam um aumento da fragilidade, medida em ensaio de resistncia ao choque. Essa faixa de temperatura deve ser evitada revenindo-se a uma temperatura mais baixa ou a uma temperatura mais alta seguida de um resfriamento rpido (gua ou leo).

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Tratamento trmico de aos ligados Para a determinao das temperaturas deve-se sempre consultar as tabelas e diagramas do fornecedor. Exemplo: Ao ABNT 4340 Composio % C 0,38 0,43 Si 0,15 0,30 Mn 0,60 0,80 Cr 0,70 0,90 Ni 1,65 2,00 Mo 0,20 0,30

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Tratamento subzero Consiste em se resfriar o ao a temperaturas muito inferiores a ambiente, para que ele atinja a linha de fim da transformao martenstica Mf, na curva T.T.T. Recorre-se a esse tratamento quando a estabilidade dimensional de ferramentas ou calibres situa-se em faixas muito apertadas de tolerncia. Normalmente o primeiro tratamento subzero executado aps um primeiro revenimento, pois seria fatal para a pea um resfriamento direto da temperatura de austenitizao. Em instrumentos de alta preciso podem ser adotadas sries de cinco a seis ciclos sucessivos de resfriamentos subzeros e revenimentos. Os meios usados podem ser uma mistura de gelo seco em lcool (-700C) ou nitrognio lquido (-1950C).

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Tratamento Trmico dos aos ligados

Tmpera superficial Na tmpera superficial produz-se uma mudana da estrutura cristalina localizada apenas na superfcie do ao, que adquire as propriedades e caractersticas tpicas da estrutura martenstica. Esse processo tem como objetivo aumentar consideravelmente a resistncia ao desgaste na superfcie e manter a tenacidade do ncleo. Devem ser empregados aos de 0,3% a 0,6% de teor de carbono. A tmpera superficial pode ser realizada por dois processos: chama e induo.

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Tmpera por chama O aquecimento da pea feito por meio da incidncia de uma chama oxiacetilnica na superfcie da pea, a uma temperatura acima da zona crtica (7230C), atingindo uma camada predeterminada a endurecer; em seguida feito um resfriamento por jateamento de gua. Existem vrios mtodos de aquecimento. As duas prximas figuras mostram os tipos de aquecimento para tmpera superficial:

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Tmpera superficial por induo O calor para aquecer a pea at a temperatura de austenitizao pode ser gerado na prpria pea por induo eletromagntica. A pea a ser temperada colocada dentro de uma bobina. Um gerador fornece a corrente eltrica de alta freqncia, que cria um campo magntico na bobina. Esse campo magntico provoca um fluxo de corrente eltrica na pea (princpio da induo). O aquecimento da pea gerado pela resistncia do material ao fluxo da corrente eltrica.

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Tratamentos termoqumicos Os processos termoqumicos so aplicados nos aos com baixo teor de carbono com o objetivo de aumentar sua dureza superficial e a resistncia ao desgaste, mantendo o ncleo dctil e tenaz. Absorvendo um elemento endurecedor, o material modifica sua composio qumica superficial.

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Os tratamentos termoqumicos mais usados so: Cementao Nitretao Boretao Esses tratamentos so feitos com substncias slidas, lquidas ou gasosas. Cementao A cementao se aplica a aos com at 0,25% de carbono e com baixo teor em elementos de ligas. O ao colocado em um meio rico em carbono e aquecido a uma temperatura acima da temperatura de transformao em austenita, pois neste estado ele consegue dissolver melhor o carbono. A profundidade de penetrao do carbono depende do tempo de cementao.

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Tratamento Trmico dos aos ligados


Como o processo se d por difuso, a camada superficial apresentar grande saturao do elemento carbono, decrescendo em direo ao ncleo como mostra a figura abaixo.

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Temperatura de cementao As temperaturas de cementao mais elevadas favorecem a penetrao reduzindo o tempo de cementao, porm, conferem uma granulao mais grosseira, o que reduz os limites de resistncia a trao, toro, flexo, etc. Os valores mais usuais de temperatura de cementao oscilam de 8500C a 9500C. Tempo de cementao O tempo de cementao determinado em funo da espessura da camada cementada desejada, da temperatura e do meio cementante. Obviamente, quanto maior for o tempo e mais alta a temperatura, mais profunda ser a camada.

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Meios de cementao A cementao, quanto aos meios cementantes (tabela abaixo), pode ser: Slida (caixa): Carvo vegetal duro; Carvo coque 20%; Ativadores 5 a 10%; Liquida (banho em sais fundidos): Cianetos de sdio; Cianetos de brio; Cianatos de sdio; Cianatos de brio; Outros sais; Gasosa (fornos de atmosfera): Gs metano; Gs propano, etc.

Aplicao da cementao Peas como engrenagens, eixos, parafusos, etc., que necessitam de resistncia mecnica e de alta dureza na superfcie e ncleo dctil com boa tenacidade.

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Nitretao A nitretao, semelhantemente cementao, um tratamento de endurecimento superficial em que se introduz superficialmente nitrognio no ao at uma certa profundidade, a uma temperatura determinada em ambiente nitrogenoso. A nitretao realizada com os seguintes objetivos: Obteno de elevada dureza superficial, maior do que nos outros processos, exceto na boretao; Aumento da resistncia ao desgaste; Aumento da resistncia fadiga; Aumento da resistncia corroso; Melhoria de resistncia superficial ao calor.

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A nitretao realizada com temperatura inferior zona crtica de 500 a 5600C, tornando as peas menos suscetveis a empenamentos ou istores. Aps a nitretao no h necessidade de qualquer tratamento. A nitretao pode ser feita em meio lquido ou gasoso, devendo ser aplicada em peas temperadas. O nitrognio introduzido na superfcie combina-se com o ferro, formando uma camada de nitreto de ferro de elevada dureza. Na nitretao gasosa, o elemento nitretante a amnia que se decompe, parcialmente, fornecendo o nitrognio.

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Boretao o processo mais recente dos tratamentos superficiais nos aos liga, ferro fundido comum e nodular. O processo se efetua em meio slido de carboneto de boro a uma temperatura de 8000C a 1 0500C. O composto formado na superfcie o boreto de ferro, com dureza elevadssima, na faixa de 1 700 a 2 000 vickers. A alta dureza da camada boretada oferece elevada resistncia ao desgaste e, inclusive, elevada resistncia corroso. Essa camada resultado do tempo de boretao. Um ao SAE 1 045 boretado a 9000C apresentou o seguinte resultado: Camada 100mem 4 horas Camada 150mem 8 horas Camada 200mem 12 horas O ao boretado usualmente temperado e revenido.

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Resumo dos ciclos de tratamentos trmicos

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