Programa, Disciplina de Introdução À Sociologia

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Introduo Sociologia

Jeferson Scabio
Ementa: Entendemos que o fundamental num programa de introduo disciplina consiste
em fornecer aos alunos um vislumbre da converso do olhar, como definiu Bourdieu,
proporcionado pela sociologia. Neste sentido, este programa no foca conceitos, mtodos,
problemas, ou mesmo o contexto de surgimento da disciplina muito embora, claro,
pretende-se discutir tais questes tangencialmente , mas apresenta a sociologia como uma
perspectiva de anlise, discutindo os problemas colocados por tal perspectiva.
Escolhemos trabalhar predominantemente com autores e textos clssicos de diversas escolas,
evitando os assim chamados manuais de introduo. Concordamos com Weber que a
sociologia uma disciplina marcada pela eterna juventude. Os pensadores clssicos, deste
modo, possuem um carter fundante na construo do olhar sociolgico e, portanto, o contato
com tais obras impe-se desde logo. Aposta-se, assim, no potencial de tais obras de transmitir
o essencial do modo pesar da disciplina, para alm neste momento introdutrio das
importantes diferenas que as marcam.
Avaliao: A avalio ser feita atravs de prova escrita e trabalho final. Haver duas provas
escritas: uma aps o segundo mdulo e outro aps o quarto. No trabalho final o aluno dever
escolher um dos mdulos para apresentar um trabalho escrito cruzando as discusses dos
autores presentes no mdulo escolhido.
1. O homem como ser social
Trata-se de apresentar como a sociologia funda-se numa aposta do homem enquanto ser
social. Pretende-se assim evitar a falsa dicotomia entre indivduo e sociedade e propor aos
alunos a viso de que o homem no existe seno emaranhado em relaes sociais e que, por
outro lado, o que chamamos de sociedade no opera sem os indivduos.
MILLS, W. A promessa. In: A imaginao sociolgica. Rio de Janeiro: Zahar, 1972, pp. 9-32
BERGER, P; LUCKMANN, T. A construo social da realidade. Rio de Janeiro: Vozes, 1999.
MAUSS, M. Efeito fsico no indivduo da ideia da morte sugerida pela coletividade; As
tcnicas corporais. In: Sociologia e Antropologia. So Paulo: Cosac & Naify, 2003. pp. 345-365,
399-422
DUMONT, L. Introduo. In: Humo hierarchicus: o sistema de castas e as suas implicaes.
So Paulo: EDUSP. pp. 49-67
ELIAS, N. ParteI: A sociedade dos indivduos; Parte II: Problemas da autoconscincia e da
imagem do homem. In: A sociedade dos indivduos. Rio de Janeiro: Zahar, 1994. pp. 7-126
2. Um olhar sobre a modernidade
O principal objeto da sociologia a modernidade. Neste sentido, introduzir a sociologia implica
necessariamente apresentar o modo como o olhar sociolgico construiu classicamente a
modernidade como questo.
MARX, K. A mercadoria. In: O Capital. Crtica da economia poltica. Volume I, So Paulo: nova
cultural, 1985pp. 45-78
E, DURKHEIM. Da diviso do trabalho social. So Paulo: Martins Fontes.
WEBER, M. A tica protestante e o esprito do capitalismo; Confisso Religiosa e
estratificao social; O esprito do capitalismo; O conceito de vocao em Lutero. Objeto
da pesquisa; Ascese e capitalismo. In: A tica protestante e o espirito do capitalismo. So
Paulo: Companhia das Letras, 2011. pp. 25-83, 141-167
SIMMEL, G. As grandes cidades e a vida do esprito (1903). Mana. 2005, vol.11, n.2 , pp. 577-
591.
3. Os conceitos e a mundo emprico
Uma questo fundante na sociologia a relao entre teoria e o mundo emprico. Neste
sentido, trata-se de apresentar o modo como a disciplina prope a relao entre estes dois
polos. Por um lado, procuramos discutir a forma como a teoria constri o material emprico
numa palavra, constri o objeto. Por outro, discutimos as dificuldades da (grande) teoria na
apreenso de realidades especficas.
WEBER, M. Conceitos Sociolgicos Fundamentais [Economia e Sociedade]. Covilha: LusoFania,
2010
DURKHEIM, E. Prefcio da Primeira edio; Prefcio da segunda edio; O que um fato
social?; Regras relativas observao dos fatos sociais; Concluso. In: As regras do
mtodo sociolgico. So Paulo: Martins Fontes, 2007. pp. X-XXXI, 1-47, 145-151
BOURDIEU, P. Introduo uma sociologia reflexiva. In: Poder Simblico, Rio de Janeiro:
Bertrand Brasil, 2009. pp. 17-58
MILLS, W. A grande teoria. In: A imaginao sociolgica. Rio de Janeiro: Zahar, 1972. pp. 33-
58
BERCKER, H. Prefcio edio brasileira; Prefcio a edio norte americana; Truques;
Representaes; Amostragem; Conceitos. In: Segredos e truques da pesquisa. Rio de
Janeiro: Zahar, 2008. pp. 7-187
4. Cincia e poltica: duas vocaes?
Trata-se de apresentar aos alunos o debate fundante na disciplina acerca da relao entre
cincia e poltica. Neste sentido, pretende-se demonstrar a impossibilidade da neutralidade na
anlise sociolgica. Tal impossibilidade est relacionada com os compromissos tericos e
prticos assumidos pelos autores. Ao mesmo tempo, procura-se insistir nos instrumentos
disponveis ao pensamento sociolgico no sentido de objetivar o mundo social.
WEBER, M. A cincia como vocao. In: Ensaios de Sociologia. 154-182
WEBER, M. A objetividade do conhecimento nas Cincias Sociais. In: Weber. Sociologia. So
Paulo: tica. pp. 79- 127
MARX, K & ENGELS, F. O manifesto do partido comunista. Paz e Terra
DURKHEIM, E. As regras relativas distino entre normal e patolgico. In: As regras do
mtodo sociolgico. So Paulo: Martins Fontes, 2007. pp. 49-76
BECKER, H. De que lado estamos? In: Uma teoria da ao coletiva. Rio de Janeiro: Zahar,
1977. pp. 122-136

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